ARTISTAS COMPONENTES DA ALOYSIO DE ALENCAR P. ·O R Q U...

4
ARTISTAS COMPONENTES DA ·O R Q U ESlRA · VIOLINOS Anselmo Zlatopolsky (spala) Gian Carlo Pareschí Celio Nogueira Marcelo Pompeu Filho Edmundo M. Bisaggio Cynira R. Millions Octávio Miranda Ilha Fiordaliza Guimarães l' ernando T . Cunha Iracema Cintra Ahrahão ·Chimantvitch Branca C. Cunha Homero Gehnini · Salomão Rabinovitz N órberto Zuckermann Eni ld e J otta Jeremias \Vaschitz· Waldemar Spilman Jorge Faini Roberto Domenech Robert Arnauc.l Jury Michelew Alvaro Vetere ·Caetano Bocchetti Ernani Bordinhão Svetoslaw I. Mitikoff Maria Elena Faini Rosina Bessa Júlio Drebtchinsky Dora F. Rabinovitz VIOLAS Stefano Passaggio Carmen Boisson Lucano Germano Guido Cantelli Fricis E. Bertulis Felix Cyncynates · Renault P. de Araújo Luiz Eduardo Salles VIOLONCELOS Gecrg,es .Bekefi Mário _ Tavares Italo RizC?i ' N1colau Hohloff !talo· Babini Erio Vincenzi Luiz F. de Oliveira Ana Bezerra de Mello Devos CONTRABAIXOS Antooio Le0pHdi SjNfONICft J\laestro Eleazar de Carvalho Ago stino Paglia David Dias de Paiva Anrelio R. dos Santos Geraldo Gomes Dalmo Bonturi Luciano P . Perrotta Henrique Martins HARPA Gi ani Fumagalli FLAUTAS Moacyr Liserra Maria do Carmo Cunha Sebastião Tosto FLAUTIM Ademar de Souza Lanes óBOES Hans Bniitinger Joaquim B. Wanderley CORNE Augusto Keller CLARINETES J ayoleno dos Santos .To sino José Corrêa José Alexandre de Carv3lho BRASILEIRA CLARO NE José Rosa Ribeiro FA GOTES Noel Devos Ad am Firnekae s Paulo da Costa CON TR A- FAGOT E Sebastião S. de Almeid a TROMPA S Benzaquem Max Jurth Jairo S::: vino Cattani TROl'dPETES Nelson Rangel da Silva Hercules Galastri Gumercindo Melo TROMBONES Francisco Nogueira Reis Paulo José de Oliveira Miguel Alves de Azevedo TUBA Aprigio L. de Carvalho TíMPANOS Harry Miller PIANO E CELEST A Werther Politano PERCUSSÃO Francisco Gomes de Castro Ângelo Rodrigues da Silva ARQUIVISTA Fritz Gottwald INSPETOR Gumercindo Melo CHEFE DO SERVIÇO DE TRANSPORTES Arlindo Castelo Branco ALOYSIO DE ALENCAR P. TEATRO 1\'lUNICIPAL ORQUEST-RA SINFÔNICA BRASILEIRA Pr eside n te: Dr. EUV LOD I D!Hl TOH I. RTISTICO E REGENTE TI T ULAn Maestro E LE AZA R DE CAR VALHO / 1954 XI V Te mpor ada NOITE DE GALA FRANCESA

Transcript of ARTISTAS COMPONENTES DA ALOYSIO DE ALENCAR P. ·O R Q U...

Page 1: ARTISTAS COMPONENTES DA ALOYSIO DE ALENCAR P. ·O R Q U ...institutopianobrasileiro.com.br/app/webroot/files/uploads/ckfinder... · TEATRO 1\'lUNICIPAL ORQUEST-RA SINFÔNICA BRASILEIRA

ARTISTAS COMPONENTES DA

·O R Q U ESlRA · VIOLINOS

Anselmo Zlatopolsky (spala) Gian Carlo Pareschí Celio Nogueira Marcelo Pompeu Filho Edmundo M. Bisaggio Cynira R. Millions Octávio Miranda Ilha Fiordaliza Guimarães l'ernando T . Cunha Iracema Cintra Ahrahão ·Chimantvitch Branca C. Cunha Homero Gehnini

· Salomão Rabinovitz N órberto Zuckermann Enilde J otta Jeremias \Vaschitz · Waldemar Spilman Jorge Faini Roberto Domenech Robert Arnauc.l Jury Michelew Alvaro Vetere

·Caetano Bocchetti Ernani Bordinhão Svetoslaw I. Mitikoff Maria Elena Faini Rosina Bessa Júlio Drebtchinsky Dora F . Rabinovitz

VIOLAS

Stefano Passaggio Carmen Boisson Lucano Germano Guido Cantelli Fricis E. Bertulis Felix Cyncynates · Renault P. de Araújo Luiz Eduardo Salles

VIOLONCELOS

Gecrg,es .Bekefi Mário _Tavares Italo RizC?i ' N1colau Hohloff !talo· Babini Erio Vincenzi Luiz F. de Oliveira Ana Bezerra de Mello Devos

CONTRABAIXOS

Antooio Le0pHdi

SjNfONICft

J\laestro Eleazar de Carvalho

Agostino Paglia David Dias de Paiva Anrelio R. dos Santos Geraldo Gomes Dalmo Bonturi Luciano P . Perrotta H enrique Martins

HARPA

Giani Fumagalli

FLAUTAS

Moacyr Liserra Maria do Carmo Cunha Sebastião Tosto

FLAUTIM

Ademar de Souza Lanes

óBOES

Hans Bniitinger Joaquim B. Wanderley

CORNE INGL~S

Augusto Keller

CLARINETES

J ayoleno dos Santos .To sino José Corrêa José Alexandre de Carv3lho

BRASILEIRA CLARONE

José Rosa Ribeiro FAGOTES

Noel Devos Adam Firnekaes Paulo da Costa Br~ga

CONTRA-FAGOTE

Sebast ião S. de Almeida

TROMPAS

~Iarcos Benzaquem Max Jurth Jairo Ribe~ro S::: vino Cattani

TROl'dPETES

Nelson Rangel da Silva Hercules Galastri Gumercindo Melo

TROMBONES

Francisco Nogueira Reis Paulo José de Oliveira Miguel Alves de Azevedo

TUBA

Aprigio L. de Carvalho

TíMPANOS

Harry Miller

PIANO E CELEST A

Werther Politano

PERCUSSÃO

Francisco Gomes de Castro Ângelo Rodrigues da Silva

ARQUIVISTA

Fritz Gottwald

INSPETOR Gumercindo Melo

CHEFE DO SERVIÇO DE TRANSPORTES

Arlindo Castelo Branco

ALOYSIO DE ALENCAR P.

TEATRO 1\'lUNICIPAL

ORQUEST-RA SINFÔNICA

BRASILEIRA

Preside nte: Dr. EUV A~..DO LOD I D!Hl TOH I.RTISTICO E REGENTE TIT ULAn

Maestro ELEAZA R DE CAR VALHO

/

1954 XIV Temporada

NOITE DE GALA

FRANCESA

Page 2: ARTISTAS COMPONENTES DA ALOYSIO DE ALENCAR P. ·O R Q U ...institutopianobrasileiro.com.br/app/webroot/files/uploads/ckfinder... · TEATRO 1\'lUNICIPAL ORQUEST-RA SINFÔNICA BRASILEIRA

ORQUESTRA SINfONICA BRASILEIRA

1954 DÉCIMA QUARTA TEMPORADA 1954

CONSELHO DIRETOR:

DP.Remb. Dr. Eduardo Espinola Filho, presidente Luiz Mac Dowell da Costa Dr. Arnaldo Guinle

Desemb. Dr. Leopoldo Duque Estrada Gen. Antônio Coelho dos Reis Sr. Luiz Se,·eriano Ribeiro Dr. Paulo Portugal Dr. Mário Pollo

Prof_ Pedro da Cunha Dr. José G. Bandeira Dr. Alberto Guimarães Dr. Aldo Sant' Ana de Moura

SUPLENTES:

Dr. Ivo Magalhães Dr. Oswaldo Riso Dr. Luiz Ferreira Guimarães

COMISSÃO FISCAL:

úr. José Maia de Carvalho Orlanuo Guimarãe::-Oswaldo Pinto de Queiroz

DIRETORIA:

Dr. Euvaldo Locli, presidente D1·. Má1ic Pollo, vice-presidente

Maestr-o Eleazar ele Cet1"1'alho, clir-etor- artístico Dr. José Rego Costa, 1.0 secretário

Fe1·nanclo Robles, 2. 0 sec1·etário Fritz da Cânwra Luchsinger, 1.0 t esou1·eiro

Carlos da Costa Guinuwães, 2 .0 tesom·ei?·o

Redator Musical: Dr. Guilherme de Figueiredo

End.: Av. Rio Branco, 137, 8.0 and., salas 803-5- Fones 22-5942 e 22-4592 8G

Marguerite Long, ladeada pelo maestro Eleazar de Carvalho e professôra Magdalena Tagliaferro

87

Page 3: ARTISTAS COMPONENTES DA ALOYSIO DE ALENCAR P. ·O R Q U ...institutopianobrasileiro.com.br/app/webroot/files/uploads/ckfinder... · TEATRO 1\'lUNICIPAL ORQUEST-RA SINFÔNICA BRASILEIRA

MARGUERITE LONG Marguer·ite Long é mest1oc~ do piano, professôra de uma classe pre­

par·a.tória do Conservatór·io Nacional de Música ele Paris, e, já há longos anos, catedr·ático de uma classe superior de TJiano nessa instituição, em que leciona desde o início de~ 1.noimeira guer·nt mundial. O que há de e:); tr·aordinário nessa gr·ancle pianista é a sua cornpetência corno mestra do instrumento e sua notável capu.C'idacle de tra.balho, conseguindo realizar urna intensa tar·efa há tanto tempo, sem. interrupção, ]Jr·eparando os m.ais destacados pianistas ele duas gerações, que atuam com sucesso em. todo o m.undo.

Mcidolena TagliciferTo, falando o respeüo de Marguerite Long, declar·a:-

- Nesse fecundo período do seu rnagisté-1-io, Mar·guerite Long for­mou inúm.er·os ]Jianistas j?·anceses e estr·o.ngáros, e não m.e par·ece exa­gerado afi?·m.ar que Ci grande maioria dos pianistas dêste m.eio século se formaram. na escola dessa ilustr·e mestra. Bastaria citar, entre os seus m.ais conhecidos discipulos, na França, os pr·ofessôres do Conser·vatório de Paris, o sr. Jean Deyen e Ci sr·ci. Lurette Desccwes, os jovens virtuoses Sanson Fr·ançois, Marie Terése Four·neau, Pierre Ba·rbizet, Philippe En­trem.ont e tantos outros que já atuaram. no Brasil, merecendo m.enção es­fJecial entr·e os seus ex-alunos, o nosso eminente pianista e r·egente maestro João de Souza Lima.

E continuou Madc~lena Tagliaferro: - O que, a m.eu ver·, imprime car·áter· particular·m.ente m.ar·cante

ci personalidade da m.inha gr·ande am.igo. e colegci, é o convívio que teve corn os rnais famosos compositores mode1'nos fr·anceses, dos quais foi a inesquecível interprete, assinalando-se entre suas rnais célebres interpre­tações, as elo Concêrto em. Sol maior, pam piano e orquest·ra, de Ravel, que lhe foi dedicado, e que Marmwrite Long d·ifundiu glor·iosarnente, in­clusive diversas vêzes sob Ci regência do pr·óprio autor.

Afastada do Conse-rvatório há rnais de doze anos,- é ainda Taglia­ferro quern fala - pôde Mar·guer·ite Long se dedicar· rnais intensamente a. sua escola particular em Paris, nci qual vários elementos brasileiros de 'ValoT têrn ingressado nestes últimos anos. Foi tarnbém naquela época que, juntamente com o famoso violinista, ele saudosa memôTÜt., Jacques Thibaucl, fundou-se o Concu.rso lnter·nacional Maguerite Long- Jacques Thibaud, que constitui atualmente urn dos certarnens rncâs respeitados no mundo inteiro, realizando-se as 1Jrovas em Paris, ele dois ern dois anos, sendo cunfer·idos naqueles concursos valiosíssi?rws prêm.ios, por urn júri consti­tuído de per·sonalidades r·epresentativas do rnundo da rnúsica de todos os países, Júri do q~~al tenho a honra de participar regular-rnente desde 1949, ao lado de Jacques Iber·t, Arthur· Rubinstein, Hnlffter, Firkunsny e tantos antros intérpretes da rnúsica.

Aí está urn retr·ato de Maryuerite Long, rnuito rnais interessante do que as corr·iqueiras biografias. O seu norne é ~~m.a bandeir·a posta a serviço, ao born serviço, dá rnúsica. Desde há 20 anos, quando aqui ela estêve, dando cursos especiais de interpretação p·i~~'Y'.-isNca, que o nosso público se acostumou a admir·á-la e a prestar-lhe, sernpr-e, as rnais significativas ho­rnenagens, como hoje faz rnais urna vez, aplaudindo-a justamente. 88

O R Q U E !S T R A S I N F Ô H I C A B R AS I L E I R Á ---Presidente: DR. EUV ALDO LODI

DIRETOR ARTíSTICO E REGENTE TITULAR

Maes~ro ELEAZAR DE CARVALHO

--------------------------------------------------------1954 DÉCIMA QUARTA TEMPORADA 1954

--------------------------------------------------------------

Quarta-ftrira, dia 18 de agôsto de 1954, às 21 horas

H. BERLIOZ

RAVEL

RAVEL

DEBUSSY

CONCÊRTO EXTRAORDINÁRIO

Noite de Gala Francêsa TEATRO MUNICIPAL.

Regente: ELEAZAR DE CARVALHO

PROGRAMA

1.a PARTE

Carnaval Romano ( Ouverture)

Concêrto para Piano e Orquestra, em sol maior

a) Allegremente bl Adagio assai c) Presto

2.a PARTE

Pavane pour une infante défunte

La Mer a) De l'aube à midi sur la mer b) Jeux de vagues c) Dialogue du vent et de la mer

Solista: MARGUERITE LONG

(Uma vez iniciado o concêrto não se permitirá a entrada senão nos· intervalos)

89

Page 4: ARTISTAS COMPONENTES DA ALOYSIO DE ALENCAR P. ·O R Q U ...institutopianobrasileiro.com.br/app/webroot/files/uploads/ckfinder... · TEATRO 1\'lUNICIPAL ORQUEST-RA SINFÔNICA BRASILEIRA

NOTAS SÔBRE O PRO<iRAMA BERLIOZ, "CARNAVAL ROMANO"

Ouverture

Bcrlioz tinh~ acabado ele sair, ou melhor, emer g- ir, dél s mil compli caç~,es que foram a criação elo seu "Heqniem", quando se decidiu a enfrentar a compo"-ição de sua primeira ópera, '~ Benevenuto Cel lini'', dada em Paris no ano ele 1838 , e cledi­cada a E rncst L egou\'é, qne lhe emprestara 2.000 f rancos pa ra tornar possiYel a montagem. O pri­lneiro cscandalo foi mesn1o por ocasião dos a nún­cios da ópera, que tnostravam o "moderno'' Berlioz, inimigo dos italianos, explorando o ;;bel canto" e os temas da Italia. As camarrilhas, os poderosos, Rnss in !, ' 'os judeos" eram contra o compo~ itor e sua idl·ia de fazer construir um teatro de ópera. Hector Berlioz volta -~e novamente para o manus­crito interrompido, tenuina-o, luta para que toquem a sua mustca. A 11abertura", no dia da estréia, é ac lamada - e ~inda hoj e é uma elas belas obras da música orquestral fran cesa, no dizer de Guy de Pourtales; e daí por diante, "Beneven uto" foi meio :tplaudicln, tneio Yaiada, e seu rnalogro inicia l ~e de\'e talvez ao libreto de \Vaill y e Barbier, qne a li f izeratn realistno romantico en1 demasia. A partitura da ópera sàn1ente vinte anos Uepois seri a pnhlicada : Berlioz, decepcionado, retirou o seu t rabalho da Ópera <je Paris . Mas a ópera ele Her lioz, vitimada pelo mesmo desastre que ful ­minaria '· Tannhauser" Yinte c três a nos depois na mesma sa la de: espetáculos, se não tem a con­te-xtura sólida - ela pê~a "·agneriana , tem os altos c baixo~ que a salvam e a condenan1. E entre os que a :-:a lva m está a primei ra abertura, baseada nos tt:mas principais da parte cantada, a música do ~arna\'a l ele Roma. o discurso do Card ial. a arieta de Harlcquin, e novamente tudo repetido- e final­llH:nt t: a segunda abertura , conhecida como "Car­Jl~~v;d Romano" n.0 9, também com os temas da ópera. e gera lmente usada como 1núsica de en­l rea to. Berlioz cleclieou esta segunda abertura , em nosso~ dias tnai s ouvida como música de concêrto, ao l'rincipe de Hohenzollern-Hechingen. A sua pr imeira c::xecusão realizou-se e1n Pads, seis anos depois do fracnsso de ''Benevenuto", e sob a re­gência elo autor.

RA VEL, Concêrto em Sol para Piano e Orquestra

N uma entrevista concedida em 1931 , época em que con1pôs os seus fatnosos "Concêrtos", o em Ré Ma ior, para mão esquerda apenas e o em Sol Maior, para duas mãos, Maurice Ravel expôs o que entendia ser ésse gênero de música, falando

90

llêste último: "E' um concêrto no 1nais verdadei ro ~entido dn pa\a\-ra, escrito muito dentro do mesmo ~spi rito elos de Moz~rt e Saint-Saens. A mú sica dt' concêrto, em minha opinião deve ser a rdoro~a

e brilhante , e não dirigida ao objetivo de alcan \<H ~1 vro fu nd iclade ou os efeitos dramáticos. Muitos ~onc~nus llú:-::~ico s for.J.m compostos menos ((parrt" o via!~U d e~ que ((contra" o piano. Pensei em e;n itnlar o meu (ID iverti ssement" , mas o título " Conc•' rto" é bastante específ ico".

O "Concérto etn Sol", executado etn janeiro ele 193?.. em P a ri s. devia ter como sol ista o pró­prio Ravel, que p:-t~sou a tarefa a pianista i\[ar­gu'2 ri te Lo!lg, a quem está êle dedicado. O próprio R a' e!, com .:V[arguerite Lonq numa utournée ' ' em t 93.2. ;ntrodu ziu -o en1 vfu· ias salas ele música eu­ropt· ia~ . En1 outras, coube esta glória ao 1naestro J:i"reitas Brnnco e ~na cspôsa, tendo o ilustre maes­tro portuguê.-;, como grande atnigo de Ravel, re­gido a ~eu convite ,·ár ias de suas obras em Paris e tm outras c~ pitai s do Ve lho Mundo. O "Con­cêrto" está ligado :t uma a\ãO 1novida pelo autor ~..:ontra uma companhia cinematogrúfica francesa que de ve ria introduzi- lo no f ilme 11 Don Quixote" , em que tomaria parte o baixo Chaliapin.

~~s<..: concêrto, o único deixado por ~!faurice

H.a,~e J para piano a duas mãos, é, nas suas pri­~neira e te1·ce ira partes, nma brilhante fantasia so­nora , um fo go de artifício no qual os t imbres do piano . , ·o \un tariamente martelados con1o nas tocatas do ,-écu lo XVlfT, mi sturam-se ;\ s sonoridades da orquE'stra, com uma :tbcricbdc, uma ' \· er ve" a que n5.o faltn a malícia, nem mesmo a farça -poder-se-i :t d:zer mesmo a blague, segundo observa J e;"tn Chantavoine. _'\ segunda parte ao contr6 ri o é uma c;1ntilcna calma e poét ica, ele s implicidade ,·oluntari:mwnte des pida ele artifícios , iniciada pelo pi<lllO c logn tomada pela orq uestra, fi cando o in s­tnm:ento !-iO Ji ..,ta a dc~cn\·ol\'ê -la.

III - RAVEL - Pavane pour une Infante défunte

E sc rita para piano em 1899, esta delicada jóia musical foi orquestrada em 1910, pelo pró­prio autor.

A lguns estudiosos da obra ele Ravel acham que não se trata propriamente ele um trecho des­tinado a se r vir etn uma cerimônia funebre, tnas de uma' dança nobre e dolorosa, dedicada à n1etnória de alguma criança querida.

Outros, porém, conside ratn-na cotuo uma itn­preosão, poss ivelmente elo célebre retrato ele uma ad.oles~ente, de Velasqllcz, existente no n1~1 seu do Louvre .

CLAUDE DE8USSY - O MAR

f.ste belo poema sinfônico foi estreado nos Concêrtos Lamoreux, em Paris, aos 15 de outubro de 19!15 , sol> a direção de Camille Chevi llarü. Como o nom e indica foi inspi rado pela v isão es­plêndida do mar - que sempre exerceu poderoso c:t rati \'o sôbre o esp írito do genial músico francês .

.'\ obra es tá cliYidida em três quadros; 1° -· DA ALTROR A AO MEIO-DIA Sô­

H R S O :vr. \R - O ocea.no, espêlho de miríades df' ah·oradas, permanece en1 tnisteriosa qui etude. nr'l i., um di a nasce. IIá n1unuúrios dos instru­nlctlto~ de cordas e elos tambores, enquanto notas ascendentes da ha rpa sugeren1 un1 nevoeiro que ~e espal ha sôbre a superficie do mar, tOinando conta de têda a orq uestra . Um singular t·elâmpago elo na;o;cer do so l tenta romper a bruma, e ven1 refle­t ir -se sôbre as ondas. Sussurros das trotnpas e do carne in gh~s contra a-; cordas descendentes sugeretn a linha do hori m nte como que se materializanclo ~tr~1\·és do nevoeiro, enquanto as últimas brumas da madrugada viio se dissipando.

A medida que rt manhã avança a mús ica ~e

n1od ifica em côr e transparência, cmuo o pt-óprio tnar. Já não é possi vel separar de sua estrutura tOdas a;-; hdezas de que se compõe e que o olha r Yai rclmscar en1 sua :-:elvagem e longingua expan­são e, en1 particular, em cada vaga que se forn~a. 1\a m;t s ica permanece a sugestão mágica elo m::u·, con1 seus inegualaYeis azuis Yerdes, resplendendo rdlexos dourados. Há reminiscências el e seus Yagos mnnnú-.·ios c de sua pofente força.

2." - JOGO DAS VAGAS - O sarcástico, tempestuoso, plácido e traiçoeiro oceano é nêsse quadro representado de outra forma. Na orquestra as vozes coliàem, juntam-se, atrope lant-se, enre­dam-se como as próprias Yagas . São as .débeis ondas que nwrulhatn; é o H mar de tnadría", ou de 11Carne iracb", cujas brancas espumas clourant-se pelos raios elo sol : são os grandes rõlos que se Yên1 form3.ndo de lQJ:tge, ameaçadores, e se eles­f ~zem em baques surdos c pesados -; são as itn­pel·Josas \·agas que cobrem os arrecifes e ~e ,arre­bentam em borbotões ferv ilhante~; Ventos erran­tes arrebatam as branca ~ e agitadas cristas, arre­messando a s gotinhas numa chuva de borrifôs.

I-Iá pequenos solos elo co rne inglês e elas trom-1""'· clepois do oboe e do ,·iolino .. A música, leva­<la j1elo seu próprio j ôgo de atividade, vai nun1 cresc-endo até atingir as cuhninâncias de esplendor. Depois . tudo se apaga, subsistindo, apenas, uma g t-anrle quietude.

3°- DIALO GO DO VENTO E DO M !\R - :\gora , o oceano é açoitado pelos ventos ::;c h ·:1g-e:1 s . O m.1r va i se torna ndo mai::; e mais re­Yolto . J\s vagas và'J ~c elc\·ando, cavando abisn1os profu11tlos. rugindo. terriYc is de se ve r, tentando rcsi:-;ti r ao d~svarío dos ventos.

Através do nwvimento os instrumentos de ~ôpro são jogados uns contra os outros, de mil forma~ diferentes. Algumas passagens . brandas, outras coléncas v5.o se su~edenclo até que resta , apenas, a luta desencadeada, terrível e frenética entre o ,·ento e o mar.

';

':,

PATRONESSES DO DEPARTAMENTO DE MúSICA DE CÂMERA:

Ex1na. Sra. Embaixador ela Iugos lávia, Presidente ; Exma. Sra. Deputado Oswaldo O rico; Exma.

Sra. Viúva Gilberto ele Toledo; Sra. Dr. J\Iário ele Lucena; Sra. Dr. Oswaldo Riso; Sra. Fritz '

\'ilLe rg; S ra. D)'la Josetti; Sra. Helena Lorenzo F ernandez·; Sra. Fritz Câmara Luchsinger; Sra.

Zins Bogu~n; Sra. Dick Brenner; Sra. Dr. Genésio Pitanga; Sra . Edyr ele Fabris; Sra, Dr. Celso

Kclly; S ra. Deputado Em•aldo Lodi; Sra. Amél ia \\ihitacke r de O. Gondin; Srta. J\Iarita Pinhei!·o

Machado; Sra. Eurico l\'ogueira França; Sra. Souza e Silva; Sra. A ldo Moura; Sra. Mitchd'l

Sm ith ; Sra. Alfredo Thomé; Barone~a de Saavedra; Exma. Sra. Eutbaixador ·Ja Grécia ..

Exma. Sra. Cranston J ones.

91