Aleceia Nº 3

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A q uel ti p o e ra ta n lis to , q u e pintaba l a f a c hada de la c a s a d e l v e ci n o e n v e z d e l a s u y a . Era la que é l v e í a . D i m e , ¿ m e a m a s ? , D ij o e ll a. S e le a b alanz ó. La cosió a p u ñ a l a d a s y l u e g o l a d e s c u a r t i z ó . A n t e l o s r e st o s d e l c a d á v e r , r e spondió: C l a ro q u e . V ol v e m o s a l e er a C e la y nos encontr a m o s c o n a q u e ll o q u e n o s dice de la coba. M á s o m e n o s , n o s r e f e r e q u e s e p u e d e m a t a r a a l g u i e n p o r d a r c o b a , q u e h a debido de oc u rrir . Y en to n c es , al v er es to, n u e st r a a d m i ración por este h o m b re s in g u l arí si m o , g en i al y li m ita d o a la vez, vuelve a s u r g ir . N o s p a r e c e u n a v i s i ó n m u y a c e r t a d a d e u n a a s p e c t o n e g a t i v o , u n o m ás, d e la n a t u r a l e z a h u m a n a . Y C e la es maestro e n d e s c u b r i r e s t a s c o s a s . E l q u e s e h i c i e r a como niño, viv irá e n la bo n d ad. Pero , a lo m ejor , c ae e n la depravación si se enc u e n t r a c o n u n o d e l o s m u c h o s ti p o s que no está n p r e ci sa m en t e a f a v o r d e la s B ie n a v e n tu r a n z a s. L a i d e a d e u n r e l a t o p u e d e s e r g e n i a l . S u p e r a r l a mediocridad en s u r e aliz a c i ó n e s o tr o a s u n t o . H a y m u c h a s b i o g r a f í a s q u e n o n o s d e j e n ver a bio graf a d o d e puerta s a d e n t r o . A q u e l e s c r i t o r e r a t a n p r e c i o s i s t a q u e h a c i e n d o m e t á f o r a s y r e t r u é c a n o s s e le o l vi d a d a l o que quería d e c i r . D i m e c o n q u i é n t e a c u e s t as y te diré qu é l i b r o s e s c r i b e s . O m á s bien, con quién te q u i e r e s a c o s t a r y q u é l i b r o s q u ie r e s e s c ri b ir . ¡ A b ra h a m , d e spie rt a ! O t r o s us ti t o , ¿ n o ? Y t o d o s por la mañana. A q u e l e s c r i t o r e r a t a n r o m á n ti c o , q u e s e e n a m o r ó , n o y a d e l a m u j e r i d e a l , s i n o d e l a c a r a i d e a l , d e l a m u j e r i d e a l, q u e n u n c a d e b í a d e e xistir. Y es qu e a m á s d e r o m á n t i c o , e l e s critor era tonto per d i d o . A q u e l t i p o e r a t a n li s to, que pintaba la fac h a d a d e l a c a s a d e l v e c i n o e n v e z d e l a s u y a . E r a l a q u e é l v e í a . D i m e , ¿me amas?, Dijo e ll a . S e l e a b a l a n z ó . L a c o s i ó a p u ñaladas y luego la d e s c u a r t i z ó . A n t e l o s r e s t o s del cadáver, respond i ó : C l a r o q u e s í . V o l v e m o s a l e e r a C e l a y n o s e n c o n t r a m o s c o n a q uello que nos dic e d e l a c o b a . M á s o m e n o s , n o s refere que se p u e d e m a t a r a a l g u i e n p o r d a r coba, que ha debid o d e o c u rr i r . Y en t o nc e s , a l v e r e s t o , n u e s t r a a d m ir a c ión por este ho m b r e s i n g u l a r í s i m o , g e n ia l y li m it a d o a l a v e z , v u e l ve a surgir. N o s p a r e c e u n a v isió n m uy acert a d a d e u n a a s p e c t o n e g a t i v o , u n o m á s , d e l a n a t u r a l e z a diciembre05 Revista literaria de la Fundación Municipal de Cultura Aula de Letras “Gabriel Baldrich”. La Línea. Cádiz Tel. 956 696 269 [email protected] 003 A q u e l t i p o e r a t a n l is t o , q u e p i n t a b a l a f a c h a d a d e l a c a s a d e l v e c i n o en v e z d e l a s u y a . E r a l a q u e é l v e í a . D i m e , ¿ m e a m a s ? , D ij o el l a . S e l e a b a l a n zó. L a c o s i ó a p a l a d a s y l u e g o la d e s c u a r t i zó. A n t e los r e s t o s d e l c a d á v e r , res p o n d i ó : C laro q u e s í . V olve m o s a l e e r a C e l a y n o s e n c on t r a m o s c o n a q u e l l o q u e n os di c e d e l a co b a . M á s o m e n o s , n o s r e fer e qu e s e p u e d e m a t a r a a l g u i e n p o r d a r c o b a , q ue h a d e b i d o d e o c u rrir. Y e n t o n c e s , al v e r e s t o , nu e s t r a a d m i r a c i ó n p o r e s t e h o m b r e si n g u l a r ísim o , g e n i al y l i m i t ad o a l a v e z , vuel v e a s u rgir. N o s p a rece u na v i s i ó n m u y ace r t a d a d e una a s p e c to ne g a t i v o , u n o más , d e l a n a t u r a le z a h u m a n a . Y C e l a e s A q u e l t i p o e r a t a n l is t o , q u e p i n t a b a l a f a c h a d a d e l a c a s a d e l v e c i n o en v e z d e l a s u y a . E r a l a q u e é l v e í a . D i m e , ¿ m e a m a s ? , D ij o el l a . S e l e a b a l a n zó. L a c o s i ó a p a l a d a s y l u e g o la d e s c u a r t i zó. A n t e los r e s t o s d e l c a d á v e r , res p o n d i ó : C laro q u e s í . V olve m o s a l e e r a C e l a y n o s e n c on t r a m o s c o n a q u e l l o q u e n os di c e d e l a co b a . M á s o m e n o s , n o s r e fer e qu e s e p u e d e m a t a r a a l g u i e n p o r d a r c o b a , q ue h a d e b i d o d e o c u rrir. Y e n t o n c e s , al v e r e s t o , nu e s t r a a d m i r a c i ó n p o r e s t e h o m b r e si n g u l a r ísim o , g e n i al y l i m i t ad o a l a v e z , vuel v e a s u rgir. N o s p a rece u na v i s i ó n m u y ace r t a d a d e una a s p e c to ne g a t i v o , u n o más , d e l a n a t u r a le z a h u m a n a . Y C e l a e s A q u e l t i p o e r a t a n l i s t o , q u e p i n t a b a l a f a c h a d a d e l a c a s a d e l v e c i n o e n v e z d e l a s u y a. E r a l a qu e é l v e í a . D i m e , ¿ m e a m a s ? , D i j o e l l a . S e l e a b a l an z ó . L a c o s i ó a p u ñ a l a d as y l u e g o l a d e s cu a r t i z ó . A n t e l os r e s t o s d e l c a d á v e r , r e s p o n di ó : C lar o q ue s í . 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S e l e a b a la n z ó . L a c o s i ó a pu ñ a l a d a s y l u e go l a d e sc u a r t i z ó . A n t e lo s r e s t o s d e l c a d á v e r , r e s p o n d i ó : C la r o qu e s í . V o l v e m os a l e e r a C e l a y n o s e n c o ntr a m o s c o n a q u e l l o q u e n os d i c e d e l a c o b a . M á s o m e n o s, n o s r e f er e q u e s e p u e d e m a t a r ta n l i s t o, d e l a c a s a d el v e c r a l a q u e é l v e í a e l l a . S e l e de l c adá v m o s a l e e r a C e l a y n o s e d e la co b a . M á s o m e n o s , n o s re f e r e qu que h a d e b i d o d e o c u r r i r . Y e n t o n c e s , a l v m b r e si n g ularísim o , g e n i a l y l i mitad o a l a v e i ó n m u y a c e r t a d a d e u n a a s p e c t o n a l e z a h uman a . Y C e l a e s A q u e l t i p o e r a q u e p i n t a b a l a f ac h a d a n o e n v e z d e l a s u y a . E a . D i m e , ¿m e a m a s ? , D i j o e a b a l a n z ó . L a c o s i ó a p u ñ a l a d a s y l u e g o l a d e s c u a r t i z ó . A n t e lo s r e s t o s v e r , r e s p o n d : Cl a r o q u e s í . V o l v e m c o n t r amo s c o n a q u e l l o que n o s d i c e e s e p ue d e m a t a r a algui e n p o r d a r c o b a r e s t o, nu e s t r a a d m i r a c i ó n por e s t e h z , v u e l v e a s u r g i r . N o s p a r e ce una v i n e g a t i v o , u n o m á s , d e l a n a t u

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Revista Literaria

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Page 2: Aleceia Nº 3

Pág. 2 • Revista Literaria ALECEIA

es una revista literaria

editada por la Fundación

Municipal de Cultura y el

Aula de Letras “Gabriel

Baldrich” de La Línea

de la Concepción.

Para contactar con

nosotros, podéis llamar

al teléfono 956 696 269

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electrónico dirigido a

BIBLIOTECALALINEA @

telefonica.net

Todos los que de una u

otra forma hacemos esto os

agradecemos de corazón la

acogida que está teniendo

nuestro trabajo.

Page 3: Aleceia Nº 3

Dirección Editorial Mª. Estefanía Sánchez GarcíaConsejo Editorial Rita Velázquez Real, Isabel Bermejo Martínez, Valerio de Lahoz Caravaca,

Joaquín Bassecourt Hernández, Marisol Dorado Villanueva e Inmaculada Jiménez MonteroIlustración Poemario Joaquín Bassecourt Hernández

Dirección Artística Sergio Tejedor Maquetación Dpto. Gráfico Ayuntamiento de La LíneaImpresión Tipografía A. Mazuelos

Sumario04 Entrevista 06 Cortos

08 El umbral de la palabra 10 Lugares con historia12 ¡Conóceme! 14 Palabras olvidadas 15 Juan Palomo

19 Martingala literaria 20 El rincón clásico22 Juega conmigo 23 Nuestras cosas

37 Otras cosas

003

Page 4: Aleceia Nº 3

Pág. 4 • Revista Literaria ALECEIA

Entrevista

Raquel Ñeco Ruíz

por Isabel Bermejo

Raquel Ñeco Ruiz nació en La Línea en 1970.Estamos en casa de Raquel, una casa de artistas.

¿Cómo nace tu vocación artística?Raquel Ñeco: siempre me gustó pintar, desde muy pequeña. El primer premio lo conseguí en E.G.B. Hice hasta 3º de BUP y me planteé que era lo que quería hacer, como el arte siempre me motivó mucho decidí matricularme en la Escuela de Artes Aplicadas y Ofcios Artísticos de Algeciras. Allí termine en el 95. una vez que salí me pregunté ¿qué hago? . Me compre una pella de barro y en la cocina de mi casa modelo mi primera pieza, y me piqué, me gustó mucho, me compré un horno de cerámica (que he estado pagando 10 años), después mi abuela me dejó un pequeño local en la calle de las Flores para poder trabajar con más tranquilidad y más espacio.Allí monté el horno y empecé a modelar, me decidí a participar en el Encuentro de Artistas Plásticos del Campo de Gibraltar, gane el primer premio con una escultura “La Mochila”.

¿Qué encerraba esa mochila?Toda las ganas de trabajar que tenía, muchas

dudas, inquietudes, deseos. Entonces en ese premio (que tenía un pequeño incentivo económico) lo más importante, era la posibilidad de exponer en la Galería Manuel Alex, donde es difícil por la demanda y prestigio que tiene, en el 2000 participé en una exposición de un Colectivo de 8 artistas llamado “Espacio Deseado”.

¿Dónde fue?En la Galería "Manolo Alés" con la obra “Patines”, terracota patinada.

¿Qué ha sido lo más importante en tu trayectoria artística?Lo más importante es la escultura que tengo en Genalguacil, considerada Villa Museo por la C.E.E., es el único museo al aire libre en Europa. Cada dos años hacen un encuentro internacional de Arte en el pueblo, hay una selección, se presentan proyectos, seleccionaron el mío, es una escultura de 1´90 m. Allí, a Genalguacil me fui con mi pareja: la organización pagaba comida, alojamiento y material y sobre todo la convivencia con los artistas seleccionados. Fue una experiencia inolvidable: italianos, japoneses, americanos… Entre los españoles había tres madrileñas, una malagueña, una de

Page 5: Aleceia Nº 3

Raquel Ñeco Ruíz

Huesca y yo de Cádiz. Hice la escultura en quince días, que quedó en el pueblo.

¿Qué representa?Es una escultura femenina titulada “Salto al vacío”.

¿Qué querías representar?Era la sensación de volar, la escultura me da escalofrío, forma parte del paisaje como una fusión entre arte y naturaleza, el Valle del Genal es una maravilla, es lo que intento transmitir.Con mis esculturas trato de dar un homenaje a lo cotidiano, a los objetos, durante un tiempo he tenido la necesidad de representar las cosas que nos rodean, que no valoramos. En otro tiempo hice cosas mas personales desde calcetines, botas, baúl con madejas, un pañuelo, un albornoz (siempre utilizo cosas que me encuentro), objetos hallados en la basura.

Tus esculturas de mujeres suelen ser gorditas ¿Por qué?El volumen me domina, soy perfectamente capaz de hacer una fgura delgada, monísima, pero no me motiva, no me inspira; sin embargo las curvas, las formas del cuerpo femenino, generosas, sutiles, eróticas, sin complejos, alegres transmiten tanto tranquilidad como serenidad, y pienso que el mundo es bastante triste y desagradable, entonces los que tenemos la posibilidad de transmitir lo que sentimos creo que deberíamos hacerlo de una forma agradable y que arranque una sonrisa de la persona que contempla la obra. El color es muy importante, como al volumen, me dejo llevar y el resultado siempre tiene una armonía, siempre escojo colores llamativos con vida, con luz, el naranja los tonos tierra, amarillos, turquesa, el negro nunca lo utilizo ni los grises, utilizo poco los verdes.

El Ayuntamiento de La Línea me entregó un pergamino agradeciendo mi aportación a la cultura linense y la Asociación Amantes de la Copla me entregó una bandeja como homenaje a la mujer. Fue un acto muy entrañable, sobre todo porque fue en mi pueblo.Lo último ha sido Mención de Honor en el Museo del Istmo por “Boda Gitana”.

¿Algún deseo?Me encantaría que pusieran una obra mía en mi pueblo, algo como la de Genalguacil.La Línea es preciosa y me gustaría ver una obra mía que transmita sentimientos y no dejen impasibles a quienes la contemplen.

¿Dónde tienes tu estudio?En el sitio más maravilloso, en un lugar mágico, donde se para el reloj. Cuando estoy en el estudio hago un paréntesis, todo lo demás se borra, desaparece, sólo yo con mi mundo, ese mundo con el que me fundo, me encanta, un sitio impresionante, con vida propia y me siento parte de ese mundo: "El Cortijo de Guadacorte”.

Revista Literaria ALECEIA • Pág. 5

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Pág. 6 • Revista Literaria ALECEIA

por Valerio De la Hoz Caravaca

CortosAquel tipo era tan listo, que pintaba la fachada de la casa del vecino en vez de la suya. Era la que él veía.

Dime, ¿me amas?, Dijo ella.

Se le abalanzó. La cosió a puñaladas y luego la descuartizó. Ante los restos del cadáver, respondió:

Claro que sí.

Volvemos a leer a Cela y nos encontramos con aquello que nos dice de la coba. Más o menos, nos refere que se puede matar a alguien por dar coba, que ha debido de ocurrir. Y entonces, al ver esto, nuestra admiración por este hombre singularísimo, genial y limitado a la vez, vuelve a surgir. Nos parece una visión muy acertada de una aspecto negativo, uno más, de la naturaleza humana. Y

Cela es maestro en descubrir estas cosas.

El que se hiciera como niño, vivirá en la bondad. Pero, a lo mejor, cae en la depravación si se encuentra con uno de los muchos tipos que no están precisamente a favor de las Bienaventuranzas.

La idea de un relato puede ser genial. Superar la

mediocridad en su realización es otro asunto.

Hay muchas biografías que no nos dejen ver a biografado de puertas adentro.

Aquel escritor era tan preciosista que haciendo metáforas y retruécanos se le olvidada lo que quería decir.

Dime con quién te acuestas y te diré qué libros escribes. O más bien, con quién te quieres acostar y qué libros quieres escribir.

¡Abraham, despierta!Otro sustito, ¿no? Y todos por la mañana.

Aquel escritor era tan romántico, que se enamoró, no ya de la mujer ideal, sino de la cara ideal, de la mujer ideal, que nunca debía de existir. Y es que a más de romántico, el escritor era tonto perdido.

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Revista Literaria ALECEIA • Pág. 7

Domingo 01-01-06. 21:00 h.Tradicional Conciertode Año NuevoOrquesta Sinfónica Ciudad deLa Línea. Dirige: Horst SohmTeatro Mun. “La Velada”Butaca: 18 ¤ - Anfiteatro: 15 ¤Abono con concierto de navidad(18 de diciembre)Butaca: 32 ¤ - Anfiteatro: 26 ¤Org.: F.M.C. Col.: Conservatorio Profesional de Música “Muñoz Molleda” y S.M.L.

Miércoles 11-01-06. 18:00 h.Teatro abiertoEspectáculo de Magia para niñosTeatro Mun. “La Velada”. Org.: Asoc. Niños de Ucrania y Andalucía

Miércoles 18y Jueves 19 de 01-06Teatro infantil: “El Burlador de Sevilla”, de Tirso de Molina. Cía. Deucalión Teatro. Teatro Mun. “La Velada”. Sesiones matinales concertadas con colegios e institutos de secundaria. 10:30 h. y 12:30 h. Org.: F.M.C. y Del. de Educación

Sábado 21-01-06. 21.00 h.Pastora Soler unpluggeden concierto de voz y pianoTeatro Mun. “La Velada”.Entrada única: 20 ¤Org.: F.M.C. Col.: S.M.L.

Miércoles 25a Domingo 29 de 01-06Ciclo de Teatro de RepertorioCía. de Teatro EslavaTeatro Mun. “La Velada”Butaca: 10 ¤ - Anfiteatro: 8 ¤Miércoles 25-01-06, 21:00 h.Jueves 26-01-06, 21:00 h.Viernes 27-01-06, 21:00 h.Sábado 28-01-06, 18:00-21:00 h. Domingo 29-01-06, 17:00-20:00 h. Org.: F.M.C.

Sábado 04-02-06Presentación del Cartel Oficialde la Semana Santa 2006Teatro Mun. “La Velada” 21:00 h.Entrada libre hasta límite de aforoOrg.: Consejo Local de H.H. y C.C.. Col.: F.M.C..

Lunes 06 y Martes 07-02-06Teatro infantil: “Candela está en vela”. Cía. Titirimundi teatro.Teatro Mun. “La Velada”Sesiones matinales concertadas con colegios de primaria. 10:30 h. y 12:30 h. Org.: F.M.C. y Delegación de Educación

Miércoles 08 y Jueves 09-02-06Teatro infantil: “Don Quijote” (adaptación). Cía. Titirimundi teatro. Teatro Mun. “La Velada”Sesiones matinales concertadas con colegios de primaria. 10:30 h. y 12:30 h.. Org.: F.M.C. y

Delegación de Educación

Viernes 17 ó Viernes 24-02-06Teatro abiertoAsoc. Amantes de la CoplaTeatro Mun. “La Velada”21:00 h. Org.: Hdad. Ntro. Padre Jesús del Perdón y F.M.C.

Viernes 17 ó Viernes 24-02-06Teatro abiertoGala Benéfica (danza)Teatro Mun. “La Velada”21:00 h. Org.: Cofradía del Sagrado Corazón de Jesús

Sábado 18-02-06. 21:00 h.Antonio Martínez Áresen conciertoTeatro Mun. “La Velada”Entrada única: 15 ¤Org.: F.M.C.

Sábado 25 y Domingo 26-02-06Teatro: “Últimas palabras de Copito de Nieve”, de Juan Mayorga . Cía. Animalario. Dirección: Andrés Lima. Intérpretes: Gonzalo de Castro (7 vidas), Pedro Casablanc (El comisario) y Tomás Pozzi.Teatro Mun. “La Velada”Día 25-02-06 a las 21:00 h.Día 26-02-06 a las 19:00 h.Butaca: 12 ¤ - Anfiteatro: 8 ¤Org.: F.M.C.

Miércoles 01-03-06. 21:30 h.1ª Semifinal del Concurso de Agrupaciones CarnavalescasTeatro Mun. “La Velada”Entrada única: 12 ¤Abono: 2 semifinales y final: 36 ¤Org.: Delegación de Festejos.Col.: F.M.C.

Jueves 02-03-06. 21:30 h.2ª Semifinal del Concurso de Agrupaciones CarnavalescasTeatro Mun. “La Velada”Entrada única: 12 ¤Abono: 2 semifinales y final: 36 ¤Org.: Delegación de Festejos.Col.: F.M.C.

Viernes 03-03-06. 22:00 h.Gran Final del Concurso de Agrupaciones CarnavalescasTeatro Mun. “La Velada”Entrada única: 18 ¤Abono: 2 semifinales y final: 36 ¤Org.: Delegación de Festejos.Col.: F.M.C.

Sábado 04-03-06. 21:00 h.Pregón del Carnaval y entrega de premios del Concurso de Agrupaciones CarnavalescasTeatro Mun. “La Velada”Entrada libre hasta límite de aforoOrg.: Delegación de Festejos.Col.: F.M.C.

14, 15 y 16-03-06Teatro infantil: “Haciendo amigos” y “El pirata

Bocanegra”Cía. Teatro AnimásTeatro Mun. “La Velada”Sesiones matinales concertadascon colegios. Org.: F.M.C. y Delegación de Educación

Jueves 17-03-06. 21:00 h.Teatro: “Hijos de mamá”, de Jordi Sánchez y Pep Antón Gómez. Dirección: Francisco Vidal. Intérpretes: Enrique San Francisco y Jorge Sanz.Teatro Mun. “La Velada” . Entrada única: 20 ¤. Org.: F.M.C.

Sábado 25-03-06. 21:00 h.Orquesta Sinfónica Ciudad deLa Línea. Dirige: Horst SohmPrimer concierto de temporadaTeatro Mun. “La Velada”. Entrada libre hasta límite de aforo. Programa: Por determinar. Org.: F.M.C. Col.: Conservatorio Prof. Música “Muñoz Molleda” y S.M.L.

Áula de Letras“Gabriel Baldrich”

16-02-06. 12.00 h.Conferencia literariaBiblioteca P. Mun. “José Riquelme”.

30-03-06Presentación del número 4 de la revista literaria Aleceia.

Galería “Manuel Alés”

Del 13-01-06 al 12-02-0646º Salón Nacional de fotografía “Trofeo Espetón”Org.: F.M.C. y AFAL

Del 17-02-06 al 19-03-06Exposición de Liviana LeoneOrg.: F.M.C. Col.: Cepsa Cultural

Del 24-03-06 al 23-04-06Exposición de Antonio David “Resurrección”Org.: F.M.C. Col.: F.M.C.

Museo del Istmo

Del 13-01-06 al 05-02-06Exposición de Fotografíade José Manuel VillanuevaOrg.: F.M.C. y A.F.A.L.

Del 10-02-06 al 12-03-06Exposición de José Manuel Maiquez y Domingo RamosOrg.: F.M.C.

Del 17-03-06 al 16-04-06ExposiciónManuel Muñoz RocaOrg.: F.M.C. y A.F.A.L.

Casa de la Juventud

15-01-06I Muestra de Artes Plásticas

Casa de la JuventudOrg.: Del. Juventud. Col.: F.M.C.

Cinematógrafo Municipal

Casa de la Cultura. 21:00 h.Entrada libre hasta límite de aforo

13-01-06Ciclo de cortos andaluces(Circuito Andaluz de Cine 2005)Proyección de los cortos:La gota - Palomita míaEl contrato - Días rojosDe un hilo - BluffTell tale heart

20-01-06. 21:00 h.“Obaba”, de Montxo Armendáriz (2005). Hispano-alemana. Drama. 117 m.

27-01-06. 21:00 h.“Tapas”, de José Corbacho y Juan Cruz (2005). España. Drama. 100 m.

10-02-06. 21:00 h.“Hormigas en la boca”, de Mariano Barroso (2004). España. Thriller. 92 m.

Del 17-02 al 17-03-06Ciclo Marylin Monrroe17-02-06“La tentación vive arriba”24-02-06“El príncipe y la corista”10-03-06“Con faldas y a lo loco”17-03-06“Vidas Reveldes”

23 y 24-03-06. 21.00 h.Ciclo de cine “Dos orillas”Entrada libre hasta límite aforo.Org.: Mancomunidad de Municipios del Campo de Gibraltar. Col.: F.M.C.

23-03-06Ciclo de cine “Dos orillas”Sesión matinal concertada con institutos de secundaria.“Happy Day”, de Abdeslam Kelai, cortometraje, 18 min, Marruecos“Taró”, Colectivo Mnemocine, cortometraje, 25 min, España

23-03-06Ciclo de cine “Dos orillas”“Azadón”, de Pepe Marín, cortometraje, 13 min, España“Rachida”, de Yamina Bachir-Chouikh,largometraje, 95 min, Francia-Argelia.

24-03-06Ciclo de cine “Dos orillas”“Maldita Calle”, de J.José Ponce, cortometraje, 30 min, España.“Las Hijas de Mohamed”, de Silvia Munt, largometraje, 90 min, España.

Programación Invierno Cultural

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Pág. 8 • Revista Literaria ALECEIA

En el umbral de la palabrapor Rita Velázquez

Una histo

( Se intenta dar una idea generalizada sobre cualquier tema, donde el pensamiento racional se mezcla con el poético. Así lo que se cuenta es opinable. Está escrito bajo un punto de vista personalizado a veces íntimo, sugerente o categórico. Se mezcla lo literario con lo filosófico intentando buscar el lado positivo incluso si hablamos de lo dramático.En el umbral de la palabra cabe todo: artículos, ensayos, relatos cortos, soliloquios (monólogos inco-herentes) o simples reflexiones sobre lo circunstancial, todo sin ánimo de entrar en polémica. Pues ante todo es un divertimento, quien escribe lo hace como algo lúdico, con más o menos acierto en la elección de las palabras, con más o menos ritmo en su morfología o en su fonética.Lo escrito presenta fuerza en su arranque inicial pero se pierde en su desarrollo y término pues quien escribe no es un erudito ni pretende serlo. Hay complicidad con la vida y cierta dosis de ironía lo cual es bueno para el espíritu).

UNA HISTORIA FANTÁSTICA(otoño del 93)

Francisca dormía a piernas sueltas, junto a su marido. De repente entra una mosca en la habitación y comienza una transformación que da origen a un nuevo ser:Abre sus ojos y eran verdosos y resplandecientes. Habló y echaba humo por la boca y por la nariz. De sus oídos brotaban llamas rojas y amarillas como len-guas alargadas. Su piel se hizo transparente y dejaba translucir sus venas, ramifcaciones azuladas por todo el cuerpo. De súbito escamas la cubrieron.Imposible explicarse lo que sucedía. Su pensamiento se hacía incoherente y su visión borrosa, emitió pala-

bras extrañasAparece entonces en un paisaje desconocido. –Como por arte de magia- Un paisaje abrupto, con pequeños montículos amarillos ocres y a lo lejos un cielo can-dente sin sol y sin nubes. Más allá volcanes expulsa-ban su lava con intermitencia.Personajes metamorfoseados parecidos a los dinosau-rios con medianas y pequeñas proporciones y otros con algún rasgo humano semejante a nuestro personajeUno se acerca y le habla –reconozco algo parecido a las palabras que emitió anteriormente, debe ser el idioma de este lugar- -Holaru. Le dijo y ella respondió -Holaruiho. Se saludaron con el dedo meñique y ella lo siguió a través de un angosto camino que les condujo a una especie de caverna. Resultó ser de alucinar. A la entrada otro personaje le saludó:Holaruihoha. Y elevaron sus dedos meñiques. –Podría ser una contraseña ahora que lo pienso- Y penetraron dentro.Una vez en el interior el decorado futurista que se nos presentaba hablaba claramente de una civilización avanzada, algo así como los hombres del siglo XX podían imaginar el futuro siglo XXIII. Poblaciones subterráneas cuyo sustento básico eran las máquinas, ordenadores y los robots. Bastaba pulsar un botón o varios para ir de una sección a otra y encontrar el sector o la función buscada. Un laberinto interminable de galerías, puertas herméticas y ascensores. Algún que otro vehículo extraño en apariencia.Al comienzo una especie de entrada, donde un grupo de nuestras criaturas de las que al fn pude conocer

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el nombre de su especie “Hulandroides” especie de humanoides metamorfoseados. Decidieron ellos sobre no sé que asunto. Uno dijo: -Hamamecu hilaruii Xio . Y otro respondió: -Quisamecu camequi friu quou.Inmediatamente todos le siguieron. Tomaron un pequeño vehículo a velocidad supersónica que les condujo a través de diversas galerías hacía un ascen-sor. Allí les esperaba otra especie de dinosaurio que hablaba la misma lengua, a pesar que evidentemente pertenecía a otra raza por sus caracteres físicos. Este les dijo: -Tantum Threephon fou. Y todos añadieron: -Threephon fou.Aquello me empezó a poner nervioso, presentía que algo iba a ocurrir. (Ustedes dirán quién cuenta esta historia). Soy yo el compa-

ñero de Francisca a quien ésta tenía abrazado cuando empezó su transformación. Ignoro por qué motivo mientras ella se convertía en ese ser , yo me reduje de tamaño. Me convertí en un liliputiense y vine a caer entre las escamas alrededor de su cuello. No me ha descubierto. Parece ignorarme totalmente, a pesar de haber trepado hasta su oído y haberle hablado. Ella se rasca, como si le hiciera cosquilla y no se entera de nada.-En este momento acaban de bajar todos los presentes a un sótano de aspecto lúgubre y de dimensiones inmen-sas. Hileras concéntricas de dinosaurios alrededor de un fuego. Una llama de intensidad media prende al son de un son: -Someron, Someron...La llama va subiendo de inten-sidad, hasta tal punto que sus resplandores ciegan.La luz se modera un poco y en este instante los visi-tantes se acercan. Mientras se oye a través de un megá-fono: -Acercorum, acercorum. Venitaraus au centraus. Tos-tous, tostous...

Un aroma a azufre lo invade todo y la luz de nuevo se intensifca. ¡Qué sucede!Hay un hulandroide a quien empieza a caérsele las escamas al tiempo que se le apaga la oreja y la nariz y los ojos y la boca . Las escamas caen todas. Su piel se vuelve opaca y rosácea. Parece humano. Es humano es... -Deu dim...dim Deu.Querugo como viante. -Cuanto querella.

-Qui me arribo? -Qui se me? -Me... -Hulandroide.

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Lugares con historiapor Isabel Bermejo

Tengo por costumbre llevarme un libro a la playa, prefero las más tranquilas, las más solitarias, la “Punta del Gallo” es ideal, claro que no tiene su antigua belleza, que el tiempo y el hombre cambió pero sigue conservando su magía; desde aquí surgen como tres caminos sobre el mar, como tres senderos en el viento, como tres rutas en los tiempos.

Hacia la izquierda Gibraltar, al fondo la montaña Abyla, el estrecho como horizonte.... a la derecha Algeciras....

Estoy en la “Punta del Gallo” sobre la antigua Carteya, abro el libro.

Gibraltar, es un nombre relativamente nuevo para designar esa pequeña península del sur de la Península

Ibérica. La primera noticia que se tiene de este nombre bajo esta denominación está en un documento español de 1310. En su forma arábiga original “Djabal Tarik” (el monte de Tarik) aparece por primera vez en el siglo IX, en la obra del historiador Abd`l Hakam. Hubo una época a mediados del siglo XII en que se le dió ofcialmente el nuevo nombre de Djabal-Al Fath (el monte de la victoria) y aunque el recuerdo de este nombre perduró hasta el siglo XV, sólo tuvo una aceptación regional.

Djabal Tarik fue su nombre durante siglos, transformado en Gibraltar por los españoles, cuyos oídos estaban más acordes con la fonética de sus antepasados romanos que con la de los árabes.

Su historia es mucho más antigua que su nuevo nombre,

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cuya duración fue más prolongada que la de Gibraltar e incluso que la de Djabal Tarik.

El de “Calpe” palabra tal vez relacionada o derivada del verbo fenicio “ Kalph” (excavar)

* Calpe en la antigüedad era algo muy singular.

En el siglo VI antes de Cristo un viajero procedente de la lejana Focea Euctmon observó que se encontraban allí altares y templos dedicados a Hércules* (los navegantes que desembarcaban allí se apresuraban a ofrecer sacrifcios al dios, pero no se quedaban mas tiempo que el necesario “pues permanecer allí era sacrílego”

* El Melkarthe fenicio más que el Hércules griego o romano (ver Herodoto, libro II cap. 44)

El lugar invita a la meditación me imagino otros tiempos.

Recuerdo que textos árabes de la época medieval nos

decían de una mezquita en la antigua ciudad de Carteya, la primera de Al Andalus a la que iban los habitantes de la bahía para que lloviese en abundancia.

Es muy probable que dicha Mezquita se construyera sobre los restos de una anterior basílica bizantina. Y antes..? que habría?..un santuario de la época fenicia..? al igual que hubo en Gibraltar..?.

El mar, sigue su danza de olas y vientos ¡que rápido es el paso del hombre en la vida!

Recuerdo la casa de Don Evaristo Ramos Cadenas* en este mismo lugar, era de estilo neoclásica con las escalinatas y balaustradas, él se dejó prender en el hechizo de Carteya,Llevó a cabo excavaciones sobre 1928, el famoso sarcófago de la Punta del Gallo.

* Don Evaristo. Crónicas del Puente. Revista Alameda, por I. Bermejo.

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Conócemepor Inmaculada Jiménez

Mis queridos lectores....

Quiero presentaros a una mujer luchadora para los tiempos que le tocó vivir, a una mujer que escogió un destino nefasto para sus ideas y proyectos, dejándonos con ello, sólo una parte de su obra, una parte tan sólo de lo que ella quería, porque lo demás, se lo llevó al mar y a la tierra junto con sus ilusiones y sus pensamientos inacabados.

Conozcamos mejor a ALFONSINA STORNI

Alfonsina Storni Martignoni nació en Suiza en un pueblo llamado Sala Capriasca, un 22 de mayo de 1892. En una ocasión le comentó a su amigo Fermín Estrella: "Mi padre se llama Alfonso y a mí me pusieron Alfonsina que quiere decir “dispuesta a todo”.

Cuando Alfonsina tenía 4 años la familia regresa a San Juan (Argentina), y es allí donde recordaría con cariño su infancia ..... “ me veo fea chatilla, redonda y colorada. Con 4 años me sentaba en el umbral de la puerta de mi casa con un libro entre las manos y moviendo los labios, haciendo como si leyese; miraba de reojo a los que pasaban para ver el efecto que les producía mientras que mis primos me gritan que tengo el libro al revés y salgo corriendo detrás de la puerta a llorar”.Desde su llegada a San Juan la familia vive de una forma mísera. Se trasladan a Rosario en 1901 y prueban suerte abriendo un “Café suizo”, donde Alfonsina limpia y sirve mesas. Su padre un hombre depresivo y alcohólico fallece en 1906. Ella sigue escribiendo poemas bajo el seudónimo de “ Taolao” Por entonces entra a trabajar en una fabrica de gorros.

En 1907 llega a Rosario la compañía de Manuel Cordero y Alfonsina reemplaza a una actriz que estaba enferma. Su madre se casa de nuevo y empieza a dar clases de canto y música. Alfonsina se va a Coronda para estudiar Magisterio y trabaja como celadora en la escuela , aunque el dinero no le llega para pagar la pensión, y es por eso por lo que decide cantar como corista en un teatrillo en Rosario. Cuando descubren estas escapadas suya Alfonsina piensa en suicidarse.Al año siguiente en 1911 obtiene el titulo de maestra

y empieza a trabajar en una escuela en Rosario. Sus primeros versos se publican en la revista “Mundo Rosariano” y “Monos y Monadas”. Por esta fecha mantiene relaciones con un hombre casado mayor que ella y se queda embarazada. Avergonzada se marcha a Buenos Aires y da a luz a su hijo Alejandro. Tenía 20 años. En su equipaje poca ropa y unos libros y poemas de Darío. Es cuando empieza a afrontar sola sus decisiones.

Sigue escribiendo y colaborando con revistas literarias, como “Caras y Caretas”. Entra a trabajar en una tienda de cajera. Su primer libro de verso: “La inquietud del rosal” se lo enseña a su amigo el poeta Félix B.Virilla y lo publica.

Varias revistas, entre ellas “Nosotros”, elogia los poemas de Alfonsina y a partir de entonces entra a formar parte de los circulos literarios. Es conocida y admirada aunque le persiguen los problemas económicos. Cuando es nombrada directora de un colegio, decide escribir su segundo libro “El dulce daño”.

En 1916 comienza a descubrir que la mujer posee unos valores que muchos no conocen (sobre todo los hombres) y contribuye a “esclarecer” los contornos de un rol de mujer a la que estaban acostumbrados a ver. La personalidad literaria de Alfonsina Storni sirve para seguir el rastro de un pensamiento que fue muy avanzado para una mujer de aquella época. Su fama iba en aumento y eso la convirtió en una neurótica. En 1918 los nervios la obligan a dejar su puesto en el colegio aunque sigue frecuentando los círculos literarios. Publica su segundo poemario y colabora con la revista “Atlántida”.

En 1922 le dan el premio nacional de poesía y el ministro de Instrucción Pública crea una Cátedra para ella en la Escuela Nacional de Lenguas Vivas (1923). Publica varios poemas y se atreve con una obra de teatro “El amo del mundo” en 1927 que fue un auténtico desastre. El 20 de mayo de 1935 le descubren un tumor en el pecho y aunque la operación fue un éxito no soporta la terapia de rayos y abandona el tratamiento.En la peña del “Café Tortoni” conoce a Federico García

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Lorca, a quien le dedicó el poema “Retrato de García Lorca” publicado luego en “Mundo de Siete Pozos”, 1934.

EL 26 de enero de 1938 en Uruguay el Ministerio de Instrucción Publica organiza un acto en el que reunirá a las tres grandes poetisas americanas del momento, Alfonsina Storni, Juana De Ibarbouron y Gabriela Mistral. Los meses que siguieron fueron de profundo dolor por el abandono de su enfermedad. Se retrae y apenas sale a la calle. Vive sus últimos años pensando en la muerte. No fue mujer religiosa, ni practicó ninguna religión.

El 23 de octubre viajó a Mar de Plata y hacia la una de la madrugada del martes 25 abandonó su habitación y se dirigió al mar. Al amanecer dos obreros descubrieron su cadáver en la playa. Alfonsina escogió el peor de los caminos : el suicidio.

El 21 de noviembre de 1938 el Senado de la nación le rindió homenaje. El senador socialista Alfredo Palacios dijo en una intervención: “Frecuentemente, subordinamos los valores del espíritu a los valores utilitarios y no hemos conseguido con toda nuestra riqueza crear una atmósfera propicia donde pueda prosperar esa planta tan delicada que es un poeta”.

Al día siguiente de morir Alfonsina publican su poema “Quiero dormir”. Alfonsina no se despidió, nos abandonó sin pedir permiso, quiso que el mar se tragase sus palabras, sus pensamientos, sus poemas. Nos dejó la mitad de su vida, la mitad de su obra, la mitad de su todo. Yo os dejo con un poema suyo para que sus versos nos traigan el recuerdo de lo que pudo seguir siendo ...y no fue.

DIENTES DE FLORES,COFIA DE ROCÍO...

(Último poema antes de suicidarse)

Dientes de flores, cofa de rocío, manos de hierbas, tú, nodriza fna, tenme prestas las sábanas terrosas y el edredón de musgos escardados. Voy a dormir, nodriza mía, acuéstame. Ponme una lámpara en la cabecera; una constelación, la que te guste; todas son buenas, bájala un poquito. Déjame sola; oyes romper los brotes... te acuna un pie celeste desde arriba y un pájaro te traza unos compases para que olvides... Gracias... Ah, un encargo: si él llama nuevamente por teléfono le dices que no insista, que he salido.

Alfonsina Storni

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Palabras Olvidadaspor Marisol Dorado

Capuana: Paliza.

Endilgar: Endosar.

Periquito: Palabra coloquial para denominar los dibujos animados.

Pesqui: Talento (origen y grafía inciertos).

Tatachín: Atracción ferial.

Tenguerengue: Palabra que forma parte de la expresión “en tenguerengue” (a punto de caerse).

.

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Juan Palomo

Pero eso es para otra historia(Deus ex_machina)

I

Lo absurdo de toda aquella historia, es que le habían puesto de nombre “Cometa”, ¡qué ridículo! cometa a aquel engendro sin patas ni cola, que apareció un día en el jardín, nadie sabe cómo, y se enredó entre los ovillos de crochet de la pobre abuela Helen, hacién-dola caer de rodillas sobre el estanque, al tiempo que hacía su entrada Mme. Cognait y la vio, haciendo abluciones sobre el agua y creyó que se había convertido al Islam; antes de caer, dijo:

- a la…, a la…,

lo cual reafirmó a la susodicha Madame en su teoría y salió corriendo horrorizada, pen-sando que, después de setenta años que hacia que la abuela Helen había vuelto de Egipto, le habían hecho efecto los intentos de Mus-tafá por abducirla y convertirla.

En realidad, la pobre abuela Helen, lo que intentaba decir era:

- ¡al agua no, …….. al agua no!

Claro que no le dio tiempo de poder terminar la frase, pues cayó de bruces sobre el crista-lino escenario y se ahogó antes de que nadie pudiera llegar a socorrerla. Este hecho conmovió a toda la familia. La pobre abuela Helen tenía solo noventa y ocho años y era la más joven de las tres hermanas: Clara, la mayor, que contaba con cientoun años, Serena, la segunda, que tenía noventa y nueve años y nuestra queridísima y des-afortunada pobre abuela Helen que, a pesar de todos los pronósticos que auguraban para

ella una larga vida, había muerto en trágicas y acuáticas circunstancias. (Aunque Mme. Cognait no opinara lo mismo, ya que su teoría era que había sido asesinada por una cédula fundamentalista, victima de uno de sus numerosos atentados.)

Con todas estas elucubraciones rondando por la casa y con toda la familia reunida para tan triste ocasión, hizo su entrada el viejo mayordomo Sixto, que estaba al servicio de la familia desde 1896 (nadie sabía su edad, pero más que de piel su cara era de perga-mino) portando un extrañísimo cofre traído de Siria por la pobre abuela Helen en uno de sus fantásticos viajes y que contenía las ins-trucciones de cómo actuar en caso de su falle-cimiento y LA PROFECÍA. Se hizo un gran silencio en el salón principal de aquella maravillosa villa colonial, rodeada por jardines poblados por exóticas especies también traídas por la pobre abuela Helen de sus innumerables viajes. El cofre era y había sido para todos fuente de una enorme curiosidad, pues la pobre abuela Helen no se cansaba de repetir hasta la sacie-dad que en él encontrarían las claves de su muerte. Fuera cual fuese la causa (aunque se tratara de un simple resfriado) la fami-lia debería abrirlo el día de su óbito para así desvelar el secreto (aunque no creo, que sí hubiera muerto de un simple resfriado, hubiese habido mucho secreto que desvelar, pero bueno, sigo). Sixto abrió la cerradura con una minúscula llave que se encontraba, precintada, dentro de una pequeña caja de cristal, que se abriría “rompiéndola en caso de muerte”. Todos estaban expectantes, el cofre, después de tantos años, por fin sería abierto y sabrían

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si se había cumplido el vaticinio que setenta y cuatro años antes le hiciera aquel extraño mago que la pobre abuela Helen encontró una noche vagando, perdón, magando por las viejas calles de El Cairo, pero eso será para otra historia. El mayordomo desenrolló un viejo legajo atado con un rabo de conejo seco y largo (muy raro para un conejo ¿verdad?) y en letras grandes apareció la profecía:

“MORIRÁS CON LA LLEGADADEL COMETA”

La astrología nunca había sido el fuerte de la pobre abuela Helen, pero todos comprendieron el porqué de su afán por estudiar las estrellas, su afición a los telesco-pios y ese estar continuamente estudiando el espacio, pero, ya ves, el “Cometa” llegó rep-tando.

II

Lo encontró magando por las viejas calles de El Cairo en una madrugada de Enero de l927. Hacía frío, las calles estaban empapa-das por la humedad procedente del Nilo y la pobre abuela Helen estuvo a punto de resba-lar por aquellas empinadas escalinatas que cruzaban de un lado a otro de la calle Ab-Saim, donde se encontraba el hotel en el que se hospedaba.

En esa época, no era la pobre abuela Helen, sino la hermosa y joven doctora Helen , licenciada en Historia Antigua por la Univer-sidad de Prinston y que, además, hacía sus prácticas de Lenguas Muertas en la Univer-sidad del Mar Muerto (que por aquellos días , en realidad, estaba agonizante, pero aún no había muerto del todo).

La hermosa y joven doctora Helen estaba a punto de resbalar y caer fatídicamente por las susodichas escaleras, cuando apareció, miste-riosa y oportunamente, el Conde Al-Masi, un aristócrata húngaro al que su familia había obligado a heredar toda su enorme fortuna, a dominar todas sus inmensas tierras, a habi-tar todos sus incontables castillos…( claro,

que eso ya fue demasiado).

Agobiado por todo lo que se le venía encima, ( en ese preciso instante estaban trasladando un piano de cola de una habitación a otra del palacio donde residía y lo hacían por el exterior, a través de unas ventanas contiguas mientras él se encontraba debajo), se envol-vió la cabeza con la cortina de cretona fran-cesa que su abuela había hecho traer de Paris para su boda ( pero eso es para otra historia ) y se fue corriendo sin detenerse hasta que llegó a la orilla derecha del Nilo.

Una vez allí, se agachó para beber agua, pues no lo había hecho desde que salió de Buda-pest, justo en el momento en que una secta secreta, que practicaba una antigua reli-gión egipcia de la época de Ramsés elevado a cuatro partido por dos, buscaba una señal consistente en encontrar a alguien que emer-giera con turbante de cretona francesa de la Orilla Derecha del Nilo, y al verlo lo nom-braron de inmediato Mago Mayor.

Lo elevaron a los cielos portado en un mayes-tático trono de bambú y setas chinas, y lo trasladaron a su templo situado en la misma calle que el hotel de la hermosa y joven doctora Helen (no sin antes preguntarse el Conde Mago Al- Masi a sí mismo si esa era la forma habitual de darle la bienvenida a los extranjeros por aquellas lejanas tierras, o , si por el contrario, se trataba de alguna confusión debido al turbante de tela de cor-tina de cretona francesa que aún no había tenido tiempo de quitarse por las prisas de la huída).

Aquella noche, el Conde Mago Al-Masi, cuyo nombre actual era Mago Rampante de la orilla derecha del Nilo ( traducción literal del egipcio antiguo realizada por la hermosa y joven doctora Helen) paseaba triste por la calle Ab- Saim, con su cortina de cretona en la cabeza, (recordemos que se la había puesto al salir huyendo por si se le caía encima el piano de cola, pero que ya no se lo pudo quitar, la secta no se lo permitía ) cuando vio, de repente, a una hermosa joven que estaba a punto de caer precipitadamente por las escaleras. De un salto se puso a su lado y

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la cogió entre sus brazos, salvándola así de una muerte segura ( de haber sido así nunca podríamos haber conocido a la pobre abuela Helen), de una caída incierta, de un batacazo de la ….

A la hermosa y joven doctora Helen le impre-sionaron sus tristes ojos grises y supo en ese preciso instante que era húngaro, que no era verdaderamente un mago y que esa tristeza que le embargaba tenía su razón oculta en ese enorme y hortera turbante de tela de cortina de cretona francesa que portaba. (Lo supo con sólo mirarlo debido a su especialidad en lenguas muertas ya que los ojos emitían un mensaje: “estamos muertos”, estamos muer-tos.)

De esta manera, comenzó una hermosa amis-tad (que duraría mucho, mucho tiempo, pero eso es parte de otra historia) y, a cambio de ella, el Mago Conde Al-Masi le hizo el regalo de la Profecía con una condición (pero eso también forma parte de otra historia )

Por aquellos días nadie se preocupaba por su aspecto tanto como hoy, la gente salía a la calle de cualquier forma, sin preocupaciones de modas ni de si a los demás les parecería bien o mal. El hecho de que el Conde Mago Al-Masi llevase un turbante tan peculiar pasaba realmente desapercibido (a lo mejor, el que se encontrara en Egipto tenía algo que ver ¿no? ). El problema no era por su aspecto , sino que, el llevar continuamente ocho metros de tela de cortina de cretona francesa enrollados en la cabeza, le estaba trayendo terribles dolores de idem, enormes quebra-deros de idem, en fín, que si no se lo quitaba pronto, la idem acabaría como una sandía madura lanzada al espacio.

Cuando el Conde Mago Al-Masi vió a la her-mosa y joven doctora Helen supo de forma inmediata que ella era la enviada, ella sería la encargada de liberarlo de su terrible y pesado problema.

Teniéndola entre sus brazos y mirándola a los ojos, supo también, en ese preciso instante, que moriría con la llegada de un cometa, pero no se lo dijo, prefirió otra frase del tipo:

- ¿Se encuentra bien, señorita?

La hermosa y joven doctora Helen tampoco le dijo lo que acababa de leer en sus ojos (muertos) y contestó:

- Si, gracias, ya puede usted dejarme en el suelo, por favor (con una enorme sonrisa )

El Conde Mago Al-Masi le preguntó qué hacía una hermosa y joven doctora, de noche, sola, en El Cairo, en 1927 y a esas horas. Ella le respondió que eran muchas las preguntas pero que, en realidad, no hacía nada, sólo había salido a tomar el aire porque en el hotel había una convención de vendedores de incienso y no se podía respirar.

El Conde Mago Al-Masi se llevó una mano a la cabeza con la intención de rascarse, cosa que, evidentemente, no logró , pero persistió y persistió hasta que se enganchó una uña en un hilo de la tela de la cortina de cretona francesa y comenzó a tirar y a tirar, entonces, la aguerrida, hermosa y joven doctora Helen, no dudó ni un segundo y, cogiendo el extremo del hilo, comenzó a enrollarlo formando un ovillo, a una gran velocidad, mientras el volumen del turbante iba disminuyendo y la cabeza del Conde, parecía un ventilador.

Cuando concluyó la hermosa y joven doc-tora Helen tenía en sus manos un ovillo de seis metros de diámetro, el Conde Mago Al-Masi, además de un gran mareo, había sido liberado de su enorme problema y lucía una cabeza espléndida, pequeña, pero esplén-dida.

Desprovisto de sus señas de identidad como Mago y después de reponerse del mareo, no sabían qué hacer con el inmenso ovillo, pero la intrépida, hermosa y joven doctora Helen, recordando sus tiempos de campeona de bolos, lanzó la inconmensurable bola de hilo contra la puerta del templo ( recordemos que se encontraba al lado del hotel ) destruyén-dolo con el impacto y haciendo que sus ocu-pantes vieran en ello un designio divino para la disolución de la secta y huyeran despavori-dos (después se supo que crearon un partido político en Europa, triunfaron y arrasaron

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literalmente el mundo con su nuevo Mago Mayor, un tal Adolfo ….., no sé qué).

Muchas fueron a partir de ese día las aventu-ras que vivieron juntos el Conde Ex _Mago Al-Masi y la hermosa y joven doctora Helen, pero eso es para otra historia.

Marisol Dorado Villanueva

DOS COMETAS

I

Fue un cometa, un coleante y coloreante rayo luminoso, sin nombreni predestinación alguna. Extraña forma de amor, de simple despertarmañanero, de una fe por y en las pequeñas cosas. El camino hasta aquíhabía sido un nutricio agujero negro, una ignorante mayoría de sábadossin cine, domingos sin misas y lunes sin descansos.

II

Fue una “cometa colorá, chinazo a la pedrá” que, huía alta, por un cielode muchachos atrevidos y traviesos. Los niños hoy.., con sus maquinitasagresivas y aprensivas, descargan adrenalina en el país de Cibernia. Padresconformes con la falta de sol y de luna.., de estrellas y de nubes diferentese incluso, mareas distintas con vientos plurales y pluviales, barcos de velasmúltiples en alta mar.Nunca rompimos un cristal de casa o una aislada farola; entonces no habíani tantas casas ni coches, ni tanta lumínica ciudad en los suburbios del hampay la miseria; nunca, los pobres, los humildes fueron tan ricos como ahora.

III

Fue un astro teledirigido; la vida de alguien experimental, ofrecida a la ciencia de forma oficiosa. Aquel suicida, con profunda depresión exógena, no encontró otra manera de ser útil a todos.., en la idea de acabar con

su poca existencia e insistencia. Nunca soñó con arrascarse el esternón bajo la lúcida casaca napoleónica, ni ensayóel sexo exhibicionista en aquellos pantalones de lanilla ajustados y potentes, dentro de sus acerinoxadas botas de tacón alto y brillo lubricante.Hombre, alma, Ícaro real, que demostraba, la velocidad, no ya del cuerpo y la materia, sino de la mente más rauda que la luz, como contaba el documental de la segunda cadena hace tan solo unos días.

IV

Hablando de la velocidad, de la luz e incluso del resplandor sideral; hablando al menos de cañas y de papel en la seda de su color; de hilo tonto amañando, amarrando la estructura, el cañizo, la tramada enredadera de la alegría.Papalote.., siempre me llamó la atención el término hispano; si lo hago mío yo sería su hijote, su neneote, su pupilote; su siervo y esclavo al verlo alejarse, cabriolar, amainar serenamente, alunizar alucinadamente, enterrar en cualquier duna, cualquier desierto, cualquier montaña o palo de la luz gigante. Desde la punta, desde el cabo que aún poseo en mi mano, le mandaré mensajes redondos de papel con poemas, donuts llenos de energía y cariño, motivaciones para que siga creciendo en su ámbito sublime y elevado.También le solicitaré un socorro para que me lleve con él o ella, porque se me perdió de vista su color de vida, entre el encarnado y el granate.

V

No hubo Reyes, ni magos ni hecatombes; no hubo el presagio de alguien que muere en la cruz, tontamente acusado de un crimen que no hizo. Ningun descendiente de Davidha sabido asumir esta parte de la historia.Mi cometa roja, fue contemporánea de aquel sputnik y de aquella perrita laika.., insepulta hace tanto tiempo ya, por ese espacio que junta ambos cometas.

Joaquín Bassecourt

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Martingala Literaria

A Tabucchi

¡Vemos pasar tantas cosas con los ojos equi-vocados! Pero ahí estás tú para devolvernos la visión exacta, la única realidad del caleidoscopio de la vida, la caprichosa perspectiva del mundo de los sueños…… Tú, con tu eterno amor a Pessoa, con tus ánge-les caídos, muertos de amor en bares perdidos, sirenas

que cantan con rumor de aguardiente, ofcinis-tas cansados convertidos en héroes, idealistas y amantes que convergen sin querer en el remolino de tu pluma, maravillosa pluma que nos envuelve y nos devuelve el placer pri-migenio de abrazar la piedra donde dormía el David.

Marisol Dorado VillanuevaNoviembre 2005

POST SCRIPTUM

Una ballena ve a los hombres

Siempre muy ajetreados, y con largas extre-midades que agitan con frecuencia. Y son muy poco redondos, sin la majestuosidad de las formas consumadas y sufcientes, y con una minúscula cabeza móvil en la que parece concentrarse toda su extraña vida. Llegan deslizándose sobre el mar, pero no nadando, como si fueran pájaros, e inferen la muerte con fragilidad y grácil ferocidad. Permanecen largo rato en silencio, pero luego gritan entre ellos con repentina furia, con un galimatías de sonidos que apenas varían y que carecen de la perfección de nuestros sonidos esenciales: reclamo, amor, llanto de duelo. Y qué penoso

debe resultarles amarse: e híspido, casi brusco, inmediato, sin una mullida capa de grasa, favo-recido por su naturaleza fliforme que no prevé la heroica difcultad de la unión ni los tiernos esfuerzos para conseguirla.

No les gusta el agua, y la temen, y no se entiende por qué vienen tan a menudo. También ellos van en bancos, pero no llevan a las hembras, y se adivina que están en otra parte, pero son siempre invisibles. A veces cantan, pero sólo para ellos, y su canto no es un reclamo sino una forma de lamento desgarrador. En seguida se cansan, y cuando cae la noche se echan sobre las pequeñas islas que les transportan y tal vez se duermen o contemplan la luna. Se alejan deslizándose en silencio y es evidente que están tristes.

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El Rincón Clásicopor Mª Estefanía Sánchez

HESÌODO1. Biografía.

Estimados lectores, una vez más queremos dar a cono-cer otro de los grandes poetas de la época grecolatina, los padres de la poesía actual. En esta ocasión dedica-remos la sección a Hesído, uno de los primeros poetas griegos, que, pese a la valía de su obra, es uno de los menos conocidos.Al parecer viviò entre la segunta mitad del siglo VIII a.C. y la primera del siglo VII a.C. Al contrario que Homero, con quien comparte la mètrica en hexàmetros, el lenguaje èpico y las coincidencias formales, la fgura real de Hesído no ha suscitado entre los investigadores las mismas dudas sobre la existencia de éste. Los datos que tenemos de Hesíodo se deben a él mismo, a la infor-mación que nos proporciona en sus obras. Estas noticias apuntan que el padre de Hesíodo era un comerciante de Cime, ciudad eolia, que arruinado, se trasladó a Ascra, en Beocia, donde adquirió cierta fortuna (Trabajos y Días 631-640). Sin embargo, la afrmación de la noti-cia sobre el viaje sobre el padre del poeta está en con-tradicción con lo que el propio Hesído comenta en su obra, donde describe la ciudad de Ascra, como “mala en invierno, irresistible en verano y nunca buena” y cuyos pobres recursos económicos quedan de manifesto a lo largo de todo el poema. Ante esto, algunos criticos seña-lan que la razón del viaje era bien distinta, ya que podría haber huído por asesinato. Esta hipótesis se basa en el testimonio de los poemas homéricos, donde el destierro es el único camino de salvación para los que el destierro es el único camino de salvación para los que han ase-sinado a alguien de su misma estirpe; pero a pesar de todo, esta teoría no está plenamente justifcada.Otro de los motivos de su viaje, pueden deberse a que Ascra era centro de culto de las Musas del Helicón, a las que se dedicaban periódicos festivales. A estas fes-tas acudían gentes venidas de diferentes lugares, lo que suponía una buena opurtunidad para el comerciante. De este modo, el padre de Hesíodo pudo pensar que Ascra era el lugar idóneo para ejercer su profesión de comer-ciante y adquirir un lote de tierra que le proporcionaría benefcios sufcientes para sostener su vida familiar.

Dejando a un lado la cuestión paterna, otro de las noti-

cias que se nos proporciona es la del pleito que el poeta mantuvo con su hermano Perses a causa de la heren-cia de su padre, del que saldría gravemente perjudicado (Trabajos y Días, 27-41). Esta cuestión también tiene dividida a la crítica. Algunos autores, como H. Munding (Hesiods Erga in ihrem Verhältnis zur Ilias, Frankfurt, 1959) y Blüsch, (Formen un Inhalt von Hesiods indi-viduellem Denken, Bonn, 1970) consideran a Perses un recurso utilizado por el propio poeta; sin embargo, no hay argumentos que nieguen la existencia de Perses, sino màs bien al contrario, las referencias bibliogràfcas sobre su persona parecen reales.

Tres son las obras de Hesìodo que nos han llegado a travès de manuscritos medievales, Teogonìa, Trabajos y Dìas, El escudo de Heracles y una serie de fragmen-tos de otras once obras a èl atribuidas. En la Teogonìa canta el poeta el destronamiento de Urano por Cronos y èste por Zeus, que se convierte en favorecedor del orden y la justicia, y amo del mundo. Pero tambièn se incluyen temas como el origen del mundo, desarrollado a travès de sucesivas uniones y descendencias entre las fuerzas de la naturaleza(el Caos, la Noche, las Tinieblas, el Cielo, etc.). Todo ello parece tan entremezclado en la narraciòn que en diversas ocasiones es difìcil entender el argumento de la obra.

2. Obra.

Segùn nos cuenta el autor, (Teogonìa 22-24), su ini-ciaciòn poètica tuvo lugar en las laderas del Helicòn. Mientras cuidaba sus rebaños las Musas se acercaron a èl y le entregaron una rama de laurel como cetro que simbolizaba la misiòn profètica que le habìan encomen-dado. Hesìodo considera real este pasaje de su vida que incluye en su obra de manera decisiva, hasta tal punto que las Musas siempre estaràn presentes en la misma, a quien en los juegos fùnebres de Anfdamante, rey de Calcis, participando como aedo les dedicò un famoso trìpode (Trabajos, 650-662). Esta vivencia tan extraña de Hesìodo con las Musas es difìcil de entender si igno-ramos que Hesìodo compartìa las mismas creencias religiosas que los campesinos de Beocia, quienes con frecuencia veìan a las Ninfas en parajes agrestes o que-daban posesos por ellas, nymphòleptoi. Por otro lado, hay que recordar que como rapsodo, Hesìodo tenìa la misma fe que Homero en las Musas.

Tres son las obras de Hesìodo que nos han llegado a travès de manuscritos medievales, Teogonìa, Trabajos y

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Dìas, El escudo de Heracles y una serie de fragmentos de otras once obras a èl atribuidas. Sin embargo, son las dos primeras las màs conocidas y a las que prestaremos mayor atenciòn. El escudo de Heracles es considerada por la crítica, debido a su falta de autenticidad, obra de un autor distinto al que ahora nos compete.

En Teogonìa canta el poeta el destronamiento de Urano por Cronos y èste por Zeus, que se convierte en favo-recedor del orden y la justicia, y amo del mundo. Pero tambièn se incluyen temas como el origen del mundo, desarrollado a travès de sucesivas uniones y descenden-cias entre las fuerzas de la naturaleza(el Caos, la Noche, las Tinieblas, el Cielo, etc.). Todo ello parece tan entre-mezclado en la narraciòn que en diversas ocasiones es difìcil entender el argumento de la obra.

Por otra parte, la discusiòn entre Hesìodo y su hermano Perses, es el tema con el que comienza su otra gran obra conocida, Trabajos y Dìas. Como ya comentamos anteriormente, Perses quitò a su hermano su patrimo-nio y cuando su hermano decide llevarlo a juicio por ello, soborna a los jueces para que fallen a su favor. Con este pretexto se pregunta en la obra por las fuerzas que rigen la existencia humana. La fgura de Zeus apa-rece como ordenador del mundo y valedor de la justicia, que contradice la injusticia que èl mismo està viviendo. Aconsejo a su hermano que trabaje honradamente, en lugar de ir usurpando los bienes de los demàs; para ello introduce el mito de las dos Eris, dos diosas, una buena, que ayuda a los hombres a superarse y otra mala, que los conduce a la guerra.

El mito de las edades en las que la humanidad ha ido sucesivamente decayendo hasta su situaciòn actual le sirve para hacer referencia a los infortunios del mundo, haciendo consideraciones sobre los distintos tipos de trabajos y la forma de hacerlos màs productivo.

En defnitiva, la posteridad ha tratado de forma muy dispar la fgura de Hesìodo. Los griegos, al considerar a Hesìodo creador de la mitologìa, han procurado que su obra perdurase en el tiempo, por lo que en la Edad Media copiaron su obra, y en la Edad Moderna se le considerò un precedente importante de los primeros flòsofos griegos.

3. PoemasTeogonìa

Cosmogonìa

En primer lugar existiò el Caos. Despuès Gea la de amplio pecho, sede siempre segura de todos los Inmortales que habitan la nevada cumbre del Olimpo. [En el fondo de la tierra de anchos caminos existiò el tenebroso Tàrtaro.] Por ùltimo, Eros, era el màs hermoso entre los dioses inmortales, que afloja los miembros y cautiva de ´todos los dioses y todos los hombres el corazòn y la sensata voluntad en sus pechos.Del Caos surgieron Èrebo y la negra Novchel. De la

Noche a su vez nacieron el Èter yel Dìa, a los que alumbrò preñada en contacto amoroso con Èrebo.Gea alumbrò primero al estrellado Urano con sus mismas proporciones, para que la contuviera por todas partes y poder ser asì sede siempre segura para los felices dioses. Tambièn dio a luz a las grandes Montañas, deliciosa morada de diosas, las Ninfas que habitan en los bosocosos montes. Ella igualmente pariò al estèril pièlago de agitadas olas, el Ponto, sin mediar el grato comercio. (Teogonìa, 116)

Trabajos y Dìas

Proemio sobre el trabajo

Ahora bièn, tù recuerda siempre nuestro encargo y trabaja, Perses, estirpe de dioses, para que te aborrezca el Hambre y te quiera la venerable Demèter de hermosa corona y llene de alimento tu cabaña; pues el hambre siempre acompaña al holgazàn. Los dioses y los hombres se indignan contra el que vive sin hacer nada, semejante en caràcter a los zànganos sin aguijòn, que consumen el esfuerzo de las abejas comiendo sin trabajar. Pero tù procùrate por disponer loas faenas a su tiempo para que se te llenen los graneros con el sazonado sus-tento.Por los trabajos se hacen los hombres ricos en ganado y opulentos; y si trabajas te apreciaràn mucho màs los Inmortales [y los mortales; pues aborrecen en gran manera a los holgazanes].El trabajo no es ninguna desnhonra; la inactividad es un deshonra. Si trabajas pronto te tendrà envidia el indolente al hacerte rico. La valìa y la estimaciòn van unidas al dinero.Para tu suerte, segùn te fue, es mejor trabajar, si olvidado de haciendas ajenas vuelves al trabajo tu voluble espìritu y te preocupas por el sustento segùn mis recomendaciones.Una vergüenza denigrante embarga el necesitado, una vergüenza que hunde completamente a los hombres o les sirve de gran provecho, una vergüenza que va ligada a la miseria igual que la arrogancia al bienestar.Las riquezas no deben robarse; las que dan los dioses son mucho mejores; pues si alguien con sus propias manos quita a la fuerza una gran fortuna o la roba con su lengua como a menudo sucede, ràpidamente debilitan los dioses y arruinan la casa de un hombre semejante, de modo que por poco tiempo le dura la dicha.

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Juega Conmigopor Inmaculada Jiménez Montero

POETA 1 POETA 2 POETA 3 POETA 4 POETA 5 POETA 6

En el próximo número lréis las respuestas correctas. Seguid jugando conmigo. Si sabéis las respuestas podéis enviarme un correo electrónico a: [email protected]. Poniendo en asunto “ ALECEIA”. Suerte. ¡Hasta pronto!

SOLUCIÓN AL JUEGO DEL Nº 2 DE “ALECEIA”

Una vez más con vosotros.

Esta vez buscaremos :

Poetas que pertenecieron a la Generación del 27, y portas que obtuvieron el Premio Nóbel de Literatura, y en qué año lo recibieron.

Como siempre, os daré alguna pequeña pista para ayudaros en la búsqueda. ¿Preparados?.....pues allá vamos.....

Entre estos 6 poetas “españoles” hay 3 que estuvieron

vinculados a la “Generación del 27” y los otros 3 recibieron el “Premio Nóbel de Literatura”

Y una pregunta extra...

¿ Qué poeta perteneció a la “Generación del 27” y a su vez, obtuvo el “Premio Nóbel de Literatura?(está entre los cuatro primeros)

¿Sabéis quién?

Pues....manos a la obra.....y suerte..

Poeta nº. 1 - Español - Miguel de Unamuno - Poema Letra C - “El cuerpo canta”Poeta nº. 2 - Español - Miguel Alberti - Poema Letra F - “Santoral agreste”Poeta nº. 3 - Español - Juan Ramón Jiménez - Poema Letra A - “Te deshojé como una rosa”Poeta nº. 4 - Argentina - Alfonsina Storni - Poema Letra B - “Alma desnuda”Poeta nº. 5 - Chilena - Gabriela Mistral - Poema Letra D - “La flor del aire”Poeta nº. 6 - Mexicano - Octavio Paz - Poema Letra E - “Viento”

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Nuestras cosas

Carta de amor al mar

Siento como la brisa del mar llega hasta mi piel. Como el viento acaricia mi cabello y entra sin pedir permiso, por todos los rincones de mi cuerpo mientras yo cierro los ojos y sueño.Enamorada del mar. Enamorada de mis aguas. Amo al mar y le cuento mis penas. Amo al mar y le cuento lo que siento, lo que pienso, lo que deseo, mientras arrastro mis pies entre su mojada arena.Siento como cada poro de mi cuerpo se revela dentro de mi, y me voy enamorando de su bravura y su timidez, de su furia y su candidez al mismo tiempo.Confundirte con un cuerpo de hombre y amarte hasta saciar mis deseos.Experimentar durante unos segundos que se te puede amar rozando mi vientre desnudo contra tu vientre de arena en el fondo de tu destino.Salir de ti, es el suspiro que mi pecho no acaba de soltar. El suspiro que tantas veces se me ahoga en el alma por no tener a nadie que lo quiera escuchar. Mis ojos se mojan con tu sal y llego a creerme que son lágrimas de pasión . De esa pasión arrebatadora que a mi ser entero domina cuando estoy lejos de ti y no te veo, y no te siento y no llega hasta mi , el aroma que me trae tu viento.Al levantar mi cara, unas gotas de sal marina resbalan por mis mejillas y al llegar a mis labios ellas me hablan y me preguntan. Ellas me insinúan que si en este momento besaran mi boca todo el sabor del mar sentirían.Cada ola, me trae un recuerdo inventado hace tiempo, un recuerdo que aún guardo en mi pecho como un petalo de rosa pegada a la página de algún libro olvidado.

Deseos que se agolpan en mi mente , y que nunca salieron a flote. Que nunca pudieron realizarse ... yo no se porque. Y tampoco se , cuando deje de sentir que quizás nunca llegarían a hacerse realidad.Solo el verte cada día, y sentir el aire regalado de tu apasionado movimiento me trastorna y me conmueve, me da fuerzas y valor para decirte en silencio lo que tantas veces he gritado al viento..... te quiero mar.. Te quiero.Es fácil amar a quien un día puede abandonarte, a quien un día puede destrozar en un momento la ilusión de toda una vida, la ilusión de unos

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años que no volverán a empezar de nuevo. Pero tu...mar de todos mis días, siempre estas hay.. quieto, callado, fjo y siempre enamorado. Lleno de esa dosis de amor, que todos necesitamos.Le cuento al aire una pena, y el aire te la lleva. Le cuento al sol un desconsuelo y el sol con sus rayos en tus aguas, es mi mejor mensajero, le digo al oído a la luna la alegría que llena mi alma, y la luna se duerme en tus brazos mientras te cuenta mis cosas, hasta que se queda dormida como una fel enamorada, en tu regazo.

Amigo incansable, amigo que nunca dirías a nadie, todo lo que yo te contara.No necesito promesas, ni tampoco juramentos , no necesito esconderme, ni reír con risa entrecortada, porque estar cerca de ti, es como volar con el pensamiento, levitar entre la pasión y el deseo, de querer alcanzar algo que nunca sale a nuestro encuentro.Sería maravilloso que todo el mundo supiese, lo que es vivir cerca del mar.Sentirte triste y pasear, cerca de ese gran charco de agua que cada día te muestra una cara diferente, queriendote animar.Ni el frío ni el calor me pueden separar de ti. Tu has sabido llenar los huecos vacíos de mi vida como el amante mas delicado y perfecto. Como el amante que te regala un ramo de flores un día cualquiera, de un mes cualquiera.Enamorada del mar, de su aire, de su aroma , de sus movimientos sensuales, de sus caricias excitantes cuando en el... yo me sumerjo, y me inundo de sus cientos de brazos acariciando mi cuerpo entero.Que no me separen nunca de ti.Que no me lleven lejos... si tu conmigo, no vas a venir.Que no me quite nadie, lo que la vida me ha regalado, lo que la vida.. me esta dando, sin yo haberle pedido, nada a cambio.Como deciros que amo al mar, porque en él, he encontrado al amigo fel, que te escucha y calla para siempre. Porque él tampoco tiene ... a quien poderselo contar.Hasta siempre querido mar.

(Accesit en el certamen literario “Cartas de amor” Tarifa 14 de febrero del 2000)

Inmaculada Jiménez Montero

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La perdíz

Me quedé sola en casa, como yo queríaY la soledad lejos de pesarme, me liberaba.De todas formas, no estaba sola.Una perdiz me acompañabaElla me observaba y cantaba durante el día.De todas formas, no estaba sola.Tenía el recuerdo de mis hijasY aunque sentía pesar por algún motivo.El que fuera mi marido y mi amanteEran amigos cordiales que me ayudaban.Había perdido a mi familia.Pero tenía otro tipo de familia.Mis amigos y los que aún me amaban.Los vecinos que me trataban con simpatía.Y tenía el campo abierto, el sol y la vidaEstaba entrando en la mediana edadMe quedaba lo mejor todavía.

Rita Velázquez

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Trece

Siendo como soy ligera y vaporosacomo nube o ventolera me deslizo,desplazo y deshago con tal facilidad que vuelvo a resurgir al día siguiente.No importan ya los vaivenes ni la formame transformo, me transporto, me dividome resbalo y aniquilo, me volatizodiendo como soy ligera y vaporosame adapto y conformo, aunque rujay de por bien cuanto acontezca. Así mesalgan palabras mal sonantes y otras,haga el haraquiri a los contaminantesaerosoles y barnices y aires acondicionados.

Rita Velázquez

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Vacío

En ese huecovacío del alma,donde la soledadhabita…acunandosueños rotos,como trozosde cristalfríos e hirientesespejo hechopedazosde cosasno vividas.En ese huecovacío del almaque nadie conoce,donde escondoheridas,allí donde hay díasinexistentes,donde estála duda,el desaliento,la tristeza…que nadie entre,ese hueco vacíoes parte demi alma,está celosamenteguardado, es…sólo una partede mi vida…

Isabel Bermejo

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Entre mis paredes

Mi alma se confesa en estos metros cuadrados.Mis pensamientos vuelan en esta soleada habitación.Cierro la ventana para que el viento no se lleveTodo lo que guardo en mi cabeza.

Cierro los ojos, trato de pensar.Mi boca esta cerrada.El miedo acumulado me impide hablar,Tagore me dice, que si cierro la puerta a los errores, la verdad también se quedara fuera,por eso mi puerta siempre esta abierta.

Oigo el aleteo monótono de una mosca, en la calle, palabras cortadas por el vientoel mismo que pega en mi ventana queriendo entrar.Absurda insistencia por su parte.

En estos metros cuadrados,Hay estanterías llenas de libros,Unos leídos y releídos,Otros a medio leer.Y muchos de ellos esperan.Esperan unas manos que arruguen sus hojas y los amarillee.Esperan para desnudar su pudorEsa verdad contada por alguienO esas mentiras disfrazadas que nos invitan a deambular,Cuando nos convertimos en cómplices de un montón de letras.

Me siento luminaria en estos metros cuadradosDonde todo lo inerte parece que me adora.Suenan las campanas,No son las del Duomo,Pero me las imagino.

Porque en estos metros cuadrados,Solo puedo hacer eso.... imaginarY escribir cosas como estas.

Inmaculada Jiménez Montero20 de octubre de 2005.

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Al sol

Te miro sol y no puedo olvidarmeDe un poema que te escribió EsproncedaHimno al sol, fanático y ardienteSu fantasía le guiabaY en intrépido vueloSus alas expandía.Oh, sol que alumbra los pesaresDe un mundo que cambia cada díaY haces luces de sombras profanasY das luz con brillante osadíaNo pares tu curso ni tus ganasDe ser quien Rey por excelenciaMimas con tu fuego al que calientasLos hielos y desvelos de su vida.Omnipotente reflejo de un Dios que te crearaMirando la inmensidad donde te asientasEntre planetas, galaxias, estrellas y otrosUno se olvida de cuan pequeños somosPues grande uno se siente si te miraSol tan reluciente qué esconde tu luz tan cegadoraA parte de misterios que la NASA desvelaCon estudios profundos en vuelos espacialesTe saludo sol, ahora con lamentoNo quiero perturbarme en el recuerdoDe esa luz tan blanquecinaQue quemaron las pupilas de mis ojosPor ver un eclipse, pasado el medio día.Sol te saludo recordandoTu calor nos calienta en la mañanaY nos quema a ciertas horas paulatinas¿qué pasaría sol si el ozono se perdieray nos achicharraras todo el día,tendríamos que vivir como reptilesen cuevas o en mundos subterráneosCon luz artifcial toda la vida...?

Rita Velázquez

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Suplicantes

“ No levantes temores con tu audacia,que se puede matar a un buen amigopor ignorar quién es”.( Esquilo. 2.468, antes de hoy).

¡Es la mano de Dios que tiende un puente;Es la llama de Alá con sus tormentas;Es el mismo Yahvé vivifcadoÓ es , zoofílico Zeus.., de torero!

Huyen por pastos verdes de limosnasQue agradecen al Cielo, desmontandoEsa arena fnísima e incontable,Que empaña la esperanza en cataratas.

Vienen de un continente de pobreza,De guerra vienen por la Paz clamante:Ya esperan poco de la vida… y pocoDe la muerte que en sangre los ahoga.

¡ Es la mano de Dios que hacina tablas;Y la mano de Alá que junta troncos;Es el mismo Yahvé que enciende hoguerasDonde atenúa Zeus sus propósitos!

Llegan, conjuntamente, con el hadoY en la acera resbalan los lamentosQue, hacen brillar toneladas de bocasCon los dientes del hambre más perfecta.

Son Suplicantes de hoy que la injusticiaHan vivido en sus capas más intensas:Fabricante de súplicas.., consumenLos cuatro azotes del Apocalipsis.

En su trágica huída, han colmatadoLa ciudad de Melilla por entero;Mañana será Ceuta…y LampedusaA donde arribarán en negra prole.

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Con escalas de fe hechas de arbustos-leves de llano seco y la frontera-Ascenderán, heridos cuerpos ágiles,Los espinos y púas de la hambruna.

Puros creyentes de esperanza anónimaDominarán la Tierra… y, el DiluvioRefrescará su cara en lluvia de oro,Como flor que el rocío desenrosca.

En la noche, el Zodíaco los alientaCon sus estrellas y constelaciones,Y hace que pacten esos cuatro DiosesAlguna solución de Suplicantes.

¡Venid, pasad…,mis amos extendieron:Al pie quejoso, su mullida alfombra;Al hambre, los manjares del tiempoY a la sed, los líquidos más puros;A los cansados músculos, cojines,Y a los maltrechos huesos, dan unturas!

Por el césped más verde a su presencia,Llegan los Suplicantes en gran númeroY, encuentran alivio a sus heridasY hallan la solución a tantos sueños;Agradecen la Paz en la palabraQue les dicen en forma de susurros.

En el zaguán encuentran BienvenidosY en el dintel, la antorcha impermeable;Ya no son Suplicantes, que son hombresY mujeres con todos sus derechos:A la Vida, al Trabajo y al Futuro.

Joaquín Bassecourt Hernández(1-10-05)

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Todos alrededor, qué bien.Unos dicen que sí,Otros dicen que no.

Ahora se levantan,Y se vuelven a sentar.¡Oh, sí, oh, no!

Qué maravilla, ¿verdad?Yo me creo lo que digo.Tú te crees lo mejor,Pero no.

Unos dicen que sí, otros que no.Todos alrededor.Qué maravilla, tan bueno.

Tan de sí,Tan de no.

Valerio De la Hoz Caravaca

Verano y viento,Paz y suma.Extensión y arena,Cansancio gélidoNombres, sueños, historias, mentiras.

Toda tú de la almena.Rinconada de sombra, voceada tu luna, enorme de amapolas.Sonrisas, sonrisas, sonrisas.Aquella estatua de blanco,Tu rostro,Tu rostro,Tu risa.En verano salías de rosas,En invierno las volvías.

Siempre te vi así, de verano, de invierno,Rincoanada de sombra.Y, ay,Esbelta de canciones perdidas.

Valerio De la Hoz Caravaca

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Qué rubita era la niña,Toda ella así.

Andaba, despacio, de prisa,Aquí, allí.

Alta y astuta,Tierna y frágil.

Iba y venía,Traía y llevaba.

Pantalón, blusa,Jersey, sandalias.

Qué bonita, qué rubita.Todo lo hacía,Nada olvidaba.Un despacho entraba,Otro salía.Un papel, dos tres, cuatro.Qué rubita.

Tacón alto, rara vez.Una festa y una falda.Todo regido, todo sutil.

Los papeles ya le aumentan.Éstos y los de ahí.Cuatro despachos ahora. Seis mesas, seis sillas.Qué rubita.

Ella era calladita.Sí, sí, sí.

Algún no certero.Algún quizás, tal vez.

Domina y domina,Manda y manda,Sube y sube,Alta ya.¡Qué bonita la niña rubita!

Tanto sí, tanto no.,Princesa ha terminado del despacho de aquí.

Oh, la historia de esaNiña rubita.Historia de España,De ésa de ti y de mí.

Valerio De la Hoz Caravaca

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Agua

Desde las más profundas entrañas de la tierra,desde las fecundas arterias que tú inundas,desde los verdes lagos en que te extasias desde los perdidos mares que mueves a tu antojo,desde los imposibles manantiales,desde las altivas cataratas en las que desafías al infnito,desde el callado arroyo que apenas brilla en el recodo,desde el soberbio río que abraza la selva solidaria,desde la poza fría que sueña con sirenas,desde el pálido estanque, cuna de soledades,desde los océanos, amargos y azules titanes,desde el agradecido beso que la lluvia lanza al viento,desde todas tus formas,agua sublime y deseada,desde todas ellas, yo te amoy añoro en ellas tu presenciacuando te has ido.

Marisol Dorado Villanueva1 de Noviembre de 2005

Mi Mar

“¿por qué será que el mar es uno y mío?Adiós mis olas lindas/ hasta pronto”(M. Benedetti)

No imagino un marsi no es mi mar,desnudo de adjetivos, por si acaso,desnudo de ataduras, sin sus barcos,hambriento de orillas, su regazo.

No imagino un marsi no es mi mar,cubierto de azahares, sin sus olas,llamando a gritos la perdida caracolade tus besos, en mi abrazo que mitiga.

No imagino un marsi no es mi mar,ese mar infnito de añoranzas,de sueños que culminan en sus aguas,de azules transparentes y de mitos.

Marisol Dorado VillanuevaJunio 2005

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A los que se han ido

Tal vez un aleteo alegre en la tarde,un destello del sol en una esquina,la mirada fugitiva de una foto antigua,un silencio largo, de repente,una frase dicha una vez por alguien,un pasar despacio por un paisaje,la sonrisa pequeña que apenas sale,el rumor del aliento cuando no hay nadie,esa lágrima que reprime salir a raudales,la caricia furtiva de tesorosdel baúl de la ausencia donde todo cabe,nos devuelven, a ratos,a los que se han ido.

Marisol Dorado Villanueva21 de Octubre de 2005

Sólo tú

Imagínate que, de repente,toda la luz de la tarde te cabe en el bolsillo,y un rumor de hojas secas del otoñote acaricia la espalda despacito.

Imagínate que, de repente,todo el mar se desborda de tus ojosy un lamento salado te recorreuna a una las huellas de tu boca.

Imagínate que, de todas las gentes de la tierra,sólo a ti te elijo,y en ti siembro una rosa,sólo en ti la rosa de mis sueños.

Marisol Dorado VillanuevaOtoño, 1991.

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Elefantes de Ciudad

Elefantes de ciudad,torpes y pesados,andando a contramano,buscando una selvaentre las calles estrechas.Perdidos gigantes que no sirvenpara moverse en la vida que les toca.Poetas,animales fuera de contexto,paquidermos asombrosos y asombradosde tanta mirada absorta en órbitas vacías.La gente los contempla sorprendida,ellos no son conscientes de su singularidad,siguen caminando, arrasando a su paso con palabras,con sus ojos grandes para ver un mundo diferentey sus trompas cadenciosas para mecer sus versos.La selva está lejos, muy lejos,quizás acaben en un circo,o, peor aún,en el olvido.

Marisol Dorado Villanueva12 de Octubre de 2005

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Otras cosas

Desde mi quietud en que asciendo al futuroHasta el espacio no vividoque recorta el horizonte-profundo cementerio de lo que pudo ser-hay un mar de sonidos imprecisos

en esta atmósferatan próxima y distante-dolor fatal que me anega y ahoga-está este signo que nunca me sabréque viene para incendiarel aire del olvidopara dejar en mi su cambiante anagrama.

José Ignacio Moreno Olmedo

Canela en ramame parecen tus dedosmientras me abrazas,mientras te veodesnudarte y aparecetu piel entre las sábanas.A canela me sabentus labios mientras te beso, a canela molida tu espalda morena,mezclada con la sal de las mareas.Con flores de canelate adornas tu cabello.Mientras, el viento juegaa atarse a tu cintura,y a ser tu dueño.

( Poema XXIII de “ Relojes de arena”)

Juan Luis Serrano

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Me confeso culpabledel carmín perdido de tus labios,del pezón marcadodetrás de tu vestido,apretado y tenso,del bárbaro alboroto de tu pelo.Me confeso culpablede colgar tu sonrisaen el perchero,de provocar la cálidavergüenza en tus mejillas,de apretar en tu gargantael nudo que colma de lágrimas tu herida.

( Poema XI de “ Relojes de arena”)

No me importa que aquel vestidojuvenil estallara en tus caderas,ni que en tus ojos, marcadas vieras las patas de un gallo enfurecido.

No te turbe si a tu sueño, dormidoy caduco dejaron las tijeras de Átropos, si posible quisieras que Cloto lo hubiese tejido.

Preocupado me tiene tu sonrisainquilina, tu mirada profana,debajo del armario tus tacones.

Deja que mis besos sean la brisaque desprendan tus preocupaciones,y siembren de colores la mañana.

( Soneto XII de “Un paseo por Babia”)

Juan Luis Serrano

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La octava maravilla

La octava maravilla del mundoEs la maravilla de vivir en poesía,de unir las manos, cerrar los ojos, volar hacía Dios y que nazca un poemacomo la Naturaleza pare un árbol.La dicha más hermosa de estar vivoEs tener, como en almíbar, palabrasSecretas de amor en la gargantaQue van engarzando sus fonemasComo surge el pan blancoDe la harina.La mayor felicidad de mi existenciaEs saberme en posesiónDe esa voz interior que noCesa nunca, que nunca me abandonaAl silencio....Podréis cercenarme los sonidos,Cegar mi alarido, ahogar mi llanto.Todo será inútil.Nada callará cada poema que me nazcaEn las entrañas. Nada.La octava maravilla del mundo es la poesíay está conmigo.

Juan Emilio Ríos Vera(Algeciras)

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A mi madre

Mi madre está muy mayor y eso me da tristeza y resignación, para la que ningún hijo está preparado.Pero de las personas que quieres, siempre ha de estar presente en tu vida los buenos momentos, el amor y la ternura que te han dado, y que gracias a Dios me sigue dando (y espero que por largo tiempo). Quería prepararle un gran homenaje en mi página, y que mejor que os conquiste a vosotros también por el estomago.Su gran receta de arroz, que a tantos y tantos les ha dado los 20 minutos más felices de sensaciones, que embargan por su olor, textura y sabor.Ella lo sigue haciendo en una vieja olla Express que pierde vapor por su lateral, pero que es tan fel tras tantos años juntas, que sigue sacando su arroz en un punto inmejorable como si de magia se tratase.A falta de esa olla mágica, y de la confanza que han obtenido mutuamente tras tantos años de convivencia, nosotros tendremos que adoptar una olla joven, que espero no nos defraude pegándose el arroz, o abandonándonos para irse con el primer cazo altanero que se le cruce.Primero herviremos las gambas en agua con sal, para sacar su jugo que después le daremos de beber al arroz. Una vez que arranque el hervor, apagaremos el fuego, y no despreciaremos a las gambitas al verlas sonrosaditas por saber, algunas de ellas, que las desnudaremos para echarlas junto a los demás ingredientes.Freiremos el pollo, en la olla adoptada, hasta verse doradito como tras día de playa hubiera estado en su toalla, tomando el sol embadurnado de aceite, para obtener su moreno.Lo retiraremos, y en ese mismo aceite freiremos tres ajos a láminas, un señor tomate y un pimiento grande, que cuando veamos en su punto liaremos al arroz, al azafrán, al pollo doradito, con sus guisantitos, pimientos morrones y algunas gambitas de las que se sonrojaron. Ah, se me olvidaba el perejil picadito que mama siempre dice: "...le da ese puntito..." como apunta mi hermana.Y esa medida que nunca falla: en la olla mágica, un vaso de arroz mas vaso y medio de agua por cada pareja; esperaremos 8 minutos desde que empiece a pitar.Y para los mortales y ollas adoptadas, un vaso de arroz más dos de agua por pareja, y desesperar veinte minutos desde que, por asomo, empiece a hervir. Agarraros bien a la silla o flotareis como si del país de las maravillas se tratase, y que aprovechen.Y, con respecto a mi madre, espero tener sus genes de paciencia, amor y comprensión por los que estoy eternamente agradecido.

Su hijo.Manolo Ortega Plana

7 Junio 2004

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A ti, CurraPrima y bordón del cante

¡Qué enmudezca el cante hondo,los oles y las palmas,que va derechita al cieloCurra la gitana!“Emperaora” del cante,con mucho “ánge”, con gracia,alegre como un cascabelpor las calles paseaballena de luz su voz.Ese cante que pellizca el alma,que brota del corazón…es el que ella cantaba.Y… yo, admiradora de su artele decía: - ¿No te cansas?- ¿Quién, yo? (y reía). Nunca- ¿No, hija de mis entrañas?Y pasaba por su mentede luna, flores y plata,de pedrerías y perfumeuna algarabía gitana.

Curra nació y murió cantando,al son que los gitanos cantan.La muerte se vistió de petenerasy, para no despertarla,se la llevó en sus brazos,cantándole una nana.

Las Campanas

Si para siempre callaran…¿qué sería de mi puebloacostumbrado a su sonidocomo ángeles despiertos?¿Qué nostalgia invadiríala raíz de sus sentimientos?¿Qué luz, sin campanillas,rezaría en el silencio?Si para siempre callaran¿qué sería de mi pueblo?¡Cuántas veces repicanpara bautismos, bodas y doblan a muertos!Se visten de alegrías y penas,cantan con olor a incienso;tienen capilla de cobrevoz y mando de hierro.Si para siempre enmudecieran…¡no lo quiera el Padre Eterno!¿qué sería en esa soledad…sin sus campanas, mi pueblo

Beli MoyaDel libro “La Línea, mi pueblo, mi gente”

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El mar y yo

Entre tú y yoquiero y no puedoentre el sol y yopuedo, pero no quiero.

Deseo tanto Que tu sal, tu frescuraY tu arena me envuelvacomo pez que recorre tus aguas.

Recorro tu orillaenvidiando aquellasque tutean contigoy ,aún sin darme cuenta, me regalas tu olor que, como esencia,me recorre cuando no te veo.

Yo se que te gustaríaque te visitara, que en tu casa me sentara,pero no te preocupes,tú sabes bienque ,cuando te veo ,mis lágrimas se derraman.¡ no te olvido Mar, que en mis oídos te llevo!

Rosa María Carrasco.2005

El Levante

Por la abertura de mi puerta, pasa el viento de Levante, ¿Qué traes contigo?

Olor a marque se cuela por mi camisacosquilleando mi piel.

Acaricias, levantas,Empujas y atraviesastodos los pasillos que hay en la Tierra.

Ten cuidado,que el dios Eolo te vigilay su orden es:“sopla, sopla que esa es tu vida”

Rosa María Carrasco.2005

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Revista Literaria ALECEIA • Pág. 43

Perderme

Me gusta colgar la mirada de un olivoSentir bajo mis talonesLas ásperas aristas del terrónLabradas por la azada y el sudor.

Aliviar en verano la gargantaCon una lluvia de aguaRefrescada en la panza de un botijo.

Emborrachar de ternura mi narizCon olor a pan caliente.

Beber vino peleónEn la taberna de Juan,Donde nadie es extraño.

Llorar en lo profundoSintiendo el pecho reventarEn gritos de dolorEntonando una seguirilla.

Pasear por una calle cualquieraSin ver ni oírDejando que mis pies me conduzcan.

Miguel Ángel Valverde Gea.

Tristeza

Sentado sobre los minutosQue se resisten,Ambiciosos, a morirEn lo efímero del tiempo.

Con las alas cortadasMe muero de tristeza.

Náufrago solitarioDel tiempo perdidoEn la boca podridaDel absurdo.

Con las alas cortadasMe muero de tristeza.

Halcón de vista altaSin uñas y sin picoVolador moribundoAnhelante de sangre y de vida.

Con las alas cortadasMe muero de tristeza.

Espuma blanca, compañero del agua,Triste de golpearLa roca tan duraDeseoso de acariciar tu cuerpo desnudo.

Con las alas cortadasMe muero de tristeza.

Caminante parado en secoA la vera del caminoSin poder mirarSu huella en el polvo.

Con las alas cortadasMe muero de tristeza.

Miguel Ángel Valverde Gea.

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Pág. 44 • Revista Literaria ALECEIA

Me gusta construir

Me gusta construirDe besosNuestra almohada,Dormirte los pechosEn mis manos.Envolver tu cuerpoEn cariciasCuando te observo desnuda.

Me gusta reventarDe calmaSintiéndote descansar en mi pecho.Abrir mis carnes a tus manosA tu boca, a tu cuerpo.

Me gustaCuando me recorres enteroY sacas música A todas mis cuerdas.

Miguel Ángel Valverde Gea.

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Revista Literaria ALECEIA • Pág. 45

Me atrevo

Me apetece contarles hoy, no una de mis histo-rias de la tele, sino algo que realmente me ha sucedido en mi último viaje a la Argentina.Desde que yo me acuerde, en la calle Corrien-tes de Buenos Aires, además de haber muchísi-mos cines y teatros, hay también gran cantidad de librerías con muchísimos textos nuevos y usados. También raros ejemplares que no se encuentran en ningún otro sitio y quizá allí uno puede hallar textos preciosos por un valor muy razonable. Recuerdo que hace muchos años había una de estas librerías que era atendida por un personaje muy particular llamado Juan. Este hombre tenía su orden en el gran desor-den de su salón expositor. En verdad el desor-den se notaba en todas las direcciones, desde el escaparate hasta la última estantería de las ofertas. Me gustaba, en mi época de estudiante universitario, ir a revolver cuanto texto había por allí y así he comprado gran cantidad de li-bros nuevos y usados. En general las ediciones eran baratas, pero apropiadas para mi época de aprendizaje. Cuando uno le preguntaba a Juan por algún texto en particular él, en general, re-corría con los ojos todo el local y tenía siem-pre una respuesta estándar para todo tipo de petición, , y ésta era: “no tenemos, pero vamos a recibir”. Lo más gracioso es que después de varios años he ido a ver a Juan. Lo encontré en el mismo sitio, claro, un poco más viejo, el paso del tiempo es un poco tirano con todo el mundo, más torpe en sus movimientos, pero en esencia, el mismo personaje enigmático pero a la vez simpático y entrañable de ese Buenos

Aires bohemio y encantador. La librería no ha-bía sufrido cambios, es decir, estaba tan dete-riorada y desordenada como siempre y llena de personajes extraños, los llamados ratas de biblioteca. Yo estaba tratando de conseguir una edición interesante de Martín Fierro y enton-ces me aproximé a Juan, que por supuesto no se acordaba de mí, y le pregunté por el libro. Juan respondió, para mi sorpresa y nostalgia el famoso “no tenemos, pero vamos a recibir, venga la semana que viene”…es una forma de mantener viva la ilusión, aun-que luego no llegue. Porque seguro a los dos minutos él se había olvidado de mi pedido. Pero bueno, forma parte de los personajes de ese Buenos Aires especial que mucha gente desconoce.Queridos lectores, es muy grato para mí poder una vez más transmitirles emociones, viven-cias y modos de pensar. No de manera televi-siva como estoy acostumbrado, sino por este medio escrito que también me parece maravi-llos y por el cual me gustaría seguir transitan-do, esperemos que así sea. Ganas no faltan.Desde ya les agradezco infnitamente y tam-bién a todos los que forman parte de esta re-vista, que tanta energía positiva me han trans-mitido.Un abrazo muy fuerte, hasta siempre. Sean fe-lices.

Pablo Campopiano. ActorNoviembre 2005La Línea, Cádiz, España.

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Mañana

Mañana, que ya nunca duermo solo,que sudo mis sueños en la almohadaque dejó de hablarme hace añosuna noche de esas que le dí la espalda.

Mañana, que el amor me traicionóen aquel escaparate, al todo o nada,como un carrusel de feria averiadose quedó mi alma por tu nada.

Mañana, que tu recuerdo sabe a gloria,del ayer hoy sólo busco la calma,de hoy me quedaré con tu voz de ayer,tus labios, tu cuello, tu mirada.

Mañana, cuando volvamos a perderla guerra que nunca debió empezar,tú con tus cosas, yo sin las tuyas,yo sin ti, sudando en mi almohada.

ST

Sueña

Sueña la margarita dejar el campo,recorrer los montes, cruzar los ríos,jugar con el viento en los barrancos.

Sueña la margarita enredar tu pelo,besar tus labios, rozar los míos,sentir la lluvia fresca de enero.

Sueña la margarita saber de amores,me quieres, no me quieres… tanto,ser la celestina de mis temores.

Sueña la margarita que está soñandoque tiene ojos negros y el cutis blanco,soñó la margarita y está llorando.

ST

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un villancico

una canción

una zambomba

y un porrón

de vino y de sueños,

de risas y llantos,

de amor y desconsuelo,

de noches sin nieve

de días sin sol.

De trajes de fiesta,

de llantos de pavos,

de huelga de malos,

de árboles verdes,

de carteras temblando

en la cola de Hipercor.

Y para ti, y para mi

y para todos nosotros…

Revista Literaria ALECEIA • Pág. 47

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…feliz Año Nuevo

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