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frutas, legumes e flores | Março 2019 72 A afirmação é de Jaime Ferreira, presidente da Agrobio – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, que chama a atenção para os desafios que Portugal tem pela frente, numa altura em que é preciso ganhar competitividade nos mercados externos. Ana Gomes Oliveira Como descreveria este momento que a agricultura bio- lógica atravessa em Portugal? Há um interesse generalizado pela agricultura biológica, mesmo por parte da agroindústria, que tem entrado em contacto connosco. A prova de que o mercado nacional e in- ternacional quer o biológico é que estamos neste momento numa parceria com a Portugal Foods, com a Portugal Fresh, com o InovCluster e outras entidades, para termos uma pre- sença na primeira feira de exportação de produtos ibéricos produzidos em biológico, que é a Organic Food Iberia [ver caixa]. É um óptimo sinal quando percebemos que grandes empresas da agroindústria portuguesa estão interessadas em exportar. E tendo isto em conta, penso que estamos num momento de viragem. Estamos a falar de empresas que ac- tuam há anos na agricultura convencional mas que apostam agora num sector biológico, maioritariamente voltado para a exportação. Temos um caminho importante para fazer nes- sa área. Temos conseguido exportar muitos produtos? Ainda não existem números porque no âmbito do Observa- tório da Agricultura Biológica, que faz o acompanhamento da aplicação da Estratégia Nacional, esses dados têm estado a ser reunidos, porque nunca existiram. Pensamos que até ao fim do ano consigamos ter resultados mais concretos dessa monitorização. Os maiores receptores de produtos biológicos são a Alemanha, França e alguns países nórdicos. Esses serão os nossos focos. Mas teremos de ter capacidade logística para chegar a esses destinos com preços competitivos. Disse que há um caminho importante a fazer. Que de- safios se enfrentam? O maior desafio, e já o transmitimos ao Governo, é que temos de passar para um apoio efectivo à produção. Não podemos basear a exportação em produtos que são importados e trans- formados em Portugal para serem exportados como nacionais… Estamos a falar de apoios financeiros? Não só… Muita gente não sabe o que é a agricultura biológica. Como se faz, quais são as questões técnicas… Há vários défices. Além dos apoios, que neste momento não existem (o que há são apoios genéricos para o investimento, mas não há apoios específicos, acabaram desde 2015), é preciso também apoio técnico e trabalho de sensibilização junto dos consumidores. A Agrobio faz esse trabalho, mas à sua medida, que é peque- na. Tem de haver uma orientação de cima, porque temos de apoiar verdadeiramente quem está no sector e criar interesse em novas pessoas. Este deve ser o foco. O mercado existe e está aí e portanto é preciso fomentar a produção. E isso faz-se não apenas com dinheiro, mas também com sensibilização. Já se sente algum impacto da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica aprovada recentemente? Já se sente. A estratégia estabelece uma série de medidas «A AGRICULTURA BIOLÓGICA ESTÁ NUM MOMENTO DE VIRAGEM»

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A afirmação é de Jaime Ferreira, presidente da Agrobio – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, que chama a atenção para os desafios que Portugal tem pela frente, numa altura em que

é preciso ganhar competitividade nos mercados externos. Ana Gomes Oliveira

Como descreveria este momento que a agricultura bio-lógica atravessa em Portugal?Há um interesse generalizado pela agricultura biológica, mesmo por parte da agroindústria, que tem entrado em contacto connosco. A prova de que o mercado nacional e in-ternacional quer o biológico é que estamos neste momento numa parceria com a Portugal Foods, com a Portugal Fresh, com o InovCluster e outras entidades, para termos uma pre-sença na primeira feira de exportação de produtos ibéricos produzidos em biológico, que é a Organic Food Iberia [ver caixa]. É um óptimo sinal quando percebemos que grandes empresas da agroindústria portuguesa estão interessadas em exportar. E tendo isto em conta, penso que estamos num momento de viragem. Estamos a falar de empresas que ac-tuam há anos na agricultura convencional mas que apostam agora num sector biológico, maioritariamente voltado para a exportação. Temos um caminho importante para fazer nes-sa área.

Temos conseguido exportar muitos produtos?Ainda não existem números porque no âmbito do Observa-tório da Agricultura Biológica, que faz o acompanhamento da aplicação da Estratégia Nacional, esses dados têm estado a ser reunidos, porque nunca existiram. Pensamos que até ao fim do ano consigamos ter resultados mais concretos dessa monitorização. Os maiores receptores de produtos biológicos são a Alemanha, França e alguns países nórdicos. Esses serão

os nossos focos. Mas teremos de ter capacidade logística para chegar a esses destinos com preços competitivos.

Disse que há um caminho importante a fazer. Que de-safios se enfrentam? O maior desafio, e já o transmitimos ao Governo, é que temos de passar para um apoio efectivo à produção. Não podemos basear a exportação em produtos que são importados e trans-formados em Portugal para serem exportados como nacionais…

Estamos a falar de apoios financeiros?Não só… Muita gente não sabe o que é a agricultura biológica. Como se faz, quais são as questões técnicas… Há vários défices. Além dos apoios, que neste momento não existem (o que há são apoios genéricos para o investimento, mas não há apoios específicos, acabaram desde 2015), é preciso também apoio técnico e trabalho de sensibilização junto dos consumidores. A Agrobio faz esse trabalho, mas à sua medida, que é peque-na. Tem de haver uma orientação de cima, porque temos de apoiar verdadeiramente quem está no sector e criar interesse em novas pessoas. Este deve ser o foco. O mercado existe e está aí e portanto é preciso fomentar a produção. E isso faz-se não apenas com dinheiro, mas também com sensibilização.

Já se sente algum impacto da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica aprovada recentemente?Já se sente. A estratégia estabelece uma série de medidas

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importantes, mas leva tempo. A verdade é que a ausência desse documento era negativa. Haver uma estratégia já é bom e há medidas que se vão concretizar, até porque este Governo está mais interessado do que nunca na agricultura biológica.

o sucesso de Portugal passa também por um bom tra-balho de promoção? Sem dúvida, porque vai chamar a atenção nacional e interna-cional sobre a qualidade dos produtos portugueses e ao mes-mo tempo incentivar a nível nacional as pessoas a apostarem mais. Esta é uma agricultura em que vale a pena investir e que tem futuro. Há um mercado crescente à espera de produtos biológicos… e portugueses. O potencial das nossas condições produtivas não tem passado despercebido e já temos inves-tidores de fora, nomeadamente alemães e franceses, que estão a comprar terrenos para produzir cá e colocar os pro-dutos nos seus mercados. Isso já está a acontecer. Portanto, estamos à espera de quê?

A Agrobio tem insistido nessa questão? Muito. Mas a nossa associação trabalha numa escala peque-na. No entanto, até o nosso trabalho pequeno que parece de formiga é importante. Veja-se o que tem acontecido com os mercados de rua. Instalámos o primeiro em 2003, neste momento temos 13 mercados biológicos que estão a atrair

cada vez mais pessoas. Estes espaços têm uma importância enorme, não só na venda directa dos produtos, mas também para o tal trabalho de sensibilização que é preciso fazer. Esta-mos desta forma a transmitir informação e a dar a conhecer a produção biológica.

Que precisa ganhar escala…Exactamente. Paralelamente, há outra acção fundamental, que é o projecto que temos com a freguesia do Lumiar, forne-cendo alimentos biológicos a sete escolas públicas do ensino básico. No ano passado, mais de 50% (em peso) dos alimentos consumidos naqueles estabelecimentos já eram provenientes de agricultura biológica. Agora, esta iniciativa precisa ser re-plicada para outras zonas. Acaba por servir de incentivo à produção. Por outro lado, estamos a falar de crianças. Se na base da nossa população existir o interesse nestes produtos, o consumo vai aumentar.

Dados recentes divulgados pelo Eurostat dizem que Portugal já ultrapassou a Bélgica e a Alemanha em área orgânica de agricultura biológica. são dados po-sitivos? Há que saber lê-los. Podemos ter ultrapassado esses países em percentagem de superfície útil com agricultura biológica, mas a questão que se coloca é: que produtos estas áreas colo-cam no mercado? E aí é que está a diferença. Temos mais de

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70% ocupada por pastagens, forragens e culturas arvenses. Não coloca produção no mercado.

Que importância tem a inovação neste sector?Bastante. Queremos inovação, queremos novos estudos. Há que haver um equilíbrio. A agricultura tem uma história, é uma herança, e não podemos ignorar esses conhecimentos, mas precisamos ser competitivos e diferenciadores. Isso con-segue-se com investigação.

Por outro lado, têm surgido no mercado produtos de agricultura convencional mas com resíduo zero que,

muitas vezes, são entendidos pelo consumidor como produtos bio…É o chamado “gato escondido com rabo de fora”. A diferen-ça entre uma coisa e outra é enorme e o consumidor tem de saber isso. Os produtos de resíduo zero têm uma pega-da ecológica brutal para trás. E aí está a diferença. Porque o ser biológico é um processo completo, não é só não aplicar determinados produtos, é um processo que começa no solo. Defendemos que tem de haver espaço para todos os tipos de produção, mas não confundam o consumidor, porque a mentira tem perna curta e estes não se deixam enganar por muito tempo.

o QuE os PorTuguEsEs QuErEm CoNsumir Em BiológiCo

«As pessoas querem sobretudo consumir legumes e frutas biológicos. Também alguns produtos transformados, mas em Portugal por exemplo, precisamos de trabalhar muito mais para sermos competitivos em termos de indústria. Porém, no que se refere ao sector primário, há claramente um interesse no consumo de frutas e legumes. Em termos de mercado potencial, destacaria que se tem apos-tado muito pouco nas frutas. A maçã, por exemplo, é das fru-tas mais consumidas e é bastante desejada em modo bioló-gico. E não podemos esquecer-nos que não estamos apenas interessados em satisfazer o consumidor que já conhece o bio, queremos alcançar as outras pessoas. Portugal tem ca-pacidade para produzir maçãs e a aposta deveria ser feita nas nossas variedades.Ainda falando das frutas biológicas, os portugueses querem

mais citrinos e pêssegos. Os legumes são sempre uma boa aposta. Há depois culturas em crescimento e com condições para en-trarem no mercado global, como é o caso dos frutos secos. Esta é a cultura que mais está a crescer em biológico e destina-se maioritariamente à exportação. E aqui chamava a atenção para alguma cautela, face à concorrência que pode chegar de produções em quantidade, por exemplo, dos espanhóis ou também do Norte de África, que já começou a produzir. Defendo que temos de apostar na diferenciação e na qualida-de, e não nas quantidades. Finalmente, há também mercado para os cereais e para as le-guminosas. As pessoas querem consumir pão biológico, mas a farinha, essa, temos de importá-la. As leguminosas também se produzem em pouca quantidade para este mercado.»

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TIPO DE OPERADORES INÍCIO DE 2017 FINAL DE 2017

ToTal de operadores 5.051 5.654

Produtores 4.246 7

Produtores – aquicultura 1 2

Processadores / Transformadores 639 760

Importadores 15 22

Exportadores 1 1

Outros 149 195

N.º de operadores em modo de produção biológico em Portugal

CuLTuRA

ÁREA (hA)

EM CONVERSÃOEM AGRICuLTuRA

BIOLÓGICATOTAL

Superfície agrícola utilizada 37.606 216.180 253.786

Terras aráveis 8.695 43.408 52.104

Cereais para a produção de grão (incluindo sementes) 756 5.131 5.887

Leguminosas secas e proteaginosas para a produção de grão (incluindo sementes e misturas de cereais e leguminosas)

62 1.430 1.493

Culturas sachadas 1 22 22

Culturas industriais 61 845 906

Culturas forrageiras de terras aráveis 5.082 30.342 35.424

Culturas hortícolas (incluindo melões) e morangos (incluindo sementes e misturas de cereais e leguminosas)

295 2.036 2.331

Pousios 2.438 3.602 6.041

Prados e pastagens permanentes 13.132 134.191 147.323

Culturas permanentes 15.779 38.580 54.359

Culturas permanentes para consumo humano 15.779 38.580 54.359

Frutos, bagas e frutos de casca rija(excluindo citrinos, uvas e morangos)

8.708 19.660 28.369

Frutos de zonas climáticas temperadas 666 1.033 1.699

Frutos de zonas climáticas subtropicais e tropicais 295 476 772

Bagas (excluindo morangos) 693 769 1.463

Frutos de casca rija 7.054 17.382 24.435

Citrinos 84 181 264

Uvas 1.260 2.244 3.504

Azeitonas 5.656 15.978 21.634

Outras culturas permanentes 72 517 589

Cogumelos de cultura 0 28 28

(Dados de 2017)

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frutas, legumes e flores | Março 2019

ACTIVIDADE ECONÓMICAN.º DE

PREPARADORES

Indústrias alimentares 794

Abate de animais, preparação e conservação de carne e de produtos à base de carne

35

Preparação e conservação de peixes, crustáceos e moluscos

17

Preparação e conservação de frutos e de produtos hortícolas

310

Produção de óleos e gorduras animais e vegetais

165

Indústria de lacticínios 21

Transformação de cereais e leguminosas; fabricação de amidos, féculas e produtos afins

67

Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha

55

Fabricação de outros produtos alimentares 322

Fabricação de alimentos preparados para animais

7

Indústria das bebidas 83

Indústria do vinho 63

Processadores com actividade em modo de produção biológico (2017) MAdrid AcOlhe FeirA iBéricA

de PrOdutOs OrGâNicOs eM JuNhO

Organic Food Iberia é o nome de um novo certame pro-

fissional, dedicado a produtos biológicos, cuja primeira

edição vai ter lugar no Ifema, em Madrid, Espanha, nos

dias 6 e 7 de Junho de 2019. Este evento é uma organiza-

ção conjunta do Ifema – entidade que organiza anualmen-

te, em conjunto com a Fepex, a Fruit Attraction – e da

empresa de eventos e comunicação Diversified Communi-

cation. Segundo a organização, este certame tem como

foco o sector biológico e surge em resposta às solicita-

ções de operadores espanhóis e portugueses, no sentido

de existir uma feira internacional para promover este

mercado. É também referido que o novo certame é ex-

clusivamente dedicado a produtos de Espanha e de Por-

tugal. A apresentação do certame de âmbito ibérico teve

lugar a 29 de Janeiro, em Madrid. Presente nesta apre-

sentação, Amândio Santos, presidente do Conselho de

Administração da PortugalFoods, afirmou que este even-

to «irá impulsionar as exportações e a produção nacional

de produtos orgânicos certificados». A participação

nacional nesta feira tem o apoio do Ministério da Agri-

cultura, através da Direcção-Geral de Agricultura e

Desenvolvimento Rural e está a ser organizada pelo

Portuguese Agrofood Cluster (PortugalFoods, Portugal

Fresh, Inovcluster e Agrocluster) em parceria com a

Agrobio.

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dAdOs NAciONAis

• Superfície cultivada em agricultura biológica: 253.786 hectares• 82% dessa superfície localiza-se na Beira interior e no Alentejo;• A superfície cultivada é destinada de forma dominante (cerca de 80%), a pastagens e forragens para alimentação pecuária, sendo apenas 20% destinada à produção de bens alimentares dirigidos ao consumo alimentar humano directo ou para trans-formação;• Existem 14 organizações de agricultores que representam mais de 1.400 agricultores em agricultura biológica;• A comercialização de produtos biológicos faz-se essencialmente através de espaços comerciais, dedicados, sendo complementa-da com a venda on-line e a venda ao domicílio.

GOverNO trAçA diAGNósticO dO sectOrPontos fortes:• agricultura biológica ser um método de produção sus-tentável compatível com a preservação do ambiente;• não compromete, antes contribui para uma prestação de bens públicos de reconhecido interesse;• actividade desenvolvida por produtores agrícolas bioló-gicos mais jovens e com nível de escolaridade superior, sendo de relevar o facto de explorações de reduzida dimen-são física e económica aderirem, em grande escala, à con-versão a este modo de produção.

Pontos fracos:• dificuldade da produção biológica nacional em acompa-nhar o crescimento da procura, especialmente ao nível animal e da transformação de produtos;• insuficiência de factores de produção específicos para a agricultura biológica;• preços elevados dos produtos;• falta de estruturas de concentração de oferta;• insuficiente organização dos produtores e de estruturas de abate;• insuficiente conhecimento técnico e de profissionais.

CuLTuRASREGIõES AGRÁRIAS

Área produTores

ha n.º

ConTinenTe 283.079 4.268

Entre-Douro e Minho 8.639 509

Trás-os-Montes 20.783 1110

Beira Litoral 2.871 285

Beira Interior 47.533 729

Ribatejo e Oeste 34.207 474

Alentejo 167.247 1027

Algarve 1.798 135

Fonte: Ministério da Agricultura, Florestas e desenvolvimento rural: direção-deral de Agricultura e desenvolvimento rural (dGAdr)

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