5 Mitos Sobre a BIBLIA

8/18/2019 5 Mitos Sobre a BIBLIA

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5 mitos sobre a 'Bíblia manipulada'POR RLOPES

26/02/15 17:36

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Imagem do imperador Constantino, que convocou o Concílio de Niceia (Crédito: Reprodução)

É impressionante a quantidade de lendas uranas, preconceito edesin!ormação que grassa por aí quando o assunto é a maneira como a "ília!oi escrita, editada e trans!ormada num c#none, ou se$a, num con$unto (maisou menos) !ec%ado de livros adotado por muitas religi&es como algo dotadode autoridade religiosa' as nada tema, mui gentil leitor este post

aordar* (e desmontar*) cinco grandes mitos sore o tema e, espero, trar*alguma lu+ ao deate' amos a eles-

Mito 1: a Bíblia que temos hoje foi “inventada” no Concílio deNiceia

Nananinão, dileto leitor' . /rimeiro Concílio de Niceia, reali+ado no ano 012d'C' na cidade romana de mesmo nome (locali+ada na atual 3urquia), !oiuma grande reunião de ispos (cerca de 044) convocada pelo imperadorConstantino' 5eu principal tema !oi a cristologia, ou se$a, deates sore a

e6ata nature+a de 7esus Cristo e sua relação com 8eus /ai' . concílio deu opasso decisivo para de!inir que 7esus compartil%ava da mesma nature+a de


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8eus e e6istia desde o princípio dos tempos, não tendo sido 9criado emqualquer sentido ordin*rio' ; agenda do concílio incluía v*rias quest&esmenores, como a data correta da celeração da /*scoa cristã' as emN momento incluiu discuss&es sore os livros que deveriam ou nãoser incluídos na "ília' Repito: esse tema simplesmente N?. !oi deatido emNiceia'

ito puro, portanto'

as, se é mito, quando diaos o c#none !oi !i6ado, a!inal- "em, depende' 8emaneira geral, pode@se di+er que, no !im do século AB d'C', uns 24 anosdepois de Niceia, a maioria das igre$as cristãs aceitava mais ou menos oste6tos ainda aceitos %o$e' as alguma variação continuou ocorrendo, enen%um grande pronunciamento o!icial e de!initivo aconteceu ao longo domilnio seguinte' No .cidente, !oi sD no século EF que catDlicos eprotestantes cristali+aram seus c#nones ligeiramente di!erentes, com algunslivros a mais ou a menos no ;ntigo 3estamento, como veremos a seguir'

Mito 2: ao longo dos séculos a Bíblia foi constantementemani!ulada e alte"ada# N$o fa%emos a meno" ideia de quais e"amos te&tos o"iginais


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3em variação quando comparamos os te6tos ílicos dos anuscritos doar orto com os te6tos %eraicos preservados pela comunidade $udaica, osc%amados te6tos massoréticos, que datam do século GB d'C'- 3em variaçãosim, e consider*vel trec%in%os a mais ou a menos, trocas de letras,con!us&es de signi!icado etc' Isso é especialmente verdade em te6tos denature+a poética, que possuem vocaul*rio mais comple6o e de di!ícilinterpretação' as %* relativamente pouca coisa que ten%a algum signi!icadoteolDgico ou %istDrico muito importante nessa variação' ;lgumas vers&es dos5almos dos anuscritos do ar orto, por e6emplo, parecem dar aentender a e6istncia de outros deuses além do 8eus ílico, Ja%Ke% (nomegeralmente tradu+ido como 9o 5en%or)' as essa in!erncia tamém podeser !eita com ase nos manuscritos mais con%ecidos da "ília, por e6emplo'Não é nada propriamente om*stico'

7* !alamos dos te6tos do mar orto e dos massoréticos, amos em %eraico,que parecem concordar em muita coisa, ainda que não em tudo' =* aindaduas outras tradiç&es importantes de te6tos do ;ntigo 3estamento' ; mais9estran%a, do nosso ponto de vista, é a dos samaritanos, o grupo deadoradores do 8eus ílico que vive ao norte de 7erusalém e era considerado%erético pelos $udeus' .s samaritanos possuem sua prDpria 3or*, ou se$a, ocon$unto dos cinco primeiros livros da "ília, o /entateuco (Lnesis, M6odo,evítico, NOmeros e 8euteronPmio)' 8e novo, no geral, os te6tos atem,emora a 3or* samaritana 9pu6e a rasa para a sardin%a de seus copistas,di+endo por e6emplo que o local correto de adoração a 8eus é o monte

Leri+im, na atual Cis$ord#nia, e não 7erusalém, como de!endem os $udeus'as não passa muito disso não é que a 3or* deles diga 9c%utai a canela doseu pai e da sua mãe em ve+ de 9%onrai pai e mãe' ais uma ve+, trata@sede uma versão em %eraico'

Qinalmente, %* ainda a antiga tradução da "ília %eraica para o grego, ac%amada 5eptuaginta, ou versão dos 5etenta (assim c%amada porque teriasido !eita por setenta s*ios $udeus que viviam no


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. primeiro capítulo do


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como eram e investir em interpretaç&es que casassem em com a teologiacristã nascente'

Mito (: os Manusc"itos do Ma" Mo"to cont)m evangelhosa!*c"ifos que "evelam ve"dades chocantes sob"e +esus


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.utro mito que vai ao c%ão com relativa !acilidade' =o$e, quase todos os%istoriadores concordam que é preciso ler com muito cuidado os


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livros como parte das


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Imagem do imperador Constantino, que convocou o Concílio de Niceia (Crédito: Reprodução)

É impressionante a quantidade de lendas uranas, preconceito edesin!ormação que grassa por aí quando o assunto é a maneira como a

"ília !oi escrita, editada e trans!ormada num c#none, ou se$a, numcon$unto (mais ou menos) !ec%ado de livros adotado por muitasreligi&es como algo dotado de autoridade religiosa' as nada tema,mui gentil leitor este post aordar* (e desmontar*) cinco grandesmitos sore o tema e, espero, trar* alguma lu+ ao deate' amos a eles-

Mito 1: a Bíblia que temos hoje foi “inventada” no Concílio deNiceia

Nananinão, dileto leitor' . /rimeiro Concílio de Niceia, reali+ado noano 012 d'C' na cidade romana de mesmo nome (locali+ada na atual3urquia), !oi uma grande reunião de ispos (cerca de 044) convocadapelo imperador Constantino' 5eu principal tema !oi a cristologia, ouse$a, deates sore a e6ata nature+a de 7esus Cristo e sua relação com8eus /ai' . concílio deu o passo decisivo para de!inir que 7esuscompartil%ava da mesma nature+a de 8eus e e6istia desde o princípiodos tempos, não tendo sido 9criado em qualquer sentido ordin*rio' ;agenda do concílio incluía v*rias quest&es menores, como a datacorreta da celeração da /*scoa cristã' as em N momento


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incluiu discuss&es sore os livros que deveriam ou não ser incluídos na"ília' Repito: esse tema simplesmente N?. !oi deatido em Niceia'

ito puro, portanto'

as, se é mito, quando diaos o c#none !oi !i6ado, a!inal- "em,depende' 8e maneira geral, pode@se di+er que, no !im do século AB d'C',uns 24 anos depois de Niceia, a maioria das igre$as cristãs aceitavamais ou menos os te6tos ainda aceitos %o$e' as alguma variaçãocontinuou ocorrendo, e nen%um grande pronunciamento o!icial ede!initivo aconteceu ao longo do milnio seguinte' No .cidente, !oi sDno século EF que catDlicos e protestantes cristali+aram seus c#nonesligeiramente di!erentes, com alguns livros a mais ou a menos no ;ntigo3estamento, como veremos a seguir'

Mito 2: ao longo dos séculos a Bíblia foi constantementemani!ulada e alte"ada# N$o fa%emos a meno" ideia de quaise"am os te&tos o"iginais


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3em variação quando comparamos os te6tos ílicos dos anuscritosdo ar orto com os te6tos %eraicos preservados pela comunidade

$udaica, os c%amados te6tos massoréticos, que datam do século GBd'C'- 3em variação sim, e consider*vel trec%in%os a mais ou a

menos, trocas de letras, con!us&es de signi!icado etc' Isso éespecialmente verdade em te6tos de nature+a poética, que possuem vocaul*rio mais comple6o e de di!ícil interpretação' as %*relativamente pouca coisa que ten%a algum signi!icado teolDgico ou%istDrico muito importante nessa variação' ;lgumas vers&es dos5almos dos anuscritos do ar orto, por e6emplo, parecem dar aentender a e6istncia de outros deuses além do 8eus ílico, Ja%Ke%(nome geralmente tradu+ido como 9o 5en%or)' as essa in!ernciatamém pode ser !eita com ase nos manuscritos mais con%ecidos da

"ília, por e6emplo' Não é nada propriamente om*stico'

7* !alamos dos te6tos do mar orto e dos massoréticos, amos em%eraico, que parecem concordar em muita coisa, ainda que não emtudo' =* ainda duas outras tradiç&es importantes de te6tos do ;ntigo3estamento' ; mais 9estran%a, do nosso ponto de vista, é a dossamaritanos, o grupo de adoradores do 8eus ílico que vive ao nortede 7erusalém e era considerado %erético pelos $udeus' .s samaritanospossuem sua prDpria 3or*, ou se$a, o con$unto dos cinco primeiros

livros da "ília, o /entateuco (Lnesis, M6odo, evítico, NOmeros e8euteronPmio)' 8e novo, no geral, os te6tos atem, emora a 3or*samaritana 9pu6e a rasa para a sardin%a de seus copistas, di+endopor e6emplo que o local correto de adoração a 8eus é o monte Leri+im,na atual Cis$ord#nia, e não 7erusalém, como de!endem os $udeus' asnão passa muito disso não é que a 3or* deles diga 9c%utai a canelado seu pai e da sua mãe em ve+ de 9%onrai pai e mãe' ais uma ve+,trata@se de uma versão em %eraico'

Qinalmente, %* ainda a antiga tradução da "ília %eraica para o grego,a c%amada 5eptuaginta, ou versão dos 5etenta (assim c%amada porqueteria sido !eita por setenta s*ios $udeus que viviam no


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!il%os, !oi tradu+ida como 9part%enos, que normalmente (mas nemsempre) signi!ica 9virgem em grego' Qoi essa passagem, do livro dopro!eta Isaías, que serviu de ase para a ideia de que a concepção

virginal de aria nos


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sempre' No geral, porém, vale o mesmo que di+emos sore o ;ntigo3estamento: quando comparamos todos os manuscritos que c%egaramaté nDs, não %* sinais de manipulaç&es de larga escala dos te6tos'

. importante aqui, eu ac%o, é pensar no conte6to e na maneira como!uncionavam as tradiç&es religiosas na ;ntiguidade' .s te6tos queacaaram compondo o c#none da "ília $* circulavam e eram

venerados %avia séculos quando o cristianismo se consolidou'


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anuscrito do


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especulaç&es teolDgicas ainda mais ousadas do que os te6tos presentesna "ília' 5ão quase 9!an@!ic aqueles te6tos escritos por !ãs de umlivro ou de um !ilme usando personagens criados por outra pessoa emsuas prDprias %istDrias'

=* uma possível e6ceção importante nesse caso, porém' 3rata@se do


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5érie 9>m 7udeu arginal, de 7o%n /' eier, editora ImagoT

93%e NeK 3estament: ; =istorical Introduction to t%e


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"elíssimo manuscrito do


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8ois dos mais antigos te6tos completos de arcos, o CDde6 aticano e oCDde6 5inaítico, amos do século AB d'C', muito usados como re!erncia porquem estaelece os te6tos ílicos padroni+ados, omitem essa passagem' M'?

; maioria dos especialistas %o$e ac%a que esses !inais são adendos' ;lgunsdos motivos:

E)Como eu $* disse, alguns dos manuscritos mais antigos e de mel%orqualidade de arcos omitem a passagemT

1); versão estendida parece resumir uma série de apariç&es de 7esus

ressuscitado de outros evangel%os, como para aria adalena (em 7oão),para os discípulos de


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E)Qoi de propDsito' arcos mostra 7esus sendo incompreendido até por seusdiscípulos ao longo de todo o seu evangel%o' ; ideia seria mostrar que essaincompreensão continua, e que cae ao leitor do evangel%o entender ecolocar em pr*tica a mensagem de 7esusT

1)arcos morreu antes de terminar o te6to e cristãos posteriores ac%aramnecess*rio acertar o !inalT

0)


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#$ Bíblia é %erdadeira& e parte dela

aconteceu#POR RLOPES

24/01/15 10:05


. teDlogo arcus "org (EGA1@14E2)

9; "ília é verdadeira, e parte dela aconteceu mesmo, costumava di+er, de rincadeira, o teDlogo americano arcus "org, que nasceu luterano e setornou memro da Igre$a


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#$ Bíblia é %erdadeira& e parte dela

aconteceu#POR RLOPES

24/01/15 10:05


. teDlogo arcus "org (EGA1@14E2)

9; "ília é verdadeira, e parte dela aconteceu mesmo, costumavadi+er, de rincadeira, o teDlogo americano arcus "org, que nasceuluterano e se tornou memro da Igre$a


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Recomendadíssimo, por e6emplo, é sua an*lise das narrativas donascimento e da in!#ncia de Cristo escrito em parceria com Crossan' .livro se c%ama 9. /rimeiro Natal: . \ue /odemos ;prender com oNascimento de 7esus, e !oi editado no "rasil pela Nova Qronteira'

m certo (alileuPOR RLOPES

02/01/15 16:11


Como é de con%ecimento de alguns dos leitores assíduos do log, no Oltimodia de Natal esta olha pulicou uma "e!o"tagem de minhaauto"ia resumindo as conclus&es do novo livro do %istoriador americano"art ma nota sore terminologia antes das entrevistas:

3radicionalmente, !ala@se em 9alta cristologia e 9ai6a cristologia paradenominar certos tipos de crença sore a nature+a de 7esus Cristo' ;s 9altascristologias são as que costumam atriuir a ele uma origem divina desde seunascimento ou até antes dele, desde a eternidade, como igual perante 8eus/ai, por e6emplo' 7* 9ai6as cristologias tendem a en6ergar 7esus como um%umano que, ao ressuscitar ou ao ser ati+ado, assumiu uma pro6imidadeespiritual sem precedentes em relação a 8eus'

>ma terminologia alternativa é a de 9cristologias de e6altação e9cristologias de encarnação' ;s primeiras se assemel%am, em parte, Ss

ai6as cristologias, mas nelas 7esus pode ser e6altado apDs a ressurreição,por e6emplo a uma posição virtualmente divina' 7* nas cristologias de

encarnação a crença é que ele é, desde sempre, um ser divino que assume acondição %umana'

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/12/1566978-igreja-levou-tres-seculos-para-alcar-jesus-a-condicao-de-deus-diz-historiador.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/12/1566978-igreja-levou-tres-seculos-para-alcar-jesus-a-condicao-de-deus-diz-historiador.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/12/1566978-igreja-levou-tres-seculos-para-alcar-jesus-a-condicao-de-deus-diz-historiador.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/12/1566978-igreja-levou-tres-seculos-para-alcar-jesus-a-condicao-de-deus-diz-historiador.shtmlhttp://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/12/1566978-igreja-levou-tres-seculos-para-alcar-jesus-a-condicao-de-deus-diz-historiador.shtml


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8ito isso, vamos aos nossos especialistas[

Começamos com o pastor luterano 'milio Goigt, pro!essor da


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a!irma ser a ]cristologia^ de um autor' Isto é, nen%um a!irma nos dar umrelato completo das crenças desse autor'

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