Agroecoloxia e Agricultura Ecoloxica 2010

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 Soberanía alimentaria e agricultura ecolóxica Propostas de acción Coordinadores Xavier Simón Fernández Damián Copena Rodríguez

Transcript of Agroecoloxia e Agricultura Ecoloxica 2010

Soberana alimentaria e agricultura ecolxica Propostas de accin

Coordinadores Xavier Simn Fernndez Damin Copena Rodrguez

COMIT DE ORGANIZACINMara Dolores Domnguez Garca. Wageningen University Xavier Simn Fernndez. GIEEA. UVIGO David Prez Neira. Universidade de Sevilla. Daniel Vzquez Merns. GIEEA. UVIGO. Luca Rodrguez Amoedo. GIEEA. UVIGO. Secretario: Damin Copena Rodrguez. GIEEA. UVIGO

COMIT CIENTFICOManolo Gonzlez de Molina. Universidade Pablo Olavide. Sevilla. Jan Douwe van der Ploeg. Universidade de Wageningen. Holanda Francisco Xavier Sans. Universidade de Barcelona. Adolfo Cordero. UVIGO. Ernesto Snchez. Director do Consello Regulador da Agricultura Ecolxica de Galicia. Xavier Simn Fernndez. GIEEA. UVIGO Presidente: Santiago Javier Sarandn. Escola de Agronoma. Universidade de La Plata. Arxentina. Edita: Grupo de Investigacin en Economa Ecolxica e Agroecoloxa Deseo e maquetacin: Trculo Artes Grficas, S.A. ISBN: 978-84-614-3560-9 N rexistro: 10/89969

ndiceCONFERENCIAS PLENARIAS ................................................................................................ 9La construccin de soberana alimentaria desde la perspectiva de la agroecologa Xestin e aproveitamento dos recursos pastabeis extensivos no monte galegoXos M Eloi Villada Legaspi ................................................................................................... Eduardo Sevilla Guzmn .........................................................................................................

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Recuperacin de variedades tradicionais para agricultura ecolxicaPedro Revilla e Armando Ords ................................................................................................

La produccin caprina ecolgica en Andaluca: situacin actual y posibilidades de mejoraYolanda Mena Guerrero, Jos M Castel Gens, Francisco de A. Ruiz Morales y Jos Nahed Toral ........

SESINS .............................................................................................................................. 101 SESIN 1 ............................................................................................................................. 103O sector equino na provincia de LugoMara Prez Folgueira, Marcelino Castro Pena ............................................................................

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Proxecto silvopastoral con cabalo de pura raza galega no M.V.M.C. De Carballo(Friol)Manuel Iglesias Espio .........................................................................................................................

Producin de carne de poldro nun sistema de monte en GaliciaSantiago Crecente Campo, Teresa Moreno Lpez, M Pilar Castro Garca e Nieves Daz Daz .............

SESIN 3 ............................................................................................................................. 143Agroecoloxa e cooperacin ao desenvolvemento. Soberana alimentar como nexo de unin entre os pobosEva Gil Rodrguez, Fernanda Couago Otero ..............................................................................

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Transicin agroecolgica para la sobrevivencia realizada por campesinas en una zona de conflicto armado en ColombiaSonia Irene Crdenas Sols .....................................................................................................

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Centro de Educacin Ambiental As Corcerizas: exemplo de desenvolvemento sustentableAnala Moares Lameiro e Paula Vidal Abalo ...............................................................................

Alianzas pola soberana alimentar: a experiencia da ISAP na GalizaXos M Garca Villaverde .......................................................................................................

SESIN 4 ............................................................................................................................. 187ENTRE HORTAS: As hortas de Belvs: recuperar usos, rendibilizar espazosElvira Cienfuegos Lpez ..........................................................................................................

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A horta ecolxica como recurso didctico nas escolas viguesasTeresa Gonzlez Sanz .............................................................................................................

O papel da horticultura urbana sustentable ante o declive do petrleo. A experiencia de CulleredoCarlos Traviesas Sampedro, Pedro Rocha, Xabier Vzquez Pumario e Ruth Carams Blanco ...........

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Horticultura urbana en Galicia, orixes, valores e situacin actualFtima Silva, Ramn Paz ........................................................................................................

SESIN 5 ............................................................................................................................. 223Capital social e estrutura de oportunidades no proceso xerado pola cooperativa Monte CabalarF. Barreiro Carracedo, J.I. Romar Corts .....................................................................................

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Raa Lupa de Quilmas; como un movemento social pde-se proxectar nunha alternativa contra a destrucin do territorioXos Manuel Casais Gonzlez, Luca Ferreira Fernndez, Adela Figueroa Panisse ............................

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A chamada da terra. Asociacin A Hortia da Ponte

Aurora Calvio, Julio Morales, Elena Antelo, Isidro Peleteiro, Mara Grao, Toms Ferreiro, Israel Ferreiro e Adrin Mosquera .............................................................................................

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Nuevas realidades en el medio rural: experiencias comunitarias agroecolgicasFrancisca Ruiz Escudero .........................................................................................................

Sendas para el desarrollo de un sistema agroalimentario alternativoPaul Swagemakers, Lola Domnguez Garca y Xavier Simn Fernndez ..........................................

SESIN 6 ............................................................................................................................. 283Reforma Agrria e agroecoloxa en Brasil: a experincia do grupo gestor do arroz orgnico em assentamentos da Regio metropolitana de Porto AlegreLuis Alejandro Lasso Gutirrez, Paulo Freire Vieira ......................................................................

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Agroecologia: a construo do saber atravs do exerccio da inter e transdiciplinaridade

Luis Alejandro Lasso Gutirrez, Fernanda Savicki de Almeida e Clarilton Edzard Davoine Cardoso Ribas ....................................................................................

297

Agroecologia: o ensino de ps-graduao vinculado aos camponeses e luta pela reforma agrriaClarilton Edzard Davoine Cardoso Ribas, Fernanda Savicki de Almeida e Aline Korosue ...................

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Las aulas de Agroecologa como herramienta de investigacin participativaRubn Snchez Cceres .........................................................................................................

La contribucin de los procesos de construccin de conocimiento agroecolgico a las transiciones hacia la sostenibilidad de la agriculturaFlvia Charo Marques, Dcio Cotrim, Fbio Kessler Dal Soglio ....................................................

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SESIN 7 ............................................................................................................................. 351O pastoreo mellora o perfil de cidos graxos do leite e fai as explotacins mis sostibles e competitivasA. I. Roca Fernndez, E. A. Gonzlez Rodrguez ...........................................................................

353

Rendibilidade da producin de leite ecolxico: unha alternativa fronte evolucin do sector lcteoYann Pouliquen .....................................................................................................................

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Estatus mineral en gando vacn de carne en sistemas de producin ecolxica en Galiza. Comparacin con sistemas convencionais e intensivosM. Lpez Alonso, I. Blanco Penedo, M. Miranda, C. Castillo, J. Hernndez, J.L. Benedito ...................

385 399

Situacin y evolucin de la ganadera ecolgica en Espaa y en GaliciaI. Garca Lara, E. Snchez Salgado ...........................................................................................

SESIN 8 ............................................................................................................................. 421O papel do sistema informal de sementes na manuteno da biodiversidade agrcola local no municpio de Guaraciaba - SC.Renata Gomes Rodrigues ........................................................................................................

423 439

Potencial de nabizas e grelos na agricultura ecolxica: uso das variedades locaisMargarita Lema, Mara Elena Cartea, Pilar Soengas, Pablo Velasco e Marta Francisco ....................

Aportes do conhecimento tradicional aplicado ao sistema de corte e queima no assentamento rural Timbaba em So Mateus do MaranhoMerval Ribeiro da Silva Filho, Altamiro Sousa de Lima Ferraz Jr. ...................................................

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Resgate, uso e comprovao do potencial teraputico de plantas como ferramenta para a promoo da sade no assentamento Domingos de Carvalho, Planalto Norte de Santa Catarina - BrasilSusi Mara Freddi, Marcelo Maraschin .......................................................................................

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SESIN 9 ............................................................................................................................. 485Pan do Mar. Una experiencia de aplicacin de los postulados de la cultura ecolgica en la industria de conservas de pescadoEduardo Drmer .....................................................................................................................

487

Do fumo s plantas medicinais, aromticas e condimentares: Possibilidades e desafios de uma reconverso produtiva de base agroecolgica em Assentamento de Reforma AgrriaFernanda Savicki de Almeida, Clarilton Edzard Davoine Cardoso Ribas ..........................................

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Lirio Jos Reichert, Joo Armando Dessimon Machado, Mamen Cuellar Padilla, Mrio Conill Gomes ..........................................................................................................

Compreendendo a tomada de deciso de produtores de batata em transio agroecolgica no municpio de So Loureno do Sul/RS

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A transio construccin de monocultivos de caf em sistemas agroforestais no Estado do Esprito Santo, BrasilEduardo Ferreira Sales ...........................................................................................................

525

SESIN 10 ........................................................................................................................... 543Cesta fresca: experiencias de venta directa de productos alimenticios en PontevedraAnta Puentes Corral ..............................................................................................................

545 553

Canales cortos de comercializacinSilvia Doneddu, Eva Torremocha ..............................................................................................

Men-Vi: El primer paso hacia la transicin alimentaria del Campus Nord de la Universidad Politcnica de CataluaDiego Alba Fraga, Lus Miguel Campos Rodrigues ......................................................................

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SESIN 11 ........................................................................................................................... 583OVICA, 15 anos na defensa do sector ovino e caprino galegoJoan Alibs Biosca .................................................................................................................

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A reserva da biosfera rea de Allariz como marco axeitado para o desenvolvemento de proxectos agroecolxicos no medio ruralXos Manuel Romero Rodrguez ...............................................................................................

591

SESIN 12 ........................................................................................................................... 599Ensaios comparativos de distintos tratamentos ecolxicos para o control da mera da patacaYann Pouliquen, David Velo Vidal .............................................................................................

601 613

Avaliacin socioeconmica da xestin sostible de especies invasoras: unha revisinJ. Touza, M.L. Chas Amil, X. Doldn Garca, K. Dehnen-Schmutz ...................................................

Control de malas hierbas en produccin ecolgica de forrajes: cultivos alelopticosLorena lvarez-Iglesias, Carolina G. Puig, Alberto Mudarra, Manuel J. Reigosa, Nuria Pedrol ............

629

SESIN 13 ........................................................................................................................... 645As UXFOR, ferramentas para a vertebracin territorial e social dos montes galegosXabier Brua Garca - Manuel F. Marey Prez .............................................................................

647 663 677

Usos sociais e ambientais dos montes veciais: defensa da terra e xeracin de empregoXos Alfredo Pereira Martnez ..................................................................................................

As paisaxes culturais galegas. Perspectivas actuais de conservacin e xestinMara Silvia Calvo Iglesias, Ramn Alberto Daz Varela, Gonzalo Mndez Martnez ..........................

SESIN 14 ........................................................................................................................... 693O millo tradicional e os produtos derivados. Procesado, elaboracin e conservacinArsenio Landa, Pedro Revilla e Rosana Malvar ...........................................................................

695 709 713

Rexurdir do millo corvo. Testemua dunha tradicinAsociacin Cultural Meiro .......................................................................................................

Breve estudo sobre o pan tradicional elaborado na provincia de LugoMara Prez Folgueira e Marcelino Castro Pena ..........................................................................

SESIN 15 ........................................................................................................................... 731A experiencia da comercializacin de produtos ecolxicos desde A Cova da Terra (Lugo)Xabier Brua Garca, Clara Raposo Gonzlez .............................................................................

733 747 761 793

Dimensin socio-poltica y econmica de las cooperativas de consumo ecolgicoPatricia Homs, Santiago Lpez Petit .........................................................................................

Novos sistemas de adquisicin de alimentos: unha proposta de clasificacinXavier Simn Fernndez, Damin Coperna Rodrguez, Luca Amoedo Rodrguez ..............................

Reflexiones polticas desde y sobre las cooperativas agrocolgica andaluzasD. Prez Neira, D. Vzquez Merns, I. Vert i Carb y P. Saravia Ramos ...........................................

POSTERS ............................................................................................................................. 813Efecto de periodos cortos de descanso del pastoreo sobre el suelo en dehesas de Quercus ilex subsp. ballota

F. Moreno Elcure, M.D. Carbonero Muoz, A. Garca Moreno, J.R. Leal Murillo, M.T. Hidalgo Fernndez y P. Fernndez Rebollo ...........................................................................

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La poltica agrcola actual venezolana: desarrollo endgeno, agroecologa y soberana alimentaria (desde un estudio de caso)Yolanda Molina Garca ............................................................................................................

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Susi Mara Freddi, Renata Gomes Rodrigues, Prof. Dr. Clarilton E.D.C. Ribas, Guilherme Ribeiro Gomes ........................................................................................................

Cidades produzindo alimentos: uma nova perspectiva para a Segurana e Soberania Alimentar no meio urbano

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Nova Lei de certificao de orgnicos do Brasil. Estudo de caso: Sua aplicao e os reflexos sobre a comercializao dos produtos do Sitio Capororoca em feiras ecolgicas de Porto Alegre - Rio Grande do SulAri Henrique Uriartt, Xavier Simn Fernndez, Sonia Regina de Mello Pereira, Silvana Bohrer ...........

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Caracterizacin agronmica y cianognica de poblaciones naturales de trbol blanco y trbol violeta recolectadas en la Cordillera CantbricaJ.E. Lpez Daz, E. Gonzlez Arrez, J.A. Oliveira Prendes y O. P. Vzquez Yez ...............................

865

Efecto de la aplicacin y la naturaleza de la materia orgnica en la recuperacin de suelos afectados por procesos de salinidad

Annia Mederos Molina, Rosa Orellana, Felipe Bastida, Mara Teresa Hernndez y Carlos Garca Izquierdo ..........................................................................................................

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Efecto del tipo de fertilizacin en las emisiones de xido nitroso en praderas de bajo manejo de pastoreoD. Bez, A. Louro, M.I. Garca, J. Valladares ...............................................................................

905 913 925 937 953 961 979 997 1007 1013 1021 1037 1049

Extrativismo da Juara (Euterpe oleracea Mart. Arecaceae) e a promoo de renda, estudo de caso do municpio de Morros/MA Experiencia piloto de un huerto escolar ecolgico en un colegio de educacin infantil y primaria en la provincia de Pontevedra Buscando nuevos bioherbicidas para la agricultura ecolgica

Laura Rosa Costa Oliveira, Horcio Antunes de SantAna Jnior ...................................................

L. Martnez-Nez, M.J. Valcrce, P. Casal, PP. Gallego, L. Hermida ............................................... Carolina G. Puig, Noem Fernndez, Rubn Forjn, Alberto Garabatos, Luis Iglesias, Lorena lvarez-Iglesias, Adela Snchez-Moreiras, Manuel J. Reigosa, Nuria Pedrol .........................

Producin de hbridos de millo forraxeiro en cultivo ecolxico Qu tipo de vaca elixir para qu tipo de sistema leiteiro?

Ana Beln Monteagudo, Laura Campo, Beln Salleres, Jess Moreno-Gonzlez ............................... A.I. Roca Fernndez, L. Delaby, A. Gonzlez Rodrguez, M. E. Lpez Mosquera e Y. Gallard ...............

Marcia Neves Guelber Sales ....................................................................................................

Trator de galinhas. Resgatando o lugar da avicultura camponesa

Capacidad de sumidero de carbono de suelos de dehesas con Quercus ilex L. ssp. ballota (Desf.) Sanp y la sostenibilidad de los sistemas agroforestales tradicionales Estudio de la aptitud fermentativa en estado slido del madroo para la obtencin de aguardiente

LA. Daz Jaimes, L. Parras Alcntara, P. Fernndez Rebollo, B. Lozano Garca y MD. Carbonero .........

E. Alonso, J. Varasa, A. Torrado, L.M. Pastrana, N. Prez ..............................................................

Evaluacin de la produccin y calidad nutritiva de hbridos de maz forrajero en dos sistemas de produccin: convencional y ecolgico El caso de la memoria biocultural de la tomtiga de ramellet

L. Campo Ramrez, A. Monteagudo Diz y J. Moreno-Gonzlez ........................................................

Aina Socies Fiol ..................................................................................................................... M.I. Garca Pomar, J. Castro Insua, D. Bez Bernal, T. Dagnac, J. Lpez, M. Garca Chao ..................

Estudio do grao de contaminacin das augas en zonas gandeiras de vacn de leite en Galicia Inovao tecnolgica na cadeia produtiva da CASTANHA DE CAJU

C. Cmara Neto, I.C. Cmara e D.S. Fernandes .........................................................................

VISITAS DE CAMPO.............................................................................................................. 1057 CONCLUSINS ..................................................................................................................... 1067

Soberana alimentaria e agricultura ecolxica Conferencias plenarias

LA CONSTRUCCIN DE SOBERANA ALIMENTARIA DESDE LA PERSPECTIVA DE LA AGROECOLOGAEduardo Sevilla Guzmn

I. Nota introductoria.Hace casi veinte aos se inici en la Universidad de Crdoba (Espaa) un Programa de Doctorado en Agroecologa; seguido, media dcada despus, de una Maestra dirigida especficamente a Latinoamrica1. El grupo de personas que iniciamos aquella docencia para la investigacin hemos permanecido (articulados por dicha docencia) intercambiando nuestros trabajos, y debatiendo sobre ellos, desde entonces llegando a generar, en mi opinin, un enfoque especfico, que me satisface intentar presentar aqu, proponiendo incorporar la soberana alimentaria a las races de la Agroecologa en su conformacin histrica; tanto desde el pensamiento cientfico como desde el pensamiento y la praxis popular: local, campesina e indgena.

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Dicha Maestra est coordinada con el citado Programa de Doctorado del Instituto de Sociologa y Estudios Campesinos (ISEC) de la Universidad de Crdoba, aunque impartida desde la Universidad Internacional de Andaluca, habiendo surgido de la colaboracin del Consorcio Latinoamericano de Agroecologa y Desarrollo (CLADES) y la Asociacin Latinoamericana de Educacin Agrcola Superior (ALEAS) con el ISEC. Una buena parte de los profesores iniciadores de ambas experiencias son latinoamericanos como: Miguel Angel Altieri (University of California. Berkeley); Roberto Garca Trujillo (Universidad de Crdoba); Steve Gliessman (University of California, Santa Cruz); Victor Manuel Toledo (Centro de Ecologa de la U.N.A.M.-Mxico); Alba Gonzlez Jcome (Universidad Iberoamericana de Mexico); Maruja Salas (Universiteit Nijmegen); y Enrique Leff Zimmerman (Coordinador de la Red de Formacin Ambiental del Programa de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente PNUMA) Aunque otros procedisemos de Europa y USA, nuestro trabajo se centraba prioritariamente en Latinoamrica, como es el caso de Joan Martnez Alier (Universidad Autnoma de Barcelona); Manuel Gonzlez de Molina (Universidad de Granada. Investigador del ISEC); Jan Douwe van der Ploeg (Agricultural University of Wageningen); Peter Rosset (University of California, Berkeley); Hermann J. Tillman (Universidad de Hohenheim); Graham Woodgate (Wye College, University of London); Stephan Rist (Universidad de Berna, Suiza en la actualidad, aunque por entonces en AGRUCO, Universidad Mayor de San Simn Cochabamba, Bolivia); Xavier Simon (Universidad de Vigo) y Toms Rodrguez Villasante (Universidad Complutense de Madrid), entre otros. Las diez maestras hasta ahora desarrolladas (que ha supuesto la realizacin de ms de 100 investigaciones a campo, con al menos dos aos de duracin, en ms de quince pases latinoamericanos). Las dos ltimos ediciones (ya como Programa Oficial de Postgrado) se han adaptado al nuevo Espacio europeo de Bolonia; por lo que el Master constituye el ao previo al Doctorado, que ha recibido la calificacin de Doctorado de Calidad en todas las convocatorias desde la aparicin de este grado de Excelencia en el Estado espaol, en 1997 hasta 2008.

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Eduardo Sevilla Guzmn

Como consecuencia de un trabajo de campo de diez aos de acompaamiento a grupos de jornaleros andaluces (que se autodenominaban campesinos sin tierra y que, all por la segunda mitad de los 70s de la pasada centuria, iniciaron un proceso de lucha reivindicativa de una Reforma Agraria para Andaluca) llegamos a sistematizar sus formas de articulacin de naturaleza participativa, encontrando metodologas sociolgicas que facilitaran tales acciones. El paso siguiente fue aplicar tal estrategia participativa a las formas de rescate del manejo histrico local de los recursos naturales en los diferentes agroecosistemas a los que accedan mediante la toma de tierras, a travs de usurpaciones pacficas en terrenos pblicos o en latifundios desaprovechados (Cf. el Manual de Agroecologa del ISEC, que surgi de aquella experiencia acadmico/militante: Guzmn Casado, Gloria; Manuel Gonzlez de Molina y Eduardo Sevilla, 2000: 11-18 y 529-235). Fue mediante este proceso de interaccin, entre nuestro conocimiento2 y el conocimiento local3, que llegamos a comprender la naturaleza pluriepistemolgica (articulacin de lo cientfico con lo popular) de la Agroecologa. Desde esta tradicin, la Agroecologa fue definida, all por 19954, como consecuencia del apoyo emprico obtenido durante el periodo arriba sealado como el manejo ecolgico de los recursos naturales a travs de formas de accin social colectiva para el establecimiento de sistemas de control participativo y democrtico, en los mbitos de la produccin y circulacin. La estrategia terica y metodolgica as elaborada tendr, adems; por un lado, una naturaleza sistmica y un enfoque holstico, ya que tales formas de manejo habrn de frenar selectivamente el desarrollo actual de las fuerzas productivas para contener las formas degradantes de produccin y consumo que han generado la crisis ecolgica. Y, por otro lado, tal necesario manejo ecolgico de los recursos naturales, tendr igualmente, una fuerte dimensin local como portadora de un potencial endgeno, que, a travs del conocimiento campesino (local o indgena, all donde pueda an existir), permita la potenciacin de la biodiversidad ecolgica y sociocultural y el diseo de sistemas de agricultura sostenible. Comprendimos as que la forma de crear conocimiento (es decir, la epistemologa) de la Agroecologa surga de la generacin de contenidos a travs de una praxis compartida que, a efectos analticos, poda diversificarse en tres dimensiones: una primera, ecolgica y tcnico-agronmica; una segunda dimensin socioeconmica o de transformacin local, con un fuerte contenido endgeno; y una tercera dimensin sociocultural y poltica.

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El grupo de persones que realizamos el proceso de acompaamiento (de 1977 hasta el 2000, aproximadamente) desde el Instituto de Sociologa y Estudios Campesinos (ISEC) de la Universidad de Crdoba ramos ingenieros agrnomos, socilogos e historiadores, fundamentalmente. El movimiento jornalero se nucleaba en torno al Sindicato de Obreros del Campo (SOC, hoy parte de Va Campesina), aunque junto a los referidos sin tierra, se unieron pronto pequeos agricultores de naturaleza campesina. Texto reproducido en E. Sevilla Guzmn (2006b: 221-248: 223)

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La construccin de soberana alimentaria desde la perspectiva de la agroecologa

Cuanto sigue5 es un intento de caracterizar la Agroecologa mostrando su similaridad con el concepto de Soberana Alimentaria; proponiendo la necesidad de incorporarlo a sus races epistemolgicas. Para ello, se nos presenta como imprescindible comenzar por definir ste enfoque transdisciplinar desde su epistemologa: es decir, tanto desde la ciencia (diferenciando analticamente las tres dimensiones antes sealadas); como desde la sabidura local campesina o indgena (apartado II) o como lo que entendemos por su construccin popular (desde los movimientos sociales agrarios: apartado III). En el apartado IV consideramos especificaremos las races epistemolgicas de la agroecologa; para finalizar con la referida propuesta respecto a la Soberana Alimentaria.

II. Sobre la epistemologa en las dimensiones de la agroecologa.Aunque la Agroecologa parta de una exploracin ecolgica, al buscar una artificializacin ecocompatible de la naturaleza para obtener alimentos, y comience su anlisis en la finca o ecosistema predial; desde ella, se pretende entender las mltiples formas de dependencia que el funcionamiento actual de la poltica, la economa y la sociedad genera sobre los agricultores. Pero adems, la Agroecologa considera como central la matriz comunitaria en que se inserta el agricultor; es decir la matriz sociocultural que dota de una praxis intelectual y poltica a su identidad local y a su red de relaciones sociales. La transicin en finca, de agricultura convencional a agricultura sustentable, no es agroecolgica sin el desarrolla de un contexto sociocultural y poltico del que partan propuestas colectivas que transformen las formas de dependencia anteriormente sealadas. Los sistemas de conocimiento local, campesino o indgenas tienen, a diferencia del conocimiento cientfico, en su naturaleza estrictamente emprica y en su pertenencia a una matriz sociocultural o cosmovisin contraria a la teorizacin y abstraccin la especificidad ecosistmica de cada lugar. La ciencia, por el contrario, reivindica la objetividad, la neutralidad cultural y la naturaleza universal como elementos centrales a su pesquisa. Dicho con otras palabras, la ciencia reclama un contexto independiente de la cultura y la tica. El problema, con tal reclamo y desde una perspectiva agroecolgica, es que cuando nos aproximamos a la artifializacin de los recursos naturales, nos encontramos con que la naturaleza es producto tanto del contexto biofsico como de la cultura con que interacta (Vctor Manuel Toledo, 1993a: 197-218; Altieri, 1991: 16-24). Ello no debe ser entendido como el rechazo a la ciencia convencional: simplemente significa que esta forma de conocimiento juega un rol limitado en la resolucin de los

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Este texto es un desarrollo acadmico, sustantivamente ampliado, del documento presentado para su discusin en el I Encuentro Latinoamericano de la Va Campesina de Formadores (as) en Agroecologa que tuvo lugar en Barinas, del 10 al 20 de Agosto de 2009, en el Instituto Agroecolgico Latinoamericano Paulo Freire, patrocinados por los Ministerios del Poder Popular para la Educacin Superior y para la Agricultura y Tierra y el Gobierno Bolivariano Socialista del Estado de Barinas. Quiero agradecer a Horacio Martins de Carvalho, sus mltiples atenciones; a Peter Rosset, su incansable militancia; a Miguel Altieri, su tolerancia; y a Dana su cario: todos ellos enriquecieron estos papeles.

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Eduardo Sevilla Guzmn

problemas ya que no puede confundirse, como sucede comnmente, con la sabidura. La ciencia debe ser entendida como una va de generacin de conocimiento entre otras, mientras que la sabidura, adems de una forma de acceso al conocimiento, incorpora un componente tico esencial, aportado por la identidad sociocultural de donde surge. Pero la ciencia, junto a una epistemologa o forma de crear conocimiento, se ha transformado en una estructura de poder que desarrolla un proceso de recproca legitimacin entre la los beneficiarios del crecimiento econmico y el sistema social de la ciencia. Los primeros reclaman la autoridad basndose en la ciencia, mientras que la ciencia es ensalzada por el poder de los patrones de la estructura global de poder poltico y econmico, que financian la investigacin y extensin. El dominio de tal discurso sobre todas las formas de conocimiento distinto al cientfico convencional tiende a excluirlo a los espacios de la mitologa y la supersticin; el enfoque agroecolgico pretende rescatarlas y revalorizarlas, consciente de que el conocimiento local, campesino e indgena que reside en los grupos locales, adecuadamente potenciado puede encarar la crisis de modernidad, al poseer el control de su propia reproduccin social y ecolgica. Consecuentemente, es central para la agroecologa demostrar que la sabidura, como sistema de conocimiento contextualizador de las esferas biofsica y cultural, posee la potencialidad de encontrar los mecanismos de defensa frente a la realidad virtual construida : tanto por el discurso ecotecnocrtico de la pseudociencia como poder, como por la negacin del conocimiento local campesino e indgena; cooptado, irnicamente por ejemplo, a la hora de registrar sus derechos genticos de propiedad sobre las semillas (Funtowic and Ravetz, 1990 y 1994). Para obtener su objetivo de equidad, la Agroecologa (que por su naturaleza ecolgica pretende evitar el deterioro de los recursos naturales), ha de rebasar el nivel de la produccin para introducirse en los procesos de circulacin, transformando sus mecanismos de explotacin social (evitando, as, el deterioro que, la veleidad del valor de cambio, genera en la sociedad). Aparece as la Agroecologa desde la utilizacin de experiencias productivas de agricultura ecolgica campesina o moderna, para elaborar propuestas de accin social colectivas que desvelen la lgica depredadora del modelo productivo agroindustrial hegemnico, para sustituirlo por otro que apunte hacia una agricultura socialmente ms justa, econmicamente viable y, ecolgicamente apropiada. No es de extraar, pues, que la Agroecologa haya surgido precisamente a travs de una interaccin entre los productores (que se revelan ante el deterioro de la naturaleza y la sociedad que provoca el modelo productivo hegemnico) y los investigadores y docentes ms comprometidos en la bsqueda de alternativas.

De la dimensin ecolgica y agropecuario/forestalEl Intento de replicar el funcionamiento ecolgico de la naturaleza dentro de la artificializacin de la misma; que el hombre ha hecho, histricamente, para obtener alimentos, genera la primera dimensin de la Agroecologa; tiene sta, por tanto, un carcter

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La construccin de soberana alimentaria desde la perspectiva de la agroecologa

ecolgico, agropecuario y forestal. Por ello, la Agroecologa, adopta el agroecosistema como unidad de anlisis ya que ello permite aplicar los conceptos y principios que aporta la Ecologa para el diseo de sistemas sustentables de produccin de alimentos. Como mostr Stephen R. Gliessman (1990: 378-390) al analizar el manejo tradicional en Mxico, los campesinos han desarrollado a travs del tiempo sistemas de mnimos imputs externos con una gran confianza en los recursos renovables y una estrategia basada en el manejo ecolgico de los mismos; as, la manera en que cada grupo tnico alter, y altera, la estructura y dinmica de cada ecosistema supone la introduccin de una nueva diversidad la humana al dejar en el manejo el sello de su propia identidad cultural. Sin embargo, los seres humanos al artificializar dichos ecosistemas para obtener alimentos, pueden respetar o no los mecanismos por los que la naturaleza se renueva continuamente; ello depender de la orientacin concreta que se impriman a los flujos de energa y materiales que caracterizan cada agroecosistema. Con esto nos estamos refiriendo a la especfica articulacin entre los seres humanos con los recursos naturales: agua, suelo, energa solar, especies vegetales y el resto de las especies animales. Desde esta perspectiva, la estructura interna de los agroecosistemas resulta ser una construccin social, producto de la coevolucin de los seres humanos con la naturaleza. La coevolucin social y ecolgica desarrollada en los agroecosistemas es el resultado de una interaccin, en el sentido de evolucin integrada entre cultura y medio ambiente (Nogaard, 1985: 25-28; Nogaard y Sikor, 1999: 34 y 35). A lo largo de la historia, esta interaccin de los distintos grupos humanos con la naturaleza ha sido muy diversa. En algunos casos la apropiacin de la naturaleza ha sido ecolgicamente correcta; y en otros, por el contrario, se han producido diversas formas de degradacin comprometiendo la subsistencia. En este sentido, la Agroecologa, pretende aprehender de aquellas experiencias en las que el hombre ha desarrollado sistemas de adaptacin que les ha permitido llevar adelante unas formas correctas de reproduccin social y ecolgica (Ottmann, 2005: 18 y 19). No obstante, la aparicin de la agricultura qumica e industrializada, para negociar con la comida, ha introducido formas de deterioro en los bienes ecolgicos comunales (aire, agua, tierra y biodiversidad), al apropiarse de los mismos mediante sus procesos de privatizacin, mercantilizacin y cientifizacin (Jan Douwe van der Ploeg en Sevilla Guzmn y Gonzlez de Molina, 1993: 153-195). Por ello, la Agroecologa contempla el manejo de los recursos naturales desde una perspectiva sistmica; es decir, teniendo en cuenta la totalidad de los recursos humanos y naturales que definen la estructura y la funcin de los agroecosistemas; y sus interrelaciones, para comprender el papel de los mltiples elementos intervinientes en los procesos artificializadores de la naturaleza por parte de la sociedad para obtener alimentos. Probablemente esta caracterstica, el enfoque sistmico (necesario para caracterizar los procesos tcnico agronmicos y socioeconmicos tal como ha desarrollado el pensamiento cientfico a travs, fundamentalmente, aunque no en forma

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exclusiva, del Farming Systems Research) sea el punto dbil de la Agroecologa6; si no se completa con una perspectiva crtica (que incorpore los componentes social y poltico) de la que este enfoque metodolgico carece (Sevilla Guzmn y Woodgate, 1998).

Sobre la dimensin socioeconmicaSin embargo, junto a la apropiacin correcta de la naturaleza, la Agroecologa persigue elevar la calidad de vida dentro de los sistemas sociales logrando adems, una mayor equidad. Aparece, de esta forma, la dimensin Socioeconmica de la Agroecologa como estrategia para obtener un mayor grado de bienestar de la poblacin a travs de estructuras participativas que desafian el pensamiento cientfico al romper el papel que la ciencia otorga a cientficos y tcnicos respecto a la ciudadana. En efecto para la ciencia, el agrnomo y el agente de desarrollo rural se sienten legitimados para imponer tecnologas agrarias y propuestas de desarrollo rural que implican formas de conocimiento y de organizacin sociocultural ajenas a los agricultores con independencia de las necesidades, valores e intereses de los mismos. Este posicionamiento jerrquico es el que domina los enfoques convencionales del desarrollo rural todava hoy dominantes. En la concepcin epistemolgica de la agroecolgica, la posicin del cientfico, el extensionista o el agente de desarrollo rural se mueve en una horizontalidad relacional que supone un doble reposicionamiento, respecto al agricultor (sea productor moderno, campesino o indgena) y respecto a la naturaleza. Se trata de reequilibrar el poder en distintos mbitos, entre grupos sociales dentro de la comunidad local, comenzando por la relacin entre tcnico y agricultor, asumiendo los lmites ticos al ejercicio del poder, y entre la humanidad como especie y la biosfera, rompiendo el antropocentrismo extremo y asumiendo los lmites biofsicos que nos impone la naturaleza. Consecuentemente, solo a travs de metodologas participativas, donde los tcnicos abandonan su posicin dominante, es posible impulsar propuestas agroecolgicas para el medio rural de naturaleza socioeconmica. Desde la dimensin productiva es posible establecer mecanismos participativos de anlisis de la realidad que permitan entender el funcionamiento de los procesos econmicos por los que se extrae el excedente generando de esta forma, la referida acumulacin del poder. Este tipo de anlisis permitir establecer propuestas alternativas que desde el desarrollo de tecnologas en finca hasta el diseo participativo de mtodos alternativos al denominado desarrollo local, permitirn ir introduciendo elementos de transformacin en dicha estructura de poder. La agroecologa parte de reconocer el gran conocimiento que el campesino tiene de entomologa, botnica, suelos y agronoma y valorar la herencia agrcola que los sistemas agrarios tradicionales implican ya que fueron desarrollados para disminuir riesgos ambientales y econmicos y mantienen la base productiva de la agricultura a travs del6 En el apartado V de estos papeles, al mostrar la crtica de la Economa Ecolgica a la ortodoxia neoclsica de la economa convencional esperamos clarificar el tema.

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tiempo (Hecht, 1987: 30, 15). La crisis epistemolgica actual, evidenciada en la crisis social y ecolgica, hacen imprescindible la creacin de una epistemologa participativa de carcter poltico en la cual todos los actores sociales interesados tengan algo importante que decir sobre el objeto y producto de la ciencia, generndose as, una comunidad extendida de evaluadores (Martnez Alier, 1999: 97). La agroecologa propone pues la articulacin entre distintas disciplinas cientficas a travs de un enfoque pluridisciplinar que combina ciencias naturales, como la ecologa y la agronoma, y ciencias sociales, como la sociologa, la antropologa o la economa. A su vez, propone un enfoque pluriepistemolgico, un dilogo de saberes, que combina el conocimiento emprico del campesinado sobre el manejo de los agroecosistemas y el conocimiento cientfico terico, experimental y aplicado. Finalmente la agroecologa asume los lmites del conocimiento cientfico para la toma de decisiones y la necesidad de hacer ciencia con la gente dejando en mano de los agentes la seleccin de las opciones de desarrollo ms coherente con sus valores y fines (Funtowicz y Ravetz, 2000). Insistimos, la agroecologa concibe el proceso de cambio agrario y rural como un proceso coevolutivo resultado de la interaccin entre sistemas sociales y sistemas ambientales en un esquema de interrelacin e influencia mltiple donde los sistemas de conocimiento, valores, tecnologas y organizaciones interactan con la naturaleza. Los sistemas agrarios tradicionales vinculados a comunidades campesinas se han desarrollado generalmente como resultado de un proceso coevolutivo equilibrado y armonioso con la naturaleza7. La modernizacin alimentaria rompe este equilibrio. Por tanto, la agroecologa propone recuperar, o si se hace necesario recrear, los elementos culturales y ecolgicos positivos asociados al campesinado y los pueblos indgenas para, en dilogo con los conocimientos de las distintas disciplinas cientficas sociales y naturales, proponer una alternativa al desarrollo rural realmente existente.

De la dimensin sociopoltica y culturalLa articulacin de un conjunto de experiencias productivas mediante proyectos polticos que pretendan la nivelacin de las desigualdades generadas en el proceso histrico; constituye la dimensin Sociopoltica de la Agroecologa. En este sentido, puede afirmarse que toda intervencin agroecolgica que no consigue disminuir las desigualdades sociales del grupo social en que trabajamos, no satisface los requisitos de la Agroecologa; ya que para sta los sistemas de estratificacin social desequilibrados constituyen una enfermedad ecosistmica.

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Como hemos adelantado, no se trata de idealizar las comunidades tradicionales campesinas ya que histricamente tambin han existido crisis ecolgicas que han llevado incluso a la desaparicin de dichas comunidades. Tampoco se trata de afirmar que los campesinos han mantenido por naturaleza una relacin armnica con el entorno. Pero, al depender esencialmente de los recursos naturales para su subsistencia, han desarrollado formas de manejo ecolgicamente respetuosas con la base material sobre la que se fundamenta su modo de vida.

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Pero adems, para desarrollar su estrategia transformadora, la Agroecologa debe incorporar la perspectiva histrica y el conocimiento local; es decir, lo endgeno especficamente generado a lo largo del proceso histrico que nos lleva a repensar los nefastos estilos de desarrollo rural, hasta ahora implementados, desde una perspectiva de sustentabilidad. El concepto de transformacin rural que aqu estamos proponiendo, amparado en los principios de la Agroecologa, se basa en el descubrimiento, en la sistematizacin, anlisis y potenciacin de los elementos de resistencia locales frente al proceso de modernizacin, para, a travs de ellos, disear, de forma participativa, estrategias de cambio endgenas, definidas a partir de la propia identidad local del etnoagroecosistema concreto en que se inserten (Ottmann, 2005: 19, 24, 27 y 28). Esta dimensin de la Agroecologa se mueve en lo que Garrido Pea (1993: 8) define como transpoltica, en el sentido de reinterpretar la cuestin del poder, insertndola en un modelo ecolgico, de lo que se desprende que el mbito real del poder es lo social como organismo vivo, como ecosistema. Es el enfrentamiento entre un modelo de sistema artificial, cerrado, esttico y mecanicista (el Estado); y un modelo de ecosistema dinmico y plural (la sociedad). Igualmente la dinmica sociopoltica de la Agroecologa, se mueve en formas de relacin, con la naturaleza y con la sociedad, de lo que Joan Martnez Alier define como la ecologa popular, como defensa de sus etnoagroecosistemas a travs de distintas formas de conflictividad campesina ante los distintos tipos de agresin de la modernidad (Martnez Alier, J., 1998 y Guha, R. and Martnez Alier, J. 1997). Se trata de intervenir, desde muy distintas instancias en la distribucin actual de poder para tratar de modificarla. En este proceso juega un papel central el establecimiento de redes entre las unidades productivas para generar sistemas de intercambio de las distintas formas de conocimiento tecnolgico en ellas producidas. De igual forma, estas redes han de extenderse hasta los procesos de circulacin estableciendo as, mercados alternativos en los que aparezca un comercio justo y solidario como consecuencia de las alianzas establecidas entre productores consumidores. El objetivo de una sustentabilidad ecolgica, primero; y de acceso a los medios de vida, despus, aparecera incompleta si no se incorporara esta dimensin sociopoltica generada en tales estructuras socioeconmicas que permiten el incremento del nivel de vida. La dimensin poltica de la sustentabilidad tiene que ver con los procesos participativos y democrticos que se desarrollan en el contexto de la produccin agrcola y en las acciones de transformacin rural, as como con las redes de organizacin social y de representacin de los diversos segmentos de la poblacin rural. En ese contexto, una transformacin rural sustentable debe ser concebida a partir de las concepciones culturales y polticas propias de los grupos sociales considerando sus relaciones de dilogo y de integracin con la sociedad mayor a travs de su representacin en espacios comunitarios o en consejos polticos y profesionales en una lgica que considere aquellas dimensiones de primer nivel como integradoras de las formas de explotacin y manejo sustentable de los agroecosistemas (Caporal, F.R. y Costabeber, J.A., 2002: 79).

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La naturaleza del sistema de dominacin poltica en que se encuentren las experiencias productivas que se articulan con la sociedad civil para generar estas redes de solidaridad tiene mucho que ver con el curso seguido por las estrategias agroecolgicas en su bsqueda de incidir en las polticas agrarias. En general puede decirse que, en la situacin mundial actual, los cursos de accin agroecolgica necesitan romper los marcos de legalidad para desarrollar sus objetivos; es decir que las redes productivas generadas lleguen a culminar en formas de accin social colectiva pretendiendo adquirir la naturaleza de movimientos sociales. Sin embargo estos movimientos sociales asociados al desarrollo del nuevo paradigma agroecolgico y a prcticas productivas en el medio rural no son sino parte de un movimiento ms amplio y complejo orientado en la defensa de las transformaciones del Estado y del orden econmico dominante. El movimiento para un desarrollo sustentable es parte de nuevas luchas por la democracia directa y participativa y por la autonoma de los pueblos indgenas y campesinos, abriendo perspectivas para un nuevo orden econmico y poltica mundial. (Leff, E., 2002: 47).

III. Sobre la construccin de la epistemologa popular.En las ltimas dcadas, la articulacin de movimientos sociales vinculados al manejo de los recursos naturales ha tomado una relevante formalizacin institucional, a travs de Va Campesina8. Aunque sta pueda entenderse como resultado del proceso de articulacin mundial de la disidencia al neoliberalismo y la globalizacin econmica (Sevilla Guzmn y Martnez Alier, 2006a y 2006b), su gestacin responde a contenidos histricos de luchas emancipatorias agrarias muy anteriores9. Probablemente habramos de remontarnos hasta8 La Va Campesina se autodefine en su pgina weg como un movimiento internacional de campesinos y campesinas, pequeos y medianos productores, mujeres rurales, indgenas, gente sin tierra, jvenes rurales y trabajadores agrcolas. Defendemos los valores y los intereses bsicos de nuestros miembros. Somos un movimiento autnomo, plural, multicultural, independiente, sin ninguna afiliacin poltica, econmica o de otro tipo. Las organizaciones que forman la Va Campesina vienen de 56 pases de Asia, frica, Europa y el continente Americano. Su objetivo es desarrollar la solidaridad, la unidad en la diversidad entre las organizaciones miembros para promover las relaciones econmicas de igualdad, de paridad de gnero, de justicia social, la preservacin y conquista de la tierra, del agua, de las semillas y otros recursos naturales; la soberana alimentaria; la produccin agrcola sostenible y una igualdad basada en la produccin a pequea y mediana escala. La primera accin de convergencia entre los que, al comienzo de los aos ochenta, se llamaban sindicatos revolucionarios campesinos en Latinoamrica, tuvo lugar en Managua en diciembre de 1981 en el marco de la Reunin Continental de Reforma Agraria y Movimientos Campesinos. Surge all una interaccin, que significara el inicio de la configuracin del Movimiento Continental Campesino en Latinoamrica. En este proceso, diversas organizaciones latinoamericanas (con una pequea representacin europea) descubren la similitud tanto de sus formas de lucha como de su evolucin ideolgica. Tal es el caso del andaluz SOC, Sindicato de Obreros del Campo, y el brasileo, MST legalizado en 1984, pero funcionando embrionariamente en Rio Grande do Sul desde1978. Tal proceso de convergencia de organizaciones indgenas y campesinas comienza a consolidarse en el continente americano mediante la formalizacin organizativa del Congreso Latinaoamericano de Organizaciones Campesinas (CLOC) de 1994 en Per. Lo que queremos destacar aqu es que se produce, por primera vez, un contacto entre el MST (como proto-organizacin) y el SOC, con otros grupos rurales. Este contacto se transforma en la primera mitad de los aos ochenta, en una interaccin que se intensifica despus en los noventa; ya en el

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mediados de los aos sesenta; cuando las sociedades industriales avanzadas asisten a un amplio ciclo de protestas que supone una clara rebelin contra los rasgos perversos de la modernizacin capitalista. En cierto sentido tales formas de accin social colectiva constituyeron una cierta continuidad del movimiento internacional que se fragu en Estados Unidos, la dcada anterior como oposicin a la discriminacin racial (movimiento por los derechos civiles) y la intervencin militar norteamericana a en Vietnam. En efecto, la difusin de la experiencia norteamericana sirvi de ejemplo respecto a las formas de organizacin y contracultura para Europa occidental. Los movimientos del 68, como comenz llamndose en recuerdo a aquel ao emblemtico, articulaban la protesta antiautoritaria estudiantil con el nuevo movimiento pacifista, que absorba la desobediencia civil y, la protesta no violenta norteamericana, transformndose despus en ecopacifismo, al articularse con el movimiento ecologista y el movimiento antinuclear que alcanzaba por entonces una gran solidez. Como mostr con destreza Claus Offe se estaban cuestionando las formas institucionales que adoptan los estados de la poltica convencional, mediante estrategias que reclamaban el poder para la sociedad civil, ante el desencanto, generado por la cooptacin corporativa generada por la cesin de poder y bienestar a partidos y sindicatos. Se pretenda redefinir lo poltico llevndolo aun campo no institucional, cuya existencia no est prevista en las doctrinas ni en la prctica de la democracia liberal ni del Estado del Bienestar. Es por entonces cuando la crtica de los Nuevos Movimiento Sociales comienza a verse como un peligro para la democracia formal de las sociedades avanzadas. Aunque a finales de los aos 80 el ciclo de protesta se difumina, con la crisis econmica mundial y la crtica contra cultural pierde fuerza, la cultura de accin de los movimientos sociales se consolida, como seala Andr Gorz, intentado conquistar unacontexto de existencia de experiencias productivas de naturaleza agroecolgica. A su vez, en aquellos aos, se produjo la creacin de los primeros comits europeos de apoyo al neo-zapatismo mexicano, primero, y al MST, despus, que nacen en el entorno del SOC. Probablemente el siguiente eslabn de este proceso de confluencia de organizaciones campesinas independientes sea el que tuvo lugar los das 14 y 15 de noviembre de 1984. Entonces, y convocado por la Coordinadora Nacional Plan de Ayala de Mxico, tuvo lugar el Encuentro Latinoamericano de Organizaciones Campesinas Independientes donde se intercambiaron experiencias entre la Confederacin Campesina del Per, la Federacin Nacional de Organizaciones Campesinas del Ecuador, el Movimiento Campesino Independientes de Repblica Dominicana, la Confederacin Nacional de Sindicatos de Trabajadores Campesinos de Francia;.el Sindicato de Trabajadores Rurales y el recin constituido Movimiento de los Trabajadores Rurales sin Tierra de Brasil. Otros espacios de confluencia en el proceso de disidencia lo constituyen los eventos de intercambio internacional convocados por el MST del Brasil en 1985 y por la FENOCI de Ecuador en 1986. En este ltimo pas se realiz en octubre de 1987 el Primer Taller Andino de Intercambio de Organizaciones Campesino-Indgenas. En Centroamrica se constituy en 1987 la COCENTRA y en 1989, ASOCODE. En octubre de este mismo ao organizaciones indgenas y campesinas de la Regin Andina y el MST del Brasil, llaman a la Campaa Continental 500 Aos de Resistencia Indgena, Negra y Popular en Bogot, Colombia. Se realizan tres Encuentros Continentales y varias reuniones de coordinacin de diferentes pases de Amrica Latina y con la presencia de organizaciones rurales autodenominadas campesinas- europeas (Sevilla Guzmn y Martnez Alier, 2006a: 472-483 y 2006b; y Sevilla Guzmn, 2006: 13y 14).

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soberana existencial el poder de autodeterminar la vida frenta a la dictadura sobre las necesidades que ejercen la burocracia y la industria en alianza con las profesiones que aspiran al monopolio del conocimiento en mbitos tan diversos como la salud, la educacin, las necesidades de energa, el urbanismo, el modelo y nivel de consumo, entre otras imposiciones corporativas (Gorz, 1988: 280; Offe, 1988: 174; y Jorge Rierchamann, 1991: 34-38). Sin embargo, lo que nos interesa considerar aqu no son genricamente los contenidos que van generndose en la cultura de accin de los nuevos movimientos sociales; sino, cmo los movimientos sociales adoptan una accin global (Angel Calle, 2005) que toma forma en las estructuras sociales agrarias en acciones de articulacin, pasividad o rechazo con los actores sociales implicados en las formas de agricultura de base ecolgica, que comenzaban a indicarnos la naturaleza de la accin agroecolgica que iban generando, conformando as la Agroecologa. Es as como, por aquellos aos, emerge un ecologismo popular (Joan Martnez Alier, 2005: 15-32), donde unos reducidos sectores superactivos del Centro, con una potente estrategia informacional, conectan con movimientos campesinos, sectores urbanos marginados e indgenas del Sur, portadores de elementos agroecolgicos emergentes. Una de las caractersticas centrales de la Agroecologa es su hibridacin (desde la accin y el conocimiento local campesino e indgena) con las estructuras y los procesos ecolgicos interpretados desde la ciencia para conseguir una reproduccin social impulsada, a travs de formas de accin social colectiva ; en los campos de accin (Touraine, 1981; Giddens, 1993) en que los movimientos sociales puedan articularse a las esferas de la produccin y circulacin agropecuarias alternativas. En este sentido la contribucin de los movimientos sociales a la Agroecologa podra ser esquematizada a travs de lo podra denominarse como las formas de conciencia agroecolgica. Son stas, la conciencia de especie (frente a la explotacin ecolgica intergeneracional o, en otra palabras; los recursos naturales no son la herencia a nuestros hijos, sino el prstamo de nuestros nietos), la conciencia de clase (frente a la explotacin econmica intrageneracional), conciencia de identidad (frente a la discriminacin tnica), conciencia de gnero (frente a la discriminacin de la mujer) y la conciencia de explotacin generacional (frente a la discriminacin de los mayores y la explotacin o marginacin de los nios). La agroecologa conceptualiza as, desde la gente, como una respuesta a las estructuras globales de poder, generadas por la articulacin transnacional de los estados, mediante las organizaciones internacionales, como el Fondo Monetario Internacional, el Banco Mundial y la Organizacin Mundial del Comercio. Estas han elaborado un discurso ecotecnocrtico de la sostenibilidad que presenta los problemas ecolgicos y sociales como susceptibles de ser solucionados por la extensin de la ciencia convencional, la tecnologa industrial y las llamadas estructuras democrticas a todo el planeta (Alonso Mielgo y Sevilla Guzmn, 1995 ). Sin embargo el aumento del poder desde el progreso tecnoeconmico, est siendo crecientemente oscurecido por la produccin de riesgo...(y

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la) ...lgica de la produccin y distribucin de riesgos se desarrolla en comparacin con la lgica de la distribucin de riqueza (Beck, 1992: 12-13). As, mientras que la ciencia y la tecnologa industrial han mantenido hasta aqu el equilibrio entre el crecimiento de la poblacin y la produccin de alimentos, las consecuencias medioambientales de este logro parecen amenazar las bases ecolgicas de la vida misma. Como Beck (1992) sugiere, nuestro sentido industrial del estar en riesgo es tanto producto de nuestro modo de vida industrial, como de una crisis medioambiental real. Desde la percepcin de este estar en riesgo y crisis por la gente es como ha surgido el concepto de soberana alimentaria (Sevilla Guzmn, 2004: 22). Quizs, el primer eslabn de esta construccin agroecolgica, desde la epistemologa popular de esta dinmica sean las acciones del EZLN y del MST. En efecto, fue el Movimiento Indgena Mexicano que reivindicaba su condicin de nacin cultural, y especficamente, la rebelin de Chiapas10 (desarrollada por el Ejrcito Zapatista de Liberacin Nacional: EZLN) el primer elemento desencadenante del proceso. Este neo-zapatismo de Chiapas surge como consecuencia de que la agricultura campesina mexicana se encontraba fuertemente amenazada debido a las importaciones de alimento que sistemticamente provenan de Estados Unidos y que se vieron incrementadas con la creacin del TLC (Tratado de Libre Comercio) entre Estados Unidos, Canad y Mxico. Este movimiento, que ha sido calificado de eco-zapatismo (Toledo, 2000), surgi como una respuesta indgena contra dicho tratado. El excelente trabajo de Guillermo Bonfil Batalla, Mxico Profundo: una civilizacin negada, muestra con extraordinaria nitidez la agona indgena en Mxico, permitiendo entender la naturaleza de este proceso. En este sentido, los indgenas zapatistas son patriotas mexicanos que se oponen a la dominacin extranjera del imperialismo estadounidense;10 En un esfuerzo de sntesis los rasgos caractersticos del Ejercito Zapatista de Liberacin Nacional (EZLN), que se autodefine como movimiento milenario, y al mismo tiempo nuevo, pedran ser los siguientes: (1) La aceptacin de una continuidad histrica entre sus procesos de accin social colectiva y los desarrollados por todos aquellos grupos tnicos que a lo largo de quinientos aos se han enfrentado, a travs de mltiples procesos, a la colonizacin y opresin generada por la expansin de la identidad sociocultural europea. (2) La atribucin a la globalizacin econmica y al neoliberalismo en los tiempos actuales, de la opresin histrica sufrida por las comunidades indgenas. En concreto, el impacto previsto del NAFTA, el Tratado del Libre Comercio de Amrica del Norte, sobre las comunidades indgenas de Chiapas desmantelando su economa, una situacin insostenible para ellos que prolongaba su resistencia contra los traslados de sus comunidades y la subordinacin a los intereses de las compaas madereras y los terratenientes. (3) Su lucha contra la exclusin no termina en su enfrentamiento al sistema socioeconmico modernizador sino que se extiende al reconocimiento de su identidad sociocultural. Luchan tambin por el reconocimiento de los indios en la constitucin mexicana. La diversidad de etnias que componen su movimiento les llevan a una defensa del reconocimiento de las diferencias: queremos un mundo donde quepan todos los mundos. Desde sus primeras declaraciones establecen claramente que lo que tenemos en comn es la tierra que nos dio la vida y la lucha . (4) Reivindican una democracia no adulterada por ingerencias externas o internas como la corrupcin y tergiversacin de la participacin real de la gente. En este sentido, son patriotas mexicanos que se oponen a la dominacin extranjera del imperalismo estadounidense. Pretenden adems que la organizacin poltica se vea sometida a un cambio democrtico real; de forma tal, que los que manden lo hagan obedeciendo. Desde la Selva Lacandona, el EZLN, y el Subcomandante Marcos, desarrollaron una estrategia informacional que les permiti llevar a cabo el establecimiento de una comunicacin autnoma para llegar a la opinin pblica e ir generando un proceso de confluencia con todos los grupos excluidos por el sistema socioeconmico modernizador (Sevilla Guzmn y Martnez Alier, 2006 b: 75).

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no obstante, pretenden adems que la organizacin poltica se vea sometida a un cambio democrtico real; de forma tal, que los que manden lo hagan obedeciendo, y ello, en un mundo en el que quepan todos los mundos. Desde la Selva Lacandona, el EZLN desarroll una estrategia de comando informacional para llevar a cabo el establecimiento de una comunicacin autnoma para llegar a la opinin pblica e ir generando un proceso de confluencia con todos los grupos excluidos por el sistema socioeconmico modernizador. El segundo elemento activador lo constituy, sin duda, el Movimiento de los Trabajadores sin Tierra (MST) de Brasil, que combinaba (y contina hacindolo) la ocupacin ilegal de tierras para alimentar a los campesinos hambrientos, con acciones de transformacin social, entre las que destaca su adaptacin de la pedagoga del oprimido de Paulo Freire a su educacin masiva popular11. El cambio de aptitud de esta forma de lucha con respecto a la del perodo del foquismo, como intento frustrado de expansin liberadora respecto a las dictaduras de la regin latinoamericana12 aparece claramente en las acciones de lucha zapatista, defendindose con11 Los religiosos activistas influenciados por la Teologa de la Liberacin actuaron desde sus inicios como elemento clave en la consolidacin del MST al justificar ticamente sus luchas sociales obteniendo con ello el apoyo masivo de la poblacin. Los objetivos generales del MST son: 1) Construir una sociedad sin explotadores y donde el trabajo tenga supremaca sobre el capital; 2) la tierra que es un bien de todos debe estar al servicio de toda la sociedad; 3) garantizar trabajo para todos con una justa distribucin de la tierra, de la renta y de las riquezas; 4) buscar permanentemente la justicia social y la igualdad de derechos econmicos, polticos, sociales y culturales; 5) difundir los valores humanistas y socialistas en las relaciones sociales; 6) combatir todas las formas de discriminacin social y buscar la participacin igualitaria de la mujer. Junto a estos objetivos generales aparecen otros objetivos especficos vinculados al programa de reforma agraria, como los siguientes: 1) modificar la estructura de la propiedad de la tierra; 2) subordinar la propiedad de la tierra a la justicia social a las necesidades del pueblo y a los objetivos de la sociedad; 3) garantizar que la produccin ganadera este orientada hacia la seguridad alimentaria, la eliminacin del y al desarrollo econmico y social de los trabajadores; 4) apoyar la produccin familiar y en cooperativas con precios compensadores, crditos y seguro agrcola; 5) llevar la agroindustria y la industrializacin al interior del pas buscando el desarrollo armnico de las regiones y garantizando la generacin de empleos especialmente para la juventud; 6) aplicar un programa especial de desarrollo para la regin del semi-rido; 7) desarrollar tecnologas adecuadas a la realidad preservando y recuperando los recursos naturales como un modelo de desarrollo agrcola auto-sostenible; buscar un desarrollo rural que garantice mejores condiciones de vida, educacin, cultura y ocio para todos. (Movimiento de los Trabajadores sin Tierra 1995, Programa de Reforma Agraria, Sao Paulo editorial del MST). 12 Se trata de un modelo en el que la lucha armada para tomar el poder oscila entre el bolchevique de la insurreccin y el chino de la lucha del pueblo, tomando elementos de ambos: en las ciudades el impulso insurreccional habra de acompaar a la lucha armada, por el contrario, en el campo las guerrillas habran de obtener el apoyo generalizado del pueblo. Al prologar un texto del General Giap (Comandante en Jefe del Ejercito Popular de la Repblica Democrtica del Vietnam), Ernesto Che Guevara (1995, tomo I: 285-286) describe esquemticamente las tres etapas que caracterizan en general el foquismo. Sin embargo, la teorizacin de esta estrategia para la revolucin se debe a Rgis Debry (discipulo de Althusser en la cole Normale Suprieure), quien estudio desde dentro el movimiento guerrillero, publicando en la revista parisina que editaba Sartre, Les Temps modernes, como resultado de sus experiencias: El Castrismo: la larga marcha de Amrica Latina (1963) y Amrica Latina: algunos problemas de estrategia revolucionaria (1966). En marzo de 1967 fue detenido en Bolivia cuando (como corresponsal del semanario mexicano Sucesos y de la editora parisina Maspero) se diriga al nuevo frente guerrillero, siendo condenado a treinta aos; prisin que le fue conmutada en 1970. Una recopilacin de estos textos, junto a una valiosa documentacin, puede encontrarse en la excelente compilacin de Robin Blackburn, Strategy for Revolution (1970).

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la palabra: slo utilizamos las armas para hacer una declaracin. Junto a esta estrategia aparece como un elemento central la generacin de redes de disidencia a la opresin socioeconmica y cultural que sufren ocasionada por el neoliberalismo y su globalizacin. Por otro lado el MST de Brasil, combina la ocupacin ilegal de tierras para alimentar a los campesinos hambrientos, con acciones de transformacin social, entre las que destaca su adaptacin de la pedagoga del oprimido de Paulo Freire a su educacin masiva popular. Desde la segunda mitad de los aos noventa de la pasada centuria, comienzan a producirse, sistemticamente, acciones alternativas a las reuniones vinculadas al Fondo Monetario Internacional, Banco Mundial, la Organizacin Mundial de Comercio y el G8, en que la disidencia al neoliberalismo y la globalizacin, toma una voz cada vez ms creciente. En noviembre de 1999 la articulacin de movimientos sociales globales alcanza su punto lgido consiguiendo paralizar una reunin internacional de la OIC. Tales formas de protesta adquieren un carcter institucional en enero de 2001 en Porto Alegre (Brasil13) producindose el primer Foro Social Mundial (FSM), popularizado como anti-Davos, ya que era una reunin paralela a la de capitales que tuvo lugar en Suiza. Se estim en 20.000 personas provenientes de ms de 100 pases los que participaron en dicha reunin; que se elev a ms de 80.000 en el segundo foro, y a ms de 120.000 en el tercero que tuvo lugar en el 2003. En un interesante trabajo, Boaventura de Sousa Santos (2008: 43, 50 y 51) analiza la relacin entre estos nuevos movimientos articulados en el FSM y la izquierda global. Parte de establecer, que la aparicin de esta disidencia coincide con la crisis final de la hegemona del paradigma sociocultural de la modernidad occidental, como lo prueba, ciertamente, el papel de los dos agentes sociales que acabamos de definir. El FSM es posiblemente el

13 Esto no responde, ciertamente, a algo casual puesto que el actor social agrario impulsor, que acabamos de caracterizar, desarrolla, en el Brasil actual, el ms fuerte movimiento que existe en todo el mundo por una reforma agraria: el MST (Movimento dos Trablhadores Rurais Sem Terra), cuyos orgenes sociales estn en Rio Grande do Sul (RGS). En 1999 el MST se declar as mismo contra los cultivos transgnicos, y en Enero del 2001, el MST junto con Rafael Alegria y otros dirigentes de Via Campesina, y con Jos Bov de la Confederation Paysanne francesa, se convirtieron en estrellas de la prensa del Foro Social Mundial de Porto Alegre cuando destruyeron simblicamente el campo experimental de Monsanto en el pueblo de Nao-me-toques, en el contexto de la prohibicin de cultivar transgnicos que el gobierno federal haba establecido. Aunque la valiente actitud del gobierno y los tribunales de RGS contra los cultivos transgnicos fueran finalmente derrotadas por el avasallamiento federal, ello sirvi para impulsar al MST dentro de una direccin ecolgica. El tema de los transgnicos prendi entonces una discusin general sobre la tecnologa agraria en el interior del MST, abriendo el camino a las propuestas agroecolgicas que desde varias de sus experiencias estaban producindose y sin embargo hasta entonces se encontraban marginadas. Y es que la Agroecologa, aunque claramente en auge en el seno del MST, en la actualidad se encuentra mucho ms desarrollada en mltiples mbitos brasileos; entre los que sobresale RGS, cuyo conjunto de movimientos sociales multiplica sus experiencias (Sevilla Guzmn y Martnez Alier, 2006: ). No obstante la agroecologizacin de los movimientos rurales en Ro Grande do Sul es un fenmeno mucho ms antiguo; adems, desde mitad de los aos noventa el CETAP (Centro de Tecnologas alternativas Populares) fue creado para iniciar un proceso de articulacin de las experiencias agroecolgicas de los siguientes movimientos sociales agrarios de Rio Grande do Sul: MAB (Desplazados por las presas barragens-), MMTR (Movimiento de mujeres trabajadoras rurales), MST (Movimiento de los sin tierra) y MPA (Movimiento de pequeos agricultores).

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movimiento de movimientos que plantea una nueva teora social y unos nuevos conceptos analticos como imprescindibles para comprender la nueva realidad emergente; donde se cuestiona al conocimiento cientfico como nico productor de racionalidad social y poltica, escondiendo a la izquierda tradicional en los cajones ms altos de los armarios de la historia. Como consecuencia de ello, los partidos de la izquierda convencional y los intelectuales a su servicio se han negado tozudamente a prestar atencin al FSM o lo han minimizado. Ello se traduce en un debilitamiento analtico ante la incapacidad de incorporar: por un lado, la rica tradicin terica de la izquierda; y por otro, los contenidos generados en las luchas de este gran movimiento progresivo internacional... Una cosa parece clara: todava es demasiado pronto para decir que, despus del FSM, la izquierda global ya no volver a ser lo mismo. En definitiva esta es la razn por la que el Foro tiene que continuar. Lo ms relevante de este proceso, articulador de movimientos, es el papel que juegan en l las experiencias productivas de naturaleza agroecolgica; y sobre todo la aceptacin por parte de las bases de estos movimientos del nuevo modelo agroecolgico de manejo de los recursos naturales, fundamentado en el conocimiento local y su hibridacin con tecnologas modernas. Aunque tales experiencias se esparcen por todo el planeta, desde el inicio de los noventa (Pretty, 1995); son especialmente relevantes en Latinoamrica como consecuencia del apoyo institucional que han obtenido en Brasil; a nivel estadual (en varios estados gobernados por el Partida de los Trabajadores), primero y a nivel federal despus, con la llagada de Lula. No obstante, el impacto de estas polticas pblicas sobre los movimientos agroecolgicos resulta muy conflictivo y de respuestas impredecibles. En efecto, las experiencias productivas a que nos referimos aparecen en los bordes e intersticios del modelo agroindustrial producido por el paradigma de la modernizacin. Son formas de resistencia, primero, y de enfrentamiento, despus, a su lgica depredadora de la naturaleza y la sociedad, mediante propuestas alternativas. Ofrecen, tales experiencias, un elenco de estrategias productivas como aquellas que disea la Agroecologa mediante su teora y prctica, tanto tcnico agronmica como intelectual y poltica. Adems La irrupcin de los pueblos indgenas es, sin duda, la gran novedad del sector agroecolgico de este movimiento de movimientos; especialmente en los Andes, donde su aportacin ha llegado a conformar un estilo agroecolgico andino14, al recrear, de alguna manera, formas

14 En las reformas agrarias de los aos cincuenta, el campesinado de las altiplanicies y valles altos de los Andes centrales consigui la tierra en su lucha contra las haciendas latifundistas. Aunque los hacendados quisieron desembarazarse de ellos, expulsarlos y as incrementar sus propiedades, existen actualmente en los Andes ms comunidades, y con ms tierra de pasto comunal, que hace cincuenta aos. El campesinado no ha disminuido a pesar de la emigracin, aunque ahora la tasa de natalidad est decreciendo. Podrn las comunidades Quechua y Aymara sobrevivir de esta forma? Solamente hace cincuenta aos que la integracin y aculturacin era el nico destino trazado para ellos por los modernizadores locales (como Galo Plaza en Ecuador) y por la antropologa poltica dictada por U.S. Su resistencia actual podra encontrar ayuda, en trminos de mercado, si se detuvieran los subsidios a las importaciones a los productos agrarios provenientes de Estados Unidos y Europa; y si ellos obtuviesen subsidios (por ejemplo, en forma de pago por los Derechos de los Agricultores y en forma de subsidios por el uso de la energa solar), y si ellos pudieran ejercer una presin poltica organizada por este propsito. Por

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histricas de organizacin socioeconmica vinculadas a su identidad sociocultural. La ciencia agronmica convencional no dudara a calificar tales experiencias como un nuevo paradigma de desarrollo rural antimodernizador.

IV. De las races epistemolgicas de la Agroecologa.La consideracin, por parte de la Agroecologa, de la naturaleza del proceso histrico y de la existencia de otros proyectos civilizatorios distintos al occidental, dota a sta de un carcter pluriepistemolgico; esto es, su conocimiento se construye, tanto desde bases cientficas como sociales. En este sentido, definimos como races epistemolgicas de la Agroecologa las prcticas cientficas y sociales que configuraron histricamente (y configuran en la actualidad) los centros de produccin de conocimiento que permiten comprender, explicar y hacer propuestas de transformacin respecto al modo industrial de uso de los recursos naturales, desde un manejo agroecolgico, en sus dimensiones ecolgica y agropecuario/forestal, socioeconmica, y cultural y poltica, para desde ellas colaborar en la construccin de sociedades sustentables. En un excelente trabajo, dentro del primer manual sistemtico de la Agroecologa que edit Miguel Altieri, Richard B. Nogaard (1985) mostr las bases epistemolgicas mediante las siguientes premisas: 1. Los sistemas biolgicos y sociales, como sistemas, tienen un potencial agrcola. 2. Este potencial ha sido capturado por los agricultores tradicionales mediante un proceso de ensayo, error, seleccin y aprendizaje cultural. 3. Los sistemas biolgicos y sociales han coevolucionado en forma tal que cada uno depende de la retroalimentacin del otro. El conocimiento, encarnado en las culturasprimera vez puede verse explcitamente en los Andes y en Mesoamrica un orgullo agroecolgico que puede permitir la fundacin de un desarrollo alternativo; o mejor dicho, de una alternativa al desarrollo. Podr el campesinado andino mantener su agricultura de bajos rendimientos en alza, mientras crece la economa, conservando sus comunidades y sus lenguas? Quizs algunos se vern forzados a hacerlo, en cualquier caso, debido a la desertificacin que genera el cambio climtico. Acabarn sus nietos, como los dictados de la economa del crecimiento marcan, reducidos a unos pocos indgenas subsidiados, guardianes de la naturaleza que muestren su msica y sus danzas para los turistas? La biodiversidad agrcola y la seguridad alimentaria local solo pueden preservarse como parte de un movimiento de revalorizacin de la biodiversidad sociocultural, como forma de preservar las tecnologas agrarias histricamente sustentables. Esto es lo que PRATEC en Per y AGRUCO, en Bolivia, tratan de llevar a cabo. La primera como una ONG, fundada por el agrnomo disidente Eduardo Grillo, ha desarrollado durante dcadas un valiossimo trabajo de recuperacin y sistematizacin de las formas de manejo andino de los recursos naturales, desde las ms remotas provincias tal como Oscar Blanco, quien defendi prolongadamente especies cultivadas como la quinua y muchos tubrculos (los cultivos desaparecidos de los Incas) contra el asalto de las importaciones subsidiadas de trigo. Aunque PRATEC pueda parecer extremista y romntico, de hecho los temas que coloca sobre el tapate son del ms dramtico realismo al denunciar desde el manejo andino de los recursos naturales la depredacin sociocultural de la modernizacin occidental. En realidad ellos no son culpables de la falta de atencin que presta a sus denuncias los bancos multilaterales o incluso las universidades. Una notable excepcin es AGRUCO, quien desde la Universidad de San Simn de Cochabamba en Bolivia (en la actualidad dentro de una Facultad de Agronoma) esta rescatando la Agroecologa campesina de los Andes: desde agosto de 1998 tiene lugar en aquella universidad una MAESTRA sobre AGROECOLOGA EN LOS ANDES, que ya ha alcanzado siete ediciones.

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tradicionales mediante el aprendizaje cultural, estimula y regula la retroalimentacin de los sistemas sociales a los biolgicos. 4. Dado el estado actual del conocimiento social y biolgico formales, la naturaleza del potencial de ambos sistemas puede ser mejor atendida estudiando cmo es que las culturas agrcolas tradicionales han capturado ese potencial. 5. El conocimiento social y biolgico formal, el conocimiento y algunos de los inputs desarrollados por las ciencias agrcolas convencionales, y las experiencias con tecnologas e instituciones agrcolas occidentales pueden ser combinados para mejorar ambos agroecosistemas, los tradicionales y los modernos. 6. El desarrollo agrcola a travs de la agroecologa conservar ms opciones culturales y biolgicas para el futuro, y tendr menos efectos culturales, biolgicos y ambientales perjudiciales, que los enfoques de la ciencia agrcola convencional por si sola. Queda aqu expresada con gran nitidez la dualidad social y cientfica de las races o bases epistemolgicas de la Agroecologa. En el presente apartado queremos presentar de una manera desagregada tales fuentes de produccin de conocimiento; estableciendo, adems como propuesta, la soberana alimentaria. En el esquema de ms abajo hemos representado las dimensiones (definidas en el apartado anterior) y races sociales (en rojo) y cientficas (en verde) de la Agroecologa; de forma tal que las primeras encuadran a las segundas; es decir, a cada dimensin pertenecen determinadas races, salvo dos (la raz cientfica de los estudios campesinos, por un lado; y la soberana alimentaria, que consideraremos en el ltimo apartado, por otro) que aparecen transversalmente en las tres dimensiones; a la izquierda del cuadro, bajo el rtulo dimensiones, por su pertenencia a las tres. Obsrvese que bajo la denominacin de cada raz agroecolgica hemos esquematizado con una breve sentencia su aportacin clave en la configuracin de la Agroecologa.Races epistemolgicas (cientficas y sociales) en las dimensiones de la AgroecologaRACES DIMENSIONES PRODUCTIVA O ECOLGICA Y AGROPECUARIO / FORESTAL SOCIOECONMICA ECOLOGA AGRONOMA AGRICULTURA ECOLGICA CAMPESINADO (Como fuente epistemolgica) TEORAS DEL DESARROLLO Como crtica a la agricultura industrializada Dimensin participativa ECONOMA ECOLGICA CAMPESINADO Alternativa a la economa convencional Estrategias de produccin social HISTORIA MOVIMIENTOS SOCIALES Contenidos de identidad En bsqueda de mayor equidad ECOLOGA POLTICA Como nueva ontologa y epistemologa Como estrategia de cambio CIENTFICAS SOCIALES

SObERANA ALIMENTARIA

ESTUDIOS CAMPESINOS

SOCIOCULTURAL Y POLTICA

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Iniciemos nuestro anlisis por las races de la dimensin ecolgica y agropecuario/ forestal donde, como puede verse, hemos situado dentro de la casilla correspondiente 4 races agroecolgicas o centros de produccin histrica y transdisciplinar; son estas las races directamente vinculadas al manejo de los recursos naturales.

Races de la dimensin productivaEl componente germinal de la Agroecologa lo constituye la Ecologa ya que como sta; se define ms que por un objeto de estudio, por el nfasis o actitud con que se aborda dicho estudio; al ser un campo de sntesis de diversas disciplinas, como afirma Margalef, no hay que preocuparse demasiado por la organizacin de los seres que forman los ecosistemas y la biosfera entera, cosa que realizan stas, sino que pretende explicar por qu tales seres son como son, su proceso evolutivo, que no se desarrolla en el vaco, sino en el seno de un ecosistema, entre infinitos condicionamientos. Al igual que Gonzlez Bernldez defini la Ecologa como la ciencia de los ecosistemas, la Agroecologa podra definirse como la ciencia de los agroecosistemas, en lo que respecta a la primera dimensin de nuestro cuadro analtico; la cual tiene un carcter fundamente productivo que se corresponde con la naturaleza ecolgica que requieren las actividades agrcolas, ganaderas y forestales desde la Agroecologa. Aqu aparecen situados el conjunto de conocimientos cientficos acumulados por la Ecologa y el conjunto de Ciencias Agropecuarias y Forestales al intentar corregir el deterioro generado por el modo industrial de uso de los recursos naturales (Margalef, 1992: 16 y 1977: 10). Probablemente la ruptura parcelaria de la ciencia convencional, en lo que se refiere a la conformacin de la Agroecologa, tuviera lugar a travs de las primeras interacciones entre Agronoma y Ecologa de cultivos; se centraron stas en el mero anlisis de relaciones muy concretas entre uno o varios factores de carcter climtico, edfico, fitotcnico o entomolgico. Hasta los aos setenta de la pasada centuria no se gener una relacin estrecha entre estas dos disciplinas, plantendose un enfoque ecosistmico de la agricultura; en esta tarea jugaron un importante papel los entomlogos al desarrollar un manejo ecolgico de plagas basado en el diseo de agroecosistemas que emularan la sucesin natural ya que su madurez les podra dotar de una estabilidad frente a la vulnerabilidad de los monocultivos (Hecht, en Altieri, 1999: 20 y 21). Aunque la influencia decisiva para la conformacin de los supuestos tericos y metodolgicos de la Agroecologa haya venido de manos de la Ecologa como ciencia, prestndole su inicial utillaje conceptual y terico; fueron los estudios de los eclogos y agrnomos sobre las tecnologas agrcolas campesinas e indgenas quienes conformaron una estrategia metodolgica propia mediante el estudio comparado de las diferencias bsicos, esencialmente contradictorias, entre agroecosistemas y ecosistemas. sta se basaba, en palabras de su indiscutible fundador, Efran Hernndez Xolocotzi (1977: 531-538), en la necesidad de estudiar sistemas agrcolas muy antiguos (evolucionados) que se hayan desarrollado sobre una estrategia de productividad y no de alta produccin, propia de los sistemas agrcolas

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tradicionales. Y, por otro lado en comprender ciertas propiedades de importancia en ecosistemas naturales y elucidar las diferencias que prevalecen entre los ecosistemas naturales y los agroecosistemas tradicionales y modernos (Gliessman, 1978: 109). La aplicacin de tal estrategia a lo largo de los aos ochenta de la pasada centuria en los estudios sobre el impacto en los ecosistemas tropicales de los monocultivos comerciales; y sobre la dinmica ecolgica de los sistemas agrcolas tradicionales constituyeron un magnfico banco de pruebas donde comprobar la utilidad de los conceptos ecolgicos aplicados al anlisis del funcionamiento de los sistemas agrarios. En este sentido, la mayora de estos estudios pioneros se centraron en los ciclos de nutrientes, en las interacciones de las plagas con las plantas y en la propia sucesin ecolgica. El hecho de que la agricultura consista en la manipulacin por parte de la sociedad de los ecosistemas naturales con el objeto de convertirlos en agroecosistemas supone la alteracin del equilibrio y la elasticidad original de aquellos a travs de una combinacin de factores ecolgicos y socioeconmicos. Desde esta perspectiva, la produccin agraria es ante todo el resultado de las presiones socioeconmicas que realiza la sociedad sobre los ecosistemas naturales en el tiempo. Sin embargo, junto a la Ecologa las agriculturas de base ecolgica surgidas histricamente como crtica al manejo qumico industrial del Norte15. Poseen stas una dualidad cientfico-social; y pueden ser definidas, en sentido lato, como el conjunto de propuestas surgidas como alternativas al modelo de agricultura agroindustrial, basadas en un manejo de base ecolgica. Tal es el caso de la Agricultura Biodinmica, Agricultura Natural, Permacultura y otros estilos de agricultura ecolgica del Norte, genricamente denominada agricultura Orgnica, en la cultura anglosajona; Biolgica, en la francfona; o ecolgica, en la hispnica. Adems, junto a estas tres races de la Agroecologa, aparecen otra, no menos importante, raz epistemolgica germinal: el campesinado. Al igual que sucede con este tipo de manejo, que presenta formas renovables, las agriculturas de base ecolgica del Sur aportan elementos de sustentabilidad para la reproduccin bitica de sus ecosistemas. As, Jules N. Pretty (1995: 1-3) realiz un sugestivo anlisis de lo que l llama agricultura regenerativa atribuyendo a este concepto la acepcin de un manejo de los recursos naturales en el que las tasas de deterioro, como consecuencia de la artficializacin para la obtencin al acceso a los medios de vida, son anlogas a las tasas de reposicin, en su dimensin bitica. Inicia su investigacin intentando establecer una tipologa de agriculturas regenerativas: existe una abrumadora evidencia emprica respecto a que, las tecnologas y prcticas regenerativas y conservadoras de los recursos naturales, pueden

15 Utilizamos dicha expresin para diferenciar estas formas de manejo ecolgico modernas de la agricultura ecolgica histrica realizada por el campesinado cuando no se vea sometido a presiones que le separaban de estas prcticas (Sevilla Guzmn y Ottmann, 2000: 185-205; Alonso Mielgo, Sevilla Guzmn, Snchez de Puerta y Gloria Guzmn, 2002: 677-708).

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proporcionar tanto beneficios econmicos como medioambientales para los agricultores, las comunidades rurales y las naciones. La mejor evidencia proviene de pases como frica, Asia y Latinoamrica, donde existe una conciencia emergente respecto al incremento de la produccin de alimentos en zonas donde la agricultura apenas si ha sido alterada por los paquetes tecnolgicos modernos que demandan tecnologas externas tales como pesticidas, fertilizantes, maquinaria, y , cultivos y ganaderas modernas . En estas remotas y complejas tierras, algunos agricultores y comunidades, adoptando tecnologas regenerativas, han incrementado substancialmente los rendimientos agrcolas, a veces, slo usando unos pocos o ningn imput externo. Pero estos no son los nicos lugares donde se produce el xito de la agricultura sustentable. En tierras manejadas con riego y altos imputs externos, agricultores, adoptando tecnologas regenerativas han mantenido sus rendimientos al tiempo que han ido reduciendo substancialmente el uso de imputs externos. Y, en tierras manejadas con altos paquetes de imputs, dentro de los pases industrializados, algunos agricultores han mantenido los beneficios incluso a travs de despojarse violentamente de los altos imputs externos y cayendo los rendimientos. Estas mejoras han ocurrido a travs de iniciativas enfocadas hacia un alto rango de tecnologas, incluyendo manejo de plaga