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    UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ - UNOCHAPECÓ

    ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E AMBIENTAS

    CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

    CÁLCULO INTEGRAL: SUA HISTÓRIA E SUAS

    APLICAÇ ÕES NAS DIVERSAS  ÁREAS DO CONHECIMENTO

    JULIANA CRISTINA SCHNEIDER

    Chapecó - SC, 2010

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    JULIANA CRISTINA SCHNEIDER

    CÁLCULO INTEGRAL: SUA HISTÓRIA E SUAS

    APLICAÇ ÕES NAS DIVERSAS  ÁREAS DO CONHECIMENTO

    Relatório de pesquisa apresentado à UNOCHAPECÓcomo parte dos requisitos para aprovação na disci-plina de Pesquisa II, sob orientação da Professora LuciaMenoncini.

    Chapecó - SC, Jul. 2010

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    Resumo

    Nossa pesquisa baseia-se em descrever parte da história do Cálculo Integral, identificando seusprecursores, sua evolução e relação com o avanço tecnológico, bem como mostrar as aplicaçõesdo Cálculo Integral nas diversas áreas do conhecimento. Destacamos a importância de conhecer

    a aplicabilidade do Cálculo Integral para entender os seus conceitos e assim poder contribuirpara despertar a motivação por parte dos acadêmicos para o estudo desta temática. O CálculoIntegral é ensinado nos cursos de graduação de diversas áreas, como na Matemática, na F́ısica,nas Engenharias, entre outras. São tantas definições, teoremas, e diversas maneiras de re-solver esses cálculos, que dependendo da forma metodológica como eles são abordados, podemgerar questionamentos quanto a sua aplicabilidade. Assim, o objetivo deste trabalho é identi-ficar algumas destas aplicações nas diferentes áreas do conhecimento, seguido da resolução dasmesmas.

    Palavras-chaves: Integrais, cálculo, aplicações.

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    Sumário

    Introdução 2

    1. História da Cálculo 5

    1.1 Bonavetura Cavallieri . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71.2 Johann Kepler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81.3 Isaac Baron . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

    1.4 John Wallis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101.5 Isaac Newton . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111.6 Gottfried Wilhelm Leibiniz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    2. Cálculo Integral 15

    2.1 O Ensino do Cálculo Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

    3. Aplicações de Integral nas Diversas  Áreas 19

    3.1 A integral Indefinida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193.2 A integral Definida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233.3 A Integral Como Variação Total . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    3.4 A Integral Via Regra do Ponto Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 393.5 A Integral Imprópria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 453.6 A Integral Como Função Densidade da Probabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . 523.7 A Integral Definida Como Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 563.8 Funções Definidas Como Integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

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    Para reforçar nossa ideia, a Sociedade Brasileira de Educação Matemática - SBEM,

    destaca a importância do conhecimento histórico e da aplicabilidade dos conteúdos matemá-

    ticos, particularmente para o acadêmico que pretende ser um educador em Matemática:

    Esse corpo de conhecimentos matemáticos - conceitos espećıficos, definições,

    convenções, procedimentos, paradigmas de investigação dessa área de conheci-

    mento - devem ser selecionados e abordados de forma a possibilitar ao professor

    em formação, conhecimento amplo, consistente e articulado da Matemática,

    colocando em destaque aspectos de sua construção histórica, suas aplicações

    em outras áreas, os principais métodos utilizados por matemáticos ao longo

    dos tempos, os desafios atuais dessa área de conhecimento e as pesquisas

    matemáticas em desenvolvimento (SBEM 2002, p. 14).

    De modo geral, o Cálculo Integral é um componente curricular que merece atenção tanto

    por parte do professor que planeja suas aulas como pelos acadêmicos, pois segundo Junior

    (2006, p. 87), ”os conhecimentos do Cálculo Integral podem contribuir para que o aluno tenha

    ferramentas para resolver problemas de diferentes áreas do conhecimento”.

    Entendendo que o Cálculo Integral é uma importante ferramenta que dispomos e que em

    alguns momentos não sabemos ou não compreendemos sua aplicação, e defendendo a necessi-

    dade de conhecer as construções do conhecimento ao longo dos tempos como aporte teórico,

    inicialmente buscamos informações acerca do surgimento e evolução do Cálculo Integral, co-

    nhecendo a vida e o trabalho dos seus principais precursores. Tais informações estão contidas

    no Caṕıtulo 1 deste trabalho.

    No Caṕıtulo 2, direcionamos nossa atenção para entender um pouco sobre o ensino e a

    aprendizagem dos conteúdos, uma vez que a aplicação do Cálculo Integral vem ao encontro de

     justificar o porquê de estudar tal assunto.

    Na sequência, formamos o Caṕıtulo 3, composto pelas aplicações do Cálculo Integral.

    Aqui, buscamos enunciar alguns conceitos e resultados do Cálculo Integral e identificar algumas

    áreas que utilizam-se destes para resolução de questões especı́ficicas, bem como selecionamos e

    resolvemos tais situações.

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    1. História do Cálculo

    Vamos iniciar esse trabalho fazendo um resgate histórico do Cálculo Diferencial e Integral.

    Para tanto contamos com a contribuição de alguns autores. Entre eles destacamos Boyer (1974),o qual aponta que calcular, no passado, significava fazer contas por meio de seixos. Segundo ele

    a palavra calcular tem sua origem do latim, do diminutivo de calx, que significa pedra. Já na

    idade média, no século XVII, surgem os conceitos mais formais para o cálculo, os quais definem

    conceitos que surgiram a mais de dezessete anos antes na nossa era.

    O século XVII foi extremamente produtivo para o cálculo, comenta Eves (2004), pois foi

    um peŕıodo onde se fizeram grandes e vastas pesquisas em diversas áreas. O autor afirma aindaque para se falar da história do cálculo, precisamos voltar até o século V a.C, na Grécia antiga,

    mesmo que a maior parte da história se situe no século XVI.

    Em seu livro, Eves (2004), começa falando sobre os Paradoxos de Zenão. Para o autor foi o

    filósofo Zenão de Eléia (450 a.C) que chamou a atenção para que se observassem as dificuldades

    lógicas ocultas em paradoxos que tiveram forte influência na matemática. Os dois paradoxos

    do qual cita o autor são: Dicotomia e a Flecha. O primeiro trata que se um segmento de reta

    pode ser subdividido indefinidamente, então o movimento é impossı́vel, pois, para percorrê-lo, é

    preciso antes alcançar seu ponto médio, antes ainda alcançar o ponto que estabelece a marca de

    um quarto do seu segmento e assim por diante, ad infinitum. Segue-se, então, que o movimento

     jamais começará. O segundo paradoxo, a flecha, afirma que se o tempo é formado de instantes

    atômicos indivisı́veis, então uma flecha em movimento está sempre parada, posto que em cada

    instante ela esteja numa posição fixa. Sendo isso verdadeiro em cada instante, segue-se que a

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    flecha jamais se move.

    Os primeiros problemas que apareceram na história do cálculo se referiam a problemas

    de quadratura, com os processos de medição de terras e áreas. Uma das contribuições mais

    antigas, segundo Eves (2004) se refere ao problema da quadratura do ćırculo que foi dada por

    Ant́ıfon, que era contemporâneo de Sócrates. Ant́ıfon acreditava que por sucessivas duplicações

    do número de lados de um polı́gono regular inscrito num cı́rculo, a diferença entre o cı́rculo e o

    polı́gono por fim exaurir-se-ia. Ant́ıfon, continha aqui o método da exaustão grego. O método

    da exaustão é creditado a Eudoxo (c. 370 a.C), ainda:

    O método admite que uma grandeza possa ser subdividida indefinidamente e

    sua base é a proposição: Se uma grandeza qualquer subtrai-se uma parte não

    menor que a sua metade, do restante subtrai-se uma parte não menor que asua metade, e assim por diante, se chegará por fim a uma grandeza menor que

    qualquer outra predeterminada da mesma espécie. (EVES 2004, p. 419).

    Boyer (1974) nos coloca que o método da exaustão é creditado a Eudoxo, mas também é

    conhecido como método de Arquimedes:

    [...] Arquimedes atribuiu a Eudoxo a primeira prova satisfatória de que o vol-

    ume do cone é um terço do volume do cilindro de mesma base e mesma altura,

    o que parece indicar que o método da exaustão vem de Eudoxo. (BOYER,

    1974, p. 67).

    Arquimedes descobriu que a área da região limitada por uma parábola cortada por uma

    corda qualquer, é igual a 4/3 da área do triângulo que tem a mesma altura e que tem a corda

    como base. Ele utilizou o problema da exaustão para determinar a área do ćırculo e descobriu

    o número π .

    Rocha (1986), aponta que foi com a busca de processos exatos ou mesmo aproximado de

    calcular a área em uma região S limitada por uma curva fechada que deu a Arquimedes a glória

    de ser considerado um dos mais importantes matemáticos de todos os tempos. Segundo ele foi

    pelo método da exaustão que Arquimedes conseguiu calcular a área de vários tipos de curvas.

    Nos seus trabalhos sobre áreas e volumes, Arquimedes utilizou o método da exaustão,

    pelo qual se aproxima a quantidade desejada pelas somas parciais de uma série ou pelos termos

    de uma sequência, conforme Boyer (1974).

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    Figura 1: Arquimedes.Fonte: Wikipedia

    Por volta do ano de 1450 os trabalhos de Arquimedes chegaram à Europa Ocidental

    através de uma tradução que foi achada em Constantinopla, de uma cópia feita no século IX,

    de acordo com Eves (2004).

    Estas descobertas deram origem ao cálculo. No entanto, o seu desenvolvimento prosseguiu

    graças as contribuições iniciais de personagens como Cavalieri, Barrow, Kepler, Wallis, Newton

    e Leibinz. Vejamos um pouco da contribuição de cada um desses personagens.

    1.1 Bonavetura Cavallieri

    Bonaventura Cavallieri nasceu em Milão e aos 15 anos de idade foi aluno de Galileu.

    Trabalhou como professor de matemática na Universidade de Bolonha de 1629 até 1647, quando

    faleceu.

    Suas obras, de acordo com Eves (2004) abrangeram óptica e astronomia e foi ele o re-

    sponsável pela introdução dos logaritmos na Europa. A obra de sua autoria que mais o projetou

    foi   Geometria Indivisibilibus  publicada em 1635.

    Os prinćıpios de Cavalieri representaram para a época e continuam até hoje, poderosas

    ferramentas para o cálculo de volumes e áreas.

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    Figura 2: Cavalieri.Fonte: Wipikédia

    1.2 Johann Kepler

    Segundo Eves (2004), Johnann Kepler desenvolveu ideias baseadas em três leis que de-

    screvem o movimento dos planetas em torno do Sol. Kepler intuitivamente descreveu o prinćıpio

    da continuidade, onde os casos-limite eram cobertos por definições mais gerais. Ele recorreu à

    integração para calcular áreas envolvidas com a segunda lei do movimento planetário e também

    conseguiu calcular o volume de diversos sólidos. Um dos seus trabalhos que foi muito discutido

    refere-se à maneira correta de calcular o volume de barris de vinho.

    Figura 3: Johann Kepler.Fonte: Wipikédia

    1.3 Isaac Baron

    Como conta Eves (2004), Isaac Barrow nasceu em Londres em 1630. Barrow terminou seus

    estudos em Cambridge em 1648. Formaou-se em F́ısica, Matemática, Astronomia e Teologia.

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    1.4 John Wallis

    A história de John Wallis é contada por Eves (2004). Wallis nasceu em 1616 e foi con-

    siderado em dos matemáticos mais capazes e originais de seu tempo. Seus trabalhos no campo

    da análise contribúıram muito nos estudos de Newton. Wallis foi um dos primeiros a discutir

    as cônicas como sendo curvas do segundo grau. O śımbolo ∞  (infinito), surgiu após os seusestudos. Ele obteve resultados para o cálculo e seus métodos eram mais aritméticos do que

    geométricos.

    Wallis empenhou-se em determinar π  buscando uma expressão para π  buscando

    uma expressão para a área,π4 ,de um quadrante do ćırculo   x2 + y2 = 1. Isso

    equivale a calcular o limite  1

    0 (1

    −x2)( 12 )dx  o que ele não tinha condições de

    fazer diretamente, uma vez que desconhecia o teorema geral do bin ômio. [...]o que ele procurava era o valor interpolado dessa lei para  n  =   12 . (EVES, 2004,

    p. 432).

    As principais contribuições de Wallis para o cálculo estão relacionadas à teoria da in-

    tegração. Foi Wallis quem explicou de maneira satisfatória o significado dos expoentes zero,

    negativos e fracionários.

    Figura 5: John Wallis.Fonte: Wipikédia

    Até aqui, já haviam sido descobertos e desenvolvidos muitos dos conceitos do c álculo como

    a existência do limite e conceitos de continuidade. O avanço tecnológico estava acentuado e

    havia uma necessidade, segundo Eves (2004), da criação do simbolismo geral como um conjunto

    de regras e procedimentos que tornasse o cálculo manipulável e proveitoso. Essa sistematização

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    Figura 6: Isaac Newton.Fonte: Wipikédia

    tarde sobre ondulatória. Entre os anos de 1673 a 1683, dedicou-se a álgebra e a teoria das

    equações. Já em 1679, verificou a teoria da gravitação. Escreveu seu primeiro livro  Principia

    no verão de 1685, escrevendo outros dois livros logo na sequência. Em 1692, foi acometido de

    uma doença, que provocava distúrbios mentais e que durou cerca de dois anos. Depois disso

    dedicou boa parte da sua vida em estudando qúımica, alquimia e teologia.

    Em 1696, foi inspetor da Casa da Moeda e em 1699 passou a ser diretor da institui ção.

    Já em 1703 foi eleito presidente da Royal Society, onde permaneceu até a sua morte. Newton

    faleceu em 1727, tendo 84 anos de idade.

    1.6 Gottfried Wilhelm Leibiniz

    Leibiniz foi o grande gênio universal do século XVII e ”rival”de Newton quando se trata

    da invenção do cálculo. Nasceu em 1646, em Leipzig. Aprendeu falar latim por conta própria

    e aos doze anos dominava conhecimentos matemáticos, teólogos e filosóficos. Foi nesta época

    que ele desenvolveu as primeiras ideias de sua obra   Characterstica Generalis. Devido a sua

    pouca idade foi negado a ele o t́ıtulo de doutor em leis na Universidade de Leipzig.

    Em 1672, quando cumpria uma missão diplomática em Paris, Leibiniz exibiu uma máquina

    de calcular para a Royal Society.

    O sı́mbolo de um S alongado    (śımbolo atual) para a Integral é resultado de seus estudos.

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    Figura 7: Gottfried Wilhelm Leibiniz.Fonte: Wipikédia

    Ele usou a primeira letra latina summa (soma), para indicar uma soma de indiviśıveis. As

    notações que usamos ainda hoje para representar derivadas como dx/dy, sendo y = y(x) e

    integrais 

     f (x)dx  surgiram através dos escritos de Leibiniz. Dedicou-se pelo resto da vida no

    serviço diplomático, falecendo em 1676, a serviço da corte de Hanover.

    Até aqui falamos da parte histórica, dos fatores que contribúıram para o desenvolvimento

    do cálculo.

    Mas afinal, o que é cálculo? Thomas (2003, p. XV) define cálculo como a ”matemática

    dos movimentos e das variações”. Para ele, onde há movimento e força sendo empregadas,

    também existe o cálculo. Thomas, afirma ainda que o cálculo foi inventado inicialmente para

    atender às necessidades matemáticas - basicamente mecânicas - dos cientistas dos séculos XVI

    e XVII.

    O autor ainda explica que o cálculo diferencial busca calcular as taxas de variação, per-

    mitindo que as pessoas definissem os coeficientes angulares, calculassem a velocidade e a acel-

    eração de corpos em movimento e determinassem os ângulos. Também, aproveita para ar-

    gumentar que o Cálculo Integral lidou com problemas de determinar as funções a partir de

    informações a respeito de sua taxa de variação, possibilitando assim:

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    [...] que as pessoas calculassem a posição futura de um corpo a partir de sua

    posição atual e do conhecimento das forças que atuam sobre ele determinassem

    as áreas de regiões irregulares no plano, medissem o comprimento de curvas e

    determinassem o volume e a massa de sólidos arbitrários. (THOMAS, 2003, p.

    XV).

    Boyer (1974) afirma que o pioneiro no desenvolvimento do Cálculo Diferencial e Integral

    foi Newton (1665-66) e que independentemente a isso, em (1673-76) Leibiniz, chega às mesmas

    conclusões. Os dois viam o cálculo separadamente: Newton o via de forma mais geométrica,

    enquanto Leibniz o via de forma mais anaĺıtica. Os trabalhos de Leibniz sobre Cálculo Integral

    foram publicados em 1684.

    O nome Cálculo Integral foi criado por Johann Bernoulli e publicado pela primeira

    vez por seu irmão mais velho Jacques Bernoulli em 1690. O Cálculo de Newton foi sim-

    plesmente visto como derivadas ”reversas”, ho je conhecidas como Integrais. Na mesma época

    da publicação das tabelas de integrais de Newton, Johann Bernoulli descobriu o chamado

    método das frações parciais.

    Sabe-se que primeiramente surgiu o Cálculo Integral e que depois surgiu o Cálculo Difer-

    encial. Porém hoje eles são vistos como um sendo a operação inversa.

    O século XVII foi um dos séculos mais produtivos na ampliação dos conceitos

    matemáticos, graças, em grande parte, às novas e vastas áreas de pesquisa que

    nela se abriram. [...]   É curioso que o desenvolvimento histórico do cálculo

    seguiu a ordem contrária à daquela dos textos e cursos básico sobre o assunto:

    ou seja, primeiro surgiu o cálculo integral e só muito depois o cálculo diferencial.

    (EVES, 2004, p. 417).

    Para o autor, a diferenciação originou-se de problemas relativos às tangentes de curvas

    e a determinação de máximos mı́nimos. O cálculo surgiu para atender uma necessidade deresolução de problemas insolúveis na época.

    Atualmente diversas áreas do conhecimento utilizam dos conceitos do cálculo integral e

    diferencial para provar ou explicar suas teorias.

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    2. Cálculo Integral

    2.1 O Ensino do Cálculo Integral

    Da parte histórica do Cálculo Integral explorada no caṕıtulo anterior, percebe-se que ele

    se desenvolveu ao longo do tempo e não foi simplesmente uma descoberta momentânea. Muitos

    foram os seus precursores e muitas contribuições foram dadas à sociedade.

    Assim, o desenvolvimento do Cálculo Integral está diretamente ligado ao contexto social,

    e apresenta uma importante relação com a evolução cientı́fica e tecnológica da sociedade.

    De acordo com Frescki e Pigatto (2009), nos séculos XVI e XVII, o cálculo integral teve

    seu foco direcionado principalmente ao estudo do cálculo da posição futura de um corpo em

    relação a sua posição atual, conhecendo-se as forças atuantes sobre ele; à determinação de

    áreas de figuras planas não-regulares, de seu volume e da massa de corpos sólidos; assim como

    questões relativas ao comprimento de curvas. Estes estudos se voltavam às tecnologias daquela

    época.

    No século atual, o estudo do Cálculo Integral continua relacionado, e porque não dizer

    fortemente relacionado, aos avanços cientı́ficos e tecnológicos. Neste contexto, Whipkey e Whip-

    key (apud SCHLICKMANN, CUSTODIO e SILVA, 2008, p. 32) afirmam que:

    a aplicação atual do Cálculo está presente nos problemas que afetam a hu-

    manidade, entre os quais podemos citar a construção de modelos abstratos

    para o estudo de Ecologia de populações, da Cibernética e seu impacto social

    sobre o homem, além das práticas no campo da administração, da economia e

    medicina.

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    Também Schlickman, Custodio e Silva (2008) enfatizam outros fatos, que relacionados ao

    Cálculo, o torna, junto com as tecnologias, um ferramenta essencial para o mundo moderno, a

    saber:

    [...] a previsão de tempo, fluxo de ar passando por um autom óvel, representação

    de imagem da medicina e estrutura do DNA, pois com os avanços na ressonância

    magnética é possı́vel verificar a estrutura de moléculas relacionadas com a du-

    plicação do DNA, além do controle do comportamento caótico do coração hu-

    mano, exploração do espaço profundo e alguns ainda arriscando modelar o

    futuro do mundo. (SCHLICKMAN, CUSTODIO E SIVA, 2008, p. 32-33).

    Esta relação de caŕater cient́ıfico e tecnoĺogico, talvez seja um dos fatores res-

    ponsáveis por introduzir e manter o Cálculo Integral no curŕıculo de muitos cursos superiores.

    Assim, o Cálculo Integral tem por finalidade, em conjunto com as demais disciplinas, servir

    de base para que muitos conceitos especı́ficos de cada curso de graduação sejam desenvolvidos.

    No entanto, uma das exigências do Cálculo é a necessidade de conhecimentos matemáticos

    gerais. Neste sentido Stewart (2009, p. XVII) afirma que ”o sucesso no cálculo depende

    em grande parte do conhecimento da matemática que precede o cálculo: álgebra, geometria

    analı́tica, funções e trigonometria”.

    Já Leithold (1994, p. 01) se direciona aos acadêmicos que cursam Cálculo atestando que

    “”aprender Cálculo pode ser sua experiência educacional mais empolgante e estimulante pois é

    a base para quase toda a Matemática e para muitas grandes realizações no mundo moderno”.

    Entretanto, o ensino de Cálculo Integral baseado em métodos tradicionais pode se tornar

    um tema de médio ou dif́ıcil entendimento. Aqui, entende-se por forma tradicional aquela que

    utiliza o modelo cartesiano de curŕıculo, centrado na exposição teórica e formal que enfatiza a

    memorização e a transmissão de conhecimento.

    Um modelo pedagógico bastante comum no ensino superior de matemática é

    aquele em que a apresentação dos conteúdos é organizada nos moldes de sua

    estrura formal. Em particular, os conceitos são introduzidos a partir de sua

    definição formal. [...] O comportamento esperado pelos professores é que os

    alunos sempre recorram à definição de conceito antes de dar a resposta, mas

    não é isso que se observa em geral. (ESCARLATE, p. 02).

    Quanto a este aspecto, Moraes e Mendonça (2003, p. 02) destacam que em geral,

    ”um livro texto é normalmente adotado, aulas expositivas introduzem a teoria ao aluno, exe-

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    mplos são resolvidos em sala de aula a fim aplicar a teoria apresentada e exerćıcios e/ou prob-

    lemas são propostos com o intuito de solidificar o conhecimento”.

    Skovsmose (2000), faz menção de que em algumas de suas observações sobre o ensino

    da Matemática pode evidenciar que o ensino enquadra-se no “”paradigma do exerćıcio”, onde

    o professor apresenta idéias e técnicas matemáticas e em seguida os alunos trabalham com

    exerćıcios selecionados. Geralmente estes exerćıcios, constantes nos livros didáticos, tiveram

    sua formulação realizada por “”uma autoridade externa à sala de aula”o que denota que a

    importância ou relevância dos exerćıcios não faz parte da aula. Para ele, desafiar o paradigma

    do exerćıcio, pode significar para alguns professores sair da “”zona de conforto”para a “”zona

    de risco”. Isso tudo porque historicamente o professor é visto como detentor de todo o saber e

    não como uma facilitador ou ainda como uma ”ponte”que permite a ligação entre o conteúdo

    cientı́fico e o estudante.

    Na visão de D’Ambrósio (1998, p. 69), o ponto central do ensino é a “”passagem do

    curŕıculo cartesiano, estruturado previamente à prática educativa, a um curŕıculo dinâmico,

    que reflete o momento sociocultural e a prática educativa inserida”.

    O currı́culo dinâmico defendido por D’Ambrósio pode ser alcançado ao se reestruturar

    os métodos pedagógicos de ensino de Cálculo Integral, ou seja, pensar em novas alternativas

    metodológicas, que contemplem os aspectos teóricos e formais, mas que também tratem dos

    aspectos históricos e evidenciem suas aplicações nas diferentes áreas do conhecimento.

    Para Junior (2006) a abordagem de conceitos matemáticos por meio de situações-problema

    pode justificar o ensino, servir de motivação, ou contribuir para o fortalecimento de conceitos

    ensinados.

    [...] a maioria das pessoas sente-se mais motivada ao estudo quando é capaz

    de perceber que o conhecimento adquirido será útil para sua vida. Portanto,

    acreditamos que partir de um problema para chegar a um conceito matem ático

    é muito mais significativo para o aluno. (JUNIOR, 2006, p. 84).

    Ferruzzi (2003, p. 38) destaca a importância de aplicar os conhecimentos matemáticos e

    a necessidade de avaliar os resultados obtidos:

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    18

    A simples memorização de conceitos matemáticos não garante o reconheci-

    mento de uma situação problema e da aplicação dos conceitos necessários para

    solucioná-la.   É importante desenvolver nos alunos a capacidade de aplicação

    dos conhecimentos matemáticos em situações do dia-a-dia, e mais do que isso,

    é preciso que os estudantes desenvolvam a capacidade de refletir acerca dos

    resultados destas aplicações.

    De acordo com Frescki e Pigatto (2009, p. 05), “”é de extrema importância que os alunos,

    ao cursarem a disciplina de Cálculo, aprendam não só a resolver expressões ou equações, mas que

    compreendam a sua finalidade aplicada à realidade, resolvendo problemas que são de interesse

    social”.

    Para salientar a importância de apresentar aplicações dos conteúdos do Cálculo, e, por-

    tanto, do Cálculo Integral, Ferruzzi (2003, p. 37) elenca:

    Uma das indagações feitas pelos alunos, geralmente é sobre a falta de visão da

    aplicabilidade dos conteúdos matemáticos estudados, em sua vida acadêmica e

    futuramente em sua vida profissional. Geralmente as disciplinas com conteúdo

    matemático, entre elas o Cálculo, são tratadas de forma independente das dis-

    ciplinas especı́ficas da área, provocando assim, a falta de visão de aplicação

    da Matemática em seu curso e possuem a caracteŕıstica da ênfase ser dada

    às técnicas de resolução, não levando em conta a elaboração dos conceitos e

    ignorando as aplicação em cada área.

    De modo geral, o Cálculo Integral é uma ferramenta que proporciona a resolução de

    inúmeros problemas do mundo moderno e possui aplicações em muitas áreas do conhecimento,

    como na Matemática, na F́ısica, na Qúımica, na Psicologia, nas Engenharias, nas Ciências

    Sociais, entre outras.

    Então, mostrar a aplicabilidade do Cálculo Integral nos cursos superiores talvez seja um

    diferencial que contribua para minimizar as dificuldades no processo de aprendizagem e resgatar

    a motivação em aprender conceitos relativos a este tema.

    Com este propósito, no caṕıtulo seguinte serão exploradas aplicações do Cálculo Integral

    em diversas áreas do conhecimento.

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    3. Aplicações de Integral nas Diversas

    Áreas

    Este capı́tulo está voltado às aplicações do Cálculo Integral em algumas áreas do co-

    nhecimento. Para tanto, vamos primeiramente apresentar alguns conceitos relativos a integrais

    e em sequência resolver algumas aplicações.

    3.1 A Integral Indefinida

    Segundo afirma Stewart (2009), em virtude da relação dada pelo Teorema Fundamental

    do Cálculo entre as funções primitivas e integrais a notação 

     f (x)dx é tradicionalmente usada

    para a primitiva de f  e é chamada de integral indefinida. Portanto temos que:

       f (x)dx =  F (x)

    significa que  F (x) = f (x).

    Segundo Flemming (1992, p. 329) podemos definir a   Integral Indefida   como: ”uma

    função   F (x) é chamada uma primitiva da função   f (x) em um intervalo   I   (ou simplesmenteuma primitiva de  f (x), se para todo  x ∈ I , temos  F (x) = f (x)”.

    Vejamos algunas aplicações de Integral Indefinida:

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    Economia

    Ex 3.1.1 Um produtor descobre que o custo marginal é de 3q 2 − 60q  + 400 u.m. por

    unidade, quando q  unidades do produto são produzidas. O custo total de produzir as primeiras

    2 unidades é de R      900,00. Qual é o custo total de produzir as primeiras 5 unidades?

    Resolução:   O custo marginal é a derivada da função custo total   C (q ). Assim temos

    C (q ) = 3q 2 − 60q  + 400 e portanto C(q) deve ser a antiderivada (integral)dada por:

    C (q ) =

       C (q )dq   =

       (3q 2 − 60q  + 400)dq   =   q 3 − 30q 2 + 400q  +  C , onde C é uma

    constante que precisamos encontrar.

    Sabendo que para 2 unidades o custo é R       900,00 ou seja, C (2) = 900, podemos encontrar

    o valor de C, fazendo

    900 = (2)3 − 30(2)2 + 400(2) + C , o que implica  C  = 212.

    Assim, C (q ) = q 3 − 30q 2 + 400q  + 212.

    Agora podemos descobrir o custo de produção para as primeiras 5 unidades:

    C (5) = (5)3 − 30(5)2 + 400(5) + 212 C (5) = 1587, 00

    Referência:

    HOFFMANN e BRANDLEY (1999) p. 254.

    Crescimento Populacional

    Ex 3.1.2 Estima-se que daqui a  x  meses a população de uma certa cidade estará variando

    a uma taxa de 2 + 6√ 

    x  pessoas por mês. A população atual é de 5 000. Qual será a populção

    daqui a 9 meses?

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    22

    S (t) =

       dS 

    dt dt =

       (100− 20t)dt = 100t− 10t2 + C , para alguma constante C.

    Precisamos descobrir a variável C. Como no instante em que o embarque chega (t = 0) o

    custo não existe, então

    0 = 100(0)− 10(0)2 + C , o que implica em  C  = 0 e a função dada por S (t) = 100t− 10t2.

    Após 5 meses de armazenamento o custo será

    S (5) = 100(5)− 10(5)2 = 250, 00.

    Referência:

    HOFFMANN E BRANDLEY (1999) p. 254.

    Fı́sica

    Ex 3.1.4 Após a aplicação dos freios, um carro desacelera a uma taxa constante de 22 pés

    por segundo. Se o carro está viajando a 45 milhas por hora (66 pés por segundo) no momento

    em que os freios são aplicados, que distância ele percorre antes de parar por completo?

    Resolução:  Seja s(t) o deslocamento (distância) do carro t segundos após os freios serem

    aplicados. Porquanto o carro desacelera a 22 pés por segundo, segue-se que  a(t) = −22. Comoa(t) =

     dv

    dt, então integrando esta equação encontramos:

    v(t) =   −22dt = −22t + C 1Para calcular C 1  note que  v  = 66 quando t  = 0, de modo que 66 = v(0) = −22(0) + C 1  e

    portanto, C 1  = 66. Assim a velocidade no instante t é  v(t) = −22t + 66.

    Em seguida, para encontrar o deslocamento s(t), vamos usar o fato de que

    ds

    dt  = v(t) = −22t + 66.

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    limmaxxk→0

    nk=1

    f (x∗k)xk  existir

    e não depender da escolha das partições ou da escolha dos pontos  x∗k  nos subintervalos.

    Neste caso, denotamos o limite pelo śımbolo

       ba

    f (x)dx = limmaxxk→0

    nk=1

    f (x∗k)xk

    que é denominado de   integral definida  de  f   de  a  até  b. Os números a  e  b  são denominados

    limite de integração inferior e  limite de integração superior, respectivamente, e  f (x) é

    denominado  integrando.

    Para Stewart (2009, p. 345) o significado da definição de integral é:

    Para todo número ε > 0 existe um inteiro N  tal que |   ba

    f (x)dx−n

    i=1

    f (x∗i )x |< ε  paratodo inteiro n > N  e toda escolha de  x∗i   em [xi−1, xi].

    Um resultado importante da integral definida é o Teorema Fundamental do Cálculo

    (TFC).

    Flemming (1992, p. 368) lembra que ”o Teorema Fundamental do Cálculo nos permite

    relacionar as operações de derivação e integração”. Isso porque conhecendo uma primitiva

    de uma função contı́nua   f   : [a, b] →   R, podemos calcular a sua integral definida   ba

    f (t)dt.

    Formalmente, o TFC pode ser definido:

    Teorema 1   (Teorema Fundamental do C´ alculo)

    Se  f   for cont́ınua sobre  [a, b]  e se  F   é uma primitiva de  f  neste intervalo, ent˜ ao

       ba

    f (t)dt =  F (b)− F (a).

    Vamos ver algumas aplicações da integral definida:

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    Economia

    Ex 3.2.1 Os economistas usam uma distribuição acumulada chamada curva de Lorenz para

    descrever a distribuição de renda entre as famı́lias em um dado páıs. Tipicamente uma curva

    de Lorenz é definida no intervalo [0,1], tem extremidades (0,0) e (1,1) e é cont́ınua, crescente

    e côncava para cima. Os pontos sobre essa curva são determinados classificando-se todas as

    famı́lias pela renda e então calculando a porcentagem de famı́lias cuja renda é menor ou igual

    a uma porcentagem dada da renda total do páıs. Por exemplo, o ponto(a/100, b/100) está

    sobre a curva de Lorenz se a% de famı́lias recebe menos do que ou igual a b% da renda total.

    A igualdade absoluta da distribição de renda ocorreria se a parte mais baixa a% das faḿılias

    recebesse a% da renda e, nesse caso a curva de Lorenz seria a reta  y  =  x. A área entre a curva

    de Lorenz e a reta  y  =  x  mede quanto a distribuição de renda difere da igualdade absoluta. O

    coeficiente de desigualdade é a razão da área entre a curva de Lorenz e a reta y  =  x  para a área

    sob y =  x

    (a) Mostre que o coeficiente de desigualdade é o dobro da área entre a curva de Lorenz

    e a reta   y   =   x, isto é, mostre que o coeficiente de desigualdade   C d   é definido por   C d   =

    2

       10

    [x− L(x)]dx.

    A área entre a curva de Lorenz e a reta  y  =  x   é dada por

       10

    [x− L(x)]dx.

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    A área abaixo da curva é dada por

       10

    xdx.

    Assim, o coeficiente de desigualdade  C d  será:

    C d =   10 [x− L(x)]dx   1

    0

    xdx

    C d =

       10

    [x− L(x)]dx1

    2

    C d = 2   1

    0

    [x

    −L(x)]dx

    (b) A distribuição de renda para um certo paı́s está representada pela curva de Lorenz

    definida pela equação L(x) =  5

    12x2 +

      7

    12x. Qual é a porcentagem da renda total recebida pelas

    50% das faḿılias que recebem menos? Encontre o coeficiente de desigualdade.

    Usando que  L(x) =  5

    12x2 +

      7

    12x e que  L(50%) = L(1/2), temos

    L(1/2) =  5

    12

    .1

    4

     +  7

    12

    .1

    2

    L(1/2) = 19

    48  0, 396.

    Então o coeficiente de desigualdade  C d  será

    C d = 2

       10

    [x− L(x)]dx = 2   10

    x− ( 5

    12x2 +

      7

    12x)

    dx

    C d = 2   1

    0x−

      5

    12

    x2

    −  7

    12

    x dxC d =

      5

    36

    Referência:

    STEWART (2009) p. 374.

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    27

    Ex. 3.2.2 Suponha que daqui a  x  anos, um plano de investimentos estará gerando lucro a

    uma taxa de  R1x = 50 + x2 u.m.(unidades monetárias) por ano, enquando um segundo plano

    estará gerando lucro a uma taxa de  R2x = 200 + 5x  u.m. (unidades monetárias) por ano.

    (a) Por quantos anos o segundo plano será mais lucrativo que o primeiro?

    (b) Calcule o seu lucro ĺıquido excedente se você investir no segundo plano em vez de no

    primeiro pelo peŕıodo de tempo do item (a).

    (c) Interprete o lucro excedente no item (b) como uma área entre as curvas.

    Resolução:   Para ajudar a visualização da situação, começamos esboçando as curvas

    y =  R1(x) e  y =  R2(x) como mostra a figura:

    (a) Como o gráfico indica a taxa   R2(x) na qual o segundo plano gera lucro é ini-

    cialmente maior que a taxa  R1(x) na qual o primeiro plano gera lucro, o segundo plano será

    mais lucrativo até que  R1(x) = R2(x), isto é, até que

    50 + x2 = 200 + 5x

    x2 − 5x− 150 = 0

    (x− 15)(x + 10) = 0

    x = 15 anos (despreze  x  = −10)

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    (b) Para 0 ≤ x ≤ 15, a taxa na qual o lucro gerado no segundo plano excede o primeiro éde R2(x)−R1(x) u.m. por ano. Portanto, o lucro lı́quido gerado durante o peŕıodo de 15 anospelo segundo plano é dada pela integral definida

       150

    [R2(x)−R1(x)]dx =    150

    [(200 + 5x)− (50 + x2)]dx   150

    [R2(x)−R1(x)]dx =   150

    [150 + 5x− x2]dx = 1678, 50

    (c) Em termos geométricos, a integral definida que fornece o lucro ĺıquido excedente do

    item (b) é a área da região sombreada da figura, entre as curvas  y   =  R2(x) e  y   =  R1(x) de

    x = 0 at́e  x = 15.

    Referência:

    HOFFMANN E BRANDLEY (1999) p. 282.

    Medicina

    Ex. 3.2.3 A respiração é ćıclica é um ciclo completo que começa pela inalação e acaba

    pela exalação, durante cerca de 5 s. A taxa máxima do fluxo de ar para dentro dos pulmões

    é e cerca de 0,5 L/s. Isso explica, em parte, por que a função   f (t) =  1

    2sen(2π/5) tem sido

    frequentemente usada para modelar a taxa de fluxo de ar para dentro dos pulmões. Use esse

    modelo para encontrar o volume de ar inalado nos pulmões no instante  t.

    O volume de ar inalado para dentro dos pulmões num tempo  t  qualquer é:

    V (t) =

       t0

    f (x)dx =

       t0

    1

    2sen(

    2πx

    5  )dx   (1)

    Chamando u  = 2πx

    5  temos du  =

     2π

    5 dx. Substituindo em (1), temos:

    V (t) = 1

    2

       t0

    senu. 5

    2πdu

    V (t) =

     1

    2 .

     5

    2π   t0 senudu

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    29

    V (t) =  5

    4π.(−cosu)|t0

    V (t) = −5

    4π cos

    2πt

    5

    + 1 litros

    Referência:

    STEWART (2009) p. 382.

    Ex. 3.2.4 O método da diluição do contraste é usado para medir a capacidade card́ıaca com

    6 mg de contraste. As concentrações de contraste, em mg/L, são modeladas por c(t) = 20te−0,6t,

    0

    ≤t

    ≤10, na qual t é medido em segundos. Calcule a capacidade cardı́aca.

    A capacidade cardı́aca é definida como F   = A

    I  , sendo  A o contraste e  I  =

       t0

    C (t)dt.

    Calculando a integral

    I  =

       t0

    C (t)dt = 20

       100

    te−0,6tdt

    Chamando u  =  t,  du  =  dt, dv =  e−0,6t e v = −e−0,6t

    0, 6  , temos

    I  = 20

    −t0, 6

    e−0,6t +  1

    0, 6

       10

    e−0,6tdt

    I  = 20

    −t0, 6

    e−0,6t −   10, 36

    e−0,6t|100

    I   20[(−0, 04− 6, 88.10−3)− (0− 2, 77)] 54, 46

    Logo, a capacidade card́ıaca é  F   = A

      =  6

    54, 46 0, 11 L/seg ou 6,6 L/min

    Referência:

    STEWART (2009) p. 524.

    Administração

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    30

    Ex. 3.2.5 A Alabama Instruments Company preparou uma linha de montagem para

    fabricar uma nova calculadora. A taxa de produção dessas calculadoras após semanas é  dx

    dy  =

    5000

    1−   100

    (t + 10)2

     calculadoras por semana. (Observe que a produção tende a 5 000 por

    semana à medida que passa o tempo, mas a produção inicial é baixa, pois os trabalhadoresnão estão familiarizados com as novas técnicas.) Ache o número de calculadoras produzidas do

    começo da terceira semana até o fim da quarta semana.

    Resolução:   O número de calculadoras pode ser encotrado resolvendo:

    x(4)− x(2) =   42

    5000

    1−   100

    (t + 10)2

    dt

    x(4)− x(2) = 5000   42

    (1− 100(t + 10)−2)dt

    x(4)− x(2) = 5000(t + 100(t + 10)−1)42

    x(4)− x(2) = 4048 calculadoras.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 383.

    Ex. 3.2.6 Uma empresa possui uma máquina que se deprecia uma taxa cont́ınua f  = f (t),

    onde   t   é o tempo medido em meses desde seu último recodicionamento. Como cada vez em

    que a máquina é recondicionada incorre-se em um custo fixo A, a empresa deseja determinar o

    tempo ótimo T   (em meses) entre os recondicionamentos.

    (a) Explique porque   1

    0

    f (s)ds  representa a perda do valor da máquina sobre o perı́odo

    de tempo  T  desde o último recondicionamento.

    Resolução:  Seja F (t) =

       t0

    f (s)ds. Do TFC temos, F (t) = f (t) = taxa de depreciação.

    Assim, F (t) representa a perda do valor no intervalo [0, t].

    (b) Seja  C   =  C (t) dado por  C (t) =  1

    t[A +

       10

    f (s)ds] o que representa  C  e por que a

    empresa que minimizar  C ?

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    31

    Resolução:   Temos que

    C (t) =  1

    t

    A +

       t0

    f (s)ds

     =  A  +

     F (t)

    t  , que representa a média de recondicionamentos

    por unidade de tempo durante o intervalo [0, t], assumindo que só há uma revisão naquele

    peŕıodo de tempo. A empresa deseja minimizar a média de recondicionamentos.

    (c) Mostre que C em um valor mı́nimo nos números t=T onde  C (T ) = f (T ).

    Resolução:  Usando o Teorema Fundamental do Cálculo e a regra da derivada do produto,

    temos:

    C (t) =  1

    t2 A +    t

    0

    f (s)ds = 1

    tf (t)

    C (t) = 1

    t (f (t)− f (0)) = 1

    tf (t)

    Vamos encontrar os pontos cŕıticos, fazendo  C (t) = 0, ou seja

    tf (t) = A +

       t0

    f (s)ds

    f (t) = 1

    t A +    t

    0

    f (s)ds =  C (t).Logo,  C  tem um valor mı́nimo em  t =  T , onde  C (T ) = f (T ).

    Referência:

    STEWART (2009) p. 366.

    Fı́sica

    Ex. 3.2.7 Uma part́ıcula move-se ao longo de um eixo coordenado de tal forma que sua

    velocidade no instante t é  v(t) = t2 − 2t  m/s.

    (a) Encontre o deslocamento da part́ıcula no intervalo de tempo 0 ≤ t ≤ 3.

    Resolução:   Calculando o deslocamento

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    32

    d =

       30

    v(t)dt

    d =

       30

    (t2 − 2t)dt

    d =

    t3

    3 − t2

    3

    0

    = 0

    Assim, em  t  = 3, a part́ıcula está na mesma posição que em  t  = 0.

    (b) Encontre a distância total percorrida pela part́ıcula no intervalo 0 ≤ t ≤ 3.

    Resolução:  A velocidade pode ser escrita como  v(t) = t2 − 2t =  t(t− 2t), logo v(t) ≤ 0se 0

    ≤t

    ≤2 se 2

    ≤t

    ≤3. Desse modo, segue que a distância total percorrida é

    d =

       30

    |v(t)|dt

    d =

       20

    −v(t)dt +   32

    v(t)dt

    d =

       20

    −(t2 − 2t)dt +   32

    (t2 − 2t)dt

    d = −t3

    3 − t22

    0+t3

    3 − t23

    2

    d = 4

    3 +

     4

    3 =

     8

    3  m.

    Referência:

    ANTON (2007) p. 411.

    Astronomia

    Ex. 3.2.8 O peso de um astronauta (ou, mais precisamente, seu peso terrestre) é a força

    exercida sobre ele pela gravidade da Terra.  À medida que o astronauta se move para cima no

    espaço, a atração gravitacional da Terra decresce e, portanto, o mesmo acontece com raio de

    4.000 milhas (cerca de 6.400 km), então, um astonauta que pesa 150 libras (cerca de 68 kg) na

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    33

    Terra terá um peso de

    w(x) = 2.4000.000.000

    x2  lb, x ≥ 4000.

    A uma distância de x milhas do centro da Terra. Use essa fórmula para determinar o

    trabalho em pés-libras necessário para elevar o astronauta a um ponto que está a 800 milhas

    acima da superf́ıcie da Terra.

    Como a Terra tem um raio de 4 000 milhas, o astronauta será elevado para um ponto

    a 4 800 milhas do centro da Terra. Como 1 milha = a 5 280 pés, o trabalho necessário para

    elevá-lo é:

    W   =   48004000

    2400000000x2

      dx

    W   =

    −2400000000x

    48004000

    W   = −500000 + 600000

    W  = 100000 milhas.lb

    W  = (100000) milhas.lb x 5280 pés/milhas

    W   = 5, 28 x 108 ṕes.lb

    Referência:

    ANTON (2007) p. 485.

    Engenharia

    Ex. 3.2.9 Água está sendo bombeada de um tanque a uma taxa de 5−5e−0,12t litros/minuto,onde t está em minutos a partir do instante em que a bomba foi ligada. Se o tanque continha

    1000 litros de água quando a bomba foi ligada, quanta água resta no tanque uma hora depois?

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    34

    Resolução:   Seja   V (t) o volume de água que é bombeada para fora do tanque. Seja

    V (0) = 1000l o volume inicial, ou seja, o volume total do tanque antes de iniciar o bombeamento.

    Vamos calcular o volume de água que saiu do tanque em 1 hora, ou seja, 60 minutos:

    V (60) =

       60

    0

    (5− 5e−0,12t)dt

    V (60) =

    5t +

      5

    0, 12e−0,12t

    600

    V (60) (300 + 0, 031)− (0 + 41, 67)

    V (60) 258, 36 litros

    Assim, restam 741,63 litros de água aproximadamente no tanque, já que V (0)− V (60) =1000− 258, 36 = 741, 63

    Referência:

    HALLET (2004) p. 213.

    Economia

    Ex.3.2.10 Encontre os valores presente e futuro de um fluxo de renda constante de    

    1000,00 durante um peŕıodo de 20 anos, supondo que a taxa de juros de 10% é composta

    continuamente.

    Resolução:  O valor presente P (t) é encontrado utilizando a fórmula P (t) =   ba

    A(t)eidt,

    onde  A(t) é o valor inicial e  i  a taxa de juros.

    O valor presente será

    P (t) =

       200

    1000e−0,1tdt

    P (t) = 1000−e−0,1t0, 1

    20

    0

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    36

    3.3 A Integral Como Variação Total

    Segundo Stewart (2009), em decorrência do Teorema Fundamental do Cálculo, podemos

    ter um teorema que representa a taxa de variação de  y  = F (x) em relação a  x  e  F (b)−

    F (a)

    que é a variação em y  quando x varia de  a até  b.

    Teorema 2   (Teorema da Varia瘠ao Total - TVT)

    A integral de uma taxa de varia瘠ao é a varia瘠ao total:

       ba

    f (x)dx =  F (b)− F (a)

    Vejamos algumas aplicações:

    Biologia

    Ex 3.3.1 Uma colmeia com uma população inicial de 100 abelhas cresce a uma taxa de

    n’(t) abelhas por semana. O que 100 + 

      15

    0

    n(t)dt   representa?

    Resolução:

       150

    ntdt  =  n(15)− n(0).

    Como n(0) é a população inicial de abelhas, então n(0) = 100.

    Assim,  P (t) =

       150

    ntdt  =  n(15) − 100 representa o aumento da população de abelhas

    nas 15 primeiras semanas. Então,

    P (t) = 100 +

       150

    ntdt   =   n(15) representa a população total de abelhas depois de 15

    semanas.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 373.

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    37

    Ex. 3.3.2 Uma população de bactérias tem inicialmente 400 bactérias e cresce a uma taxa

    de  r(t) = (450268)e1,1256t bactérias por hora. Quantas bactérias existirão após 3 horas?

    Resolução:   A fórmula geral de  r(t) é  r(t) = aebt. Neste caso, a = 450268 e  b = 1, 1256

    e  n(t) representa a população de bactérias após t horas. Como  r(t) = n(t), então

    n(t) =

       30

    r(t)dt =  n(3)− n(0) o que expressa a população total após 3 horas.

    Sabendo que a população inicial é de 400, isto é,  n(0) = 400, temos

    n(3) = 400 +

       30

    450268e1,1256tdt

    n(3) = 400 +450268

    1, 1256 e1,1256t

    30

    n(3) 11.311.877 bactérias.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 382.

    Engenharia

    Ex. 3.3.3 A água escoa pelo fundo de um tanque de armazenamento a uma taxa de

    r(t) = 200− 4t  litros por minutos, onde 0 ≤ t ≤ 50. Encontre a quantidade de água que escoado taque durante os primeiros 10 minutos.

    Resolução:   Como r(t) é a taxa de escoamento da água, usando o TVT, temos com o

    tempo t variando de 0 a 10:

    Q(t) =

       100

    r(t)dt

    Q(t) =

       100

    (200− 4t)dt

    Q(t) = (200t−

    2t2)100

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    Q(t) = 1800 litros de água escoados nos primeiros 10 minutos.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 374.

    Economia

    Ex. 3.3.4 A função custo marginal  C (x) foi definida como a derivada da função custo.

    Se o custo marginal para produzir  x  metros de um tecido é  C (x) = 5 − 0, 008x + 0, 000009x2

    (medido em dólares por metro) e o custo fixo é C (0) =       20000, 00, use o Teorema da Variação

    Total para achar o custo de produzir as primeiras 2 mil unidades.

    Resolução:   C (2000)− C (0) =   20000

    C (x)dx, sendo  C (x) a função custo.

    Sendo o custo fixo  C (0) = 20000, 00, então

    C (2000) = 20000 +    2000

    0

    (5− 0, 008x + 0, 000009x2)dx

    C (2000) = 20000 + (5x− 0, 004x2 + 0, 000003x3)20000

    C (2000) = 38000 unidades monetárias.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 523.

    Ex. 3.3.5 Sendo a função marginal  R(x) como a derivada da função rendimento  R(x),

    onde  x   é o número de unidades vendidas. O que

       50001000

    R(x)dx  representa?

    Resolução:  Temos que

       50001000

    R(x)dx =  R(5000)−R(1000), que reprensenta o aumentono rendimento quando a venda varia de 1000 a 5000 unidades.

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    39

    Referência:

    STEWART (2009)p.373

    Biologia

    Ex 3.3.6 Um verão úmido está causando uma explosão da população de mosquitos em

    uma cidade tuŕıstica. O número de mosquitos aumenta a uma taxa estimada de 2200 + 10e0,8t

    por semana (com t medido em semanas). Em quanto aumenta a população de mosquitos entre

    a quinta e a nona semana do verão?

    Resolução:   n(9)− n(5) =   95

    2200 + 10e0,8t

    dt

    Seja n(t) o número de mosquitos na semana t. Assim como queremos encontrar o aumento

    da população entre  t = 5 e t = 9, temos:

    n(9)− n(5) =

    2200t +  10

    0, 8e0,8t

    95

    n(9)− n(5) =

    2200.9 +  10

    0, 8e0,8.9

    2200.5 +  10

    0, 8e0,8.5

    n(9)− n(5) 24860 mosquitos.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 524.

    3.4 A Integral Via Regra do Ponto Médio

    Sterwart (2009) afirma que frequentemente escolhemos um espaço amostral   x∗i , como

    extremidade direita do i-ésimo intervalo, porque isso é conveniente para o cálculo do limite.

    Mas se o propósito for encontrar uma aproximação para uma integral, se torna conveniente

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    E i = 2 + 10 + 24 + 36 + 46 + 54 = 172 toneladas.

    As informações contidas na tabela podem ser representada graficamente por

    Figura 8: Leituras das taxas de erupção.Fonte: Elaborado pela autora

    (b) Use a regra do ponto médio para estimar Q(6).

    Resolução:  Usando a Regra do Ponto Médio e  n  = 3, temos:

    t =  6− 03

      = 2

    Q(6) =

       60

    r(t)dt

    Q(6) 2.(r(1) + r(3) + r(5))

    Q(6) = 2.(10 + 36 + 54)

    Q(6) = 200 toneladas.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 374.

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    42

    Medicina

    Ex. 3.4.2 Uma tomografia computadorizada produz vistas e secções trasversais igualmente

    espaçadas de um órgão humano, as quais fornecem informções sobre esse órgão que de outra

    maneira só seriam obtidas por cirurgia. Suponha que uma tomografia computadorizada de

    um f́ıgado humano moste secções transversais espaçadas por 1,5. O f́ıgado tem 15 cm de

    comprimento e as áreas das secções tansversais, em cent́ımetros quadrados, são 0, 18, 58, 79,

    94, 106, 117, 128, 63, 39 e 0. Use a Regra do Ponto Médio para estimar o volume do tronco.

    Resolução:  Usando a regra do ponto médio, sabendo que há 10 subintervalos de tamanho

    1,5 cm, vamos usar   n2

      = 102

     = 5 subpartições. Assim, o volume do f́ıgado pode ser aproximado

    por

    V   =

       150

    A(x)dx, onde A(x) é a área do f́ıgado.

    V   3(A(1, 5) + A(4, 5) + A(7, 5) + A(10, 5) + A(13, 5))

    V   = 3(18 + 79 + 106 + 128 + 39)

    V  = 1110cm3

    Referência:

    STEWART (2009) p. 406.

    Engenharia

    Ex. 3.4.3  É mostrada a seção transversal da asa de uma avião. As medidas da espessura

    da asa a cada 20 cent́ımetros são 5,8, 20,3, 26,7, 29,0, 27,6, 27,3, 23,8, 20,5, 15,1, 8,7 e 2,8. Use

    a Regra do Ponto Médio para estimar a área da seção trasversal da asa.

    Resolução:  Temos 10 intervalos de 20 cm cada. Logo, tomando n = 5:

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    s =  10.20− 05

      = 40 cm, com s a variação do espaço.

    Assim,

       2000

    wds 40.(5, 8 + 26, 7 + 27, 3 + 20, 5 + 8, 7)   2000

    wds 3660  cm2

    Referência:

    STEWART (2009) p. 396.

    Ex. 3.4.4 Há um fluxo de água para dentro e para fora de um tanque de armazenamento.

    A seguir, temos um gráfico que mostra a taxa de troca r(t) do volume de água no tanque, em

    litros por dia. Se a quantidade de água no tanque no instante de tempo  t = 0 é 25 000 litros,

    use a Regra do Ponto Médio para estimar a quantidade de água depois de 4 dias.

    Resolução:  A quantidade de água após 4 dias é:

    Q(t) = 25000 +

       40

    r(t)dt

    Q(t) 25000 + M 4, onde  M 4  = média de água por dia.

    Assim, dividindo o intervalo [0, 4] em 4 partições, temos:

    Q(t) = 25000 +    40

    r(t)dt

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    44

    Q(t) 25000 + 4 − 04

      (r(0, 5) + r(1, 5) + r(2, 5) + r(3, 5))

    Q(t) 25000 + [1500 + 1700 + 750 − 650]

    Q(t) 28320 litros

    Portanto, a quantidade de água após o quarto dia será de 28 320 litros aproximadamente.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 374.

    Ex. 3.4.5 As larguras (em metros) de uma piscina com o formato de rim foram medidas

    a intervalos de 2 metros, como indicado na figura. Use a Regra do Ponto Médio para estimar

    a área da piscina.

    Vamos usar uma partição n  = 4. Como as medidas são indicadas de 2 em 2 metros, então

    a variação total x =   b− an

      = 8.2− 0

    4  = 4, sendo x  a distância.

    Assim,

    A =

       16

    0

    wd(x)

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    A = 4(6, 2 + 6, 8 + 5, 0 + 4, 8)

    A = 4(22, 8)

    A = 91, 2m2

    Referência:

    STEWART (2009) p. 396.

    3.5 A Integral Imprópria

    Hallet et al. (2004, p. 271) apresenta a integral imprópria da seguinte maneira:

    Defini瘠ao:

    i) Suponha que  f (x) é positiva para x ≥ a.

    Se limb→∞

       ba

    f (x)dx  é um número finito, dizemos que

       ∞

    a

    f (x)dx converge e definimos

       ∞

    a

    f (x)dx = limb→∞

       ba

    f (x)dx.

    Caso contrário, dizemos que

       ∞

    a

    f (x)dx diverge.

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    46

    Definimos

       a−∞

    f (x)dx de maneira análoga.

    Vejamos as aplicações:

    Psicologia

    Ex. 3.5.1 Em um experimento psicológico, descobre-se que a proporção de participantes

    que exigem mais do que t minutos para terminar determinada tarefa é dada por

       ∞

    t

    0, 07e−0,07udu.

    (a) Encontre a proporção de participantes que precisa de mais de 5 minutos para terminar

    a tarefa.

    Resolução:  vamos considerar P (u) = porção de participantes

    P (u) =

       ∞

    t

    0, 07e−0,07udu

    P (u) = limb→+∞   bt 0, 07e

    −0,07u

    du

    P (u) = limb→+∞

    (e−0,07u)b5

    P (u) = limb→+∞

    e−0,07b + e−0,07.5

    P (u) 0, 70 70% dos pacientes precisam de mais de 5 minutos para realizar a tarefa.

    Referência:

    HOFFMANN E BRANDLEY (1999) p. 329.

    Quı́mica

    Ex. 3.5.2 Uma substância radioativa decai exponencialmente: a massa no tempo t é

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    47

    m(t) = m(0)ekt, onde m(0) é a massa inicial e  k, uma constante negativa. A vida média  M   de

    um átomo na substância é

    M  = k

       ∞

    0

    tektdt.

    Para o isótopo radiativo de carbono, C 14, usado para a datação, o valor de k é −0, 000121.Calcule a vida média de um átomo de  C 14.

    Resolução:   Vamos calcular a integral  I   =

       ∞

    o

    tektdt. Usando o método de integração

    por partes, chamando u = t e  dv =  ektdt, temos

    I  = limb→+∞  

      b

    o

    tektdt

    I  = limb→+∞

    t.ekt

    k

    b0

    −  1k

       b0

    ektdt

    I  = limb→+∞

    t

    kekt −   1

    k2ektb

    0

    I  = limb→+∞

    b

    kekb −   1

    k2

    0 +  1

    k2e0

    I  = limb→+∞

    b

    k ekb −  1

    k2ekb −  1

    k2 +

    I  =  1

    k2, usando L’Hospital e considerando  k

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    51/66

    48

    Resolução:   Por conveniência, vamos supor que o ćırculo esteja centado na origem; nesse

    caso, sua equação será x2 + y2 = r2. Encontraremos o comprimento de arco da parte do ćırculo

    que está no primeiro quadrante e, então, vamos multiplicá-lo por 4 para obter a circunfer̂encia

    total. Como a equação do semicı́rculo superior é  y  =√ 

    r2

    −x2, temos, a patir da fórmula, que

    a circunferência  C   é

    C  = 4

       r0

     1 + (dy/dx)2dx

    C  = 4

       r0

     1 +

      x√ r2 − x2

    2dx

    C  = 4r    r

    0

    dx

    √ r2

    − x2

    Essa integral é imprópria por causa da descontinuidade infinita em  x  =  r, de modo que

    para calcularmos escrevemos:

    C   = limk→r−

       k0

    √ r2 − x2dx

    C  = 4r   limk→r−

    arcsen

    xr

    k0

    C  = 4r   limk→r−

    arcsen

    kr

    − arcsen0

    C  = 4r[arcsen1− arcsen0]

    C  = 4rπ

    2 − 0

     = 2πr.

    Referência:

    ANTON (2007) p. 575.

    Medicina

    Ex. 3.5.4 Um paciente de um hospital recebe 5 unidades intravenosas de uma certa droga

    por hora. A droga é eliminada exponencialmente, de modo que que a fração que permanece

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    52/66

    49

    no corpo do paciente por t horas é   f (t) =   e−t10 . Se o tratamento continua indefinidamente,

    aproximandamente quantas unidades da droga estarão no corpo do paciente a longo prazo?

    Resolução:   N (t) é o número de unidades da droga que permanece no corpo do paciente

    e  r(t) = 5 é a taxa da droga injetada no paciente por hora. Temos então

    N (t) =

       +∞0

    5e−t10 dt

    N (t) = limb→+∞

    5

       b0

    e−t10 dt

    N (t) = limb→+∞

    −5.10e−t10

    b0

    N (t) = limb→+∞

    −50(e−b10 − 1)

    N (t) = 50 unidades da droga.

    Referência:

    HOFFMANN E BRANDLEY (1999) p. 29.

    Economia

    Ex. 3.5.5 Estima-se que, daqui a t anos, uma determinada usina nuclear estará produzindo

    rejeito radioativo a uma taxa de  f (t) = 400t  libras por ano. O rejeito decai exponencialmente

    a uma taxa de 2% ao ano. O que acontecerá com o estoque radioativo da usina a longo prazo?

    Resolução:   Para encontrar a quantidade de rejeito radioatvo presente após   N   anos,

    divida o intervalo de  N  anos em n subintervalos iguais de comprimento t  e faça  t j   denotaro ińıcio do j-ésimo subintervalo. Então, o montante de reśıduo produzido durante o j-ésimo

    subintervalo  400t jt.

    Como o rejeito decai exponencialmente a uma taxa de 2% ao ano, e como há (N  − t j)anos entre os instantes  t  =  t j  e t  =  N , seque-se que o montante de resı́duos produzidos durante

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    50

    o j-ésimo subintervalo ainda presente em  t =  N   é  400t je−0,02(N −t)t.

    Assim, o montante de reśıduos presente em N anos será

    limn→∞

    n

     j=1

    400t je−0,02(N −tj)

    t =  

      N 

    0

    400te−0,02(N −t)dt

    limn→∞

    n j=1

    400t je−0,02(N −tj)t = 400e−0,02N 

       N 0

    te0,02tdt

    O montante de rejeito radioativo presente a longo prazo é o limite desta expressão quando

    N tende ao infinito. Isto é:

    limn→∞

    n

     j=1

    400t je−0,02(N −tj)t = lim

    N →∞400e−0,02N  

      N 

    0

    te0,02tdt

    limn→∞

    n j=1

    400t je−0,02(N −tj)t = lim

    N →∞400e−0,02N (50te0,02t − 2500e0,02t)|N 0

    limn→∞

    n j=1

    400t je−0,02(N −tj)t = lim

    N →∞400e−0,02N (50Ne0,02N − 2500e0,02N  + 2500)

    limn→∞

    n

     j=1 400t je−0,02(N −tj)t = lim

    N →∞400e−0,02N (50N  − 2500 + 2500e−0,02N ) = ∞

    Isto é, a longo prazo a acumulação de rejeito radioativo da usina crescerá indefinidamente.

    Referência:

    HOFFMANN E BRANDLEY (1999) p. 327.

    Economia

    Ex. 3.5.6 Uma pessoa deseja fazer uma doação para uma faculdade partiular e fará uma

    retirada de       7 000 por ano, perpetuamente, de forma a sustentar a operação do seu centro

    de computação. Supondo que a taxa de juros anual permaneceŕa fixa em 10% caitalizados

    continuamente, quanto deve a pessoa doar a faculdade? Isto é valor presente da doação?

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    51

    Resolução:   Para encontrar o valor presente de uma doação que gera       7 000 por ano

    durante N anos, divida o intervalo de  N  anos em n subintervalos iguais de comprimento t  edenote por t j  o ińıcio do j-ésimo subintervalo. Então

    Montante gerado durante o j-ésimo subinervalo    7000t. Valor presente do motantegerado durante j-ésimo subintervalo  7000e−0,1tjt.

    Assim, o valor presente da doação no n-ésimo ano será dado por

    limn→∞

    n j=1

    7000e−0,1tjt  =   N 0

    7000e−0,1tjdt.

    Para encontrar o valor presente da doação total, tome o limite desta integral quando  N 

    tende ao infinito. Isto é,

    V (t) = limN →∞

       N 0

    7000e−0,1tdt

    V (t) = limN →∞

    (−70000e−0,1t)N 0

    V (t) = limN →∞

    (−70000e−0,1N − 1)

    V (t) = 70000 dólares.

    Referência:

    HOFFMANN E BRANDLEY (1999) p. 326.

    Fı́sica

    Ex. 3.5.7 Calcular o trabalho necessário para lançar um satélite de 1000 kg para fora do

    campo gravitacional. Sabendo que a Lei de Newton da Gravitação Universal afirma que dois

    corpos com massas  m1  e m2  atraem um ao outro com uma força de  F   = Gm1.m2

    r2   m1   é a massa

    da Terra (m1  = 5, 98x1024kg),   m2   é a massa do satélite (m2  = 1000kg), R é o raio da Terra

    (R = 6, 37.106m) e G a constante gravitacional (G = 6, 67.10−11N.m2/kg).

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    52

    Resolução:  O trabalho é dado por  W   =

       ba

    F (t)dt.

    Neste caso, podemos definir o trabalho W por:

    W   =   ∞R

    Gm1m2r2   dr

    W   = limt→∞

       ∞

    R

    Gm1m2r2

      dr

    W   = limt→∞

    Gm1m2v

    −1r

    tR

    =

    W   = limt→∞

    Gm1m2

    −1t

      +  1

    R

    W   =  Gm1m2

    R  .

    Substituindo os dados do problema temos

    W   = 6, 67.10−11.5, 98.1024.1000

    6, 37.106

    W   6, 26.1010J .

    Referência:

    Stewart (2009) p.488, ex 64

    3.6 A Integral Como Função Densidade da Probabilidade

    Supondo que desejamos saber como uma certa caracteŕıstica x, que pode ser altura, peso

    ou idade, está distribuida pela população. Para analisar a caracteŕıstica  x, Hallet(2004) afirma

    que podemos utizar a função densidade, a qual pode ser definida da seguinte forma:

    Defini瘠ao  A função p(x) é uma função densidade se a fração da população para a qual  x

    está entre  a  e  b   é igual a área sob o gráfico de  p  entre  a  e  b, ou seja,

       ba

     p(x)dx.

    A função densidade possui área máxima quando atinge o valor unitário, isto é,

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       +∞−∞

     p(x)dx = 1 e  p(x) ≥ 0 para todo x.

    Essa função deve ser não-segativa, pois sua integral sempre resulta em uma fração da

    população. Ela também é frequentemente usada para a aproximação de fórmulas.

    Já a função densidade da probabilidade, como encontramos em Stewart(2009), surge com

    a análise de comportamento aleatório. Afinal podemos escolher aleatoriamente uma pessoa

    entre um grupo de pessoas, para um exame, por exemplo. Essa pessoa seria o que vamos

    chamar de variável aleatória cont́ınua, uma vez que os valores que estarão representados por

    essa pessoa fazem parte de um conjunto de números reais, embora possam ser medidos ou

    registrados apenas como um inteiro. Neste caso, podemos considerar que  x   é o número que

    pegamos dentre um intervalo [a, b], então:

    P (a ≤ X  ≤ b)

    Cada variável  x  aleatória cont́ınua  x, tem uma   função densidade de probabilidade

    f . Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de  x  estar entre  a  e  b   é encontrada pela

    integração de  f   de  a  até  b:

    P (a ≤ x ≤ b) = 

      b

    a

    f (x)dx.

    Vejamos algumas aplicações:

    Economia

    Ex. 3.6.1 Suponha que o tempo médio de espera para um cliente ser atendido pelo

    funcionário da firma para a qual ele está ligando seja 5 minutos.

    (a) Calcule a probabilidadae de a ligação ser atendida no primeiro minuto.

    Resolução:   Temos que a média da distribuição exponencial é   µ   = 5 min, e assim,

    sabemos que a função densidade de probabilidade é:

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    54

    f (x) =

    0,   se   t ≤ 00, 2e−t/5,   se   t ≤ 0

    Então a probabilidadae de a ligação ser atendida no primeiro minuto é

    P (0 ≤ T  ≤ 1) = 

      1

    0

    f (t)dt

    P (0 ≤ T  ≤ 1) =   10

    0, 2e−t5 dt = 0, 2(−5)

    e−t5

    10

    P (0 ≤ T  ≤ 1) = 1 − e−t5  0, 1813

    Assim, cerca de 18% das ligação dos clientes são atendidas durantes o primeiro minutos.

    (b) Calcule a probabilidade do consumidor esperar mais que cinco minutos para ser atendido.

    Resolução:  A probabilidade de o consumidor esperar mais ue cinco minutos é

    P (T > 5) =

       ∞

    5

    f (t)dt =

       ∞

    5

    0, 2e−t5 dt

    P (T > 5) = limx→∞

       x5

    0, 2e−t5 dt

    P (T > 5) = limx→∞(e

    −1

    − e−x5

    )

    P (T > 5) = 1

    e

    P (T > 5) 0, 368.

    Cerca de 37% dos consumidor esperam mais que cinco minutos antes de terem sua liga ção

    atendida.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 528.

    Ex. 3.6.2 (a) O rótulo de um tipo de lâmpada indica que ela tem uma vida útil média

    de 1 000 horas.   É razoável modelar a probabilidade de falha dessas lâmpada por uma função

    densidade exponencial com média  µ  = 1000. Use esse modelo para encontrar a probabilidade

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    55

    de uma lâmpada:

    (i) queimar durante as primeiras 800 horas.

    (ii) funcionar por mais de 800 horas.

    (b) Qual a mediana da durabilidade dessas lâmpadas?

    Resolução:  (a) A função densidade de probabilidadae é:

    f (t) =

       t0

    1

    u.e

    −tu dt, com u  a média.

    Assim, resolvendo o primeiro item, temos:

    i) P (0 ≤ x ≤ 200) =   2000

    1

    1000e  −t1000 dt

    P (0 ≤ x ≤ 200) =−e   −t1000

    2000

    P (0 ≤ x ≤ 200) = e −15   + 1

    P (0 ≤ x ≤ 200) 0, 181

    ou seja, a probabilidade de queimar durante as primeiras 200 horas é de 18,10%.

    ii) P (x > 800) =

       ∞

    800

    1

    1000e  −t1000 dt

    P (x > 800) = limb→+∞

       ∞

    800

    1

    1000e  −t1000 dt

    P (x > 800) = limb→+∞

    −e   −t1000

    b800

    P (x > 800) = −e  −b

    1000  + e−800

    1000

    P (x > 800) 0, 449isto é, a probabilidade de queimar após 800 horas é de 44,9%.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 531.

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    56

    3.7 A Integral Definida Como Média

    Para Hoffmann e Brandley (1999), existem situações práticas onde nos interessa saber o

    valor médio de uma função cont́ınua em um intervalo.

    Hallet et al.(2004), por sua vez, destaca que o cálculo da média de  n  números pode ser

    efetuado somando-se os números e dividindo esta soma por  n. O autor também questiona a

    possibilidade de encontrar o valor médio de uma função que varia continuamente.

    Assim, Hallet et al.(2004, p. 200) apresenta a seguinte integral como Valor Médio de  f 

    de  a  até  b.

    Valor médio de  f   de a até  b  =  1

    b− a   ba

    f (x)dx.

    O Valor Médio da função   f   também é conhecido como Teorema do Valor Médio para

    Integrais.

    Vejamos algumas aplicações:

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    Economia

    Ex. 3.7.1 Suponha que C(t) representa o custo diário para refrigerar sua casa, medido

    em reais por dia, onde t é o tempo meddo em dias e  t  = 0 corresponde a 1◦ de janeiro de 2001.Interprete

       900

    C (t)dt e  1

    90− 0   900

    C (t)dt.

    Resolução:  As unidades para a integral

       900

    C (t)dt  são (reais/dia) x (dias) = reais. A

    integral representa o custo total, em reais, para refrigerar a sua casa, durante os 90 primeiros

    dias de 2001, isto é, durante os meses de janeiro, fevereiro e março. A segunda expressão é

    medida em (1/dias)(reais), ou reais por dia, as mesmas unidades de C(t). Ela representa o

    custo médio por dia para refrigerar sua casa durante os 90 primeiros dias de 2001.

    Referência:

    HALLET (2004) p. 200.

    Ex. 3.7.2 Como atacadista, a Tracey Burr Distribuidores (TBD) recebe um carregamento

    de 1 200 caixas de barras de choolate a cada 30 dias. A TBD vende o chocolate para varejistas

    a uma taxa fixa, e  t  dias depois que um carregamento chega, seu estoque de caixas dispońıveis

    é I (t) = 1200− 40t, 0 ≤ t ≤ 30. Qual o estoque diário médio da TBD para 30 dias? Qual seráo custo diário de estocagem se o custo de estocagem por caixa é de       0,03 por dia?

    Resolução:  O estoque diário médio é encontrado resolvendo a integral:

    E (t) =   1T 

       t0

    I (t)dt

    E (t) =  1

    30

       300

    (1200− 40t)dt

    E (t) =  1

    30

    1200t− 20t230

    0

    E (t) =  1

    30(36000− 18000) = 600 barras de chocolate

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    O custo diário é dado por

    C (t) = E (t).0, 03

    C (t) = 600.0, 03

    C (t) = 18 dólares por dia.

    Referência:

    THOMAS (2002) p. 392.

    Engenharia

    Ex. 3.7.3 Uma engenharia de tráfego monitora o trânsito durante uma hora do horário

    de pico da tarde. A partir de seus dados, ela estima que, entre as 4 horas e 30 minutos e às

    5 horas e 30 minutos a tarde, a taxa R(t) segundo a qual os carros entram em uma certa via

    expressa é dada pela fórmula  R(t) = 100(1 − 0, 0001t2) carros por minuto, onde t é o tempo(em minutos) desde as 4 horas e 30 minutos. Encontre a taxa média, em carros por minuto,

    segundo a qual os carros entram na via expressa entre as 4 horas e 30 minutos e às 5 horas da

    tarde.

    Seja  R(t) a taxa dada por  R(t) = 100(1 − 0, 0001t2). Usando o teorema do valor médiopara integrais, temos:

    N (t) =  1

    b− a    b

    a R(t)dt, com N(t) a taxa média de carros por minuto.

    N (t) =  1

    30− 0   300

    100(1− 0, 0001t2)dt

    N (t) =  1

    30.100

    t− 0, 0001t

    3

    3

    300

    N (t) = 100

    30 (30− 0, 9)

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    N (t) = 97 carros por minutos.

    Referência:

    ANTON (2007) p. 480.

    Ex. 3.7.4 Por várias semanas, o departamento de estradas de rodagem vem regis-

    trando a velocidadedo tráfego em uma estrada a partir de um certo ponto. os dados sug-

    erem que, entre as 13h e 18h de um fim de semana normal, a velocidade do tr áfego no ponto é

    de aproximadamente S (t) = t3− 10, 5t2 + 30t + 20 milhas por hora, onde t é o número de horasapós o meio-dia. Calcule a velocidade média do tráfego entre 13h e as 18h.

    Resolução:   A meta é encontrar o valor médio de S(t) no intervalo 1 ≤ t ≤ 6. Eis entãoa velocidade média

    V m  =  1

    6− 1   61

    (t3 − 10, 5t2 + 30t + 20)dt

    V m  = 1

    5 1

    4t4 − 10, 5

    3  t3 + 15t2 + 20t

    6

    1

    V m  = 1

    5(228− 31, 75)

    V m  = 39, 25 milhas por hora

    Referência:

    HOFFMANN E BRANDLEY (1999) p. 318.

    Ex. 3.7.5 Após t meses no trabalho, um empregado do correio pode classificar  Q(t) =

    700 − 400e−0,5t cartas por hora. Qual a taxa média na qual o funcionário classifica as cartasdurante os primeiros 3 meses de trabalho?

    C (2160) =  1

    b− a   ba

    (700− 400e−0,5t)dt

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    Referência:

    THOMAS (2002) p. 394.

    (c) Função de Fresnel.

    É assim conhecida em homenagem ao fı́sico francês Augustin Fresnel (178-1827), famoso

    por seu estudo em óptica, como afirma Stewart (2009). Essa função apareceu primeiramente na

    teoria de difração das ondas de luz de Fresnel. Ela também tem sido aplicada no planjamento

    de autoestradas e é definida por:

    S (x) =   x0

    senπt2

    2  dt.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 360.

    (d) Capacidade Cardı́aca.

    A capacidade cardı́aca pode ser definida pela integral

    F   =  A   T 0

    C (t)dt

    ,

    onde  A   é a quantidade total de contraste e  C (t) a concetração deste.

    Vejamos um exemplo:

    A figura abaixo mostra o sistema cardiovascular humano. O sangue retorna do corpo pelas

    veias, entra no átrio direito do coração e é bombeado para os pulmões pelas artérias pulmonares

    para a oxigenação. Então volta para o átrio esquerdo por meio das veias pulmonares e dai

    circula para o resto do corpo pela aorta. A capacidade card́ıaca do coração é o volume de

    sangue bombeado pelo coração por unidade de tempo, isso é, a taxa de fluxo na aorta.

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    Resolução:  O método da diluição do contraste é usado para medir a capacidade card́ıaca.

    O contraste (corante) é injetado no átrio direito e escoa pelo coração para a aorta. Uma

    sonda inserida na aorta mede a concentração do contraste sáıda do coração em intervalos

    regulares de tempo durante um intervalo [0, T ], até que o contraste tenha terminado. Seja  C (t)

    a concentração do contraste no instante  T . Se dividirmos [0, T ] em subintervalos de igual t,então a quantidade de contraste que circula pelo ponto de medição durante o subintervalo de

    t =  ti−1  a t =  ti   é aproximadamente

    (concentração)(volume) =  C (ti)(F t).em que  F   é a vazão (taxa de escoamento) que estamos tentando determinar.

    Então, a quantidade total de contraste é aproximadamente

    ni=1

    C (ti)F t =  F n

    i=1

    C (ti)t.

    Fazendo n →∞, calculamos que a quantidade total de contraste é

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    A =  F 

       T 0

    C (T )dt.

    Então, a capacidade cardı́aca é dada por

    F   =

      A   T 

    0

    C (t)dt.

    Referência:

    STEWART (2009) p. 522-523.

    (e) Lei da Radiação de Plank.

    A Lei da Radiação de Plank, muito utilizada nas engenharias e na f́ısica também pode

    ser definida por uma integral. A saber,

    I  =

       ∞

    1

    dx

    x5(e1

    x−1)

    .

    Referência:

    HALLET (2004) p. 279.