Ideias sociais e políticas do século xix

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Ideias Sociais e Políticas do Século XIX.Ana Paula Silva.

Introdução. O século XIX é o século da burguesia. A posição social era determinada pela

renda. A nova camada social que surgia com a industrialização – o proletariado – não possuía condições para uma ação política eficiente.

Em 1830 e 1848, as populações de diversas regiões da Europa enfrentavam uma difícil situação social e econômica, como por exemplo: Diminuição de colheitas; Miséria do Operariado; Ausência de garantias e direitos fundamentais para o trabalhador; Repressão à liberdade de expressão.

Essa situação de crise e insatisfação social possibilitou a aliança temporária entre setores da pequena e média burguesia e o operariado, cada vez mais consciente de seus interesses. Da aliança instável entre esses setores, surgiram diversos movimentos revolucionários de contestação às estruturas de poder vigentes em grande parte da Europa.

O século das ideologias.

Três foram as principais tendências políticas do século XIX: Liberalismo, Nacionalismo e Socialismo.

LIBERALISMO. Política: governo de caráter

democrático. Onde o Estado deve servir o cidadão, respeitando sua liberdade e dignidade.

Economia: A intervenção do Estado na Economia deve ser a menos possível. As atividades econômicas ficam a cargo da iniciativa privada.

Religião: O Estado deve ficar completamente separado da Igreja, e cada cidadão pode praticar livremente sua crença religiosa.

NACIONALISMO

O nacionalismo é o movimento que está baseado na noção de vínculos étnicos, linguísticos e históricos existentes entre pessoas, que constituem, assim, uma nacionalidade. Sobre o fundamento da nacionalidade, os grupos nacionais passam a reivindicar o direito de formar uma nação autônoma. Onde se expressa os seguintes ideais:

Independência Nacional

Cultura Autodeterminação

SOCIALISMO.Considerado a expressão ideológica do proletariado, consistindo na busca da busca de igualdade social por meio da igualdade econômica. Assim temos: Utópico: Conhecido como reformista,

pregava a igualdade social através de medidas como o cooperativismo, participação nos lucros das empresas, oficinas nacionais, direito ao voto....

Científico: Assim chamado por buscar nas sociedade capitalista as leis que a regiam e encontrar nela as forças necessárias para promover a transformação radical. Karl Marx e Frederich Engels são seus principais expoentes.

ANARQUISMO. Teve como precursor P.J.

Proudhon, que concluiu em uma de suas obras “a propriedade é um roubo”. Seus principais expoentes foram os russos: Bakunin e Kropotkin. Pregava a eliminação de toda e qualquer forma de poder, portanto do Estado e da igreja. O Anarquismo pregava a destruição pura e simples do Estado Capitalista e sua imediata substituição por pequenas comunidades autossuficientes.

DOUTRINA SOCIAL CATÓLICA.

A igreja procurou posicionar-se diante da questão social e editou várias encíclicas para condenar o materialismo marxista e a ganância capitalista, propondo como solução a caridade e a solidariedade cristãs.

POSITIVISMO E CIENTIFICISMO.

O positivismo foi formulado por Auguste Comte, insistia no uso da razão como guia fundamental para se chegar ao conhecimento e a compreensão dos fatos verificados e experimentados afastando as especulações teóricas...

Revoluções de 1830 e 1848.Primavera dos Povos.

Introdução.

O congresso de Viena e a Santa Aliança – Contrariando algumas das conquistas da Revolução Francesa e do Período Napoleônico – haviam promovido a restauração das monarquias absolutistas em países europeus ocidentais. Assim, por volta de 1830, uma nova onda revolucionária abalou a Europa. E em 1848, uma nova onda voltou a agitar a Europa, atingindo a França, Alemanha, Áustria e Itália.

Rebelião 1830.

A revolta repercutiu e, várias regiões como Itália, Bélgica, Prússia, Espanha, Portugal e a atual Polônia.O poder foi substituído por Luís Felipe de Orleans.

Após a queda de Napoleão Bonaparte, foi acertado o Congresso de Viena o retorno da Dinastia Bourbon ao trono francês com Luís XVIII. Com a morte de Luís XVIII, em 1824, assumiu o trono Carlos X, que foi obrigado a abdicar, uma vez que as colheitas de 1827, agravou a situação econômica do país... E as forças liberais burguesas, lideradas pela alta burguesia. Organizaram-se e deflagraram a Revolução de 1830 contra o governo de Carlos X.

Governo de Luís Felipe, o “rei burguês”.

No seu governo observou-se um grande desenvolvimento nos setores financeiro e industrial da França. Seu principal objetivo era garantir uma ordem social interna que não atrapalhasse a liberdade econômica das industrias, banqueiros e grandes comerciantes favorecendo o desenvolvimento capitalista Francês.

Essa política, causou um enorme empobrecimento dos trabalhadores, sobretudo dos numerosos operários franceses.

Revoluções de 1848.

Conhecida como Primavera dos Povos. Essas revoluções foram influenciadas pelos ideais do liberalismo, nacionalismo e pela estreia do socialismo.

A partir de 1946, uma sucessão de problemas econômicos e dificuldades políticas fizeram desmoronar as forças de sustentação do governo de Luís Filipe. A crise se fez sentir por exemplo, no aumento da miséria, nas más colheitas, na queda da produção industrial... Foi então que a burguesia liberal e o operariado uniram-se temporariamente contra o governo.

Governo Provisório e Segunda República.

Com a queda de Luís Felipe, organizou-se em fevereiro de 1848, um governo provisório, que tomou as seguintes medidas:

Proclamou a segunda república – (1848-1852);

Promoveu a liberdade de imprensa;

Aboliu a escravidão nas colônias francesas;

Estabeleceu o sufrágio universal masculino.

O massacre do movimento socialista. Desse governo participaram

políticos socialistas como Louis Blanc, e representantes da burguesia liberal, como Alfonse Lamartine. Uma vez no poder esses dois grupos não chegaram a um acordo sobre os grandes rumos do governo.

Assim, em 23 de abril, realizaram-se eleições parlamentares em todo país.

Derrotados nas eleições os socialistas passaram a comandar várias lutas de trabalhadores contra as decisões da Assembleia Constituinte. Numerosas rebeliões operarias eclodiram em Paris e em outras cidades francesas de grande concentração industrial.

O governo burguês decidiu pôr fim as rebeliões dos trabalhadores e impor ordem no país. Em julho de 1848, tropas comandadas pelo general Eugène Cavaignac, provocou a morte de mais de mil pessoas.

Volta da Monarquia.

Em novembro de 1848, foi promulgada uma nova Constituição, um mês depois, realizaram-se eleições para presidente. O candidato vitorioso, foi Luís Napoleão Bonaparte.

Em seu governo conquistou a confiança de boa parte do exercito, dos eclesiásticos, de boa parcela dos funcionários administrativos, da classe média urbana e da população rural.

Desse modo, pouco antes do fim de seu mandato, em 2 de dezembro de 1852, Promoveu um golpe de estado para continuar no poder. Em dezembro de 1852, foi coroado “imperador dos franceses pela graça de Deus e vontade geral da nação”.

Enquanto isso, na Itália.

Submetidos aos Austríacos desde o Congresso de Viena, muitos italianos estavam descontentes e rebelaram-se sob a liderança do rei Carlos Alberto de Piemonte, iniciando a guerra.

A Áustria venceu a guerra, e o rei Carlos Alberto teve de abdicar em favor de seu filho, Vitor Emanuel.

Alemanha...

A Alemanha depois do congresso de Viena passou a constituir uma Confederação. A Prússia e a Áustria liderava essa Confederação. Visando à maior integração entre os Estados Germânicos, foi criada a Zollverein. Política econômica que estimulou o nacionalismo germânico, o desejo de independência e de união política

Fato que levou na Prússia o rei Guilherme a ceder à pressão popular por uma constituição, e em vários outros estados houve adesão ao movimento. A reunião dos constituintes foi marcadas por divergências, o que facilitou a repressão e o esvaziamento do movimento.

Áustria...

O império Austríaco que era formado por várias nacionalidades, se rebelaram, procurando autonomia política. Contudo o Império organizou-se e reprimiu duramente o movimento.

Luís Napoleão.

Unificação Alemã e Italiana.Ana Paula Silva

Introdução

A Itália e Alemanha, não tinham o seu território unificado, o que prejudicava os interesses econômicos da burguesia destas regiões.

No século XIX, a maior parte dos territórios europeus já eram estados-nação, ou seja, países unificados.

Depois do Congresso de Viena, em 1815, a Itália foi dividida em vários reinos, ducados e estados pontifícios, ou seja, que pertenciam à igreja católica.

A Alemanha, por sua vez, foi dividida em 39 estados, a Confederação Germânica. O poder era disputado entre os católicos da Áustria e os protestantes da Prússia.

Uma serie de guerras e medidas, cada uma à sua maneira, acabou levando estas duas regiões à unificação e a criação de estados fortes e centralizados.

Unificação Alemã. Depois da queda de Napoleão, as monarquias europeias passaram a se reorganizar. E

dessa reorganização surgiu a Confederação Alemã, que era composta por 39 Estados independentes, onde cada Estado era responsável por defender a soberania da monarquia do outro.

Nesta confederação se destacavam dois Estados a Áustria e a Prússia ambos Estados desenvolvidos porém com objetivos opostos.

A Áustria era desenvolvida graças ao seu forte setor agrícola, e muito influente na confederação. Um dos motivos da sua grande influencia foi graças a seu grande território , porém não era a favor da unificação pois perderia seu poder sobre os outros Estados.

Já a Prússia também possuía um grande território e uma economia bem desenvolvida além de sua grande influencia, porém via a unificação como um modo de fazer a confederação se tornar forte e desenvolvida, já que um Estado completaria o outro e com esse intuito de unificação a Prússia desenvolveu um acordo chamado Zollverein.

Acordo Zollverein.

O acordo Zollverein é nada mais do que a quebra das barreiras alfandegárias entre os Estados envolvidos, ou seja livre comércio.

O acordo foi bem sucedido, através dele foram construídas novas estradas de ferro, novas industrias e etc.

Com o acordo sendo bem sucedido nacionalistas e intelectuais passaram a defender o pangermanismo.

Pangermanismo: Ideologia e movimento que visa agrupar as etnias germânicas.

Assim, em 1850 houve a primeira tentativa de unificação mas que foi impedida pela Áustria .

Porém em 1862 o rei prussiano nomeou como seu chanceler ( primeiro ministro) Otto Von Bismarck que liderou as batalhas contra a Dinamarca, Áustria e França. Onde a Guerra contra a Áustria causada por uma quebra de acordo levou a expulsão da Áustria da confederação Alemã.

E ao fim dessas batalhas no dia 18 de Janeiro de 1871 foi declarado Guilherme I Kaiser (imperador) da Alemanha.

Consequencias

Grande Desenvolvimento Econômico da Alemanha que se torna uma nova potência. E primeiras tenções que levaram a primeira Guerra Mundial, já que a potência da época a Inglaterra passa a ter concorrência e não fica satisfeita com isso.

Unificação Italiana A Itália, além de estar dividida entre várias monarquias autônomas, sofria a dominação da

Áustria, que dominava a região da Lombardia e a cidade de Veneza.

O norte da Itália, onde ficava o reino de Piemonte-Sardenha, concentrava a maior parte da burguesia, que desejava a unificação para formar um mercado nacional para os seus produtos

Assim, foi no reino de Piemonte-Sardenha que teve início o movimento pela unificação da Itália, em 1848. Os italianos tiveram apoio da França na luta contra a Áustria.

A guerra contra a Áustria começou em 1859, com apoio de Napoleão III, imperador da França. Os Camisas Vermelhas, movimento popular liderado por Giuseppe Garibaldi, também foram decisivos.

A Áustria acabou derrotada, cedendo o território da Lombardia.

A vitória sobre a Áustria mobilizou os italianos de várias regiões, como Toscana, Parma e Modena. Estes estados, seguidos de outros, se uniram ao Piemonte no projeto de unificação.

Os últimos territórios conquistados pelos piemonteses foram Veneza e Roma. Veneza foi conquistada em 1866. Roma foi conquistada em 1870 e se tornou capital da Itália unificada.

No processo de unificação, a Igreja Católica perdeu vários estados pontifícios, ou seja, territórios sob seu domínio e influência. Assim, acabou sofrendo grande prejuízos.

Em 1929, através do Tratado de Latrão, Benito Mussolini indenizou a Igreja, cedendo a praça de São Pedro e possibilitando a criação do Estado do Vaticano, dentro de Roma.