Arquivistica Como Ciencia Autonoma

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8/18/2019 Arquivistica Como Ciencia Autonoma http://slidepdf.com/reader/full/arquivistica-como-ciencia-autonoma 1/3 A arquivística como uma ciência autónoma A Arquivística como uma ciência autónoma desenvolveu-se em função das necessidades de cada época. Destaca-se o século XIX como sendo o período de grandes mudanças que contriuíram para o progresso desta !rea como uma ciência autónoma" tendo como grandes marcos# a $evolução %rancesa" a pulicação do &anual da Associação dos Arquivistas 'olandeses" o (rincipio de proveniência e a )eoria das )rês idades" contriuindo cada marco com seus aspectos para o desenvolvimento desta !rea. A $evolução %rancesa contriuiu para o desenvolvimento da arquivística através da criação dos arquivos nacionais na %rança e consequentemente *ouve a proclamação dos direitos de acesso p+lico dos arquivos e ainda o direito do estado de conservar e preservar os documentos" um fenómeno antes visto durante a vigência do império romano. %oi ainda durante a revolução francesa que foram criadas as primeiras escolas de formação" portanto durante este período criaram-se escolas especiali,adas a cole dês *arles em paris em /01/" a escola de 2iena em /034" a escola de &adrid em /035 e a de %lorença em /036 7$89::A9 ; 89)9$" /<<0=. mora a revolução francesa ten*a sido um dos marcos importantes para o desenvolvimento da arquivística" ela apresentou certas lacunas pois as escolas criadas na altura estavam além daquilo que é na verdade uma formação arquivística" estas escolas estavam mais concentradas nas !reas como a Diplom!tica e a (aleogra>a e estas tin*am nos arquivos laoratórios para sustentar suas pesquisas" contudo os pro>ssionais formados nessas escolas eram arquivistas ? paleógrafos e arquivistas -diplomatistas. omo lemram-nos $osseau ; outure 7/<<0=" um corpo cientí>co constitui-se de diversas maneiras e uma delas pode ser através da pulicação de manuais da especialidade e da criação de actividades de formação" a arquivística assim como o arquivista gan*am maturidade su>ciente. @ neste sentido que destacamos o manual da associação dos arquivistas *olandeses como um outro marco do desenvolvimento da arquivística. 8 manual representou um grande avanço na teori,ação dos arquivos" foi nele que surgiram pela primeira ve, novos aspectos como a noção do conceito de arquivo" organi,ação de documentos e a descrição arquivística" apesar de ter tido lacunas pelo facto de não ter feito referência a aspectos ligados a triagem e eliminação de documentos" em como a inclusão de /

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A arquivística como uma ciência

autónoma

A Arquivística como uma ciência autónoma desenvolveu-se emfunção das necessidades de cada época. Destaca-se o século XIXcomo sendo o período de grandes mudanças que contriuíram para oprogresso desta !rea como uma ciência autónoma" tendo comograndes marcos# a $evolução %rancesa" a pulicação do &anual da

Associação dos Arquivistas 'olandeses" o (rincipio de proveniência ea )eoria das )rês idades" contriuindo cada marco com seus aspectospara o desenvolvimento desta !rea.

A $evolução %rancesa contriuiu para o desenvolvimento daarquivística através da criação dos arquivos nacionais na %rança econsequentemente *ouve a proclamação dos direitos de acessop+lico dos arquivos e ainda o direito do estado de conservar epreservar os documentos" um fenómeno antes visto durante avigência do império romano. %oi ainda durante a revolução francesaque foram criadas as primeiras escolas de formação" portanto durante

este período criaram-se escolas especiali,adas a cole dês *arlesem paris em /01/" a escola de 2iena em /034" a escola de &adrid em/035 e a de %lorença em /036 7$89::A9 ; 89)9$" /<<0=.mora a revolução francesa ten*a sido um dos marcos importantespara o desenvolvimento da arquivística" ela apresentou certaslacunas pois as escolas criadas na altura estavam além daquilo que éna verdade uma formação arquivística" estas escolas estavam maisconcentradas nas !reas como a Diplom!tica e a (aleogra>a e estastin*am nos arquivos laoratórios para sustentar suas pesquisas"contudo os pro>ssionais formados nessas escolas eram arquivistas ?paleógrafos e arquivistas -diplomatistas.

omo lemram-nos $osseau ; outure 7/<<0=" um corpo cientí>coconstitui-se de diversas maneiras e uma delas pode ser através dapulicação de manuais da especialidade e da criação de actividadesde formação" a arquivística assim como o arquivista gan*ammaturidade su>ciente. @ neste sentido que destacamos o manual daassociação dos arquivistas *olandeses como um outro marco dodesenvolvimento da arquivística. 8 manual representou um grandeavanço na teori,ação dos arquivos" foi nele que surgiram pelaprimeira ve, novos aspectos como a noção do conceito de arquivo"organi,ação de documentos e a descrição arquivística" apesar de tertido lacunas pelo facto de não ter feito referência a aspectos ligados atriagem e eliminação de documentos" em como a inclusão de

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arquivos privados" ele marcou uma nova época para a arquivística foiuma a>rmação das ideias que teriam nascidas na revolução francesa. ! nos >nais do século XIX" logo após a segunda guerra mundial"surgem novos cen!rios como a industriali,ação que impulsionou aprodução massiva de documentos e como consequência dessa

produção massiva *ouve a compleBidade urocr!tica e origou osgovernos a traçarem reformas" neste Cmito surge um outro marcodo desenvolvimento da arquivística" surge aqui a teoria das trêsidades que veio recuperar a dimensão administrativa dos arquivos eveio pr >m a perspectiva *istoricista que considerava osdocumentos de arquivo fossem conservados em função do seu valor*istórico" portanto esta teoria trouBe uma dinCmica no seio dasinstituiçEes defendendo a gestão de documentos. ! o princípio deproveniência surge em consequência de v!rias preocupaçEes ligadasa organi,ação arquivística. De acordo com o 7FAFIG" 1H/H=" atraectória da arquivística como ciência é marcada pela eBistência detrês visEes dos arquivos# a visão 'istoricista" Jerencial e aInformacional. A visão *istorcista ter! surgido durante a revoluçãofrancesa" esta visão *istórica é relativamente aos arquivos" portanto"os arquivos instituídos durante esse período tin*am em si a dimensãocultural e patrimonial dos arquivos e que os documentos que delesfa,iam parte tin*am como >nalidade servir as investigaçEes*istóricas. ! a visão gerencial surge no século XX" portanto podemosaferir que esta surge em consequência da compleBidade urocr!tica*avida logo após a segunda guerra mundial como efeito da produçãoeBponencial dos documentos" portanto" nesse período surge a teoria

das três idades e a noção de gestão de documentos. :egundo o7FAFIG" 1H/H"(.3=" esta visão tin*a como argumento Kefectivar ocontrolo e>ciente da administração com a aplicação de princípios etécnicas para redu,ir a quantidade e mel*orar a qualidade dosdocumentos garantido a utili,ação dos mesmos no eBercício dasactividades das instituiçEes.L (or sua ve, a visão informacional surgenos >nais do século XX" com o surgimento das )ecnologias deInformação e omunicação" esta defende que a >nalidade dosarquivos é de informar" esta visão tem como ênfase nas acçEes dainformação e tem como principal atenção a aordagem de relaçEesou processos de comunicação nas interacçEes intersuectivas

diferentemente da visão *istoricista e gerencial que defende que ooecto de traal*o arquivístico é vista como entidade 7adocumental=.

Fo conteBto moçamicano podemos destacar duas visEes dearquivos" a visão *istórica e a gerencial. A visão *istórica podea>rmar que ten*a surgido em /<<1 com a aprovação do DecretoMMN<1 que cria o :istema Facional de Arquivos tendo o Arquivo'istórico de &oçamique como o órgão central do :FA" portantoentendemos que este tra, consigo uma visão *istórica porqueentende que os arquivos constituem um instrumento importante para

preservar e valori,ar o património *istórico e cultural da naçãomoçamicana. A visão gerencial começa a surgir no ano de 1HH6 com

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a pulicação do Decreto M5N1HH6 que institui o :istema Facional deArquivos do stado" este dispositivo tra, uma visão gerencial dedocumentos" não esta sendo plenamente operacionali,ado devindo alacunas que apresenta para a sua operacionali,ação" por tanto oestado moçamicano ainda tem grandes desa>os para efectivar esta

visão.A arquivística aseia-se em dois princípios fundamentais. 8 princípiode proveniência e o princípio de )erritorialidade. 8 princípio deproveniência teve seu inicio na %rança em meados do século XIXcomo consequência de v!rias preocupaçEes com a organi,açãoarquivística" segundo este princípio os documentos devem serorgani,ados de acordo com a sua origem e não misturados com osdemais provenientes de uma instituição diferente" este princípio foicriado para mel*orar a organi,ação arquivística. 8 principio deterritorialidade defende que documentos ou arquivos de um território

seguem o destino desse território" portanto estes princípios sãopertinentes nas visEes *istoricista e gerencial pois são oserv!veisenquanto que na visão informacional torna-se difícil a sua aplicaçãodevido a questão de informação contidas em amientes tecnológicos.

Referencia Bibliográca

D9'IF" &ic*el. 8 $espeito de %undos de ArquivoO (rincípios )eóricos e prolemas pr!ticos" /<<1

FAFIG 7XI=. 8 conceito de informação arquivistica" 1H//

 A$DI&" osé &aria. A (rodução de con*ecimento arquivísticoOperspectivas internacionais e o caso Grasileiro 7/<<H-/<<3=" $io de

 aneiro" v./"n./" p.M/-3HNan.Nun.1HH3. Disponível emOPPP.arquivistica.net

$8::A9" ean-Qves ; 89)9$" arol. 8s fundamentos da disciplinaarquivística. RisoaO Dom SuiBote" /<<0

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