Artigo Sobre VSM
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UTILIZAO DO MAPEAMENTO DO
FLUXO DE VALOR NA LOGSTICA
REVERSA DE UMA MULTINACIONAL
DE HIGIENE E BELEZA.
Alessandra Gregio Fonseca (UNIFEI )
Renato da Silva Lima (UNIFEI )
Jose Antonio de Queiroz (UNIFEI )
A crescente exigncia do mercado pela variedade de produtos e pela
inovao fez com que a logstica, ao longo do tempo, se tornasse
responsvel no s pela distribuio dos produtos acabados aos
consumidores, mas tambm pelo retorno de merccadorias nos canais
de distribuio. Alm de atender as legislaes ambientais quanto ao
destino final dos bens produzidos, evitando o descarte incorreto dos
mesmos no meio ambiente, as empresas veem este fluxo inverso como
um meio de se obter vantagens competitivas diante da concorrncia,
garantindo uma rpida substituio de seus produtos no mercado e
agregando valor marca. O retorno dos produtos de ps-consumo e
ps-venda precisa ser muito bem estruturado e organizado, sob pena
de interferir nas operaes e na rentabilidade das atividades da
empresa.Uma vez que o crescente retorno de produtos s empresas
causam impactos diretos em suas operaes, este trabalho tem como
objetivo mapear o processo de devoluo de mercadorias de uma
multinacional de higiene e beleza, utilizando a metodologia Lean
conhecida como Mapeamento do Fluxo de Valor. Procura-se entender
as variveis que compe o processo e a participao de cada
departamento no mesmo (estado atual) e propor aes de melhoria
para que o processo se torne mais enxuto (atravs de eliminao dos
desperdcios) e mais eficiente (estado futuro).
Palavras-chaves: MAPEAMENTO DO FLUXO DE VALOR,
LOGSTICA REVERSA, VSM
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gesto dos Processos de Produo e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentvel dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gesto dos Processos de Produo e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentvel dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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1. Introduo
A crescente exigncia do mercado pela variedade de produtos e pela inovao fez com que a
logstica, ao longo do tempo, se tornasse responsvel no s pela distribuio dos produtos
acabados aos consumidores, mas tambm pelo retorno de mercadorias nos canais de
distribuio. Alm de atender as legislaes ambientais quanto ao destino final dos bens
produzidos, evitando o descarte incorreto dos mesmos no meio ambiente, as empresas veem
este fluxo inverso como um meio de se obter vantagens competitivas diante da concorrncia,
garantindo uma rpida substituio de seus produtos no mercado e agregando valor marca.
Se por um lado os clientes (principalmente os varejistas) obtm benefcios como a liberao
de espao no estoque e do compromisso de dar um destino final adequado aos produtos, visto
que essa responsabilidade ser do prprio fabricante, as empresas que investem na Logstica
Reversa (LR) tem um maior controle da destinao final de seus produtos, impedindo que
unidades vencidas ou avariadas cheguem at o consumidor final e protegendo a marca. Outro
fator importante que ao recolher produtos que no foram consumidos a empresa expande
suas estratgias de vendas e estes produtos podem ser reintegrados ao estoque, garantindo o
aproveitamento da mercadoria (PEDROSA, 2008).
Por estes motivos, o retorno dos produtos de ps-consumo e ps-venda precisa ser muito bem
estruturado e organizado, sob pena de interferir nas operaes e na rentabilidade das
atividades da empresa (LEITE, 2009). Uma vez que o crescente retorno de produtos s
empresas causam impactos diretos em suas operaes, este trabalho tem como objetivo
mapear o processo de devoluo de mercadorias de uma multinacional de higiene e beleza,
utilizando a metodologia Lean conhecida como Mapeamento do Fluxo de Valor. Procura-se
entender as variveis que compe o processo e a participao de cada departamento no
mesmo (estado atual) e propor aes de melhoria para que o processo se torne mais enxuto
(atravs de eliminao dos desperdcios) e mais eficiente (estado futuro). Alm de
proporcionar uma maior visibilidade do processo, o mapeamento nos permite identificar os
desperdcios e as oportunidades de melhoria, agregando valor ao cliente, o elo mais
importante da cadeia: o cliente.
2. Referencial Terico
2.1. Logstica Reversa
O conceito de Logstica Reversa (LR), embora definido e discutido por muitos autores, ainda
um conceito em evoluo, dadas as novas oportunidades de negcios proporcionadas por
pesquisas realizadas nessa rea nos ltimos anos. Podemos defini-la como a rea da logstica
responsvel pelo gerenciamento do retorno dos bens de ps-venda e ps-consumo ao ciclo
produtivo ou de negcios, agregando-lhes valores econmicos, ecolgicos, logsticos e de
imagem corporativa, entre outros (LEITE, 2009). Os bens de ps-vendas so aqueles que
possuem pouco ou nenhum uso e so devolvidos empresa por questes de qualidade,
defeitos de fabricao, avarias no produto ou na embalagem, erros na expedio dos produtos
e acordos comerciais, entre outros fatores. J os bens de ps-consumo caracterizam-se por
terem sido utilizados at o fim de sua vida til, sendo encaminhados na maioria das vezes para
processos de reciclagem e reaproveitamento de resduos (SILVA et al., 2006). O presente
trabalho ir focar nos produtos de ps-venda, no tendo como enfoque o tratamento dos
resduos gerados aps o consumo.
XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gesto dos Processos de Produo e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentvel dos Sistemas Produtivos
Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.
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Uma vez que a Logstica Reversa envolve os mesmos elementos da Logstica Direta, como
fluxo de materiais, transportes, estoque, sistemas de informao, etc., um planejamento
correto e bem estruturado deve ser realizado de modo que custos indesejados no sejam
adicionados cadeia de suprimentos (CAMPOS, 2006). SHIBAO et al, 2010 afirmam que a
falta de sistemas desenvolvidos especificamente para a logstica reversa faz com que as
empresas se aproveitem da estrutura logstica j existente, no desenvolvendo prticas
adequadas que implicariam em ganhos econmicos e de percepo de valor pelos clientes.
Outro fator relevante na deciso da empresa em investir na Logstica Reversa o avano
tecnolgico, que faz com que os produtos se tornem obsoletos de forma cada vez mais rpida,
aumentando a necessidade de recolhimento e destinao adequada destes produtos. Em geral,
os canais de distribuio reversos no so devidamente estruturados e organizados, o que
provoca um aumento no descarte incorreto dos resduos e consequentemente do lixo urbano,
causando diversos impactos negativos na sociedade (LEITE, 2009). Alm disso, a acirrada
competio pela conquista de um espao no mercado tem levado as empresas a investirem em
aes que reforcem o relacionamento com seus clientes e fornecedores, tornando o cliente
direto da cadeia de suprimentos to importante quanto o consumidor final. Quanto maior o
benefcio associado compra de um produto ou servio, maior a propenso fidelizao do
cliente, que ver o servio oferecido pela empresa como um diferencial diante dos
concorrentes. Neste contexto, a logstica apresenta grande impacto sobre os resultados do
marketing, passando a fazer parte das estratgias de mercado adotadas por grandes empresas,
que antes focavam basicamente na marca, nos preos e na promoo (LEITE, 2009).
Silva et al. (2006) afirmam que uma vez devolvidos os produtos, de responsabilidade da
logstica reversa de ps-venda realizar a triagem dos mesmos, separando de acordo com as
condies de uso e dando novo destino mercadoria, seja no mercado secundrio (que
trabalha com produtos novos e tambm de ps venda), no setor destinado ao retrabalho ou na
reciclagem. Nesta etapa fundamental que as empresas tenham uma boa percepo das
condies que definem se um produto pode voltar ao mercado, se ele deve sofrer ajustes para
voltar ao mercado ou se ele no tem mais condies de uso, sendo necessrio o envio para a
reciclagem ou destruio. O nvel operacional da LR deve ser capaz de analisar as condies
dos produtos, alertando os perigos de por de volta no mercado um produto em ms condies
de uso, como no caso de embalagens violadas e produtos com a data de validade prxima ao
vencimento, por exemplo. Alm dos funcionrios que trabalham diretamente com a Logstica
Reversa, todos os demais nveis organizacionais devem estar devidamente interados e
compromissados com o processo, que s ser bem sucedido se houver conscientizao de
todas as partes da cadeia, desde o fornecedor at o consumidor final (PEDROSA, 2008).
2.2. Mapeamento do Fluxo de Valor
O Mapeamento do Fluxo de Valor (VSM, do ingls Value Stream Mapping) uma das mais
eficientes ferramentas utilizada pela metodologia Lean (tambm conhecida como Produo
Enxuta) para que se obtenha uma perspectiva geral de um processo, desde as etapas iniciais
at a entrega do produto ou servio ao cliente. A Produo Enxuta surgiu durante um
momento de forte crise econmica mundial e foi idealizada no Japo por Tai