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INFORMATIVO CAOCRIMINAL Edição 22 Abril - Maio - 2019

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INFORMATIVOCAOCRIMINAL

Edição 22Abril - Maio - 2019

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Procurador - Geral de Justiça:

Aylton Flávio Vechi

Subprocuradora-Geral de Justiça Para Assuntos Institucionais:

Laura Maria Ferreira Bueno

Coordenador do CAO Criminal:

Adriano Godoy Firmino - Promotor de Justiça

Secretaria:

Michelinne Azevedo de Souza - Chefe de Secretaria

Juliana de Andrade Pinheiro - Secretária Assistente

Wesley Carlos da Rocha Ribeiro - Secretário Auxiliar

Assessoria Jurídica:

Ludmila Policena Braga Fragelli - Assessora Jurídica

Bruna Borges da Veiga Jardim Meirelles Rassi - Assessora Jurídica

Davi Tavares dos Passos

Estagiária Design Grá�co

Jackeline Fortino de Sousa

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SUMÁRIO

ANÁLISE DO CAOCRIM ......................................................................................................................................... 4

EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA ...................................................................................................................... 4

Fluxograma ................................................................................................................................................................. 6

NOTAS SOBRE A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA ............................................................................................... 6

STJ/STF/outras: Notícias relevantes ............................................................................................................10

LEGISLAÇÃO............................................................................................................................................................11

JURISPRUDÊNCIA .................................................................................................................................................11

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EXECUÇÃO DA PENA DE MULTA

BASE LEGAL: ART. 51, CP - (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.

ART. 51, CP – REDAÇÃO ANTERIOR À Lei nº 9.268, de 1º.4.1996.Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 51 - A multa converte-se em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa de pagá-la ou frustra a sua execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Modo de conversão.§ 1º - Na conversão, a cada dia-multa corresponderá um dia de detenção, não podendo

esta ser superior a um ano. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Revogação da conversão§ 2º - A conversão �ca sem efeito se, a qualquer tempo, é paga a multa. (Redação dada pela

Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

DISCUSSÃO: Conforme se vê, a pena de multa no sistema instituído pela reforma de 1984, em caso de não pagamento pelo devedor solvente, poderia ser convertida em pena de detenção. A conversão ocorria na razão de cada dia-multa por um dia de detenção.Em 1996 a Lei n. 9.268 alterou a redação do art. 51 do CP para considerar a multa dívida de valor e, mais, determinar a aplicação das normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive quanto às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.Nesse novo quadro normativo, diante do silêncio legal quanto à competência e procedimento a ser adotado para a execução em caso de inadimplemento, divergências surgiram sobre a questão, até então paci�cada. As perguntas que se colocavam eram sobre a legitimidade para executar a pena de multa (Ministério Público ou Procuradoria da Fazenda Pública) e qual o rito a ser observado (Lei de Execução Penal ou Lei de Execução Fiscal). Basicamente duas posições apareceram quanto à legitimidade e rito, esta com a variante em relação à aplicação da LEP ou da LEF.

1ª posição: Cristalizada na orientação do STJ, pela Súmula 521: “A legitimidade para a execução �scal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública”. A execução segue o rito da Lei de Execução Fiscal, cabendo à respectiva Procuradoria da Fazenda Pública federal ou estadual, sua execução perante o juízo cível.

2ª posição: A legitimidade continua com o Ministério Público, que deveria promover a execução perante o juízo da execução criminal que, para uns, deveria adotar o rito da LEP (art. 164-170), enquanto para outros o rito seria o da LEF.

ANÁLISE DO CAOCRIM

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Posição adotada pelo STF na ADI 3150: O Tribunal, por maioria, julgou parcial-mente procedente o pedido formulado na ação direta para, conferindo interpre-tação conforme à Constituição ao art. 51 do Código Penal, explicitar que a expressão “aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição”, não exclui a legitimação prioritária do Ministério Público para a cobrança da multa na Vara de Execução Penal, nos termos do voto do Ministro Roberto Barroso, Redator para o acórdão, vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator) e Edson Fachin, que o julgavam improcedente. Ausentes, justi�cada-mente, os Ministros Celso de Mello e Gilmar Mendes. Presidência do Ministro Dias To�oli. - Plenário, 13.12.2018.

A partir do posicionamento do Supremo, o tema pode ser resumido da seguinte forma:a) a legitimidade do Ministério Público para a cobrança da multa é prioritária, mas não privativa, podendo a Procuradoria da Fazenda Pública fazê-lo, caso provocada a tanto, na hipótese de omissão do Ministério Público; b) a cobrança promovida pelo MP deve ocorrer perante a Vara de Execução Crimi-nal, seguindo-se o procedimento previsto na LEP; Embora não publicado o acórdão, pode-se concluir, ainda da decisão, que o MP não promovendo a execução no prazo de 90 dias, o juiz da execução criminal deverá intimar a Procuradoria da Fazenda para fazê-lo, desta feita, perante o juízo da Fazenda Pública, seguindo-se o procedimento da Lei de Execução Fiscal.

LEGISLAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS: No Estado de Goiás a Lei nº 16.077, de 11 de julho de 2007, dispõe sobre a propositura da ação de execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da Fazenda Pública Estadual. O artigo 2º, I e II cuida da facultatividade da execução de créditos tributários inscritos em dívida ativa, assentando o §1º que o disposto no inciso I, não se aplica aos débitos decor-rentes de multa criminal. Veri�ca-se, portanto, que não há facultatividade na execução civil da pena de multa criminal.Por sua vez, o artigo 2-A, acrescido pela Lei nº 19.770, de 18-07-2017, autoriza a desistência da ação de execução �scal, sem renúncia dos respectivos créditos tributários e não-tributários “quando se tratar de execução de multa criminal, após dois anos, sem que tenham sido localizados bens passíveis de penhora, esgotadas as buscas pelos meios administrativos e judiciais” (inciso IV). (www.gabinetecivil.go.gov.br/pagina_leis.php?id=654)

CORREGEDORIA- GERAL DA JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS - MANUAL DE ROTINAS: uniformização das rotinas de execução penalVeri�ca-se que o manual de rotinas de execução penal da CGJ-GO ainda não foi atualizado (item 10, p. 41), conforme a nova orientação do STF, sendo certo que o CAO-CRIM, juntamente com a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Institucionais, provocaram o órgão sobre a questão.(https://www.mpgo.mp.br/portal/arquivos/2013/04/29/10_13_32_441_manual_de_rotinas_execucao_penal.pdf )

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PRESCRIÇÃO: O STF assentou o caráter penal da pena de multa, de modo que o prazo prescricional rege-se pela regra do art. 114 do CP, qual seja, 02 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada (art. 114, I) ou no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada (art. 114, II).As normas aplicáveis à prescrição são aquelas concernentes às causas interrupti-vas e suspensivas, relativa à dívida ativa da Fazenda Pública.

Fluxograma e Modelo de Petição de Execução da Pena de Multa. Clique aqui para acessar.

NOTAS SOBRE A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA

Sexta Turma reconhece ilegalidade em não realização de audiência de custó-dia no CE e o�cia ao CNJ (26 de abril de 2019)- Íntegra da notícia - clique aqui.

A implementação das audiências de custódia, outrora tratada pela doutrina como exigência convencional, vez que prevista em pactos e tratados internacionais celebrados pelo Brasil, como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos e a Convenção Interamericana de Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San Jose, foi estabelecida via ato normativo do Conselho Nacional de Justiça, via Resolução n. 213.

DISPOSIÇÕES CONVENCIONAISCONVENÇÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA)Art. 7º, 5 - Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judi-ciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.

PACTO INTERNACIONAL SOBRE DIREITOS CIVIS E POLÍTICOSArt. 9º, 3 - Qualquer pessoa presa ou encarcerada em virtude de infração penal deverá ser conduzida, sem demora, à presença do juiz ou de outra autoridade habilitada por lei a exercer funções judiciais e terá o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade. (...).

DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS E LEGAISCONSTITUIÇÃO FEDERAL – ART.5ºLXI - ninguém será preso senão em �agrante delito ou por ordem escrita e funda-mentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, de�nidos em lei;

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LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indi-cada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;LXIV - o preso tem direito à identi�cação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

CPP: Art. 306 - A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.§1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em �agrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

RESOLUÇÃO N. 35/2015-TJGOA resolução n.º 35 do Tribunal de Justiça de Goiás regulamentou a audiência de custódia no Estado, tendo sido parcialmente modi�cada pelas resoluções n.º 35/2016; n.º 54/2016; n.º 82/2018; n.º 86/2018.

FINALIDADE DO ATOO artigo 13 da Resolução n.º 213 do CNJ, determina que seja assegurada às pessoas presas em decorrência de cumprimento de mandados de prisão cautelar ou de�nitiva a apresentação à autoridade judicial no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, aplicando-se, no que couber, os procedimentos previstos na Resolução.A justi�cativa adotada diz quanto à necessidade de veri�cação se os direitos fundamentais do preso foram devidamente respeitados, a prisão encontra-se amparada, e especialmente se houve algum ato de maus-tratos, lesão ou tortura, conforme se veri�ca dos considerandos do sobredito ato normativo.

INCIDÊNCIA DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA: PRISÃO EM FLAGRANTE E PRISÃO PREVENTIVAApesar de não haver distinção na resolução quanto ao tipo de prisão, o Superior Tribunal de Justiça tem jurisprudência �rmada de que havendo a homologação do auto de prisão em �agrante com a consequente conversão em prisão preven-tiva, a falta da audiência de custódia seria mera irregularidade, conforme julgado abaixo:

HABEAS CORPUS SUBSTITUTO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA. NÃO REALIZAÇÃO. IRREGULARIDADES NO FLAGRANTE. ALEGAÇÕES SUPERADAS PELA CONVERSÃO DA PRISÃO EM PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE INOCÊNCIA. INCOMPATIBILIDADE. PRISÃO PREVENTIVA. IDÔNEA.

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QUANTIDADE E NATUREZA DOS ENTORPECENTES APREENDIDOS - 97G DE SKANK E 60G DE HAXIXE. INDICATIVOS DE DEDICAÇÃO À TRAFICÂNCIA. CONDENAÇÃO DEFINITIVA ANTERIOR. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS. INSUFICIÊN-CIA. ORDEM NÃO CONHECIDA. (...)2. Esta Corte já decidiu que "tendo sido o auto de prisão em �agrante submetido ao juiz para homologação, e convertido em prisão preventiva, �ca superada a falta da audiência de custódia, que tem como �nalidade apresentar a pessoa presa em �agrante ao juiz para que este decida sobre a necessidade ou não da prisão processual" (RHC n. 63.199/MG, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, Sexta Turma, julgado em 19/11/2015, DJe 3/12/2015).3. Em mesma direção, a orientação jurisprudencial desta Corte entende que "não há mais se falar em irregularidade da prisão em �agrante quando a questão encontra-se superada pela superveniência do decreto de prisão preventiva, que é o novo título judicial ensejador da custódia cautelar" (RHC n. 64.040/SP, Rel. Minis-tro RIBEIRO DANTAS, Quinta Turma, julgado em 17/11/2015, DJe 23/11/2015).(...)10. Ordem não conhecida.(HC 487.623/AC, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 16/04/2019)

RECENTE ENTENDIMENTO TOMADO PELO STJ: DEMORA INJUSTIFICADA PARA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIAEm recente decisão o Superior Tribunal de Justiça, determinou o relaxamento da prisão, em razão da demora na realização da audiência de custódia:

HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS E PORTE ILEGAL DE ARMA. PEDIDO DE SUPERAÇÃO DA SÚMULA N. 691 DO STF. TERATOLOGIA. PRISÃO EM FLAGRANTE POR MAIS DE 24 HORAS. DEMORA NA REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓ-DIA. ILEGALIDADE CARACTERIZADA. ORDEM CONCEDIDA.1. Permite-se a superação da Súmula n. 691 do Supremo Tribunal Federal quando, a um primeiro olhar, constatar-se �agrante ilegalidade na liberdade de loco-moção do paciente. 2. No caso dos autos, o investigado foi preso em 13/12/2018 e permaneceu custo-diado unicamente em função do �agrante até o cumprimento da decisão que deferiu o pedido liminar. 3. Considerando que a prisão em �agrante se caracteriza pela precariedade, de modo a não permitir-se a sua subsistência por tantos dias sem a homologação judicial e a convolação em prisão preventiva, identi�co manifesta ilegalidade na omissão apontada, a permitir a inauguração antecipada da competência constitucional deste Tribunal Superior.4. Ordem concedida para, con�rmada a liminar, relaxar a prisão em �agrante do autuado, sem prejuízo da possibilidade de decretação da prisão preventiva, se concretamente demonstrada sua necessidade cautelar, ou de imposição de medida alternativa, nos termos do art.319 do CPP. Determinada, ainda, comunicação ao CNJ.(HC 485.355/CE, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 19/03/2019, DJe 26/03/2019).

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STF – RECLAMAÇÃO 34.360

O Min. Ricardo Lewandowski nesta reclamação, em decisão monocrática, decidiu que no julgamento da ADPF 347-MC/DF (Estado de Coisas Inconstitucionais) o plenário não �cou adstrito somente à prisão em �agrante, estendendo-se, na verdade, às prisões provisórias. Textualmente, o Ministro cita o art. 13 da Resolução 213/2015 do CNJ, para entender que não obstante o juízo reclamado tenha decidido o “...caso com estrita observância à resolução que rege a matéria no seu Tribunal de origem” julgou procedente a reclamação “para determinar a realização da audiência de custódia, em até 24 (vinte e quatro) horas, a partir da comunicação o�cial desta decisão, oportunidade em que o magistrado de primeiro grau terá condições, vis-à-vis com o indiciado, de observar se realmente se trata de situação a ensejar a manutenção do seu afastamento do convívio social antes da formação de eventual juízo de culpa, considerando em sua funda-mentação, necessariamente, o que decido neste writ.”

Conforme se vê, não obstante tenha o Ministro reconhecido, a princípio, correta a postura do magistrado em primeiro grau no que tange à decisão que decretara a prisão preventiva, determinou, mesmo assim, a realização da audiência de custó-dia para veri�car se é o caso de manter-se a segregação.Nesse sentido, entende-se, caso prevaleça o entendimento quanto à necessidade da realização de audiência de custódia, em caso de prisões preventivas cumpri-das: a) esta audiência deve ser conduzida pelo juiz que decretou a prisão cautelar; b) a audiência serviria para: 1) veri�car homonímias; 2) situações de abusos quando da prisão; 3) perda de efeito do mandado por 3.1) extinção da punibili-dade pela prescrição; 3.2) sentença absolutória; 3.3) rejeição da denúncia; 3.4) absolvição sumária; 3.5) impronúncia; hipóteses em que teria havido falha na determinação de recolhimento do mandado de prisão. Lembre-se que o TJGO entende que as audiências de custódia devem ser reali-zada tão somente em caso de prisões em �agrante, conforme vários julgados. Clique Aqui.

Indicação Bibliográ�ca

CRUZ, R. S. Prisão cautelar: dramas, princípios e alternativas. 4ª ed. Salvador: Editora Juspo-divm, 2018, p. 291-305.

ANDRADE, M. F.; ALFLEN, P. R. Audiência de custódia no processo penal brasileiro. 2ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2016.

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STJ/STF/outras: Notícias relevantes

Notícias STJ

17 de abril de 20191- Condenações passadas não podem ser usadas para desvalorar personalidade ou conduta social Íntegra da notícia – clique aqui.

28 de abril de 20192- Jurisprudência molda os limites para concessão do sursis processual Íntegra da notícia – clique aqui.

Notícias STF

11 de abril de 20191- STF julga constitucional lei sobre uso de armamento de menor potencial ofensivo por agentes de segurança públicaÍntegra da notícia – clique aqui.

23 de abril de 20192- 1ª Turma nega HC a condenado por trá�co internacional de drogas acusado de lavagem de dinheiroÍntegra da notícia – clique aqui.

26 de abril de 20193- Uso de colaboração premiada em ação civil pública é tema de repercussão geralÍntegra da notícia – clique aqui.

Notícias TJGO

20 de maio de 20191- Homem é condenado a 21 anos de reclusão por matar pastoraÍntegra da notícia – clique aqui.

Notícias CNMP

14 de maio de 20191- Ramos e unidades do MP cumprem o Planejamento Estratégico Nacional, conclui o CNMPÍntegra da notícia – clique aqui.

Notícias CNJ

09 de abril de 20191- SEEU - Sistema Eletrônico de Execução Uni�cado será obrigatório em todos os tribunais até o �m do ano, de�ne CNJÍntegra da notícia – clique aqui.

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LEGISLAÇÃO

DECRETO Nº 9.761 DE 11 DE ABRIL DE 2019 - Aprova a Política Nacional sobre Drogas. Leia a íntegra aqui.

DECRETO Nº 9.785 DE 08 DE MAIO DE 2019 - Regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro, a posse, o porte e a comercialização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema Nacional de Gerenciamento Militar de Armas. Leia a íntegra aqui.

DECRETO Nº 9.797, DE 21 DE MAIO DE 2019 - Altera o Decreto nº 9.785, de 7 de maio de 2019, que regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro, a posse, o porte e a comercialização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas, e o Decreto n.º 9.607, de 12 de dezembro de 2018, que institui a Política Nacional de Exportação e Importação de Produtos de Defesa. Leia a íntegra aqui.

A publicação do Decreto nº 9.785/19, em 08 de maio de 2019, trouxe ao mundo jurídico relevantes re�exos penais, uma vez que passa a regulamentar a Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). Diante disso, o Centro de Apoio Operacional Criminal encaminhará Infor-mação Técnico-Jurídica, sem caráter vinculativo, aos órgãos de execução do Ministério Público de Goiás.

LEI Nº 13.827, DE 13 DE MAIO DE 2019 - Altera a Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), para autorizar, nas hipóteses que especi�ca, a aplicação de medida protetiva de urgência, pela autoridade judicial ou policial, à mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou a seus dependentes, e para determinar o registro da medida protetiva de urgên-cia em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça. Leia a íntegra aqui.

JURISPRUDÊNCIA

Competência para julgar, no Brasil, crime cometido por brasileiro no exterior e cuja extradição tenha sido negada

STF – COMPETÊNCIA – HOMICÍDIO – EXTERIOR – BRASILEIRO NATO – JUSTIÇA ESTADUAL. A prática do crime de homicídio por brasileiro nato no exterior não ofende bens, serviços ou interesses da União, sendo da Justiça estadual a competência para processar e julgar. STF. 1ª Turma. RE 1.175.638 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 2/4/2019 (Info 936). Leia inteiro teor do acórdão aqui.

STJ – Compete à Justiça Federal o processamento e o julgamento da ação penal que versa sobre crime praticado no exterior que tenha sido transferida para a jurisdição brasielira, por extradição. STJ. 3ª Seção. CC 154.656-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/04/2018 (Info 625). Leia aqui - p. 7.