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    Noções de Direito Público e Privado

    Tema 3 – Direitos fundamentais

    A) Os direitos fundamentais como eixo estruturante da ordem jurdica! liberdades"i#ualdade e solidariedade

    $%%%)

    &% 'iberdades

    Se os direitos fundamentais podem ser considerados o eixo estruturante da ordem jurídicaé porque, como dissemos, são o fundamento da legitimidade do poder político e dodireito. Em outros termos, a proteção da pessoa humana através de um sistema dedireitos constitui a razão de ser do prprio Estado, !em como a finalidade de sua ação."or isso, a dignidade da pessoa humana é considerada fundamento do Estado pelo artigo#$ da %onstituição.

    &m dos aspectos mais importantes dessa dignidade é a li!erdade. '( diferentes maneirasde entender a li!erdade. "odemos entend)*la como  poder de escolha  +livre*ar!ítrio ecomo  processo +de li!ertação. Entender a li!erdade como processo é entender que épreciso ação estatal para garantir as condiç-es dessa li!erdade, através da educação, porexemplo.

    s juristas tam!ém falam de li!erdade em sentido positivo e negativo. Em sentidopositivo, a li!erdade seria a possi!ilidade de ação, e em sentido negativo seria a não*interfer)ncia em determinados aspectos da vida.

     / constituição protege diferentes dimens-es da li!erdade. 0ejamos quais são1

    ( 'iberdade #eral de aço e le#alidade $Art% *+" ,,)

     / constituição diz no artigo 2$, 33  - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazeralguma coisa senão em virtude de lei;

    3sto implica na seguinte posição jurídico*su!jetiva1 li!erdade como alternativa de açãoconsistente em fazer ou não tudo aquilo que não é o!rigatrio ou proi!ido pelo direito.

    Esta norma tem tam!ém uma dimensão o!jetiva, o princípio da legalidade. 4imensãoo!jetiva significa que a norma jurídica não apenas protege direitos su!jetivos, mastam!ém determina que a ação do Estado em todas suas dimens-es realize o conte5dodessa proteção, na maior medida possível. /ssim, para proteger as li!erdade, todos osatos do Estado devem estar respaldados em um comando legal que, em 5ltima inst6ncia,emana do povo.

    ( 'iberdade de Pensamento $art% *+" ,- e ,.)

    Posições jurdico-subjetivas! é livre a criação e expressão do pensamento. Esta li!erdade

    inclui tam!ém o direito de manter o pensamento em segredo.

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     / li!erdade de expressão do pensamento implica na li!erdade das atividades pelas quaiso pensamento pode ser expresso. 4e acordo com a %7, as atividades intelectual, artística,científica e de comunicação +art. 2$, 38.

    utras dimens-es importantes da expressão do pensamento são a li!erdade de

    transmissão do conhecimento ou li!erdade de ensino +art. 9:; e li!erdade de imprensa+art. 99:.

    7ala*se em li!erdade de imprensa pelo sentido cl(ssico dessa expressão, mas hoje omais correto seria denominar li!erdade de comunicação, na qual se insere a li!erdade deimprensa. 3sto a!range, por exemplo, a internet.

    s direitos não são a!solutos. "or isso h( algumas restriç-es constitucionais como1 odireito de resposta, a vedação do anonimato +s faz sentido no pensamento que éexpresso pu!licamente, o direito < indenização, a restrição < propriedade de empresa jornalística e de r(dio=>0, as restriç-es de conte5do da programação.

    S>7 j( teve oportunidade de considerar a restrição < li!erdade de expressão quando oconte5do do pensamento é racista ou discriminatrio. 7oi o caso da pu!licação de livroscom conte5do nazista, proi!ida pelo >ri!unal no caso Ell?anger +'% @9A9A.

    ( 'iberdade de /onsci0ncia e de /rença $art% *+" -,)

    Posições jurdico-subjetivas!

     / constituição protege tanto o direito de ter como o de não ter crenças religiosas econvicç-es políticas e filosficas. Essa li!erdade pode ser entendida como umaconsequ)ncia da li!erdade de pensamento, mas tem uma especificidade1 é necess(rioproteger os sím!olos, os ritos e as pr(ticas das diferentes crenças e convicç-es, isto é, odireito de autodeterminação ética no espaço privado e p5!lico em razão dessasconvicç-es. 3nclusive para se eximir de o!rigaç-es a todos imposta, como diz o inciso 0333do art1 2$1

    B"inguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicçãofilos#fica ou poltica$ salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todosimposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa$ fixada em lei%;

    4e um lado, o estado deve se a!ster de criar qualquer o!st(culo a li!erdade de crença ede consci)ncia, incluindo o de !eneficiar uma ou outra crença. 4e outro, tem que garantiros locais de culto e de liturgia, razão pela qual se esta!elece a imunidade tri!ut(ria dostemplos religiosos. S>7 j( teve oportunidade de se manifestar no sentido de que aneutralidade estatal não é indiferença.

    &imensão objetiva! laicidade do 'stado

    Estado não tem religião oficial e deve manter equidist6ncia em relação

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    * 4ireito < assist)ncia religiosa, art. 2$, 033C* Separação entre Estado e 3greja=cola!oração de interesse p5!lico1 art. #D, 3C* Ensino religioso facultativo, art. 9#:, #$.

    ( 'iberdade de aço 1rofissional $art% *+" .,,,)

    Posições jurdico-subjetivas!

    >odos t)m direito de escolher livremente o ofício ou profissão. Estado não pode imporaos indivíduos sua escolha profissional, mas tem que garantir as condiç-es para que serealize a escolha pela educação e por outras políticas que garantam oportunidades, comoas que visam o pleno emprego.

    dispositivo da constituição fala de apenas uma restrição1 Batendidas as qualificaç-esque a lei esta!elecerF. S>7 se manifestou, quando julgou o tema do exame do /G+HE ;:I.2@I, que certas profiss-es, por oferecerem riscos < coletividade caso mal

    exercidas, devem ter algumas exig)ncias especiais de qualificação esta!elecidas por lei.

    ( 'iberdade de reunio $art% *+" .-,)

    que é uma reunião para a constituiçãoJ

    Elemento su!jetivo K agrupamento de pessoasC elemento formal K reunião minimamentecoordenadaC Elemento teleolgico K finalidade comum de cunho artístico, religioso,político, filosfico...C elemento temporal K agrupamento transitrio e passageiroC elementoo!jetivo K pacífica e sem armasC

    Posições jurdico-subjetivas

    Essa li!erdade implica o direito de estar numa coletividade e de organizar e convocar areunião sem a interfer)ncia estatal. Estado deve garantir a realização do evento pelagarantia da segurança de seus participantes contra qualquer tentativa de dissolver areunião.

     / constituição esta!elece algumas exig)ncias para a realização da reunião1 a que oencontro não frustre outro previamente agendado +vale a preced)ncia do aviso aautoridadeC ! aviso a autoridade +não é pedido de autorização, em!ora a /dministração

    "5!lica possa a partir disso, tomar provid)ncia, caso se oponha a a outro valorconstitucional. / autoridade tem o dever de via!ilizar a reunião. / reunião nãopreviamente avisada não precisa ser dissolvida, a menos que haja viol)ncia

    Las reuni-es em geral h( um direito concorrente de li!erdade de expressão. "or isso oS>7 manifesta*se a favor da realização da Bmarcha da maconhaM +/4"7 #@N.

    ( 'iberdade de locomoço e de circulaço $art% *+" .-)

     () - é livre a locomoção no territ#rio nacional em tempo de paz$ podendo *ual*uer

     pessoa$ nos termos da lei$ nele entrar$ permanecer ou dele sair com seus bens;

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     / li!erdade em questão a!range locomoção e circulação. / li!erdade de locomoção op-e*se ao estado de escravidão e de prisão. O a Bpossi!ilidade jurídica que se reconhece atodas as pessoas de serem senhoras de sua prpria vontade e de locomoverem*sedesem!araçadamente dentro do territrio nacionalM. /!range o direito de ir, vir,permanecer sem necessidade de autorização.

     / li!erdade de circulação consiste Bna faculdade de deslocar*se de um ponto a outroatravés de uma via p5!lica ou afetada ao uso p5!licoM.

    "ara o constitucionalista Posé /fonso da Silva inclui o Bdireito de migrarM, mas a migraçãoem si quase sempre não é opcional.

    direito é titularizado por !rasileiros e estrangeiros1 Bqualquer pessoaM. Lo caso dosestrangeiros, a Qei ;@#2=@: +Estatuto do Estrangeiro esta!elece os procedimentos paraentrada, perman)ncia e expulsão=deportação=extradição.

     / li!erdade locomoção é limitada em tempo de guerra. '( tam!ém o caso o Estado de

    sítio, pode haver restriç-es, nos limites da %onstituição. Lo caso dos estrangeiros, se setratar de declaração de guerra a restrição é maior e decorre da prpria declaração.

    ( 'iberdade de Associaço $art% *+ .-,, a ..,)

    que é associaçãoJ

     /ssociação no sentido da %7 é conceito mais amplo do que as formas de personificação jurídica previstas pelo %%. 3nclui qualquer tipo de agrupamento, personificado ou não,com vistas ao atingimento de finalidades comuns, seja quais forem +direito independe doo!jetivo. Ras a prpria %7 diz1 a li!erdade de se associar, para que seja reconhecida,depender( de finalidade lícita, sendo expressamente vedada a associação de car(terparamilitar +ex1 milícias. /ssociaç-es para fins ilícitos, portanto, não se incluem no /".

     /lém disso, da mesma li!erdade decorre os direitos de não se associar e o direito deretirada, ou seja, o de não se o!rigado a permanecer associado.

    >am!ém são protegidas a independ)ncia de autorização e a vedação de interfer)nciaestatal no funcionamento. / dissolução compulsria ser( apenas por sentença transitadaem julgado.

    4ireito de representação judicial e extrajudicial dos associados pode ser reivindicado pelaprpria associação, desde que ela esteja autorizada pra isso.

    2% O direito i#ualdade

    3gualdade como princípio é outro aspecto da dignidade humana. O materializada porregras em diferentes setores do ordenamento jurídico é constitutiva a interpretação dodireito. Sendo assim, é estruturante do prprio ordenamento e, portanto, princípio.

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    3gualdade formal e material1 igualdade formal é aus)ncia de distinç-es ar!itr(rias entresujeitos de direito, do ponto de vista de o!rigaç-es, nus e !enefícios, seja na produção+igualdade na lei, seja na aplicação da lei +perante a lei.

    &ma vez definida uma categoria de destinat(rios das normas, ca!e aos rgãoslegislativos +produção, administrativos e judici(rios +aplicação trat(*los igualmente.

    3gualdade material se refere