Post on 29-Jun-2020
FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA
CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA
CARLOS EDUARDO MARQUES SEIVA
IGOR PETRY
LUCCA DICKEL
SIMULADOR DE ESPAÇOS CONFINADOS ROTATIVO
Orientador: Diógenes Dias
Coorientador: Paulo Ricardo Matielo Lemos
Novo Hamburgo, setembro de 2016.
CARLOS EDUARDO MARQUES SEIVA
IGOR PETRY
LUCCA DICKEL
SIMULADOR DE ESPAÇOS CONFINADOS ROTATIVO
Relatório apresentado ao Curso de Mecânica, ao
CESP e à Fundação Liberato, como parte de
nosso Projeto de Integração Disciplinar (PID).
Orientador: Professor Diógenes Dias
Coorientador: Paulo Ricardo Matielo Lemos
Novo Hamburgo, setembro de 2016.
FOLHA DE ASSINATURAS
CARLOS EDUARDO MARQUES SEIVA
IGOR PETRY
LUCCA DICKEL
SIMULADOR DE ESPAÇO CONFINADO ROTATIVO
FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA
CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA
Novo Hamburgo, setembro de 2016
__________________________
Carlos Eduardo – 9299-0818
_________________________
Igor Petry – 8594-2285
_________________________
Lucca Dickel – 9885-4900
________________________
Diógenes Dias
Professor Orientador
________________________
Paulo Matielo
Coorientador
RESUMO
O seguinte trabalho consiste em desenvolver um simulador de espaço
confiado rotativo, ou seja, um modelo de simulador para agregar no treinamento
prático de resgate em espaço confinado no curso da NR-33. O curso de espaço
confinado, ou seja, de acordo com a norma NR-33, a qual aborda sobre os
procedimentos e licenças que o trabalhador precisa obedecer para poder entrar em
um espaço confinado, tem uma parte teórica e a outra parte prática que instrui ao
aluno como se comportar durante um resgate ou trabalho dentro de um espaço
confinado. Ter um profissional mais habilitado para este tipo de trabalho é muito
importante para que diminua os riscos de acidente, ou, se houver, o resgatista
estará mais preparado para acidentes como: falta de oxigênio, explosões, entre
outros. O protótipo proposto pelo grupo não tem como objetivo substituir os
simuladores de espaço confinado já existentes, mas sim agregar ao conjunto para
melhor treinamento do trabalhador, fazendo com que o mesmo esteja preparado
para diversas situações. Para representar virtualmente o corpo do simulador, foi feito
um projeto no software 3D de CAD, Inventor. Para comprovar que é válido o uso do
simulador de espaço rotativo nos treinamentos de NR-33, realizou-se algumas
pesquisas em empresas e consultando alguns profissionais da área. Além deste
método para comprovar a hipótese do projeto, também foi feito um treinamento
utilizando o próprio simulador desenvolvido, para analisar o aprendizado do grupo de
alunos do curso de reciclagem da NR-33.
Palavras chave: Simulador. Espaço Confinado. Rotativo. NR-33. Segurança do
trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos, primeiramente, ao nosso coorientador Paulo Matielo Lemos,
diretor presidente do CT Nascer, por ter nos atendido desde de o primeiro contato no
início do projeto até o presente momento e por nos permitir o uso de seu centro de
treinamento, em Esteio, e seus materiais.
Agradecemos ao nosso orientador Diógenes Dias, pelas ótimas dicas e
orientações ao longo do projeto e por sempre nos ouvir nos momentos que
precisávamos.
Agradecemos aos profissionais que nos concederam entrevistas para
apresentar o projeto e pedir ajuda no mesmo: Gilvan Soares, técnico de segurança
da Braskem, Gabriel Ferri, técnico de processos da Inova, Rossandro, supervisor de
solda da Braskem e Márcio Giovani, responsável pela segurança da DuPont. Suas
palavras foram essenciais para o desenvolvimento do projeto.
Também agradecemos aos professores do Centro de Treinamento Nascer,
Edmundo Cosme e Moisés, que ministraram o curso de reciclagem da NR-33, cujo
mesmo foi de grande importância para a construção do relatório.
Por último, agradecemos aos nossos familiares, pois sem seu apoio,
conselhos e motivação não conseguiríamos finalizar os trabalhos do projeto.
Sumário
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 8
2.1 Espaço confinado................................................................................................ 8
2.2 – Incidência de Acidentes em Espaços Confinados. ....................................... 8
2.3 Simuladores de espaço confinado .................................................................... 9
2.3.1 Tipos de Simuladores ....................................................................................... 10
2.4 – Normas ............................................................................................................ 11
2.5 – Espaço confinado nas empresas .................................................................. 12
2.6 Funcionamento do motor ................................................................................. 13
2.7 Funcionamento do Simulador de Espaço Confinado Rotativo ..................... 13
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 14
3.1 Local do desenvolvimento ............................................................................... 15
3.2 Materiais utilizados ........................................................................................... 15
3.3 Desenvolvimento no software .......................................................................... 15
3.4 Desenvolvimento do protótipo ......................................................................... 18
3.5 Treinamento ....................................................................................................... 19
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 20
5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 22
7
1 INTRODUÇÃO
O PID, Projeto de Integração Disciplinar, tem como objetivo a elaboração de
projetos de pesquisa inovadores na área da mecânica, realizados pelos alunos de
terceiras e quartas séries no decorrer do ano letivo. A nossa pesquisa classifica-se
como pesquisa tecnológica, partindo de um conhecimento pré-existente, no caso, os
simuladores convencionais, buscando desenvolver um novo método para uma
melhor preparação dos resgatistas. O tema abordado pelo grupo é um simulador de
espaço confinado rotativo com mudanças progressivas de dificuldades, reproduzindo
com maior realidade o cenário encontrado em situações de resgate em espaço
confinado.
O principal propósito do projeto é desenvolver um simulador de espaço
confinado rotativo com a possibilidade de alteração do nível de dificuldade.
O problema predominante da proposta idealizada pelo grupo é compreender
se é possível a construção de um protótipo, visando que o projeto é baseado em um
simulador particularizado dos convencionais, chegando, assim à hipótese: há
possibilidade do desenvolvimento deste simulador proposto pelo grupo,
apresentaremos, então, neste relatório, os dados encontrados sobre os simuladores
já existentes e o modo como poderemos desenvolver a nossa ideia respeitando a
norma NR-33, que trata sobre o trabalho em espaço confinado. Junto ao referencial
teórico, apresentaremos também o funcionamento dos treinamentos oferecidos aos
trabalhadores nessa área. Após as pesquisas feitas, faremos a representação
gráfica do nosso simulador no software de CAD Inventor e depois a construção do
protótipo, concluindo, assim, se é ou não possível o desenvolvimento do simulador.
O relatório está disposto em 4 capítulos, sendo estes: referencial teórico,
metodologia e conclusão.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo é apresentada uma pesquisa teórica sobre o tema, com estudo
sobre os simuladores e treinamentos em espaço confinado, o trabalho nas
empresas, normas que tratam sobre o assunto e materiais pesquisados para o
desenvolvimento do nosso simulador.
2.1 Espaço confinado
Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para
ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.(NR-33, 2006)
O treinamento avançado no espaço confinado é um dos mais importantes em
todos os locais onde possuem trabalhos nesse tipo de condição, pois ocorrem
muitos acidentes nesses locais, e por possuírem cenários muito diferentes,
dificultando assim o trabalho do resgatista, que muitas vezes pode se tornar mais
uma vitima se não tiver o preparo necessário, ou seja, qualquer treinamento que
agregue para a formação é preparação do resgatista, é válido.
2.2 Incidência de Acidentes em Espaços Confinados.
Primeiramente, é importante definir quais são os riscos de trabalho em um
espaço confinado.
A deficiência de oxigênio para o trabalhador é um dos maiores riscos, pois a
partir de estudos realizados pela Universidade Federal Fluminense, em um trabalho
de pós-graduação em engenharia da segurança do trabalho efetuado por Luiz
Carlos Saraiva Serrão (Eng° de Segurança), Osvaldo Luis Gonçalves Quelhas
(D.Sc) e Gilson Brito Alves Lima (Eng° de segurança, M.Sc.), se a concentração de
oxigênio no ar for inferior á 18%, significa um perigo real a saúde do empregado.
Tendo como base, de que a concentração normal de ar atmosférico é
aproximadamente de 20,9%.
9
Os principais fatores que podem fazer com que a concentração do ar no
espaço confinado seja inferior á 18%, segundo os estudos recém citados no
parágrafo anterior, é o deslocamento do ar por gás ou vapor devido a inertização,
desvaporização, elevada concentração de gases e vapores e do incêndio;
decomposição de matéria orgânica por microorganismos; e, por final, a ferrugem.
Outro grande risco do trabalho no espaço confinado, é a exposição aos
agentes químicos e físicos presentes no ambiente. Alguns exemplos de agentes
químicos são poeiras, fumaças, fumos, gases e vapores. Exemplos de agentes
físicos são ruídos, vibração, pressão, temperaturas anormais e iluminação.
Incêndios e explosões são mais riscos que o trabalhador corre enquanto faz o
seu serviço, a presença de gases ou vapores, bem como poeiras combustíveis, se
não forem detectados previamente em um espaço confinado, podem comprometer a
saúde e até a vida do empregado.
Riscos elétricos e mecânicos dependem do tipo de serviço que o trabalhador
está realizando dentro do espaço confinado, mas mesmo não sendo riscos
constantes e sempre presentes, são perigos reais e que devem ser evitados.
A incidência de acidentes em espaços confinados varia de acordo com a área
de trabalho. De acordo com uma pesquisa realizada entre os anos de 1983 e 1993
nos Estados Unidos da América, o índice de acidentes fatais na área da construção
em espaços confinados é de 22,93%, na área da administração publica é de
20,18%, na área da fabricação é de 19,27%, na agricultura/pesca é de 17,43%, no
transporte é de 11,01%, nos serviços é de 7,34% e no comércio é de 1,83%.
2.3 Simuladores de espaço confinado
O empregador, ou seu representante com habilitação legal, deve providenciar treinamento inicial e periódico de tal forma que todos os trabalhadores envolvidos com a questão do espaço confinado adquiram capacitação, conhecimento e habilidades necessárias para o desempenho seguro de suas obrigações designadas. (NBR-14787, 2001)
Os simuladores convencionais são utilizados nos treinamentos com intuito de
reproduzir um espaço confinado e uma situação de risco, onde o resgatista deve
preparar uma estratégia para o salvamento da pessoa que esta e risco dentro do
simulador.
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2.3.1 Tipos de Simuladores
As decorrências de acidentes nos espaços confinados e a preocupação com
a segurança dos trabalhadores e na qualificação de um resgatista para estes casos,
viram a necessidade da criação de treinamentos e de espaços que remetem as
situações reais desses ambientes. Os simuladores dito convencionais geralmente
são tubos, sendo posicionados na vertical ou horizontal como mostram nas figuras 1
e 2, dependendo do modelo, em que os resgatistas entram, realizam o procedimento
de colocar a vítima na maca e retirá-la do local, com maior agilidade possível.
Figura 1 – Simulador de Espaço Confinado Vertical
Fonte: os autores
11
Figura 2 – Simulador de Espaço Confinado Horizontal
Fonte: os autores
2.4 Normas
A principal norma na qual nos baseamos, é a NR-33, ela estabelece os
requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento,
avaliação, monitoramento contínuo e controle dos riscos existentes, de forma a
garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem
direta ou indiretamente nestes espaços.
Essa mesma norma, define as responsabilidades dos empregadores e dos
trabalhadores em relação aos seus deveres dentro do ambiente de trabalho em que
envolva espaço confinado.
Determina também a gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços
confinados, assim como o procedimento para emergência e salvamento.
É importante destacar que a NR-33 determina que nas empresas, os
trabalhadores que desempenham serviços em algum espaço confinado, devem ter o
treinamento devido para desempenhar o seu trabalho.
Outra norma utilizada pelo grupo foi a NR-10 (segurança em instalações e
serviços em eletricidade). Ela determina as medidas de controle, a segurança em
projetos, a segurança em construção, montagem, operação e manutenção, s
segurança em instalações elétricas desenergizadas, a segurança em instalações
elétricas energizadas, os trabalhos envolvendo alta tensão, a habilitação,
qualificação, capacitação e autorização dos trabalhadores, a proteção contra
incêndio e explosão, a sinalização de segurança, os procedimentos de trabalho, a
situação de emergência, as responsabilidades e as disposições finais.
12
2.5 Espaço confinado nas empresas
Para ter um conhecimento dos espaços confinados nas empresas, foi
marcada uma reunião com o chefe da segurança do trabalho da empresa DuPont,
Marcio Oliveira. O profissional informou sobre os tipos de trabalho que envolvem
espaço confinado dentro da empresa, dentre eles estão: a limpeza de tanques, a
troca de filtros manga, a regulagem e verificação das pás, a limpeza dos silos de
soja e a verificação do equipamento.
O encarregado da segurança do trabalho, nos inteirou sobre a sigla utilizada
pela empresa para iniciar o trabalho em espaço confinado. O procedimento utilizado
pela DuPont, localizada em Esteio, é de trancar, verificar e etiquetar (TVE).
Primeiramente, chama-se um eletricista para coordenar o processo de bloqueio da
rede elétrica. Em seguida, verifica-se a área para assegurar que esta apta para a
entrada do trabalhador. E por final, quando todos os passos foram realizados com
sucesso, etiqueta-se o local para isolar a área e identificar que haverá trabalho em
espaço confinado.
Figura 3 – Silos de soja na empresa Dupont
Fonte: Edimundo Cosme, Funcionário Dupont (2016)
13
2.6 Funcionamento do motor
Para a rotação do simulador inicialmente foi testado a utilização de um motor
de portão eletrônico basculante, porém o mesmo não obteve êxito nos testes por
não possuir o torque necessário para girar a estrutura, assim então houve a
mudança para um motor de indução da fabricante Weg, acoplado a um motorredutor
de 30/1, ou seja, a cada 30 rotações realizadas pelo motor, gera uma rotação no
eixo de saída do motorredutor, gerando assim a rotação e o torque necessários. O
teste feito com essa alteração no motor teve resultados positivos, o motor cumpriu
corretamente sua função.
Figura 4 – Motor W21 WEG
Fonte: Soto Filhos
2.7 Funcionamento do Simulador de Espaço Confinado Rotativo
O simulador desenvolvido pelo grupo em conjunto com o CT Nascer , tem o
funcionamento da seguinte forma, o simulador tem como base um módulo de torre
eólica de formato dodecaédrico, com dimensões de 6 metros de comprimento e 1,2
metros e 1,5 metros de diâmetro progressivamente. Com divisórias internas de
14
compensado naval, a seção será divida em quatro partes, resultando em 24 metros
de diferentes cenários de zona de resgate. Com o sistema de rotação, é possível
que a cada 90 graus de giro, podem ser alterados mais uma vez esse cenário,
sendo assim, ao completar a rotação completa de 360 graus, são possíveis 96
metros de diferentes tipos de cenário de resgate, possibilitando chegar no nosso
objetivo, que é preparar o resgatista da melhor forma possível, induzindo-os à níveis
cada vez mais elevados de treinamento. Além desta função a rotação do simulador
tem com objetivo trazer a tensão e complicações que podem ser encontradas em
situações reais, que induzem o resgatista a ter a percepção de desligar o
equipamento antes de iniciar o resgate propriamente dito, questões essas essenciais
para um procedimento bem sucedido, evitando vítimas fatais ou até mesmo que o
resgatista se torne mais uma vítima.
15
3 METODOLOGIA
Este capítulo aborda o planejamento dos procedimentos para o
desenvolvimento do simulador de espaço confinado rotativo, que é composto em 3
fases. Na primeira foram feitos o desenho em 3D de como seria o simulador e o
detalhamento das vistas completas e em corte. Na segunda partiu-se para o
desenvolvimento do protótipo do simulador. E na terceira o treinamento realizado
pelos alunos do curso de reciclagem da NR-33, realizado no CT Nascer.
3.1 Local do desenvolvimento
O trabalho com o software Inventor da empresa AutoDesk, tanto o
desenvolvimento em 3D como o detalhamento foram feitos nos laboratórios de
informática da Fundação Liberato. Já o desenvolvimento do protótipo foi realizado no
Centro de Treinamento Nascer em Esteio, em conjunto com nosso coorientador.
3.2 Materiais utilizados
Para a compra dos materiais utilizados tivemos o apoio do CT Nascer e o seu
responsável Paulo Matielo, nosso coorientador, que arcou com os custos do projeto,
pois o simulador ficará no CT e será utilizado no curso de NR-33, trabalho em
espaço confinado.
3.3 Desenvolvimento no software
A base para o desenvolvimento do simulador, foi um pedaço de um módulo
de torre eólica, doado pela empresa Baram Energy para o CT, que foi de onde
partimos para a elaboração do desenho no Inventor. A geometria desse módulo é
um tubo de secção dodecaédrica com 6 metros de comprimento e diâmetros de 1,2
metros e 1,5 metros nas extremidades, ou seja, ele é cônico.
O processo foi iniciado com a criação de um projeto dentro do software,
podendo assim fazer os desenhos separadamente e montando posteriormente
dando origem ao conjunto e depois o detalhamento das peças, tudo isso de uma
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maneira mais fácil e eficiente, pois todos os processos ficam armazenados dentro do
projeto.
Após retiradas as medidas do módulo, foi feita a representação gráfica dele
no software. Para que ele pudesse ser acoplado nos trilhos, que dariam origem a
rotação, era necessário a acoplagem de anéis em volta do módulo, então foram
desenhados esses anéis e a ligação deles com o corpo da estrutura. Por fim as
dificuldades dentro do simulador propostas em desenho pelo coorientador, foram
acopladas dentro da estrutura, terminando assim o desenho do corpo do simulador.
Com o corpo pronto, partiu-se para o desenho das tampas de entrada, sendo
a tampa com menor diâmetro bipartida e outra com 3 bocas de entrada, essas com
as geometrias geralmente encontradas nas entradas de espaços confinados em
situações reais, uma delas circular, a segunda retangular e a terceira elíptica.
Os processos utilizados nos desenhos foram básicos, processos de extrusão,
casca, revolução e algumas restrições na montagem.
O detalhamento, foi feito da vista frontal, isométrica e lateral, sendo a lateral
em dois sentidos, nos sentidos das divisórias que dividem o tubo em quatro, e as
suas respectivas vistas em corte, mostrando assim os detalhes internos das divisões
feitas.
Figura 5 – Simulador Rotativo em 3D no software Inventor
Fonte: os autores (2016)
17
Figura 6 – Simulador Rotativo em 3D no software Inventor
Fonte: os autores (2016)
Figura 7 – Detalhamento do Simulador Rotativo
Fonte: os autores (2016)
18
3.4 Desenvolvimento do protótipo
A primeira etapa, que deu origem à ideia, foi a doação do módulo para o
Centro de Treinamento, sendo usado como base para todas as outras etapas. Como
citado anteriormente, foi desenvolvido o desenho de como seria o simulador. A
segunda etapa foi a compra e montagem das chapas de compensado naval,
utilizadas como divisórias dentro do simulador para gerar dificuldades na locomoção
dentro do mesmo. A terceira etapa então foi a calandragem dos dois anéis tubulares
e a soldagem deles no corpo do módulo, para serem apoiados nos trilhos e servir
como suporte para a rotação do simulador. Após isso, foi feito a construção das
duas tampas do simulador, nas quais uma é divida ao meio, e a outra divida em três
bocas de visita, simulando as que geralmente são apresentadas nos espaços
confinados em empresas. Para produzir os roletes conectados aos mancais,
contratou-se o serviço de um torneiro mecânico para o dimensionamento da peça.
Para a montagem do motor e sistema elétrico do simulador, terceirizou-se o serviço
de um eletricista, no qual o mesmo instalou toda parte ligada a fonte de energia
elétrica do protótipo, baseando-se nas citações da NR-10, norma que regulamenta o
trabalho de instalações elétricas. A justificativa para as terceirizações de algumas
etapas está presente nos anexos.
Com todas as etapas concluídas foram feitos os testes de funcionamento do
simulador antes de realizar os treinamentos com os alunos do curso.
Figura 8 – Protótipo pronto
19
Fonte: os autores (2016)
3.5 Treinamento
Após o término do protótipo, houve a possibilidade de utilizá-lo no treinamento
de uma turma de alunos do curso de reciclagem de NR-33, ou seja, pessoas que
possuem o curso de NR-33 propriamente dito e estão revendo alguns detalhes.
Como a ideia não é eliminar o uso dos simuladores já existentes e sim agregar essa
experiência no treinamento do resgatista, então o simulador foi testado e utilizado
com pessoas que já possuem o curso e consequentemente uma certa experiência
em espaço confinado, por possuir um nível de dificuldade maior que os outros
simuladores, ou seja, é necessário que o aluno passe pelo treinamento no simulador
convencional antes de partir para o simulador rotativo.
Como todos os cursos a parte teórica antes da prática é essencial, então o
curso iniciou-se com a teoria, revendo algumas normas, conceitos e os cuidados
necessários. A segunda etapa foi a realização do treinamento em si. A turma foi
divida em dois grupos, cada um realizando um resgate. A prática iniciou-se com a
verificação dos equipamentos que seriam utilizados e de quem entraria no simulador
para efetuar o salvamento. Após a entrada do aluno, o simulador foi acionado e
começou a rotacionar dificultando assim o resgate, mas com o intuito de que alguém
percebesse esse detalhe e desligasse a energia, tentando aproximar ao máximo a
20
tensão de uma situação de grande risco real, preparando de maneira melhor o
resgatista. O aluno então deveria colocar devidamente a vítima na maca e retirá-lo,
passando pelas dificuldades internas que são as divisórias de compensado naval,
isso tudo de maneira mais ágil possível.
Figura 8 – Primeiro treinamento no Simulador Rotativo
Fonte: os autores (2016)
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4 CONCLUSÃO
Com os resultados obtidos, chegou-se a algumas conclusões em relação ao
uso, em treinamentos, do protótipo construído e das pesquisas feitas apresentadas
no referencial teórico do presente relatório.
O protótipo do simulador de espaço confinado rotativo desenvolvido, já se
apresenta sendo utilizado pelo centro de treinamento Nascer em treinamentos de
turmas de trabalhadores que necessitam do curso de NR-33 Resgate em Espaço
Confinado, projetado pelo próprio CT. Na questão da análise dos resultados
alcançados do protótipo do simulador, acompanhou-se um curso de reciclagem da
NR-33, ministrado para turmas que já obtém o curso completo da norma, porém,
necessitam anualmente, uma revisão dos conceitos.
O funcionamento do simulador durante o treinamento realizado dentro do
curso, foi dentro do que esperou-se do mesmo, sem maiores oscilações do corpo e
com a chave seccionadora, presente no painel elétrico, funcionando perfeitamente
no momento que foi necessário seu uso. Com relação a finalidade do simulador
rotativo, que seria apresentar novos níveis de dificuldade no trabalho do profissional
no treinamento, os resultados foram mais positivos do que esperou-se, pois segundo
a análise do coorientador junto ao grupo e dos próprios professores que ministraram
o curso, os alunos que realizaram o treinamento no simulador de espaço confinado
rotativo, saíram do curso de reciclagem da NR-33 mais preparados para qualquer
imprevisto que possa ocorrer em um trabalho real dentro da empresa. O projeto
também apresentou ótimos resultados após ser apresentado a alguns profissionais
da área, que demonstraram grandes interesses em ter trabalhadores treinados
dentro do simulador rotativo.
Após esta análise, finalizando os trabalhos com relação ao relatório aqui
apresentado, concluiu-se que a primeira hipótese elaborada é a verdadeira, foi
possível o desenvolvimento um simulador de espaço confinado rotativo, atendendo a
norma regulamentadora. O objetivo específico de realizar uma representação gráfica
no Software 3D Inventor também foi concluído.
22
5 REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NR 10: SEGURANÇA EM
INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRECIDADES. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr10.htm>. Acesso em 19 de julho.
COODMED. (NR 33) Treinamento em Espaço Confinado. Disponível em <
http://coodmed.com.br/nossos-servicos/102-curso-agora-obrigatorio.html> Acesso
em 11 de agosto.
ESTUDO DE SENSIBILIDADE E DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL DE
TORRES TUBULARES PARA GERADORES EÓLICOS. Disponível em:
< http://www.abcm.org.br/> Acesso em: 9 abril 2016.
INBEP. Curso da NR-33: Quem deve fazer?. Disponível em: <
http://blog.inbep.com.br/quem-deve-fazer-curso-nr-33/>. Acesso em 21 julho 2016.
INBEP. Quais são os riscos dos trabalhos em espaços confinados? Disponível
em < http://blog.inbep.com.br/riscos-trabalho-espaco-confinado/> Acesso em 4 de
agosto.
NETO, Francisco Kulcsar. GARCIA, Sergio Augusto Letizia. Guia Técnico NR-33
Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados. 1 ed. Brasília:
Fundacentro, 2013.
NETO, Francisco Kulcsar. POSSEBON, José. AMARAL, Norma Conceição. Livreto
do trabalhador - Espaços Confinados. 1 ed. São Paulo: Fundacentro, 2009.
GUIA TRABALHISTA. Disponível em: < http://www.guiatrabalhista.com.br/> Acesso
em: 18 abril 2016.
23
SIMULADOR DE ESPAÇO CONFINADO PARA TREINAMENTO - AES
ELETROPAULO. Disponível em: < http://www.rpmbrasil.com.br/> Acesso em: 3 abril
2016.
SOTO FILHOS. Vista explodida motor elétrico WEG. Disponível em: <
http://www.sotofilhos.com.br/biblioteca/Noticias/Vista%20explodida%20motor%20ele
trico%20WEG.html>. Acesso em 14 julho 2016.
YOUTUBE. TV Indústria: Treinamento em espaço confinado minimiza riscos à
saúde do trabalhador 09.04.2012. Disponível em <
https://www.youtube.com/watch?v=6ZQWmfyGE20> Acesso em 11 de agosto.
24
ANEXO A – Nota emitida pelo coorientador