ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

download ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

of 103

Transcript of ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    1/103

    SSN: 1808-6969

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    2/103

    das Faculdades IntegradasPitgoras

    EDITORES CIENTFICOS RESPONSVEISAntnio Prates Caldeira

    Rosina Maria Turano Mota

    CORPO EDITORIALAna Cludia Chesca - Uniube

    Carlos Eduardo Mendes DAngelis - FIPMocCynara Silde M. Veloso - UNIMONTES - FIPMoc

    Dalton Caldeira Rocha - UNIMONTES - FIPMocDaniela A. Veloso Popoff - UNIMONTES - FIPMoc

    Dorothea Schmidth Frana - FIPMocFernanda Costa - FIPMoc

    Humberto Gabriel Rodrigues - FIPMocLayrton Ferreira da Silva - FIPMoc

    Leandro Luciano da Silva - FIPMoc - UFMGMarcos Vincius Macedo de Oliveira - FIPMoc

    Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito - FIPMocMarley Garcia Silva - IFB/ Braslia

    Marta Vernica V. Leite - UNIMONTESPablo Peron de Paula - FIPMoc

    Ramon Alves de Oliveira - FIPMoc

    Regina Clia Lima Caleiro - UNIMONTESRoseane Dures Caldeira - FIPMoc

    Thas Cristina Figueiredo Rego - FIPMoc - UFU

    EDITORA EXECUTIVAMaria de Ftima Turano

    CAPAIlimitada Propaganda

    EDITORAOFabrcio Rodrigues Leite

    ASSESSORIA DE REVISO LINGUSTICARosane Bastos

    ENDEREO PARA CORRESPONDNCIAFaculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros

    Av. Profa. Ada Mainartina Paraso, 80

    Ibituruna - Montes Claros/ MGCEP: 39.400-082 - Fone/Fax: 38-3214-7100www.fip-moc.edu.br/revista

    Publicaodas Faculdades Integradas PitgorasMontes Claros - Minas Gerais - Brasil

    Ano: 13 - n. 22 - 2 semestre 2015

    ISSN 1808-6969

    Expediente

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    3/103

    Sumrio

    Artigos Originais

    Artigo de Reviso

    Relato de Experincia

    Relato de Caso

    Editorial 04

    05

    12

    18

    23

    29

    37

    42

    49

    55

    62

    69

    80

    91

    95

    100

    AVALIAO DO RISCO DE DEPENDNCIA DO LCOOL POR JOVENS UNIVERSITRIOSFREITAS, Lucianne Vanelle Sales; DE OLIVEIRA, Jssica Benevides Mota; SANTOS, Farley Rodrigues de Souza;

    MOURA, Paula Maria Silveira Soares

    PREVALNCIA DE ESTEATOSE HEPTICA, DETECTADA ATRAVS DE ULTRASSONOGRAFIAGONTIJO, Luclia Silva; AGUIAR, Daniel Nogueira; BARBOSA, Andre Queiroz; LIMA, Geyson Dyego Oliveira; SOUTO, Guilhermy Caetano

    Lima; CARNEIRO, Jhones Vieira; LOPES, Pedro Henrique de Carvalho; MOTA, Cristiane

    CUSTO DAS INTERNAES HOSPITALARES ENTRE OS PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS E

    COMPORTAMENTAIS NA CIDADE MONTES CLAROS - MGPEREIRA, Pedro Henrique Batista; XAVIER, Gustavo Torres; MATOS, Joo Ricardo Carvalho de; XAVIER, Luiz Octvio Pereira; NOBRE, Rafael

    Efraim; PRINCE, Karina Andrade

    DOR MSCULO ESQUELTICA RELACIONADA COM A ATIVIDADE DOCENTE

    FIGUEIREDO, Ariane Medeiros; MENDES, Karla Janara; PINHEIRO, Ugo Borges; ESCOBAR, rika Goulart Veloso Ferreira

    AIDS NO OLHAR DO AGENTE COMUNITRIO DE SADEALMEIDA, Anthonio Alisancharles Batista de; PEREIRA, Sibely Coelho Urbano; SILVA, Rayanne Rilka Pereira da; XAVIER, Barbara Letcia de

    Queiroz; FRANCO, Maria Soraya Pereira

    PERFIL SCIO-DEMOGRFICO E PREVALNCIA DE DEPRESSO EM IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS NA

    CIDADE DE MONTES CLAROS MGSANTOS, Daniela Pereira; DAVID Estevo Moreira; BRITO, Bruno Rafael Cangussu; REIS, Lucas Ladeia David; FREITAS, Karoline Emanuelle de

    Souza Oliveira; MOURA, Paula Maria Silveira Soares

    COMPORTAMENTO DE AUTOCUIDADO EM HOMENS DIAGNOSTICADOS COM DIABETES MELLITUS TIPO IISANTOS, Daniela Pereira; DAVID Estevo Moreira; BRITO, Bruno Rafael Cangussu; REIS, Lucas Ladeia David; FREITAS, Karoline Emanuelle de

    Souza Oliveira

    AVALIAO DA CAPACIDADE FUNCIONAL PS - ACIDENTE VASCULAR CEREBRALSANTOS, Nria Nogueira, ESCOBAR, rika Goulart Veloso Ferreira

    IMPACTO PSICO-SOCIAL SOB A PERCEPO DE INDIVDUOS PS-CIRURGIA BARITRICASANTOS, Amanda Magalhes de Brito; RIBEIRO, Anira Gisser de Sousa; PDUA, Juliana Caldeira; RODRIGUES, Vincius Dias

    ANLISE COMPARATIVA ENTRE OS VALORES DE GLICEMIA CAPILAR E GLICEMIA VENOSA EM PACIENTES

    DIABTICOS E NO DIABTICOSPINHEIRO, Thales Almeida, REIS, Brbara Iessa Alves, TEIXEIRA, Jssica Mendes

    O INVESTIMENTO EM MDIA NA CIDADE DE MONTES CLAROS: PANORAMA DE INVESTIMENTOS E

    TENDNCIAS MERCADOLGICASMORAIS, Daniel Silva; SANTOS, Gustavo Souza; REIS, Vivianne Margareth Chaves Pereira; ROCHA, Josiane Santos Brant

    PERDA DE MANDATO ELETIVO EM RAZO DE DESFILIAO SEM JUSTA CAUSA: A FIDELIDADE PARTIDRIA E

    O ESTADO DEMOCRTICO DE DIREITOSANTOS, Mak River Ribeiro dos; VELOSO, Cynara Silde Mesquita; FRANCO, Rassa Neiva de Melo

    NEUROPATIA DIABTICA: COMPLICAO MICROVASCULAR DO DIABETES MELLITUS TIPO IISILVEIRA, Brisa Jorge; LOPES, Thays Dias, MATIAS, Carina Oliveira Freire; RAMOS, Nbia Muniz; COSTA, Janine Andressa;

    MAINART, Frederico

    FERRAMENTAS DE ABORDAGEM FAMILIAR: INTERVENO REALIZADA EM UMA FAMLIA CADASTRADANA ESTRATGIA DE SADE DA FAMLIA EM MONTES CLAROS, MINAS GERAIS

    SOARES, Lus Gustavo Biondi; GONTIJO JNIOR, Eduardo Guedes*; RAMOS, Geisbelle Kerlem Vieira; MAGALHES, Jssica LorenaOliveira*; CARDOSO, Rafael Rodrigues; CARNEIRO, Jair Almeida

    REGRAS EDITORIAIS PARA PUBLICAO DE ARTIGOS NA REVISTA MULTIDISCIPLINAR DAS FIPMoc

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    4/10304 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

    Editorial

    EDITORIALOLIVEIRA, Lanuza Borges

    Docente das FIPMoc

    A escrita cientfica, por se tratar de umtrabalho intelectual, permite uma rica troca deconhecimentos entre autores e leitores. Permite,ainda, a exposio de diversos tipos de estudos e,como consequncia, a ampliao de um novo olharsobre diversos assuntos, instigando a construo de

    novos conceitos e ideias. Os estudos cientficosdevem ter como consequncia a construo de umasociedade que debata e reflita a cincia, e ostrabalhos produzidos devem honrar o ambienteacadmico mediante os grandes temas tratados pelosautores. Nesta edio, alm da exposio de diversastemticas do conhecimento, ser possvel analisar,com maior profundidade, os aspectos relacionados sade mental.

    curioso perceber como muitas pessoas

    ainda tm enraizados o antigo conceito de sadequando se fala em sade mental. quase natural

    pensar logo em doena mental. Ou seja, a sadecontinua a ser pensada simplesmente como ausnciade doena. Pensar em sade mental pensar no serhumano de forma global, com seus limites ediferenas ao lidar com diversas situaes, conflitos,doenas, vcios, traumas e perturbaes. Somosdiferentes at mesmo frente a condiesconsideradas rotineiras e, por essas diferenas,

    manifestamos sentimentos de alegrias, tristezas,vitrias e frustraes, entre outros. Assim, a sademental est intimamente relacionada ao modo comoo ser humano lida com as situaes e como elas se

    harmonizam com suas capacidades, desejos, ideiase emoes. Os estudos e conceitos, de maneirageral, apontam que, para a preservao da sademental, o indivduo deve manter sentimentos

    positivos consigo, com os outros e com a vida;aceitar as outras pessoas com suas qualidades e

    limitaes; evitar o consumo de lcool, cigarros emedicamentos sem prescrio mdica; no fazeruso de drogas; reservar parte do tempo para olazer, para a convivncia com os amigos e com afamlia; e, alm disso, manter bons hbitosalimentares, de preservao do sono e de prtica deatividades fsicas, regularmente.

    Pensando em todos os aspectos dapreservao e manuteno da sade mental,observa-se que a temtica est em ascenso e em

    evidncia na sade pblica. Nesta edio, podemosobservar estudos que associam a sade mental aouso de lcool, a patologias, a indivduoshospitalizados, entre outras referncias. O objetivofinal contribuir, de forma significativa, para aampliao do conhecimento de aspectosrelacionados temtica. Ressalta-se, ainda, que oenriquecimento intelectual, e a ampliao doscampos do conhecimento permitem novasdescobertas e avanos para o futuro.

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    5/10305

    Artigo OriginalAVALIAO DO RISCO DE DEPENDNCIA DO LCOOL POR

    JOVENS UNIVERSITRIOS

    FREITAS, Lucianne Vanelle Sales*; DE OLIVEIRA, Jssica Benevides Mota*; SANTOS, Farley Rodrigues de Souza*;MOURA, Paula Maria Silveira Soares**

    *Acadmicos do curso de Medicina das FIPMoc. **Docente das FIPMoc

    RESUMO

    O consumo de lcool tem aumentado nas ltimasdcadas, com predominncia de avano nos pasesem desenvolvimento, nos quais cerca de 15% das

    pessoas que ingerem o etanol desenvolvem oalcoolismo. Os jovens universitrios, de um modo

    geral, representam um grupo da populao em que oconsumo de bebidas alcolicas mais prevalente esocialmente aceitvel. Sabe-se, ainda, que, quantomais precocemente a bebida alcolica for consumida,maior a probabilidade de dependncia. Diante disso edos riscos aos quais as bebidas sujeitam seusconsumidores jovens, o presente resumo apresenta a

    prevalncia do consumo de lcool entre estudantes deMontes Claros, Minas Gerais, com o intuito de avaliaro possvel risco de dependncia a essa droga psico-ativa, qual os acadmicos esto expostos. Trata-se

    de um estudo de carter transversal, descritivo equantitativo, ocorrido no ano de 2014, cuja amostra constituda de 701 acadmicos. Os resultadosencontrados indicaram que a maior parte dosestudantes foi classificada como grupo de baixo risco,no entanto eles apresentaram uma elevada frequnciade ingesto do lcool. Dessa forma, inferiu-se quemedidas educativas no meio acadmico devem serrealizadas, a fim de evitar danos causados peloalcoolismo.

    PALAVRAS-CHAVE: Universitrios. lcool.Dependncia.

    INTRODUO

    A ingesto de bebidas alcolicas como um

    acompanhamento durante a alimentao e as

    celebraes tem origem em diferentes civilizaes e

    culturas na histria da humanidade (PEDROSA etal., 2011). O consumo do etanol visto,

    secularmente, como hbito lcito e totalmente

    aceitvel, ligado gratificao imediata, ao

    relaxamento e facilitao da sociabilidade

    (FERREIRA et al., 2013).

    Segundo Nickfarjam (2014), o lcool uma

    das trs maiores prioridades na rea da sade pblica

    e, de acordo com Alchiere et al. (2014), o consumo

    dessa substncia tem aumentado nas ltimas

    dcadas, com predominncia de avano nos pases

    em desenvolvimento, nos quais cerca de 15% das

    pessoas que ingerem o etanol desenvolvem o

    alcoolismo.

    Embora a ingesto do etanol ocorra na

    populao em geral, sabe-se que alguns segmentos

    populacionais apresentam diferentes padres de

    consumo. A Organizao Mundial de Sade (2011)descreve os jovens universitrios como um grupo da

    populao em que esse consumo prevalente.

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    6/10306

    Artigo Original

    Universalmente, os jovens consomem as

    bebidas alcolicas em atividades coletivas de cunho

    cultural, em contextos especficos. No entanto,

    provve l que as condies de v ida, o

    desenvolvimento da autonomia e as demandas

    universitrias sejam situaes ansiognicas eestimuladoras da prtica (NUNES et al., 2012). Os

    universitrios buscam o consumo de lcool como

    vlvula de escape ou como forma de relaxar,

    geralmente devido presso a que so submetidos

    diante das muitas atividades acadmicas; e ainda

    relatam o pouco tempo dedicado ao lazer, famlia e

    s demais atividades sociais (DE OLIVEIRA et al.,

    2011). Observa-se tambm que o prprio meiouniversitrio proporciona diversas mudanas na vida

    desses estudantes, como novas relaes sociais e

    adoo de novos comportamentos (RAMIS et al.,

    2012).

    O consumo do lcool, associado a fatores

    desejveis como o prazer, a beleza, o sucesso

    financeiro e sexual, e o poder - de forma explcita ou

    implcita -, configuram um importante fator de risco

    para sua ingesto abusiva, principalmente entre os

    acadmicos, susceptveis a um consumo de lcool

    cada vez mais frequente, associado a um

    desenvolvimento de dependncia a essa substncia

    (PEDROSA et al., 2011).

    Segundo Rozin; Zagonel (2012), a

    dependncia definida pela perda do controle de

    deciso sobre o ato de beber, e est associada ao

    sofrimento com os sintomas de abstinncia da droga.

    Alguns fatores como a exposio gentica,

    neurobiolgica e comportamental (personalidade)

    interferem no risco de dependncia do indivduo

    (ROZIN; ZAGONEL, 2012).

    Um olhar sobre a experincia universitria, no

    contexto da ingesto do etanol de grande

    importncia, pois o consumo elevado dessa droga

    psico-ativa constitui um grave problema de sadepblica (FERREIRA et al., 2013). Quanto mais

    precocemente for consumida, maior a probabilidade

    de dependncia. Isso ocorre, uma vez que seu uso

    contnuo gera tolerncia ao organismo, havendo a

    necessidade de aumentar cada vez mais as doses

    (ROZIN; ZAGONEL, 2012). Alm disso, seu uso

    est relacionado, direta ou indiretamente, a diversas

    doenas, a acidentes de trnsito e de trabalho, aenvolvimento em brigas, criminalidade, violncia

    domstica, violncia sexual, entre outros

    (FERREIRA et al., 2013). Assim, o indivduo

    consumidor traz riscos no s para si, como tambm

    para toda a sociedade.

    Em decorrncia dos fatores apresentados,

    este estudo busca determinar a prevalncia do

    consumo de lcool entre estudantes das FaculdadesIntegradas Pitgoras de Montes Claros, Minas

    Gerais, com o intuito de avaliar o possvel risco de

    dependncia a essa droga psico-ativa qual os

    jovens universitrios esto sujeitos.

    MTODO

    Trata-se de um estudo de carter transversal,

    descritivo e quantitativo, ocorrido na cidade de

    Montes Claros-MG no ano de 2014.

    Utilizou-se uma amostra de 701 acadmicos,

    do primeiro e do quinto perodo, distribudos nos

    cursos de Administrao, Arquitetura, Enfermagem,

    Engenharia Civil, Engenharia de Produo, Direito,

    Medicina, e Psicologia; e do primeiro e quarto

    perodos de Fisioterapia, matriculados em uma

    faculdade de Montes Claros-MG. Os estudantes

    acima citados estavam presentes em sala de aula no

    momento da coleta de dados e aceitaram participar

    da pesquisa.

    A coleta de dados foi realizada por

    acadmicos do 3 perodo de Medicina das

    Faculdades Integradas Pitgoras, que expuseram os

    objetivos, procedimentos, benefcios, riscos

    relacionados participao na pesquisa econfidencialidade das informaes coletadas. Os

    entrevistados, por sua vez, assinaram o Termo de

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    7/10307

    Artigo Original

    Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

    responderam ao questionrio complementar para a

    anlise do perfil scio-demogrfico e cultural do

    entrevistado e preencheram o formulrio AUDIT

    (Alcohol Use Disorders Identification Test) para

    identificao de problemas relacionados ao uso dolcool, bem como o nvel de consumo entre os

    acadmicos. Ao final da coleta de dados, os

    acadmicos de Medicina ficaram na porta das salas

    para informar o escore a quem desejasse.

    Para o ras treamento de problemas

    relacionados ao uso do lcool, assim como do padro

    de consumo de bebidas alcolicas, utilizou-se o

    questionrio AUDIT, elaborado pela OrganizaoMundial da Sade (OMS) por Babor et al. (1992),

    traduzido e validado no Brasil por Lima e

    colaboradores (2005), para a utilizao na populao

    brasileira em geral e, consequentemente, em estudos

    epidemiolgicos. O questionrio constitudo de dez

    questes com alternativas de resposta em categorias

    fixas e pr-estabelecidas. (BRAVO ORTIZ;

    MARZIALE; 2010; MATTARA et al., 2010; SILVA

    et al., 2010; MORETTI-PIRES; CORRADI-

    WEBSTER, 2011). O AUDIT, portanto, serve para o

    rastreamento dos possveis casos, sendo um mtodo

    simples para identificar pessoas com consumo

    elevado, uso nocivo e risco de dependncia do lcool.

    O escorre varia de 0 a 40, e a classificao do

    acadmico foi baseada no somatrio dos pontos aps

    preench iment o do formulrio, seguindo a

    classificao: consumo de baixo risco ou abstmios

    (0 a 7 pontos); consumo de risco (8 a 15 pontos); uso

    nocivo ou consumo de alto risco (15 a 19 pontos);

    provvel dependncia (20 ou mais pontos e no

    mximo = 40 pontos) (BRAVO ORTIZ;

    MARZIALE; 2010; REISDORFER, 2010; SILVA et

    al., 2010).

    Para avaliao do perfil scio-demogrfico,

    foram avaliadas as seguintes variveis: sexo, idade,estado civil, atividade remunerada e rea do curso

    superior.

    Para caracterizar o universo amostral

    pesquisado, foi utilizada uma anlise descritiva por

    meio de porcentagem. Para identificao do perfil

    scio-demogrfico, foram utilizados frequncia,

    porcentagem, mdia e desvio-padro; e, para

    comparao entre as variveis do estudo, foiempregada a ferramenta estatstica Software

    Statistical Package for Social Sciences 18.0 (SPSS)

    por meio de testes paramtricos e no-paramtricos.

    Este estudo foi aprovado pelo Comit de

    tica em Pesquisa (CEP), sob o n 576.795/2014.

    RESULTADOS

    A amostra total incluiu 701 entrevistados, dos

    quais 58,0% eram mulheres e 42,0%, homens. A

    maioria dos estudantes que j consumiram bebidas

    alcolicas no exerce atividade remunerada, no

    vive com a famlia, est matriculada nos cursos da

    rea de Cincias Humanas e possui mais de trinta

    anos de idade. Em relao distribuio dos

    universitrios de acordo com o consumo de bebida

    alcolica e gnero, prevaleceram os homens, com

    78,0%, que alegaram ter ingerido algum tipo de

    bebida alcolica, enquanto que, nas mulheres, esse

    nmero caiu para 60,9%.

    Segundo Natividade et al. (2012), o consumo

    de lcool entre os sexos diferenciado, sendo maior,

    ao longo da vida, no sexo masculino. Outros estudos

    tambm evidenciam maior consumo de bebida

    alcolica entre os homens.

    TABELA 1: Frequncia de consumo de bebida alcolica entreuniversitrios. Montes Claros / MG, 2014.

    Fonte:Pesquisa de campo 2014.

    n %

    N u n c a c o n s u m iu 2 1 2 3 0 , 2

    U m a v e z p o r m s

    o u m e n o s

    1 7 2 2 4 , 5

    D e 2 a 4 v e z e s p o r

    m s

    2 0 7 2 9 , 5

    D e 2 a 3 v e z e s p o r

    s e m a n a

    9 6 1 3 , 7

    4 o u m a i s ve z e s

    p o r s e m a n a

    1 4 2 , 0

    T o t a l 7 0 1 1 0 0 , 0

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    8/10308

    Artigo Original

    O presente estudo revelou que 30,2% dos

    entrevistados nunca consumiram bebidas alcolicas;

    24,5% consomem uma vez por ms ou menos; 29,5%,

    de 2 a 4 vezes por ms; 13,7%, de 2 a 3 vezes por

    semana; e 2,0% fazem uso de bebidas alcolicas 4 ou

    mais vezes por semana (Tabela 1).A prevalncia dos acadmicos que consomem

    bebidas alcolicas de 69,7%, nmero que se

    apresenta elevado e que est de acordo com os

    resultados do estudo feito por Nunes et al. (2012),

    realizado com estudantes em um campus

    universitrio na cidade de Montes Claros, e indicou

    uma prevalncia de consumo ou uso de bebidas

    alcolicas de 71,5%, incluindo homens e mulheres.Outro estudo realizado por Rocha et al. (2011)

    revelou que 63,6% dos acadmicos consomem o

    etanol. Esse consumo elevado preocupante, uma

    vez que, segundo Ferreira et al. (2013), essa droga

    psico-ativa est relacionada, direta ou indiretamente,

    a acidentes de trnsito e de trabalho, a envolvimento

    em brigas, criminalidade, violncia domstica,

    violncia sexual, homicdios e diversas doenas,

    dentre elas distrbios neurolgicos desencadeados

    por leso do Sistema Nervoso Perifrico (SNP) e do

    Sistema Nervoso Central (SNC). Estudos de Fein e

    Greenstein (2014) tambm mostraram que o lcool

    provoca degenerao da sustncia branca e danos nas

    fibras do corpo caloso, o que acarreta instabilidade

    postural e marcha atxica.

    Os distrbios do equilbrio e da coordenao

    motora causados pelo lcool tm forte impacto

    funcional na vida do alcolico, uma vez que podem

    contribuir para dificuldades nas atividades

    ocupacionais, desemprego e perda da autonomia

    social. Alm disso, podem causar dependncia nas

    atividades bsicas e instrumentais de vida diria,

    alterando o estilo de vida e influenciando diretamente

    em sua qualidade de vida (SOUZA et al., 2013).

    Fica evidente, ento, que os danos causadospelo lcool so graves e que a ingesto de bebidas

    alcolicas tem sido recorrente em idades precoces, o

    que antecipa e agrava os riscos sade, com a

    dependncia do lcool. Diante disso, estudos que

    avaliem esse consumo e seus fatores associados

    fazem-se necessrios, em vista de diminuir as

    consequncias negativas que o etanol acarreta para a

    populao. (ALMEIDA et al., 2011).

    TABELA 2:Nmero de doses de bebida alcolica consumidaspor universitrios em um dia normal. Montes Claros / MG,2014.

    Fonte: Pesquisa de campo 2014.

    Observou-se que 71,5% dos entrevistados

    ingerem 0 ou 1 dose de bebida alcolica em um dia

    normal; 12,6% ingerem 2 ou 3 doses; 8,6% ingerem

    4 ou 5 doses; 3,3% ingerem 6 ou 7 doses; e 4,1%ingerem 8 ou mais doses (Tabela 2). Neste estudo,

    16% dos entrevistados ingerem cinco ou mais doses

    em um dia normal. Em um estudo feito por Rocha et

    al. (2011), 22% dos universitrios consumiam cinco

    ou mais doses em um dia normal. Assim, observa-se

    que o padro de consumo espordico dos

    acadmicos predominantemente regular.

    A quantidade de bebida consumida mensurada mediante a quantidade de doses

    ingeridas. Uma dose corresponde presena de 8 a

    13 gramas de etanol, o que equivale a uma lata de

    cerveja, um clice de vinho ou 30 mililitros de

    bebida destilada. O consumo moderado

    caracterizado pela ingesto de at 15 doses semanais

    para homens e 10 doses semanais para mulheres

    (ARNAUTS E OLIVEIRA, 2012). Assim, verifica-

    se que, neste estudo, o consumo, em relao ao

    nmero de doses ingeridas pela maioria dos

    acadmicos, apresenta-se regular.

    N %

    0 ou 1 dose 501 71,5

    2 ou 3 doses 88 12,6

    4 ou 5 doses 60 8,6

    6 ou 7 doses 23 3,3

    8 ou m a is

    doses

    29 4,1

    Total 701 100 ,0

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    9/10309

    Artigo OriginalTABELA 3:Frequncia de consumo de cinco doses ou mais debebida alcolica por universitrios em uma nica vez. MontesClaros / MG, 2014.

    Fonte: Pesquisa de campo 2014.

    Verificou-se que, dos 701 entrevistados, 53,5%

    nunca consumiram 5 ou mais doses de lcool de uma

    vez; 18,4% consumiram menos de uma dose uma vez

    ao ms; 14,8% consumiram uma vez por ms; 12,7%

    consumiram uma vez por semana; e apenas 0,6%

    consumiram lcool quase todos os dias (Tabela 3). De

    acordo com Rocha et al. (2011), o comportamento de

    beber muitas doses em uma nica vez mais

    frequente entre os indivduos de 18 a 24 anos, dos

    quais cerca de 22% bebem nessa proporo ao menos

    uma vez por semana. Os achados esto de acordo com

    a teoria da expectativa explicitada que defende que,quanto mais os adolescentes endossam expectativas

    agradveis sobre os efeitos do lcool, tanto maior ser

    a frequncia do uso de lcool e a quantidade de doses

    consumidas. (RONZANI et al., 2009).

    Segundo Swann; Sheran; Phelps (2014), o

    binge drinking definido como o consumo de cinco

    ou mais doses, por homens, e quatro ou mais doses de

    bebidas alcolicas, por mulheres, em uma ocasio.Dessa forma, o fenmeno denominado binge

    drinking no pode ser observado como um

    comportamento padro dessa populao, todavia h

    uma expressiva taxa de ocorrncia na amostra

    estudada; e, como o consumidor de etanol traz riscos

    no s para a sociedade, como tambm para si

    mesmo, a quantidade de lcool consumida de uma

    vez precisa ser diminuda.

    Segundo Malta et al. (2011), quando

    consumido de maneira abusiva, o lcool est

    associado a consequncias negativas para a sade da

    populao, uma vez que se trata de um dos

    principais fatores de risco para o desencadeamento

    de doenas crdio-vasculares e ocorrncia de

    acidentes de trnsito, que correspondem s

    principais causas de morte entre os jovens.

    GRFICO 1: Perfil da perda de controle para bebida.

    Fonte: Pesquisa direta, 2014.

    Quando questionados sobre quantas vezes,

    ao longo dos 12 ltimos meses (Grfico 1), acharam

    que no conseguiriam parar de beber uma vez tendo

    comeado, 88,2% dos universitrios negaram

    qualquer perda de controle; 6,6% deles

    responderam ter tido a perda do controle menos de

    uma vez ao ms; 2,9% relataram essa perda

    mensalmente; 1,6%, semanalmente; e 0,9%, todos

    os dias. Estudo realizado por Rocha et al. (2011),

    com acadmicos do primeiro ao oitavo perodo de

    duas faculdades de Medicina do estado de MinasGerais, sendo uma pblica e uma privada, revelou

    que 87,4% dos entrevistados afirmam que

    conseguiriam parar de beber, uma vez tendo

    comeado o ato. A anlise dos dados nos dois

    estudos permite observar que, independente da rea

    de ensino superior, do perodo acadmico cursado e

    de a instituio ser pblica ou privada, a taxa de

    indivduos que se considera apto a parar de beber,uma vez tendo iniciado a ingesto alcolica,

    maioria dentre as demais categorias. Contudo, neste

    N %

    Nunca 375 53,5

    Menos do que uma

    vez ao ms

    129 18,4

    Uma vez por ms 104 14,8

    Uma vez por semana 89 12,7

    Quase todos os dias 4 0,6

    Total 701 100,0

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    10/10310

    Artigo Original

    estudo, verifica-se que no desprezvel o nmero de

    estudantes que j apresentaram essa perda de controle

    para beber (12,0 % - Grfico 1), demonstrando que os

    riscos para a dependncia do lcool so relativamente

    altos.

    CONCLUSO

    Os resultados encontrados indicam que a maior

    parte dos estudantes foi classificada como grupo de

    baixo risco, no entanto eles apresentaram uma

    elevada frequncia de ingesto do lcool. Dessa

    forma, os dados sugerem a necessidade de

    intervenes nesse meio acadmico, mediante arealizao de programas educativos que alertem

    sobre os efeitos do uso abusivo das bebidas

    alcolicas, com vistas a prevenir danos ocorridos em

    virtude do alcoolismo.

    REFERNCIAS

    ALCHIERI, C. C. et al. Percepes de alcoolistasresidentes no meio rural sobre o alcoolismo: suascausas e consequncias. Revista de Enfermagem, v.9, n. 9, p. 14-29, 2014.

    ALMEIDA, J. C; CAMPOS, J. A. D. B; FARIA, J. B;GARCIA, P. P. N. S. Consumo de lcool entreestudantes do ensino mdio do municpio de Passos-MG. Cincia & Sade Coletiva, v.16, n.12, p. 475-474, 2011.

    ARNAUTS, Ivonete; OLIVEIRA, Magda LciaFlix de. Padro de consumo do lcool por jovensvtimas de trauma e usurios de lcool. RevistaMineira de Enfermagem, 16.3: 410-418, 2012.

    BABOR, T. F.; FUENTE, J. R.; SAUNDERS, J.;GRANT, M. AUDIT, the Alcohol Use DisordersIdentification Test: guidelines for use in primaryhealth care. Geneva Switzerland: Worls HealthOrganization, WHO/PSA, Cap. 4, p. 1-29, 1992.

    BRASIL. Presidncia da Repblica. SecretariaNacional de Polticas sobre Drogas. I LevantamentoNacional sobre o Uso de lcool, Tabaco e Outras

    Drogas entre Universitrios das 27 Capitais

    Brasileiras/Secretaria Nacional de Polticas sobre

    Drogas; GREA/IPQ-HCFMUSP. Org: Andrade AG,

    Duarte PCAV, Oliveira LG. Braslia: SENAD; 2010.

    BRAVO ORTIZ, C. M.; MARZIALE M. H. P. Elconsumo de alcohol em personal administrativo y deservios de uma universidad del Ecuador. RevistaLatino-Americana de Enfermagem, Ribeiro Preto,v. 18, n. spe, p. 487-495, maio/junho 2010.

    DE OLIVEIRA, A. S.; KERSUL, A. P., PRADO, J.P.; OLIVEIRA, J. A.; ROMO, M. O. C.; TERRA,F. S.; COSTA, A. M. D. D.; GARCIA, J. A. D.;SOARES, E. A. Efeitos do alcoolismo crnico namorfologia renal de ratos Wistar. Revista Brasileirade Clnica Mdica. So Paulo, 2011. v, 9, n. 1, p.46-9.

    FEIN, G.; GREENSTEIN, D. Gait and balancedeficits in chronic alcoholics: no improvement from10 weeks through one year abstinence. AlcoholClinic Express Residence. Author manuscript;available in PMC Jan 1, 2014.

    FERREIRA, L. N.; BISPO JNIOR, J. P.; SALES,

    Z. N.; CASOTTI, C. A.; BRAGA JNIOR, A. C. R.Prevalncia e fatores associados ao consumoabusivo e dependncia de lcool. Cincia & SadeColetiva. Rio de janeiro, p. 3409-3418, 2013.

    LIMA, C.; FREIRE, A. C. C.; SILVA, A. P. B.;TEIXEIRA, R. M.; FARRELL, M.; PRINCE, M.Concurrent and constructo validity of the audit in naurban Brazilian sample. Alcohol and Alcoholism,L o n d o n v . 4 0 , n . 6 , p . 5 8 4 - 5 8 9 ,

    November/December, 2005.

    MALTA, D. C., et al. Prevalncia do consumo delcool e drogas entre adolescentes: anlise dosdados da Pesquisa Nacional de Sade Escolar.Revista Brasileira de Epidemiologia, 14.1: 136-46,2011.

    MATTARA, F. P.; NGELO, P. M.; FARIA, J. B.;CAMPOS, J. A. D. B. Confiabilidade do teste deidentificao de transtornos devido ao uso de lcool(AUDIT) em adolescentes. Revista EletrnicaSade Mental, lcool e Drogas SMAD, RibeiroPreto, v. 6. n. 2, p. 296-314, 2010.

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    11/10311

    Artigo OriginalMORRETI-PIRES, R. O.; CORRADI-WEBSTERC. M.; Adaptao e validao do Alcohol UseDisorder Identification Test (AUDIT) para populaoribeirinha do interior da Amaznia, Brasil. Cadernosde Sade Pblica, Rio de Janeiro, v. 27, n. 3, p. 497-509, maro 2011.

    NATIVIDADE, Jean Carlos, et al. Fatores depersonalidade como preditores do consumo de lcoolpor estudantes universitrios Personality factors aspredictors of alcohol consumption by universitystudents. Caderno de Sade Pblica, 28.6: 1091-1100, 2012.

    NIKFARJAM, A.; MEMARYAN, N.; DAMARI, B.;ZAMANI, N.; HASSANIANMOGHADDAM, H.

    Development of Country-Wide Strategies to Reducethe Alcohol Abuse. International. Journal ofPreventive Medicina. 5(4):522-6, 2014.

    NUNES, Jaceilde Mendes; CAMPOLINA, LudmillaRodrigues; VIEIRA, Maria Aparecida; CALDEIRA,Antnio Prates. Alcohol consumption and bingedrinking among health college students. Revista dePsquiatria Clnica, v. 39, n. 3, p. 94-9, 2012.

    PEDROSA, A. A. S.; CAMACHO, L. A. B.;

    PASSOS, S. R. L.; DE OLIVEIRA, R. V. C. Consumode lcool entre estudantes universitrios. Cadernos deSade Pblica. Rio de Janeiro, V.27, n. 8, 2011.

    RAMIS, Thiago Rozales; MIELKE, Grgore Iven;HABEYCHE, Esther Campos; OLIZ, ManoelaMaciel; AZEVEDO, Mario Renato; HALLAL, PedroC uri. Tabagismo e consumo de lcool em estudantesuniversitrios: prevalncia e fatores associados.Revista Brasileira de Epidemiologia. , v. 15, n. 2, p.

    376-85, 2012.

    REISDORFER, E. Prevalncia e fatores associadosao uso problemtico de lcool entre adultos: umestudo de base populacional no sul do Brasil. 2010.83f. Dissertao (Mestrado em Sade Coletiva) Programa de Ps Graduao em Sade Coletiva,Centro de Cincias da Sade, Universidade Federalde Santa Catarina, Florianpolis, 2010.

    ROCHA, Leandro Augusto et al. Consumo de lcoolentre estudantes de faculdades de Medicina de MinasGerais, Brasil. Revista Brasileira de EducaoMdica, v. 35, n. 3, p. 369-75, 2011.

    RONZANI, T. M.; PAIVA, F. S.; COTTA J. M. O.;BASTOS R. R. Expectativas sobre o efeito do usode lcool entre adolescentes. Psicologia emPesquisa. UFJF, 3(01) 75-86, 2009.

    ROZIN, L.; ZAGONEL, I. P. S. Fatores de risco

    para dependncia de lcool em adolescentes. ActaPaulista de Enfermagem. So Paulo, v.25 no.2,2012.

    SCHEFFER, Morgana; PASA, Graciela Gema; DEALMEIDA, Rosa Maria Martins. Dependncia delcool, cocana e crack e transtornos psiquitricos.Psicologia: Teoria e pesquisa. Jul-Set, Vol. 26 n. 3,

    pp. 533-541, 2010.

    SILVA, C. S.; RONZANI, T. M.; FURTADO, E. F.;ALIANE, P. P.; MOREIRA ALMEIDA, A. Relaoentre prtica religiosa, uso de lcool e transtornos

    psiquitricos em gestantes. Revista de PsiquiatriaClnica. So Paulo, v. 37, n. 4, p. 152-156, 2010

    SWANN, C.; SHERAN, M.; PHELPS, D. Factorsassociated with reductions in alcohol use betweenhigh school and college: an analysis of data from theCollege Alcohol Study. Journal of Substance AbuseRehabilitation. 12;5:13-23, 2014.

    World Health Organization (WHO). Global statusreport on alcohol and health. Geneva: WHO; 2011.

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    12/10312

    Artigo OriginalPREVALNCIA DE ESTEATOSE HEPTICA, DETECTADA

    ATRAVS DE ULTRASSONOGRAFIA

    GONTIJO, Luclia Silva*; AGUIAR, Daniel Nogueira**; BARBOSA, Andre Queiroz**; LIMA, Geyson Dyego Oliveira**;SOUTO, Guilhermy Caetano Lima**; CARNEIRO, Jhones Vieira**; LOPES, Pedro Henrique de Carvalho***; MOTA,

    Cristiane ***** Docente das FIPMoc . **Discentes do curso de Medicina das FIPMoc. *** Biomdico. ****Mdica, Membro Titular doColgio Brasileiro de Radiologia.

    RESUMO

    A prevalncia de obesidade vem aumentando nosltimos anos; com isso, vrias comorbidadesassociadas obesidade tambm tm apresentadoaumento em sua incidncia, dentre elas a EsteatoseHeptica (EH). A utilizao da ultrassonografia como

    mtodo de diagnstico por imagem na avaliao dasafeces abdominais, em particular para oacompanhamento de pacientes portadores deesteatose heptica, vem sendo rotineiramenteempregada. Diante desse contexto, o objetivo dotrabalho foi traar a prevalncia de EH detectada pormeio de ultrassonografia em pacientes atendidos emuma clnica de imagem, localizada na cidade deMontes Claros, no perodo de 01/01/2010 a31/12/2012, e analisar o perfil desses pacientes emrelao ao peso, sexo e idade. Para o desenvolvimento

    desse estudo, optou-se por realizar uma pesquisa decampo, retrospectiva, observacional, descritiva ecom abordagem quantitativa. Durante o perodo

    proposto, foram avaliados 1.989 exames deultrassonografia,dentre os quais, o diagnstico de EHfoi encontrado em 22,4% dos casos. Os resultadosno demonstraram predomnio de sexo, estando

    presentes em 218 homens e 227 mulheres. A mdia deidade dos indivduos foi de 54,2 9,6 anos, variandode 18 anos a 77 anos, e a mdia de peso foi de 79,06 11,3 kg, variando de 58 kg a 150 kg. Em concluso, os

    resultados mostram elevada frequncia de esteatoseem ultrassonografias abdominais avaliadas, relaontima com o aumento do peso e indistino entre

    pessoas do sexo masculino e feminino, dados que

    esto de acordo com a maioria da literatura vigente.

    PALAVRAS-CHAVE:Clnica de imagem. Doena

    gordurosa heptica. Ultrassonografia de abdmen

    total. Ultrassonografia de abdmen superior.

    INTRODUO

    A prevalncia de obesidade vem aumentando

    de forma alarmante nos ltimos anos no ocidente,

    tanto nos pases desenvolvidos como nos em

    desenvo lv imen to , e s tando re lac ionada

    principalmente ao estilo de vida sedentrio e a

    hbitos alimentares inapropriados. Com isso, vrias

    comorbidades associadas obesidade tambm tmapresentado aumento em sua incidncia, dentre elas,

    a Doena Heptica Gordurosa No Alcolica

    (DHGNA) (BITENCOURT et al., 2007).

    Pela elevada prevalncia na populao geral

    (20 a 30%), a DHGNA vem sendo considerada uma

    das doenas hepticas crnicas mais comuns em

    todo o mundo (MATTEONI et al., 2011). A DHGNA

    uma condio clnico-patolgica caracterizada poracmulo de lipdeos no interior dos hepatcitos do

    parnquima heptico. O quadro patolgico lembra o

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    13/10313

    Artigo Originalda leso induzida por lcool, mas ocorre em

    indivduos sem, necessariamente, ingesto etlica

    significativa (SOLER et al., 2011). O termo DHGNA

    foi criado para incorporar toda a gama de achados

    histolgicos de dano heptico,que englobam desde

    esteatose heptica, esteato - hepatite no-alcolica efibrose avanada, at cirrose (PADOIN et al., 2008).

    Como a esteatose heptica (EH) promove

    leses hepticas, considerada uma das causas mais

    comuns de doenas hepticas crnicas em pases

    desenvolvidos e em pases emergentes (PINTO et al.,

    2012).

    A EH definida quimicamente como contedo

    heptico de triglicrides maior que 5% do volumeheptico ou do peso do fgado, ou histologicamente

    quando 5% ou mais dos hepatcitos contm

    triglicrides (BORGES et al., 2011). Pode estar

    associada ao abuso de lcool, obesidade, suporte

    nutricional excessivo, nutrio parenteral total,

    hepatite induzida por drogas ou toxinas, diabete tipo

    2, caquexia e ps-operatrio de pacientes submetidos

    derivao jejuno-ileal (PADOIN et al., 2008).

    Atualmente, existem tentativas de avaliao e

    quantificao da EH de forma no invasiva mediante

    diferentes exames de imagem, tais como

    u l t r a s s o n o g r a f i a ( U S G ) , t o m o g r a f i a

    computadorizada e ressonncia magntica nuclear

    (RMN). Todos visam graduao indireta da

    infiltrao gordurosa do fgado, objetivando

    encontrar resultados semelhantes aos da biopsia

    heptica, considerada o padro ouro no diagnstico

    da esteatose (SODER; BALDISSEROTTO, 2009).

    A utilizao da USG como mtodo de

    diagnstico por imagem na avaliao das afeces

    abdominais, em particular para o acompanhamento

    de pacientes portadores de esteatose heptica, tem

    sido rotineira,por tratar-se de um mtodo no

    invasivo, amplamente disponvel e de baixo custo

    (BOHTE et al., 2011). Como mencionadoanteriormente, a tomografia computadorizada e a

    ressonncia nuclear magntica tambm podem ser

    utilizadas na investigao diagnstica da esteatose,

    entretanto no so mais especficas para esteatose

    que a USG. A RNM recomendada quando h

    necessidade de se fazer diagnstico diferencial entre

    esteatose focal e ndulos hepticos malignos

    (MATTEONI et al., 2011).No fgado, os aspectos avaliados so:

    biometria, forma, contornos, disposio dos vasos

    intra-- hepticos e as caractersticas ecogrficas do

    parnquima: ecotextura, ecogenicidade e

    atenuao. Considerando as caractersticas

    ecogrficas do parnquima heptico, o diagnstico

    da EH baseado no aumento gradativo da

    ecogenicidade e da atenuao do feixe sonoro,sendo que, quando presentes, as alteraes texturais

    so discretas e de menor relevncia (MATSUOKA

    et al., 2011).

    No Brasil, a prevalncia da esteatose heptica

    na populao no conhecida, e ainda so poucos os

    estudos sobre essa doena no pas, portanto esta

    pesquisa tem o intuito de contribuir com dados

    epidemiolgicos da regio de estudo.

    Diante desse contexto, o objetivo do trabalho

    foi traar a prevalncia de esteatose heptica

    detectada por meio de ultrassonografia em pacientes

    atendidos em uma clnica de imagem, localizada na

    cidade de Montes Claros, no perodo de 01/01/2010

    a 31/12/2012, e analisar o perfil desses pacientes em

    relao ao peso, sexo e idade.

    MTODO

    Para o desenvolvimento deste estudo, optou-

    se por realizar uma pesquisa de campo,

    retrospectiva, observacional, descritiva e com

    abordagem quantitativa, a fim de se conhecer a

    prevalncia de doena gordurosa heptica detectada

    mediante ultrassonografia em pacientes atendidos

    em uma clnica de imagem na cidade de MontesClaros.

    A escolha deveu ao fato de a clnica

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    14/10314

    Artigo Original

    selecionada ser reconhecida como a principal

    instituio privada de sade do Norte de Minas e Sul

    da Bahia, alm de ter os equipamentos de maior

    tecnologia existentes, satisfatria para a realizao de

    uma grande variedade de procedimentos, inclusive

    doppler e biopsias.A coleta de dados ocorreu nas prprias

    instalaes, de acordo com a disponibilidade de cada

    pesquisador, no comprometendo a rotina da

    instituio.

    Para amostragem da pesquisa, foram colhidos

    os dados de 1.989 exames de ultrassonografia de

    abdmen total e abdmen superior, durante o perodo

    de 2010 a 2012. Utilizaram-se, como instrumentopara a coleta de dados referentes s tcnicas

    imaginolgicas, os pronturios dos pacientes

    contendo a identificao: sexo, idade e peso, obtidos

    mediante o programa X Clinic Nexus, o mais

    avanado e completo software para Centros de

    Medicina Diagnstica.

    Aps a coleta, procedeu-se anlise e

    interpretao, compilao, tabulao, codificao

    por meio de tabelas e subsequente discusso,

    estabelecendo-se comparaes entre os dados

    obtidos e a literatura pesquisada, servindo, dessa

    maneira, como subsdio para a formulao das

    concluses acerca da pesquisa.

    De acordo com a natureza das variveis, foi

    aplicada anlise estatstica descritiva, sendo

    informados os valores percentuais dos dados

    analisados. Os resultados das variveis contnuas

    foram expressos em forma de mdia desvio padro.

    Atendendo ao estabelecido na Resoluo

    466/2012 do Conselho Nacional de Sade, o projeto

    da pesquisa foi aprovado pelo Conselho de tica

    (processo n 291.334/13), e submetido Comisso de

    tica da instituio onde os dados da pesquisa foram

    coletados.

    RESULTADOS

    No perodo de 01 de janeiro/2010 a 31 de

    dezembro/2012, foram avaliados 1.989 exames de

    ultrassonografia de abdmen total e abdmen

    superior. Entre esses, o diagnstico de EH foi

    encontrado em 22,4% (n=445) dos casos (Tabela 1).

    Tabela 1. Exames de ultrassonografia de abdmen total esuperior em pacientes de ambos os sexos atendidos em umaclnica de imagem durante os anos de 2010 e 2012.

    Legenda: EH: esteatose heptica.

    A tabela 2 mostra que, dos 445 exames de

    ultrassonografia de abdmen total e superior empacientes com EH, 51,0% eram de pessoas do sexo

    feminino. A mdia de idade dos indivduos foi de

    54,2 9,6 anos, variando de 18 anos a 77 anos, sendo

    que a maior percentagem encontrada estava na faixa

    de 41 a 70, anos compreendendo 75% da

    amostragem total.

    A mdia de peso da populao com EH foi de

    79,06 11,3 kg, variando de 58 kg a 150 kg, sendoque a maior percentagem encontrada estava na faixa

    de 61 a 90 kg, compreendendo 69% da amostragem

    total (Tabela 2).

    Tabela 2.Caractersticas gerais do grupo estudado.

    DISCUSSO

    A prevalncia de EH no presente estudo (22,4%)

    est de acordo com resultados relatados na

    literatura. No estudo de Lin; Lo, Chen (2005),

    Exames n (%)

    Normais 1544 77,6

    EH 445 22,4

    Varivel Mdia DP Frequncia PercentualSexo

    MasculinoFeminino

    218227

    49%51%

    Idade 54,20 9,6

    =30 anos

    31-40 anos41-50 anos51-60 anos61-70 anos=71 anos

    11 2,5%

    51 11,5%120 27,0%124 28,0%

    90 20,0%49 11,0%

    Peso 79,06 11,3= 60kg61-70kg71-80kg81-90kg91-100kg=101kg

    38 5,8%89 21,5%

    110 24,8%101 22,7%

    76 17,8%31 7,4%

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    15/10315

    Artigo Originalrealizado entre os homens trabalhadores na base de

    aeronaves na ilha de Taiwan, foi encontrada uma

    prevalncia de 29,5% de esteatose heptica em

    ultrassonografias abdominais.

    Mediante uma anlise retrospectiva de

    esteatose, realizada em pacientes externos no serviode ultrassonografia do Hospital Srio Libans de So

    Paulo, utilizando a tcnica de ultrassonografia de

    abdmen, Parise et al. (2003) encontraram uma

    prevalncia global de 19,2% dos exames disponveis,

    dados que tambm esto compatveis com o resultado

    do presente estudo.

    Por outro lado, no primeiro estudo de

    prevalncia de EH no Brasil, realizado no ano de1998, com 217 mulheres obesas no assintomticas

    atendidas no Hospital Universitrio Professor Edgard

    Santos (UFBA), foi encontrada uma prevalncia de

    EH em torno de 41,5% (ARAJO; OLIVEIRA,

    NUNES, 1998), dado superior ao registrado na

    amostra pesquisada.

    Na populao em geral, a ultrassonografia de

    abdmen a tcnica mais comumente usada para o

    diagnstico da esteatose heptica (BELLENTANI et

    al. 2010). importante salientar que a sensibilidade e

    especificidade para diagnstico ultrassonogrfico da

    esteatose heptica so de 60-94% e 88-95%,

    respectivamente, porm, quando a esteatose

    considerada leve, esses ndices so inferiores. Assim,

    provvel, que a prevalncia da esteatose esteja

    subestimada em toda a populao analisada

    (LUPSOR; BADEA, 2005).

    A EH pode ocorrer em diversos grupos tnicos

    e sem predileo de sexo (CARVALHEIRA; SAAD,

    2006; DIAS et al., 2009), dados que esto de acordo

    com o trabalho, uma vez que os resultados no

    demonstraram predomnio de sexo entre a

    amostragem, estando presentes em 49% dos homens

    e 51% das mulheres.

    Porm, no estudo realizado por Chaves et al.(2009), utilizando os exames de diagnstico por

    imagem para a deteco de EH, foi encontrada uma

    prevalncia de 30,3% no sexo masculino e 69,7% no

    sexo feminino, dados que destoam do estudo atual.

    No trabalho de Matteoni et al. (2011),

    realizado em um centro de referncia em

    diagnsticos por imagem na cidade de Salvador,

    foram avaliadas 11.474 ultrassonografias deabdmen, com diagnstico de esteatose heptica em

    18% dos casos, dos quais 56,2% eram do gnero

    masculino e com mdia de idade de 56,46 12,47

    anos. Todos os dados percentuais encontrados no

    estudo realizado em Salvador/BA condizem com o

    trabalho desenvolvido na cidade de Montes

    Claros/MG.

    No Brasil, o perfil clnico-epidemiolgico daDHGNA foi avaliado por meio de um estudo

    multicntrico envolvendo 1.280 pacientes das

    vrias regies do pas. A anlise dos resultados

    mostrou que a doena , em geral, assintomtica;

    mais frequente em indivduos com idade de 5013

    anos e tem como principais fatores de risco a

    dislipidemia e a obesidade (COTRIN et al., 2011).

    Uma vez que a esteatose heptica uma derivao

    da DHGNA, pode-se fazer uma correlao dos

    dados apresentados no estudo multicntrico com os

    resultados do presente trabalho.

    A prevalncia da EH est aumentando em

    paralelo ao aumento da obesidade, sendo ambos os

    processos estreitamente ligados resistncia

    insulnica. A epidemia mundial da obesidade e a

    prevalncia da EH so muito provavelmente

    influenciadas, se no diretamente relacionadas,

    dieta e relativa falta de exerccio do estilo de vida

    ocidental (HOSSAIN; KAWAR, EL NAHAS,

    2007).

    O estilo de vida fator significativo no

    desenvolvimento de EH, uma vez que pode

    favorecer o aumento de peso e, como consequncia,

    a obesidade. A obesidade gera um aumento de

    citocinas inflamatrias e resistncia a insulina, oque pode levar a uma inflamao da gordura

    visceral, aumentando, ento, o acmulo de gordura

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    16/10316

    Artigo Original

    no fgado (PINTO et al., 2012).

    A esteatose pura ocorre em 70% dos pacientes

    que se apresentam 10% acima do peso ideal e em

    prat icamente 100% dos obesos mrbidos

    (BENCHIMOL; CARDOSO, 2007).

    Luychx; Lefbevre, Scheen (2000) compararamo resultado de 69 biopsias hepticas de adultos obesos,

    em que 83% apresentavam diagnstico positivo de

    EH, e foram submetidos a uma restrio calrica. Os

    resultados demonstraram reduo mdia de 32 kg no

    peso corporal e melhora histo - -patolgica, reduzindo

    o diagnstico positivo de 83%, no incio do

    tratamento, para 38%, aps a reduo do peso

    corporal.Estudo retrospectivo com reviso de

    pronturios dos pacientes ambulatoriais do Servio de

    Controle de Hipertenso, Diabetes e Obesidade

    (SCHDO) do Sistema nico de Sade da cidade de

    Juiz de Fora revelou uma mdia de peso em pacientes

    diagnosticados com esteatose heptica de 119,9 26,4

    kg, variando de 66 a 240 kg (DIAS et al., 2009). Esses

    dados esto acima do detectado na presente pesquisa,

    uma vez que a clnica avaliada no atende um pblico-

    alvo especfico, diferente do trabalho realizado em

    Juiz de Fora, em que se tem uma tendncia seleo de

    obesos.

    Em concluso, os resultados mostram elevada

    frequncia de esteatose em ultrassonografias

    abdominais avaliadas, numa relao ntima com o

    aumento do peso e indistino entre pessoas do sexo

    masculino e feminino, dados esses que esto de acordo

    com a literatura vigente. O estudo representa tambm

    uma contribuio sobre os aspectos epidemiolgicos

    da EH no Brasil, onde ainda no so muitos os dados

    sobre essa frequente e importante doena do fgado.

    REFERNCIAS

    ARAJO, L.M.B.; OLIVEIRA, D.A.; NUNES, D.S.Liver and biliary ultrasonography in diabetic and non-diabetic obese women. Revista Portuguesa de

    Endocrinologia Diabetes e Metabolismo,v.24, n.5,

    458-462, 1998.

    BELLENTANI, S.; et al. Epidemiology of non-alcoholic fatty liver disease. Digestive Diseases,v.28, n.1, p.155-161, 2010.

    B E N C H I M O L , K . B . ; C A R D O S O , I . S .Esteatohepatite no-alcolica induzida por rpidaperda de peso em uso de balo intragstrico: umrelato de caso. Arquivo Brasileiro de

    Endocrinologia e Metabologia,v.51, n.4, p.631-4,2007.

    BITENCOURT, A.G.V.; et al. Doena hepticagordurosa no alcolica: caractersticas clnicas ehistolgicas em obesos graves submetidos cirurgia

    b a r i t r i c a . A c t a G a s t ro e n t e ro l o g i c aLatinoamericanav.37, n.4, p.224-230, 2007.

    BORGES, V.F, de A. e; et al. Dopplerfluxometria daveia heptica em pacientes com esteatose noalcolica. Radiologia Brasileira, v.44, n.1, p.16,2011.

    BOHTE, A.E.; et al. The diagnostic accuracy of US,CT, MRI and 1H-MRS for the evaluation of hepaticsteatosis compared with liver biopsy: a meta-

    analysis.European Radiology, v.21, n.1, p.8797,2011.

    CARVALHEIRA, J.B.C.; SAAD, M.J.A. Doenasassociadas resistncia insulina/hiperinsulinemia,no includas na sndrome metablica. Arquivo

    Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia,v.50,n.2, p.360-367, 2006.

    CHAVES, G.V.; et al. Ultrassonografia e

    ressonncia magntica: estudo comparativo nodiagnstico da esteatose em obesos grau III.Revistada Associao Mdica Brasileira, v.55, n.1, p.45-49, 2009.

    COTRIN, H.P.; et al. Nonalcoholic fatty liverdisease in Brazil. Clinical and histological profile.

    Annals of Hepatology, v.10, n.1, p.33-37, 2011.

    DIAS, G.A.; et al. Avaliao da frequncia de

    esteatose heptica detectada ao ultrassomabdominal de pacientes obesos no alcolicos.GEDGastrenterologia Endoscopia Digestiva,v.28, n.4,

    p.115-120, 2009.

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    17/10317

    Artigo OriginalHOSSAIN, P.; KAWAR, B.; EL NAHAS, M. Obesityand diabetes in the developing world a growingchallenge.New England Journal of Medicine, v.356,n.3, p.213-215, 2007.

    LIN, Y.C.; LO, H.M.; CHEN J.D. Sonographic fatty

    liver, overweight and ischemic heart disease. WorldJournal of Gastroenterology, v.21, n.11, p.4838-42,2005.

    LUPSOR, M.; BADEA, R. Imaging diagnosis andquantification of hepatic steatosis: is it an acceptedalternative to needle biopsy? Romanian Journal ofGastroenterology,v.14, n.4, p.419-25, 2005.

    LUYCHX, F.H.; LEFBEVRE, P.J.; SCHEEN, A.J.

    Nonalcoholic steatohepatitis: association withobesity and insulin resistance, and influence ofweight loss. Revista Portuguesa de Endocrinologia

    Diabetes e Metabolismo,v.26, p.98-106, 2000.

    MATSUOKA, M.W.; et al. Contribuio daultrassonografia para o diagnstico das alteraeshistopatolgicas presentes na hepatite C crnica, comnfase na esteatose heptica: Parte I. Radiologia

    Brasileira, v.44, n.3, p.141-146, 2011.

    MATTEONI, L.; et al. et al. Doena hepticagordurosa no-alcolica: importncia daultrassonografia abdominal no diagnstico. GazetaMdica da Bahia,v.81, n.1, p.7-9, 2011.

    PADOIN, A.V.; et al. Doena heptica no-alcolicagordurosa e risco de cirrose. Scientia Medica, v.18,n.4, p.172-176, 2008.

    PARISE, E.R.; et al. Prevalence of liver steatosis in

    abdominal ultrasound. GED GastrenterologiaEndoscopia Digestiva,v.22, p.235-237, 2003.

    PINTO, C.G. de S.; et al. Esteatose Heptica e Estilode Vida Ativo: Reviso de Literatura. Revista

    Brasileira de Cincia e Movimento, v.20, n.3, p.125-134, 2012.

    SODER, R.B.; BALDISSEROTTO, M. Esteatoseheptica na obesidade infantil: investigao por

    imagem. Scientia Medica, v.19, n.4, p.202-208, 2009.SOLER, G.L.N.; et al. Prevalncia de esteatoseheptica e consumo de lcool em participantes do

    Projeto Atividade Fsica na Vila.Revista Brasileirade Medicina de Famlia e Comunidade, v.6, n.18,

    p.46-51, 2011.

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    18/103

    Artigo OriginalCUSTO DAS INTERNAES HOSPITALARES ENTRE OS

    PORTADORES DE TRANSTORNOS MENTAIS E

    COMPORTAMENTAIS NA CIDADE MONTES CLAROS - MG

    PEREIRA, Pedro Henrique Batista*; XAVIER, Gustavo Torres*; MATOS, Joo Ricardo Carvalho de*; XAVIER, Luiz OctvioPereira*; NOBRE, Rafael Efraim*; PRINCE, Karina Andrade***Discentes do curso de Medicina das FIPMoc. ** Docente das FIPMoc

    RESUMO

    O presente estudo teve como objetivo caracterizar aevoluo do custo das internaes hospitalares entreos portadores de transtornos mentais ecomportamentais no municpio de Montes Claros -MG. Este um estudo retrospectivo, transversal, de

    carter descritivo e quantitativo. Teve como universode pesquisa a base de dados do Sistema deInformaes Hospitalares do Sistema nico de Sadereferente ao custo das internaes hospitalares entreos portadores de transtornos mentais ecomportamentais no municpio, no perodo de 2008 a2013. Utilizou-se o software Excel 12.0 (Office 2007)

    para gerenciamento e anlise dos dados. Os dadosobtidos mostraram que ocorreram 4.993 internaeshospi ta la res por t rans tornos menta is ecomportamentais no municpio, no perodo avaliado.

    Essas internaes geraram um custo total de R$5.038.952,53 e um custo mdio por paciente de R$1.009,20, sendo que 80,3% foram de origem privada.O custo apresentou uma tendncia decrescente,apesar de valores crescentes serem observados no

    perodo de 2008 a 2011. Assim, no ano de 2008 foiobservado um custo de R$ 829.344,80 e, no ano de2013, o custo foi de R$ 180.093,93, demonstrandouma reduo de 78,3%. No entanto, no ano de 2011, ocusto foi de R$ 1.329.640,62, o mais oneroso do

    perodo avaliado. A esquizofrenia e os transtornos

    esquizotpicos e delirantes foram as patologias quemais geraram custo com internaes hospitalares,correspondendo a 52,54% de todo o valordespendido. Foi possvel observar que houve uma

    evidente conteno nos ndices e custo cominternaes hospitalares entre os portadores detranstornos mentais e comportamentais nomunicpio, o que se deve reforma psiquitrica e ao

    processo de desospitalizao, que forneceram meiosextra-hospitalares para o atendimento precocedesses pacientes, favorecendo sua reinsero

    precoce comunidade.

    PALAVRAS-CHAVE: transtornos mentais;

    internao hospitalar; custo

    INTRODUO

    Os transtornos mentais correspondem a 12%

    da carga global de doenas, podendo chegar a 15%

    no ano de 2020. Porm, mesmo com a crescente

    incidncia do transtorno, mais de um bilho de

    pessoas vivem em pases que destinam menos de 1%

    do financeiro para os devidos fins. Assim, o tema

    requer abordagem de forma urgente, para o mbito

    da sade (GONALVES et al., 2012; WHO, 2001).

    Nas ltimas dcadas, acompanhando

    tendncias internacionais, o tratamento de pacientes

    portadores de doenas mentais no Brasil se alterousignificativamente. A partir da dcada de 1970, com

    o processo de democratizao governamental, que

    18 Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    19/10319

    Artigo Originalpermitiu denncias em relao s torturas,

    tratamentos excessivos em hospitais do tipo

    manicomiais e divulgaes de trabalhos como o de

    Franco Basaglia, na dcada de 1980, com fortes

    crticas ao tratamento asilar e demonstraes

    cientficas de uma nova perspectiva assistencial aotranstorno mental, o pas passou por uma Reforma

    Psiquitrica (LIMA; BRASIL, 2014; POZ; LIMA;

    PERAZZI, 2012; VECCHIA; MARTINS, 2006).

    A nova perspectiva no manejo dos pacientes

    psiquitricos abandona hospitais do tipo manicomial,

    e adota, como base, os servios comunitrios de

    territorializao, um sistema de tratamento

    comunitrio ambulatorial chamado de CAPS. Essemodelo entrou em vigor, sobretudo a partir da Lei

    10.216/2001 (Dirio Oficial, 2001), segundo a qual a

    internao s deve acontecer no caso de outros

    tratamentos no serem bemsucedidos. Dessa forma,

    garante proteo e segurana sade do paciente com

    transtorno mental (GONALVES et al., 2012;

    GALASSI et al., 2008; MS, 2005).

    A internao hospitalar deve ser considerada

    quando as condies mdicas ou psiquitricas

    necessitam de observao hospitalar constante

    (ideaes suicidas ou homicidas, estados psicticos

    graves, debilitao ou abstinncia grave), fracasso

    teraputico para cessar uso de drogas e ausncia de

    apoio psico-social (ALVES; KESSLER; RATTO,

    2004).

    Devido s mudanas constitucionais no

    tratamento do doente mental apresentadas, cerca de

    18.500 leitos psiquitricos, no perodo que se estende

    de 2001 a 2009, foram reduzidos, e centenas de aes

    foram aditivadas (GONALVES et al., 2012;

    SADE MENTAL EM DADOS, 2011).

    A maneira diferente de tratamento psiquitrico

    instigou na literatura novos estudos perante a

    viabilidade econmica desse modelo de assistncia.

    Trabalhos na dcada de 1990 em vrias reasterritoriais britnicas demonstraram a vantagem da

    ressocializao do paciente em relao ao tratamento

    de internao manicomial. Para pacientes em

    situaes agudas, o tratamento extra-hospitalar em

    curto prazo foi economicamente vantajoso, porm

    16% dos pacientes apresentaram gastos superiores

    de mdio a longo prazo, em relao ao tratamento

    hospitalar (RIBEIRO, 2003). No entanto, no Brasil,mesmo com a crescente utilizao de sistemas de

    informaes sobre morbidade e custos, so poucos

    os estudos sobre as internaes por transtornos

    mentais (PEREIRA et al., 2012).

    Dessa maneira, fazem-se necessrias

    pesquisas em relao evoluo do custo das

    internaes hospitalares entre os portadores de

    transtornos mentais e comportamentais, nomunicpio de Montes Claros - MG, introduzindo-a

    no entendimento da viabilidade desse novo

    paradigma assistencial da psiquiatria brasileira.

    MTODO

    Foi realizado um estudo de investigao

    retrospectivo, transversal, de carter descritivo e

    quantitativo. Teve como universo de pesquisa a base

    de dados do Sistema de Informaes Hospitalares

    do Sistema nico de Sade referente ao custo das

    internaes hospitalares entre os portadores de

    transtornos mentais e comportamentais no

    municpio, no perodo de 2008 a 2013. Utilizou-se o

    software Excel 12.0 (Office 2007), para

    gerenciamento e anlise dos dados.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Os dados obtidos mostraram que ocorreram

    4.993 internaes hospitalares por transtornos

    mentais e comportamentais no municpio, no

    perodo avaliado. Essas internaes geraram um

    custo total de R$ 5.038.952,53 e um custo mdio,

    por paciente, de R$ 1.009,20, sendo que 80,3%foram de origem privada. O custo apresentou uma

    tendncia decrescente, apesar de valores crescentes

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    20/10320

    Artigo Original

    serem observados no perodo de 2008 a 2011. Assim,

    no ano de 2008, foi observado um custo de R$

    829.344,80 e, no ano de 2013, o custo foi de R$

    180.093,93, demonstrando uma reduo de 78,3%.

    No entanto, no ano de 2011, o custo foi de R$

    1.329.640,62, o mais oneroso do perodo avaliado(Figura 1).

    Figura 1:Custo das internaes hospitalares entre os portadoresde transtornos mentais e comportamentais no municpio deMontes Claros MG, 2008 a 2013

    Fonte: Ministrio da Sade, Sistema de InformaesHospitalares (SIH-SUS)

    A reduo das internaes hospitalares por

    transtornos mentais e comportamentais e,consequentemente, do custo, observado na cidade de

    Montes Claros MG, coaduna-se com a que ocorreu

    no estado do Rio de Janeiro no perodo de 1999 a

    2010. Nesse estudo, ocorreu uma reduo de 70% no

    nmero de internaes por doenas mentais no

    perodo elucidado (PEREIRA et al., 2012).

    Quando se analisa a porcentagem do gasto com

    doenas mentais em relao aos gastos gerais do

    sistema de sade, observa-se, tambm, uma tendncia

    decrescente, apesar de flutuaes serem observadas

    (Figura 2). Mesmo com elevao no gasto geral com

    internaes do sistema de sade em 78,5%, ocorreu

    uma regresso em relao s internaes por

    transtornos mentais e comportamentais.

    Figura 2:Percentual dos gastos com internaes hospitalaresentre os portadores de transtornos mentais e comportamentais,

    em relao aos gastos totais. Montes Claros -MG, 2008 a 2013

    Fonte: Ministrio da Sade, Sistema de InformaesHospitalares (SIH-SUS)

    Os dados observados na cidade de Montes

    Claros - MG devem-se reforma psiquitrica

    brasileira, que, a partir do ano de 2006, destinou

    mais verbas extra-hospitalares do que hospitalares

    para assistncia aos portadores de transtornosmentais e comportamentais. Assim, no ano de 2009,

    67,71% da verba j era destinada a gastos extra-

    hospitalares no Brasil. Um dos aspectos dessa

    revoluo foi a reduo no nmero de leitos

    hospitalares no Brasil, que passou de 51.393, em

    2002, para 32.735, em 2010. Acompanhando a

    tendncia desse novo paradigma assistencial, o pas

    passa por expanso dos servios do tipo CAPS, que

    possua, no ano de 2002, uma cobertura de 21% (424

    CAPS) em sade mental, passando para 66% (1620

    CAPS) em 2010 (BRASIL, 2011).

    De acordo com os dados apresentados na

    figura 3, a esquizofrenia e os transtornos

    esquizotpicos e delirantes foram o diagnstico que

    mais gerou custo hospitalar nas internaes, dentre

    as categorias de morbidades do CID 10 para

    doenas mentais. Essa patologia correspondeu a52,54% dos casos, seguida por transtorno mental e

    comportamental devido ao uso de lcool (17,29%);

    transtorno devido a outras substncias (15,5%); e

    transtornos do humor (8,14%).

    Figura 3: Custo das internaes hospitalares entre osportadores de transtornos mentais e comportamentais,segundo a lista de morbidades CID 10. Montes Claros MG,2008 a 2013

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    21/10321

    Artigo Original

    Fonte: Ministrio da Sade, Sistema de InformaesHospitalares (SIH-SUS)

    O perfil da prevalncia de diagnsticos

    observado no estudo segue o perfil epidemiolgico deinternaes no estado do Rio de Janeiro. Esse estudo

    apresentou um percentual de 50 a 60% para a

    esquizofrenia e outros transtornos esquizotpicos e

    delirantes para ambos o sexos e diversas faixas

    etrias, e tambm foi seguido por transtornos

    relacionados ao uso de lcool e pelos de humor. Nos

    municpios da regio de Cricima-SC, os transtornos

    relacionados ao uso de lcool foram os mais

    prevalentes, correspondendo a 5617 internaes,

    seguidos por esquizofrenia e outros transtornos

    esquizotpicos e delirantes, com um total de 5589

    internaes (PEREIRA et al., 2012; CONCER,

    2011).

    Em relao ao custo total (R$ 5.038.952,53)

    gerado pelas internaes hospitalares por transtornos

    mentais e comportamentais no municpio, 80,3% (R$

    4.046.254,67) foram de origem privada. O carteremergencial dos atendimentos se demonstrou

    extremamente superior ao carter eletivo, sendo o

    primeiro responsvel por 99,11% dos gastos das

    internaes hospitalares.

    CONCLUSO

    Foi possvel observar que houve uma evidenteconteno nos ndices de internaes hospitalares

    entre os portadores de transtornos mentais e

    comportamentais no municpio, o que se deve

    reforma psiquitrica e ao processo de

    desospitalizao, que forneceram meios extra-

    hospitalares para o atendimento precoce desses

    pacientes, favorecendo sua reinsero precoce

    comunidade.

    REFERNCIAS

    ALVES, Hamer; KESSLER, Felix; RATTO, LilianRibeiro Caldas. Comorbidade: uso de lcool eoutros transtornos psiquitricos. Revista Brasileirade Psiquiatria. 26(1): 51-53. 2004.

    BRASIL, Ministrio da Sade - Secretaria deAteno Sade. DAPE - Coordenao Geral deSade Mental. Reforma psiquitrica e poltica desade mental no Brasil - Documento apresentado Conferncia Regional de Reforma dos Serviosde Sade Mental: 15 anos depois de Caracas.OPAS, Braslia - DF. 2005.

    BRASIL, Ministrio da Sade Sade Mental emDados ano VI , n . 8 . Disponve l em: Acesso em 1 de julho de2014.

    CONCER, Gabriela Sartor. Perfil Epidemiolgicodos transtornos mentais e comportamentais nosmunicpios da microrregio de Cricima/SC.2011. 38 f. Ps graduao especializao em sademental - Universidade do Extremo Sul Catarinense

    UNESC, Cricima, 2011.

    GALASSI, Andrea Donatti et al. Caracterizao dogasto SUS com internaes de dependentes desubstncias psicoativas no perodo de 2000 a 2002no municpio de Campinas - SP. Revista depsiquiatria clnica.2008; v.35, n.1.

    GONALVES, Renata Weber, et al. Poltica deSade Mental no Brasil: evoluo do gasto federalentre 2001 e 2009. Revista de Sade Pblica,2012; 46 (1): 51-8.

    LIMA, Sheila Silva; BRASIL, Sandra Assis DoPrograma de Volta para Casa conquista daautonomia: percursos necessrios para o real

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    22/10322

    Artigo Original

    processo de desinstitucionalizao. Physis, 2014; 24(1).

    ORGANIZATION, World Health. (WHO). Atlas:mental health resources in the world 2001.Geneva: Mental Health Determinants and

    Populations, Department of Mental Health andSubstance Dependence, World Health Organization;2001.

    PEREIRA, Priscila Krauss et al. Transtornos mentaise comportamentais no Sistema de InformaesHospitalares do SUS (SIH-SUS) no estado do Rio deJaneiro no perodo de 1999 a 2010. Caderno deSade Coletiva. 2012; 20 (4): 482-91.

    POZ, Mrio Roberto Dal; LIMA, Jos Carlos deSouza Lima; PERAZZI, Sara. Fora de trabalho emsade mental no Brasil: os desafios da reforma

    psiquitrica. Revista de Sade Coletiva. 2012; v.22,n.2.

    RIBEIRO, Jos Mendes. Agncia Nacional deSade Suplementar e as Polticas de Sade MentalDirecionadas para Portadores de EnfermidadesMentais Severas . 2003 Disponvel em: Acessado em1 jul. 2014.

    VECCHIA, Marcelo Dalla; MARTINS, SueliTerezinha Ferreira. O cuidado de pessoas comtranstornos mentais no cotidiano de seus familiares:investigando o papel da internao psiquitrica.Estudo Psicologia(Natal), 2006; 11(2).

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    23/103

    Artigo Original

    23

    DOR MSCULO ESQUELTICA RELACIONADA

    COM A ATIVIDADE DOCENTE

    FIGUEIREDO, Ariane Medeiros*; MENDES, Karla Janara*; PINHEIRO, Ugo Borges**; ESCOBAR, rika Goulart VelosoFerreira**

    * Discentes do curso de Fisioterapia das FIPMoc; ** Docentes das FIPMoc

    RESUMO

    A dor msculo esqueltica, ou sensao dolorosa, citada em diversos estudos com docentes como umimportante problema de sade. E as doenas causadas

    por agravos ao sistema msculo-esquelticoaparecem como as principais razes de afastamento

    do trabalho e de doenas profissionais nessa classe.Este estudo tem como objetivo identificar a relao daatividade ocupacional nos docentes de uma faculdade

    privada com a presena de dor msculo-esqueltica.Trata-se de uma pesquisa descritiva e transversal,realizada com 66 docentes de uma instituio privadade ensino superior de Montes Claros, medianteassinatura do Termo de Consentimento Livre eEsclarecido. A coleta de dados foi realizada por meiode um questionrio com perguntas sobre as possveisdores, relacionando-as com a atividade docente. Os

    critrios de incluso foram: ter vnculo empregatciocom a instituio, estar presente na data da pesquisa eaceitar participar do estudo. Foram excludos todos os

    professores que no obedeceram aos critrios deincluso. Dentre os 66 professores pesquisados, amaioria no apresenta dor (44) e, dos 22 que relataramsentir dor, 13 associam-na profisso. A maioria dos

    professores no apresentava dor msculo-esquelticaantes de sua ocupao como docente, e hoje, mesmoatuando como professor, a maioria dos entrevistadostambm no apresenta. Os entrevistados que relatam

    sentir dor apontam que ela mais frequente apsministrar as aulas, e a maioria classifica-a comomoderada e acredita que a no est somenterelacionada a sua ocupao como docente.

    importante ressaltar que essa instituio oferece aosprofessores exames peridicos. As instalaespossuem estruturas diferenciadas dos padres; todasas salas possuem ar condicionado e data show, sendoque a maioria das salas possui quadro branco (nofazendo mais uso do giz).

    Palavras-chave: : Dor msculo-esqueltica.Atividade docente. Faculdade privada.

    INTRODUO

    A dor um mecanismo fisiolgico protetor

    que possui como funo alertar quando h um

    estmulo nocivo aos tecidos. uma das vivncias

    mais ntimas e subjetivas experimentadas pelo serhumano. indispensvel considerar e valorizar a

    queixa da dor pelo paciente, levando em

    considerao que essa uma experincia pessoal e

    individual (RIBEIRO et al., 2011).

    Os sintomas steo-musculares podem ser

    relatados como parestesia, sensao de peso e/ou

    fadiga e a prpria dor. Entende-se que os sintomas

    so percepes nicas que mudam de paciente para

    paciente; mesmo sendo a mesma doena e de igual

    localizao, podem ocorrer diferentes graus de

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    24/10324

    Artigo Originalsofrimento, considerando-se o princpio da

    individualidade (BRANCO et al., 2011).

    A dor msculo-esqueltica (DME) pode ser

    descrita como um desconforto envolvendo msculos,

    ossos, articulaes, tendes, ligamentos, bursas,

    fscias musculares, tecido conjuntivo, cartilagens eaponeuroses (RIBEIRO; TNIA, 2011).

    A dor prolongada transforma-se no alvo

    primrio de ateno do paciente e atrapalha a maioria

    das atividades, sendo uma das principais causas de

    absentesmo ao trabalho, licenas mdicas,

    aposentadoria por doena, indenizaes trabalhistas e

    baixa produtividade. considerada um problema de

    sade pblica, pela prevalncia, alto custo e impactonegativo, podendo influenciar na qualidade de vida

    dos indivduos e de seus familiares (SALVETTI;

    PIMENTA, 2007).

    No geral, a dor aguda ou crnica leva o

    indivduo a ter sintomas como alteraes nos padres

    de sono, apetite e libido, manifestaes de

    irritabilidade, alteraes de energia, diminuio da

    capacidade de concentrao, restries na capacidade

    para as atividades familiares, profissionais e sociais.

    Nos indivduos com dor crnica, a persistncia da dor

    prolonga a existncia desses sintomas, podendo

    exacerb-los (KRELING et al., 2006).

    indispensvel ressaltar que a dor deve,

    sempre, ser avaliada em ambiente clnico, para se

    escolher, de forma adequada, o tratamento ou conduta

    teraputica. O sucesso do tratamento e seu

    seguimento dependem de uma avaliao e

    mensurao confivel e vlida. H instrumentos

    unidimensionais e tridimensionais para a avaliao da

    dor (BOTTEGA; FONTANA, 2010).

    A dor pode estar relacionada aos longos

    perodos em p e s tenses. Seu enfrentamento pode

    ser realizado mediante alongamento, massagem,

    acupuntura , homeopatia e ut i l izao de

    medicamentos como antiinflamatrios e analgsicos.As dores mais comuns so a lombalgia e a dor nos

    membros inferiores e superiores (FONTANA;

    PINHEIRO, 2010).

    A dor msculo-esqueltica, ou sensao

    dolorosa, mostrada em vrios estudos com

    docentes como um relevante problema de sade, e

    as doenas decorrentes de agravos ao sistema

    msculo-esqueltico surgem como as principaiscausas de afastamento do trabalho e de doenas

    profissionais nessa classe (PORTO et al., 2004).

    O professor trabalha sob condies

    desfavorveis; usa suas capacidades fsicas,

    cognitivas e afetivas para atingir os objetivos do

    rendimento escolar, gerando, com isso, sobre-

    esforo ou hipersolicitao de suas funes psico-

    fisiolgicas. Quando no h tempo para recuperar,so desenvolvidos ou precipitados os sintomas

    lgicos que explicariam os elevados nmeros de

    afastamento do trabalho por agravos sade nessa

    categoria de profissionais (CARDOSO et al., 2009;

    GASPARINI et al., 2005).

    Nesse sentido, o objetivo deste trabalho

    identificar a relao da atividade ocupacional nos

    docentes de uma faculdade privada com a presena

    de dor msculo-esqueltica, a fim de que esse

    conhecimento sirva para nortear estratgias de

    preveno, promoo e tratamento. Alm disso,

    possibilita compreender as variaes observadas no

    mbito individual e/ou populacional da sade, com

    vistas a planejar uma melhor abordagem desses

    profissionais.

    MTODO

    Trata-se de uma pesquisa descritiva e

    transversal, realizada com os professores de uma

    instituio privada de ensino superior de Montes

    Claros. Foram avaliados 66 professores dos

    seguintes cursos: Administrao, Arquitetura e

    Urbanismo, Biomedicina, Direito, Enfermagem,

    Engenharia Civil, Engenharia de Produo,Engenharia Mecnica, Farmcia, Fisioterapia,

    Medicina, Pedagogia, Psicologia e Publicidade e

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    25/103

    0

    1 0

    2 03 0

    4 0

    5 0

    2 2

    4 4

    S im

    N o

    25

    Artigo Original

    Propaganda, mediante assinatura do Termo de

    Consentimento Livre e Esclarecido. Os critrios de

    incluso foram: ter vnculo empregatcio com a

    instituio, estar presente na data da pesquisa e aceitar

    participar do estudo. Foram excludos todos os

    professores que no obedeceram aos critrios deincluso. A coleta de dados foi feita por meio de um

    questionrio com 5 perguntas sobre as possveis

    dores, relacionando-as com a atividade docente.

    RESULTADOS

    A pesquisa de campo foi realizada no 2

    semestre de 2012, pelos acadmicos do 6 perodo do

    curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas

    Pitgoras (FIPMoc), mediante questionrio feito a 66

    professores de uma faculdade privada de Montes

    Claros.

    Este estudo revelou como resultado, que dentre

    os 66 docentes pesquisados, 58 responderam que no

    apresentavam dor msculo-esqueltica antes de sua

    ocupao como docente, e 8 responderam que sim

    (Grfico 1).

    Grfico 1: Dor msculo-esqueltica antes da ocupao dedocente

    Fonte:Pesquisa de Campo do 6 perodo de Fisioterapia / 2-2012

    Dos 66 professores investigados no presenteestudo, quando perguntados se atualmente

    apresentam alguma dor msculo-esqueltica, 44

    relataram que no apresentavam, e 22 relataram que

    apresentavam (Grfico 2).

    Grfico 2:Dor msculo-esqueltica nos dias atuais

    Fonte: Pesquisa de Campo do 6 perodo de Fisioterapia / 2-

    2012

    Dos 66 professores pesquisados, 22

    relataram sentir dor; quando perguntados em que

    momento sua dor mais freqente, 15 responderam

    ser depois de ministrar as aulas, 6 responderam ser

    antes de ministrar as aulas, e 1 respondeu ser durante

    as aulas (Grfico 3).

    Grfico 3: Momento de maior frequncia da dor

    Fonte: Pesquisa de Campo do 6 perodo de Fisioterapia / 2-2012

    Quando questionados sobre como

    classificariam a dor, dos 22 docentes que relataram

    sentir dor, 12 relataram ser dor moderada, 7

    relataram ser dor leve e 3 relataram ser dor forte,

    sendo que nenhum relatou dor insuportvel ou pior

    dor possvel (Grfico 4).

    Grfico 4: Classificao da dor

    Fonte: Pesquisa de Campo do 6 perodo de Fisioterapia / 2-2012

    Dos 22 professores que relataram sentir dor,

    quando perguntados se achavam que sua dor estava

    relacionada a sua atividade como docente, 13

    responderam que sim, e 9 responderam que no (

    Grfico 5).

    Grfico 5:Opinio sobre a relao da dor com a atividadedocente

    Fonte: Pesquisa de Campo do 6 perodo de Fisioterapia / 2-2012

    0

    50

    100 Sim

    No

    0

    5

    10

    15

    20

    6

    1

    15 Antes de ministrar as aulas

    Durante minist ra as aulas

    Depois de ministrar as aulas

    0

    5

    10

    15

    7

    12

    3

    Dor leve

    Dor moderada

    Dor forte

    Dor insuportvel

    Pior dor possvel

    0

    5

    10

    15 13

    9 Sim

    No

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    26/103

    Artigo OriginalDISCUSSO

    Entre os professores, bastante comum a

    ocorrncia de doenas steo-musculares, as quais so

    uma das principais causas de absentesmo das

    atividades do trabalho. Os distrbios originados nosistema msculo-esqueltico podem levar ao

    aparecimento de vrios sinais como a dor e a

    incapacidade funcional, provocando repercusses

    importantes sobre a qualidade de vida das pessoas

    acometidas (FERNANDES et al., 2011).

    As doenas msculo-esquelticas so as

    causas mais frequentes de dor e podem ocasionar

    incapacidade ou limitao das atividades cotidianas(RIBEIRO; TNIA, 2011).

    Todos os indivduos, exceto os com

    insensibilidade congnita, j experimentaram a dor

    em alguma fase da vida. Entretanto, quando o sintoma

    persiste, transforma-se em um problema, motivo de

    diminuio da atividade laboral, licenas e

    afastamento do trabalho, alm da possibilidade de

    desenvolvimento de quadros de depresso

    (CARDOSO et al., 2009).

    Os resultados encontrados no presente estudo,

    no so condizentes com a literatura pesquisada,

    demonstrando que, apesar haver diversos fatores que

    predispem a dor e que todas as pessoas sentem dor

    em alguma fase da vida, a maioria dos entrevistados

    relatou no sentir dor antes da atividade como

    docente.

    Conforme Ribeiro et al. (2011) um estudo com

    212 professores de uma cidade do interior do Estado

    de So Paulo mostrou-se a prevalncia de 90,4% de

    queixas de sintomas steo-musculares em alguma

    parte do corpo nos ltimos doze meses que

    antecederam o estudo.

    Segundo um estudo realizado em uma

    universidade regional no Estado do Rio Grande do

    Sul, do qual participaram 37 docentes doDepartamento de Cincias da Sade, as dores

    msculo-esquelticas so frequentes em

    consequncia da ocupao (FONTANA;

    PINHEIRO, 2010).

    Os resultados encontrados no presente

    estudo, no condizem com a literatura pesquisada, a

    qual revela que a maioria dos docentes apresenta

    dor nos dias atuais.Associando os aspectos psico-sociais do

    trabalho e a dor msculo-esqueltica, h estudos em

    vrias categorias profissionais, inclusive a docente.

    A sobrecarga de trabalho, juntamente com os

    aspectos psico-sociais desfavorveis do trabalho,

    pode culminar no desenvolvimento ou agravamento

    de quadros lgicos (CARDOSO et al., 2011).

    Dentre os fatores de risco ocupacionais queresultam em problemas msculo-esquelticos em

    professores, destacam-se: tempo de trabalho como

    professor maior que quinze anos, e lecionar em mais

    de uma escola; elevada carga horria semanal;

    pouco ou nenhum tempo de repouso entre as aulas;

    falta de local especfico para descanso na escola, m

    remunerao; volume excessivo de trabalho;

    nmero elevado de alunos em sala de aula;

    p o s i c i o na m en t o c o r p o r a l i na de q ua d o ;

    desvalorizao profissional; insatisfao com o

    emprego; posturas fatigantes por tempo elevado;

    volume elevado de trabalho; muito esforo fsico;

    mobilirio imprprio; ausncia de equipamentos;

    distncia entre a casa e a escola; conflitos com os

    alunos (RIBEIRO; TNIA, 2011).

    Os resultados encontrados no presente

    estudo, condizem com a literatura pesquisada, pois

    houve a prevalncia de relato de dor aps ministrar a

    aula, sendo que a carga horria excessiva, associada

    postura inadequada, um dos fatores de risco para

    desencadear a dor.

    Diversas estratgias para avaliar a dor podem

    ser empregadas, sendo que cada forma de avaliao

    apresenta informaes qualitativas e quantitativas

    referentes a dor. Por ser uma experincia subjetiva, ador no pode ser mensurada por instrumentos

    fsicos que, usualmente, mensuram o peso corporal,

    26Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    27/10327

    Artigo Original

    a temperatura, a altura, a presso sangunea e o pulso,

    no havendo um instrumento padro que permita

    mensurar essa experincia to complexa e individual.

    Contudo, esto disponveis algumas escalas que

    podem avali-la, complementando o processo de

    anlise semiolgica relativo a essa experincia(BOTTEGA; FONTANA, 2010).

    Na Escala Verbal, o paciente quantifica a

    experincia dolorosa por meio de frases que

    representam diferentes intensidades subjetivas de

    dor, como nenhuma dor, dor leve, dor moderada, dor

    forte, dor insuportvel e a pior dor possvel.

    Entretanto, algumas pessoas possuem dificuldade em

    utiliz-las, por ausncia de habilidade cognitiva ouintrospeco para entender as palavras. O indivduo

    deve interpretar e expressar sua dor verbalmente. A

    variao dessa escala, em forma de termmetro,

    mais usada para indivduos com alteraes

    moderadas e severas ou para indivduos que tenham

    dificuldade de abstrao e de comunicao verbal

    (ANDRADE et al., 2006).

    Resultados encontrados no presente estudo,

    condizem com a literatura pesquisada, pois h

    diversas maneiras de avaliar a dor, que uma

    experincia subjetiva, sendo interpretada e

    expressada de forma individual.

    As leses msculo-esquelticas e/ou

    articulares vm atraindo a ateno de pesquisadores,

    por causa do aumento gradativo de profissionais das

    mais diferentes reas; dentre elas, encontram-se os

    professores que possuem comprometimentos

    posturais, muitas vezes originando dores nos

    membros superiores e inferiores, destacando-se dores

    nos ombros, cervical, coluna vertebral. Essas dores

    podem ser resultado da atividade feita na jornada de

    trabalho (LIMA; FILHO, 2009).

    Os sintomas steo-musculares nos docentes

    tm uma importante repercusso na rea de sade

    pblica, devido ao aumento do adoecimento eafastamento de profissionais, causando um conjunto

    de mal-estares, em muitos casos desestabilizando a

    economia psico-somtica e gerando diversas

    doenas, que influenciam fortemente na qualidade

    de vida desses profissionais (SILVA et al., 2011).

    As disfunes musculoesquelticas como

    dor nas costas, dor nas pernas, dor nos braos podem

    ser associadas ao fato de os professorespermanecerem por longos perodos em p (escrever

    em quadro de giz), carregar material didtico para as

    salas de aulas, serem responsveis pela instalao de

    recursos udio-visuais, deslocamento constante de

    um prdio para outro, e mesas e cadeiras imprprias

    (LIMA; FILHO, 2009).

    Os resultados encontrados no presente

    estudo, condizem com a literatura pesquisada, pois aprofisso de docente propcia a desencadear dores.

    CONSIDERAES FINAIS

    A maioria dos professores no apresentava

    dor msculo-esqueltica antes de sua ocupao

    como docente, e, hoje, mesmo atuando como

    professor, a maior parte dos entrevistados tambm

    no apresenta esse tipo de dor. Os entrevistados que

    relatam sentir dor, apontam que ela mais frequente

    aps ministrar as aulas e a maioria classifica-a como

    moderada e acreditam que ela no est somente

    relacionada sua ocupao como docente.

    importante ressaltar que o local onde foi

    realizada a pesquisa oferece aos professores exames

    peridicos. As instalaes possuem estruturas

    diferenciadas dos padres quando comparadas com

    outras instituies, todas as salas possuem ar

    condicionado e data show, sendo que a maioria das

    salas possui quadro branco (no fazendo mais uso

    do giz), justificando, assim, o fato de os resultados

    encontrados no serem condizentes com a maioria

    das literaturas.

    REFERNCIAS

    ANDRADE, F.A., PEREIRA, L.V., SOUSA,

    Revista Multidisciplinar das Faculdades Integradas Pitgoras de Montes Claros, ano 13, n. 22, 2 semestre de 2015

  • 7/26/2019 ARTIGOS CIENTIFICOS FIPMOC

    28/10328

    Artigo OriginalF.A.E.F. Mensurao da dor no idoso: uma reviso.Rev. Latino-am Enfermagem, v.14, n.2, p.271-276,2006.

    BOTTEGA, F.H., FONTANA R.T. A dor comoquinto sinal vital: utilizao da escala de avaliao