Apostila Filosofia 3 Ano 3 Bimestre Professor

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Professor Filosofia C C a a d d e e r r n n o o d d e e A A t t i i v v i i d d a a d d e e s s P P e e d d a a g g ó ó g g i i c c a a s s d d e e A A p p r r e e n n d d i i z z a a g g e e m m A A u u t t o o r r r r e e g g u u l l a a d d a a - - 0 0 3 3 3ª Série | 3° Bimestre Disciplina Curso Bimestre Série Filosofia Ensino Médio Habilidades Associadas 1. Compreender o papel da política na antiguidade e compará-lo com o papel da política na atualidade. 2. Identificar e discutir filosoficamente justiça, relações de poder, democracia e liberdade; 3. Perceber-se como sujeito político na vida da “cidade”.

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Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ.

Transcript of Apostila Filosofia 3 Ano 3 Bimestre Professor

  • Professor

    Filosofia

    CCaaddeerrnnoo ddee AAttiivviiddaaddeess

    PPeeddaaggggiiccaass ddee

    AApprreennddiizzaaggeemm

    AAuuttoorrrreegguullaaddaa -- 0033 33 SSrriiee || 33 BBiimmeessttrree

    Disciplina Curso Bimestre Srie

    Filosofia Ensino Mdio 3 3

    Habilidades Associadas

    1. Compreender o papel da poltica na antiguidade e compar-lo com o papel da poltica na atualidade.

    2. Identificar e discutir filosoficamente justia, relaes de poder, democracia e liberdade;

    3. Perceber-se como sujeito poltico na vida da cidade.

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    A Secretaria de Estado de Educao elaborou o presente material com o intuito de estimular o

    envolvimento do estudante com situaes concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem

    colaborativa e construes coletivas entre os prprios estudantes e respectivos tutores docentes

    preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.

    A proposta de desenvolver atividades pedaggicas de aprendizagem autorregulada mais uma

    estratgia pedaggica para se contribuir para a formao de cidados do sculo XXI, capazes de explorar

    suas competncias cognitivas e no cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma

    autnoma, por meio dos diversos recursos bibliogrficos e tecnolgicos, de modo a encontrar solues

    para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.

    Estas atividades pedaggicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das

    habilidades e competncias nucleares previstas no currculo mnimo, por meio de atividades

    roteirizadas. Nesse contexto, o tutor ser visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem

    efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.

    Destarte, as atividades pedaggicas pautadas no princpio da autorregulao objetivam,

    tambm, equipar os alunos, ajud-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o

    a tomar conscincia dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prtica.

    Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observao e autoanlise, ele passa ater maior

    domnio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno j domina, ser possvel contribuir para

    o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as

    ferramentas da autorregulao.

    Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princpio da autorregulao, contribui-se

    para o desenvolvimento de habilidades e competncias fundamentais para o aprender-a-aprender, o

    aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.

    A elaborao destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulao Curricular, da

    Superintendncia Pedaggica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede

    estadual. Este documento encontra-se disponvel em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim

    de que os professores de nossa rede tambm possam utiliz-lo como contribuio e complementao s

    suas aulas.

    Estamos disposio atravs do e-mail [email protected] para quaisquer

    esclarecimentos necessrios e crticas construtivas que contribuam com a elaborao deste material.

    Secretaria de Estado de Educao

    Apresentao

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    Caro Tutor,

    Neste caderno, voc encontrar atividades diretamente relacionadas a algumas

    habilidades e competncias do 3 Bimestre do Currculo Mnimo de filosofia da 3 Srie

    do Ensino Mdio. Estas atividades correspondem aos estudos durante o perodo de um

    ms.

    A nossa proposta que voc atue como tutor na realizao destas atividades

    com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as

    trocas de conhecimentos, reflexes, dvidas e questionamentos que venham a surgir no

    percurso. Esta uma tima oportunidade para voc estimular o desenvolvimento da

    disciplina e independncia indispensveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de

    nossos alunos no mundo do conhecimento do sculo XXI.

    Neste Caderno de Atividades, apresentamos a inveno da poltica na

    antiguidade grega valorizando a criao da democracia pelos gregos, mais

    especificamente pelos atenienses. Criao essa que estabelece uma forma de

    constituio e do exerccio do poder inteiramente novos na humanidade e que

    defendemos at hoje. Na Aula 02, vamos discutir a concepo de poder, segundo

    Michel Foucault, que ao apresentar o poder como um jogo de relaes mltiplas abre

    novas possibilidades para analisarmos as relaes de poder da contemporaneidade e a

    influncia das novas tecnologias na poltica. E por fim, apresentamos uma critica ao

    conceito de globalizao opondo a ele o conceito de mundializao, alertando para o

    excesso de otimismo para a atual fase do capitalismo internacional. O que vemos na

    grande mdia, muitas vezes, se presta a camuflar e esconder os imensos bolsos de

    pobreza que existem no mundo dando a ideia de que todos participam da festa da

    abundncia global.

    Sugerimos uma pequena avaliao, na sequencia das aulas para que possa testar

    seus conhecimentos e tambm indicamos duas atividades de pesquisa: a primeira a

    realizao de uma oficina on-line, criada pelo IBASE em parceria com o CEDERJ, que

    oferece gratuitamente uma capacitao em controle social do oramento pblico,

    importante para todo e qualquer cidado, independente da idade ou faixa escolar. A

    segunda pesquisar alguns dos mais importantes documentos criados para garantir os

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    direitos dos cidados ao longo da histria e apresentar em forma de seminrio para a

    turma.

    Para os assuntos abordados em cada bimestre, apresentamos, sempre que

    possvel, relaes diretas com os materiais que esto disponibilizados no portal

    eletrnico Conexo Professor , fornecendo diversos recursos de apoio pedaggico para

    o Professor Tutor.

    Este documento apresenta 03 (trs) aulas. As aulas so compostas por uma

    explicao base, para que o aluno seja capaz de compreender as principais ideias

    relacionadas s habilidades e competncias principais do bimestre em questo, e

    atividades respectivas.

    As Atividades so referentes a dois tempos de aulas semanais previstos na matriz

    da terceira srie. Para reforar a aprendizagem, propomos, ainda, uma pesquisa e uma

    avaliao sobre o assunto.

    Um abrao e bom trabalho!

    Equipe de Elaborao

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    Introduo .......................................................................................................... 3

    Objetivos Gerais.................................................................................................... 6

    Materiais de Apoio Pedaggico ............................................................................ 6

    Orientao Didtico-Pedaggica .......................................................................... 8

    Aula 1: Inveno da poltica .................................................................................. 9

    Aula 2: Poder ...................................................................................................... 15

    Aula 3: Globalizao ou mundializao? ............................................................ 20

    Avaliao ............................................................................................................. 26

    Pesquisa .............................................................................................................. 30

    Referncias ......................................................................................................... 33

    Sumrio

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    O foco do bimestre indica que o ser poltico inerente ao ser humano, de

    modo que a poltica no deve ser confundida com o que poderamos chamar,

    grosso modo, de poltica profissional ou poltica partidria. Temos como

    objetivo que, o jovem que tiver acesso a essas aulas, possa ser sensibilizado e se

    sinta motivado a buscar informaes e a participar percebendo-se como sujeito

    poltico e, por isso, construtor da vida da cidade.

    No portal eletrnico Conexo Professor, possvel encontrar alguns materiais

    que podem auxili-los. Vamos listar estes materiais a seguir:

    Aula Referncia

    Teleaulas n

    Orientaes Pedaggicas do CM

    Aula 1 03- EM

    Msicas: Construo. Chico Buarque. "Construo". 1971. Clice. Gilberto Gil e Chico Buarque. "Chico Buarque". 1978 Livros: BIGNOTTO, Newton (org). Pensar a Repblica. Belo Horizonte: UFMG, 2012. STARR, Chester G. O nascimento da democracia ateniense: a assembleia no sculo V a.C. So Paulo: Odysseus, 2005. Seminrio: dividir a turmas em grupos que devero apresentar um trabalho sobre o que diferencia os diferentes sistemas polticos, tais como democracia, aristocracia, monarquia, tirania, oligarquia, teocracia

    Aula 2 03- EM

    Msicas: Podres poderes. Caetano Veloso. "Vel". 1984. Apesar de voc. Chico Buarque. "Chico Buarque". 1978. Filmes: EDUKATORS. . Direo de: Hans Weingartner. ALE, 2004. - fala das revolues sociais de uma forma absolutamente original, colocando todos os lados em questo em uma mesma mesa. O filme fala de

    Materiais de Apoio Pedaggico

    Objetivos Gerais

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    injustia, companheirismo, tringulo amoroso, questionamentos filosficos e sequestro. Tudo isso com um final surpreendente! MARIGHELLA: retrato falado do guerrilheiro. Direo Silvio Tendler. BRA, 2012. STIOS: Oficina gratuita : Portal da educao - direitos humanos. Disponvel em: . O stio rene textos e atividades sobre direitos humanos. Oficina gratuita : Portal da educao Vises historiogrficas: o reverso das verses. Disponvel em: . O stio apresenta textos e atividades acerca da trs diferentes verses para um dos mais conhecidos episdios da Histria do Brasil , a Independncia.

    Aula 3 03- EM

    "Desafios para a cidadania mundial". Disponvel em: . artigo do socilogo Cndido Grzybowski. Filme: AS INVASES Brbaras. Direo de: Denys Arcand. CAN, 1986. son, color, 86 min. QUANTO vale ou por quilo. . Direo de: Srgio Bianchi. BRA, 2005. son, color, 90 min.

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    Para que os alunos realizem as atividades referentes a cada dia de aula,

    sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no

    Caderno do Aluno:

    1 - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa

    compreend-lo sem o auxlio de um professor.

    2 - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na pgina 3.

    3 - Reproduza as atividades para que os alunos possam realiz-las de forma

    individual ou em dupla.

    4 - Se houver possibilidade de exibir vdeos ou pginas eletrnicas sugeridas na

    seo Materiais de Apoio Pedaggico, faa-o.

    5 - Pea que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos

    abordados no texto base.

    6 - Aps a leitura do material, os alunos devem resolver as questes propostas

    nas ATIVIDADES.

    7 - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas

    com toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala

    para que os alunos possam verificar se acertaram as questes propostas na Atividade.

    Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementao.

    Orientao Didtico-Pedaggica

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    O analfabeto poltico

    Bertold Brecht

    O pior analfabeto o analfabeto poltico. Ele no ouve, no fala, nem participa dos acontecimentos polticos.

    Ele no sabe que o custo de vida, o preo do feijo, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remdio

    dependem das decises polticas.

    O analfabeto poltico to burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a poltica. No sabe o imbecil que da sua ignorncia poltica nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que o poltico vigarista,

    pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo. Nada impossvel de Mudar

    Desconfiai do mais trivial, na aparncia singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

    Suplicamos expressamente: no aceiteis o que de hbito como coisa natural, pois em tempo de desordem

    sangrenta, de confuso organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural

    nada deve parecer impossvel de mudar. http://www.mcpbrasil.org.br/o-mcp/poemas/item/344-bertold-brecht-o-analfabeto-pol%C3%ADtico

    Hoje em dia, comum ouvirmos muitas pessoas dizendo que no querem saber

    de poltica ou detestam poltica. Espero que o poema de Brecht tenha ajudado voc,

    estudante, a perceber o quo grave essa afirmao. No h como o ser humano se

    ausentar da poltica. A ausncia j seria um posicionamento e com graves

    consequncias, como vimos pelo poema.

    http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/cidadania/0132.html

    Aula 1: Inveno da poltica

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    Mas se a poltica to importante, como tanta gente pode afirmar que no

    gosta de poltica? que as pessoas que assim falam, esto se referindo a poltica

    profissional e ao afirmarem que detestam poltica querem na verdade, fazer uma

    critica ao andamento das polticas e ao comportamento de alguns polticos

    profissionais que se corrompem e no fazem poltica, mas POLITICAGEM. Vamos usar

    esse termo para falar da m poltica, a partir de agora ok?

    A corrupo, o se dar bem custa do dinheiro do povo, no poltica.

    politicagem e crime. E precisamos criar mecanismos de defesa para combater essas

    ms prticas.

    Espero que essa introduo tenha ajudado a voc a querer saber mais sobre

    poltica para que possa assumir o seu papel de cidado consciente e ativo na

    comunidade que vive. Vamos comear a aula de hoje: a inveno da poltica!

    Falamos que a poltica nasce na Grcia. Quer dizer que no existia poltica

    antes dos gregos? No bem assim! Sempre existiu o poder, mas o exerccio dele era

    exercido por autoridades patriarcais e despticas. Foram os gregos que reformularam

    o sistema de poder e por isso falamos que a poltica nasceu com eles. Os gregos

    inventaram a democracia. E a democracia que nos lana na possibilidade de

    participao poltica e elimina a arbitrariedade dos poderes tirnicos.

    Na democracia somos cidados e podemos participar das decises polticas. Na

    democracia, os governantes no so mais definidos hereditariamente, como nas

    monarquias. Ao contrrio, so eleitos. Separa-se o poder poltico do religioso. Separa-

    se o poder militar do poder civil.

    www.brasilescola.com

  • 11

    Na democracia, a leis so criadas depois de muitas disputas, mas emergem

    como aspirao da comunidade e por isso so impessoais. Ou seja, no existem

    porque esse ou aquele quer, mas nascem de um consenso, da vontade da maioria.

    Essa a ideia de direito! As novas leis criam direitos e deveres para todos os cidados

    que so iguais perante a lei.

    A palavra poltica vem de plis que em grego significa cidade. Por a, podemos

    perceber que a poltica se relaciona com a cidade, ou seja, com o bem comum.

    No ficamos nada felizes quando os polticos se esquecem disso e ao invs

    de cuidarem do bem comum se beneficiam indevidamente do lugar que ocupam e

    tratam de encher o prprio bolso. Mas lembre-se! Isso politicagem!

    Para os antigos, que criaram esse belo caminho para a humanidade, que

    considera todos os cidados como iguais, a pols perfeita deve ser autrquica.

    Autarquia ( auto=prprio + arquia, derivado de arch=princpio), ou seja, capaz de

    governar a si prprio e prover as necessidades bsicas de seus cidados.

    A democracia ento, o melhor caminho para os seres humanos praticarem a

    justia. As leis impedem a justia do olho por olho, dente por dente. Ningum pode

    fazer justia com as prprias mos. Essa a lei do mais forte, da selva.

    O ser humano dotado de logos (pensamento, linguagem, racionalidade) e isso

    nos leva a buscar entre ns, um consenso sobre como devemos viver, o que mais

    justo ou injusto, o que certo ou errado.

    E todos os cidados podem e devem participar dessa discusso, pois somos

    animais polticos, nos ensina o filsofo Aristteles. Sim, somos os nicos animais que

    CRIAM leis. Ento, dizemos que os seres humanos so polticos por natureza, em

    oposio aos demais animais que vivem segundo as leis da natureza.

    At hoje estamos buscamos mecanismos para aperfeioarmos a democracia

    que foi inventada h tantos sculos. Muita coisa j mudou ao longo dos anos.

    Os gregos, mais especificamente, os atenienses, criaram a democracia direta.

    Hoje, vivemos na democracia representativa. Votamos e elegemos quem vai nos

    representar. Por isso fundamental acompanhar de perto o que fazem os polticos

    profissionais. Outra diferena grande em relao democracia de hoje e a da

    antiguidade que quando foi criada s eram considerados cidados os atenienses,

    homens e livres. Ou seja, mulheres, estrangeiros e escravos no participavam da vida

  • 12

    pblica. Demorou muito tempo para as mulheres serem consideradas cidads e

    poderem participar da vida pblica. Como a democracia pressupe a igualdade de

    todos os cidados, no deixar ningum de fora aperfeioar a democracia. Entendeu?

    http://user.img.todaoferta.uol.com.br/E/X/O7/U76DEX/1235956391735_bigPhoto_0.jpg

    Espero que voc esteja, a partir dessa aula, mais consciente da sua importncia

    na cidade e que quando ouvir algum falar que detesta poltica possa declamar o

    poema de Brecht para os amigos que ainda no compreenderam isso!

  • 13

    Questo 01: Escreva sobre a diferena de politicagem e poltica, segundo a aula de

    hoje.

    Resposta pessoal que deve identificar a politicagem com a m poltica partidria e

    profissional que essa constitui crime contra a sociedade. Ao contrrio da poltica

    que leva a participao dos mais diversos atores sociais, para que se possa

    acompanhar e minimizar os efeitos dos polticos profissionais que ao exercerem mal

    a funo para a qual so eleitos lesam o povo e devem ser punidos.

    Obs: valorize as respostas que apresentem o ser humano como animal poltico e a

    poltica no sendo o que eles ( profissionais) fazem, mas a ao humana.

    Questo 02: Explique com suas palavras a concepo de Aristteles: o homem um

    animal poltico.

    Resposta pessoal. Segundo Aristteles, o homem, diferentemente de outros animais

    no pode viver isolado. O homem grego s poderia realizar sua finalidade na plis. O

    homem um ser racional e social e por isso, para Aristteles, a poltica a principal

    cincia e a tica um prolongamento da poltica.

    Questo 03: (FGV) Leia atentamente os versos de cunho poltico do poeta e

    dramaturgo alemo Bertolt Brecht:

    Ns vos pedimos com insistncia:

    Nunca digam isso natural! (...)

    A fim de que nada passe por ser imutvel

    De acordo com as ideias de Brecht expostas no trecho acima correto afirmar que:

    a) O ser humano faz parte da natureza e por isso o mundo que constri imutvel.

    b) Os valores humanos so absolutos, portanto no podem ser modificados.

    c) O homem superior natureza e por isso o mundo construdo por ele imutvel.

    Atividade Comentada 1

  • 14

    d) Os valores humanos so estticos, pois so frutos de suas predisposies naturais.

    e) O ser humano criador de valores e por isso estes podem ser modificados.

    Comentrio: A alternativa E est correta, pois a poesia de Brecht nos ensina

    justamente sobre a possibilidade de transformao do mundo realizada pelos

    homens a partir dos valores por ns criados. Todas as outras alternativas

    apresentam um mundo esttico, imutvel, no possvel de ser modificado e por isso

    esto erradas.

    Questo 04: (FGV) Partimos do pressuposto de que filosofar no aceitar como bvias

    e evidentes as coisas sem antes t-las investigado. Entre os inimigos da filosofia

    encontram-se polticos a quem interessa que a filosofia seja desprezada. Impedir que

    os homens se tornem sensatos uma estratgia da m poltica. No texto Filosofia no

    mundo, Carl Jaspers, seu autor, afirma: massas e funcionrios so mais fceis de

    manipular quando no pensam, mas to somente usam de uma inteligncia de

    rebanho.

    Nesse contexto, inteligncia de rebanho :

    a) a existncia de muitas pessoas inteligentes que tomam decises comuns, sensatas e

    benficas para a maioria da sociedade.

    b) fruto de um grupo de homens sensatos que consegue se diferenciar da m poltica

    atravs de uma atuao coletiva e organizada.

    c) a massa e os funcionrios que se organizam para defender seus direitos, fazendo

    frente m poltica.

    d) uma maioria de pessoas que se deixa influenciar por um pensamento dominante

    na sociedade, sem antes critic-lo.

    e) a originalidade de um pensamento que acaba por influenciar muitas pessoas se

    tornando assim mais forte para efetivar mudanas no mundo.

    Comentrio: A alternativa D est correta porque rebanho o coletivo de gado e por

    isso nos transmite a ideia de massa acrtica, que no pensa. Essa massa conduzida

    por algum que a domina. Assim, inteligncia de rebanho uma figura de linguagem

    para a passividade, sobre se deixar levar sem criticar.

  • 15

    Quando falamos em PODER pensamos em governos, polcia, exrcitos, justia.

    Esse caminho do pensamento nos leva a uma determinada concepo de poder

    que se localiza no Estado. E certo que os aparelhos do Estado detm bastante poder.

    Mas ser que o poder s pode ser pensando dessa forma? Claro que no!

    H poder entre um homem e uma mulher, entre pais e filhos, entre os que

    sabem e os que no sabem. E muitas outras relaes!

    1

    Isso nos ajuda a pensar que se alm da possibilidade de pensarmos o poder

    associando diretamente ao Estado institucionalizado, um poder que vem de cima para

    baixo, tambm h a possibilidade de pensarmos um caminho inverso.

    Veja o que nos ensina o filsofo Francs, Michel Foucault.

    1 Disponvel em: http://www.google.com.br/search?hl=ptBR&biw=1366&bih=637&site=imghp&tbm=isch&sa=1&q=poder&oq=poder&gs_l=img.12..0l10.58755.61710.0.63367.24.11.0.0.0.1.282.1369.6j3j2.11.0....0...1c.1.26.img..21.3.160.fEMpWJiK

    Aula 2: Poder

  • 16

    2 Michel Foucault

    Na sociedade, h milhares e milhares de relaes de poder e, por

    conseguinte, relaes de foras de pequenos enfrentamentos, microlutas,

    de algum modo. Se verdade que essas pequenas relaes de poder so

    com frequncia comandadas, induzidas do alto pelos grandes poderes do

    Estado ou pelas grandes dominaes de classe, preciso ainda dizer que,

    em sentido inverso, uma dominao de classe ou uma estrutura de Estado

    s pode funcionar se h, na base, essas pequenas relaes de poder. O que

    seria o poder do Estado, aquele que impe, por exemplo, o servio militar,

    se no houvesse, em torno de cada indivduo, todo um feixe de relaes de

    poder que o liga a seus pais, a seu patro, a seu professor quele que

    sabe, quele que lhe enfiou na cabea tal ou tal ideia?

    (FOUCAULT, Michel. Poder e Saber entrevista com S. Hasumi, 1977, in Ditos e Escritos, Vol.

    IV. Rio de Janeiro: Forense Universitria, 2006, pp.231-232

    Isso nos ajuda a pensar que o poder no se encontra em um ponto

    determinado, por isso falamos em relaes de poder. E onde h poder h sempre

    alguma resistncia. Por isso, nenhuma relao de poder absoluta ou incontestvel. E

    mais: as relaes de poder so reversveis. Ou seja, sujeitas a mudanas.

    Sim! As relaes de poder so um jogo que se transforma, s vezes reforando

    o sentido; outras, o invertendo.

    2 Disponvel em: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Foucault5.jpg

  • 17

    O poder no esta num centro definido, ele esta em toda parte, mltiplo.

    Foucault, fala em onipresena do poder: no porque tenha o privilgio de agrupar

    tudo sob sua invencvel unidade, mas porque se produz a cada instante, em todos os

    pontos, ou melhor, em toda relao entre um ponto e outro. O poder est em toda

    parte; no porque englobe tudo e sim porque provm de todos os lugares.(...) Poder

    o nome dado a uma situao estratgica complexa numa sociedade determinada.

    E o que podemos extrair dessa nova concepo de poder? A antiga era que o poder

    tem um centro e vem de cima. A que apresentamos hoje, pra voc, mostra que o

    poder mltiplo, est em todos os lugares, reversvel.

    Seguindo os passos de Foucault, aprendemos que:

    O poder se exerce!

    as relaes de poder no esto em posio de superestrutura, com um

    simples papel de proibio ou de reconduo; possuem, l, onde atuam um papel

    diretamente produtor.

    que o poder vem de baixo.

    no h poder que se exera sem uma srie de miras e objetivos. O poder

    intencional e no subjetivo. Isso no quer dizer que provm de uma determinada

    pessoa, de um indivduo. Lembre-se de que estamos no mbito das relaes de poder

    e no de um poder central.

    onde h poder h resistncia. Nenhum poder se manteria sem uma

    multiplicidade de resistncias. E a resistncia tambm no nasce de um foco central

    revolucionrio. As resistncias se do no plural e existem nos mesmos campos do

    poder.

    Resistencia um dos termos nas relaes de poder. Os focos de resistncia

    disseminam-se com mais ou menos densidade no tempo e no espao, s vezes

    provocando o levante de grupos ou indivduos de maneira definitiva, inflamando

    certos pontos de corpo, certos momentos da vida, certos tipos de comportamento.

    (FOUCAULT, Michel. Histria da Sexualidade 1, A Vontade de Saber. Rio de Janeiro: Graal,

    1987. p. 88-97.)

    Nas ruas dizem que o gigante acordou, em uma meno sobre o povo

    brasileiro que na sua frgil e recente democrtica tomou, enfim s ruas, lembrando

    que elas so nossas!

  • 18

    Grana_ Henfil

    http://massapartida.wordpress.com/2013/06/28/e-por-centavos-e-por-direitos-e-por-poder/

    O convite para que voc, estudante busque se politizar e isso, implica desejar

    a mudana. Fazer do seu desejo uma fora, uma resistncia.

    Ento, deixo para sua reflexo final, uma pergunta com a qual o filsofo da

    aula de hoje, Foucault, nos provoca: Como o desejo pode e deve despender suas

    foras na esfera do poltico e se intensificar no processo de mudana da ordem

    estabelecida?

    E ele nos alerta sobre os perigos do poder e nos alerta!

    No se apaixone pelo poder!

    Questo 01- Cite pelo menos duas diferenas entre a concepo de poder para

    Foucault e a concepo mais tradicional de poder.

    Para Foucault o poder no vem de cima, mas de baixo. No tem um centro gerador,

    mas est em toda parte, mltiplo. No provm de um determinado indivduo ou

    instituio, mas se d atravs de relaes de poder. O Poder para Foucault

    intencional e no subjetivo.

    Atividade Comentada 2

  • 19

    Questo 02- Em junho de 2013, as ruas das principais cidades brasileiras foram

    tomadas pela populao, em sua maioria, jovens, em uma grande mobilizao popular.

    O protesto foi, inicialmente, contra o aumento das passagens de nibus. Mas o

    levante popular trouxe outras importantes reinvindicaes da sociedade brasileira. As

    novas tecnologias exerceram um papel fundamental no movimento que alguns

    chamam de a Primavera Brasileira, em comparao primavera rabe que derrubou

    governos ditatoriais no oriente. Comente essa afirmao luz da concepo de poder

    da aula de hoje.

    Resposta pessoal: A relao que podemos estabelecer entre a concepo de poder

    que Foucault apresenta e os recentes acontecimentos polticos no Brasil e no mundo

    de similaridade. O que vivenciamos foi um produto das relaes de poder que se

    transformam continuamente a partir da atuao de diversos atores sociais. A

    populao tomou as ruas exigindo melhoras nas prestaes de servios do Estado,

    sem uma organizao definida, de forma descentralizada, mas nem por isso menos

    potente.

    Questo 03-(FGV) A imagem que nos foi transmitida do povo brasileiro como

    submisso, ignorante e fantico uma construo recente das minorias dirigentes e de

    seus intelectuais. (...) necessrio se aproximar do povo comum com um mnimo de

    realismo. Ele no pediu licena s elites para lutar por seus direitos e mostrar ser mais

    consciente mais politizado e mais agressivo do que as minorias esclarecidas gostariam.

    (Aquino, R.et.al. BRASIL: uma histria popular. Rio de Janeiro: Record 2003)

    De acordo com o trecho possvel afirmar que:

    a) Somente as minorias so submissas.

    b) A elite intelectual ajuda a desfazer a imagem do brasileiro como submisso.

    C) O brasileiro no submisso, a m qualidade da educao leva ignorncia.

    d) O povo comum submisso diferente da minoria intelectual que o dirige.

    e) A imagem do brasileiro como submisso falsa.

    Comentrio: O autor afirma que a imagem do brasileiro como submisso foi

    construda pelas elites e intelectuais e que essa imagem no faz justia a todos os

    movimentos populares pela liberdade realizados pelo povo brasileiro em diferentes

    pocas.

  • 20

    Muito se fala em globalizao e nessa aula vamos refletir sobre a relao desse

    conceito com o advento das novas tecnologias. Sim, os dois conceitos esto

    interligados, e ainda nos remetem a um terceiro que seria o neoliberalismo. Mas

    vamos devagar...

    A noo primeira de globalizao nos traz a ideia de aldeia global. Perceba

    como a imagem j nos d uma pista de como globalizao e tecnologia dialogam

    diretamente. O mundo uma aldeia!

    www.brasilescola.com

    A imagem que todos podem se comunicar com todos. As novas tecnologias

    aproximaram os espaos e alteraram a relao com o tempo. Num clique falamos com

    algum do outro lado do mundo; em poucas horas chegamos ao outro lado do mundo.

    O processo de globalizao efetivado pelas novas formas de comunicao e

    transporte.

    Parece maravilhoso que o ser humano tenha conseguido tamanho progresso,

    no mesmo?

    Mas ser que o que dizem por a o que de fato? A Globalizao seria

    mesmo a grande maravilha da atualidade?

    A grande mdia apresenta a globalizao como uma soluo para reduzirmos a

    desigualdade social, pois todos podem ter acesso a tudo no mundo globalizado. Quase

    tudo fica ao alcance do seu Clik!

    Aula 3: Globalizao ou mundializao?

  • 21

    Na verdade, a globalizao o apogeu da internacionalizao do capital.

    Hoje, convivemos com a lgica do mercado em todas as dimenses da vida. Lgica que

    se alicera sobre o desenvolvimento econmico.

    http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/cienciassociais/0007.html

    E na aldeia global, o que se verifica no a maravilha prometida: vemos pases

    desenvolvidos e pases perifricos que no participam da festa da abundncia

    prometida pela globalizao.

    A fbula da globalizao tenta nos vender a ideia de um mundo

    harmonioso e homogneo, mas o que podemos perceber

    muito diferente: desemprego, fome e desabrigados no mundo

    inteiro. A pobreza cresceu.

    http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/cidadania/0141_04.html

    Mas o que tem a globalizao que acaba por gerar consequncias que levaram

    a humanidade para o lado oposto de onde gostaramos de ter ido? Sim, pois tenho

  • 22

    certeza de que voc, estudante vai concordar comigo que todos desejamos ser felizes

    e vivermos em um mundo mais justo e com menos desigualdades sociais.

    Vamos caminhar, ento, no sentido de uma reflexo crtica ao conceito de

    globalizao. nesse ponto que o conceito de globalizao se aproxima do

    neoliberalismo. Muitos tericos usam o termo mundializao para diferenciar a crtica

    que fazem do otimismo que a grande mdia criou para a internacionalizao do capital.

    O neoliberalismo uma teoria econmico-politica formulada por um grupo de economistas, cientistas poltico e filsofos que se opunha ao surgimento do Estado de Bem-Estar social e social democrata. Navegando contra as correntes das dcadas de 1950 e 1960, esse grupo elaborou um detalhado projeto econmico e poltico que atacava o Estado do Bem-Estar social com seus encargos sociais e com a funo de regulador das atividades do mercado. Afirmava que esse tipo de experincia destrua a liberdade dos cidados e a competio, sem as quais no h prosperidade. (Iniciao a filosofia, Chau_ pg. 358)

    Perceba que o neoliberalismo contra a teoria do Bem-Estar Social que uma

    das tarefas do Estado. No neoliberalismo prevalece a ideia de um Estado mnimo. dai

    que surgem as privatizaes, tema recorrente na mdia! O que propriedade e funo

    do Estado passa para mos de empresas privadas.

    O que chamamos de Estado Moderno se baseia na soberania militar (defesa do

    territrio nacional) soberania cultural ( identidade do Estado) soberania econmica (

    limitaes s importaes e exportaes com, as barreiras alfandegrias).

    Note que uma importante base de poder dos Estados Modernos se assentava

    no mercado nacional.

    Na fase globalizada do capitalismo, essa base se corrompe e fragiliza o poder

    pblico. E se o poder do Estado diminui, diminui tambm a capacidade do Estado

    proteger os cidados.

    A lgica de mercado se apoia nas polticas neoliberais que tendem a dissolver

    a noo de Estado.

    Se o Estado se fragiliza os poderes pblicos passam a ter menos poderes para

    defender os interesses dos cidados. A perda da independncia econmica torna o

    Estado um gestor de grandes corporaes (multinacionais) e criador de condies

    favorveis aos investimentos estrangeiros.

  • 23

    A globalizao tambm destri a soberania cultural. Na aldeia global, as

    culturas so pasteurizadas. E os pases mais fortes impem sua cultura aos mais

    fracos.

    Come-se Mac Donald no mundo inteiro. Mas no se come acaraj! Entendeu

    onde mora o perigo? A diversidade das culturas se reduz a um modelo nico.

    No neoliberalismo, somos consumidores. Como assim? Consumimos desde

    sempre! Sim, mas no neoliberalismo, o consumo o principal motor. A propaganda

    a alma do negcio e antecede a lgica da produo.

    Isso muda tudo! Samos de um modo de vida que se baseava na produo para

    um modo de vida que se baseia no consumo. E saiba que esse modelo copiado pelo

    modo norte-americano que disseminou essa ideia como fez com o Mac Donald! Esse

    estilo conhecido como american way of life ( para saber mais sobre isso, assista um

    excelente e divertido vdeo no youtube, que se chama A histria das coisas.)

    Na sociedade de consumo, o desejo de ser, de dar uma vida, substitudo

    pelo desejo de ter, de consumir desenfreadamente. (Apostila_ EJA_EM Filosofia_VOL:

    3).

    http://geografiapulsante.forumeiros.com/t12-hino-da-globalizacao

  • 24

    Pobres ou ricos, ficamos refns de uma mesma lgica: a de consumir para

    sermos felizes. As tecnologias, principalmente a televiso, e as atraentes imagens das

    propagandas criam a iluso de que todos podem ter as mesmas coisas, basta se

    esforarem. O neoliberalismo d nfase meritocracia e esconde as diferenas de

    oportunidades que dependem do contexto de cada poca e de cada lugar.

    Poucos so os que podem consumir e aproveitar as maravilhas da globalizao.

    Na verdade, a globalizao deu mais oportunidades aos mais ricos, que j tm

    acesso s recentes tecnologias de forma efetiva e criou bolses de enorme pobreza no

    mundo inteiro. por isso que globalizao vira mundializao, quando queremos fazer

    uma crtica a esse modelo.

    A globalizao um paradoxo: muito benfica para poucos, mas deixa de

    fora dois teros da populao mundial. (John Kavanagh- membro de pesquisa poltica

    de Washington).

    O nobre passado indgena da Amrica, a brilhante civilizao europeia, a sbia

    histria das naes asiticas e a riqueza ancestral da frica e da Oceania so corrodas

    pelo modo de vida americano. O neoliberalismo impe a destruio de naes e de

    grupos de naes, ao fundi-los num nico modelo. Trata-se, assim, de uma guerra

    planetria (a pior e a mais cruel) que o neoliberalismo move contra a humanidade.

    Mas lembre-se da aula anterior, onde h poder h resistncia. E por isso, na

    mesma esteira das tecnologias que promovem a globalizao, grupos se organizam

    mundialmente como resistncia a americanizao do mundo. Um outro mundo

    possvel e ele tambm esta inscrito como possibilidade na nova ordem mundial!

  • 25

    Questo 01- Relacione o conceito de globalizao com tecnologia.

    Resposta pessoal: A globalizao um fenmeno da contemporaneidade que s foi

    possvel graas ao avano das novas tecnologias de transporte e de comunicao.

    Dessa forma, vendem uma imagem de aldeia Global (conceito de Mac Luhan),

    como se o mundo fosse agora pequeno e todos tivessem acesso a todos e a tudo.

    Questo 02- Porque a globalizao um paradoxo?

    Resposta pessoal: No estgio da internacionalizao do capital, conhecido como

    globalizao o que vemos no uma festa da abundncia para todos. Ao

    contrrio, os mais ricos ficaram mais ricos, pois j como j eram detentores de maior

    tecnologia conseguiram enriquecer mais. E os mais pobres correm desesperados

    atrs do modelo nico e do desenvolvimento econmico, mas a maioria (2/3) da

    populao mundial esta excluda da festa. A mdia vende a ideia de que todos

    esto conectados, mas isso uma iluso que esconde que grande parte da populao

    mundial no tem sequer saneamento. Ou seja, a grande maioria no tem acesso aos

    servios bsicos, quando mais as maravilhas que as tecnologias podem oferecer.

    Questo 03- Voc aprendeu que american way of life o estilo de vida norte-

    americano. O que caracteriza esse estilo que na globalizao difundido como um

    modelo nico para todos os povos?

    Resposta pessoal: A mudana de uma sociedade de produo para uma sociedade de

    consumo, onde ter mais importante do que ser. O consumo apresentado como a

    melhor maneira de atingir o bem-estar e a felicidade.

    Atividade Comentada 3

  • 26

    Caro Professor, Aplicador, apresentamos comentrios em cada questo e

    colocamos em negrito a alternativa correta no caso das objetivas.

    Questo 01 - A no participao poltica no deixa de ser um posicionamento poltico,

    pois no h como ficar de fora. Lembre-se do poema, o analfabeto poltico e comente

    essa afirmao.

    Resposta pessoal: O ser humano poltico por natureza. No temos como escapar

    dessa singularidade. Diferentemente dos outros animais, no vivemos isolados, mas

    em sociedades e para isso criamos leis. Somos seres sociais e por isso polticos. No

    querer saber de poltica se ausentar da responsabilidade de sermos seres racionais

    e livres. Mas nem assim possvel ficar de fora da poltica, pois somos todos

    submetidos s regras sociais. A no participao poltica uma escolha que define o

    posicionamento de quem decide no se informar, no participar. uma escolha pela

    alienao. no decidir por si mesmo e deixar que outros decidam. Um modo de

    estar no mundo sem se dar conta de que todos os dias a injustia ou a justia entram

    em confronto e que necessrio se posicionar para a construo de um mundo com

    menos desigualdades sociais e econmicas. atravs da participao poltica que

    conseguimos propor mudanas efetivas. A participao poltica um vetor de fora

    atravs da qual influenciamos nas decises coletivas para que a humanidade

    caminhe para o sentido que consideramos melhor. A no participao poltica, a

    passividade, fica, nesse sentido, como uma fora fraca e que deixa os mais

    poderosos agirem sem nenhuma presso.

    Questo 02 - (FGV) O perigo a coisa poltica desaparecer do mundo. Mas os

    preconceitos se antecipam; jogam fora a criana junto com a gua do banho,

    confundem aquilo que seria o fim da poltica com a poltica em si, e apresentam aquilo

    que seria uma catstrofe como inerente prpria natureza da poltica, por

    conseguinte inevitvel.

    Avaliao

  • 27

    Por trs do preconceito contra a poltica, esto hoje em dia, ou seja, desde a inveno

    da bomba atmica, o medo da Humanidade poder varrer-se da face da terra por meio

    da poltica e dos meios de violncia colocados sua disposio, e _ estreitamente

    ligado a esse medo a esperana da humanidade ter juzo e, em vez de eliminar a si

    mesma, eliminar a poltica- atrves de um governo mundial que transforme o Estado

    numa mquina administrativa, liquide de maneira burocrtica os conflitos polticos e

    substitua os exrcitos por tropas de polcia. (Arendt,H. O que Poltica? (editora

    Ursula Ludz) Traduo Reinaldo Guarany, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998 p.25 a

    28.)

    Ao falar de esperana, a autora faz uma crtica:

    a) vontade de que todos os homens vivam em paz mediados por governo mundial

    b) valorizao do fim da poltica com possibilidade de um governo mundial desptico

    c) Ao fim da poltica para a possibilidade de um governo mundial desptico

    d) paz no mundo eliminando os conflitos dos Estados atravs de um governo

    mundial

    e) esperana de acabar os com a politica corrupta substituindo-a por tropas de um

    governo mundial que uma os interesses de todos os estados.

    Comentrio: a alternativa correta a letra C. A palavra esperana aparece,

    ironicamente, para criticar a no participao poltica, a no busca consensual dos

    conflitos e fugindo disso cairmos num governo desptico, pois sem poltica a tirania

    impera.

    Questo 03 - Em que se baseia o que chamamos de Estado Moderno?

    Resposta: O que chamamos de Estado Moderno se baseia na soberania militar

    (defesa do territrio nacional) soberania cultural ( identidade do Estado) soberania

    econmica ( limitaes s importaes e exportaes com, as barreiras

    alfandegrias).

    Questo 04 - Na democracia todos os cidados tm direito e deveres iguais perante a

    lei. Mas vimos que nem todos eram cidados na Grcia antiga. Ento, podemos

    concluir que a cidadania na democracia um direito, mas tambm uma conquista de

  • 28

    alguns setores da sociedade. Por exemplo: no Brasil, por muito tempo, os analfabetos

    no podiam votar. Ou seja, eram excludos do processo democrtico.

    Leia o texto apresentado a seguir e reflita antes de responder:

    No que diz respeito aos sujeitos chamados a tomar (ou colaborar para a tomada de)

    decises coletivas, um regime democrtico caracteriza-se por atribuir este poder (que

    estando autorizado pela lei fundamental torna-se um direito) a um nmero muito

    elevado de membros do grupo. Percebo que "nmero muito elevado" uma expresso

    vaga. No entanto, os discursos polticos inscrevem-se no universo do

    "aproximadamente", e do "na maior parte das vezes" e, alm disto, impossvel dizer

    "todos" porque mesmo no mais perfeito regime democrtico no votam os indivduos

    que no atingiram uma certa idade. A omnicracia, como governo de todos, um ideal-

    limite. (BOBBIO, Norberto. O Futuro da Democracia. Uma defesa das regras do jogo.

    Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. p. 19)

    Segundo o enunciado, a democracia realmente o governo de todos? Justifique a

    sua resposta.

    Resposta pessoal: na democracia, ainda que todos os cidados tenham os mesmos

    direitos, o que podemos ter um governo da maioria. Ou seja, na prtica, o poder

    no exercido por todos, mas por uma grande parte de cidados. O ideal da

    democracia a participao de todos, mas na prtica isso se limita a uma maioria

    (que no mnimo, 50% + 01). O ideal democrtico s pode ser atingido por

    proximidade. Assim, quando votamos para escolher nossos representantes, certos

    setores defendem um candidato e outros defendem outros. Quem tiver mais votos

    ganha, mas ao ser eleito, o vencedor deve governar para todos e no somente para a

    parcela que o elegeu. Isso representa tenses inerentes prpria democracia que

    tem como caracterstica inerente ao conceito, o conflito de interesses. O que temos

    um caminhar poltico atravs do consenso, a partir da vontade da maioria.

  • 29

    Questo 05 - leia o texto a seguir:

    Dizendo poder, no quero significar o Poder, como conjunto de instituies e aparelhos garantidores da sujeio dos cidados em um estado determinado. Tambm no entendo poder como um modo de sujeio que, por oposio violncia, tenha a forma da regra. Enfim, no o entendo como um sistema geral de dominao exercida por um elemento ou grupo sobre outro e cujos efeitos, por derivaes sucessivas, atravessem o corpo social inteiro. A anlise em termos de poder no deve postular como dados iniciais, a soberania do Estado, a forma da lei ou a unidade global de uma dominao; estas so apenas e, antes de mais nada, suas formas terminais. Parece-me que se deve compreender o poder, primeiro, como a multiplicidade de correlaes de fora imanentes ao domnio onde se exercem e constitutivas de sua organizao. FOUCAULT, Michel. Histria da Sexualidade 1, A Vontade de Saber. Rio de Janeiro:

    Graal, 1987. p. 88.

    Faa uma reflexo sobre a concepo de poder que Foucault nos indica com os

    recentes acontecimentos da poltica brasileira que levou grandes parcelas da

    populao, principalmente os mais jovens, a se tornarem uma fora poltica efetiva e

    conseguirem at mesmo pressionar os governantes a abaixarem o preo das

    passagens de nibus.

    Resposta pessoal: O texto de Foucault e os recentes acontecimentos polticos

    confluem para uma mesma perspectiva de compreenso do poder como

    descentralizado, produto das relaes de fora e poder, que se transformam a partir

    da atuao dos atores sociais.

  • 30

    Caro professor aplicador, ressalte com os alunos a importancia de no ficarem

    somente com uma nica fonte de pesquisa.

    Sugerimos duas atividades para o trabalho de pesquisa desse bimestre.

    A primeira que voc faa a oficina no Portal da educao pblica,

    (http://www.educacaopublica.rj.gov.br/ ) inteiramente on-line sobre controle

    social do oramento pblico.

    fundamental que a sociedade civil participe desse debate para que possamos

    aprender a dialogar com o poder pblico. Para isso, precisamos nos capacitar para o

    exerccio do controle social. De nada adianta somente reclamar e reclamar. Precisamos

    aprender a cobrar nossos direitos. Vamos l?

    A oficina de controle do oramento pblico de natureza informativa e vai

    mostrar como voc pode fazer para participar, compartilhar, interferir na vida da sua

    cidade em busca do bem-estar social e da consequente melhoria da qualidade de vida

    da populao. Ela foi desenvolvida pelo IBASE em parceria com o CEDERJ e

    totalmente gratuita. Aproveite!

    http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/cidadania/index.html

    A oficina dividida em 3 (trs) mdulos, abrangendo, assim, as etapas do

    processo oramentrio que mais interessam aos (s) cidados(s) em geral.

    Essa atividade deve ser desenvolvida no laboratrio de informtica da escola

    ou como tarefa a ser realizada em casa.

    Caso na sua escola no tenha no laboratrio de informtica um nmero

    suficientes de computadores para que cada aluno realize a tarefa sozinho, escolha

    uma dupla e aproveitem pra discutir bastante.

    Pesquisa

  • 31

    A Outra atividade de pesquisa que sugerimos que navegue e encontre os seguintes

    documentos.

    A Declarao dos Direitos do Homem e do Cidado

    A Declarao Universal dos Direitos Humanos (1948)

    A Declarao Universal dos Direitos dos Povos (1976)

    Carta da Terra, tambm chamada de Declarao do Rio, de 1992.

    Estatuto da criana e do adolescente

    Constituio brasileira de 1988. (compare com constituies anteriores e analise os

    avanos nos direitos dos cidados conquistados ao longo dos tempos e das lutas

    polticas. A nossa primeira constituio de 1824.)

    Busque sempre em mais de uma fonte e compare os documentos que encontrar para

    saber se esto completos. Depois de ler os documentos, faa uma nova pesquisa e

    responda o roteiro abaixo.

    Quando foi criada? (breve descrio do contexto histrico)

    Quem a elaborou? (breve explicao da origem e do funcionamento)

    Com que objetivo?

    O grupo acha que a elaborao desse documento representou algum avano

    para a humanidade?

    Todos os artigos do documento so respeitados no Brasil? (caso algum no

    seja, o grupo deve transcrev-lo e fazer um comentrio a respeito)

    Obs: anote outras questes importantes que puder observar e que no esto

    contempladas nesse roteiro.

    Essa pesquisa pode ser feita em grupo de 03 ou 04 alunos e como trabalho final, se

    houver possibilidade, faa uma apresentao para a turma.

    Caro professor aplicador, a escolha sua. Cada grupo poder pesquisar todos

    os documentos ou voc poder dividir os documentos entre os grupos e marcar uma

    data para apresentao oral e troca de informaes entre os grupos que

    pesquisaram diferentes documentos. Ou seja, um seminrio.

    A importncia desse trabalho pode ir alm da turma especfica que realizou

    esse trabalho. Voc poder marcar um dia no auditrio da escola e apresentar o

    seminrio para outras turmas. Incentive os alunos a usarem as novas tecnologias: o

  • 32

    power point, por exemplo, um recurso fcil e que tem dar grande visibilidade ao

    trabalho.

    Caso se interesse, no j citado Portal da educao voc poder encontrar

    entre as oficinas de histria, um trabalho especfico sobre o tema: direitos

    humanos: uma construo histrica que ir enriquecer a sua formao poltica para

    muito alm desse trabalho. O Portal da educao foi criado para a formao

    continuada do professor e todo o seu material gratuito e as oficinas totalmente on-

    line. Aproveite!

  • 33

    [1] Apostila_ EJA_EM Filosofia_VOL: 3 Cincias Humanas e suas tecnologias- 2000.

    Autoras: Ingrid Muller e Zuleika de Abreu.

    [2] Banco de questes FGV. Disponvel em:

    http://ensinomediodigital.fgv.br/staticpages/acesso-ao-banco-deslogado.aspx

    [3] BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformao de pessoas em

    mercadoria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.

    _______________ Globalizao: as consequncias humanas, RJ, Jorge Zahar, 1999.

    [4] CHAU, Marilena. Iniciao Filosofia: 1 edio. So Paulo: tica, 2011.

    _______________O que ideologia. So Paulo: Brasiliense, 1980. (Coleo Primeiros

    Passos).

    [5] Filosofia/Vrios autores._ Curitiba, SEED_PR.

    [6] GALLO, Slvio (coord.). tica e cidadania: caminhos da Filosofia. 13 ed. Campinas,

    SP: Papirus, 2005.

    Referncias

  • 34

    COORDENADORES DO PROJETO

    Diretoria de Articulao Curricular

    Adriana Tavares Maurcio Lessa

    Coordenao de reas do Conhecimento

    Bianca Neuberger Leda Raquel Costa da Silva Nascimento

    Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva

    Marlia Silva

    PROFESSORES ELABORADORES Prof. Giovnia Alves Costa Prof. Julio Cesar F. Offredi

    Equipe de Elaborao