Arte no século XIX

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Trabalho realizado por: Disciplina: História Ano lectivo: 2010/2011 Professora: Maria Inês

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Arte no século XIX

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Trabalho realizado por:

Rita Pinto, Nº5 Hemali, Nº11

Disciplina: História

Ano lectivo: 2010/2011

Professora: Maria Inês

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Leonor, Nº15 Marta, Nº16

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Índice Página 1

Introdução Página 2

Realismo Páginas 3 - 5

Impressionismo Páginas 6 - 9

Simbolismo Páginas 10 - 11

Arte Nova Páginas 12 - 14

Naturalismo Páginas 15 - 17

Conclusão Página 18

Bibliografia/Sitografia Página 19

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Este trabalho é sobre a Arte no século XIX. Neste tema abordamos o Realismo, o Impressionismo, o Simbolismo, a Arte Nova e, por último, o Naturalismo.

Dentro do Realismo abordamos o “porquê” de esta corrente artística ter aparecido, como é representado e transmitido, as mudanças que ocorreram e o que permitiu que acontecesse. Abordamos ainda a pintura realista, mais concretamente, as suas características, o seu movimento e em que consiste, e a literatura realista, mais concretamente, os seus princípios e os temas mais abordados.

Dentro do Impressionismo abordamos quem “criou” este movimento artístico, as suas fontes de inspiração, como se caracteriza e as suas subcategorias. Abordamos ainda as ideias principais das subcategorias, mais exactamente, da escultura, da pintura, da música, da literatura e, por fim, o que surgiu depois do impressionismo.

Dentro do Simbolismo abordamos a sua origem, as suas características principais, a pintura, nomeadamente as suas ligações e como eram transmitidos os sentimentos, e, por fim, a poesia simbolista.

Dentro da Arte Nova abordamos os novos estilos que surgiram, a sua caracterização, as suas diferentes categorias, a sua definição e o seu propósito. Abordamos ainda os temas mais utilizados, a diversidade de mobiliário e de decoração, como foi influenciado e, por último, a pintura da Arte Nova.

Dentro do Naturalismo abordamos como é que esta corrente veio para Portugal, o Grupo do Leão, as

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características principais do Naturalismo, os representantes mais conhecidos, os temas mais abordados e, por fim, a pintura e a escultura naturalista.

Este trabalho, por um lado, não foi muito difícil de se realizar, mas, por outro lado, alguma da informação que se pesquisava não era suficiente e, por isso, foi necessário recorrer a várias fontes para o trabalho ficar o mais completo possível.

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O mundo da Arte e da Literatura procurou, igualmente aos outros sectores, o seu desenvolvimento, no século XIX. Uma vez que o Romantismo parecia impróprio relativamente aos progressos da época, o mais correcto seria seguir agora a ciência, isto é, o movimento Realista, que era o movimento agora dominante.

O movimento Realista, é um movimento cultural, e é apresentado como uma doutrina do âmbito da filosofia e da corrente estética e literária, que tem como objectivo a co-relação com a realidade opondo-se ao Romantismo, rejeitando, assim, a subjectividade com que eram lidados os factos da época e começando um movimento expressivo.

O Realismo é transmitido de várias formas, tornando-se não só um movimento, mas sim um modo de vida. As próprias atitudes das pessoas em relação à perspectiva de realidade vão mudando. No entanto estas mudanças são mais sentidas na área da Arte e da Literatura, onde são iniciadas novas formas e técnicas de as concluir, e de demonstrar a realidade de uma forma honesta, ao contrário do Romantismo que procurava apenas o embelezamento da suposta realidade.

Gustav Courbet, Um Enterro em Ornans

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A área da Pintura é iniciada com a modificação e o tratamento da paisagem, deixando a subjectividade e o embelezamento do romantismo e despindo-as, até obter uma ideia simples na reprodução, desapaixonada e neutra, que trata de forma clara e espontânea a própria realidade. O movimento Realista nesta área, por rejeitar toda a subjectividade, opondo-se à beleza e ao refinamento e elevação moral dos factos, acabou por ser considerado algo “degradante”, tanto por estas razões como pela forma banal, ofensiva e excessiva, “de mau gosto”, que demonstra falta de elaboração na composição das obras. Ainda assim, os seus defensores acreditam nessa realidade como se fosse uma última palavra de audácia.

Embora Inovador, o Realismo manteve-se sob os conceitos académicos, no que respeita á exactidão e perfeição da obra. Consistia nos breves esboços espontâneos, de momento, e grandes trabalhos em ateliers, combinados de forma a criar uma espécie de fotografia, nítida, concreta e sólida. Limitavam-se à pintura de coisas reais, do mundo real. Courbet, um representante máximo do realismo, afirmou ainda que “ Eu não vou pintar um anjo porque nunca vi nenhum”. A representação da realidade de forma “crua” era um passo fundamental a este movimento, pois marcaria a sua posição, nesta época de “pós-Romantismo”.

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Gustave Courbet, Moças paneirando trigo Édouard Manet, Olympia

Jean françois millet, As Respigadouras do trigo Jean François Millet, Angelus

Na Questão da Literatura, o Realismo centrou-se no retrato objectivo da realidade social em deterioramento da

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exaltação dos sentimentos individuais que tinha marcado o Romantismo. A partir das mesmas, surgem novos princípios de justiça e igualdade que criou um enquadramento ideológico, criando assim, uma verdadeira revolução cultural. Visa assim analisar e resumir a realidade social de forma objectiva, expondo a exactidão, a veracidade, a abundância e audácia dos pormenores, com a total indiferença do “eu” lírico, e a naturalidade dos indivíduos perante o bem e o mal. Procura também realizar a análise de vícios e podridão da sociedade em si, o relacionamento lógico de comportamentos patológicos, sociais e biológicos, procurando sempre submeter-se a simples realidade. A admissão de temas cosmopolitas na literatura e o uso de expressões simples sem convencionalismos são também parte da afirmação do realismo na literatura.

Daumier, A Lavadeira

O Realismo é portanto um movimento marcante, vivido com grandes contradições entre os escritores e artistas deste. Foi um movimento que permitiu expor a verdadeira realidade de forma brusca, como se fosse um “acordar”, de uma época que era muito ligada às aparências e ao embelezamento e romantismo de cada situação. Podendo assim ver a naturalidade e a reprodução

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de forma banal e, por certas vezes, ofensiva pelo desleixo e podridão com que se representava a sociedade da época.

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O Impressionismo foi considerado como sendo um movimento artístico que surgiu em França no século XIX. Através dele criou-se uma nova “visão” da natureza tanto a nível da pintura, como da escultura, da música e da literatura.

O Impressionismo foi, por assim dizer, “criado” pelo crítico de arte Louis Lerroy. Afirmava ele que eram impressionistas todos os artistas que se recusavam a aplicar as regras artísticas até aí aceites como padrão e se sentiam incompreendidos pela classe artística e, igualmente, pelo facto das suas obras serem expostas nas galerias e locais mais intelectuais de Paris.

O Impressionismo teve, à época do seu surgimento, duas fontes importantes de inspiração: a fotografia e as gravuras japonesas. A fotografia alcançou o seu auge nos finais no século XIX, e era um método ideal para a captação de momentos, o que vinha de encontro a uma das maiores preocupações, e ambições, dos artistas impressionistas. As gravuras japonesas, que haviam sido introduzidas em França graças à reabertura dos portos japoneses ao Ocidente, permitiam uma temática urbana dos acontecimentos quotidianos retratando-os assim em pinturas planas e sem noção de perspectiva.

A arte impressionista caracterizava-se por ser uma arte vibrante e viva no que respeitava ao nível das cores, da luz, do movimento, e da retractação da natureza. Muitos dos pintores pintavam, sobretudo, ao ar livre. Pretendiam, dessa forma, criar um certo contraste com inúmeros reflexos e efeitos da luz do sol, de modo a dar ainda mais ao quadro. A forma pessoal como cada um pintava traduzia

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o seu estado emotivo e produzia diferentes resultados a nível do aspecto final de cada quadro.

Existiram, mais tarde, duas subcategorias do Impressionismo: O Neo-Impressionismo, que tinha como origem o estudo da cor. Era igualmente conhecido como Pontilhismo e Divisionismo. Tinha como objectivo colocar as cores puras ao lado umas das outras, produzindo assim uma sensação óptica de junção de novas cores. E o Pós-Impressionismo, cuja origem foi definida pelos pintores vanguardistas, tais como, Van Gogh, Cézane e Guaguin.

Cada um deles aplicava as suas ideias de formas diversas:

Van Gogh aplicava as cores com texturas espessas para, assim, transmitir a emoção, a procura subjectiva e o humanismo da obra.

Cézane dava destaque ao geometrismo das formas que a natureza tinha. Aplicava cores limpas e simples mas igualmente determinadas.

Guaguin trabalhava com cores puras e fortes. Sem uso do contraste claro-escuro, ou das formas bidimensionais e da perspectiva.

Van Gogh, Campo de Trigo de Vincent

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Paul Cézane, La Maison Paul Guaguin, Mahauna

Tal como referimos, o Impressionismo foi um movimento artístico que se subdividiu, e expressou, em várias áreas das artes plásticas:

Na escultura - os escultores pretendiam ter a possibilidade de construir uma fusão da luz com as sombras, de esculpir as estátuas a partir do maior número de ângulos diferentes possíveis (tornando a obra quase sempre inacabada), o que era considerado um dos processos mais criativos na visão do artista. Rodin, Carpeaux e Hidlebrand foram os maiores responsáveis pela construção das esculturas. Rodin queria, através das suas obras, demonstrar uma certa vivacidade e exagero do estilo rococó, mas mantendo a igual distribuição entre as luzes e as sombras.

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Rodin, O Pensador Carpeaux, O Beijo

Na pintura - os pintores pretendiam, ao máximo, captar a luz natural, o que influenciava a sua escolha das cores utilizadas. Um quadro impressionista era considerado como um amontoado de manchas de tinta, em que, quando observado à distância, as cores se organizavam opticamente e criavam formas e efeitos luminosos. Os primeiros estudos sobre a incidência da cor haviam sido realizados por Corot. Corot tentava modelar as cores o mais semelhantemente possível às cores da natureza, o que logo influenciou os impressionistas que começaram, cada vez mais, a pintar ao ar livre, com o fim de captar a luz e a cores naturais.

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Corot, Los Puentes de mantes

Na música - iniciou-se com o compositor francês Claude Debussy. Pretendia ele que toda a sua rebeldia e inconformismo fossem “ouvidas”. “Abriu” um novo caminho para as experiências modernistas que ainda hoje em dia ouvimos. Debussy criou um sistema de acordes isolados e livres da rigidez que era comum naquela época. O aparecimento do piano foi o seu principal meio de expressão, e os seus seguidores deram, mais tarde, origem à música jazz e à música apelidada de “negra”. Deixou como legado inúmeras obras musicais para orquestra e para ópera. Maurice Ravel foi outro importante nome na música impressionista. Criador de melodias buscava a perfeição, mas com um toque mais clássico. Outro dos impressionistas foi o espanhol Manuel de Falla que deu origem ao aparecimento do movimento e da sensualidade, através dos ritmos andaluzes (tal como o flamengo) e com orquestrações mais “coloridas”.

Na literatura - caracterizada por uma maior liberdade na inspiração e uma maior consciência científica na reflexão.  Esses dois aspectos manifestaram-se, sobretudo, em dois períodos: o Romântico e o Crítico. Tanto na Europa, como também em Portugal, representavam um regresso à Natureza. No período Romântico manifestou-se, sobretudo, de forma confusa e inconsciente. No período Crítico manifestou-se sobre a forma de reflexões filosóficas. A aventura e o drama (características do primeiro período) e o

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romance e a crítica (características do segundo) manifestavam-se através das construções impessoais, pela anteposição da cor ao objecto, hipálages, e pela transposição de um atributo de agente para a acção. Na literatura portuguesa, o autor que mais reflectiu e encarnou o espírito do impressionismo foi Eça de Queirós.

Após o Impressionismo, dá-se a abertura ao Expressionismo, que se opunha em absoluto ao sentido científico do Impressionismo. Foi caracterizado pela procura de formas artísticas que exprimissem da forma mais livre possível a subjectividade dos sentimentos do artista em relação à realidade. Os quadros eram considerados como um retrato intenso de emoções que eram transmitidas através da utilização de cores violentas e de pinceladas vincadas. Da mesma forma, as esculturas eram construídas de maneira agressiva com uma textura mais espessa e uma modelação mais vincada.

Brunoro

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O Simbolismo originou-se no século XIX, atingindo o seu auge entre 1880 e 1890. Essa corrente artística teve no mundo o tema dos pensamentos e dos sonhos, como o sobrenatural e o invisível. Embora opondo-se ao realismo, ambos se afirmaram sobretudo a nível pictórico.

Arnold Bocklin, O Bosque Sagrado

O simbolismo revela portanto como características principais os seguintes parâmetros:

Enfâse em temas místicos, imaginários e subjectivos;

Carácter individualista; Desconsideração das questões sociais abordadas

pelo realismo e naturalismo; Estética marcada pela musicalidade (pela

proximidade entre a poesia e a música); Produção de obras de arte baseada na intuição,

descartando a lógica e a razão; Utilização de recursos literários, por exemplo a

aliteração e a assonância.

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Puvis de chavannes, Repos

O Simbolismo foi uma característica da pintura entre 1880/90. Possui uma estreita ligação com o movimento poético simbolista, pois os pintores tentavam imprimir nas suas obras um significado espiritual e profundo, contudo, estes não consideram a pintura como uma representação dos objectos mas sim uma maneira de expressar sentimentos ou ideias. Esses sentimentos ou ideias eram transmitidos principalmente utilizando cores e linhas, entendidos como elementos extremamente expressivos que por si só poderiam representar ideias, pois estes confiavam na simples sugestão do que em algo na sua forma explicita. Há inúmeros artistas de estéticas diferentes consideradas simbolistas, por apresentarem traços do movimento nas suas obras e temas, como por exemplo:

Gustave Moreau, Hésiode et la Muse

Igualmente ao simbolismo na pintura, o simbolismo Literário visa o destaque das forças obscuras e

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incontroláveis do individuo criando a partir destas um modo de escrita complexo.

A poesia provoca um poder encantatório das palavras e da musicalidade, iniciando-se, assim, o verso livre, que marca a produção poética do séc. XX.

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No século XIX, artistas e arquitectos procuravam um novo estilo que modernizasse e individualizasse este século e, devido a essa procura, surgiu uma nova corrente artística com o nome de Arte Nova, que se opunha aos estilos antigos.

A Arte Nova foi uma corrente artística muito complexa e que abrangia várias categorias. Define-se pela preocupação decorativa que ia surgindo, pelo predomínio de linhas onduladas, pela utilização de motivos florais e femininos e pelo aproveitamento de certas características dos materiais, como por exemplo, do ferro, do vidro e dos mosaicos valorizando, assim, uma decoração livre e sugestiva. O seu propósito era combater o mau gosto que presidia anteriormente, que era dominado pela utilização de objectos industriais e sem qualquer beleza estética.

Konrad Hentschel, Serviço de porcelana Antoni Gaudí, Fachada da Casa Milá

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Este estilo encontra-se, assim, nas artes aplicadas e na arquitectura, sendo que se considerava que uma casa e os objectos que nela existiam deveriam ter uma grande qualidade estética, o que transformou arquitectos e variados artistas em designers de mobiliário, de louças, de vidros, de têxteis, entre outros objectos para a casa.

Os artistas utilizavam temas vegetalistas e femininos, com superfícies ondulantes, recorrendo por vezes, a animais delicados, como as libelinhas e as borboletas.

O mobiliário da Arte Nova comporta todas as variedades dos estilos regionais do movimento. Poucos foram os artesãos que se especializaram exclusivamente em mobiliário, e a maioria foi formada em outras artes e ofícios. Os construtores de mobiliário tinham sido, ou continuavam a ser, arquitectos preocupados em alargar o controlo ao interior dos seus edifícios. As mesmas tensões entre decoração e estrutura, forma e função, eram evidentes tanto na construção do mobiliário como na arquitectura.

Através da variedade de mobiliário da Arte Nova, é possível observar designs desmantelados até às mais elegantes curvas simples, bem como enfeitados com entalhes, bronze, dourados ou marfim. A atenção ao pormenor e a manipulação dos materiais significavam, em regra, que o mobiliário da Arte Nova era inadequado a qualquer meio de produção que não fosse o do artesão individual. O mobiliário da Arte Nova de fábrica perdeu inevitavelmente muita da sua vitalidade natural e era uma versão tosca do seu equivalente artesanal.

A Arte Nova foi, assim, influenciada pela Arte Oriental e pela Natureza:

A Arte Oriental começava a ser comercializada no Ocidente o que deu origem à criação de lojas da especialidade em Londres e em Paris, nas quais se

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expunham a vendiam artigos da Arte Nova. Eram principalmente comercializadas, as cerâmicas, os tecidos, o mobiliário, e sobretudo, a gravura japonesa, que era muito apreciada. Era de notar, a importância da sua linha, pois as figuras eram contornadas, cromaticamente planas, sem volumes e com assimetrias. Estas foram características, facilmente assimiladas pela Arte Nova.

A Natureza, através do desenvolvimento das ciências com ela relacionada, tal como a Botânica, ou a Biologia fez com que houvesse um avançar do movimento, em que há cada vez mais a utilização de elementos, tais como, borboletas, pavões, vespões, ou até o nu feminino.

Na pintura, existe a procura da linha, que define com clareza manchas de cor claras e chamativas.

A Arte Nova teve um grande êxito durante algum tempo, porém as pessoas “cansaram-se”, o que fez com que esta corrente estilística chegasse ao fim. Mesmo assim,

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a Arte Nova contribuiu para o avançar da modernidade e marcou esta época da história, que teve o nome de “Belle Époque”.

Gustave Klint, O Beijo

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No final do século XIX, o Estado passou a conceder bolsas de estudo no estrangeiro aos melhores estudantes de Belas-Artes. E foi assim, que António da Silva Porto e João Marques de Oliveira foram para Paris estudar arte. Estudando em França, os dois alunos adoraram o naturalismo e, assim, quando voltaram a Portugal trouxeram consigo tudo o que aprenderam e o povo português adorou esta nova forma de pintura moderna e naturalista.

Silva Porto, Barca de Avintes

Um ano depois de voltarem de Paris, António da Silva Porto e João Marques de Oliveira, que eram professores nas Academias de Lisboa e do Porto, reuniram um grupo de amantes do naturalismo para que este fosse divulgado. Silva Porto formou então o Grupo do Leão, constituído por artistas e outros intelectuais, que se reuniam no Café-Cervejaria Leão, onde falavam sobre a pintura moderna.

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Columbano, O Grupo do Leão

Devido às suas características, o Naturalismo, por vezes, confunde-se com o realismo, pois englobam os mesmos temas que são retirados da Natureza e da vida quotidiana, focando-se, nomeadamente na gente simples e no trabalho.

O Naturalismo pretende imitar a Natureza com exactidão, opondo-se ao simbolismo. Os pintores foram-se interessando cada vez mais pela representação da vida quotidiana e dos seus acontecimentos triviais. São representantes do Naturalismo: Silva Porto, Marques de Oliveira, José Malhoa, João Vaz, Sousa Pinto e Columbano.

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José Malhoa, Clara Sousa Pinto, A Macieira Partida

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Marques de Oliveira, Praia dos Pescadores João Vaz, No Tejo

Podemos assim identificar as principais características do naturalismo como sendo, a imitação do real sem qualquer dimensão critica ou analítica e a representação da vida rural e de cenas do quotidiano, como por exemplo, paisagens marinhas, ambientes populares, o quotidiano intelectual e burguês, retractos, entre outros.

Na pintura naturalista podemos identificar a permanência das regras clássicas da perspectiva, a relação com a academia oitocentista, o estilo conformista, não fazendo alguma crítica social, o uso das gradações de cores primárias, a pintura livre, serena e cheia de transparências, os retratos são subtis e as paisagens com marcação de volume, a simplicidade e harmonia das personagens e da sua estética, o pincel mais definido nas feições e nas roupa, a expressividade e intensidade dramática e, por fim, a análise expressiva do retracto físico e psicológico.

Por último, na escultura temos como temas principais os temas literários, históricos, alegóricos e “o nu” que tem como principais aspectos técnicos e plásticos o gosto tradicional e académico, a continuidade de algumas regras estéticas e técnicas do classicismo; a expressividade mais pormenorizada e realista, a forte modelação com jogos de luz e sombra, a subtileza no movimento e o tratamento naturalista e minucioso das roupas.

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Teixeira Lopes, Casa dos Patudos

Devido à sua ousadia e às temáticas que engloba, o naturalismo tornou-se a arte oficial que predominava em Portugal e, desta forma, ocorreu uma modernidade estética pelo nosso país.

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Para realizarmos este trabalho recorremos ao nosso manual escolar e a vários sítios da internet que estão mencionados na bibliografia/sitografia.

Da nossa pesquisa podemos concluir que todas as correntes artísticas que passaram pelo século XIX e que nós abordámos foram muito importantes no desenrolar e na modernização do século XIX.

No Realismo concluímos que este é representado de diversas formas, nomeadamente na pintura e na literatura, consiste na representação da realidade de forma brusca e foi um movimento marcante e vivido com grandes contradições entre escritores e artistas que não estavam de acordo com as suas crenças.

No Impressionismo concluímos que este é criado a partir de uma nova visão da natureza, que é inspirado em fotografias e gravuras japonesas, que se caracteriza por ser uma arte vibrante e viva, que a maioria das pinturas era realizada ao ar livre e, no fim, acabou por dar lugar a outro movimento, com o nome de Expressionismo.

No Simbolismo concluímos que este tem como temas principais os pensamentos, os sonhos, o invisível e o imaginário, está bastante marcado na área da música e na área da literatura, a pintura não era apenas uma representação dos sentimento vividos e experienciados e existem diversas técnicas consideradas simbolistas.

Na Arte Nova concluímos que esta corrente artística tinha o objectivo de modernizar o século XIX, em termos de construção, de pintura, de decoração e de mobiliário, opunha-se aos estilos grotescos que até aí predominavam,

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mas passado algum tempo, esta corrente artística chegou ao fim e marcou a “Belle Époque”.

Por último, no Naturalismo concluímos que este veio para Portugal por dois artistas que estudaram em Paris, era uma corrente artística bastante moderna, engloba temas relacionados com a natureza e com a vida quotidiana, imita com exactidão todos os pormenores e, assim, tornou-se a arte dominante que permitiu a modernidade estética de Portugal.

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COUTO, Célia Pinto; ROSAS, Maria Antónia Monterroso. O Tempo da História: 3.ª Parte. Porto: Porto Editora, 2010

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