Auditoria de Fraudes

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Curso de Auditoria de Fraudes

Curso de Auditoria de FraudesProf. Antonio Castanheiro – Mai/2012

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Curso de Auditoria de Fraudes

Informações do Curso

Carga Horária: 12 horas

Dias: 07 à 10/05/2011 (Seg à Qui)

Horário: 18h45 / 21h25

Local: CRC-RJ (Rua 1º de Março, 33 – 3º Andar)

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Programa

Introdução, conceitos e fundamentos

Tipos mais comuns de fraudes

Métodos investigativos

Atuação pós-fraude

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Programa

Introdução, conceitos e fundamentos

Tipos mais comuns de fraudes

Métodos investigativos

Atuação pós-fraude

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Introdução, conceitos e fundamentosIntrodução

Antes de se fazer uma imersão no submundo da fraude, torna-se necessário familiarizar-se com alguns conceitos, dentre eles o de auditoria e o de fraude, devendo-se iniciar primeiro pelos conceitos relacionados à auditoria, com suas respectivas aplicações.

A auditoria, como a conhecemos nos dias atuais, nasceu no Reino Unido no século passado, após inúmeros processos de falência de empreendimentos que captavam dinheiro do povo, para aplicação em negócios altamente especulativos e, na maior parte das vezes, pouco sérios.

O volume de dinheiro em giro era muito grande como decorrência do progresso trazido pela Revolução Industrial e isto fez com que os contadores da época sentissem a necessidade de se organizarem para a prestação de serviços capaz de suprir aquele mercado profissional emergente, uma vez que eles entendiam ser possível desenvolver uma atuação de apoio e proteção aos investidores, através do exame das demonstrações financeiras e outros processo técnicos.

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Introdução

Embora tenha sido uma invenção, por assim dizer, inglesa, a auditoria recebeu grande impulso nos Estados Unidos, de onde são emanados os procedimentos técnicos adotados por contadores de quase todos os países do chamado mundo capitalista, inclusive o Brasil.

Nos Estados Unidos, a auditoria foi introduzida por contadores ingleses enviados para auditarem as firmas norte-americanas pertencentes a capitais britânicos. A primeira firma de auditoria a se estabelecer na América o fez em 1893.

Até 1946, a atividade de auditoria no Brasil praticamente não existia, exceto em empresas estrangeiras, como uma continuidade dos hábitos adotados por suas matrizes. Se recorria aos contadores de maior gabarito quando se desejava apurar alguma fraude, esclarecer suspeita de desfalque ou falência.

No Brasil, somente a partir dos anos setenta é que a auditoria tomou maior impulso, motivando a comunidade contábil após a promulgação de uma série de dispositivos legais sobre o assunto.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Introdução

Nos dias de hoje, a sociedade é dominada por grandes organizações que têm significativo impacto em quase todos os aspectos da vida moderna. Por causa de sua grande influência, essas organizações devem manter informadas as partes externas interessadas a respeito de suas ações.

Introdução, conceitos e fundamentos

Conceitos / Tipologia da Auditoria

Diversas são as classificações e os tipos de auditoria, que podem ser encontradas conforme o autor ou a organização, sendo clássica, porém, a classificação entre auditoria externa e auditoria interna.

A auditoria externa é executada por pessoas ou organizações alheias às instituições e empresas, como é o caso das empresas de auditoria independente (esfera privada) ou pelos Tribunais de Contas da União, do Estado ou do Município (esfera pública).

A auditoria interna normalmente é realizada por empregados da própria empresa ou terceirizada (privado) e pelos órgãos de controle interno (pública).

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Introdução, conceitos e fundamentosConceitos / Tipologia da Auditoria

Outros tipos de auditoria também podem utilizar a metodologia e prática nos mais diversos campos, como:

- Auditoria operacional;

- Auditoria de gestão;

- Auditoria financeira;

- Auditoria de TI;

- Auditoria de tributos;

- Auditoria ambiental;

- Auditoria médica;

- Auditoria de obras;

- Auditoria de fraudes;

- Etc.

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Conceito de Fraude:

A palavra fraude tem origem do latim fraus, fraudis (engano, má-fé, logro),a fraude é normalmente compreendida como o engano malicioso, oprocedimento astucioso, intentado de má-fé, destinado a encobrir averdade ou a contornar um dever.

Introdução, conceitos e fundamentos

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

“qualquer ato ardiloso, enganoso, de má-fé, com o intuito de lesar ou ludibriar outrem, ou de não cumprir determinado dever.”

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Tipificando a Fraude:

“Art. 171: Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena — reclusão, de um a 5 cinco anos, e multa”.

Para a configuração do crime de estelionato, é necessária a existência CONJUNTA de quatro elementos objetivos que formam o tipo penal:

(a) o emprego de meio fraudulento pelo agente(b) o prejuízo alheio(c) o induzimento ou a manutenção em erro(d) a obtenção de vantagem ilícita.

Assim, o meio fraudulento traduz-se em atitude ou comportamento que provoque ou mantenha outrem em erro e do qual advirão a vantagem ilícita e o dano patrimonial.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Fundamentos de Auditoria de Fraudes:

Podemos dividir a Auditoria de Fraudes em 3 tipos principais:

- Auditoria Reativa;

- Auditoria Preventiva;

- Auditoria Investigativa ou de Inteligência.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Auditoria Reativa:

Refere-se à modalidade de auditoria de fraudes baseada, principalmente, na apuração de denúncias que apontem indícios ou fatos efetivamente comprovados. Tem o efeito de propiciar:

- Análise das circunstâncias da fraude;

- A identificação do modus operandi;

- O levantamento acerca da abrangência da fraude;

- A identificação dos responsáveis pela fraude;

- O cálculo do montante desviado ou das perdas e prejuízos causados;

- A identificação das brechas do sistema, suas vulnerabilidades e pontos que necessita de maior controle;

- Permitir a revisão dos procedimentos e controles internos.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Auditoria Preventiva:

A auditoria preventiva, por outro lado, é um trabalho essencialmente de mapeamento de riscos. Trata-se de um trabalho voltado para os riscos de ocorrências de fraudes nas atividades, transações ou eventos de uma determinada entidade, com ênfase nas áreas de maior ocorrência de fraude.

Introdução, conceitos e fundamentos

Auditoria Investigativa:

Os trabalhos de auditoria investigativa são os mais complexos, pois são trabalhos de inteligência, onde os pontos de partida são indícios. Há uma busca inteligente que envolve a obtenção de provas para identificar os responsáveis e, ainda que preliminarmente, para se conferir a certeza de que realmente a fraude está ou estava ocorrendo. Envolve todo o trabalho de auditoria reativa mas, tendo em vista que a fraude pode estar ocorrendo ainda, deve ser realizado com o máximo de cuidado.

No âmbito público, envolve participação de outros órgãos além dos de controle, tais como a Polícia Federal, Ministério Público, Receita Federal e Órgãos Fazendários Estaduais.

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Contextualizando a fraude em Contabilidade:

Se focarmos o ano de 2002, veremos que, os norte-americanos e, como conseqüência, o resto do mundo, viram o fim da era de explosão de negócios que já começavam prósperos e com preços de ações alcançando as nuvens. Realmente era bom demais para ser verdade. As empresas que ninguém poderia deter não tiveram os rendimentos esperados.

Ao invés disso, elas estavam "esquentando os livros" para dar a impressão de lucros que não existiam.

Uma empresa é culpada por fraude contábil quando propositalmente inclui informações incorretas em suas declarações financeiras -manipulando despesas e receitas para melhorar seus rendimentos por ação.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Contextualizando a fraude em Contabilidade:

Por que falsificar os livros de contabilidade?

O gerenciamento dos ganhos através de lançamentos duvidoso (ou "esquentar os livros de contabilidade") é simplesmente uma maneira de fazer as coisas terem uma aparência melhor do que elas realmente são para manter os acionistas felizes, atrair novos investidores, atender orçamentos, e o mais importante, ganhar bonificações.

Bonificações são vinculados a níveis específicos de receita, tornado-os extremamente tentadores para que se faça quase de tudo para atingir - ou parecer atingir - a meta.

Contudo, nem toda a falsificação de livros de contabilidade é motivada apenas pela ganância. Fazendo as receitas parecerem maiores do que realmente são, uma empresa em apuros poderia se manter à tona com dinheiro de investidores até que possa gerar um lucro real.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Contextualizando a fraude em Contabilidade:

Por que isso é perigoso?

Eis um exemplo:

Imagine que você é um garoto com uma banca de limonada e quer construir um telhado sobre ela para que seus clientes não se incomodem com o calor do sol. Você não tem dinheiro, mas seu irmão tem e não vai emprestar a não ser que ele saiba que vai ganhar algo no negócio.

Você tem certeza que cobrir a banca fará diferença porque seus clientes vão gostar de beber seus sucos na sombra fresca. Então você decide criativamente aumentar os números de suas vendas atuais e oferece ao seu irmão uma chance de investir em seu negócio.

Ele dá o dinheiro para construir o telhado em troca de 25% de seus lucros. Por uma razão qualquer, a banca coberta não aumenta a venda de limonada como você imaginava. Agora seu irmão está furioso, porque o lucro que ele pensou que faria estava baseado em números de vendas falsos.

A esse ritmo, ele levará quatro verões para recuperar o dinheiro investido, e mais ainda para realmente lucrar. .

Introdução, conceitos e fundamentos

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Contextualizando a fraude em Contabilidade:

Investidores são atraídos por ações com preços crescentes de empresas públicas, o que faz das declarações financeiras das empresas documentos extremamente importantes.

Analistas de Wall Street dependem de documentos e informações das próprias empresas para fazer recomendações.

A empresa depende do dinheiro de investidores para financiar o seu crescimento.

Os acionistas esperam que as ações subam quando as compram. Quando o preço cai, eles perdem dinheiro.

Os documentos mais importantes que uma empresa agrupa são as demonstrações financeiras. Estas incluem um balanço patrimonial, uma demonstração dos fluxos de caixa e uma demonstração dos resultados.

Estes documentos descrevem quantitativamente a saúde financeira de uma empresa e são usados por quase todas as entidades que lidam com as empresas, incluindo os executivos da empresa e os próprios gerentes.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Contextualizando a fraude em Contabilidade:

o balanço patrimonial fornece uma visão instantânea ou geral da situação financeira da empresa em um dado momento. Isso inclui ativos e passivos e informa qual é o patrimônio da empresa.

o fluxo de caixa mostra o dinheiro que está entrando bem como o dinheiro necessário para sair por um período. Ele é muito útil para planejamento de grandes compras ou para ajudar na preparação de períodos lentos dos negócios. Em termos simples, o fluxo de capital é igual à receita menos desembolso de dinheiro.

a demonstração do resultado do exercício lista receitas e despesas. Ela também lista os lucros ou perdas dos negócios por um período. É útil para planejamento e ajuda a controlar despesas operacionais.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Contextualizando a fraude em Contabilidade:

Bancos revisam as demonstrações financeiras para decidir se emprestam dinheiro a uma empresa (e qual será a taxa de juros caso decidam pelo empréstimo).

Os investidores revisam os documentos para decidir se têm confiança suficiente na empresa para investir seu suado dinheiro.

Os gerentes das empresas usam esses documentos para analisar os negócios e determinar se estão indo bem. Por tudo isso, é importante que eles sejam precisos.

Para empresas públicas, estes documentos são auditados por empresas de auditoria externa que certificam se os documentos estão compilados de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos.

No entanto, estas firmas estão ainda à mercê das informações fornecidas pela empresa. Elas também estão interessadas em manter seus maiores clientes satisfeitos e recontratando-as.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Contextualizando a fraude em Contabilidade:

As fraudes contábeis no Brasil são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Banco Central (Bacen).

A CVM, criada pela Lei 6.385, de dezembro de 1976, regulamenta e fiscaliza as bolsas de valores no Brasil como a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF), sendo responsável pela auditoria das companhias de capital aberto e pela fiscalização da emissão, registro e distribuição de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto.

Introdução, conceitos e fundamentos

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Introdução, conceitos e fundamentos

Tipos mais comuns de fraudes

Métodos investigativos

Atuação pós-fraude

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Curso de Auditoria de FraudesTipos mais Comuns de Fraudes

1) Majoração de quantitativos em boletins de medição

2) Majoração de preços em processos indenizatórios de posses e benfeitorias

3) Química contratual

4) Pagamento de serviços inexistentes / Má gestão em contratos(C.I.O. - Conivência, Incompetência e Omissão)

5) Especificações Técnicas direcionadas à vitória de um fornecedor específico

6) Pagamentos indevidos ou “ICM” (incentivo ao comprador moderno)

7) Fraude na qualidade do escopo (Ex: peças e componentes, AAUQ X CBUQetc.)

8) Vendas e cancelamentos fraudulentos

9) Contratação emergencial sem emergência (dispensa de coleta)

10) Consultores e PJ de “notório saber”

AA fraudefraude sempresempre propiciapropicia perdasperdas financeirasfinanceiras e,e, porpor conseguinte,conseguinte, afetaafeta aacontabilidadecontabilidade.. DestacamosDestacamos osos tipostipos maismais comunscomuns dede fraudesfraudes quequedesembocamdesembocam nana contabilidadecontabilidade::

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Curso de Auditoria de FraudesTipos mais Comuns de Fraudes11) Presentes inapropriados

12) Turismo contratual

13) Poligamia contratual

14)Transações cruzadas com uso de laranjas ou conhecidos de familiares

15) Negociação de multas e notificações

16) Uso de notas frias (compras fictícias, entrada e ateste de notas fiscais semfornecimento de materiais ou serviços)

17) Adulteração ou falsificação de documentos

18) Uso indevido de cartões de compra e cartões corporativos

19) Furto ou vazamento de informações privilegiadas de processosconcorrenciais

20) Lavagem de bovinos

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Curso de Auditoria de FraudesTipos mais Comuns de Fraudes

21) Sociedade oculta em empresas

22) Empresas-laranjas ou fantasmas

23) Empregados-fantasmas

24) Fraude contábil

25) Sonegação fiscal

26) Pagamentos em proveito próprio.

27) Fraude em folha de pagamento de pessoal

28) Pagamentos em duplicidade

29) Cartelização em processos concorrenciais

30) Canibalização de máquinas e equipamentos

31) Adiantamento de medições

32) Desvio de materiais

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Curso de Auditoria de FraudesTipos mais Comuns de Fraudes33) Manipulação de metas e indicadores de performance (aderência físico-

financeira de contratos de obras e serviços, taxa de disponibilidade físicade equipamentos para operação etc.)

34) Inventário em armazéns

35) Fraude no uso do fundo rotativo e caixa pequeno

36) Máquinas e equipamentos mobilizados com capacidade de carga a menordo que o pactuado em contrato, sendo pago pelo preço do equipamentomaior na linha de medição

37) Especificação técnica contendo quantitativo maior de equipamentos do queo necessário para execução dos serviços

38) Regularização de pagamentos através da contratação de empresa queexecutou os serviços (com ou sem coleta de preços)

39) Transferência “consensual” de obras e serviços contratados, quarterizaçãopara empresas inidôneas

40) Subcontratações com faturamento direto para empresas inescrupulosas

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - TycoContexto:

A Tyco International tinha operações em mais de 100 paises e figurava como:

- o maior fornecedor mundial de componentes elétricos e eletrônicos

- o maior desenhista e produtor de sistemas de telecomunicações submarinos

- o maior produtor de sistemas de proteção de incêndio

- o maior produtor de serviços de segurança eletrônicos

- o maior produtor de válvulas especiais e,

- o investidor principal em produtos médicos, plásticos, e marcas de adesivos disponíveis

Desde 1986, a Tyco já tinha realizado mais de 40 grandes aquisições, assim como muitas outras aquisições menores.

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - TycoComo a fraude aconteceu?

Uma investigação interna concluiu que existiam erros de contabilidade, porém não era um problema de fraude simétrica. O antigo diretor executivo, Dennis Koslowski, o antigo diretor financeiro, Mark Swartz, e o antigo Conselheiro Geral Mark Belnick foram acusados de darem a si mesmos lucros livres ou empréstimos com juros muito baixos (às vezes disfarçados de bônus) que nunca foram aprovados pelo conselho da Tyco ou reembolsados.

Alguns destes "empréstimos" eram parte do programa de "Empréstimo Chave de Empregados" que a empresa oferecia. Eles foram acusados de venderem suas ações da empresa sem avisar os investidores, o que é uma das regras da SEC. Koslowski, Swartz e Belnick roubaram US$ 600 milhões da Tyco International através de bonificações sem aprovação, empréstimos e extravagantes despesas da empresa.

Boatos sobre uma cortina de banheiro de US$ 6 mil, uma cesta de lixo de US$ 2 mil e uma festa de aniversário de US$ 2 milhões para a esposa de Koslowski na Itália eram apenas alguns exemplos do uso impróprio dos fundos da empresa.

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - TycoComo a fraude aconteceu?

Pelo menos 40 executivos da Tyco tomaram empréstimos, que depois foram "esquecidos" pelo programa de perdão de dívidas da Tyco, embora se diga que muitos não sabiam que o que estavam fazendo era errado.

Suborno também foi pago para aqueles que a empresa temia que "traíssem" Kozlowski. Basicamente, eles esconderam suas ações ilegais para se manter fora dos livros de contabilidade e longe dos olhos dos acionistas e membros do conselho.

Como tudo foi descoberto?

Em 1999, a SEC começou uma investigação, depois de uma análise reportando práticas de contabilidade questionáveis.

Esta investigação durou de 1999 a 2000 e foi centrada em práticas contábeis para as muitas aquisições da empresa. Os lucros pré-adquiridos de uma aquisição da empresa não eram relatados, dando à consolidação da empresa a aparência de lucros aumentados mais tarde

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - TycoComo tudo foi descoberto?

A investigação terminou com o SEC decidindo agir. Em janeiro de 2002, a precisão da controladoria e contabilidade da Tyco continuou sob investigação depois de chamar a atenção a um pagamento de US$ 20 milhões feito ao diretor da Tyco, Frank Walsh Jr.

Este pagamento foi mais tarde explicado como uma taxa para a aquisição da Tyco de CIT. Em junho de 2002, Kozlowski foi investigado por extorsão de impostos porque ele não pagou impostos de vendas de US$ 13 milhões em obras de arte que ele comprou em Nova Iorque com os fundos da empresa.

Ao mesmo tempo, Kozlowski demitiu-se da Tyco "por razões pessoais" e foi substituído por John Fort. Em setembro de 2002, todos os três (Kozlowski, Swart, e Belnick) foram embora e as acusações contra eles foram arquivadas por falta de informações em seus empréstimos milionários de acionistas.

O SEC mandou que Kozlowski, Swartz e Belnick devolvessem os fundos que tomaram da Tyco em forma de empréstimos em sigilo e compensações.

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - TycoOnde eles estão agora?

Kozlowski e Swartz foram condenados em 2005 por utilização de bônus da importância de US$ 120 milhões sem a aprovação dos diretores da Tyco, abusando de um programa de empréstimos a funcionários e adulteração das condições financeiras da empresa para aumentar o preço das ações, enquanto vendiam US$ 575 milhões em ações.

Eles receberam sentenças de 8 anos a 25 anos de prisão. Belnick pagou uma multa de US$ 100 mil.

Desde ocorrida essa substituição de executivos e de membros do Conselho Administrativo, a Tyco International tem prosperado.

A diferença do caso da Tyco em relação aos demais é que está mais relacionado à ambição individual que à fraude contábil.

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - Banco NacionalContexto:

O Banco Nacional S.A. foi fundado em 1934 e figurava como um dos 10 maiores bancos do mercado brasileiro em 1995. Possuía 701 pontos de vendas informatizados, 335 agências e 366 postos de atendimento em clientes.

Seu quadro de empregados era de aproximadamente 13.000 pessoas. O banco transparecia uma imagem de solidez e prosperidade, observada em diversos indicadores, dentre os quais:

- Um baixo nível de provisionamento de operações de crédito e uma pequena taxa de inadimplência, em relação à média do mercado.

- Uma política agressiva de distribuição de dividendos. Em 1993, chegou a distribuir dividendos mensais. Era uma estratégia para manter uma imagem de solidez no mercado e fomentar capitalizações por meio de lançamento de ações.

O banco teve sua intervenção decretada em 18/11/1995, quando passou a ser gerido por uma comissão do BACEN. A notícia surpreendeu o mercado de forma bombástica.

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - Banco NacionalComo a fraude aconteceu?

Desde 1986, o banco efetuou uma série de empréstimos a empresas de pequeno porte. Centenas delas vieram a enfrentar dificuldades financeiras, encerrando suas atividades, sem, contudo, liquidarem seus compromissos com o banco.

Essas operações foram nomenclaturadas como “Contas de Natureza 917”. Elas deveriam ter sido transferidas para créditos em liquidação e, posteriormente, baixadas como prejuízo. Mas, elas permaneceram como operações normais do banco.

A manobra consistia em proceder sistematicamente em alterações de vencimento das operações, tornando-as ainda vincendas. Essa prática não tinha amparo legal e os devedores não sabiam que suas obrigações estavam sendo repactuadas unilateralmente.

Empréstimos originariamente de pequeno valor passaram a constituir o maior ativo do banco, uma vez que efeitos inflacionários de uma dívida não paga, tomavam proporção assustadora nas repactuações.

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - Banco NacionalComo a fraude aconteceu?

A carteira de operações do Banco Nacional cresceu 1.800% entre Dez/1988 à Jun/1995. Nesse mesmo período, Itau e Bradesco tiveram crescimento de 367% e 511%, respectivamente, ou seja, o banco os superava acima de 1.400% e 1.200%, respoectivamente.

Em Nov/1995, as contas de natureza 917 representavam 92,87% de todas as operações de crédito do banco, como se veio a descobrir.

A política de dividendos tinha os objetivos:

- de manter o interesse pelas ações do banco,

- de remunerar os administradores e controladores da fraude, e

- de dissimular os procedimentos adotados na geração de receita proveniente das contas de natureza 917

É possível que essa tenha sido a maior e mais duradoura fraude de uma instituição financeira no Brasil (aprox. R$ 15 bilhões)

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Curso de Auditoria de FraudesEstudo de Caso - Banco NacionalComo tudo foi descoberto?

Ao mesmo tempo em que a administração do banco incentivava a compra de suas ações, membros da diretoria liquidavam suas posições e realizavam lucros nessas operações.

Um único membro da diretoria obteve o resultado de mais de US$ 1 milhão na venda das ações, um valor astronômico para a época. Esse mesmo executivo recebera 3 milhões em dividendos.

A participação dos administradores no total de ações preferenciais em circulação caiu de 36,62% em 1990 para 0,71% 5 anos depois.

Aproximadamente 200 mil acionistas do banco não tiveram a mesma sorte em ter informações privilegiadas que os fizessem se desfazer de suas carteiras.

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Introdução, conceitos e fundamentos

Tipos mais comuns de fraudes

Métodos investigativos

Atuação pós-fraude

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Como será que atuam os fraudadores? Que motivação encontram para o cometimento de crimes? Será que sempre o planejam? Do que dispõem para a prática do ato doloso?

Vários são os motivos que levam o fraudador a executar a fraude. Elas podem ser cometidas por necessidades do indivíduo fraudador, sejam elas financeiras ou econômicas, sejam pela simples satisfação, seja no intuito de burlar sistemas para encobrir outra fraude ou para sustentar uma mentira ou acobertar desvios, dentre outros.

As grandes fraudes, porém, são perpetradas com o intuito de realizar desvios de recursos e são fruto da ambição e da falsa percepção de dinheiro fácil.

Segundo alguns autores, as fraudes são efetuadas para satisfação de 4 vetores (intelectual, psicológico, financeiro e material). Os fatores desencadeadores referem-se a pressão não compartilhada, oportunidade percebida, a crença de que o fato pode ser aceitável e a falta de escrúpulos.

Métodos Investigativos

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DNA do Fraudador:

Não resiste a mostrar o quanto é esperto e possui um desejo quase irresistível de zombar da companhia.

Não delega, não tira férias, não divide responsabilidades.

Cria dificuldades, tudo é segredo, complicado e confidencial.

Sabe onde está tudo, mas nunca acha nada na hora.

Tem todas as características de um empregado comum, menos o caráter.

Solícito, generoso, galanteador, tem sempre resposta para tudo.

Ativos novos, festas, relações extraconjugais.Fraudadores podem ser divididos em 3 grupos: pré-planejados, ocasionais e de

planejamento intermediário.

Os pré-planejados iniciam o cometimento da fraude com objetivos pré-definidos, desenvolvendo esquemas de fraudes.

Os ocasionais, se envolvem se tiverem oportunidade para tal.

Os de planejamento intermediário, iniciam suas carreiras com propósitos honestos, mas por más companhias ou excesso de gastos pessoais, por ex., são impulsionados a cometer fraudes.

Métodos Investigativos

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Nascedouro da Fraude

Necessidade financeira ou vaidade

Oportunidade / Fragilidade dos controles internos

Certeza da impunidade

Descontrole e compartilhamento de senhas

Falta de políticas e controles ligados à segurança da informação

Cooptação de clientes ou fornecedores

Sensação de ausência de reconhecimento na empresa

Métodos Investigativos

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A identificação de uma oportunidade:

Um empregado do setor do contas a pagar prepara uma ordem de pagamento e comete o erro de destinar a uma prestadora de serviços cuja conta está inativa há vários meses, mas continua no cadastro;

O sistema não rejeita a instrução e o empregado descobre esse erro somente depois que o beneficiário errado recebeu o pagamento;

Pensando nas consequências, esse empregado acredita que pode ser demitido pelo erro, perder o aumento que desejava ou a promoção com a qual sonhava;

O pagamento foi aprovado e ninguém notou o erro. Com o fato de nada ter acontecido, ele acredita que por enquanto não há problema. Nisso, ele se dá conta da possibilidade de fazê-lo novamente;

Métodos Investigativos

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A identificação de uma oportunidade

Por quê não? Só para ver o que acontece, é claro! Vou criar uma conta bancária somente para essa transação. Se descobrirem, devolvo o dinheiro. Posso até dizer que fiz um “ teste” para ajudar a empresa a detectar a falha;

A segunda tentativa dá o mesmo resultado;

Há uma falha, e o empregado a descobriu!;

Devolvo o dinheiro? Aí talvez achem o primeiro erro. E se acharem os dois erros... Será que vão acreditar que o primeiro foi mesmo um erro?;

Puxa, parece que estou em apuros. Não posso desfazer o que já está feito, e pior... Poderia ser demitido por justa causa!!!;

O empregado que chega até aqui, raramente volta atrás. A fraude continuará e poderá incluir outros empregados, de forma organizada e sistemática.

Métodos Investigativos

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À exceção dos procedimentos de investigação próprios utilizados por órgãos específicos como os policiais e os judiciais, tais como escutas telefônicas, interceptação de conversas e perícias técnicas, normalmente utilizadas exclusivamente nos casos de Auditoria de Inteligência, todas as demais técnicas de auditoria podem ser utilizadas para a detecção de fraudes.

Não existe uma técnica exclusiva para detecção de fraudes nos órgãos e entidades da Administração Pública Federal. A descoberta de procedimentos fraudulentos, no entando, pode ocorrer em consequência dos testes aplicados com direcionamento para a confirmação das informações e mediante a extensão dos exames aplicados corretamente e com maior profundidade.

Contudo, alguns procedimentos e técnicas de auditoria são úteis ao tema. Se utilizados corretamente e na extensão e profundidade adequados, permitem a constatação das fraudes.

Métodos Investigativos

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Métodos Investigativos1) Entrevista, Investigação ou Inquérito:

Procedimento de auditoria, que consiste na utilização de entrevistas, por meio de indagação escrita ou oral, junto ao pessoal da unidade ou entidade auditada, para obtenção de dados ou informações.

A entrevista deve ocorrer apenas em casos que seja extremamente necessária para esclarecimentos de forma a confrontar o que já se obteve com as declarações do investigado.

A sala de entrevistas:

Deve causar a impressão de local organizado. De maneira nenhuma deve ser abarrotada de papéis que servem apenas para dar a ideia de que o entrevistador está agindo sob pressão.

Devem ser guardadas fotografias familiares, bem como diplomas ou informações do entrevistador que ficam à mostra.

A sala deve ser impessoal, de forma a evitar vínculos.

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Métodos InvestigativosTipos de entrevista:

Espontânea: O investigado o procura.

Inquisitória: Obtenção de informações ou preenchimento de detalhes permitidos na narração espontânea do entrevistado.

É necessário muita habilidade para convencer o entrevistado a prestar esclarecimentos e submeter-se a uma entrevista técnica que poderá levá-lo a uma demissão.

A postura comportamental de quem está conduzindo a conversa pode determinar o sucesso ou fracasso do processo.

Existe o risco da entrevista reverter-se, quando o entrevistado realiza perguntas ao entrevistador e este não retoma sua condição.

Deve-se conhecer a fundo o processo antes de iniciar a entrevista.

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Métodos InvestigativosFaça uma “Ata de Reunião” para descaracterizar qualquer sensação de

interrogatório.

Evite perguntas evasivas. Faça-as de forma objetiva e fechadas, sendo direto, de forma educada.

Proponha questionamentos que não façam o indivíduo se tornar hostil. Não o menospreze, não zombe, não o humilhe, não o faça tornar a rixa pessoal.

Mantenha a ordem sistemática dos fatos na formulação das perguntas.

Faça uma pergunta por vez e de forma a obter somente uma resposta.

Não blefe, não use truques ou tiradas que julgue ser inteligentes. Se ele tiver essa impressão, se fechará e você perderá o crédito.

Não distraia o entrevistado com objetos ou ações. Dê a ele tempo suficiente para narrar o caso, pensar, refletir. Deixe-o à vontade.

Se necessário, repita ou reformule as perguntas para obter os fatos essenciais.

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Métodos InvestigativosGuarde a melhor pergunta para o momento principal da entrevista. Deixe

sempre uma “ carta na manga” para usá-la no momento certo.

Se for um fornecedor estratégico, analise o nível de dependência com a empresa, evitando impacto nas atividades da organização até substituí-lo. Lembre-se que depois que a entrevista começa, há um fator que não se pode controlar (o entrevistado).

Verifique se entendeu claramente a resposta. Dê ao entrevistado a oportunidade de modificar suas respostas, principalmente quando da elaboração da Ata.

Separe os fatos de conclusões pessoais. Procure obter todos os fatos. O entrevistado sempre tem mais informações do que admite inicialmente saber.

Depois da entrevista, faça novas perguntas sobre o assunto discutido, de forma diferente, objetivando confirmar as respostas do entrevistado.

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2) Exame Físico

Consiste na verificação in loco, possibilitando a opinião quanto à existência física do objeto ou item examinado. Na necessidade de um exame físico, o auditor deve considerar os seguintes tópicos:

• quantidade: apuração de quantidades reais existentes fisicamente, somente se dando por satisfeito após apuração adequada.

• existência física: comprovação, através de constatação visual, se possível documentada em foto, de que o item ou objeto examinado realmente existe.

• identificação: comprovação através do exame visual do item específico a ser examinado.

• autenticidade: poder de discernimento de que o item ou objeto examinado é fidedigno.

• qualidade: exame visual de que o objeto examinado permanece em uso, não está deteriorado e merece fé.

Métodos Investigativos

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3) Confirmação

A confirmação implica a obtenção de declarações formais e imparciais de pessoas independentes à empresa e que estejam habilitadas a confirmar.

Para ser competente, a prova deve ser tanto válida quanto relevante. Quando for reconhecida a possibilidade de restrições, a obtenção de elemento comprobatório através de fontes externas independentes à empresa proporciona maior grau de confiança do que aquele obtido internamente.

Deve-se levar em consideração a data-base da confirmação, a amplitude do teste e o tipo de informação a ser empregado.

São dois os tipos de pedidos de confirmação: positiva e negativa.

• a confirmação positiva se faz necessária quando há uma evidência e se precisa assegurar a sua existência. Pode ser em branco (quando não se coloca o valor e se espera a sua declaração) ou em preto (fechadas, quando coloca-se o valor ou saldo e pede-se o seu ateste).

• a confirmação negativa é utilizada somente quando a resposta que se deseja obter é discordante da pessoa ou documento que deu algum tipo de informação ao auditor, da qual este desconfie.

Métodos Investigativos

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Métodos Investigativos4) Exames de Documentos Originais

É o procedimento voltado para o exame de documentos que comprovem transações comerciais ou de controle.

Esse tipo de exame acompanha e atesta a idoneidade de sua realização. Quando o auditor a realiza, deve ter sempre em mente a necessidade de averiguar:

• autenticidade: poder de discernimento para verificar se a documentação examinada é fidedigna e merece fé.

• normalidade: determinação de que a transação realizada é adequada em função da atividade da empresa.

• aprovação: a transação e documentação suporte foram devidamente aprovadas por pessoas em níveis adequados e responsáveis.

• registro: comprovação de que o registro das operações é adequado em função da documentação examinada e de que esta está refletida adequadamente e contabilmente nas contas apropriadas.

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Métodos Investigativos5) Conferência de Cálculos

Procedimento voltado para constatação de adequação das operações aritméticas. Este é o procedimento de auditoria mais simples, e ao mesmo tempo o mais completo porque é objetivo e direto.

Quase a totalidade das operações dentro das empresas envolve somas e cálculos, pois sempre resultam em reflexos na contabilidade. Dessa forma, não se deve subestimar essa técnica que pode revelar situações em que erros possam ser cometidos e que levaram consequentemente a distorções nas demonstrações financeiras.

Embora os valores dispostos possam ter sido conferidos pela empresa, é de grande importância que o sejam também pelo auditor.

6) Observação

Técnica indispensável à auditoria, visto que pode revelar erros, problemas, deficiências.

7) Correlação das Informações Obtidas

Consiste no relacionamento harmônico do sistema contábil de partidas dobradas. Também é conhecido como procedimento alternativo à comprovação de um fato.

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Métodos Investigativos8) Exame de Escrituração

Técnica utilizada para a constatação de veracidade das informações contábeis.

O auditor realiza o levantamento das análises, composição dos saldos, conciliações, etc.

9) Investigação Minuciosa

Deve ser colocada para tudo o que o auditor tem que necessariamente examinar.

É um procedimento que requer a análise da totalidade de um saldo, dada a sua complexidade, efeito ou necessidade de divulgar a opinião somente com a checagem e adequacidade do todo.

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Programa

Introdução, conceitos e fundamentos

Tipos mais comuns de fraudes

Métodos investigativos

Atuação pós-fraude

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Atuação Pós-Fraude

A linha que separa o legal do ilegal, nesse tipo de apuração, é muito tênue. Uma vez descoberta a fraude, as empresas devem tomar cuidados para não passarem de vítimas a criminosas.

Provas obtidas ilegalmente não valem em juízo. O que basta como prova para um diretor de uma empresa, não é suficiente para um juiz.

Se aberto um processo sem provas e evidências concretas, obtidas de forma legal, poderá sofrer como revés uma ação de danos morais.

O conceito da apuração deve ser baseado em dados e fatos.

Mediante a identificação de uma fraude, recomenda-se consultar primeiro um advogado criminalista e depois um trabalhista.

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O objetivo será atendido quando atender ao heptâmetro das circunstâncias de Quintiliano, cujas características prevê:

O que? Quem? Onde? Com auxílio de quem? Por que? De que modo? Quando?

1. Verifique preliminarmente os dados narrados em caso de ser uma denúncia. Se for uma apuração de controles, siga direto ao plano.

2. Crie um plano de trabalho:

Entenda o caso, defina as áreas, pessoas ou entidades que serão envolvidas. Procure um especialista se não tiver um.

3. Analise o material e obtenha evidências contundentes de forma legal

As evidências muitas vezes são perecíveis, daí a necessidade de seu imediato recolhimento ser proporcional ao sucesso do trabalho.

Não viole o direito dos envolvidos na busca pelas evidências. Preserve-as incluindo documentos eletrônicos.

Atuação Pós-Fraude

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4. Estabeleça um protocolo de comunicação interna e externa.

Avalie o melhor momento de comunicar a realização de uma fraude. Às vezes torna-se necessária a comunicação imediata ou não.

A correta comunicação da fraude para o público interno possui valor significativo na prevenção.

5. Tipos de conclusões que devemos ter:

Que empresas estão envolvidas na fraude?

Que tipos de contratos? Analise-os bem como seus aditivos.

Rastreie as falhas que permitiram a fraude e suas condições para eliminação. Do contrário, você apenas estará substituindo o ladrão.

Analise os dados que alimentam a medição do contrato e vá ao campo, se existir execução de serviços na empresa.

Reúna provas materiais, técnicas e documentais coletadas para instruir as entrevistas com envolvidos e subsidiar ações futuras.

6. Avalie se é necessário realizar a entrevista.

Atuação Pós-Fraude

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Documente seus papéis de trabalho (Work Papers – WP´s)

Os papéis de trabalho, ou WP´s, formam o conjunto de formulários e documentos que contém as informações e apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e descrições dessas realizações.

Constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento da sua opinião.

Embora os WP´s tenham procedido dos documentos originais que são de propriedade da empresa ou de informações obtidas diretamente da área em exame, os WP´s são propriedade exclusiva do auditor, devido a nestes estar fundamentada a sua opinião (ex: Forensic Services).

Os WP´s são de natureza confidencial, pois revelam afirmações obtidas que não podem, em hipótese nenhuma, ser utilizadas em benefício próprio ou de outrem.

Atuação Pós-Fraude

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Relatório de Auditoria

Um bom relatório deve exigir raciocínio e ponderação. É preciso que o auditor, antes de mais nada, estabeleça relação lógica entre os aspectos importantes e os irrelevantes, entre causas e efeitos, colocando as coisas de forma a obter perspectiva adequada quanto ao relatório a produzir.

É oportuno destacar no papel os tópicos das principais informações que se deseja passar e trazendo um encadeamento lógico, considerando a ordem dos fatos e a importância dos pontos detectados.

Um sumário executivo possibilita uma leitura dinâmica em caso de necessidade do leitor. Da mesma forma, propicia uma chamada para uma leitura mais detalhada em seu interior, dos assuntos que tenham merecido destaque na apreciação do sumário.

A distribuição deve atender somente o nome dos responsáveis diretos pela solução dos pontos identificados, bem como dos administradores e conselheiros que necessitem informar-se da situação.

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