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  • 7/25/2019 Armando Castelar

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    A Crise da Mobilidade Urbana no

    Brasil: Custos Econmicos e

    SoluesArmando Castelar, Julia Fontes e Lusa de Azevedo

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    1- Introduo

    Mobilidade urbana foi o estopim dos protestos demeados de 2013

    Problema da mobilidade no Brasil vem ficando mais grave,especialmente nas regies metropolitanas (RMs)

    Trs fatores contribuem para isso: Crescente taxa de urbanizao

    Forte aumento da taxa de motorizao

    Falta de investimento em infraestrutura urbana

    Externalidades negativas dos congestionamentosdespertam interesse crescente, entre economistas, emdimensionar seus custos econmicos

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    2- Condies de Mobilidade Urbana: de Mal

    a Pior

    Problema mais intenso nas RMs Condies de mobilidade esto piorando

    1992 2012 Variao (%) 1992 2012 Variao (p.p.)

    RM Belm 24,3 33,0 36,0 3,3 10,5 7,1

    RM Curitiba 30,4 32,2 6,0 8,5 11,1 2,6

    RM Rio de Janeiro 43,9 47,4 7,8 23,2 27,1 3,9

    RM Salvador 31,6 40,0 26,8 6,9 18,7 11,8

    RM So Paulo 38,4 46,0 19,7 16,9 23,5 6,6

    RM Belo Horizonte 32,6 36,8 12,9 9,6 15,8 6,2

    Distrito Federal 33,0 35,2 6,5 10,3 11,0 0,7

    reas no metropolitanas 22,5 23,7 5,1 3,6 4,6 1,1

    Regies metropolitanas* 36,7 41,1 12,2 14,8 19,3 4,4

    Brasil 28,4 30,4 6,8 8,3 10,2 2,0

    Tabela 1 - Evoluo do tempo gasto no percurso de ida ao trabalho no Brasil - 1992 e 2012

    Tempo mdio gasto de casa ao trabalho (minutos) Pessoas que levam mais de 1 hora at o trabalho (%)

    Fonte: Elaborao prpria com base nos dados da PNAD/IBGE de 1992 e 2012.

    Nota: As informaes a respeito do conjunto de regies metropolitanas brasile iras i ncluem, al m das s ete reas destacadas , outras trs metrpoles: Recife,

    Fortaleza e Porto Alegre.

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    2- Condies de Mobilidade Urbana: de Mal

    a Pior

    Tempo mdio de deslocamento varia com a renda nas RMs Nova classe mdia a mais penalizada

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    55

    60

    1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 73 76 79 82 85 88 91 94 97 100

    Minutos

    Centsimos da remunerao por hora de trabalho

    Grfico 1 - Tempo mdio de deslocamento de casa ao trabalho por

    centsimo da remunerao hora no Brasil - 2012

    Regies metropolitanas reas no metropolitanas

    Fonte: Elaborao prpria com base nos dados da PNAD/IBGE de 2012.

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    2- Condies de Mobilidade Urbana: de Mal

    a Pior

    Nos dcimos centrais, mais de 20% dos indivduos gastammais de 1 hora para ir ao trabalho1/5 deles mais de 2

    Dcimo da remunerao por hora de trabalho At 30 minutos 31 minutos a 1 hora Mais de 1 horaat 2 horas

    Mais de 2 horas

    Primeiro (at R$ 3,46) 58,9 25,7 12,3 3,1

    Segundo (de R$ 3,46 a R$ 4,00) 48,2 33,4 15,7 2,7

    Terceiro (de R$ 4,00 a R$ 4,75) 42,9 36,3 17,1 3,7

    Quarto (de R$ 4,75 a R$ 5,56) 43,7 36,0 16,3 4,0

    Quinto (de R$ 5,56 a R$ 6,48) 41,1 37,2 17,9 3,8

    Sexto (de R$ 6,48 a R$ 7,86) 40,5 38,6 17,1 3,9

    Stimo (de R$ 7,86 a R$ 10,23) 43,9 34,8 17,0 4,3

    Oitavo (de R$ 10,23 a R$ 15,00) 45,2 34,7 16,2 3,9

    Nono (de R$ 15,00 a R$ 25,00) 48,6 34,5 14,3 2,6

    Dcimo (mais de R$ 25,00) 50,3 33,2 13,9 2,6

    Total 46,2 34,6 15,8 3,5

    Fonte: Elaborao prpria com bas e nos dados da PNAD/IBGE de 2012.

    Tabela 2 - Distribuio dos trabalhadores nas regies metropolitanas brasileiras por faixa de tempo de

    deslocamento segundo os dcimos da remunerao hora (%) - 2012

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    2- Condies de Mobilidade Urbana: de Mal

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    3- O incentivo motorizao: um fardo

    pesado

    Melhora da oferta de transporte coletivo incapaz de dar contado aumento da demanda

    Polticas do governo federal favorecem o transporte individualmotorizado

    Taxa de motorizao de automveis subiu quase 60% nas RMs

    2002 2012 20144 2002 2012 2014

    4

    RM Belm 8,0 14,8 14,6 0,9 7,2 8,0

    RM Curitiba 29,4 48,9 50,7 2,9 8,3 8,5

    RM Rio de Janeiro 16,6 25,0 27,4 1,1 3,9 4,5

    RM Salvador 11,5 18,6 19,9 0,9 4,1 4,6

    RM So Paulo 28,0 42,0 42,3 2,3 7,1 7,5

    RM Belo Horizonte 19,0 36,7 34,0 2,2 7,2 6,9

    Distrito Federal 27,3 43,4 45,3 1,9 5,8 6,1

    Regies metropolitanas 20,7 32,9 33,8 1,9 6,3 6,8

    Automveis2

    Motocicletas3

    Tabela 3 - Taxa de motorizao1nas regies metropolitanas brasileiras - 2002, 2012 e 2014

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    3- O incentivo motorizao: um fardo

    pesado

    Quem tem carro e/ou motocicleta no domiclio chegamais rpido no trabalho

    Porm, o transporte individual motorizado congestiona asvias e aumenta o tempo de deslocamento de todos

    Posse de veculo particular associada ao nvel de renda 11% (80%) dos trabalhadores no 10 (1) dcimo da renda

    domiciliar per capita no tm nenhum veculo em casa

    % de trabalhadores em domiclios em que a motocicleta o

    nico veculo sobe at o 3 dcimo e cai a partir de ento Trabalhadores do 2 ao 6 dcimo esto mais expostos aos

    riscos atrelados ao uso da motocicleta no deslocamento dirio

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    4- O que dizem as pessoas?

    3 pesquisas: SIPS/Ipea e CNI-Ibope (2011) e DAPP/FGV (2014)

    Quanto maior a cidade, maior o tempo de locomoo

    68% dos moradores das metrpoles esto insatisfeitos comseu tempo de deslocamento dirio

    Rapidez importante para a escolha do tipo de transporte e oprincipal entrave adoo do TC

    Usurios de TC apontam o baixo custo como razo bsicapara sua opo

    Os demais mencionam como pontos contra a disponibilidadee a tarifa, considerada cara por 68% dos residentes nas RMs

    Usurios de automveis valorizam o conforto

    Pessoas comparam custos e benefcios associados aos modais

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    4- O que dizem as pessoas?

    Transporte coletivo mais usado nas cidades grandes e RMs 9 em cada 10 usurios de TC andam de nibus

    63% (7%) das pessoas com renda familiar acima de 10 (1-2) salriosmnimos usam o automvel e 22% (46%) o TC

    Percepo do TC por parte dos que no o utilizam aindapior do que a dos seus usurios (vis de seleo?)

    SIPS/Ipea: menos de 50% dos usurios acham o TC bom

    CNI-Ibope: avaliao mais positiva do que negativa, mas

    parcela dos que acham o TC pssimo (17%) alta DAPP/FGV: 73% dos residentes nas RMs esto insatisfeitos

    (33%) ou muito insatisfeitos (40%) com o TC Insatisfao com transporte maior do que com educao

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    4- O que dizem as pessoas?

    92% 91% 89% 87%

    79%

    70%

    60% 59%

    43%

    5% 6% 7% 7%

    21% 22%27%

    30% 31%

    3% 3% 4%6%

    0%

    8%13% 11%

    25%

    Automvel(da famlia)

    Motocicleta Mototxi Micro-nibus/Van /Besta/Topic/Kombi

    nibus

    Grfico 2 - Avaliao da qualidade dos meios de locomoo nas cidades

    com mais de cem mil habitantes

    timo ou bom Regular Ruim ou pssimo

    Fonte: Relatrio da pesquisa CNI/Ibope de 2011.

    TC mais mal avaliado do que o individual

    nibus so o meio de locomoo com a pior avaliao

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    4- O que dizem as pessoas?

    SIPS/Ipea: alta correlao entre insegurana e experincias deassaltos/acidentes entre os que andam de TC

    CNI-Ibope: mais de 50% dos residentes nas grandes cidadestm medo de sofrer um assalto/acidente em seu trajeto dirio

    Usurios de nibus e motocicleta, mulheres e moradores dasperiferias so os mais preocupados.

    DAPP/FGV: apenas 28% dos residentes nas RMs no se senteminseguros com relao criminalidade no TC

    84% dos moradores das metrpoles brasileiras acham que oTC poderia melhorar se o governo federal fosse mais atuante

    88% deles creem que haver novos protestos caso a questoda mobilidade no se resolva

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    5- A mobilidade urbana no PAC

    PAC: lanado em 2007 para impulsionar os investimentosem infraestrutura no pas, est em sua 2 edio

    Atualmente, gerido pelo Ministrio do Planejamento Ministrio das Cidades responsvel pelas aes na rea

    Na 1 edio, mobilidade urbana tinha papel secundrio Participao modesta na composio dos investimentosprevistos (R$ 1,5 bilho, 0,3% do total)

    Porm, esse valor foi alterado devido incorporao denovas aes

    PAC 1 viabilizou o repasse de recursos federais paraprojetos prontos ou obras que j estavam em andamentoe necessitavam de aporte financeiro

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    5- A mobilidade urbana no PAC

    Nenhuma obra do PAC 1 foi concluda no prazo previsto!

    Tempo mdio de atraso das aes de 2 anos e 4 meses

    KmInvestimento

    (R$)

    Concluso

    previstaKm

    Investimento

    (R$)

    Concluso/

    operao*

    Concluso

    prevista

    Metr linha 1 Belo Horizonte Modernizao 6,6 18.900.000 dez/07 6,6 21.300.000 24/04/2008** -

    Metr linha 2 Belo Horizonte Nova via 10 167.000.000 dez/09 - - - -

    Metr linha sul Fortaleza Nova via 24,1 572.700.000 31/12/2010 24,1 804.300.000 01/10/2014 30/12/2015

    Trem urbano Porto Alegre Expanso 9,3 924.600.000 15/09/2012 9,3 936.720.000 30/01/2014 -

    Metr linha sul eletrificada Nova via 14,5 14,5 29/08/2010

    Trem urbano (linha sul diesel) Modernizao 17,6 17,6 15/03/2013

    Metr linha centro (Ramal Camaragibe) Expanso 4,7 4,7 08/06/2013

    Metr linha centro (Ramal Jaboato) Modernizao 20,7 - -

    Metr linha 1 - Lapa a Acesso Norte Salvador Nova via 6 353.500.000 30/06/2010 6 373.850.000 01/09/2014*** 31/10/2014

    Metr linha 1 - Acesso Norte a Piraj Salvador Nova via 6,1 220.000.000 31/12/2011 - 744.198.290 - -

    Trem urbano Salvador Modernizao 13,5 26.700.000 dez/08 13,5 79.100.000 28/12/2012 -

    Corredor de nibus expresso Tiradentes So Paulo Nova via 31,8 91.500.000 2008 10,8 94.600.000 30/03/2009** -

    Tabela 6 - Informaes sobre as aes significativas do PAC 1

    AoCidade/Regio

    Metropolitana

    Natureza

    da obra

    Inicial Final

    Fonte: Balanos trimestrais do PAC e www.pac.gov.br.

    Nota: * Foi considerada a operao assistida em horrio integral ou a operao comercial, de maneira que a demanda fosse atendida.

    ** Obra interrompida.

    *** Exceo: operao assistida de 8:00 s 16:00.

    Recife 295.600.000 31/12/2009 360.100.000

    30/06/2016

    31/12/2014

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    5- A mobilidade urbana no PAC

    Foram entregues 65% dos 165 km de vias previstos Alguns projetos foram abandonados Lentido na execuo das obras tem como origem a m

    qualidade e defasagem dos projetos bsicos

    necessrio, ento, incorporar novas atividades, o querequer a elaborao de aditivos contratuais e, por vezes, arealizao de licitaes durante as obras

    No raro, o TCU encontra problemas e suspende a

    execuo do projeto Se os atrasos so uma face dos investimentos do PAC 1, aoutra o redimensionamento dos oramentos Custo das aes significativas do PAC 1 subiu 28%

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    5- A mobilidade urbana no PAC

    PAC 2: criou-se um subeixo de mobilidade urbana Recursos aumentaram para R$ 18 bilhes (2% do total)

    Estmulo elaborao de novos projetos atravs de doisprocessos de seleo

    Grandes Cidades - municpios com mais de 700 mil hab. Em abril de 2012, foram escolhidos 41 projetos em 51 municpios

    Oramento subiu para R$ 32,2 bilhes

    1 obra teve incio somente em setembro de 2012

    Mdias Cidades - municpios com 250 a 700 mil hab. Divulgao das 63 aes e 59 municpios ocorreu em maro de 2013

    Foram disponibilizados R$ 8,6 bilhes

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    5- A mobilidade urbana no PAC

    342 projetos de mobilidade urbana no PAC 2 Mais de (259) esto em ao preparatria

    12% das aes (42) esto em obras

    6,4% esto concludas (11) ou em operao (11)

    5,6% (19) esto em licitao

    Crescente importncia da mobilidade urbana no PAC

    Mobilidade urbana como foco do PAC 3?

    PAC 1 poderia ter servido como um aprendizado, mas, aoque tudo indica, no foi isso que ocorreuproblemaspersistem!

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    6 - Custos econmicos dos congestionamentos

    nos centros urbanos brasileiros

    Questes de interesse (bem-estar, produtividade,poluio, etc.) so inter-relacionadas

    Monetizar as perdas com os congestionamentos umaforma de abord-las conjuntamente

    Mtodo direto: valoraoenvolve pesquisa primria Mtodos indiretos: dependem de hipteses

    Complexidade do tema se reflete em pouca uniformidadedas metodologias aplicadas

    H bons estudos pontuais, mas falta um arcabouo bemdefinido e estruturado

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    6 - Custos econmicos dos congestionamentos

    nos centros urbanos brasileiros

    Alguns custos (VTPI/2009): tempo de viagem, segurana esade, estacionamento, valor dos terrenos usados comovias, servios de trfego, poluio do ar e sonora, etc.

    Problema do congestionamento sob a tica econmica:

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    6 - Custos econmicos dos congestionamentos

    nos centros urbanos brasileiros

    No Brasil, alguns trabalhos estimaram os custoseconmicos dos congestionamentos nos centros urbanos

    Young et al.(2014) usam dados sobre o tempo dedeslocamento e a renda do trabalho do Censo/IBGE de

    2010 para estimar tais custos no Rio de Janeiro:

    Valor da hora

    perdida = 50% do

    rendimento

    Valor da hora

    perdida = 70% do

    rendimento

    Valor da hora

    perdida = 100% do

    rendimento

    Regio Metropolitana R$ 6,7 bilhes R$ 9,4 bilhes R$ 13,5 bilhes% do PIB 2,5% 4,3% 4,9%

    Interior R$ 1,1 bilhes R$ 1,5 bilhes R$ 2,2 bilhes

    % do PIB 0,8% 1,2% 1,7%

    Total Estado R$ 7,8 bilhes R$ 11,0 bilhes R$ 15,7 bilhes

    % do PIB 1,9% 3,4% 3,8%

    Fonte: Young et al(2013).

    Tabela 7 - Impacto do tempo de deslocamento no PIB por

    municpio da Regio Metropolitana do Rio de Janeiro, 2010

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    6 - Custos econmicos dos congestionamentos

    nos centros urbanos brasileiros

    FIRJAN (2014): custo dos congestionamentos na RMRJ (R$ 29

    bi) e RMSP (R$ 69 bi) chegou a 2% do PIB nacional em 2013 3 artigos importantes: ANTP/IPEA (1997), Branco (1999) e

    Cintra (2008)

    R$/ano preoscorrentes

    R$/ano deset/2012

    Cintra (2008) 33.152.429.265 39.753.670.052

    1. Consumo adicional de combustvel e custo da poluio decorrentes do congestionamento 6.518.159.464 7.816.041.431

    2. Custo de oportunidade da mo-de-obra dos indivduos parados no congestionamento 26.634.269.801 31.937.628.621

    Branco (1999) 21.800.000.000 43.984.103.803

    1. Ganhos com rodzio pelo aumento de velocidade e reduo do consumo de combustvel 2.600.000.000 5.245.810.545

    2. Ganhos ambientais com rodzio pela reduo na emisso de poluentes 1.000.000.000 2.017.619.440

    3. Ganhos com rodzio pelo aumento de velocidade e reduo nos tempos de deslocamento 5.000.000.000* 10.088.097.204*

    4. Reduo de 20% da produtividade decorrente do estresse em congestionamentos 12.500.000.000 25.220.243.006

    5. Ganhos com rodzio pelo aumento de velocidade e reduo do custo operacional 700.000.000 1.412.333.608

    ANTP/IPEA (1997) 346.000.000 744.836.277

    1. Custos decorrentes de aumento no tempo das viagens 125.600.000 270.379.874

    2. Custos decorrentes do aumento no consumo de combustvel 115.000.000 247.561.190

    3. Custos decorrentes do aumento na emisso de poluentes 28.800.000 61.997.933

    4. Custos decorrentes da manteno do sistema virio 76.600.000 164.897.280

    Fonte: Moraes (2013), sa lvo correo *.

    Tabela 8 - Estudos sobre os custos dos congestionamentos em So Paulo comparados

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    6 - Custos econmicos dos congestionamentos

    nos centros urbanos brasileiros

    Atualizao de Cintra (2008)Cintra (2014):

    Instituto Akatu: se as pessoas levassem 30 min de casa ao

    trabalho nas RMs, PIB aumentaria em R$ 200 bi (mais de 5%) Mesmo se nem todo o tempo poupado se convertesse em

    horas trabalhadas, ganhos de bem-estar se refletiriam naprodutividade, levando a um crescimento de R$ 90 bi no PIB

    Custo de oportunidade (R$) (1) 30.175.803.397

    Gasto adicional gasolina por carro 4.858.837.958,57

    Poluio por carros 677.280.068,50

    Gasto adicional diesel por nibus 318.515.033,98

    Poluio por nibus 29.130.882,29

    Transporte de carga 4.099.940.520,39

    Total custo pecunirio (R$) (2) 9.983.704.463,74

    Total (1+2) 40.159.507.860,97

    Fonte: Cintra (2014).

    Tabela 9 - Custos dos congestionamentos na cidade de So Paulo em 2012

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    6 - Custos econmicos dos congestionamentos

    nos centros urbanos brasileiros

    Nossa estimativa - hiptese: moradores das RMs passam a gastaro mesmo tempo que os das demais reas urbanas

    Usamos a diferena entre o tempo de deslocamento dos 2grupos por centsimo da remunerao hora (35 min, em mdia)

    Custo de oportunidade da hora: renda do trabalho porcentsimo nas RMs (R$ 15,50, em mdia)

    Estimativa preliminar: foco no custo de oportunidade; no levaem considerao os custos operacionais dos congestionamentos

    Por dia Por ms Por ano

    Primeiro centsimo 0,23 5,06 60,66

    Mediana 5,06 109,58 1.315,01

    Mdia 8,89 192,56 2.310,69

    ltimo centsimo 144,60 289,21 75.194,49

    Total 238.939.411,60 5.177.020.584,65 62.124.247.015,76Fonte: Ela borao prpria com base nos da dos da PNAD/IBGE de 2012.

    Tabela 10 - Valor economizado com a reduo do tempo de deslocamento - 2012

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    7 Observaes Finais

    Mobilidade urbana vem se deteriorando nas RMs do Brasil Aumento da taxa de motorizao, estimulado pelas

    polticas do governo federal, agrava o problema

    Polticas que tornem o TC mais rpido e barato tm o

    potencial de atrair novos usurios preciso investir mais e melhor para impedir o aumento

    do tempo gasto no deslocamento urbano

    Falta de solues gera perdas econmicas para a sociedade

    Estudos indicam que os custos so elevados e crescentes Nossas estimativas: R$ 62,1 bi nas RMs em 2012, cerca de

    8 vezes o que o pas investe em mobilidade urbana por ano

  • 7/25/2019 Armando Castelar

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    7 Observaes Finais

    Dada s externalidades envolvidas, fundamental a presenado Estado, representando o interesse pblico

    Entraves parecem ser mais de natureza gerencial einstitucional do que de restrio de recursos financeiros

    Externalidades positivas (como a valorizao imobiliria) podemajudar a financiar a ampliao da oferta

    preciso desenvolver arranjos de governana metropolitana

    Avano: criao de um arcabouo jurdico para PPPs na rea

    Sistema de transporte deve ser articulado ao planejamento dacidade (espraiamento x adensamento)

    O que precisa ser feito? Maior planejamento, gesto maiseficiente, melhoria da regulao e aumento do investimento