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1 Coordinadores: Insumisos Latinoamericanos LECTURAS 1ª SEMANA DE ABRIL 2017 LIBRO EL ROSTRO DIFUMINADO DE LA SOCIEDAD 2020 EN AMÉRICA LATINA .PDF https://www.academia.edu/32106089/el_rostro_difuminado_de_la_sociedad_2020_en_america _latina_.pdf DEBATES Y PERSPECTIVAS EN TORNO A LA DISCAPACIDAD EN AMÉRICA LATINA / http://sedici.unlp.edu.ar/bitstream/handle/10915/26338/Documento_completo__.%20Debates% 20y%20perspectivas%20en%20torno%20a%20la%20discapacidad%20en%20America%20Latina.p df?sequence=1 REVISTA NEXOS DE ABRIL 2017 http://www.nexos.com.mx/?cat=3377 DESIGUALDAD Y CLASES SOCIALES ESTUDIOS SOBRE LA ESTRUCTURA SOCIAL PARAGUAYA

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Coordinadores: Insumisos Latinoamericanos

LECTURAS 1ª SEMANA DE ABRIL 2017

LIBRO EL ROSTRO DIFUMINADO DE LA SOCIEDAD 2020 EN AMÉRICA LATINA .PDF

https://www.academia.edu/32106089/el_rostro_difuminado_de_la_sociedad_2020_en_america_latina_.pdf

DEBATES Y PERSPECTIVAS EN TORNO A LA DISCAPACIDAD EN AMÉRICA LATINA /

http://sedici.unlp.edu.ar/bitstream/handle/10915/26338/Documento_completo__.%20Debates%20y%20perspectivas%20en%20torno%20a%20la%20discapacidad%20en%20America%20Latina.pdf?sequence=1

REVISTA NEXOS DE ABRIL 2017

http://www.nexos.com.mx/?cat=3377

DESIGUALDAD Y CLASES SOCIALES ESTUDIOS SOBRE LA ESTRUCTURA SOCIAL PARAGUAYA

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Luis Ortiz. [Coordinador]

Fernando Cortés. Ramón Fogel. Luis Galeano. Carlos Gómez. Marcello Lachi. Luis Ortiz. Marielle Palau. Milda Rivarola. José Carlos Rodríguez. Verónica Serafini Geoghegan. Clyde Soto.

Fabricio Vázquez. [Autores de Capítulo]

http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/se/20161114051656/DESIGUALDAD_Y_CLASES_SOCIALES.pdf

CULTURA MAINSTREAM: CÓMO NACEN LOS FENÓMENOS DE MASAS.

Autor: Frederic Martel País: Francia Temática: Antropología, Estudios culturales Editorial: Taurus Descarga: http://bit.ly/2c7a2yN

CIUDADES INTELIGENTES

http://www.nexos.com.mx/?p=31883

PENSAMIENTO CRÍTICO

http://pensamientocriticoiigg.sociales.uba.ar

RAQUEL GUTIÉRREZ AGUILAR CON PABLO IGLESIAS // OTRA VUELTA DE TUERKA

https://www.youtube.com/watch?v=NtAETkGTOfI

ESTIMADOS AMIGOS:

EN LAS ÚLTIMAS ENTRADAS DEL BLOG DE RIIN SE HA COLGADO INFORMACIÓN ACERCA DE CONVOCATORIAS DE REVISTAS, QUE INTERESARÁ A MUCHOS DE

USTEDES.

Copio a continuación esos enlaces, para facilitar su consulta, y aprovecho para requerirles noticias de otras convocatorias que consideren de interés (también sobre congresos), para compartirlas entre todos:

https://redinvestigadoresidentidadesnacionales.wordpress.com/2017/03/29/desde-repique-revista-de-ciencias-sociales-se-reitera-la-convocatoria-para-el-num-2/

https://redinvestigadoresidentidadesnacionales.wordpress.com/2017/03/28/convocatoria-de-revista-latina-de-sociologia/

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https://redinvestigadoresidentidadesnacionales.wordpress.com/2017/03/24/convocatoria-de-urvio-revista-latinoamericana-de-estudios-de-seguridad-num-21/

https://redinvestigadoresidentidadesnacionales.wordpress.com/2017/02/28/num-3-de-la-revista-voces-de-la-educacion/

Saludos cordiales

CRISIS CIVILIZATORIA Y SUPERACIÓN DEL CAPITALISMO

https://www.google.com.mx/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://ru.iiec.unam.mx/2374/1/PDF(7)-CRISISCIVILIZATORIA-IMPRESI%25C3%2593N-13-08-2013Cortado.pdf&ved=0ahUKEwjE-oL_sf3SAhUC8IMKHVmoAFQQFggmMAI&usg=AFQjCNGbAH3KNHD-wDzrOx6CVFMaKf3c6Q&sig2=oRsPBnMHJXLWknXz7BsnAQ

LA QUIEBRA DE LA RAZÓN DEL CAPITALISMO GLOBAL: 2000-2030

https://www.ecologistasenaccion.org/IMG/pdf/el_inicio_del_fin_de_la_energia_fosil.pdf LOS ORÍGENES ORIENTALES DE LA CIVILIZACIÓN DE OCCIDENTE Libro completo: http://bit.ly/2nakl5b

SOCIOLOGÍA DEL SABER

https://www.google.com.mx/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.mercaba.org/Filosofia/Scheller/Scheller%2520Max.Sociologia%2520del%2520saber.pdf&ved=0ahUKEwi9mYyNpv3SAhWC7oMKHblmAcIQFggaMAA&usg=AFQjCNFkCCZ7i2dNeirsgOmueBHdddZb4g&sig2=eQtV6cFm5lKbrd0cM2nuLA

CULTURA POLÍTICA Y CAMBIO POLÍTICO EN MÉXICO

http://elmejorblogdeantropologia.blogspot.com/2017/03/cultura-politica-y-cambio-politico-en_28.html

GILLES DELEUZE BIBLIOGRAFÍA COMPLETA

https://agendasociocultural.wordpress.com/2017/03/29/gilles-deleuze

EL USO DE LA IMAGEN COMO DOCUMENTO HISTÓRICO

https://mega.nz/#!IkkiRCJI!KNL8BA2AnAuYiJw78FMaA1n8NjBpL6yg9pQVQak9B4c

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MÉXICO INSURGENTE

http://www.memoriapoliticademexico.org/Textos/6Revolucion/1913MIS.pdf

LIBRO. MÉXICO, REGIONES QUE CAMINAN HACIA LA SUSTENTABILIDAD. UNA GEOPOLÍTICA DE LAS RESISTENCIAS BIOCULTURALES.

http://www.uccs.mx/downloads/index.php?id=file_58353e9b149b1

ARTE Y CIENCIA MUNDOS CONVERGENTES, CASTRO, 1 ED

http://depositfiles.com/files/301396ldd - LIBRO: "Q´ERO, EL ÚLTIMO AYLLU INKA" - Editores: Jorge Flores Ochoa, Juan Nuñez del Prado Bejar y Manuel Castillo Farfán https://mega.nz/#!m8tQTDoZ!WH3HiGcdihDVKXzbsnSRdl_hlcYkd4Ov7xZ0Fv8zfBE

EDUCAR EN LAS REDES SOCIALES

https://colegiosalesianos.wordpress.com/2015/11/19/educar-en-las-redes-sociales/

INTELIGENCIAS-MULTIPLES.PDF - GOOGLE DRIVE

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DYmZ4UXBOTU9STFE/view

APRENDIZAJE-COOPERATIVO.PDF - GOOGLE DRIVE

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DU055SUw5Rm1FZG8/view

EGGEN-Y-KAUCHAK-ESTRATEGIAS-DOCENTES.PDF - GOOGLE DRIVE

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DYjg1N09hb1IzU0k/view

ANDER-EGG-UN-PUENTE-ENTRE-LA-ESCUELA-Y-LA-VIDA.PDF - GOOGLE DRIVE

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DUFdkZzB1MWJJRDg/view

ANDER-EGG-DEBATES-Y-PROPUESTAS.PDF - GOOGLE DRIVE

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DaWpDSmVMMHNsOUE/view

TOMLINSON-EL-AULA-DIVERSIFICADA-ESCANEADO.PDF - GOOGLE DRIVE

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DRW5maFVtdkh5Rjg/view

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ESTRATEGIAS-DE-ENSENANZA-GUIA-PARA-UNA-MEJOR-INSTRUCCION.PDF - GOOGLE DRIVE

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DN3BZVlNaVVUtSEE/view

COMO-DESARROLLAR-CONTENIDOS-APLICANDO-LAS-INTELIGENCIAS-MULTIPLES.PDF - GOOGLE DRIVE

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DLWR4RTZHbDVCSEU/view

ANDER-EGG-EZEQUIEL-CAP-5-LA-TEORIA-DE-LAS-IM-Y-SU-APLICACION.PDF - GOOGLE DRIVE INTELIGENCIAS MÚLTIPLES

https://drive.google.com/file/d/0B4n78NV46s-DRVJ3azhEX282cjg/view

BOLETIM SÍNTESE, Nº 02/2017, CHAMADA DE TRABALHOS ECONOMIA ECOLÓ DIREITO

Recibidos x

[email protected]>

Prezado(a) Colega:

Neste boletim confira a chamada de trabalhos para eventos técnico-científicos que acontecerão no segundo sem ações científico-educacionais e culturais da Síntese.

Chamada de Trabalhos, Prazo 14/04/2017 - XII Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica

O XII Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (ECOECO) sob a temática geral "E ambiental em tempos de crise", está recebendo propostas de trabalho até o dia 19/04/2017.

Participe! Acesse agora http://www.ecoeco2017.sinteseeventos.com.br) e encaminhe sua colaboração.

Com sua programação estruturada em Conferências, Mesas-Redondas e Sessões de Apresentação de Trabalho a de vista do pluralismo teórico-metodológico, soluções que promovam a recuperação econômica do país

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garantindo a prudência ecológica, a justiça social e a eficiência econômica.

Chamada para Propostas de GT. Prazo 20/04/2017! V Encontro Nacional de Antropologia do Direito

O V ENADIR - Encontro Nacional de Antropologia do Direito receberá até o próximo dia 20/04/2017 prop trabalho, que irão compor compor a programação oficial do Encontro.

Acesse http://enadir-2017.blogspot.com.br e envie sua A partir de 05/05/2017, será aberto o prazo para envio de propostas de trabalho (resumos) para os GTs selecionad

O evento será realizado de 28 a 31 de agosto de 2017, no Conjunto Didático de Filosofia e Ciências Sociais, na US

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Nesse roteiro, é possível vivenciar um final de semana na cidade de São Luiz do Paraitinga (SP), localizada a 17 Vale do Paraíba. São Luiz do Paraitinga é conhecida por suas expressivas possibilidades de contato com a na além de possuir um valioso patrimônio histórico, além da cultura imaterial que ali viceja, mantida pelas tradições Natureza, você, sua família e amigos poderão conciliar descanso, hospedando-se em bucólica pousada local; na margens da Serra do Mar; boa gastronomia regional; aventura, com passeio opcional de "rafting"; históri arquitetônico do final do século XVIII; e cultural oral, por meio de evento exclusivo com contador de histó informações e garanta sua reserva! As próximas saídas acontecem nos dias 7 de abril e 23 de junho de 2017.

Giro Cultural da USP, roteiro A USP e a São Paulo Modernista

Inscreva-se gratuitamente para as próximas saídas do roteiro.

III Encontro Internacional Participação, Democracia e Políticas Públic

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Programe suas viagens de lazer e trabalho com a Síntese Viagens

A Síntese oferece uma nova ferramenta on-line para que você poss

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passagens aéreas, hospedagem e pacotes para suas viagens a lazer

Acesse aqui e comece a planejar e realizar seus novos sonhos!

Síntese Eventos, Viagens e Intercâmbio Científico-Cultural Sinteseeventos.com.br Facebook.com/sinteseeventos Twitter @sinteseeventos [email protected]

- LIBRO: "DEL REGRESO DEL INCA A SENDERO LUMINOSO. VIOLENCIA Y POLÍTICA MESIÁNICA EN EL PERÚ" - Autores: Gilberto Aranda - Miguel Ángel Lopez - Sergio Salinas C. https://mega.nz/#!n48XADiJ!5mj6BZkOdyfrkowA5w8XWZFpYxbR2xxl95MhtoKjdzs

ENSAYO: LOS COMBATES: LA “GUERRA CONTRA LAS DROGAS” DE FELIPE CALDERÓN

Alejandro Madrazo Lajous • Jorge Javier Romero Vadillo • Rebeca Calzada Olvera Los autores revisan aquí la actuación de las fuerzas del Estado durante los primeros años de la “guerra contra las drogas”. El análisis demuestra que la estrategia contra el crimen organizado constó de prácticas institucionales poco o nada controladas, y fue agresiva, improvisada, crecientemente letal. Con datos de la Base CIDE-PPD, este ensayo demuestra que los resultados fueron catastróficos, tanto para la seguridad como para los derechos humanos http://www.nexos.com.mx/?p=31818

MICROEMPRESAS: SU NEGOCIO ES SOBREVIVIR

Capítulo 1: Trabajar para el sueño propio http://www.estepais.com/articulo.php?id=913&t=microempresas-su-negocio-es-sobrevivir

REVISTA SIN PERMISO

http://www.sinpermiso.info Hay 9704 documentos en la web. Mostramos en portada los últimos publicados Reino de España: Cassandra y la retroactividad de la Ley Mordaza G. Buster 02/04/2017 Como los banqueros se convirtieron en los mayores explotadores. Entrevista Michael Hudson 29/03/2017 “La revolución es de entrada decir No al poder que hay”. Entrevista

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Wassyla Tamzaly 28/03/2017 EE UU: Trump en el sótano Doug Henwood 28/03/2017 Euskal Herria: “Hemos elevado el listón de la solidaridad con las personas más machacadas de nuestra sociedad”. Entrevista Iosu Balmaseda 01/04/2017 Nicaragua: El diablo en el cuerpo Sergio Ramírez 28/03/2017 Japón en el laboratorio: economía política del Abenomics Alejandro Nadal 29/03/2017 ¿Es posible la ruptura en Catalunya? Jordi López Santín 02/04/2017 México: La muerte tiene permiso Adolfo Gilly 29/03/2017 Unión Europea: A varias velocidades, de frente, ¡marchen! Francisco Louça 30/03/2017 Galicia: En Marea es una encrucijada Antón Dobao 02/04/2017 Libia: un "estado fallido" en manos de las milicias y las fuerzas de intervención imperialistas Paul Martial Kamel Abdallah 30/03/2017 Unión Europea: un tercer espacio, desobediente y constructivo, Entrevista Yanis Varoufakis 31/03/2017 ¿Madres de la nación? Notas sobre el derecho al aborto, la natalidad y los cambios en Cuba Ailynn Torres Santana 31/03/2017 Informe pos-electoral: primarias en Honduras Javier Calderón Castillo 28/03/2017 Francia 1917: Mujeres en lucha Timothée Vilars 31/03/2017 Ecuador: El plan económico de Guillermo Lasso es el dogma del liberalismo económico Juan Pablo Jaramillo 31/03/2017 Paraguay: ¿Habrá una explosión en el mes de la guerra? Paulo César López 31/03/2017 Argentina: tres de cada diez personas son pobres y dos de cada diez pobres son indigentes Claudio Lozano Tomás Raffo

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Samantha Horwitz y Javier Rameri 31/03/2017 Brasil en la batalla contra la reforma de la Previsión Social Eduardo Fagnani et alteri 01/04/2017 Brexit: el precio del divorcio Eddie Ford 01/04/2017 Argentina: A 40 años de la desaparición de Rodolfo Walsh Diego Igal 31/03/2017 Cataluña: Del sindicalismo de resistencia al de ofensiva Javier Pacheco 31/03/2017 Rusia: ¿Que ocurrió el 26 de marzo? El movimiento contra la corrupción y las perspectivas para la izquierda Ilya Budraitskis Kiril Medvedev 01/04/2017 Amianto: un caso prístino de tolerancia cero Paco Puche 28/03/2017 Venezuela: Choque de legitimidades. Dossier Alba Ciudad FM Roberto López Sánchez Toby Valderrama y Antonio Aponte Rolando Astarita 02/04/2017

REVISTA VIENTO SUR

http://vientosur.info

25 años de viento sur. Presentación del nº 150 29/03/2017 |

Con este número 150 nuestra revista cumple 25 años y los celebramos con un especial de 31 artículos en torno al tema general “1917-2017: Repensar la revolución”, organizados en 8 bloques temáticos. Desde que en febrero de 1992 salió el número 1, hemos recorrido un largo camino que no habría sido posible sin el esfuerzo que dedicó hasta su fallecimiento en enero de 2014 su editor fundador Miguel Romero. Con él y después de él, hemos podido contar con el que ha ido aportando una larga lista de gente amiga en la redacción, en la edición, en la traducción, en la colaboración con artículos o, simplemente, suscribiéndose y visitando regularmente nuestro web.

Como decimos en este número, gracias por compartir este proyecto. Durante las próximas semanas iremos anunciando actos de presentación en distintas localidades

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del Estado español y esperamos poder recoger también en ellos sugerencias y propuestas para ir mejorando nuestra revista.

Barcelona, 6 d’abril de 2017, 19:00 h Repensar la revolució Intervienen: Nuria Alabao, Quim Arrufat, Josep Maria Antentas Ateneu Rebel. C/Fonthonrada 32-34, metro L3 parada Poble Sec.

Tribuna VIENTO SUR

El desarme de ETA… y más allá 02/04/2017 | Petxo Idoyaga

El desarme de ETA es un motivo de alegría y puede ser –esperamos que sea- una nueva condición favorable para el desarrollo de la izquierda abertzale y del soberanismo socialista vasco en su conjunto.

Corea del Norte

Reportaje de una visita 02/04/2017 | Federico Ticchi

¿Por qué elegí Corea de Norte? Un lugar extraño y tal vez un poquito peligroso. “El país más aislado en el mundo, el último bastión comunista.

Entrevista a Cinzia Arruzza

“Las feministas actualmente están marcando el camino” 02/04/2017 | Penelope Duggan

[Después las más grandes y amplias movilizaciones nunca antes vistas alrededor de un coordinado llamado internacional este 8 de Marzo, Día internacional de la Mujer, Penelope Duggan de International Viewpoint platicó con Cinzia Arruzza, una de las organizadoras de la Huelga de Mujeres en EUA y reconocida escritora y activista feminista marxi.

Centenario de la Revolución rusa

Antes de febrero 02/04/2017 | Todd Chretien

La profundidad de la crisis social, económica y militar en Rusia, la conciencia política y la organización de la clase obrera y la creciente revuelta entre soldados, campesinos, estudiantes y nacionalidades oprimidas fue más lejos que cualquier otra en el mundo durante el invierno de 1916-17.

Experiencias municipalitas

Ecología, capital, ciudad 01/04/2017 | Juanjo Álvarez

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Se trata de poner en juego transformaciones que ataquen el hecho de que el capital mercantiliza la ciudad, mercantiliza las relaciones y mercantiliza la propia vida de las clases subalternas.

OTAN

El brazo armado de EE UU y sus aliados 01/04/2017 | Yvan Lamaitre

Alemania “debe enormes sumas de dinero” a la Otan y a Estados Unidos que le “proporcionan una defensa muy poderosa y muy costosa”... Este ataque en regla de Trump está dirigido también a los otros 27 Estados miembros de la OTAN y expresa la voluntad de Estados Unidos de presionar a sus aliados para que refuercen su dispositivo militar.

Introducción de C.A. Udry

Treinta años después de la Revolución rusa 30/03/2017 | Victor Serge

Cuando se multiplican los escritos consagrados al centenario de las "revoluciones rusas", febrero-octubre 1917, resulta evidente la utilidad de publicar, de nuevo, esta contribución de Víctor Serge, datada de julio-agosto de 1947.

Hacer chistes sobre el franquismo es terrorismo para la Audiencia Nacional

En solidaridad con Cassandra Vera y sus tuits sobre Carrero Blanco 30/03/2017 | Petxo Idoiaga

Un año de prisión es lo que le ha caído como condena a Cassandra Vera, por 13 tuits que publico entre 2013 y 2016 sobre el atentado mortal de ETA contra el Viecepresidente del Gobierno de Franco el 20 de diciembre de 1973.

25 años de viento sur. Presentación del nº 150 29/03/2017 |

Con este número 150 nuestra revista cumple 25 años y los celebramos con un especial de 31 artículos en torno al tema general “1917-2017: Repensar la revolución”, organizados en 8 bloques temáticos.

Informe de la Comisión Asturiana de Verificación de los Derechos Humanos

Colombia: esperanza y muerte en un incierto proceso de paz 29/03/2017 | Jesús de la Roza

[Acaba de retornar de Colombia la XIII Comisión Asturiana de Verificación de los Derechos Humanos en Colombia. Se trata de una iniciativa surgida al calor de las actividades que

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viene desarrollando desde hace más de 15 años el Colectivo de Colombianos Refugiados en Asturias Luciano Romero, grupo que surgió a raíz de un una propuesta instit.

Historia de la Revolución rusa

Capítulo III: El proletariado y los campesinos 29/03/2017 | Leon Trotsky

El proletariado ruso había de dar sus primeros pasos bajo las condiciones políticas de un Estado despótico. Las huelgas ilegales, las organizaciones subterráneas, las proclamas clandestinas, las manifestaciones en las calles, los choques con la policía y las tropas del ejército: tal fue su escuela, fruto del cruce de las condiciones del ca.

Sanidad

Por qué las personas con fibrosis quística de Canadá viven más tiempo que las de EE UU 29/03/2017 | Aaron E. Carroll

La fibrosis quística es un trastorno hereditario que afecta a los pulmones, el páncreas, el intestino y otros órganos. Los enfermos de fibrosis quística superan en promedio la edad de 40 años en EE UU, mientras en Canadá superan la edad de 50 años.

Entrevista a Michael Heinrich

El Capital: una obra colosal “para desenmascarar un sistema completo de falsas percepciones” 29/03/2017 | Jérôme Skalski

2017: un sesquicentenario. ¿De qué? De la publicación de El Capital de Carlos Marx. Michael Heinrich, politólogo y matemático, autor de Ce qu’est le Capital de Marx, libro que se publicará dentro de unos días en Éditions Sociales, analiza en el mismo la génesis y el desarrollo de El Capital.

oxfman.app.box.com | Bancos en el exilio

Cómo los principales bancos europeos se benefician de los paraísos fiscales 28/03/2017 | Oxfman

Grandes empresas, incluidos los bancos, llevan mucho tiempo trasladando artificialmente los beneficios obtenidos en países con tipos del impuesto de sociedades más justos hacia países con tipos muy bajos o nulos.

Actuar en Europa con los pies en el suelo 28/03/2017 | Francisco Louça

El diario Público inició un debate sobre el tema ¿Se abren o se cierran oportunidades para el cambio en Europa?, al que fui invitado a participar, junto a sus lectores y lectoras.

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"De mayo a junio, historia de un cambio"

Cuando todo empezó a cambiar 27/03/2017 | Antonio Crespo Massieu

El 18 de febrero se estrenó en el Teatro del Barrio de Madrid la obra “De mayo a junio” de Pedro Granero que este 29 de marzo, a las 22,30 h, vuelve a ponerse en escena.

Elecciones presidenciales

Ecuador: entre el cambio y la continuidad 27/03/2017 | Decio Machado

El próximo domingo (2 de abril), 12,8 millones de electores ecuatorianos decidirán quien será su próximo presidente. Los contendientes en esta disputa electoral son Lenín Moreno por parte del partido gobernista Alianza PAIS y el líder conservador Guillermo Lasso de CREO.

60 aniversario del Tratado de Roma

¿Qué celebramos en Roma? 27/03/2017 | Miguel Urbán

Este sábado [25 de marzo] se celebra el aniversario del Tratado de Roma, acuerdo fundacional de la Unión Europea. Podríamos decir que sesenta años después de su fundación, la Unión Europea se ha convertido en la mayor máquina de generar euroescepticismo, al poner en práctica el conjunto de políticas que están llevando a la pauperizaci.

Francia

Marine Le Pen: "Poner la República en orden" 27/03/2017 | Soledad Bengoechea, Maria Cruz Santos

Más de una cuarta parte de la Francia actual, titubeante en lo económico, desdibujada en Europa y castigada por el terrorismo yihadista, se ha visto reflejada en el partido de Marine Le Pen, el Frente Nacional (FN), fundado por su padre, Jean-Marie Le Pen, en 1972.

Tribuna VIENTO SUR

¿Quién dice que es anticonstitucional el referéndum catalán? 26/03/2017 | Martí Caussa

En pocos días han aparecido dos manifiestos de signo opuesto sobre la constitucionalidad del referéndum, los dos firmados por centenares de juristas.

RAZÓN PÚBLICA ACTUALIZA CONTENIDOS

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http://www.razonpublica.com

LA ÚLTIMA PALABRA DE BAUMAN: "EL FUTURO ES UN ESCENARIO LLENO DE PESADILLAS"

http://www.elmundo.es/papel/futuro/2017/04/02/58de41c9e5fdea7d268b4584.html

En su ensayo póstumo, que ahora ve la luz, Bauman vincula la ansiedad que provoca la 'modernidad líquida' con el auge de la nostalgia y

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la búsqueda de consuelo en un pasado que jamás volverá. Lo adelantamos en exclusiva. Fallecido hace tres meses, el sociólogo concedió una de sus últimas entrevistas

a PAPEL: "En el mundo actual todas las ideas de felicidad acaban en una

tienda". • Zygmunt Bauman

02/04/2017 11:37

Esto (por si lo han olvidado) es lo que Walter Benjamin escribió a comienzos de la década de 1940 en su TESIS DE FILOSOFÍA DE LA HISTORIA acerca del mensaje representado por el ANGELUS NOVUS (que él llamó ÁNGEL DE LA HISTORIA), pintado por Paul Klee en 1920: «EL ROSTRO DEL ÁNGEL DE LA HISTORIA ESTÁ VUELTO HACIA EL PASADO. DONDE NOSOTROS PERCIBIMOS UNA CADENA DE HECHOS, él ve una catástrofe única que no cesa de amontonar escombros que aquella va arrojando a sus pies. AL ÁNGEL LE GUSTARÍA QUEDARSE, DESPERTAR A LOS MUERTOS Y RECOMPONER LO QUE HA QUEDADO REDUCIDO A PEDAZOS. PERO UNA TEMPESTAD SOPLA DESDE EL PARAÍSO Y ESTA SE HA ENREDADO CON TAL FUERZA EN SUS ALAS QUE EL ÁNGEL YA NO PUEDE PLEGARLAS. ESE VENDAVAL LO EMPUJA DE MANERA IRRESISTIBLE HACIA EL FUTURO, AL CUAL DA LA ESPALDA, MIENTRAS EL MONTÓN DE RUINAS CRECE ANTE ÉL ALZÁNDOSE HACIA EL CIELO. Es el huracán que nosotros llamamos progreso». Si examináramos detenidamente el cuadro de Klee casi un siglo después de que Benjamin plasmara por escrito su insondablemente profunda y, en el fondo, incomparable apreciación, volveríamos a sorprender al Ángel de la Historia en pleno vuelo. Pero lo que tal vez nos llamaría más la atención sería el giro de 180 grados, la maniobra de cambio de sentido que advertiríamos en su movimiento: su rostro vuelto del pasado hacia el futuro, sus alas impelidas hacia atrás por el tormentoso viento que soplaría esta vez desde el imaginado, previsto y temido por adelantado infierno del futuro en dirección al paraíso del pasado (tal como, probablemente, este es imaginado en retrospectiva después de haberse perdido y haber quedado reducido a ruinas), un empuje -ahora como entonces- tan poderosamente violento sobre esas alas «que el ángel ya no puede plegarlas».

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Podríamos concluir que pasado y futuro son captados en ese cuadro en pleno intercambio de sus virtudes y defectos respectivos, según los entendió Klee (o, al menos, eso insinuó Benjamin) cien años antes. Es ahora el futuro, cuya hora de ser sometido a escarnio parece haber llegado tras haber sido ya tachado en su momento de poco fiable e inmanejable, el que asignamos a la columna del debe. Y le toca el turno al pasado de ser clasificado en la del haber, pues tiende a ser situado en un contexto (real o supuesto) de verdadera libertad de elección y de esperanzas todavía no desacreditadas. La nostalgia, como bien ha sugerido Svetlana Boym, profesora de literatura eslava en la Universidad de Harvard, «es un sentimiento de pérdida y desplazamiento, pero también un idilio romántico con nuestra propia fantasía personal». Aunque en el siglo XVII la nostalgia se trataba como si fuera una enfermedad bastante curable -que unos médicos suizos, por ejemplo, recomendaban remediar con opio, sanguijuelas y una excursión a la montaña-, «llegado el siglo XX, lo que era una dolencia pasajera se había convertido ya en el incurable trastorno que es hoy. El siglo XX comenzó con una utopía futurista y concluyó sumido en la nostalgia». El diagnóstico de Boym es claro: el mundo moderno está aquejado de «una epidemia global de nostalgia, un anhelo afectivo de una comunidad dotada de una memoria colectiva, un ansia de continuidad en un mundo fragmentado», y propone que veamos esa epidemia como «un mecanismo de defensa en una época de ritmos de vida acelerados y convulsiones históricas». Dicho «mecanismo de defensa» consiste esencialmente en «la esperanza de reconstruir ese hogar ideal que subyace a la esencia misma de muchas y poderosas ideologías actuales, y que nos tienta a que renunciemos al pensamiento crítico para entregarnos a la vinculación emocional». Y la propia Boym advierte: «El peligro de la nostalgia radica en que tiende a confundir el hogar real y el imaginario». Finalmente, esta profesora de Harvard nos ofrece una pista de dónde buscar para encontrar (con toda probabilidad) tales peligros: concretamente, en cierta nostalgia «restauradora», que es precisamente una característica de los «renaceres nacionales y nacionalistas en todo el mundo, empeñados en fabricar mitos antimodernos de la historia a través de la vuelta a los símbolos y la mitología nacionales y, a veces también, de la reutilización de teorías de la conspiración». Permítanme señalar que la nostalgia solo es un miembro más de la muy extensa familia de relaciones de afecto con «otro lugar». Esta forma de

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afecto y, por ende -y por extensión-, todas las tentaciones y trampas cuya presencia Boym detectó en la actual «epidemia global de nostalgia» han sido ingredientes endémicos e inseparables de la condición humana, por lo menos, desde el momento -difícil de precisar con exactitud- en que se descubrió la opcionalidad de las elecciones humanas; o -para ser más precisos- lo han sido desde que se descubrió que la conducta humana es, y solo puede ser, una cuestión de libre elección y que (aplicando la artificialísima artimaña de la proyección) el mundo del aquí y el ahora no es más que uno entre un número indefinible de mundos posibles (pasados, presentes y futuros). En la particular carrera de relevos de la historia, la «epidemia global de nostalgia» tomó el testigo de manos de una «epidemia de exaltación del progreso» que, a ritmo tan paulatino como imparable, no cesaba de globalizarse. De todos modos, la persecución prosigue ininterrumpida. Podría cambiar de dirección e incluso de pista de competición, pero no se detendrá. Kafka intentó captar en palabras ese imperativo interno, inextinguible e insaciable, que nos tiene bajo su mando y que, probablemente, seguirá teniéndonos así hasta el fin de los tiempos: «ESCUCHÉ EL SONIDO DE UNA TROMPETA Y PREGUNTÉ A MI CRIADO A QUÉ VENÍA AQUELLO. ÉL NADA SABÍA NI NADA HABÍA OÍDO. EN EL PORTALÓN, ME DETUVO Y ME PREGUNTÓ: -¿Adónde va el señor? -No lo sé -le dije-, fuera de aquí, solo fuera de aquí. Fuera de aquí, nada más: es el único modo de que alcance mi objetivo. -¿Conoce usted su objetivo? -preguntó él. -Sí -le respondí-. Te lo acabo de decir. Fuera de aquí: ese es mi objetivo»

"EL FUTURO YA NO ES EL HÁBITAT NATURAL DE LAS ESPERANZAS, SINO UN ESCENARIO DE PESADILLAS: PERDER EL TRABAJO, NUESTRO HOGAR..."

Quinientos años después de que Tomás Moro pusiera el nombre de UTOPÍA al milenario sueño humano del retorno a un paraíso o de instauración de un cielo en la Tierra, el círculo de una nueva tríada hegeliana formada por una doble negación está próximo actualmente a completarse. Toda vez que las posibilidades de la felicidad humana (ligada desde Moro a un TOPOS, a un lugar fijo, una polis, una ciudad, un Estado soberano, regidos en cualesquiera de los casos por un gobernante sabio y benevolente) han sido «desfijadas», desligadas de un

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topos determinado, al tiempo que individualizadas, privatizadas y personalizadas (FILIALIZADAS, por emplear un término del derecho societario, sobre las cargadas espaldas de los individuos humanos que las llevan así cual caracoles con su propia casa a cuestas), les ha llegado ahora el turno de ser negadas por aquello que tan valientemente ellas mismas trataron de negar sin éxito. De esa doble negación de la utopía de corte moroano -es decir, de su rechazo, primero, seguido de una resurrección- surgen actualmente retrotopías, que son mundos ideales ubicados en un pasado perdido/robado/abandonado que, aun así, se ha resistido a morir, y no en ese futuro todavía por nacer (y, por lo tanto, inexistente) al que estaba ligada la utopía dos grados de negación antes: «SEGÚN EL POETA IRLANDÉS OSCAR WILDE, CUANDO LLEGÁSEMOS A LA TIERRA DE LA ABUNDANCIA, DEBERÍAMOS VOLVER A FIJAR NUESTRA VISTA EN EL HORIZONTE MÁS LEJANO E IZAR DE NUEVO LAS VELAS. 'Progreso es hacer realidad las utopías', ESCRIBIÓ. PERO EL HORIZONTE LEJANO ES UN ESPACIO VACÍO. LA TIERRA DE LA ABUNDANCIA ESTÁ ENVUELTA EN LA NIEBLA. JUSTO CUANDO DEBERÍAMOS ESTAR AFRONTANDO LA HISTÓRICA LABOR DE IMBUIR DE SENTIDO ESTA RICA, SEGURA Y SALUDABLE EXISTENCIA, HEMOS OPTADO POR ENTERRAR LA UTOPÍA. NO HAY NINGÚN SUEÑO NUEVO QUE LA REEMPLACE, PORQUE NO PODEMOS IMAGINAR UN MUNDO MEJOR QUE EL QUE TENEMOS. DE HECHO, EN LOS PAÍSES RICOS, UNA MAYORÍA DE LA POBLACIÓN PIENSA QUE LOS HIJOS SERÁN MÁS POBRES EN REALIDAD DE LO QUE HOY LO SON SUS PADRES Y MADRES (QUIENES ASÍ OPINAN VAN DESDE EL 53% DE LOS PROGENITORES EN AUSTRALIA HASTA EL 90 % DE LOS MISMOS EN FRANCIA). Los padres de los países ricos prevén que sus hijos estarán en peor situación que ellos (en porcentaje)». Quien así escribe es Rutger Bregman en su más reciente libro (de 2016), UTOPIA FOR REALISTS [Utopía para realistas], subtitulado ARGUMENTOS PARA LA RENTA BÁSICA UNIVERSAL, FRONTERAS ABIERTAS Y UNA SEMANA DE TRABAJO DE QUINCE HORAS. La privatización/individualización de la idea de progreso y de la búsqueda de mejoras en la vida fue algo que los poderes establecidos supieron vender muy bien (y que la mayoría de sus súbditos compraron)

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como una forma de liberación: una ruptura con las duras exigencias de la subordinación y la disciplina, pero al precio de perder los servicios sociales y la protección del Estado. Para un elevado (y creciente) número de súbditos, tal liberación terminó teniendo (lenta pero inexorablemente) tanto de bendición como de maldición, cuando no más de esta última (en dosis todavía crecientes). Las molestias de las restricciones fueron sustituidas por unos riesgos no menos degradantes, aterradores y enervantes, riesgos de los que inevitablemente está saturada esa situación de independencia personal por decreto. El miedo a no contribuir (y a los consiguientes correctivos por tal ausencia de aportación) que se calmaba con aquella conformidad u obediencia de antaño, predecesora inmediata de la situación actual, fue reemplazado por un no menos angustioso terror a la incompetencia, a no dar la talla. A medida que los viejos temores fueron cayendo en el olvido y los nuevos adquirieron mayor magnitud e intensidad, el ascenso y el descenso, la progresión y la regresión, intercambiaron sus posiciones respectivas: al menos, así fue para un creciente número de peones involuntarios de esta partida, condenados a la derrota (o así era como se sentían, cuando menos). Esto impulsó los péndulos del modo de pensar y la mentalidad populares en el sentido opuesto al anterior: de depositar las esperanzas generales de mejora en un futuro incierto y manifiestamente poco fiable, pasaron a depositarlas en un pasado de vago recuerdo, valorado por su presunta estabilidad y (por lo tanto) también por su presunta fiabilidad. Con semejante giro de 180 grados, el futuro se ha transformado y ha dejado de ser el hábitat natural de las esperanzas y de las más legítimas expectativas para convertirse en un escenario de pesadillas: el terror a perder el trabajo y el estatus social asociado a este, el terror a que nos confisquen el hogar y el resto de nuestros bienes y enseres, el terror a contemplar impotentes cómo nuestros hijos caen sin remedio por la espiral descendente de la pérdida de bienestar y prestigio, y el terror a ver las competencias que tanto nos costó aprender y memorizar despojadas del poco valor de mercado que les pudiera quedar. El camino hacia el futuro guarda así para nosotros un asombroso parecido con una senda de corrupción y degeneración. ¿Acaso no podría aprovecharse el camino de vuelta, hacia el pasado, para convertirlo en una ruta de limpieza de todos esos daños cometidos por los futuros que sí se hicieron presentes en algún momento? El impacto de un giro así, como argumentaré en este libro, se deja sentir de un modo visible y palpable en todos los niveles de cohabitación social,

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ya sea por la cosmovisión emergente a él asociada, ya sea por las estrategias de vida que esa cosmovisión insinúa y gesta. [...] Lo que yo llamo retrotopía es un derivado de la ya mencionada negación de segundo grado: la negación de la negación de la utopía. Esta nueva negación comparte con el legado de Tomás Moro su fijación por un topos territorialmente soberano: una tierra firme que se presume capaz de proveer -y, a lo mejor, hasta de garantizar- un mínimo aceptable de estabilidad y, por consiguiente, un grado satisfactorio de confianza en nosotros mismos. En lo que difiere de ese legado, sin embargo, es en su aprobación, absorción e incorporación de las contribuciones/correcciones practicadas por su predecesor inmediato: en concreto, la sustitución de la idea de la perfección suprema por el supuesto del carácter no definitivo y endémicamente dinámico del orden que promueve, lo que da pie a la posibilidad (y, más aún, a la deseabilidad) de una sucesión indefinidamente larga de cambios adicionales que semejante idea deslegitimaría y excluiría a priori. Fiel al espíritu utópico, la retrotopía debe su fuerza a que transmite la esperanza de reconciliar, por fin, la seguridad con la libertad: una hazaña que ni el ideal original ni su negación primera trataron de alcanzar -ni, en caso de haberlo intentado, consiguieron [...] A raíz del ahondamiento de la brecha de separación entre poder y política (es decir, entre la capacidad de conseguir que se hagan cosas y la de decidir qué cosas habría que hacer, facultad esta última de la que, en tiempos, estuvo investido el Estado territorialmente soberano), la idea original de buscar la felicidad humana a través del diseño y la construcción de una sociedad más receptiva a las necesidades, los sueños y los anhelos humanos terminó considerándose cada vez más nebulosa por falta de una agencia que pareciera apta para afrontar la grandiosidad de tal tarea y el reto representado por su formidable complejidad. Como Peter Drucker expresó sin ambages (inspirado en parte quizá por aquella máxima thatcheriana de que THERE IS NO ALTERNATIVE [«no queda otra alternativa»]), ya no se divisa en el futuro ninguna sociedad que ligue de una vez por todas la perfección individual a la social, y tampoco sirve de nada esperar que la salvación vaya a venir de la sociedad. Y según Ulrich Beck, que tan sucintamente supo exponer ese argumento, lo que ha salido de aquello ha sido una situación en la que corresponde ahora a cada individuo humano buscar y encontrar (o interpretar) soluciones individuales a problemas producidos socialmente, y aplicarlas desplegando el propio ingenio personal de cada

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uno y las habilidades y los recursos de los que cada uno pueda valerse. El objetivo ya no es conseguir una sociedad mejor (pues mejorarla es una esperanza vana a todos los efectos), sino mejorar la propia posición individual dentro de esa sociedad tan esencial y definitivamente incorregible. En lugar de unas recompensas compartidas por unos esfuerzos colectivos de reforma social, lo que hoy está en juego son los despojos (individualmente capturados) de la competencia.

11 FRASES PARA RECORDAR A ZYGMUNT BAUMAN, EL LÚCIDO

ANALISTA DE LA SOCIEDAD MODERNA

http://pijamasurf.com/2017/01/11_frases_para_recordar_zygmunt_bauman_el_lucido_analista_de_la_sociedad_moderna/ FILOSOFÍA POR: PIJAMASURF - 01/10/2017

A UN PAR DE DÍAS DE LA MUERTE DE BAUMAN, AUTOR DEL CONCEPTO DE LA "MODERNIDAD LÍQUIDA", LO

RECORDAMOS CON SUS PALABRAS

El recientemente fallecido sociólogo polaco Zygmunt Bauman fue uno de los más lúcidos analistas de los efectos de la tecnología y específicamente de las redes sociales en el marco de la modernidad y la sociedad de consumo.

Bauman había expuesto que la idea de que la promesa neoliberal de unos cuantos acabaría derramándose hacia otros estratos de la sociedad era una gran mentira, mientras que la desigualdad sigue creciendo sobre dicha promesa. Así se crea lo que llama "un precariado", una sociedad precaria que sufre a expensas de una minoría privilegiada.

El diario EL PAÍS recupera nueve citas memorables de este gran pensador (y nosotros añadimos dos más):

1. Mucha gente usa las redes sociales no para unir, no para ampliar sus horizontes, sino al contrario, para encerrarse en lo que llamo zonas de confort, donde el único sonido que oyen es el eco de su voz,

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donde lo único que ven son los reflejos de su propia cara. Las redes sociales son una trampa.

2. El viejo límite sagrado entre el horario laboral y el tiempo personal ha desaparecido. Estamos permanentemente disponibles, siempre en el puesto de trabajo.

3. Todo es más fácil en la vida virtual, pero hemos perdido el arte de las relaciones sociales y la amistad.

4. Hemos olvidado el amor, la amistad, los sentimientos, el trabajo bien hecho. Lo que se consume, lo que se compra son sólo sedantes morales que tranquilizan tus escrúpulos éticos.

5. El 15-M es emocional, le falta pensamiento.

6. Las pandillas de amigos o las comunidades de vecinos no te aceptan porque sí, pero ser miembro de un grupo de en Facebook es facilísimo. Puedes tener más de 500 contactos sin moverte de casa, le das a un botón y ya.

7. Ha sido una catástrofe arrastrar la clase media al precariado. El conflicto ya no es entre clases, sino de cada uno con la sociedad.

8. Las desigualdades siempre han existido, pero desde hace varios siglos se cree que la educación podía restablecer la igualdad de oportunidades. Ahora, el 51% de los jóvenes titulados universitarios están en el paro y los que tienen trabajo, tienen un empleo muy por debajo de sus cualificaciones. Los grandes cambios de la historia nunca llegaron de los pobres de solemnidad, sino de la frustración de gentes con grandes expectativas que nunca llegaron.

9. La posibilidad de que el Reino Unido funcione sin Europa es mínima (dijo en 2011).

10. La cuestión de la identidad ha sido transformada de algo que viene dado a una tarea: tú tienes que crear tu propia comunidad. Pero no se crea una comunidad, la tienes o no; lo que las redes sociales pueden crear es un sustituto. La diferencia entre la comunidad y la red es que tú perteneces a la comunidad pero la red te pertenece a ti. Puedes añadir amigos y puedes borrarlos, controlas a la gente con la que te relacionas. La gente se siente un poco mejor porque la soledad es la gran amenaza en estos tiempos de individualización. Pero en las redes es tan fácil añadir amigos o borrarlos que no necesitas habilidades sociales.

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11. Lo que está pasando ahora, lo que podemos llamar la crisis de la democracia, es el colapso de la confianza. La creencia de que los líderes no sólo son corruptos o estúpidos, sino que son incapaces. Para actuar se necesita poder: ser capaz de hacer cosas; y se necesita política: la habilidad de decidir qué cosas tienen que hacerse. La cuestión es que ese matrimonio entre poder y política en manos del Estado-nación se ha terminado. El poder se ha globalizado pero las políticas son tan locales como antes. La política tiene las manos cortadas. La gente ya no cree en el sistema democrático porque no cumple sus promesas. Es lo que está poniendo de manifiesto, por ejemplo, la crisis de la migración. El fenómeno es global, pero actuamos en términos parroquianos. Las instituciones democráticas no fueron diseñadas para manejar situaciones de interdependencia. La crisis contemporánea de la democracia es una crisis de las instituciones democráticas.

TRISTEZAS DEL ANÁLISIS POLÍTICO

Raúl Prada Alcoreza http://www.bolpress.com/2017/04/04/tristezas-del-analisis-politico/ Asombra el “análisis político” o lo que se dice ser tal. Unas veces se pierde en la elucubración de los PARADIGMAS heredados; importándole más seguir la ESTRUCTURA DEDUCTIVA de los PARADIGMAS, que CONTRASTARLOS con lo que ocurre, con los sucesos, eventos y decursos políticos. Otras veces se asume de abogado de la IDEOLOGÍA, defendiéndola a rajatabla; en estos casos, le parece preferible la VERDAD de la IDEOLOGÍA, aunque no sea demostrada, pues, por lo menos apunta a FINALIDADES, a TELOS, de manera TELEOLÓGICA. Empobreciendo su DISCURSIVIDAD y ENUNCIACIÓN, otras veces se encarga de justificar los vaivenes gubernamentales o las contradicciones de los partidarios. Quizás uno de los más empobrecidos estilos es cuando convierte el “análisis político” en un CHISMERÍO, en una PELEA DE COCINA. Es cuando se ven solo pugnas internas en el gobierno, cuando se leen tendencias o cuoteos, grupos de poder de unos personajes notorios del gobierno, en constante pugna. Es cuando el “análisis político” toca fondo.

La POLÍTICA no puede reducirse a INTRIGAS y PELEAS DE COCINA; mejorando un poco, a ESTRATEGIAS y TÁCTICAS de CONSPIRACIÓN. La POLÍTICA, incluso en el SENTIDO RESTRINGIDO, es decir, sin su otra parte que es la ÉTICA, en la acepción antigua de la palabra POLÍTICA, vale decir, como CONCEPTO del cuidado de la ciudad, que puede ser asumido, en la CONTEMPORANEIDAD como CUIDADO DE LA SOCIEDAD, es, en el peor de los casos, como la ESTRATEGIA de la ADECUACIÓN DE LOS MEDIOS A FINALIDADES. Considerando la acepción más chabacana, como MAQUIAVELISMO VULGAR, es decir, cuando el FIN JUSTIFICA LOS MEDIOS. Entonces, se trata, en pleno sentido de la palabra, de ESTRATEGIAS DE PODER, mejor dicho, de ESTRATEGIAS DE DOMINACIÓN[1]. De lo que se trata, para ENTENDER el FUNCIONAMIENTO de las MAQUINAS POLÍTICAS y de

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los APARATOS IDEOLÓGICOS, es COMPRENDER, para decirlo fácilmente, la arquitectura de las ESTRUCTURAS subyacentes, que modulan los COMPORTAMIENTOS POLÍTICOS. Es más, es indispensable COMPRENDER la FORMA DE ESTADO y, sobre todo, la FORMA DE GUBERNAMENTALIDAD en JUEGO. Si se quiere, se puede, si se considera no solamente pertinente, sino hasta indispensable, en los PARADIGMAS ECONOMICISTAS, que no compartimos, DESCIFRAR los COMPORTAMIENTOS POLÍTICOS desde las REDES Y CIRCUITOS ECONÓMICOS, mejor aún, el MODELO ECONÓMICO especifico; por ejemplo, en el caso boliviano y de las PERIFERIAS de la GEOPOLÍTICA DEL SISTEMA-MUNDO CAPITALISTA, considerar la INCIDENCIA del MODELO EXTRACTIVISTA COLONIAL DEL CAPITALISMO DEPENDIENTE.

En este CONTEXTO ESTRUCTURAL y también HISTÓRICO, si se quiere, los deslices personales, los perfiles carismáticos o no, los estilos e influencias de personajes gubernamentales, son SINGULARIDADES de PSICOLOGÍAS y de AZARES, en la CONCURRENCIA desalmada del PODER. Estos deslices individuales no pueden explicar, de ninguna manera, el DECURSO POLÍTICO, aunque le aporten su matiz y su colorido o descolorida faceta. Las PELEAS DE COCINA en el gobierno no son otra cosa que pugnas miserables por prestigios, influencias, aproximaciones del ENTORNO PALACIEGO al CAUDILLO. Habla más de la VULNERABILIDAD de los gobernantes, hombres ministeriales y jerarcas del poder, que del mismo PROCESO POLÍTICO, en cuestión.

Que haya entrado o salido tal personaje del gabinete, que hayan entrado o salido lo que se dice son su gente de confianza, habla de los AVATARES de las CONTINGENCIAS POLÍTICAS; de ninguna manera, puede decir algo del propio FUNCIONAMIENTO ESTRUCTURAL y MAQUÍNICO de la GUBERNAMENTALIDAD. Que los “analistas” se ocupen de estos CHISMES y los medios de comunicación los difundan, muestra la inclinación por el SENSACIONALISMO y no por la auscultación de las DINÁMICAS MOLECULARES Y MOLARES de la POLÍTICA.

Lo que hay que evaluar es el ESTADO DE LA CUESTIÓN, es decir, el ESTADO o la FASE del PROCESO GUBERNAMENTAL; ¿dónde se encuentra? ¿Cómo se enlaza con las COYUNTURAS anteriores? ¿Qué COYUNTURAS probables y posibles siguen? No interesa tanto la pérdida o ganancia de la CLIENTELA de tal o cual personaje gubernamental. Al final, todos ellos, los personajes en pugna y en concurrencia, pertenecen al mismo ESQUEMA DE GOBIERNO, a la misma MODALIDAD GUBERNAMENTAL, la de la FORMA DE GUBERNAMENTALIDAD CLIENTELAR. Forman parte del mismo MODELO COLONIAL EXTRACTIVISTA DEL CAPITALISMO DEPENDIENTE. Es más, forman parte del mismo MONTAJE y simulación política, el de la USURPACIÓN de la MOVILIZACIÓN PROLONGADA (2000-2005), por parte de aprovechadores, que se subieron a la cresta de la ola de las movilizaciones sociales victoriosas.

Todos ellos avalaron las dos cruzadas de la línea permisible, cruzada que los colocan del otro lado de la acera, ya enfrentando a su pueblo, a quien dicen defender y representar. Estas cruzadas corresponden al “gasolinazo” y al CONFLICTO DEL TIPNIS. En un caso, develaron su servidumbre gubernamental a las empresas trasnacionales extractivistas de los hidrocarburos, al ceder a su petición de suspender la subvención de los carburantes, revisar la Constitución en

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lo que corresponde a los precios internos, al abastecimiento del mercado interno, para poder invertir en la exploración y lograr las ganancias que estas empresas consiguen en el mercado internacional. En el otro caso, el llamado “gobierno indígena” develó su CONTINUIDAD COLONIAL, al desplegar en la práctica, políticas anti-indígenas y anti-constitucionales. Todos ellos, se encuentran, ahora, en la etapa DECADENTE del gobierno; cuando los SÍNTOMAS de la degradación moral, de la corrosión institucional, de la improvisación gubernamental, se hacen patentes. Sus pugnas no los sacan, a ninguno, de este baile de disfraces. Sus pugnas son expresiones elocuentes de la miseria humana.

De lo que se trata es de ENTENDER cómo se llega a esto, a estos DESENLACES, si se quiere. De lo que se trata es de INTERPRETAR la marcha de los sucesos y de los DECURSOS POLÍTICOS, aunque sea de manera HIPOTÉTICA, poniendo a discusión las elucubraciones. Pero, de ninguna manera, reducir la PROBLEMÁTICA POLÍTICA a una PELEA DE COCINA.

Tampoco se trata de caer nuevamente en los acostumbrados MANIQUEÍSMOS, buscando al “hombre malo”, al PERVERSO MAQUIAVELO, que está detrás de las salidas o entradas de ministros. Buscar al “malo de la película” es volver a caer en el más antiguo argumento religioso, que culpa al DIABLO y a los ENDEMONIADOS de los males y pesares del mundo. Como corresponde a este tipo de NARRATIVAS, en contraste con el “malo de la película” hay el “bueno de la película” o alguien que se le parece, de cerca o de lejos. Ni MALOS ni BUENOS; esto está bien para películas cuyo guion no atraviesa los límites de esta simpleza. Lo que hay es HOMBRES DEL PODER, hombres que se encuentran en los ENGRANAJES DEL PODER, lo GOZAN y lo PADECEN. Hombres que sufren de la ENFERMEDAD de la paranoia y del constante temor de perder el puesto privilegiado. Lo que hay es otras VÍCTIMAS PATÉTICAS del poder, que creen controlarlo, cuando son simples marionetas.

Menos se trata de encontrar la MONSTRUOSIDAD en el gobierno, buscando matar al dragón de múltiples cabezas, con la espada de caballero, que busca enmendar errores y entuertos, devolver la libertad a la doncella. Es decir, ahora hacerlo bien, respetando las REGLAS INSTITUCIONALES, la Constitución y los derechos. Este es el discurso de todos, los unos y los otros, los de antes, los de ahora y, quizás, de los de después. Se trata de un discurso de buenas intenciones en un camino empedrado al INFIERNO. El PODER, para decirlo metafóricamente, es el INFIERNO. No se sale del CÍRCULO VICIOSO DEL PODER caballerosamente. Se sale del CIRCULO VICIOSO DEL PODER abandonando este CÍRCULO.

El PROBLEMA no es que este gobierno, el inculpado, es el peor de todos, sino en que todos los gobiernos se parecen en su apego al PODER, en su recurrencia reiterada en el CÍRCULO VICIOSOS DEL PODER; lo hagan de una manera o de otra, más sutil o más grotesca. Todos los gobiernos se parecen en el apego al MODELO COLONIAL EXTRACTIVISTA DEL CAPITALISMO DEPENDIENTE. Todos, tarde o temprano, terminan cayendo en la retórica y en la demagogia; y lo peor, en las mismas prácticas clientelares, corrosivas y corruptas, lo hagan de manera elegante o torpe.

Si hay algo que se llame “análisis político”, si no es la pretensión de comentaristas, debe servir para aclarar estas cuestiones, relativas a las ESTRUCTURAS DE PODER, a la CONDENA del CÍRCULO VICIOSO DEL PODER, a la FATALIDAD de

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la ECONOMÍA EXTRACTIVISTA. A la PARADOJA de que todas las REVOLUCIONES cambian el mundo, pero se hunden en sus contradicciones.

Quizás, entre la elucubraciones del llamado “análisis político”, una apreciación que se puede considerar aproximadamente acertada, con todas las limitaciones del caso, es la de que explica las conductas últimas del gobierno, como tácticas desesperadas de una estrategia continuista. Preparando todas sus armas, a todos sus hombres, para lograr la reelección del presidente, que parece ser el único camino posible para la CONTINUIDAD. Otras alternativas parecen estar destinadas al fracaso.

Si, está bien, esta apreciación, parece adecuada, al momento de INTERPRETAR el COMPORTAMIENTO POLÍTICO GUBERNAMENTAL; empero, para qué la CONTINUIDAD, si es que se lograra, en el hipotético caso. ¿Para alargar un poco más la agonía, la IMPLOSIÓN de lo que parecía un GOBIERNO POPULAR de amplia convocatoria y dilatada trayectoria? De lo que se trata no es de quién viene después del desastre, sino de cómo salimos de los desastres, en la HISTORIA POLÍTICA del país. NOTAS [1] Ver ETHOS Y POLITEIA. También PRAXIS Y ACONTECIMIENTO. HTTP://DINAMICAS-MOLECULARES.WEBNODE.ES/NEWS/ETHOS-Y-POLITEIA/. HTTP://DINAMICAS-MOLECULARES.WEBNODE.ES/NEWS/PRAXIS-Y-ACONTECIMIENTO/.

EN ESTE VÍDEO EXPLICO CÓMO ACCEDER AL DOCUMENTAL: COMPRAR, TIRAR COMPRAR. LA HISTORIA SECRETA DE LA OBSOLESCENCIA PROGRAMADA. ¿Por qué los productos electrónicos duran cada vez menos? ¿Cómo es posible que en 1911 una bombilla tuviera una duración certificada de 2500 horas y cien años después su vida útil se haya visto reducida a la mitad? ¿Es compatible un sistema de producción infinito en un planeta con recursos limitados? El documental, dirigido por Cosima https://www.youtube.com/watch?v=zco3HgtoWGQ

LA TECNOLOGÍA REVOLUCIONA LAS HABILIDADES DE LAS PERSONA: EL 'HUMANO 2.0'

http://www.innovaticias.com/innovacion/41120/la-tecnologia-revoluciona-las-habilidades-de-las-persona-el-humano-2-0

En concreto, siete son los avances tecnológicos llamados a revolucionar las habilidades del ser humano a lo largo de la próxima década, como se ha expuesto en el foro 'Augmented Human', celebrado este jueves en Madrid, y organizado por el Instituto de Marketing Digital de ESIC y la empresa tecnológica Zerintia.

Enviado por: INNOVAticias.com / Red / Agencias, 03/04/2017, 14:09 h | (6) veces leída

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Las últimas innovaciones en dispositivos wearables, IoT, realidad aumentada, hologramas, exoesqueletos y otras soluciones ya han empezado a ampliar el potencial de las personas más allá de sus limitaciones biológicas y que están dando paso al Humano 2.0.

En concreto, siete son los avances tecnológicos llamados a revolucionar las habilidades del ser humano a lo largo de la próxima década, como se ha expuesto en el foro 'Augmented Human', celebrado este jueves en Madrid, y organizado por el Instituto de Marketing Digital de ESIC y la empresa tecnológica Zerintia.

INTERNET DE LAS COSAS (IOT)

Actualmente en el mundo hay 15.000 millones de dispositivos conectados a Internet. Muchos de ellos son objetos cotidianos como neveras, coches, televisores, pulseras o las estanterías de un comercio.

La captación automática de datos obtenidos de nuestro entorno ya permite la previsión de errores y contratiempos y la toma de decisiones estratégicas. El IoT está fomentando la hiperconectividad de las personas con su vehículo, casa o ciudad.

APRENDIZAJE ACELERADO

Gracias a la realidad aumentada o a la realidad virtual, la facilidad para incorporar conocimientos en cualquier tipo de rama de estudios o cualquier proceso formativo en una empresa aumentará sensiblemente.

Mediante 'smartglasses' u hologramas, las personas pueden ver imágenes adicionales que enriquecen el entorno real y aportan, paso a paso, información valiosa para la adquisición de aptitudes.

'SKILL ENHANCEMENT'

Exoesqueletos que potencian la fuerza, ejercicios para la focalización, camisetas que captan datos biométricos y emiten una alarma ante cualquier incidente. Son solo algunos ejemplos de la ropa inteligente y las estructuras mecánicas incorporadas en nuestro cuerpo que ya empiezan a multiplicar nuestras posibilidades.

BIOHACKING

Tener superpoderes ya no es patrimonio exclusivo de los cómics y películas de ciencia ficción gracias a los medicamentos inteligentes (notropos) que aumentan nuestras capacidades cognitivas, tatuajes electrónicos y chips NFC o RFID implantados en nuestro propio cuerpo. Estos componentes permiten realizar acciones en la empresa o el hogar de forma automática con un solo gesto.

HACK YOUR MIND

La inteligencia artificial y las computación cognitiva van a suponer un gran avance para dotar de nuevas capacidades a robots y maquinaria. ¿Y si pudiéramos utilizar esta tecnología para potenciar y ampliar también nuestra mente?

SUPERHABILIDADES

La integración entre hombre y máquina es cada día más viable. Piernas robóticas, visión térmica, extensiones mecánicas, y todo ello conectado a nuestro sistema nervioso para cumplir las

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órdenes de nuestro cerebro y para captar y procesar la información del entorno que conversa con nuestros cinco sentidos.

EPIGENÉTICA

Nuestro destino no está escrito en el ADN. Al menos no en su totalidad, ya que los genes se ven influenciados por el entorno y los hábitos de vida de las personas.

Las últimas innovaciones en dispositivos wearables, IoT, realidad aumentada, hologramas, exoesqueletos y otras soluciones ya han empezado a ampliar el potencial de las personas más allá de sus limitaciones biológicas y que están dando paso al Humano 2.0.

En concreto, siete son los avances tecnológicos llamados a revolucionar las habilidades del ser humano a lo largo de la próxima década, como se ha expuesto en el foro 'Augmented Human', celebrado este jueves en Madrid, y organizado por el Instituto de Marketing Digital de ESIC y la empresa tecnológica Zerintia.

INTERNET DE LAS COSAS (IOT)

Actualmente en el mundo hay 15.000 millones de dispositivos conectados a Internet. Muchos de ellos son objetos cotidianos como neveras, coches, televisores, pulseras o las estanterías de un comercio.

La captación automática de datos obtenidos de nuestro entorno ya permite la previsión de errores y contratiempos y la toma de decisiones estratégicas. El IoT está fomentando la hiperconectividad de las personas con su vehículo, casa o ciudad.

APRENDIZAJE ACELERADO

Gracias a la realidad aumentada o a la realidad virtual, la facilidad para incorporar conocimientos en cualquier tipo de rama de estudios o cualquier proceso formativo en una empresa aumentará sensiblemente.

Mediante 'smartglasses' u hologramas, las personas pueden ver imágenes adicionales que enriquecen el entorno real y aportan, paso a paso, información valiosa para la adquisición de aptitudes.

'SKILL ENHANCEMENT'

Exoesqueletos que potencian la fuerza, ejercicios para la focalización, camisetas que captan datos biométricos y emiten una alarma ante cualquier incidente. Son solo algunos ejemplos de la ropa inteligente y las estructuras mecánicas incorporadas en nuestro cuerpo que ya empiezan a multiplicar nuestras posibilidades.

BIOHACKING

Tener superpoderes ya no es patrimonio exclusivo de los cómics y películas de ciencia ficción gracias a los medicamentos inteligentes (notropos) que aumentan

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nuestras capacidades cognitivas, tatuajes electrónicos y chips NFC o RFID implantados en nuestro propio cuerpo. Estos componentes permiten realizar acciones en la empresa o el hogar de forma automática con un solo gesto.

HACK YOUR MIND

La inteligencia artificial y las computación cognitiva van a suponer un gran avance para dotar de nuevas capacidades a robots y maquinaria. ¿Y si pudiéramos utilizar esta tecnología para potenciar y ampliar también nuestra mente?

SUPERHABILIDADES

La integración entre hombre y máquina es cada día más viable. Piernas robóticas, visión térmica, extensiones mecánicas, y todo ello conectado a nuestro sistema nervioso para cumplir las órdenes de nuestro cerebro y para captar y procesar la información del entorno que conversa con nuestros cinco sentidos.

EPIGENÉTICA

Nuestro destino no está escrito en el ADN. Al menos no en su totalidad, ya que los genes se ven influenciados por el entorno y los hábitos de vida de las personas.

Read more: http://www.innovaticias.com/innovacion/41120/la-tecnologia-revoluciona-las-habilidades-de-las-persona-el-humano-2-0#ixzz4dCBmf2Sn

NOTICIAS CORTAS

NOTICIAS DE SURAMÉRICA

http://suramericapress.com LA NECESARIA SINTONÍA QUE DEBE TENER UN GOBIERNO QUE SE ASUMA DE IZQUIERDA...NO DAÑAR A LOS ACOMPAÑANTES DE AHÍ LA PALABRA

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CAMARADA. http://internacional.elpais.com/internacional/2017/04/01/actualidad/1490997997_966795.html

VENEZUELA Y URUGUAY: POLÍTICA EXTERIOR Y POSVERDAD

Rossi: "Hasta el momento no hubo conversación" entre Vázquez y Maduro http://www.elpais.com.uy/informacion/rossi-hasta-momento-no-hubo.html

El ministro de Transporte y Obras Públicas adelantó que en las próximas horas se emitirá un comunicado en respuesta a las declaraciones del presidente venezolano contra el canciller Nin Novoa.

El ministro de Transporte y Obras Públicas, Víctor Rossi, adelantó este lunes tras la reunión semanal del Consejo de ministros que en las próximas horas se dará a conocer un comunicado en respuesta a las declaraciones realizadas por el presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, dirigidas al presidente Tabaré Vázquez y al canciller Rodolfo Nin Novoa.

El mandatario venezolano dijo durante su programa "Domingo con Maduro" que estaba "llamando al presidente Tabaré Vázquez desde hace una semana para conversar las declaraciones y actitud de su Cancillería". "Yo quiero al presidente Tabaré, lo aprecio de verdad", agregó. Maduro manifestó que no puede entender por qué Nin Novoa "agrede a Venezuela, coordina con el Departamento de Estado las posiciones contra Venezuela, coordina con la embajadora de Estados Unidos en Montevideo la agresión contra Venezuela, y guarda silencio de las masacres en otros países". También dijo que quiere "que el presidente Tabaré Vázquez pase a la historia como el presidente que detuvo la agresión contra Venezuela en todos los espacios en donde el imperialismo norteamericano presiona para que se agreda, se intervenga a Venezuela". Además cuestionó que los cancilleres del Mercosur continúen "su campaña de linchamiento político, de acoso, agresión e intervencionismo contra Venezuela y no dijeran ni una palabra de los graves acontecimientos del Paraguay", donde fuertes disturbios en el Congreso dejaron el viernes un muerto, 30 heridos y 200 detenidos.

Al respecto, Rossi señaló que "No hubo esa conversacion telefónica (entre Vázquez y Maduro) por lo menos hasta el momento, y yo pienso que el comunicado va a dar una definición precisa de cuál es la posición de Uruguay al respecto".

Indicó que en la reunión "existieron comentarios tanto del presidente, del canciller, como de algún otro ministro" al respecto, y agregó que "el canciller de la República recibió la solidaridad de todo el Consejo de Ministros" tras los dichos de Maduro.

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Destacó que los dichos del mandatario venezolano fueron "el centro de los temas que estuvimos discutiendo" y que "también estuvo presente el seguimiento de los resultados en Ecuador", además de que el gobierno está viendo "con mucha preocupación esos acontecimientos tan violentos en Asunción, como otros problemas que lamentablemente no faltan en América Latina". Argumentó que "Uruguay, por ser parte de esta región" debe "seguir siempre con atención, pero siempre con la actitud que ha definido la política internacional del gobierno de contribuir al mejor relacionamiento entre países y la búsqueda de situaciones conflictivas que se van generando" en la región.

Nuevamente al respecto del la situación de Venezuela y las declaraciones de Maduro, Rossi dio que "más allá de comentarios y especulaciones, el canciller de la República ha llevado adelante una muy cuidadosa gestión para procurar fortalecer los procesos de integración latinoamericanos y por eso expresa lo que el gobierno uruguayo piensa en esta materia".

Sobre la presunta coordinación entre Nin Novoa y la embajadora estadounidense en Uruguay, Kelly Keiderling denunciada por Maduro, el ministro dijo que "es absolutamente falsa esa afirmación"

EE.UU SÍ ESTÁ PRESENTE EN AMÉRICA LATINA Y CUIDA SUS INTERESES:

FUERTE APOYO A MAURICIO MACRI DE LA CÁMARA DE REPRESENTANTES DE ESTADOS UNIDOS

La Cámara baja norteamericana resaltó las reformas económicas y políticas que impulsa el presidente. Insta al gobierno de Trump a fortalecer el vínculo con la Argentina. https://www.clarin.com/politica/fuerte-apoyo-mauricio-macri-camara-representantes-unidos_0_rJLTSwgTl.html

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AHORA LE COBRAN ADEUDO A VENEZUELA.

http://runrun.es/nacional/302505/mas-de-30-millones-de-dolares-debe-venezuela-a-oea-y-onu.html

COLOMBIA: LA POBREZA YA NO ESTÁ DISMINUYENDO

Las últimas cifras así lo demuestran, y se conocen las causas del “frenazo”. Pero las cifras también muestran que hemos llegado a un punto de inflexión, o a donde ya no basta con medidas paliativas sino que se requieren las medidas de fondo. Jorge Iván González* http://www.razonpublica.com/index.php/economia-y-sociedad/10147-la-pobreza-ya-no-está-disminuyendo.html

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ENMIENDA Y CRISIS EN PARAGUAY

https://plus.google.com/101848016198850940627/posts/7MFKezrFq9y?_utm_source=199-1-1 T RES PÁ RRAFOS DE AN T ECEDEN T ES

No es la primera vez que en Paraguay se habla de la posibilidad de reelección de un presidente, ya en el gobierno del colorado (ANR) Nicanor Duarte Frutos (2003-2008) se había planteado esta posibilidad pero tuvo un fuerte rechazo por parte de la mayoría de la sociedad. Incluso, la figura de Fernando Lugo, tomó fuerza después de que éste había sido uno de los principales referentes de una marcha contra la propuesta de reelección.

Ya conocemos lo que sucedió en el 2008 con la victoria de Lugo y una práctica política del “poncho juru” (boca del poncho) palabra en guaraní para calificar que está en el medio, en el centro; blando y complaciente en varias ocasiones con el modelo neoliberal, pero en el más mínimo intento de abrir alguna posibilidad de bienestar para la mayoría, se produjo el golpe de estado parlamentario en el año 2012, que fue impulsado por una parte de la derecha (los liberales o PLRA) que acompañaron a Lugo en su campaña y en su gobierno, posteriormente éstos liberales se aliaron con el otro sector de la derecha (encabezados ya por el millonario Horacio Cartes) para concretar el golpe parlamentario y posibilitar la presidencia de Federico Franco del partido liberal hasta la asunción de Horacio Cartes en el 2013. La elite política paraguaya, representada en sus dos partidos tradicionales, Liberales (PLRA) y Colorados (ANR), por momentos entran en lapsos de fuertes crisis, probablemente parte de esa crisis ha llevado a Fernando Lugo a la presidencia de la república, la crisis fue resuelta con la destitución de Lugo. En estas crisis existen actores de mayor relevancia que mueven los hilos del poder, como las transnacionales, el capital extranjero y la embajada estadounidense. El escenario actual y los movimientos de izquierda a derecha: En torno nuevamente a la idea de la reelección se instala una nueva crisis entre dos fracciones de la derecha paraguaya, una que busca habilitar nuevamente a Horacio Cartes y otra que rechaza la posibilidad de continuidad de éste, destacando los rasgos autoritarios que posee el gobierno de Horacio Cartes, que es real, se aprovecha para instalar un discurso democrático, dentro de los límites oligarcas y electoralistas, por supuesto. Que, reitero, todos estos sectores habían sido aliados para concretar el golpe contra el gobierno de Lugo en el 2012. Se entiende por GOLPES blandos o suaves, una nueva estrategia del neoliberalismo para planificar y ejecutar desestabilizaciones políticas, sociales y económicas que permitan la restitución plena del modelo ante algún signo de amenaza al poder neoliberal (Rabilotta) , con un claro apoyo de los monopolios de medios de comunicación que actúan ideológicamente para legitimar las acciones de las clases dominantes. En medio de esta crisis se encuentran dos sectores progresistas o vinculados a la izquierda, Avanza País (AP) y Frente Guazú (FG) -que tiene como principal referente a Fernando Lugo-, ambos sectores en lugar de aprovechar la crisis de la clase dominante, lo que hacen es profundizar sus diferencias, y cada uno de ellos se alía con una franja de la derecha. El Frente Guazú entonces elabora un discurso más o menos así: En medio de la crisis de la derecha nosotros vamos a jugar nuestro proyecto, que es conseguir la figura de la reelección y candidatar a Fernando Lugo que es el único capaz de derrotar a los proyectos más conservadores, tradicionales y/o neoliberales que puedan presentarse para el 2018, que es el único que puede derrotar a Horacio Cartes y que va a permitir la acumulación de fuerzas de la izquierda. Por su parte, Avanza País alega los siguientes planteamientos: en este contexto apoyar la enmienda, es ser funcional al proyecto de Cartes, es imposible pensar en derrotar a Cartes con su poder económico y con el manejo del aparato estatal a su lado, aseguran hay que rechazar la enmienda y acusan a Lugo y Frente Guazú de traidores. Avanza País se encuentra en miras a una alianza

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electoral para intentar posicionar a Mario Ferreiro (actual intendente de Asunción) para que vuelva a ser candidato presidencial (ya lo fue en 2013 por avanza país y lograron 2 bancas en senadores, mientras que el FG de Lugo consiguió 5), desde el punto de vista electoral inmediato no tiene interés en la reelección. Vale decir, que existe otro sector de la izquierda, vinculado principalmente a la Federación Nacional Campesina (FNC) que no ingresa en esta discusión por considerarla electoralista, institucionalista, porque cree que no son los problemas del pueblo, que el pueblo está con otros problemas que son urgentes de resolver, y denuncian los diferentes tipos de violencias del que son víctimas. El poder de los medios: El papel de los medios de comunicación es clave, como en todos los proceso políticos de nuestro continente, los grupos privados del empresario AJ Vierci y el conocido diario de ultra derecha, abc color, del empresario Aldo Zucolillo, se han posicionado clara y radicalmente en contra de la reelección presidencial. Horacio Cartes, probablemente ya previendo esta situación, ha comprado una buena cantidad de medios de comunicación, que están en manos de su hermana Sara Cartes porque la constitución nacional prohíbe que el presidente de la república sea propietario de éstos medios, entre los medios ya conocidos como los del “grupo Cartes” se encuentran el diario “Hoy”, “La nación”, la radio 970, desde donde hace propaganda a su gestión e intenta colocar la necesidad de la reelección, pero no logra el impacto deseado. Muchas tergiversaciones y manipulaciones por parte de los medios, que a veces juegan su propia disputa, pero que en realidad son parte de un engranaje mayor, tanto que lo que se ha logrado instalar en los últimos días es que la Reelección es sinónimo de dictadura, y que la no reelección es la defensa de la democracia, entonces algunos sectores de derecha se presentan como los salvaguardas de la democracia. El sector de Horacio Cartes y el Frente Guazú responden a esto con la consigna que lo verdaderamente democrático es llevar a una consulta popular, un referéndum si la gente quiere o no la reelección y los que se oponen a ésta idea son los sectores antidemocráticos. La enmienda en el Congreso: maniobra 1, maniobra 2, bum! Los sectores opositores a Horacio Cartes el 25 de agosto del 2016 presentaron rápidamente un proyecto de enmienda para la reelección, consiguieron mayoría en el Senado y el apoyo del presidente de éste órgano, llamaron en el mismo día a una sesión extraordanria, lo trataton fugazmente y lo rechazaron, todo fue vertiginoso, una farsa de proyecto, ya que los mismos que presentaron el proyecto, fueron los mismos que lo rechazaron, todo para impedir que el proyecto sea tratado por el periodo de un año y dejar así sin posibilidades a los sectores que piden reelección vía enmienda de la Constitución Nacional. Los medios de Comunicación de mayor influencia nacional, entre ellos abc color, en aquella oportunidad calificaron el hecho de “Sorpresiva maniobra”, “Madrugaron a Cartes”. Mientras que el diario ultima hora había titulado: “En jugada estratégica, Senado rechaza proyecto de enmienda para reelección”, en el epígrafe del artículo se lee “es una estrategia para cortar el debate de incluir la reelección presidencial a través de esta vía” (las negritas son mías). De esta misma forma, casi como una respuesta a las denominadas “estrategias sorpresivas”, u otras formas que quieran llamar a las práctica de políticas mezquinas y sectarias, los senadores del oficialismo del partido colorado, junto con algunos del partido Liberal con su lider Blas LLano y el Frente Guazú que busca candidatar a Fernando Lugo (aunque Lugo se ausentó del debate y las sesiones tan cuestionadas) consiguieron mayoría para cambiar artículos del reglamente interno del Congreso y así retomar la posibilidad de enmienda para la reelección . Con esta modificación el sector mayoritario de los Senadores realizó una sesión extraordinaria el viernes 31 de marzo, presentó el proyecto de enmienda y llamado a referéndum, enviaron a la cámara de Diputados y éstos (mayoría Cartista) anunciaron que lo iban a tratar en la mañana del sábado 1 de abril. Inmediatamente sectores de la derecha no vinculada a Cartes y los grandes medios de comunicación llamaron a la movilización frente al Congreso (ya lo venían haciendo durante toda la semana) y se producen los primeros enfrentamientos, la represión ayudó a la

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indignación de la gente que fue cargándose a la plaza frente al Congreso, donde en algún momento la policía fue rebasada y la gente ingresó al edificio del congreso nacional, rompiendo vidrios y puertas, prendiendo fuego en partes del mismo, cuando se volvió insostenible la policía hizo ejercicio de lo que tiene entrenamiento, reprimir y reprimir, llegando a la lamentable muerte de un joven de 25 años de edad Rodrigo Quintana y más de 200 personas detenidas. Por último: Paraguay se debate hoy en medio de oportunismos políticos, desfachatadas acciones por parte de ambos sectores, pro enmienda y anti enmienda, en ambos se encuentran a sectores de derecha e izquierda aliados contra otros sectores de derecha e izquierda. Se asiste a un momento en el que se trata de vaciar de contenido la democracia, así también lo que es un golpe, intentando colocar que lo que ocurre ahora es un golpe y así crear nuevos golpistas, mientras que en realidad actualmente los golpistas están divididos momentáneamente y quieren aprovechar la coyuntura para sacarse ese mote antidemocrático. No creo que lo que se está viviendo en Paraguay sea un Golpe, si, una enorme fisura y una disputa muy fuerte entre las clases dominantes para definir cuáles de los sectores serán los encargados de guiar el modelo de acumulación en los próximos años; no se sabe con certeza hasta donde son capaces de llegar, ni hasta donde extenderá esta crisis, las disputas entre las élites puede acrecentar los niveles del violencia y el movimiento popular, los sectores progresistas, deberán ajustar sus estrategias para no ser subsumidos por esta disputa de poderosos, si aún están a tiempo. Ref/ Se puede ver al respecto: http://www.abc.com.py/abc-tv/locales/frenan-intencion-de-reeleccion-via-enmienda-1512513.html http://www.ultimahora.com/senadores-pro-enmienda-aprueban-modificacion-reglamento-interno-n1073841.html http://www.telesurtv.net/news/Que-implica-la-reforma-del-reglamento-del-Senado-de-Paraguay-20170329-0031.html Abel Irala/Paraguay Suramericapress

ALTO ESCÁNDALO: LA OEA DECLARÓ QUE SE VIOLÓ EL ORDEN CONSTITUCIONAL EN VENEZUELA/ LUNES 3 DE ABRIL

En una resolución que contiene un punto declarativo y tres resolutivos, el organismo internacional le pidió a Maduro que se muestre "dispuesto a apoyar las medidas que permitan el regreso del orden democrático"

http://www.nexofin.com/notas/553845-alto-escandalo-la-oea-declaro-que-se-violo-el-orden-constitucional-en-venezuela-n-/

BOLIVIA: “DECISIONES EN SESIÓN DE LA OEA SON NULAS”

Diego Pary Rodríguez, embajador permanente de Bolivia en la OEA, aseguró que las decisiones tomadas este lunes en el Consejo Permanente en la Organización de Estados Americanos son “ilegales, irrespetuosas y golpista” porque no “no responde a la normativa ni al derecho internacional http://www.laverdad.com/mundo/117809-bolivia-decisiones-en-sesion-de-la-oea-son-nulas.html

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Si observamos un salida masiva de diplomáticos de Venezuela y EE.UU guarda silencio...es indicio que están cocinando una salida militar, hoy día con drones precisos...me preocupa que digan que hay puntos ciegos en la política de Trump hacia América Latina...es posible que la conozcamos ante los sucesos de Venezuela. . https://www.elheraldo.co/colombia/embajador-de-colombia-en-venezuela-se-queda-en-bogota-en-consultas-342945

¿CÓMO SE PERCIBE LA CORRUPCIÓN ALREDEDOR DEL MUNDO?

• Dinamarca, Nueva Zelanda y Finlandia encabezan la lista de países menos corruptos mientras que España ocupa el puesto 43 de 176 http://www.lavanguardia.com/internacional/20170401/421341187230/percibe-corrupcion-mundo-sabado-de-mapas.html

TRUMP SUAVIZA SU TONO RESPECTO AL TLCAN, AUNQUE AMENAZA CON RESTABLECER ARANCELES

https://www.nytimes.com/es/2017/03/31/trump-tlcan-suaviza-aranceles/

EL AMBIENTE EN VENEZUELA ME HACE RECORDAR EL AÑO 1983, AQUELLA OPERACIÓN MILITAR DE NOMBRE EN CÓDIGO URGENT FURY (FURIA URGENTE) PUEDE

DARSE...¿AMÉRICA LATINA VIVIRÁ OTRA TRAGEDIA MILITAR?

MOSCÚ: LAS RELACIONES CON WASHINGTON ESTÁN "QUIZÁS INCLUSO PEOR" QUE EN TIEMPOS DE LA GUERRA FRÍA

https://actualidad.rt.com/actualidad/234653-relaciones-rusia-eeuu-peor-guerra-fria

MEDIOS: DIRIGENTES OPOSITORES SALEN DE VENEZUELA MIENTRAS LLAMAN A UNA MARCHA

https://actualidad.rt.com/actualidad/234663-opositores-salir-venezuela-llamar-protesta

HUELE A RUPTURA DE RELACIONES Y PUNTOS DE AGRESIÓN MILITAR

https://www.aporrea.org/oposicion/n306362.html

MÁS DE DOS MIL CASAS DESTRUIDAS POR INUNDACIONES EN ARGENTINA

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http://www.telesurtv.net/news/Mas-de-dos-mil-casas-destruidas-por-inundaciones-en-Argentina-20170403-0021.html?utm_source=planisys&utm_medium=NewsletterEspañol&utm_campaign=NewsletterEspañol&utm_content=12

VENEZUELA HOY: INFANTILISMO DE IZQUIERDA, RADICALIZAR UN PROCESO SIN CONTAR CON UNA CORRELACIÓN DE FUERZAS Y ESPACIOS ESTRATÉGICOS

GANADOS.

Actuar compulsivamente es lanzarse al vacío con las alas cortas y sin paracaidas... Quiénes son y por qué causan tanta controversia los magistrados del Tribunal Supremo de Justicia de Venezuela http://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-39458582

¿PUNTO DE INFLEXIÓN ENTRE EE.UU Y VENEZUELA?

https://www.aporrea.org/actualidad/n306281.html

DEBIDO A SENTENCIA DEL TSJ, EN EE.UU. RECOMIENDAN DETENER FLUJO DE DINERO A VENEZUELA

http://noticiasvenezuela.org/2017/03/30/debido-a-sentencia-del-tsj-en-ee-uu-recomiendan-detener-flujo-de-dinero-a-venezuela/

PERÚ RETIRA SU EMBAJADOR DE VENEZUELA EN RECHAZO AL AUTOGOLPE

En un comunicado, la Cancillería condenó lo ocurrido en el país sudamericano, algo que “constituye una ruptura del orden constitucional y democrático”.

http://rpp.pe/politica/gobierno/peru-retira-su-embajador-de-venezuela-en-rechazo-al-autogolpe-noticia-1040590?ns_source=self&ns_mchannel=categoria.venezuela&ns_campaign=content.cronologico&ns_linkname=1

LA UNIÓN EUROPEA ADVIERTE AL RÉGIMEN DE MADURO Y RECLAMA UN "CALENDARIO ELECTORAL CLARO"

La reacción de Europa ante la disolución del Parlamento provino de la alta representante del bloque para la Política Exterior, Federica Mogherini. Reclamó "el total respeto" a la separación de poderes. http://www.clarin.com/mundo/union-europea-advierte-regimen-maduro-reclama-calendario-electoral-claro_0_BkP6Pxonl.html

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MAREA SOCIALISTA RECHAZA SENTENCIA DEL TSJ QUE DECLARA “TRAICIÓN A LA PATRIA” Y ORDENA ESTADO DE EXCEPCIÓN

https://www.aporrea.org/ddhh/n306300.html

CANCILLER DE CHILE 'PREOCUPADO' POR SITUACIÓN EN VENEZUELA, CONSULTARÁ A “PAÍSES AMIGOS”

https://www.aporrea.org/internacionales/n306322.html

CANCILLER ANUNCIA QUE CHILE LLAMARÁ A INFORMAR A EMBAJADOR POR CRISIS EN VENEZUELA

Autor: Rosario Álvarez, desde Portugal En una sorpresiva intervención, Heraldo Muñoz hizo el anuncio minutos después de que la presidenta Bachelet tuiteara desde su cuenta personal que la situación es "muy preocupante". http://www.latercera.com/noticia/canciller-anuncia-chile-llamara-informar-embajador-crisis-venezuela/

EL GOBIERNO URUGUAYO ASUME CON CAUTELA LA CRISIS VENEZOLANA Y SE TOMA 24 HORAS PARA DEFINIR POSTURA

El ministro de Relaciones Exteriores, Rodolfo Nin Novoa, dijo que el Ejecutivo decidió esperar antes de hacer una declaración http://www.elobservador.com.uy/el-gobierno-uruguayo-asume-cautela-la-crisis-venezolana-y-se-toma-24-horas-definir-postura-n1051654

PAÍSES DE LA REGIÓN CONDENARON LA DISOLUCIÓN DEL PARLAMENTO VENEZOLANO

Perú anunció el retiro de su embajador, mientras que Estados Unidos, Brasil, México y Chile se manifestaron en contra de la polémica decisión

http://www.nexofin.com/notas/552466-desde-ee-uu-hasta-la-mexico-condenaron-la-disolucion-del-parlamento-venezolano-n-/

EE UU PLANTEA CAMBIOS GENÉRICOS AL TLCAN

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La administración Trump circula un primer borrador en el que marca las prioridades de la negociación con México y Canadá http://economia.elpais.com/economia/2017/03/30/actualidad/1490893913_104365.html

EFECTO TRUMP Y LAS IMPLOSIONES INÉDITAS

N U EV O CONF LI CT O: HOY P ROT EST A RÁ N LOS IN M IG RA NT ES CON FU ERT ES RECLAM OS

http://www.nexofin.com/notas/552113-nuevo-conflicto-hoy-protestaran-los-inmigrantes-con-fuertes-reclamos-n-/

EL SUPREMO VENEZOLANO DEJA SIN COMPETENCIAS A LA ASAMBLEA NACIONAL, EN MANOS DE LA OPOSICIÓN

El tribunal, controlado por el chavismo, acusa de desacato al Parlamento por incumplir varias sentencias http://internacional.elpais.com/internacional/2017/03/30/america/1490848414_081004.html

MÁXIMO TRIBUNAL DE VENEZUELA ASUME FUNCIONES DEL PARLAMENTO

http://www.jornada.unam.mx/ultimas/2017/03/30/tribunal-supremo-de-venezuela-asume-funciones-del-parlamento

EL LIBRETO TRUMP: CÓMO SEBASTIÁN PIÑERA BUSCA RECUPERAR LA MONEDA

http://www.elciudadano.cl/2017/03/22/368654/el-libreto-trump-como-sebastian-pinera-busca-recuperar-la-moneda/

PARAGUAY: CRECE LA TENSIÓN POR LA ENMIENDA CONSTITUCIONAL QUE BUSCA LA REELECCIÓN DE CARTES

Tras los que muchos consideraron un "Golpe" en el Senado, donde un grupo de 25 legisladores hicieron una polémica sesión de urgencia a espaldas del presidente de dicha cámara, Roberto Acevedo. El objetivo es apurar la enmienda constitucional que habilitaría. entre otras cosas, a la reelección del actual presidente Horacio Cartes. La medida tuvo el visto bueno del espacio del exmandatario, Fernando Lugo. http://www.elciudadano.cl/2017/03/29/370540/paraguay-crece-la-tension-por-la-enmienda-constitucional-que-busca-la-reeleccion-de-cartes/

¿AUTOGOLPE PARLAMENTARIO EN PARAGUAY?

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https://mundo.sputniknews.com/radio_gps_internacional/201703301067971436-autogolpe-parlamentario-paraguay/

ECUADOR: POLÉMICA POR LA SUSPENSIÓN DEL DEBATE PRESIDENCIAL A POCOS DÍAS DEL BALOTAJE

Para este domingo 26 de marzo se tenía prevista la realización del Diálogo Presidencial 2017, organizado por la Red de Maestros en la Casa de la Cultura Ecuatoriana. Sin embargo, desde la organización culparon al candidato opositor, Guillermo Lasso, de su suspensión. http://www.elciudadano.cl/2017/03/27/369779/ecuador-polemica-por-la-suspension-del-debate-presidencial-a-pocos-dias-del-balotaje-2/

“HAY QUE HACER ALGO DIFERENTE CON NUESTRAS CIUDADES”, ADVIERTEN LOS ALCALDES LATINOAMERICANOS

La administración coordinada con su entorno metropolitano es uno de los grandes desafíos de las megalópolis de la región http://internacional.elpais.com/internacional/2017/03/28/actualidad/1490729248_866605.html

LAS GRANDES CIUDADES DE AMÉRICA LATINA QUIEREN JUBILAR EL AUTOMÓVIL

Movilizar cada día a millones de personas es el principal desafío de urbes que duplican a su población durante el día http://internacional.elpais.com/internacional/2017/03/29/actualidad/1490821618_249435.html

CHINA DA UN PASO AL FRENTE

La posibilidad de que la segunda potencia económica del mundo alcance el liderazgo global es cada vez mayor http://internacional.elpais.com/internacional/2017/03/29/actualidad/1490806308_801535.html

SER POBRE EN EL PAÍS MÁS FELIZ DE AMÉRICA LATINA

Pese a ser uno de los países más prósperos de la región, una quinta parte de los costarricenses vive en la pobreza. Así trata el Gobierno de ayudarles a salir de ella http://elpais.com/elpais/2017/03/23/planeta_futuro/1490226439_201337.html

DETECTAN PATRIMONIOS MILLONARIOS DE CUATRO FUNCIONARIOS DE CRE, IMSS Y PEMEX

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http://ow.ly/8LFt30aoXVC

PGR SOLICITA A LA INTERPOL EMITIR FICHA ROJA PARA DETENER A CÉSAR DUARTE

http://ow.ly/irSK30aoYMg

AUDIO REVELA CÓMO OPERAN “LOS CENTINELAS”; IDENTIFICAN A DOS COMO ESTUDIANTES DEL TEC DE MONTERREY

http://www.sinembargo.mx/30-03-2017/3183208

48 DE CADA 100 MEXICANOS NACEN POBRES, ASÍ VIVEN, Y ASÍ MUEREN; Y ES PEOR PARA LAS MUJERES: CEEY

http://www.sinembargo.mx/29-03-2017/3183018

COLOMBIA. PARAMILITARES AMENAZAN A LÍDERES DE CATATUMBO Y SANTANDER

http://kaosenlared.net/colombia-paramilitares-amenazan-a-lideres-de-catatumbo-y-santander/

COLOMBIA, UN MILITAR CON DUDOSA REPUTACIÓN ES EL VICEPRESIDENTE

https://www.elheraldo.co/colombia/trabajare-para-asegurar-un-futuro-en-paz-dice-naranjo-tras-ser-elegido-vicepresidente

NOTICIERO ARISTEGUI

http://aristeguinoticias.com

EL MUNDO EN LAS NOTICIAS

https://actualidad.rt.com/todas_las_noticias

SÓLO 21% DE LOS MEXICANOS PUEDE COMPRAR LA CANASTA BÁSICA: INFORME DEL OBSERVATORIO DE POBREZA

http://www.sinembargo.mx/29-03-2017/3182772

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EL PRI ESCONDE EN LA CÁMARA A UN SUPLENTE QUE HUYE DE CHIHUAHUA, DONDE LO BUSCAN POR CORRUPCIÓN

http://www.sinembargo.mx/28-03-2017/3182711

ACADÉMICOS SE PREGUNTAN CÓMO LE HACE INEGI PARA TRANSFORMAR A TANTOS POBRES EN “CLASE MEDIA”

http://www.sinembargo.mx/28-03-2017/3182474

MÉXICO. EL PRECIO DE LA VIDA

Por Cristóbal León Campos I ¿Cuánto vale la vida y quién le pone precio? Parecieran preguntas absurdas pero son tan necesarias en nuestro país, la vida se ha desvirtuado, se le desvaloriza. Una más anuncian los medios de comunicación, la indignación crece en las redes sociales, los amigos y familiares lloran la pérdida, los hijos sufren la impotencia y […] http://kaosenlared.net/mexico-el-precio-de-la-vida/

AUMENTA EL HARTAZGO CON LA CORRUPCIÓN ENTRE LOS RUSOS

29 de marzo de 2017 EKATERINA SINÉLSCHIKOVA, RBTH

El centro Levada realiza una encuesta sobre la relación de los rusos con la corrupción. Cada vez hay más gente que se queja más a menudo y que hace menos responsable a Vladímir Putin.

https://es.rbth.com/política-y-sociedad/sociedad/2017/03/29/aumenta-el-hartazgo-con-la-corrupcion-entre-los-rusos_729863

COLOMBIA. BARRANCA. LA DERECHA AHORA CONVOCA PAROS CÍVICOS SUBVERSIVOS

Por Luis Manuel CARRERO GOMEZ Por qué ? Porque desestabilizarîa aûn mâs nuestro municipio, trayendo una vez mâs la criminalizaciôn de la protesta social, en medio de la REVOCATORIA DE SU MANDATO Y SOBRE TODO DEL ACTUAL PROCESO DE PAZ y, de derecha, porque estâ al servicio de los intereses de ese partido que, hace rato dejô de… http://kaosenlared.net/colombia-barranca-la-derecha-ahora-convoca-paros-civicos-subversivos/

REBELIÓN DE DÍA 29 DE MARZO 2017

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https://www.rebelion.org

LAS ELECCIONES EN ECUADOR: UNA BATALLA GEOPOLÍTICA DE LAS DIMENSIONES DE PICHINCHA

http://katehon.com/es/article/las-elecciones-en-ecuador-una-batalla-geopolitica-de-las-dimensiones-de-pichincha

¿CRISIS? SÓLO “EN SUS MENTES”: PEÑA NIETO (VIDEO)

http://aristeguinoticias.com/2803/mexico/crisis-solo-en-las-mentes-de-las-personas-pena-nieto-video/

LA CASA DONDE TODO ES POSIBLE

Emprendedores y artistas salvadoreños ocupan un espacio vanguardista de innovación y cultura para el desarrollo http://elpais.com/elpais/2017/03/24/planeta_futuro/1490373696_375338.html

MÉXICO MIRA A SUDAMÉRICA PARA LA IMPORTACIÓN DE GRANOS

El proteccionismo que impone Estados Unidos provoca reacciones. Muchos buscan mercados alternativos. Argentina y Brasil se acomodan en primera fila para aprovecharlo http://www.cronista.com/financialtimes/Mexico-mira-a-Sudamerica-para-la-importacion-de-granos-20170329-0022.html

VEINTE PAÍSES EMPLAZAN A LA OEA A BUSCAR SOLUCIONES ANTE LA CRISIS DEL PAÍS SUDAMERICANO

Piden una “hoja de ruta” para Venezuela “Venezuela necesita de la OEA como México necesita del muro”, dijo el embajador Samuel Moncada cuestionando la sesión. Veinte países de la OEA exhortaron a la organización a que haga un seguimiento de la situación en ese país. https://www.pagina12.com.ar/28483-piden-una-hoja-de-ruta-para-venezuela

20 PAÍSES PROPONEN UNA HOJA DE RUTA PARA RESTAURAR LA DEMOCRACIA EN VENEZUELA

Nicolás Maduro rechaza el acuerdo alcanzado en la OEA y propone denunciar al secretario general, Luis Almagro http://internacional.elpais.com/internacional/2017/03/29/america/1490755906_368075.html

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EVO VIAJA A CUBA PARA SER OPERADO

https://www.pagina12.com.ar/28516-evo-viaja-a-cuba-para-ser-operado

POR EL COSTO LABORAL, MULTINACIONALES MUDAN SUS CALL CENTERS DE ARGENTINA

Iniciaron el éxodo a Paraguay, Colombia y México donde los salarios son menores. En el sector advierten que, de continuar la tendencia, peligran 20.000 empleos http://www.cronista.com/negocios/Por-el-costo-laboral-multinacionales-mudan-sus-call-centers-de-Argentina-20170331-0019.html

BREXIT: LONDRES PIDE FORMALMENTE EL DIVORCIO A LA UNIÓN EUROPEA

El embajador del país en la Bruselas lleva personalmente la misiva al presidente del Consejo Europeo, Donald Tusk http://www.lavanguardia.com/internacional/20170329/421287870600/carta-brexit-articulo-50-tusk.html

LA IZQUIERDA EUROPEA ALERTA DE LOS PELIGROS PARA LA PAZ EN COLOMBIA

Una delegación de políticos y activistas colombianos, invitada por el GUE/NGL, ha analizado en el Parlamento Europeo las dificultades que atraviesa el proceso de paz colombiano. Destacan la lentitud en la aplicación, el resurgir del paramilitarismo y la impunidad de los asesinatos http://www.publico.es/internacional/farc-izquierda-europea-peligros-paz.html BUENOS DÍAS,DIÁLOGO HA PUBLICADO LOS SIGUIENTES ARTÍCULOS ENTRE EL MARCH 24, 2017 Y MARCH 31, 2017: 24 mar. 2017: Fuerzas de tarea de Triángulo Norte más firme que nunca La presencia militar en las tres fronteras frena la criminalidad y permite que los ciudadanos puedan movilizarse entre países con mayor seguridad. https://dialogo-americas.com/s/16887 24 mar. 2017: El Ejército de Brasil realiza el AMAZONLOG 2017 El ejercicio contará con tropas de Argentina, Bolivia, Chile, Canadá, Colombia, Estados Unidos, Panamá, Perú, Ecuador, Chile y Uruguay, además de observadores de la Junta Interamericana de Defensa, de la Conferencia de Ejércitos Americanos y del Consejo de Defensa Sudamericano. https://dialogo-americas.com/s/1688r 27 mar. 2017: Mujer al mando El Batallón de Operaciones Aéreas del CBMMG tiene una mujer al mando y ejecuta el mayor plan de expansión en una década de actividades. https://dialogo-americas.com/s/1688u 27 mar. 2017: Fuerza Aérea de Colombia lleva servicios médicos a indígenas wayúu

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El pronóstico de la Fuerza Aérea de Colombia es atender a más de 5.000 personas en las cuatro actividades programadas para la Guajira en 2017. https://dialogo-americas.com/s/16890 28 mar. 2017: En su tercer año, FUSINA reafirma su compromiso de seguridad La Fuerza de Seguridad Interinstitucional Nacional de Honduras mantiene vigilancia permanente en casi 200 barrios y colonias del país con alta incidencia delincuencial. https://dialogo-americas.com/s/16893 28 mar. 2017: Ejército de Chile crea sistema para mitigar daños ante desastres naturales El Sistema Integrado de Información para la Emergencia es la primera plataforma virtual en línea para apoyar las emergencias en Chile. https://dialogo-americas.com/s/16896 29 mar. 2017: Preparados para misiones las 24 horas del día Una pequeña fuerza de tarea conjunta en una base aérea estratégica, con helicópteros, clínicas médicas expedicionarias, infraestructura móvil y otras capacidades ofrece una respuesta rápida en condiciones austeras. https://dialogo-americas.com/s/16899 29 mar. 2017: Sigiloso, indetectable y letal La Armada Nacional de Colombia cuenta con submarinos que contribuyen a combatir a las organizaciones criminales. https://dialogo-americas.com/s/1689t 30 mar. 2017: Capacitados y unidos para los retos futuros Expertos militares procedentes de cinco bases de los EE. UU. capacitaron a 92 elementos de las Fuerzas Armadas de Colombia. https://dialogo-americas.com/s/1689w 30 mar. 2017: Interagencia panameña entrena contra crimen durante carnavales Cada año, la Fuerza de Tarea Conjunta de Panamá aprovecha los festejos de carnaval para entrenar en labores de defensa del país y refuerzo a la seguridad. https://dialogo-americas.com/s/168q2

EJÉRCITO COLOMBIANO ASEGURA QUE PRESENCIA DE TANQUETAS EN FRONTERA ES NORMAL

http://lanacionweb.com/regional/fotos-presencia-de-tanquetas-en-la-frontera-desata-ola-de-rumores/

EN LAS SENTENCIAS “SE EVIDENCIAN VARIAS VIOLACIONES DEL ORDEN CONSTITUCIONAL”, LO QUE “CONSTITUYE UNA RUPTURA DEL ORDEN

CONSTITUCIONAL”.

http://www.panorama.com.ve/politicayeconomia/Maduro-convoco-al-Consejo-de-Seguridad-de-la-Nacion-por-impasse-entre-TSJ-y-Fiscalia-20170331-0108.html

RECHAZA WASHINGTON EL SERIO REVÉS PARA LA DEMOCRACIA EN CARACAS

DAVID BROOKS HTTP://WWW.JORNADA.UNAM.MX/2017/03/31/MUNDO/026N2MUN

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Más allá de México, el gobierno de Donald Trump casi no ha mencionado, y menos articulado, una política hacia América Latina, con excepción de Venezuela, donde ha indicado que mantendrá el mismo objetivo de su predecesor: el cambio de régimen. Este jueves, ante la decisión de la Suprema Corte de Venezuela de, efectivamente, anular el Poder Legislativo, el vocero del Departamento de Estado, Mark Toner, condenó lo que llamó una ruptura de las normas democráticas y constitucionales. Calificó la decisión de serio revés para la democracia en Venezuela y exigió que cumpla con sus compromisos con la Carta Democrática Interamericana. El diputado republicano Ed Royce, presidente del Comité de Asuntos Exteriores de la Cámara de Representantes, declaró que con esta violación de la Constitución, Venezuela verdaderamente se ve como una plena dictadura, y acusó que el autoritarismo corrupto del mandatario venezolano está minando la estabilidad en el hemisferio. No se sabe si la última movida en Caracas provocará un cambio de la política estadunidense hacia Venezuela en el gobierno de Trump, el cual inició de acuerdo con las mismas líneas establecidas por el gobierno de Barack Obama de buscar un cambio de régimen empleando sanciones unilaterales mediante mecanismos multilaterales, en particular la Organización de Estados Americanos (OEA), y el financiamiento de fuerzas de oposición dentro y fuera de Venezuela. La primera acción del gobierno de Trump contra Venezuela fue aplicar sanciones contra el vicepresidente Tareck El Aissami, a quien a mediados de febrero acusó de desempeñar un papel en el narcotráfico internacional, algo que marcaba una continuación de las mismas líneas de la política del gobierno anterior. Un par de días después, el 15 de febrero, a petición del senador republicano Marco Rubio, promotor de sanciones contra el gobierno venezolano, el presidente Trump se reunió en la Casa Blanca con Lilian Tintori, esposa del encarcelado líder opositor Leopoldo López. El acto concluyó con un tuit en el que el presidente llamó a la liberación inmediata de López. La primera maniobra diplomática multilateral del nuevo gobierno de Trump contra el gobierno venezolano se realizó la semana pasada, cuando, junto con los gobiernos de México, Canadá, Brasil y otros 10 países del hemisferio –bajo la supuesta batuta de Luis Almagro, secretario general de la OEA– se emitió un comunicado conjunto exigiendo que el gobierno de Nicolás Maduro fijara una fecha para celebrar elecciones y liberar a todos los presos políticos y amenazando suspender a Venezuela de la OEA si no aceptaba estas demandas. En una feroz respuesta a esto el lunes pasado y solicitando anular una sesión especial de la OEA en Washington sobre Venezuela, la canciller venezolana Delcy Rodriguez acusó a Almagro de ser un mercenario, traidor a todo lo que un diplomático latinoamericano debería representar y de ser vocero del gobierno de Washington. La sesión procedió el martes pero sin llegar a un acuerdo concreto. Antes de la sesión de la OEA, Michael Fitzpatrick, subsecretario asistente del Departamento de Estado para el Hemisferio Occidental, declaró que nuestro objetivo para la sesión especial no es la suspensión inmediata de Venezuela, sino evaluar las herramientas disponibles a la OEA para ayudar al pueblo de Venezuela, con la esperanza que el gobierno de Maduro participe en una discusión productiva para resolver la crisis económica y humanitaria de su país. En un editorial esta semana sobre la sesión de la OEA, el NEW YORK TIMES recuperó la misma narrativa que existía antes de las elecciones estadunidenses. Los diplomáticos venezolanos han buscado presentar la creciente oposición regional al gobierno de Maduro como parte de un esfuerzo encubierto de Estados Unidos para justificar la intervención militar. Una coalición de integrantes de la OEA, actualmente liderados por México, no ha aceptado esa excusa y busca cómo hallar e implementar soluciones a la crisis. La respuesta multilateral ya se había abordado a principios de mes, cuando el senador republicano Bob Corker, presidente del Comité de Relaciones Exteriores del Senado, comentó en una audiencia sobre Venezuela que más allá de las sanciones estadunidenses que se habían impuesto sobre mas de 140 venezolanos, se necesitaba evaluar otras opciones políticas para Washington, incluyendo trabajar con la OEA, para promover el cambio dentro del país.

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En esa audiencia, el senador Rubio opinó que tal vez la mejor opción para el gobierno de Trump ahora era apoyar la solicitud de Almagro para activar la Carta Democrática Interamericana, algo que incluso algunos expertos liberales en Washington apoyan. Esa vía multilateral estadunidense se promueve a veces con amenazas. Antes del posible voto sobre Venezuela en la OEA, a principios de esta semana, Rubio advirtió a países como República Dominicana, El Salvador y Haití que sería difícil protegerlos de los recortes en asistencia exterior estadunidense propuestos por Trump si fracasaban en defender la democracia y votar contra Venezuela en la OEA. No es una amenaza, es la realidad, afirmó. No hubo voto al final del día, por ahora. Sigue en misterio si habrá o no un cambio en la política estadunidense hacia Venezuela –y de hecho al hemisferio– ya que el secretario de Estado, Rex Tillerson, aún no se ha expresado al respecto. Algunos se preguntan si sus experiencias previas con Caracas influirán en sus decisiones: como ejecutivo en jefe de Exxon Mobil tuvo disputas con Caracas en 2007, cuando su empresa perdió su participación en el sector energético, y de nuevo en 2015 en una disputa sobre yacimientos de petróleo en aguas cercanas a Guyana. Tampoco está claro que continuará operando la otra vía de Washington para influir en la política interna de países latinoamericanos, incluida Venezuela, por medio de los llamados programas de promoción de la democracia. Trump ha propuesto recortes dramáticos en asistencia exterior. Hasta ahora, la Agencia de Desarrollo Internacional (Usaid) ha canalizado más de 20 millones de dólares a Venezuela entre 2012 y 2015. El Fondo Nacional para la Democracia (NED) ha otorgado más de millón y medio de dólares en 2015 (cifras más recientes) a ONG que dicen promover derechos humanos, libertad de expresión y promoción de elecciones libres e imparciales. Todo a nombre de la democracia.

MADURO PIDE APOYO DE URUGUAY PARA DETENER "INTERVENCIÓN"

http://www.jornada.unam.mx/ultimas/2017/04/02/maduro-pide-apoyo-de-uruguay-contra-intervencion-en-venezuela Caracas. El presidente venezolano, Nicolás Maduro, dijo este domingo que busca el apoyo de su par uruguayo, Tabaré Vázquez, para que se convierta en el líder que detuvo una "intervención imperialista" en Venezuela, un día antes de que la Organización de los Estados Americanos (OEA) debata la situación política que vive el país.

"Yo estoy llamando a Tabaré hace una semana para conversar sobre las declaraciones y la actitud de su cancillería. Uno no puede entender cómo agrede a Venezuela y coordina con el Departamento de Estado estadunidense posiciones contra Venezuela", afirmó Maduro en su programa de radio y televisión Domingos con Maduro.

Uruguay se sumó el pasado viernes a una condena de la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur) sobre la situación en el país, después de que el Tribunal Supremo de Justicia de Venezuela asumiera las funciones de la Asamblea Nacional. El sábado, los cancilleres del Mercosur, entre ellos el de Uruguay, condenaron la "ruptura del orden democrático".

"Espero aclarar todo con Tabaré y que pase a la historia como el líder que detuvo la intervención contra Venezuela, en todos los espacios en que el imperialismo estadunidense presiona para que intervengan", aseveró.

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El Consejo Permanente de la OEA mantendrá una sesión de emergencia el lunes en Washington para analizar los acontecimientos en Caracas. El secretario general del organismo regional, el uruguayo Luis Almagro, que aboga por la suspensión de Venezuela en el organismo, dijo que en el país latinoamericano hubo un "autogolpe de Estado".

Caracas. El presidente venezolano, Nicolás Maduro, dijo este domingo que busca el apoyo de su par uruguayo, Tabaré Vázquez, para que se convierta en el líder que detuvo una "intervención imperialista" en Venezuela, un día antes de que la Organización de los Estados Americanos (OEA) debata la situación política que vive el país. "Yo estoy llamando a Tabaré hace una semana para conversar sobre las declaraciones y la actitud de su cancillería. Uno no puede entender cómo agrede a Venezuela y coordina con el Departamento de Estado estadunidense posiciones contra Venezuela", afirmó Maduro en su programa de radio y televisión Domingos con Maduro. Uruguay se sumó el pasado viernes a una condena de la Unión de Naciones Sudamericanas (Unasur) sobre la situación en el país, después de que el Tribunal Supremo de Justicia de Venezuela asumiera las funciones de la Asamblea Nacional. El sábado, los cancilleres del Mercosur, entre ellos el de Uruguay, condenaron la "ruptura del orden democrático". "Espero aclarar todo con Tabaré y que pase a la historia como el líder que detuvo la intervención contra Venezuela, en todos los espacios en que el imperialismo estadunidense presiona para que intervengan", aseveró. El Consejo Permanente de la OEA mantendrá una sesión de emergencia el lunes en Washington para analizar los acontecimientos en Caracas. El secretario general del organismo regional, el uruguayo Luis Almagro, que aboga por la suspensión de Venezuela en el organismo, dijo que en el país latinoamericano hubo un "autogolpe de Estado"

(VIDEO) CONSEJO DE SEGURIDAD EXHORTA AL TSJ A REVISAR DECISIONES 155 Y 156, PARA ESTABILIDAD INSTITUCIONAL Y EQUILIBRIO DE PODERES

https://www.aporrea.org/actualidad/n306406.html

UN MUERTO POR LAS PROTESTAS CONTRA EL INTENTO REELECCIONISTA EN PARAGUAY

Se trata de un joven de 25 años que militaba en el opositor PLRA y que fue baleado durante un asalto policial a la sede partidaria. http://www.clarin.com/mundo/muerto-protestas-intento-reeleccionista-paraguay_0_BJSzTbpnl.html

MADURO DEROGÓ LA SENTENCIA PERO LA OPOSICIÓN QUIERE MÁS

https://www.pagina12.com.ar/29332-maduro-derogo-la-sentencia-pero-la-oposicion-quiere-mas

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El antichavismo insiste en que la marcha atrás en la quita de competencias a la Asamblea Nacional no anula lo antidemocrático de la medida. El oficialismo denuncia un plan de EE.UU. y gobiernos de derecha para derrocarlo.

La grieta venezolana: son multitudinarias las marchas a favor y en contra del chavismo. (Imagen: EFE)

El Tribunal Supremo de Justicia (TSJ) de Venezuela renunció ayer a asumir las

funciones del Parlamento, después de que el Consejo de Defensa, encabezado por

el presidente del país, Nicolás Maduro, solicitara a la Corte revisar la sentencia

que le quitaba poderes a la Asamblea Nacional (AN).

“Enfrentamos una situación compleja, y yo puedo decir que en pocas horas,

activando los mecanismos de la Constitución, fue superada exitosamente la

controversia que existió entre dos poderes”, dijo Maduro durante un acto militar

en la costera ciudad de La Guaira. En un comunicado, el TSJ venezolano informó

que suprime algunas partes de la citada sentencia y deja sin efecto su anterior

decisión de asumir las competencias del Parlamento, de mayoría opositora.

Asimismo, dejó sin efecto el contenido de la sentencia con la que había decidido

limitar la inmunidad de los diputados de la AN, al considerar que ese privilegio es

incompatible con el “desacato” en el que persiste por mantener en sus escaños a

tres diputados suspendidos por una investigación de fraude en sus elecciones. La

decisión fue anunciada luego de que el Consejo de Seguridad de la Nación, una

instancia de consulta del jefe de Estado, exhortara al TSJ a revisar esas sentencias.

Maduro convocó a este Consejo con el objetivo de resolver lo que calificó como una

impasse derivada de la posición del Ministerio Público (Fiscalía) frente a la

sentencia en la que el TSJ se atribuyó las funciones del Parlamento, debido a la

situación de “desacato” en la que éste se encuentra. El Consejo de Seguridad llegó

a este consenso pese a que un par de horas antes el propio Maduro había

respaldado la decisión del Supremo, garante del cumplimiento de la Constitución

venezolana, y la canciller Delcy Rodríguez había previsto acudir a la sede judicial

para expresar también el apoyo del Ejecutivo. Otro punto del acuerdo al que llegó

el Consejo fue ratificar que el máximo tribunal, en su Sala Constitucional, “es la

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instancia competente para el control de la constitucionalidad de los actos

emanados de cualquier órgano del poder público nacional”, así como “la

resolución de los conflictos entre poderes”.

Sin embargo, el presidente del Legislativo, el opositor Julio Borges, dijo que pese a

ello el “golpe de Estado” persiste. “No ha habido cambio, el golpe de Estado

continúa”, aseguró Borges a los periodistas presentes en un acto de la oposición, al

referirse a las aclaraciones del TSJ. “El Tribunal Supremo de Justicia pretende

maquillar un muerto, pero el TSJ ya dio un golpe de Estado que no puede corregir.

Que no crea que tachando una palabra en esa sentencia corrigen el muerto, la

sentencia es la culminación de un golpe de Estado que han venido dándonos desde

años”, subrayó durante una concentración de opositores en Caracas, en la que

llamó a iniciar un movimiento de cambio. Desde una “sesión especial de calle” de

la AN, el parlamentario resaltó que ayer iniciaron de nuevo las actividades de calle

para lograr la libertad definitiva de Venezuela. “La calle significa salir a defender

nuestra dignidad”, agregó Borges.

Por su parte, el dos veces candidato a la presidencia de Venezuela, Henrique

Capriles, señaló que con estas aclaratorias del máximo tribunal no está resuelto el

golpe de Estado, y pidió que estas sentencias sean anuladas. “¡La grave situación

que vive nuestra Venezuela sigue siendo la misma! No hay nada que aclarar. Hay

que respetar la Constitución”, expresó el gobernador opositor a través de la red

social Twitter. Capriles, que se encuentra en Washington en una campaña para

denunciar la crisis del país, calificó al Consejo como otra reunión más de la cúpula

del PSUV (el gobernante Partido Socialista Unida de Venezuela), y aseguró que lo

único útil que podía hacer para solucionar el conflicto que atraviesa el país era

llamar a elecciones.

El presidente del TSJ, Maikel Moreno, dijo ayer en un acto ante representantes del

cuerpo diplomático que pueden tener la seguridad de que ese organismo no hará

nunca nada que atente contra la estabilidad política del país petrolero. Sin

embargo, las decisiones del TSJ generaron fuerte rechazo internacional,

especialmente desde el momento en que asumió las competencias de la cámara. El

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secretario general de la Organización de Estados Americanos (OEA), Luis

Almagro, denunció un “autogolpe” a raíz de los fallos, ampliamente criticados por

la comunidad internacional. Pero el mandatario venezolano respondió el viernes

que en Venezuela hay plena vigencia de la Constitución, de los derechos civiles y

políticos, de los derechos humanos, y se dijo víctima de un “linchamiento

diplomático”.

Fortalecida por la presión internacional sobre el gobierno, la oposición a Maduro

se movilizó ayer bajo advertencias del presidente de que enfrentará cualquier

“aventura golpista”. Decenas de adversarios se concentraron en una plaza de

Caracas, donde el bloque legislativo de la coalición opositora Mesa de la Unidad

Democrática (MUD) sesionaba y anunciaba nuevas protestas. La Guardia

Nacional Bolivariana de Venezuela (GNB, policía militar) reprimió con gases

lacrimógenos a cientos de manifestantes. Los opositores no pudieron continuar su

trayecto debido a la presencia de tanquetas antimotines que bloquearon la vía, y

fueron dispersados con gases lacrimógenos.

El TSJ declaró en desacato al Poder Legislativo, anulando sus decisiones, por

considerar que no desvinculó formalmente a tres asambleístas opositores acusados

de fraude electoral. Ante la andanada de críticas, Maduro lanzó el viernes una

dura advertencia. “Que nadie esté aprovechando esta circunstancia para

aventuras, porque la voluntad para enfrentar aventuras golpistas es absoluta y yo

llamaría al pueblo a la calle”, desafió el presidente, cuya figura rechazan siete de

cada diez venezolanos, según encuestas de la oposición. Maduro denuncia un plan

liderado por Estados Unidos y gobiernos de derecha, a través de la OEA, para

derrocarlo. Pese a ello, reiteró que está dispuesto a reactivar el diálogo que la

MUD congeló en diciembre pasado alegando el incumplimiento por parte del

gobierno de acuerdos sobre un cronograma electoral y liberación de opositores

presos.

Asimismo, un grupo de 13 países presentó un proyecto de resolución para ser

debatido mañana en el Consejo Permanente de la OEA, a fin de declarar que los

fallos del TSJ constituyen una violación del orden constitucional.

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¿MADURO EL INDEFENDIBLE?

https://www.pagina12.com.ar/29334-maduro-el-indefendible

Por Modesto Emilio Guerrero *

¿Es posible que se esté convirtiendo en lo que terminaron Khadafi, Saddam,

Velasco y otros en la historia de los gobiernos antiimperialistas? Son líderes

incapaces de llevar hasta el final lo que comenzaron y terminaron víctimas fatales

de sí mismos, fagocitados por su propia inconsecuencia. Y repitieron la historia

como farsa, porque lo que no avanza retrocede.

Es posible, pero no es ésa la actual situación. Mientras la OEA, el Mercosur y

EE.UU mantengan el asedio internacional a su gobierno bolivariano, es obligatorio

defenderlo, aun a pesar de sus contradicciones.

La decisión del Tribunal Supremo de Justicia no impuso un golpe de Estado

porque no disolvió el Parlamento ni suprimió la soberanía del voto popular. Sólo

un idiota útil de la prensa dominante puede llamar a eso un “golpe”, “fujimorazo”

o cosa parecida.

En términos políticos y sociales, la sentencia judicial creó un estado de situación en

el sistema político y en la vida social que es lo más similar a “una ruptura del hilo

constitucional”, como declaró Luisa Ortega Díaz, la fiscal general de la Nación,

antigua militante de izquierda y chavista incuestionable. Lo mismo opinan el

mayor general ultrachavista Clivel Alcalá; la ex asesora presidencial, abogada y

escritora Eva Gollinger y unos diez ex ministros de Chávez. Eso explica el

retroceso del gobierno.

El actual estado de cosas no se explica sin el contexto de asedio a un gobierno

indisciplinado a Washington y acorralado por la OEA y el Mercosur. Pero ésa es la

mitad de la historia. El propio gobierno de Maduro ha colaborado desde 2013,

cuando decidió abandonar el experimento chavista de transitar una vía comunal al

socialismo para convertirse en el “Nido de alacranes” que advirtiera en 2008 el

General chavista Müller Rojas.

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Maduro escogió otro camino, opuesto al que Hugo Chávez emprendió tardíamente,

entre 2011 y 2012, cuando le encargó personalmente a Maduro que reemplazaran

el actual sistema político (Estado) corrupto, rentista y periclitado históricamente,

por otro basado en las comunas y los demás organismos del naciente poder

popular bolivariano. (“Nicolás, te lo encargo como si fuera mi vida misma”, le dijo

el 27 de octubre en el llamado “Golpe de Timón”).

Maduro hizo lo opuesto. Entonces el actual resultado no estaba previsto en los

genes del chavismo, de la misma manera que la Santa Inquisición no anidó en el

primer cristianismo. Ambos fueron una construcción. El argumento de que “así

terminan los populismos” es onánico, autoconsolador, regocijo para analfabetos

políticos, que sólo entienden la vida política desde las “alturas” de sus insticiones y

líderes y no desde sus creadoras fuerzas sociales enfentadas a las presiones

inmisericordes del Sistema Mundial de Estados y el Sistema Mundial del Capital.

Maduro y su gobierno de arribistas enriquecidos, hoy arrinconados, también

decidieron actuar con ese criterio regresivo socialdemócrata. Por eso no acude al

pueblo trabajador y sus organismos, ni para el voto ni para la calle. Prefiere

apoyarse en el Consejo de Defensa de la Nación (militar-cívico); no convocó al

Parlamento Comunal tan existente y legal como el otro, para legitimar sus acciones

y potenciar una nueva democracia en una república social. No expropió a los

empresarios que colapsaron la economía con la evasión masiva de capitales y

volatilizaron el consumo y la vida social con dólares baratos del Banco Central. No,

su decisión fue favorecerlos con empresas mixtas y entregar el Arco Minero a trece

multinacionales. Entonces, su deriva actual a una forma sui generis de concentrado

autoritarismo era casi inexorable.

Maduro prefirió apoyarse en el corrupto Tribunal Supremo de Justicia para

limitar el poder de la derecha en el Parlamento, convertido en el brazo de la OEA

desde hace un año.

Atrapado sin salida en ese nuevo rumbo, el presidente Maduro tiende a liquidar lo

que resta del prometedor “proceso revolucionario bolivariano”. Y aunque pueda

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terminar como otro “indefendible”, ese capítulo no ha llegado. Al contrario,

Maduro tiene el mérito de resistir en Miraflores presiones quizá más salvajes que

las sufridas por Chávez, con el precio petrolero y el PBI por el piso. Su tiempo no

se agotó, aún, y el futuro hay que esperarlo para pronunciarse.

* Biógrafo de Chávez y ex diputado venezolano

UN MUERTO Y HERIDOS TRAS LAS PROTESTAS

https://www.pagina12.com.ar/29328-un-muerto-y-heridos-tras-las-protestas

Rodrigo Quintana, de 25 años, dirigente de la Juventud del Partido Liberal Radical Auténtico, que se opone a la reforma constitucional, tenía nueve impactos de bala.

La tensión en Paraguay se disparó ayer tras los disturbios del viernes que se

saldaron con la muerte de un joven opositor a manos de la policía y numerosos

heridos, después de que el Congreso fuera incendiado por manifestantes tras la

aprobación de una enmienda que abre la vía a instaurar la reelección presidencial.

La víctima fue identificada como Rodrigo Quintana, de 25 años y dirigente de la

Juventud del Partido Liberal Radical Auténtico (PLRA), quien recibió varios

balazos cuando se encontraba en la sede central de ese partido, invadida por una

patrulla policial, reportaron medios locales. El joven opositor murió tras recibir

nueve impactos de bala, aseguró ayer Anibal Filártiga, director del Hospital de

Traumas, donde fue conducido tras el suceso. El ministerio del Interior, por su

parte, abrió una investigación sobre el hecho y aseguró que llegarán “hasta el total

esclarecimiento de lo ocurrido, y los responsables serán puestos a disposición de la

Justicia”.

La fiscal Maria Raquel Fernández informó que hay un uniformado detenido y que

se le incautó una escopeta, aparentemente utilizada para el crimen, según algunos

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testigos. De su lado, el oficial policial Abel Cañete, encargado de investigar este

hecho, aseguró ayer que no se va a encubrir nada ni a nadie y lamentó los hechos

de violencia. “No queremos la violencia entre los paraguayos”, agregó el oficial,

que trabaja junto con el Ministerio Público para esclarecer el episodio.

Ayer por la mañana, algunas zonas del centro de Asunción, la capital de Paraguay,

amanecieron devastadas como consecuencia de la violencia, que dejó decenas de

heridos, 211 detenidos y numerosos daños materiales. Las protestas más violentas

ocurrieron en la Plaza de Armas, junto al Congreso, una zona que quedó en estado

catastrófico, con autos quemados y escombros en las calles. Además del Congreso

fueron atacadas otras oficinas públicas, comercios, y viviendas particulares. Entre

los heridos por impacto de balines de goma figuran el propio presidente del

Congreso, el opositor Roberto Acevedo, el titular del partido Liberal, Efraín

Alegre, y el diputado liberal Edgar Acosta, que recibió un proyectil en la boca.

La violencia estalló en Asunción el viernes, luego de que 25 senadores se reunieran

en una sede del Frente Guasú, el partido del ex presidente Fernando Lugo, y sin la

presencia del resto de los legisladores, para aprobar una enmienda constitucional

que habilita la reelección presidencial, prohibida por la Constitución actual. La

medida beneficia tanto al actual mandatario, el conservador Horacio Cartes, como

a su antecesor, el socialista Lugo. Hace dos meses que el país está polarizado en

relación al proyecto elaborado por el oficilialista Partido Colorado y el Socialista,

los principales beneficiados por la propuesta. El Partido Liberal se opone a la

medida aunque algunos legisladores admitieron haberla apoyado.

“Ni Stroessner hizo esto”, se quejó el presidente del Partido Liberal, Efraín Alegre,

en referencia al dictador Alfredo Stroessner, quien gobernó el país con mano dura

entre 1954 y 1989. Además, anticipó que los senadores liberales que están aliados

con la mayoría del gobierno y a favor de la reelección serán expulsados del

partido.

Tras los disturbios, Cartes emitió un comunicado en el que llamó a la calma y

acusó a un grupo “empotrado en la política y medios de comunicación” de

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promover el conflicto para destruir “la paz, la tranquilidad y el bienestar general

del pueblo paraguayo”. Pero, además destituyó al ministro del Interior, Tadeo

Rojas, y al comandante de la Policía Nacional, Críspulo Sotelo. El nuevo ministro

del Interior, en carácter interino, es Lorenzo Lezcano, hasta ahora viceministro de

Seguridad Interna, y a Sotelo le sustituye, también interino, Luis Carlos Rojas,

hasta ahora su segundo, anunció en rueda de prensa Juan Carlos López Moreira,

jefe de gabinete de la Presidencia.

Presidencia emitió a su vez un comunicado en el que se dice que Cartes realizó esos

cambios “considerando los últimos acontecimientos en el ámbito de la seguridad y

ante la orden expresa de extremar cuidados para evitar excesos en el uso de la

fuerza pública”. El anuncio se hizo en medio de las exigencias para la dimisión de

Rojas formuladas por algunos partidos opositores tras los disturbios del viernes,

cuando efectivos policiales irrumpieron en la sede del Partido Liberal y uno de los

agentes mató a Quintana. Rojas y Sotelo habían dado una rueda de prensa en la

que denunciaron el arresto de un suboficial de policía como presunto autor de la

muerte de Quintana.

Un total de 90 de las 211 personas detenidas por los disturbios, fueron luego

liberadas ayer tras prestar declaración. Los ahora liberados habían sido detenidos

por la policía paraguaya en el centro de Asunción, y estaban acusados de

perturbación a la paz pública durante los episodios de violencia de la pasada

madrugada, informó el Ministerio Público en un comunicado. La Fiscalía espera

que otras 30 personas detenidas declaren a lo largo de la tarde en relación con

estos hechos.

-LATINOAMÉRICA TIENE COMPLEJO DE INFERIORIDAD

https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224846

REVISTA MEMORIA

revista crítica militante

Número 261. Año 2017-1 http://revistamemoria.mx/

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EL CALVARIO INVISIBLE DE LAS TRABAJADORAS DEL HOGAR EN MÉXICO http://internacional.elpais.com/internacional/2017/03/30/mexico/1490838981_432617.html

EL TRIUNFO DE TZVETAN TODOROV

Alberto Ruy Sánchez http://www.nexos.com.mx/?p=31873

A la semana de su muerte comenzó a circular el libro póstumo de Tzvetan Todorov, El triunfo del artista. Un ensayo histórico y filosófico relativamente breve en el que confluyen las ideas fundamentales de la mayoría de sus libros. Más que una síntesis es, literalmente, una conclusión.

Ahí están sus dos grandes épocas de investigador: la primera en la que se ocupaba de la arquitectura de las obras artísticas, como le gustaba describir a su etapa de semiólogo, y la segunda, donde se vuelve un pensador con preocupaciones sociales, un historiador de las ideas con un interés especial en el pensamiento político, en la experiencia totalitaria, en la insumisión y en la relación del arte con su momento histórico. Aunque su último libro se ocupa de un periodo histórico muy preciso, tanto las preguntas que propone como las ideas que explora y nos presenta son pertinentes hoy y apuntan hacia un futuro

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inmediato. Por eso, El triunfo del artista, escrito finalmente durante los años en el que el autor sabía de la gravedad de su enfermedad, adquiere el valor de testamento intelectual y moral.

En él estudia las relaciones complejas y disparejas entre el poder y algunos creadores excepcionales durante los primeros años de la revolución soviética. Se subtitula La Revolución y los artistas. Rusia 1917-1941. El epígrafe es una cita de Pascal, que adelanta la idea principal del libro: “La grandeza de la gente de espíritu es invisible para los reyes, los ricos, los capitanes…”. Todorov relatará y analizará varios combates entre el poder de Lenin y de Stalin y creadores que, de diferentes maneras, quisieron creer en la Revolución. Aunque sus actividades pertenecen a dos ámbitos humanos muy distintos, a la hora en que se enfrentan el poder aniquila meticulosamente a cada uno. A medio libro asegura: “El régimen gana cada batalla puntual pero perderá la guerra. A la larga, los artistas prevalecen sobre los líderes políticos”. Al final del libro aclara la naturaleza de ese triunfo: “Los detentores del poder son capaces de destruir a aquellos a quienes quieren someter. Pero no tienen ningún dominio sobre los valores estéticos, éticos y espirituales que hay en las obras producidas por ciertos artistas. Antes como ahora, sin esas obras la humanidad no podría sobrevivir. Y en eso reside el triunfo de los héroes frágiles de nuestro relato”.

La última vez que tuve oportunidad de conversar con Todorov acababa de entregar a la imprenta su libro Insumisos. Siete relatos de vida de personas de diferentes ámbitos que le resultaban admirables por haber dicho no a los poderes que los pusieron a prueba, incluso con violencia. Todorov enfatiza que en todos los casos que le interesa relatar los protagonistas insumisos se niegan

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también a odiar al enemigo, no desean su muerte ni la justifican. Ni siquiera cuando la de ellos mismos estuvo amenazada. Uno de esos personajes, la antropóloga Germaine Tillion, incluso desde la cárcel anhelaba “una justicia despiadada con el delito pero compasiva con el delincuente”. Es muy interesante que Todorov no vea a estas personas admirables —Mandela, Tillion, Hillesum, Pasternak, Solzhenitsyn, entre otros— como héroes que hicieron una elección consciente y voluntaria. Asegura que no elegimos la persona que somos y mucho de lo que nos forma se nos escapa. Lo que en cada caso fue decisivo es haber experimentado un mal extremo. “Como si la asfixia asegurara la respuesta de la fuerza del espíritu, como si la falta radical de humanidad preludiara el brote de su manifestación más esplendorosa”.

En aquella ocasión Todorov me relató que al escribir Insumisos el caso de Pasternak le despertó la inquietud de analizar con más detalle la seducción de los creadores soviéticos por la idea de revolución. Y no dejaba de ver un vínculo que merecía ser analizado entre la idea nietzscheana de creer que la voluntad lo puede todo y la facilidad de ser seducidos por una dictadura que promete moldear voluntariamente a la humanidad hacia un futuro promisorio. Transformación tan radical que justifica incluso matar o morir por ella.

La ilusión del triunfo de la voluntad era, según me explicó, una premisa de la ilusión de los intelectuales y creadores por las dictaduras. Tzvetan puso el tema en la conversación porque acababa de leer, en la edición búlgara, su lengua materna, mi libro sobre André Gide y su Regreso de la URSS. Le había llamado especialmente la atención el prólogo de Octavio Paz, “La verdad contra el compromiso”. Y me explicó que en su siguiente libro

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trataría de ir más a fondo en la anatomía de la idea del compromiso social de los intelectuales como una forma de sumisión voluntaria. En efecto, es uno de los temas candentes hasta ser trágicos en El triunfo del artista.

Tzvetan recordaba que cuando nos conocimos en París, varias décadas atrás, yo acababa de publicar en una revista francesa un ensayo sobre el director Serguei Eisenstein donde exploraba sus relaciones con el poder soviético y cómo éstas incidieron directa o indirectamente en el fracaso de su proyecto mexicano. Un elemento fundamental fue la seducción del escritor millonario Upton Sinclair, productor y dueño de ¡Qué viva México!, por el régimen de Stalin. En la que contaba tanto su idealización de Stalin como líder de un nuevo mundo, como las regalías gigantes que por derechos de autor Stalin había ordenado que le pagaran. Todorov me contó que incluiría a Eisenstein en su nuevo libro sobre las relaciones de los creadores con la revolución pero que se ocuparía sobre todo de todo lo que sucedió a su regreso de México. La filmación de El prado de Bezhin, que es un elogio de la delación y pena de muerte de los padres por los hijos en nombre de la revolución.

En aquella época yo era un estudiante y Todorov era ya un muy conocido investigador y maestro. Compartíamos haber sido alumnos de Roland Barthes y él comenzaba una relación amorosa con mi compañera de clase, Nancy Huston. Era el otoño del siglo XX, cuando Todorov llevaba un poco más de una década y media de trasterrado de Bulgaria a Francia. París era el lugar donde comenzaban a caer una a una como monedas falsas las ilusiones que alimentaron desde todos los países la fe en que era posible construir un paraíso en la tierra, y que su promesa de justicia e igualdad justificaba todo: la represión e incluso el

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asesinato de quienes se opusieran a los regímenes estalinistas en el mundo.

La palabra de más alta resonancia moral era disidencia. Y París era la metrópoli de los disidentes. O como los llamó desde mucho antes el escritor ruso Zamiatin, de los disonantes. Como poco antes lo había sido de los revolucionarios tercermundistas. Muchos de ellos pronto convertidos en villanos de la historia en sus propios países. El caso terrible de Pol Pot, educado en el ámbito revolucionario parisino antes de asesinar a seis millones en Cambodia, o del Ayatola Komeini, recibido y celebrado como héroe tercermundista en París antes de establecer “sorpresivamente” su dictadura islámica asesina en Irán, eran cada día más candentes.

Buscando antídotos al conformismo pro soviético del Partido Comunista Francés, defensor permanente del régimen del Gulag que, de nuevo y definitivamente, había documentado Solzhenitsyn, muchos intelectuales a la izquierda de la izquierda quisieron creer que Stalin había distorsionado las ideas de Lenin (en vez de reconocer como se ha documentado después que era su ejecutor más fiel y moderado) y se volvieron fanáticos creyentes de sus dogmas y de una dictadura “marxista leninista” supuestamente más pura, la de Mao Tse Tung. Hasta la gente de la revista Tel Quel dedicaba increíblemente elogiosos números especiales, relatos de viajes ilusos y libros entusiastas a la China maoista. De la que Pol Pot era finalmente un pálido remedo.

A fuerza de acoger exilios de múltiples horizontes y bajo el fuego de un deber de inteligencia cada vez mayor ante las evidencias, se fue fundiendo como hielo en verano la fe tenaz que sostenía todo aquello. El despertar de los países

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del bloque soviético, con Polonia a la cabeza, fue un sismo incesante que culminaría con la caída del muro de Berlín.

En ese momento bisagra, mientras los últimos marxistas de la revista Pensamiento: revista de estudios racionalistas, dirigida por Louis Althusser, daban clases furibundas antes de matar a sus esposas o suicidarse, Milan Kundera era un discreto profesor checoslovaco exiliado en provincia, en Rennes, que venía a París una vez a la semana a dar una clase deslumbrante sobre Kafka. Entonces, Kundera retraducía lentamente sus libros acotando la tremenda voluntad de estilo de sus primeros traductores. Kostas Papaioannou, el disidente del comunismo griego que descubriera a Octavio Paz la existencia del Gulag desde el final de los años cuarenta, daba su seminario semanal sobre las paradojas del pensamiento marxista. El gran filósofo polaco de la ironía, Leszek Kolakowski, venía de Oxford a París con frecuencia y publicaba sus tres volúmenes indispensables de Las principales corrientes del marxismo.

En el mundo de los estudios literarios, en pleno furor por el análisis de las formas, Todorov había introducido a los formalistas rusos en Francia. Había traducido sus textos fundamentales y se había convertido en el difusor de las ideas de Mijail Bajtin y sobre todo de Roman Jakobson. Había introducido un aire liberador en eso que en la época se llamaba estructuralismo y que se acercaba a un callejón sin salida. Alimentó de ideas novedosas y de un rigor inusitado incluso a sus maestros. Participó, como Foucault, Deleuze, Chatelet, Rancière y tantos otros en la utopía educativa que fue la Universidad de Vincennes, producto del movimiento del 68, muy pronto desaparecida. En veinte años publicó una decena de libros fundamentales que todo estudiante de poética tenía que

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conocer, incluyendo el utilísimo Diccionario enciclopédico de las ciencias del lenguaje, escrito con Oswald Ducrot. Este lingüista riguroso, especializado en la argumentación, que por cierto tiene una alumna mexicana brillante, Luisa Puig, le demostró que la ciencia literaria no era tal. Que la lingüística y la literatura estudiadas a fondo conducían hacia ámbitos distintos. Al comenzar los años ochenta, después de un viaje a México, leyendo las crónicas de la Conquista, Todorov descubre un nuevo continente de estudios. El tema de la otredad. El encuentro de culturas distintas lo apasiona. Y en 1982 publica La conquista de América. La cuestión del otro. Ensayo bisagra sobre el cual su obra se abrirá hacia nuevos horizontes.

El tema de la alteridad estaba presente en Francia dentro de los estudios de lo que entonces se llamaba “el imaginario” de una cultura. Se usaba tanto en la Nueva Historia como en la filosofía. Todorov propone una tipología de las diferentes maneras de relacionarse con las culturas distintas. Recuerdo el entusiasmo de Todorov en el momento de ese descubrimiento. De alguna manera, al hablar del encuentro con una cultura distinta estaba hablando de sí mismo. Sin decirlo abiertamente, se sentía feliz de ser un desplazado que analizaba el sentido de los desplazamientos. La mirada sociológica de Edward Said en su libro Orientalismos, publicado un poco antes, le parecía llano e insuficiente. Pero lo retaba a formular un juicio moral más sutil. En ese libro surge el tema de la ética de la historia que nunca abandonará sus investigaciones.

En su esfuerzo por ir más a fondo conceptualmente continúa su examen de otros pensadores de la alteridad, sobre todo franceses y escribe Nosotros y los otros. Libro hermano del anterior, donde queda establecido un método que alimentará a partir de entonces toda su obra: con cada

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pensador establecerá un diálogo que lo lleva no sólo a exponer ideas sino a confrontarse personalmente con ellas, a llevarlas al presente, a establecer un examen ético de su pertinencia. Su inspiración para dedicar una atención especial y continua al diálogo activo y sus consecuencias es el método “dialógico” de su maestro Mijail Bajtin. Esa exigencia intelectual y vital lo llevará a lo largo de los años y los libros a recorrer de ida y vuelta el camino que va de su juventud bajo una dictadura socialista a su madurez como testigo alerta de las paradojas de la historia contemporánea y de la necesidad de insumisión en todas las sociedades.

Si bien hay una diversidad de culturas que debemos comprender cada vez más a fondo y cada vez de manera sutil, ninguna diferencia, ninguna tradición y ningún proyecto de sociedad justifica la crueldad, la dominación, la exclusión, la violencia, el asesinato, el sacrificio humano. Las generalizaciones culturales a ultranza y las uniformizaciones matan. También lo hacen los relativismos extremos. Poco a poco irá formulando una antropología que no se ocupe de culturas aisladas sino de La vida en común. Una antropología general, dice él, que trate de comprender tanto la fascinación por los tiranos como la identificación con las víctimas, el orgullo o la entrega, el odio o el amor a los otros y a la verdad. La fragilidad de la felicidad y la facilidad de su destrucción.

En su análisis de la intolerancia violenta hacia los migrantes, El miedo a los bárbaros, explica cómo ese temor convertido en pasión dominante en los países que reciben a esos migrantes es lo que amenaza con convertirlos en bárbaros. En ese libro de 2008 es visible ya el fantasma que para nosotros es evidente en la exacerbada barbarie racista de Bannon y su trompeta Trump. Porque es un

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fantasma que habita nuestro tiempo y no está ausente de muchos otros países, incluido México. En la incomodidad, incomprensión y ceguera de nuestros gobernantes modernizadores hacia el México profundo late muy viva esa misma pulsión, desgraciadamente.

Cuatro años después, continuando con esa línea de reflexión, Todorov escribirá Los enemigos íntimos de la democracia. Íntimos porque no vienen del exterior sino del interior de nuestras sociedades. Uno de los enemigos más grandes es el economicismo a ultranza: cuando un país es gobernado por economistas que enarbolan sus ideas como teología salvadora y como último sentido de la vida comunitaria. La política de convivencia y de bien común, de salud y de educación y sobre todo de diversidad cultural es subordinada ciegamente a la macroeconomía donde siempre el bienestar de pocos, cada vez menos, será la prioridad implícita.

El segundo enemigo de la democracia es el mesianismo de quienes creen tener la razón sobre los otros, la fórmula de salvación de una sociedad. Y están dispuestos a imponerla por la fuerza a todos. Ya en su libro Memoria del mal, tentación del bien había explorado esta pulsión de imponer una idea del bien en las sociedades totalitarias. En este libro lo explora en las sociedades democráticas y descubre que es la misma pulsión avasalladora.

El tercer enemigo es el populismo y la xenofobia, la manipulación de las masas por líderes corruptores de ilusiones que convierten a la democracia en marketing, que alertan los instintos humanos más bajos, como el odio a los diferentes, la sed y abuso de poder y la corrupción total aceptados como inevitable normalidad.

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Todorov invita a repensar e ir más allá de la aparente oposición entre las sociedades patriarcales opresivas y las sociedades ultraliberales deshumanizadas. Es mentira que unas sean cerradas y otras abiertas. Entre ambas hay cada vez más vasos comunicantes, nudos, laberintos. Nosotros sabemos que México es prueba de ello. Con cierta tristeza y con asombro, Todorov se dio cuenta de eso en su última visita a México en 2014. Lo que él describió dos años antes a propósito de Europa, deseando una primavera europea como las primaveras árabes se revelaba ya como una enorme inocencia. Él había añorado un espíritu de rebeldía que buscara y encontrara nuevos caminos, pero incluso las primaveras árabes se develaron como groseras recuperaciones de lo espontáneo por los fundamentalismos y por el salafismo en todos los frentes.

Para Todorov, en momentos de la historia como el que vivimos, hay que volver a las lecciones básicas que nos ofrecen el arte y la literatura. Contra los heroísmos y valentías estereotípicas mayúsculas una y otra vez Todorov opondrá los valores de lo minúsculo radiante que surge cada día. En su libro lúcido sobre la pintura holandesa del siglo XVII, Elogio de lo cotidiano, sienta las bases simples y profundas de una lectura de la plenitud humana captada por los artistas y vuelta lección vital a lo largo de los siglos. El arte, como la poesía, son indispensables para mostrar el camino de lo posible.

Las relaciones complejas entre arte y moral serán examinadas en su libro sobre Rembrandt: el arte o la vida. Y en el que escribió sobre Goya: a la sombra de las luces, nos recuerda con el artista español que los valores de justicia, verdad y libertad vivirán siempre y cuando no olvidemos a los monstruos que las amenazan.

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El triunfo del artista se ocupa de todos estos temas en un díptico que comienza haciendo una tipología de los artistas rusos de la primera mitad del siglo XX y su relación con la idea de revolución social, de revolución en las artes y con los poderes revolucionarios. La segunda mitad del libro se ocupará exclusivamente de un artista, el pintor Kasimir Malevich. No es casualidad que Malevich haya sido a la vez admirado sin límites por sus dos maestros Bajtin y Jakobson, aunque cada uno de ellos viviera posiciones distantes con respecto al poder soviético.

El deseo de revolución entre los artistas no es inmediatamente violento. Pero la idea de que todo debe llevar a la toma del poder para hacer posible ese cambio implica la idea de que deben ser suspendidas “las normas que rigen la vida social: matar deja de ser un crimen y se convierte en un acto meritorio siempre y cuando se haga en el combate contra el enemigo”. El “enemigo del pueblo” diría Lenin de todo enemigo del grupo en el poder, los bolcheviques. En el momento de tomar el poder, escribió: “Esconder a las masas la necesidad de una guerra de exterminio, sangrienta, desesperada como meta inmediata de la acción futura sería engañarnos y engañar al pueblo”.

Para que la violencia fuera posible y aceptada fue indispensable que los artistas rusos vivieran creando antes una descripción del mundo en términos apocalípticos. Todo se describía en una fase de irremediable descomposición. Detrás de su canto de una catástrofe inminente todos los artistas quedaban listos para recibir cualquier promesa de cambio, por más burda, violenta o destructora que fuera. Todas las artes y especialmente la literatura se vuelven anunciadoras de eso que el estalinismo llamaría “El futuro radiante de la humanidad”.

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Pero había que barrer con lo existente para crear un mundo nuevo. Todorov señala que el mismo ánimo prepara tanto la revolución soviética como el advenimiento del fascismo alemán y del italiano. Y es justamente el punto en el que Todorov coincide con François Furet en su Pasado de una ilusión. Fascismo y estalinismo se alimentan de la misma sangre, de las mismas ilusiones, de la misma fe que todo lo justifica. Todorov propone que con el tiempo y la distancia una y otra forma dictatorial no sólo dejarán de ser vistas como opuestas sino que dejarán de ser consideradas tan sólo bajo su evidente forma de enormes crímenes contra la humanidad y serán estudiadas como formas de la religión. Las revoluciones instalan una nueva sacralidad en el seno de la sociedad que es el ejercicio de los poderosos en nombre del pueblo, de las masas proletarias, de la Revolución.

Los revolucionarios, como los artistas de vanguardia, se sienten demiurgos que pueden crearlo todo de nuevo. Actúan como una humanidad más evolucionada que los demás y con derecho a definir la nueva sacralidad que regirá las vidas de todos. Pero los vanguardistas muy pronto perderán su derecho a pensarse semidioses.

El otro pensamiento de fe movilizadora es la idea de la fuerza de la voluntad. La materia existe para ser moldeada. Lenin es el gran escultor de la humanidad, es “la voluntad de potencia” en acto. Y todos los obstáculos que encuentre esa voluntad deben ser eliminados. El proyecto social mesiánico justifica asesinar a todas las rebeliones de las nacionalidades que quisieran independizarse de la revolución soviética. En una noche de 1918, en un pueblo de Ucrania, Trotsky asesinó a mil 800 independentistas. El hombre debe ser moldeado. Puesto que según el marxismo hay que rebasar el modo de producción campesino para

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llegar a un modo de producción superior, se justifica asesinar a fuego y hambre a millones de campesinos para pasar a ese modo superior. “La combinación de la tecnología y la voluntad llevarán a la transformación del hombre superior en algo más eficiente que las máquinas”. Los escritores y artistas deberán ser “ingenieros de almas”. Toda una sociedad convierte o pretende convertir a cada persona en verdugo y en víctima a la vez de un sistema, de un engranaje. ¿No es así como ciertos economistas que se dicen neoliberales piensan a nuestra sociedad?

Otro aspecto fundamental del momento histórico descrito por Todorov y que se relaciona directamente con lo que vivimos hoy en día tanto en el espectáculo trumpiano como en otros gobiernos nuestros es una variante de la voluntad nietzscheana que obliga a describir la realidad en términos que no corresponden con la realidad. Stalin decía, “no hay hechos, sólo interpretaciones”. Y su descripción de la realidad se apartaba de la experiencia de las personas pero se imponía por la fuerza o por la fe como una nueva realidad. “Un mundo creado por el verbo debe imponerse a la conciencia de los habitantes de un país en lugar del mundo que ellos mismos observan. Así la exigencia de verdad deja de funcionar”.

La práctica de instalar una narración ficticia adquiere el nombre de una doctrina estética: el realismo socialista. Sólo tienen sentido los escritores y artistas comprometidos que sean realistas y cuenten las historias como deben ser y no como son. “Porque la historia obedece a leyes inamovibles y el futuro es más importante que el presente”. Claro que en esa creación el verdadero autor último es el líder político. Sólo él decide y crea y regresa, sólo él y sus palabras son verdaderas.

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La revisión histórica de Tzvetan Todorov es acuciosa y constantemente es narrativa porque trata de encontrar los elementos vitales que movilizan a las ideas. Sigue a la vez su método de diálogo de otras ideas con él y con el presente. Lo que siempre lo hace apasionante. Nos ayuda a comprender lo que hicieron otros en otro tiempo y lo que ahora vivimos. En nuestra última conversación me preguntó sobre un proyecto de novela relacionado tanto con mi libro sobre Gide como con algunos de los temas que le ocupaban. Le dije que, a diferencia de su proyecto (que después sería este libro), y de otros ensayos míos que él conocía, yo trataba ahora de explorar la vida de un personaje que había gozado y padecido esas ilusiones del siglo de cambiar al mundo pero que no fuera un artista. Que de alguna manera la resistencia y la debilidad está en todos y en todos es posible experimentar la necesidad de resistir al mal. Y sobre todo que no quería contar con personajes buenos en mi historia. Le interesó mi intento de utilizar estructuras presentes en la artesanía como metáfora de una estructura literaria apropiada al relato. Le describí una blusa deshilada artesanal y cómo la convertí en solución de la novela. El tema de las formas lo seguía apasionando. Y la pasión artesanal del texto, es decir del tejido, era para él no un territorio circunscrito a lo que ya se ha hecho sino a lo posible.

Me preguntó también sobre mi urgencia de escribir sobre ese periodo y sobre esos temas, hoy que el Muro de Berlín ha caído. Me aventuré a decirle que muy probablemente me movían las mismas urgencias que él sentía al ocuparse de ellos: más allá de la razón biográfica, en su caso, la evidencia de que monstruos muy similares a los de aquella época acechan constantemente a la nuestra. En su epílogo al Triunfo del artista, Tzvetan nos confirma: “Si me me he ocupado de esta evocación no es solamente porque el

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destino de mis personajes es conmovedor y su historia es muy dramática, o porque como habitante de un país totalitario en mi juventud el tema me interese; lo hago también porque pienso que este pasado que ya cumple un siglo y que sucedió en un país desaparecido, la Unión Soviética, tiene algo que enseñarnos a los habitantes del siglo XXI”. En aquella ocasión me dijo también esa idea insistente en su libro: el arte, la poesía, la pintura, incluso más allá de la insumisión misma, seguirán siendo aquellos objetos sin cuyos valores éticos y estéticos no se podría asegurar la sobrevivencia integral de los humanos. Y los poderosos difícilmente sabrán apreciarlo.

Alberto Ruy Sánchez Ensayista y narrador. Entre sus libros: La luz del colibrí, Decir es desear y Elogio del insomnio.

BIOPOLÍTICA: EL POLÍTICO POR EL CIENTÍFICO

Luis Javier Plata Rosas http://www.nexos.com.mx/?p=31844 De hecho, una convergencia ha comenzado. Las ciencias naturales, por su rápida expansión en sus áreas en las últimas décadas, están aproximándose a las ciencias sociales. Cuatro puentes a través de las divisiones están teniendo lugar… —Edward O. Wilson, Consiliencia: la unidad del conocimiento. Un subtítulo más adecuado y que, además, nos evitaría ser acusados de clickbait, es: “El comportamiento político estudiado por los biólogos”, pero entonces perderíamos la oportunidad de aludir a Max Weber para llevarle de entrada la contra a su visión antipositivista en las ciencias sociales y pasar enseguida al pleno convencimiento de E.O. Wilson (fundador de la sociobiología y auténtico Ant-Man: nunca tantas hormigas debieron tanto a alguien), quien en 1998 retomó el concepto de consiliencia, propuesto en 1840 por William Whewell.1 Wilson define la consiliencia como “un avance en el conocimiento al enlazar hechos y teorías basadas en hechos de distintas disciplinas para crear un terreno común de explicación”. La consiliencia resultante entre política y biología es conocida como biopolítica. A pesar de que durante buena parte del siglo pasado aplicar teorías y métodos procedentes de la biología en terrenos de la política y otras ciencias sociales ha sido visto con recelo —nazismo, eugenesia y darwinismo social son, por supuesto, razones suficientes para desconfiar de extrapolaciones y justificaciones aberrantes, pero defendidas como “científicas”—, y no obstante que tradicionalmente la complejidad del comportamiento político ha sido explicada como resultado de una elección racional y consciente, en los primeros años del siglo XXI diversos artículos que estudiaban la influencia de numerosos factores biológicos, ajenos a nuestro control,

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comenzaron a llamar la atención de los medios y dieron lugar a polémicas, críticas y defensas, por parte de científicos y humanistas, de las asunciones y metodologías hechas por la biopolítica en revistas como American Political Science Review. 05-biopolitica Ilustración: Oldemar González ¿De qué hablamos cuando hablamos de biopolítica? Para responder a esto crucemos por cada uno de los cuatro puentes identificados por Wilson. Neuropolítica: “El primero es la neurociencia cognitiva…”. En la neuropolítica se reúnen la ciencia política, la neurociencia y la psicología. Al experimentar con lo que ocurre en nuestra cabeza —de manera más concreta, al estudiar la anatomía y fisiología del cerebro y la actividad de las neuronas en diferentes áreas asociadas a distintos procesos mentales— la neuropolítica intenta explicar las ideas, percepciones y reacciones que conforman nuestro comportamiento político. Algunos de los hallazgos en la materia (gris), al estilo “Cerebro Liberal, Cerebro Conservador”, entre quienes comulgan con alguna de estas ideologías es que los conservadores tienen un mayor volumen de materia gris en la amígdala derecha (la región responsable de la respuesta rápida e inconsciente ante alguna amenaza), en tanto que los liberales poseen un mayor volumen de ella en la corteza cingulada anterior (una zona relacionada con la toma de decisiones).2 Gracias a las modernas y muy variadas técnicas de visualización del cerebro (como la resonancia magnética funcional y la tomografía por emisión de positrones) los neuropolíticos han determinado que existe un sesgo conocido como efecto PAI (siglas de Prueba de Asociación Implícita) que hace que reaccionemos más rápida, emocional y estereotípicamente con mayor intensidad (medido en términos de la activación de su amígdala) cuando nos presentan una fotografía de algún político —digamos, el Jefe Diego, por qué no— junto con una palabra positiva (honesto) o negativa (mentiroso) que, dependiendo de nuestra filiación política, para nosotros sea congruente con la imagen.3 Así, para los panistas Jefe Diego/honesto y para los morenistas Jefe Diego/corrupto serán las asociaciones que produzcan un efecto PAI en sus cerebros. No es indispensable contar con equipos tan costosos como un tomógrafo para diseñar estudios que permitan determinar si el cerebro de un liberal funciona de manera distinta al de un demócrata. Un sencillo experimento para confirmarlo involucra la siguiente figura: 05-biopolitica-fig Los cuatro cuadros aparecen y cambian de color en la pantalla de una computadora. El cuadro de la parte superior sólo puede ser gris o verde. En la parte inferior siempre hay un cuadro blanco, uno verde y uno gris. Los colores cambian al azar cada medio minuto. Cada que cambian de color, la prueba para el liberal o el conservador frente a la computadora consiste en una de estas dos opciones: a) indicar la posición del cuadro blanco; o b) indicar la posición del cuadrado inferior que tenga el mismo color que el cuadrado superior. La opción b) es por mucho la usada por los conservadores, con lo que se confirma la hipótesis de los investigadores según la cual éstos tienen una menor flexibilidad cognitiva (o, en palabras llanas, una mentalidad más rígida) que, puestos a elegir entre varias opciones, hace que favorezcan la más sencilla.4 Esto no es intrínsecamente negativo, dado que tanto en este experimento como en varios casos de la vida diaria, permite que los conservadores sean los ganadores.

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Genopolítica: “El segundo es la genética del comportamiento humano…”. Para tranquilidad de quienes aborrecen la posibilidad de un determinismo genético, no existe un “gen de la política” que nos convierta desde la cuna en, digamos, pejezombies o peñabots, por usar términos nada científicos pero ampliamente populares en estos tiempos. Para la genopolítica la cuestión no es en realidad si el comportamiento político está influido por los genes, sino cómo es esa relación. Y uno de los mayores obstáculos a los que se enfrentan los genopolíticos estriba en distinguir entre la contribución de la herencia y la del ambiente, sobre todo si consideramos que el segundo controla también en buena medida a la primera, al afectar la actividad y funciones de los genes (lo que es la razón de ser de la epigenética). Para los genopolíticos el mejor regalo de la naturaleza llegó por duplicado: la existencia de gemelos verdaderos o idénticos (monocigóticos) y de gemelos falsos o mellizos (dicigóticos). Los gemelos idénticos resultan al dividirse en dos un solo óvulo fecundado por un espermatozoide, por lo que comparten la misma información genética. Los mellizos provienen de dos óvulos diferentes fecundados, de manera simultánea, cada uno por un espermatozoide distinto, por lo que comparten la mitad de la información genética. Así, si dos gemelos idénticos se comportan de manera más similar que dos mellizos, los científicos culpan a los genes, al asumir que la influencia del ambiente (la crianza de los padres, la educación, la nutrición y otros factores externos) fue muy parecida para ambos gemelos, idénticos o mellizos. Con base en un estudio de más de 40 mil gemelos estadunidenses y australianos, nacidos entre 1893 y 1971, los genopolíticos concluyeron que la ideología política está mucho más fuertemente influida por la herencia que por la socialización con los padres; según sus estimaciones, cuando se trata de conservadurismo político, los genes son responsables de alrededor de la mitad de la variabilidad, mientras que la influencia paterna lo es sólo de un 11%.5 No está de más enfatizar, al igual que los autores de este estudio, que genes no son destino y que la cifra asociada a factores hereditarios “aún deja enormes posibilidades para que el ambiente altere las actitudes y comportamientos” de un individuo. Una alternativa a los estudios de gemelos son los estudios de asociación del genoma completo (GWAS, por sus siglas en inglés), en los que se identifican genes candidatos (a pesar del nombre, su bautizo no tiene que ver con la genopolítica), que son genes que se relacionan con alguna enfermedad o, en este caso, con un comportamiento político. Esta última posibilidad ha sido intensamente discutida por científicos a favor y en contra, sobre todo cuando aparecen análisis, como uno de Fowler y Dawes, cuya conclusión es que hay una fuerte asociación entre variaciones en el gen 5HTT, transportador de serotonina,6 y tanto la participación electoral como la asistencia a la iglesia (esto último, curiosamente, no fue tan debatido tras la publicación de numerosos estudios previos al respecto).7 “El tercero [...] es la biología evolutiva…”: ¿Evopolítica? En Todos dicen que te amo, el musical de Woody Allen, uno de los personajes es un joven y acérrimo republicano hasta el día en que desbloquean una arteria que no permitía la correcta oxigenación de su cerebro, a partir de entonces “Scott renunció al Club de Jóvenes Republicanos Conservadores y comenzó a abrazar la filosofía de izquierda, demócrata, liberal”. ¿Son en verdad más inteligentes los liberales? En su libro The Intelligence Paradox, Satoshi Kanazawa asegura que sí, de acuerdo con lo que podríamos llamar informalmente como evopolítica. Pero antes de cruzar este puente mencionemos que, para un psicólogo evolutivo, la causa última de un comportamiento político radica en la ventaja que éste nos da en términos de supervivencia como especie, siendo así una estrategia regida por la evolución por selección natural. De acuerdo con los evopolíticos, preferimos votar por candidatos con un físico más formidable (usando el término del autor de uno de los estudios), voces más graves y caras más masculinas porque

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inconscientemente percibimos a éstos como poseedores de mayor fortaleza y competencia a la hora de proteger a nuestros bienes y a nosotros8 (¡lástima, Gabriel Quadri!). De vuelta con Kanazawa, la razón de que los liberales sean más inteligentes que los conservadores es que la inteligencia general —considerada por él como aquella que es medida por las pruebas de coeficiente de inteligencia (el C.I.)— es una adaptación de nuestra especie ante la necesidad de pensar cómo resolver diferentes “novedades evolutivas”, esto es, problemas no recurrentes y diversos, que no existían en nuestro ambiente ancestral. A medida que transformamos radicalmente nuestro ambiente en los últimos 10 mil años, la inteligencia general se volvió cada vez más importante que otros mecanismos psicológicos específicos para cada problema distinto. Así, todo aquello que constituya una novedad evolutiva estará directamente asociado con la inteligencia. Como, de acuerdo con Kanazawa, la filosofía liberal es precisamente una novedad evolutiva dado que nuestra especie no está “diseñada” para buscar por instinto la igualdad de condiciones para todo un mundo de extraños, más allá de un círculo reducido de familiares, amigos y conocidos, ésta es la razón detrás de que los liberales sean más inteligentes y en su obra respalda esta afirmación con varios datos estadísticos. “El cuarto son las ciencias ambientales…”: Medio ambiente y política. La influencia de aspectos medioambientales, como el tiempo y el clima, da un nuevo significado a frases como “la tropicalización de la política”. En verano los días soleados, por ejemplo, ocasionan un aumento en nuestros niveles de serotonina, que nos pone de un mejor humor a la hora de responder al encuestador que recolecta datos para la encuesta de aprobación presidencial, lo que a su vez se traduce en una mejor calificación del político en cuestión. Si hablamos de asistencia a las urnas, hay una relación inversa entre ésta y los soleados días veraniegos, posiblemente porque preferimos irnos a la playa que hacer fila para votar. Y el calor eleva los niveles de agresión, con lo que nuestros deseos de salir a ayudar a otros disminuyen y esto se traduce en mayor dificultad para hallar participantes voluntarios (y no acarreados) en mítines políticos.9 Los frutos de la biopolítica apenas están surgiendo. A pesar de que más de uno podría considerar o desear que algunos de los, ¿políticamente incorrectos?, resultados aquí ejemplificados sean sólo “política ficción”, lo más probable es que sea la consiliencia de E.O. Wilson la que nos permita profundizar en la complejidad del animal político por definición. Luis Javier Plata Rosas Doctor en oceanografía por la Universidad de Guadalajara. Es autor de Ciencia Pop, La física del Coyote y el Correcaminos, y más ciencia (y muchos más dibujos animados) y de El teorema del Patito Feo. Encuentros entre la ciencia y los cuentos de hadas. 1 A Whewell debemos también el, en el siglo XIX, neologismo “científico”, que terminó reemplazando por completo a “filósofo natural”. Fue uno de los pioneros de la historia y la filosofía de la ciencia. 2 Kanai, R., T. Feilden, C. Firth y G. Rees (2011), “Political Orientations are Correlated with Brain Structure in Young Adults”, Current Biology, 21(8), pp. 677-680. 3 Knutson, K.M., J.N. Wood, M.V. Spampinato y J. Grafman (2006), “Politics on the Brain: An fMRI Investigation”, Social Neuroscience, 1(1), pp. 25-40.

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4 Bernabel, R. y A.J. Oliveira (2015), “Conservatism and Liberalism Predict Stimulus-Response Performance in Two Non-Ideological Cognitive Tasks”, 73rd Annual MPSA Conference, Chicago, Illinois, 26 pp. 5 Alford, J.R., C.L. Funk y J.R. Hibbing (2005), “Are Political Orientations Genetically Transmitted?”, American Political Science Review, 99(2), pp. 153-167. 6 Un neurotransmisor —esto es, una molécula que transmite información entre neuronas— que está relacionado con nuestros estados de ánimo. Niveles altos de serotonina nos produce una sensación de bienestar, mientras que niveles bajos de ella se traducen en ansiedad y depresión. 7 Fowler, J.H. y C.T. Dawes (2008), “Two Genes Predict Voter Turnout”, Journal of Politics, 70(3), pp. 579-594. Cinco años después replicaron el experimento y validaron que se trataba sólo de variaciones en el gen 5HTT: Fowler, J.H. y C.T. Dawes (2013), “In Defense of Genopolitics”, American Political Science Review, 107(2), pp. 362-374. 8 Ver, por ejemplo, Klofstad, C.A., R.C. Anderson y S. Nowicki (2015), “Perceptions of Competence, Strength, and Age Influence Voters to Select Leaders With Lower-Pitched Voices”, PLoS ONE, 10(8), e0133779. 9 Cohen, A.H. (2011), “Climate, weather, and political behavior”, tesis doctoral, University of Iowa. 2017 Abril, Sobre ciencia, en teoría.

UN COMENTARIO EN “BIOPOLÍTICA: EL POLÍTICO POR EL CIENTÍFICO”

Luis Castañeda 3 abril, 2017, 3:56 am Lo que los individuos piensan no está escrito en los genes ni es producto de relaciones neuronales inscritas en el cerebro. Todo cuanto los seres humanos piensan es el resultado de su conexión con el entorno social. Este joven Luis Javier puede ser considerado como un individuo de buena voluntad, pero eso no garantiza ningún resultado en el terreno científico. Las neurociencias, son precisamente disciplinas para las cuales todo lo que los individuos piensan, procede del interior del cerebro y lo sostienen a través de diversas explicaciones. Pero la manera de abordar la existencia, más allá de los genes y de las redes neuronales, no es producto de una identidad entre genes y tendencias políticas, dicho sea con todo respeto, eso es una falacia. Todo lo que los individuos piensan proviene del entorno social y cultural en que crecen. Solo como un ejemplo, de esto que afirmo, lo pueden visualizar en la película “El enigma de Gaspar Hauser”, dirigida por Werner Herzog, ahí se ve cual es el resultado de haber mantenido a un individuo, aislado de la vida social. Eso de relacionar los genes con la inteligencia y con la política, les repito es una falacia, dicho sea con respeto para el obviamente joven doctor. Yo entiendo que no se le puede recomendar el ir a la tienda de enfrente, pero puede documentar sus afirmaciones en dos textos de Roger Bartra: “Antropología del Cerebro” y “Cerebro y Libertad” . En lo personal yo no estoy de acuerdo con las afirmaciones del profesor Bartra acerca de la influencia de la identidad en el desempeño de los individuos, pues creo que no hay destinos irremisibles sobre nuestras conductas. Lo que es más viable como hipótesis acerca del comportamiento, es la construcción y perfeccionamiento de nuestra conciencia como individuos y como sociedad, acerca del entorno sociohistórico–incluida la política–en que nos desenvolvemos. Podemos modificar nuestro desempeño y nuestro entorno, el único determinante es nuestra conciencia de las condiciones de existencia, individuales y sociales.

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Lo que si le reivindico al Dr. es que el conocimiento de los individuos y la sociedad nunca estará completo si se siguen las líneas de explicación que separan a las ciencias del hombre y las de la sociedad, porque todo lo social necesariamente pasa por la cabeza de los individuos, pero no puede reducirse el conocimiento a lo psicológico o a lo neuronal. Existen nexos funcionales entre las construcción mentales y socioculturales de los individuos y lo que sucede dentro de su cabeza.

LA IZQUIERDA DE LA ESFERA PÚBLICA

Emir Sader http://blogs.publico.es/emir-sader/2017/03/29/la-izquierda-de-la-esfera-publica/ La izquierda del siglo XX fue una izquierda del Estado, que se valió del Estado para organizar proyectos de nación, para hacer con el Estado empujara el desarrollo económico y garantizara los derechos sociales. Tuvo un rol fundamental, sobretodo si tenemos en cuenta que antes había un Estado estrictamente de las élites dominantes, de las oligarquías primarias exportadoras, que convertían al Estado en un estricto instrumento de sus intereses.

Cuando se agotó el ciclo largo expansivo del capitalismo internacional y, con él, el modelo desarrollista, dos perspectivas se presentaron en el horizonte. Ronald Reagan enarboló una, la vencedora: el Estado habría dejado de ser solución, para ser problema. La forma de enfrentar ese problema era reducirlo a sus proporciones mínimas, al Estado mínimo, promoviendo el mercado a un rol de centralidad. El viejo adagio del liberalismo recobraba nueva fuerza: el mercado es el mejor asignador de los recursos.

Aparentemente de forma contrapuesta a esa versión, surgió un relato que también pretendía superar el agotamiento del Estado, pero proponiendo a la “sociedad civil” como su sucedáneo. Condenaba tanto o incluso mas que la versión anterior al Estado. Toni Negri alcanzó a tildarlo como conservador, como pieza de museo. Holloway tenía esperanzas de que se podría cambiar el mundo sin tomar el poder, sin tener en cuenta el Estado.

Los primeros han realizado su sueño y han llevado el mundo a sus desastres actuales, resultado de la centralidad de un mercado descontrolado, mercado dominado por el capital especulativo y por los grandes bancos privados. Los segundos han quedado relevado a la intrascendencia, prisoneros de la trampa liberal de una sociedad civil en contra del Estado.

La versión alternativa era otra. No era el abandono del Estado, pero su democratización. Tampoco era el abandono a la esfera

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mercantil, ni el retorno puro y simple a la esfera estatal, sino la construcción, a partir del Estado y de organizaciones sociales, de la esfera publica. Una esfera de la ciudadanía, una esfera en la que haya los mismos derechos para todos, la verdadera esfera democrática.

Los gobiernos que han revertido al modelo neoliberal de la centralidad del mercado son aquellos que han utilizado el Estado para promover los derechos sociales de todos, para rescatar el rol activo del Estado como inductor del crecimiento económico e impulsor de políticas externas soberanas. Fueron los gobiernos antineoliberales de América del Sur.

Incluso estos han recuperado al Estado, sin trasformarlo, defendiendo a la sociedad de las consecuencias negativas de un mercado descontrolado, pero sin democratizar al Estado, con la centralidad en la esfera pública. Los aparatos de Estado han resistido, desde dentro, aliándose con las fuerzas conservadoras desde fuera, para frenar un amplio proceso de democratización política, social, económica y cultural, de la que carecen las sociedades contemporáneas.

Cuando los gobiernos antineoliberales se enfrentan a obstáculos, no deben ceder al liberalismo tradicional, al mercado, sino, al contrario,deben avanzar hacia la trasformación radical de los Estados con la centralidad de la esfera pública.En la era neoliberal la contradicción fundamental es la que se da entre la esfera mercantil – el afán de mercantilizar a todo, de trasformar derechos en mercancías y ciudadanos en consumidores – y la esfera pública, la esfera de los derechos para todos, la esfera de los ciudadanos.

Se puede medir cuanto se ha avanzado por superar el neoliberalismo en la medida en que se ha avanzado en la extensión de los derechos para todos y en la restricción de la mercantilización de la sociedad. Se ha fortalecido la educación publica y la salud publica, por ejemplo, a expensas de la educación mercantil, de la salud mercantilizada y el fortalecimiento de los bancos públicos a expensas de los bancos privados.

La esfera pública no representa tan solo la democratización de la sociedad actual, sino que apunta hacia una dinámica anticapitalista, en la medida en que el eje y el proyecto central del capitalismo son la mercantilización generalizada de todas las esferas de la sociedad. Transformar todo en mercancías, que todo tenga un precio, que todo se pueda vender y comprar. La esfera pública, al contrario, promueve el derecho de todos, la

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promoción de todos los individuos a ciudadanos, esto es, ser sujetos con derechos.

Para llegar a tener a la izquierda en la esfera publica es indispensable, antes de todo, además de una crítica radical de todos los efectos negativos de la centralidad del mercado, desarrollar una profunda conciencia publica, radicalmente democrática. Un espíritu de centralidad de los bienes públicos, de las empresas publicas, de los servicios públicos y del Estado como un instrumento en las manos de toda la sociedad, de los trabajadores y del pueblo. El Estado no es así ni la solución, por si solo, ni el problema.

Es un espacio de disputa entra la esfera mercantil y la esfera publica. Cabe a la izquierda del siglo XXI ser una izquierda de la esfera publica, – que es la forma actual de ser anticapitalista, – para la construcción de sociedades profundamente democráticas y de un mundo apropiado por sus pueblos a partir de esos Estados nacionales, democratizados y centrados en la esfera publica.

LAS PROTESTAS EN BRASIL DAN UN GIRO PRONUNCIADO HACIA LA DERECHA

Por DOM PHILLIPS 27 de marzo de 2017 Decenas de miles de brasileños se manifestaron por casos de corrupción en al menos 18 ciudades.

https://www.nytimes.com/es/2017/03/27/las-protestas-en-brasil-dan-un-giro-pronunciado-hacia-la-derecha/?action=click&contentCollection=america-latina&region=rank&module=package&version=highlights&contentPlacement=1&pgtype=collection

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RÍO DE JANEIRO – A un año de las manifestaciones contra los gastos por los juegos olímpicos y a favor de enjuiciar a Dilma Rousseff, cada vez menos personas participan en las protestas callejeras de Brasil: una buena noticia para el sucesor poco popular de la expresidenta, Michel Temer. Pero las demandas de quienes todavía marchan se han vuelto más duras, con un aparente giro hacia la derecha.

Decenas de miles de manifestantes salieron a las calles el domingo 26 de marzo en al menos 18 ciudades para apoyar la investigación de la Operación LAVAJATO (o Autolavado) sobre un escándalo de sobornos en la paraestatal Petrobras. La investigación, que también resultó en una mayor presión para enjuiciar a Rousseff por maquillar las

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cuentas públicas, ha dejado nerviosos a políticos de todos los partidos; algunos ya buscan impulsar una amnistía por casos de financiamiento ilegal de campañas.

Manifestantes en Copacabana en Río y la avenida Paulista en São Paulo marcharon hasta con una figura de cartón del juez Sergio Moro, que lidera las investigaciones de LAVAJATO. Pero entre las consignas también hubo llamados para que sea más fácil portar armas y para una intervención militar en el gobierno.

“Dado el estado en el que está Brasil, no veo otra opción”, dijo el empresario de 47 años Alexsandro Borges, quien marchó en Río de Janeiro junto con soldados retirados.

Respecto a la portación de armas, destacó: “Los brasileños deberíamos tener el derecho para defendernos, porque el gobierno no nos protege”.

Esta demanda es un desarrollo reciente en las protestas que muestra que han adoptado un tono más conservador, dijo Wagner Romão, politólogo de la Universidad Estatal de Campinas.

El estatuto para el desarme de 2003 dificulta y encarece la posesión de armas de fuego. Ahora, ante preocupaciones por los altos niveles de delitos violentos, los manifestantes conservadores quieren que sea revocado. El Movimiento Brasil Libre, uno de los grupos que organiza las protestas, lo incluye dentro de su lista de demandas.

“La causa va creciendo. La gente no está a salvo en ningún lado”, dijo Edson Lopes, oficial retirado de la marina.

“Un arma es la única manera de defender a nuestras familias”, dijo Jonas Pallone, consultor empresarial de 55 años que marchó en São Paulo.

Aunque hubo críticas contra el gobierno, las protestas no fueron específicamente en contra de Temer, pese a varias menciones de él y sus ministros del gabinete en testimonios filtrados de casos de corrupción. Algunos brasileños incluso argumentaron que remover a Temer crearía más inestabilidad política.

“Es un momento delicado”, dijo Ricardo Ismael, profesor de Ciencia Política de la Pontificia Universidad Católica de Río de Janeiro. “¿Qué haces para renovar al liderazgo o para renovar a los partidos?”.

Durante las protestas, varios discursos fueron en contra de los principales partidos políticos. Y varios manifestantes en Río dijeron que votarían en las elecciones presidenciales de

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2018 por Jair Bolsonaro, un legislador de ultraderecha que ha enaltecido a torturadores de la dictadura, ha criticado a las mujeres y ha atacado los derechos de personas LGBT.

Aunque no todos apoyan la idea de una intervención militar.

“Si alguien quiere elegir a una persona militar, un padre o lo que sea”, dijo Miriam Dias, maestra de primaria jubilada que marchó en São Paulo, “debe ser por medio del voto”.

Paula Moura colaboró con este reportaje desde São Paulo.

UN BRASIL QUE SE ACABA; OTRO QUE NO SE VISLUMBRA

http://www.laondadigital.uy/archivos/20110 Cada día, casi, un escándalo; cada día, casi, una noticia oriunda del área económica, política, social, educacional, cultural, descorazonada. El ciudadano común, independientemente de sus orientaciones ideológicas, de sus concepciones del mundo, ante ese tsunami se encuentra casi todo perdido. El golpe constitucional del año pasado generó una alianza, un gobierno y un esfuerzo perdidamente ‘modernizante’, orientados, en lo esencial, por el mapa neoliberal que se revela agotado, pese a que el gobierno temerario recién ha comenzado. Y mientras tanto la credibilidad de las principales instituciones ha sido reducida (casi) a cero. Crisis general, por lo tanto; evidente fenómeno de larga duración. Esa es la percepción de una parte creciente de los ciudadanos y ciudadanas brasileños. El clima de la opinión pública es cada vez más pesado; el pueblo, las clases, los grupos sociales, todos se encuentran cada vez más divididos; los conflictos crecen. Mientras tanto, los que acompañan de verdad la vida económica, la social y la política, los que se rehusan a ser pautados por los grandes medios, estamos inmersos total o parcialmente en el sentimiento de que la república vive tiempos de sombría y vil tristeza que sólo encuentran paralelo con lo que predominaba durante la fase ascendente del largo ciclo que fue la dictadura militar instaurada en 1964. A esa visión al mismo tiempo intensa e impresionista, a partir de la cual fracciones crecientes de ciudadanos viven el mundo brasileño de hoy, se le suma la extraña sensación – quién sabe ese sentimiento sea la señal más grave de la crisis general – de que se instaura un proceso acelerado de anomia, algo que ya dejó de ser un fantasma que nos rondaba, real o imaginario, monstruo que efectivamente golpea a las puertas. Desde el golpe constitucional-mediático asestado el año pasado, el rechazo a lo que es el gobierno se expande a lo largo de todo el espectro político-ideológico brasileño, en especial en el seno de las minorías que intentan pensar más allá de los juegos político-electorales de corto plazo. Ese fenómeno parece aun más preocupante porque la crítica del ‘statu quo’ no consigue transformarse en propuestas innovadoras y viables. Rechazo y superación no dialogan. Crítica del presente no abre margen para la construcción del futuro. De tal modo, el efecto mayor del rechazo al presente estado de cosas es conducir buena parte de la sociedad que piensa por sí misma al peligroso desencanto con todas las ‘ideas de salida para la crisis’ ahora sobre la mesa. Poco a poco, o tal vez hasta incluso aceleradamente, esa insatisfacción alcanza a las propuestas neoliberales, defendidas por los golpistas entronizados en este (des)gobierno y por los que quieren, caso salgan victoriosos en el 2018, llevar adelante el mismo proyecto, pero, en ese eventual escenario, con indisputable legitimidad. Poco a

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poco, o aceleradamente, tal vez, ese mismo desencanto rechaza la visión ‘restauradora’ aun dominante en la izquierda, que defiende una simplicidad a la vera de lo imposible: para salir de la crisis sería necesario e suficiente que el futuro jefe del ejecutivo efectuara, a partir del 2019, un ‘retorno a la normalidad’. O sea, que retomara, exactamente donde paró, el proyecto de ‘aggiornamento’ victimado, junto con la confianza en las reglas constitucionales, por el golpe de 2016. En alas conservadoras o reaccionarias modernizantes, simplificadamente entendidas como neoliberales, el único problema político-estratégico, a ser solucionado en breve, consiste en alcanzar por la vía electoral la legitimidad que hoy se les escapa, para que puedan fundamentar desde otra base el proyecto del gobierno actual, y profundizarlo. En la punta opuesta y complementaria, la de los golpeados, ninguna señal visible, aun, de que los grandes o pequeños partidos de izquierda, si es que continúan existiendo más allá de la retórica, estén dispuestos a realizar una profunda autocrítica y de hecho encarar sin maniobras dilatorias el desafío que pasa por procesar un cambio profundo de los respectivos esquemas cognitivos. Un esfuerzo de tal amplitud debería incidir de manera decisiva sobre las relaciones intrapartidarias y los vínculos entre partidos y correligionarios, proceso que refleje, traduzca e impulse el cambio que puede estar siendo discretamente iniciado en lo más profundo de las corrientes sociales y en sus movimientos de masa. Al final son ellos quienes, en cada generación, definen el portulano político-ideológico del país. Rehusarse a emprender esa gigantesca tarea es reforzar la ilusión de que para ‘salir de la crisis’ basta más de lo mismo. A esos actores victimados por la propia ilusión no parece llegarles el hecho de que, dada la real correlación de fuerzas vigente en la sociedad y en el estado, tal sueño restaurador, si es que eventualmente resulta victorioso en el registro electoral, inevitablemente servirá apenas para generar otra y aun más profunda derrota, a ser sufrida en un período más corto del que fuera delimitado por los años de ascenso y caída de la ‘era Lula’. Dos propuestas prácticamente cristalizadas, si bien fueron bautizadas como innovadoras ‘salidas para la crisis’, disputan las preferencias del electorado, como si nada esencialmente importante hubiese sucedido en el año 2016. Cada una remite, directa o indirectamente, a concepciones diferentes e incluso opuestas del mundo brasileño, de la sociedad, de la historia, del país. Lo más grave estriba en que ni una ni otra tiene condiciones de dar cuenta del estado de cosas que no es coyuntural, sino estructural. En otras palabras, lo que nos alcanza – y es olvidado por los dos polos contrapuestos – no es una emergencia de corto plazo, sino un proceso de larga duración. La persistencia de respuestas que no contestan a las nuevas preguntas crea, recrea y mantiene, en último análisis, ese clima de aporía, aunque enmascarado por salidas fáciles. El resultado práctico es el refuerzo del escepticismo en la ciudadanía. Cuando un país y un pueblo pierden el norte de la esperanza, y no consiguen pensar lo nuevo capaz de crear otro ‘espíritu de la utopía’, en el largo plazo es casi axiomático que se configure la amenaza mayor: en nuestro caso, la transformación del Brasil en ‘waste land’, final trágico de la ‘máquina de moler gente’ denunciada por Darcy Ribeiro y tantos otros brasileños críticos. El mayor de todos los peligros, entonces, es que el Brasil, estado y sociedad, pueblo, ciudadanos y gentes, ingrese en plazo ni tan largo así en el rumbo sin retorno que en las últimas décadas ya creó tantos estados fallidos por tiempo indeterminable. Los fracasos de las elites dirigentes, de los partidos políticos, de las ideologías contrapuestas, de la tecnocracia y de todos los poderes se explicitaron de manera aun más clara a partir del golpe. El vector final de su actuar conjunto es la emergencia de varios síntomas de un Brasil que se acaba, índices de la ruina que al final sobró de la crisis que viene de larga data y del abandono del proyecto democrático por la mayor parte de la elite (?) dirigente (…). Desde entonces el país está viviendo el tiempo de la oscuridad, lo que sumerge las expectativas generadas

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por la democracia del 88, por la Constitución Ciudadana, por la creencia en la viabilidad de un proyecto socialmente innovador en lo contemporáneo y renovador en el plano histórico. Ese tiempo difícil, apenas iniciado, pide por ser descifrado, en lugar de ser sometido a la mistificación que se centra en repetir lo mismo, en navegar en la ilusión, en ignorar las corrientes profundas del río llamado realidad. Por un lado, el Brasil lucha a ciegas para no perecer. Brasil de nuestra (des)esperanza, ese país que hoy no tiene clase dirigente reconocida, ni elite política respetable, ni sindicalismo fuerte, ni empresariado digno, ni poderes debidamente institucionalizados, ni tampoco grandes pensadores. Algo nuevo en su forma y en su substancia atropelló al país. Por eso mismo, la dinámica imperante frustra a todos, dejando atónitos tanto a los golpistas arrepentidos cuanto a los golpeados que se engañan a sí mismos con el sueño de que corregir rumbos consiste en reiterarlos, y que la salida del desastre actual es mecánica, como si fuera posible marcha atrás en la historia. Por otro lado, en lo externo, el mundo mayor, tal como el Brasil, se encuentra en una casi catastrófica deriva. Si le echamos una rápida mirada al panorama mundial, resulta fácil insertar la situación brasileña en el marco planetario que la contextualiza, hace décadas subsumido en la crisis cada vez más aguda del sistema-mundo en creciente desequilibrio. En su nivel más profundo, esa espiral de desastres tanto económicos como geopolíticos y ambientales resulta de las contradicciones y fracasos del capitalismo neoliberalmente globalizado, y de las agotadas estrategias imperiales y subimperiales adoptadas, en sus diferentes variantes, por todas las principales potencias. En última instancia se trata, en lo esencial, de salir de la jaula de hierro que conceptualmente viene de Weber y en la cual, en términos históricos, seguimos atrapados. Tal es la estructura o el sistema que somete a todos nosotros, sin que sus críticos, los teóricos y los prácticos, hayan encontrado la salida prometida por la Ilustración y sus herederos. Así, a las incógnitas internas se suman las regionales y las globales. En el espacio delimitado por esa multiplicidad de incógnitas es donde nosotros vivimos, junto con la sensación de que un Brasil se acaba, en tanto otro no se vislumbra. Larga, inevitablemente, la travesía del desierto. Tadeu Valadares Embajador del Brasil, jubilado. TRADUCIDO POR Héctor Valle

MAURICIO ROSENCOF

“La única respuesta que encontramos fue resistir”

http://cultura.elpais.com/cultura/2017/03/28/actualidad/1490733406_965040.html Rosencof recuerda su cautiverio junto al expresidente uruguayo José Mujica al inicio del rodaje en España de 'Memorias del calabozo' Otros El novelista uruguayo y exdirigente de la guerrilla tupamara Mauricio Rosencof. EFE

El 10 de marzo de 1985 hubo sol. Y cuando el sol cayó, José PEPE Mujica recuperó su libertad. La dictadura uruguaya le había dejado seis tiros en el estómago, una conciencia frágil y varios kilos

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menos. Pero no importó. Apoyado sobre un compañero, se arrastró entre los pastizales, debajo de una llovizna que comenzó a graznar acompañando el grito de las cientos de personas que aguardaban la liberación de los presos políticos que comenzaba ese día. Desde lejos, aún tras los barrotes del penal, Mauricio Rosencof observa la escena. Poeta, novelista y dramaturgo para entonces, la escribe en su memoria. Y pasarán sólo unas semanas cuando, ya afuera, decide junto con Eleuterio Fernández Huidobro ponerla en letra. Así nació MEMORIAS DEL CALABOZO, un relato que recoge los casi doce años que los tres permanecieron encerrados junto con otros seis líderes del Movimiento de Liberación Nacional-Tupamaros en los pozos de los cuarteles, como parte de un plan del régimen militar para frenar la acción armada.

"Ya que no podemos matarlos, los vamos a volver locos", dijo en aquel momento uno de los jefes de la operación. Pero no. Con cordura y un grabador viejo, Rosencof y Huidobro tejieron en quince noches este libro, que es más bien un diálogo, ininterrumpido, sin solemnidades, que ahora es llevado al cine en España bajo la dirección del uruguayo Álvaro Brechner, con Antonio de la Torre dando vida a Mujica y Ricardo "Chino" Darín a Rosencof.

"Fijate cómo son las cosas. Hace unos años, los tres nos encontramos con los productores de la película en Casa de Gobierno, porque el Pepe aún estaba de presidente. Y estamos ahí en un piso once, después de estar 12 años bajo tierra sin ver el sol, trepando los minutos y las horas... Y nos quieren hacer una película. El Pepe me mira, y entonces me dice: 'Ruso, esto es surrealista'", se ríe Rosencof. Hay algo con los uruguayos y el humor.

Rosencof habla del encierro con una ironía sutil y una gramática sin resentimientos. "Recuerdo la primera visita que nos dan. Habían pasado unos meses, ya íbamos para esqueleto y estábamos sucios. Pero los militares querían mandar un mensaje para afuera. Entonces un día me sacan esposado y me ponen una bolsa que no me dejaba respirar... Me sientan, y empiezan a levantar la capucha como si fuese un telón, lento. Me golpea la

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luz y veo a mi viejo, a mi hija y a su madre mirándome, azorados. Entonces ella empieza a contarme que Alejandra, mi hija, había ido al oculista. Mientras tanto, Alejandra tenía las manos atrás, escondiendo los lentes nuevos. En un momento los saca, se los pone y esa niña de nueve años me dice: 'Ay papá, qué horrible. Estos lentes me hacen llorar la vista'. Cuando salí, ya era otra hija".

Hasta dónde se puede contar el horror es una pregunta que atraviesa a la literatura, sobre todo después de Auschwitz. Hijo de polacos judíos que huyeron del nazismo a Montevideo, Rosencof retrata el horror en muchos de sus libros, pero, incluso en aquellos más introspectivos como DIEZ MINUTOS, lo hace con una prosa que genera hasta cierta complicidad familiar. "Uno cuenta su vida tal cual es. En el caso de MEMORIAS acordamos justamente no dar lugar a las correcciones de estilo o de progresión dramática, porque esos son recursos literarios, y si el lector los descubre pasa a pensar que eso es más o menos buena literatura. Esto debía ser tal cual fue. Nuestra intención no era hacer una tribuna. Fue pensar cuál era nuestro lugar ahí, y la única respuesta que encontramos fue resistir".

Pregunta. Y, ¿cómo nace Memorias...?

Respuesta. Mientras estábamos encerrados, nos enteramos un día que un compañero tenía un tumor y que dos estaban enloqueciendo. Fue entonces que con el Ñato (Fernández Huidobro) nos prometimos que si alguno salía con vida, iba a dar testimonio de todo. Recuerdo que grabamos sobre un casete de Los Olimareños porque ni para eso teníamos. Y, como todo lo habíamos vivido juntos, uno toma cualquier página del libro y da lo mismo si estoy hablando yo o el Ñato. Es un único relato, que no es ni agresivo ni ofensivo.

P. En una entrevista a Primo Levi, Ferdinando Camon justamente afirma: "Levi no gritaba porque no quería gritar. Quería mucho más que eso, quería hacer gritar".

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R. Todo lo que dice Primo Levi es formidable. Fijate que es la figura que contrapongo al Duce en la ópera. En un momento de la obra dice: 'Yo no soy juez, no vengo a acusar, los que juzgan se encargarán de eso. Vengo a dar testimonio. Mi testimonio es el testimonio de todos, es el testimonio de Italia'. Y Memorias... es eso, y lo mío es eso también.

P. Y ahora la historia se contará en imágenes.

R. Es muy curiosa la sensación, porque uno lo ve como si estuviera colocado de afuera. Aparecen otro tipo de emociones. El guión me pareció muy bueno. El espíritu de la película creo que está en esto de la resistencia con dignidad, porque en realidad no hay otra resistencia que no sea ésa. De eso habla, de esa supervivencia, de prendernos como la hiedra al muro.

En total, Rosencof, Huidobro y Mujica pasaron 11 años, 6 meses y 7 días encerrados, en penumbras, solos, en celdas donde únicamente cabían sentados. El agua era algo que sólo podían soñar y el aire lo que siempre faltaba. Tal es así que, como prenda de esos tiempos, les quedó una enfermedad pegada en los pulmones que con un cinismo casi siniestro aún hoy les recuerda esos días en cada respiración. "Una noche, ya en libertad, me levanté con ganas de ir al baño. Serían las dos, tres de la mañana. Y me quedé ahí, quieto, frente a la puerta. Durante 12 años no había abierto una puerta y estaba esperando una señal de autorización... Hace un rato nos preguntábamos cómo llamar esto que hemos vivido. Lo resumiría con una anécdota. Cuando salgo en libertad, un grupo de amigos me organiza una recepción. Entre ellos estaba Atahualpa del Cioppo, un director teatral brillante. Del Cioppo iba a todos los estrenos y siempre se quedaba para saludar. Independientemente si le gustaba o no la obra, te daba unos golpecitos y te decía: "Ha sido una experiencia muy interesante". Ese día, en el encuentro, entra Atahualpa, nos damos un abrazo y aquel montón de huesitos empezó a temblequear. Tenía una emoción muy grande el viejo. Entonces yo retiro los brazos, lo tomo de los hombros, lo alejo un poquito, lo miro y le digo: 'Don Atahualpa hemos vivido una experiencia muy interesante"

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ERNESTO CARDENAL

El paraíso de los pintores primitivistas de Solentiname Viaje al archipiélago de Solentiname, en Nicaragua, donde el poeta Ernesto Cardenal creó una utopía artística

CARLOS SALINAS

http://cultura.elpais.com/cultura/2017/03/28/actualidad/1490664074_392036.html

La isla La Venada, en el archipiélago de Solentiname, aparece en el horizonte como un punto verde que flota tranquilo sobre las cálidas aguas del Gran Lago de Nicaragua. Mientras la lancha se acerca al pequeño muelle de la isla se van revelando las casas de madera, pintadas con colores intensos, que son hogar, refugio y talleres de los pintores primitivistas que desde hace más de 40 años pintan los paisajes de este paraíso tropical. Se trata de una comunidad de campesinos convertidos en artistas gracias al descubrimiento del poeta y sacerdote Ernesto Cardenal, que a finales de la década del sesenta del siglo pasado viajó hasta aquí buscándose a sí mismo y para renovar su fe.

En La Venada, o isla de los pintores, habitan el pintor primitivista Rodolfo Arellano y su esposa, Elba Jiménez, que pertenecen a la primera generación de artistas descubiertos por Cardenal. Antes de la llegada del poeta, Arellano se dedicaba a la agricultora y a la pesca y vivía con su familia en condiciones de vida precarias: la pobreza marcaba el paso. Cuando el campesino descubrió que en su interior se ocultaba el talento de la pintura, su vida cambió por completo. Pronto sabría que su arte era muy cotizado. Desde entonces, dejó la pesca y la agricultura para dedicarse a plasmar en lienzos la vida de Solentiname.

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“El padre Cardenal vio que había un talento en Solentiname y dijo que había que continuar lo que habían hecho nuestros ancestros”, cuenta Arellano, de 77 años, en su casa de La Venada, sentado en una esquina al lado de una ventana donde pinta sus paisajes primitivistas, con tres ramas superpuestas usadas como caballete. “El padre vino y trajo a un pintor de

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Managua que se llama Róger Pérez de la Rocha, quien hizo unos talleres de pintura. Un pariente me dijo que por qué no me integraba a pintar, porque la vida es diferente a estar volando machete. Entonces le dije a mi esposa que vaya ella primero, porque si desatendía los cultivos no sé qué hubiera pasado. A la semana le digo: enséñame lo que estás haciendo. Y trajo un cuadrito que yo miraba bonito”, agrega el pintor.

Ernesto Cardenal compró esos primeros cuadros a los pintores de Solentiname y los instó a seguir pintando. En aquella época el archipiélago no existía para la mayoría de los nicaragüenses, eran unas islas abandonadas en medio de ese lago inmenso, de más de ocho mil kilómetros cuadrados, donde no había hospitales, escuelas, comisarías o alguna presencia del Estado. Para los habitantes del archipiélago la llegada de Cardenal fue un descubrimiento, aunque nunca pensaron que el sacerdote los convertiría en una comunidad mundialmente famosa.

El poeta contó con el apoyo del maestro Róger Pérez de la Rocha, uno de los pintores más aclamados del arte nicaragüense. “Llegué a Solentiname a raíz de una crisis nerviosa de juventud”, narra Pérez de la Rocha en su estudio de Managua. “Tuve un intento de suicidio, delirio de persecución, pero me conectaron con Ernesto y él me dio refugio, porque realmente estaba en peligro mi vida. Él me dio hospitalidad. Fue un hecho determinante en mi crecimiento como artista educarme a la sombra de Ernesto Cardenal. Fue mi guía en esos años de juventud”, narra.

Pérez de la Rocha formó talleres de pintura y enseñó a los pintores de Solentiname la técnica. “La filosofía de Ernesto era: día que se trabaja, día que se come. Él enseñó el sentido de la disciplina y del trabajo. Había muchas labores por hacer: desde trabajar al machete o alfabetizar. Por la tarde yo pintaba, me estaba permitido dedicarme a mi pintura. En esas tarde que hacía mi creación llegaban a asomar algunos campesinos y en especial uno, Eduardo Arana. Noté el interés en él. Después me llevó una jícara que él hacía labrada a mano con navaja. Le di lápices de colores y me

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llevó algunos bocetos, lo que después serían los primeros cuadros primitivistas de Solentiname”, recuerda el pintor.

Cardenal alteró la vida de Solentiname. Era un cura rebelde, que no vestía sotana, que llevaba el cabello alborotada, con una cinta en la frente, que fumaba y comía con los campesinos, que les hacía leer al Ché Guevara, a interpretar el Evangelio sin dogmas impuestos y que no cobraba ni un córdoba (la moneda nicaragüense) por bautizos, comuniones o casamientos, como sí lo hacían otros sacerdotes que visitaban de vez en cuando estas islas.

“No lo entendíamos”, afirma Esperanza Guevara, miembro de una de las primeras familias de pintores del archipiélago y ahora administradora de la llamada Asociación para el Desarrollo de Solentiname, que trabaja por la conservación del archipiélago. “Antes los padres en las misas siempre decían: ‘tienen que rezar mucho, tienen que ser casados, no decir malas palabras, no cigarros, no traguitos, para que cuando ustedes mueran vayan al cielo, porque si no tienen ese tipo de vida, al morir van al infierno’. Todos lo creíamos. Ernesto vino y no dijo nada de eso. Nos dijo: quiero ser como ustedes. Voy a vivir con ustedes. No voy a cobrar. Y así fue”, recuerda Guevara.

El poeta no solo motivó a los campesinos a pintar, a descubrir que la religión no es una prisión para el alma, sino que inoculó en los más jóvenes el espíritu revolucionario. Los “muchachos” de Solentiname (como los llaman con cariño los habitantes de las islas al recordarlos) descubrieron que vivían en un mundo de injusticias y se involucraron en la lucha revolucionaria contra la dictadora somocista. Participaron en actividades clandestinas y acciones violentas contra el somocismo, lo que hizo que el dictador enviara escuadrones de la Guardia Nacional (su brazo armado) a destruir el archipiélago. Varios de aquellos muchachos murieron en la guerra, pero los que sobrevivieron pudieron ver el triunfo de la revolución sandinista y el renacer de Solentiname.

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Ernesto Cardenal fue nombrado ministro de Cultura por el gobierno revolucionario y entre sus grandes proyectos fue la reconstrucción de Solentiname y el apoyo a la pintura primitivista.

“En aquellos años de los ochenta que teníamos el ministerio de Cultura, todo turista que venía a Nicaragua se llevaba un cuadro de pintura primitivista, porque era como llevarse el recuerdo del país”, recuerda Luz Marina Acosta, quien ha sido asistente de Cardenal durante casi treinta años. “No son cuadros baratos, los pintores no regalan sus pinturas. Por eso Cardenal les cambió la vida. Pasar de pescar a pintar, tener dinero para comprar el arroz, la sal, comenzar a invertir en tu casita, eso le cambia la vida a la gente, haciendo que pinten, que hagan su arte. Porque son artistas, verdaderos artistas”, afirma Acosta.

Los cuadros primitivistas pueden comprarse directamente a los pintores a precios que van desde los cien dólares para pequeños paisajes, hasta 500 y cinco mil dólares. Representan la belleza de estas tierras, de un verde lleno de vida: flora y fauna salvaje, las aguas del lago, sus habitantes lavando la ropa en las costas, pescando, yendo a misa en la pequeña iglesia de la isla Mancarrón, la más grande del archipiélago, donde Cardenal todavía conserva una cabaña, en la que aún a sus 92 años pasa las vacaciones de Semana Santa, leyendo su célebre El Evangelio de Solentiname entre sus amigos pintores.

Cardenal cambió la vida de los habitantes de Solentiname, pero Solentiname también le cambió la vida a él. “Tuve repentinamente a mitad de mi vida una inesperada conversión a Dios, se me reveló Dios y me enamoré de Dios. Y no quise otra cosa más que vivir a solas con Dios”, recuerda el poeta, quien se entregó a la fe en una orden religiosa de Estados Unidos que lideraba el teólogo y escritor estadounidense Tomas Merton. Cardenal y Merton se hicieron buenos amigos, y cuando el poeta nicaragüense enfermó, Merton le propuso que fundara su propia comunidad religiosa en el buen clima del trópico de Nicaragua.

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Cardenal cuenta cómo fue su encuentro con el archipiélago. “Por esos días mi hermano mayor tenía un pequeño yate y pasó por Solentiname. Nadie conocía Solentiname y me recomendó que en ese lugar podía hacer una comunidad, porque era un lugar muy bello, también una tierra muy buena, para hacer una pequeña fundación. Por eso apareció Solentiname en mi vida”. Desde entonces el archipiélago es un enorme taller de arte. Los pintores primitivistas siguen produciendo sus lienzos llenos de vivos colores y la técnica pasa de generación a generación. Ahora, a la par de los primeros pintores, trabaja la tercera generación de primitivistas, entre ellos Jeysell Madrigal, quien vive de sus cuadros y con ellos mantiene a su hija de cinco años. Madrigal asegura que este arte no morirá. “Todo mundo sabe que a través del padre Cardenal se fundó el arte aquí en Solentiname y el arte siempre continúa y no va a caer, porque ahora vienen nuestros hijos. A mí hija le gusta pintar y tiene cinco años”, dice la joven. A un lado descansa un hermoso lienzo que Madrigal espera vender pronto en 1,500 dólares. Eso sí, dice sonriendo con picardía, siempre se puede negociar el precio.

MATTHEW PARRIS / EXSECRETARIO DE MARGARET THATCHER

"LA IDEOLOGÍA DE LA IZQUIERDA ES UNA IDEA FALLIDA DEL SIGLO XX"

LOURDES JIMÉNEZ http://ctxt.es/es/20161207/Politica/9876/Matthew-Parris-Margaret-Thatcher-Brexit-Podemos-Cataluña.htm

A pesar de haber sido secretario de Margaret Tatcher y diputado en Westminster con los TORIES En los años los ochenta, Matthew Parris se define, en su autobiografía CHANCE WITNESS: AN OUTSIDER'S LIFE IN POLITICS, como un “intruso” de la vida política inglesa. Hoy, pocos como él se atreven a reconocer en voz alta que se “avergüenza de ser inglés” tras el resultado del referéndum sobre la salida de Reino Unido de la Unión Europea celebrado el

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pasado 23 de junio y que dio una ligera mayoría a la opción del BREXIT. Nacido en 1949 en Johannesburgo, Sudáfrica, aunque de padres ingleses, y criado en Gran Bretaña, el reputado presentador de la emisión GREAT LIVES en la BBC Radio y columnista en THE TIMES no tiene reparos en admitir que “Cameron se equivocó al convocar el referéndum”. Una consulta que él también apoyó en un principio, aunque desde posiciones favorables a la permanencia en la UE porque el BREXIT “va a dañar nuestro comercio nacional y va a desestabilizar la política del país, ya que una gran parte de la población no quiere marcharse”. Ahora reconoce que él también erró al apoyar la convocatoria. “Yo también estaba equivocado. Pensaba que esto solucionaría el problema, pero lo único que ha hecho ha sido empeorarlo”, señala por teléfono desde Londres. Tras su paso por Westminster, decidió finalizar su carrera política y declararse abiertamente homosexual. Salir del armario durante su etapa como diputado con Thatcher “hubiera destrozado mi carrera política”, asegura este defensor a ultranza del liberalismo, cuya conciencia política se hizo conservadora con la temprana lectura de REBELIÓN EN LA GRANJA, de George Orwell. “La ideología de la izquierda es una idea fallida del siglo XX”, asegura cuando se le pregunta su opinión sobre Podemos. Un partido cuyo surgimiento entiende, pero que, según él, no es la respuesta política ni para España ni para Cataluña, donde vive su madre y hermanas y donde él mismo tiene una casa. En su biografía cuenta que una temprana lectura de REBELIÓN EN LA GRANJA, de George Orwell, le hizo ser conservador. ¿Por qué? La conclusión que saqué al leerlo es que tratar de imponer la igualdad nunca tiene éxito. Al final unas

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personas suben y otras caen. Simplemente me mostró que no funciona. No creo que el socialismo sea una exitosa y práctica forma de gobierno. Incluso el propio Orwell es al final muy crítico con el socialismo. Estuvo muy cerca de Margaret Thatcher. Sí, fui su secretario de correspondencia, me encargaba de las cartas que recibía de la gente. Durante dos años, yo organizaba todas sus cartas y decía qué hacer y qué contestar. Todo esto en los años setenta, mucho antes del EMAIL, todo llegaba por el buzón. Normalmente, tenía unas 700 cartas a la semana. Recuerdo que una semana tuvo 5.000. La admiro y la respeto profundamente. ¿Se arrepiente de algo de lo que hizo como diputado bajo su mando?

EL GOBIERNO BRITÁNICO COMETERÁ UN GRAVE ERROR SI SE UNE A TRUMP EN LA LUCHA QUE ESTE PARECE HABER

EMPRENDIDO CONTRA EL RESTO DE EUROPA No, no me retracto de nada. Margaret fue una fantástica primera ministra. Creo que las cosas que ella hizo fueron a veces dolorosas pero necesarias. Estábamos en un pico de recesión económica en aquella época. Los sindicatos se habían vuelto demasiado poderosos y estaban estrangulando la economía; el Estado era demasiado grande y los impuestos, demasiado altos. Y teníamos muchas viejas fábricas que no tenían ya futuro en el siglo XX ni en el XXI. Los ajustes que se tuvieron que hacer eran necesarios para nuestra supervivencia aunque fueran dolorosos para mucha gente. Eso la hizo ser una primera ministra polémica, pero creo que la dirección que tomó fue la correcta. Pero ella es la imagen con la que empezaron las privatizaciones de los servicios públicos en Reino Unido

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Sí, y yo apoyo eso. No creo que el Estado deba controlar la electricidad y el gas, los trenes o el servicio de correos, por ejemplo. Durante su etapa de diputado, se prestó a grabar un programa de televisión para probar que se podía sobrevivir con los BENEFITS(ayudas económicas) que su Gobierno daba a la semana a los desempleados, y, sin embargo, se quedó sin dinero ¿Qué aprendió de aquello? Aprendí que el nivel de ayudas no era tan generoso como muchos conservadores creían. Pero más allá de las cuestiones económicas, aprendí que aquellas zonas donde no hay trabajo, donde las personas no tienen ninguna razón para levantarse cada mañana, se convierten en lugares tristes y deprimentes; y que el trabajo es más necesario para el espíritu humano y para la dignidad de las personas que el beneficio económico que se saca de él. ¿Qué cree que pensaría Thatcher sobre el BREXIT? Realmente no lo sé. En los primeros años de su vida política, Margaret fue más proeuropea que la actual primera ministra, Theresa May. Cuando envejeció se convirtió en una persona más amarga. Pero no me gustaría que toda su carrera fuera solo recordada o categorizada por sus últimos años, porque cuando la gente se hace mayor sus opiniones son más extremas. Por lo tanto, haciendo una valoración de toda su carrera, diría que fue una europea reacia, pero europea al fin y al cabo. En una de sus recientes columnas usted afirma que en estos momentos Gran Bretaña se acerca a la mayor crisis desde Suez en 1956, ¿por qué?

ME PREOCUPA QUE EL GOBIERNO CONSERVADOR SE EMPEÑE DEMASIADO EN ATRAER A AQUELLOS QUE ESTÁN MÁS A LA

DERECHA

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El BREXIT es una amenaza para nuestra economía. Va a ser una amenaza para nuestro comercio nacional y va a dañar nuestras relaciones con nuestros aliados en el continente europeo. Además, va a desestabilizar nuestra política nacional porque una gran parte del país no quiere irse de la Unión Europea. Cuando llegue el momento de la salida, el ambiente será muchas más crispado todavía. ¿Cambiarán en las cosas con Trump como presidente de Estados Unidos? El Gobierno británico cometerá un grave error si se une a Trump en la lucha que este parece haber emprendido contra el resto de Europa. Realmente nuestro futuro y nuestra economía están mucho más ligados a Europa que a Estados Unidos. ¿Cree que el Tribunal Supremo obligará al Gobierno inglés a debatir el BREXIT en el Parlamento? Posiblemente. Tengo la esperanza de que el Supremo diga algo en contra sobre la legalidad de activar el artículo 50 para salirse de la Unión Europea de manera unilateral por parte del Gobierno. ¿Si el Supremo obliga a una votación en el Parlamento, habrá muchos diputados que votarán en contra?

NADIE SABE DÓNDE ESTÁ EL PARTIDO LABORISTA. CREO QUE NI ELLOS MISMO SABEN DÓNDE ESTÁN

No creo que sean muchos. El Gobierno atraerá una gran mayoría. En realidad, creo que lo mejor para Theresa May es que haya una votación lo antes posible, porque cuanto más se atrase la votación más se eternizará la situación. El Gobierno ha anunciado algunas ideas sobre cómo controlar la inmigración y después ha tenido que retractarse. ¿Está virando el Gobierno a la derecha para absorber a los votantes del ultraderechista UKIP?

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Sí, lo está intentando. El Gobierno está intentando contener el crecimiento de la extrema derecha en Reino Unido. Entiendo por qué lo hace pero debe haber un límite. ¿Cómo de lejos están dispuestos a llegar? Me preocupa que el Gobierno conservador se empeñe demasiado en atraer a aquellos que están más a la derecha. Además, hay muchas personas con una opinión más liberal que también votan al Partido Conservador y ellos también tienen que estar contentos. ¿Es el Gobierno ahora más conservador que liberal? No lo sé. Tenemos que ver qué es lo que hacen en el futuro próximo. ¿Cómo de dividido está el partido? El partido está dividido entre dos tercios a favor del BREXIT y un tercio en contra. Además de algunos votantes conservadores, hubo también muchas personas, casi la mitad del país, que votaron por la permanencia en la UE y el partido debe cuidar a todo el mundo. No sólo ha de centrarse en atraer a la gente que está a la derecha, sino también en cuidar de no ofender a la izquierda. ¿Cuál será el resultado del BREXIT para los trabajadores europeos en Reino Unido y los británicos en la UE?

LO MEJOR ES QUE EL GOBIERNO CATALÁN CONTINÚE LAS NEGOCIACIONES DE UNA FORMA CONSTRUCTIVA CON

MADRID PARA TENER MÁS AUTONOMÍA E INDEPENDENCIA Creo que la gente que ya está aquí tendrá permitido automáticamente mantener su estatus en el país, aunque el Gobierno dice que no puede solucionar esto hasta que los británicos no tengan asegurada su permanencia en el resto de países de la UE. Creo que en este sentido llegaremos a un acuerdo para dar seguridad a todo el mundo que está ya residiendo en otros países de la UE. Sin embargo, en el futuro, es posible que la gente necesite visas para venir a trabajar

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a Reino Unido, y que, del mismo modo, los británicos necesiten permiso para ir a trabajar a los países de la UE. ¿Por qué el debate del BREXIT se centró en la inmigración en vez de en Europa? Fue muy decepcionante. No hubo un debate serio sobre el futuro de la Unión Europea ni del lugar de Gran Bretaña en él. Las cifras económicas fueron distorsionadas por los que apoyaron la salida, y sin embargo fue la inmigración de lo que se habló. La inmigración es un problema neurálgico para mucha gente en Gran Bretaña; no sólo inmigración de la UE, sino también del resto del mundo. Y me temo que empezó a ser un tema crucial con el referéndum sobre Europa. Hasta en algunos casos se apeló a un elemento racista en algunas de las campañas de los que apoyaban la salida. ¿Habría sido mejor no convocar el referéndum?

EL ‘BREXIT’ ES UNA AMENAZA PARA LA ECONOMÍA Y VA A DAÑAR LAS RELACIONES CON LOS ALIADOS EUROPEOS

Bueno, cuando David Cameron convocó el referéndum, él creía que era una muy buena idea para resolver el problema, y no puedo culparle demasiado porque yo pensé lo mismo. Pensaba que las discrepancias sobre Europa se resolverían, pero no sólo no ha ocurrido, sino que además ha empeorado. Cameron se equivocó al convocar el referéndum, pero yo también al pensar que este lo clarificaría todo. No lo ha hecho, y además lo ha complicado más aún. ¿Cuál es su opinión sobre Gina Miller, la empresaria que se ha enfrentado al Gobierno para que el BREXIT Se debata primero en el Parlamento? Está siendo muy valiente y además está sufriendo muchas críticas y abusos. Considero muy positivo que una ciudadana rete al Gobierno. Y también que lo

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hagan los tribunales. La admiro y además estoy muy contento de la independencia del Tribunal Superior. ¿Qué ocurre con el Partido Laborista? ¿Por qué no lo han hecho ellos? ¿Dónde están? No lo sé, nadie sabe dónde está el Partido Laborista. Creo que ni ellos mismo saben dónde están. En su biografía también habla sobre su orientación sexual. ¿Fue duro ser gay dentro del Partido Conservador? Cuando estaba en el partido no era algo público, algo que se supiera. ¿Por qué lo ocultó? Porque habría destrozado mi carrera política. En ese momento, en ningún país de la Unión Europea estaba normalizado. Tuve que ser discreto, pero intenté no contar mentiras a nadie. En España, por ejemplo, el PP no quería el matrimonio homosexual.

EL PP ESTÁ MÁS A LA DERECHA QUE OTROS PARTIDOS CONSERVADORES EUROPEOS Y POR TANTO ES DIFÍCIL

ENCONTRAR ALGÚN ESPACIO SIN OCUPAR A LA DERECHA En Reino Unido, muchos conservadores tampoco querían el matrimonio homosexual, fue muy polémico. Pero es tiempo de cambio. Entiendo que haya gente que encuentre muy duro cambiar su mente, ni siquiera les critico. Sólo el tiempo puede cambiar actitudes. Quizá el Partido Conservador está un poco por delante que el PP en estos temas, pero estoy seguro de que también en el PP hay gente de mente abierta y tolerante. ¿Cómo de diferentes son el Partido Conservador y el Partido Popular? Encuentro muchas diferencias entre el PP y los TORIES. Es cierto que ambos son de centro derecha pero vienen de orígenes distintos. El Partido Conservador viene del conservadurismo social y la filosofía del libre mercado; en conjunto es una mezcla

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complicada de tradición e ideología. Sin embargo, creo que el PP hunde más sus raíces en la Iglesia y en la extrema derecha en algunos elementos y también en la vieja dictadura franquista. Sé que el PP no es el partido de Franco, pero si buscas en sus orígenes, encuentras ciertos puntos que te llevan a ese pasado. Son partidos muy diferentes. ¿Qué piensa sobre Podemos? España tiene algunos problemas muy serios de corrupción y los partidos tradicionales dominantes han estado manchados por ella. Así que entiendo el sentimiento de la gente, su enfado, que ha hecho crecer a este nuevo partido. Pero Podemos no es la respuesta política ni para España ni para Cataluña. La ideología de la izquierda es una idea fallida del siglo XX. ¿Por qué mientras la extrema derecha crece en Europa, con UKIP en Reino Unido o el Frente Nacional en Francia, en España crece un partido como Podemos? Es una cuestión muy interesante. Tendría que saber más sobre la sociedad española, pero creo que el PP está más a la derecha que otros partidos conservadores europeos y por tanto es difícil encontrar algún espacio sin ocupar a la derecha.

AUTOR

• LOURDES JIMÉNEZ

O @LULES_JIMENEZ

LA MAQUINA DE GUERRA ALEMANA OPERA EN MÉXICO

Hannah Fröhlich Rebelión https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224668

• Entre la venta directa de armas, licencias y herramientas para su producción, Alemania ha sido corresponsable de incontados

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asesinatos y varios masacres en México, un país marcado por la guerra contra el narcotráfico.

• Imaginemos un montaje de muchas escenas, filmadas desde una cámara escondida en los cañones de todas las armas inventadas en Alemania y usadas en México. Una cámara que capturara cada disparo que salga de cada uno de estos cañones.

• Para poner un margen de tiempo, empecemos a imaginar todos los disparos realizados desde el 2006, año en el que Calderón inició la guerra contra el narcotráfico y varias empresas de armamento alemana aprovecharan la orden de militarización en México como oportunidad de mercado para vender armas, herramientas para su producción y licencias.

• Un montaje de todos los disparos realizados • Imaginemos un montaje de todos los disparados realizados. ¿Qué

veríamos? • Veríamos caer a miles de personas en todas las esquinas del país,

asesinatos de mujeres, campesinos, estudiantes, niñas y niños, defensores de derechos humanos y de la tierra, de los recursos y de los pueblos indígenas. Asesinatos de personas cuyo nombre desconocemos, historias confusas que no entenderíamos porque ya no hay información suficiente para reconstruirlas. Asesinatos clandestinos, silenciados e impunes. Con tanto estruendo, grito y sangre quedaríamos sordos y aterrorizados.

• No sólo como herramientas de crímenes diarios, sino también en la mayoría de las grandes matanzas que han sacudido a México, armas de origen alemán han figurado un papel fundamental. A continuación veremos algunos de los casos en los que por el fracaso de la justicia de Alemania, un país considerado de los más avanzados en cuanto a su legalidad constitucional, han podido ocurrir terribles crímenes de Estado en México. La gran mayoría impunes hasta el día de hoy, en ambos países.

• María Escobedo fue asesinada con una pistola alemana • Veríamos la bala de una pistola de 9-mm-Sig Sauer, en manos de

un sicario irrumpiendo el cuerpo de María Escobedo, portando un afiche el 16 de diciembre de 2010 enfrente del palacio de gobierno de Chihuahua. La veríamos caer al piso y morir.

• María Escobedo era una importante defensora de derechos de la mujer. Para ella, todo cambió después de que su hija de 16 años fuera matada por su novio celoso. Su absolución y la generalizada indiferencia jurídica y política ante miles de feminicidios en su estado y en todo el país, la habían movilizado para luchar por justicia y paz.

• Según las confesiones posteriores del sicario que mató a María Escobedo, con la misma pistola alemana de Sig Sauer lo veríamos matar a once personas más.

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• Turbias estrategias empresariales y escondrijos jurídicos • Sig Sauer, con sede principal en Eckernförde, Alemania, es una de

las empresas de armamento que ha sido experta en evadir las leyes de exportación alemanas, deslocalizando parte de sus fábricas de producción a otros países de la OTAN que cuentan con leyes de exportación más permisivas.

• Con su localización en New Hampshire, EEUU, la empresa hermana de Sig Sauer ha encontrado un punto estratégico para enviar armas a su vecino del sur que se encuentra en un constante conflicto armado.

• Según un documento interno del congreso estadounidense a manos de los medios alemanes Tageszeitung taz y ARD, el monto actual de enviados de rifles, metralletas y herramientas que la empresa de New Hampshire recientemente envió a México, equivale a un valor de 266 millones de USD. Esto es una cantidad nunca antes vista, cómo destaca el periodista Wolf-Dieter Vogel, experta en asuntos de armas. El material se distribuye a la marina, la Secretaría de Defensa Nacional (SEDENA) y a fuerzas federales y estatales.

• El abogado y activista anti-armas Holger Rothbauer, recalca: "Sin la tecnología de la sede en Alemania, no serían posibles las exportaciones de la compañía hermana estadounidense“.

• También Jürgen Grässlin, activista importante, autor y acusador de varias empresas y funcionarios involucrados en negocios disonantes de exportación de armas afirma que Sig Sauer en Alemania quebró la ley de forma sistemática, porque para suministros tecnológicos a sedes en países terceros, es necesaria una autorización por parte de los ministerios alemanes. Esta nunca fué solicitada. Los procesos penales, inducidos por los dos abogados, siguen vigentes.

• Los sucesos en Guerrero del 2011 • Sigamos imaginando el montaje de balas saliendo de armas

alemanas: • Veríamos cómo a la luz del mediodía del 12 de diciembre 2011

cayeran los estudiantes de la normal de Ayotzinapa Gabriel Echevarría de Jesús y Jorge Alexis Herrera Pino, por balas de calibre OTAN. Estas son propias de los fusiles G36 de la empresa alemana Heckler & Koch (H&K). Fueron portadas por las fuerzas públicas que ese día apuntaron a la gente que pacíficamente bloqueaba la Autopista del Sol a las afueras de Chilpancingo.

• Los fusiles G36 estaban prohibidos en Guerrero • Según las leyes de control de exportaciones alemanas, el fusil

automático G36 no debería haber estado en Guerrero. Es uno de los cuatro estados mexicanos, a los que la venta de armas estaba prohibida por reportes de graves violaciones a derechos humanos,

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calificados por la Secretaría de Relaciones Exteriores alemana. Los otros tres estados son Chihuahua, Chiapas y Jalisco.

• Sin embargo, sólo entre los años 2006 y 2008 pudieron llegar una cantidad incierta de 8 mil a 10 mil fusiles a los almacenes del ejército mexicano en todo el país, desvela una investigación del experta Carlos Pérez Ricart. Según su crónica publicada en el 2013, la mayoría de este envío de armas (un 49,68 %) ha sido distribuido en los ya mencionados cuatro "estados prohibidos“.

• ¿Cómo fue posible la presencia de las armas en Guerrero a pesar de la prohibición?

• Desde el 2009, Vogel, Grässlin y Rothbauer entre otros, fueron destapando una gran cadena de enredos corruptos entre directivos de la empresa H&K que produce los G36, personas en las oficinas públicas en Alemania y funcionarios mexicanos. Un informante, en aquel entonces empleado de H&K, les había proporcionado importantes medios de prueba del negocio corrupto.

• Armas alemanas y Ayotzinapa • De estos mismos fusiles G36, 56 ejemplares han sido encontrados

en los cuarteles de la policía municipal de Iguala, después de la matanza de seis estudiantes de Ayotzinapa, la desaparición de 43 y varias lastimaduras graves en la noche entre el 26 y 27 de septiembre del 2014 en Iguala, Guerrero.

• A la altura de hoy, investigadores mexicanos pueden probar que al menos siete policías del operativo de esa noche disparaban con los mismos fusiles que habían llegado a Guerrero de forma ilegal. Entre ellos está el policía que asesinó a Julio Cesar Mondragón.

• "Nunca hemos estado tan avanzados en la lucha contra la industria de armamento"

• Aunque en la mayoría impunes hasta el día de hoy, Grässlin apunta al gran avance de los activistas antiarmas.

• En una conversación en diciembre del año pasado, el autor me asegura: "En toda la historia, nunca hemos estado tan avanzados en la lucha contra la industria de armamento como en este preciso momento. Por primera vez, han sido citados ante los tribunales dos de los directivos de la empresa más letal del mundo, por el número de muertos (aprox. 2 millones en todo el mundo). Esto no ha pasado nunca.“

• También es la primera vez en la historia que una víctima directa de armas alemanas en el extranjero juegue un papel principal en los juicios contra empresas de armamento. Se trata de Aldo Gutiérrez Solano, estudiante de Ayotzinapa que desde ser disparado en la noche del 26 de septiembre aún sigue en coma.

• Son los padres de Aldo que pidieron la vista de expedientes del proceso contra la empresa H&K que iniciará este año. Con ello, tratan de incorporar a Aldo como actor accesorio, me explica

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Christian Schliemann, abogado del European Center for Constitutional and Human Rights (ECCHR) que lleva la denuncia.

• Además, Grässlin espera que se puedan reabrir los procesos penales contra los funcionarios públicos que desde Alemania han ayudado intencionadamente a encubrir los envíos de armas a los cuatro estados prohibidos.

• "Hay pruebas tan obvias, que no me puedo imaginar que la tribunal permita que los acusados salgan de la sala de justicia impunes“, sostiene el activista. "Va a ser un proceso muy interesante, porque la fiscalía de Stuttgart es conocida por ser muy cercana a la industria de armamento.“

• Denuncia del Ex-presidente de la tribunal regional, Peter Beyerle • A principios de verano de este año, Peter Beyerle, el ex-presidente

de la tribunal de Rottweil, va a ser llevado ante la justicia. • Peter Beyerle fue presidente de la tribunal de Rottweil, región

donde se ubica la sede de H&K. Después de su jubilación, sin solución de continuidad, pasó a la sección jurídica y la gerencia de la misma empresa de armamento, dónde estuvo operando los negocios sucios con México, resalta Grässlin.

• "En Alemania va a haber un verdadero estallido a nivel jurídico. El caso es intrigante: Una tribunal regional va a juzgar sobre un ex-presidente de tribunal“, dice Grässlin. "Hay dos posibilidades: O lo cuidan con guantes de seda por ser uno de los suyos o lo condenan de forma extremamente dura, porque claro, resulta ser un verdadero escándalo que uno de sus propias filas derive a la ilegalidad“.

• Un nuevo caso de vergüenza: HMP • Ahora, otras empresas han sabido aprovecharse de la oportunidad

comercial que ha dejado la prohibición de venta a H&K tras las denuncias de Grässlin y Rothbauer. Esto sobre todo afecta el mercado de las armas más letales: Las armas ligeras.

• Según el periodista Vogel, nuevas investigaciones revelan los planes de la fábrica Heinrich-Müller-Maschinenfabrik (HMP) de exportar una máquina para la producción de cañones sin autorización del gobierno alemán.

• Rothbauer acaba de presentar una denuncia contra HMP por querer saltarse las leyes de exportación alemanas: Documentos internos en manos del Tagezeitung taz confirman el trato de venta de HMP con la SEDENA.

• La máquina en discusión sirve para producir cañones de los fusilos de asalto mexicanos FX05, la copia barata de los rifles alemanes G36 de calibre OTAN.

• Ahora está en la fiscalía de comprobar la acusación. "En el caso de que se dicte no necesaria la autorización para la venta de esta arma

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de guerra, significaría un fracaso absoluto de todos los organismos públicos involucrados“, opina Rothbauer.

• Leyes absurdas • En una entrevista con Schliemann, el abogado del ECCHR recalca

el absurdo de las leyes de exportación alemanas. "Es un hecho que la justicia alemana es diseñada con recursos legales limitados para evitar el procedimiento contra las propias leyes de autorización de exportación.“

• Con respecto a la política de limitar la venta sólo a ciertos estados (Chihuahua, Guerrero, Chiapas, Jalisco), Schliemann añade: "Esta limitación ya de por sí fue pura arbitrariedad. Es una completa idiotez y jurídicamente nunca se ha manejado así. Eso de lanzar cualquier región sobre la mesa, y alegar que son las más violentas, no tiene sentido alguno“.

• El absurdo de estas leyes se hace evidente cuando en casos como el masacre de Tlatlaya en el Estado de México del 2014, en el que fueron asesinadas 22 personas o en las matanzas de civiles en Michoacán, como en el caso del niño Hidelberto Reyes, es evidenciado que fueron usados rifles alemanes provenientes de la empresa H&K.

• Doble moral a nivel europeo • También a nivel europeo la justicia deja mucho que desear. • El vago reglamento de doble-uso de la Unión Europea es una

verdadera zona gris en el sistema jurídico: Permite la exportación de mercancías que son usadas tanto con fines civiles como militares. Bajo este reglamento, "los motores para tanques chinos ya no son considerados bienes armamentísticos por el simple hecho de que también pueden ser usados con otro propósito“, explica el político del Partido de la Izquierda DIE LINKE, Jan van Aken.

• Todos estos ejemplos de la realidad mexicana muestran la urgencia de redefinir reglamentos de control de exportación.

• Entre otros ajustes, el abogado Rothbauer propone un reglamento que obligue a las empresas de depositar un anticipo de fondos para el caso hipotético de que haya víctimas civiles. "De esta manera se podrían frenar considerablemente las enormes ambiciones económicas que las empresas tienen en el mercado mexicano“. Esto sería una manera eficaz de evitar exportaciones a países donde "policías y militares fríen a cualquiera de forma salvaje“

LA CRISIS ACTUAL DE AMÉRICA LATINA: CAUSAS Y SOLUCIONES

http://nuso.org/articulo/la-crisis-actual-de-america-latina-causas-y-soluciones/

Las transformaciones en América Latina durante la última década tienen varias dimensiones, que en muchos casos se

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contraponen. Transformaciones antielitistas, perspectivas inclusivas, pero también mantenimiento e incluso profundización de la dependencia de los recursos naturales. El Estado comenzó a ganar nuevamente sustancia institucional y poder de regulación, pero el sistema impositivo casi no fue tocado y se mantuvieron numerosas formas de precariedad laboral y social. Y no menos ambivalencias operaron en el terreno de la democracia.

Por Hans Jürgen Burchardt

El nuevo siglo comenzó en América Latina con un «giro a la izquierda» que fijó nuevos rumbos en el tratamiento de la cuestión social, la participación política o los derechos de las minorías y que obtuvo reconocimiento internacional. Estas dinámicas fueron favorecidas por Estados que se fortalecían y un sólido crecimiento económico en un contexto de alzas en los precios de las materias primas. Mientras la crisis financiera desatada a partir de 2007 hacía sentir a Estados Unidos y Europa las consecuencias sociales del descontrol de los mercados, en América Latina se reducía la pobreza casi a la mitad. Estos éxitos se complementaron con nuevos ideales que tenían como meta una mayor participación política y un desarrollo sostenible. Así fue como en 2010 THE ECONOMIST eligió para estos años la elogiosa denominación de «década latinoamericana»1.

Pero esta política ha desembocado en una crisis. Junto con la baja de los precios de las materias primas, la economía se debilita, los gobiernos pierden el apoyo de la población e intentan, ante todo, salvarse a sí mismos, al tiempo que la pobreza vuelve a aumentar2. Las últimas elecciones en Venezuela y Argentina o la destitución de la presidenta brasileña Dilma Rousseff no dejan lugar a dudas: la izquierda gobernante se enfrenta, tras más de una década en el poder, a serios problemas. Es probable que haya tenido en los últimos 15 años la oportunidad del siglo para avanzar por el sendero del desarrollo y alcanzar mayores niveles de independencia del mercado mundial y de las materias primas, pero hoy esa oportunidad vuelve a alejarse y esto coloca a la región ante nuevos desafíos.

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Entrada en el siglo XXI Las reformas (económicas) neoliberales introducidas a partir de la década de 1980 habían prometido a América Latina prosperidad y participación para todos. Pero en lugar de incentivar el crecimiento económico y la construcción de instituciones estatales más sólidas, solo beneficiaron a unas pocas personas –como el mexicano Carlos Slim, que se convirtió en uno de los más ricos del mundo– y simultáneamente arrojaron a gran parte de la población a la miseria. Al iniciarse el siglo, más de 40% de la población latinoamericana era pobre. El neoliberalismo condujo además a un aumento de la participación política, que contribuyó a dos tendencias. Por un lado, se fortalecieron en toda la región movimientos sociales y la cuestión social volvió a la agenda política. Por otro lado –y relacionado con lo anterior–, muchos grupos indígenas se constituyeron, tras siglos de marginación, en un movimiento político con cada vez mayor influencia. Con ellos, ganaron importancia nuevos modelos de desarrollo como, por ejemplo, el concepto de «buen vivir» o una relación distinta con la naturaleza. Estos movimientos e iniciativas de base fueron un importante nexo para el ascenso al poder de los gobiernos social-liberales democráticos (Chile), socialdemócratas (Brasil) o autodefinidos como socialistas (Venezuela), que comenzaron una PRIMERA FASE de gobierno progresista.Al principio, muchos de los nuevos gobiernos tuvieron que imponerse frente a las tradicionales elites conservadoras. Este cambio no se hizo sin conflictos: resulta emblemático el intento de la oposición venezolana de dar un golpe con ayuda de las Fuerzas Armadas en 2002 contra el presidente Hugo Chávez, elegido con 60% de los votos. También es cierto que las medidas de los nuevos gobiernos no fueron siempre elaboradas de manera democrática y que derribaron alguna que otra institución de la democracia representativa. No obstante, las advertencias de que de este modo se abría un nuevo flanco al autoritarismo no tenían en cuenta que esas políticas eran frecuentemente necesarias para una profundización de la democracia. Sucede que el retorno de América Latina a la democracia a partir de fines de la década de 1970 se basó mayormente en transiciones pactadas, en las que las

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viejas elites se habían reservado numerosos poderes de veto y derechos exclusivos que obstaculizaban una real participación de todos. Por ejemplo, hasta el día de hoy, 10% de los ingresos del Estado chileno por la extracción de cobre se depositan en una cuenta de las Fuerzas Armadas que no está sujeta a ningún control (parlamentario).

Si volvemos la vista a la última década del presente siglo, en esta primera fase se cumplieron más esperanzas que temores. A pesar de los malos augurios, las reglas centrales del gobierno democrático fueron respetadas. En numerosos países se produjo, en diálogo con movimientos sociales y organizaciones de base o impulsada por estos, una profundización de la gestión democrática compartida que complementaba la democracia representativa liberal con elementos participativos y comunitarios. Entre las medidas más importantes están una ampliación de la participación local y más autonomía municipal o regional. A eso se agregaron reformas constitucionales ratificadas regularmente por consultas populares, que no solo establecían más elementos participativos y plebiscitarios sino que –como en Ecuador– concedían a la naturaleza, además, el estatus de sujeto de derecho. Esta concepción de la naturaleza como titular de derecho abre, en principio, la posibilidad de un cambio esencial en cuanto a la manera de encarar socialmente las actuales crisis del medio ambiente. Muchos países se destacaron también por reformas progresistas en otros campos, como el reconocimiento de diversidades y de los derechos de las minorías, la revisión y persecución de violaciones a los derechos humanos acaecidas en el pasado, una política de drogas liberal, etc.Estas tendencias fueron beneficiadas por una situación favorable de los mercados mundiales. La explosión de los precios de las materias primas dio el apoyo económico para un renacimiento del Estado desarrollista. Si bien fueron pocas las expropiaciones reales, el Estado volvió a manejar con rienda corta empresas públicas o bien se reservó, tras nuevas negociaciones con empresas extractivas transnacionales, una mayor participación en las ganancias derivadas de las materias primas. En vista de la evolución de los precios internacionales y la alta demanda de materias primas latinoamericanas, muchos inversores (inter)nacionales

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consideraron que estas exigencias eran absolutamente tolerables. Así fue como las arcas de los gobiernos se llenaron de manera inesperadamente veloz y esto favoreció la expansión de la infraestructura estatal. De este modo, el Estado comenzó a ganar nuevamente sustancia institucional y poder de regulación. Esto sentó los fundamentos para una importante innovación en la región: mientras que en muchos otros países –por ejemplo, el sur de Europa– la situación social empeoraba, la mayoría de los gobiernos de centroizquierda de América Latina iniciaban una política social expansiva e introducían numerosos estándares nuevos en el mercado laboral fuertemente desregulado. La combinación de desarrollo social sostenido por las exportaciones de materias primas siguió las particularidades de cada país. Pero hacia fines de la última década se impuso en la región un modelo de desarrollo en el que un Estado fortalecido captaba los ingresos adicionales por exportación de materias primas, encaraba efectivamente la cuestión social como agente de desarrollo y era legitimado una y otra vez mediante promesas de modernización y elecciones democráticas. Este modelo ha ingresado en los debates políticos y científicos bajo la etiqueta de «neoextractivismo»3.

• 1.

Ver Michael Reid: «So Near and Yet So Far» en The Economist, 9/9/2010.

• 2.

Según cálculos del Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (pnud), entre 25 y 30 millones de latinoamericanos están en peligro de caer bajo la línea de pobreza. pnud: Informe regional sobre desarrollo humano para América Latina y el Caribe, pnud, Nueva York, 2016, p. 17.

• 3.

Sobre el análisis y las tendencias actuales de este neoextractivismo, v. H.J. Burchardt, Rafael Domínguez, Carlos Larrea y Stefan Peters (eds.): Nada dura para siempre. Neo-extractivismo tras el boom de las materias primas, uasb / icdd, Quito, 2016, disponible en http://censat.org/es/analisis/nada-dura-para-siempre-neo-extractivismo-tras-el-boom-de-las-materias-primas.

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UN GLOBALISMO MÁS PELIGROSO

http://nuso.org/articulo/un-globalismo-mas-peligroso/

La batalla que se desarrolla hoy no es entre globalismo y antiglobalismo; más bien, el mundo está suspendido entre dos modelos de integración: uno es multilateral e internacionalista; el otro, bilateral e imperialista. Dos extremos entre los que ha oscilado a lo largo de toda la edad moderna.

Por Anne-Laure Delatte / Jeremy Adelman

«Estados Unidos primero», insiste Donald Trump. «Gran Bretaña primero», dicen los partidarios del Brexit. «Francia primero», alardea Marine Le Pen con su Frente Nacional. «Rusia primero», proclama el Kremlin de Vladimir Putin. Con tanto acento puesto en la soberanía nacional, hoy la globalización parece terminada.

Pero no es así. La batalla que se desarrolla hoy no es entre globalismo y antiglobalismo; más bien, el mundo está suspendido entre dos modelos de integración: uno es multilateral e internacionalista; el otro, bilateral e imperialista. Dos extremos entre los que ha oscilado a lo largo de toda la edad moderna.

Después de 1945 dominó el internacionalismo, partidario de la cooperación y la promoción mediante instituciones multilaterales de bienes públicos globales como la paz, la seguridad, la estabilidad financiera y la sostenibilidad medioambiental. El modelo internacionalista limita la soberanía nacional, al supeditar los estados al cumplimiento de normas, convenciones y tratados comunes.

En 2016 la balanza se inclinó hacia el bilateralismo, que considera la soberanía nacional un fin en sí mismo: cuantas menos restricciones externas, mejor; la paz y la seguridad resultarán de un equilibrio entre las grandes potencias. El modelo bilateralista favorece al fuerte y penaliza al débil; recompensa al competidor a expensas del cooperador.

Durante la mayor parte del siglo XIX, la integración fue un híbrido de internacionalismo e imperialismo. El libre comercio se

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convirtió en palabra santa, se alentó la migración en masa y los países adoptaron nuevas reglas globales como la Primera Convención de Ginebra (1864) sobre el trato dispensado a los enfermos y heridos en el campo de batalla. Pero los globalizadores también podían ser prepotentes: el Tratado de Nanjing (1842) entre Gran Bretaña y China dejó el Reino del Medio subordinado a Occidente. Y el imperialismo bilateral mostró su peor cara en la repartija europea de África en dominios exclusivos.

En el período más horrendo de la historia, triunfó el bilateralismo. Entre 1914 y 1945, el afán de grandeza nacional provocó una ruinosa rivalidad económica y violencia extrema. La debacle financiera de 1929 desestabilizó un orden internacional ya vacilante. Los países, uno tras otro, se encerraron; en 1933, el comercio internacional se derrumbó a la tercera parte de lo que había sido en 1929.

Movido por el racismo y el temor a la falta de espacio, el globalismo se volvió predatorio: los países poderosos impusieron a sus vecinos y socios pactos comerciales desiguales, o simplemente los conquistaron. En 1931, Japón se propuso convertir a Manchuria en un estado títere, y en 1937 invadió China. Los soviéticos aplicaron a las zonas fronterizas rusas la misma modalidad. Los nazis impusieron tratados a sus vecinos más débiles y se adueñaron de otros por la fuerza; después se lanzaron a despoblar las tierras eslavas para hacer lugar a colonos teutones.

La brutalidad del bilateralismo impulsó al presidente de los Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, y al primer ministro británico, Winston Churchill, a redactar en 1941 la Carta del Atlántico, un esquema para el orden de posguerra, que consagró la libertad como pilar de la paz y la necesidad de poner límites al bilateralismo. Ya no más conquistas ni hostigamiento arancelario: libertad en los mares.

Lo que surgió de la victoria de los Aliados en la Segunda Guerra Mundial y de la Carta del Atlántico fue un Nuevo Pacto Global: los países se sujetaron a normas e instituciones internacionales

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para participar en la bonanza de la posguerra. En este experimento de globalismo multilateral, la integración europea fue esencial: con la reconciliación francoalemana, Europa, zona de conflicto crónico, se convirtió en una región de cooperadores ejemplares.

Con la restricción de la soberanía nacional, fue posible para el comercio internacional, las inversiones y las migraciones impulsar la prosperidad de la posguerra. Multitudes escaparon de la pobreza, y se mantuvo una relativa paz.

Pero el Nuevo Pacto Global parece agotado. Para demasiados, el mundo se volvió complicado, peligroso, embrutecedor y amenazante: al revés de lo que preveía la Carta del Atlántico. Después de 1980, la integración global fue de la mano de un aumento de la desigualdad intranacional. A la par que el horizonte de oportunidades se ensanchaba para los residentes de ciudades grandes cosmopolitas y educados, los contratos sociales nacionales se desintegraron y se debilitaron los lazos entre los ciudadanos.

El desdibujamiento de las divisorias globales profundizó las grietas locales y sentó las bases para un regreso triunfal del bilateralismo. Entre bastidores, líderes como el presidente ruso Vladimir Putin esperaban el momento en que se volviera a un mundo de soberanía irrestricta, indiferente a refinamientos multilaterales; hoy tienen quién les haga compañía en países clave.

Dos días después de la asunción al cargo, Trump anunció que Estados Unidos tendría «otra chance» de hacerse con el petróleo iraquí. Luego retiró a Estados Unidos del Acuerdo Transpacífico y juró renegociar el Tratado de Libre Comercio de América del Norte (NAFTA). El futuro del arduamente conseguido acuerdo climático de París está en duda. Se intensificaron las acusaciones de manipulación cambiaria y las amenazas de medidas proteccionistas. Ahora que el Reino Unido (que en la década de 1840 dio al mundo el libre comercio) decidió seguir camino solo, los antiguos aliados de la Carta del Atlántico están poniendo la

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soberanía nacional por encima de los bienes públicos internacionales.

La atención mundial está puesta en Francia y su inminente elección presidencial. Está en juego el traqueteante motor francoalemán, que impulsó la integración europea y la mantuvo en el centro del sistema multilateral de la posguerra. Si mayo trajera una victoria de Le Pen, sería el fin de la Unión Europea; la canciller alemana Angela Merkel quedaría como el último pilar de un orden mundial en descomposición. El país más transformado por el internacionalismo después de 1945 sería su último bastión, rodeado de bilateralistas en Francia, el RU y Rusia, con su principal patrocinador (Estados Unidos) en manos de nativistas.

Imagínese la escena pocas semanas después de una victoria de Le Pen, con los líderes del G7 reunidos en un lujoso hotel de Taormina, Sicilia. Estados Unidos y Canadá discutiendo por el NAFTA; Reino Unido, con Francia y Alemania por el Brexit; Japón, todavía tratando de encajar la anulación del Acuerdo Transpacífico. Y mientras todos vuelven la espalda a los compromisos internacionales, los refugiados, ahogándose en el mar circundante, le ponen epitafio a una era que ya no es.

EL FIN DEL TRABAJO (TAL COMO LO CONOCEMOS)

La automatización y la inteligencia artificial destruyen puestos de trabajo, un fenómeno del que no podemos ser meros observadores.

Por Christoph Mohr http://nuso.org/articulo/el-fin-del-trabajo-tal-como-lo-conocemos/

El presidente de Estados Unidos, Donald Trump, no creará un sinfín de puestos de trabajo. Aun si lograse que algunas empresas vuelvan a llevar sus fábricas a Estados Unidos, Trump está en una lucha contra molinos de viento en la que, a la larga, será derrotado. Los motivos son sencillos: 86% de los puestos de trabajo perdidos entre 1990 y 2015 en la industria manufacturera estadounidense no se debe a un éxodo hacia el Lejano Oriente o hacia México, sino a un aumento de la productividad mediante

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tecnología. Si las empresas tuvieran en la actualidad el nivel de productividad del año 2000, deberían tener el doble de personal para poder generar la misma cantidad de bienes. O sea: estamos produciendo mucho más con muchas menos personas.

Esta pérdida de trabajo es –no solo por las consecuencias económicas para los individuos sino también por la pérdida parcial de identidad– un peligro para la interacción social y, de este modo, para los cimientos de los modernos países industrializados. No por nada Trump pudo granjearse el voto precisamente de los «trabajadores olvidados» del Rust Belt (cinturón industrial) estadounidense. Para que las personas sigan teniendo un lugar dentro del mundo laboral en los próximos tiempos, se necesita una clara visión de futuro con medidas políticas concretas. Poco ayudan los enfoques aislacionistas y retrógrados de los populistas, porque no se puede ir marcha atrás ni aplicar el freno en el progreso tecnológico. No se lo puede detener con muros ni con aranceles aduaneros.

En la actualidad, las máquinas pueden realizar múltiples trabajos físicos que hasta hace unos pocos años solo podían ser llevados a cabo por seres humanos. Pueden, por ejemplo, tomar pedidos, manejar automóviles o cumplir tareas productivas. Foxconn, proveedor de Apple, puso a funcionar en 2016 más de 40.000 robots (de un total planeado de un millón) que reemplazarán en el mediano plazo a las 500.000 personas que trabajan en producción. Adidas ha construido en Alemania una nueva fábrica que es operada casi exclusivamente por máquinas. Amazon ya emplea en la actualidad 45.000 robots en todo el mundo: una tendencia que crece. La automatización no se detiene aquí, sino que se expande también a otros ámbitos: gracias a la inteligencia artificial, el software puede realizar cada vez más tareas cognitivas, con lo que funciona de modo más fiable, conveniente y veloz que sus competidores humanos.

Los sistemas de inteligencia artificial pueden ya analizar datos, interactuar con seres humanos o elaborar textos. O sea, no solamente los chóferes de ómnibus o camiones y los operarios de una línea de producción se sienten amenazados por esta

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tecnología, sino también los trabajadores calificados, como es el caso de programadores, radiólogos o abogados. Los trabajos más apropiados para la automatización son aquellos que se realizan en entornos muy estructurados o previsibles y que siguen rutinas. En Estados Unidos representan más de 50% de la economía y abarcan rubros que van desde la producción hasta el comercio minorista. Generan casi 2.700 millones de dólares en salarios. En otros países industrializados, como Alemania, la situación es similar.

A esto se agrega que el acceso a los puestos de trabajo restantes será cada vez más difícil. No por la presión creciente sobre el mercado de trabajo de cada país o el mercado interno europeo, sino –en lo que atañe a determinados grupos de profesiones– por nuevas formas de tercerización: internet y las potentes computadoras han vuelto obsoletas las distancias geográficas que tuvieron peso durante siglos y han transnacionalizado el mundo laboral. Los cloud workers(trabajadores en la nube) complementan con un alto potencial el mercado de trabajo interno y crean de este modo una gran competencia por las horas de trabajo no automatizadas. Hoy es casi usual que, por ejemplo, algunas tareas en un estudio de abogados de Estados Unidos que antes eran realizadas por asistentes de los abogados o por profesionales principiantes sean llevadas a cabo por auxiliares perfectamente formados que venden sus servicios desde una computadora en Mumbai, a 5.000 kilómetros de distancia.

En 2017, Alemania cuenta con aproximadamente 43 millones de personas laboralmente activas que dependen principalmente de su salario para mantenerse y no tienen otros ingresos. Por lo tanto, para la gran mayoría de estas personas el desempleo causa un descenso de estatus económico, desarraigo social y posiblemente una mayor insatisfacción política. Estos peligros no necesariamente se aminoran con las nuevas profesiones y puestos de trabajo que surgen. Es cierto que en el pasado siempre aparecían nuevas profesiones allí donde desaparecían otras. Las máquinas pueden usarse también de manera complementaria a los trabajadores en lugar de reemplazarlos en su totalidad. De todos modos, para ello se necesitan las calificaciones y los

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conocimientos adecuados, y la enorme cantidad de personas posiblemente afectadas podría ser muy superior al número de nuevas profesiones que podrían surgir. A eso hay que sumar que estas profesiones no necesariamente traerán consigo las mismas retribución monetaria, seguridad social o significatividad, sino que podrían colaborar con un retroceso en la escala social y una espiral salarial descendente.

La cuarta revolución industrial ya está modificando los cimientos del mundo laboral y los sistemas políticos subyacentes. Para mitigar las consecuencias negativas en lo social y en lo político, se necesita una iniciativa sustancial de cara al futuro con la que debe empezarse ahora mismo. Un posible punto de partida aquí es –como tantas otras veces– la educación. Los cambios operados en el mundo del trabajo durante el pasado nos enseñan que debemos concentrarnos en nuestras competencias y definir qué habilidades serán necesarias en el futuro. Como consecuencia, son necesarios una formación y un perfeccionamiento acordes con la época, que ofrezcan a las personas, también en el futuro, la oportunidad de participar con éxito en el mundo del trabajo –en una especie de relación simbiótica– con la tecnología y a través de la tecnología.

Las inversiones en infraestructura e investigación pueden brindar las condiciones que se necesitan urgentemente para la formulación de planes de futuro y propiciar la evaluación tecnológica para una mayor comprensión de los procesos subyacentes. También es relevante la dimensión económica. Con crecimiento podrían generarse puestos de trabajo de gran porvenir y en mayor cantidad. Para ello se necesitan enfoques novedosos junto con enfoques clásicos. Un ejemplo de ello es el competitivo espectro de fundadores de empresas y, relacionado con esto, un reordenamiento de la legislación sobre quiebras adaptado a los tiempos que corren, además de marcos regulatorios lógicos y asociaciones transnacionales. También resulta imperioso que las empresas tengan conciencia de sus responsabilidades: solo puede sostenerse a largo plazo el consumo donde se pagan salarios dignos y donde no se reemplaza cualquier puesto de trabajo por una máquina, ya que donde no hay ingresos no hay consumidores. No menos importante es también debatir un mecanismo de

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redistribución para ingresos de toda la sociedad como, por ejemplo, un ingreso básico (incondicional) o un impuesto negativo para rediseñar la sociedad futura con un mundo del trabajo digital y automatizado.

La política suele reaccionar como un correctivo tardío: los desarrollos primero avanzan y recién después son direccionados. Pero las nuevas tecnologías se desarrollan a una velocidad tal que no podemos demorar más el diseño general del futuro. De lo contrario, pronto llegaremos al final del mundo del trabajo y nos tendremos atener a las consecuencias políticas.

TRADUCCIÓN: CARLOS DÍAZ ROCCA

LOS OBSTÁCULOS PARA EL CRECIMIENTO EN AMÉRICA LATINA

En 2017 se espera que América Latina abandone la recesión. Sin embargo, habrá claros obstáculos para lograr el crecimiento deseado. Para mantener los avances sociales conseguidos durante la primera década de este siglo, América Latina debe aspirar a tasas de crecimiento mucho más altas que las proyectadas para los próximos años.

Por Adriana Arreaza http://nuso.org/articulo/los-obstaculos-para-el-crecimiento-en-america-latina/

En 2017 se espera que la región abandone la recesión, aunque con un crecimiento bastante modesto, de menos del 2%. Esto nos da cierto espacio para la esperanza, aunque tampoco hay que ser demasiado optimistas. Teniendo en cuenta la tradicional vulnerabilidad de América Latina ante los vientos económicos mundiales, el balance de riesgos sigue inclinado a la baja en un año que se promete incierto.

El 2017, sin embargo, será mejor que el 2016, que no empezó bien para América Latina como consecuencia de la desaceleración en China y de la anémica recuperación de las economías avanzadas. Los temores de un mayor deterioro del gigante asiático impactaron en los mercados financieros y provocaron fuertes caídas en el precio de las materias primas y en los activos de los

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mercados emergentes. Y aunque las preocupaciones sobre China se disiparon algo a lo largo del año, los flujos de capital siguieron desplazándose de los mercados emergentes a destinos más seguros.

El Brexit a mediados de año y el triunfo de Trump también contribuyeron a generar un clima de incertidumbre económica, elevando la volatilidad en los mercados. Y como no podía ser de otra manera en una economía globalizada, Latinoamérica vio como el financiamiento externo se limitaba, encarecía y dificultaba, y las monedas se debilitaban, reduciendo así el margen de maniobra de los bancos centrales y la capacidad de financiar las cuentas externas y fiscales.

Este contexto, además de evidenciar la fuerte dependencia de Latinoamérica a los vientos económicos internacionales, contribuyó a que el PIB regional se contrajera por segundo año consecutivo (alrededor del 1%), por debajo de cualquier otra región emergente.

Pero como en muchos otros ámbitos del desarrollo de América Latina, el impacto de los choques externos -así como la respuesta de políticas públicas para adaptarse a la situación- se presentó de forma bastante heterogénea en función del país.

Quizás la principal noticia del pasado año fue la intensidad inesperada del deterioro de la situación económica en algunos países y la incapacidad de otros para recuperarse. Argentina y Ecuador entraron en recesión en el primer semestre, uniéndose a Brasil y Venezuela, donde la contracción de la actividad se profundizó aún más. Paralelamente, el resto de los países de la región, por lo general, continuaron creciendo, aunque a un ritmo más lento.

El deterioro de la actividad económica impactó en los mercados laborales y también en los hogares latinoamericanos: menos empleos de calidad, reducción en las remuneraciones, más empleos por cuenta propia y alzas en los precios provocaron una reducción del poder real de compra de las familias, que bien puede significar un aumento de la pobreza.

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Algunos de estos desbalances comenzaron a revertirse a partir del segundo semestre. La inflación cedió en varios de los países -particularmente en aquellos con metas de inflación-, la recesión parece haber dejado de empeorar en Brasil y Ecuador, y los déficits en cuenta corriente parecen estar cerrándose.

Pero si la región pretende mantener los avances sociales cosechados durante la primera década de este siglo deberemos aspirar a tasas de crecimiento mucho más altas que las proyectadas para los próximos años. Más allá de la parte cíclica de la recesión, Latinoamérica necesita superar los problemas estructurales que limitan el aumento de la productividad, con el fin de impulsar el crecimiento a largo plazo.

Y esto no sucederá sin mejoras en el capital humano. Hoy en día la mitad de la población en América Latina sigue empleada en actividades informales, lo que revela un círculo viciosos donde las empresas más productivas no crecen porque no encuentran los recursos humanos y financieros que necesitan para expandirse. Ante la falta de buenos empleos, los trabajadores se refugian en la informalidad.

Un estudio reciente de CAF –Banco de Desarrollo de América Latina- encontró que aunque el 67% de los latinoamericanos están en edad de trabajar, es muy común que muchos de estos trabajadores tengan las capacidades que requiere el mercado laboral, hecho que frena la creación de empresas productivas, justamente aquellas que generan los trabajos de mayor calidad. Además, sólo una fracción de los trabajadores por cuenta propia tiene capacidades comparables a las de los empresarios exitosos. Esto significa que la mayoría de ellos probablemente permanecerán informales, teniendo pocas posibilidades de crear empresas productivas de rápido crecimiento.

La mala asignación de recursos -mucho capital y mano de obra en actividades de baja productividad y demasiado poco para empresas y actividades más productivas- es un obstáculo importante para el crecimiento. Imagínense cómo afecta a la economía el hecho de que la mitad de la población esté dedicada a

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actividades ajenas a las relacionadas con la frontera tecnológica. Y ahora imaginen lo que sucede si, además de eso, la frontera no se mueve debido a la falta de innovación y a la lenta adaptación de la tecnología.

Para romper este círculo vicioso, la lista de deseos sobre políticas públicas para los próximos años incluye el cierre de las brechas de infraestructura y la mejora del acceso al crédito, así como el fortalecimiento de las capacidades estatales y la reducción de las barreras institucionales que impiden una mejor asignación de recursos e innovación. Pero también es esencial mejorar las habilidades de los trabajadores.

Por último, en una época en que la globalización parece estar en retroceso y el comercio parece estar perdiendo peso como motor del crecimiento global, América Latina debe mirar hacia adentro para aprovechar las oportunidades comerciales regionales.

EDUCACIÓN EN CHILE: ¿SE NECESITABAN US$ 20 MIL PARA LA GRATUIDAD?

ESCRITO POR ISMAEL LLONA M. http://www.elclarin.cl/web/opinion/politica/21935-educacion-se-necesitaban-us-20-mil-para-la-gratuidad.html

Pongámonos serios para discutir sobre los problemas nacionales.

Algunos teóricos dizque de la clase media y destacados políticos de centro han echado a correr la teoría de que CORRESPONDE AHORA, y no correspondía antes, llegar a la gratuidad en la enseñanza universitaria. ¿Por qué? Según ellos porque sólo ahora Chile ha superado los 20 mil dólares per cápita, cifra mágica que abriría las puertas de la gratuidad...en el mundo occidental, capitalista y cristiano.

Con 5 mil (el ingreso per cápita con que terminó Aylwin) u 8 mil (el per cápita con que gobernó Lagos) no habría correspondido gratuidad. Menos con los 3 mil quinientos con que terminó Pinochet. Así se salvaron todos los que estuvieron en La Moneda después de Allende.

Sepultan así, además, la teoría de la actual Presidenta de la República y del movimiento social de 2011, que abrió las compuertas para la reconquista deLA GRATUIDAD, partiendo ella y ellos de que la educación no es un bien de consumo y sí es un derecho.

Soy testigo en el caso: yo estudié en el Instituto Nacional y en el Pedagógico, después en la Escuela de Derecho, de la Universidad de Chile, en los años 50 y 60 absolutamente gratis. Nadie se preguntaba en ese entonces cuánto era el per cápita de Chile, que era menor ¡a los mil dólares anuales! No soñábamos con 20 mil

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dólares anuales...en 60 años más, que es lo de hoy. Es como si hoy pensáramos en 500 mil dólares de per cápita ¡una locura!

La Declaración Universal de los Derechos Humanos, de después de la Segunda Guerra Mundial (hace 60 años), estableció, cuando ningún país del planeta tenía un per cápita de 20 mil dólares, que:

“La educación debe ser gratuita, AL MENOS en lo concerniente a la instrucción elemental y fundamental. La instrucción técnica y profesional habrá de ser generalizada; el acceso a los estudios superiores será IGUAL PARA TODOS, EN FUNCIÓN De LOS MÉRITOS RESPECTIVOS”. (Art.26)

Con el argumento del per cápita de 20 mil dólares ¿cómo se explica que antes de 1973 y con un per cápita de menos de 3 mil dólares, la educación pública chilena fuese gratuita y el ingreso a la universidad sólo se midiera con LOS MÉRITOS de los estudiantes, sin considerar su bolsillo?

¿Cómo que, en todos los países del llamado socialismo real, la educación, en todos sus niveles, haya sido y sea (Cuba, por ejemplo, que tiene un pér cápita de 11 mil dólares y que en 1960 tenía uno de menos de mil) absolutamente gratis?

¿Cómo que el Estado de Bienestar europeo haya establecido tal derecho a la gratuidad desde hace decenios, cuando ni siquiera los estados nórdicos habían llegado al mítico 20 mil dólares per cápita? Ejemplo: la gratuidad en todos los niveles educativos se estableció en Suecia en el año 70, cuando el per cápita sueco era de 6.343 euros, unos 7 mil dólares. Sólo desde 1989 el per cápita sueco es superior a los 20 mil dólares.

Y, por cierto, la gratuidad de la enseñanza universitaria no sólo ha sido entre nosotros una conquista de la llamada “clase media”, que en su heterogeneidad es casi imposible de definir, sino de los estudiantes de más escasos recursos personales y familiares, los de familias de los últimos deciles, hijos e hijas de padres que están por debajo de ingresos de 700 dólares mensuales. Y no precisamente de una “clase” que poca conciencia tiene de su “para sí” sino de un movimiento social, mayoritariamente estudiantil (el de 2011) que fue dirigido por dirigentes de la izquierda universitaria que hoy militan en el PC, RD e Izquierda Autónoma.

No vanagloriemos más a “nuestra clase media” que, dada su amplitud económica y su heterogeneidad, es débil como clase en sí y no ha alcanzado a ser todavía una clase para sí.

En América del Sur, en Argentina, la gratuidad de la educación universitaria data del 22 de noviembre de 1949, hace 68 años, en el primer gobierno de Juan Domingo Perón.

En 2015 Argentina y Chile tenían un per cápita de 22 mil y 23 mil dólares respectivamente. Argentina, con una antigua gratuidad y Chile luchando por ella. ¿El per cápita?

La observación objetiva de los procesos socio-políticos enseña que la gratuidad o no gratuidad de la educación es, en primer término, una

decisión política, que se refleja después en todos los ámbitos.

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Hoy mismo, los derechistas que resaltan el crecimiento económico, el PIB y el per cápita, a pesar de los casi 24 mil dólares chilenos, se juegan por no entregar una educación gratuita y por mantener, por sus negocios y sus ingresos, una educación de mercado, una educación como bien de consumo. Piñera fue uno de los primeros que vislumbró y escribió sobre ese negocio en EEUU, poco tiempo después del golpe de 1973.

¿CÓMO TERMINARÁ EL CAPITALISMO?

El sociólogo alemán Wolfgang Streeck define la era postcapitalista como un interregno inestable e

ingobernable, en el que los individuos, abandonados a su suerte, podrán ser golpeados por el desastre en

cualquier momento ALEX ROCHE

http://ctxt.es/es/20170329/Firmas/11705/Wolfgang-Streeck-fin-capitalismo-inestabilidad-ingobernabilidad.htm

¿Cómo terminará el capitalismo? Esto se pregunta el sociólogo alemán Wolfgang Streeck en su último libro, HOW WILL CAPITALISM END?, Y su respuesta no es precisamente halagüeña: “Antes de que el capitalismo se vaya al infierno, permanecerá en el limbo en el futuro próximo, muerto o a punto de morir por una sobredosis de sí mismo pero todavía coleando, pues nadie tendrá el poder para quitar de en medio su cuerpo en descomposición”. Después del capitalismo, explica Streeck, vendrá un interregno caracterizado por la inestabilidad y la ingobernabilidad, en el que los individuos, abandonados a su suerte, podrán ser golpeados por el desastre en cualquier momento. Streeck era un oscuro profesor universitario hasta que, a raíz de la Gran Recesión de finales de la década de los 2000, sus artículos en la revista NEW LEFT REVIEW empezaron a atraer a admiradores por sus agudos análisis del nuevo mundo en que nos adentrábamos. El volumen HOW WILL CAPITALISM END? recoge estos artículos, en los que,

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de forma clarividente y provocativa, el autor pone negro sobre blanco, con datos que describen nuestra realidad y profundas reflexiones que nos ayudan a entenderla, el sentimiento de desasosiego que nos ha atenazado en los últimos y tormentosos años desde que todo se fue al carajo. Streeck argumenta que el proceso de descomposición del capitalismo ya está en curso. El capitalismo ‘avanzado’ (las sarcásticas comillas son del autor) de los países de la OCDE ha ido tambaleándose de crisis en crisis desde los años setenta del siglo pasado. Cada crisis, elemento consustancial del sistema, se iba metiendo en un cajón, de modo que la solución temporal que se encontraba acababa abriendo otro cajón en forma de otra crisis, y así sucesivamente. La manta con la que los gobernantes han tenido que maniobrar es demasiado corta: si intentaban taparse los pies de la economía, con medidas impopulares exigidas por los técnicos, se destapaban el pecho de la política, pues causaban el descontento del electorado. El desequilibrio entre economía y política es intrínseco.

LA DESIGUALDAD SISTÉMICA HA ALCANZADO TAL NIVEL QUE LOS MÁS RICOS PUEDEN CONSIDERAR QUE SU DESTINO SE HA VUELTO INDEPENDIENTE DEL DESTINO DE LAS SOCIEDADES

DE LAS QUE EXTRAEN SU RIQUEZA Desde 2008, afirma Streeck, vivimos en la última etapa de esta secuencia de crisis. El estancamiento económico, la deuda y la desigualdad –“los tres jinetes del apocalipsis del capitalismo contemporáneo”– continúan devastando el paisaje económico y político. Hoy, el endeudamiento conjunto es más alto que nunca y la ‘recuperación’ (otras irónicas comillas del autor) no es más que la sustitución de desempleo por empleo de baja calidad. En cuanto a la desigualdad sistémica, esta ha alcanzado tal nivel, denuncia Streeck, que los más ricos pueden

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considerar, con razón, que su destino se ha vuelto independiente del destino de las sociedades de las que extraen su riqueza y que, por tanto, pueden permitirse dejar de preocuparse por sus conciudadanos. Para mantener esta situación, los megarricos utilizan diferentes estratagemas. Por ejemplo, compran legitimidad social mediante actos de filantropía que en parte llenan los huecos en servicios sociales que deja su propia evasión de impuestos. Al mismo tiempo que la secuencia de crisis iba avanzando, el matrimonio de conveniencia entre el capitalismo y la democracia se iba deshaciendo. La toma de decisiones relativas a la distribución de recursos escapó del ámbito de la acción colectiva hacia una esfera más remota y opaca controlada por ejecutivos de bancos centrales, organizaciones internacionales y reuniones intergubernamentales de ministros. La viabilidad del modelo keynesiano que rigió en las décadas posteriores a la Segunda Guerra Mundial, explica Streeck, dependía del poder político y económico que los trabajadores eran capaces de ejercitar en las economías nacionales más o menos cerradas de aquella época. Con el fin, en los setenta, de esta época dorada de crecimiento, las clases pudientes dependientes del beneficio empezaron a buscar una alternativa y la encontraron en la globalización. El capital presionó para ir a un nuevo modelo de crecimiento basado en la redistribución de abajo a arriba. De este modo, continúa Streeck, empezó la marcha hacia el neoliberalismo, como una rebelión del capital contra el keynesianismo. Las menores tasas de crecimiento eran aceptables para los nuevos poderes siempre y cuando fueran compensadas por mayores tasas de beneficio y una distribución de recursos cada

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vez más desigual. La democracia se convirtió en una amenaza para este nuevo modelo y por tanto tenía que ser desconectada de la economía política. Así nació la “postdemocracia”, que Streeck caracteriza con una frase genial: “ahora los Estados están situados dentro de los mercados, en vez de los mercados dentro de los Estados”. La industria financiera, al globalizarse, escapó del control democrático, convirtiéndose en un gobierno privado internacional por su cuenta, que mangonea a las comunidades políticas nacionales y a sus gobiernos. Hoy, expone Streeck, la democracia puede ser concebida como una lucha entre dos “electorados” –los ciudadanos de los Estados y los mercados internacionales– en la que el poder del dinero está por encima del poder de los votos. La democracia, lamenta Streeck, ha perdido su carácter redistributivo e igualitario, por lo que en importantes aspectos es indiferente quién gobierne. Esta pseudodemocracia sirve para aparentar que la sociedad capitalista es producto de la elección popular, cuando en realidad hace tiempo que el control democrático ha desaparecido. Así, la ‘democracia’, vaciada de contenido sustancial, se convierte en una sucesión de debates estériles sobre los estilos de vida y características personales de los políticos y otras cuestiones culturales.

LA DEMOCRACIA, LAMENTA STREECK, HA PERDIDO SU CARÁCTER REDISTRIBUTIVO E IGUALITARIO, POR LO QUE EN IMPORTANTES ASPECTOS ES INDIFERENTE QUIÉN GOBIERNE

La globalización, afirma Streeck, ha movido los talleres clandestinos que Marx y Engels encontraron en Manchester a la periferia del capitalismo. Así, hoy los trabajadores explotados del Sur global y los trabajadores de clase media del Norte nunca tienen la oportunidad de experimentar juntos el sentimiento de

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comunidad y solidaridad que nace de la acción colectiva en común. Los explotados son objeto de caridad, como mucho, mientras que el estilo de vida consumista de Occidente depende de que continúe esta explotación. Al comprar camisetas o móviles baratos, los trabajadores de los países ricos, como consumidores, están poniendo presión sobre ellos mismos como productores, acelerando la deslocalización de la producción al extranjero y de paso socavando sus propios salarios, condiciones de trabajo y empleos. Mientras tanto, explica Streeck, la flexibilidad creciente del mercado de trabajo ha sometido a los individuos a una presión implacable para organizar sus vidas en función de las impredecibles demandas de unos mercados cada vez más competitivos. El resultado es una polarización en aumento entre unas masas de perdedores empobrecidos; unas clases medias sobreexplotadas y absurdamente ocupadas, que se ven obligadas a aportar cada vez más horas de trabajo y más intensas a pesar de disfrutar de una prosperidad sin precedentes; y una pequeña élite de súper ricos cuya codicia no conoce límites, mientras que sus bonus y dividendos hace ya mucho que dejaron de cumplir cualquier función útil para la sociedad en su conjunto. Para que este estado de cosas pueda sostenerse, el sistema incentiva cuatro tipos de comportamientos que Streeck denomina COPING (enfrentar la adversidad con inacabables paciencia y optimismo), HOPING (creer de forma ilusa que a uno le espera un futuro mejor a pesar de las circunstancias en las que uno se encuentra), DOPING (acudir a ayudas externas como, por ejemplo, drogas) y SHOPPING (ser un obediente miembro de la sociedad consumista).

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LAS SUPUESTAS LEYES NATURALES DE LA ECONOMÍA NO SON SINO PROYECCIONES DE RELACIONES SOCIALES DE PODER,

QUE SE NOS PRESENTAN COMO NECESIDADES TÉCNICAS Una objeción razonable que se le puede poner al análisis de Wolfgang Streeck es que se fija exclusivamente en los países más desarrollados, obviando los tremendos avances que se han producido en las últimas décadas en cuanto a la reducción de la pobreza extrema, la mortalidad infantil o el analfabetismo a nivel global. Si bien es posible argumentar que el mundo nunca ha estado mejor que ahora, el sufrimiento y la desesperación de amplias capas de la población es innegable. El que las tesis de Streeck suenen excesivas o no dependerá de la situación en la que se encuentre el lector, pero exageradas o no, su inteligencia y coherencia son iluminadoras. El libro se centra en el análisis de problemas más que en la propuesta de soluciones. Sin embargo, Streeck apunta algunas ideas para conseguir mejores condiciones de vida y de trabajo para la inmensa mayoría de la gente. Por un lado, hace falta revitalizar el movimiento sindical. Por otro, hacer más efectivos los impuestos sobre los ingresos y bienes de los vencedores de la liberalización; los Estados no deberían tener que llevar a cabo las funciones que les encomiendan sus ciudadanos en beneficio de la sociedad a base de pedir dinero prestado, que luego ha de ser devuelto con intereses a los prestamistas, que a su vez dejan sus riquezas en herencia a sus hijos. ¿Y qué hacer para restaurar el papel de la democracia como un correctivo eficaz del capitalismo? Streeck es muy escéptico acerca de las posibilidades de gobernanza, cohesión social y solidaridad que puedan conseguirse en una Europa supranacional (no digamos a una escala mundial), por lo que aboga por, en lugar de tratar de extender el alcance de la democracia para

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abarcar el de los mercados capitalistas, hacer lo posible para reducir el ámbito de estos últimos para igualarlos al de aquella. Es decir, para Streeck, la única manera de volver a someter el capitalismo al control democrático, y por tanto salvarlo de la extinción, es “desglobalizándolo”. Una última reflexión de Streeck sirve de conclusión y de aviso a navegantes: las supuestas leyes naturales de la economía no son sino proyecciones de relaciones sociales de poder, que se nos presentan como necesidades técnicas. Si olvidamos esto, la economía capitalista se convierte simplemente en “la economía” y la lucha social contra el capitalismo es sustituida por una mera lucha política y jurídica por la democracia. La democracia que tenemos no es suficiente si no nos permite acabar con las injusticias de esta modalidad de capitalismo que sufrimos.

AUTOR

• ALEX ROCHE

LA “SUPERIORIDAD DE LA IZQUIERDA”

2 . LA POT EN CIA DE LA I DEOLOGÍ A

Los valores, principios y objetivos que guían la acción política tienen la capacidad de penetrar

profundamente en la mentalidad del individuo y de ellos derivan las políticas públicas concretas, y no al

revés IGNACIO SÁNCHEZ-CUENCA

http://ctxt.es/es/20170329/Firmas/11820/politica-ideologia-ignacio-sanchez-cuenca-izquierda.htm

ARGUMENTO:

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1. LAS PERSONAS TIENEN DESACUERDOS IDEOLÓGICOS IRRESOLUBLES. 2. LA DEMOCRACIA, AUN SI ESTABLECE UN MARGEN AMPLIO PARA LA DELIBERACIÓN Y EL ACUERDO, APELA AL VOTO COMO MECANISMO PARA TOMAR DECISIONES COLECTIVAS ANTE DESACUERDOS IRRESOLUBLES. 3. LA IDEOLOGÍA NO ES UNA MERA REPUTACIÓN, NO ES UN MECANISMO PARA AHORRAR COSTES DE INFORMACIÓN. LA IDEOLOGÍA CONTIENE VALORES Y PRINCIPIOS QUE NOS PERMITEN FORMARNOS UNA IDEA GLOBAL SOBRE LOS ASUNTOS PÚBLICOS. LA IDEOLOGÍA ES UNA FORMA DE ORGANIZAR NUESTRAS OPINIONES SOBRE LA POLÍTICA. 4. LA IDEOLOGÍA NO VIENE DETERMINADA NI POR LOS GENES NI POR EL INTERÉS ECONÓMICO. ES MÁS BIEN UNA CUESTIÓN DE CARÁCTER MORAL. 5. LAS DIFERENCIAS IDEOLÓGICAS PROCEDEN DE NUESTRA DISTINTA SENSIBILIDAD HACIA LAS INJUSTICIAS. 6. LAS PERSONAS DE IZQUIERDAS TIENE UNA MAYOR SENSIBILIDAD HACIA LAS INJUSTICIAS QUE LAS PERSONAS DE DERECHAS Y POR ESO DESARROLLAN UN SENTIMIENTO DE SUPERIORIDAD MORAL. 7. EL EXCESO DE MORALIDAD EN LA POLÍTICA, TÍPICO DE LA IZQUIERDA MÁS RADICAL, LLEVA A INTENTAR REALIZAR LA JUSTICIA A TODA COSTA, AUN SI ESO SUPONE UN COSTE SOCIAL ENORME. 8. EN LA DERECHA, COMO REACCIÓN, SE DESARROLLA UN SENTIMIENTO CONTRARIO,

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DE SUPERIORIDAD INTELECTUAL ANTE CUALQUIER PROPUESTA DE UN CAMBIO PROFUNDO. 9. EL MAYOR IDEALISMO MORAL DE LA IZQUIERDA EXPLICA LA FRECUENCIA DE SUS CONFLICTOS INTERNOS, DE SUS RUPTURAS Y ESCISIONES. 10. LA SOCIALDEMOCRACIA COMO PROGRAMA DE CAMBIO ENCARNA EL COMPROMISO MÁS ACABADO ENTRE MORALIDAD Y EFICACIA POLÍTICAS. LA SOCIALDEMOCRACIA ENTRA EN CRISIS CUANDO DESEQUILIBRA ESE COMPROMISO EN DETRIMENTO DE SU COMPROMISO MORAL CON LA JUSTICIA. En la anterior entrega hablé de la existencia de fuertes divergencias ideológicas que impiden la consecución de acuerdos o consensos. La democracia se hace cargo de este problema: aunque deja amplio espacio para la deliberación, conserva siempre un último recurso, la votación, en la que resolvemos una disputa contando voluntades. Hoy quisiera continuar el argumento tratando de aclarar la naturaleza de la ideología. Entre los científicos sociales se ha ido extendiendo la tesis original de Anthony Downs según la cual la ideología es un expediente que utilizamos los ciudadanos en democracia para ahorrarnos costes de información. Como enseguida mostraré, se trata de una tesis profundamente errónea.

LAS POLÍTICAS PÚBLICAS CONCRETAS DERIVAN DE UNOS PRINCIPIOS IDEOLÓGICOS Y NO AL REVÉS. SI NO FUERA

PRIMERO LA IDEOLOGÍA, ¿CON QUÉ CRITERIO SE ELEGIRÍAN UNAS POLÍTICAS U OTRAS?

Quienes consideran que la ideología es un mecanismo que utilizan los partidos para dispensar a los ciudadanos de la pesada responsabilidad de leerse los

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programas electorales razonan del siguiente modo. Parten de la base de que la política se ha vuelto crecientemente compleja. Por ello, quienes ocupan el poder deben tomar decisiones sobre los asuntos más abstrusos y técnicos, desde la política fiscal hasta la promoción del turismo, desde el mantenimiento de la seguridad interna hasta la política exterior, desde las políticas sociales hasta la organización de la administración. Los permisos de caza, el impuesto de sociedades, los requisitos para acceder a las ayudas a la dependencia, la financiación de la sanidad, la construcción de infraestructuras, y un larguísimo etcétera: ¿quién puede saber de todos estos asuntos?Las políticas públicas concretas derivan de unos principios ideológicos y no al revés. Si no fuera primero la ideología, ¿con qué criterio se elegirían unas políticas u otras? Se supone que en los programas electorales los partidos ofrecen un catálogo exhaustivo de las medidas que tomarán si llegan a gobernar. ¿Pero realmente alguien se lee los programas electorales antes de decidir su voto? Es dudoso que los propios candidatos lo hagan. De hecho, un momento clásico en los debates electorales se produce cuando un candidato pone en aprietos a su rival preguntándole por alguna oscura medida contenida en el programa electoral de su partido, sobre la que el interpelado no suele tener ni idea. Según Downs, los partidos políticos desarrollan posiciones ideológicas para resultar predecibles. Aunque nadie se lee el detalle de los programas, la gente es capaz de anticipar lo que harán los partidos una vez en el poder gracias a su reputación ideológica. Así, los partidos liberales y conservadores darán un peso menor al Estado en los asuntos económicos, los partidos socialdemócratas gastarán más en políticas sociales y así sucesivamente.

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La ideología, según este peculiar punto de vista, sería un instrumento del que nos valemos para ahorrar tiempo y energía. Sin necesidad de pensar mucho en lo que ofrecen los partidos, votamos a uno u a otro en función de nuestra proximidad ideológica a los mismos. La ideología, por decirlo así, nos libera de tener que leer la letra pequeña. A mí este planteamiento me parece equivocado por un buen número de razones. En primer lugar, entiendo que la política funciona justamente al revés: las políticas públicas concretas derivan de unos principios ideológicos y no al revés. Si no fuera primero la ideología, ¿con qué criterio se elegirían unas políticas u otras? ¿De qué modo se combinarían e integrarían entre sí las distintas políticas? La cadena causal es clara: porque se poseen unos valores e ideas generales sobre cómo debería organizarse la sociedad (ideología), los partidos optan por unas políticas específicas.

INTENTAR EXPLICAR LA IDEOLOGÍA POR UNA FUNCIÓN MARGINAL COMO ES GENERAR UNA REPUTACIÓN QUE NOS

LIBERE DE LA PESADA CARGA DE LEERNOS LOS PROGRAMAS ELECTORALES PARECE UN PURO REDUCCIONISMO

En segundo lugar, me parece que la ideología, lejos de ser un atajo informativo, es el motivo principal por el que buscamos información política. Quienes más interés sienten por la política y más información adquieren son precisamente aquellos que están más ideologizados. En cambio, las personas sin ideología política, es decir, quienes tienen una relación muy superficial con la cosa pública y no se sienten parte activa de la misma, son las más ignorantes en cuestiones políticas. De la misma manera que las personas con una pasión por el deporte son capaces de retener en su memoria cantidades enormes de datos sobre campeones, récords, etc., las personas con pasión política, es decir, con creencias

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ideológicas fuertes, son también quienes mayor información atesoran sobre los asuntos públicos. En tercer lugar, las ideologías han existido antes y al margen de la democracia representativa. Ya existían las ideologías políticas antes de las campañas electorales. Intentar explicar la ideología por una función marginal como es generar una reputación que nos libere de la pesada carga de leernos los programas electorales parece un puro reduccionismo. A mi juicio, las ideologías son conjuntos de valores, principios y objetivos que guían la acción política. Puesto que los contenidos nucleares de las ideologías son muy abstractos y están formados por valores básicos, sus consecuencias se extienden como tentáculos hasta apresar los asuntos más concretos. A partir de tales valores, se van derivando posiciones sobre los temas más variados: de ahí que la ideología tenga ese poder organizador que unifica asuntos en principio muy distintos. Las ideologías, aun cuando siempre contengan ciertas incoherencias y tarden un tiempo en tomar posición sobre nuevos conflictos y problemas, ofrecen una especie de paquete completo que nos permite fijar una primera posición sobre asuntos políticos, económicos, sociales y culturales. La ideología tiene la capacidad de penetrar profundamente en la mentalidad del individuo. Hasta tal punto es poderosa la influencia de las ideas políticas que en ocasiones las personas valoran fenómenos externos al ámbito de la política a partir de sus creencias ideológicas. Por supuesto que en la vida real hay toda clase de excepciones, pero es frecuente encontrarse a gente que proyecta sus ideas políticas hacia la música, el cine o la literatura, de modo que tiene sus creadores de referencia porque encuentra en ellos una afinidad estética de raíz ideológica. La

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ideología, con otras palabras, es una forma de abrirse al mundo. Con esta entrega doy por concluidos los primeros pasos, que eran meramente aclaratorios. El argumento principal comienza con el siguiente capítulo, en el que intento averiguar la razón última de las diferentes elecciones de la gente en cuestión de ideología. (continuará)

AUTOR

• IGNACIO SÁNCHEZ-CUENCA

Ignacio Sánchez-Cuenca es profesor de Ciencia Política en la Universidad Carlos III de Madrid. Entre sus últimos libros, LA DESFACHATEZ INTELECTUAL (Catarata 2016), LA IMPOTENCIA DEMOCRÁTICA (Catarata, 2014) y ATADO Y MAL ATADO. EL SUICIDIO INSTITUCIONAL DEL FRANQUISMO Y EL SURGIMIENTO DE LA DEMOCRACIA (Alianza, 2014).

BDS: LA NUEVA GUERRA DE ISRAEL

El gobierno de Netanyahu logra silenciar, y borrar, un informe de Naciones Unidas que denunciaba a Tel Aviv como “culpable del crimen de apartheid

contra el pueblo palestino” y llamaba al boicot internacional

JOAN CAÑETE BAYLE

http://ctxt.es/es/20170329/Politica/11870/Israel-Naciones-Unidas-Apartheid-BDS.htm

Que levante la mano quien hasta hace pocos días hubiera oído hablar de la agencia de la ONU ESCWA (Economic and Social Commission for Western Asia, en inglés). El mandato de ESCWA es promover el desarrollo social y económico de Asia Occidental a través de la cooperación y la integración. Uno más de la

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tupida red de organismos de Naciones Unidas que hubiese permanecido en el anonimato general si no fuera porque, bajo el mandato de la jordana Rima Khalaf, se convirtió en el primer organismo internacional en decretar “sobre la base de la investigación académica y las abrumadoras pruebas” que Israel es “culpable del crimen de APARTHEID contra el pueblo palestino”. No solo eso: en sus conclusiones, los autores del informe (dos reputados académicos) llaman al boicot internacional de Israel utilizando tres palabras que poco a poco van ganando espacio en el escenario del conflicto entre palestinos e israelíes: boicot, desinversión y sanciones. BDS. Palabras mayores. Muy mayores. Tanto que tras la previsible reacción israelí el secretario general de la ONU, António Guterres, no avaló las conclusiones del informe y el texto fue borrado de las webs del organismo internacional. Rima Khalaf dimitió. Hubo una tormenta política. Los dirigentes palestinos y los activistas propalestinos se quejaron de que el poder combinado de Israel y los Estados Unidos de Donald Trump en la ONU lograron censurar el informe. Pero si este episodio constituyó una victoria para Israel, lo fue pírrica. Esas tres letras, BDS, vinculadas a una palabra, APARTHEID, constituyen “el nuevo frente de guerra al que se enfrenta Israel”. La frase es de los redactores de una reciente ley que permite al Estado hebreo prohibir la entrada en el país a los extranjeros que llamen al boicot de Israel.

EN 2016, ISRAEL HIZO PRESIÓN CON ÉXITO PARA QUE SE INCLUYERAN LAS CRÍTICAS CONTRA ISRAEL EN LEYES

CONTRA EL ANTISEMITISMO EN EUROPA Y ESTADOS UNIDOS Octubre de 2007. En un discurso en Jerusalén, la entonces secretaria de Estado de Estados Unidos, Condoleezza Rice, compara la causa palestina con la del

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movimiento de derechos civiles de los negros en su país. Octubre de 2014. El entonces secretario de Estado de Estados Unidos, John Kerry, afirma en una reunión de la Comisión Trilateral (una organización no gubernamental de expertos y funcionarios de Estados Unidos, Europa, Rusia y Japón) que “Israel corre el riesgo de convertirse en un Estado de APARTHEID”. Es la primera vez que hay constancia de que un dirigente estadounidense usa la palabra APARTHEID en el contexto del conflicto palestino-israelí. En su discurso de despedida, en diciembre de 2016, Kerry dijo que la solución de los dos Estados es la “única forma de asegurar un futuro de libertad y dignidad para los palestinos”, lo cual implica que su presente no lo es. Y luego afirmó que ese objetivo es “la única forma de asegurar el futuro de Israel como Estado judío y democrático”; la implicación es que hoy, en realidad, ya no lo es. Tradicionalmente, el conflicto palestino-israelí ha sido visto como el de dos pueblos que se disputan la misma tierra. Dejando de lado lo acertado o no de esa visión (que obvia, de entrada, la cuestión colonial), resulta difícil negar que hoy esa no es la realidad sobre el terreno. Israel controla de facto todo el territorio de la Palestina histórica, desde el Mediterráneo hasta el Jordán, desde el Golán hasta el Sinaí. Ese control lo ejerce con un entramado legal en el que hay una parte de la población con plenos derechos de ciudadanía (israelíes judíos) y otra con derechos menguantes dependiendo de su estatus y de dónde vive, desde los palestinos con nacionalidad israelí hasta los palestinos de Gaza, pasando por los residentes de Jerusalén y los de Cisjordania. Por ejemplo: un acto de violencia cometido por un menor de 12 años israelí en Israel no tiene el mismo tratamiento legal que un acto de violencia cometido por un menor de 12 años palestino

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en los territorios. Esa es una de las realidades en las que se basa el informe de la ESCWA para hablar de APARTHEID. APARTHEID remite a Sudáfrica, y Sudáfrica remite a boicot. Esa es la base del BDS, un movimiento surgido de la sociedad civil palestina, promovido por activistas y ONG por todo el mundo y que va adquiriendo un peso creciente. El BDS tiene muchas formas, pero para Israel todo se resume en lo mismo: es un acto de antisemitismo. Y, por extensión, acusar a Israel de haber levantado con la ocupación un sistema de APARTHEID es también un acto de antisemitismo. Los autores del informe de la ESCWA lo tienen muy claro cuando escriben: “Tan solo abordar el tema [del APARTHEID] ha sido denunciado por los portavoces del Gobierno israelí y muchos de sus partidarios como una nueva forma de antisemitismo. En 2016, Israel hizo presión con éxito para que se incluyeran las críticas contra Israel en leyes contra el antisemitismo en Europa y Estados Unidos y los documentos de antecedentes de esos instrumentos legales enumeran la acusación de APARTHEID como un ejemplo de los intentos de ‘destruir la imagen de Israel aislándolo como Estado paria’”.

BOICOTEAR AL ESTADO QUE CONSTRUYE EN CISJORDANIA UNA RED DE CARRETERAS SOLO PARA COLONOS JUDÍOS QUE LOS PALESTINOS NO PUEDEN USAR ES DENUNCIAR UN ACTO

DE RACISMO Y COLONIALISMO Esta es la clave de la nueva guerra a la que se enfrenta Israel y a la que tanto ha contribuido este informe de esa agencia de la ONU de la que casi nadie había oído hablar. Económicamente hablando, el BDS no le hace ni cosquillas a Israel, al menos por el momento. Sin embargo, en términos de imagen es potencialmente demoledor. Israel se ve (y se presenta) a sí mismo como un Estado occidental en una región del mundo mucho

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más hostil y peligrosa que Occidente. Según este discurso convertido en política oficial en Tel-Aviv y en Occidente, Israel adopta y quiere que se le trate con los mismos estándares que un Estado occidental. El problema es que los enemigos interiores (los palestinos) y los exteriores (sus vecinos árabes) quieren destruir el Estado hebreo, lo cual hace que, para defenderse, en ocasiones, deba tomar decisiones y llevar a cabo acciones muy controvertidas en contra de sus propios principios. Pero ni así deja de ser un Estado occidental como puedan serlo Francia o España. La acusación de APARTHEID destroza este discurso. El APARTHEID no es un sistema político de defensa propia, y no es aceptable en Occidente se justifique como se justifique. Luchar contra un movimiento de liberación nacional que usa la lucha armada y comete actos de terrorismo es una cosa; combatir a activistas que exigen para los palestinos los derechos civiles a los que se refería Condoleezza Rice es un asunto muy diferente. Que un ejército de un país democrático cometa deslices en el campo de batalla no es inusual, que levante la mano el país que no tiene daños colaterales en sus filas; construir durante años con paciencia un entramado legal que discrimine a unos ante los otros no es un arrebato en plena niebla de la guerra. Boicotear al Estado judío que tiene a gala haber nacido para que no se repita el Holocausto puede ser tildado con facilidad de antisemita; boicotear al Estado que construye en Cisjordania una red de carreteras solo para colonos judíos que los palestinos no pueden usar es denunciar un acto de racismo y colonialismo justificado por criterios de seguridad. Esa es la fuerza del BDS, lo que explica su auge, la importancia que está cobrando —en las universidades de Estados Unidos, por ejemplo— y las políticas y recursos que destina Israel a combatirlo. Y esta es la

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importancia de este informe de la ESCWA: que lo pone en negro sobre blanco, que en realidad nadie lo ha rebatido, porque descalificarlo, calificarlo de antisemita o propaganda nazi y lograr que desaparezca de las webs de la ONU no es discutir sus argumentos. Por eso la victoria de Israel es pírrica: su fuerza política es de sobra conocida, y a nadie le sorprende que el texto tuviera una vida tan corta, con ello estoy seguro de que los autores e impulsores del informe ya contaban. Pero el texto ha vinculado —bajo el sello de la ONU y con rigor académico, no ligereza periodística— la palabra APARTHEID con Israel y con BDS sin que se oigan argumentos que desmonten este vínculo. Israel, que ha ganado tantas guerras a lo largo de su historia, combate ahora una idea. Y pese a que sigue siendo un enfrentamiento muy desigual, empieza a tener motivos para la preocupación.

AUTOR

• JOAN CAÑETE BAYLE

Periodista y escritor. Redactor jefe de 'El Periódico de Catalunya'. Fue corresponsal en Oriente Medio basado en Jerusalén (2002-2006) y Washington DC (2006-2009). Su última novela publicada, de la que es coautor, se titula 'Expediente Bagdad' (Siruela, 2014).

O @JCBAYLE

ENTREVISTA A HENRY BOISROLIN DEL COMITÉ DEMOCRÁTICO HAITIANO

• "Haití se ha transformado en una neocolonia dirigida principalmente por los Estados Unidos"

https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224713 • Mario Hernandez • Rebelión • -M.H.: Finalmente se retiran las tropas de ocupación de la Minustah de

tu país.

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• -H.B.: Este hecho merece prudencia y hacer una lectura que vaya más allá del discurso. Haití no está ocupada solamente por la presencia de la Minustah, la ocupación tiene distintas facetas, el control en la política, el control en lo económico, el control hasta en lo cultural y en lo social. Haití se ha transformado en una neocolonia dirigida principalmente por los Estados Unidos. Esos son datos concretos de la realidad.

• La Minustah ha servido durante todos estos años como instrumento para poder imponer esta línea política, designar presidentes, senadores, etc., organizando elecciones a su manera, descartando y desplazando de esos espacios a sectores que podían tener algunas contradicciones o alguna ínfula nacionalista. Entonces, hay que ver también que ese instrumento ha construido tantas barbaridades y nunca tuvo aceptación del pueblo, porque hubo mucha resistencia, luchas, denuncias, enfrentamientos, tuvieron que reprimir y masacrar. Violaron a niños y niñas. Además de la introducción del cólera que ha matado a más de 10.000 haitianos. Todo eso ha evidenciado la necesidad de un cambio. Ellos hablan de un cambio cuando Jovenel Moise, que es la continuidad del régimen de Martelly, asume como presidente y hoy, por ejemplo, la Cámara de Diputados, siguiendo los pasos de la de Senadores, confirmó al doctor Lafontant como el primer ministro, lo que significa que hay un nuevo gobierno y que es la continuación del anterior.

• -M.H.: Justamente te iba a preguntar por este personaje, Jack Lafontant.

• -H.B.: Es un médico gastroenterólogo, profesor de la Universidad, pero sin experiencia ni participación política. Inclusive el presidente tuvo que decir que el primer ministro sale de la “mayoría silenciosa” esa que nunca habla y ahora tiene oportunidad de dirigir. Lo que es falso. No hay ninguna mayoría silenciosa, son miembros de una clase que vienen a cumplir un rol determinado en un momento histórico determinado.

• -M.H.: Otro tema que mencionaste es el del cólera, el plan propuesto por la ONU ha recibido respuestas muy tibias de los estados miembros de la organización.

• -H.B.: Eso sigue siendo una hipocresía, un cinismo y una perversidad. Ellos están diciendo que se van a retirar gradualmente en abril y a partir de ahí van a formar una misión por seis meses, pero hay que recordar que en 2004 dijeron que entraban por 6 meses y han pasado 13 años.

• Frente a la presión, tanto interna como externa, ellos tuvieron que reconocer los errores e irse, dejando grandes problemas a quienes se quedan. Entonces, para poder descomprimir anuncian un plan, igual que luego del terremoto, cuando frente al desastre, al caos

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generado en el país, habían anunciado que iban a realizar una colecta de miles de millones de dólares a través de lo que se llamó “Comisión interina para la reconstrucción de Haití” y todo terminó en la nada, en despilfarrar dinero, en robarse el dinero que nunca llegó a la gente. No es la primera vez que pasa eso, anuncian algo y después no ponen en práctica nada, es sólo para descomprimir, engañar, para tapar con un árbol el bosque y seguir adelante con su política.

• Si hay algo que uno tiene que tener en claro es que a esta Comunidad internacional, a este Consejo de Seguridad y a la mayoría de los países de la ONU no les interesa lo que le pase al pueblo haitiano.

• -M.H.: Con relación a la Minustah, Ecuador y Bolivia se han retirado, Argentina ha dejado un hospital con muy pocos efectivos…

• -H.B.: Pero el Presidente Macri propuso reenviar más soldados. • -M.H.: La política internacional de Macri siempre va al revés, no

nos detengamos en eso. Chile y Brasil también anuncian que se irán, EE. UU. restringe el apoyo económico y Francia no quiere seguir pagando nada. Me da la sensación de que esta Minustah, como una compañera uruguaya señaló en una comunicación reciente, se termina yendo por la ventana. De las metas que habían declarado en relación a lo que iban a hacer en Haití ¿cuáles fueron los resultados?

• -H.B.: Un desastre. Cumplieron el verdadero rol que fueron a desarrollar, desmantelar, debilitar al movimiento popular y colocar en los espacios de dirigencia del país a los representantes directos de ellos, en los que tienen confianza plena. En ese sentido cumplieron. Por esto yo no diría que va a salir por la ventana, uno puede decir esto en función de las metas declaradas, pero sabemos muy bien que fue una tropa de ocupación que no vino a consolidar ningún sistema democrático ni ninguna institución, vino para lo que estamos viendo ahora y lo vimos con Martelly con su política “Haití está abierta para los negocios” y ahora Moise viene con esta misma línea.

• Yo creo que reforzaron la policía haitiana, multiplicaron sus efectivos, los entrenaron, en lo que Ecuador tiene una importante responsabilidad porque ellos los formaron en su país, y ahora esta misión de 6 meses yo creo que es para dar algún curso o apoyo explícito a la policía haitiana en caso de desbordes.

• No me extrañaría que si Brasil se retira, la comandancia de esta policía en reemplazo de la Minustah, que va a tener otro nombre, recayera en Argentina. Son especulaciones, vamos a ver qué sucede. De todas maneras el horizonte de lucha para nosotros

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continúa y tenemos que poner todas las fichas en las masas haitianas y sus organizaciones.

LA CARRERA ARMAMENTISTA DE EE.UU. NO COMENZÓ CON TRUMP

• La conquista de la conciencia por las armas y la hegemonía estadounidense

• https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224681 • • Ricardo Orozco • Rebelión •

Durante la presidencia de Obama se gastó en seguridad y defensa más de lo que el gobierno de Trump tiene contemplado erogar.

• No deja de ser un hecho trágico el que la reacción general ante la propuesta del presidente estadounidense de incrementar cincuenta y cuatro mil millones de dólares al gasto en defensa de su país sea el de la interminable tautología de los peligros que representa el relanzamiento de una nueva carrera armamentista; como haciendo que el mundo retorne a los años de la Guerra Fría. Ello, no porque toda empresa militar no suponga un riesgo, por lo menos, para algunas poblaciones que habitan el planeta, o porque no conlleve la posibilidad de extinguir la vida alrededor del orbe. Más bien, es trágico porque muestra, por un lado, el completo desconocimiento de la carrera armamentista en curso; y por el otro, lo catastrófico de interiorizar la violencia armada y la amenaza nuclear permanentes como condiciones sine qua non de pacificación y estabilización social. Y es que, en efecto, basta con mirar las primeras planas de la prensa mainstream —como The New York Times, El País, Le Fígaro, The Economist y The Financial Times— para advertir el tono catastrófico con el que la noticia del presupuesto militar estadounidense es tratada; reproduciendo la falsa concepción de que la era anterior a la presidencia de Donald Trump es la del paradigma pacifista, concertacionista y colaboracionista que caracterizaría a Estados Unidos; esto es, el tiempo de la diplomacia, los acuerdos institucionales y la cooperación internacional para el desarrollo como núcleo axiológico que rige la manera en que la mayor potencia militar del orbe se relaciona con el resto de los Estados-nacionales. La cuestión es que cada señalamiento

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que se esgrime para acusar al presidente estadounidense de forzar una carrera armamentista que traería consigo de vuelta a las peores experiencias bélicas de la Guerra Fría se sustenta, de un lado, en la afinidad ética que el observador establece con los responsables de las políticas públicas; y por el otro, en el carácter relativo que la comparación del actual presupuesto con los de Barack Obama expresa. Así pues, no deja de llamar la atención que, pese a que el incremento presupuestario de Donald Trump no es, ni de lejos, el de mayor envergadura en todo lo que va del siglo XXI, sí es el que más se condena. Pero no porque en esta ocasión Trump esté introduciendo cambios cualitativos o cuantitativos monumentales en el aparato de seguridad de su país, sino porque el vínculo ético que los observadores establecen con este es el del pleno rechazo a la personificación de todo lo que se supone no son los valores occidentales de igualdad, libertad, multiculturalidad, tolerancia y democracia. El sesgo, siempre objetable, que se presencia en términos del armamento nuclear que amenaza la continuidad de cualquier forma de vida en la tierra lo ejemplifica. De los ciento noventa Estados parte del Tratado de No Proliferación de Armas Nucleares, de 1970, cinco, pese a haberlo firmado y ratificado, poseen los inventarios más cuantiosos de armamento nuclear en todo el globo. Tres de ellos, por supuesto, son democracias occidentales (Estados Unidos, Francia y Reino Unido); y sólo dos forman parte del antagonismo histórico a todo lo que representa Occidente (Rusia y China). La cuestión de fondo aquí es que, para ese mismo Occidente, sólo los armamentos de Rusia y China —aunado a los de Corea del Norte, Irán y Sudán del Sur— son sinónimo de un estado de permanente inseguridad; la indisoluble amenaza que atenta con extinguir toda forma de vida civilizada que no congenie con elautoritarismo inmanente de sus regímenes políticos. Pero por cuanto a las cabezas nucleares de los otros tres miembros del Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas —adicionales a las de Israel—, la ecuación se invierte: la afinidad ética de los analistas y las poblaciones Occidentales observan en esas armas la garantía de la paz y la estabilidad globales. Lo mismo ocurre, claro está, con el resto de los componentes que conforman los complejos científicos-militares de cada Estado. Los ejércitos de Occidente son la garantía que preserva la continuidad de la democracia frente a sus enemigos ideológicos, las aplicaciones bélicas de

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agentes químicos en Estados Unidos e Israel son la póliza de prevención ante las armas biológicas de sus enemigos, y las guerras, siempre declaradas bajo la bandera de la libertar, la igualdad y la fraternidad entre los humanos y sus sociedades son las guerras del estándar moral que toda la humidad debe seguir; so pena de ser objeto de una campaña bélica en caso de negarse. El problema con el razonamiento anterior es que ignora, niega e invizibiliza el hecho de que en la aplicación de la técnica bélica por parte de una sociedad sobre otras lleva, de suyo, la puesta en marcha del proceso de imposición de un proyecto civilizatorio construido sobre y alrededor de una única expresión subjetiva: la del vencedor. De aquí lo trágico y lo verdaderamente catastrófico que es el que la humanidad se encuentre inmersa en una lógica que concibe en la servidumbre la igualdad formal entre los individuos, en la desigualdad, la igualdad; en la guerra, la paz; en las elecciones dirigidas, la democracia; en las dictaduras latinoamericanas, democracias populares y; en la violencia de las armas, la tranquilidad de la seguridad individual. De lo anterior se deriva, también, la falacia inscrita en el cortoplacismo de los análisis que comparan a los gobiernos de Obama con la gestión de Trump. Porque ignoran que ya durante su gestión, el entonces presidente Obama, con la venia del Congreso, gastó en seguridad y defensa más de lo que la administración Trump tiene contemplado erogar; o que el propio Barack Obama —premio Nobel de la Paz— ya contemplaba un incremento de treinta y cinco mil millones de dólares, en ambos rubros, para su último año fiscal. Por ello, incluso se el Congreso aprueba a Donald Trump un excedente de cincuenta y cuatro mil millones de dólares, en términos absolutos, dicho incremento únicamente representara alrededor de diecinueve mil millones de dólares más de lo que Obama gastó. Y aún hay más. Incluso si la erogación propuesta por Trump se hace efectiva, ello no cambia en nada el hecho de que hoy, a diecisiete años de comenzado el siglo XXI, Estados Unidos sigue teniendo el mayor número de poseedores privados de armas. En este sentido, Estados Unidos, con únicamente el 4.43% de la población mundial ostenta el 43% del total de armas de circulación legal alrededor del mundo —la cifra ilegal es más difícil de establecer. Y lo cierto es que ello no sorprende: la industria armamentista le reditúa a la economía estadounidense más de

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seis mil millones de dólares anuales y alrededor de doscientos mil empleos directos en el país. Quizá por todo lo anterior valga preguntar si la solicitud presupuestal del presidente Donald Trump es realmente un cambio cualitativo en la operación del aparato de inteligencia, de seguridad y de defensa estadounidense o si la atención que dicho acto recibe se debe más a la aparente negación, que su persona representa, de todo cuanto Occidente significa —y sí, aparente, porque en otras latitudes de Occidente las formas de Trump son replicadas bajo criterios políticamente más correctos. Después de todo, con el 22% del Producto Interno Bruto global, Estados Unidos sigue siendo, el Estado con la mayor erogación en ámbitos de inteligencia, militares y de defensa: su gasto en estos rubros es de poco más de un tercio de las participaciones globales, muy por encima de los presupuestos de la Unión Europea, Rusia y China juntos, constituyendo otro tercio; y del tercio restante en el que se engloban al resto de los Estados. Por eso no sorprende que, contrario a lo que señala la sabiduría popular, sean las democracias occidentales —esas que más afirman defender la libertad, la paz, la igualdad y la fraternidad entre las naciones—las que concentren arriba del 68% del total mundial en gasto bélico —apenas doce puntos porcentuales por debajo del máximo erogado en 1995. Estados Unidos no ha dejado de abultar su presupuesto bélico en todo lo que va del siglo XXI. Desde los atentados del 11 de septiembre , el gobierno federal ha mantenido el promedio de seiscientos mil millones de dólares dedicado a ese rubro. Y un punto interesante aquí es que, por un lado, arriba del 60% de ese gasto se va a la renovación constante de equipo como tanques, aeronaves, vehículos terrestres y marítimos etc.; y por el otro, que un porcentaje similar sea el que concentra la Armada, por encima del ejército de tierra y aéreo. El dato del gasto en equipo es interesante porque pone en perspectiva lo importante que es la industria militar, en un proceso de constante e interminable renovación, para mantener activos grandes flujos de capitales —que Estados Unidos sea el primer exportador de armamento no es fortuito. Pero el segundo dato es aún más interesante porque permite visualizar la manera en que ha crecido la potencia marítima

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estadounidense en un mundo en el que, de acuerdo con las principales directrices castrenses de sus colegios de guerra, la principal condición para mantener la existencia de Estados Unidos es asegurar los flujos económicos y financieros de todo el mundo. Así pues, si la prioridad manifiesta de la administración Trump es potenciar la actividad comercial de su país, el correlato oculto de esa narrativa es la exigencia de asegurar militarmente los puntos de extracción de materias primas, de maquilación de manufacturas y de mercados de importación. Publicado originalmente en: http://columnamx.blogspot.mx/2017/03/la-conquista-de-la-conciencia-por-las.html

NOÉ JITRIK. "SI NO HAY FILOSOFÍA NI LITERATURA EN LA SOCIEDAD, LA CIENCIA VA A SER ENDEBLE"

http://www.lanacion.com.ar/1994364-noe-jitrik-si-no-hay-filosofia-ni-literatura-en-la-sociedad-la-ciencia-va-a-ser-endeble

Mirada. Para el escritor, ensayista e investigador, que acaba de publicar una novela y una autobiografía, escribir es una "experiencia radical", una búsqueda entre palabras "sustantivas y reales". "La lectura siempre ha sido la palanca del cambio", dice SEGUIR

Natalia Gelós

La foto. Noé Jitrik elige una foto tomada por su hija, la artista Magdalena Jitrik, pensada como portada de alguno de los libros. "Es una hermosa foto y en ella se ven las arcas que he juntado en algunos viajes." Los libros de la foto fueron puestos al azar.. Foto: DIEGO SPIVACOW / AFV

Más tarde, en este café que resiste desde la década del 30, Noé Jitrik pronunciará con desprecio la palabra "tedio". ¿Qué queda si no hay libros, historias, películas, cultura? Eso, y lo dirá arrugando el entrecejo, con una mueca, como se ahuyenta a un fantasma rengo. También dirá: "No me gusta lo ?poetoso', lo vehemente. Me gusta una prosa contenida y buscar, en esa contención, efectos posibles". Y sus ochenta y nueve años sólo serán,

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entonces, apenas un número que explica el tiempo necesario para armar una trayectoria como la suya, que comprende ensayos, ficciones e investigaciones, la dirección del Instituto de Literatura Hispanoamericana y de la colosal colección de doce tomos de Historia crítica de la literatura argentina. Días antes dirá que prefiere la tarde para charlar, porque lo encuentra más lúcido y más espeso. Aquí está, entonces, en una tarde de ciudad agitada, en una mesa de café en el barrio de San Nicolás, para hablar de su última novela, Terminal (Voria Stefanovsky Editores), de su autobiografía Fantasmas del saber (Editorial Ampersand) y de la necesidad de la literatura para la sociedad.

¿Cómo nace la historia de Terminal? ¿Cómo ve usted su propia novela?

Sale de un texto anterior, de la novela Destrucción del edificio de la lógica. En ambos casos no es tanto el tema que se va desencadenando, sino ciertas atmósferas que son las que a mí me motivan. Hoy pensaba en eso: hay cierto halo de misterio que tiene el barrio San Cristóbal de Buenos Aires, los hoteles, los cafés. No es que haya vivido en ese barrio pero cuando paso por ahí siento eso. Siempre me pregunto sobre la vida secreta de sus hoteles. Eso desencadena una acción posible, y una acción posible desencadena personajes posibles que son necesarios para un relato, y luego ese relato está sometido a una serie de variables y afluentes que corresponden a mi memoria, a mis fantasías, a mis obsesiones, pero no de persona sino de escritor. Ese tipo de cosas se va intercalando y tiene algo que me

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importa mucho: la idea de desplazamiento. El ritmo narrativo tiene un momento disperso, desesperado, y un momento de calma. Los momentos de desplazamiento son los hoteles. Los momentos de reposo son los cafés.

La atmósfera, el paisaje: ambas ideas son abordadas en Fantasmas del saber. ¿Cuándo piensa todo esto que explica? ¿Durante la escritura o después?

Ahora. Sólo ahora lo pienso. San Cristóbal también está ligado al Hospital Francés. En otro texto que tengo guardado hay escenas del hospital, que en San Cristóbal es un núcleo de situaciones, un estallido de cosas. Uno llega ahí y empieza a pensar. Los hotelitos que están al lado del hospital, ¿quiénes se alojan ahí? Son los aspectos misteriosos. No es la manera de un Mujica Lainez que habla de Buenos Aires. Tampoco las figuraciones urbanas de Bioy Casares se hacen cargo de esa zona enigmática.

¿ Cómo comienza una historia?

Lo que la desencadena es una primera frase que me parece convincente y me sugiere la posibilidad de seguir. Es la cualidad del lenguaje: uno dice A y enseguida convoca a las otras vocales. Todo comienzo en materia de lenguaje supone narraciones posibles. No tengo temas por anticipado.

¿Se bloquea a veces? ¿Qué hace en esos momentos?

Confío mucho en el sueño. No lo induzco pero me doy cuenta de que cuando estoy con algo, con un

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nudo que no he resuelto, por la mañana cuando me despierto generalmente tengo la salida.

Terminal, Fantasmas del saber, en el medio la Universidad de Villa María publicó sus trabajos sobre Sarmiento, salió La Nopalera, el sexto libro de notas sobre su paso por México y también están las contratapas de Página/12. ¿Cómo conviven esos géneros?

Tal vez sea yo un bipolar. También hay momentos en los que no se me ocurre nada.

¿Cómo se lleva con esos momentos?

Mal, porque soy un tipo completamente anormal. No tengo más vida que la escritura. En esos días soy un monstruo. Cuando no tengo para escribir, me desespero. Cuando salgo de eso, y empiezo por una punta, me convocan una cantidad de estímulos de diversa naturaleza. Escribo poesía y al mismo tiempo relatos y artículos periodísticos. Las contratapas me interesan porque es una manera de participar desde mi perspectiva en algo. Todo eso viene junto.

¿Cuándo fue la última vez que apareció el ya trillado fantasma de la hoja en blanco?

Ayer, anteayer. Hoy ya estoy saliendo del pozo. Yo intento que mi escritura sea material. Hay que escribir con palabras que sean verdaderas, sustantivas y reales.

¿Cómo se logra eso?

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Se siente.

La percepción aparece como idea en Fantasmas del saber, en Terminal es parte del atractivo de la historia. ¿A qué se refiere con sentir una escritura?

Es funcional. Después de ese sentir, empieza una posibilidad de percibir y preguntarse qué fue lo que motivó, y después que uno más o menos entra en ese campo, el de explicarse por medio de la percepción, ahí ya puede entrar en el nivel del conocimiento y la explicación, que es donde entra eso que podría llamarse la crítica.

¿Cómo se para usted frente a los críticos literarios?

No es una profesión la de la crítica, es una actitud en relación con el lenguaje y con las cosas que a uno le pasan. Es un gremio que tiene el poder. Hacen reseñas, escriben notas y califican. Suerte para ellos. Yo no tengo eso. Lo que podría llamar crítica es un nivel de progresión a partir de un sentimiento que se convierte en percepción, luego un conocimiento y la necesidad de transmitirlo. Ahí está lo que yo llamaría la crítica. Ahora estaba leyendo el Borges de Bioy Casares. Esa actitud crítica era permanente. Dos escritores, dos personas que no tienen otra cosa que la percepción y la explicación de eso que han percibido. Yo trato de explicar, de ser razonable y mostrar un aparato. Y ese aparato tiene historia, está impregnado de ciertos saberes que he leído, de otros teóricos de orden lingüístico, filosófico, que me conducen a hacer algo diferente de lo que hacen ellos.

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Ahí estaría explicando la fórmula Jitrik.

Sí, y ahí de alguna forma me condeno porque siempre me llaman "crítico" y como socialmente el crítico es un tipo muy limitado, dicen: "Si es crítico, ¿por qué va a hacer poesía o va a escribir una novela?". En Terminal, hay un policía y un presunto escritor y charlan y evocan un poema de Lugones y viene un mozo y los corrige. ¿De dónde sale ese material? Es mi manera de introducir crítica en el orden narrativo. Eso me parece que a esta novela le da cierto carácter vanguardista. Se separa de las prácticas narrativas más frecuentes en la Argentina que siempre cuentan conflictos, separaciones, amores, drogas, sexualidad. Yo intento una cosa en la que la distorsión de los términos dé lugar a un relato.

¿Disfruta la narrativa actual?

Hay cosas que me han interesado. Las he leído con gusto y demás, pero creo que siguen líneas que son aceptables, que las grandes editoriales toman porque les parece que esa lectura más o menos corriente se requiere, acepta y celebra. Mi aspiración es otra. Mi aspiración es que los lectores se detengan en eso, que se pregunten "¿qué está haciendo este tipo?".

Usted escribe que a partir de la lectura de Dostoievski comprende el carácter indispensable de la literatura para la sociedad. ¿La sociedad le da ese valor a la lectura?

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Se la rechaza. Ese señor que está ahí no lee. ¿Por qué? Porque la lectura lo cambiaría. Prefiere permanecer en una zona que yo llamo de garantía: si yo estoy tomando un café y tengo un vaso de agua, lo comprendo, y quiero que sea para siempre, que no me molesten con que el vaso de agua tiene que ir acá. Los lectores son una enorme minoría. A mí me parece que la lectura siempre ha sido la palanca del cambio. En esta indiscriminación del libro, en esta industria parece que eso ya no ocurre, es excepcional que algo tenga esa fuerza para cambiar, pero individualmente, sí. Esa escena casi mitológica del Che Guevara contra un árbol leyendo Jack London es casi lo mejor de la historia del Che. El libro le dijo lo que era lo suyo en la vida.

En su autobiografía habla de los libros no leídos. ¿Cuándo decide no leer?

Las opiniones masivas nunca me convencieron. A García Marquez lo descubrí mucho después, por ejemplo, y ahí sí lo fui siguiendo.

¿Cuál sería el mejor García Márquez?

Para mí es el de El coronel no tiene quien le escriba, donde tiene categorías más profundas que la mera anécdota. Ha sido un gran escritor. El tema y el ingenio tienden a predominar y como tiene un aparato narrativo muy sólido, lo hace muy bien. Domina el arte de la narración.

¿Qué diferencia ve entre la escritura y el arte de la narración?

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La escritura es una experiencia radical. El arte de la narración es la capacidad de poseer un instrumento que le permite a uno resolver un determinado tipo de discurso.

¿Cómo surgió el proyecto de Historia crítica de la literatura argentina, que está por completarse luego de tantos años?

Me pregunté cómo narrar la literatura argentina: tenía un nacimiento claro y un final, el de la desdicha, que era el de la dictadura militar, donde hubo muchos best sellers, donde la gente quería distraerse, y que significó el gran negocio de las editoriales, mientras la literatura argentina estaba reprimida. ¿Qué había en el medio? Eso fue lo que nos preguntamos y así salieron capítulos. Doce volúmenes eran doce momentos. Cierta concepción de la historia se hacía presente también, pero prevalecía el carácter narrativo que le quisimos dar al conjunto, a cada volumen y a cada trabajo.

¿Por qué salió el primer volumen tanto tiempo después? (El primer volumen publicado fue el 10, y salió al ruedo en 1999.)

Porque era una empresa editorial, no científica o académica, que trabaja con una perspectiva comercial que había que considerar y pesó quiénes podían emprender antes el trabajo. El número uno salió hace dos años. Éste es un trabajo que hemos hecho casi vocacionalmente. Espero que en algún momento se comprenda, porque no ha habido respuesta. Es un libro que para mucha gente es indispensable, es una fuente de recursos, las

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bibliotecas extranjeras lo tienen, pero como exégesis de esta obra sólo dos o tres colegas muy buenos se ocuparon del asunto.

¿Y cuándo saldrá el último volumen, el doce?

Estamos terminándolo. Faltan detalles, y que entreguen algunos colaboradores. Esperamos que salga en el curso de este año.

En este contexto donde se pone en discusión el lugar que se le da a la investigación científica, ¿qué puede decir sobre la necesidad de las investigaciones que se dan en el Instituto de Literatura Hispanoamericana?

En este momento, el planteo de ciencia aplicada con limitación de ciencia pura afecta también a las ciencias sociales y a las humanidades, porque en ese planteo empieza a predominar un criterio de aplicabilidad del que se habla en la industria. Esto afecta a las ciencias sociales porque no son prácticas. El ministro Barañao preguntó a quién le importaba lo que había pasado en la Edad Media en España, como diciendo "¿Eso con qué se come?". Es un acto de barbarie, porque la cultura se forma desde lo secreto hasta lo explícito. Para que haya buena ciencia es necesario que haya buena literatura. A lo mejor yo soy un poco platónico en esto, pero si no hay filosofía en una sociedad, si no hay literatura, la ciencia va a ser endeble. La ciencia tiene que ser fuerte y la ciencia aplicada tiene que ser una inteligente adaptación como fruto de todo ese entramado, por eso en el Conicet las ciencias sociales poco a poco se abrieron camino. Se supone

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que pese a las diferencias, en una sociedad hay miradas responsables sobre lo que es la cultura y la ciencia. Esto crea una fisura social muy grande. ¿A quién le importan los delirios de Juan L. Ortiz? Pensar en los delirios de Juan L. Ortiz abre la cabeza, abre mundos. Ya lo decían los filósofos de la Cábala: la palabra abre universos.

BIOGRAFÍA

Noé Jitrik nació en 1928 en Rivera, provincia de Buenos Aires. Autor de cuentos, novelas y ensayos críticos, dirige el Instituto de Literatura Hispanoamericana y, desde 1999, la colección de doce tomos de Historia crítica de la literatura argentina. Sus últimos libros son la novela Terminal y Fantasmas del saber.

¿POR QUÉ LO ENTREVISTAMOS?

Porque es una de las mentes más lúcidas para pensar la literatura, y la practica con esa misma vocación

LA FOTO

Noé Jitrik elige una foto tomada por su hija, la artista Magdalena Jitrik, pensada como portada de alguno de los libros. "Es una hermosa foto y en ella se ven las arcas que he juntado en algunos viajes." Los libros de la foto fueron puestos al azar. Jitrik destaca los colores, la belleza de la imagen.

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UNA EUROPA EN PLENA TEMPESTAD CELEBRA SUS 60 AÑOS

http://www.laondadigital.uy/archivos/20141 Todo está roto. La dinámica del proceso de integración de nuevos estados se ha roto, el consenso social cimentado en el Estado del Bienestar está roto. Quizás por problemas como estos la UE no celebra con entusiasmo sus seis décadas de existencia. Ciertamente, el desánimo puede estar justificado, estimó Carles Gasòliba, miembro del Consejo de la Fondation Jean Monet pour l’Europe, con sede en Lausana, Suiza. Gasòliba hace un recorrido por la historia. Hace sesenta años, afirma, seis estados firmaron los Tratados de Roma. Entonces Europa estaba dividida entre la Occidental, democrática, y la sometida a la hegemonía soviética. Unos sometidos a regímenes comunistas; otros, como el español, bajo dictaduras fascistas. Unos estados tenían graves confrontaciones con sus colonias, que llevarían a las guerras de liberación de los años sesenta. Ese escenario, evidentemente, no existe más. “Europa ya no está dividida, el Telón de Acero hace tiempo desapareció, las dictaduras fascistas también”. “A pesar de todo –reconoció Gasòliba – resulta que la UE no celebra con entusiasmo sus seis décadas de existencia”. “Los signatarios de los Tratados tuvieron clarividencia al decidir que la superación de esta situación problemática estaba en la integración europea. Con esta, el progreso no fue sólo económico, también social. La gran conquista ha sido el modelo de mejor asistencia social, lo que conocemos como el Estado del Bienestar”. Pero luego vino el desencanto. Austeridad Probablemente en la constatación de que esa gran conquista ha sufrido también deterioro está el secreto del desencanto. El Estado de Bienestar ha sido sustituido paulatinamente por las políticas de austeridad cuyos efectos catastróficos se expresan con dramatismo en Grecia. Sometida hace poco más de dos años a la presión brutal de las instituciones europeas para aceptar la privatización de sus recursos y el recorte de sus políticas sociales para salvar a la banca europea comprometida con préstamos excesivos al país, su primer ministro, Alexis Tsipras, (entonces portada de los principales medios europeos), pasó desapercibido en la conmemoración de los 60 años de lo que fue entonces la Comunidad Económica Europea, hoy Unión Europea. Como dijo la semana pasada el socialdemócrata holandés Jeroen Dijsselbloen, presidente del Eurogrupo (conformado por los 19 países europeos que adoptaron el euro como su moneda común): “Yo no puedo gastar todo mi dinero en tragos y mujeres y después pedir ayuda”. Dijsselbloen, que jugó un papel particularmente agresivo en las negociaciones para imponer la austeridad a Grecia, recordó que, como socialdemócrata (su partido perdió tres cuartos de su representación parlamentaria en las recientes elecciones holandesas), él otorga un papel muy importante a la solidaridad. Solidaridad que, en su criterio, los países del norte europeo rico demostraron con los del sur, pobres, durante la actual crisis económica. Evidentemente, no es una opinión compartida. “Europa no será creíble más que en el día en que el señor Dijsselbloen haya renunciado a la presidencia del Eurogrupo y presentado claras disculpas a todos los países y todos los pueblos a los que él ha ofendido profundamente, dijo el primer ministro portugués, Antonio Costa, socialdemócrata como Dijsselbloen. No es de extrañar entonces que a pesar de todo la UE no celebre con entusiasmo sus seis décadas de existencia. Celebración Los actos de celebración se llevaron a cabo en Roma, en el mismo lugar donde, hace 60 años, se firmaron los tratados que crearon la Comunidad Económica

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Europea (CEE) y la Euratom. En 1951 se había creado, con el Tratado de París, la Comunidad Europea del Carbón y el Acero, instituciones que antecedieron lo que hoy es la UE. Hay mucho que celebrar, dijo Dani Rodrik, profesor de economía política internacional en la Harvard Kennedy School: después de un siglo de guerras, alzamientos, asesinatos masivos, “Europa es pacífica y democrática”. Y agregó: “la UE atrajo a once países del antiguo bloque soviético, guiando exitosamente su transición poscomunista”. Un día antes de la celebración, los líderes de los 27 países de la UE (la primer ministro inglesa, Theresa May, no asistió y anunció que este miércoles presentará los documentos que darán inicio al Brexit, o el retiro de su país de la UE) se reunieron con el Papa Francisco. Encuentro “inédito”, comentó la agencia alemana DW, pero que no debe sorprender si se tiene en cuenta el profundo papel del catolicismo en la construcción europea, incluyendo sus guerras. Francisco recordó la gran conquista a la que habrían contribuido los tratados de Roma: “el tiempo de paz más largo de los últimos siglos”. “Hace sesenta años, recuperándonos de la tragedia de dos guerras mundiales, decidimos unirnos y reconstruir nuestro continente desde sus cenizas”, dijo la declaración firmada el sábado pasado por los 27. Una Europa más fuerte La Declaración de Roma expresa su voluntad de avanzar hacia “una Europa más fuerte en la escena mundial”. Para eso, entre otras cosas, se propone a “ayudar a la creación de una industria de defensa más competitiva e integrada”. El mes pasado, el último presidente de la Unión Soviética, Mikhail Gorbachov, en un mensaje a una conferencia internacional sobre seguridad en Europa, realizada en Praga, afirmó: “tenemos que admitirlo, tanto en Europa como en el mundo padecemos de una escasez de nuevas ideas política”. Recordando intentos de crear un “Consejo de Seguridad” europeo, promovido tanto por él como por el alemán Hans-Dietrich Genscher y el francés François Mitterrand, se lamentó de que, después de la caída de la Unión Soviética, los líderes occidentales decidieran enterrar esos planes. La situación es ahora “tan inestable y peligrosa” que tenemos poco tiempo; lo más urgente es desmilitarizar el conflicto ucraniano”, estimó Gorbachov. Pero la UE decidió otra cosa y avanzó hacia la frontera rusa, cambió un gobierno corrupto en Ucrania por otro, aún más corrupto, sostenido por grupos fascistas e impuso sanciones cuando Moscú reaccionó ante esas acciones, entre otras cosas anexándose Crimea. ¿Qué ha ocurrido? “¿Qué ha ocurrido para que, habiendo logrado buena parte de sus objetivos, la Unión llegue a este aniversario más cuestionada que nunca? Si hace 60 años fue el júbilo de los estudiantes italianos, a los que se dio un día extra de vacaciones, lo que acompañó a los líderes de los seis países fundadores (Alemania, Francia, Italia, Holanda, Bélgica y Luxemburgo), hoy serán las manifestaciones de protesta organizadas en Roma las que den el tono del momento que atraviesa la UE, y su réplica, una Marcha por Europa con personas llegadas de todo el continente para defender el proyecto”, recordó Beatriz Navarro, corresponsal del diario catalán La Vanguardia en Bruselas. A las tensiones norte-sur, puestas en evidencia por Dijsselbloen, se suman las este-oeste. Los sueños de transformar los países del este en democracia liberales se enfrenta a desafíos como los que se expresan en Polonia o Hungría, pero que están presentes también en varios otros, como los movimientos fascistas, identificados con un cierto orgullo nacionalista, que se extienden por los países bálticos. En las calles de Roma, el día de la celebración, los manifestantes decían estar ahí para exigir una Europa que no sea la de los banqueros y de la burocracia, sino de los derechos de los trabajadores y de los estudiantes.

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Quizás valga la pena recordar las declaraciones del dirigente político francés, Pierre Mendès France, primer ministro por un breve período entre 1954 y 1955. Se trata de su opinión sobre los tratados de 1957. Nuestros viejos países europeos se han vuelo demasiado pequeños para que puedan asumir los grandes desafíos del siglo XX, afirmó. Hay que construir Europa, pero no así. La armonización debe hacerse “en el sentido del progreso social”. Y votó en contra de un proyecto “basado en el liberalismo clásico del siglo XIX, según el cual la competencia pura y simple resuelve todos los problemas”. Como sabemos, no ha sido así. Por Gilberto Lopes ESCRITOR Y POLITÓLOGO, DESDE COSTA RICA PARA LA ONDA DIGITAL [email protected]

GEOPOLÍTICA DE LA SEGURIDAD, UNA VISIÓN MUY NECESARIA Y MUY INCÓMODA DE LA SEGURIDAD

Miguel Angel Barrios y Norberto Emmerich

https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224757

Rebelión

Desde que el hombre dio sus primeros pasos sobre la tierra buscó sentirse seguro. Siendo el más indefenso de los animales, su supervivencia dependía del abrigo, el calor y la comida que otros le daban. Había nacido débil y se hacía más humano en el contacto con otros animales humanos que lo protegían, lo alimentaban y lo vestían.

Las tribus enfrentaban continuas amenazas de extinción por catástrofes naturales o por hambrunas. Pero la amenaza más destructiva provenía del primordial dilema de seguridad, el ataque de otros que temían ser atacados. Aunque la guerra anticipatoria es el más avanzado recurso de la posmodernidad, la guerra preventiva es tan antigua como las estrellas. Todos atacaban previniendo ataques, escaseaba la comida pero la seguridad ya estaba allí presente. Antes que la seguridad de las personas fue la seguridad de la comunidad primitiva. Afuera todo era incierto, adentro todo pretendía ser seguro.

Varios siglos después todos nos sentimos inseguros, afuera y sobre todo adentro: los Estados, las sociedades y los individuos. Ya no es la guerra de todos contra todos, que tanto preocupó a Hobbes, pero no es aún la convivencia pacífica de todos con todos. Cuando el orden parece desmoronarse el caos es aún más difícil de descifrar.

La idea de estados homogéneos, contenedores de una sociedad nacional constructora de consensos e históricamente pura, está fracasando ante nuestros ojos. No todos somos iguales ante la ley y la ley no es la misma

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para todos. Nuevamente el problema es el Estado y el retorno de la eterna pregunta de la política. ¿por qué obedecemos?

Cuando la ley del Estado pierde el carácter normalizador e invisible con que fuera originalmente concebida busca recuperar autoridad acentuando su carácter coactivo, penal y criminal. Maquiavelo explica el surgimiento del Estado como la epopeya de un príncipe vencedor tras haber obtenido una victoria duradera al fin de la guerra civil originaria, donde la distinción entre lo justo y lo injusto era borrosa e interesada. El Estado entra ahora nuevamente en guerra, como un actor criminal más. Sin ley, todo y nada es delito.

Max Weber definió al Estado como “la comunidad humana que en un territorio determinado reclama para sí con éxito el monopolio legítimo de la violencia”. Afloran en la definición cuatro elementos constitutivos del Estado moderno: monopólico, territorial, coactivo y estable. Pueden mencionarse otros aspectos, como la comunidad humana o la legitimidad, de menor importancia para nuestro análisis, porque la comunidad humana hace referencia a la nación y constituye un ingrediente débil de la definición mientras la legitimidad no es un elemento esencial del Estado, el cual puede existir sin ser legítimo, como los estados totalitarios o autoritarios.

El concepto de monopólico se refiere al monopolio de la violencia, cuyo objetivo es constituir un poder político único sobre un territorio determinado, sólo un centro de poder hacia adentro, ningún otro poder desde afuera. Este monopolio constructor de soberanía justifica la existencia de la seguridad interior y de la defensa exterior.

Territorial significa que este monopolio soberano de la violencia y del poder se ejerce en un territorio determinado, concreto y específico, demarcado por fronteras que separan el interior del exterior y tabican la sociedad nacional. Dentro de esa frontera se establece un territorio social liso, que no admite diferencias (un centro armado de poder, una moneda, una religión, un idioma, una historia nacional, una educación). Al exterior de esa frontera se alzan los otros Estados, siempre peligrosos, frente a los cuales la guerra es un recurso frecuente y fundante.

La mención del carácter coactivo del Estado indica que la violencia es el mecanismo de constitución del territorio que permite la nivelación al interior y la independencia al exterior, la victoria duradera tras una guerra civil originaria. Esa victoria fue en un doble escenario: contra potencias extranjeras primero y contra sublevaciones interiores después. Las independencias latinoamericanas frente a los imperios europeos fueron sucedidas por guerras civiles contra poderes interiores. El

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carácter coactivo obtenido por el vencedor constituye al Estado y trae paz, mediante la distinción entre lo justo y lo injusto, imposible de dilucidar en la etapa de guerra de todos contra todos.

El término estable se refiere al concepto originario de “stato”, el estatus medieval que se vinculaba con el poder del monarca (status regis) o con la situación del reino (status regni), consideraciones que luego pasan a concebirse como una concentración de poder separada y objetivada institucionalmente, lo que hoy conocemos como Estado.

La geopolítica de la seguridad afirma que estos cuatro elementos constitutivos del Estado también son característicos de las distintas formas de delito, desde el más organizado hasta el más “común”.

Las “plazas” de narcotráfico o de narcomenudeo no se comparten. A veces, como sucede en el narcotráfico mexicano, se establecen acuerdos entre los grandes carteles. Esos acuerdos suelen referirse a la asunción de compromisos de no intromisión y reparto de zonas de influencia, una especie de política exterior y delimitación de fronteras. En Argentina el acuerdo es con las fuerzas policiales, para “gerenciar” la seguridad y estandarizar los indicadores, manejando la “cifra negra” dentro de un equilibrio de consensos inestables con la delincuencia y el gobierno. En el caso de los delitos “comunes” el territorio está definido por el recorrido total del proceso criminal, desde el arrebato callejero hasta la venta comercial, pasando por la protección policial y el pago de cuotas-parte. La geopolítica de la seguridad no se detiene en el hecho, rastrea el territorio. Es sabido que no hay crimen organizado sin Estado; en realidad no hay ningún tipo de delito sin Estado.

El control territorial es un requisito indispensable de toda conducta delictiva. La venta de drogas se desarrolla con un estricto control territorial, generalmente en acuerdo con las fuerzas policiales. En la producción de cocaína en “cocinas” el control es aún más estricto, con altas dosis de violencia en los ámbitos locales y barriales. Los delitos callejeros, el arrebato o el robo de celulares y bicicletas también tienen un cierto control territorial, más diluido en el territorio del hecho, más cerrado en el territorio institucional. Si los circuitos de corrupción institucional son relativamente conocidos en el crimen organizado, son apenas visibles en el delito común. Los delitos del crimen organizado como el juego clandestino, la piratería del asfalto, la prostitución, el robo de autos o el trabajo esclavo, tienen un control territorial acentuado, pero de un carácter menos físico que el narcotráfico.

La violencia, manifiesta o no, es un recurso siempre presente en todos los mercados del narcotráfico vinculados con droga, aunque menos presente

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en los mercados de narcotráfico vinculados con dinero o precursores químicos. Este carácter coactivo es un elemento definitorio del narcotráfico porque sin ese monopolio cuasi legítimo de la violencia en un territorio determinado puede haber comercio de drogas, pero no hay narcotráfico. En los delitos comunes, en cambio, la violencia es manifiesta, directa, física, interpersonal, pero desorganizada.

Aunque parezca lo contrario, el delito prefiere entornos estables y no violentos en los cuales establece áreas de estandarización del crimen en acuerdo con las fuerzas policiales buscando escenarios de menor violencia estatal y mejor desempeño económico. Cuando la violencia estatal se descarga en forma de “guerra”, la amenaza sobre la sobrevivencia de las organizaciones obliga a la politización y complejidad, algo no deseado pero cuyo desafío es menester superar para sobrevivir. Pequeñas organizaciones que apenas podían establecer algunas elementales reglas de juego interno, se convierten en organizaciones complejas capaces de acordar con el poder político y repartir áreas territoriales de control monopólico.

Esta estabilidad estatal del delito (mayor en el narcotráfico, menor en organizaciones más débiles) se expresa en rangos generalmente amplios de invisibilidad. Cuanto más se proclama la “evidencia” del narcotráfico como tráfico de drogas y menos como controlador territorial, mejor se oculta, se mimetiza con el ambiente, pasa inadvertido y extiende el horizonte de tiempo.

Estas cuatro características compartidas entre Estado y delito dan cuenta del acercamiento entre ambos procesos y actores, pero sobre todo definen al Estado y el territorio como los procesos y actores centrales de las problemáticas de seguridad: como actores centrales porque la violencia, el monopolio y la estabilidad se refieren y se realizan sobre un territorio determinado, lo que da carácter estatal a la problemática. Como procesos centrales porque ambos son causa y resultado de las problemáticas de seguridad. El Estado produce inseguridad mediante un proceso de etiquetamiento criminal históricamente construido de los territorios, que reproducen y “nacionalizan” esa inseguridad, haciéndola propia en culturas a-legales de resolución violenta de conflictos. En respuesta, el Estado elabora políticas de seguridad que re-criminalizan los territorios y producen reacciones de aumento organizado de las demandas ciudadanas, sean de mano dura o contra el gatillo fácil.

La mayor o menor medida en que las problemáticas de seguridad reproduzcan dialécticamente las características de territorialidad (y en su interior las de violencia, monopolio y estabilidad) se manifestará en indicadores sobre el mayor o menor grado de estatalidad de cada

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problemática específica. Las políticas públicas en geopolítica de la seguridad se dirigen al mejoramiento de la estatalidad de dichos indicadores, buscando incidir sobre la reducción de la estatalidad del delito mediante el aumento de la estatalidad del Estado.

La visión de la geopolítica de la seguridad supera el enfoque insuficiente de la criminología crítica y de la gestión técnica en seguridad. Si la problemática de seguridad es política, por estar vinculada íntimamente a la evolución del Estado y a los indicadores de estatalidad, la centralidad se aleja del binomio delitos/delincuentes y se centra en el territorio.

MIGUEL ANGEL BARRIOS, PROFESOR DE HISTORIA Y MAGISTER EN SOCIOLOGÍA. DOCTOR EN EDUCACIÓN. DOCTOR EN CIENCIA POLÍTICA. HA ESCRITO OBRAS DE INVESTIGACIÓN ENTRE LAS QUE SE DESTACAN "Diccionario Latinoamericano de Seguridad y Geopolítica” (DIRECTOR), "Consejo Suramericano de Defensa: desafío geopolítico y perspectivas continentales" Y "Seguridad ciudadana: de lo municipal a lo Continental". PROFESOR EN LA LICENCIATURA EN SEGURIDAD EN LA UNIVERSIDAD DE MORÓN Y CREADOR DE LA CÁTEDRA DE SEGURIDAD CIUDADANA EN LA UNIVERSIDAD DEL SALVADOR. IMPARTE SEMINARIOS Y CURSOS A ACADEMIAS POLICIALES DE AMÉRICA LATINA Y ES CONSULTOR EN POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURIDAD.

NORBERTO EMMERICH, DOCTOR EN CIENCIA POLÍTICA Y LICENCIADO EN RELACIONES INTERNACIONALES. HA ESCRITO “Una teoría política para el narcotráfico”, “Geopolítica del narcotráfico en América Latina” Y “Narcos en Buenos Aires: el caso de la villa 31”. PROFESOR DE “SEGURIDAD CIUDADANA” Y “POLÍTICA CRIMINAL” EN LA LICENCIATURA EN SEGURIDAD Y POLÍTICAS PÚBLICAS DE LA UNIVERSIDAD AUTÓNOMA DE CIUDAD JUÁREZ, MÉXICO. FUE DECANO DEL CENTRO DE SEGURIDAD Y DEFENSA DEL INSTITUTO DE ALTOS ESTUDIOS NACIONALES, QUITO, ECUADOR Y COORDINADOR GENERAL DE INVESTIGACIONES EN LA MISMA UNIVERSIDAD.

GUATEMALA, 20 AÑOS DESPUÉS DE LOS ACUERDOS DE PAZ. ENTREVISTA CON EL OBISPO ÁLVARO RAMAZZINI

“Las restricciones migratorias de USA aumentan la conflictividad social centroamericana”

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https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224764

Sergio Ferrari

Rebelión

La nueva recomposición geopolítica internacional a partir de la llegada del presidente Donald Trump a la Casa Blanca no deja a nadie indiferente. Mucho menos en América Central, región que vive una estrecha dependencia económica, comercial, financiera y migratoria de los Estados Unidos de Norteamérica. “Si siguen cerrando las fronteras aumentará la conflictividad social en toda nuestra zona” enfatiza Álvaro Ramazzini, Obispo católico romano de la diócesis de Huehuetenango en el oeste de Guatemala, fronterizo con México y hábitat de varios pueblos-idiomas originarios. A 20 años de la firma de los Acuerdos de Paz (29 de diciembre del 2016) entre el gobierno guatemalteco y la guerrilla de ese país - que cerró una guerra interna de 36 años-, la hora del balance es oportuna. Aunque la frustración ocupa parte del escenario nacional, aparecen algunas señales de esperanza en una realidad muy compleja para una gran parte de la población que se confronta con la pobreza e incluso el hambre, explica Monseñor Ramazzini, invitado a Suiza por la Guatemalanetz, Acción de Cuaresma de los católicos suizos y Pan para el Prójimo.

P: ¿Cuál es la realidad cotidiana en su diócesis, en un departamento como el de Huehuetenango con determinante presencia indígena, campesina y explotación minera multinacional?

AR: Constatamos la existencia de mucha pobreza y de una lucha diaria por la sobrevivencia. Si se recuerda que el año pasado hubo muy escasas lluvias y se perdió una parte de las cosechas - en particular de maíz, producto esencial de la dieta diaria-, existe incluso mucha gente que pasa hambre. Lo que motiva el sueño creciente de emigrar hacia el norte como salida de escape a la difícil realidad cotidiana.

P: El sueño de emigrar, justo en un momento en que, especialmente, a partir de las nuevas medidas del Gobierno de Donald Trump, se construyen muros para frenar, principalmente, la inmigración desde México y de Centroamérica, e incluso se intensifican las deportaciones…

R: Si el Señor Trump cumple con lo que ha anticipado a nivel migratorio, puede ser dramático para Guatemala. Hay que pensar que en el 2016 las remesas enviadas por los inmigrantes guatemaltecos que trabajan en Estados Unidos reportaron más de 6.400 millones de dólares (ndr: más de 7 mil millones según datos oficiales). Si el país no ha colapsado es en gran parte gracias a esos ingresos. Si se reducen, cortan, o se le aplican los

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impuestos en discusión, las consecuencias serán nefastas. Nuestra situación social actual - si se une a la de El Salvador, Honduras y a la México-, puede incluso anticipar nuevos focos de conflictos civiles. Tal vez tengo una mirada muy pesimista, pero las señales actuales no son buenas y el cierre migratorio tendrá consecuencias impensadas.

P: ¿Una región inviable?

R: La iglesia católica guatemalteca y también a nivel regional lo estamos advirtiendo porque las señales son muchas y preocupantes Mi país exige cambios económicos y del sistema de justicia inmediatos. No se ve que ni el poder ejecutivo ni los congresistas (poder legislativo) den respuestas a estas prioridades y exigencias.

P: En diciembre 2016 se celebraron los 20 años de la firma de los Acuerdos de Paz que pusieron fin a la guerra interna de casi cuatro décadas, con un saldo de un saldo de al menos 200 mil muertos, medio millón de exiliados etc. ¿Cuál es su balance del cumplimiento de esos Acuerdos, si se analiza la coyuntura actual?

R: Estamos viviendo un momento de mucha pena y tristeza. Incluso con algunas señales casi peores que durante el mismo conflicto: mucha violencia; tasa de homicidios altísima; un país que sufre la presión de las maras (bandas juveniles violentas ), como sucede también en El Salvador y Honduras. Y un Estado muy debilitado. Pienso que no se cumplió ni un 25 % de lo previsto en los Acuerdos. Hay muchos factores que pueden explicarlo. Uno de ellos es que el empresariado solo participó en la negociación como observador. Y no podemos olvidar que el poder político está dominado por el económico.

P: Volvamos a la situación actual…

R: Nos referimos a un presente sumamente complejo. Todo este modelo de globalización, que crea en mi país niveles crecientes de desempleo; sin oportunidades reales para una gran parte de la juventud; con un énfasis total en el modelo agroexportador de ciertos productos agrícolas, como el azúcar, bananos, café etc. Con agriculturas intensivas que no resuelven el problema de la pobreza. A lo que se le agrega un Estado sumamente debilitado; la corrupción creciente y el aumento del crimen organizado ligado a la droga -incluso en tanto productores de amapola en algunas regiones como San Marcos-, determinan un panorama difícil. Los Acuerdos intentaban, parcialmente, replantear el modelo económico, que no se pudo reformar.

P: ¿Una gran frustración?

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R: Para una mayoría sí. Para ciertos grupos campesinos organizados, como las comunidades en resistencia o los que lucharon para el acceso a la tierra, ha sido más positivo, Debido a fuertes movilizaciones sociales lograron la condonación de la deuda que tenían con el Fondo de Tierras. Pero no se logró reestructurar dicho Fondo. Para el gran empresariado estas décadas han sido buenas. Especialmente para el sector azucarero: Guatemala es el cuarto productor mundial de ese producto.

P: ¿A pesar de la complejidad, existen señales de esperanza?

R: Varias. La primera, la creación de un nuevo partido político con participación de movimientos y organizaciones sociales, que compitió en las últimas elecciones. Si bien los resultados fueron negativos, puede tener perspectivas de cara a las próximas elecciones si se hacen correcciones y se renueva la dirigencia. Otro elemento importante, la reivindicación del territorio por parte de las comunidades indígenas. Aunque debemos orientarlas para evitar divisiones y cualquier discurso violento. Otro elemento importante: una preocupación creciente del empresariado por la situación del país. Nos reunimos hace tres meses con la dirigencia del CACIF (central empresarial) y sentimos una preocupación por lo que se vive en Guatemala y apertura al diálogo social. No menos importantes el proceso de investigaciones en curso promovidos por el Ministerio Público y la CICIG (Comisión Internacional contra la Impunidad en Guatemala). Aunque se debe actuar con un gran criterio para evitar posibles excesos.

P: ¿Cuál es la posición de la Conferencia Episcopal?

R: Mantenemos nuestra actitud de denuncia y de invitación al diálogo entre todos los sectores. Nos proponemos como puentes de comunicación, mediadores, para fomentar los encuentros. Estamos siempre en las luchas para acompañar al pueblo. Tratando de reorientar a aquellos que hablan de violencia. Y nos sentimos, en esta etapa, reforzados y en sintonía con el Papa Francisco. Lo que él piensa y dice es lo que siempre hemos pensado nosotros y una gran parte de la Iglesia latinoamericana. Lo importante es que ahora ese pensamiento se hace público y es común para la Iglesia universal.

P: ¿Qué espera en esta etapa de la comunidad internacional? ¿Qué tipo de solidaridad?

R: Hay un aspecto central. Me refiero a todo el aporte desde Suiza y desde Europa, para que avancen las nuevas normas de respeto de derechos humanos y ambientales de las empresas multinacionales que operan en nuestros países. Es un tema debatido y promovido desde el 2011 por las Naciones Unidas. Esto es muy importante, porque las

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empresas dicen que ellas son socialmente responsables porque construyen una clínica o dan trabajo. Pero eso es insuficiente. Hay que promover una perspectiva diferente y es muy esperanzador los planteos que buscan el bien común planetario. Si la sociedad civil sigue comprometida en este sentido y los gobiernos europeos asumen estos principios, le dará mucha fuerza a una visión más solidaria con nuestros pueblos.

Otro tema esencial es la apertura hacia los migrantes, los refugiados. Claro que a Suiza no llegan tantos emigrantes de mi región sino de otros países. Pero no importa. No deben tener miedo por el bienestar en tanto naciones ricas. La caridad y la solidaridad deben prevalecer a la insensibilidad propia de un modelo de globalización que promueve la indiferencia egoísta y el individualismo extremo.

Sergio Ferrari en colaboración con Swissinfo y Le Courrier

Foto: Italo Cherubini

¿ABSOLUTISMO POLÍTICO DEL CAPITAL? LAS SATRAPÍAS FINANCIERAS

x Edgardo Logiudice

http://www.lahaine.org/mundo.php/absolutismo-politico-del-capital-las La gran diferencia está en que hoy no se trata de incorporar trabajadores, sino recluir a los que sobran, cuando no exterminarlos, si no sirven para deudores

Formas de Estado y de gobierno en la globalización

Creo que para intentar caracterizar y analizar las nuevas formas políticas, dado lo que llamamos globalización, deberíamos tomar distancia -sin abandonarlas, por supuesto- de las formas clásicas de Estado y de gobierno asentadas sobre el Estado-nación moderno. Aunque más no sea en los territorios geográficos donde la o las nuevas formas políticas aparecen y se ejecutan.

Sobre todo a partir de la ya conocida relación entre el manejo de los recursos -como decía el Sub. Marcos en el año 97- que hacía que los gobiernos nacionales se encargaran de la tarea de administrar los asuntos en nombre de las megaempresas, y que ahora se trata de que los fondos y flujos de los grandes grupos financieros ocupen el aparato (o su forma) con su propio personal. Sus propias

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burocracias (o algún socio de la cadena de valor financierizada) administran directamente los "Estados" como departamentos o unidades administrativas del poder absolutista: son los Jean-Baptiste Colbert, gestor financiero de Luis XIV. El que dijo: "El Estado soy yo".

Estrategia del poder público privativo

Según muchos, hoy vivimos la economía de la deuda, de las deudas públicas y privadas. Es decir, donde un futuro intangible e incierto genera las expectativas de ganancias en base a la cual circulan los flujos financieros que son la condición de toda la economía. Ello da por resultado un mundo de acreedores, pocos, y de deudores, muchos. Las sucesivas crisis, y no sólo las de las deudas soberanas, han puesto en evidencia la volatilidad de la economía, de la producción y del consumo. El riesgo es la expresión más común de los negocios y las finanzas. El riesgo de que los muchos deudores no cancelen los créditos que se apilan ("apalancan") unos a otros autogarantizándose. Y que consiste en que cuando cae una ficha caen todas las demás.

Créditos que constituyen una nueva forma de apropiación del trabajo ajeno, fundamentalmente por medio del consumo que generan las deudas. Consumos y usos "públicos" y privados. Deudas para unos, créditos para otros que se pagan con trabajo futuro y, por lo tanto, incierto.

Hay acuerdo también en que este riesgo es cada vez mayor, precisamente, por esa incertidumbre. Para capearlo, los acreedores intentan siempre nuevas estrategias. Una es sustituir la garantía de créditos inciertos por la de explotaciones efectivas que aseguren que las inversiones se van a cobrar. Y ello requiere el manejo y el control directo de la inversión.

Entonces, en este mundo de acreedores y deudores las formas de explotación se confunden con las de dominación, dando lugar al poder político privado (no privatizado, sino privativo), como estrategia del capitalismo financiero en su conjunto al que los otros sectores se hallan subordinados, fusionados o absorbidos. Objeto

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de luchas sin cuartel para lograr posiciones dominantes, que escapan al viejo poder estatal, cuya subsistencia depende de ellos. Como los antecesores del Luis XIV del absolutismo dependían de la banca de los Médici.

Esta estrategia actual tiene lugar en un momento de crisis (las economías en recesión) y de transición, tanto de las formas productivas y de circulación como de las relaciones sociales en ellas y sus formas. Economía en recesión significa que existen límites para el endeudamiento. La saturación de deudas generadas en su momento por el consumo del consumismo y, con esa baja del consumo, la baja de la producción. La saturación también de la capacidad de generación de deuda soberana, límites para nuevas re-estructuraciones (Grecia, España). Por tanto, las deudas garantizadas que se buscan son las de las infraestructuras (bienes natural y generalmente públicos) que, además, ofrecen las perspectivas de necesaria renovación frente a las nuevas formas productivas y comerciales. Las estrellas son las comunicaciones informáticas y viales, las fuentes de energía necesarias, incluidas nuevas capacitaciones y control represivo.

El poder político privado significa la sustitución del Estado como "ilusión de comunidad" (Marx) secular, en su legitimidad contractual y en su soberanía, ajustada al Estado de Derecho y el monopolio legítimo de la fuerza (Weber), por la soberanía absoluta del capital en la toma de decisiones (proveyendo o no recursos) sin sujeción a más normas que las que derivan de las relaciones de fuerza entre los grandes grupos de inversión. Relaciones de competencia, en alianzas temporales, fusiones, absorciones y acuerdos estratégicos u otros mecanismos más o menos agresivos, como las ofertas públicas de compra extorsivas. Mecanismos con nula o escasa regulación. De allí surgen las decisiones tanto o más inapelables que las del Rey Sol.

Sin embargo, por sus formas de generación, no aparece "encarnado", ni unívoco, sino como "poder soberano difuso" (J.R.Capella). Lo cual no quita que sus decisiones sean inapelables (más aun, no hay a quién apelar), y la garantía de su cumplimiento

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es el suministro o la "huelga" de los capitales, de lo que depende la vida, como del flujo de la sangre (Harvey). Poder reforzado por los múltiples mecanismos de control y selección a través de la información y el acopio de datos, desde los que se ejerce la soberanía silenciosa, sin bandos, algorítmica. Generando súbditos complacientes de ese control y vigilancia. Seducidos por el consumo y la posesión de presuntos títulos de propiedad (Bauman).

En este panorama, el viejo Estado-nación cumple la función de gestor, ya no solo, de deudas, sino también, de inversiones, a las que dota de un supuesto carácter público en virtud de su vieja imagen, cuando en realidad oculta una verdadera satrapía: los ojos y oídos (así dijo Macri de sus ministros) del rey (financiero).

Los grandes capitalistas pueden ahora decir: "El Estado somos nosotros". En ejercicio de una metasoberanía, difusa pero efectiva.

Su toma de decisiones constituyen política en el sentido de que su conjunto, ahora en base a otras formas de legitimidad, afecta la conducta de grandes grupos humanos (R. Dahl-Foucault). "La capacidad de tomar decisiones colectivas vinculantes y llevarlas a cabo" (Claus Offe).

El Estado Absolutista

Una figura es inseparable del absolutismo francés: Colbert. Allá por los años setenta, se discutió entre historiadores y teóricos del marxismo sobre el papel del Estado absolutista en relación al capitalismo, en particular sobre el carácter y resultado de las alianzas entre la realeza, la nobleza y la burguesía mercantil. Como se recordará, uno de los puntos fue el del cambio del personal del Estado, una nueva burocracia no perteneciente a la nobleza.

Independientemente de aquellas interpretaciones, no parece discutible que ese proceso y, particularmente, las medidas de Colbert no hayan constituido una condición y un punto de partida para el capitalismo industrial, por entonces mercantil y manufacturero.

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Si esto es así, el absolutismo político, de punto de partida histórico ha devenido resultado del proceso capitalista de acumulación en el momento actual de financiarización.

Y el trabajo de Colbert fue financiero, de las finanzas reales. La economía monetaria estaba desarrollada en los Países Bajos, y Amsterdam ya tenía su Bolsa.

En un período de crisis y transición, las finanzas reales fueron la condición de un Estado moderno soberano para una economía nacional.

Jean-Baptiste Colbert fue el administrador de las finanzas del cardenal Mazarino, quien, a su vez, administraba la hacienda real de Luis XIV. Había sucedido a otro cardenal, Richelieu. Seguidor ardiente del concepto de Razón de Estado, como forma de legitimación de medidas excepcionales. Y medidas excepcionales fueron las que tomó Colbert, siendo ya el responsable de las finanzas reales. Medidas fiscales para generar una flota colonial, implantar las nuevas manufacturas reales, generar infraestructuras para el mercado, canales, rutas y puentes en los que -pese a los avatares bélicos- se asentó esa economía nacional del nuevo capitalismo. Con las disposiciones de un Estado que, en la transición, todavía se confunde con el cuerpo del rey, su encarnación ya no necesariamente divina. La legitimación teórica es el pacto con el Soberano.

Y la Ley es su voluntad, el monarca es la Ley. Ejecutada -entre otros- por Colbert, después de la destitución de Fouquet, lograda por él a través de denuncias por malversación de fondos, por las cuales, una vez derrocado le tomaron sus propiedades. Y es claro que las acusaciones no eran arbitrarias.

También se lució embelleciendo París. Claro que su gestión terminó amargamente con un Estado endeudado, pero los nuevos procesos capitalistas estaban ya en marcha. Continuidades, discontinuidades y coincidencias.

La nueva monarquía electoral

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El Reino de hoy no luce monarcas ostentosos, sí lo hacen algunos miembros de sus Cortes. Su mega y metasoberanía no posee cuerpo físico visible, es intangible, como muchas de sus capitalizaciones que conforman las armas de su poder. Son tangibles los resultados de sus decisiones. Más que arbitrarias, volátiles y volubles. Ni siquiera tienen la forma de los Acuerdos de los Organismos Intergubernamentales de Crédito.

Éstos no hacen más que "recomendar" a sus Estados miembros la aplicación de políticas de adecuación a las decisiones que surgen de la competencia de fuerzas que concentran cada vez más el capital, concentrando a su vez su poder absoluto y discrecional. Aunque esta concentración no tenga formas tangibles, corpóreas ni solemnes más que algún espectáculo en Davos para bajar línea en forma vulgar, entre otros a los propios organismos internacionales.

No se trata ya de razones de Estado sino de mercado. De capitales.

Los bancos centrales, pilares del estado moderno, dependen de ellos. Sus reservas, sus monedas y sus tasas. El Fondo Monetario Internacional perdió su función monetaria desde la inconvertibilidad y su función de crédito desde el Plan Brady, con el que los aportantes lograron cobrar sus deudas soberanas, librando a los países a las decisiones de los capitales no gubernamentales de riesgo, vale decir de la especulación. La función del Fondo es controlar que las deudas pendientes se puedan pagar, que esos capitales puedan cobrar. Lograr esto, con la famosa recesión, se está haciendo difícil; los grupos se garantizan ahora con las infraestructuras. Y la Agenda 2030 del Programa de Desarrollo de las Naciones Unidas propagandea esta estrategia como medio para el "Hambre Cero". Y los gobernantes lo repiten: "Minería o hambre", acaba de decir el Presidente Correa (Telesur, 18/01/17). Y, para ello, Trump ofrece un fabuloso plan de infraestructuras por billones de dólares.

Y los grupos ponen en los gobiernos a su propia tropa, con vestiduras locales. Entre ellos a algunos "burgueses nacionales".

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Esto se logra a través de la técnica electoral sobre la que se construyó históricamente la ilusión de la democracia representativa (nunca democrática, porque representativa).

El branding de los logos políticos y el marketing del candidato-producto, eficiente para gestionar cualquier actividad.

El ciudadano juega el papel de consumidor y, una vez que usa de su "derecho", el consumo se agota. Para el candidato la utilidad se consume ni bien fue electo, para el elector ni bien votó.

Esta técnica parece suficiente para legitimar el poder: imagen personal y sufragio. Un simple porcentual en la opción por una imagen. Con algo más de apariencia política cuando vienen de ella los que devienen gestores de negocios y, a la inversa, en esa "puerta giratoria" entre empresas y Estado. Se pierde así la identidad de los mecanismos y las lógicas clásicas de la política (que llegó a considerarse autónoma) y del Estado moderno.

Pero detrás de esa apariencia de política como mercado no hay más que formas y técnicas de mercado. La política está en las decisiones metasoberanas que no necesitan legitimación, basta la fuerza en la competencia de capitales. De allí emana el poder absoluto frente al cual todos quedamos sujetos a sus bandos. En "estado de excepción". A merced de que nos alimenten, nos vistan y nos cobijen. Sólo a los que consumen y se endeudan, quienes sin saberlo, cuando legitiman la economía de la deuda, están vendiendo a sus hijos. Los demás quedan excluidos, como decía Bauman, vagabundos. Homo sacer de Agamben.

Los sátrapas doctorados

Le asiste la razón a Alberto Bonnet cuando critica la ligera expresión "ceocracia", utilizada para caracterizar a estos nuevos gobiernos (Herramienta n° 59). A lo sumo, afirma, ella no señalaría más que un "estilo de gobierno". Estos nuevos funcionarios de carrera gerencial son los Colbert del nuevo reino.

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Jean-Baptiste no era noble, no era de los de la clase de los que gobernaban, y arribó a la carrera de los cargos cuando su padre le compró el de director de suministros de las tropas.

Propició obras públicas en infraestructura, la flota colonial del reinado, manufacturas de la corona que sirvieron de base para la nueva clase, su producción y su comercio. Por ello luego los liberales le acusarán su "dirigismo".

Hoy hay un nuevo dirigismo de un nuevo absolutismo. Con la máscara fundamentalista del libre mercado que oculta acuerdos y negocios "transparentes". Mecanismos con los que el absolutismo a través del logo estatal ejerce su poder efectivo no reglado. Las normas sólo formalizan sus decisiones heterónomas. Sus tomas de decisión que afectan la conducta y la vida de miles de millones de humanos y que, por eso, insisto, son políticas.

Decisiones tomadas en acuerdos generalmente ocultos, objeto de espionajes y delaciones. Diplomacia secreta y guerras silenciosas. De las que pocos se enteran, si no es por sus resultados. Los ministros de Hacienda, sus "ojos y oídos" entre los propios gobernantes. Técnicamente sátrapas, con masters y doctorados en Harvard. Los "expertos" con sustanciosos bonos y participaciones. Algunos también poseen sus propias empresas de las que el gobierno es una más, pero no la monarquía.

Absolutamente funcionales para custodiar la garantía de las inversiones.

La propia tropa de ellas desembarcando en el Estado, cualquiera sea su nacionalidad de origen. Tanto en los países llamados emergentes como en los desarrollados. Los capataces doctos. Ejecutores simultáneos de la dominación, la explotación y la exclusión. Sin prejuicios fronterizos, pese a los alardes del pichón de nazi, Trump.

Transiciones y fascismos

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Parece indiscutible la presencia de una transición en el modo de producir y sus relaciones técnicas de producción, con evidentes consecuencias ya en nuevas relaciones sociales e interpersonales. Sintéticamente, una producción de base cognitiva en muy distintos campos. A eso se refiere la robótica, la producción 3D, la biotecnología, las comunicaciones, etc.

Con esa transición, simultáneamente, la economía de la deuda, iniciada incipientemente ya antes de que se instalaran todos estos cambios tecnológicos, se halla en peligro. De este modo, la nueva estrategia de refugio seguro del capital financiero coincide temporalmente con esa transición.

El período absolutista fue también una transición (Poulantzas) y, como en ella, se hace necesaria una nueva forma de Estado y una nueva burocracia para terminar de imponer y consolidar la nueva forma de producir y las nuevas relaciones sociales, entre ellas, nuevas formas de propiedad.

En estas satrapías que investidas en los viejos Estados mantienen cierta imagen de ilusión de comunidad, es decir, pública, aparece la propiedad llamada participación pública privada. El concepto no es del todo nuevo, pero ahora delinea una institución "jurídica", a partir de su consagración por el Programa de Desarrollo de las Naciones Unidas, que ha sido adoptada por varios países, incluido el nuestro. Y esta forma es expresión del absolutismo político-financiero, pues la inocente palabra "participación", en todas sus aplicaciones legislativas, oculta la dirección y control real de los inversores. Oficiando de legitimación doméstica o local. Para la pequeña tribuna electoral.

Porque, en realidad, el poder absoluto ya no requiere ninguna legitimación ni divina ni secular. Como ya no es necesaria la representación popular para arribar al "poder" de la vieja forma Estado, no es necesario invocar al Pueblo trascendente, basta la técnica electoral.

Con el "aval" trascendente del Pueblo, los gobiernos aun fueron usados para pagar y seguir endeudados con otros titulares de las

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deudas soberanas (Grecia es un último ejemplo y caricatura). Que no otra cosa fueron las re-estructuraciones.

La desmesura y el desenfado de los nuevos gobiernos sin ese aval de trascendencia no tienen a nadie a quién responder ni rendir cuentas. Lo que no significa que suceda efectivamente así, pero esa es -hasta ahora- la tendencia. Preñada de conflictos, por supuesto. Por eso, el absolutismo de conjunto ha impedido todos los intentos de regulación de los Acuerdos de Basilea, que prácticamente ya cayeron en el olvido.

Y de esa declinación, abdicación de la regulación, aflora entre otras cosas la corrupción. Si no hay regla, todo vale y nada es ilícito. Se trata, en suma, de las mismas bonificaciones o incentivos para auspiciar deuda tóxica. Ahora, para promover inversiones.

Absolutismo y globalización, ¿mirada hacia atrás o hacia adelante?

La opción por el término "absolutismo" puede parecer arbitraria. La calificación de "sátrapas" para los Estados, también.

Como es sabido, las satrapías fueron una forma de gobierno establecidas más o menos cinco siglos antes de Cristo por el Imperio Persa para la administración de territorios conquistados convertidos en provincias vasallas. El sátrapa era designado directamente por el monarca para recaudar, mantener el orden y reprimir. Como Darío I no confiaba en que los sátrapas no hicieran sus propios negocios, les nombró una especie de supervisor a cada uno para asegurar la integridad de lo recaudado. De éstos se decía que eran "sus ojos y oídos". La autoridad absoluta y discrecional era la del rey, para los sátrapas quedaba la tarea de ejecutar, disponiendo de la fuerza conforme fueran las necesidades. Y para que lo hicieran bien estaban los supervisores. Función que cumplen hoy los ministros de hacienda, finanzas o economía, oriundos todos de las grandes consultoras financieras o bancarias transnacionales.

Pero, como vimos, estas formas de dominación y explotación tienen sus límites y, con ellos, las viejas formas políticas de las satrapías.

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De modo que el absolutismo tiende a imponerse con otras formas que también remedan tiempos pasados, pero no tan lejanos. Apelando a una aparente antiglobalización. Los capitales se disfrazan de nación. Y los sátrapas de nacionalistas, abriendo el refugio a las inversiones y cerrándolo a las víctimas que dejaron en el camino. Aparente protección de los nacionales para una nueva transición. Y parece que esas nuevas formas de ejecución no pueden apelar más que a una radical derechización.

Para señalar las nuevas características de muchos Estados en pos de una nueva derechización, Enzo Traverso (Herramienta 58) se inclina por el término postfascismo. Lo hace -dice- porque todavía no aparece alguno más preciso. La tentación es llamarlos fascistas. Traverso se encarga de señalar las diferencias históricas para impugnar esa tentación, no obstante, algunas características formales similares. De modo que, señalando las diferencias, la elección del nombre de pila es más o menos convencional. Traverso también se encarga de señalar las nuevas características ideológicas que encarnan estos procesos señalados como derechización radical en cada Estado.

El término fascismo, además de todas las polémicas a que ha dado lugar, está hoy muy "gastado", puesto que ha sido utilizado para nominar muy distintos procesos y conductas, a veces abusivamente.

El respetable expediente, provisorio según el mismo Traverso, del agregado de post no precisa demasiado, apenas señala una novedad, algo que no es estrictamente fascismo, y que él trata con mucha fecundidad de precisar, analizando las bases sociales de los discursos políticos de nuestro tiempo.

No es ese mi cometido, sino el de la relación entre un carácter absolutista de la dominación del capital y su naturaleza política, a través de gobernantes de los Estados que operan como protectorados. De allí que cierto "independientismo" hasta pueda resultar indiferente o hasta funcional (Bauman).

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Creo que, dispensado de cierta rigurosidad académica, es necesaria, tanto para marcar una discontinuidad en la continuidad, como para alertar sobre la gravedad y magnitud del asunto (xenofobia, muros, belicosidad, homofobia, misoginia, patriarcalismo, irracionalidad ambiental y de las otras), la utilización de un término fuerte, con una carga acusadora, contundente, condenatoria.

Y las palabras siempre se resignifican, algo nuevo se puede señalar con viejos términos. Además, esa resignificación solo es tal para quienes conocen su significado histórico, algo bastante lejano y ya poco usado por el común de las personas, dado el declive educativo global que ha fomentado el último capitalismo.

Hay hechos formales y hasta anecdóticos en los que el proceso evoca el surgimiento de una nueva burocracia. Por supuesto, no puede ser ello decisivo para proponerlo.

Se trata de algunas cuestiones que referí al pasar. Por eso mencioné a Colbert, buen gestor financiero para ejecutar políticas de recaudación que generaron en Francia la culminación de la economía mercantil capitalista, condición del capitalismo de la manufactura, transición sobre la que se basará el de la gran industria.

El personaje y el proceso tienen aristas que, aunque pueden ser anecdóticas, poseen cierta analogía. De aquéllas que Agamben no desprecia como "iluminadoras" de los procesos actuales, es decir, que ayudan a dar relieve a sus características. Como el arcaico homo sacer al actual hombre sujeto a la discrecionalidad del poder financiero, que otorga la vida y la muerte sin sujeción a ninguna regla.

La salida de la crisis financiera, acompañada de corrupción y de su acusación como elemento legitimador de la imposición de una nueva burocracia para una nueva estrategia. Con aparentes fenómenos de izquierda y con efectivos fenómenos de derecha, parece suceder en todos los continentes. Lo que hizo Colbert con Fouquet, desplazarlo por malversación, ha hecho caer varios

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gobiernos. Acusaciones directas, Temer con Dilma, Macri con Cristina, o veladamente, Trump con Obama. Anécdotas, simples coincidencias curiosas. Que desembocan en gobernar sin reglas, ni rendición de cuentas.

Otra cuestión es la transición, que no es anécdota.

Si bien la superficie de ciertos "argumentos" políticos, sea por el lado de un nacionalismo cerril, sea por el fundamentalismo "neoliberal", parecen no aportar nada nuevo al asunto del dirigismo estatal o la apertura de libre comercio, esa misma mezcla parece señalar precisamente la naturaleza del asunto. Porque la forma de la participación público-privado, esa aparente "sociedad", tiene al Estado como sinónimo formal de lo público y lo público como adjetivo material de lo privativo.

Para "asociarse" al Estado-nación, de cuyo término Estado se ha hablado y se habla tan mal, es necesario hablar entonces de la nación. Y ahí están los Trump y los Le Pen. Paradójico nacionalismo de libre mercado y mercado libre de impuestos y de reglas. Dirigismo sin más plan que la soberanía del gran capital financiero.

Transición señala acá un período, al menos un aspecto de los tiempos que venimos viviendo. Como dice Le Goff, no se trata de "cortar el tiempo en rebanadas", sino de aprehender algunas disrupciones significativas en la continuidad. Una continuidad que no es lineal, ni mucho menos un rollo de papiro que se cuenta a medida que se desenrolla. Ni un ciclo que se repite periódicamente en la historia, ni una etapa de algo prefigurado que no podemos decir que es o que será.

Pero en esas transiciones hay estrategias de dominación, espontáneas o elaboradas. Generalmente elaboradas, las de los dominantes, y espontáneas, las de los dominados.

La lucha contra el absolutismo tiene al menos un horizonte de libertad, de igualdad y de lo común, que debería ser naturalmente lo público.

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Pero esto no es fácil desde el Estado-nación, porque su imagen ha sido vaciada de lo público, lo común. Ello no ha sido expropiado solamente en su materialidad, sino en su concepto. Por cuanto lo público se ha separado de lo común, lo comunitario: la res publicae. Todo lo opuesto al absolutismo. Al devenir aquélla solo formalidad institucional. Se ha borrado hasta la idea del liberalismo de la utilidad pública.

Pero un presupuesto para una lucha eficaz, me parece, es saber distinguir qué papel juega lo que ha quedado de ese Estado, su fantasma, en las formas de dominación y explotación. Tarea bastante urgente, que sería obligatorio universalizar, si es que queremos resistir eficazmente a la barbarie absolutista.

Que, después de todo no todas fueron innovaciones y luces con el Rey Sol. Para las colonias, Luis XIV creó la Real y Militar Orden de San Luis, que recién fue suprimida con la revolución de 1789 (Le Goff). Para los pobres, inauguró la temporada de "Caza de vagabundos" y las "Casas correccionales", en las que realizaban trabajos forzados para los que así obtenían mano de obra esclava como privilegio de la corona (Dobb). Forma de unir la pobreza con la riqueza a través de la fuerza del absolutismo.

Mirando hacia atrás, entonces, la gran diferencia está en que hoy no se trata de incorporar trabajadores, sino recluir a los que sobran, cuando no exterminarlos (Bauman), si no sirven para deudores.

Y frente a ésto, aunque no haya certeza del triunfo, es una obligación intentar cambiar las cosas. re-evolucionar, re-editar la lucha contra todo absolutismo, intentar inaugurar otro período.

Quizá desde el pan y el vino. En las barricadas de París de 1789 se asaltaban las barreras aduaneras exigiendo el vino a un peso (Rudé). Deberíamos hoy exigir pan y vino gratis. Sin barreras ni muros.

www.herramienta.com.ar

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TEXTO COMPLETO EN: HTTP://WWW.LAHAINE.ORG/ABSOLUTISMO-POLITICO-DEL-CAPITAL-LAS

LOS PUNTOS CIEGOS DE LA POLÍTICA EXTERIOR DE TRUMP

Por JAVIER CORRALES 30 de marzo de 2017 https://www.nytimes.com/es/2017/03/30/los-puntos-ciegos-de-la-politica-exterior-de-trump/?action=click&contentCollection=opinion&region=rank&module=package&version=highlights&contentPlacement=1&pgtype=collection

La retórica nacionalista de Donald Trump podría convertir la simpatía de muchos en América Latina hacia Estados Unidos en recelo. CreditDamon Winter/The New York Times

AMHERST, Massachusetts — Puede que no sea preciso hablar del “presupuesto flaco” de Donald Trump porque, al menos en materia de política exterior, lo que en realidad nos está dando es un nacionalismo gordo. Los que más ganan son los militares, el departamento de seguridad nacional y, por supuesto, el muro. El mayor perdedor es el Departamento de Estado y, por lo tanto, la diplomacia. El presidente trata de intimidar más y negociar menos. Este es el sello distintivo del nacionalismo xenófobo.

Trump también está mezclando el nacionalismo xenófobo con el proteccionismo. Aún no sabemos qué tan proteccionista quiera ser el gobierno de Trump. Sin embargo, en relación con América Latina, incluso antes de revelar su presupuesto, Trump ya había mostrado una clara preferencia por el proteccionismo.

Se alejó del Acuerdo Transpacífico, que se trataba tanto del comercio de Estados Unidos con las economías emergentes del Pacífico de América Latina como del comercio con Asia. Ha destrozado el TLCAN, un acuerdo comercial que simboliza más la reconciliación entre Estados Unidos y México que un cambio en la fortuna económica de Estados Unidos. Su gobierno ha expresado reservas acerca de la normalización del comercio con Cuba y del acuerdo de paz en Colombia, un país con el que Estados Unidos tiene un importante acuerdo comercial y un historial de cooperación.

El problema del proteccionismo nacionalista es que, como ideología, es propenso a una doble ceguera: es ciego a sus exageraciones y a sus consecuencias.

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Los nacionalistas xenófobos exageran la forma en que el mundo exterior se aprovecha de su país. Los chinos están manipulando su moneda, los mexicanos les están quitando empleos, los aliados militares europeos no pagan lo que deberían pagar y el resto del mundo se está portando mal porque no siente suficiente miedo. Además, todo esto sucede “mientras estamos aquí sentados como un puñado de títeres”, tuiteó Trump.

Por lo tanto, los nacionalistas exageran tanto las ganancias relativas que otros obtienen a sus expensas como los costos relativos en que incurren sus propios países. No pueden entender el concepto de ganancia mutua –solo ven abuso.

Los nacionalistas no se oponen a todos los países. Todos tienen países favoritos que reciben favores poco usuales y a veces secretos. En la administración de Trump, al parecer Rusia se ha ganado el título de favorito.

El bravucón nacionalista produce reacciones nacionalistas. Su contraparte se vuelve más desconfiado.

No obstante, para el resto del mundo, la respuesta de los nacionalistas xenófobos es cuestionar todo y ser represivos. Aumentan sus fuerzas armadas. Hacen menos importaciones. Exigen más de sus socios. Invierten menos en diplomacia y, desde luego, asistencia exterior.

Aquí es donde aparece el segundo punto ciego. Los nacionalistas xenófobos no ven que su respuesta, paradójicamente, conduce al mismo resultado que desean atenuar. El bravucón nacionalista produce reacciones nacionalistas. Su contraparte se vuelve más desconfiado. Los nacionalistas xenófobos tienen dificultades para ver que otros responderán del mismo modo.

Lo decepcionante del proteccionismo nacionalista en relación con América Latina es que llegó en un momento en que la región se estaba acercando a Estados Unidos. Desde la Cumbre de las Américas de 1994, América Latina no había estado tan interesada en profundizar, en lugar de solo facilitar, las relaciones con Estados Unidos como en tiempos recientes.

Esto es un contraste con lo sucedido hace una década. En aquel entonces, los gobiernos antiimperialistas estaban en ascenso. Hoy, con la excepción de Nicaragua, los gobiernos antiimperialistas, alguna vez invencibles, tienen dificultades para ganar elecciones o han sido derrotados. El presidente Nicolás Maduro en Venezuela, posiblemente el líder más antiimperialista del continente americano después de Raúl Castro, se enfrenta a la mayor erosión de su poder blando en la historia.

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La nueva política exterior de Trump para la región es ciega ante este notable clima político a favor de Estados Unidos en América Latina y sus causas. Hoy en día, la mayoría de los países miembros de la Organización de los Estados Americanos tienen gobiernos que están a favor de Estados Unidos y del comercio. Además, las encuestas sugieren que no solo los gobiernos tienen actitudes favorables hacia Estados Unidos, sino también la mayoría de los ciudadanos, con la excepción de Argentina.

De acuerdo con un estudio de 2013 realizado por los politólogos Andy Baker y David Cupery, los dos factores que más contribuyen a generar actitudes pro-Estados Unidos en la región son el volumen de intercambio comercial con Estados Unidos y la cantidad de migrantes enviados a ese país. El proteccionismo nacionalista de Trump, que pretende reducir el comercio y la migración, no hará que el país tenga nuevos amigos.

Las fuerzas políticas antiimperialistas de la izquierda y los nacionalistas económicos de la derecha se harán más fuertes electoralmente. Los gobiernos que estén a favor del comercio se sentirán abandonados y, con el tiempo, podrían perder interés en promover el comercio. Como dijo el ministro de Economía de México en respuesta a los desafíos que Estados Unidos le ha marcado al TLCAN, México tiene un “Plan B” e implica “imponer un impuesto a las importaciones estadounidenses”.

Otro plan de respaldo podría ser reforzar los lazos con China. Poco después de la elección de Trump, China prometió impulsar el comercio y la inversión en América Latina. Probablemente no fue una coincidencia. China sabe que cuando Estados Unidos retrocede económicamente, ella gana al llenar el vacío.

A pesar de lo que se intuye, una reacción nacionalista en América Latina también disuadirá a los países. Tendemos a pensar que el nacionalismo, sobre todo en las sociedades postcoloniales, actúa como una fuerza unificadora, que agrupa a la nación con un efecto mediante el que se reduce la crítica a las políticas gubernamentales. Pero ahora sabemos que, en las sociedades modernas, diversificadas y globalizadas, el nacionalismo en ascenso atrae una gran cantidad de dinero en el ámbito nacional; algunos grupos se sienten orgullosos del chovinismo mientras los demás se avergüenzan.

Esta polarización plantea problemas e inestabilidad. El proteccionismo nacionalista del presidente Trump podría provocar una pérdida de gobernabilidad no solo en Estados Unidos, sino también en toda América Latina.

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La relación entre Estados Unidos y América Latina ha sido siempre complicada. Después de admirar las instituciones políticas del país y copiar muchas de ellas en sus constituciones, en la década de 1840, los latinoamericanos se volvieron recelosos porque Estados Unidos tiende a tomar más de lo que da a cambio.

Hasta el día de hoy, una minoría de latinoamericanos siguen siendo antiestadounidenses. Su actitud es ideológica –no hay nada que ese país pueda hacer para cambiar su aversión–. Sin embargo, para el resto de América Latina la actitud no es ideológica, sino transaccional. Al tratar con Estados Unidos, estas mayorías responden a la reciprocidad. Cuando perciben que Estados Unidos los trata de manera justa y equitativa —como un socio con intereses comunes más que como un jefe desapegado o desconfiado— responden de igual manera.

La nueva política exterior de Estados Unidos, con su proteccionismo xenófobo apropiadamente simbolizado en el muro prometido por Trump, podría convertir a estos simpatizantes en opositores. Cuando se aplique, esta nueva política exterior provocará una polarización nacionalista. Eso está claro. Puede que Trump no lo vea, pero es evidente como un grafiti en el muro – su muro.

Javier Corrales, profesor de ciencias políticas en Amherst College, es coautor, junto con Michael Penfold, de Dragon in the Tropics: The Legacy of Hugo Chávez in Venezuela.

LOS INTELECTUALES ESTADOUNIDENSES Y LA DECADENCIA DE LA CIVILIZACIÓN OCCIDENTAL

ESCRITO POR FERNANDO DUQUE* http://www.elclarin.cl/web/opinion/politica/21987-los-intelectuales-estadounidenses-y-la-decadencia-de-la-civilizacion-occidental.html

La intelectualidad estadounidense ha caído en una catastrófica y profunda depresión. Ella está en un estado de pánico y angustia generalizada.

Este fenómeno es particularmente evidente cuando se lee a los intelectuales y académicos especializados en el área de la política exterior y las relaciones internacionales ([i]). No obstante los llamados angustiados de Kori Schake y otros fieles partidarios del estatus quo; prestigiosas publicaciones especializadas, tales como: Foreign Affairs, Foreigh Policy, Los Anales de Ciencia Política, etc., están llenas de artículos y ensayos donde se vaticina el fin de la hegemonía estadounidense en el planeta. Se señala con miedo y nostalgia cómo el actual orden mundial creado por el Presidente Franklin Delano Roosevelt, entre 1933 y 1945, y continuado por todos los presidentes desde Truman hasta Obama; está ahora agonizando y al parecer, nada ni nadie puede salvarlo ([ii]).

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¿Cómo se puede entender y explicar este gigantesco cambio paradigmático en la política mundial?

Los Estados Unidos, con espectacular éxito, iniciaron la creación del actual orden mundial en el año 1933. Esto se hizo cuando el Presidente Roosevelt decidió, con brillante sabiduría y gran inteligencia politológica, tirar a la basura las ideas liberales extremas, libre cambistas, monetaristas y anti-estatistas propias de un capitalismo salvaje y corrupto, y que había sido el culpable de causar la gran depresión de 1929. Roosevelt, con el firme apoyo de la elite nacionalista y patriota, decidió levantar la economía del país mediante el uso inteligente y productivo de las instituciones del Estado existentes. Es más, el Presidente creó muchas nuevas instituciones estatales destinadas a diseñar e implementar un gigantesco plan de desarrollo económico de tipo Keynesiano. Este era un proceso de desarrollo calibrado que beneficiaría a todas las clases sociales del país y muy en particular a los más pobres. El “Nuevo Trato” rooseveliano consistió en hacer crecer la economía usando la maquinaría estatal como principal motor y luego distribuir el ingreso y la riqueza en forma mucho más equitativa y justa ([iii]).

Luego, con la entrada de los Estados Unidos a la segunda guerra mundial en 1941, las ideas del “Nuevo Trato” y la satisfacción de las cuatro necesidades humanas básicas, hizo también extensivo este “Nuevo Trato” a todo el planeta. La segunda guerra mundial se ganaría, no sólo para derrotar al fascismo, sino también para reducir la injusticia y la pobreza planetaria. Las colonias europeas serían liberadas y todos los seres humanos tendrían derecho a una vida digna, segura y próspera. Todo este grandioso plan global naturalmente se implementaría una vez que los alemanes, japoneses, italianos y fascistas de la Europa Oriental, hubiesen sido borrados de la faz de la tierra ([iv]).

Tan pronto como la segunda guerra mundial terminó, el “Nuevo Trato” de Roosevelt fue aceptado por los países de la Europa Occidental. No obstante, este plan fue rechazado por la Unión Soviética y los comunistas asiáticos. En años posteriores, el “Nuevo Trato” dio origen al proceso de descolonización del planeta y también al proceso de integración de la Europa Occidental. Todo esto se hizo con numerosos tratados que crearon y consolidaron la Comunidad Europea y la Alianza del Atlántico Norte ([v]). El mundo occidental iba a por fin cumplir el sueño de los grandes pensadores que por muchos siglos habían imaginado un mundo mejor. Más parecido a las ideas de Locke, que al terrible y tiránico modelo de Hobbes ([vi]). Sin embargo, a pesar de todas estas buenas ideas e intenciones, el siniestro destino humano determinó otro camino y otros resultados muy diferentes.

La generación de estadounidenses y europeos occidentales, nacidos después del fin de la segunda guerra mundial, se crearon y educaron con valores éticos y morales muy distintos a los de sus padres y abuelos. Los “Baby Boomers” en Estados Unidos ya no estaban dispuestos a seguir sufriendo con estoicismo, los sacrificios que sus antepasados habían sufrido. Muy por el contrario, estas nuevas generaciones de occidentales, se creían con el legítimo derecho a ser felices y gozar de la vida con la que habían soñado por generaciones. Un cambio cultural trascendental también se dio en la Europa Occidental. Las creencias religiosas básicas del protestantismo luterano – calvinista fueron cuestionadas radicalmente. Fue así como las cinco reglas sagradas de esta religión fueron negadas y rechazadas. El protestantismo, uno de los componentes esenciales de la civilización occidental, atesora cinco dogmas y normas fundamentales para alcanzar la salvación de la muerte y así, obtener acceso a la vida eterna y entrar al cielo junto a Dios (Teoría de la Salvación). Según Adam Smith, Max Weber, Joseph Schumpeter y recientemente, David McClelland; las cinco reglas básicas de la salvación protestante son:

Trabajar productivamente, usando mucha fuerza física, esto con la idea de agotarse con un trabajo de sol a sol, para sí dormirse agotado físicamente, dormir profundamente e impedir que el demonio introduzca sueños pecaminosos.

Evitar el consumo superfluo. El uso de joyas, ropas finas y otros lujos constituía el pecado de la vanidad, y este definitivamente cerraba las puertas del cielo.

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El dinero ahorrado, fruto del trabajo productivo y el consumo estoico, debía ser usado por los empresarios y emprendedores en la expansión constante de sus actividades y empresas. La expansión de los negocios era también un mandato divino, y ello se hacía para dar trabajo a los cristianos menos talentosos y menos dotados por Dios. En otras palabras, si se quería obtener la salvación, era preciso crear nuevos lugares de trabajo, y esto se hacía con la expansión constante e inteligente de las actividades productivas.

Pagar buenos salarios a los trabajadores. Esto no era sólo un mandato divino de justicia laboral, sino también era una regla económica esencial. Una masa salarial con buenos sueldos producía una creciente demanda de los bienes y servicios producidos por las industrias y las empresas. Buenos salarios permitían un consumo permanente y esto evitaba catastróficas crisis depresivas por falta de demanda.

Por último, se obligaba al empresario a despojarse de todos sus bienes terrenales antes de morir. Era preciso volver a ser pobre y esto se hacía donando toda la fortuna acumulada a fundaciones dedicadas al mejoramiento de la condición humana. Esta era la norma más importante, ya que la Biblia señalaba repetidamente que, “era más fácil que un camello pasara por el ojo de una aguja, que un rico entrara al reino de los cielos”.

Todo lo anterior, es una versión muy resumida de la teoría protestante de la salvación. Si se cumplían las cinco reglas y se tenía una vida y una conducta similar a la de los santos de la Biblia, entonces existía la posibilidad de que Dios eliminara el nombre del buen empresario y lo sacara de la lista de los condenados al infierno y al fuego eterno ([vii]). En Europa Occidental, el desbande y destrucción de la ética protestante se produjo mucho antes que en los Estados Unidos. La revolución religiosa anti-protestante dejó a las iglesias vacías. La juventud de la post-guerra, comenzó a vivir una vida hedonista, epicúrea y relajada que habría avergonzado a sus antepasados. El narcisismo rápidamente remplazó al estricto estoicismo protestante. Este deterioro ético se dio particularmente en la Europa del norte, ya que la Europa mediterránea del sur siempre ha sido aplastantemente católica. En el sur de Europa, la salvación se consigue si se siguen con cuidado los numerosos ritos católicos que permiten el perdón de los pecados y la salvación ([viii]).

En los Estados Unidos nació la generación hippie, y esta generación cuestionó a fondo los anticuados y obsoletos valores protestantes. Un punto de inflexión clave fue la masiva reunión de hippies en Woodstock y otros eventos masivos, donde millones de jóvenes estadounidenses vivieron semanas de jolgorios y diversión constante. La drogadicción y el sexo descontrolado produjeron un fenómeno social muy parecido al que muchos siglos antes había terminado con el Imperio Romano de Occidente. La vida licenciosa había que vivirla ahora, ya que ella era demasiado breve e incierta. Décadas después de la era hippie, el individualismo extremo, el fanático amor por el dinero, el deseo por consumir todos los lujos posibles que la modernidad podía otorgar y la diversión constante; muy pronto reemplazaron el estoicismo espartano de sus antepasados. El individualismo y egoísmo extremo remplazó el espíritu de asociatividad y comunidad. El individualismo también creó una aterradora soledad. La búsqueda desesperada por el lucro, la ganancia y fortuna fácil, pasaron a ser los objetivos principales de los empresarios, burócratas y trabajadores estadounidenses ([ix]).

Toda esta decadencia ética y moral se hizo mucho más profunda y grave cuando la Unión Soviética dejó de existir en 1990. Con este espectacular triunfo geopolítico, el peligro mayor para la sociedad narcisista estadounidense dejó de existir. Ahora si se podía gozar de la vida sofisticada y civilizada sin las permanentes preocupaciones de la Guerra Fría. Como resultado de este cambio paradigmático en las relaciones internacionales, Occidente terminó por relajarse totalmente. Los trabajadores perdieron productividad y los burócratas y ricos empresarios se corrompieron a niveles jamás antes alcanzados. Los financistas y banqueros, el núcleo de la clase dominante, hicieron prestamos de dinero a personas que no tenían los ingresos suficientes para devolver el dinero solicitado. Se produjo de esta forma una explosión artificial del consumo y esto gradualmente creó una

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gigantesca burbuja crediticia, particularmente en el sector inmobiliario de la economía. Cuando finalmente la burbuja explotó, las deudas ya no se pudieron pagar. Los bancos se apoderaron de las propiedades y muchas de ellas quedaron abandonadas. Esta catástrofe económica creó las condiciones suficientes y necesarias para crear la gran recesión del año 2007 – 2008 ([x]).

El gobierno del Presidente Bush (hijo) y luego el gobierno del Presidente Obama, carentes de toda ética, salvaron a los dueños de los bancos corruptos. Así, trillones de dólares se invirtieron en mantener a flote la industria financiera y bancaria. Los ejecutivos bancarios culpables de la crisis, en vez de ser encarcelados (o fusilados como se hace en China), recibieron bonos de millones de dólares como compensación por la pérdida de sus cargos. La gran recesión se logró estabilizar en los Estados Unidos en el año 2010, pero ella estalló con más fuerza en Europa y produjo mayores destrozos a la economía mundial entre los años 2011 y 2014. Posteriormente, la gran recesión continúo su devastador avance por el planeta, cuando su marea recesiva penetró en el Tercer Mundo, arruinó a decenas de países y sociedades ([xi]).

Toda esta gigantesca catástrofe moral y ética en la civilización occidental, ha determinado un cambio paradigmático en la evolución del planeta. Desde fines del siglo XV, la civilización occidental gracias a su ética de trabajo, su superior nivel de organización y sus enormes avances en la ciencia y en la tecnología, fue capaz de conquistar el mundo. Desde Colón hasta la primera guerra mundial, Occidente dominó totalmente el planeta. Pero ahora, a mediados de la segunda década del siglo XXI, todo esto está cambiando. Ahora, los pueblos económicamente efectivos y eficaces son los pueblos pertenecientes a las civilizaciones previamente aplastadas, dominadas y humilladas, particularmente la enorme civilización asiática. Ellos son ahora los pueblos que controlan la riqueza mundial. Ya en términos de poder de compra, desde el año 2015, China es el país más poderoso y rico del planeta ([xii]). Esta más que claro, que el país que controla la riqueza del mundo también controla la política planetaria. Esto lo dijo Henry Morgenthau en 1945. Dijo textualmente “Nada sería más terrible y amenazador para la seguridad de occidente, que los países menos desarrollados que ahora son más de la mitad de la población mundial, se enfrasquen en lucha económica contra los mucho menos poblados pero mucho más industrializadas y avanzadas naciones del Oeste” ([xiii]).

Ahora en el año 2017, la población de la civilización occidental (Europa occidental, Estados Unidos, Canadá, Australia y Nueva Zelanda) no llega al 10% de la población planetaria, el otro 90% restante está conformado por las civilizaciones no occidentales, que aún se encuentran en un proceso accidentado de desarrollo económico. Es, precisamente este fenómeno, el que está produciendo pánico entre los expertos occidentales especializados en relaciones internacionales y que publican sus trabajos en revistas especializadas estadounidenses. Ahora son los países en desarrollo, particularmente China, la que se ha transformado en la locomotora del crecimiento mundial. Es necesario recordar que estos países también han sido capaces de dominar la ciencia y la tecnología y en particular las ciencias informáticas. Además, varios de estos países tienen cohetes intercontinentales armados con bombas nucleares. Siendo este último aspecto, el elemento que redefine las relaciones internacionales del mundo.

Es por todos estos gigantescos cambios geopolíticos y económicos, que en el último número de la revista Foreigh Affairs, su editor Gideon Rose escribió una importante introducción titulada “¿En qué consistió el orden liberal?”, dando a entender claramente que este orden ya no existe. Casi sin excepción, artículo tras artículo, la revista expresa un agudo sentido de pánico por lo que podría producirse en un futuro próximo. Se teme que el Presidente Donald Trump, verdaderamente cumpla con sus promesas nacionalistas y aislacionistas. Se teme con pavor, que pronto, el planeta se encuentre desprovisto de soldados y bases militares estadounidenses, hasta ahora esparcidas por todos los rincones de la tierra. Naturalmente que sin soldados en ultramar, los Estados Unidos inmediatamente dejan de ser el hegemón mundial, y también pierden su liderazgo en la civilización occidental ([xiv]). Rose señala además, que un gran cambio paradigmático se viene encima y esto puede alterar la vida de millones de estadounidenses y también de miles de millones de seres humanos en todo el mundo. Se señala

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textualmente: “Después de la más inusual elección en la historia moderna de los Estados Unidos, viene la más inusual transición y este período será seguido por la más inusual presidencia. Por lo tanto, es hora de dar vuelta la cara y confrontar lo extraño y aterrador” ([xv]).

Rose agrega que las corruptas elites globales deben reconocer que las masas, a las cuales ellos desprecian mientras tratan de cambiar el mundo, son inmunes a sus deliberaciones. Las masas están muy conscientes de lo que les sucede (la falsa consciencia ya se perdió). Luego el autor en su introducción, hace mención de algunos trabajos destacados. Parte con el artículo de Walter Russell Meads, quien con claridad describe y define la gran revuelta jacksoniana que catapultó a Donald Trump al poder y lo hizo obtener una espectacular y para muchos, inesperada victoria electoral. Meads, señala que el deseo principal de los votantes de Trump, es defender con fuerza su propia cohesión social y espíritu de comunidad. Los trumpistas perciben que están bajo un ataque feroz desde arriba, por parte de la corrupta elite, y desde abajo, por parte de las corruptas masas ([xvi]).

Luego Rose analiza el trabajo de Arthur Brook. Este académico lamenta la tremenda pérdida de la dignidad por parte del pueblo estadounidense. Se critica que a los cosmopolitas, envueltos en sus burbujas de terciopelo, necesitan ver la espantosa realidad que viven sus conciudadanos más pobres y olvidados. Agrega que los furiosos populistas de Trump, deben tomar una pausa y pensar con calma. Una cosa es ganar pleitos electorales, desprestigiando con razón a las corruptas elites políticas y económicas durante el calor de la campaña electoral. Pero otra cosa muy distinta, es hacer lo mismo cuando se tiene a la elite aplastada, arrinconada y bajo control. Los partidarios de Trump deben ahora pensar que tienen la responsabilidad por el futuro de cientos de millones de personas en casa y también por billones de seres humanos en el extranjero ([xvii]). Posteriormente, Rose comenta el artículo de John Paulson. Este explica cómo se aumentará la velocidad del crecimiento económico y aquí, el intervencionismo estatal, el nacionalismo económico y el proteccionismo; son elementos esenciales. Parte central de la estrategia de Paulson, es la reducción de impuestos. Se piensa bajar los impuestos de las empresas del 35% a sólo el 15%. Y también se reducirán los impuestos de aquellas empresas que retornan a los Estados Unidos el capital ganado en el extranjero. El plan concluye con una sustancial reducción de regulaciones innecesarias y promueve la explotación del petróleo de esquisto (fraking) ([xviii]).

A continuación Rose analiza el trabajo de Stewart Patrick. Este autor hace notar los efectos catastróficos para el orden internacional si Trump cumple con su programa. Señala que 14 presidentes estadounidenses han decidido que los Estados Unidos deben asumir y mantener el liderazgo mundial. Si Trump cumple con su programa, este orden mundial, que tanto trabajo y tesoro ha costado, definitivamente morirá. Su política extrema nacionalista y aislacionista terminará con todas las alianzas pro estadounidenses y así el país se quedará solo. A Trump no le importa el mundo creado por los Estados Unidos en 1945, y luego fortalecido y consolidado durante siete décadas de historia. Todo esto significa que la dominación económica y política de occidente llegará a su fin. El poder pasará a otras civilizaciones y muy en particular a la civilización china. Los Estados Unidos se quedarán sin aliados. En conclusión, para Patrick, si Trump cumple con su programa, tanto el orden creado por Roosevelt como el orden creado después de la caída de la Unión Soviética, habrá dejado de existir. Es así como el caos se dejará caer sobre el planeta y este caos creará un reordenamiento de alianzas inestables, algo parecido a lo que el mundo sufrió antes de la primera guerra mundial. Patrick, finaliza diciendo que todo lo que ha pasado en el mundo es catastrófico y gravísimo pero nadie parece preocuparse ([xix]).

Este profundo pesimismo y apatía de los tiempos que corren, es capturado por Michael Grove quien señala que el pueblo estadounidense está aburrido, cansado y hastiado de los expertos que mandan en Washington y que hay una guerra declarada entre el pueblo y la elite ([xx]).Por último, Rose hace mención del artículo de Tom Nichols. Aquí se explica la expansión de la gigantesca ignorancia colectiva que afecta hoy en día a los Estados Unidos y a la Europa occidental. Se argumenta que con pueblos incultos y desvinculados del quehacer político de las sociedades donde ellos viven, la democracia liberal es imposible. Se argumenta con

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fuerza que esta ignorancia cívica eventualmente será la causa principal de la caída de la civilización occidental ([xxi])([xxii]).

Conclusión

En la larguísima historia de las civilizaciones, la mayoría de ellas mueren por dos causas principales. Primero, porque sus habitantes se corrompen totalmente y en sus fases finales de descomposición social, cometen suicidio político. Se niegan a defenderse de ataques agresivos e invasiones organizadas por civilizaciones más jóvenes y aun subdesarrolladas. Esto fue lo que le ocurrió al Imperio Romano de Occidente. Los ciudadanos dejaron de pagar sus impuestos y así el Estado no tuvo dinero para pagar a los mercenarios que los defendían. De esta forma, Roma colapsó bajo el ataque e invasión y ocupación de las tribus bárbaras del norte que previamente había defendido (por dinero) sus fronteras. Frontera que separaba a Roma de las numerosas tribus de blancos salvajes que vivían en los densos e impenetrables bosques del norte.

Las civilizaciones también mueren cuando se produce el llamado “dilema de Tucídides”. La civilización más vieja y consolidada, mantiene su ética y lucha con ferocidad para defender sus pueblos y ciudades. No obstante, una civilización más joven y vigorosa acumula más poder económico y militar y así logra vencer a la vieja civilización hegemónica. Esto fue lo que le ocurrió a la civilización griega cuando ella fue finalmente derrotada por la emergente y más vigorosa civilización romana.

Hoy en día, la civilización occidental, con Estados Unidos a la cabeza, debería entender y comprender los sabios consejos de Samuel P. Huntington. Él recomienda que Estados Unidos debiera dejar de ser el policía mundial, traer sus tropas a casa y concentrarse en resolver los inmensos problemas que hoy afectan a los Estados Unidos. El coloso del norte debe primero poner su casa en orden y luego asumir el liderazgo de la civilización occidental. Junto con los líderes de las otras seis grandes civilizaciones, Estados Unidos debe asumir su rol en el nuevo Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas y colaborar en la solución de los problemas mundiales. Este nuevo consejo, formado por siete miembros permanentes, debería establecer procedimientos adecuados para enfrentar y resolver crisis globales. Cada miembro permanente es a su vez, líder de su respectiva civilización y su responsabilidad principal es promover la paz y el desarrollo socioeconómico de los países que conforman la civilización que este líder dirige. Cada líder civilizacional debería adoptar un estricto código de conducta donde se prohíbe la interferencia en los asuntos internos de las otras civilizaciones. Los problemas intercivilizacionales serán la responsabilidad del nuevo Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas. Las otras civilizaciones pertenecientes a este consejo son la ortodoxa, con Rusia como su líder, la civilización asiática con China como su líder, la civilización musulmana con Irán como si líder, la civilización India, la civilización latinoamericana con Brasil como su líder y la civilización africana con Sudáfrica como su líder.

No obstante este optimista escenario, existe la posibilidad de que la corrupta elite estadounidense asesine al Presidente Trump o logre sacarlo del poder mediante acusaciones constitucionales u otros mecanismos legislativos. En el caso de que la corrupta elite estadounidense recupere el poder presidencial; entonces las posibilidades de una tercera guerra mundial aumentaran en forma exponencial. El planeta deberá prepararse para el Armagedón, tantas veces vaticinado por sabios, filósofos y profetas. En este caso, se cumplirá la profecía de Oswald Spengler y así occidente morirá al comienzo de la tercera década del siglo XXI. Occidente habría así cumplido más de 200 años de decadencia invernal.

[i]Uno de los pocos autores que insiste en la continuación de la política cosmopolita e imperialista es Kori Schake. En su artículo publicado en Foreign Affairs de enero – febrero 2017 y titulado “¿Abandonará Washington el orden? La falsa lógica de la retirada”. Schake analiza y comenta dos recientes libros

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que proponen continuar con la política cosmopolita implementada por el Presidente Obama en los últimos 8 años. Los libros en referencia son el de Robert Lieben, titulado “La retirada y sus consecuencias” y el libro de Elect Cohen “El gran garrote y los límites del poder blando”. Ambos autores apoyan con mucha fuerza la idea de mantener y reforzar la actual hegemonía estadounidense. Ellos insisten que se debe seguir con la política de la unipolaridad, y más aún, reclaman que el orden liberal debe seguir expandiéndose por el planeta. Afirman que el no continuar con la política exterior de los últimos 85 años, traería consecuencias fatales para los Estados Unidos y sus aliados. Ambos autores concluyen, que la civilización occidental y su supervivencia dependen de decisiones y acciones valientes que hoy día se tomen.

[ii]Ver el último volumen de Foreign Affairs, edición marzo – abril 2017 y que está dedicado por entero a lamentar la defunción del actual orden mundial.

[iii]Ver Alvin Hansen y C.P. Kindleberger “LA TAREA ECONÓMICA DEL MUNDO DE POST-GUERRA”. Foreign Affairs, abril 1942; Hamilton Fish Armstrong “DATUN POINT” Foreign Affairs, octubre 1943; Henry Morgenthau “BRETON WOODS Y LA COOPERACIÓN INTERNACIONAL”. Foreign Affairs, febrero 1945.

[iv]Íbid.

[v]Gideon Rose “¿EN QUÉ CONSISTIÓ EL ORDEN LIBERAL QUE YA SE FUE?” Foreign Affairs, snap shot marzo 2017.

[vi]Íbid.

[vii]Para un análisis más detallado de la Teoría de la Salvación y de su impacto sobre la conducta de los empresarios, burócratas y trabajadores, sírvase ver Weber, M. “ÉTICA PROTESTANTE”. Gradifco, Buenos Aires 2004; Parsons, T. “TOWARD A GENERAL THEORY OF ACTION”. Cambridge Mass 1953; McClelland, D. “THE ACHIEVING SOCIETY”. The Free Press, New York 1961; Almond, G. and Verba, S. “THE CIVIC CULTURE”. Brown and Co, Boston 1963; Landes, D. “LA RIQUEZA Y LA POBREZA DE LAS NACIONES”. Gradiva, Lisboa 2002; Veliz, C. “THE NEW WORLD OF THE GOTHIC FOX. CULTURE AND ECONOMY IN ENGLISH AND SPANISH AMERICA”. University of California Press, Los Angeles 1994; Huntington, S. “WHO ARE WE? THE CHALLENGES TO AMERICA'S NATIONAL IDENTITY”. Simon and Schuster, Nueva York 2004.

[viii]Samuel P. Huntington, “WHO ARE WE”, op. cit.

[ix]Íbid.

[x]Nial Ferguson. “EL TRIUNFO DE DINERO”. Sudamericana, Buenos Aires 2008.

[xi]F. Duque “LA GRAN RECESIÓN QUE AÚN NO TERMINA”. Diciembre 2016.

[xii]J. Joffe “THE DEFAULT POWER”.Foreign Affairs, septiembre – octubre 2009.

[xiii]H. Morgenthau“BRETTON WOODS AND INTERNATIONAL COOPERATION”.Foreign Affairs, febrero 1945.

[xiv]Gideon Rose “WHAT WAS THE LIBERAL ORDER?”.Foreigh Affairs, marzo – abril 2017.

[xv]Íbid.

[xvi]Walter Russell Meads“THE JACKSONIAN REVOLT. AMERICAN POPULISM AND THE LIBERAL ORDER”. Foreigh Affairs, marzo – abril 2017.

[xvii]Gideon Rosen, op cit.

[xviii]John Paulson “TRUMP AND THE ECONOMY”. Foreigh Affairs, marzo – abril 2017.

[xix]Stewart Patrick“TRUMP AND THE WORLD ORDER. THE RETURN TO SELF-HELP”. Foreigh Affairs, marzo – abril 2017.

[xx]Gideon Rosen, op cit.

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[xxi]Íbid.

[xxii]Se podría argumentar que esta es una nueva especie de “FAMILISMO AMORAL”, catastrófica enfermedad que Banfield usó para explicar la falta de democracia en Italia y también en el resto de la Europa del sur a principios del siglo XX. E. Banfield “THE MORAL BASIS OF A BACKWARD SOCIETY”. The Free Press, Illinois 1958.

F. Duque Ph.D.

Cientista Político

Puerto Montt

31 de marzo de 2017

NO SER DE IZQUIERDA

http://www.elciudadano.cl/2017/03/30/371140/no-ser-de-izquierda/ RICARDO CANDIA CARES

En alguna entrevista olvidada el tirano se definió como ni de derecha ni de izquierda. Años más tarde el poeta Nicanor Parra afirmaba que él no era ni derecha ni de izquierda, luego de decir que Pinochet había sido un salvador de la patria.

El no ser de izquierda ni de derecha ha sido desde siempre una manera de quedar bien con todos, partiendo por quedar mal con las ideas que alguna vez se sostuvieron. Ha sido un recurso rasca para sacarle el culo a la jeringa.

Para ser bien vistos. Para evitar el qué dirán.

En los hechos, definirse como ni de izquierda ni de derecha es más bien un recurso simplista y populista, un pragmatismo que tarde o temprano pasa la cuenta.

Se quiera o no, el mundo está dividido entre aquellos que les importa un pepino el futuro de la tierra, que alientan guerras, exterminios y saqueos de las riquezas de otros, que consideran a los pueblos del mundo, a los pobres, a los desheredados, a los desterrados, a las víctimas de la voracidad de las grandes economías, como sujetos indeseables a los que hay que eliminar como sea.

Es la derecha mundial la que combate la pobreza matando pobres.

Y en el otro extremo, esos mismos pueblos, esos y otros, hacen esfuerzos aunque no siempre los mejores, para superar el capitalismo, enemigo de la gente pobre, de la vida, de la supervivencia de la humanidad.

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Muchos sostienen a duras penas las banderas de la revolución, y varios han intentado experiencias socialistas sin mucha pericia, las que cayeron luego del derrumbe del socialismo del este de Europa.

La izquierda sigue viva aunque no haya sido capaz de construir una propuesta que interprete de mejor manera lo que pasa en el mundo y muestre un camino. O varios.

No ha sido capaz de entender ni mierda de la realidad, en sus intentos por encontrar soluciones a la altura de sus respectivos ombligos.

Algo similar sucede en Chile.

Luego de ser arrasada por la tiranía, y sin haber sido capaz de derrotarla de verdad, la izquierda quedó en un limbo del que aún no puede salir.

A algunos ex zurdos les incomoda su pasado. Y otros se han blanqueado al extremo de encontrar cierta razón en la gestión del tirano, luciendo un vitíligo ideológico del que se pavonean en algunas actividades donde se codean con aquellos que alguna vez pudieron asesinarlos y hacerlos desaparecer.

El efecto que produjo la refundación que impulsó a sangre y fuego la dictadura, tuvo un efecto tal, que la izquierda aún no logra salir del estado de shock que le produjo la irrupción de los celulares, las antenas parabólicas, los autos y las tarjetas de créditos en las poblaciones callampa.

A la izquierda le cambiaron la fisonomía del pobre.

Así, ha sido más fácil para muchos quedarse esta temporada de complicaciones en el seguro y sosegado mundo que ofrece el camino del medio, en donde las cosas pueden ser, y pueden no ser. En donde lo que era, quizás no haya sido y lo que importa es el ahora concreto, en contante y sonante

Veamos el caso de casi todos los partidos que alguna vez formaron la Unidad Popular. Revolucionarios de copete a rabo, intransigentes rebeldes de camisas verde oliva y un 38 en la cintura, apurones que veían en Allende a un timorato socialdemócrata, proto guerrilleros audaces y barbados.

Hoy se desvelan por las pocas prestaciones que trae el último Audi.

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En el país en que vivimos, la izquierda ha vivido pulverizada, sonámbula y necia. Con una increíble inclinación hacia lo que no va para ninguna parte, hace soberbios intentos en aquello que no sirve.

Sin embargo, pocas veces como hoy en un tercio de siglo la papas se han dado tan propicias para la irrupción de una fuerza nítidamente de izquierda, con un perfil propio y musculatura adecuada a los tiempos que se viven.

La carcoma de la corrupción y la desvergüenza ha atacado sin misericordia a todo el espectro político, a las Fuerzas Armadas y a los empresarios.

Las instituciones, partiendo por la presidencia de la república, ha caído en el descrédito de la mano de negocios truchos, nepotismo, tráfico de influencias, malabares y acomodos difíciles de clasificar.

Y allá lejos, la gente hastiada de la explotación, la mala vida, el desprecio, la contaminación, arracimados en poblcaiones en las que se reproducen todas las plagas, envenenados su tierra, el aire, el mar, mal curada de sus enfermedades, mal educados sus hijos, abandonados los viejos, sigue a la espera de que alguien diga algo con algún sentido de rebeldía contra tanta mierda.

Y cuando el horno estaba para bollos, cuando los estudiantes se atrevieron a incomodar a los prepotentes en el poder generando cierto optimismo, cuando esos chascones seguido por centenares de miles que hablaban de corrido y expresaban ideas claras y rebeldes, se proponían abrir las Alamedas y que parecían ofrecer un rostro nuevo a la pálida izquierda que aún quedaba en los rincones oscuros y en los bares de exiliados, entonces cuando las cosas estaban en un curso interesante, esos rebeldes se declaran no ser de izquierda.

Y ahora, agrupados precariamente en el Frente Amplio, se definen como “ciudadanos”. Y agregan: La gente no se ubica en el eje derecha izquierda. Otro fin de la historia.

Veremos hasta donde va a llegar ese pragmatismo puro y duro, herramienta usada por la Concertación y la Nueva Mayoría durante todo este tiempo de “ciudadanos”, en los que la derecha se ha cansado de repetir esa misma monserga que ahora escuchamos en el Frente Amplio: la dicotomía izquierda derecha está superada.

¿Cuánto va a durar el Frente Amplio sin que naufrague en su pragmatismo?

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Declararse no de izquierda para algunos es una manera de esconderse. En este país ser de izquierda, genuinamente de izquierda, siempre ha sido un riesgo que a veces se paga con la vida.

Ser de izquierda implica la demostración de cierto valor y la decisión de asumir el costo de pasarlo mal cuando las cosas no van tan bien y cuando el enemigo, la derecha y el imperialismo, cree que los zurdos se están pasando de la raya.

Jamás ser de izquierda ha sido cómodo. Para ésta han sido más los años de persecución, cárcel, destierro, tortura y muerte, que los asociados a la calma chicha.

Por eso, si algo se aprendió en los duros años del tirano, es que para ser de izquierda se requiere una dureza que solo se encuentra en el pueblo llano y en aquellos cuyo origen es distinto, pero que asumen los costos de un valor que en el último medio siglo ha tenido páginas de extraordinaria y terrible nobleza y heroísmo.

Salvador Allende es el ejemplo más vivo y presente. Él era de izquierda.

Ricardo Candia Cares

UNA IZQUIERDA EN RECONSTRUCCIÓN: DEL PARADIGMA AUSENTE A LA ACCIÓN TRANSFORMADORA

http://ctxt.es/es/20170329/Firmas/11915/socialismo-izquierda-comunismo-populismo.htm

Cuando el espectro del comunismo ya no recorre Europa y la sombra de la socialdemocracia no tiene

densidad para hacerse notar, es momento de plantear una democracia inclusiva desde el

conocimiento, la moral, el compromiso y la acción política

JOSÉ ANTONIO PÉREZ TAPIAS

CRISTINA BARBARROJA

Más allá de retóricas y proclamas vacías, lo cierto es que la izquierda no acaba de reencontrarse a sí misma en un mundo en el que han cambiado las coordenadas en que nos movíamos. Hablamos de mundo globalizado,

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de mercado mundial, de capitalismo financiero, de Estados impotentes, de redes sociales, de relaciones interculturales, de guerras asimétricas, de amenazas transfronterizas... Y la izquierda, ésa que ha pasado a ser calificada de "tradicional", ya en versión socialdemócrata, ya en versión comunista, es la que se había movido en el esquema de un mundo bipolar, de mercado nacional, de Estados fuertes, de estructuras estables, de clases sociales identificadas, de fronteras claramente delineadas... Ese mundo ya no existe. El mundo de ahora, distinto en virtud de la revolución de las tecnologías de la información y la comunicación, del nuevo capitalismo erigido sobre ellas, y de los fuertes cambios en las realidades sociales, políticas y culturales, ofrece una realidad que reclama un nuevo paradigma. Es el paradigma AUSENTEque la izquierda aún no ha llegado a elaborar. ¿Será posible hallar un nuevo paradigma, que pudiera ser, por ejemplo, marco idóneo para una propuesta socialista puesta al día? ¿Qué pasó con las banderas rojas? Parecería que a la izquierda también vendría a cuadrarle el dicho del MANIFIESTO COMUNISTA de que "todo lo sólido se desvanece en el aire". Cuando el espectro del comunismo ya no recorre Europa y la sombra de la socialdemocracia no tiene densidad para hacerse notar, es momento de repensar qué ha sido de la izquierda y ver qué puede ser. Si la izquierda queda sumida en titubeos respecto a su crisis de identidad, falta de proyecto, carencia de programa o pérdida de su base social –todo ello relacionado con la oligarquización de las estructuras partidarias, con muchos dirigentes polarizados en torno a su carrera política--, será la derecha la que siga con su hegemonía desde la ideología neoliberal y sus complementos neoconservadores.

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Política frente a una globalización económica antipolítica En el contexto de un mundo globalizado, la izquierda que perdió el hilo es la izquierda a la que le ha ocurrido tal cosa por no haberse enfrentado al problema de fondo, que no es otro que el hecho de que la política como tal se vea engullida por el "gran mercado del mundo" --dicho en términos calderonianos-- al que nos ha llevado el proceso de globalización. La gran paradoja es que esa crisis de lo político es a su vez resultado de un determinado proyecto político. Es verdad que el mundo globalizado en el que estamos es el mundo configurado sobre todo como gran mercado capitalista, con el capitalismo financiero como dominante, pero de tal manera que esa misma configuración se ha visto impulsada por el proyecto neoliberal. Éste ha sido el proyecto puesto en marcha inicialmente por los Friedman y Hayek desde mediados del pasado siglo, para reconfigurar el mundo a la medida de las exigencias del nuevo capitalismo, el cual, con la exaltación del mercado y la denostación del Estado, se aseguraba un clima en contra de toda regulación política de la economía y a favor del ESTADO MÍNIMOpreconizado por el norteamericano Nozick. Con su economicismo a ultranza, con su visión antropológica individualista, con una concepción de las relaciones sociales en términos de mitificada competitividad, con una valoración negativa del Estado como depredador de las riquezas de los ciudadanos, con una mentalidad tan refractaria a lo público como encandilada por lo privado, el neoliberalismo no ha dejado de actuar como proyecto político encaminado a disolver la política, o incluso a erigir en lugar de ésta una antipolítica resultante de la distorsión de la política al cercenar las condiciones que hacen que ésta sea posible.

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CUANDO EL ESPECTRO DEL COMUNISMO YA NO RECORRE EUROPA Y LA SOMBRA DE LA SOCIALDEMOCRACIA NO TIENE

DENSIDAD PARA HACERSE NOTAR, ES MOMENTO DE REPENSAR QUÉ HA SIDO DE LA IZQUIERDA Y VER QUÉ PUEDE

SER Fue ante la hegemonía neoliberal como la socialdemocracia sucumbió ideológicamente, dejándose llevar a su terreno por la Tercera Vía de Tony Blair, con la pretensión de situarse "más allá de la izquierda y la derecha", según Giddens. Era el viaje al centro que una y otra vez emprenden los partidos socialdemócratas, sin evaluar cómo dejan atrás señas de identidad y elementos programáticos. Tony Judt ya dijo sobre tal deriva del laborismo británico que ALGO FUE MAL. Con un neoliberalismo fortalecido como ideología dominante y una socialdemocracia en retirada, el capitalismo de la era de la globalización ha encontrado las circunstancias adecuadas para su expansión irrestricta. El debilitamiento de lo político comportado por tales circunstancias ha supuesto la reducción de los Estados a un papel subalterno, así como el despliegue avasallador de un capitalismo capaz de afirmar su fuerza incluso a través de esos "poderes salvajes" denunciados por Luigi Ferrajoli. ¿Qué queda, entonces, de la política? Es imperiosa la necesidad de acometer su reconstrucción democrática, ubicándola en las nuevas coordenadas que brinda un mundo muy distinto del de épocas anteriores. Convocatoria sin demagogia para un "pueblo" sin populismo Sabido es que en estos momentos de cuestionamiento de los esquemas políticos tradicionales, de agotamiento de modelos de organización heredados del pasado, es frecuente que a nuevas formaciones en el panorama político se les aplique el rótulo de POPULISMOcon

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intención de descalificar lo nuevo. No hay sino que considerar con cierta ironía que quienes no se han privado de caer en comportamientos populistas a base de discursos demagógicos, ahora acusen tan a la ligera a otros de lo que ellos han practicado. Pero de todas formas, atentos hay que estar para que no se verifiquen los riesgos de lo que en serio se pueda considerar populismo. Es importante atender a cómo se utiliza, de forma explícita o de maneras implícitas, la categoría "pueblo" que se halla al fondo de proyectos de reconstrucción política que intentan dejar atrás las referencias del pasado apelando a nuevos protagonismos políticos. Lejos de concepciones etnicistas, si toca a la izquierda apelar al PUEBLO es para promover la constitución de un sujeto político capaz de configurar frente al poder una mayoría en torno a reivindicaciones colectivas, convocando sobre todo a quienes, estando en la periferia del sistema político, pueden removerlo para hacerlo efectivamente inclusivo, también respecto a la población inmigrante. Lo subraya el filósofo Jacques Rancière: la democracia es el sistema que se define por la inclusión de quienes protagonizan el acto político de constituirse como pueblo al expresar su disenso y reivindicar sus derechos, de forma que el principio de igualdad opere contra asimetrías excluyentes.

LA DEMOCRACIA ES EL SISTEMA QUE SE DEFINE POR LA INCLUSIÓN DE QUIENES PROTAGONIZAN EL ACTO POLÍTICO

DE CONSTITUIRSE COMO PUEBLO AL EXPRESAR SU DISENSO Y REIVINDICAR SUS DERECHOS

Es importante lo que Judith Butler señala tras recordar que "el pueblo se halla dividido según líneas de clase": es necesario tener en cuenta que "el objetivo final de la política no es simplemente levantarse todos juntos para dar un nuevo significado al 'pueblo', aunque a veces sea un gesto importante para lograr un cambio

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democrático radical". Movilizado el pueblo para dicho cambio la clave es que se constituya en DEMOS, conjunto de ciudadanas y ciudadanos dispuestos a reivindicar y ejercer sus derechos. La ciudadanía es así sujeto "demo-crático" que desde su pluralidad exige igualdad, reubicándose por ello en el eje izquierda-derecha, justo para acabar con la distancia entre "arriba" y "abajo. Conjugar la pluralidad, superando toda pretensión de monopolio, es camino para evitar resbalones populistas, por una parte, o caídas en la irrelevancia política, por otra. Pistas para reconstruir la izquierda ¿Será posible, en medio de las crisis en que estamos inmersos, reencontrar los rasgos que perfilen de nuevo la identidad de una izquierda atenta a los hechos a la vez que con capacidad de alternativa? Cabe hallar algunas pistas en torno a estos puntos: --La izquierda es un LUGAR EPISTÉMICO, es decir, un lugar desde el que desplegar una visión crítica de la realidad social y, tras el conocimiento crítico, erigir alternativas frente a lo criticado: encubrimientos ideológicos, prácticas de dominio, realidades injustas, amenazas medioambientales... --La izquierda es un PUNTO DE VISTA MORAL, que por otra parte nunca se ha de pretender acaparar, desde el cual se asume el compromiso de una opción ética, políticamente mediada, por los objetivos de justicia, de libertad, de igualdad que es necesario promover para conseguir una sociedad a la altura de la dignidad humana. --La izquierda es VOLUNTAD DE COMPROMISO, capaz de articularse en formas de participación política y organización democrática como vías imprescindibles para la transformación social necesaria, alentando el protagonismo de ciudadanas y ciudadanos que desde sus más diversas condiciones –mujeres y hombres,

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trabajadores, jóvenes y mayores-- se involucran en sus propios procesos de emancipación y de reconstrucción solidaria de la realidad social. --La izquierda es una POSICIÓN POLÍTICA, identificable como contrapuesta a las posiciones de las derechas, desde la cual sostener proyectos y programas encaminados a ser alternativa a las políticas neoliberales y conservadoras. --La izquierda es ACCIÓN TRANSFORMADORA, convirtiendo la rebeldía en capacidad de cambio teniendo a la vista, frente a lo existente, el horizonte de lo aún no logrado que se puede conseguir, activando la esperanza desde un imprescindible bagaje de memoria histórica. Si todos estos ingredientes se conjugan tomando en serio lo que ha de ser una democracia inclusiva, haciendo propio el feminismo, replanteando modelos ecológicos de desarrollo, recusando las mitificaciones engañosas, acentuando las exigencias de laicidad, recuperando la conciencia republicana y relanzando lo que puede ser un proyecto socialista reformulado para el mundo globalizado en el que estamos..., podemos reconstruir el perfil de una izquierda identificable. De ella habrá que decir que se trata de una izquierda que ha de ser reconocible en sus diversos rostros y voces. Nadie tiene el monopolio de la izquierda, pues nadie tiene ni la patente ni la exclusiva de lo que sea esa izquierda que, al fin y al cabo, se verá definida por sus prácticas. En política, se es lo que se hace.

AUTOR

• JOSÉ ANTONIO PÉREZ TAPIAS

Es miembro del Comité Federal del PSOE y profesor decano de Filosofía en la Universidad de Granada. Es autor de INVITACIÓN AL FEDERALISMO.

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ESPAÑA Y LAS RAZONES PARA UN ESTADO PLURINACIONAL. (Madrid, Trotta, 2013)

LA AUTOCRACIA EN AMÉRICA

José Antonio Aguilar Rivera http://www.nexos.com.mx/?p=31929

La sociedad norteamericana ha tenido pocos observadores tan agudos como el aristócrata francés Alexis de Tocqueville, que visitó Estados Unidos al comienzo de la tercera década del siglo XIX. Ese viaje produjo una notable obra sociológica que impulsó a la fama a su autor: La democracia en América. El acertijo que intrigaba a Tocqueville era: ¿por qué el gobierno representativo en ese país, a diferencia de Francia o las nuevas repúblicas hispanoamericanas, sobrevivía y florecía? Estaban entonces en boga variopintas explicaciones: desde las geográficas hasta las raciales. Ninguna convencía al joven funcionario que tenía menos de 30 años. Las instituciones políticas de nuestros vecinos le parecieron notables, pero ahí tampoco encontró la clave de su excepcionalismo. La razón estaba en otro lugar: en las costumbres de individuos que se asemejaban mucho entre sí. La igualdad, descubrió, había prohijado singulares hábitos que hacían posible —pero que también amenazaban— a la democracia en Estados Unidos. El momento político que vivía ese país cuando lo conoció Tocqueville es significativo. Estaba en la presidencia un populista, Andrew Jackson, con quien Donald Trump se ha identificado explícitamente. Tan era claro para él que las instituciones no eran las responsables del éxito norteamericano que utilizó el caso de México para ilustrar su punto: “La constitución de Estados Unidos se parece a esas bellas creaciones de la industria humana que colman de gloria y de bienes a aquellos que las inventan; pero permanecen estériles en otras manos. Esto es lo que

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México ha dejado ver en nuestros días. Los habitantes de México, queriendo establecer el sistema federativo, tomaron por modelo y copiaron casi íntegramente la constitución de los angloamericanos, sus vecinos. Pero al trasladar la letra de la ley, no pudieron trasponer al mismo tiempo el espíritu que la vivifica. Se vio cómo se estorbaban sin cesar entre los engranajes de su doble gobierno. La soberanía de los Estados y la de la Unión, al salir del círculo que la constitución había trazado, se invadieron cada día mutuamente. Actualmente, todavía, México se ve arrastrado sin cesar de la anarquía al despotismo militar y del despotismo militar a la anarquía”.

Si Tocqueville tenía razón y eran las costumbres las que mantenían a la república, entonces era muy difícil saber realmente qué tan buena era la constitución de ese país. ¿Qué pasaría si el “espíritu que vivificaba” a la constitución norteamericana se extinguía o se transformaba radicalmente? Dejaría de ser, finalmente, una nación excepcional para asemejarse a las demás. ¿A las latinoamericanas? Eso es lo que ha ocurrido en Estados Unidos. La presidencia de Donald Trump es la constatación de que la infraestructura espiritual de ese país parecería haberse normalizado. Nada obliga a los actores políticos a acatar las declaraciones de inconstitucionalidad de la Suprema Corte. No hay ley que impida a un presidente burlarse o cuestionar la autoridad de un juez federal. Esas cosas no las hacían los mandatarios porque su conducta —y la de sus conciudadanos— era regida por ciertos hábitos o costumbres, críticos, vitales, para el sostenimiento de la república y que ahora simplemente han desparecido, por lo menos en una buena parte de la sociedad de ese país. Es muy pronto para saber las consecuencias de ello (Trump

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ha acatado las órdenes de los tribunales, por el momento), pero el riesgo no es hipotético.

Conviene reparar en dos observaciones de Tocqueville para entrever el futuro de la democracia en Estados Unidos. La primera es que en una democracia el único freno real a las pulsiones populares, como las que encarna Trump, es la judicatura. Son los abogados quienes constituyen una especie de aristocracia. “Por nacimiento e intereses”, escribió, “el abogado pertenece al pueblo, pero en sus hábitos y gustos es un aristócrata y es así que constituye el vínculo natural entre la aristocracia y el pueblo”. El único contrapeso real al poder del demagogo serán las instituciones pobladas por estos aristócratas que sienten una repulsa natural al populismo, ya sean demócratas, republicanos o independientes. El único freno que en los primeros 100 días ha encontrado Trump han sido los tribunales.

La otra observación es la admonición de que las sociedades igualitarias son proclives a un despotismo de profundos alcances. Una sociedad ensimismada, donde muchos no se preocupan de las cosas en común (en la elección de 2016 más de 40% del electorado no votó), donde los individuos son débiles, es el caldo de cultivo para la tiranía. Las democracias, en el sentido social del término, tienen un instinto natural a despreciar los derechos individuales. Ello es evidente en la actualidad. El argumento de sacrificar los derechos de algunos para lograr metas colectivas (hacer “grande” de nuevo al país, la seguridad, el pleno empleo, etcétera) es muy poderoso y la sociedad norteamericana tiene una debilidad de origen frente a esos reclamos.

La otra salvaguarda de una sociedad libre es la prensa. Y tal como lo previó Tocqueville, el protoautócrata se ha

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encontrado con ella de frente, al grado de declararla su enemiga. Tocqueville creía que la democracia proporcionaba sus propios antídotos al despotismo, en la forma de hábitos de libertad: una prensa libre, libertad de asociación, tribunales independientes, etcétera. Sin embargo, parecería que por primera vez en su historia ese país enfrenta el peligro real de convertirse en un despotismo como el que avizoró Tocqueville. Veremos cómo esa nación no excepcional lidia con la amenaza.

José Antonio Aguilar Rivera Investigador del CIDE. Autor de La geometría y el mito. Un ensayo sobre la libertad y el liberalismo en México, 1821-1970 y Cartas mexicanas de Alexis de Tocqueville, entre otros títulos.

ENTREVISTA A JOAQUÍN MIRAS ALBARRÁN SOBRE PRAXIS POLÍTICA Y ESTADO REPUBLICANO. CRÍTICA DEL REPUBLICANISMO LIBERAL

“EL INTERÉS DE ESTA TRADICIÓN DE LA ESCUELA DE SALAMANCA ESTÁ EN QUE LAS REVOLUCIONES QUE INSTAURAN LA CONTEMPORANEIDAD FUERON 'IUSNATURALISTAS'”

https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224828

Salvador López Arnal

Rebelión

Entre otras muchas cosas, algunas de ellas recordadas y comentadas en anteriores conversaciones aquí publicadas, Joaquín Miras Albarrán es miembro-fundador de Espai Marx y autor de Repensar la política y Praxis política y estado republicano.

***

Seguimos en la segunda parte del libro. Recuerdo a los lectores la situación. Esta parte se titula "La República es una cultura común de vida. Crítica del republicanismo liberal". Abarca las páginas 75-225. Está divida en seis capítulos y un apartado de conclusiones. El primero de los

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capítulos se titula: "Tres republicanismos y sus momentos históricos". En él seguimos situados. Te refieres aquí, en un determinado, momento a la Escuela Salmanticense. ¿Nos haces un breve resumen de las aportaciones de esta escuela? ¿Por qué tu interés por ella?

La Escuela de Salamanca es la denominación de una corriente filosófica que aúna la filosofía con el derecho. Tiene por tanto como finalidad reflexionar sobre la organización de la sociedad humana.

¿Cómo, por qué surge?

La escuela surge como consecuencia de la necesidad de abordar los problemas morales que los cambios sociales que constituyen el inicio de lo que denominamos la Edad Moderna ocasionan: el Estado Moderno, absolutista, y su monstruosa capacidad de sostener guerras de una duración y violencia inusitadas, hasta entonces desconocidas, al poseer ejércitos permanentes, armados con una eficiencia antes incomparable y sostenidos por una hacienda central organizada, inagotable, que aporta sostenidamente recursos y hace que los ejércitos no se disuelvan. Y la colonización, la barbarie de la colonización. Ambos acontecimientos marcaron la historia de la humanidad. La plata americana y el Estado burocrático con su "monopolio de la violencia" convirtieron al mundo, por primera vez en un ente unido: se derrota y se hunde el Imperio turco, etcétera. El cambio tremendo de época es aferrado por estos pensadores que tratan de darle respuesta, desde el "iusnaturalismo" –igualdad universal de todos los seres humanos- y el republicanismo aristotélico: los "derechos de las "repúblicas indias". Posteriormente, este pensamiento, surgido en la universidad de Salamanca, y en las universidades conectadas con la misma –el granadino jesuita Francisco Suárez era profesor de Coimbra, universidad que financiaría sus investigaciones sobre De Legibus, obra que se publicaría en primer lugar, allí, y, en segundo lugar en Lyon, antes que en Castilla-, se desarrollaría y correría por todo occidente: Francia, Holanda, Alemania, Inglaterra…

Soy más concreto ahora. Francisco de Vitoria es el fundador de la escuela y hablaba de cuatro derechos naturales. ¿Qué derechos son esos? ¿Es razonable hablar de ellos muchos siglos después?

Los derechos son cuatro: derecho natural universal a la libertad, a la vida y los recursos que la sostienen, a la república –el ser humano es zoon politikon, res publica es la traducción de polis- y al tiranicidio. Todo ser humano, por el hecho de serlo tiene estos derechos, "por naturaleza". Incluido el de dar muerte a cualquiera que trate de dañar alguno de ellos, así sea el rey. Son derechos que se suponen otorgados por Dios, y por tanto, no preservarlos es pecado contra Dios. El tiranicidio regicida está

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tratado por Juan de Mariana. El tiranicidio contra el papa, por Francisco de Vitoria: también la iglesia es una res publica. Ésta, sin embargo, fundada por Cristo, es una república no universal como la humana civil, sino aristocrática: episcopaliana –estas teorías serían episcopalianas, "crudamente radicales" porque dudo que los episcopalianos actuales, los anglicanos británicos, tan mesurados, etc., estuvieran por ningún tipo de tiranicidio; pero es que son monárquicos, no son respublicanos. Serían los obispos los que podrían recurrir en su caso al tiranicidio contra un papa tirano. La fuente del derecho civil es la comunidad de la res publica y, por ello, una ley no reconocida ni aceptada por los hombres es tiranía.

¿Dónde reside el interés de esta tradición?

El interés de esta tradición está en que las revoluciones que instauran la contemporaneidad fueron iusnaturalistas. Tanto las masas revolucionarias francesas, como sus intelectuales orgánicos, se levantan elaborando, teorizando sus necesidades, auto concibiéndose a sí mismos, según una weltanschauung, una visión del mundo iusnaturalista, trascendentalista, religiosa aún: por última vez. La cultura masiva campesina de resistencia y lucha contra el poder, que se inicia en Francia a fines del XVll, una verdadera cultura comunal de resistencia, o "economía moral de la multitud", que es la que termina desembocando en la Revolución Francesa, de 1789, expresaba, elaboraba sus demandas en términos iusnaturalistas, religiosos, los que los párrocos habían difundido durante siglos, y que era el cuerpo intelectual de que disponían. No fue La Enciclopedia, que era un instrumento burgués y aristocrático, difundido entre clases acomodadas ni las ideas ilustradas, las que permitieron la reelaboración revolucionaria de la experiencia y la cultura de resistencia campesina. Por todo ello, precisamente Antonio Gramsci escribe que la Revolución Francesa fue "una herejía católica". También los cuadros intelectuales, los fieles hasta la muerte al movimiento popular y campesino, personas como Robespierre, como Saint Just, Gregoire, Coupé, muchos de ellos curas, los dos últimos citados por ejemplo, fueron iusnaturalistas. El iusnaturalismo muere con la revolución Francesa, tal como explica en un importante libro Florence Gauthier.

¿En qué libro? ¿Dónde reside la importancia de este libro de Florence Gauthier?

El libro, no traducido al castellano, es Triomphe et mort du droit natural en Révolutión. 1789-1795-1802 Ed. PUF, Paris, 1992, aunque sé que hay una reedición posterior ampliada. El libro documenta cómo es el pensamiento iusnaturalista, mejor dicho, la filosofía de derecho natural, es el que inspira la Revolución Francesa, una revolución que se acoge a este pensamiento o se expresa a través del mismo porque es un

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pensamiento que posibilita la articulación de un proyecto universalista, igualitario, de masas, no un proyecto social nuevo para la burguesía, tal como lo elaboraba el grueso de la Ilustracion, los Filósofos economistas o "Fisiócratas" etc.

Me repito cuando afirmo que era el cuerpo intelectual compartido no solo por los intelectuales, sino que era el pensamiento cuyos rudimentos los párrocos habían difundido durante siglos y, por tanto, el cuerpo intelectual al que accedía el campesinado y las clase sociales subalternas. En el mundo protestante, era la Biblia, en Gran Bretaña, la Biblia de Fisher, creo recordar, el cuerpo intelectual accesible a las clases subalternas que les permitía reflexionar, expresar sus experiencias y reelaborarlas. Gerrard Winstanley, el digger, "oyó la voz de Dios".

La derrota de la Revolución Francesa da paso a la extinción de este pensamiento

Prosigue, te he interrumpido antes. Hablabas de que el iusnaturalismo muere con la revolución francesa.

En primer lugar y en lo inmediato, lo mata el liberalismo, la nueva ideología orgánica de la nueva clase ascendente, que domina tras la revolución, la burguesía. Sabedora de que el iusnaturalismo ha sido el orgánico, la weltanschauung de las masas populares democráticas, persigue ese pensamiento, lo ridiculiza, lo hace desaparecer. También el desencantamiento del mundo.

A partir de la Revolución Francesa, con la Edad Contemporánea, se impone una nueva experiencia social, y una nueva Weltanschauung o cosmovisión, laica. Hasta entonces, todos los debates y contradicciones del mundo social, las luchas de clases, las nuevas experiencias históricas de las nuevas fracciones sociales históricas emergentes, etc se habían expresado dentro de la cosmovisión religiosa. Unas veces esos resultados de la creatividad humana eran integradas, otras veces no y eran consideradas "herejías". Franciscanos, carmelitas descalzos, jesuitas, o cátaros, valdenses, taboritas, o Luteranos, etc etc. Era la ruptura de la hegemonía.

Tal como insisten dos grandes estudiosos de Gramsci, de su noción de Revolución Pasiva, etc. E.P. Thompson, y Raymond Williams, el ejercicio de la hegemonía consiste no tanto, no sólo, en organizar formas de vida que permitan a los subalternos poder vivir, cuanto en ser capaces de integrar y dar salida a la perpetua creatividad humana generada por los subalternos.

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Pero volvamos sobre la historia de la cosmovisión religiosa, de la que forma parte el Iusnaturalismo, que es su elaboración histórica final…

De acuerdo, pero recuérdanos antes brevemente el concepto de revolución pasiva si no te importa.

Revolución pasiva es el concepto que elabora Gramsci para explicar cómo la clase dominante es capaz de desarticular el movimiento de masas organizado que lucha por generar una alternativa de orden social y, en consecuencia, cómo es capaz de acoger en su proyecto –cuando lo es-, parte, al menos de las nuevas demandas generadas por las clases explotadas. Cómo las integra y da salida de forma que se vuelva a crear un consenso social. Va acompañado de lo que él denominaba "transformismo". Paralelamente a la integración de parte de las demandas vitales que han sido impulsoras de la movilización, y que son satisfechas, se descabeza al movimiento de masas organizado que luchaba contra el orden social existente. Esto se logra ejecutando una política hacia los intelectuales orgánicos, esto es, hacia las gentes que han dado estabilidad organizativa al movimiento en lucha. A una parte, se les persigue asesina, encarcela o exilia, dentro de una política terrorista general. A otra parte se la integra como personal político o personal en puestos de organización social. Se les ofrece posibilidad de ascenso social. Este ascenso, esta cooptación social, va haciendo que estas personas vayan cambiando paulatina e imperceptiblemente. Queda a lo sumo la vieja retórica, el vocabulario vacío, pero ellos ya no son lo que fueron. El nuevo vivir, la nueva actividad cotidiana desarrolla en ellos una nueva antropología, que se crea día día, pero de forma incontenible. Como surge en el hambriento abandonado en medio de una cordillera, pero que tiene la posibilidad de alimentarse de carne humana la nueva personalidad caníbal –es ejemplo de Gramsci- y acaba no reconociéndose en aquel otro que él había sido, y que se horrorizaba tan solo con la idea del canibalismo.

Otra interrupción. Acabas de hacer referencia a E.P. Thompson. Te copio un breve fragmento de Gonzalo Pontón, de su ensayo La lucha por la desigualdad. Una historia del mundo occidental en el siglo XVIII, p. 484. El siguiente: "Edward Thompson escribió sobre la profunda alienación existente entre lo que él llamaba cultura patricia y cultura plebeya. No estoy del todo de acuerdo con estas denominaciones: la cultura que la burguesía construyó durante el siglo XVIII era una cultura mercantil, "patricia" si se quiere, pero también era, sobre todo, "plebeya", pues había surgido de la base popular, de la que ahora renegaba, y la impronta de su vulgaridad no dejó de atormentarla durante todo el siglo como un estigma". ¿Algún comentario por tu parte? Como me imagino que no vas a permanecer en silencio largo tiempo, dejémoslo aquí por el momento.

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Vale, de acuerdo, sigo pensando pero ya sé que voy a responderte

AMÉRICA LATINA NECESITA REVOLUCIONES RADICALES

https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224861 Manuel Alejandro Hernández Barrios

Mesa redonda

La Revista Contexto latinoamericano de la editorial Ocean Sur vuelve al escenario del debate político y el rescate de la memoria histórica del continente. Editada por primera vez en 2006, tiene como objetivo promover las ideas de izquierda y la necesidad de la unidad en América Latina.

Contexto Latinoamericano se edita dos veces al año y está dividida en cinco secciones. En el número de la revista que se presentó este jueves 30 de marzo en La Habana se hace énfasis en la crisis económica y en la situación de los movimientos sociales de la región latinoamericana. A los retos del actual contexto latinoamericano estuvo dedicado el espacio televisivo Mesa Redonda que tuvo como invitados a un grupo de colaboradores de esa publicación.

Sobre la situación mexicana, lo que ha significado para ese país el nuevo muro de Donald Trump y de las perspectivas que se abren el político y antropólogo mexicano, Gilberto López Rivas, comentó que “la llegada de Trump a la presidencia fue un tanto sorpresiva desde el punto de vista que los grandes medios predecían.

“Para México ha significado un golpe porque el discurso de Trump coloca a los mexicanos como el chico expiatorio para ganar votos de los sectores abandonados de la sociedad norteamericana.

“En Estados Unidos hay una ruptura y una continuidad. La continuidad es que demócratas y republicanos representan el mismo sistema de explotación imperialista que hemos padecido y la misma política migratoria. Obama expulsó a más de dos millones de migrados, representó la guerra de los drones, dobló las fuerzas especiales que existían en el gobierno de Bush.

“Las dos veces que hemos recibido intervenciones norteamericanas en el territorio mexicano fueron presidentes demócratas los que nos invadieron. El gobierno de Obama fue belicista y guerrerista.

“El Tratado de Libre Comercio fue un golpe para la economía latinoamericana. Desapareció la capacidad autosustentable de la

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alimentación en México. Desaparecieron 700 mil pequeñas y medianas industrias desde 1994 hasta la fecha.

“El muro ya fue iniciado con Bill Clinton. Lo más significativo hasta el momento fue el aumento del presupuesto militar, que es el más grande desde que se tiene memoria en los Estados Unidos.

“La política de Trump por extensión puede llegar a toda América Latina porque sus políticas migratorias criminalizan a los inmigrantes. Ahora hay un endurecimiento de las leyes contra la migración. La llegada de Trump deja la puerta abierta para que surjan sentimientos xenófobos. Su política es una falsedad total.

“El gobierno de México ha tomado una actitud vergonzosa. Una afrenta al sentimiento y la dignidad de los mexicanos. El gobierno de México ha participado en el voto de la OEA contra Venezuela. Para nosotros el gobierno de Peña Nieto es de traición nacional. Es endeble para responder a los retos”.

Respecto al asesinato de los periodistas, y la violación que existe contra estos profesionales, y las causas de estos hechos, el periodista Walter Raudales, novelista y académico de El Salvador comentó que “Centroamérica padece dos grandes dramas: la migración y la inseguridad. La inseguridad nos está desangrando. Las causas son múltiples, pero se resumen en las estructuras económicas que provocan pobreza y que obligan a los ciudadanos a buscar mejores condiciones de vida.

“El triángulo norte de Guatemala, Honduras y El Salvador tienen una relación y un pacto con Estados Unidos de ayuda económica a cambio de varios temas de relación. Los Estados Unidos ayuda con aporte económico y los países se comprometen a desarrollar campañas de no migración.

“Además, Almagro en la OEA ha tenido una posición vergonzosa. Estados Unidos ha querido presionar a El Salvador, que mantuvo una posición digna y de no intervención a otros países y votó a favor de Venezuela.

“El Salvador está padeciendo un golpe múltiple atacado desde distintos flancos. A nuestro gobierno no se le ha dado ni un minuto de descanso. Nos atacan a nivel económico. Hay una crisis fiscal asfixiante que tiene ya su impacto en la población. Hay una situación de golpe judicial parecido a lo ocurrido en Brasil donde a través de la corte suprema de justicia y de la fiscalía misma se crea una serie de investigaciones a personajes de

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izquierda que ha creado una clara inclinación de inequidad sobre temas de corrupción.

“Además, tenemos la intervención descarada de la actual embajadora de Estados Unidos, que ha tenido un papel participativo he injerencista en las elecciones de El Salvador.

“En el país hemos reducido los índices de homicidio de 24 diarios a 11, aunque este número todavía es escandaloso, pero es un resultado importante. Existe una guerra mediática permanente donde se aplica la ley del hielo y se ocultan temas de noticias y de situaciones favorables a la población, y se tergiversan las informaciones.

“Hay una permanente presencia para perturbar la presión social en el país. Hay una presión en la región para crear en El Salvador la Comisión investigadora de corrupción que se creó en Guatemala, y en Honduras. Pero por qué no la ha creado en México, en Perú, en Colombia, o en Brasil. El tema de la corrupción es de izquierdas y se lo ha dejado quitar.

“La guerra no solo llega desde lenguajes suaves, sino que también es lingüística, cultural. Estamos en un embate del Imperio bastante alarmante, y tenemos que entender el momento en el que estamos.

“Todos los organismos donde hay seres humanos estamos propensos a la división. Y si penetraron el Kremlin, cómo no lo van a hacer con los partidos nuestros. No debemos perder la perspectiva ni la visión de hacia dónde vamos. Considero que muchos en la izquierda de América Latina no han actualizado su forma de interpretar la realidad. Ya no se puede vivir sin entender lo que está pasando con la tecnología”.

El periodista y escritor Jorge Enrique Botero, vive en la Colombia que ha recibido una especie de bocanada de aire fresco con el nuevo Acuerdo de Paz. Sobre la situación que presenta ese proceso evaluó que “después de los cuatro años de conversaciones del proceso de paz no puedo traer buenas noticias porque es mucho más fácil hacer la guerra que hacer la paz.

“Los acuerdos eran fantásticos, fueron avalados por la comunidad internacional y por las naciones unidas como un documento de gran trascendencia que puede ser objeto de referencia permanente para próximos procesos de paz en el mundo. Pero de la letra a los hechos hay mucho trecho.

“Desde la firma de esos acuerdas a nuestros días han sido asesinados 70 líderes sociales y populares de Colombia en las zonas agrarias donde

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operaban y tenían su área de influencia las FARC. El gobierno no ha aceptado la sistematicidad de estos asesinatos. La violencia persiste en vastas zonas de Colombia.

“Son contados con los dedos de las manos los presos que han salido de las cárceles. Más de 3000 todavía permanecen allí, así como ciudadanos colombianos acusados de apoyar a las FARC. Las Zonas a donde se desplazaron los guerrilleros para realizar la dejación de armas todavía no son completadas como prometió el gobierno. Hoy todavía no están a un 20 % de su completamiento. De tal forma que la situación de los guerrilleros todavía es precaria.

“El proceso se ha sostenido por la voluntad política expresada por las FARC de cumplir a cabalidad los acuerdos. Hoy en día después de que los guerrilleros fueron visibilizados, el nivel de popularidad de la imagen favorable hacia las FARC ha llegado al 20 % del total de la población.

“Si hay una buena señal alentadora del acuerdo es el anuncio que hizo Cuba de que va a otorgar 1000 becas para estudiar medicina a guerrilleros y combatientes como a los familiares de los integrantes del conflicto armado.

“La parte final de los acuerdos fue apresurada. Pero también hay un problema de voluntad política. La ultraderecha ha hecho una campaña de satanización del proceso que ha dicho que la irrupción de las FARC en la escena política colombiana va a llevar al país al Castro-chavismo. Con eso le meten miedo a la gente y crean una situación de pánico.

“La oligarquía de Colombia se ha comportado históricamente de manera sanguinaria que ha querido resolver todas las contradicciones a punta de violencia. Otra constante histórica de esa clase colombiana es la trampa y el engaño. Hay alertas rojas, el movimiento social está encima de los acuerdos, vigilándolos para que se cumplan y también existe una buena participación internacional para cuidar el cumplimiento de los acuerdos”.

En América Latina gobiernos con evidentes logros sociales son derrotados en las urnas. En Ecuador la situación está bastante apretada. Sobre las contradicciones que explican estos hechos el doctor Alberto prieto Rozos, profesor titular y académico de Número de Cuba, explicó que “en 1959 no había países revolucionarios en América Latina. Triunfo la Revolución Cubana que desató el ciclo de tránsito social. Se desató una lucha que fue derrotada en todos los países menos en Nicaragua.

“Los guerrilleros fueron derrotados por su divisionismo. En 1979 triunfo el sandinismo, que fue derrotado en las urnas en 1990, año en que parecía

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que el fin de la historia iba a llegar como dijo Fukuyama. En ese momento Fidel y Lula lanzan el Foro de Sao Paulo. Nueve años después Chávez gana las elecciones. En un período de una década a partir de entonces hubo triunfos de la izquierda que volvieron a llegar al poder.

“Hoy en día existe el ALBA, una integración revolucionaria, paralela a la integración mayor que incumbe a toda América Latina, que se expresa en la CELAC y que todavía tiene conservadores en su interior.

“Se ha tratado de imponer una votación contra Venezuela. Ha cambiado la situación en América Latina. Para que un proceso revolucionario sea definitivo depende no solo de los ataques del enemigo. No son solo las armas las que defienden un proceso revolucionario, sino el cambio de conciencia. El principal mérito de la población cubana es el cambio de conciencia que hoy en día no tiene la compostura moral de los años. La Revolución cubana logró el milagro de mejorar a las capas más humildes mediante una participación activa de las masas en ese proceso.

“Cuando hay un proceso de beneficio para las masas, pero sin la participación de ellas, la moral no cambia, la conciencia seguirá siendo la de antaño. Hablamos de la ofensiva de la derecha, pero Chávez ganaba más del 70 % en las elecciones y la oposición ganaba más del 50 %. En Colombia el tratado de paz tuvo un 65 % de abstención y un 38 % en contra. Eso es un fenómeno político, eso debe alertar a las vanguardias que algo están haciendo mal, porque las vanguardias se mantienen en el poder cuando saben interpretar las tradiciones y los anhelos de la masa.

“Lo que cambia la conciencia de las masas es la participación. Cuando la persona participa, cambia su moral. La conciencia soporta todas las vicisitudes. La conciencia se adquiere mediante una participación activa. Mientras las vanguardias no logren una unificación es difícil lograr una victoria popular duradera”.

Fuente: http://mesaredonda.cubadebate.cu/mesa-redonda/2017/03/31/america-latina-necesita-revoluciones-radicales/

“LA REVOLUCIÓN ES DE ENTRADA DECIR NO AL PODER QUE HAY”. ENTREVISTA

Wassyla Tamzaly http://www.sinpermiso.info/textos/la-revolucion-es-de-entrada-decir-no-al-poder-que-hay-entrevista

Con su pelo blanco, su chal al cuello, su mirada algo perdida ante un café o, si es de madrugada, una copa de whisky solo, sin hielo, Wassyla Tamzali (Argel, 1941) podría parecer la funcionaria jubilada de Naciones Unidas que es: un cuarto de siglo al servicio de la Unesco, dirigiendo

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programas contra la discriminación de las mujeres desde 1979. Desde París a Pekín, desde Bosnia a El Cairo, con varios libros en su haber –en España está, entre otros, su combativo ensayo EL BURKA COMO EXCUSA (Saga Ed. 2010)– y unos cuantos premios, un doctorado de honor en Bruselas y frecuentes invitaciones a encuentros internacionales, como el TresFestival de la Fundación Tres Culturas en abril de 2016, donde la entrevista Ilya Topper para la web M’SUR.

Pero cuando se le coloca delante una grabadora o un micrófono, su voz se vuelve precisa, acusadora, lanza las palabras como dardos contra un blanco: parece de nuevo la abogada que fue hace exactamente 50 años, en los juzgados de Argel donde –es fácil imaginarlo– su afilado discurso salvaría a más de un acusado, condenaría a otros. Esta vez, en el banquillo, ante ustedes, los defensores del islam político, los partidos islamistas y los dictadores que, para darse un aura de legitimidad, fingieron combatirlos mientras les hacían cesiones. Defendidas: las mujeres.

Repasemos la Primavera Árabe: revoluciones en Túnez y Egipto, guerra civil en Libia, Siria y Yemen, protestas y reformas en Marruecos…. Argelia, ¿no sabe no contesta?

Argelia nos permite entender qué es una revolución. Porque no la hubo. En Argelia, como también en Túnez antes de la revolución, hubo muchas manifestaciones y revueltas. Los que se prendían fuego y se quemaban: hubo muchos en Túnez antes de Sidi Bouzid. Y hubo muchos en Argelia, antes y después de Sidi Bouzid. Pero hay que distinguir qué es una revuelta y qué una revolución. Lo dice Alain Badiou: Hace falta primero un lugar en el que se deben reunir todas las categorías sociales. Y cuando vienen las mujeres es la revolución.

¿En Argelia no vinieron?

En Argelia ya en 1988 había jóvenes marginales que salieron a la calle. Jóvenes sin oficio, sin vínculos sociales, que no representaban más que una marginalidad enfurecida. El Ejército disparó contra ellos. Hubo 500 muertos. Y nos dimos cuenta de que en las universidades había un movimiento incipiente para apoyar la revuelta de los jóvenes. Si los universitarios se hubiesen unido a los jóvenes de la calle… En Historia no se puede decir “si”, eso no existe. Lo que pasó es que cuando la Universidad se organiza para unirse a la calle, el poder argelino emprende una reforma fundamental y pone fin al partido único. Así siega la hierba bajo los pies de los manifestantes, que vuelven a la universidad y se dicen: Hemos ganado.

Después vinieron las elecciones, la victoria de Frente Islámico, el golpe de 1991, la guerra civil… y seguimos ahí. ¿Por qué en Túnez sí hubo revolución?

La primera virtud de la revolución es reconstituir lo que podemos llamar un pueblo. Que se compone de todas las clases sociales. En Túnez, en

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Sidi Bouzid, donde hubo esa inmolación por el fuego, al principio nadie se movía. Yo estaba en Túnez ese día, y dije a mis amigos, que eran el corazón de la resistencia contra [el dictador Zine El Abidine] Ben Ali, mujeres y hombres a los que daban palizas en la calle… ¿habéis oído que ha pasado algo grave en Sidi Bouzid? Y me dijeron: Pero si todos los días pasa algo grave. Pero resulta que ese día era diferente.

¿Qué era diferente?

Cuando vimos la primera imagen fuerte, todos los abogados, en sus trajes, salieron a la calle a apoyar a los jóvenes de Sidi Bouzid. Ahí se desencadenó algo. Mis amigos militantes no lo pudieron prever. Ningún intelectual lo preveía. Porque lo que se expresó en Túnez era un pensamiento nuevo, que no había salido de nuestro ‘background’ poscolonial, es decir de todo el trabajo de reflexión, de resistencia contra el régimen autoritario, militar, contra la religión, para instaurar la democracia, con un discurso que ya era viejo.

Porque resistencia contra el régimen ya lo había de antes, claro.

En los países árabes, es decir todo ese mundo, me entiendes, se instalaron regímenes autoritarios tras la independencia, y durante unos cincuenta años hubo movimientos de resistencia en estos países. Violentos o no, pero de resistencia. Y no solo como en Egipto con los Hermanos Musulmanes: hubo resistencia democrática, de mujeres, de intelectuales.

Pero el discurso en Túnez fue nuevo, dijo. ¿Qué cambió?

Los jóvenes que se rebelaron, que llevaron a cabo la revolución de Túnez, no dijeron: nos rebelamos por ser demócratas, por ser feministas, por la democracia directa o indirecta… todo ese vocabulario que teníamos. La revolución es de entrada decir No al poder que hay. Sin explicación ninguna. Si no dices No al poder que hay, sin pedir nada más, no hay revolución. Eso es lo inquietante. Porque la revolución siempre se abre hacia lo desconocido. Lleva a la persona a lo desconocido, no hacia un régimen. No es un cambio de régimen, es un cambio de naturaleza. Y eso en Argelia no ha pasado, y en Túnez sí.

Y luego llegaron los islamistas, algunas del exilio como Rached Ghannouchi, y se hicieron fuertes.

Antes de las elecciones, estaba en una conferencia con la respetada activista Khadija Cherif. Le dije: Khadija, si pasa lo mismo que en Argelia ¿qué haríais? Me respondió: Jamás anularemos las elecciones. Lucharemos dentro del marco de la democracia. Y lo que es impresionante es que la sociedad tunecina estaba estructurada para acometer la primera etapa de la democracia. Hoy se ve que eso era más difícil de lo que se pensaba. Pero eso no quiere decir que se haya perdido.

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¿Y en Egipto? Parte el dictador, hay elecciones, los islamistas llegan al poder, se les deja gobernar… y llega el golpe.

En Egipto, a los islamistas los quieren sacar de la sociedad. Y así los convierten en víctimas y mártires. En lugar de ponerlos ante la responsabilidad de gobernar y de fracasar, y que los echara la sociedad por gobernar mal, como pasó en Túnez. Ahí, el partido Ennahda participó en el poder y perdieron después, porque demostraron que no saben gobernar, y sobre todo mostraron su rostro. La sociedad se movilizó, y está bien. En Egipto, la utopía islamista renace, y más fuerte que antes.

Gran parte de Egipto respaldó el golpe militar de Abdelfatah Sisi por oposición al islamismo.

Como en Argelia. También la sociedad argelina pedía a los militares tomar el poder [en 1991].

¿Porque pensaban que los islamistas son peores que la dictadura?

Sí, eso pensaban. Pero ahora se analiza: era un juego de los militares para dar miedo a la población, porque no querían la democracia. Hicieron lo posible para crear una situación en la que los argelinos dijeran: o los islamistas o los militares. Hicieron todo lo que pudieron para destrozar el movimiento democrático que había en medio. Era una estrategia magistral, magnífica, ofrecer este tipo de elección a los argelinos. Y los argelinos tenían miedo; yo también tengo miedo a los islamistas. Pero yo y mi partido político, el Front des Forces Socialistes (FFS), no estábamos a favor de anular las elecciones. Y hoy vemos que anular las elecciones era lo peor que se pudo hacer.

El drama fue inmenso, desde luego.

Sí: hubo 200.000 muertos. Y fue el fin de la democracia. Porque cuando el poder retoma el poder, primero ataca a los islamistas, pero luego ataca a los demás. Mientras atacaba a los islamistas, hubo quien dijo que era el primer golpe de Estado feminista del mundo. Porque los militares tomaron el poder en 1991 y no hicieron ninguna ley a favor de las mujeres. Dijeron que era contra los islamistas y especialmente contra la charia, pero no hicieron nada para darle credibilidad. ¿Por qué no hacían leyes de igualdad, para favorecer a las mujeres, la democracia? Decretaron un estado de emergencia que duró hasta 2010, 2014….

Tengo la sensación de que el partido islamista FIS ganó la guerra civil con 20 años de retraso.

Perdió la guerra política. En Argelia mataron políticamente a los islamistas y luego los invitaron a las esferas económicas y políticas. Les dan su lugar en la sociedad, se les da todo lo que piden: el estatus de la mujer, la pausa de oración, los cafés, se cierran cafés que sirven alcohol… Para hacer callar al FIS le dan lo que quiera en la sociedad civil.

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La ley argelina respecto a las mujeres es aún peor que la marroquí en este sentido, más islamista.

No vale la pena comparar con Marruecos. El único país que realmente ha dado un paso importante es Túnez. Ayad ben Achour, el presidente de la comisión que garantizó las elecciones, dijo: la Constitución tunecina es el Código del Estatuto Personal [que define los derechos civiles de las mujeres]. Las tuneceinas confrontaron democracia e islamistas en varios campos, pero hay uno en concreto, muy importante y que federa, que cristaliza la diferencia: el Estatuto de la Mujer. Es la frontera entre lo que se puede llamar moderno, premoderno, de camino hacia la modernidad, y los movimientos islámico-religiosos, conservadores. El juego político se desarrolla en esta frontera. Las tunecinas tienen algo que defender. Las argelinas no tienen nada que defender. Las marroquíes tampoco.

¿Pese a las reformas paulatinas, menores, que hubo en Marruecos en este ámbito?

En materia de igualdad, como en todos los sectores de derechos humanos, las pequeñas reformas no son importantes. Lo que importa son las declaraciones de fondo. Los principios que atañen a la igualdad de mujeres y hombres no se han pronunciado en el mundo árabe, salvo en Túnez. Luego a las mujeres se les dan derechos, sí, y cada vez más, por cierto, pero los principios… Los franceses nos han dado muchos derechos, económicos, de educación… pero nunca nos han reconocido la independencia ni la libertad. Por esa tuvimos que luchar. Y tal vez estemos menos bien en la independencia que antes, pero estamos libres. Eso cuenta.

¿Se puede comparar?

Reconocer a la mujer como individuo libre, sujeto de derechos, capaz de crear derechos, de portar derechos, es fundamental. Un ejemplo: La revolución francesa ha dado a luz la declaración universal de los derechos humanos. ¡No la aplicaron! Pero se reconocieron en ella. Iba a ser su identidad fundamental. Y el único que ha hecho una declaración de este tipo es el presidente [tunecino Habib] Bourguiba. Incluso si luego intentó corregirla para recuperar a los islamistas o, más bien, a los conservadores. Y la resistencia contra los islamistas se ha organizado a partir de ese texto. Es extraordinario: mujeres y hombres han salido a la calle, veladas o no, cada vez que alguien quería tocar los derechos de la mujer.

TÚNEZ C’EST DIFFERENT, como si dijéramos. ¿Cómo se explica?

Por dos factores: uno, que la sociedad civil tunecina nunca fue destruida por el régimen, ni por el colonial, ni por el independiente, el poscolonial, que siempre se alimentó de ella misma, y que ha dado a grandes pensadores e intelectuales. Y dos, que esta sociedad tenía algo que defender en materia de igualdad en derechos humanos. Eso es lo que ha permitido salvar la democracia en Túnez. Evidentemente, si los militares

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hubiesen tomado el poder cuando los islamistas ganaron, como en Egipto, estaríamos en la misma situación, que es peligrosa.

Pasemos a Marruecos: un partido islamista en el poder, pero sin imponer islamismo.

En Marruecos no hay confrontación real, no hay un juego abierto. Invitaron a los islamistas al poder y les dan pequeñas cosas. Cuando un ministro, como pasa en Marruecos, dice cosas horribles sobre las mujeres, eso sale en televisión. Así ¿cómo se puede hacer un trabajo feminista?

El poder siempre parece arreglarse con los islamistas.

Sí. Nasser hizo lo mismo, Sadat hizo lo mismo…

¿Nasser también?

Sí, es él quien empezó, todos han hecho lo mismo. Ben Ali no pudo porque en el plano internacional estaba ahí para defender oficialmente a las mujeres. Pero en los últimos tiempos, su yerno [Mohamed Sakhr El Materi] abrió una radio islamista [Zitouna], un banco islamista… en la última época de su vida se convirtió en islamista.

Volvemos a las mujeres… ¿es el contrapunto siempre?

Lo que me interesa es ver cómo las mujeres han sido moneda de cambio entre los movimientos islamistas y el poder militar, el poder de facto.

Entre los islamistas también hay muchas mujeres.

No todas las mujeres son feministas. Entre los partidos fascistas hay muchos hombres. No te rías.

No me río. Pero hablamos de mujeres frente a islamistas, un grupo que también incluye a mujeres.

Cuando los demócratas toman el poder, lo toman contra hombres que están contra la democracia. Y no está bien ¿no? Imponer la democracia a hombres que no la quieren. Y querer imponer la igualdad a mujeres que no la quieren, no está bien ¿verdad?

No he dicho nada de eso.

¿Crees que en España todas las mujeres son feministas? No me gusta nada cuando discuto de feminismo que me saquen a las mujeres que llevan el velo y están contra el feminismo. Claro que están contra el feminismo. Pero no tienen ningún derecho sobre mis derechos. Siempre que se trate de mujeres, se contrapone a las mujeres que no quieren el feminismo con las mujeres feministas. Cuando se habla de democracia, jamás se contrapone a los hombres que no quieren la democracia a los hombres que sí la quieren.

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¿Por qué tenemos esos reflejos en el debate?

Cuando se habla de mujeres siempre hay un pensamiento subconsciente, que hay una igualdad de derechos entre las mujeres que no quieren la igualdad y las mujeres que sí quieren la igualdad. Es una cuestión de convicciones. Si consideras que hay una igualdad entre las mujeres que no quieren igualdad y las que sí la quieren, no estoy de acuerdo contigo. Hablamos de igualdad y libertad. No es la igualdad sola o la libertad sola, sino ambas, eso es el principio filosófico.

Se traduce a la práctica como…

Si una sociedad instaura un principio de igualdad y libertad, yo como individuo, en mis relaciones con un hombre, con un niño, con mi familia… tengo derechos, tengo igualdad, aunque no la imponga a mi marido, y si él no la quiere en casa, puedo querer más a mi marido que mi igualdad, vale, pero no se puede poner en tela de juicio el principio de igualdad por comportamientos así. Lo que debemos hacer es instaurar un sistema que permita en todo momento a un individuo elegir, libremente, la igualdad.

La libertad individual es el lema de activistas de Marruecos que luchan, por ejemplo, por el derecho de la apostasía.

Se llama libertad de conciencia.

Si hiciéramos una encuesta, seguramente un gran sector se pronunciaría contra esa libertad de elegir. ¿Qué se hace con esto?

No puedo responder a eso, no quiero un referéndum sobre la libertad, no quiero un referéndum que pregunte a la gente: queréis ser esclavos o queréis ser libres? Eso no significa nada.

Es decir que necesitamos leyes que protegen esta libertad, con independencia de cuánta gente la quiere.

Cuanto más débil sea una mujer en la sociedad, más necesidad tiene de una ley que proteja su libertad y su igualdad. Luego puede elegir su comportamiento personal y vivir como quiere, pero necesita la ley. La mujer es el ser más frágil en la sociedad, y es muy fragilizada en la sociedad tradicional arabomusulmana. Porque la matriz de base, que es el Corán, la religión, es un conjunto de leyes morales. En su formalismo y su detalle son leyes injustas con las mujeres: la herencia, la poligamia, el divorcio, la tutela de los hijos… Añádele las leyes sociales económicas, que hacen que las mujeres ganen menos dinero y tengan menos oficios.

En los países musulmanes también hay quien busca protección en el propio Corán.

¿Por qué las mujeres veladas van con los islamistas? Porque les dan seguridad. En Argelia hay muchas mujeres en los movimientos islamistas. Si en un país el Corán te da más derechos que el país ¡estás con el Corán! Si la moral religiosa representa una manera de protegerse,

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estás a favor de la moral religiosa. En una situación catastrófica… Las mujeres islamistas, al principio, han encontrado en el islam derechos, se han visto respetadas. La sociedad argelina es peor que el islam. Es peor. Y dicen: Debes respetarme. Está en el Corán.

¿Y a dónde lleva eso?

¡No lleva a ninguna parte! Es lo que digo a las chicas jóvenes que se ponen el velo para poder salir a la calle. Vale, os veláis para poder salir, pero ¿para ir a dónde?

Parece una forma de adaptarse en lugar de rebelarse. ¿No valen los pequeños avances?

Sé que la ley reformadora que hace avanzar las cosas en pequeños pasos es muy importante, pero llega un momento en el hay que dar un salto, y si no se da el salto, no se llega a ninguna parte. El nivel de educación de las mujeres de Arabia Saudí es muy elevado. Su nivel económico es altísimo. Son mujeres empresarias, ricas. ¿Tienen lo que quieren? ¿Hay ahí un modelo que nos echa una mano, para que hagamos como ellas? No. No es el modelo que yo eligiría.

Usted no, desde luego. Imagino que las demás magrebíes tampoco.

Yo personalmente… ¿a mí qué me importa el derecho musulmán? Soy una mujer fuerte, privilegiada, tengo medios de defenderme… No me hace falta que me respalde la ley. Pero incluso las burguesas que están, por decirlo así, tranquilas, a las que mantiene su marido, contentas de no tener que responsabilizarse – habrás conocido a algunas en tu vida – , el día que el marido se divorcia y las pone en la calle, empiezan a interesarse por sus derechos. El día que las echan de la casa porque el marido acaba de morir y viene el hijo mayor del marido, que no es su hijo, y dice que la casa es mía, fuera de aquí… todo eso son cuestiones de derecho y de igualdad.

¿Y no se puede trabajar desde dentro de ese modelo religioso, reformando las normas, como piden algunas?

El modelo religioso no ha podido acompañar a las mujeres en ningún país del mundo hasta el final de la idea de la independencia y la igualdad. Hizo falta la ruptura, la revolución contra la Iglesia, para que la Iglesia se abra y que pueda haber feministas católicas. Porque el trabajo lo habían hecho las otras. La Iglesia católica, si tu la dejas hacer, querrá recuperar todo. Son los movimientos feministas los que han frenado a la Iglesia católica, no son las feministas católicas sino las feministas laicas. Y hoy se puede ser católica y feminista, sin problema. Porque las laicas llevan el combate.

¿No nos vale, pues, el ‘islam moderado’?

No necesitamos un islam moderado sino un islam valiente. Las mujeres y hombres que se quieren identificar como musulmanes – yo no: no quiero identificarme como musulmana aunque sea de familia musulmana, yo soy

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argelina ¿vale? – deben hacer un trabajo. La libertad no es elegir entre el velo y no llevar velo sino elegir algo distinto. Si eres musulmán, si llegas a la religión por tu libertad de conciencia no es lo mismo que si es porque tu padre es musulmán y tú respetas, tú obedeces al islam.

¿Por dónde se empieza?

Lo que debemos hacer es reemplazar lo que se oye decir a derecha e izquierda, que si se aplica bien el Corán, todo irá bien. Porque eso es lo que se oye. Conozco todos los discursos, llevo cuarenta años trabajando sobre mujeres.

Cuarenta años… Cuando empezó, el feminismo aún era laico en todo el Magreb ¿no?

El movimiento feminista al que pertenezco nació en los años setenta, en Túnez, Argelia y Marruecos, casi a la vez, y muy ligado a los partidos marxistas y trotskistas, aunque en Túnez era menos comunista. Este movimiento feminista, que llamamos laico, plantea que la libertad de libertad y la igualdad no se necesitan justificar. Somos seres humanos y por lo tanto libres e iguales. Es nuestra filosofía. Luego decimos: pero estamos en Marruecos, en Argelia, en Túnez. No nos reunimos para un pensamiento feminista intelectual, sino para hacer un trabajo frente a los poderes públicos y la sociedad civil. ¿Qué son nuestros argumentos? Si vas y dices, yo soy libre, eso lo puedes comprender tú, pero si voy a ver al presidente de mi república, no lo entenderá. Si a una mujer en una ONG de base le digo que mujeres y hombres nacen libres e iguales, me dirá que no. Hará falta que encuentre otro camino para llegar a ella.

¿Qué camino eligieron?

Dejamos de lado nuestro universalismo y buscamos dos vías. Uno, el camino de la religión, intentando encontrar elementos feministas dentro del Corán, y dos, el camino social, es decir, poner el foco sobre el trabajo y la condición de las mujeres, para mostrar lo injustas que son. Y llegar de ahí a la conclusión de que hombre y mujer son libres e iguales. Trabajamos con lingüistas, expertos en el islam, historiadores, psicólogos, grandes pensadores, con Mohammed Arkoun, Mohamed Chafik, Latifa Lakhdar, Sana ben Achour… Con notarios, personas que solo hablaban árabe, jeques… Trabajamos sobre el pensamiento religioso para convertirlo en un instrumento de trabajo, no una demostración gratuita, para llegar a convencer a hombres y mujeres, a los intelectuales islamistas, al señor de la calle que diga ‘Somos musulmanes’.. Hicimos un enorme trabajo. Y no alcanzamos ningún resultado.

¿No?

Convencimos a una pequeña parte de la clase política. Una de las primeras reformas que se hizo en el mundo árabe era la de Sadam Husein, que reformó el divorcio, obviamente antes de la Guerra del Golfo. La señora Sadat hizo otra reforma del divorcio. Pero eran reformas

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superficiales. Tras la primera Guerra del Golfo ¿qué hizo Sadam Husein? Reunió a todos los muftíes y anuló la ley. También la ley de Sadat se anuló para alegrar a los islamistas.

Si fracasó esta vía ¿cuál queda por tomar?

Lo que hace falta es una revolución interior. Coges los textos de Mohamed Arkoun, de [Rachid] Benzine, y son grandiosos, pero no han arraigado. Por eso, como feministas laicas, cuando se creó en Estados Unidos y Asia el movimiento Sisters in Islam, dijimos que tal vez fuese una solución, porque nosotras fracasamos; tal vez había que reivindicar la identidad islámica para combatir la desigualdad.

¿Lo que ahora se conoce como feministas islámicas?

No son las feministas islámicas. Ellas dicen: Somos musulmanas y queremos la igualdad. Mientras que las feministas islámicas dicen: Somos musulmanas, respetamos el islam, y en el islam está la igualdad, pero ponen la frontera de esta igualdad en el islam. Investigan, pero en cuanto el islam habla de la herencia, no la cuestionan. No cuestionan la poligamia. Hay mucho que no cuestionan.

Una piedra de toque: abolida en Túnez, sujeta a autorización en Marruecos…

En 1967, yo era abogada, y las estadísticas de la poligamia eran de 0,1 en Argelia. Yo decía: Hay que suprimir la poligamia. No tiene sentido: nadie es polígamo, y encima, los casos que había eran de abandono familiar, no era poligamia verdadera. Como el libro de familia tiene cuatro casillas,un hombre abandonaba a su mujer y registraba a la siguiente sin necesidad de divorciarse. Pero hasta las mujeres decían: No, no podemos tocar la poligamia. ¿Por qué no? Porque es simbólica… En 2005 estuve en Naciones Unidas y el Gobierno argelino ¿sabes qué cifra dio de la poligamia? 7,8 por ciento.

La vía de Sisters in Islam ¿puede funcionar para hacer cambios profundos?

Pensábamos que quizás fuera la solución, luego reflexionamos: La piedra angular del feminismo intelectual es la deconstrucción de la condición de la mujer formada a través de la religión y el patriarcado. Y esta deconstrucción no se puede emprender desde dentro de la esfera religiosa. Hay que salir de ella. En la cuestión de igualdad y libertad hay un vocabulario que no se encuentra en los textos religiosos. Puedes encontrar la caridad, la complementaridad, la equidad… La palabra igualdad no les entra en la cabeza a los islamistas. En la conferencia de El Cairo sobre salud pública en 1995, ellos ganaron. ‘Ellos’ quiere decir el Vaticano, Irán, los países católicos conservadores, Argentina estaba en el grupo, yo los vi reunirse. Ganaron porque consiguieron eliminar del vocabulario de Naciones Unidas la palabra igualdad y la reemplazaron por equidad.

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Parece más una cuestión simbólica.

La política tiene símbolos. Mira la cuestión de la herencia: la mujer hereda la mitad del varón. Pero hay muchos hombres y mujeres que hacen arreglos para que los hijos e hijas heredan por igual. Si les dices a esa gente que vas a anular la ley de la herencia y hacer una igualitaria, te dirán que no. Porque en la ley de la herencia hay un símbolo muy fuerte de la supremacía del hombre sobre la mujer. Es una cuestión de dinero, pero a menudo no es ni eso sino una cuestión simbólica, emblemática. Y la primera violencia contra las mujeres es la simbólica. ¿Cómo puedo respetar a una mujer si la ley no la respeta? ¿Cuando una mujer ministra necesita la autorización de su hijo para casarse?

¿El tutor sigue siendo obligatorio en Argelia? En Marruecos, desde 2004, es opcional.

Si se mantiene la opción de tener un tutor, una joven a la que su padre casa a la fuerza viene con un tutor. En Argelia, la mujer puede elegir a un tutor, pero si es una mujer a la que no se le deja elegir no podrá elegir. Yo podía decírselo a mi hermano, que nunca lo habría rechazado, pero a quién elige una chica joven? Está el miedo. Soy jurista. Cuando hay un avance en la ley, se instaura un modelo. Si se dice que no hay tutor, la palabra no existe, como en la ley tunecina, al igual que en la española o francesa, entonces sí se crea un nuevo concepto.

La ley debe ir, pues, por delante de la sociedad.

Se debe instaurar una política que permita a las mujeres expresar sus deseos. Eso es fundamental. No solo porque las mujeres tienen méritos, tienen hijos, trabajan bien… todo eso se ha dicho durante años: Hay que ayudar a las mujeres, hay que reconocerlas… No. Las mujeres tal vez también tengan ganas de no ser amables, de no ser buenas mujeres, de ser libres, de hacer lo que quieren en la vida. Y en eso solo se puede pensar a través de la libertad y la igualdad.

¿Tiene esperanzas?

Recuerdo un refrán que me sirve de guía. Es el título de un filme alemán y dice: En caso de gran peligro, el camino de enmedio lleva directamente a la muerte. Y estamos en esa situación. Necesitamos una ruptura. Necesitamos dar pasos fuertes. Porque en el otro bando nos afronta un enemigo que tiene una imagen muy fuerte, que tiene unidad, que tiene un proyecto. Si no tenemos unidad, no tenemos proyecto, no damos pasos fuertes, ¡nos comen! ¡Acaban con nosotras!

Wassyla Tamzaly

Escritora, funcionaria internacional y feminista argelina, autora entre otros del libro "Mi tierra argelina".

Fuente:

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http://msur.es/2017/03/24/wassyla-tamzali-16/

¿SE ENCOGE EL NEGOCIO BOLIVIANO DEL LITIO, SOBRE TODO PARA POTOSÍ?

Rolando Carvajal

http://www.bolpress.com/2017/04/01/se-encoge-el-negocio-boliviano-del-litio-sobre-todo-para-potosi/ UNA LEY-“INSULTO” FIJARÍA MENOS DE 2 % EN REGALÍAS, ALERTA UN DIPUTADO. LA INDUSTRIALIZACIÓN DE LOS RECURSOS DEL SALAR DE UYUNI ES, DESDE 2008, EL PROYECTO MÁS RETRASADO DEL GOBIERNO Y HA DESATADO ENTRE LOS ESPECIALISTAS DUDAS SOBRE LA VERDADERA EFICIENCIA DE LA FÓRMULA BOLIVIANA PARA LA FABRICAR CARBONATO DE LITIO Y LOS SUPUESTOS ALTOS BENEFICIOS PARA LOS POTOSINOS. EL NEGOCIO PROYECTA UNOS 285 MM/$US AL AÑO EN INGRESOS, CON UNA REGALÍA CASI IMPERCEPTIBLE DE ENTRE 9 Y 15 MM/$US. LA TAJADA MÁS GRANDE ES PARA EL GOBIERNO CENTRAL. HAY RIESGO DE QUE EL mercado se sature o que avance hacia sustitutos del litio. (FOTOS SPUTNIKNEWS/AFP2017 Y ABI2016)

La ley que crea la empresa de Yacimientos de Litio de Bolivia (YLB) es “saqueadora” para Potosí, por las bajas regalías, 1.8 %, que otorgará al departamento, según el diputado Gonzalo Barrientos, de la opositora Unidad Demócrata (UD), sobre un negocio que prometía miles de millones de dólares pero que al final puede quedar reducido a unos iniciales 285 MM/$us al año, un poco más que la exportación de aceite crudo de soya (254 MM/$us al 2016).

La actual regalía aplicada al litio y sus derivados, según la nueva ley minera, señala una alícuota de 3 % sobre el valor bruto de venta, que va en su mayor parte a la Gobernación regional (85 %) y en 15 % a los municipios productores, de manera que el monto que percibirían los potosinos no rebasaría los 9 MM/$us en el primer año, con base en la actual cotización y perspectivas exportadoras.

La legislación que crea YLB es “un insulto para el pueblo potosino” dijo el parlamentario de una de las regiones más adversas a las políticas del actual régimen del presidente Evo Morales, que afrontó dos prolongados paros cívicos, de 19 en 2010 y 27 días en 2015, en demanda popular por mayores beneficios de la bonanza estatal asentada en la renta hidrocarburífera y los precios de minerales, que, sin embargo, ha desembocado en la desaceleración actual de la economía.

Según Barrientos, la ley fijaría que sólo el 1.8 % de regalías sea para Potosí, lo que lleva a que los mayores beneficiados sean el Gobierno central y las transnacionales, dijo el diputado a la cadena Erbol.

Una propuesta de distribución de las utilidades considerada entre 2013 y 2014 establecía que hasta el 55 % de las ganancias serían retenidas por el Estado y un 45 % remitido a la región productora, pero se desconocía si sería tomada en cuenta tras la nueva ley de minería y metalurgia sancionada también en 2014

El periódico El Potosí, reportó este fin de semana que cuando la ciudad recordaba este sábado 472 años de fundación, oficialistas y opositores debatían sobre los

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proyectos de una fábrica de cemento y la industrialización del litio del Salar de Uyuni.

Atribuyó a Barrientos, la insistencia que el proyecto del litio dejará magros beneficios y que en aplicación de la Ley Minera se podría asignar solamente el 1,8 por ciento de los beneficios del “oro gris” a Potosí.

El jefe de bancada del Movimiento Al Socialismo (MAS, en el gobierno desde 2006), David Ramos, destacó que la sede del proyecto de litio será Potosí en cumplimiento a lo dispuesto en el artículo 371 de la CPE, lo que fue desmentido por Barrientos.

El presidente del Comité Cívico Potosinista (Comcipo), Jhonny Llally, lamentó la aprobación de la ley que crea la empresa del litio porque, reiteró, no reconoce el hecho de que el litio se encuentra en ese Departamento.

La nueva empresa tiene el objetivo de completar la cadena productiva de la industrialización de litio en el país y sustituirá a la Gerencia Nacional de Recursos Evaporíticos (GNRE) que se encontraba a cargo de la Corporación Minera de Bolivia (Comibol).

El ministro de Energías, Rafael Alarcón, indicó que la nueva empresa estatal arrancará con inversión garantizada de 700 millones de dólares, en crédito financiado por el Banco Central, que correspondía a la ex GNRE. El gobierno espera certificar hasta fin de año con una firma internacional las reservas de litio que posee el país, había anunciado el ministro Alarcón en febrero pasado.

http://www.diputados.bo/images/Docs/PL/PL-inicial/2017-2018/PL-064-17.pdf

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INGRESOS Y UTILIDADES

Los recursos bolivianos de litio están principalmente en el Salar de Uyuni, una explanada de 10.000 kilómetros cuadrados situada a 3.700 metros sobre el nivel del mar, considerado el mayor desierto de sal continuo y alto del mundo.

En 2011 el Gobierno indicó que en esa zona hay unas 100 millones de toneladas de litio, aunque el Servicio Geológico de Estados Unidos estimó nueve millones.

Hace una semana el ex gerente de la GNRE y actual viceministro de Tecnología Energética, Luis Alberto Echazú, dijo que el 5 % de toda su extensión cuenta con suficiente cantidad para ser explotada durante 100 años.

Según el viceministro, para la industrialización se evalúa dos diseños de consorcios extranjeros, bajo la modalidad de “contratos de asociación”. También el ministro Alarcón dijo que el viceministro alemán de Infraestructura Digital, Rainer Bomba, expresó el interés oficial de su país de participar como socio en la industrialización del litio.

El gobierno boliviano, que desde su planta experimental exportó el año pasado las primeras 10 toneladas de carbonato de litio al mercado chino, por valor de unos 70 mil dólares, ha decidido encarar por su cuenta todo el proyecto del litio.

Tras el desfile de franceses, japoneses, coreanos y otros ejecutivos de diversos países, rechaza tener socios extranjeros para esa industria si es que, entre otras condiciones, no ofrecen la instalación de plantas de producción de baterías para coches eléctricos en el desierto de sal de Uyuni, con el fin de industrializar esas reservas.

Para el desarrollo de la industria del litio, se prevé una inversión de 617 millones de dólares hasta 2018. Otros 115 millones fueron ya invertidos hasta 2014. El total previsto para las tres etapas bordea los 900 millones de dólares, incluida la fabricación de baterías, que supone unos 400 MM/$us, según la Memoria 2012 de la ex GNRE.

Pero analistas del sector, como Juan Carlos Zuleta estiman que por su trayectoria extractivista el gobierno sólo está interesado en el litio no en los acumuladores de energía, cuyos primeros ejemplares fueron desarrollados con todos los componentes importados de otros países.

Previno en 2014 Zuleta que “el tiempo se acaba para el país: si no logra corregir de inmediato su estrategia para asegurar su introducción en el mercado del litio mundial los altos y/o inestables precios del litio podrían establecer un mecanismo pernicioso que desaliente un mayor desarrollo tecnológico de las baterías de litio y conduzca al mundo hacia la utilización de sustitutos”, aunque aclaró que “nuestro país es el único lugar de la Tierra que con precios relativamente bajos y estables podría garantizar el inicio y la consolidación del sexto paradigma tecno-económico con el litio como su factor clave”.

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Los cálculos oficiales al 2018 son vender el carbonato de litio a un precio de siete mil dólares la tonelada —por 30 mil toneladas métricas (TM) estimadas se obtendría unos 210 millones de dólares en ingresos, no utilidades— mientras que la misma cantidad del tipo cátodo la exportaría eventualmente en unos 17 mil dólares (500 MM/$us en ingresos) y de una calidad más alta, a 22 mil, si es que se producen.

La exportación de 350.000 TM de potasio generaría otros 75 MM/$us, afirmó también Zuleta.

El salar de Uyuni cuenta además con importantes cantidades de boro y magnesio, aunque los mayores recursos corresponden al potasio incluso más que al litio.

En 2014, se previó que a venta de 30.000 toneladas al año de carbonato de litio y 700.000 de cloruro de potasio podría suponer un ingreso bruto de 430 MM/$us, según un estudio multidisciplinario publicado por el Centro de Estudios para el Desarrollo Agrario y Laboral (CEDLA)

Descontados los costos, el excedente aproximado sería 200 MM/$Us, de acuerdo a la propuesta entonces vigente: cerca de 45 % para los potosinos, es decir, unos 90 MM/$us, aunque las expectativas habrían bajado sustancialmente, según el diputado Barrientos representante potosino en la Asamblea Plurinacional.

En la publicación, que advierte sobre riesgos ambientales por el uso de cal, Pablo Poveda del CEDLA estimaba por ventas anuales de 395 MM/$us en la segunda etapa, industrial, una presunta ganancia anual de 194 MM/$us, correspondiendo el 30% a los municipios de Colcha K, Uyuni y Llica (58.2 MM/$us) además de 19.7 MM/$us por regalías del 5% del valor bruto de ventas, a semejanza de las aplicadas entonces al boro/ulexita. Sin embargo, con la nueva ley y la alícuota vigente, las esperanzas cayeron estrepitosamente pues, con esas cifras, la regalía para gobernación y municipios no pasaría de los 12 MM/$us.

http://www.cedla.org/content/44107

EXPECTATIVAS A LA BAJA ¿CUANTO PARA POTOSI?

“Será un ingreso importante, pero no mayor al de la minería boliviana, al menos en el plazo de los próximos 10 años”, concluyeron los ingenieros Yara Montenegro Pinto y Juan Carlos Montenegro Bravo, en la investigación “Un presente sin futuro: el proyecto de industrialización del litio”.

Desvirtuaron así, por los verdaderos alcances del proyecto, falsas expectativas regionales y nacionales en torno a que la riqueza del salar de Uyuni podría resolver a corto plazo los grandes problemas económicos de Bolivia.

Para sus cálculos estimaron un precio de venta de 5.000 dólares por tonelada de carbonato de litio y de 400 dólares para el cloruro de potasio. La mayor parte de los ingresos previstos hace tres años, unos 280 millones, correspondería a la venta del cloruro de potasio y sólo 150 millones al carbonato de litio.

Frente a las esperanzas del pueblo potosino y la vocación extractivista de las autoridades, una pregunta recurrente fue: ¿cuál podría ser el potencial económico del proyecto nacional según ha sido diseñado por el Estado Plurinacional?

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La propuesta de distribución al 2012, preveía una asignación a partir del sexto año de producción de 45% para la región productora (gobernaciones y gobiernos municipales), 30% al TGN y la Comibol, 23% a reinversiones de la misma empresa estatal del litio y 2% a un centro de investigación para la industrialización de estos recursos.

No suponía ello un gran avance cualitativo respecto a la gestión descentralizada de la reforma liberal y resultaría en una distribución mayoritariamente favorable a la gestión centralizada, pues es poco probable que gobiernos regionales, universidades, organizaciones cívicas o indígenas, tengan algún poder de decisión sobre el TGN, la Comibol, la estatal del litio y el mencionado centro de investigación.

La investigación para el CEDLA, coordinada por Juan Carlos Guzmán y realizada también por los especialistas Ricardo Calla y Pablo Poveda, advertía que el proyecto de industrialización de litio, a pesar del intenso LOBBY realizado por las empresas transnacionales, tendría una fuerte participación estatal.

El rol de estos consorcios se reduciría a la provisión de tecnología de punta necesaria en la etapa de fabricación de baterías de litio debido a que el país habría desarrollado desde el 2009 un proceso específico a la naturaleza de la salmuera de Uyuni, es referencia a la fórmula de Echazú y su equipo.

“NEGLIGENCIA, DUDOSA CALIDAD”

Hace sólo cuatro meses, el especialista en economía del litio, Juan Carlos Zuleta, precisó que la capacidad de la planta industrial de cloruro de potasio será de sólo 350.000 toneladas y advirtió el precio actual del compuesto químico en el mercado internacional sería 215 dólares por tonelada, por lo que, una vez que la planta en proceso de construcción por la cuestionada firma china CAMC alcance el máximo de su capacidad, podrá generar unos 75 millones de dólares

Respecto a la planta industrial de carbonato de litio y el acuerdo de Comibol para el proyecto de ingeniería a diseño final con la firma alemana K-UTEC, previno que “tal contrato ya lleva más o menos seis meses de retraso sin la menor justificación por parte de las autoridades correspondientes”.

Recordó el especialista que debido a los magros resultados en la fase piloto del proyecto de litio, de hecho la empresa alemana “podría verse forzada a empezar de cero para llegar al proceso adecuado a ser escalado para la fase industrial del proyecto”, lo que explicaría la falta de cumplimiento de plazos.

Al cerrar la gestión 2016 no se conocía si la empresa K-UTEC entregó el diseño final del proyecto en septiembre de este año y si habría completado las obras de ingeniería básica hasta marzo de 2017, de acuerdo al contrato de diez meses firmado en agosto de 2015.

También en noviembre de 2016, Zuleta criticó acciones de la ex GNRE para distraer a la opinión pública “respecto de los verdaderos problemas para ocultar su negligencia en el desempeño de sus funciones”, insistiendo en que el diseño de la planta industrial de carbonato de litio tiene un “retraso considerable”.

“Empecé a oír que los alemanes no estaban muy contentos con el proceso de Comibol y que iban a tratar de hacer algo diferente, lo que tomaría tiempo”, confirmándose este temor cuando se supo que el gerente de K-UTEC refirió que el

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retraso estaba justificado bajo el argumento de que necesitaban “un poco más de tiempo para desarrollar un proceso altamente eficiente y sostenible “y que “dentro del proceso”, pretendían “utilizar todos los componentes valiosos disueltos en la salmuera, y no sólo uno de ellos”, según la misteriosa fórmula boliviana que Echazú dijo haber desarrollado al frente de la ex GNRE.

El analista de la economía del litio sostiene que a partir de 2014 la demanda de vehículos completamente eléctricos, híbridos enchufables y autobuses eléctricos se ha disparado, dando lugar a niveles sin precedentes de la demanda de baterías de iones de litio para vehículos eléctricos y de litio para este nuevo uso dominante, en el marco de una oferta más bien restringida del metal más liviano de la tierra.

“Como resultado, los precios del litio se han triplicado a finales del año pasado manteniéndose. En estas circunstancias, los fabricantes de vehículos eléctricos han intensificado su búsqueda de alternativas a las baterías de iones de litio y/o han empezado a considerar la introducción de la recarga inalámbrica o incluso la recarga no enchufable para reducir la capacidad de energía de sus baterías de iones de litio”.

Al parecer, los ejecutivos responsables de la demora no se dan cuenta “de cuánto daño económico, social y ambiental han producido/están produciendo estos retrasos al país y al mundo”, subrayó Zuleta.

Hace sólo dos meses este especialista sostuvo que los recursos ‒no reservas‒ de litio no alcanzan al 80 % del total planetario como había afirmado el vicepresidente Alvaro García, sino menos del 23 %

Respecto a los costos y la demora, añadió que se gastó hasta 200 millones desde mayo de 2008 en el proyecto piloto de litio y el laboratorio de experimentación de baterías de litio para obtener de 9 a 18 TM de carbonato de litio de “dudosa calidad y pureza y unas cuantas baterías ensambladas con todos los insumos importados, incluyendo el carbonato de litio”

La producción mundial de carbonato de litio en 2015 bordeó las 200 mil TM y la de celdas de baterías de iones de litio fue de varios billones, recordó Zuleta cuestionando si realmente se cuenta con “científicos bolivianos preparados”.

En relación a otra apreciación contradictoria del vicepresidente García, en sentido de que se comprará tecnología alemana, francesa y china para modificarla en Bolivia y exportar los productos, el especialista replicó “si invertimos dinero y tiempo y formamos tremendos científicos ¿por qué ahora debemos adquirir tecnología foránea?”

En todo caso, sugirió que por el interés gubernamental en controlar el precio del litio y su espíritu altamente extractivista demostrado en la última década, “todo parece apuntar al litio y no a las baterías, con lo que termina desmoronándose su supuesto discurso industrializador”.

Las dudas abarcaban a los costos de las plantas. “En 2015, poco menos de cuatro meses antes de la firma del contrato en el periódico alemán Thueringer Allgemeine, Marx, el propio gerente de K-UTEC, se mostraba sorprendido de los costos de inversión de 570 millones de Euros mencionados por el gobierno boliviano. ‘Recién hemos construido en Argentina una planta con capacidades

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similares a las de Bolivia y ha costado alrededor de 110 millones de Euros’” recordó Zuleta.

“Si como se indicó, las piscinas de evaporación solar (elemento fundamental de la tecnología “desarrollada” por el proyecto piloto) representan la mayor parte de la inversión en Uyuni, es fácil deducir o que la tecnología de extracción de litio de K-UTEC es mucho más eficiente (porque entre otras cosas pone menos énfasis en piscinas de evaporación solar) que la boliviana o que esta última tiene un evidente sobreprecio”.

http://www.erbol.com.bo/opinion/recursos/el_desarrollo_del_litio_en_bolivia_analisis_de_un_reciente_video_de_pat

¿SOCIOS? SOLO EN MINORIA Y CON TECNOLOGIA

La ley que crea la nueva empresa estatal del litio establece que los inversionistas bolivianos o extranjeros en la industrialización de este metal liviano tendrán que tener en cuenta una participación estatal mayoritaria, según un comunicado del Ministerio de Energía tras la aprobación parcial de la legislación.

YLB operará en prospección, exploración, explotación, beneficio o concentración, instalación, implementación, puesta en marcha, operación y administración de los recursos evaporíticos, es decir en toda la cadena productiva, además de complejos de química inorgánica, industrialización y comercialización.

Fija el monopolio estatal de la producción y comercialización de cloruro de litio, sulfato de litio, hidróxido de litio, carbonato de litio, cloruro de potasio, nitrato de potasio, sulfato de potasio, y sales derivadas e intermedias.

Admitirá socios nacionales o extranjeros sólo para la semi-industrialización o industrialización, con el Estado como socio mayoritario. Para la transformación industrial de la materia prima se necesitan socios que aporten con tecnología, que Bolivia no tiene.

Todos los recursos que ha desembolsado el Banco Central de Bolivia para impulsar el proceso de industrialización pasan a responsabilidad de la nueva empresa.

Las previsiones del Gobierno anunciadas en 2015 consistían en sumar inversiones que en 2018 lleguen a 617 millones de dólares. El país había rechazado hasta ahora varias propuestas de sociedad con empresas extranjeras porque estas no se comprometen a construir en Bolivia plantas de fabricación de baterías de litio y de vehículos eléctricos como reclama el presidente Morales.

REGALIAS ►Si para la aplicación de las regalías mineras por la producción de Li2CO3 y KCl consideramos como referencia el DS 27799, de 2004, que establece regalías mineras para recursos evaporíticos del boro, en un máximo de 5% del valor bruto de producción, tenemos que las regalías anuales serán de $us 320.000, por lo que el 15% de éstas (de acuerdo con la Ley 3787) irán a manos de los municipios productores: $us 48.000 (CEDLA, Un presente sin futuro… 2014 P. 161)

https://plataformaenergetica.org/sites/default/files/libro_proyecto%20litio%202014_pdf_0.pdf

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NUEVA LEY ►Titulo VII, La Regalía Minera – RM no alcanza a las actividades de manufacturas y productos industrializados a base de minerales y metales, cuando no incluyan en su proceso productivo actividades de explotación minera propia. Artículo 226. (BASE DE CÁLCULO). I. La base de cálculo de la Regalía Minera -RM, es el valor bruto de venta, que resulta de multiplicar el peso del contenido fino del mineral o metal por su cotización oficial. Artículo 227. (ALÍCUOTAS). I. La alícuota de la Regalía Minera – RM, se determina de acuerdo con las siguientes escalas: Artículo 229. (DISTRIBUCIÓN). I. La Regalía Minera se distribuirá de la siguiente manera: a) 85% para el Gobierno Autónomo Departamental productor. b) 15% para los Gobiernos Autónomos Municipales productores.

LITIO METALICO Y COTIZACIONES

http://www.eltribuno.info/jujuy/nota/2012-9-25-23-40-0-oportunidad-en-el-litio-metalico

https://es.insider.pro/investment/2016-06-09/cual-es-el-precio-del-litio-el-metal-del-futuro/

https://es.scribd.com/document/338886388/Memoria-Gnre-2015 Sin Comentarios

JUAN VILLORO: PASADO Y PRESENTE DEL MOVIMIENTO ZAPATISTA

POR HÉCTOR ORDÓÑEZ · EN ABRIL 2, 2017

Dedicado a la memoria de Luis Villoro https://www.viceversa-mag.com/juan-villoro-entrevista-pasado-y-presente-del-movimiento-zapatista/

La primera vez que conocí a Juan Villoro, yo tenía nueve años. Amablemente me firmó un ejemplar de las aventuras del Profesor Zíper, y me preguntó si me gustaba el fútbol. Desde entonces ha acompañado mi vida de la mejor manera que lo puede hacer un escritor, a través de su obra. Catedrático, autor de ensayos, cuentos y novelas, columnista recurrente de periódicos como El País, Juan se ha convertido en uno de los intelectuales mexicanos más influyentes de nuestra época, comprometido con sus ideas, fanático del rock y del futbol. En el marco del Quinto Encuentro de Narrativa en Zacatecas, tuve la oportunidad de charlar con él sobre temas que nos resultarían pertinentes a ambos. “Estuve más de un año trabajando con niños indígenas en procesos urbanos dentro de la ciudad de San Cristóbal de las Casas, ojalá podamos intercambiar información sobre nuestras experiencias en este bello lugar, que desde 1994 tiene los ojos de todo el mundo sobre él”, le escribí en un mail previo a su llegada. Relajado, desde el primer momento me contestó con su buen humor e interesado por concertar un

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desayuno conmigo, en el que platicamos a profundidad sobre el pasado y presente de esta mágica tierra, en su momento sede de lo que el New York Times nombró, quizás de manera muy ambiciosa, “La primera revolución posmoderna y global”, Chiapas. Nuestra conversación se convirtió en una pertinente pieza narrativa y testimonial sobre el pasado y presente de un movimiento que se quedaría como estampa no sólo de la historia nacional, sino también mundial, y de la que Juan Villoro, forma parte ya de manera prácticamente tácita, con lazos tan intensos como el hecho de que los restos de su padre descansan en Oventic, una de las cinco caracolas zapatistas. “Yo estaba en la casa de Carlos Fuentes, curiosamente, en el año nuevo de 1993 a 1994… y entre otras cosas hablamos del tema eterno sobre si cambiaría México alguna vez o no; al otro día entraba en vigor el TLC, y yo le pregunté a Fuentes por una novela que él pensaba escribir, que era sobre la muerte de Zapata (para continuar con las coincidencias)… lo singular es que al día siguiente nos despertamos con la noticia de que había un levantamiento en Chiapas, que los zapatistas habían tomado San Cristóbal. Inmediatamente después vimos las primeras declaraciones del subcomandante Marcos, sumamente articuladas y con sentido del humor… se habían roto todos los esquemas de un levantamiento…” Así introdujo Juan Villoro nuestra conversación, con saltos intermitentes a un pasado que cada vez se torna más lejano. La reflexión de su memoria sobre lo que le ocurría a él, hace veintidós años continuó: “Como todo el mundo, yo me interesé mucho en lo que estaba pasando. En esos días no hice otra cosa más que estar leyendo sobre los zapatistas, pero el 6 de enero me iba a dar clases a Estados Unidos, en la Universidad de Yale. Estuve allá por un periodo de casi cinco meses y seguía siendo muy importante para mí seguir en contacto con lo que estaba pasando en México. No había internet y las noticias circulaban de otra manera. Ya en la Universidad, se organizó un congreso sobre milenarismos, donde se iba a reflexionar sobre el fin del segundo milenio y qué ideas nos dejaría. Ahí participó Carlos Monsiváis y su ponencia fue, sin duda alguna, la más celebrada de todas. No se recogió en ningún libro, que yo sepa, forma parte de sus textos dispersos, y su tema era el zapatismo. Era una reflexión sobre los símbolos de transformación y de acabamiento de un sistema político, de la colisión del pensamiento indígena con el contemporáneo… la colisión de la idea de comunidad indígena con el capitalismo globalizado que se venía con el TLC… Fue muy interesante porque aterrizó en el blanco, en aquella realidad que era la más inmediata […]

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Yo regresé a México y ahí de inmediato me empecé a vincular con el tema. Para ese momento, mi padre era bastante crítico del zapatismo. Él tenía miedo de que se tratara de una guerrilla guevarista, pues de hecho ellos así se anunciaron; “No somos una guerrilla que golpea y huye, somos una guerrilla que va a llegar hasta donde tenga que llegar…” Además del discurso, aquellas siglas, Ejército Zapatista de Liberación Nacional, hacían pensar en guerrillas de cuño marxista en América Latina. Mi papá tenía una pronunciada reticencia ante todo esto. Pero como sabemos, los zapatistas re-articularon su discurso muy rápidamente. Yo creo que advirtieron varias cosas, la primera, un enorme respaldo de la población ante las injusticias a las que ellos se referían, y al mismo tiempo, un rechazo a la vía armada. Rápidamente ellos entendieron (nunca sabremos si ya lo tenían calculado así) presentarse primero como un tipo de guerrilla para luego ir adelantando una agenda más indígena, aportando valores comunitarios que vienen de muy lejos, leyendas del Popol Vuh, tradiciones mayas muy antiguas […]” Por cuestiones de táctica y de lógica – continúa Juan Villoro – ellos tenían una política de difusión de sus ideas hacia afuera (lo que ha cambiado radicalmente ahora). El subcomandante Marcos, que tiene un talento impresionante no sólo en la palabra escrita y hablada, sino también en la gestualidad y teatralidad, en la manera en que maneja los símbolos que le rodean, escogió de manera muy inteligente a los interlocutores que podían presentar la causa zapatista. Es decir, si tú querías una entrevista con Marcos, tenías que ser Julio Scherer, o Vicente Leñero, o el director de la BBC de Londres. Si eras el corresponsal de la BBC de Londres podías pasar seis meses pidiendo una entrevista y no conseguirla. Y esto no quiere decir que a Marcos le interesaran las celebridades ni mucho menos, quería decir que existía una estrategia de medios de comunicación y que, si él tenía dos mil solicitudes, escogía las cincuenta que podía atender, y que más le convenían al movimiento. A los pocos meses de haber iniciado la revuelta, ya con un discurso totalmente articulado por el subcomandante Marcos y el resto de los zapatistas, surge la Convención de Aguascalientes. Ahí asistimos aproximadamente unas 600 personas en la selva tojolabal. Mi papá aún no se involucraba, y aquello fue una demostración extraordinaria de la fuerza simbólica del zapatismo. Realizaron el famoso desfile, en el cual nos advirtieron que mostrarían su arsenal y sus armas. Marcharon todos con rifles de palo con un listón blanco, lo cual era como decir “somos un ejército simbólico, y nada más que eso”. Atrás venían las mujeres con sus paliacates, y fueron anunciadas como las fuerzas de resistencia; las mujeres que nos dan frijoles y

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tortillas para resistir. Simplemente era como exhibir al pueblo más necesitado en actitud de resistencia, con una dignidad de reconocerse a sí mismo como una fuerza, sin tener un armamento ni una estrategia militar, sino más bien política. Nacieron consignas tan simbólicas y recordadas como el “ayúdennos a desaparecer, ayúdennos a no ser necesarios”, y al mismo tiempo surgieron premisas vitales en aquel evento… Fue lanzar un “ya no nos mandamos solos, nos mandaremos con la sociedad civil, queremos ser escuchados”. Desde un punto de vista, toda la convención fue un acto simbólico, si uno así lo quiere. Ellos tenían que tomar decisiones inmediatas en muchos sentidos, pero abrieron sus puertas a quien quisiera acompañarlos desde aquel momento. Y en este punto, podemos volver a la figura de mi padre. Luis Villoro, padre de Juan, fue un prolífero escritor, filósofo y catedrático de la UNAM. Falleció, como diría Juan más adelante, llevando sus teorías a la práctica junto a las comunidades indígenas zapatistas. Sus restos descansan en un árbol dentro de la caracola zapatista de Oventic, donde se celebró un emotivo homenaje póstumo con el propio Juan y el subcomandante Galeano, antes Marcos, presentes. Aquel día de 2015 también se recordó el fallecimiento del compañero Galeano, miembro del movimiento zapatista, y el comandante Moisés mencionó que, gracias a esta relación recíproca que hubo entre ambos, Galeano pudo convertirse en maestro y Luis en zapatista. Antes de la convención de Aguascalientes, como te mencionaba, mi padre seguía siendo escéptico a todo lo que ocurría, pero fue cambiando a medida que los zapatistas fueron recuperando una idea de vinculación a la comunidad, a una espiritualización del movimiento, por llamarlo de alguna manera, es decir, a crear un movimiento ético, dejando en claro que no estaban en la búsqueda del poder por el poder mismo, sino que querían anteponer sus valores a los beneficios de la táctica política. Ahí él se da cuenta que es un movimiento comunitario, con valores éticos muy potentes. Posteriormente llega a compararlo con el movimiento de Gandhi, o el de Martin Luther King, movimientos que no necesariamente eran armados (los zapatistas necesitaron las armas para llamar la atención), y que mostraron una gran fuerza moral. Fue en ese momento cuando mi padre se vincula con ellos, lo cual era perfectamente lógico. El primer libro que él escribió lleva como título “Los grandes momentos del indigenismo en México”, y es una reflexión sobre los primeros intérpretes de los indios; no sobre las comunidades, sino sobre sus primeros estudiosos. La vida le dio a él la oportunidad de terminar sus días, siendo también una especie de misionero ilustrado, de antropólogo. Ahí ya no estaba estudiando a los

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indígenas, sino que se había convertido en su interlocutor. La vida le dio la oportunidad de terminar viviendo lo que antes había escrito, es decir, pasar de la famosa teoría a la práctica. Y se convirtió totalmente a la causa zapatista. Los zapatistas le dieron una acogida extraordinaria, esto por varias razones. Mi padre siempre deseó aprender de ellos. Nunca quiso llegar a imponer su forma de pensar o enseñarles algo, sino a tratar de entenderlos en sus propios términos, entender sus teorías, y eso llevó a una relación muy cercana entre él y las comunidades. Hay que decir también que en el pensamiento indígena se valora mucho la figura del anciano. A los ancianos se les llama hombres sabios u hombres de juicio, entonces él encontró un respeto y una atención que no había tenido en otras comunidades, especialmente en las intelectuales… Juan reflexiona un momento sobre estos pasajes, y recordará también el momento en el que decide junto a Fernanda Navarro, la viuda de Luis, filósofa y simpatizante zapatista también, que los restos del maestro y filósofo descansaran en Oventic. Remembra también los inicios de su muy distinta y propia relación con el movimiento. No es fácil ser el hijo de una persona que se dedica más o menos a lo mismo que tú – prosigue –. Si eres un futbolista destacado, como Hugo Sánchez, es difícil que tu hijo sea futbolista. Hugo Sánchez hijo lo intentó y fracasó. El hijo de Carlos Fuentes quiso ser escritor y tampoco pudo. Mi papá no tenía el rango de celebridad que tenían Juan Rulfo u Octavio Paz, pero era un pensador muy conocido, especialmente apreciado en las comunidades zapatistas. Entonces, como mi papel era más bien el de un simpatizante en la periferia, yo me quedé ahí durante muchos años. Sin embargo si había que hacer algo colectivo, como juntar donativos, siempre estuve. Yo como testigo y cronista, escribí un texto sobre la experiencia de ir a la selva tojolabal, que se llamó “Los convidados de agosto”, homónimo al relato de Rosario Castellanos porque aquello ocurrió en ese mes. Cuando vino el famoso destape de Zedillo a Marcos, diciendo que era Rafael Guillén, escribí un texto que se llamó “El guerrillero inexistente”… Siguieron los diálogos de San Andrés, un proceso muy desgastante donde el gobierno se pronunció en la postura de “venir a escuchar muy respetuosamente”, pero sin proponer nada, ni dialogar. Fue más bien un espacio para el desahogo. Los zapatistas nombraron probablemente a cien o más asesores, de variadas áreas y yo estuve entre ellos. Participé como uno más de los muchísimos asesores, en la comisión de medios de comunicación. Teníamos reuniones con el comandante Tacho y había un intercambio de ideas con los zapatistas, pero yo nunca tuve el acceso directo, por decirlo de alguna manera, que empezó a tener mi papá. Al

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mismo tiempo yo quería salir un poco de su sombra, y él me ayudó mucho al respecto, pero en 2001, asistimos juntos al Congreso Nacional Indígena, también sede de la caravana zapatista de ese año, en Nurío, Michoacán. Ahí yo iba con un doble fin. Además de apoyar con mi presencia al movimiento, concluí que podía ser testigo no sólo de lo que el zapatismo planteaba, sino también de lo que mi padre estaba haciendo con ellos. Entonces fui con el plan de hacer una especie de reportaje sentimental, o familiar, de mi propio padre. Estuvimos en Nurío y seguimos la caravana hasta la ciudad de México, siempre como público. Nunca quise usufructuar de los beneficios que de repente me pudo haber dado el ir junto a su figura, entrar con las comunidades a través de él para decir “estoy con el comandante Moisés, o con el comandante David, gracias a que soy el hijo de Luis Villoro”. Él nunca quiso que yo siguiera sus pasos de manera directa, entonces lo fui observando, escribí otra crónica sobre Michoacán y la caravana zapatista, que se llamó “Un mundo raro”, también he escrito sobre mi padre con los zapatistas… Ahora bien, cuando fallece, tomamos la decisión, en conjunto con su viuda, Fernanda Navarro, de llevar las cenizas a Oventic. Allí tuvo lugar ese acto tan conmovedor en el cual los zapatistas se expresaron con la facilidad que les caracteriza para hablar de sus sentires, el Subcomandante Galeano leyó un texto maravilloso y escogimos un árbol para depositar las cenizas... Y desde entonces, sin representar lo mismo que representó mi padre para ellos, he estado bastante cerca del movimiento. Hemos estado haciendo cosas juntos, les doné dos premios, lo cual es una cosa meramente simbólica, pero que me pareció importante hacer. Uno de ellos fue entregado en territorio maya, el premio José Emilio Pacheco con sede en Mérida. Me pareció lógico que, estando allá, pensara en los mayas contemporáneos y siguiendo la estela de José Emilio Pacheco, pensáramos en la responsabilidad hacia los que menos tienen. Ellos me dijeron que lo utilizarían para fines culturales, pues era un premio que provenía de la cultura. Seis largos meses después, esos fines se convertirían en el evento que fue el primer CompArte. En el camino se agregó el premio López Velarde. Ahora tenemos un proyecto de hacer un libro con obras que se cristalizaron en el CompArte, y organizar una segunda edición. Juan Villoro parece estar en un lapso de preparación para ser ese interlocutor con las comunidades zapatistas, dispersas en la sierra de Chiapas, que su papá en algún momento fue. Una responsabilidad gigante, que representa un sentido de compromiso que no tiene punto de comparación alguna. Tras repasar lo que ahora forma parte de la historia moderna de nuestro país, los inicios de un levantamiento que marcó a Chiapas y al mundo entero, mencionar el

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CompArte nos ayuda a aterrizar en el presente. Le comento a Juan sobre mi experiencia en San Cristóbal y las consecuencias de la pobreza extrema y el capitalismo desenfrenado. “He presenciado cosas inverosímiles”, le digo. Mi juventud me impidió siquiera percatarme de todo lo que él acababa de mencionar, sin embargo le comento los hechos más recientes que presencié: “Los barrios se rigen a través de reglas protegidas por los usos y costumbres, apenas el año pasado conocí a un niño que casi es asesinado por intentar robar una bicicleta. El barrio decidió amarrarlo a un poste y castigarlo con pedradas hasta el cansancio. Hubo cosas que quedaron inconclusas antes de que los zapatistas volvieran a las montañas”. La ley de usos y costumbres es un tema muy debatido, porque puede ser, efectivamente, una licencia para cometer abusos. Si una comunidad se pone de acuerdo para linchar a una persona, desollarla viva o aplicarle castigos corporales, eso forma parte de sus costumbre y deben respetarlo. La idea central de que se convirtieran en ley los acuerdos de San Andrés, era justamente evitar eso, pero todos los partidos políticos se negaron a darle seguimiento. ¿Qué significa autonomía, que existe un gobierno dentro del gobierno ya existente? No exactamente. Hay comunidades donde los usos y costumbres discriminan terriblemente a la mujer. Los zapatistas se han postulado como una autonomía que no es machista. Una de las ideas de lanzar una posible candidatura para el pensamiento independiente en 2018, tiene que ver con que sea una mujer. Hay una consciencia en el pensamiento zapatista de que los usos y costumbres pueden ser una licencia de abuso. El gobierno se ha acercado muy superficialmente a observar esto, y propone soluciones superficiales mas no de fondo. Las problemáticas están muy enraizadas. Esto nos lleva al presente del movimiento, que ha decidido llevar a cabo un repliegue muy evidente, de vuelta a su propia autonomía, la que buscan construir ellos, única, y diferente a la del resto de comunidades indígenas. Los zapatistas se dieron cuenta que sería muy desgastante, en todos los sentidos, dialogar con el gobierno. También se percataron de que el modelo que ellos proponen no sería replicable en ningún otro punto del país. Somos cien millones de mexicanos y difícilmente nos pondríamos de acuerdo en algo. La indiferencia que sufrieron en los diálogos de San Andrés, luego la matanza de Acteal, todo fue influyendo para que llevaran a cabo esta retirada. Sin embargo, lo que ha seguido entonces ha sido una revolución interna, en todos los sentidos, desde lo individual hasta lo social. La construcción de su sociedad día tras día. Esta revolución interna de la que hablo ahora también es meramente intelectual, los zapatistas han interpretado que dentro

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de su proyecto la cultura debe ser vital, y es una de las grandes diferencias con el proyecto de nación que proponen, y propondrán (porque ya los conocemos), quienes han querido ser presidentes de la república dentro de los partidos políticos. Todos ellos nos han demostrado que la cultura no les interesa y no forma parte de su agenda, más que para fines electorales. El movimiento zapatista ha cerrado filas en muchos aspectos, es difícil que vuelva a existir alguna caravana como las ocurridas años atrás, pero se abrieron las puertas del CompArte, que representa la prioridad de hacer cohesión con otras sociedades y grupos distintos, así como la importancia del pensamiento creativo y colectivo para entender el mundo. Ahora sigue el ConCiencia, un proyecto de divulgación científica que va por la misma línea, con el ánimo de proponer y aprender de los demás… de compartir desde su propio espacio hacia todos los espacios. El pensamiento zapatista, que antes proponía una revolución, ahora propone transformación, una evolución interna que está ocurriendo desde sus comunidades autónomas. Le pregunto a Juan si está al tanto de los barrios ubicados en los suburbios de la ciudad de San Cristóbal de las Casas, tomados por el narcotráfico, donde cuentan con armas largas y reclutan a niños indígenas para que formen parte de la primer línea de fuego. Asombrado, me dice que lo desconoce, sin embargo, concluye: Desafortunadamente San Cristóbal se encuentra bajo el mismo riesgo que todo el país. Los vacíos de poder y la ausencia de soberanía que se viven en México actualmente pueden ser, por citar un ejemplo, la donación de un ejido sin propietario, por parte del gobierno municipal a su cártel local para que lo utilicen como pista de aterrizaje. Estos vacíos de poder también permiten el secuestro de barrios y comunidades, como tú lo mencionas, y también de municipios o casi de estados enteros, como lo es el caso de Michoacán; allá la proliferación de brazos armados del narcotráfico ante la ausencia de soberanía, dio como resultado a los grupos de autodefensas. Y en Chiapas; recordemos lo que ocurrió el año pasado en San Juan Chamula, una comunidad indígena en su totalidad, autónoma y con sus propios usos y costumbres, donde un enfrentamiento entre dos grupos de choque dio como saldo el asesinato del alcalde. Esto bajo el marco de la legalidad del partido verde, que representa electoralmente a este municipio, y que es socio del PRI, como en todo el estado. La influencia del narco depende de la geografía así como de la política local, generalmente coludida con la delincuencia organizada, que es por mucho, más organizada que los propios gobiernos locales. En el caso de los barrios donde presenciaste estos terribles escenarios que comentas, es la misma ausencia de soberanía la que entregó al narcotráfico comunidades donde, como bien comentas, se

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recluta a los niños y adolescentes para formar parte de los grupos de choque, como si estuvieran en territorio de guerra. Al finalizar nuestro desayuno, una sensación de alto impacto me sacude por toda la información que pudimos intercambiar en apenas poco más de una hora. Los inicios de un fenómeno social que marcó nuestra época, siempre borrosos debido a la constante campaña de desinformación que acompañó los hechos en aquel momento, ahora están claros en mi cabeza. Juan Villoro y yo nos despedimos en un cálido abrazo, dejando pendiente una segunda charla, quizá en ciudad de México, o tal vez en el próximo CompArte, en Oventic. El escritor que amablemente me firmó mi libro del Profesor Zíper hace ya quince años, ha compartido con esmero excepcionales experiencias que ahora considero un regalo, pues tras mi experiencia en el acompañamiento de niños indígenas procesos urbanos en San Cristóbal de las Casas, era recurrente la pregunta para mis adentros, “¿Dónde están los zapatistas?, ¿por qué no bajan más?” Al terminar de escribir estas líneas, me siento responsable de seguir involucrándome en este tipo de revoluciones internas que pueden llevar al país por un camino mejor.

JUAN VILLORO Y EL PERIODISMO POST TRUMP: “PARA ENTENDER LOS EFECTOS DE FACEBOOK HAY QUE VOLVER A LA CALLE”

Daniel Hopenhayn

http://www.theclinic.cl/2017/04/03/juan-villoro-periodismo-post-trump-entender-los-

efectos-facebook-volver-la-calle/

Como todo mexicano, está preocupado de lo que pueda hacer el tuitero

y presidente Donald Trump, pero más todavía del “entreguismo” de

Peña Nieto, su propio gobernante. Mientras ve a México convertirse en

una “necrópolis”, su entusiasmo político está puesto en el movimiento

zapatista, al que sigue muy de cerca y cuyo camino actual, aunque

menos mediático, le parece más heroico, en contraste con un

narcoestado sin ley, un capitalismo desaforado y un periodismo

virtual que se desconectó de la realidad. Villoro (60), novelista y

cronista, autor de literatura infantil y columnista predilecto de la

prensa hispanoamericana, estará en Puerto de Ideas Antofagasta los

días 8 y 9 de abril. Conversará sobre ciencia, literatura y fútbol,

deporte que practicó como cadete de los Pumas y luego como género

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literario. De todo eso habla en esta entrevista que discurre entre

Marcelo Bielsa y Alejandro Jodorowsky, a quienes admira por

razones necesariamente opuestas.

Tu segunda mesa en Puerto de Ideas va a abordar la relación entre el fútbol, la

física y la cultura. La verdad es que a ningún fanático le gusta mucho que la

ciencia se meta en el fútbol.

–Yo tampoco creo que pueda aportar mucho. Y de hecho, en el festival hablaré más de

las dificultades del fútbol para asimilar el discurso científico. Hay entrenadores como

Arrigo Sacchi que preferirían que el fútbol se jugara en el pizarrón, porque son

amantes de los movimientos que semejan ecuaciones. Pero a fin de cuentas el fútbol es

mucho más esotérico, porque pone en juego muchas cosas que no se pueden entrenar.

¿Qué opinas de aplicar la tecnología al arbitraje? Eres un reconocido hincha del

Barcelona, y hemos visto que eso los podría perjudicar.

–Sí, también estoy en contra de eso. Una de las cosas notables del fútbol es que tiene

uno de los sistemas de jurisprudencia más fallidos que se conozcan. Esto hace que, en

un partido, 22 jugadores traten de emular a los dioses o a los semidioses, pero un solo

tipo trate de emular a los hombres: el árbitro, que es el factor humano que introduce

el error. Aludías tú, con cierto oportunismo, el partido portentoso en que el Barcelona

hizo la hazaña de ganar 6-1 al Paris Saint-Germain. Ese fue un partido emblemático

de todo lo que tiene el fútbol: el Barça hizo lo imposible por ganar, pero hubo al menos

tres errores garrafales del árbitro en su favor. Esto es injusto, pero es una de las

razones por las que el fútbol es el deporte favorito del planeta. Si fuera más predecible

y la justicia dependiera del video, sería mucho más aburrido. Yo he detestado a

muchos árbitros y sufrir eso es durísimo, pero tenemos que aceptar ese dolor como

componente esencial del juego.

Cada país tiene en su memoria colectiva el apellido de un árbitro que lo saqueó en

algún Mundial.

–Nosotros hemos padecido en Mundiales errores que no olvidaremos nunca. Y el

Barcelona suele recordar un penalti injusto que le marcaron hace casi medio siglo.

Bueno, por todo esto yo escribí un libro que se llama “Dios es redondo”. El fútbol se

parece más a la teología que a la ciencia. Tiene más que ver con lo imponderable, con

los botes arbitrarios del destino, que con lo cuantificable.

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Entonces, cuando una selección le gana a otra 7-0, ¿la explicación es más teológica

que científica?

–¡Mucho más! Porque la teología trata de razonar lo inexplicable.

Y ese país que pierde 7-0, ¿deja de creer en algún dios?

–Mira, los dioses aztecas ya nos han dejado bastante claro que no son aficionados al

fútbol. Están siempre listos para replegarse. Yo publiqué aquí un artículo un día

antes, diciendo “cuidado con Chile, es un equipo revolucionado que por momentos

triangula como el Barcelona de Guardiola pero en cámara rápida, y tiene jugadores

como Sánchez o Vidal que nosotros no tenemos”. Pero jamás pensé que el partido

pudiera terminar 7-0, fue realmente vergonzoso. Son esos partidos que ya no tienen

que ver con el deporte: el equipo que va perdiendo, haga lo que haga, le va a salir mal.

Si nos hubieran pitado tres penaltis a favor, los hubiéramos fallado.

Conociste a Bielsa.

–Sí, hombre, una gran oportunidad poder estar con él, gracias a Jorge Valdano que

nos convocó en Bilbao. Es una fuerza retórica del fútbol y un hombre de un

magnetismo extraordinario. Y volviendo al tema de la ciencia, Valdano ya me había

dicho que Bielsa tiene como una falsa ciencia: le gusta dividir el mundo, los ritmos,

todas las fases de un proceso, en seis partes. El número 6 es como el número de Dios

para él. En los entrenamientos, por ejemplo, le gusta que los jugadores lancen seis

tiros libres seguidos, porque le parece que el número 6 tiene la condición de reiterar

una cosa para perfeccionarla sin abusar de la repetición. Y Bielsa me preguntó: “Dime

las seis razones por las que una novela debe ser buena”. Yo le dije “pero Marcelo, no

hay seis razones”. “Ah, entonces no sabes escribir novelas”, me respondió. Ahí me dice

Valdano: “¡Te lo dije! Él lo reduce todo al número 6”.

¿Qué más te dijo Bielsa?

–Después habló de la obsesión tremenda por obtener resultados. Me comentó una

discusión que había tenido con el mismo Valdano. Bielsa le preguntó, “y por favor no

me contestes con una de tus bromas, dime de verdad, en serio, si después de una

derrota has estado a punto de suicidarte: sí o no”. “¡Hombre, claro que no!”, le dijo

Valdano. Y Bielsa se indignó: “¡te pedí que lo pensaras y contestaras en serio!”. Le

parecía inverosímil esa respuesta. Así de apasionado es Bielsa. Pero al mismo tiempo

es un hombre que, moviéndose en el espectáculo y la danza de millones del fútbol, no

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tiene la menor pretensión, mantiene una sencillez de trato extraordinaria con todos

quienes lo rodean. Realmente es una persona excepcional.

¿El fútbol nos hace más inteligentes o más tontos?

–Nos hace más apasionados, y la pasión no siempre es un atributo de la inteligencia.

Cuando una mujer inteligente se enamora, suele enamorarse como una idiota, y lo

mismo un hombre. Yo creo que el futbol nos permite, como diría Ortega y Gasset,

darnos vacaciones de la civilización, no autovigilarnos tan racionalmente, atrevernos a

gritar en las tribunas, a pintarnos la cara, a besar a un desconocido en las mejillas

porque ganó nuestro equipo. Ese tipo de arrebatos, en una sociedad que exige

comportamientos definidos, me parecen hondamente saludables.

Hace un par de años la hinchada chilena copió lo más tonto de la mexicana, el

grito “Puto” al arquero que saca, y nos han suspendido el Estadio Nacional por

homofobia. ¿Te parece justo?

–No, no se puede coordinar ni reglamentar el ímpetu de la gente. O por lo menos,

prohibir las malas palabras es un abuso de jurisprudencia. Dicho eso, creo que ese

grito es una señal primitiva, poco divertida, nada ingeniosa, y la solución sería que las

sociedades evolucionaran para tener un sentido del humor un poquito mejor.

¿Es verdad que hiciste divisiones inferiores en los Pumas?

–Sí. Llegué hasta Juvenil AA, que era la antesala de la reserva especial, o sea ya del

primer equipo.

¿Y qué pasó?

–Alcancé a probarme en la reserva especial, pero ya sabía que me iban a rechazar. No

estaba al nivel de los otros.

Por ahí contaste que tu padre te hizo fanático del fútbol, pero de grande

descubriste que él no era fanático, lo hacía por compartir algo contigo.

–Sí, me alegra que menciones eso. Mis padres se divorciaron cuando yo tenía nueve

años, y un padre divorciado no siempre encuentra pasatiempos para sus hijos. Y mi

padre era un filósofo muy dedicado a la abstracción, tenía pocas aficiones pragmáticas

o populares. Pero yo pensé que el fútbol era la excepción, porque me llevaba al estadio

todos los domingos. Y sólo mucho tiempo después, cuando ya pude ir por mi cuenta al

estadio y él dejó de ir, advertí que sólo me llevaba ahí para estar conmigo, lo cual me

conmovió. Es mucho más valioso que tu padre te lleve a un sitio en donde no te está

imponiendo su gusto, sino acompañando el tuyo. Y los estadios de fútbol son el sitio en

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que más viví con mi padre en toda mi infancia. Seguramente a esto se debe también mi

pasión por el fútbol, al que Javier Marías ha llamado “la recuperación semanal de la

infancia”.

El escritor mexicano Julián Herbert, contra la tendencia de educar “niños felices”,

dice que hay que enseñarles a frustrarse, y que por eso el padre le debe ganar al

hijo cuando juegan. ¿Estás de acuerdo?

–Sólo en lo primero. Enseñar la tolerancia a la frustración me parece decisivo, pero

que el padre le gane al hijo tiene muy poca gracia. Porque también es muy importante

que los hijos tengan la posibilidad de ser ellos los que encabezan algo. O sea, ¿qué

define a una familia? Que si todos corren, gana el más pequeño, se lo deja ganar, eso

es una familia. Y si las sociedades aprendieran de eso, habría más momentos de

solidaridad con los débiles. Entiendo lo que plantea Julián, pero creo que la vida nos

da tantas oportunidades para aprender la frustración –existir es ser alumno

permanente de una escuela de frustración– que debemos crear espacios

compensatorios en donde, si jugamos a la pelota o corremos con un niño, es preferible

que él nos gane.

FACEBOOK Y LA REALIDAD

Has hecho mucho periodismo y conoces bien la dinámica de los medios. ¿Cuáles

han sido tus reflexiones sobre el periodismo después del triunfo de Trump?

–Hay cosas muy importantes que tenemos que estudiar. Una de ellas es la arrogancia

de los medios y su incapacidad de conectar con la realidad. Su pretensión de que la

realidad tenía que ser una profecía autocumplida según como ellos la pronosticaban.

Durante mucho tiempo, medios tan importantes como el New York Times o CNN

vivieron abismados en un espejismo. El mismo día de la contienda, CNN decía “en

cualquier momento va a cambiar la tendencia, en cuanto vote la gente con estudios

universitarios”, y esto no sucedió. Hubo un gran alejamiento de la forma en que la

gente piensa, mientras la manera de la gente de relacionarse con la información había

cambiado por completo. Muchos votantes sólo se enteran del mundo a través de

Facebook o Twitter, y el principal tuitero del mundo es Donald Trump. Esa es una

prueba de fuego para un periodismo que se alejó de las fuentes reales de la noticia.

Salimos cada vez menos a la calle, estamos cubriendo noticias según los estímulos que

nos llegan por la red, más obsesionados con lo que van a llevar los demás que con

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elegir la propia información. Que los cabezales de los grandes periódicos del mundo se

parezcan tanto también refleja un periodismo desconectado de la realidad.

Pero si Facebook está definiendo cómo pensamos y votamos, la realidad también

está ahí.

–Pero la realidad virtual no flota en la nada, y creo que para entender los efectos de

Facebook hay que volver a la calle. Es decir, ir al sitio donde es posible que el votante

de Trump que se alecciona en Facebook piense de ese modo. Ahí hay un gran desafío

para el periodismo: no competir con lo que pasa en Facebook, sino bajar a la realidad

a entender por qué se produce Facebook.

Ante la situación de México frente a Trump, ha sido notable el silencio de América

Latina. Muy pocos líderes, Lagos y alguno más, han llamado a unirse en favor de

México. Queda claro que América Latina como entidad política no existe.

–En gran medida eso es culpa de México.

¿Por qué?

–Porque la política exterior mexicana le ha dado la espalda a América Latina. En las

grandes cumbres latinoamericanas México ha tenido poco protagonismo, incluso en

ocasiones no ha mandado a figuras de primer nivel. Nuestro país tiene un complejo de

hermano menor de Estados Unidos, y una obsesión por congraciarse con el hermano

mayor para conseguir un trato preferencial. Y México maltrata a los migrantes

centroamericanos de una manera mucho más cruenta que Estados Unidos a los

mexicanos.

El mismo Trump ha usado ese argumento, que México hace lo mismo con

Guatemala.

–Hace cosas peores, sí. Hay una película espléndida, “La jaula de oro”, que trata de

esto. Entonces, no es casual este aislamiento de México. Mal podría reclamar la ayuda

de países a los que ha desatendido por mucho tiempo.

Y en este momento, ¿los mexicanos se sienten humillados o esto les ha dado algún

tipo de coraje?

–Mira, da rabia, pero también hay una conciencia muy clara de que defender al país

no es defender al gobierno. Es una desgracia que Trump sea el presidente de Estados

Unidos, pero para nosotros es una desgracia mayor que Peña Nieto sea presidente de

México. Su capacidad de hacer daño es mucho más directa. Y Trump llegó al poder,

en parte, con su ayuda.

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¿Por qué?

–Porque fue el único presidente que lo invitó a una visita oficial durante la campaña.

Gracias a esa absurda invitación, mucha gente pudo ver a Trump con un rango

presidencial que no tenía, porque él dijo aquí lo que le dio la gana, mostró empaque y

se salió con la suya. Por otra parte, la política de Peña Nieto ha sido de total entrega a

los Estados Unidos. Hizo una reforma que permite la explotación de petróleo en aguas

profundas con hasta 100% de capital extranjero. Esto en México era inaudito, porque

el petróleo siempre fue como un baluarte de la soberanía nacional. Entonces el mismo

presidente que da ventajas a los extranjeros, que invita al candidato que ofende a los

mexicanos, ahora tendría que encabezar la defensa de la dignidad nacional…

naturalmente no puede hacerlo.

Trump es un enemigo algo incómodo para la izquierda, porque su nacionalismo

también es enemigo del enemigo, el capitalismo global. ¿Se puede combatir lo

primero sin promover lo segundo?

–Lo que ocurre es que, como el nacionalismo siempre es una expresión de

desconfianza hacia el otro, es común que países vecinos sean recíprocamente

nacionalistas. Y México obviamente va a experimentar, ya está experimentando, una

ola nacionalista y patriotera. Y con ello el ascenso de un eterno candidato a presidente:

Andrés Manuel López Obrador [de izquierda]. Todo indica, en los sondeos actuales,

que podría ser presidente en 2018. Él representaría un populismo nacionalista de corte

mexicano capaz de enfrentarse al populismo nacionalista de Trump. O sea, el camino

de exacerbar la tensión entre los dos países. Es un efecto secundario del trumpismo y

del entreguismo de Peña Nieto.

¿Te gusta como candidato?

–Es un hombre honesto y un respetable luchador social, sin demasiados tintes de

estadista, digamos. A mí no me parece la opción más interesante. Tanto el Ejército

Zapatista como el Congreso Nacional Indígena están estudiando postular una

candidata indígena, una mujer indígena, y eso me interesa mucho más. No tendría

opciones de ganar, pero sería una manera de señalar que los que siguen siendo más

discriminados –las mujeres y los indios– tienen derecho a tener una voz.

IMAGINACIÓN ZAPATISTA

Vienes siguiendo a los zapatistas desde su irrupción en 1994, y cada tanto dedicas

alguna columna a contar que en Chiapas están pasando cosas muy interesantes.

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–Realmente es conmovedor lo que está ocurriendo en Chiapas. Después de la

espectacularidad del alzamiento mismo, o de la caravana zapatista que vino a Ciudad

de México en 2001 a reclamar los acuerdos que habían firmado con el gobierno y que

hasta la fecha el Congreso no convierte en ley, después de esos grandes hitos

mediáticos, se pensaría que los zapatistas han desaparecido. Ciertamente ellos

sintieron que se iban a desgastar mucho tratando de modificar las leyes de un país que

se niega a movilizarse, entonces se refugiaron en Chiapas y se dedicaron a algo que a

mí me parece más heroico, que es redefinir la vida diaria: las condiciones de vida de la

mujer, las Juntas del Buen Gobierno donde se juzga a los demás y se decide la política,

la Escuelita Zapatista, como le llaman a su trabajo educativo, las mejorías en salud, el

Hospital de la Mujer que construyeron, sus proyectos de comercio justo, todo esto

habla de un avance extraordinario que las comunidades han logrado desde la

precariedad, con muy pocos recursos. También en el arte. El año pasado estuve en el

festival CompArte, hubo otro dedicado a la ciencia llamado ConCiencia y todo esto da

cuenta de una transformación muy significativa desde abajo, con formas de gobierno

muy novedosas.

¿Y que realmente funcionan?

–Mira, son tan eficaces estas Juntas de Buen Gobierno que incluso comunidades de

afuera van ahí a tratar de dirimir sus asuntos, en busca de una justicia mejor que la de

los tribunales. Y todo esto con mucha reflexión intelectual. Al menos una vez al año

ellos hacen seminarios internacionales –que llaman “semilleros”– donde invitan a

gente a imaginar otro mundo posible. Hay quienes consideran que toda imaginación

del futuro es romántica o utópica, pero no podemos transformar el mundo sin

imaginar algo que pueda venir. Esa ha sido la tarea de la filosófica desde Platón. Los

zapatistas están en eso y están escribiendo teoría al respecto.

Tu compatriota Héctor Aguilar Camín dice que la “dignidad indígena mexicana”

ha sido un eslogan vacío, que las comunidades de Chiapas son “el pozo del atraso”

y están peor que antes.

–Lo que ocurre es que Héctor, a quien yo respeto, tiene una idea de la política muy

distinta a la mía. No sé si él ha ido a las comunidades zapatistas, yo he estado muy

frecuentemente ahí. Ciertamente son condiciones pobres, pero la pregunta es: ¿qué

debe prevalecer como escala de valores? ¿Tener una economía superior, tener un 7-

Eleven en cada comunidad indígena, o tener una vida comunitaria mucho más rica,

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con satisfactores espirituales, y lograr que lo básico –la alimentación, la educación y la

salud– estén cubiertos? La solución de los zapatistas es la de sumar debilidades, no la

de pretender ser ricos o tener un gran poder de consumo. Es una vocación de dignidad

en la pobreza, y yo creo que la dignidad en la pobreza existe. Quien piense que la

revolución de la India encabezada por Gandhi fracasó porque consiguieron la

independencia sin salir de la pobreza, o sin alcanzar el desarrollo de los países

industrializados, pues no entiende la causa movilizadora de Gandhi, que también se

funda en una noción de la pobreza. No olvidemos que su lucha empieza protestando

contra un impuesto a la sal, y los británicos desestiman su fuerza, dicen “¿a quién le

importa la sal?”. Y al final de una larga marcha, Gandhi toma un puñado de sal y dice

“con este puñado de sal voy a sacudir los cimientos del Imperio británico”. A veces lo

más pobre empuja transformaciones muy duraderas, la historia lo ha demostrado. Los

zapatistas están ahí y cualquiera puede ir a uno de estos festivales y convivir realmente

con las comunidades. Creo que el tipo de vida que están haciendo, aun con las cosas

perfectibles y los errores del caso, es algo extraordinario.

Un poco más al norte, lo que está pasando es horroroso. En Veracruz apareció una

fosa común con unos 250 cuerpos.

–Del tamaño de una piscina olímpica…

Uno ya lo mira a la distancia y ni se pregunta si hay manera de arreglar eso.

¿Cómo asimilan estas noticias? ¿Ya es más de lo mismo o se angustian pensando

soluciones?

–Bueno, más de lo mismo no, es una cosa terrible. Todo México es una necrópolis. Hay

decenas de miles de desaparecidos, hay madres buscando a sus hijos hace mucho

tiempo, la muerte se ha adueñado de todo el territorio. Hay gente que ha descubierto

fosas buscando a sus hijos y luego ha sido inculpada por excavar sin permiso en esos

lugares, es una realidad atroz. Por eso cuando uno habla de una sociedad digna y

pobre, como las comunidades zapatistas, pues hay que contrastar eso con el otro

México, el narcoestado donde lo ilícito ya es la forma más común de la economía y del

ejercicio del poder, un país sin ley. Y ahí sí hay dinero, sí hay recursos, pero tienen que

ver con la sangre, con un capitalismo desaforado y una descomposición social

gigantesca. Porque la otra cara de la violencia es la impunidad. Ese Estado, Veracruz,

donde han muerto unos 16 periodistas en los últimos años, fue gobernado por Javier

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Duarte, que pertenece al mismo partido que Peña Nieto y está prófugo. Se sabía de sus

crímenes y de su corrupción, y le dieron todas las facilidades para escapar.

DE CARTÓN PIEDRA

En Puerto de Ideas va a montarse “La desobediencia de Marte”, una de tus obras

de teatro. Es curioso que el teatro, acusado en otros tiempos de falsear la realidad,

hoy ya parezca una forma un poco rústica de representarla.

–Es un punto muy interesante que, volviendo al tema de la realidad virtual, explica

que al menos en México el teatro tenga cada vez más impacto. Creo que hay gente que

está ayuna de realidades, de actos de presencia, necesitada de volver a congregarse. El

teatro tiene muchos elementos rituales. Y tiene la gracia, como pacto evidente con el

público, de que no pretende sustituir el mundo que está afuera, sino sólo crear una

realidad transitoria. Y eso es lo asombroso: que una escenografía de cartón piedra, si

la obra es buena, se convierte en un paisaje inolvidable. Pero sabemos que somos parte

de un pacto y que luego saldremos a la calle. Yo creo que es una de las formas más

potentes de comunicarnos. Se están cerrando salas de cine en México y se están

reconvirtiendo en teatros, no todos muy comerciales, pero cada vez hay más teatros.

También hay gente que no lo tolera.

–El teatro siempre tuvo notables defensores y notables detractores. Una vez estaba yo

en Barcelona, daban una obra de Thomas Bernhard e invité a Enrique Vila-Matas. Y

Enrique me dijo: “Yo fui al teatro a los 14 años, vi una obra que trataba de un

adulterio, salí horrorizado y prometí no volver más”, y colgó el teléfono. También

hubo grandes filósofos que consideraron al teatro inmoral, capaz de pervertir. A

Rousseau, con su teoría del buen salvaje, le parecía una alteración del hombre natural,

propia de la hipocresía y la simulación de la sociedad francesa. Y es cierto que esa

crítica se le puede a aplicar a muchas obras, en las que no ves más que afectación y

simulación sin sentido alguno.

En un artículo titulado “El deterioro de la mentira” contrastas su posición con la

de Diderot.

–Claro, Diderot fue un gran dramaturgo y pensaba todo lo contrario. En “La

paradoja del comediante”, una obra maestra sobre la actuación, plantea que mientras

más consciente está un actor de su técnica, mientras más controlada la tiene, mayor es

la espontaneidad que simula. Es decir, que se necesita ser lo suficientemente frío en

escena para que la emoción arda en los espectadores. Esa naturalidad trabajada, para

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Diderot, define en buena medida la cultura, y por eso el teatro puede tener un efecto

transformador de las conciencias. Y en efecto, muchas veces el teatro ha servido como

acicate para transformar la realidad fuera de la obra. La independencia de Irlanda

comenzó a forjarse a partir de funciones teatrales, la gente salía del Teatro Abbey a

las manifestaciones por la independencia. Yo le pregunté a Ingo Schulze, el escritor

alemán que nació en la RDA, qué extrañaba más del socialismo alemán. Me contestó

sin pensar: “el teatro”. Porque era el principal espacio político que tenían. Ahí se

ventilaban, de manera simbólica, los problemas que no se podían tratar en la prensa.

Lo contradictorio es que hoy el teatro nos parece un formato más auténtico, pero

en la vida cotidiana el modelo de autenticidad que se está imponiendo es el de

Rousseau, que es el opuesto.

–Exactamente, pero ese es un modelo de autenticidad individual, en circunstancias de

que la autenticidad es siempre una cuestión relativa, para ti es una cosa y para mí es

otra. Entonces, la gracia del teatro es que su gran momento de autenticidad, ese

momento climático en que una obra de arte produce una extraña liberación

emocional, es comunitario. Esa cuestión es única. Una sala de cine puede estar llena,

pero cada uno está aislado en sí mismo. En el teatro las risas, o incluso los llantos,

acompañan rítmicamente la obra. La famosa cuarta pared, que es donde está el

público, permite que se cree este momento de comunión. La autenticidad teatral es ese

momento de “El jardín de los cerezos” en que van a vender el jardín y se siente una

angustia difícil de explicar, la liberación colectiva de una verdad que sólo conocen las

emociones.

A estas alturas esto te puede desprestigiar, pero entiendo que tu maestro en el

teatro fue Jodorowsky.

–Bueno, en mi adolescencia era nuestro gigante, una fuerza de la naturaleza.

Jodorowsky fue un gran director de teatro que puso en México “El sueño” de

Strindberg, “Informe para una academia” de Kafka, “Las sillas” de Ionesco y muchas

otras obras. Luego transitó hacia un teatro más de performance hippie, e hizo una

adaptación con desnudos de “Así hablaba Zaratustra” que escandalizó y al mismo

tiempo hizo pensar a mucha gente. Fue precursor de los happenings en México, hizo

espectáculos de pantomima, de ópera, fue un gran autor de historietas y creó al menos

una película espléndida que es “El topo”, la favorita de John Lennon. Y bueno, era un

gurú de tiempo completo. Cualquier cosa que le preguntaras, contestaba como un

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gurú. Y su obra que más nos influyó era quizás la menos buena, “El juego que todos

jugamos”. Ahí se hablaba de la sexualidad, de modos de convivencia muy cercanos a la

Era de Acuario y a las nuevas concepciones de la conducta. Y pues a mí a los 14 años

esa obra me deslumbró, igual que a mis amigos, e hicimos una copia descarada que se

llamaba “Crisol”. Esa obra de adolescentes tuvo un éxito que no hubiéramos merecido

en ninguna época menos sicodélica y menos abismada en las teorías de amor y paz.

¿Sus consejos en Twitter también te deslumbran?

–¡Ja, ja, ja! No, no. Ha regado tantas frases por el universo que no deja de tener

algunas extraordinarias, pero ya como gurú de psicomagia me interesa menos.

Aunque no dejo de admirar su capacidad de charlatán. Él mismo se ve como un mago,

y qué es un mago sino alguien que maneja los trucos de un charlatán.

Villoro en Puerto de Ideas Antofagasta

Sábado 8: “Las estrellas de la mente: Apuntes personales sobre ciencia y

literatura”, a las 18.30 en la Biblioteca Regional. / Estreno de “La desobediencia

de Marte”, a las 20.30 en el Teatro Municipal. / Domingo 9: “El gol de la física y la

cultura”, a las 12.30, Ferrocarril de Antofagasta.

Más información en puertodeideas.cl

*FOTO: CORTESÍA PUERTO IDEAS

ENTREVISTA A JULIO GAMBINA, FUNDACIÓN DE INVESTIGACIONES SOCIALES Y POLÍTICAS (FISYP)

"POR PRIMERA VEZ EN LA HISTORIA POLÍTICA DE LA ARGENTINA GANA LA PRESIDENCIA ALGUIEN QUE NO ES RADICAL NI PERONISTA"

https://www.rebelion.org/noticia.php?id=224862

Mario Hernandez

Rebelión

M.H.: En la movilización del 24 de marzo escuchábamos entre otras consignas una que vinculaba al Presidente Mauricio Macri con la dictadura. Quiero preguntarte sobre las rupturas y continuidades respecto del 24 de marzo de 1976.

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J.G.: Es interesante y en muchos ámbitos del debate militante en general se discute esta consigna de “Macri vos sos la dictadura” que a veces se puede entender como muchas de las continuidades que hay entre muchos personajes.

Los beneficiarios de la política del 24 de marzo de 1976 son los mismos beneficiarios de la política actual. Empresas que estuvieron detrás del golpe, son empresas que están siendo claramente beneficiadas con esta política. Pero en algunos otros casos la consigna sirve para ocultar por qué ganó Macri, porque no llegó por un golpe de Estado, sino con la votación mayoritaria de la sociedad argentina, ni siquiera con un voto propio, no solo es una conclusión mía sino que muchos hablan del voto prestado. Macri por sí mismo no sacó más del 25% en primera vuelta, fue completado por el radicalismo y en la segunda vuelta sumó más votos negativos que positivos.

Entonces, cuando se afirma “vos sos la dictadura”, se omiten las causas que habilitaron el ingreso de Macri al gobierno. Y si retrocedés en el tiempo, también hay que discutir los 8 años de la gestión de Macri en la Ciudad de Buenos Aires, no fueron 8 años de dictadura, fueron dos gobiernos legitimados con el voto popular y el primero de los gobiernos de Macri en la Ciudad tuvo que ver con una política de presentación de dos listas por parte del kirchnerismo que ya era oficialismo nacional, porque la hipótesis era que Macri tenía una consideración tan negativa de la población que cualquiera que llegara al balotaje le ganaba, y no fue así. Además, no perdió más en la Ciudad de Buenos Aires donde tuvo dos períodos, más éste como presidente, que es el tercero. Con lo cual para el análisis político es tremendamente inadecuado pensar en términos de dictadura.

La dictadura fue el terrorismo de Estado y en todo caso lo que hicieron los gobiernos constitucionales fueron leyes de impunidad, obediencia debida y punto final, luego indultos presidenciales y más tarde dos leyes anti terroristas. Entonces, el terrorismo de Estado es una política clara de la dictadura militar y en todo caso podemos discutir cuánto se combatió el terrorismo de Estado en los gobiernos constitucionales.

Es un dato muy importante los juicios a las Juntas militares en el gobierno de Alfonsín y también la anulación del Punto Final y la Obediencia Debida en 2003, lo que rehabilitó la reapertura de los juicios a los represores. Entre esos juicios está el juicio a César Milani.

El 24 me tocó estar en Neuquén y allí la movilización se hace en torno al boulevard con lo cual desde cualquier punto se puede ver en su totalidad. Se estima que unas 20.000 personas marchamos en Neuquén y me

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sorprendió una columna que tenía un cartel con letras luminosas que decía “Perpetua a Milani” y eso se hacía en el marco de una movilización que tenía múltiples proyectos políticos, salvo el gobierno, todos los demás estaban marchando, ni el Pro ni el radicalismo estaban allí, los demás estaban todos y esa columna marchaba con esa consigna contra Milani. Yo agrego, contra Milani y contra todos aquéllos a los que todavía hay que enjuiciar y que no son todos militares, sino civiles que siguen planteando algunas consignas de aquellos años. Sin ir más lejos, y no solo vinculado a la cuestión argentina, las declaraciones del Ministro de Educación respecto a la falta de unidad del proyecto hegemónico en tiempos de Hitler es un tema que no podemos permitir, no solo por ser Ministro de Educación, sino a cualquier Ministro en Argentina, América Latina, en la sociedad contemporánea, que tenga alguna orientación de viabilizar proyectos autoritarios, terroristas, genocidas como es el caso de Hitler.

Yo creo que hay continuidades, pero que atraviesan a todos los gobiernos constitucionales, por ejemplo, se han cumplido 40 años de la Ley de Entidades Financieras en la Argentina, esa es una continuidad histórica. Otra continuidad política es la deuda externa como condicionante. Más de uno me podrá decir que en el último período hubo desendeudamiento, lo cual es cierto, pero habilitó el re-endeudamiento en la última parte del gobierno anterior y es la gran excusa, la baja proporción de la deuda pública respecto del PBI, para que el gobierno de Macri se lanzara en 2016 a un endeudamiento público espeluznante.

Por supuesto que hay muchas continuidades, pero también hay rupturas, que nos tenemos que animar a discutir, y me parece muy interesante que provoques con la pregunta, lo cual no quiere decir que estés de acuerdo con lo que estoy diciendo, porque por primera vez en la historia política constitucional de la Argentina gana la presidencia alguien que no es radical ni peronista, fuera de los golpes militares que pusieron a cualquiera a fuerza de violencia explícita de golpe de Estado, de terrorismo de Estado, de no vigencia de la Constitución. Pero ahora con elecciones ganó Macri y ganó Vidal en la Provincia de Buenos Aires y Larreta en Capital Federal, por no hablar de otros proyectos de derecha explícita que ganaron en las provincias.

También hay que hacerse cargo de que éste es un tiempo en el que gana Donald Trump en EE. UU., hay una derecha explícita. No es el caso de Paraguay, ni Brasil, ni Honduras donde los proyectos que gobiernan han llegado por maniobras que algunos consideran golpes blandos, golpes legislativos, maniobras políticas, etc. En el caso de Argentina, como en el caso de EE. UU., con las diferencias y matices que hay, fue por votación popular. Entonces eso no es una dictadura, es democracia. Si le querés

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poner un adjetivo, es la democracia burguesa, el sistema político en condiciones de dominación de la burguesía, en asociación con los medios de comunicación, pero son las clases dominantes en actividad que han generado condiciones políticas para que uno de ellos, un representante directo de la clase dominante, sea Presidente de la Argentina.

Más allá de cómo termine la historia, si puede completar el mandato, si puede disputar exitosamente las elecciones de medio turno, si le da el cuero para un segundo mandato si pasa las elecciones de octubre, eso ya es hipótesis de futuro. Pero creo que flaco favor nos hacemos desde la izquierda, desde el movimiento popular pensando que el triunfo de Macri fue dictatorial. No lo ha sido, ha sido a través de mecanismos electorales. No me consta que haya habido denuncias de fraude electoral, y es más, ya pasó su primer año de gobierno y el año pasado aun con minoría parlamentaria ha tenido complicidades varias para aprobar leyes que son estratégicas en el proyecto de las clases dominantes más allá del PRO y, al mismo tiempo, nosotros, el movimiento popular, militantes de organizaciones sindicales, no pudimos instalar el paro nacional, algo que ahora con las movilizaciones de marzo y la fuerte presión del movimiento popular al triunvirato de la CGT empujó a la determinación del paro del 6 de abril y las CTA que habían planteado en un plenario de delegados el pasado 14 de marzo en Avellaneda, paro para el 30 de marzo con movilización, reformularon y establecieron paro el 6 y movilización el 30. Sin perjuicio de que muchísimas organizaciones van a movilizarse también el 6 de abril. Pero hay que hacerse cargo de que el movimiento popular no logró hacerlo durante el 2016, ahora sí lo estamos haciendo y para mí esa es la novedad política.

Volviendo al tema de la dictadura y la democracia, hay que hacer un balance aunque nunca se terminan los balances históricos, pero el 2001 es la movilización de masas más importante de la sociedad de abajo en la Argentina y de ahí no pudo salir un proyecto político revolucionario, de transformaciones profundas. Pero había algunas condiciones desde el asambleísmo de base, la ocupación de fábricas, el fuerte activismo social, popular y obrero que hubo en esos años y que puso a la Argentina ante el mundo entero en la lupa de la investigación para analizar cómo se salía de la crisis del 2001 con una perspectiva emancipadora, pero no fue lo que ocurrió. Entonces hay que pensar también en los límites de construcción de alternativas políticas, no calificar y poner que el gobierno de Macri es un símil de dictadura. No quiere decir que no quieran aplicar su protocolo de represión, si la dejamos Patricia Bullrich aplicaría su plan, pero hagámonos cargo de que en el proceso de lucha de clases intervienen las clases dominantes y también los sectores populares, y hemos tenido muchos límites en Argentina y podríamos ampliarlo a

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América Latina para hacer valer lo que hemos llamado el proceso de cambio político en nuestro continente.

Si miramos para atrás en el 2010 era el momento de mayor expectativa de construcción de una propuesta de cambio político en toda la región, habían surgido nuevos mecanismos de integración alternativa, se hablaba de una nueva arquitectura financiera, un Banco del Sur para canalizar recursos para un proyecto productivo alternativo y eso no ocurrió, cuando pensamos por qué, los más responsables fueron Brasil y Argentina. La Argentina tampoco contribuyó a desarrollar mecanismos alternativos cuando Chávez propuso la soberanía energética para toda la región, Argentina no avanzó en un proceso de socialización de YPF, que no es lo mismo que una estatización parcial para una empresa privada de gestión estatal.

Hace falta ser mucho más serenos, hacer análisis más profundos y polemizar incluso con estas cuestiones, porque lo que estoy diciendo no es la verdad revelada, hay que ser muy crítico. Se puede entender la consigna rápida “Macri vos sos la dictadura” por los objetivos, por las continuidades del objetivo de reestructuración regresiva de la economía, la política, el Estado y la sociedad en la Argentina, pero el método de acceso al poder fue legítimo y la verdad que con minoría parlamentaria lleva un año en el gobierno y propuestas estratégicas como la legislación para renegociar con los fondos buitre y seguir poniendo la deuda como gran condicionante. Y no fueron solo el Pro y los radicales, fue un proceso mucho más amplio, y sigue con la adecuación de la Corte Suprema de Justicia y con las legislaciones principales y su política económica, que no pudimos frenar con rápidas movilizaciones y manifestaciones callejeras desde diciembre de 2015 ni bien asumido Macri. Hubo paros planteados a comienzos de 2016, gran movilización el 29 de abril, pero el gobierno tuvo capacidad de maniobra política, con complicidad en ámbitos de las centrales sindicales para dividir al movimiento obrero y popular, y favorecer la iniciativa del gobierno.

Si logran torcerle el brazo a los docentes se van a animar a hacerlo con el conjunto del movimiento obrero

M.H.: ¿Por qué razón adquiere centralidad el conflicto docente?

J.G.: Creo que la centralidad la pone por un lado la iniciativa política del gobierno que tiene uno de sus principales objetivos económicos, sociales, políticos y culturales en disciplinar al movimiento social. Estamos hablando del movimiento social argentino, el del 2001, el de los paros generales al gobierno de Cristina Fernández de Kirchner, de una tradición cultural histórica del movimiento obrero organizado.

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Argentina es uno de los países del mundo con mayor nivel de sindicalización. Esto no es nada nuevo, son datos estadísticos y es la realidad, la centralidad que tiene el movimiento obrero en la Argentina es un tema muy importante. No es un país capitalista desarrollado, no es EE. UU. ni Alemania, pero es un país de temprano desarrollo capitalista con una fuerte tradición de un movimiento obrero que se organizó tempranamente con inmigrantes europeos que venían con fuerte tradición de organización en el movimiento obrero y del internacionalismo proletario. Ese es el origen del peso combativo de los sindicatos y el movimiento obrero en nuestro país.

Hay un objetivo que la dictadura se propuso y fue continuidad matizada en todos los años de gobiernos constitucionales, que es el intento de generar reformas laborales en Argentina, lo más grosero fue la famosa Ley Banelco, pero desde la dictadura a la actualidad ha habido diferentes procesos de reformas laborales, más o menos exitosas, pero con una continuidad en estos 41 años de la ofensiva del capital contra el trabajo.

Podemos agregar otras ofensivas del capital contra la naturaleza, contra la sociedad, no es la única, pero la esencial es ésa. En el gobierno de Macri una de las grandes preocupaciones son las inversiones externas y los inversores internacionales plantean en Argentina y en cualquier país del mundo que ellos invierten si tienen rentabilidad asegurada, si tienen asegurado el retorno, la tasa de ganancia, si pueden disminuir el costo de producción y uno de sus elementos es el costo laboral, por lo tanto, el objetivo explícito de las clases dominantes en Argentina es bajarlo y por eso quieren ir a una reforma laboral.

Creo que en la coyuntura el caso testigo asumido por el presidente y la gobernadora de la provincia de Buenos Aires es tratar de lograr el disciplinamiento de los docentes. Los docentes están en una dinámica de organización, de lucha y de masividad de la protesta como a finales de la década de los ´80 que es el máximo nivel de la lucha docente en Argentina. El tema es que aparece muy en discusión el salarial, pero no solamente se discute el salario sino también una naturalización que se viene haciendo de la mercantilización de la educación.

Cuando al Presidente le sale de muy adentro que lo “normal” es la educación privada y en todo caso los que no pueden “caen” en la escuela pública, está mostrando lo que opinan las clases dominantes en Argentina desde hace años. Que la mercantilización de la sociedad, la privatización, no es solo de las empresas públicas, sino también la salud, la educación, la justicia, el sistema carcelario, la seguridad en su conjunto, cada vez hay más seguridad privada por donde mires, entonces disciplinar a los docentes que han mostrado en este año un nivel de movilización como

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hace mucho no se veía, es un tema estratégico. Por eso están queriendo disciplinar incluso a un gremio docente más chico en cantidad como es el de los docentes universitarios, porque la medida va contra los docentes primarios, secundarios, universitarios, porque si logran torcerle el brazo a los docentes se van a animar a torcerle el brazo al conjunto del sector obrero, por eso se entusiasman con el acuerdo que tuvieron con los estatales por el 18% con actualización, con los empleados de comercio y el 20% logrado, aunque aparezca la cláusula gatillo por la inflación y estimulan muchos otros acuerdos para que vayan en torno del 20/25% y que finalmente por decreto aparezca el aumento para los docentes y los puedan disciplinar. Incluso lo están intentando con una forma represiva muy fuerte que es el descuento salarial por los días de paro.

Creo que es una prueba piloto que están haciendo, por eso la lucha docente goza de mucha solidaridad. Cuando empezó el anuncio del no inicio de clases la respuesta del gobierno fue intentar inscribir voluntarios y empezó a generarse un clima a favor de esos voluntarios. Ahora no se habla más de ese tema, porque fue totalmente descalificada la iniciativa de los voluntarios para dar clases en las escuelas, es como si los médicos, enfermeros y trabajadores de la salud hicieran paro y nos ofreciéramos de voluntarios para ser cirujanos, pediatras, anestesistas, cardiólogos; es un disparate. O si los trabajadores de la energía decidieran parar y saliéramos en brigadas a atender el mantenimiento de la red eléctrica, es una irresponsabilidad gubernamental total, pero una maniobra ideológica que se frustró porque en el fondo ganó la solidaridad social de apoyo a los docentes, aun cuando una parte de la sociedad sigue prendida en ese chantaje ideológico y político de que los docentes trabajan pocas horas, cosa que decía Cristina Fernández de Kirchner también, no es una novedad de este gobierno; o que lo que importa es la educación de los chicos, cuando la educación de los chicos es una combinación de iniciativas que van mucho más allá del aula, tiene que ver con lo que pasa en la casa, con lo que viene de la tele, de los medios de comunicación, con el clima social que se vive; porque si vivimos en un clima donde la sociedad empuja la cultura individualista, la formación se genera en nuestros niños con un clima de “sálvese quien pueda”, de aliento al consumismo, al individualismo.

No se puede pensar que la educación remite solamente a lo que pase en el aula, si encima cuando vamos al aula, a los responsables de la formación de las camadas de niños, adolescentes, jóvenes y adultos se les paga una miseria como a los docentes. Convengamos que rayan en el límite de la pobreza gran parte de los trabajadores de la docencia en la Argentina. Entonces, el tema de los docentes es muy importante porque afecta a otro tema clave como es la educación, y en el plano salarial hay un consenso cada vez más generalizado que la mayoría de la población está sufriendo

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las consecuencias de esta política económica, lo que no quiere decir una errónea conclusión que sacan muchos, que insisten que como se sufren las consecuencias del ajuste económico, rápidamente el gobierno de Macri va a perder elecciones o van a ganar rápidamente proyectos de carácter alternativo en la orientación económica.

Puede ocurrir que el macrismo no gane las elecciones e incluso las pierda, pero van a aparecer opciones diciendo que Macri no lo sabe hacer pero “yo sí lo voy a saber hacer mejor para beneficio de la sociedad”. Esto ya ha pasado y por eso el desafío es pensar todos estos temas para contribuir a construir un proyecto político alternativo que luche por reivindicaciones inmediatas pero que sea capaz de construir un proyecto político, iniciativas políticas donde discutamos el tipo de sociedad que tenemos y el que queremos, donde sea la cultura solidaria, la cultura del vivir bien, en el sentido de que la mayoría de la población disfrute de los derechos históricamente conquistados por el pueblo argentino. La lucha de los docentes en estos momentos resume muchas de estas cuestiones que estamos planteando, y no es solo su lucha sino que tiene que ver con las reivindicaciones del movimiento obrero de conjunto.

M.H.: En los últimos días se habla mucho de la recuperación económica, se vuelven a mencionar los “brotes verdes”, en un relato que me recuerda a aquél que escuchaba de niño “ahí viene el lobo” ¿qué hay de esto?

J.G.: La Argentina no va a vivir en recesión toda la vida, ningún país vive en recesión toda la vida, la Argentina va a salir, va a rebotar del proceso de recesión, lo que no sabemos es cuándo, pero lo hará sobre un millón y medio de nuevos pobres en esta gestión. Lo hará con salarios perdidos en 2016 que van del 6 al 12% en la pérdida de capacidad de compra. El ajuste es una realidad política.

ERNESTO CARMONA/ RICOS CHILENOS, ESTIRPE INSACIABLE: CRECEN… PERO SE QUEJAN

http://www.surysur.net/ricos-chilenos-estirpe-insaciable-crecen-pero-se-quejan/

Treinta y ocho de las 40 mega empresas chilenas del IPSA, el indicador local más importante de renta, aumentaron sus ganancias en 22,8% durante 2016, según un estudio entregado (viernes 31) por la sección Economía y Negocios de El Mercurio. Los resultados se basan en información publicada por la Superintendencia de Valores y Seguros (SVS), ente del Estado que “regula” el gran capital. Las utilidades totalizan 9.298,71 millones de dólares, 1.728,92 millones de dólares más que los 7.569,79 millones de dólares de ganancias obtenidos en 2015.

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Los resultados contrastan con las constantes quejas y amenazas empresariales de “recesión” y “baja de la inversión” que explicar por una supuesta pérdida de “confianza” causada por las discretas reformas que intenta el gobierno, entre otras la gratuidad parcial de la enseñanza superior a financiarse con una modesta reforma tributaria ya aprobada. Las cifras demuestran que los empresarios siguen siendo los ganadores absolutos en el juego neoliberal. Todo esto ocurre en un clima de creciente cuestionamiento popular y nacional al “modelo chileno” total. O sea, los perdedores muestran su desacuerdo con la corrupción de los partidos políticos, los tres poderes clásicos del Estado, el gran empresariado y, en particular en estos días, el sistema privado obligatorio de fondos de pensiones (AFP), el principal sostén financiero del capitalismo chileno. Los grupos más ricos financian sus negocios legalmente con los fondos ahorrados por los trabajadores (que suman más de 150.000 millones de dólares) para su jubilación, con el beneplácito de los gobiernos de “izquierda” y derecha. Ahora que el sistema ya tiene 37 años, los nuevos pensionados se encuentran sorpresivamente con jubilaciones que en el mejor de los casos alcanzan al 30% de sus antiguos salarios como activos. ECONOMÍA Y NEGOCIOS pareció darle un tirón de orejas al mundo empresarial cuando contrastó su constante lloriqueo con los buenos resultados, en un estilo informativo poco usual en el viejísimo vocero de la oligarquía: “Pese a los bajos índices de confianza empresarial que se mostraron permanentemente en 2016 y a la disconformidad de los directores y ejecutivos de las empresas con las reformas políticas que afectarían sus negocios, al cierre de 2016 las utilidades de 38 de las 40 empresas que pertenecen al IPSA, el principal índice de renta variable local, totalizaron un alza de 22,84%”. Las dos empresas que faltan aún no entregan sus resultados. Sólo dos firmas reportaron números rojos y veinte aumentaron sus utilidades. La compañía que más ganó entre 36 de las 38 empresas IPSA que han informado sus resultados (aún faltan dos que no los entregan) fue la multitienda (retail) Falabella, de la familia Solari, con utilidades por 922,8 millones de dólares. Con 836,7 millones de dólares de ganancias la siguen el Banco de Chile (que no aumentó sus utilidades respecto a 2015), controlado por el grupo Luksic; y Enel Generación Chile, de Endesa España y la italiana Enel, con 716 millones de dólares. El sector con utilidades más altas fue el llamado “utilities”, que comprende agua y electricidad, seguido por los bancos, excepto el fusionado Itahú-CorpBanca, y en tercer lugar el retail, donde Cencosud, del chileno alemán Horst Paulmann Kemna, figura con un aumento de 67,2% de crecimientos de las ganancias de su holding que integran, entre otros, la multienda Paris, supermercados Jumbo y Santa Isabel, la línea aérea Sky y el centro comercial Costanera Center, una torre de 300 metros emplazada en Santiago. Falabella y Cencosud tienen presencia en Argentina, Perú y Colombia, mientras sus dueños aparecen entre los grandes ricos mundiales de la revista Forbes, al igual que Luksic. Doce compañías tuvieron menos utilidades que en 2015, pero igualmente ganaron. Las alzas de las utilidades de seis empresas representaron el 80,8% de la ganancia neta de todas las firmas del IPSA en virtud de la concentración de

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la riqueza que existe en Chile. El análisis indica que entre esas empresas se encuentran Latam, fusión de las aerolíneas LAN (que controló Sebastián Piñera) y TAM (de Brasil), con el 16,7% del total de las utilidades; Cencosud, con el 13,5%; y Falabella (7,9% del total). Según el análisis mercurial, el sector industrial fue el que más aumentó sus utilidades en 2016 respecto al año precedente, con 819,37% de incremento. Pero con los cambios semánticos introducidos en Chile por el neoliberalismo, el sector industrial ya no echa humo. Así como los gremios ya no son las agrupaciones de trabajadores sino las organizaciones de los empresarios y la derecha se llama “centro derecha”, el sector “industrial” engloba a las líneas de transporte aéreas y marítimas, como LATAM; a la “industria de la salud”, “industria inmobiliaria”, etc. La industria chilena real fue desmantelada por la dictadura y la “democracia protegida” actual. Los chilenos más ricos

Entre los grandes ganadores chilenos del reporte Forbes 2017 sobre los más ricos del mundo, difundido el 20 de marzo, aparecen ocho grupos económicos controlados por 11 personas que este año exhiben un patrimonio conjunto de 41.400 millones de dólares: Grupo Luksic, representado en Forbes por Iris Fontbona, de 74 años, viuda del self made man Andrónico Luksic Abaroa, ocupa el puesto Nº 84 entre los más ricos del mundo con 13.700 millones de dólares (en 2016 aparecía con 10.100 millones) invertidos principalmente en gran minería del cobre a través de Antofagasta Minerals, casi tan grande como la estatal Codelco, y el conglomerado Quiñenco (Compañía Cervecerías Unidas (CCU), Banco de Chile, Madeco, Compañía Sudamericana de Vapores (CSAV) y SAAM (servicios portuarios), entre otros negocios que incluyen el canal 13 de TV, donde Andrónico Luksic Craig (el hijo mayor) compró el 66% a la Pontificia Universidad Católica, es decir, El Vaticano. El grupo Luksic tiene, además, una activa puerta giratoria con el gobierno. Llegó a tener cuatro ministros de su confianza en el gabinete Bachelet, en Hacienda, Minería, Energía y Educación/Secretaría General de la Presidencia. Grupo Matte, integrado por los hermanos Eliodoro, Bernardo y Patricia con 2.800 millones de dólares cada uno, posee 8.400 millones de dólares (en 2016 figuraba con 6.900 millones), principalmente por sus ganancias en rubros como

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celulosa, papel, madera y energía. Este grupo, ligado a los Legionarios de Cristo y usufructuario de las tierras que reclama la etnia mapuche, está cuestionado por mala práctica, una colusión con competidores para aumentar sus ganancias con un alto sobreprecio fijado al papel tissue, que estafó por años a millones de consumidores. Hoy se debate una indemnización, pero no hay prisión en Chile para estos delitos de cuello y corbata. Horst Paulmann Kemna, germano-chileno de 82 años, ostenta este año 4,7 mil millones de dólares (en 201 Forbes le adjudicó 3.700 millones) con su holding Cencosud (Centros Comerciales Sudamericanos S.A., con presencia en Brasil, Colombia y Perú), que en Chile explota la cadena de supermercados Jumbo y Santa Isabel, la tienda de retail París –que además opera como prestamista popular–, la línea aérea Sky y el mega centro comercial Costanera Center, entre otros. En 2011 Paulmann alcanzó una fortuna de 10.500 millones de dólares, pero algunos errores de en sus negocios lo “empobrecieron”. Julio Ponce Lerou, de 71 años, el ex yerno de Pinochet que con la ayuda del suegro se apropió en 1983 de la mixta Sociedad Química Chilena (SQM, minería no metálica, salitre, yodo, potasio y litio), debutó en Forbes en 2014 con 2.300 millones de dólares pero en 2016 creció a 3.100 millones. En 2014 fue multado en 164 millones de dólares por el “caso Cascadas” un truco bursátil que hizo subir artificialmente el valor de las acciones de lo que ahora es su holding SQM. También en 2014, el Ministerio Público comenzó a investigar a SQM por financiar fuera de la ley y en perjuicio del Fisco a políticos y partidos de todos los pelajes con la figura de (falsos) proveedores que ascendería a 14 millones de dólares. Una investigación que la propia SQM encargó a los abogados estadounidenses Shearman&Sterling, entregada en diciembre 2016, apunta que el 45% de los aportes a falsos proveedores benefició a personajes políticos ligados a la ultraderechista Unión Demócrata Independiente (UDI), 11% a la derechista Renovación Nacional (RN), 11% a la co-gobernante Democracia Cristiana (DC), 10% al Partido Regionalista Independiente (PRI), 8% al “izquierdista” Partido Socialista (PS), 7% al gobiernista Partido Radical Social Demócrata (PRSD) y 3% al también oficialista Partido por la Democracia (PPD). Entre los top ten que estiraron la mano aparecen sociedades vinculadas a Luis Saldías (asesor de Julio Ponce); Cristián Warner (ex jefe de campaña de Marco Enríquez-Ominami); Sebastián Piñera; Giorgio Martelli (gestor de la campaña de Bachelet); Cristina Bitar (colaboradora de Piñera); Marcelo Rozas (veterano operador político DC); Carlos Ominami (ex senador PS) y Pablo Longueira (ex senador, ex ministro UDI de Piñera y ex presidenciable). Entre los beneficiarios Nº 10 al 20, Shearman& Sterling menciona a sociedades vinculadas a políticos como el ex vicepresidente RN Claudio Eguiluz (ya formalizado por la justicia), Marcelo Rozas, Adolfo Zaldívar (fallecido, ex senador DC, fundador del PRI) y Andrés Allamand (ex senador RN y ex ministro de Piñera). Sebastián Piñera Echenique, de 67 años, ex presidente y ahora candidato presidencial de la derecha dura, poseedor de 2.700 millones de dólares acumulados como inversionista, incrementó su fortuna aún durante su presidencia (2010-2014). En febrero de 2009 Forbes le asignó 1.000 millones de

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dólares. Tras la campaña electoral y las elecciones de diciembre 2009 y la segunda vuelta de enero 2010, en febrero 2010 la revista le atribuyó 2.200 millones de dólares. Semanas antes de abandonar la presidencia en marzo de 2014, el ranking que se difunde en febrero lo presentó con 2400 millones de dólares. El jefe del sexto grupo económico, investigado actualmente por la Fiscalía para establecer su responsabilidad en varios casos de corrupción (Penta, SQM y otros), por largo tiempo ha sido criticado por el concubinato de sus negocios con su vida política. El Ministerio Público investiga operaciones secretas que habría realizado en Chile y en el exterior mientras estuvo en el palacio de La Moneda. En una entrevista laudatoria publicada por Jude Webbs en el Financial Times del 21 de julio de 2010, Piñera le mostró como “trabajaba” con un terminal de Bloomberg que, junto con entregar información financiera mundial, permite invertir on line en el exterior, incluidos los paraísos fiscales. “Tiene una calculadora a mano, un bloc de notas garabateado con números frente a él y un terminal Bloomberg”, escribió Webber en el conservador periódico británico dirigido a los lectores de la City. Alvaro Saieh Bendeck, de 67 años, tiene 2.500 millones de dólares invertidos en Corpbanca-Colombia (Corpbanka-Chile se fusionó con el brasileño Itahú-Chile en 2016), el holding de supermercados SMU (Unimarc, Ok Market) y el grupo mediático Copesa-La Tercera, que con el grupo Edwards-El Mercurio integra un duopolio que controla absolutamente toda la prensa escrita de Chile, además bajo el mismo signo ideológico-editorial. Luis Enrique Yarur Rey, de 66 años, exhibe 1.900 millones de dólares, tras ingresar al ranking Forbes en 2013 con 1.850 millones de dólares obtenidos con el Banco de Crédito e Inversiones. Grupo Angelini, conformado por los sobrinos herederos del otrora rico número uno de Chile sin descendencia, Anacleto Angelini, aún tiene 3.000 millones de dólares compartidos, 1.700 millones de Roberto Angelini Rossi, de 68 años, y 1.300 millones que aparecen a nombre de su hermana Patricia, de 62 años. Con presencia en Argentina, Brasil y Perú el grupo dueño de Copec todavía es fuerte en negocios pesqueros, mineros y forestales (celulosa), entre otros rubros. Sus empresas pesqueras participaron en el pago a legisladores que aprobaron la ley de pesca, diseñada a su medida por los propios “dueños del mar”. Entre otros procesados por cohecho de este caso se encuentra el senador UDI Jaime Orpis, tras ser despojado del fuero parlamentario. Jean Salata, un chileno desconocido, desvinculado desde largo años de su país natal, residente en Hong Kong y dedicado a negocios financieros, apareció en el Forbes 2017 con 1.480 millones de dólares. Empero, no tiene presencia local. Fuentes: –http://www.elmostrador.cl/noticias/pais/2015/07/15/puerta-giratoria-publico-privada-todos-los-focos-sobre-el-grupo-luksic/ –https://www.forbes.com/billionaires/list/#version:static_country:Chile –http://www.elmostrador.cl/noticias/pais/2015/09/02/sqm-los-top-ten-del-millonario-financiamiento-politico-ilegal-de-parte-de-la-minera-controlada-por-ponce-lerou/ –http://www.latercera.com/noticia/el-mapa-politico-de-los-pagos-de-sqm/ –http://www.theclinic.cl/2010/07/28/pinera-enchufado-a-un-terminal-de-

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bloomberg-en-la-moneda/ –https://www.ft.com/content/3f9ec6d8-934f-11df-bb9a-00144feab49a –http://ciperchile.cl/2010/07/22/el-misterio-de-las-pantallas-de-computador-del-presidente-y-el-fideicomiso-tuerto/

COMENTARIO DEL LIBRO 'CHILE 1970-1973. MIL DÍAS QUE ESTREMECIERON AL MUNDO' DE FRANCK GAUDICHAUD

Cordones Industriales y experiencias de autogestión territorial y productiva en tiempos de la Unidad Popular

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=224775

Karina Narbona

Fundación SOL

Comentario del libro “Chile 1970-1973. Mil días que estremecieron al mundo. Poder popular, cordones industriales y socialismo durante el gobierno de Salvador Allende”. 1° ed. Santiago: LOM ediciones, 2016. Obra de Franck Gaudichaud traducida al español por Claudia Marchant.

Franck Gaudichaud recorre e interpreta en este libro el desarrollo de formas de poder popular –a lo que el autor añade la palabra “constituyente” para enfatizar su capacidad de agencia sobre lo constituido- durante los mil días de la llamada vía chilena al socialismo, considerando como paraguas al movimiento popular urbano contestatario pero centrándose en el movimiento obrero y en sus experiencias embrionarias de autogestión territorial y productiva expresadas en los Cordones Industriales.

El autor difunde y actualiza por este medio los resultados de su tesis doctoral en Ciencias Políticas (2005). El libro tiene 472 páginas y trece capítulos agrupados en 4 partes: 1) “El Chile de la Unidad Popular”, 2) “¿Hacia el desbordamiento? Del fracaso de los Comités de la Unidad Popular a la Asamblea de Concepción”, 3) “De los cordones industriales en sí a los cordones industriales para sí” y 4) “Repertorios del poder popular, territorios movilizados y amenazas del golpe de Estado”. Junto con

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hilar acontecimientos y procesos que en líneas generales dieron forma al paisaje social de la Unidad Popular, este trabajo, en palabras de su autor, se propone “utilizar y probar la noción de ‘poder popular constituyente’ con el objeto de estudiar esas formas creadoras de organización y movilización provenientes desde abajo” que se desplegaron en el Chile de los mil días y que, con sus especificidades, fueron parte de una vivencia latinoamericana “salpicada, en diferentes lugares, por esos ‘destellos autogestionarios’”, “que tienen una identidad social específica a este continente’” pero que dialogan con ensayos de autogobierno de latitudes y temporalidades lejanas, como las experiencias europeas. Gaudichaud, siguiendo a Hannah Arendt, considera estas prácticas colectivas de las clases dominadas “‘un tesoro perdido de la tradición revolucionaria’ (…) que la historiografía dominante ha desestimado hace demasiado tiempo (empezando por la historia de los consejos obreros)” (pp. 26-27). Así, su obra arranca de una apelación al estudio profundo y una puesta en relieve de esta área marginada en tanto clave comprensiva del cambio social, poniendo su foco en Chile.

Se trata de un pormenorizado recorrido que se inicia con una caracterización del movimiento sindical, de las fuerzas de izquierda existentes y de las condiciones socio-espaciales de la clase trabajadora en el periodo estudiado, tomando nota de los cordones industriales aún no movilizados que existían, en los hechos, por efectos de contigüidad y aglomeración productiva (los cordones “en sí”); que analiza el despegue del proyecto de la Unidad Popular junto a los espacios previstos de participación institucional de pobladores y trabajadores, los cuales Gaudichaud describe como pensados en forma poco articulada dentro del proyecto y como espacios circunscritos a segmentos muy específicos, pero aún así germinalmente estimulantes; que ahonda en los zigzagueos de la política del Área de Propiedad Social, vislumbrando tensiones de diversa índole –como económicas (por la falta de un control significativo del mercado de la distribución, entre otros factores) y políticas-; y que se detiene en el desborde autogestionario (relativo) que los trabajadores protagonizaron frente al aparato estatal, al aparato sindical (en lo referido al menos a las organizaciones de cúpula) y al aparato de partidos (oficiales y extraoficiales), una experiencia acelerada coyunturalmente por el apremio de la autodefensa de clase frente a la escalada de la violencia patronal y frente a la praxis contradictoria de la estructura política y su difícil ascendencia sobre las orgánicas emergentes, pero también resultante de un proceso más largo de aprendizajes y acumulación organizativa del pueblo trabajador, que se alcanza a insinuar. El libro finalmente interroga esa “marea” creativa y energía viva, su funcionamiento, fortalezas y debilidades, especialmente en relación a los Cordones Industriales empujados por la acción consciente de trabajadores multicomprometidos –identificados como la experiencia más concreta y avanzada de poder popular, en comparación con otras experiencias menos desarrolladas-, y que en sus últimas páginas muestra la respuesta de este poder popular en construcción ante la amenaza del golpe de Estado y a su posterior concreción, repasando la acotada resistencia física de un pueblo que se encontraba prácticamente sin armas y la resistencia larga desde el terreno de la memoria de quienes encarnaron más directamente estos procesos.

Con material profuso, como archivos periodísticos y militantes, registros fotográficos, entrevistas orales y vasta bibliografía, incluyendo la reseña y puesta en aplicación de referencias teóricas de las ciencias políticas y sociales, este libro aporta un conocimiento fresco y una luz penetrante sobre una dimensión que ha sido poco estudiada dentro de la cuantiosa producción intelectual que existe sobre el tema de la Unidad Popular.

No se trata de una historia contada en código de obviedad lineal, sino que reconoce influencias de dirección múltiple y se confronta con dilemas de la izquierda del siglo XX y también de hoy –y probablemente aún más de hoy-, de forma compleja, como la relación entre conducción y espontaneidad, entre estructuración a gran escala, representación y democracia, o entre protagonismo de las voces subalternas y sedimentación ideológica.

Una especificidad del filtro de análisis escogido, es la atribución de un carácter nodal y dinámico al eje del trabajo. Reivindicándolo como nervio sistémico -sin usar estas palabras- Gaudichaud toma el resguardo de no aislar las luchas de los trabajadores del conjunto social mayor y flexible de sectores subalternos en lucha (reconociendo la interacción con movimientos sociales como el de pobladores) y no asilarlas de sus interacciones con el campo estatal y el “medio partidario”, sobre todo atendiendo a la tradición chilena. En relación a esto último, sin embargo, el tema central es cómo, especialmente a partir de octubre de 1972, se construyó una respuesta de clase que fue un poco más allá del apadrinaje desde afuera. En este sentido detecta el autor que “Una fuerte solidaridad obrera, ganada codo a codo en el torbellino de la movilización colectiva, multiplica los acercamientos de las posiciones en el seno de las fábricas e interrumpe temporalmente, las divisiones políticas fratricidas”, evidenciándose una “relativa autonomización del espacio del movimiento social frente a los grandes partidos” (p. 222).

El tratamiento no idealizado que hace Gaudichaud de los Cordones Industriales permite identificar y conocer limitaciones en el control efectivo de la producción, en la participación de los trabajadores de base en las decisiones más relevantes y en la capacidad de estructurarse y de proyectarse como organizaciones con un horizonte de autogestión de soluciones mayores (en la medida que depositaron hasta final en el gobierno –y en su redención frente a las acciones de contención– la expectativa de superación de las crisis). A pesar de los discursos que identifican a estas experiencias con los soviets, el autor concluye que no hubo aquí una abierta dualización del poder, sino experiencias de empoderamiento parciales y en gestación, pero “extremadamente ricas”.

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Como desafío investigativo que deja esta obra, resulta interesante conocer más hondamente, en términos cualitativos pero también cuantitativos, los resultados económicos de esa autogestión productiva y territorial. Además, entendiendo la presión que pone intentar evitar la sobre extensión, resultaría importante ahondar en cómo se ensarta todo esto en una historia que sea más larga y más ancha, perfilando más densamente el desarrollo de la presión del pueblo trabajador chileno hacia el Estado y fuera del Estado en el periodo precedente al trienio 1970-1973, lo cual terminó prefigurando estos procesos, y la inserción de esta historia nacional en la jerarquía interestatal mundial.

En relación al plano político, entre los muchos estímulos que este libro deja, está la pregunta entre líneas de cómo se podría valorar aquella energía creativa del movimiento obrero y social que se observó en el Chile de los mil días, frente a los problemas del tiempo presente. Con las transformaciones ocurridas en las últimas décadas y un sistema de producción que ha reacomodado sus formas de explotación ¿Es pertinente abandonar políticamente el mundo del trabajo como nivel en el que se anidan y se disputan las alternativas al capitalismo? ¿O abandonar la esperanza en los trabajadores y trabajadoras organizados como agentes de cambio social, y más aún, revolucionario?¿Cómo construir formas de poder popular y de autogestión hoy?

Karina Narbona, investigadora de Fundación SOL

http://www.fundacionsol.cl/2017/03/comentario-libro-chile-1970-1973-mil-dias-estremecieron-al-mundo-poder-popular-cordones-industriales-socialismo-gobierno-salvador-allende/

TRUMP Y LA GEOINGENIERÍA: UN MURO EN EL CIELO

Silvia Ribeiro* http://www.jornada.unam.mx/2017/04/01/opinion/018a1eco El 24 de marzo 2017 se realizó un foro en Washington DC, Estados Unidos, sobre geoingeniería solar –formas de alterar la intensidad de los rayos solares que llegan a la Tierra, supuestamente para contrarrestar el calentamiento global. Esto tendría una serie de fuertes impactos injustamente repartidos en el globo, como más sequías y desequilibrios climáticos en Asia, África y América Latina. Quienes promueven estas tecnologías afirman que eso sería "un mal menor". Claro, no será en su territorio donde ocurrirán los peores impactos con la aplicación de estas tecnologías. Se anunció allí la intención de realizar en 2018 el experimento de geoingeniería solar más grande hasta el momento, a cargo de un equipo de la Universidad de Harvard, a menos de 100 kilómetros de la frontera con México. Según David Keith, que lidera el proyecto, llamado Perturbación Estratosférica Controlada o SCoPEx (por sus siglas en inglés), se hará en colaboración con la empresa espacial privada World View, en su puerto espacial privado en Tucson, Arizona. Planean esparcir partículas de sulfato, calcio y otras sustancias en la estratósfera con un globo y usar drones equipados con sensores para estudiar las reacciones químicas y físicas. Keith está financiado entre otros por Bill Gates, pero buscan más fondos para este experimento. (http://tinyurl.com/mzpaodv). Hay muchos impactos ambientales y de otros órdenes con los experimentos de geoingeniería (http://tinyurl.com/mj689pm). Este violará la moratoria de facto contra la geoingeniería establecida en el Convenio de Diversidad Biológica (CDB), que admite experimentos de pequeña escala, pero solamente en un entorno controlado y que no genere daños transfronterizos, lo cual este proyecto no puede asegurar. Estados Unidos no es parte del CDB, algo que aprovechan los geoingenieros. El foro, organizado por los programas de geoingeniería de Harvard y la Universidad de California (UCLA), se enfocó en el estado técnico y de gobernancia de la geoingeniería para manejo de la radiación solar en Estados Unidos, otra paradoja, ya que la geoingeniería se propone modificar el

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clima global y no se puede "regular" en un solo país. Reunió a un centenar de académicos, funcionarios, periodistas y algunas ONG, entre ellas grandes conservacionistas ligadas a intereses de empresas trasnacionales, como Environmental Defense Fund y The Nature Conservancy, que se han sumado a la promoción de la geoingeniería. Que el foro se realizara en Washington DC, muestra la intención de captar apoyo gubernamental. Pese al reciente decreto de Trump desmantelando el programa de cambio climático del anterior gobierno, seguramente no se opondrá, y podría apoyar activamente, este tipo de experimentos para construir un muro en el cielo –para tapar el sol, imitando el efecto de una erupción volcánica–, ya que varios de sus colaboradores más cercanos son ardientes defensores de la geoingeniería. La manipulación del clima es buen negocio, crea mercados cautivos, tiene potencial de uso bélico y no demanda reconocer qué o quién causa el cambio climático, ni hacer cambios en políticas y patrones energéticos. Por el contrario, permite seguir con las causas que calientan el planeta y hacer negocios con tecnología para enfriarlo. Por ello, entre los conocidos promotores de la geoingeniería en la administración Trump está Rex Tillerson, actual secretario de Estado, ex director de Exxon. Esta megaempresa petrolera ha promovido activamente la geoingeniería desde hace décadas, por ejemplo a través de Haroon Keshgi, jefe del programa de cambio climático de Exxon. Este año, la trasnacional logró incluso introducir a Keshgi en el equipo del Panel Intergubernamental de Expertos sobre Cambio Climático (IPCC) que está redactando el informe sobre cómo limitar el aumento de la temperatura global a 1.5 grados, marco en el cual ya han propuesto que se considere la geoingeniería. Tillerson declaró en diciembre 2016, que el cambio climático no es más que un "problema de ingeniería". (Ver ETC Group, http://tinyurl.com/m4dkhkf) Otro prominente defensor de la geoingeniería del gobierno Trump es David Schnare, del equipo de transición de Trump y hasta marzo 2017 alto funcionario de la EPA. Ser un conocido negador del cambio climático no le impidió trabajar desde 2007 por la inclusión de un plan multianual de apoyo oficial a la geoingeniería y estuvo a punto de lograr que un comité del Senado le aprobara "discretamente" (titulado con otro nombre) 5 millones de dólares para ello, pero un periodista difundió la maniobra y fue cancelado. Schnare sigue pujando por un programa de apoyo público a la geoingeniería, particularmente para alterar la radiación solar. En 2009 explicaba en una lista sobre geoingeniería cómo enfrentar a los críticos, "hay que desafiarlos a elegir entre la muerte por daño económico [por cambiar el modelo petrolero], la muerte por inacción política, la muerte por cambio climático o la vida gracias a la geoingeniería". Un discurso curiosamente convergente con el de David Keith. Newt Gringich, ex congresista, vocero y notorio colaborador del equipo de Trump, es otro agresivo promotor de la geoingeniería. En el American Enterprise Institute, uno de los institutos financiados por la industria petrolera para producir informes que negaran el cambio climático, estableció un proyecto a favor de la geoingeniería. Negar el cambio climático no se contrapone sino que va en la misma dirección que la geoingeniería: se trata de no cambiar las causas reales del problema y justificar que los grandes emisores puedan seguir sus negocios como siempre, o mejor dicho, aumentarlos con los negocios de comercio de carbono y tecnologías de geoingeniería. *Investigadora del Grupo ETC ENTREVISTA A FRANCISCO JAVIER GÓMEZ GONZÁLEZ SOBRE ¿EL MITO DE LA CIENCIA interdisciplinar? Obstáculos y propuestas de cooperación entre disciplinas (II)

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“En la ciencia además de competir hay que cooperar porque si no perdemos todos”

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=224791

Salvador López Arnal

Papeles de relaciones ecosociales y cambio global

Francisco Gómez González, titulado en Sociología y en Geografía, es actualmente profesor de Sociología en la Universidad de Valladolid. Pertenece al Grupo de Evaluación de la Tecnología de la citada universidad y al Grupo de Investigación de Estudios Sociales de la Ciencia (Grupo CTS) dela Universidad de Oviedo.

Ha colaborado en numerosas estudios españoles, europeos y latinoamericanos dentro del campo de investigación de Ciencia, Tecnología y Sociedad.

Nuestra conversación se centra en su reciente libro publicado por Libros de la Catarata, Madrid, 2016.

***

Estábamos en este punto. Hablando de cooperación: recuerda usted el concepto de coopetición de Adam Braundenburger. Se trata de buscar competir y cooperar al mismo tiempo entre disciplinas y entre científicos. ¿Es posible de forma generalizada? ¿Los intereses nacionales, las prácticas reales de las grandes potencias, no dificultad esa cooperación cuanto menos en determinadas áreas de la teconociencia contemporánea que serían, algo así, como secretos de Estado?

El mito de la ciencia altruista se está poniendo en cuestión permanentemente. La competencia entre estados, el I+D privado, los fraudes científicos, las luchas por la autoría, etc. etc. Demuestran que la ciencia se mueve por intereses. En la actualidad nuestra economía se mueve por el conocimiento, de manera que es fácil imaginar que los valores de universalidad y altruismo que supuestamente caracterizan a la ciencia, al menos en su versión mertoniana, funcionan con muchos problemas. Por este motivo, en el libro se habla del concepto de coopetición. No podemos pensar en los científicos y científicas como seres humanos ajenos a intereses, ambiciones y agendas ocultas. No vale y nunca ha valido el mito de la torre de marfil donde los científicos trabajan sin importarles nada que no sea el conocimiento.

No obstante, junto a ello hay cooperación, hay posibilidad de encuentro de intereses, de apoyo entre colegas, etc. En la ciencia además de competir hay que cooperar porque si no perdemos todos.

Aunque fuera con otras pretensiones, los Jasones, aquellos científicos usamericanos de tanto curriculum que colaboraron con el Pentágono en tareas poco humanistas, ¿no serían un ejemplo de colaboración interdisciplinar? En la misma línea, ¿el proyecto Manhattan fue un ejemplo de cooperación entre disciplinas?

Por lo que conozco, los Jasones y el proyecto Manhattan eran interdisciplinares. Ser interdisciplinar no es sinónimo de ser moralmente superior, solo de estar abierto a la cooperación. De hecho, hay mucha interdisciplinariedad en la investigación armamentística, en parte porque se realiza fuera de la academia, en institutos ad hoc.

A pesar de lo que acabo de decir, creo que podemos seguir reivindicando la cooperación. La interdisciplinariedad no es la solución de todos los problemas de la ciencia, solo es una alternativa a los riesgos de la hiperespecialización y la fragmentación. Otro tema distinto es la finalidad de la investigación, la ética, la responsabilidad social de la ciencia. Autores como Nicolescu suelen integrar todos estos temas y llaman ciencia transdisciplinar a la ciencia que integra saberes, valores humanos, moralidad, estética, etc. Personalmente creo que esta mezcla no ayuda a entender la realidad. Una cosa es cooperar y otra cosa son los fines para los que se coopera.

Una de las tesis que defiende en el libro: "Es necesario partir de la convicción en la semejanza entre la ciencia y el resto de las instituciones, que lleva a comprender las iniciativas de fomento de la interdisciplinariedad como consecuencia de un contexto social y económico que suscita demandas y que establece condicionamientos de diferente naturaleza". El sistema económico y social, afirma también, "plantea nuevos problemas cada vez más integrales y sistémicos para los que no bastan soluciones

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parciales". Si fuera así, admitamos que fuera así, ¿no se corre el riesgo de ubicar las ciencias es un papel de subordinación-servilismo respecto a las finalidades y necesidades no del conjunto de la sociedad, sino de los objetivos de las grandes corporaciones, de los grandes poderes económicos?

Eso no es un riesgo de ahora. Siempre ha sido así. Lo que ocurre es que muchas veces se ha ocultado esta realidad mediante el mito del saber por el saber y la supuesta autonomía de la ciencia. Los estados han dado recursos a la ciencia para dar solución a los problemas que ellos consideran relevantes y, con frecuencia, estos problemas han sido militares y económicos.

La clave no es volver a una supuesta autonomía de la ciencia de tiempos pasados, donde nos jugamos el futuro es en crear una ciencia que dé respuestas a los problemas de los ciudadanos, no solo del poder.

Aconseja usted incrementar la capacitación de los científicos en habilidades organizativas. ¿No puede conllevar esa capacitación una merma de sus conocimientos en sus propios ámbitos de investigación? ¿No podemos convertirlos en gestores? ¿No hay excelentes científicos que siguen prefiriendo trabajar un poco a su aire, sin mucha organización ni equipo detrás de ellos?

La ciencia contemporánea es cada vez más una ciencia de grupos. Es un proceso productivo, dependiente de los recursos tanto como de la capacidad de los científicos. Esta afirmación no niega la existencia de científicos de tradición solitaria, que están presentes en algunas ciencias concretas que tienen mucho papel en la mitología de la ciencia. Se trata de una alternativa legítima pero que tiene poco espacio futuro.

Consecuentemente, saber hacer ciencia no es solo saber método científico, también requiere saber gestionar los equipos y el trabajo científico.

Defiende también la necesidad de nuevas estrategias de investigación, de considerar los acuerdos metodológicos como un resultado, no como un a priori. Pero, más de allá de sus deseos, sin caer en miradas utópicas, ¿se puede llegar a acuerdos epistemológicos entre disciplinas muy distanciadas (pongamos por caso, entre la física atómica y la psicología social)? Admitiendo que fuera posible, ¿qué mejoría conseguiríamos con ello?

Este es un tema controvertido. La propuesta que recoge el libro es pasar de los grandes consensos a priori a los consensos a posteriori. Algún autor ha llamado el error de Descartes a la obsesión por entender y definir de manera rigurosa el método antes de empezar a conocer. Desde luego, parece una alternativa razonable pero, en la ciencia contemporánea, todavía no hemos consensuado una definición universalmente aceptada sobre lo que es el método científico y no parece que sea un problema para que la ciencia y la tecnología avancen. A veces, intentar construir un consenso a priori nos lleva a la parálisis.

Consecuentemente, la propuesta del libro plantea que ante problemas y objetos de investigación interdisciplinares y complejos, hay que ponerse a trabajar y los consensos metodológicos saldrán como consecuencia del trabajo.

En la misma línea que la pregunta anterior: defiende la necesidad o conveniencia de incrementar la participación de actores sociales en las decisiones de los sistemas de investigación. ¿Qué actores sociales? ¿Qué preparación necesitarían? ¿Cómo podría organizarse una preparación así?

Bueno, sobre esta tradición hay mucho hecho y escrito, y contamos con iniciativas muy interesantes. En España tenemos investigadores como José Antonio López Cerezo y Marta González, que son referencia en esta materia. La participación en ciencia y tecnología es una parte importante de las dinámicas de democracia participativa. Los ciudadanos ven que su vida mejora o empeora según se aplique una tecnología u otra, según se investiguen unos campos u otros, y consecuentemente, deben poder opinar sobre este tema.

Además, estas investigaciones se hacen fundamentalmente con dinero público, de manera que parece lógico que los ciudadanos puedan opinar sobre qué investigar, cómo gestionar los resultados de investigación y cómo se debe difundir el conocimiento y la tecnología. Todos los actores deberían poder implicarse en esta participación, incluida la ciudadanía no organizada.

En relación a cómo hacerlo, hoy por hoy contamos con muchas metodologías: conferencias de consenso, talleres de escenarios, jurados ciudadanos, l evaluación constructiva de tecnologías, etc. En Suiza incluso se han hecho referéndums para tomar decisiones de aceptación de determinadas tecnologías.

En cuanto a la preparación necesaria para participar, considero que hay que superar los modelos de déficit cognitivo. Todo el mundo puede participar, al margen de su nivel de conocimiento. Por poner un ejemplo, los padres de un hijo con una enfermedad rara, deben presionar y luchar para que este tipo de enfermedades tengan su presencia en las prioridades de

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investigación. Tengan o no tengan un doctorado, estos padres tienen el mismo derecho que cualquier ciudadano a reivindicar que se genere conocimiento para ayudar a su hijo o hija. Esto es participar.

En la historia reciente de la epistemología, ¿cuáles serían los hitos más importantes de este enfoque que usted defiende?

En el libro se establecen varios hitos, todos ellos bastante convencionales: el año 1922 con las primeras reuniones del Círculo de Viena, el año 1970 con el primer congreso sobre interdisciplinariedad liderado por Piaget en Viena, el año 1982 con el boom de las TICs y la impronta de la obras de Edgar Morin y el año 1994 con el libro de Michael Gibbons sobre la nueva producción del conocimiento, que supuso un replanteamiento del debate.

La filosofía de la ciencia más, digamos, ortodoxa (me refiero a los grandes nombres: Círculo de Viena, Popper, Kuhn, estructuralismo Sneed, Hanson Russell,…), ¿ha sido sensible a este enfoque? ¿Han escrito sobre ello? ¿Han formulado críticas en algún momento?

Muy poco. La epistemología tiene un nivel de debate muy elevado y las propuestas de interdisciplinariedad se han quedado algo al margen de este debate. Es cierto que los epistemólogos de la complejidad y de las tradiciones más holísticas han escrito sobre el tema, pero no ha sido un tópico central en la tradición dominante de la Filosofía de la Ciencia. Es cierto que Piaget, con su epistemología genética, ha inspirado alguno de los mejores desarrollos de la interdisciplinariedad pero, a partir de este momento, la investigación sobre el término ha sido más frecuente en el pensamiento educativo y entre los expertos en gestión del sistema científico.

Por lo demás, perdone la ingenuidad, en el ámbito de las ciencias sociales, ¿no se practica usualmente este trabajo cooperativo? ¿No trabajan conjuntamente en muchas ocasione sociólogos, economistas, politólogos, etc?

Ójala fuera así. La realidad es exactamente la contraria. Los estudios de redes de cooperación demuestran que cooperan más las ciencias naturales que las sociales. La razón de este curioso fenómeno es que en las ciencias sociales las fronteras no son claras, los conflictos sobre los límites de las disciplinas son más frecuentes, un mismo objeto de investigación es objeto de interés de muchas ciencias. En esos contextos, la cooperación se hace más difícil. Todos pretenden tener derechos legítimos sobre determinados temas.

En la misma línea que el punto anterior: muchos programas de investigación ecológica, ¿no podrían enmarcarse en esta propuesta epistemológica?

El paradigma ecológico es la mejor tradición de la interdisciplinariedad. No en vano, pensar la realidad como sistemas es una de las estrategias de análisis que mejor integra diferentes conocimientos.

Tanto la primera ecología, como los desarrollos de la teoría general de los sistemas son especialmente relevantes en esta materia. Esta tradición sigue en la actualidad, hay desarrollos muy interesantes que vinculan ecología y economía, dimensiones sociales y ambientales, etc.

Finaliza su ensayo con estas palabras: "Aunque la comunidad de científicos y pensadores lleva escribiendo sobre estos temas desde hace más de cuarenta años, el programa de trabajo sigue abierto y esto supone una invitación para cualquier investigador o investigadora que desee sumergirse en esta labor de estudio y de promoción". ¿Finalizamos también la entrevista con esta reflexión? ¿Quiere añadir algo más?

Bueno, a mi personalmente me gustaría terminar con una frase de Simmel, un poco extraña, que dice que "La ciencia que la humanidad tiene en un momento dado depende de lo que es la humanidad en ese momento." Creo que es un buen cierre porque nos hace pensar qué relación tiene la dificultad de cooperar en la ciencia con el tipo de articulación social que hemos generado.

De acuerdo, y da pie a la necesidad de transformaciones sociales si las relaciones de cooperación ciencia-sociedad no persiguen fines muy favorables al desarrollo de una humanidad que viva armoniosamente con ella y con la naturaleza.

Primera parte

Fuente: Papeles de relaciones ecosociales y cambio global, nº 136, 2016/17, pp. 177-185

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ENTREVISTA A EDUARDO LUCITA DE ECONOMISTAS DE IZQUIERDA (EDI)

"HAY UN CAMBIO EN LA SITUACIÓN POLÍTICA NACIONAL E INTERNACIONAL"

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=224808

Mario Hernandez

Rebelión

M.H.: En tu último artículo terminás afirmando que hay un cambio en la situación política del país.

E.L.: Me parece que hay un cambio, las fuerzas se están alineando, no tanto como producto del horizonte electoral que se está acercando sino de la dinámica social que hemos visto en este marzo caliente que hemos tenido. Haciendo una comparación, ahora que hay tanta preocupación por lo sucedido en Olavarría en el recital del “Indio” Solari, creo que a diferencia de los conciertos de rock que convocan multitudes con una energía tremenda, esa energía se disuelve al poco andar; en cambio, estas movilizaciones que han sido una seguidilla, cinco movilizaciones multitudinarias en menos de 20 días, la energía de cada una se transmitía a la otra haciéndolas cada vez más grandes.

Empezamos el 6 de marzo con los docentes, seguimos el 7 con la concentración de la CGT en un lugar insólito y que terminó con la estampida de los dirigentes que corrían para todos lados, continuamos con la marcha de las mujeres que fue un hecho inédito y le agregó la dosis internacionalista a todo esto, que fue muy radicalizada en las respuestas y en las consignas que incluyeron cuestiones laborales también, al canto de “al final a Macri el paro se lo hicimos las mujeres”. Luego la Marcha Federal docente. Hay que ver que entre la primera concentración docente y la Marcha Federal también hubo una cantidad de movilizaciones regionales, en las capitales de provincia, en las principales regionales como La Matanza, Lomas de Zamora, Quilmes, hubo marchas de antorchas, asambleas públicas en las plazas y todo esto culminó con la multitudinaria marcha del 24 de marzo que como siempre fueron dos marchas en una, una la del kirchnerismo y otra la de los organismos de derechos humanos, organizaciones sociales y la izquierda.

M.H.: Yo te diría que fueron tres, porque también estuvo la presencia en el medio de Hebe de Bonafini.

E.L.: Sí, pero a esta altura es casi simbólico porque tiene una entidad política, pero no tanto por la gente que congrega.

La marcha del 24 de marzo se replicó en muchas ciudades del interior. Entonces, tomándolo de conjunto, hay una dinámica social y, por otro lado, el gobierno se muestra a la defensiva, no tiene propuestas alternativas, tiene que profundizar su plan original porque no tiene plan B, hay muchas dificultades y discusiones internas, toda esta fortaleza que muestra el gobierno, para mí es un símbolo de debilidad, parece como jaqueado por las movilizaciones sociales, esta complejizado porque la economía no repunta, por más que haya supuestos “brotes verdes”, sin embargo, el INDEC muestra que de brotes verdes no hay prácticamente nada, salvo la actividad del campo.

M.H.: Los datos de enero dan una caída de la actividad productiva en relación a diciembre.

E.L.: Incluso los datos de febrero de la caída de la industria son muy fuertes. Por otra parte la inflación vuelve a rebrotar, en el primer trimestre vamos a tener por lo menos otro 5% de inflación.

M.H.: Se ha abierto una polémica en torno al acuerdo salarial al que había llegado María Eugenia Vidal con UPCN en la Provincia de Buenos Aires, en cuanto a cómo aplicar la cláusula gatillo.

E.L.: Claro. Esta discusión está metida en todo esto y hay que ver cómo influye en el proceso electoral porque la imagen gubernamental está cayendo, está empantanando la imagen de Vidal que apareció como una carmelita descalza primero, después queriendo ponerse dura, pero en realidad lo que muestra es que no termina de estar cómoda si uno analiza detenidamente sus apariciones públicas.

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Por otro lado, los ministros no dejan de hacer y decir cosas erradas, el propio Presidente afirmando “los que caen en la educación pública”, lo de Esteban Bullrich fue muy grave también cuando se refirió a Ana Frank en Holanda porque como no tienen filtro, como no son gente acostumbrada a las mediaciones políticas dicen directamente lo que piensan; en ese sentido son mucho más honestos que muchos políticos, aunque no lo digan en forma consciente, se les escapa. Ha sido de una gravedad muy importante y todo esto está repercutiendo.

El plan de transparentar que apareció para promover la honestidad comercial terminó en un fracaso, me refiero a los “precios transparentes”, y ahora están volviendo a lo anterior, pero ese fracaso ha pegado muy fuerte en el sector votante de Macri que es un consumista que viene acostumbrado de 12 años de usar la tarjeta de crédito y ahora resulta que le va a salir carísimo.

M.H.: Tengo un comunicado de Inquilinos Agrupados que dicen “los nuevos créditos hipotecarios no resuelven el acceso a la vivienda”. Fundamentalmente por la política de indexación de las cuotas, una cuota que empieza en 5.000 pesos, si se aplica un aumento anual del 30% contemplando un aumento del 25.5 y una tasa del banco del 4.5 en tres años la cuota sería de $ 10.985 y en diez años de $ 68.929.

E.L.: Claro, porque además la gente tiene mucha experiencia inflacionaria, sabe que las espirales inflacionarias no se quiebran fácilmente. La gente sabe que para domar la inflación hay que hacer una política de ajuste brutal, más allá de lo que está haciendo este gobierno, por eso los gurúes de la City critican este “gradualismo” que no baja el déficit fiscal, quisieran que lo baje raudamente, pero eso sería una catástrofe incluso para el propio gobierno. Entonces están en la línea de que son anti inflacionarios pero no la pueden controlar, tienen esta inflación en un período de economía en baja, imaginate que se empiece a recuperar, qué va a pasar con los precios. Inclusive si se recupera la economía, por cada punto de PBI que se recupera aumentan 3 puntos las importaciones, entonces qué va a pasar con el precio del dólar. Hoy una de las principales anclas de la inflación es el precio del dólar. Y ya se dice que está atrasado un 15/20% con lo cual para cualquier persona con un poco de experiencia en este país, el crédito indexado es una mala noticia.

Tal vez estemos a las puertas de un nuevo orden mundial

M.H.: ¿Cuál es la idea del taller que organiza el próximo sábado 1° de abril Economistas de Izquierda en el hotel Bauen a partir de las 9:30?

E.L.: Surgió a partir de una serie de discusiones que tenemos dentro del grupo del EDI, y además porque cumplimos 15 años, normalmente hacemos un taller por año pero éste creo que vamos a hacer algunas otras cosas, por ejemplo, vamos a participar con un simposio en las Jornadas de Economía Crítica que se van a hacer en septiembre/octubre.

Después de varias discusiones nos encontramos con que este tema, más allá de los problemas domésticos, que tiene que ver con Trump en la presidencia nada menos que de EE. UU. y la idea que tenemos de que Trump no es una simple anomalía del sistema, no es un outsider que se les escapó a todos, sino que expresa más que un accidente del sistema, un síntoma del mismo; algo más profundo está pasando en el orden global/liberal que se constituyó en EE. UU. desde la II Guerra Mundial y que hoy está dando muestras de agotamiento.

Han surgido otros países a la par de los imperialistas de los últimos 70/80 años, que han ido cediendo espacios, han ido apareciendo otros centros capitalistas fuertes que cuestionan la hegemonía de EE. UU. como Rusia y China, que a mi juicio son protoimperialistas y que da idea que el orden global mundial construido después de la II Guerra, sus instituciones, la dinámica geopolítica que implementaba, está en cuestionamiento y que tal vez estemos a las puertas de un nuevo orden mundial.

Eso no es algo que se vaya a agotar rápidamente, por lo visto a la presidencia de EE. UU. no le va a resultar fácil ni al propio Trump, o sea que todo lo que uno pueda ir pensando es provisorio, pero aún así será un avance este tipo de discusiones que pensamos hacer el sábado 1° de abril, donde van a venir muchos compañeros que se dedican a este tipo de análisis y también otra gente. Nuestra dinámica siempre es una exposición de los ponentes que somos 12 y después una habilitación al público, así que probablemente el debate sea más interesante que las propias ponencias. Esto será el sábado 1° de abril de 9:30 hasta las 17:00 en el Salón Consular del Bauen

¿CÓMO BAJARON LA POBREZA PERÚ, ECUADOR Y BOLIVIA? CON UN LÍDER FUERTE Y UN BUEN GOBIERNO, DICEN

Por Daniela Barragán abril 2, 2017 - 12:05 am • 4 Comentarios

http://www.sinembargo.mx/02-04-2017/3183945

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ECUADOR, PERÚ Y BOLIVIA EN LOS ÚLTIMOS 20 AÑOS VIERON CÓMO LAS POLÍTICAS ENCAMINADAS A REDUCIR LA POBREZA LOGRABAN SU OBJETIVO. NO SE TRATA DE

HISTORIAS CON UN FINAL, PORQUE CON EL TIEMPO ESOS PAÍSES OBSERVARON QUE NO SÓLO SE TRATABA DE AUMENTAR LOS SALARIOS, SINO TAMBIÉN DE DISMINUIR LA

DESIGUALDAD Y REACTIVAR LA ECONOMÍA PARA ROMPER EL CÍRCULO DE LA POBREZA. REPRESENTANTES DE ESOS TRES PAÍSES COMPARTIERON SUS EXPERIENCIAS Y

COINCIDIERON EN QUE MÉXICO DEBERÍA VOLTEAR A VER LOS CASOS DE ÉXITO, YA QUE PUEDE EMPEZAR A DISMINUIR SU NÚMERO DE POBRES AL TENER UNA DE LAS

ECONOMÍAS MÁS FUERTES DE LA REGIÓN.

Ciudad de México, 2 de abril (SinEmbargo).– La política de erradicación de la pobreza de Ecuador, Perú y Bolivia ha estado lejos de una política social enfocada en los programas sociales. Los tres países en los últimos 20 años han experimentado una reducción significativa en los niveles de pobreza de su población a pesar de ser consideradas economías más pequeñas en comparación con México, país en el que tanto su población en esta condición como la desigualdad, año con año van en aumento.

En el marco del Foro Internacional “¿Por qué persisten la pobreza y la desigualdad en México?” realizado esta semana en la Universidad Iberoamericana Puebla, académicos y ex funcionarios de esas naciones coincidieron en que la pobreza se puede combatir con mejores políticas fiscales, más redistributiva, haciendo un uso efectivo de los recursos naturales que se poseen y atendiendo a la población que buscaba abandonar el país para trabajar en otro lado.

Estas tres naciones son algunas de las que tuvieron una reducción de la pobreza de entre 26 y 36 por ciento.

Por Perú, Hugo Ñopo, investigador principal del Grupo de Análisis para el Desarrollo (Grade), comentó que ahora uno de cada dos peruanos vive en un hogar con una reducción notable de la pobreza.

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Las causas son varias. Se trató de un periodo con mucha migración y entonces se decidió concentrarse en los mercados de trabajo.

En el caso de Bolivia, George Gray Molina, economista principal de la Dirección Regional de América Latina y el Caribe (PNUD), dijo que la reducción de la pobreza entre 2005 y 2013, fue de 29 por ciento en ese país, debido a un “boom” económico por la exportación de gas y el Estado lo dirigió a la comunidad a través de políticas sociales con la nacionalización. Luego, a través del sector privado se creó empleo.

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Sin embargo, de 2014 a 2017, detectaron una ralentización de la pobreza. En 2015 hubo un aumento de esta condición en la zona urbana y una reducción en la rural, lo que le mostró al Gobierno que el techo de la pobreza es frágil.

Por esa razón, la atención de la política se enfoca en los procesos que hay detrás de la salida de la pobreza y en qué radica no recaer.

Leonardo Arízaga Schmegel, Embajador de la República del Ecuador, habló de su Nación como una que vive en revolución; que a finales de los años 90 quebró y que en diez años tuvo siete gobiernos.

Esas crisis orillaron a 1 millón y medio de ecuatorianos (de una población total de 16 millones) a salir del país.

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Explicó que con el Gobierno de Rafael Correa se decidió trabajar en una propuesta de consolidación en la que se tomó en cuenta a sindicatos, indígenas, discapacitados, gente de la tercera edad y a mujeres.

También se renegoció la deuda externa, los contratos petroleros y se profundizó la recaudación tributaria, lo que significó obtener decenas de miles de millones de dólares en recaudación, en vez de pagar millones de deuda externa y en política social.

“A fines de los años 90 nos llevó a la quiebra que los grandes empresarios eran dueños de los medios de comunicación y de la banca. Se prestaban a ellos mismos y no informaban. Además, los partidos no podían gobernar por el bien común, ninguno y ninguno terminó su mandato. En la reforma constitucional se prohibió que los empresarios sean dueños de medios y de bancos y mejoramos la eficiencia en la administración pública: no es la falta de recursos, sino la gestión del gobierno”, afirmó.

Su país se puso como objetivos principales la reducción de la pobreza y la transformación del sector estratégico y productivo.

A nivel internacional recalcó que nuestra región es la más desigual del mundo y ese es el gran reto: “Hace 10 años, el 10 por ciento más rico ganaba 42 veces más. Hoy ganan 22 veces más. Sigue siendo una barbaridad, pero es la mitad de lo que era hace 10 años. En cinco años se puede sacar a 70 millones de la pobreza sólo si la región se pone como primer objetivo erradicarla”.

En el caso de Perú, Hugo Ñopo compartió que a pesar de que hubo dos gobiernos distintos en el periodo en el que la pobreza disminuyó, lo que funcionó fue que uno apostó por el crecimiento y el segundo por la redistribución.

“En los cinco primeros años, casi el 100 por ciento de la reducción fue por el crecimiento y en los siguientes años, la distribución cobró más y más importancia. El gobierno creó un Ministerio de Desarrollo y eso apuntó hacia la heterogeneidad.

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Entonces la reducción de la pobreza fue de 50 a 30 por ciento, la parte más fácil. En la segunda mitad pasó de 30 20 por ciento, que es la que estamos hoy”, sostuvo.

LA POBREZA NO ACABA CON AYUDAS: ES SACANDO DEL ESTANCAMIENTO A MÉXICO, DICE SANTIAGO LEVY (BID)

UN CONSEJO PARA MÉXICO

El representante de Ecuador dijo que los mexicanos tienen que identificar sus propios problemas, estudiar y escoger su propia ruta de desarrollo para erradicar la pobreza, la inseguridad y la corrupción, y aguantar los cambios que generan enormes resistencias.

Para lograrlo, continuó, se necesita un plan de desarrollo, gente preparada y un fuerte liderazgo.

“Nosotros estamos concientes de que se debe trabajar así, no dejamos que el mercado nos controle. Es importante consensuar. A final del día los gobiernos deben gobernar. No hacer lo que piden las ONG o los medios de comunicación”, indicó.

Ecuador optó por planificar adecuadamente, eliminó el outsourcing y todos los que trabajan en una industria son parte de la empresa.

El Embajador admitió que “hubo lloriqueo” por los aumentos en el costo de producción pero al final todos aceptaron. Entonces cientos de miles de trabajadores que no tenían seguridad laboral y salarios muy bajos, se incorporaron al sistema laboral.

“Ninguna empresa puede declarar utilidad hasta que el 100 por ciento de sus trabajadores tenga acceso a la canasta básica. En Ecuador se tiene el salario mínimo más alto de la región y ninguna empresa declara utilidad hasta que cada trabajador tenga lo que necesita para vivir. Hace 10 años, sólo el 44 por ciento podía acceder; hoy, el 99 por ciento. Fue una decisión política y la clave es planificar”, finalizó

LA DERECHIZACIÓN DEL MUNDO

Víctor Flores Olea http://www.jornada.unam.mx/2017/04/03/opinion/018a1pol Seguramente muchas son las causas de esta derechización del mundo que estamos viviendo. Hace, digamos, 30 años el mundo "parecía" tomar sobre todo un giro hacia la izquierda, encabezado tal vez por una izquierda intelectual cuidadosa de evitar los extremos inoperables, la retórica sin futuro y las fórmulas que parecían llevarnos como por arte de magia a un mundo mejor. Pero, sobre todo, intentaba no parecerse a esa izquierda extrema sobre todo de principios del siglo XX, que después desembocó en la tragedia humana que tuvo como nombre estalinismo y

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que se convirtió durante buen tiempo en divisa de la extrema derecha y en el adversario tajante de la izquierda, cualquiera que fuesen sus motivos. No hay naturalmente espacio para intentar una brevísima historia de la extrema derecha, aunque podemos decir que algunos de sus representantes distinguidos, como De Mestre o Edmund Burke, son todavía ejemplos universales del pensamiento antidemocrático. Desde luego, el modelo extremo fue representado, como se sabe bien, por el hitlerismo y el fascismo que, en la primera mitad del siglo, llevaron al extremos sus ideologías y cometieron probablemente los asesinatos y los atentados contra la humanidad más negros que recuerda la historia. Otros menores procuraron copiarlos y son autores de violaciones de derechos humanos y genocidios escandalosos, que paradójicamente fueron auspiciados, en tiempos de la guerra fría, sobre todo en América Latina, por la "campeona" de la democracia liberal, Estados Unidos. Naturalmente, ya en Europa proliferan los partidos y "líderes" fascistas y de extrema derecha, a quienes las encuestas han dado grandes posibilidades de triunfar en sus países. Son, por ejemplo, Viktor Orban, de Hungría (triunfante ya), o el austriaco Norbert Hofer, que ha citado a Trump como una de sus fuentes de inspiración. El partido neonazi Amanecer Dorado se ha consolidado como tercera fuerza política en Grecia; mientras, el líder Gian Luca Ianone, en Italia, proclama que "necesitamos que los hombres defiendan las fronteras y la identidad", o Nikos Michaloliakos, de Grecia, quien ha sostenido que "los crematorios y las cámaras de gas no existieron". Por su parte, Frauke Pegtrt , de Alemania, sostiene que "para practicar la religión no hacen falta minaretes"; en tanto, Timo Soini, de Finlandia, dice que "Grecia debe salir del euro, ya que no podemos asumir más rescates", y Gábor Vona, de Hungría, que "en cuanto podamos, eliminaremos el sufragio universal". Para muchos de ustedes es clara la influencia de Donald Trump en estos partidos y líderes de la extrema derecha, naturalmente con una identidad muy marcada en el antisemitismo, el racismo y la descriminación por motivos ideológicos y raciales. Vivimos que en este inicio del siglo XXI un histerismo apenas larvado y que se apresta ya a aplicar su ideología inflexiblemente, como Donald Trump, en Estados Unidos. Justamente, tratándose de Estados Unidos, el triunfo de Donald Trump en la campaña presidencial de 2016 nos confirma este vuelco hacia la derecha de la humanidad, que en el caso de Trump ha dado lugar a infinidad de ataques y burlas en prácticamente todos los países del globo, dadas las características del personaje en el que caben todos los dardos, pero que preocupa grandemente a unos y otros, porque sus respuestas políticas han sido extremamente viscerales y compatibles con la presencia en primera fila, digamos, del jefe de fila de la reacción mundial. "¡Heil Trump!", algunos han sintetizado en esa voz la opinión prevaleciente en el mundo, que ha catapultado también los crímenes de odio, dice la FBI. Las principales víctimas de esas agresiones, que aumentaron el año pasado cuando menos 6 por ciento, han sido los musulmanes, seguidos por los negros, los judíos y los latinos, según la misma agencia federal. Es decir, justamente las comunidades que Trump más atacó durante su campaña. Y para hacer las cosas aún más inquietantes, las búsquedas sobre el Ku Klux Klan (KKK) se han disparado en las redes y sus miembros realizaron un importante desfile en Carolina del Norte para celebrar el resultado de las elecciones el pasado 8 de noviembre. En todos esos casos, los perpetradores han citado a Trump y a sus discursos de odio. La razón es sencilla, como dijo a la revista Semana Sri Bertsou, especialista en movimientos populistas y de extrema derecha de la Universidad de Zurich, “la retórica empleada durante la campaña legitimó los discursos racistas, misóginos y xenófobos de mucha gente, y resulta poco probable que en el corto plazo sea posible regresar a la política de siempre. La verdad es que, al contrario de muchos que creían en la moderación de Trump ya en el poder, sus políticas efectivas han resultado tan agresivas como sus discursos.

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Por supuesto, sus designaciones a los altos puestos de su administración son perfectamente acordes con esta mentalidad e ideología. Pero, como decíamos antes, no sólo la extrema derecha de Estados Unidos celebró la llegada de Trump al poder. En Suecia, el grupo neonazi Movimiento de Resistencia Nórdica organizó recientemente la mayor manifestación de su historia para marchar por Estocolmo y saludar la victoria de Trump. En Alemania, el director de la agencia de inteligencia del gobierno federal, Hans Georg Maassen, dijo a la agencia Reu-ters que su país estaba muy alarmado por la escalada de la violencia extremista durante los pasados 12 meses. "La extrema derecha está creando lazos a escala continental y se han detectado esfuerzos por hacerlo con grupos afines en Estados Unidos", advirtió. En efecto, desde los años 90 la extrema derecha ha ganado terreno en el viejo continente y hoy existen gobernantes cercanos a esa ideología, como Viktor Orban en Hungría, o a quienes las encuestas dan grandes posibilidades de llegar al poder en sus países, como el austriaco Norbert Hofer, que ha citado a Trump como una de sus fuentes de inspiración. Sin embargo, el verdadero terremoto de la política europea está sucediendo en países con gran peso económico y demográfico, como Francia, Alemania, Holanda y Reino Unido, donde un movimiento populista similar al que marcó las elecciones estadunidenses desencadenó el Brexit y tiene a los movimientos de extrema derecha cerca de entrar al gobierno, e incluso de presidir en sus países. En ocasión próxima, esperamos contar con el espacio bastante para continuar con este recuento aterrador.

UNA IZQUIERDA EN RECONSTRUCCIÓN: DEL PARADIGMA AUSENTE A LA ACCIÓN TRANSFORMADORA

Cuando el espectro del comunismo ya no recorre Europa y la sombra de la socialdemocracia no tiene densidad para hacerse notar, es momento de plantear una democracia inclusiva desde el conocimiento, la moral, el compromiso y la acción política

José Antonio Pérez Tapias

http://ctxt.es/es/20170329/Firmas/11915/socialismo-izquierda-comunismo-populismo.htm

Documento de una de las resoluciones políticas del PSOE.

Cristina Barbarroja

Más allá de retóricas y proclamas vacías, lo cierto es que la izquierda no acaba de reencontrarse a sí misma en un mundo en el que han cambiado las coordenadas en que nos movíamos. Hablamos de mundo globalizado, de mercado mundial, de capitalismo financiero, de Estados impotentes, de redes sociales, de relaciones interculturales, de guerras asimétricas, de amenazas transfronterizas... Y la izquierda, ésa que ha pasado a ser calificada de "tradicional", ya en versión socialdemócrata, ya en versión comunista, es la que se había movido en el esquema de un mundo bipolar, de mercado nacional, de Estados fuertes, de estructuras

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estables, de clases sociales identificadas, de fronteras claramente delineadas... Ese mundo ya no existe. El mundo de ahora, distinto en virtud de la revolución de las tecnologías de la información y la comunicación, del nuevo capitalismo erigido sobre ellas, y de los fuertes cambios en las realidades sociales, políticas y culturales, ofrece una realidad que reclama un nuevo paradigma. Es el paradigma AUSENTEque la izquierda aún no ha llegado a elaborar.

¿Será posible hallar un nuevo paradigma, que pudiera ser, por ejemplo, marco idóneo para una propuesta socialista puesta al día? ¿Qué pasó con las banderas rojas? Parecería que a la izquierda también vendría a cuadrarle el dicho del MANIFIESTO COMUNISTA de que "todo lo sólido se desvanece en el aire". Cuando el espectro del comunismo ya no recorre Europa y la sombra de la socialdemocracia no tiene densidad para hacerse notar, es momento de repensar qué ha sido de la izquierda y ver qué puede ser. Si la izquierda queda sumida en titubeos respecto a su crisis de identidad, falta de proyecto, carencia de programa o pérdida de su base social –todo ello relacionado con la oligarquización de las estructuras partidarias, con muchos dirigentes polarizados en torno a su carrera política--, será la derecha la que siga con su hegemonía desde la ideología neoliberal y sus complementos neoconservadores.

Política frente a una globalización económica antipolítica

En el contexto de un mundo globalizado, la izquierda que perdió el hilo es la izquierda a la que le ha ocurrido tal cosa por no haberse enfrentado al problema de fondo, que no es otro que el hecho de que la política como tal se vea engullida por el "gran mercado del mundo" --dicho en términos calderonianos-- al que nos ha llevado el proceso de globalización. La gran paradoja es que esa crisis de lo político es a su vez resultado de un determinado proyecto político. Es verdad que el mundo globalizado en el que estamos es el mundo configurado sobre todo como gran mercado capitalista, con el capitalismo financiero como dominante, pero de tal manera que esa misma configuración se ha visto impulsada por el proyecto neoliberal. Éste ha sido el proyecto puesto en marcha inicialmente por los Friedman y Hayek desde mediados del pasado siglo, para reconfigurar el mundo a la medida de las exigencias del nuevo capitalismo, el cual, con la exaltación del mercado y la denostación del Estado, se aseguraba un clima en contra de toda regulación política de la economía y a favor del ESTADO MÍNIMOpreconizado por el norteamericano Nozick. Con su economicismo a ultranza, con su visión antropológica individualista, con una concepción de las relaciones sociales en términos de mitificada competitividad, con una valoración negativa del Estado como depredador de las riquezas de los ciudadanos, con una mentalidad tan refractaria a lo público como encandilada por lo privado, el neoliberalismo no ha dejado de actuar como proyecto político encaminado a disolver la política, o incluso a erigir en lugar de ésta una antipolítica resultante de la distorsión de la política al cercenar las condiciones que hacen que ésta sea posible.

Cuando el espectro del comunismo ya no recorre Europa y la sombra de la socialdemocracia no tiene densidad para hacerse notar, es momento de repensar qué ha sido de la izquierda y ver qué puede ser

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Fue ante la hegemonía neoliberal como la socialdemocracia sucumbió ideológicamente, dejándose llevar a su terreno por la Tercera Vía de Tony Blair, con la pretensión de situarse "más allá de la izquierda y la derecha", según Giddens. Era el viaje al centro que una y otra vez emprenden los partidos socialdemócratas, sin evaluar cómo dejan atrás señas de identidad y elementos programáticos. Tony Judt ya dijo sobre tal deriva del laborismo británico que ALGO FUE MAL.

Con un neoliberalismo fortalecido como ideología dominante y una socialdemocracia en retirada, el capitalismo de la era de la globalización ha encontrado las circunstancias adecuadas para su expansión irrestricta. El debilitamiento de lo político comportado por tales circunstancias ha supuesto la reducción de los Estados a un papel subalterno, así como el despliegue avasallador de un capitalismo capaz de afirmar su fuerza incluso a través de esos "poderes salvajes" denunciados por Luigi Ferrajoli. ¿Qué queda, entonces, de la política? Es imperiosa la necesidad de acometer su reconstrucción democrática, ubicándola en las nuevas coordenadas que brinda un mundo muy distinto del de épocas anteriores.

Convocatoria sin demagogia para un "pueblo" sin populismo

Sabido es que en estos momentos de cuestionamiento de los esquemas políticos tradicionales, de agotamiento de modelos de organización heredados del pasado, es frecuente que a nuevas formaciones en el panorama político se les aplique el rótulo de POPULISMOcon intención de descalificar lo nuevo. No hay sino que considerar con cierta ironía que quienes no se han privado de caer en comportamientos populistas a base de discursos demagógicos, ahora acusen tan a la ligera a otros de lo que ellos han practicado. Pero de todas formas, atentos hay que estar para que no se verifiquen los riesgos de lo que en serio se pueda considerar populismo. Es importante atender a cómo se utiliza, de forma explícita o de maneras implícitas, la categoría "pueblo" que se halla al fondo de proyectos de reconstrucción política que intentan dejar atrás las referencias del pasado apelando a nuevos protagonismos políticos.

Lejos de concepciones etnicistas, si toca a la izquierda apelar al PUEBLO es para promover la constitución de un sujeto político capaz de configurar frente al poder una mayoría en torno a reivindicaciones colectivas, convocando sobre todo a quienes, estando en la periferia del sistema político, pueden removerlo para hacerlo efectivamente inclusivo, también respecto a la población inmigrante. Lo subraya el filósofo Jacques Rancière: la democracia es el sistema que se define por la inclusión de quienes protagonizan el acto político de constituirse como pueblo al expresar su disenso y reivindicar sus derechos, de forma que el principio de igualdad opere contra asimetrías excluyentes.

La democracia es el sistema que se define por la inclusión de quienes protagonizan el acto político de constituirse como pueblo al expresar su disenso y reivindicar sus derechos

Es importante lo que Judith Butler señala tras recordar que "el pueblo se halla dividido según líneas de clase": es necesario tener en cuenta que "el objetivo final

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de la política no es simplemente levantarse todos juntos para dar un nuevo significado al 'pueblo', aunque a veces sea un gesto importante para lograr un cambio democrático radical". Movilizado el pueblo para dicho cambio la clave es que se constituya en DEMOS, conjunto de ciudadanas y ciudadanos dispuestos a reivindicar y ejercer sus derechos. La ciudadanía es así sujeto "demo-crático" que desde su pluralidad exige igualdad, reubicándose por ello en el eje izquierda-derecha, justo para acabar con la distancia entre "arriba" y "abajo. Conjugar la pluralidad, superando toda pretensión de monopolio, es camino para evitar resbalones populistas, por una parte, o caídas en la irrelevancia política, por otra.

Pistas para reconstruir la izquierda

¿Será posible, en medio de las crisis en que estamos inmersos, reencontrar los rasgos que perfilen de nuevo la identidad de una izquierda atenta a los hechos a la vez que con capacidad de alternativa? Cabe hallar algunas pistas en torno a estos puntos:

--La izquierda es un LUGAR EPISTÉMICO, es decir, un lugar desde el que desplegar una visión crítica de la realidad social y, tras el conocimiento crítico, erigir alternativas frente a lo criticado: encubrimientos ideológicos, prácticas de dominio, realidades injustas, amenazas medioambientales...

--La izquierda es un PUNTO DE VISTA MORAL, que por otra parte nunca se ha de pretender acaparar, desde el cual se asume el compromiso de una opción ética, políticamente mediada, por los objetivos de justicia, de libertad, de igualdad que es necesario promover para conseguir una sociedad a la altura de la dignidad humana.

--La izquierda es VOLUNTAD DE COMPROMISO, capaz de articularse en formas de participación política y organización democrática como vías imprescindibles para la transformación social necesaria, alentando el protagonismo de ciudadanas y ciudadanos que desde sus más diversas condiciones –mujeres y hombres, trabajadores, jóvenes y mayores-- se involucran en sus propios procesos de emancipación y de reconstrucción solidaria de la realidad social.

--La izquierda es una POSICIÓN POLÍTICA, identificable como contrapuesta a las posiciones de las derechas, desde la cual sostener proyectos y programas encaminados a ser alternativa a las políticas neoliberales y conservadoras.

--La izquierda es ACCIÓN TRANSFORMADORA, convirtiendo la rebeldía en capacidad de cambio teniendo a la vista, frente a lo existente, el horizonte de lo aún no logrado que se puede conseguir, activando la esperanza desde un imprescindible bagaje de memoria histórica.

Si todos estos ingredientes se conjugan tomando en serio lo que ha de ser una democracia inclusiva, haciendo propio el feminismo, replanteando modelos ecológicos de desarrollo, recusando las mitificaciones engañosas, acentuando las exigencias de laicidad, recuperando la conciencia republicana y relanzando lo que puede ser un proyecto socialista reformulado para el mundo globalizado en el que estamos..., podemos reconstruir el perfil de una izquierda identificable. De ella

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habrá que decir que se trata de una izquierda que ha de ser reconocible en sus diversos rostros y voces. Nadie tiene el monopolio de la izquierda, pues nadie tiene ni la patente ni la exclusiva de lo que sea esa izquierda que, al fin y al cabo, se verá definida por sus prácticas. En política, se es lo que se hace.

AUTOR

• JOSÉ ANTONIO PÉREZ TAPIAS

Es miembro del Comité Federal del PSOE y profesor decano de Filosofía en la Universidad de Granada. Es autor de INVITACIÓN AL FEDERALISMO. ESPAÑA Y LAS RAZONES PARA UN ESTADO PLURINACIONAL. (Madrid, Trotta, 2013)

CONSECUENCIAS NO ANTICIPADAS DE LA POLÍTICA EXTERIOR BRASILERA SOBRE EL PARAGUAY

https://tererecomplice.com/2017/03/28/consecuencias-no-anticipadas-de-politica-exterior-brasilera-sobre-el-paraguay/

POR CARLOS GÓMEZ FLORENTÍN

La visita del canciller brasilero Aloysio Nunes Ferreira encuentra al Paraguay expectante ante las negociaciones que tienen que emprenderse entre ambos países en los próximos años. Según un editorial de ABC COLOR relativo a la visita, el Brasil tiene que entender que el Paraguay ha dejado de ser un “PRISIONERO GEOPOLÍTICO” condenado a salir al Océano Atlántico por la conexión fluvial Paraguay-Paraná vía Río de la Plata, como estaba cuando se abrió la ruta al este en la década de 1960. Según el editorial, ahora tiene que considerarlo un “SOCIO GEOPOLÍTICO INDISPENSABLE”. Nunes Ferreira, sin embargo, tiene una visión bastante distinta de la expuesta por el editorial. Durante su discurso de toma del cargo, apeló a la definición del “CUERPO DE LA PATRIA” como producto de la acción conjunta de los bandeirantes y los diplomáticos que, por la fuerza y por la pluma respectivamente, definen “DONDE COMIENZA Y DONDE TERMINAN DE SUS VECINOS”. Esta visión, propia del pensamiento nacionalista brasilero, parece haber retornado a Itamaraty con el actual gobierno.

La realidad de las relaciones bilaterales, sin embargo, está lejos del catastrofismo propuesto por ABC y del exitismo del canciller brasilero. El sociólogo Robert K. Merton escribió en 1936 un famoso artículo titulado “LAS CONSECUENCIAS IMPENSADAS DE LA ACCIÓN SOCIAL”. En ese artículo Merton sostuvo que muchos de los errores de los gobiernos provenían de tomar decisiones buscando resultados inmediatos sin pensar en las consecuencias indeseadas de las medidas tomadas. Tanto el editorial como el actual canciller comparten el pensamiento de que la política exterior brasilera es el resultado natural de una voluntad única que se origina en Itamaraty. En esta visión, la política exterior brasileña funciona en base a un diseño maestro ejecutado por expertos técnicos diplomáticos formados en la tradicional escuela de la diplomacia portuguesa que busca legitimar por vías pacíficas lo que fue ganado previamente de facto. En esta forma de entender la historia, se plantea que las acciones tienen fines deseados, que se cumplen en la

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generalidad de los casos. Sin embargo, esta es una posición equivocada, más aún cuando es asumida por gobiernos y fuerzas políticas en Paraguay. Muchas de las acciones recientes de la cancillería brasilera con relación a nuestro país son producto de resultados no planificados, de acuerdo al argumento de Merton.

La política exterior brasilera hacia el Paraguay, durante la segunda mitad del siglo veinte, tuvo tres objetivos principales: primero, incorporar al Paraguay a su área de influencia geopolítica; segundo, acercarse al Paraguay en su búsqueda de energía para abastecer las necesidades de la industrialización; y tercero, conectar físicamente su territorio incluyendo las regiones fronterizas con el Paraguay. Y tuvo éxito en cada uno de estos objetivos. Efectivamente el Paraguay se acopló al Brasil. El caso más destacado la integración energética con el Paraguay fue la construcción de la represa binacional Itaipú. También se logró la integración rutera al conectar físicamente territorio paraguayo a las rutas brasileras. E inclusive muchos brasileros desplazados por el avance del agronegocio en estados vecinos encontraron tierras para cultivar en el Paraguay consolidando las relaciones entre ambos países.

Todas estas intenciones de la política exterior brasilera, si bien exitosas, generaron una nueva ola de problemas no anticipados al momento de formularlas, lo cual se encasilla dentro de lo planteado por Merton. Si bien el Paraguay se insertó a la órbita brasilera, el acercamiento fue exacerbando históricas disputas por la hegemonía regional con su otro vecino, Argentina. Así el acercamiento entre el Paraguay y el Brasil, que derivó primero en el Acta de Yguazú (1966) y luego en el Tratado de Itaipú (1973), provocó el punto de mayor tensión de la segunda mitad del siglo entre las cancillerías de la Argentina y del Brasil. Esto se produjo fundamentalmente porque el Tratado de Itaipú daba libertades al Paraguay y al Brasil para explotar el río Paraná a su conveniencia sin tener en cuenta los derechos de su vecino del sur, Argentina, también copropietario del mismo recurso natural. La cancillería argentina reclamaba el derecho de consulta que le asistía por la Declaración de Montevideo de 1933 previo a la construcción de obras aguas arriba del río Paraná.

Estas diferencias se dirimieron recién con la firma del Acuerdo Tripartito Itaipú-Corpus de 1979 que garantizó a la Argentina los términos para sacar provecho del potencial de las aguas del Paraná. De esta manera, si bien la consecuencia inmediata de la acción política del Brasil fue acercar al Paraguay a su área de influencia, obteniendo energía en el proceso, esta acción lo puso en ruta de colisión con Argentina. En el largo plazo, ambos países, Brasil y Argentina, se vieron obligados a consensuar un marco más amplio de entendimiento que con el tiempo se transformaría en el acuerdo que dio origen al Mercosur. Lo que comenzó como un conflicto, con resultados beneficiosos para el Paraguay, se transformó en un acuerdo de cooperación regional que debilitó las herramientas de negociación pendular del Paraguay. Durante las tensiones entre Argentina y Brasil, el Paraguay había seguido una política exterior pendular según la cual buscaba sacar beneficios de ambos vecinos aprovechándose del enfrentamiento regional de las dos grandes potencias por la hegemonía en el Cono Sur. Así, por ejemplo, tras conseguir el acuerdo de Itaipú, el Paraguay obtuvo también Yacyreta inclusive en mejores términos globales para el país.

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De todas maneras, tanto el Brasil como el Paraguay terminaron obteniendo lo que buscaban, pero bajo condiciones muy diferentes de las previstas originalmente. El acercamiento entre Brasil y Paraguay tuvo un objetivo inmediato para ambas partes. Para el Brasil imponer su hegemonía regional incorporando recursos estratégicos del Paraguay. Para el Paraguay romper con la tiranía que significaba su dependencia en Argentina para salir al Atlántico. Sin embargo, no estaba previsto para el Paraguay que tras la escalada en el conflicto entre Brasil y Argentina se sentarían las bases para un gobierno regional bajo el liderazgo brasilero que desarme la política pendular del Paraguay. Al final, una serie de consideraciones hipotéticas sobre escenarios alternativos futuros podría haber servido como un relevante ejercicio previo a la toma de decisiones.

Pensando en las negociaciones del 2023, urge pensar en escenarios múltiples antes de tomar las decisiones definitivas. Y en estos cálculos, tendrían que considerarse las consecuencias impensadas de las decisiones tomadas. En este sentido, Itaipú es apenas una dimensión con múltiples efectos impensados en las relaciones entre Paraguay y Brasil. A la hora de negociar, tienen que ponerse sobre la mesa otras cuestiones de primer interés para ambas cancillerías, no directamente asociadas al fenómeno Itaipú, pero claramente relacionadas. A la problemática de Itaipú hay sumarle la situación de los llamados brasiguayos, brasileros y paraguayos de origen brasilero viviendo en territorio fronterizo paraguayo, las consecuencias del modelo de desarrollo del agronegocio para las regiones de frontera, la redefinición del modelo de negocios de las ciudades de frontera, la opción paraguaya por una industrialización a partir del uso de la energía de sus hidroeléctricas y los nuevos problemas de seguridad que siguieron a la integración física entre ambos países (narcotráfico y terrorismo). Todos problemas regionales que afectan a ambos países

¿QUÉ HAY DETRÁS DEL NUEVO GOLPE PARLAMENTARIO EN PARAGUAY?

UN GRUPO DE SENADORES PARAGUAYOS COPÓ LA CÁMARA Y MODIFICÓ EL REGLAMENTO INTERNO PARA HABILITAR LA

REELECCIÓN PRESIDENCIAL. IMPLICANCIAS Y LA EXTRAÑA ALIANZA ENTRE CARTES Y LUGO.

http://revistazoom.com.ar/que-hay-detras-del-nuevo-golpe-parlamentario-en-paraguay/ Charles Quevedo

Un nuevo golpe parlamentario se consumó este martes en Paraguay. Esta vez, un grupo de 25 senadores que promueven la reelección presidencial -prohibida constitucionalmente- a través del ilegal atajo de la enmienda, usurparon la presidencia del Senado con el fin de aprobar un proyecto de “modificación” del reglamento interno que rige en la Cámara Alta. La modificación -aprobada en menos de 8 horas- allana el camino para la presentación del proyecto de reelección vía enmienda.

El “Senado paralelo” modificó el artículo 11, de modo que la mesa directiva que se renueva anualmente sea elegida entre el 1 y el 30 de junio -en lugar de serlo entre el 15 y el 30 de junio-. De igual manera, fue modificada irregularmente la mayoría

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necesaria para aprobar las mociones de orden: de una mayoría de dos tercios (30) a mayoría absoluta (23). Finalmente, se alteró el artículo 41 de tal manera de sustraer al presidente de la Cámara la atribución de obstruir las propuestas o comunicaciones que se presenten y que él considere inconvenientes. Los reeleccionistas lograron suprimir atribuciones al presidente del Senado y disminuyeron la mayoría requerida para la aprobación de mociones.

Para concretar la maniobra, el vicepresidente segundo del Senado, Julio César Velázquez (colorado), usurpó el cargo de presidente al titular, Robert Acevedo (liberal), y actuó de presidente del Senado desde su banca, recibiendo el proyecto y remitiéndolo a comisiones para su dictamen. El reglamento interno establece (art. 37) que los vicepresidentes, en orden de prelación, sustituirán al presidente en casos de muerte, ausencia o impedimento de éste. Velázquez actuó como presidente “de facto” del Senado sin que se registre ninguna de las causales previstas en el reglamento, ya que tanto el presidente Roberto Acevedo (liberal) como el vicepresidente primero Eduardo Petta (independiente) se encontraban presentes en la sala, y la Cámara Alta ni siquiera estaba en sesión.

“Los reeleccionistas lograron suprimir atribuciones al presidente del Senado y disminuyeron la mayoría requerida para la aprobación de mociones”

Posteriormente, se reunieron cuatro integrantes de la Comisión de Peticiones, Poderes y Reglamento, y dictaminaron, precipitadamente, a favor de la aprobación del proyecto de modificación del reglamento. Para consumar la maniobra irregular, los usurpadores se reunieron a puertas cerradas en una pretendida “sesión extraordinaria” y aprobaron la modificación.

El objetivo final es la aprobación de la enmienda constitucional para que el presidente Horacio Cartes -al igual que otros ex presidentes de la República como Fernando Lugo y Nicanor Duarte Frutos- pueda presentarse nuevamente a elecciones, a pesar de la categórica prohibición constitucional existente. De acuerdo con la Constitución paraguaya “en ningún caso” alguien que haya ejercido la presidencia puede ser reelecto. La única forma legal que existe para habilitar la reelección es una reforma constitucional a través de una Convención Nacional Constituyente.

Irónicamente, el ex presidente Fernando Lugo (Frente Guasú), destituido de la presidencia a través de un golpe parlamentario el 22 de junio del 2012, está hoy del lado de los “golpistas”. Junto a Horacio Cartes y Blás Llano (liberal), Lugo es uno de los principales responsables de esta nueva interrupción del orden constitucional. Más allá de las diferencias superficiales de colores y siglas, parece unirles profundamente la ambición y la ausencia de escrúpulos que padecen.

URUGUAY GIRA HACIA LA DERECHA

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EL FONDES DIVIDE AL OFICIALISMO: ENTRE LA “VELA AL SOCIALISMO” IMPULSADA POR MUJICA Y EL FORMATO ACTUAL MÁS ADAPTADO AL MERCADO http://www.busqueda.com.uy/nota/el-fondes-divide-al-oficialismo-entre-la-vela-al-socialismo-impulsada-por-mujica-y-el-formato

“En esto del Fondes no me llevan puesto. Yo defiendo la autogestión y la voy a defender mientras viva”. La afirmación que realizó el ex presidente José Mujica en una entrevista con “La Diaria”, apenas un mes luego de haber dejado la Presidencia, no sale demasiado favorecida al analizar lo que ocurre con esta herramienta al comenzar el tercer año del tercer gobierno del Frente Amplio.

A pesar de que cuenta con una muy importante bancada parlamentaria, integrada entre otros por Daniel Placeres, alma mater de Envidrio, uno de los proyectos apoyados con fuerza en el gobierno pasado, en este período la actividad del Fondo de Desarrollo (Fondes) quedó limitada por ley y de hecho hasta ahora ha otorgado un solo préstamo, a una cooperativa textil de Juan Lacaze.

En teoría, el Fondes cuenta con un patrimonio de alrededor de 30 millones de dólares que provienen, tal como dispone la norma, de parte de las ganancias del Banco de la República (Brou) y de un terreno en Paysandú.

En la práctica, explicaron a Búsqueda fuentes del sistema cooperativo, la nueva institucionalidad —Fondes-Inacoop— que preside el ex diputado socialista Gustavo Bernini dispone hoy solamente de unos 10 millones de dólares, incluyendo gastos de funcionamiento, capacitación y asesoramiento.

En caso de recibir los restantes 20 millones del Brou, el Fondes-Inacoop podrá prestar hasta tres millones a cada proyecto, porque la ley aprobada en setiembre pasado determina que ningún crédito podrá superar el 10% del patrimonio del nuevo organismo adscripto al Ministerio de Trabajo.

Algunas fuentes del sector indicaron que aceptar estas nuevas condiciones para el apoyo a las empresas autogestionadas, además de otras de la llamada “economía social”, es un reconocimiento implícito por parte del Movimiento de Participación Popular (MPP) de los problemas de gestión del Fondes durante el gobierno de Mujica.

Una de las más frecuentes críticas que recibió el Fondes, que entonces funcionaba en la órbita de la Presidencia de la República, fue que concentró los préstamos en un puñado de empresas recuperadas como Envidrio (ex Cristalerías del Uruguay), Funsacoop (neumáticos y otros productos de goma) y CTC (ex Metzen & Sena) buscando evitar la pérdida de puestos de trabajo en estas industrias en graves dificultades.

Además de salvar empleos, con esta política, Mujica declaró que pretendía “dejar prendida una vela al socialismo” al demostrar a la sociedad que los trabajadores pueden hacerse cargo de las empresas con buenos resultados.

En esta misma línea se puede interpretar la información manejada por parlamentarios del MPP (ver Búsqueda Nº 1.911), según la cual el principal banco

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del Estado perdió más de 600 millones de dólares en dos décadas por préstamos no cobrados, lo que según esta perspectiva, deja a la vista que no solo las empresas recuperadas que recibieron dinero del Fondes tienen dificultades para producir, vender y pagar sus obligaciones crediticias.

En efecto, entre 2007 y 2016, el BROU pasó a pérdidas un total de 113,5 millones de dólares por concepto de créditos incobrables a unas 30 empresas, la mayoría ya cerradas.

Además, el banco prestó, entre otras, 34,7 millones de dólares a la pesquera Fripur, 16,9 a Paylana y 10,1 millones a la textil Dancontex, que también dieron quiebra.

El presidente del Brou, Jorge Polgar, durante la inauguración de una representación del banco en la cárcel de Punta de Rieles, dijo que la información que maneja el MPP no es correcta.

“Es incorrecto señalar que el Banco República no cobró U$S 637 millones correspondientes a la cartera castigada generada entre los años 1995 y 2016, ya que la resignación contable en esa categoría no implica que el banco detenga la gestión de recuperación de los adeudos. Precisamente, la gestión de recuperación ha contribuido a que, al 31 de diciembre de 2016, el saldo de la cartera corporativa castigada se situara en U$S 232 millones”, declaró el jerarca a Búsqueda.

“La opacidad y falta de interés en investigar y publicitar sobre estas deudas solo es explicable por una tolerancia de clase” y “cuando las deudas son del Fondes, cuando los que tienen dificultades son trabajadores, sobran investigadoras, críticas y denunciantes”, había dicho a Búsqueda un dirigente allegado a Mujica.

“VOLUNTARISMO”.

Para el economista Andrés Dean, un investigador de la Universidad de la República (Udelar) dedicado a empresas autogestionadas, al concentrar su respaldo en empresas recuperadas, que son apenas 20% del total de las alrededor de 300 autogestionadas que existen en Uruguay, el gobierno de Mujica aumentó el riesgo.

“Había una alta probabilidad de fracaso que llevó a deslegitimar el propio proyecto Fondes”, explicó Dean a Búsqueda.

Para este académico, las modificaciones llevadas a cabo por el nuevo gobierno indican que “se volvió medio evidente que el modelo anterior no funcionó”.

Para algunos integrantes del movimiento cooperativo, el impulso dado por el Frente Amplio desde 2005 al sector es positivo aunque consideran que el período de Mujica se caracterizó por un fuerte “voluntarismo”.

“Ahí donde fracasó la empresa capitalista, si es por condiciones de mercado, no es razonable que el Fondes le preste dinero, porque también va a fracasar el emprendimiento”, opinó Dean.

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Para Ronald Rojas, director de Envidrio, sin embargo, haber recibido 11,5 millones del Fondes fue importante pero insuficiente. La empresa, que es gestionada por los trabajadores, aunque no es jurídicamente una cooperativa, aspiraba a recibir dos millones de dólares más para completar el 50% de la sociedad con una empresa venezolana que puso 13,5 millones de dólares en la nueva planta de fabricación de envases en el PTI del Cerro.

Rojas dijo a Búsqueda que la mayoría de los 117 trabajadores está en el seguro de paro luego de que colapsara el horno que estaban usando en la primera planta y que están esperando obtener los fondos para lograr la puesta en marcha de la segunda planta y así seguir con la producción que ha conseguido clientes importantes como Fábrica Nacional de Cervezas (FNC) y Pepsi Cola, entre otros, gracias a un acuerdo de comercialización con el anterior dueño de Cristalerías.

Para el directivo de Envidrio, con los alrededor de 650.000 dólares que ya se pagaron en concepto de seguros de paro y algo más se podría haber puesto a funcionar la planta.

Sin embargo, fuentes del Poder Ejecutivo indicaron que no es posible otorgar más crédito a Envidrio porque la empresa no está pagando el que ya fue concedido y además porque no resulta sencillo acceder a la información real sobre su gestión.

A diferencia de Alas U, que recibió un préstamo de 15 millones de dólares con el sistema anterior, pero no pudo sobrevivir en un mercado muy competitivo como la aviación comercial, tanto la ex Metzen como Urutransfor, que tiene a UTE como cliente, Envidrio y la Cooperativa Textil Puerto Sauce (que recibió 1,6 millones en este período de gobierno) están tratando de sobrevivir colocando sus productos en el mercado exterior.

Los problemas de la cooperativa de Empalme Olmos para vender su producción en Argentina están tratando de superarse con la gestión de un nuevo gerente financiado por Fondes-Inacoop.

Para el representante del Pit-Cnt en el Fondes, Carlos Aulet, en esta nueva etapa se buscará hacer un llamado a nuevos proyectos con respaldo de la confederación de cooperativas Cudecoop, que también integra la directiva del organismo y del Instituto Cuesta Duarte de la central sindical.

Aulet dijo que están haciendo estudios de viabilidad de proyectos provenientes de los sectores metalúrgico, pesca, congelados y otros.

COLOMBIA/ ¿EJÉRCITO OFRECIÓ DINERO A GUERRILLEROS PARA QUE ABANDONEN ZONA VEREDAL DE MESETAS?

http://www.verdadabierta.com/procesos-de-paz/farc/6600-ejercito-ofrecio-dinero-a-guerrilleros-para-que-abandonen-zona-veredal-de-mesetas

VerdadAbierta.com conoció varios audios en las que presuntos integrantes del Batallón de Infantería No. 21, con sede en Meta, invitan a subversivos de las Farc a

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acogerse al plan de desmovilización del gobierno y les prometen incentivo económico por las armas que logren sacar. ¿Qué ocurre?

La zozobra que corre por el municipio de Mesetas se incrementó desde el asesinato de dos miembros del partido comunista. La población asegura que los grupos paramilitares están frecuentando la zona.“Le habla Carlos, comandante aquí de la base, aquí de la Abril 12. Bueno mijo, los beneficios que ofrecemos son los siguientes: aquí inicialmente ustedes llegan y a ustedes se les da comida, se les da hospedaje, mientras se les legaliza la parte jurídica. Cuando me refiero a la parte jurídica quiere decir que no vayan a tener órdenes de captura por rebelión, asesinato, extorsión, etc., ¿por qué?, porque usted se está acogiendo el plan del gobierno que es el GAHD, el “servicio humanitario al desmovilizado”, que es un plan que paga el gobierno, lo paga directamente el Estado”, se escucha en uno de los audios suministrados a este portal por fuentes que solicitaron la reserva de identidad.

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Quien habla, bajo el seudónimo de ‘Carlos’, también intercambia mensajes vía redes sociales con algunos de los guerrilleros que llegaron a mediados de febrero a la Zona Veredal Transitoria de Normalización (ZVTN) de Buenavista, en Mesetas, Meta. En los audios, quienes intervienen a nombre del Ejército invitan a los subversivos a que se acojan a los programas que tiene el Grupo de Atención Humanitaria al Desmovilizado (GAHD), saquen las armas de los campamentos y suministren información del grupo armado.

“A ustedes se les va a guardar la absoluta reserva en la información que suministren aquí con nosotros y, fuera de eso, si usted tiene más gente que pueda traer hacia acá eso le beneficia a usted como tal. Es decir, si usted trae dos, tres o cuatro personas el plan de desmovilizados les paga esas personas que ustedes traigan hacia acá, esas personas se las paga por cada persona que traigan”, se escucha en otra grabación.

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A ello se suma la denuncia hecha por algunos miembros del Secretariado de las Farc a mediados de febrero de este año en Bogotá, en la que aseguraron que dentro de esta Zona Veredal encontraron a un militar activo, vestido de civil, realizando labores de inteligencia. En dicha oportunidad, el jefe guerrillero ‘Carlos Lozada’ afirmó que era inaceptable que en tiempos en el que el proceso requiere mayor apoyo para su implementación existan instituciones del Estado que lo quieran torpedear.

“Desde que llegamos acá a la Zona, el pasado 6 de febrero, hemos presentado varios altercados con el Ejército. Uno de ellos, la actividad de inteligencia militar que realizó un soldado vestido de civil al interior del campamento, violando los

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protocolos establecidos por el Mecanismo de Monitoreo y Verificación. El otro, el presentado con varias unidades que han incitado a desmovilizarse, aduciendo a engaños y mentiras”, aseveró, para este portal, José Manuel Sierra, conocido como 'Aldinever Morantes', comandante de la ZVTN y miembro del Estado Mayor del Bloque Oriental de las Farc.

Para 'Morantes' la violación de los protocolos acarrearía una sanción, pero como no se conoce ni se divulga no es factible que se aplique. Aseveró que en ningún momento dentro del campamento tomaron alguna determinación frente a la presencia del militar para no violar los protocolos acordados, que lo dejaron hacer lo que iba a hacer, “inteligencia”.

Desde hace dos semanas no se ha vuelto a presentar algún inconveniente con el Ejército, como lo han contado algunos de los comandantes en la Zona, no obstante, la preocupación crece en la medida que avanza el proceso y se siguen presentando inconvenientes de seguridad.

DE DESERTORES A INFORMANTES

Antes de la Décima Conferencia de las Farc, realizada en septiembre del año pasado, se empezaron a dar disidencias al interior de esa guerrilla. Foto: Ricardo Cruz.A varios combatientes de las Farc concentrados en esta Zona Veredal los han contactado por redes sociales gracias a la información que han suministrado desertores de la organización insurgente, entre ellos Maricela Escobar Ayala, quien, además, les cuenta por esos medios a los subversivos que hizo parte de las Farc y ahora quiere ayudarlos a que salgan de la Zona y no se perjudiquen por el proceso de paz.

La influencia del Ejército comienza en diciembre de 2016, cuando los distintos frentes guerrilleros llegaron a Mesetas a ubicarse en el punto de preagrupamiento en la vereda ‘El Tigre’, fase anterior a la concentración en la Zona Veredal. En aquella vereda, ‘Yurleni’, una de las combatientes de las Farc, tomó la decisión de desertar tras entablar contactos con otra desmovilizada. Una vez fuera de las filas, la subversiva facilitó detalles al Ejército para que contactaran a otros militantes que querían salir de los campamentos.

En la segunda semana de febrero, otro guerrillero, conocido como ‘Alexis’, también decidió desmovilizarse de manera individual tras haber tenido un problema sentimental con su compañera en la Zona Veredal. Él, al igual que ‘Yurleni’, entregó datos de quiénes estaban concentrados en Mesetas.

En un intercambio de audios, ‘Alexis’ le cuenta a uno de los guerrilleros del campamento que se encuentra bien, que le han dado hospedaje y alimentación en el Batallón N. 21 y que debe esperar al menos un mes para que le resuelvan la situación jurídica para así poder iniciar con el programa de desmovilización.

“Lo que es la reinserción todavía sigue vigente, ¿si me entiende? Uno se desmoviliza y le dan garantías, le dan ropa, estudio salud, en este momento pues la familia la hacen venir. Pues las cosas son así, de todas maneras, si se quiere venir, diga cómo es y pues lo recogemos”, aseguró ‘Alexis’, el desertor.

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Uno de los motivos que tomó este guerrillero para desertar fue las condiciones en que se encontraba la Zona Veredal y el atraso en general del proceso. “De todas maneras estoy aquí bien, contento, porque en realidad yo la paz no la veo como buena. ¿Cuánto ya llevamos ahí?, como mes y medio y no han construido nada, no han hecho nada. Acá donde estoy, estoy bien viejito”.

Sus compañeros dicen que se debe a un plan de inteligencia del Ejército, mediante el cual bajo engaños lo sacaron de la Zona Veredal y ahora lo utilizan para buscar información de los distintos integrantes que están concentrados allí en Mesetas y ofrecerles el proceso de reinserción a la vida civil que tiene el Ejército.

VerdadAbierta.com habló con ‘Jean Carlo’, ‘Nataly’ y ‘Rodrigo’, tres guerrilleros de la Zona Veredal de Mesetas, a quienes les ofrecieron el plan de desmovilización, 500 mil pesos por cada guerrillero que ayuden a salir y entre 3 y 20 millones de pesos por cada arma que entreguen; todos ellos coincidieron en asegurar que la campaña que se adelanta en el departamento en contra del proceso de paz llega al punto de decir que las garantías del acuerdo se van a perder cuando se terminen las zonas veredales, que se supone van hasta el 31 de mayo de próximo solamente.

“ESTÁN ATENTANDO CONTRA DEL PROCESO”

Al interior de la zona veredal los guerrilleros siguen estudiando a fondo los acuerdos para evitar que bajo engaños sigan tratando de convencerlos de abandonar las filas Foto: Andrés CelisA ‘Nataly’ la contactó Maricela Escobar Ayala, en primera instancia, a través de la red social Facebook; luego, vía celular, empezó a comentarle sobre los planes de desmovilización individual, los beneficios y las recompensas por armamento que da el Ejército.

La primera parte del plan suponía que la guerrillera fuera a un hogar de paso, donde recibiría alimentación y atención en salud, mientras le sacaban la cédula y le miraban el pasado judicial, para luego acogerse a un plan de estudios y resocialización.

Según la guerrillera, el ofrecimiento también supone que a quienes quieran desertar se les recoge en un vehículo particular en lugares aledaños a la Zona Veredal para no comprometer directamente al Ejército y para evitar levantar sospechas, así quedó registrado en uno de los audios.

“Si es por el día perfecto, yo cuando esté por ahí cerquita a la escuela, pegadita un poquito, yo le digo hasta donde suban un poquito, porque usted sabe que yo a la escuela no me puedo meter porque ahí mantienen metidos de civil. Ojo, usted es la que está allá y saben si pueden salir por ese momento o no, usted es la que sabe mija. Si pueden sacar lo que le dije hágalo, si no, no hay problema”.

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A ello se suma, según la guerrillera, que en el mismo Ejército dicen que van a manipular los protocolos, que lo hacen en carros particulares para no

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comprometer a la institución: “la insistidera es para que les ayudemos a que varios sepan y así se arme una cadena dentro de la Zona para que sean más los que al menos les suene la idea de irse”.

Por su parte, ‘Jean Carlo’ comentó que lo contactaron días después que un amigo suyo se desmovilizara terminando el mes de enero. La propuesta que le hicieron fue más directa: por cada guerrillero que logre sacar del campamento le iban a dar 500 mil pesos como parte inicial, una vez afuera le completarían un millón de pesos por cada desertor.

“Nos dicen que cuando pasemos a movimiento político no vamos a tener los beneficios que han ofrecido el gobierno en el acuerdo de paz, que eso es mientras estamos en las zonas veredales, entonces que la solución es irse donde están los demás desertores. En sí dicen que todo ha sido un engaño y que no nos van a cumplir”, aseveró el insurgente.

Con lo que no contaron los militares fue que algunos de los guerrilleros contactados dieron aviso a sus mandos superiores y no borraron las grabaciones de sus celulares, como en varias oportunidades se les pidió que lo hicieran. La decisión de los comandantes fue seguir sacando información y averiguar el origen de las llamadas.

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“Yo pregunté que si se podía cambiar de departamento, y que si nos daban plata extra. Me dijeron que sí, que nos colaboraban con pasajes y nos ayudaban a ubicarnos con la familia si así lo quisiéramos. Que donde fuera también nos garantizaban el estudio”, sostuvo ‘Jean Carlo’.

Con ‘Rodrigo’ hablaron de dinero y armas, uno de sus amigos desertores, quien se encuentra recluido en el Batallón de Granada, Meta, le dijo que mensualmente le iban a dar, por un periodo de dos años, 620 mil pesos mensuales, así como vivienda y estudio, que sólo estaba a la espera de definir la situación jurídica. Pero que debía ayudar a sacar armas de la Zona Vereda y avisar de posibles combatientes que quisieran desertar.

“El negocio es que uno saca el arma y ellos evalúan que tan buena o mala esté, entonces pueden dar desde 3 millones hasta 20 millones, sólo hablando de fusiles, por el otro material de guerra casi no se pregunta. Es más fácil de encontrar en el mercado. El riesgo es de quien se atreva a sacarlas”, comentó.

Lo que ocurre en la Zona Veredal es una práctica que no es nueva. Desde antes de la Décima Conferencia de las Farc, realizada a mediados de septiembre en los Llanos del Yarí, se venían presentando brotes de disidencias, las cuales se consolidaron meses después de terminado ese encuentro de la dirigencia guerrillera.

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Una de las disidencias más conocidas es la del Frente Primero, al mando de ‘Gentil Duarte’, a quienes se les sindica de haber robado más de 2.000 millones en efectivo, armas y material de guerra.

¿ARMAS PARA EL MERCADO NEGRO?

No sería la primera vez que los militares estarían involucrados en la venta de armas, durante el proceso de paz con los paramilitares, centenares de armas fueron vendidas en el mercado negro con apoyo de militares activos. Foto: archivo SemanaVerdadAbierta.com conoció que en el mercado negro los precios de las armas varían dependiendo qué tan usadas estén. Los fusiles, por ejemplo, si tienen un uso de más del 70%, valen menos de ocho millones, un 50% de uso 10 millones y uno que esté prácticamente sin usar puede alcanzar los 15 millones. Por las ametralladoras, entre 80 y 100 millones si está nueva, en el país, una de las que más se comercializa es la M-60.

Pese a que la zona ha sido uno de los epicentros de la guerra, tras la concentración de las Farc aumentaron el número de hombres armados y grupos armados ilegales. A ello se suma que, según el más reciente estudio de la Fundación Ideas para la Paz (FIP), ese departamento presenta potencial para deserciones y disidencias de integrantes de las Farc.

La ubicación geográfica del departamento lo convierte en un punto estratégico para conectar el centro con el sur del país. Como ya lo había advertido la FIP, en el departamento de Meta hay presencia de las Autodefensas Gaitanistas de Colombia (AGC), en especial en Mesetas y Vista Hermosa, y la banda de Los Puntileros o Bloque Meta.

Los riesgos que afrontan las zonas de concentración de las Farc

Lo que llama la atención es que hace unos meses, según denuncias de organizaciones sociales y partidos políticos, aparecieron panfletos con amenazas a líderes sociales y ya han ocurrido algunos asesinatos selectivos. Los más recientes fueron de dos militantes del Partido Comunista Colombiano, a quienes sicarios ultimaron en una carretera del pueblo y en una finca.

Disidentes de las Farc, ¿detrás de asesinatos en Mesetas?

El temor de los habitantes no es menor. Pablo*, un investigador que ha trabajado en el territorio más de 20 años, asegura que el tráfico de armas se disparó desde que se anunció el Acuerdo Final de La Habana. A su juicio, el negocio aumentó en el oriente y sur del país por la premura del tiempo, antes de que sean entregadas, en su mayoría, a la ONU, como parte del proceso de dejación de armas.

“El negocio es lucrativo para todos, tanto para el guerrillero que quiera desertar con armas, como para el militar que las vende o el narco que las compra. Ya pasó en Guaviare, no es raro que el tráfico de Meta vaya dirigido más al sur, es donde se están armando los grupos para controlar el narcotráfico y los territorios que dejó el Bloque Oriental y Sur de las Farc”, sentenció el investigador.

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La problemática que se concentra en el departamento es que las armas que han salido de los distintos campamentos refuercen los crecientes grupos paramilitares en la región y con ello se desate una nueva oleada de violencia, en especial, en aquellos departamentos donde históricamente han sido corredores del narcotráfico.

Para los guerrilleros de base, sus compañeros desertores fueron engañados y ahora no van a poder acceder a los beneficios. Para todos es claro que la desmovilización individual nunca va atraer mejores posibilidades de resocialización que el actual acuerdo, por lo cual creen que la estrategia del Ejército es más de conveniencia que de ayuda con ellos.

“Lo que uno se pregunta es por qué si estamos ya en la fase de implementación, el Ejército aún continúa en su lógica de guerra, buscando mediante infiltración sacarnos información y buscando hacerle daño al proceso. Están atentando en contra del proceso, no hay duda. Y peor aún, nadie dice nada, vea lo de los precios de la comida, un escándalo que duró un día por mucho y ahora esto. No se ve buena voluntad por parte de ellos”, concluyó 'Morantes', el comandante de la Zona Veredal de Mesetas.

* NOMBRE CAMBIADO POR PETICIÓN DE LA FUENTE

Nota de la redacción:PARA CONTRASTAR LOS TESTIMONIOS Y OBTENER LA OTRA VERSIÓN DE LOS HECHOS, VERDADABIERTA.COM POR MÁS DE SEMANA Y MEDIA INTENTÓ HABLAR CON EL BATALLÓN DE INFANTERÍA NO. 21, BATALLA PANTANO DE VARGAS, EL ENCARGADO DE LA BASE ABRIL 12, PERTENECIENTES A LA SÉPTIMA BRIGADA DEL EJÉRCITO, SIN ÉXITO ALGUNO.

“A QUIENES QUERÍAN LA GUERRA EN LA IZQUIERDA Y EN LA DERECHA ROMERO LES ERA INCÓMODO”

Hay que leer las homilías de Monseñor Óscar Arnulfo Romero antes de rechazarlo o admirarlo. Héctor Dada Hirezi cree que no se puede juzgar el mensaje del beato salvadoreño sin conocer su contenido. Romero hablaba a través de sus homilías y sus escritos de una justicia social inexistente en los albores de la guerra de los años ochenta. Esa justicia aún es una quimera para la mayoría de salvadoreños, ahora frente a otros escenarios y actores de violencia y corrupción.

Foto FACTUM/Salvador Meléndez

http://revistafactum.com/quienes-querian-la-guerra-la-izquierda-la-derecha-romero-les-incomodo/

Dada Hirezi, político de larga trayectoria en El Salvador, conoció a Romero, con quien mantuvo una relación de amistad; discutían (a Romero se le podía decir que estaba equivocado y él escuchaba argumentos, asegura Dada Hirezi). A unos días de que el arzobispo fuera asesinado tuvieron una conversación telefónica que terminó en un “no, Héctor, yo soy obispo y tengo a seguir” de Romero. El sacerdote le colgó el teléfono.

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—”¿En qué iba a seguir?”, preguntamos a Dada Hirezi en esta entrevista.

—”Él iba a continuar, yo no le dije que no continuara, yo le dije que se cuidara mucho, porque estaba en riesgo de muerte, pero me dijo que no importaba el riesgo, como diciendo ‘no me problematice’, cosa que conociéndolo no era algo que me molestara, al contrario. Pero no pensé que iba a ser tan pronto…”, responde.

Dada Hirezi fue canciller de la primera Junta Revolucionaria de Gobierno (1979-1980) y recuerda que Romero entristeció al saber que iba a renunciar a su cargo: este político no veía ninguna salida a la represión ejercida entonces por los grupos de poder económico, político y militar, ni tampoco preveía una disminución del levantamiento insurgente por parte de los grupos de guerrilla que iban a conformar el FMLN.

“El profeta no es el que dice lo que todo el mundo gusta, sino es el que interpreta la palabra de Dios en una realidad específica. Y si eso hicieron Rutilio Grande y Óscar Arnulfo Romero entonces es parte de su característica profética”.

Romero no quería una guerra en El Salvador. Desde el púlpito, como arzobispo de San Salvador, clamaba por un cese a la represión estatal contra la población y por la no utilización de las organizaciones sociales para fines políticos de los grupos bélicos de la izquierda. Nadie lo comprendió y lo asesinaron. La incomprensión hacia Romero sigue vigente hoy, treinta y siete años después de que le dispararon al corazón en la capilla del hospital La Divina Providencia.

Dada Hirezi, también ex ministro de Economía en los primeros años de la presidencia de Mauricio Funes, sostiene que la palabra de Romero es la base moral y ética de una justicia social, y advierte sobre las graves equivocaciones de quienes lo atacan por creer que sus mensajes eran político-partidarios y de quienes, por otro lado, han tomado su imagen como un estandarte político sin escuchar sus mensajes que, también, criticaban a una izquierda fanática, sorda.

Dada Hirezi cree que Monseñor Romero era más conveniente muerto que vivo para el sector más radical de la derecha, que lo mató para silenciar su mensaje incómodo; pero también para algunos líderes de la izquierda que se han aprovechado, hasta hoy, para manipular su figura y tergiversarla a su conveniencia.

Pero también el día en que se venere una estatuilla de Monseñor Romero como un santo al que hay que rezarle para un milagro; cuando se le vea solo como una imagen que haya que poner de cabeza para conseguir un deseo; cuando la gente se olvide de su palabra en aquellas homilías y cartas pastorales; ese día, dice Dada Hirezi, se habrá matado de verdad a Romero.

MONSEÑOR VINCENZO PAGLIA DICE EN SU HOMILÍA EN LA QUE ANUNCIA LA BEATIFICACIÓN DE ROMERO, EN MARZO DE 2015, EN EL PAISNAL, EN EL ANIVERSARIO DEL ASESINATO DEL PADRE RUTILIO GRANDE, QUE MONSEÑOR ROMERO Y EL PADRE

GRANDE SON PROFETAS PARA EL MUNDO. ¿SE PUEDE DECIR ESO SI SUS LEGADOS AÚN NO CALAN POR COMPLETO EN EL SALVADOR?

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Yo diría que exactamente porque todavía siguen generando contradicciones, tienen una característica de todo mensaje profético. Si uno lee bien la biblia, todos los profetas generaron problemas y Jesús generó problemas. Quizás el profeta más polémico fue Jesús. Entonces la polémica no contradice el ser profeta. El profeta no es el que dice lo que todo el mundo gusta, sino es el que interpreta la palabra de Dios en una realidad específica. Y si eso hicieron Rutilio Grande y Óscar Arnulfo Romero entonces es parte de su característica profética.

EN UN PAÍS QUE SE DESANGRA A DIARIO, CON INSTITUCIONES CORROMPIDAS POR LOS POLÍTICOS, CON BAJOS ÍNDICES DE DESARROLLO HUMANO, PARECE QUE NO SE SIGUE LA

GUÍA DE ROMERO. ¿ES ASÍ?

Sí. Solo yo voy a hacer un matiz: el país no está corrompido solo por los políticos, la corrupción política expresa una corrupción de la sociedad, pero además si uno analiza los casos de corrupción normalmente hay detrás o adelante, también, empresarios. Hay que agarrar cada uno de los casos. Pero yo diría que el mensaje de Romero sigue siendo un mensaje vivo porque las situaciones básicas de injusticia del país todavía sobreviven, y exactamente él fue asesinado, martirizado, por decir que la injusticia que había en el país era en contra de la palabra de Jesús. Entonces todavía no hemos cumplido. Una guerra que costó setenta y cinco mil muertos fue seguida por un aprovechamiento del gobierno y del espacio de pacificación para el enriquecimiento de unos cuantos, olvidando a las víctimas, no solo del conflicto armado, también generando nuevas víctimas de un sistema totalmente injusto. Entonces, yo sí creo que el mensaje de Romero sigue presente exactamente porque no se cumple la base del mensaje de él.

PARA USTED, ¿QUÉ SIGNIFICA LA FIGURA DE MONSEÑOR ROMERO?

Para mí significa, primero, la gracia que tuvo este país de tener un profeta de la dimensión de Romero y la gracia de haberlo conocido. Yo reacciono frente a él no como una figura extraña, sino como ante una figura con la que yo tuve mucha relación. Romero es una persona que también nos da un ejemplo de honestidad impresionante. Romero no era persona que escondiera lo que pensaba y fue evolucionando conforme la realidad se lo fue exigiendo. Él primero creyó que podía obtener justicia a través de hablar suave, tranquilo, porque ese fue su cambio. Su cambio no es que antes no buscaba la justicia y después sí, sino que el método para buscarla. Terminó con la denuncia pública sabiendo el riesgo que corría, que eso es parte de una honestidad de vida impresionante, difícil de alcanzar. Los que estuvimos cerca de él, los que tuvimos la suerte de discrepar muchas veces con él -con mucho respeto de parte nuestra por supuesto, pero de parte de él también-, sabemos la calidad de persona que era y su fe en Jesús. Eso, su capacidad de oración, que era absolutamente impresionante.

¿PODEMOS APARTAR A ROMERO DE SU IGLESIA CATÓLICA Y LLEVARLO A UN CAMPO ESTRICTAMENTE POLÍTICO?

A Romero no se le puede separar de la iglesia. Primero, porque Romero es la culminación de una forma de hacer iglesia que no comenzó con él, que comenzó con monseñor (Luis) Chávez y González. No en cualquier iglesia podría haber

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hecho lo que él hizo cuando fue asesinado Rutilio Grande. Es una iglesia muy militante en el sentido religioso de la palabra, no en el sentido político, aunque con consecuencia política. Pero a Romero tampoco se le puede separar de la política, porque la política está en la vida cotidiana y la iglesia está metida en el mundo. Jesús dijo “mi reino no está en este mundo”, pero se construye desde este mundo. Entonces la iglesia siempre está metida en el mundo. Esa tontería de que la iglesia no se debe meter en política, depende del concepto que tengan de política, pero la iglesia siempre está metida en la política porque la política está metida en la vida cotidiana de la gente. Todos hacemos política, estemos en un partido o no lo estemos, por acción o por omisión, y predicar la justicia muchas veces lleva a decir que quienes ejercen el poder económico o político no están cumpliendo con los principios fundamentales de la ética cristiana. Eso muchas veces se ha interpretado como política partidaria, que eso es lo que quieren decir. En política partidaria, la iglesia no debe meterse. Pero debe de dar su mensaje iluminador, ético, sobre la política cotidiana del país.

Entrevista a Héctor Dada Hirezi en San Salvador, el 21 de Marzo de 2017, en la que se habló de la vida y martirio del Beato Óscar Arnulfo Romero. Foto FACTUM/Salvador Meléndez

A ROMERO SUS DETRACTORES LE CRITICARON Y AÚN SE LE CRITICA SU INTROMISIÓN EN ASUNTOS DE LA POLÍTICA NACIONAL. ¿ES VÁLIDO ESE ARGUMENTO DE QUE LA IGLESIA Y EL ESTADO ESTÁN SEPARADOS, QUE POR LA CONSTITUCIÓN SALVADOREÑA EL ESTADO

ES LAICO, Y QUE POR ESO ENTONCES LA IGLESIA NO DEBE METERSE EN ASUNTOS POLÍTICOS?

Cuando las acciones de los funcionarios del Estado o de los detentadores del poder económico o de los opositores del poder violenta lo que la iglesia considera su ética social, la iglesia tiene que opinar. Lo que yo no entiendo es que, yo no sé si un psicólogo le llamaría esquizofrenia a eso, si el papa Juan Pablo II contribuyó con el Movimiento Solidaridad en Polonia a derribar la dictadura que a nombre del marxismo-leninismo se había instaurado en ese país, entonces el papa es defensor de la fe, pero si el papa Juan Pablo II, y me estoy refiriendo al mismo papa, escribe el compendio de doctrina social de la iglesia, donde hace un llamado terrible y mucho más duro que los que ha hecho (el papa) Francisco sobre la justicia social y uno lo repite, dicen que eso es hacer política. En ambos casos, la iglesia aplica su ética a situaciones específicas y eso ninguna Constitución se lo puede prohibir a la iglesia, porque la iglesia no se está metiendo en cómo se conforma el estado, está diciendo que no se cumplen las normas éticas. Decir que los pobres tienen derecho a comer no es hacer política partidaria, es hacer ética humana con consecuencias políticas, que es una cosa totalmente distinta.

TAMBIÉN SE DICE QUE LAS PALABRAS DE ROMERO GENERARON ODIO Y VENGANZA EN EL PAÍS.

Yo no sé si han leído las homilías de Monseñor Romero o si las escucharon. Yo oigo decir eso a cada rato, pero yo, que sí he leído las homilías y algunas las escuché, Monseñor llama a todo lo contrario, a la práctica del amor cristiano. Él predica el evangelio del amor, por eso es que hay que preocuparse de la suerte de los pobres.

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Algunas de las cosas que dicen de Monseñor Romero, que aquí en la iglesia Corazón de María dijo que mejor se quitaran los anillos y los entregaran antes que les cortaran el dedo, algunos dicen que fue una frase de odio. No. Les dijo “cuídense, hagan justicia, generen espacio para una relación cordial”. La ostentación es la que produce odio. Él, más bien, estaba combatiendo las cosas que generaban odio. Pero evidentemente uno puede interpretar como quiera, sobre todo cuando lee con prejuicio. Ahora, más que esas críticas a Monseñor Romero, a mí me preocupan los que dicen “nos equivocamos, no era como creíamos”, con la intención de edulcorarlo. Monseñor Romero es difícil de edulcorar, porque sus homilías son muy claras. Yo prefiero que sigan atacando a Romero a que nos olvidemos de él.

LA IGLESIA CATÓLICA DEFIENDE LOS MENSAJES DE MONSEÑOR ROMERO Y SU OPCIÓN PREFERENCIAL POR LOS POBRES Y ASEGURA, DESDE EL VATICANO, QUE ESTOS MENSAJES JAMÁS FUERON IDEOLÓGICOS, SINO EVANGELIZADORES. ¿PARA USTED ES CORRECTA ESA

PERSPECTIVA?

Depende del criterio de ideología que se tiene. Hay muchas definiciones de ideología. Desde la definición que maneja el Vaticano, lo que quiere decir es que se apegó estrictamente a la doctrina de la iglesia y eso lo dijo Benedicto XVI cuando era simplemente el cardenal (Joseph) Ratzinger, que era secretario de asuntos de la fe, creo que se llamaba su cargo (prefecto de la Congregación para la Doctrina de la Fe), bajo el papado de Juan Pablo II. Y además es exactamente lo que con respecto a los mártires del siglo XX dijo Juan Pablo II, y hay que recordar que él agregó de su puño y letra el nombre de Monseñor Romero, que no estaba en la lista de los mártires, porque quienes le habían hecho la lista para que hiciera su discurso tenían dudas de incluirlo y él lo puso y lo mencionó muy firmemente en ese mensaje. Entonces, yo creo que desde el punto de vista de la iglesia, la frase es correcta. Desde otras definiciones de ideología como la que yo tengo, evidentemente tienen alguna carga ideológica. Optar preferentemente por los pobres, como hace la iglesia católica, sí viene de la palabra de Jesús, pero se convierte en una postura ideológica a la hora de hacer no acción religiosa sino acción en el mundo. Se nos convierte a los laicos en una visión ideológica en el sentido de cómo concebimos que debe ser el mundo.

MONSEÑOR PAGLIA DICE EN SU HOMILÍA TAMBIÉN: “HAY UNA UNIDAD QUE ALGUIEN QUERÍA ROMPER ENTRE RUTILIO, ROMERO Y SU PUEBLO, HOY NOSOTROS ESTAMOS

AQUÍ PARA DECIRLES QUE NO LOGRARÁN DIVIDIRNOS”. ¿A QUIÉN CREE USTED QUE SE REFIERE PAGLIA CUANDO HABLA DE QUE ALGUIEN QUISO ROMPER ESOS LAZOS?

El asesinato de Romero hay que verlo en el contexto de la guerra que vivía el país. Hubo gente, y hay que recordar que los Estados Unidos de América eran un actor en la guerra, no ajenos a la guerra como a ellos les gusta plantearse, que simplemente ayudaban a un gobierno amigo. La parte militar fue dirigida por los norteamericanos. Para mí, el asesinato de Romero, y lo he dicho muchas veces, fue una operación de guerra con la esperanza de que la palabra de Romero dejaría de existir y de que eso iba a desarmar ideológicamente e iba a dejar sin mensaje a todo el montón de católicos que luchaban contra la injusticia. Sí hay mucha gente que quiso dividir, pero no solo dividir en el sentido de separar, sino que eliminar

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para que no siguieran presentes en el pueblo personas como Rutilio o personas como Monseñor Romero. Lamentablemente para esta gente es que después de muertos y siendo ya personas cuya heroicidad ha sido reconocida, no solo la derecha los ataca sino que a veces gente de la izquierda quiere recuperarlos casi como militantes de la izquierda, cosa que también es una traición tanto a Rutilio como a Monseñor Romero.

EL CARDENAL ANGELO AMATO, A CARGO DE LA HOMILÍA EN LA BEATIFICACIÓN DE ROMERO, DIJO QUE SUS PERSEGUIDORES HAN DESAPARECIDO A LA SOMBRA DEL OLVIDO Y DE LA MUERTE. ¿POR QUÉ CREE QUE LA IGLESIA NO VENTILA QUIÉNES

ASESINARON A MONSEÑOR ROMERO?

La iglesia difícilmente va a tener interés en un juicio humano. Parece sumamente claro quiénes lo hicieron, ¿verdad? A veces uno mira católicos rindiéndole homenaje al autor intelectual del asesinato de Romero, según la Comisión de la Verdad (de las Naciones Unidas). Pero imagino que está bastante claro y muy claro de dónde venía la instrucción, porque esa persona que está acusada de ser el autor intelectual era un agente de la inteligencia muy ligado a los servicios de inteligencia de los Estados Unidos. Entonces, para mí, es muy claro el asesinato. Yo nunca he conversado con la gente de la iglesia sobre si tiene claro o no tiene claro quién mató a Monseñor Romero. Desde el punto de vista religioso, se vuelve poco importante, más a la iglesia le importan las causas por las que fue asesinado. Y cuando la iglesia (dice) que fue por odio a la fe, no significa que fuera una persona que pretendía ser católica, sino que lo asesinó porque predicaba exactamente en la línea de las palabras de Jesús. O sea que lo que les molestaba era la fe, la fe en las palabras de Jesús, y lo asesinaron por aplicar esas palabras en la vida cotidiana. Entonces, la iglesia hasta allí creo que llega su preocupación, lo demás no creo que sea de la iglesia, es más de la justicia humana.

¿CREE QUE ESTAS PERSONAS PUEDEN REALMENTE DESAPARECER SIN QUE HAYA JUSTICIA EN ESTE Y OTROS CASOS?

Bueno, a los que han muerto ya no se les puede aplicar la justicia humana, ¿verdad? Hay otra justicia a la que se deben haber sometido desde el punto de vista religioso. Quedan algunos, como el capitán Saravia, que está escondido en a saber dónde y que en el periódico El Faro dijo “así matamos a Monseñor Romero”. Creo que Saravia ya pagó con su forma de vida, que está descrita allí en el artículo, no sé en qué parte del mundo, pero es una vida miserable la que lleva. Yo creo que ya pagó toda su culpa. Yo creo que se va a ir al Cbg hnelo, porque además parece muy arrepentido en la declaración. Pero, sí, la mayor parte de los que estuvieron implicados ya están muertos. Treinta y cinco años después se dice mucho. No todos están olvidados en el sentido político. Reitero, todavía se le rinde homenaje, pero no se le rinde homenaje por eso, a pesar de que en ese momento, sí, esa noche hicieron fiesta. Aquí muy cerca de donde estamos haciendo esta entrevista había fiesta (esta entrevista se hizo en las cercanías de la Residencia Presidencial, sobre el bulevar Masferrer). Monseñor (Gregorio) Rosa Chávez lo suele contar. Yo no estaba en el país. Entonces cuenta cómo estando él en el

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seminario San José de la Montaña esa noche, que allí era el arzobispado entonces, oía la música y los gritos “mataron a ese cura comunista”. Terrible.

MONSEÑOR JOSÉ LUIS ESCOBAR ALAS, ARZOBISPO DE SAN SALVADOR, ACABA DE REITERAR EN EL VATICANO LO QUE YA DIJO EN SU CARTA PASTORAL ACERCA DE QUE LA

AMNISTÍA ES INHUMANA Y QUE SIRVIÓ PARA CUBRIR INJUSTICIAS. ¿QUÉ CREE QUE HUBIERA PENSADO MONSEÑOR ROMERO DE LA AMNISTÍA DE 1993?

Yo estoy seguro de que Monseñor Romero no hubiera pensado en venganzas. Hubiera pensado en lo que hoy se llama justicia transicional, que es un poco lo que se pretendía con la primera ley que derogó la amnistía, que yo creo que al declarar inconstitucional la ley de amnistía, esa sigue vigente, pero nadie lo ha tomado en serio. Esa vuelve a tener vigencia, para ser más correctos. Pero no, creo que Monseñor no hubiera buscado venganzas en un conflicto que tiene muchos orígenes y donde mucha gente se vuelve fanática de un lado y de otro. La guerra tiene siempre ese problema. Y más bien hubiera llamado a la justicia transicional, a lo que se dice siempre de parte de la iglesia y lo dijo muchas veces monseñor (Arturo) Rivera y Damas, porque pretender olvidar impide perdonar, pero para perdonar el autor del agravio debe pedir perdón y debe haber reparación, que es la norma de la confesión católica. Entonces yo creo que eso hubiera exigido Monseñor Romero y, sí, yo estoy de acuerdo en que la amnistía era un borrón y cuenta nueva, una pretensión de olvido, cuando no hay olvido.

INVESTIGACIONES PERIODÍSTICAS Y JUDICIALES HAN LLEVADO A DAR CON LOS RESPONSABLES DEL ASESINATO DE MONSEÑOR ROMERO. EL NOMBRE DE ROBERTO

D´AUBUISSON, FUNDADOR DEL PARTIDO ARENA, NO HA DEJADO DE SONAR DESDE LOS PRIMEROS DÍAS DEL MAGNICIDIO. AHORA QUE LA LEY DE AMNISTÍA ESTÁ DEROGADA,

¿CREE QUE LA FISCALÍA DEBE ABRIR UNA INVESTIGACIÓN?

Yo creo que por razones de historia, aunque la persona esté muerta, habría que hacer una seria investigación sobre el caso del asesinato de Monseñor Romero como sobre otros casos, hechos por un lado o por otro. Una cosa es que la gente muere en combate, que para mí es muy desagradable, yo no soy partidario de la violencia, y otra cosa es que se comentan asesinatos de ese calibre. Hay otros de los que nos olvidamos como Mario Zamora (hermano del actual embajador de El Salvador ante la ONU y ex candidato presidencial, Rubén Zamora), Melvin Rigoberto Orellana, que fueron asesinados uno por la Policía de Hacienda y otro por la Guardia Nacional, demócrata cristianos ambos. Monseñor (Joaquín) Ramos (obispo y vicario castrense asesinado en junio de 1993), que no está claro cómo lo mataron. Lo que no se vale es que esos delitos prescriban, pero aunque estén prescritos más importante es tener clara la historia del país, por sanidad psicológica del pueblo salvadoreño, que más bien vive escudado en pretender no tener historia por la incapacidad de conocerse. El pueblo que no conoce su historia pierde su identidad.

ENTONCES, AUNQUE ESTÉN MUERTOS, ¿ES NECESARIO CONOCER A LOS AUTORES DE TODOS ESTOS CRÍMENES?

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Históricamente es necesario saber la verdad, reitero, por la salud psicológica del pueblo salvadoreño. El pueblo no puede estar rindiendo homenaje a personas que no sabe exactamente qué han hecho. Si después de saber exactamente qué hicieron quiere seguirle rindiendo homenaje una parte de la población, tiene todo el derecho. Pero hay que saber exactamente, no estar negando siempre la historia, no estar inventando que este cura era comunista cuando Monseñor Romero, en varias de sus homilías, condenó la visión materialista de la historia, que es la base del marxismo. O estar diciendo que los otros eran ángeles y que nunca mataron a nadie y estar rindiendo homenaje a torturadores y diciendo que nunca fueron torturadores cuando ese era su oficio. Entonces hay que saber claramente y tenemos que rescatar a las personas que perdieron la vida por servirle al país. Reitero, aquí nos olvidamos de la gente de mucho valor de este país que ha sido asesinada y no solo gente de la izquierda o gente de la iglesia, también hay gente de la derecha que fue asesinada y que eran personas que merecen respeto.

DIJO ANGELO AMATO QUE ROMERO NO ES UN SÍMBOLO DE DIVISIÓN, SINO DE PAZ, CONCORDIA Y FRATERNIDAD. PERO PARECE QUE EL MENSAJE DE LA IGLESIA NO PENETRA EN SUS MÁS GRANDES CRÍTICOS, PERO QUE SÍ ACUDEN MUCHAS VECES A LOS CÁNONES

DE LA IGLESIA PARA BUSCAR ARGUMENTO A SUS CAUSAS CONSERVADORAS. ¿QUÉ LE PARECE ESTE TIRA Y ENCOGE DE ESTOS GRUPOS DE LA SOCIEDAD?

Yo creo que la palabra de Romero no ha calado ni siquiera en muchos que pretenden ser parte de la iglesia. Y no nos olvidemos de que en el Vaticano mismo se dijo que se había retrasado la beatificación de Romero porque había gente dentro de la iglesia y en cuenta obispos salvadoreños que eran opuestos a Monseñor Romero, que repetían todas esas tonterías que dice alguna gente de derecha, que no extraña. Hay que recordar que más de un obispo salió diciendo que había sido asesinado por la guerrilla. Y católicos laicos representantes de los gobiernos de Arena hicieron gestiones en el Vaticano frente a Juan Pablo II para que no fuera declarado beato. Es más, expresaron su molestia cuando Juan Pablo II lo incluyó en la lista de los mártires del siglo XX. Y es gente que supuestamente es católica, que va a misa todos los domingos y quizás más que los domingos; y no digamos fuera de la iglesia, hay muchos laicos, y no solo laicos, que no ven bien a Monseñor Romero. Y, reitero, la mayoría de las veces sin ni siquiera haber leído sus homilías. Desde ese punto de vista, a mí no me extrañan las reacciones en contra todavía existen y van a existir siempre. Yo una vez fui invitado por una parroquia a dar una charla sobre doctrina social de la iglesia. Entonces, yo me cuidé de no decir nada de mi cosecha. Y leer solo frases del compendio de la doctrina social de la iglesia. Y se levantó una de las personas que piensan que Romero era comunista a decirme que lo que yo estaba diciendo era mentira y que no lo había escrito Juan Pablo II, que eso lo había escrito Carlos Marx. Le tuve que enseñar el libro con la firma de Juan Pablo II. Y me dice “es que nunca me imaginé que Juan Pablo II pudiera decir esas cosas”. Pues, ¿y por qué no se lo imaginó? Lea la doctrina social de la iglesia desde 1891 para acá. Alguna gente también tiene reacciones contra (el papa) Francisco. El Laudato Sí ha generado reacciones. A mí no me extrañan esas cosas. Al revés, reitero lo que dije antes: es parte de ser profeta. Jesucristo dijo que no venía a traer la paz. Dijo un mensaje de paz, pero eso produce polémica siempre.

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AHORA VEMOS A MONSEÑOR ESCOBAR ALAS APOYANDO UNA LEY CONTRA LA MINERÍA EN EL SALVADOR, JUNTO A OTROS SACERDOTES COMO JOSÉ MARÍA TOJEIRA. ¿QUÉ OPINA DE ESTE NUEVO ACOMPAÑAMIENTO DE MIEMBROS INSIGNES DE LA IGLESIA

CATÓLICA SALVADOREÑA A LAS CAUSAS DE PERSONAS QUE NO TIENEN MUCHO PODER COMO PARA INCIDIR EN UNA ASAMBLEA LEGISLATIVA?

Creo que monseñor Escobar Alas está cumpliento un lema que Monseñor Romero solía repetir: La iglesia tiene la obligación de ser la voz de los que no tienen voz. Y hay que recordar que alguna de la gente que ha condenado monseñor Escobar Alas por esto eran muy allegados a monseñor (Fernando) Sáenz Lacalle. Y monseñor Sáenz Lacalle dijo “condeno la minería metálica no como obispo sino como ingeniero químico que soy, es mentira que estén haciendo minería con respeto a la vida de la gente que vive en la zona”. Lo dijo monseñor Sáenz Lacalle. O sea, no es nuevo que la iglesia católica esté en contra de la minería metálica defendiendo la vida de la gente que se ve en peligro. Yo no soy ningún técnico en el tema, pero yo recuerdo los efectos que tuvo en la Asamblea Legislativa esa conferencia de prensa de monseñor Sáenz Lacalle. Yo era diputado y recuerdo la reacción de estupor que había en la derecha en ese momento. Lo veían como un aliado de derecha. Entonces, a mí me parece que monseñor Escobar Alas está siguiendo la línea contra la minería metálica que inició monseñor Sáenz Lacalle y la ha concretado en un proyecto de ley. Me parece correcto que la iglesia lo haga. Reitero, yo no soy técnico en el tema y no sé si hay minería responsable posible en el país. Pero parece ser, como lo decía monseñor Sáenz Lacalle como químico, que en las condiciones de El Salvador no era conveniente hacer minería metálica.

¿Y QUÉ OPINA DE QUE REPRESENTANTES DE LOS MISMOS SECTORES QUE PERSIGUIERON A MONSEÑOR ROMERO SALGAN AHORA, COMO ANTES, A DESPOTRICAR CONTRA ESTOS

SACERDOTES? HABLO EN ESPECÍFICO DEL EXPRESIDENTE DE ANEP, JORGE DABOUB, Y DEL DIRECTOR DE EL DIARIO DE HOY, FABRICIO ALTAMIRANO.

Mire, yo, honestamente… uno de ellos es un hombre de práctica religiosa muy intensa y lamento sus declaraciones porque implica desconocimiento, reitero lo que dije antes, de la doctrina de la iglesia. La iglesia, al hablar de la ética social, evidentemente influencia la vida política del pueblo, y en este caso la iglesia lo que ha considerado es que está obligada a defender la vida de los ciudadanos. La iglesia está respondiendo a una necesidad de la gente, que le parece una injusticia, es decir una violación de la ética cristiana, que estemos favoreciendo el enriquecimiento de unos pocos a costa de la vida de muchas. Esa es la lógica y, reitero, no soy quien para juzgar las razones científicas de esto, he oído a varios científicos decir lo mismo y me parece que el ataque es absolutamente injustificado y tiene la misma base de ignorancia consciente o inconsciente, porque a veces hay ignorancia consciente, de lo que ha sido siempre la doctrina social de la iglesia.

A ROMERO SE LO SEÑALÓ DE PROMOVER EL COMUNISMO. ¿ES CIERTO? ¿HABÍA APROXIMACIONES DE ROMERO CON LA IZQUIERDA SALVADOREÑA O CON LOS

MOVIMIENTOS INSURGENTES ARMADOS DE AQUEL MOMENTO?

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Romero se conectaba con todo el mundo y hablaba con todo el mundo. Era su obligación de pastor. Otra cosa es asumir una adhesión política. Yo tengo mis dudas de que Monseñor Romero supiera mucho de marxismo. Nunca lo sentí con una frase marxista y, reitero, siempre condenó todo intento de solución materialista, y con eso se refería al comunismo, a los problemas de la vida social del país. Hay varias homilías de él desde que estaba en Santiago de María y, además, muchas veces conversamos. Él no simpatizaba para nada con una solución socialista revolucionaria. Él siempre hizo llamados a la paz. Pero, además, en su última homilía, en la que le pidió a los soldados y a los guardias no seguir matando, en esa misma homilía hay una condena a ciertas acciones de la guerrilla. Entonces yo creo que se hacen acusaciones sin haber leído o habiendo leído con prejuicios lo que Romero dijo, que lo mismo pasa con lo que Rutilio dijo, allí están las homilías. Que también a (Ignacio) Ellacuría lo acusaban de comunista, y si había un polemista implacable con los marxistas era Ignacio Ellacuría. Yo ya estoy acostumbrado. Además, yo ya he sido acusado de comunista tantas veces que ya esas cosas no las tomo en serio.

¿POR QUÉ LA FIGURA DE ROMERO Y ALGUNOS DE SUS MENSAJES ENTONCES HAN SIDO ACOGIDOS POR LA IZQUIERDA, COMO SI HUBIERA SIDO UN SACERDOTE QUE SIRVIÓ A

LOS INTERESES REVOLUCIONARIOS?

Hay que recordar que una buena parte de la guerrilla, al principio, atacó a Monseñor Romero porque mostró expectativas positivas frente a la primera Junta (Revolucionaria de Gobierno). Ahora, por eso dije yo al principio de que hay un intento o de rechazar a Romero por político o de agarrar a Romero como estandarte político. Ambas cosas son incorrectas. Romero no es un estandarte político de la izquierda, es un estandarte del pueblo salvadoreño, de la búsqueda de la justicia, y hay que respetar a Romero en ese sentido, no convertirlo en factor que justifique lo que yo hago porque él era de los míos. Romero no era de nadie, salvo de la iglesia, y por ende del pueblo, que a eso se debe la iglesia. Yo lamento esas posturas de algunos de los dirigentes de la izquierda. Por cierto, mi partido (Cambio Democrático), que es de izquierda democrática, jamás ha pretendido recuperar a Romero como una figura. Yo recuerdo su cara desencajada cuando le llegué a decir que iba a renunciar a la junta (Héctor Dada Hirezi fue el canciller de El Salvador de la primera Junta Revolucionaria de Gobierno tras el derrocamiento del general Carlos Humberto Romero como presidente de El Salvador). Monseñor Romero me dijo “Héctor, ¿estás seguro de que no se puede hacer nada?”. “Al menos yo no lo puedo hacer”, le dije yo. Y puso una cara de tristeza, casi de angustia, diciendo “entonces vamos a tener mucha sangre en este país”. Al revés, a él la guerra no le gustaba y además que tenía un antecedente que hay que tener presente: él vivió la Segunda Guerra Mundial en Roma, con toda su dureza, él vio el hambre, vio la miseria, vio la muerte que provoca la guerra. Él, desesperado, quería evitar la guerra. Por eso mostró expectativa en la primera junta. Todavía tuvo alguna expectativa, muy poca, en la segunda. Yo tampoco tenía mucha expectativa, a pesar de que era miembro. Y después su muerte, lamentablemente, desencadenó la guerra. Y quienes los mataron, los que lo asesinaron, se equivocaron. Creyeron que iban a debilitar las condiciones de la guerra, pero acentuaron las condiciones de la guerra. Y es hasta entonces que la izquierda descubre que le es rentable recuperar a Romero, pero tuvieron tres años de una actitud crítica frente a Romero en vida. Romero muerto les servía; Romero

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en vida, no tanto. Porque él buscaba evitar la guerra. Ni a los que querían la guerra desde la izquierda ni a los que querían la guerra desde la derecha les era cómoda la figura de Romero.

EN EL CASO DE LA IZQUIERDA, PARA MUESTRA UN BOTÓN: UN FRAGMENTO DE SU TERCERA CARTA PASTORAL. “NUESTRA INTENCIÓN AL DEFENDER EL DERECHO DE

ASOCIACIÓN DE TODOS LOS SALVADOREÑOS, ENFATIZADO SOBRE NUESTRO CAMPESINADO, NO ES AMPARAR AGRUPACIONES DE TERROR NI AFILIACIONES A

FUERZAS ANÁRQUICAS O IDEOLÓGICAS IRRACIONALES SUBVERSIVAS”. ¿QUÉ LE PARECE?

Por eso es que digo que hay que conocer la palabra de Monseñor Romero. No ir a venerarlo en el aire: “Es santo, santo, santo”. No. Así como no basta decirle “Señor, señor” a Jesús, hay que leer la palabra de Jesús. También a los profetas hay que leerlos y hay que saber lo que dicen para no condenar gratuitamente, pero tampoco para dar una imagen falsa de él del otro lado.

ENTONCES SÍ ES CIERTO QUE EN LA IZQUIERDA HABÍA QUIENES NO SE SENTÍAN CÓMODOS CON ROMERO.

Además hubo expresiones claras de que no se sentían cómodos. Quiero decir también que la derecha no se sintió cómoda con Rivera y Damas y por eso lo intentaron matar más de una vez y monseñor Rivera y Damas no tuvo la exposición que Monseñor Romero tuvo, por su mismo carácter. Él era mucho más tranquilo en sus expresiones, pero decía lo mismo que Monseñor Romero e intentaron matarlo varias veces. Creo que Romero incomodó más a una derecha que veía que la prédica de la justicia ponía en peligro sus intereses, y a una izquierda que creía que la búsqueda de la paz podía instaurar un régimen que no era el que ellos deseaban. Pero además hay expresiones públicas, hay documentos de movimientos guerrilleros rechazando la actitud de Monseñor Romero de respaldo a la primera junta, por ejemplo.

PERSECUCIÓN DESDE LA DERECHA Y MUCHAS VECES MANIPULACIÓN O TERGIVERSACIÓN DESDE LA IZQUIERDA. PARECE QUE A ROMERO SE LE SIGUE CALUMNIANDO Y MALINTERPRETANDO SU MENSAJE Y ESTO PARECE LEJOS DE PARAR. ¿ES ASÍ?

Es curioso que cuando uno a veces lee frases del evangelio hay gente muy religiosa, y no solo católicos, sobre todo en la derecha cristiana pentecostalista, a veces uno lee frases de Jesús que parece que ellos, que leen tanto la biblia y se la saben de memoria, se les olvidan o las interpretan de otra manera. Y genera polémica. Entonces, no hay profeta que no genera polémica. A mí no me preocupa que genere polémica, porque es una cualidad del mensaje profético. No es la esencia, pero es una de las cualidades.

¿CREE QUE LA FIGURA DE MONSEÑOR ROMERO HA SIDO MAL USADA POR PERSONAJES POLÍTICOS COMO EL EXPRESIDENTE MAURICIO FUNES, QUE SE LO ADJUDICÓ COMO SU

GUÍA ESPIRITUAL AL INICIO DE SU ADMINISTRACIÓN Y AHORA VEMOS QUE HUYÓ A

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NICARAGUA A ASILARSE MIENTRAS HAY UN JUICIO CIVIL POR POSIBLE ENRIQUECIMIENTO ILÍCITO Y UNA INVESTIGACIÓN PENAL DESDE LA FISCALÍA?

Mire, uno puede asumir a Monseñor Romero como un guía espiritual, pero primero uno tiene que hacer las cosas con la sensatez debida. Por lealtad a Monseñor Romero uno no lo puede convertir en su estandarte. Pero, además, si uno lo declara guía espiritual hay que ser consecuente con lo que dice el supuesto guía espiritual y eso me parece imprescindible. Pero además uno no puede estar repitiendo como lema o como simple propaganda que uno tiene un guía espiritual que no tiene. Creo que es la enseñanza de Monseñor Romero la que nos debe servir, no su imagen. Y por eso tenemos que leer su palabra, tratar de adaptarla a la realidad presente, que no es la misma que él combatió. Hoy hay mucha injusticia pero se expresa de distintas maneras que en 1980. Treinta y siete años después hay dinámicas en esta sociedad que no han generado mayor equidad, sino mayor inequidad e iniquidad. Entonces hay que tener mucho cuidado sobre cómo uno maneja las figuras históricas, por respeto a esas figuras.

¿EL SALVADOR SE MERECE A MONSEÑOR ROMERO?

Decía Ellacuría que con Monseñor Romero Dios había pasado por El Salvador. Creo que un pueblo tan sufrido como el salvadoreño merecía un pastor como Monseñor Romero. Lamentablemente, haber tenido una figura como Monseñor Romero aceleró la presión por disminuir la presencia de la iglesia católica a través tanto de movimientos católicos integristas como de denominaciones evangélicas integristas, que fueron financiados desde Estados Unidos para tratar de aprovecharse de una iglesia en una situación nacional en la que muchos católicos se quedaron huérfanos con Monseñor Romero, y era la hora de dar seguridad eclesial a la gente que no encontraba ninguna seguridad humana. O sea, el escapismo como forma de ser libre. Pero yo sí creo que este pueblo se merecía a Monseñor Romero. Las comunidades de base de la iglesia habían hecho un trabajo tan dedicado y habían sido tan perseguidas que tener a un pastor como Monseñor Romero era la culminación. Por eso, como dice el evangelio de San Juan, Jesús vino en la culminación de los tiempos, Monseñor Romero vino en la culminación de los tiempos de una forma de hacer iglesia e, igual que Jesús, no fue comprendido, e igual que Jesús, a los tres años, fue asesinado. Entonces, depende de nosotros ser esa idea que Dios tuvo, que uno no la acaba de entender, que nos deja demasiado en nuestras manos y además en nuestra libertad. Pero no hemos asumido realmente el legado de Monseñor Romero, fuera de estar condenándolo o mal utilizándolo, salvo unos pequeños grupos que todavía quieren seguir siendo fieles a la memoria de Romero.

“PARA FORTALECER UN ESTADO PRIMERO HAY QUE EXTIRPARLE LAS REDES CRIMINALES”

http://revistafactum.com/interview/fortalecer-estado-primero-extirparle-las-redes-criminales/ Adriana Beltrán, colombiana, es la oficial de seguridad ciudadana de la Oficina de Washington para América Latina (WOLA, en inglés), uno de los tanques de pensamiento a los que el “establishment” político de la ciudad escucha con mayor atención cuando se trata de temas

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concernientes a la violencia, el crimen organizado, la corrupción y la impunidad en el hemisferio. Beltrán, junto a otros miembros de WOLA, fue parte a partir de 2005 de los diálogos que llevaron a la creación de la Comisión Internacional contra la Impunidad en Guatemala, la CICIG, y en el segundo semestre del año pasado trabajó de cerca en las discusiones que concluyeron con la instalación, el martes 19 de enero, de la Misión de Apoyo Contra la Corrupción y la Impunidad en Honduras, la MACCIH, un mecanismo internacional auspiciado por la OEA que, sin tener las capacidades investigativas de CICIG, busca incidir en la lucha contra la impunidad en ese país centroamericano. En esta entrevista, Beltrán revela algunos detalles de esas negociaciones y confirma, entre otras cosas, que el Congreso en Washington siguió de cerca el proceso para lograr que el Gobierno del presidente Juan Orlando Hernández aceptará una misión con capacidad, al menos, de escoger el tipo de casos de corrupción a investigar. MACCIH, dice Adriana Beltrán, no es CICIG, pero es un instrumento que con la supervisión adecuada puede tener incidencia real en Honduras. De El Salvador, el país más violento de la región, asegura que “hay preocupación” por los niveles “sumamente altos” de impunidad. TUS PRIMEROS PENSAMIENTOS SOBRE LA INSTALACIÓN DE MACCIH CON LA FIRMA DEL

CONVENIO ENTRE EL GOBIERNO DE HONDURAS Y LA OEA EN WASHINGTON…

Viendo el acuerdo final, y sabiendo que ha pasado todo un proceso desde que fue presentada la propuesta original en septiembre pasado, puedo decir que como ha quedado el acuerdo tiene ciertas imperfecciones y debilidades, porque carece de algunas de las facultades robustas que tiene la CICIG por ejemplo en Guatemala: MACCIH no va a contar con las facultades para llevar investigaciones de manera independiente o de acompañamiento en la persecución penal. Dicho eso, creo que la MACCIH, aun con esas debilidades, podría contribuir en el combate a la corrupción y la impunidad en Honduras siempre y cuando se den algunas condiciones; creo que hay elementos de la nueva propuesta que son positivos. Mucho dependerá del liderazgo de los expertos que formen parte de la misión, que cuenten con la debida honorabilidad y compromiso de dar golpes fuertes a la impunidad. También va a requerir de un monitoreo bastante riguroso de la sociedad civil y de la comunidad internacional para ver como la MACCIH identificará casos emblemáticos y cómo se va a formar el observatorio de la sociedad civil, así como el rol que puede jugar en la depuración de las instituciones.

¿ESTAS IMPERFECCIONES DE LAS QUE HABLÁS SON DEFECTOS DE NACIMIENTO O SE DAN PORQUE DURANTE LAS NEGOCIACIONES SE VIO QUE NO ERA ALGO POLÍTICAMENTE

VIABLE DARLE A MACCIH MÁS ATRIBUCIONES?

Esta propuesta en realidad surge como respuesta a las demandas de la ciudadanía hondureña luego de que se revelaran casos graves de corrupción, como paso en Guatemala. Una de las peticiones en Honduras era el establecimiento de un similar a CICIG en Honduras. Si ves la propuesta que presentó la OEA en septiembre, el mecanismo no contaba con ninguna de las facultades que tiene CICIG en ese entonces. De hecho, esa primera propuesta se centraba en constituir un grupo de expertos internacionales que brindarían asesoramiento a las instituciones hondureñas y en hacer una serie de diagnósticos y recomendaciones; desde un inicio no se contempló las facultades de investigación independiente y de acompañamiento a los procesos penales, como CICIG. De hecho la reacción del gobierno fue bastante fuerte en el sentido de que no querían una CICIG como tal en Honduras.

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VIENDO LA VERSIÓN FINAL DEL CONVENIO PARECE QUE SÍ HAY ALGUNOS CAMBIOS, Y PARECE QUE EL SECRETARIO GENERAL DE LA OEA HA PUESTO BUENA PARTE DE SU

CAPITAL POLÍTICO EN ESTO, Y QUE POR ESO AL FINAL LOS EXPERTOS INTERNACIONALES SÍ TENDRÁN AL MENOS CAPACIDAD DE VETO EN LOS TEMAS QUE SE INVESTIGUEN.

¿CÓMO SE LLEGA DE UN PUNTO EN QUE EL GOBIERNO DEL PRESIDENTE HERNÁNDEZ NO QUIERE NADA QUE SE PAREZCA A CICIG A ALGO QUE AL MENOS TIENE ALGUNOS

RASGOS?

Desde que se presentó la propuesta a la fecha ha habido una serie de negociaciones entre la secretaría general de la OEA y el gobierno de Honduras; hubo mucha reacción a la propuesta inicial de parte de la sociedad civil en Honduras y fuera, que levantó mucha preocupación porque no había músculo suficiente en aquella primera propuesta para llevar a cabo una batalla en realidad efectiva. Como te digo hubo toda una serie de negociaciones. También hay que tener en cuenta que esto se da en el contexto de las discusiones que se estaban llevando a cabo en el congreso estadounidense por el paquete de ayuda a Centroamérica para atender los factores causantes de la migración, donde el tema de la corrupción ha sido un tema central de preocupación de muchos miembros del Congreso; los congresistas quieren ver que realmente se están tomando medidas fuertes para atender el tema de la corrupción. Creo que hubo mucha reacción para tratar de fortalecer el acuerdo general. Entonces, cuando digo que hay elementos positivos es porque sí hubo un cambio de la propuesta original en el sentido de que los expertos van a poder seleccionar, certificar, supervisar y capacitar a un grupo de fiscales nacionales.

¿QUÉ TAN IMPORTANTE FUE EN TODA ESA NEGOCIACIÓN LA PRESIÓN QUE EJERCIÓ WASHINGTON, TANTO DESDE LA ADMINISTRACIÓN OBAMA O DESDE LAS OFICINAS DE

SENADORES Y REPRESENTANTES QUE DIJERON CLARAMENTE QUE SI NO HABÍA UN MECANISMO CON DIENTES PODRÍAN REPENSAR LA AYUDA ECONÓMICA?

Las discusiones se dieron en ese contexto. Está claro que la MACCIH va a ser un organismo financieramente independiente que va a requerir del apoyo de la comunidad internacional y en ese sentido hubo mucho acercamiento de la OEA y del Gobierno de Honduras al Congreso por el paquete de ayuda al Triángulo Norte. Como sabes la ley (de presupuesto) incluyó al final la posibilidad de un apoyo financiero a misiones contra la impunidad si estas se establecían en Honduras y El Salvador, siempre y cuando contaran con facultades similares a las de CICIG. Hubo mucho seguimiento de parte de oficinas clave del Congreso que expresaron a la OEA y al Departamento de Estado su preocupación e interés de que el mecanismo contara con las facultades y elementos que aseguraran su efectividad.

WOLA FUE PARTE ACTIVA DE LA NEGOCIACIÓN QUE TERMINÓ CON LA CREACIÓN DE CICIG EN GUATEMALA Y HOY DEL PROCESO QUE TERMINÓ CON LA CREACIÓN DE

MACCIH. ¿SIGUEN SIENDO NECESARIOS ESTOS INSTRUMENTOS EN EL TRIÁNGULO NORTE? ¿SON INDISPENSABLES ESTOS MECANISMOS PARA GARANTIZAR EL IMPERIO DE

LA LEY?

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Si analizás el contexto de Guatemala que dio pie a que la sociedad civil solicitará la cooperación extranjera lo que tenías eran niveles endémicos de violencia, una impunidad que en el caso de Guatemala significaba que el 98% de los casos de homicidios no terminaban con una sentencia, y una infiltración muy fuerte de las instituciones del Estado por parte del crimen organizado, al punto que algunas instituciones llegaron a ser utilizadas por estas redes para favorecer sus intereses y no los intereses de la ciudadanía. En ese contexto no se veía factible que las mismas instituciones fueran capaces de atender los problemas de impunidad y violencia y que se requería en realidad cooperación internacional para atender estos problemas y fortalecer al Estado. Las condiciones en los otros dos países son similares: El Salvador, Guatemala y Honduras están entre los países más violentos del mundo que no están en guerra; en El Salvador, que se ha convertido en el país con las tasas de homicidio más altas, hay unos niveles de impunidad sumamente altos y hay mucha preocupación por la infiltración en las instituciones de seguridad y justicia. Creo que contar con la colaboración más activa de la comunidad internacional para fortalecer las instituciones y desmantelar las redes de corrupción es importante.

“Hay mucha preocupación por la infiltración en las instituciones de seguridad y justicia de El Salvador.”

EN LA DISCUSIÓN SOBRE LA NATURALEZA DE ESTAS COMISIONES HA SURGIDO LA DISCUSIÓN SOBRE LAS PRIORIDADES: ¿ES MÁS IMPORTANTE PERSEGUIR CASOS

EMBLEMÁTICOS, COMO EN GUATEMALA QUE LA CICIG COLABORÓ EN EL CASO DE CORRUPCIÓN CONTRA EL EX PRESIDENTE PÉREZ MOLINA, O FORTALECER LAS

INSTITUCIONES NACIONALES?

Tomando el caso de Guatemala, ha habido mucha atención en las facultades de la CICIG que se enfocan en el tema de la investigación, precisamente por el nivel de los casos que apoya la comisión, como el del ex presidente Alfonso Portillo, el ex presidente Pérez Molina, la ex vicepresidenta (Roxana) Baldetti. Es un aspecto importante porque estos casos muestran los niveles de cooptación del Estado, y no estás hablando solo de la Policía o de las aduanas, sino de un nivel mayor de infiltración en el Estado, y es en ese sentido que las investigaciones en estos casos son clave para desmantelar esas redes incrustadas en el Estado. Para fortalecer una institución del Estado primero tienes que extirpar esas redes criminales. Yo diría que los logros que se han visto del Ministerio Público en Guatemala tienen mucho que ver con lo que ha hecho la CICIG.

TAMBIÉN SABEMOS QUE EN EL CASO DE GUATEMALA HA HABIDO UNA REDUCCIÓN IMPORTANTE EN EL CASO DE HOMICIDIOS, ¿A QUÉ SE PUEDE ATRIBUIR ESA BAJA? ¿A LA

REFORMA EN EL MINISTERIO PÚBLICO? ¿A LA ACCIÓN DE CICIG?

Hay varios factores. Parte se debe al cambio en la manera en que se investigan los casos; por ejemplo no investigar caso por caso, sino tratar de investigar fenómenos para ver si se puede investigar estructuras o redes criminales; la creación de unidades de análisis; mejorar la coordinación del Ministerio Público y la Policía. Todo eso creo que colaboró en bajar las cifras de impunidad, por lo menos en lo que tiene que ver con homicidios. En muchos de estos cambios y herramientas

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colaboró la CICIG, pero también tiene que ver que han tenido liderazgos bastante fuertes en el Ministerio Público.