Arte romana

84
Arte romana Cristiane Seibt

Transcript of Arte romana

Page 1: Arte romana

Arte romana

Cristiane Seibt

Page 2: Arte romana

• A soberania do Império Romano, sem paralelos na história, estendia-se da Espanha ao sul da Rússia, da Inglaterra ao Egito e em seu apogeu absorveu em sua arte toda a influência dos povos que dominou.

Page 3: Arte romana

Horácio Pensador Romano“ A Grécia conquistada conquistou seu brutal conquistador”

Page 4: Arte romana

• Buscando a expansão de seu império, ao invadirem terras estrangeiras os romanos

assimilaram os costumes e traços das culturas mais antigas – particularmente da

grega – e transmitiram essa mescla cultural (greco-romana) a toda a Europa Ocidental e ao norte da África. Com isso,

a arte romana passou a ser referência para a arte de todos os períodos

posteriores.

Page 5: Arte romana

• Fascinados pela beleza da arte grega, imediatamente foram contagiados pelos seus padrões e valores estéticos. Nesse afã, navios gregos traziam em seu bojo

muito mármore e bronze com a finalidade de adornar as construções romanas.

Quando findaram as peças originais, os artistas romanos passaram então a

reproduzi-las.

Page 6: Arte romana

• Num segundo momento, os romanos mudaram alguns aspectos da arte e filosofia gregas, imprimindo suas próprias características, que eram organização e funcionalidade.

Page 7: Arte romana

• Uma marca de sua organização se observa na urbanização de suas cidades e, particularmente, um traço herdado da cultura etrusca, que a antecedeu na Itália, que eram as ruas com direção norte-sul, e leste-oeste, em cuja intersecção havia um fórum. Observe que este mesmo modelo se repete até hoje em nossas cidades brasileiras. Isso nos leva a concluir que a arte romana é menos idealizada que a arte clássica grega, além de ser mais duradoura e funcional.

Page 8: Arte romana
Page 9: Arte romana
Page 10: Arte romana

• Grande parte da produção artística romana estava calcada no propósito de

um benefício prático, voltada para o bem comum, como construção de aquedutos,

pontes, estradas, sanitários e termas, sendo que esta última desempenhava um

papel de centro de reuniões sociais em Roma.

Page 11: Arte romana

ESCULTURAS• Os romanos inspiraram-se também na

escultura grega, mas sua escultura desenvolveu um estilo próprio quando deixaram de cultuar um ideal de beleza humana e, por serem mais realistas e práticos, passaram a representar fielmente imperadores e homens de sua própria sociedade. Portanto, por ser mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu apogeu nos bustos.

Page 12: Arte romana

• Isso se deve à afirmação do Estado imperial romano, à necessidade de elaboração de uma cultura voltada ao Estado, que se realizava na preservação da memoria dos grandes personagens políticos de Roma. A estatuária, a construção dos arcos de triunfo e as colunas foram expressões dessa preocupação do Estado romano.

Page 13: Arte romana

Apolo, 460 a.C., autor anônimo. Reconstrução romana de estátua grega, museu do Louvre, em Paris.

Page 14: Arte romana

Retrato de Augusto

Page 15: Arte romana

• Ainda na escultura, encontramos no relevo narrativo outra importante

expressão da arte romana. Decorando as fachadas dos arcos de triunfo e colunas

triunfais, os relevos descreviam cenas de vitórias das batalhas de conquistas do

Império Romano.

Page 16: Arte romana

• Os arcos de triunfo são pórticos monumentais, erigidos em homenagem

aos imperadores e generais vitoriosos em suas batalhas. O mais famoso deles é o Arco de Tito, construído em mármore, no

Fórum Romano, para comemorar a tomada de Jerusalém. Outro tipo de

monumento feito para homenagear seus heróis, é a coluna triunfal, sendo a Coluna

de Trajano a mais importante de todas.

Page 17: Arte romana

Arco do Triunfo

Page 18: Arte romana
Page 19: Arte romana
Page 20: Arte romana
Page 21: Arte romana

Coluna de Trajano

Page 22: Arte romana
Page 23: Arte romana

• Os feitos de Trajano estão estampados em espiral, em relevo, em todo o fuste desta coluna. Portanto, concluímos que por estar visivelmente enraizado na filosofia e no modus vivendi dos romanos, retratos e relevos narrativos são a expressão genuína de sua escultura.

Page 24: Arte romana

• Diferentemente da pintura e da escultura, que provocam acalorados debates sobre sua originalidade, é inquestionável o estilo novo e arrojado criado na arquitetura pelos romanos.

Page 25: Arte romana

• É indiscutível a influência que os etruscos e gregos exerceram sobre a cultura romana. Os etruscos, no século X a.C., oriundos da Ásia Menor, fixaram-se na Itália, na região da Toscana. Aproximadamente 200 anos mais tarde, atingiram as florescentes cidades das colônias gregas na Itália, a então chamada, na época, Graecia Magna, a Grande Grécia. Ali deixaram provas incontestes de sua criatividade e de sua produção artística.

Page 26: Arte romana

• Os etruscos ensinaram aos romanos muito da arte de construir. Os próprios escritores romanos declararam, em seus escritos, serem os etruscos grandes mestres da agrimensura, da engenharia arquitetônica e do planejamento urbano. Pouco restou, tanto da arquitetura etrusca, quanto da romana inicial, mas as recentes escavações, somadas às informações coletadas, dão prova de que os etruscos foram construtores extremamente habilidosos.

Page 27: Arte romana

• Um dos mais importantes legados dos etruscos aos romanos talvez tenha sido o arco de plena volta, constituído de seções cuneiformes, que se mantêm firmemente

engastadas, e em seu ápice, recebe a pedra angular, que lhe dá força e

sustentação.

Page 28: Arte romana

• Não foram os etruscos os inventores do arco, pois ele remonta os egípcios, mas

deram-lhe um lugar de destaque em suas construções nos portões de entrada de suas cidades. Preocupavam-se muito mais com o aspecto funcional do que

estético dos arcos.

Page 29: Arte romana

• É inconcebível pensar no desenvolvimento de Roma sem o arco e

suas consequências: a abóbada de berço, um meio cilíndrico; a abóbada de

arestas, constituída de duas outras abóbadas semicilíndricas que se

cruzam em ângulos retos; e o domo, outra obra-prima da arquitetura romana.

Page 30: Arte romana

• Ao construir seus edifícios, os gregos priorizavam sua beleza e, raramente, enfatizavam o objetivo de acomodar

grande número de pessoas sob seu teto; até mesmo os templos, considerados

moradas dos deuses, não se destinavam ao agrupamento dos fiéis.

Page 31: Arte romana

• Os romanos, por sua vez, tornaram-se um “povo de interiores”, por razões climáticas, provavelmente devido ao clima frio daquela época, bastante diferente do de hoje, ou talvez também devido aos perigos das florestas cheias de animais que circundavam seus centros urbanos, ou ainda devido à aglomeração da população que buscava suas cidades, tudo isso gerou a necessidade de construção de edifícios que servissem como locais de encontro, além de edifícios administrativos. Por tais razões, as construções gregas, embora muito admiradas pelos romanos, deixaram de servir aos seus propósitos.

Page 32: Arte romana

• Para atender às necessidades crescentes dos cidadãos, a arquitetura romana teve que criar novos métodos de construção mais rápidos e com materiais mais baratos.

Page 33: Arte romana

• Daí observarmos que, no campo da arquitetura e da engenharia, as grandes contribuições romanas foram o desenvolvimento do domo, do arco e da abóbada, e a construção desses elementos só foi possível graças ao concreto, um material criado por eles. Essas criações permitiram cobrir grandes espaços fechados internos, sem que fosse necessária a interferência de sustentação por colunas, ampliando, assim, a área útil de circulação (ver o Panteon). Podemos concluir então que o arco foi a grande marca da arquitetura romana.

Page 34: Arte romana

• Arco ou arco de volta perfeita: designa um elemento construtivo em curva.

• Abóbada cilíndrica: também chamada de abóbada de berço, construída como um contínuo arco de volta perfeita.

• Abóbada de aresta: formada da junção de duas abóbadas cilíndricas de mesma altura, em cuja intersecção resulta um ângulo reto.

Page 35: Arte romana
Page 36: Arte romana

• Exemplo desse arrojo vemos na construção do grande anfiteatro, no centro da cidade velha, em Roma, o famoso Coliseu, considerado uma obra-prima da arquitetura romana. Com o propósito de oferecer diversão ao povo e deleite aos seus imperadores, o local podia acomodar cinquenta mil espectadores e é considerado ainda hoje uma das maiores construções do mundo. Sua estrutura principal, com um

Page 37: Arte romana

• planejamento extremamente eficiente, guarda em seu interior quilômetros de galerias abobadadas, que garantem o fluxo regular em torno de toda a arena, e foi construída com uma espécie de concreto. Seu exterior, monumental, é revestido com pedras lapidadas. Nele notam-se ainda traços da arquitetura grega, especialmente no uso de meias-colunas e pilastras que identificam as ordens gregas.

Page 38: Arte romana

Coliseu

Page 39: Arte romana
Page 40: Arte romana
Page 41: Arte romana
Page 42: Arte romana
Page 43: Arte romana

• Outra obra-prima que documenta a inventividade e ousadia da engenharia romana, através de novos materiais, é o Panteon. Permitiu aos romanos criarem um dos mais belos exemplos de um enorme espaço aberto, sem colunas de sustentação.

Page 44: Arte romana

• Em sua obra, Janson faz uma magnífica descrição do Panteon, quando assim o descreve: As mesmas inovações em engenharia e materiais permitiram que os romanos também criassem enormes espaços abertos. Dentre eles, o mais bem preservado é o Panteon, um templo circular e enorme, dedicado, como o próprio nome diz, a todos os deuses. O pórtico, originalmente precedido por um átrio com colunatas que obstruíam a visão que agora temos das paredes circulares, parece a entrada comum de um templo romano típico (derivado das fachadas dos templos gregos, com colunas segundo a ordem coríntia).

Page 45: Arte romana

• Ainda mais empolgante, então, é a vista que temos ao passar pelos majestosos portais, quando o grande espaço abobadado abre-se diante de nós num repente dramático. A partir da pesada sobriedade da parede externa, pode-se deduzir que não foi fácil para o arquiteto resolver os problemas de engenharia ligados à sustentação do imenso hemisfério de um domo. Do lado de fora, nada faz pressupor a leveza e elegância do interior; as fotos não conseguem reproduzir isso com fidelidade, e mesmo a pintura de que nos valemos para ilustrá-lo não lhe faz justiça.

Page 46: Arte romana

• A altura que vai do piso à abertura do domo (chamado de óculo ou “olho”) é exatamente a mesma do diâmetro da base do domo, o que confere um perfeito equilíbrio às proporções. O peso do domo concentra-se nas oito sólidas subdivisões da parede; entre elas, com graciosas colunas à frente, existem nichos ousadamente cavados na espessura maciça do concreto, e estes, embora independentes entre si, produzem o efeito de um espaço aberto por trás dos suportes, dando-nos a impressão de que as paredes são menos espessas e o domo muito mais leve do que na realidade é.

Page 47: Arte romana

• Os painéis de mármore multicolorido e os paralelepípedos ainda são essencialmente como antes, mas, em sua forma original, o domo era dourado, para assemelhar-se à “cúpula dourada do céu”.

Page 48: Arte romana
Page 49: Arte romana

Pantheon

Page 50: Arte romana
Page 51: Arte romana
Page 52: Arte romana

Ficha técnica• Nome: Panteon• Sistema estrutural: cúpula• Função: templo • Localização: Roma, Itália • Época da construção: 118-125• Projeto Apolodoro de Damasco

Execução: autor desconhecido Dimensões: diâmetro: 43,5 m; altura: 43,5 m

• Materialconcreto natural

Page 53: Arte romana

• Ainda no rol da grandes construções romanas encontramos as estradas,

necessárias porque sem elas Roma não poderia governar um território tão vasto,

fruto de suas conquistas. Dependia delas para movimentar suas tropas e ainda para

permitir o comércio e facilitar a arrecadação de impostos de suas

províncias.

Page 54: Arte romana
Page 55: Arte romana
Page 56: Arte romana

• Os aquedutos também são outra mostra do arrojo e da inventividade dos romanos;

tinham o propósito de abastecer suas cidades, com água trazida, muitas vezes,

de grandes distâncias.

Page 57: Arte romana

Aquedutos

Page 58: Arte romana
Page 59: Arte romana

• O produto das pilhagens que ocorriam durante a expansão do império romano, por meio de seus exércitos, tornou Roma extremamente rica. Essa riqueza induziu seus governantes ao luxo excessivo, propiciando à classe dominante uma vida pautada na excentricidade e na extravagância, e isso se vê refletido desde os interiores de palácios e construções, que exibiam uma riqueza indescritível, até os conjuntos arquitetônicos públicos.

Page 60: Arte romana

• As principais características da arquitetura romana são:

• Estilo de colunas: coríntio;• Sistemas de suporte: abóbada e arcos

redondos;• • Finalidade: prédios cívicos, termas e

fórum como tributo ao império;• Paredes: fachada ornamental e uso do

concreto; • Formas dominantes: linhas curvas e

construções circulares

Page 61: Arte romana
Page 62: Arte romana

Pintura• Roma, dominadora do Mediterrâneo, sofre

a fascinação da cultura grega, e as culturas de cavalete dos mestres gregos do século IV ou do III foram levadas para lá rodeadas de uma aura de admiração. Tomadas como modelo, cópias murais delas foram utilizadas na decoração de

vilas e de palácios.

Page 63: Arte romana

• A pintura romana revela-se assim como devedora e continuadora – tanto temática quanto estilisticamente – da grega. Não é, no entanto, uma pintura totalmente subsidiária e apresenta rasgos suficientes para firmar uma individualidade que talvez a escassez de testemunhos tente ocultar. Um elemento diferenciador de primeira ordem é o quase abandono do cultivo da pintura de cavalete.

Page 64: Arte romana

• A pintura romana expandiu-se sobretudo em pinturas murais. Pinturas em quadros do Império Romano só se conservaram em maior número no Egito, como placas de madeira embutidas nas paredes das casas ou como retratos helenísticos de múmias, extremamente valiosos como exemplos de pintura de têmpera antiga, na qual frequentemente se fundem técnicas das mais diversas. Na maioria dos casos, trata-se de bustos sem mãos, oriundos na sua maioria dos séculos I e II d.C. São caracterizados por expressão viva e perfeita, reprodução naturalista, que só foi conseguida novamente na arte, muito mais de um milênio depois.

Page 65: Arte romana

• Os poucos registros que chegaram até nós da pintura romana são oriundos das cidades de Pompeia e Herculano, soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 d.C. Estas pinturas permaneceram intatas e preservadas sob as massas de lava, por aproximadamente 1.700 anos. A exploração deste sítio arqueológico, que permaneceu ignoto até 1748, estendeu-se até as primeiras décadas do século XX. Com essa exploração, descobriu-se que a pintura romana em Pompeia, segundo alguns estudiosos, passou por quatro estilos.

Page 66: Arte romana

• Quanto ao primeiro estilo (século II a.C.), também chamado de “estilo da incrustação”, pouco se pode ver de pintura, a não ser a imitação de mármores pintados sobre um fundo de estuque, feito nas paredes. A produção artística mais significativa deste estilo, são, na verdade, os mosaicos feitos nos pisos dos aposentos.

Page 67: Arte romana

“incrustação”

Page 68: Arte romana

• No segundo estilo, os pintores perceberam que não era necessária mais uma base saliente para sugerir volume, e que, através da própria pintura, se poderia passar a ilusão de relevo ou de um bloco

saliente.

Page 69: Arte romana

• Dominando esta nova linguagem para sua expressão, o artista passou então a pintar

em grandes painéis murais, criando a ilusão de janelas abertas para o exterior, onde eram vistas cenas com pessoas,

paisagens com aves e animais

Page 70: Arte romana

“ painéis murais”,

Page 71: Arte romana
Page 72: Arte romana
Page 73: Arte romana

• Este segundo momento de sua evolução (final do século I a.C.), levou essa arte ao terceiro estilo: se era possível sugerir volume, era possível também sugerir profundidade; utilizavam estes recursos agora para simular a ampliação dos espaços interiores

Page 74: Arte romana

• O terceiro estilo deu preferência quase sempre aos frisos pretos, às superfícies principais vermelhas e partes superiores das paredes brancas, ao que se juntam

também cores violáceas, azuis e amarelas. Exemplos desse estilo

encontram-se nas casas de Cecílio Jocundo e de Espúrio Mesor em Pompeia. Pintavam, ainda, grandes barrados, sobre os quais se assentavam figuras humanas

em pé ou sentadas, sobre fundo vermelho, formando um grande mural.

Page 75: Arte romana

“ ampliação dos espaços interiores”

Page 76: Arte romana

• O quarto estilo, também chamado fantástico, ocorreu por volta do ano 60 de nossa era, reuniu a ilusão do espaço do segundo estilo com a elaboração do terceiro e incorporou ainda uma profusão de ornamentos. Uma característica típica deste estilo é o uso de figuras destacadas do contexto da cena e inseridas numa arquitetura parecida com um cenário. Exemplo deste estilo está na casa dos Vettii, em Pompeia. Nela, em cada parede, existe um painel de fundo vermelho, com reproduções de obras gregas, em outro painel, figuras humanas, não mais em cenas do cotidiano, mas em postura de cenas teatrais.

Page 77: Arte romana

“ fantástico”

Page 78: Arte romana

Mosaicos

Page 79: Arte romana
Page 80: Arte romana

• A cidade de Pompéia foi soterrada pela erupção do vulcão Vesúvio em 79d.C , suas pinturas permaneceram intactas e preservadas por aproximadamente 1.700 anos

Page 81: Arte romana
Page 82: Arte romana
Page 83: Arte romana
Page 84: Arte romana