A ENTRADA DA AMÉRICA LATINA NA ERA MODERNA

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Capitulo 1

A entrada da America Latina

na Era Moderna (1870-1914)

A revolucao industrial europeia surpreendeu a A merica L atina,

que ainda nao havia cncontrado seu equilfbrio. Para certos pafses,

m eio seculo de independencia nao havia side suficien te para que se

i ns ta ura ss e u ma o rd em polftica estav el. A s in cnv cis com oco es pro -

vocadas pela ruptura dos laces com a Espanha seguiam gerando

am plas repercussoes. Por quase toda a parte, hom ens fortes, caudi-

lIlOS, h av iam o cu pa do 0 v az io p ol it ic o d ei xa do p el a d es or ga ni za ca o

ad ministra tiva . A se de do p ode r de sse s p ote ntad os loc ais, a s rivali-

dudes que enfrentavam e a debilidade dos E stados centrais sao ou-

tros tan tos fa to res qu e e xplic am as te nso es centrffugas q ue se p use -

ram em m archa na m aioria das sociedades latino-arnericanas do se-

culo X IX . A prepondcrfincia dos caudilhos se traduziu em urn sis-

tem a de dom inaciio - 0 c au d il hi sr no - do qu nl, a in da ho je , a A me ri-

c a L a ti na e cn uda ttiria . O s gra nde s deb ate s q ue a nirna va rn e ssas so-

c ie da de s - pro tc ca o d os privile gios c ia Igreja C at6lica, adocao do

centralism o ou do Icdcralismo - deram Ingar a vio lentos em bates

e ntre lib era is e c on se rv ado rc s. D ada a e sc assa definiclio d a s f ro n te i-

ras entre os pafses, essas desordcns internas gcravam , adernais e

com frequencia, conflitos cxternos. A G uerra do Paraguai (1864-

1870) ou a do Pacifico (1879-1883) sao bans exem plos elisso . N es-

sc contexto de m ilitarism o e instabilidade, ccrtos parses, com o 0

B ra sil , c on st it ul am li ma e xc ec ii o. 0 im pe rio c sc ra vista q ue surgiu

da In de pe nde nc ia , se m ante ve a te 1 889. lg ualm cn te , 0 Chi le c on he -

c eu, e m c erta rn ed id a, um a e sta bilida de politic a p rec oc e. N o aspe c-

to econom ico, os eixos do desenvolvirnento da A merica L atina nao

h av iam t od av ia a pa re ci do .

'OCEANO PACiFICO

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America Lat ina no ssculo XX 7

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v as , p ol ft ic as , e co nom ic as ou f in an ce ir as t ir av am p ro ve it o de urn

sistema de patroclnio q ue Ih es garantia estabilidade. Todas estavarn

imersas em amplas red es d e c li en te la , d ep end en te s d e u m c au di lh o.

Quanta a s m ass as de pedes, se beneficiavarn da s ol id ar ie da de p ro -

pria das relacoes sociais verticais. •

Q d r' 1 A c' I 8a ro po Itlco ( a m rica ... lm a em 1 70: d on un io ( os caudilhos

PaIs Chefe Modo de acesso Caracterlsticas

de Estado ao poder do periodo

A rg en tin a D om in go Elei~ao 1870-1880: processo

Sarmiento cao tl co de un i fi c acao

(1866-1874) nacional

Bolivia Mariano Golpe 1879-1883: guerra

Melgarejo de Estado do Pa ci fi co , d e rr ot a

(I864-1870) e c au d il hi smo a te 1884

Brasil Pedro II Abdicacao de Decl fn io d o Impe ri o,(1861-1871 ) se u pai Pedro I pos te r io r fundacao

da Repub li ca em 1889

Chile Jose Joaqu in Eleicao 1871: Repub li c a l ibe ral

Perez 1879-1883: guerra

(1861-1871 ) do Pacffico

Colombia Mandato Eleicrocs Gue r ra c ivi l

presidencial e intervencao e instabi l idade

r cd uz id o a 2 da guarda

:1I10S, succssilo colombinna

de 15

prcsklcntes

liberals entre

1864 e 18R6

Costa R ica T om as Golpe R e to rn o a ordcm

Guardia d e E st ad o dcmocr :1t i ca em 1882

(1870·1882)

Equador Gabr ie l G a rd a Nomea ca o [ le la Di ta dur a c a to l ic a ,

Moreno Assernbleia Gu er ra C iv il e m 1895

(1861-1875) Constituinte

Guatemala M i g ue l Ga rd a Golpe Caudilhlsmo (1873-

Granados d e E s ta d o 1885: J u st o Ru fi no

(1871-1873) (revolucao Barrios)

liberal)

1 0 Olivier Dabene

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" .M exico Benito Juarez Dcmissiio Caudilhismo (1876-

(1861·1872) do presidente 19 J 4: Por fi r io Diaz)

Comofort,

reeleicao

em 1867

Paraguai F rancisco De si gn a do p e lo Guer ra d a T r fp li ce

S o la n o L ope z Presidente, seu Alianca (1864. 1870),

(1862·1870) pai caudilhos ate 1898

Peru Jose B alta Elei9ao 1879·1883: guerra

( 1868·1872) do Pac if i co , derrota

e caudilhismo

U ruguai Lorenzo Bailie Nomeado pela 1870·1872: guerra

( 1868·1872) Assembleia civil 1876-1890:

Geral d i tadu ra mi l it a r

Venezuela Antonio Golpe C au di lh os d os A n de s

Guzman B la nc o de Estado ate 1945

(1870·1888)

Os metodos do:acesso ao poder nao permitem dis tinguir os t ipos de reg ime. Todos erarn

h fb ri do s. L e va nd o e m c on ta a s s ev er as l im i ta co es no s u fr d gi o, a s n umer o sa s i rr e gu l ar i-

dades que rnanchavam sell exe rc fc io e 0 ca ra tc r c os tumei ro d a p rat ica do continutsrno

(um presi dente el ei to decidia exercer um segundo mandate ser n apr esentar- se an t e

os eleitores). as eleicoes nao cram realmcnte lima garanria de dernocracia.

A adocao de sistemas fe dc ra is e m grande ruimero de p afs es d a

America L atina (A rg en tin a, M exico, 'Venezuela, Colombia , etc.)

n ii o f oi a lh ei a a vonindc de tratar com rigor os caudilhos l oc ai s. E n-

tretanto, nao perm itiu pacificar a vid a politica, de rnaneira que, na

Colombia , 0 fe de ra lis mo m od era do in st au ra do p cl a C on st it uic il o d e

1858 nao im pediu que, no longo de doze a no s, d ez g ov cr no s Io ss em

derrotados pelas arrnas. Scm duvida alguma, o s pro cesso s de co ns-

t ru ca o d o Estado e d e u nifi ca ca o n ac io na l puseram firn, co m g ran-

de s dificuldadcs e m m uit os c as os, ao poder do s caudilhos. 0 caudi-

' " i 5 1 1 1 0 sob rev ive u, to da via , c na o ap ena s n os r eg im e s autoritarios,

ja qu e 0 qualificativo de " ca ud il he sc o" p od e a pl ic ar -s e a form a deexercer 0 poder de n ume ro so s p re si den te s I at in o -ame ri ca n os eleitos

dcmocraticamente,

o panorama p ol it ic o e m fi ns do se culo X IX foi, portan to, de to-

t al a na rq ui a .

Os cxem plos cia Argentina c do U ruguai mostram -nos ate que

ponto 0 p ro ce ss o d e u ni fl ca ca o n ac io na l f oi le nto e d if ic il.

America Lat ina no secuio XX 11

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", Ccrtamcntc, a geografia condenou a Argentina ~lS divisoes.

Buenos Aires nao se imp6s como capital do vice-rcinado do Prata

ate 1776, cnquanto, nas regioes do noroeste da Argentina, existia

lim comcrcio ativo, ja antigo, com 0 Peru. A raiz da indepcndencia

de 1820, a ausencia de um centro politico e cconornico unico pro-

vocou divisoes incvitaveis, A vontade do porto de Buenos Aires de

unificar 0 pais e principal mente de monopolizar os ganhos gcrados

pel a s tarifas, se contrapos aos impulses fcdcralistas do interior. Ao

largo de uma dccada se c ria ra m n um cro sa s rc pu blic as in dc pc nd cn -

t cs por todo 0pafs, dominadas por podcrosos caudilhos.

Foi necessaria a ditadura de Juan Manoc l de Rosas (1829-1852)

para por fim aos confl itos. Porern, Rosas nao governou a Argentina .Assegurou-se do controle de Buenos Aires, mas teve que ncgociar

com os caudilhos que rcinavam nas doze provincias rcstantcs,

agrupadas naquela epoca em uma confedcracao de Provfncias Un i-

das do Rio da Prata, sem constituicao nem uniao oficial. Embates

corncrciais entre as provfncias Iitorancas provocaram a qucda de

Rosas em 1852, vencido por outro caudilho rural, Justo Jose de Ur-

quiza. Em maio de 1853, a confedera cilo prom ulgava um a nova

consti tuicao federal que Buenos Aires rccusou-sc a assinar, porque

estipulava que as atividades portuarias seriam nacionalizadas. A

ideia de unidade nacional, tao forte no Chile, brilhava por sua au-

sencia nas Provincias Unidas do Rio cia Praia. A prospcridadc do

porto de Buenos Aires e seu modernismo contrastavam com 0 rcsto

cia rep ublica. Em 1859, um a breve guerra civil obrigou a Buenos

A ire s a a dc rir a confedcraclio. POI 'cm, dois an os m ais tarde, Buenos

Ai res, sob 0 mando de Bartolome Mitre, dcrrotavu as tropas das

provlncins, demasiadamente divididas entre var ies caudilhos. Elcito

prcsidentc em 1862, M itre inaugurou lim pcriodo de duas decadas

de dominacao liberal, durante 0 qual a unificacao nacional progre-

diu muito, Os caudilhos locais se virarn pouco a pouco dcrrotados e

os indios, vencidos. Em 1870,0 assassinato de Justo Jose de Urqui-

za simbolizou 0 desaparecimento da oposicao federal e, em 1880, a

qucstao do estatuto de Buenos Aires foi rcsolvida. 0 porto seria se-

parado das provfncias c se converteria na capital da Republica. A

partir de 1880, a Argentina entrou na era da prospcridadc cconorni-

ca.

A gcogra fia condenou tambern 0 Uruguai a dif iculdadcs hist6- (;kt/11,

ricas. Encaixada entre dois gigantcs, 0 argentino e 0 brasi lci ro, a

"franja oriental" cstcvc durante cer to tempo ligada a Portugal c pos-

tcriormente ao Imperio brasi leiro. Em 1825, os "Orientais" declara-

ram que pertenciam ao terri torio'do Rio da Prata (Argent ina), 0 que

originou uma guerra entre a Argentina e 0 Brasi l. Em 1828, 0 Uru-

guai se converteu no ult imo pals da America do Su i a adquirir a in-

depcndcncia. Essas tcrgiversacoes poderiam ter consol idado urn na-

c io na li sm o u ru gu ai o. P or er n, isso nfio ocorreu. 0 pars, no momenta

da indcpcndcncia, possuia uma constituicao liberal e de recursos

cconoruicos procedcntcs de seu porto, Montcvideu, e de suas expor-

ta~oes agrlcolas (gado), porem, as disputas localistas apareceramrapidamcnte c dividiram 0 pais em dois ellis. Os colorados, por um

lado, sc apoiavam na capita l, convcrtcndo-sc na forca poift ica sfrn-

bolo cia modcrnidade e das ideias liberais. Ao sofrer a competicao

de Buenos Aires c comercial izar com 0 Brasil, cram forcosamente

antinrgcntinos e, pOI' conscguintc, pr6-brasilciros. Por outro lado, os

blancos t in ha rn s cu baluarte no inte rior do pais, de fendiam a autori-

dade dos proprietaries de terra tradicionais e preferiam os argcnti-

nos aos brasile iros, cuj as tcndenc ias expansioni stas temiam. Entre

1843 c 1851, Montcvideu foi assediada pc los blaucos c pelo ditador

argentino Rosas. Esse ernbate , conhecido como Grande Guerra, cul-

minou scm vcnccdorcs nern vencidos c deixou 0 pais em rufnas.

Uma p rimc ir a tentativa d e fu sa o dos p ur ti do s f ra c as so u em 1851, e

opals caiu novamente sob 0 podcr dos caudilhos locais, Quatro

anos m ais tarde, os che fcs dos partidos firmaram lIlll Pa c to de

U niiio q ue nao s c c fct ivou, Em 1865, 0 caudilho colorado Vcnan-

cio Flores tOIllOU 0 poder, com ajuda cia Argent ina, c foi assassina -

do tres anos mais tarde. Todavia era a epoca de dominacao dos

caudilhos provinciais e das intervencoes estrangeiras para mcdiar

entre eles. Assim, em 1870 explodiu a "Revolucao das Lancas" sob

o comando do caudilho blanco Timoteo Aparicio. Para por fim adcsordcm, em 1876, pela primeira vcz na hist6ria do Uruguai, urn

militar tomou 0 poder. Os civis nao voltariam ao poder politico ate

1890.

1 2 Olivier Dabane America Lal ina no seculo XX 13

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. Dcscen.dcn~es de cspnnhois. nascidos na America.

tar-so. 0 pretexto foi a criacao, em 1836, de U lna confederacao en-

Ire Bolivia e Peru qu e Po rt al es p e rc e be u co mo u ma a rn eac a. Fixou-

se, enrao, a objetivo de ganhar n "segunda independencia d o C hi le ".

Assassi nado por m ilitares rebel des em 1837, nao teve ocasiao de

assistir a v ito ria d e s eu pars em 1839. Sua politica de guerra conver-

teu a Chile em uma potencia regional.

o £:clleral BuID.es, her6i de g uerra, fo i cleito presidente em

1841 e ;b~·T;.·~lI~-~r loclo de dez anos de estabil idade polit ico, cres-

c im e nt o e co n6m ic o e projeciio cultural. P erseg uid os por diradores

com o Rosas na A rgentina, intelectuais de toda Am erica Latina en-

contravarn refugio no C h il e, a tr ai do s principalrnente pela farna do

reitor da U niversidade N acional, A ndres B ello. Essa vida intelec-

t ua l f av or ec eu a difus ao da s ide ia s 1ib era is, a re que em 185 I, quan-

do M ,nnuel M ontt sucedeu Bulnes, a ordem conservadora era cada

vez. rn ais q uestion ada . O s lib erals reclarn av arn a p ro ib ic ao d e reele-

ger a presidenie e a dv og av ar n p el a d cs cem ra li za ca o a dr ni ni str at iv a,

a extensao do dire ito ao veto e a abolicao de todos as privilegios.

Por er n, e st av ar n divididos entre urn partido liberal todavia ligado

n oligarquia e u rn partido radical que sim bolizava as asp iracoes das

classes m edias. A pesar de progresses econom icos irnportantfssi-

mas, it republica conservadora havin chegado ao sell fim , A inc ap a-

cidade de M onu para cornprecnde-Io e seu estilo autoritario leva-

ram 0 p als, em 1 85 9, a lim a rcv olta rad ical, h ru talm en te rep rim id a.

o prcsidente conservador que succdcu M onu em 1861, Jose Joa-

q uin P er ez , representou LImperlodo de dcz anos de iransicao entre a

ordem crm scrvadora e a li beral l'ouco a pall co , prin ci p al rn en te s ob

o segundo m andala, tevc que r,\ZCI' concessoes 'lOS l ib e ra ls , c l cs po -

jando sell esi ilo de govcrno de iodo a sp ec to a uto rita ri o e s ob re lU d o

csiabelcccndo a liberdade de rcligiho c proibindo a reeleicao do

pres i dcnte.

Em 1871 , F ed e[ -i co _E[T a7 :1 ~~i 7. f . . @ ' l I : _ t _ ~ in au gu ra l! a " Re pu blic a

L ib er al ". A s r ef orm as l ev ar ur u- se it cabo principalm ente no ensino ena adrninistracao. e a lei eleitoral de l874 outorgou 0 dirciro de vo-

to a l oc io s o s I tO Il lC Il S r n ai or es de 25 anos (ou 21 ancs para os ho-

m ens casados) que sou bess ern Icr e escrever. 0 m andala do slices-

sal' d e Errazuriz, A nibal P into, se viu m arcado po r l im a s cg un da

guerra. A vitoria do Chile sabre 0 Peru e a Bolivia na guerra do Pa-

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . . , . . . - _ . . J . J . ! . f 2J'{I l~i(: : - r m ' l f :; : ' c'

America lat ina no seculo XX 15

rxesse panorama ue JulUS ce ruru ug as, a case d o C lu te e uueres-

sante porque penni re rncdir <I S deficiencies au dcsvuntagens de ou-

t ros pa i se s l a tino-a rne ri canos .

A geografia do Chile e urna variavel irnponante que, se a 10-

,"J '. m ar rn os e m c on ta , p cr rn ite a pr ec ia r rnuitos d es a sp ec to s d a o rig in a-

lidade historica do pais. Extensa franja de terra encaixada entre a

cordilheira dos A ndes e a O ceano Pacifico, com lim a extensao de

norte a sui de mais de 4.000 km , 0 Chile do seculo X IX era, scm _

duvida, urn pequeno pafs que dispunha de urn verdadeiro centro po-

l it ic o e e co nor n ic o . 0 vale central agrupava a m aier parte da popu-.

lar.;ao, cornposta p or d ois rnilhoes de habitantes em 1875. ~ssa con-

c en tr ac ao f ac il it ou 0 pro ce sso .de construcao estaral, apoiando-se

sabre lim n unidade nacional rapidarnerrte consol idada. A rela ti va

hom ogeneidade etnicn dos chilenos (em torno de 2 00.000 Indios

araucanos viviam ao suI do rio B io Bto), certarncnte , coruribuiu

nm plarnente a que nascesse urn poderoso e precoce sentim ento de

pertencimento a urna c orn un id ade n ac io nal q ue salvou 0 pals do s

co nflito s lo calistas carac teristico s d as soe ied ad es d iv idid as em n u-

rnerosos centres rivais, como a Argentina eo Uruguai .

A e li te c re o la ! de p rop r ie ta r ies de terra pede Iacilmentc irnpor

lim regim e politico centralizado. S ell poder nao tinha com cstacao

alguma. 0 libcr tador B ernardo O 'H iggins Ioi 0 p rim eiro a irn por

l im Estado centralizado e auroritario, depois cia indcpcndencia con-

seguida em 1818. Os an os 1824- J 8 29 C ora m, c om o c cn trn pn rtid a,

os de urn fedcral ismo im pasto pelo liberais. M ats tarde, em 1830.

os conservadores voltnram no poder instuurando l imn "Republica

conservadora" que duron trinta anos, e cuja Iiguru crnblenuitica Ioi

)D ie go P or ta le s.; ,1 A C ou sti tu ic iio d e 1 83 3 se gu e s cn do 0 sim bo lo c le

. l im n o rd ern o li g.ir qu ic a q ue p ro te ge a s p riv iie gi os c ia lg re ja C ato lic a

)

Oll ci a nristocracia n o m cs m_0 t em p o q ue e s_ ta be te cc _ lIm a d emo cr ac in

de r3cllad,~ A cada ci nco aries, ou m elhor, a cuda dcz, 1 1 1 1 1 ( 1 v cz q ue

a reeleicao era quasc autornatica. elcicoes pcrrnitiarn ratificar a re-conducao ao poder. Nao obstante, 0 r eg i m e p re sid en cia l p re vis io

pcla constituicao pcrmit iu a P ort ale s c on so li d ar 0 E st ad o c en tr al ,

aferec en do ao pa is u rn g o v ern e efica z. A ex perien cia cle l im a g uerra

exterior dell, a de rn ai s, a o ca si ao ao n acio nalisrn o c hilen o d e a~ -=--~

14 Olivier Dabene

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Em ou tr os p a fs es , a p '1 ~ () ~l ~E~ ._ I .l )! !l < :i r~ lo i a orige m do re na sce r

cconomico, .

E ste foi 0 caso do Chi le, A prata, 0 trigo e 0c ob re c ram ja pro-

dutos de cxportacao antes dos anos 1870. D e fato, 0 C hile era, na

cpoca. 0prirneiro cxportador muudial de cobrc . Em scguida, cssa

ind ustria sofreu um d ee lfnio pc lo csg otn mcn to da s ja zida s, D epois

de ha ve r a lca nc ad o lim v olu me sup erio r a 50.000 ton clad as an ua is,

a producao se rcduziu a m cta de n o infcio do scculo XX , a ntes de a r-

r an c ar n o vamen te d e fo rm a cspetacular. A cxploracao de novas m i-

nas a cell aberto, que foi p oss fv cl g ra ca s a tc cn ic as m ode rn as e ao s

c a pi ta ls e x te rn o s,voitou

aproporcionar

aoChile

um a p os ic fi odo -minantc 110 mcrcado m undial, com m ais de 100.000 toneladas

anuais em 1915. Essas flutuacocs do comercio de cobre forarn

arnortccidas pelos dernais produtos chilcnos para exportaciio, prin-

cipalmente 0 trigo, a 15 e a carne. O s nitratos, sobrctudo, expcri-

m cntara rn urn a uten tic o a ug e. A G ue rra d o P ac ifi co ( 18 79 -1 88 3)

p ro po rc io no u a o C hil e r eg io cs d es crt ic as r ic as Clll mine ra ls ( de se n o

de At~~ .iHI~~ )que haviarn pcrtcncido a Bolivia e ao Peru . 0 C hile se

cncontrava, p ois, e m uma s it ua cl io proxim a a o mo no po li o m u nd ia l,

o que Ihe perm itia fixar precos tanto mais clcvados quanto m ais a

d cr na nd a c rc sc ia em u rn a E ur op a qu e dcscnvolvia 0 cultivo de be-

terraba, A producao de nitratos passou de 300.000 toncladas em

1880 a m ais de dois m ilhoes em 1913.

Na Bolfvia, a industria m in cira h av ia cn riq uc cid o a A ud icn cia

de C harca s a inda d ura nte 0 p cri od o c olo ni al , p ore m, h av ia e nt ra do

em crise no seculo XIX . Nos anos sesscntu, a dcm anda m undial de

pruta aum cntou e a producao boliv iana pnssou de 90 toncladas em

1865 a 22 0 em 1875. Enquanto, em 1890, a Boliv ia era urn do sp rin ci pa ls p ro du to re s rn un dia is d e p ra ta , a s c ot ac oc s c afra m b ru t< ~I-

m ente e a indu stria e ntrou e m de clfn io-O c sta nh o o cu pou , c ntao , 0

lug ar d a pra ta no co mercio e xte rio r c ia B olivia. 0 de sco brim cnto de

im ensas jazidas em C atavi perm itiu ;l B olivia converter-se no se-

g un do p ro du to r m un dia l d es se m in era l.

. 0 Peru tarnbern se beneficiou durante longo tem po de riquezas

m in era ls . P ore rn , a G ue rra d o P ac lfi co 0o bri go u a d iv crs ifi ea r se us

recursos, coisa que fez aprovcitando a variedade de solos e de eli-

m as. A ssirn , a s zo na s de m ontan ha se csp cc ializ ararn na pro duc ao

20 Olivier Dabsne

de Iii e minerals (ouro, prata, cobre), a costa sc dedicou a cana-de-

a s; uc ar e ao algodao e 0 interior do pars, ao cafe, a folha de coca e ahorracha. E ntre os dois scculos, 0 acucar. 0 algodao, 0 cobre e a

horracha cram as itcns principals de exportacao,

No s anos 1890, 0 Mexico er a igualmente 11111 g ra nd e p ro du to r

de m etals, principnlm cnte prcciosos (ouro, prata). Entre 1873 c

1878, a adociio do padriio ouro pela m aioria des palses europeus

havia cstipulado a dem anda desse m etal, coisa que bcneficiou 0

M exico, que pede tam bem explorar outros m etals. com o 0 cobre,

do que Ioi 0 seg und o produ to r m undial en tre 182 1 c 1 90 1. N ao o bs-

tante, a Mexico niio sc limitou a c xp lo rac ao de m ine ra ls. M ais q uencnhum o utr o p ai s cia Amer ic a L a ti na , c scm d uv id a d cv id o a sua

p ro xi mid ad e a o m cr ca do c sta du nid en se , 0 Mexico se carac tcr izou ,

ra pida mcn tc , p or lim a gra nd e dive rsid ad e de pro dutos c om erc ia is.

S e a prata rcprcscntava urn terce dos ganhos de exportacao nos

"nos de 1910. 0 ouro supunha 15%, e 0 cobre e 0 a ga ve , e m to rno

de 10% cada urn. O utr os p ro du to s, c om o 0 ca fe , a borrac ha , a fruta,

o ta ba co e a cc rve ja, tinha rn c erta irnpo rta nc ia. E ssa e po ca e quando

o s h id ro ca rb ur ct os c om e ca rn a t er i rn po rt an ci a.

A lnserciio das economias no mercado mundial pela moncexportaeao:

parte das cxportucocs de minerals no nilor total~ B r .das cxnortacoes na o ivm

A l i a % A l l o ' 7 c : A l l o % A l l e J %

1 9 0 0 67 1 9 0 2 7 9 1 9 0 9 64 1 1 9 1 1 76

1 9 0 1 72 1 9 0 8 8 9 1 9 1 0 72 ' 1 9 1 2 8 1

- ". . ,. .. .. .

Fonte : Herbe rt S . Kle in , Bolivia. de sd c l a guerra del r uclfico hastn 1.1gUCII;! del Ch.1

co. 1880-1932". p. 220 in His to ria de America Latina. tomo HI. sob dirc~ilo de Leslie

B e th el l, C am b ri dg e U n iv er si ty P re ss . E di to ri al C ri ti ca , 1 99 2 .

As condicocs nas quais se produziu a inscrcao das economias /

latino-arncricanas n o m erc ado m un dial tiv eram c on seq ue nc ia s p ro-

fundas e duradouras. D uas delas m crecem m encao m uito especial.

O s d ifc re ntes tipo s de e spe cializ aca o indu zira m, e m prirn eiro lug ar, \1 C

a capacidades de desenvolvim ento m uito variadas. E m segundo lu-

gar. ocasionaram taxas de penetracao de capital estrangeiro sem

qualqucr rclacfio de um pais a outro. Em resum o, em cada pars se

America Latina no secuto XX 21

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puscrarn em marcha combinacoes par ticulares de descnvolvimcnto

e de dependencia.

o desenvolvimento e um a nocao polissemica cujo m an ejo re-

quer certas precaucoes. Trata-se de eleger os indicadores que se vho

u t il iz a r. C re sc imen to do produto interne b ru to , r ep ar ti ca o c ia r iq ue -

za e ntre os habitantes, a tra rrao das ativid ades de exportacfio so bre o s

d er na is s et ore s d a e co no mi a, p ro gre ss o d o c ap it al is rn o, in du stri al i-

zacfio, mellor d ep en de nci u ... s ao a lg un s d os c ri te rio s r na is simples

e m ais selc cionados. Pode rnos tam bem com bina -los e pretende r dar

a o terrno "de senvolvim ento" um a ac epca o m ais a mpla que englobe

urna dim ensao soc ia l, c ultural ou polftic a. 0 co nceito de de pende n-

c ia nao e m ais f ac il de r na ne ja r, a in da qu e os invc s timentos exter-

n os r es ul te rn f ri ce is d e m e di r.

_....' 0q ue o co rr eu e xa tame nt e?

A s econ om ia s e xporta doras de produtos agrfco las (A rgentina,U ru gu ai ), d ev id o a e xp lo ra ca o e xte nsi va d e a mp la s z on as d es ab ita -

das, tiveram que sc dotar de um a infra-e stnuura cficaz de trau spor-

te. A rcde argentina de vias ferrens passou de 2 .5 16 km em 1880 a

9.397 kill em 1890 e a 33.500 em 1914.0 tracado das vias (dcsde

os portos ale as zonas de producao) quase nao sc ajustava liS ncces-

sidades nacionais, porern, a tram a interna do pais contribuiu para

unificar urn m ercado in terior. Por outra parte, as atividades de ex-

portacao deram lugar a um a seric de novas indiistrius. O s cereals

c ram exp or ta do s Clll f or ma d e f ur in ha s, 0 q ue l cv ou a e di fi ca ca o d e

numcrosos moinhos. C om a pecu tiria surgiu uma i nd us tr ia I cx li l

(iii), de curtimcnto (como), alem do gada que devia SCI ' sacrificado

(nuuadouros) C de carne posteriorrncnte congcluda c cmpacotada.

T ambcm a i ll vc sl ig a~ 5. o d ir ig id a 1I m elh ora r o s rc nd im cn to s c st im u-

lo u a procill(;ao d e a dubo s, e to da a indtistrin quim ica se viu lonule-

cida.

A importfincia dos capita is c strungeiros, sobrctudo, c aqui 10-cam os urn aspecto essencial, nilo irnpediu, em nenhum caso, que as

principals atividades de exportacao scguissem em maos da burguc-

, sia nacional. A entrada m assiva de capitals, britfinicos principal-

mente, provocou ig ua lm cn te lim a modernizaciio do sistema banc.i-

rio.

22 Olivier Dab/me

----_.-._---_...

POl' todas essas razoes, a c con om i a de exportncilo em urn pars

com o a A rgentina beneficiou ao conjunto da populaciio. A prospe-

ridade se cstendeu pO l' todas as caruadas sociais e 0 pais pode ab-

sorver massas importantes de imigrantes.

O s parses cxportadores de produtos tropicais oferecem lim pa-\I ~

norama diferente.

A especializacao no cultivo de cafe, em particular, teve conse-

quencias rnuito peculiares. N a rcgiao de Sao Paulo, no Brasil, no

vale cia A ntioquia, na C olom bia, e na m eseta central da C osta R ica,

o cafe foi a origem de um a indiscutivel prosperi dade. Trouxe con-

sigo a melhoria das lnfra-estrum ras e 0 p ri nc lp io d a i nd us tr ia li za -

yUo. D e fato, a d ifc re nc a d o textil, o s proc esse s de la vugem , pe nei-

ragcm e secagem do cafe nao puderam s er imp or t a do s da Europa e

denim lugar a solucoes te cnol6gic as diferentes d e urn pa rs a outro.

P or outro lac !.9.,_ depe ndenc ia se fazia naturalm ente sc ntir na horade fixar a t 9 t T Z ~ (q ue s e d ete rm in av a e s eg ue d et crm in an do -s e

em Londrcs) : -p6 i: '~m, ill situ, o s c ap it als c st ra ng ciro s fa vo re ce ra m

um a c strutura produtiva ja e xiste nte , que seguiu. po r c onseguinte,

em s ua mai er p art e e m maos do s nacionais, AI esta a diferenca COm

outros produtos tropicais qu e forum explorados no marco de uma

econornia de enclave. As grandcs plantacces criadas por com pa-

nh ias estra ngciras (esta dunid ense princ ipa lm ente ). esca pava rn em

sua totulidadc ao controle dus oligarquias locais. O s paiscs nao ob-

tinham innis que cscassos ganhos (em form a de rovaltlcs), ja que os

luc ros cram rc patriados em sua tota lida de. D csde logo, sc construi-

ram linhas de ferro entre os portos c as plantacoe«, porem , nao hou-

ve nenhum u transfcrcnciu de iecnologia.

E ncontrum os enc la ves em pulse s e spe cializad os na industria de

e xtra ciio m ineira. P OI' excm plo, no C hile , a in dustria de nitrates. que

estuva nacionalizada cnquanto pertenceu ao Peru, Ioi privatizada

depois da Guerra do Pacifico e caiu, naquela epocu, em m iios deca pita ls cstrangeiros. E ssa perdu de c ontrole sobre os nitrato s se e s-

tendeu a outros sctores, de tal form a que, em 190 I , 55% dos capl-

t ais in dus tria ls n o C hi le e ra b ritfin ic o.

Scm duvida ulguma, e no M exic o onde aparcccm melhor as

contradicoesdo proccsso de modernizacao. 0 re gim e d e P orffri o

Diuz (1876-1910), 0 p or fi ri at o, p ro pa lo u luna i nd is cu tf vc l v on ta d e

. . ~k\rC;)

America Latina no seculo XX 23

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America Latina no sscuto x x 27

(em mil iabltantes e porccntagem

1850 1900 1930 1850 - 1900-

1900 1930

A me ric a d o S ul temperada

Argentina 1.100 4.693 11.936 2.9 3,1

Chile 1.443 2.959 4.365 1,4 1,3Paraguai 350 440 880 0,4 2,3

Uruguai 132 915 1.599 4,0 1,9

Sltbtotal 9.007 18.780 2,2 2,4

3.025

Ame ri ca d o S il l t ro pi ca l

Bolivia 1.374 1.696 2.153 0,4 0,8

Brasil 7.230 17.980 33.568 1,8 2,1

Colombia 2.065 3.825 7.350 1,2 2,0

Equador 8161.400 2.160 1,1 1,5Peru 2.001 3.791 5.651 1,3 1,4

Venezuela 1.490 2.344 2.950 0,9 0,8Subtotal 14.976 31.036 53.832 1,5 1,9

Caribe

Cuba 1.186 1.583 3.837 0,6 3,0P or to R ic o 495 959 1.552 1.4 1,6Rep . Dom in ic a na 146 515 1.227 2,4 2,9Haiti 938 1.560 2.422 1,0 1.5Subtotal 2.765 4.617 9.038 1,0 2,3

M exico e AIII(:rica Central

Mexico 7.662 13.607 16.589 1,0 O,S

C os ta R ic a 101 297 499 2,2 1,7E I S a lv a do r 3G ( , 766 1.'143 1,0 2. 1Guatemala 850 1.300 1.771 0.9 1.0Honduras 350 500 948 0,7 1,5Nicaragua 300 478 742 0,9 1,5Panama 135 263 502 1,4 2,7

Subtotal 9.764 17.211 22.494 1,4 0,9Total 30.530 61.871 104.144 1,4 1,7

" ..

A l)Qpuhl\iio dn America Latina (1850.1930)

I )de obra para suns plantacoes de cafe. Centenas de escravos foram

tra nsladados das regioe s a cucure iras e a lgodoeira s e m declinio, do

Norte, a Sao Paulo, e a partir de 1879, os europeus entrararn em

m assa, a tingindo os dois rnilhoes, N esses a nos, 0 Brasil se conver- _

teu no pais m ais populoso c ia A merica L atina.

"

migracfio 1- em 1111 roesAliOS Argentina Brasil cuu; UI'IIRltai1881-1885 191,0 133.4 4,3 26,71886-1890 489,0 391,3 23,9 42,11891-1895 156,1 659,7 2,8 13,81896-1900 303,9 470,3 4,1 33,91901-1905 329,3 279,7 3,6 43,81906-1910 859,3 391,6 35,6 92,81911-1915 490,4 611,4 53,3 101,0Totals 2.819,0 2.937,7 127,6 354,41

-

I . (188 1915) (

Fon te: Nicola s Sanchez ·Albomoz . "La pob lacion de Amer ic a Latina, 18 )0. 1930", p .

114-115, in H is to ri a d e America Latina , tomo 7 , sob d ire cho c le Les li e Be thell , Cam-

bridge Univers ity Press . Edi toral Cri ti ca , 1991.

oG 3;'~~ ij'foi outro pa ls de irnigrac ao m assiva, A partir dos a n os,

1850, a intcrrupciio do trafico de negros deixou 0 Brasil scm m ao

j':T al i mig ra rra o m ass iv a t ev e c on se qt ie nc in s i rnp orta nte s. O rig i-I

nou que todos os pafses aos que nos referimos tiv es se m u ma p op u-j

la91\0 europeia hornogenea qu e ainda em !lOSSOS dins e um a das ca- \

racte rtsticns do C one S ul/A o rncsm o tem po que im pulsionou 0 de -

se nv olv im cn to < la s a ti vi da dc s e co no mic as, c on tri bui u p ara re fa ze r 0

mapa dos Iocos internes de populacao, A s fro nt cira s sc re fiz era m,

novas espa~os sc revnlorizaram, e nasccram grandes Cidadcs. A

imigrucno modi ficou em profundidadc as cstruturas socials, fazendo

surgir novas c lasses, e dell urn n ov o c an itc r a os c mb ute s p olit ic os.

Dessn forma, na Argentina, no U ruguai e no sui do Brasil. os

~QQ~~yie!,!l~ll_a(~,I!1~ 'l_I~o~~~.e traba~h~ Pouco qua-

lificados, 0 q ue s e e xp li ca f ac il rn en te , ja que a imigracfio estava Of-

guniz ada para satisfazer as nccessidades ,da agriculturu de exporta-

9a o, esses im igrante s niio podium , no en t anto, equiparar-se aos seto-

res m ais baixos do escalao social 11a medida em que, elnicam ente,

estavam proximos das classes dominantes. Iss o fa cilit ou ta mb ern

sua integracao. Dessc ponto de vista, a A merica Latina oferece urn

panorama m uito diferente do dos Estados Unidos. Nao existiam

guetos radic als na A merica-L atina, e os irnigrantes tinham possibi~".-----.-----~----~,-------

Fon te : Ni co la s Sanchcz-Al bo rnoz, "L. , pobl ac ion de Americ a l. at ina, I S50 -1930 , p .

108 in llistoria de America Latina, tomo 7, sob !Iirc<;:lo de Leslie Bethell, Cambridge

University Press, Editorial Criticn, 1991.

26 Olivier Dabeno

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, I u<.;ll li ll llJa:. " :1<.;sce Iues de parucipacao poliuca. Po rc 111, na maioria

des casas, n_ s oligarquias sc lirnitavarn a e xp lo ra r O~£i~11{9q ue , c om o d isse rn os anteriormcnte, sernpre caracterizou asfela~6es

socinis IHIS socie dades rura is la tino-am ericana s. 0 freqiicnre recurso

ao subterfiigio clienrclista fez co m qu e os regim es olig arquicos fos-

sem quase todos hlbridos, O s m ecanisrnos eleitorais nao serviam

rnnis do que para Iegitirnar a dorninacao da oligarquia ou medial' as

rivalidades entre diferentcs carnarilhns.

Qunrlro politico dn America Latina na virada do seculo:

d r nor ern 0 I....rquica

Pais Chelf! de Estado Modo de acesso Cnracteristicas do

ao poder periodo

Argent ina Julio Argentino Eleicao Dominio

Roea dos conservadores

(1898-1904) Ule 1916Bolivia Jose Manuel Elci~ao Oligarquia no poder

Pando desde 1884,

( 1898-1904) r ev ol uc ao l ib er al

1 3 r:1si Manuel Ferraz de Eli:i~ao Republica ligarquica

Campos Snlles 1889-1914

( 1 89 8- 1 (0 1)

Chile Frederico Elcj~iio Republica

Errnzuriz parlamcruarism

(J 896-190 I) ale 1925

Colombia Jose Manuel G olp c de E stu do Hegcmoniu

Marroquin conscrvadora, 18S[l-

( 1900-1904) 1930; ClICIT:! Civ iI

"de los mil d1,1,",

1899-190]

Costa I~ica Rafael Iglesi as ElciyJO Republica liberal,

e 189:1-1902) 1 8R2 - 1 9 ·/ 0

Equador Eloy ;\ I1';\1'0 Golpc de [stado Liberulismo radical,

(1895-1901) 1 89 5- 1 91 6

Guatemala Malluel ESII'ac!a G olp e de E sta do Caudilhisrno

Cabrera < H e 1 911 O

(189 8- I 920)

Mcxiw I 'orffrlo Din? E!ciyiio 1910: Rcvo lucao

(1884-1910)

34 Olivier Dabcne

Pnraguai Emilio Acebal Eleicito Hegemcnia

(1898-1902) d o p a rt id o

colorado all~ 1904

Peru E du ar do L op ez S uccssao 1895-1919:

d e Ro rn a na Republica

( 1899·1903) conservado ra dcsde a

volta do militarisrno

Uruguai Juan Lindolfo Sucessao 1 9 03 : J os e Bnrlle y

Cuestas Ordoiiez consolidarn

(1897 -1903) a dernocracia

Venezuela Cipriano Castro Golpe de Estado Caudilho dos Andes

(l399-1908) att 19'15

" j.,

o case dn ~ dcralhadamente mencionado pelo carater

preco ce de sua dernocrntizacao, c i l us tr at i v o .

A incrfvel interde pende ncia que ali sc c lesenvo lveu rnuiro cedoentre a burguesia agro-exportadorn c as pequenos proprietarios

p ro du io re s d e cafe criou condicocs idon :1S p ar a q ue s ur gis se 0 eli-

entelisrno poillico,'l" atitude liberal d as clite s, c crn bin ad n COIl l a

existencia dessa classe de pequenos ngricultores que, no longo de

todo 0 scculo XIX, pude convcrter-sc em clientele eleitora, fnvore-

cell a institucion alizacao das prat icus repre sen ta tives . As e li te s niio

dcixnram, por isso, de moldar as [o r rnns do sufragio em fUI1(fao da

evolucfio de sun silui lc;:flo cconomicu, com vistas a conseguir t im

minima de leguimidudc e a nllr;)r ao maximo 0 uccsso ao [ lac ier

Dcssu forma, 110 memento em que 0 ca fe . pc rrn itiu a esse pars entrar

em urna era de prospcridadc, o dirciio de voto, ale cn tf io r cse rvado

<lOS possu ic lo ro s d e capi 1< Ii SOli de ben s i rnovcis. 1'0 i p ro i b i elo u os

annlfubctos, que rcprcscntnvum 89% cia populacao em 1864, Per

outrn parte, 0 escrutinio seguin scndo indircto ate 1913 c p\lblico

a te 1923, Essas limil,I~6(;s ao sufnigio niio impcdiram que 0 eleito-

rado pussnsse de 2 ,5% cia popnlacao em 1844 a 15,6% em 1917,0

que ujudou, em grande mcdldu, legiumar a ordern oligarqnlca.

Com a Costa Rica ncabarnos de mcncionar IIITl p nis c ujo regime

politico pede set associado no de parses do Cone Sui e que sc con-

vertc, pnis, na cxccciio em umn zona geogr.Hlca vft irna, no final do

s ec ulo X IX , d o im pe ria lis mo cstadunidcnse. com o no caso cia N ica-----~~.----.~-_. ---. , .._ --

n' igun,

J\ll1criC<l Latina no seculo xx 35

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I idivida, ou a doutrina Tobar (1907), que tratava do nilo reconheci-

mento de govcrnos estabelecidos por urn golpe rni lit ar.

Evidentcmcntc, houve muitas inicia tivas agressivas em materia

de polfti ca exterior pOI' parte dos Estados Unic los para que as inde-

f ini~oes dos lat ino-amerlcanos pudcssern ser vcncidas.

J a em 1847,0 Mexico se viu dcsapropriado pelos Estados Uni-

dos de mais da me lade de sell territorio. 0 tratado de Guadalupe

Hida lgo subt ra iu-lhe, entre outras coisas, 0 Estado da California,

onde, seman as rnais tarde, se descobriu ouro.

\.. _ - - - . .

O(~§liio tern rafzes lo ng fn qu as n a America Latina, fmc-

diatamente ap6s a indepcndencia, a pcnctracao de capitals cxternos,

britanicos em sua grande maioria, se encarrcgou de submeter 0 COIl-

t inente a urn novo tipo de dcpendencia. Tambern ja em 1823, os Es-

tados Unidos notificavam aos europe LIS que a "America pertcncc

ao s americanos". E ss a f am o sa D ou tr in a M o nr oe foi percebida co-

mo' 0 auuncio de u rn d i rc i to de i nte rv cn ca o. P or em , durante a Guer-

ra de Seccssao (1861-1865), a D ou tr in a M o nr oe niio pede ser im -

plemcntada e a Espanha aproveitou a ocasiiio para intervir rnilitar-

mente na Republica Dorninicana em 1861 c no Peru em 1862. Na -

poleao III, por sell lado, tenlOU

anexar0

Mexico. Maximili ano foiimperador desde 1864 ate 1867.

Apcsar disso, C I partir de 1880 0 impcrialismo teve outro rosto.

A rcvolucno economica que converteu os Estados Unidos na pri-

mcira potencia mundial, e 0 csgotamcnto da fronte ira em 1890, in-

ci taram esse pais a oferecer novas saldas a sel l dcscnvolvimcnto ca-

p ita lista , A America Latina parccia ter que fazcr parte de sell desti-

11 0 manifesto. A of ens i va seguiu por etapas Oll d e uma s6 vcz as vi-

as p ol it ic a , e c on omi ca e militar, com 0 fim de impor um a pax ante-

ricana no continente e cria r uma zona de livre comerc io,

A Guerra do Pacifi co (1879-1883) que opunha 0Chile a Boli-

via e ao Peru, foi 0 pretexto aprovc itado pelos Estados Unidos para

tcntar, ja em 1880, reunir uma conferencia interarncricana com 0

fim de discutir a claboracao de processos de arbitragcm conti nell-

t ai s, A p ri rn ci ra confcrcncia internacional dos Estados arncricanos

teve lugar entre outubro de 1889 c abril de 1890 em Washington.

Os lat ino-amcricanos, argent inos em especial , se preocuparam em

protcger sua sobcrania c s6 aceitararn a cria~ao de uma "Uniao in-,

ternacional de rcpiiblicas american as para recolher e dis tr ibuir rapi- .

damcntc dados sobre comercio". Sell secrctariado, 0 Escritorio Co-

mercial das Rcpiiblicas Americanas, mudou em varias ocasiocs de

nom~ na medida em que se incrementavam suas prerrogativas .

.~~~~~!_~_:_.tudo, h.~v~I?~_~~()~.pr~g.~~~~_o§_.~).~s_.~s.p~to..~_P'Qlilko

t ; _ g l 1 n C . . ( £ @ J . No terre no jurfdico, em troca, um dirci to internacional

arner icano cornccou a forrnar-se, especialmcntc gracas a convcncao

Drago (1902), que limitava 0emprego da forca na cobranca de uma

36 Olivier Dabene

._ ...- - - . . . . _ .._._---- -----

As confereuclas intcrnacionais amcricanas (1889·1910)Local Data Prillci]!ais decisoes

I Washington 1889-1890 Criacao da Agencia Comercial

das Rep, Americanas

II Mexico 1901-1902 Criacao da Agencia Internacional

das Rep. Arncricanas

III Rio de Janeiro 1906 Ampliacfio das prerrogativas

da Agencia

IV Buenos Aires 1910 Cri~50 da Uniao Panamcricana

I!

III

Na ilha de zeuba, a·E spanhola naquela epoca, uma sublcvacao

de escravos se t '[: ru;S"formoll nos anos 1868-1878 em revolta nacio-

nali st a. Em 1895, 0 poeta(~ Marti rctornou a luta pela indepen-

dcncia . Foi a primeira vfti~-dc-iiliia violenta repressfio por parte

dos cspanhois, A opiniao publica cstadunidcnse se comoveu. Em

1898. quando 0 navio de guerra U SS M a rin e foi nfundado no porto

de Havana, os Estados Uniclos dccla raram guerra a Espanha.

"Nunca houve na Amer ica Lat ina, desde a independencia , um

assunlo que exigisse mais conhecimenlos, que obrigasse a rnais

vigil fmcia, que demandasse um exame mais claro e minucioso,que 0 convite teilo pelos Estados Unidos, poderosos, transbor-

danles de produlos nao vendaveis e determinados a estender

sua dominacao na America, as nacoes menos poderosas, vinc~-ladas pelo l ivre comercio aos povos europeus, para construi r

uma alianca conlra a Europa e chegar a tralados com 0 reslo domundo. A America Espanhola soube livrar-se da Uraniada Espa-nha; agora, depois de haver leito um exame juridico dos ~nl~ce-

dentes, as causas e os falores do convite, e urgenle declarar,

,,

America Lal ina no seculo XX 37

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porque essa e a verdade, que tern cheqado a momenta para aAmerica Espanhola de dsclarar sua segunda indepsndencia."

Fon!e: Jose Marli, Cronica da ptimolr« conterencts intemecionst americana,1889_

Em 10 de dezembro de 1898, 0 Tratado de Paris reconhecia a

independencia de Cuba ao ruesmo tempo em que cedia <iOS Estados

Unidos as ilhas de Porto Rico, Guam e Filipinas, Apesar disso,

Cuba Ioi ocupada pelos Estados Unidos ate 1903, data em que se

fir-moll um tratado que autorizava a intervencao dos marines para

restabe lecer a ordern em 'caso necessaria. Tal intencao, conhecida

pelo nome dedfn~; ro i incorporada p os te ri or me ru e 1 1cons-,

ti tuici io cubans durante tri n ra anos, Isso perrni Iit! a T heodore R oo-

sevelt cnviar t ropas em 1906 a Cuba que pcr rnaneccram a te 1 90 9.

o presiden te Theodore: Roosevelt, ern J 904, ha vi a acresceruado

1 \ Dout rina Monroe lim coroldrio que justificnva a politica de forca

~ ' ? f ! L , § / ! j : ! i 2 a sec levada a cabo em toda America Latina. Em 1903,

havia favorecido tnmbern a secessaodo Panam,l da Colombia e ob-

reve do novo Estado, assim criado, urna conccssiio P , 1 I ' ; 1 construir 0

canal, e urna franja e l l : tcrrirorio de 15 krn d e la rg ur n do Oceano

Pacifico ao M ar do Caribe, 0 ca nal foi inaugurado e m 1914.

o corolario Roosevelt acrescentndo 11doutrina Monroe

"A incapacidade perrnanente o 0 comportamenlo err6neo cons-

tanto de um governo, cuja consequencla se]a a cissolucao gene-

ral lzada dos vinculos que formam tOdt! scciednde civilizada, re-

quer, na America como ern qualquor outre lugar, a in l8rvenc;:ao

de urna nacao que possua esse caratsr: 0 rato de que, no ambi-

to do Hamlsferio Ocidantat, as Estados Unidos so sintarn com-

prometidos com isso pela Doulrina Monroe, poderia obriga.lo,

a incla que contra sua vontado, a axercer 0 papel de gendarme docont inents naqueles casas f iagmntes de incapacidade ou com-portamen ta irrespons avo I."

Fonte: Presidenle Theodore Roosevelt. 6 de cezernoro de 190il .

38 Olivier Oabene

... e sua apllcacao ern Cuba no ambito cia emenda Platt

"Estou tae enfadado com essa pequena e infernal republica de

Cuba que gestaria que losse apagada dos mapa~. TUd~ a que

queremos deles e que se compor tem bern, que ~eJam pr~sper~s

e felizes, de maneir a que nao tenhamos necesstdade de !nle~lr .

E agora, parece que iniciaram uma revol~c;:a~ complel,amente In-

jus ificavel e inutil e as coisas tornar- se-ao tao comp"ca.das 9ue

nos veremos obrigados a intervir - 0que convencera de irnediato

a todos as ldlotas suspicazes da America do Sui que, dopois de

ludo, eo que queriamos."

Fonte: PrcsidenteTheodore Roosevelt, 1906.

o irn pe ria lisrno estad un id en se se rnanifestou d ur an te e st es (\110S

em outros Lantos pulses. Depois do pres idente Roosevelt (1901-

1909), William Howard Taft (1909-1913) inaugurou a d i J / o / I J ( I _ q _ 0do dolar, mais preocupada com a defesa dos i ruercsses ec nornicos.

Para os'pcq llenos parses c ia America Central e cia Caribc , a diferen-

c a p as so u inadvertida, tantas forum as intervcncoes ~ l l e1933.Mi l ilOS p ai se s s e t ra ns fo !l !l ar at n ~ J ILQ.LQ t: :; .! 9y ac lo .~ :~mce ir os ~

tac!t;nidcnses.· A ssirn , e m '1905, u rn t ra ra do I ir rn ad o com a Reptibl i-

~-D~'lllini-cana permitiu aos Estados Unidos tamar a controle dos

dircitos de aduuna desse pals ate 1941. 0 Haiti conheccu a mesilla

sorte en Ire 1915 e 1934. Em 1920, 0 Nationa! City Balik controluva

<ISfin;l!1~ilS publicus c lo pai s.

Intervcncfics ou ocupnrocs militarcs dos Estados Uniclos

C '1 (l89S 1931)111 Alllerica Central c 110 arrue - -Cuba 1 8 S lS - 1 90 2 , 1 9 06 -1 9 19 , 1 9 12 , 1 9 17 ·1 9 22

Guatemala 1920

H a i ti 1915-1934

Honduras 1903,1907,1911,1912,1924,1925

Mexico 1914,1916-1917

Nicnragua 1909-1910,1912-1925,1926-1933

P a n a r n r i 1903

P or to R ic o 1898

Rcp ll b li c n Dom in i ca n a 1903,1904,1905,1912,1916-ln4

America Lat ina no secuio XX 39

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5 A revoluciio mexicana

Com a rcvolucao m exicana, a America Latina e 0 mundo intei-

ro sofre rarn, em 1910, lima grande cornocao . 0carater propriarnen.

te explosivo dos problemas destc continente apareceu repentina-

mente II luz.

Tcmos charnado a atcncao para 0 processo de concentracao de

tcrras, dccorrcntc das reforrnas de Porffrio Dlaz. Segundo certas

avaliacoes, 80% dos camponcscs nao tinharn terms em 1910; se-

gUIl(I~outros calculos, 95%. Quasc todos se convertiam em pecks

rcduzidos H urn est ado de vassalagcm nas grandcs fazendas com SlI-

ias famosas vcndas (Iielldas de raya), nas quais se endividavam pori toda a v id a.

. ~ore:n, de f:1I0, 0 conjunto da socicdade estava al terado por rei -

vllld~cac;?~s m a rs ~ .~ m.enos radicais: As £'!l!!mL~~._medill...cuja ex -

pansao 1 0 1 conscqucnc ia da modcrnizacao, se opunham ao imobi-

l ismo do regime autoriuirio, A crisc cconornica dos anos 1907-1911

frcou sua asccIJsao soc ial e os obrigou a questionar a legiti rnidade

do pOI:/irialo-lAo mesmo tempo, surgiu lima c1asse trabalhadora

. q ue rapidamcntc se organizou c fez frente ao regime,' Em 1907, urna

grevc nos centres tcxteis foi violcntarncntc reprirnida, provocando a

rn or tc d e d uz cn to s t ra ba lh nd or es . A o po sic ao da c lasse t r aba lhado ra

ao regime assim como aos invcstidorcs cxtcruos, se cxacerbou. In-

c1usi~e .ccrtos se.tores d.n burgucsia haviam padccido algurn reyes

CCOIlOl1llCO e p cd ia m sa tisfu clio a P or flr io Dfaz, Grandes in te l ec tua i s

c om cca ra m a af asta r- sc do po si ti vi smo do rn in an te at e enrao. Uma

gcn~~a~, 0 grupo de A tc nc u, r om pi a com 0 regime dos cientificns,

~ s, r rmuos Flores ~:lg6I1, 110 partido liberal e no jornal Regenera-c/O:r, rnostrarum afinidadc corn 0 anarquismo. Ern 1909 se publicou

a liv ro de Andres Molina Enriquez, Los grandes problemas nacio-

nales, que analisava a situacilo do Mexico rural .

Aproximundo-sc as c1ci~oes de 1910, um grande fazendeiro,

~ranclsco Ind.alecio~ to mo u a in ic iativ a de exigir eleicoes

Iimpas. Sell livro de 1908, int itulado La succsion presidenclal de

1910, tcve grande exito. Ao cria r lim partido cont rario 11 . reeleicao,

se c~nvcrtcll em arncaca para 0 regime, foi preso e Porffrio Diaz,rcelcito.

40 Olivier Dabcno

men rm per

Como resul tado de nosso trabalho, podemos logicamente dedu-

zlr as seguintes conclosoas:

(1) Nossa Guerra de lndependencia, e a que sustentamos com

Napoleao III, nos legaram a praga do mililar ismo. (2) Ao milita-

rismo devemos a Diladura do General Diaz que tem durado mais

de trinta anos. ( 3) Esta ditadura restabeleceu a ordem e a paz, 0

que tem permltido que chegue livremente a nosso pais a onda

de progresso material que invade 0 mundo c iv il izado desde

meados do ultimo seculo. (4) Em troca, este regime de governo

tem modif icado profundamente 0 carater do povo mexicano,

pols, ocupado unicamente com seu progresso materia l, esquece

seus grandes devores para com a Patria, (5) Se a rigor po deadmitir-se que a Ditadura do General Diaz tem sido benefica, in-

discutivelmente ser ia funesto para 0 pais que 0 atual regime de

governo se prolongasso com seu imediato sucessor , por que nos

acarr etaria a anarquia ou a decadencia, e ambas poriam em pe-

rigo nossa vida como nayao independente. ( 6) Tudo faz crer que

se as coisas seguem em tal estado, 0 General Diaz. seja por

conviccao ou por condesconder com seus amigos, norneara co-

mo sucessor a lgum deles, 0 que melhor possa seguir sua pol it i-

ca, com 0 que Iicara estabelecido de modo definit ivo 0 reg ime de

poder absoluto. (7) Buscar uma rnudanca por meio das armas

ser ia agravar nossa s l tuacao interior, prolongar a era do milita-

r ismo e atralr -nos graves compllcacces internacionais. (8) 0 unl -

co meio de evitar que a Republica va a esse abismo, a fazer um

eslorco entre todos os bons mexicanos para organizar- nos em

partidos politicos, a fim de que a vontade nacional esteja devi-

damente representada e possa fazer-se respeitar na proxima

contenda eleitoral, (9) 0 que melhor interpreta as tendencias

atuais da NSyao 0 0 que propomos: "0 Partido Antireeleicionista"

com seus principios fundamentais:

LlBERDADE DE SUFRAGIO

NAO REELEIQAO.

(10) Se 0General Diaz nao poe obstaculos nem permite que os

ponham os membros de seu Governo para a livre manltestacao

da vontade nacional, e se constitui em severo guardiao da lei, se

tera assegurado a transtor rnacao do Mexico, sem bruscas sacu-

didas; 0 porvlr da Republi ca estara assegurado, e 0General Diaz

reeleito l ivre mente ou rotirado a vida pr ivada, sera um de nossos

mais grandes homens. (11) Quando 0 Partido Antireeleicionista

esteja vigorosamente organizado, sera muito conveniente que

procure uma transacao com 0 General Diaz para fusionar as

candidaturas. de modo que p General Diaz seguisse Presidente,

Amorica Lat ina no seculo XX 41

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porern, 0 Vtce-presidente, e parte das Carnaras e dos Governa-dores dos Estados, seriam do Partido Antireeleicionista. Sobre-tudo se estipularia quo em seguida houvesse Liberdade de Su-

fragio e. se possivel fosse desde logo. se conviria em reformar aConstituir;:aono sonlido de nao reeleir;:ao.(12) No caso em que 0

General Diaz se obstinasse em nao fazer nenhuma transacao

com a vontade naclonal, sera preciso resolver-se a lutar aberta-

mente contra as candidaturas oficiais. (13) Esta luta despertara 0

povo e seus estorcos asssqurarao, em urn futuro nao longinquo.

a reivindicar;:aode seus direitos. (14) 0 Partido Antireeleicionistatern grandes possibilidades de triunfar desde jil . pois ninguemsabe do que e capaz urn povo quando luta por sua liberdade.senao quando com surpresa se ve 0 resultado. (15) Ainda no ca-

so de uma derrota, como 0 Partido Antireeleicionista estara cons-tituido por elemento independente selecionado, e tera presligio

por haver tido 0 valor de lutar contra a Ditadura. chegara a exer-

cer uma influencia dominante em nosso pais. pelo menos quan-

do desaparecer 0General Diaz. (16) Por ultimo. a Patria esta emperigo e para salva-la e necessario 0 estorco de todos os bonsmexicanos.

Fonte: Francisco Madero, La sucesi6n Presidencial en 1910, Mexico. Edicio-

nes de la Secretaria de Hacienda, 1960.

Em 5 de outubro de 1910. M adero l an ca va s eu plano de ~~o

b J! i_ ? ; d~ .. P o to si . p rimei ro mani fe st o revolucionario, T ratava -se de

urn prog ram a rela tivam ente m odera do, op osto no pa rtido libera l.

q ue p re vi a 0 estabelecimcnto de urn regime rcprcsentativo, porem,

com p ou ca s r cf orma s c st ru tu ra is c om v is ta s a pa r fim ~ situ ac iio d os

pcocs mexicanos. Em 20 de novcm bro de 1910. M adero chamava a

revoluciio, Os dirigentcs camponeses do norte do pais. P ac uu l ..

Orozco e Francisco. chamado "Pancho" Villa. e do sui. E milian o .

Zapata. se sublevaram de maneira que. em m aio de 1911. 0 velho

d it ad or D fa z a ba nd on av a 0 poder. Em 12 d e setembro de 1911 se

organizara m nov as eleicoc s pre side ncia is na s qua is M ade ro ga nhoucom faci l id ade,

A revolucno parecia ter chegado ao fim . Porern, de fato niio ha-

via feito m ais q ue c om ccar. O s partidtirios de M ade ro, e m prim eiro

lugar, estavarn clivid idos, e a cria ~ao de urn part ido con st i tu c iona l

progressista pelo novo Presidente niio fez rnais que cxacerbar as

42 Olivier Dabene

tc nsoes. O s d irig ente s c arnpo neses, em segundo luga r, se indig na-

nun pela decisiio de M adero de disso lver os exercitos rcvoluciona-

rios e na o 0 exercito federal. q ue h av ia s id e v en ci do . Sobretudo,

Madero nlto foi capaz de cumprir as promessas de reforma agraria

tim idamente contcmpladas no plano de Sao Luis de Potosi. Sua

vontade de in st au ra r uma d em oc ra ci a p arl arn en ta r m od er ad a nao

respondia as necessidades do M exico do mom ento. Em novembro

de 1911, Z apata lancava sell plnno de t\Y!lI;!, segun do m anife sto re-

volucionarlo, m ulto crftico a M adero e que anunciava a intencao

dos cam poneses de apropriar-se das terras que lhes haviarn side to-

m adas, E nquanto Zapata rctornava sua lura contra 0 e xe rc it o f ed e-

ral, a agitaclio se cstendeu tam bem entre os trabalhadores. A lern

disso, a decisao do Presidente de aum entar os im postos das ativida-

des extraciio de petr61eo 1he atraiu a oposicao das cornpanhias es-

tra ng ei ra s e . p orta nt o, d os E st ad os U ni do s.Em fevereiro de 1913. ao terrnino de uma " se rn an a t ra gi ca '' e

com 0 a po io d o e rn ba ix ad or d os E st ad os U nid os, o ,~ e!.~ ~_ !: I~ _e !t ]i'·

m andou assassinar M adero e tom ou 0 poder. S ua tentativa de re sta-

belccer a ordcm porfirista por meio do terror in radicalizar nova-

mente a revolta carnponesa.

A resistencia ao regim e 51! organizou rapidarn ente e m va rie s

p 6lo s. N o n orte , l~i1C11oVfUne seu exer ci to de mercenaries, em sua

maioria carnponcsessern t rabalho, tomaram 0 co~!rQ!~ dq_~do de

C hihuahua. No Estado vizinho de Sonora, . !f !. Y .' II :o.Ob r eg on, l im

call1pol}§~_rico. 0 imitou. No su dcstc, no E stad o de M orclo s, Erni-

linnc {Z apai~ reuniu ca mpo ncscs de sejo sos de recup erar suus terra s

em um ··cx~;·C il() libcrtador do sul. Porem , 'no norte, no E stado de

Coahuila, urn grande fazendeiro soub.c ag~ lp ar sob sell mando to-

dos o s c he f cs de gu er ra . \Q_~u st ia no C .a rr an !- ~ :- nomeado governador

do estado de C oa huila par M adero. declarou em seu plano de G ua-

dalupe (m arco de 1913) nao rcconhcccr a autoridude de H uerta e sep ro cl arn av a li dc r < lo s " co nst it uc io na lis tn s" , p art id ario s c ia v olt a a

o rdem dcmocr ri t ica .

D ezcsseis m escs de guerra civil forum necessaries para que 0

ditador se retirasse do poder, em IS de julho de 1914. Durante esse

te mpo. as na coe s im perialism s disputaram 0 c on tro lc d o p et ro le o

m cxic ano . E nqua nto os eu ropeus fa ziam 0jogo de H uerta, os E sta-

A rn er lc a L a tin a n o s ec ul o X X 43

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dos U nidos Ihe m anifcstavam hostilidadc, A ssim , em .2 1 de abril de

1914. as tropa s c stad unid cnsos dcsc mbn rca ram em V erac ruz, inte r-

rornpcn do a a baste cirne nto de a rm as ~ldiladura, 0 que decidiu suasortc,

U ma vcz no poder, C arranza optou rapidarncnte po r d isso lv er 0

c xe rc it o f ed era l, p or cr n, n il o p od c c vi ta r, c om o g ra nd e Ia ze nd ci ro ,

q uc Z ap at a c Villa 0 considcrasscm como p cs so a i nd if cr cn tc , o u in -

clusive oposta i'IS r ci v ind ic a coc s da s ma ss a s camponcsas. E vcrdade

qu e 0 p la no d e Guadalupe, scm dtivida po r prudcncia, na o h av ia re-

torna do a s reforrnas co ntc rnplada s no pla no de A yala. 0 c ara tc r v io-

lcnto e im pulsivo d e V illa tornava, adernais, irnpossfvel 0 acordo

com Carranza. Em outubro de 1914, um a convcncao rcvolucionaria

rcuniu- sc ern 1\"gmiSZ11'i;ntcs> na qual C arranza scria afastado ci a\Q_~_.,.

prc sidc ncia, U ma no va rup tura a parc cc u entre con stituciona listns e

convcncionalistas. C arranza sc vi u obrigado a rcfu giar-sc em scu

Icudo dc V aracruz, cnquanto Zapata e V illa cntravarn momcntane-

am cn tc na cidadc d o M e xic o. Em dcz er nb ro , Carranza rcconhccia,

e m a nc xos ao pla no de G ua dalupe , 0 plano A yala c, portanto, a nc-

ccssidadc de um a rcform a agraria radical e tam bcm de m uduncas

s oc ia is s us cc tf vc is d e favorcccr a c la ss e t ra b al had or a,

I Em 6 d e j an e ir o de 1 91 5, C a rr an za d cc rc ta va um a importanus-

. J sim a "lei que anula todas as cxpropriacocs de tcrras, aguas e bos-

."ques p cr tc nc cn te s a o p ov o, c uj a distribuicao fo i u ma v io la ciio d as

I" disposicocs contcmpladas na lei de 2 5 de junho de 1865", prirncira

. ctapa e a m ais im portantc da rcform a agniriu m cxicana, Em sua ex-

, p osic lio de m otivos, a lei ununc ia va que rer rnodificar os model os de

Ic on cc ss ao c ia t err a q ue h av ia m p ro vo ca do "UI11 cstado d e m isc ria, de

i abjeciio e de cscruvidilo de fato, no qual essa cnorm c quanti dade de;urabalbadorcs tern vivido e vivc ainda". .

E rn fevcrciro de 1915, os anarco-sindicalistas cia C asu do Tra-

balhador M undial se uniam a C arranza c form avarn os Batalhocs

vcrmclhos que se pori am a sell se rvice para c om bater os c onve n-

cionalistas. D uran te 191 5, A lva ro O breg on consc guia vito ria s m ili-

tares decisivas sobre Pancho V illa. O s chcfes de guerra sc encon-

tra va m cn ta o rc fugiad os em se lls rc spcc tivos fe udo s c C arranz a p o -d e v ol ta r it capital.

44 Olivier Dabeno

oPrime iro Chefe da Revolucao e Encarregado do Poder Execu-

tivo axpedira e pora em vigor. durante a luta, todas as leis, dis-

posl coes e medidas encaminhadas a dar sati slayao as necessi -

clades economlcas, soc iais e polltl cas do pais, eletuando as re-

formas que a oplnlao ex ige como indispsnsavel para restabele-

cer 0 r egime que garanta a igualdade entre sl : leis aqrarlas que

tavorecam a formacao da pequena propriedade, di ssolvendo os

latifundios e ras thuindo aos povos as terras das quais Iorarn in-

jus lamenle privados: leis f iscais encaminhadas a ob ter u rn s is te -

ma equi ta tivo de impostos sobre a propr iedade; leg is laC(ao para

melhorar a condiyao do peao rural: do Irabalhador, do mineiro e,

em geral , das c lasses pro le tar las; estabelec imento da l iberdade

munic ipal como ins tituiyao cons titucional ; bases para um novo

sis tema de orqan izacao do Poder Jud ic ial Independente; tanto na

Federacao como nos Es tados; revl sao das leis relati vas ao ma-

trimonio e ao estado civ il das pessoas ; disposi y6es que garan-

tam 0 estrito cumprimento das leis de Reforma: reformas de

procedimento judicia l, com 0 prop6s ito de fazer exped ita e efet iva

a adrnlnlst racao da justica : rev isao das leis relat ivas a explorayao

de minas, pet r6 leo, aguas, bosques e c lema is recursos na lu r~ i~

do pais , e ev itar que se formem outros no futuro; r eformas poli tl-

cas que garantam a verdadeira apl icacao da Oonstltulcao da Re-

publi ca, e em geral toclas as demais leis que se estimem neces -

sar ias para assegurar a todos os habi tantes do pa is a efet iv ic lade

eo pleno gozo de seus dir ei tos, e a igualdade perante a lei .

Art igo 2. Adicoes ao P lano de Guada lupe, 12 de dezembro de 1914. Fon te :

Jesus Silva Herzog. Breve his/oria de la revotucion mexicene, Mexico, Fondo

de Cultura Economica, 1960.

U~ I - M . e s eu man if es toevo ucao eX IC 3n a: o s a o re s ,Francisco M adero Plano de San LU IS 5 d e o ut ub ro d e 1910

Reformador de POtOSI

Em iliano Zapata Plano Ayala 25 d e n ov em br o d e 1911

Rcvolucionario

V e nu st ia no C ar ra nz a P la no G ua da lu pe 26 de marco de 1913

Reformador

Emiliano Zapata Rcform as do Plano 30 de m aio de 1913

Rcvolucionario Ayala

Vcnustiano Carranza Ad i lJuOao P lano 12 d e d cz e rn b ro d e 1914

Rcformador Guadalupe

America Lat ina no seculo XX 45

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