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1133 ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DE SUÍNOS SOB ESTRESSE TÉRMICO 110, Volume 07 Número 02. p.1197-1211, Março/Abril 2010 Revista Eletrônica Nutritime, Artigo 110 v. 7, n° 02 p.1197-1211, Março/Abril 2010

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ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DE SUÍNOS SOB ESTRESSE TÉRMICO

Artigo Número 110

1- Zootecnista, Professora do IFET-ES, Doutoranda em Nutrição de Monogástricos UFLA- MG. [email protected]

2 - Médico Veterinário, Professor do Departamento de Medicina Veterinária/DMV Universidade Federal de Lavras

UFLA. 3

- Professor do Departamento de Zootecnia/DZO Universidade Federal de Lavras/UFLA

Nair Elizabeth Barreto Rodrigues 1 Márcio Gilberto Zangeronimo 2 Elias Tadeu Fialho 3

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INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da suinocultura no Brasil ocorreu de forma bastante intensa nas últimas décadas em virtude dos avanços nos conhecimentos em genética, nutrição, sanidade, reprodução e manejo. Neste aspecto, os animais passaram de uma criação extensiva para uma intensiva, onde permanecem confinados até o abate.

Considerando as principais linhagens exploradas no Brasil, a maioria é proveniente de raças européias e norte asiáticas, adaptadas às condições mais frias. Neste sentido, o estresse calórico representa um dos principais limitantes da produtividade no Brasil, onde regiões tropicais predominam em sua maior parte. Assim, torna-se imprescindível o conhecimento da capacidade fisiológica de adaptação dos animais a estas condições, buscando assegurar a máxima produtividade do plantel que por sua vez está ligada ao bem-estar dos animais.

Atualmente, o termo “bem-estar” está amplamente difundido não só visando as melhores condições humanitárias de criação, mas também ao aumento da produtividade do rebanho. Animais em adequadas condições de ambiente (entende-se como condições de ambiente as instalações que propiciem ótimas condições de temperatura e umidade, além de um adequado convívio social) apresentam melhor saúde e melhores condições de desenvolvimento corporal. Consequentemente, menores gastos com medicamentos e melhor eficiência alimentar podem ser observados, afetando diretamente o custo de produção dos animais.

O estresse térmico é comum na grande maioria das criações de suínos no Brasil, já que a genética destes animais inclui raças adaptadas principalmente às condições temperadas de clima. Desta forma, o objetivo deste trabalho é apresentar

uma revisão dos principais mecanismos de adaptação fisiológica dos animais submetidos ao estresse térmico, apontando as principais alterações fisiológicas que ocorrem com animais quando submetidos a estas condições.

MECANISMOS DE ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA

Características anatômicas dos suínos

Os suínos apresentam dificuldade de se adaptarem ao calor devido principalmente ao seu elevado metabolismo, a capa de tecido adiposo subcutâneo, seu sistema termorregulador pouco desenvolvido e limitada capacidade de perda de calor através da sudorese por apresentarem glândulas sudoríparas queratinizadas (Figura I). Sendo, por essa razão, sensíveis ao calor quando adultos, o que dificulta sua adaptação aos trópicos.

Na epiderme encontra-se a camada de queratina, que de acordo com algumas pesquisas, nos suínos ela bloqueia a abertura do duto de suor (Figura 1). Na derme existe o tecido adiposo, que atua como reserva energética, protetora contra choques mecânicos e isolante térmico, a espessura do toucinho pode dificultar a dissipação do calor

O conceito de homeostasia

Para melhor compreender o conceito de bem-estar animal, é necessário entender também o conceito de homeostase.

A homeostase, ou manutenção do meio interno do organismo em equilíbrio, ocorre por meio de uma série de sistemas funcionais de

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controle, envolvendo mecanismos fisiológicos e reações comportamentais (PANDORFI, 2005), mantendo estável, por exemplo, a temperatura corporal, a frequência respiratória, o balanço hídrico e as interações sociais. O bem-estar é prejudicado quando o animal não consegue manter este equilíbrio. Qualquer estímulo ambiental sobre um indivíduo que sobrecarregue os seus sistemas de controle e reduza a sua adaptação ou tenha potencial para isto resulta em estresse (FRASER & BROOM, 1990).

Uma variedade de fatores como genética, idade, sexo ou condições fisiológicas modelam a natureza da resposta biológica de um animal a um agente estressor. Em geral, todo o sistema neuroendócrino está envolvido na resposta ao estresse e o padrão de resposta hormonal varia com o tipo de estressor.

O estresse climático é aquele causado pelos elementos climáticos (temperatura, umidade e radiação solar, por exemplo), podendo afetar o crescimento, a produção de leite e a reprodução dos animais no intuito de manter o equilíbrio interno do organismo. Isto pode ser facilmente explicado: no estresse calórico sob

temperaturas elevadas, característico de regiões de clima quente como as regiões Sudeste (na maior parte do ano) e Centro-Oeste brasileiras, os animais reduzem o consumo de alimento (e consequentemente de nutrientes) na tentativa de diminuir a taxa metabólica, reduzindo a temperatura corporal (FIALHO, 1994) e ao mesmo tempo reduzindo a produtividade.

Segundo Le Bellego et al., (2001b) afirmam que a redução do consumo seria consequência da ação inibidora do calor sobre o centro do apetite, devido ao aumento da frequência respiratória e redução da atividade do trato gastrointestinal, reduzindo a taxa de passagem do alimento pelo tubo digestivo.

A manutenção da temperatura corporal é um dos mecanismos de ajuste que controla a homeostasia do organismo. Com isso, o clima passa a ser um dos principais fatores limitantes para obtenção da máxima produtividade, situação que se agrava nas fases finais da criação onde ocorre

Figura I – Camada de Queratina bloqueando o duto do suor. Espessura do

tecido adiposo na derme

Fonte: Bear et. al., 2002

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aumento na sensibilidade dos suínos ao calor (HANNAS, 1999).

Termorregulação e Estresse Calórico

Os suínos são animais homeotermos e sua temperatura corporal varia entre 38,6 a 39,3ºC, sendo, em condições normais, estritamente controladas dentro desta faixa pelo centro termorregulador localizado no hipotálamo.

O hipotálamo compreende uma região do sistema nervoso central que recebe estímulos de termorreceptores localizados na pele e em tecidos mais profundos incluindo medula espinhal, órgãos abdominais e grandes veias. A partir do hipotálamo são transmitidas informações a diversos tecidos responsáveis pela geração ou dissipação de calor corporal (ANDERSSON & JONASSON, 2006).

Entre o animal e o meio existe uma constante transferência de calor que ocorre pelos processos sensíveis e latentes. As formas sensíveis consistem dos processos de condução, radiação e convecção e as formas latentes, pela evaporação através da pele e vias respiratórias.

Na convecção, o aquecimento do ar inspirado, no interior do aparelho respiratório, rouba calor do organismo, esta perda de calor ocorre em maior proporção com a temperatura ambiente baixa. Ela é aumentada com a aceleração do ritmo respiratório.

Na radiação, a perda de calor por radiação ocorre pela emissão de raios caloríficos através do meio sem que este se aqueça. O animal erradia calor até objetos mais frios e recebe irradiação de objetos mais quentes. Animais de cor clara refletem mais calor que animais de cor escura.

A condução é definida pela transferência de calor do centro do organismo até a superfície corporal externa, através do contato de partículas dos tecidos. Como também

Tabela1: Taxa Respiratória e temperatura retal em suínos de diversas idades.

Categoria (idade e peso)

Taxa Respiratória

Temperatura Retal

Ao nascimento 40 – 50 39,0

Durante a Lactação

30 – 40 39,2

Desmama 25 – 40 39,3

25 – 45 kg 30 – 40 39,0

45 – 90 kg 30 – 40 38,8

Fêmeas Gestantes 15 – 20 38,6

Durante a Lactação

20 – 30 39,1

Reprodutores 15 - 20 38,6

Adaptado de MUIRHEAD e ALEXANDER, 1997.

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a ingestão de água fria, ou de outros alimentos, também ingeridos frios, no interior do aparelho digestivo rouba calor do corpo.

Na evaporação, ocorre a eliminação da água através da pele (glândulas sudoríparas) e também através do ar expirado. A evaporação é nos climas quentes o principal processo de eliminação do excesso de calor corporal e ela é prejudicada pela unidade do ar elevada e favorecida pelos ventos.

Os suínos trocam calor com o ambiente à medida que a temperatura do meio se eleva até a zona de termoneutralidade, que é a temperatura de máximo conforto térmico para o animal. A partir daí, a condução, a radiação e a convecção têm eficiência reduzida, e o mecanismo de evaporação, principalmente pelas vias respiratórias (já que as glândulas sudoríparas são pouco desenvolvidas nos suínos) passa a assumir papel mais importante na dissipação de calor corporal. Como consequência, esses animais têm menor tolerância ao calor do que outros animais domésticos sendo, portanto, suscetíveis à hipertermia quando expostos ao estresse pelo calor (ANDERSSON & JONASSON, 2006).

Ainda na zona acima da termoneutralidade, tanto o excesso como a baixa umidade do ambiente serão prejudiciais. Baixas umidades podem ser observadas em granjas localizadas em regiões centrais do país enquanto que altos valores podem ser detectados em regiões montanhosas rodeadas por intensa arborização ou em galpões fechados e com pouca ventilação. Se o ambiente é quente e muito seco a evaporação é rápida, podendo causar irritação cutânea, problemas respiratórios e desidratação geral; no caso do ambiente ser quente e demasiadamente úmido, a evaporação torna-se muito lenta, aumentando a concentração de calor no animal (ASHRAE, 2001).

Suínos e aves são as espécies mais sujeitas ao estresse térmico devido à dificuldade em controlar a homeotermia em ambiente quente. A resposta de um animal ao clima é afetada pela raça, pelo tamanho do animal e pelo nível de produção, além de fatores como a nutrição e o conteúdo calórico da dieta. Em matrizes suínas, o estresse calórico durante a lactação provocou aumento de 0,18 ºC na pele e 0,08 ºC nas glândulas mamárias para cada 1ºC acima de 20ºC, em trabalho conduzido por Renaudeau & Noblet (2001). Associado a isto, Renaudeau et al. (2003b) verificaram queda na produção do leite associada ao menor consumo alimentar em matrizes submetidas a altas temperaturas. Também foi sugerido que o estresse calórico dificulta a dissipação de calor nas glândulas mamárias, sendo verificadas até mesmo alterações na composição do leite em fêmeas suínas mantidas nestas condições (RICALDE & LEAN, 2000).

Mecanismos de adaptação ao calor: Adaptações Fisiológicas

As respostas fisiológicas adaptativas ao calor incluem vasodilatação periférica, aumento da taxa de produção de suor (taxa de sudorese), aumento da frequência respiratória, aumento da temperatura da pele e dos batimentos cardíacos, redução no metabolismo basal e energético e consequentemente redução no consumo de alimento (Tabela 2). Dentre todos estes, os suínos não contam com a taxa de sudorese e a vasodilatação periférica, associado ao aumento da circulação de sangue na superfície corporal não são eficientes em dissipar calor, já que existe uma camada de gordura subcutânea considerável que dificulta este processo.

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Uma atividade hormonal importante na aclimatação dos homeotérmicos, diante de extremos de temperatura ambiental é da glândula tireóide. Em condições de calor, ocorre diminuição da secreção de T3 e T4, controlados pelo hipotálamo. Consequentemente ocorre diminuição no metabolismo corpóreo o que desencadeia redução na produção de calor (Berne et al., 2000).

Segundo Habbeb et al. (1992) o T3 é o hormônio que está mais relacionado à termogênese nos animais. Coelho et al. (2008), trabalhando com bodes das raças Saanen e Alpina, observaram que o estresse calórico promoveu significativas alterações na concentração plasmática de T3 somente nos machos da raça Saanen. Estes dados corroboram com os resultados obtidos em pesquisa realizada com a espécie bovina, que também demonstrou diferenças raciais na tolerância ao estresse calórico (PEGORER et al., 2007).

Hannas et al. (1999) trabalhando com leitões mestiços, machos castrados, verificaram que animais mantidos em ambiente de alta temperatura apresentaram diminuição de 18,1% dos níveis séricos de T3.

Desta forma, fica claro que os hormônios da tireóide exercem papel importante no controle da produção de calor em animais homeotérmicos e que o decréscimo das concentrações de T3 em resposta ao estresse calórico pode atuar como um mecanismo adaptativo para reduzir a produção de calor.

Frequência Respiratória (FR)

O primeiro sinal visível de animais submetidos ao estresse térmico é o aumento da frequência respiratória, que está relacionado à intensidade e à duração do estresse a que estão submetidos os animais. Esse mecanismo fisiológico promove a perda de calor por meio evaporativo.

A frequência respiratória aumenta durante o estresse por calor para estimular a perda evaporativa e manter o equilíbrio térmico corporal, ou seja, resfriar melhor o corpo (FURLAN & MACARI, 2002). Este aumento constitui a principal e mais eficiente forma de dissipar calor em suínos e aves submetidas a altas temperaturas (OLIVEIRA NETO, 2001).

Tabela 2- Efeito da temperatura ambiental acima de 22ºC por 48 horas em leitoas de 89 kg.

Temperatura Ambiente 22,7ºC 25,9ºC 28,5ºC 31,4ºC

Temperatura da Pele 33,9 35,1 37,0 37,9

Temperatura do Corpo 39,0 39,1 39,5 40,4

Freqüência Respiratória/min

27 51 85 112

Taxa Cardíaca litros/min

9,3 9,5 8,4 7,5

Consumo g/dia 2846 2340 1888 900

Fonte: GILLES et al. 1990.

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A frequência respiratória está sujeita a variações intrínsecas e extrínsecas. As intrínsecas caracterizam-se pelas respostas aos exercícios físicos, medo, excitação, estado fisiológico e produção de leite (BACCARI JR., 2001). Fatores extrínsecos são atribuídos ao ambiente, como condições climáticas, principalmente temperatura e umidade do ar, radiação solar, velocidade dos ventos, estação do ano, hora do dia, densidade e sombreamento (PEREIRA, 2005).

A frequência respiratória normal em suínos adultos varia entre 15 a 25 movimentos por minuto (YAN & YAMAMOTO, 2000). Em situação de estresse térmico, ocorre aumento da frequência respiratória para acentuar a perda de calor por evaporação, visando compensar a perda mínima que ocorre por sudorese (ORLANDO, 2000). Quando excede 40 movimentos por minuto, pode indicar estresse térmico. Sob estas condições, a frequência respiratória começa a elevar-se antes da temperatura retal.

De acordo com Cunningham (1999), a resposta da frequência respiratória ao estresse térmico se dá, em primeiro momento, por estímulos periféricos, ou seja, em função da elevação da temperatura da pele. A dissipação de calor pela respiração deve evitar o aumento da temperatura interna, que se reflete no aumento da temperatura retal.

Por outro lado, o aumento da frequência respiratória pode resultar em alcalose respiratória, provocando piora de desempenho zootécnico (BORGES, 2003). Os tampões do plasma sanguíneo são as primeiras defesas do corpo contra mudanças do pH interno; seu papel é manter o pH sanguíneo dentro dos limites 7,35 a 7,45. A alcalose respiratória é a ocasionada por níveis baixos de dióxido de carbono (CO2), consequência direta da hiperventilação (frequência respiratória aumentada) fazendo com

que o sangue perca dióxido de carbono (HOUPT, 2006). A eliminação respiratória deste gás consiste em um grande regulador da concentração do ácido carbônico no organismo. Quando a eliminação do dióxido de carbono nos alvéolos pulmonares é excessiva, a quantidade de CO2 e, em consequência, a quantidade de ácido carbônico do sangue estão diminuídos. De acordo com Houpt (2006) estas circunstâncias originam a alcalose de natureza respiratória. Devido à menor quantidade de íons hidrogênio livres, o pH se eleva. Os valores do pH superiores a 7,45 caracterizam a existência da alcalose. Na tentativa de restabelecer a homeostase, ocorre como compensação, acidose metabólica devido à diminuição do bicarbonato circulante que é eliminado pelo sistema renal, tornando a urina mais alcalina (FURLAN & MACARI, 2002).

Animais criados em ambientes com temperatura elevada devem receber rações formuladas com base no conceito de balanço eletrolítico, práticas que podem ser implementadas para corrigir distorções no equilíbrio ácido-base decorrentes do estresse calórico (BORGES et al., 2003).

Temperatura Real (TR)

Quando a temperatura ambiente se eleva acima da capacidade de reajuste fisiológico, o calor corporal retido é capaz de alterar o estado de homeotermia, sendo comum um incremento da temperatura retal, que se torna mais intenso com o grau de desvio da temperatura de conforto térmico.

Em climas quentes, onde são registradas temperatura e umidade relativa do ar de 28ºC e 75%, respectivamente, a flutuação da carga térmica do ambiente resulta em aumento da quantidade de calor incorporado pelas porcas, concomitante, aos picos de calor

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verificados nos horários de 12 e 16 h (RENAUDEAU & NOBLET, 2001).

A temperatura retal é usada, frequentemente, como índice de adaptação fisiológica ao ambiente quente. Um aumento em seu valor significa que o animal está estocando calor; neste caso, o estresse calórico manifesta-se, pois seu aumento indica que os mecanismos de liberação de calor tornaram-se insuficientes para manter a homeotermia (FERREIRA, 2002). Segundo Baccari Jr. (2001), o calor necessário para manter a temperatura corporal dos animais deriva do metabolismo e da absorção da radiação solar, direta ou indireta, enquanto a temperatura corporal depende do equilíbrio entre o calor produzido e o liberado para o ambiente.

Em razão das diferenças nas atividades metabólicas dos diversos tecidos, a temperatura não é homogênea no corpo todo e varia de acordo com a região anatômica (Silva, 2000). Segundo estes autores, as regiões superficiais apresentam a temperatura mais variável e mais sujeitas às influências do ambiente externo e afirma que a temperatura retal é uma boa indicadora da temperatura corporal. Quando a temperatura corpórea ultrapassa 42 ºC a função celular fica seriamente prejudicada e o animal perde a consciência (BERNE et al., 2000).

Nestas condições, o organismo reduz seu metabolismo basal, na tentativa de diminuir a geração de calor corporal. Esta situação permanece até que o animal possa dissipar o excesso de calor para o ambiente (TINÔCO et al, 2001). Ao mesmo tempo, ocorre diminuição da ingestão de alimentos e, consequentemente, redução da produtividade.

Alguns autores têm descrito outros mecanismos fisiológicos envolvidos na homeotermia em situações de aumento da temperatura corporal. Meyer & da Silva (1999) descrevem a produção de proteínas específicas denominadas proteínas de choque

térmico ou HSP (do inglês heat shock protein). As proteínas de choque térmico ou também chamadas de chaperonas, foram descobertas em experimentos em que células foram submetidas a altas temperaturas (42ºC para células que vivem a 37ºC). Essas proteínas foram encontradas no citossol, nas mitocôndrias e no retículo endoplasmático estando associadas a funções importantes como impedir que várias proteínas malformadas ou desnaturadas pelo calor formem agregados, que além de inúteis podem ser muito nocivas às próprias células .

As chaperonas, de acordo com seu tamanho e peso molecular, foram classificadas em vários grupos (HSP 40, 60, 70, 90 etc.) sendo que no calor as encontradas em maior quantidade foram as HSP70 (MAYER et al., 2005). Este mecanismo explica o porquê de alguns indivíduos serem geneticamente propensos a desenvolver síndromes de estresse térmico em função da inabilidade de seu organismo em se proteger por meio da produção das proteínas de choque térmico (MCARDLE et al., 2003).

Parametros Sanguíneos e Peso dos Órgãos

A temperatura de superfície corporal depende de condições ambientais (umidade e temperatura do ar e vento, por exemplo) e de condições fisiológicas (como vascularização e evaporação pelo suor) e representa as trocas de calor com o ambiente.

À medida que a temperatura ambiente aumenta a eficiência da perda de calor pela superfície corporal diminui. Nessa situação, o animal pode até certo ponto manter a temperatura corporal por meio de vasodilatação, que aumenta o fluxo sanguíneo periférico e a temperatura da pele; no entanto, se a temperatura ambiente continuar a se elevar, o animal passa a depender da perda de

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calor por evaporação através da respiração e ou sudorese (CURTIS, 1983), como descrito anteriormente.

Em suínos jovens, a pele é o principal órgão termorregulador, por onde se realizam as trocas de calor. Sua temperatura é influenciada, fisiologicamente, pelo fluxo sanguíneo que a percorre. Segundo Ashrae (2001), ao sentir desconforto térmico, o primeiro mecanismo fisiológico a ser ativado é a regulação vasomotora do fluxo sanguíneo local (vasodilatação ou vasoconstrição), reduzindo ou aumentando a resistência térmica da pele.

Além deste mecanismo, o sistema sanguíneo é também particularmente sensível às mudanças de temperatura, constituindo um importante indicador das respostas fisiológicas dos animais a agentes estressores. Animais criados sob diferentes condições climáticas e de manejo podem apresentar evidentes variações quantitativas e morfológicas dos elementos constituintes do hemograma como: eritrócitos, hematócrito, concentração de hemoglobina, volume globular médio, contagem total e diferencial de leucócitos (heterófilos, linfócitos, eosinófilos, basófilos e monócitos) (BIRGEL JR. et al., 2001). Segundo estes autores, no estresse calórico em bovinos foram observados redução do número de eritrócitos e do volume globular, tendo sido atribuído a uma hemoconcentração em função da diminuição da ingestão de alimentos e maior perda de água através da evaporação.

O número de leucócitos no sangue dos frangos varia de 12.000 a 30.000, porém, pode variar em função do sexo, da idade, das condições de estresse e de doenças. Os achados de contagem diferencial mostram que a proporção normal de heterófilos: linfócitos (H/L) está em torno de 1:2. Entretanto, essa relação aumenta quando os frangos são submetidos a condições de estresse, que aumenta a

quantidade de heterófilos na circulação (MACARI & LUQUETTI, 2002).

Segundo Laganá et al.(2007), o resultado do leucograma nas aves com ração à vontade mostra interação ambiente × dieta para leucócitos totais, heterófilos e monócitos, na qual animais em estresse cíclico por calor recebendo ração com 4,0% de gordura e 18,5% de proteína suplementadas com Lys e Met + Cys no nível da dieta controle, apresentaram as menores contagens no número de leucócitos.

Quanto ao peso e tamanho dos órgãos, estes também fazem parte do conjunto de alterações fisiológicas provocadas pela adaptação dos animais a diferentes temperaturas de ambiente, estando estas características ligadas às modificações das exigências nutricionais dos animais. De acordo com Tavares et al. (2000), verificaram redução do peso relativo do coração, pulmão, fígado em animais que se adaptam em temperaturas elevadas. Segundo Zhao et al. (1995) a redução nos pesos de órgãos dos animais mantidos em ambiente quente, provavelmente, deve-se à tentativa de reduzir a produção de calor pelos órgãos metabolicamente ativos.

No entanto Orlando et al. (2007) e Ferreira et al. (2007) em pesquisa com suínos em crescimento mantidos em ambiente quente consumindo rações com diferentes níveis de PB suplementadas com aminoácidos sintéticos, não observaram efeito significativo sobre o peso relativo do fígado, rins e estômago. Segundo estes autores, a redução no peso dos órgãos pode também estar associada ao plano nutricional no qual os animais são submetidos.

Bem-Estar x Conforto Térmico

De acordo Näas (2007), uma definição de bem-estar foi estabelecida pela

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FAWC (Farm Animal Welfare Council) na Inglaterra mediante o reconhecimento das cinco liberdades inerentes aos animais:

1. liberdade fisiológica (ausência de fome e de sede);

2. liberdade ambiental (edificações adaptadas);

3. liberdade sanitária (ausência de doenças e de fraturas);

4. liberdade comportamental (possibilidade de exprimir comportamentos normais);

5. liberdade psicológica (ausência de medo e de ansiedade).

Na prática da etologia, o bem-estar é avaliado por meio de indicadores fisiológicos e comportamentais. Em termos fisiológicos, são comumente avaliados sinais de estresse variações nos níveis sanguíneos de glicocorticóides, batimentos cardíacos, frequência respiratória, temperatura corporal, entre outros já mencionados. Já os indicadores comportamentais são baseados especialmente na ocorrência de comportamentos anômalos ou agressivos e de comportamentos que se afastam do comportamento no ambiente natural (MACHADO FILHO & HOTZEL, 2000). Como por exemplo, a motivação para comer. Em porcas sem comida leva à mordedura de barras, o que expressa monotonia ou fome (estar nutrida não é igual a estar saciada).

Outro tipo de comportamento foi verificado por Kiefer et al (2009), onde suínos mantidos em ambiente de alta temperatura apresentaram mais tempo deitados próximo ao bebedouro, onde a ingestão de água foi maior, reduziram o consumo e tiveram menor atividade em pé, que consequentemente poderá influenciar o desempenho do animal.

A promoção do bem-estar animal está diretamente relacionada com sua adaptação no ambiente criatório, que consiste em mudanças estruturais, funcionais ou comportamentais

observadas no animal, objetivando um bom funcionamento biológico em nível de sobrevivência, saúde e sucesso produtivo e reprodutivo (Baeta & Sousa, 1997).

Contudo, Macari e Campos (1997), citados por Medeiros (2001), afirmam que em um ambiente térmico, o equilíbrio perfeito é alcançado quando a quantidade de calor resultante do metabolismo animal mais a quantidade de calor absorvida do meio ambiente são iguais à quantidade de calor dissipada.

Segundo Perdomo (1998), o ambiente térmico em uma instalação geralmente engloba os efeitos da radiação solar, da temperatura do ar, da umidade relativa do ar e da velocidade do vento. Dentre os elementos climáticos, a temperatura elevada associada à alta umidade relativa causa queda no desempenho do suíno.

A faixa de temperatura de conforto térmico no qual acontece o mínimo desperdício de energia é também chamada de zona termoneutra, que é limitada pela temperatura crítica inferior, região onde o animal necessita aumentar a taxa de produção de calor para manter a homeotermia, e pela temperatura crítica superior, onde o animal deve perder calor para manter a temperatura corporal constante (SOUZA, 2002). Cada espécie animal assim como cada fase de criação dos suínos, possui uma faixa de temperatura de conforto, onde não há nenhuma atividade metabólica para aquecer ou esfriar o animal.

No caso de suínos de 20 a 60 kg, a faixa de temperatura de 15 a 22ºC constitui a zona termoneutralidade (Tabela 3), proporcionando o máximo de desempenho do animal. Até mesmo em faixas maiores de temperaturas, correspondentes às temperaturas críticas inferior e superior, de 10 a 25ºC respectivamente, são aceitáveis em relação ao desempenho do suíno (ASHRAE, 2001).

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Segundo Silva (2000), as temperaturas críticas superior e inferior devem estar entre 28 e 30ºC e 14 e 17ºC respectivamente, para suínos pesando entre 20 e 100 kg. Nesta situação, o animal não sofre estresse por calor ou frio e ocorre mínimo desgaste, além de melhores condições de saúde e de produtividade (NAÄS, 2005). Dentro da zona de conforto térmico, o animal mantém uma variação normal de temperatura corporal e de frequência respiratória, o apetite é normal e a produção é ótima (BACCARI JR., 2001).

Valores de temperatura ambiente muito diferente dos valores próximos à região de conforto térmico perturbam o mecanismo termodinâmico que os homeotermos têm de se proteger de extremos de temperatura e umidade relativa, levando ao desperdício de energia e,

consequentemente, refletindo nos números que medem o desempenho (COLLIN et al., 2001a). Tais condições devem sempre ser levadas em consideração nas diferentes fases de criação dos suínos, procurando manter o máximo possível de bem-estar aos animais, associando sempre à máxima produtividade do plantel.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim, é importante o conhecimento dos diversos fatores externos e internos (microclima) presentes na criação de suínos que podem exercer efeitos diretos e indiretos sobre os animais em todas as fases de produção e acarretar redução na produtividade, com consequentes prejuízos econômicos na exploração suinícola. Neste sentido, é essencial entendermos como e porque o

Tabela 3 – Zona de Termoneutralidade dos suínos nas diversas fases de produção

CATEGORIA

Temperatura Ideal (ºC)

Temperatura Crítica (ºC)

Umidade Relativa (%)

Máxima Mínima

Máxima Mínima Ótima

Matrizes 18 12 30 0 50-70 Leitões Nascimento

32 30 35 15 70

1 semana 28 27 35 15 70 2 semanas 26 25 35 13 70 3 semanas 24 22 35 13 70 4 semanas 22 21 31 10 70 5 a 8 semanas 22 20 30 08 50-70 20 a 30 kg 20 18 27 08 50-70 30 a 60 kg 18 16 27 05 50-70 60 a 100 kg 18 12 27 05 50-70 Fonte: Silva, 1999

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ambiente influencia os suínos nos diferentes estágios de desenvolvimento e como estes animais respondem ao ambiente térmico e as variações climáticas.

No entanto, o efeito de um ambiente climático adequado ao animal, por si só, talvez não reflita de imediato numa melhora significativa na produção, pois há fatores como a genética, a nutrição e a sanidade do rebanho a serem considerados. A sinergia desses fatores permite e permitirá por muito tempo, soluções interessantes e efetivas, pois não se pode isolar facilmente os fatores que atuam nesse dinamismo todo.

Como o animal necessita de um ambiente que lhe garanta maior liberdade de movimentação e conforto térmico ambiental, potencializando o efeito de sua expressão produtiva, torna-se indispensável que sistemas tecnificados de produção de suínos sob condições de clima tropical,

adotem estratégias no âmbito da ambiência, do manejo, bem como de dietas alimentares adequadas, que sejam capazes de minimizar os efeitos prejudiciais da temperatura ambiente elevada.

Devemos ressaltar finalmente que o estresse pode exercer papel benéfico para o organismo, uma vez que o mesmo contribui para a manutenção da homeostasia. Por outro lado, não podemos esquecer que, em determinadas situações, o estresse pode também produzir alterações metabólicas, fisiológicas e comportamentais, com repercussões negativas sobre o desempenho e a sanidade animal.

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