Cantigas e Brincadeiras

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    Cantigas e Brincadeiras-de-Roda na

    Musicoterapia

    por Benita MichahellesMonografia apresentada ao Curso de Musicoterapia do Conservatório Brasileiro de

    Músicaorientadora: Marly Chagas

    conversão em HTML por Andr !achs "Taturana on the #$B%

    DEDICO ESTE TRABALHO...

    ...A todos aqueles que um dia cantaram e cirandaram .

    RES MO

    Este trabalho trata das Cantigas e Brincadeiras-de-roda . Abordando as suascaracterísticaslúdico-poético-musicais e dinâmicas, e buscando as suas ligaç es com o processo musicoter!pico. "elaciona estas mani#estaç es do #olclore in#antil $s #ases dodesen%ol%imento humano e destaca a sua relaç&o com as mandalas. Embasa-se nas

    abordagens psicanalítica e 'unguiana. (or #im, a discuss&o te)rica é ilustrada come*emplos pr!ticos.

    !"DICE &'(ntrodu)ão *' Cantigas e Brincadeiras+de+roda e o ,olclore - ' Cantigas e Brincadeiras+de+roda e as Linguagens em Musicoterapia

    -'&Aspecto Corporal + A .an)a $/terior e (nterior -'* Aspecto Musical -'- Aspecto 0er1al

    2' Cantigas e Brincadeiras+de+roda: Contos e Cantos

    2'&3ma a1ordagem 4sicanal5tica 2'* 3ma a1ordagem 6unguiana

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    2'*'&'A 7oda como Mandala 2'*'* As Cantigas e Brincadeiras+de+roda como Mandalas

    8' Brincando de 7oda na 0ida + $/emplos 4r9ticos 8'& rica e !am1a Lel; 8'* ' 6ung 9 chamava aten)ão para a enorme importFncia dasmanifesta)Ees do folclore tradicional apontando para a Kperda irrepar9vel Due sofremaDueles Due descartam ou despre am as suas imagens' "6ung apud' ,regtman & p'* % $m tempos em Due o folclore muitas ve es + mais do Due in ustamente+ relegadoa um plano inferior ou esDuecido pela própria gente a Dual ele pertence pincei umelemento do seu con unto a ser discutido aDui nesta monografia'

    I1servando um grupo de crian)as 1rincando espontaneamente com estas can)Ees oumergulhando no tempo e nos recordando das Brincadeiras+de+roda vivenciadas na

    própria infFncia perce1emos Due algo precioso se processa' Trata+se de um movimentode entrega de alegria e de intensidade vital'

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    .o ponto de vista pedagógico estes ogos infantis são considerados completos: 1rincando de roda a crian)a e/ercita naturalmente o seu corpo desenvolve o racioc5nioe a memória estimula o gosto pelo canto' 4oesia música e dan)a unem+se em umas5ntese de elementos imprescind5veis a educa)ão glo1al' "Melo & 8% 0ale lem1rar Duea atividade lúdica constitui o aspecto mais aut;ntico do comportamento da crian)a'

    " Boulch apud' Lira % Ao 1rincar a crian)a est9 correspondendo a necessidades vitaissuas dando va ão a impulsos Due a permitem desenvolver+se como ser pleno e afirmara sua e/ist;ncia singular' um movimento Due fa parte dos seus esfor)os decompreender o mundo e Due a torna capa de lidar com pro1lemas at comple/os e Duemuitas ve es tem dificuldade de compreender'

    ineg9vel Due as Cantigas e Brincadeiras+de+roda ocupam um lugar especial noconte/to das can)Ees e elementos Due figuram em Musicoterapia' A come)ar pelasviv;ncias no próprio

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    partir de outros conteúdos apresentados pelos pacientes de modo a irem ao encontro dedeterminados o1 etivos esta1elecidos durante o processo musicoter9pico'

    Assim considero as uerra + companheirade longa data em tra1alhos musicoter9picos e musicais' A proposta inicial era a deescrevermos um tra1alho J Duatro mãosodinho "& ?% ao citar as Cantigas+de+roda reflete:

    +... uem é esta que me estimula a sair deste mesmo colo e a buscar o mundo l! #oraarriscando mais um rompimento, me o#erecendo a chance de partilhar com os outrosiguais a mim...+ odinho, /0012

    !egundo CFmara Cascudo "& % as Brincadeiras+de+roda referem+se a 1rincadeiras dofolclore dan)adas ou cantadas apresentando melodias e coreografias simples' >rande parte delas se apresentam com os participantes se colocando em roda e de mãos dadasmas e/istem tam1 m varia)Ees como os 1rinDuedos+de+roda assentada de fileira demarcha de palmas de pegar de esconder incluindo tam1 m as chamadas para 1rinDuedos e as cantigas para selecionar ogadores' As rodas infantis Due se apresentamno Brasil + e Due são o foco deste tra1alho + t;m origem portuguesa francesa eespanhola' 4or m com a for)a do cantar e ouvir a1rasileiraram+se muitos destes cantossendo eles ho e tão nossos como se aDui nascidos'

    Ainda de acordo com Cascudo "& % em rela)ão Js outras modalidades de can)Ees populares as Cantigas e Brincadeiras+de+7oda se destacam pela sua constFncia

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    apesar de serem cantadas uma dentro das outras e com as mais curiosas deforma)Eesdas letras pela própria inconsci;ncia com Due são proferidas pelas 1ocas infantis'<"i1id' p ?@? % $las são transmitidas oralmente a1andonadas em cada gera)ão ereerguidas pela outra

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    Assim ocorre Due cantando e dan)ando no grupo de 1rincadeiras a crian)a traelementos do passado da humanidade para o seu presente erPit apud' 7uud & Q% a catarse um elemento de grandeimportFncia no processo terap;utico' $la pode ser provocada pela atividade f5sicaver1ali a)ão ou fantasia'

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    filho eu tam1 m sou da fam5lia tam1 m Duero re1olar'''

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    A vo est9 diretamente relacionada a emo)ão' I tra1alho com esta forma e/pressiva possi1ilita a mo1ili a)ão de um a infinidade de processos su1 etivos e Due não podemser resumidos apenas ao processo cat9rtico' Consideremos com um pouco mais deaten)ão as suas rela)Ees com o processo terap;utico'

    A vo um meio e/pressivo Due nos acompanha desde as mais remotas origensindividuais e coletivas numa longa estrada Due vai do choro at o canto cultural'

    $m sua malea1ilidade e dinFmica as transforma)Ees tim1r5sticas tonais de intensidadeassim como os ritmos e melodias intr5nsecos J vo guardam as mais 5ntimas rela)Eescom o desenvolvimento emocional' Assim a vo se modifica acompanhando as fases emomentos diferentes da vida de um mesmo su eito corporificando o seu mundointerior'

    LoPen disc5pulo de #ilhelm 7eich destacou mais enfaticamente a importFncia da vo '!egundo ele o 1loDueio de DualDuer sentimento vai afetar a e/pressão vocal' Ao mesmotempo o reco1rar de um pleno potencial de auto+e/pressão reDuer um uso da vo emtodos os seus registros e todos os seus mati es de sentimento' Tam1 m emissEes taiscomo o choro e o solu)o são descritas como altamente mo1ili adoras e efica es no processo de des1loDueio dos an is de tensão' LoPen d9 particular aten)ão ao grito porele descrito como:

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    com o seu próprio corpo' $ste funciona como cai/a de ressonFncia instrumento vivoDue se transforma no momento mesmo do ato de cantar e Due ao mesmo tempo permiteDue interfiramos na vida coletiva com a nossa singularidade'

    Gas Brincadeiras+de+roda o convite ao canto ocorre de maneira natural' Canta+se em

    geral em coro havendo algumas cantigas com espa)o para Ksolos ' H9 margem para asmais variadas e/plora)Ees de dinFmica tim1re e registros vocais e logo para a auto+e/pressão pessoal e grupal' Música corpo e emo)ão se integram impulsionando+se entresi'

    ).&. Aspecto Musical

    + 7apo 'ururu, na beira do rio. uando o sapo canta, maninha,

    porque tem #rio...+

    As Cantigas+de+roda possuem caracter5sticas musicais particulares' A pesDuisadoraHenriDuieta Braga "& 8Q% selecionou v9rios aspectos Due se destacam na suacaracteri a)ão geral' 0e amos a seguir alguns deles de acordo com os parFmetrosmusicais + ritmo melodia e harmonia'

    7itmo +A grande maioria das nossas cantigas infantis apresenta+se em compasso 1in9rio simples ritmo anacrústico e termina)ão masculina havendo presen)a e/pressivade s5ncopes muito peculiares como as formadas por antecipa)Ees de sons finaisdeslocamento das s5la1as tOnicas acentua)Ees nas partes fracas dos tempos einterrup)Ees por pausas' Apesar do predom5nio do compasso 1in9rio simples podemostam1 m encontrar can)Ees em tern9rio simples Duatern9rio e at mesmo em Duin9riocomo se pode e/aminar em ;&o %ou l! > ;&o %ou l!> Denho medo de apanhar.+

    +Bam-ba-la-l&o 7enhor capit&o Espada na cinta 7inete na m&o.+

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    Harmonia + !endo a vo humana o principal instrumento de e/ecu)ão deste tipo decan)ão o acompanhamento harmOnico menos t5pico' 4or m a harmonia impl5citaneste tipo de can)ão sempre a mais simples poss5vel em geral so1re o( (0 e 0 graus da escala acompanhando as tensEes e cad;ncias da melodia'

    Como o próprio nome 9 di + Cantigas e Brincadeiras+de+roda + tratam+se de cantigas para se 1rincar e pode+se di er tam1 m de cantigas Due nasceram e ou sedesenvolveram em conte/tos do universo lúdico infantil' Assim como não podia dei/arde ser estas marcas transparecem em seus parFmetros musicais +ritmo melodiaharmonia'

    A simplicidade e o car9ter essencial Due figuram nestes tr;s parFmetros refletem ostra)os 1io+psico+musicais t5picos da etapa infantil' Is intervalos e os caminhosmelódicos t5picos destas cantigas coincidem com os motivos de e/perimenta)ãomelódica mais natural desta etapa' 4or outro lado tam1 m r5tmica e estruturalmentefalando podemos o1servar v9rios aspectos coincidentes' 0ale lem1rar Due sãoconstantes no universo infantil a predile)ão pela repeti)ão de uma forma geral e o próprio pra er na viv;ncia do ritmo marcado e cadenciado' $ste último refletindo a 1usca da seguran)a e da contin;ncia aspectos tão necess9rias para um 1omdesenvolvimento f5sico e mental numa etapa da infFncia em Due se est9

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    não v; o limão o limão anda na roda feito um 1estaião o limão'''< ' Mas de umamaneira ou de outra sempre com muito 1om humor:

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    com sons 1al1ucios e ver1ali a)Ees su1entende profundos intercFm1ios comunicativosassim como valiosas trocas emocionais e afetivas'

    A mesma autora tam1 m discute as possi1ilidades Due o conto oferece a crian)a de seidentificar com os seus personagens e viv;+los do seu interior' $la aponta Due ele

    oferece a crian)a a chance de

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    + ...2 a criança quer n&o s) ou%ir as mesmas hist)rias como também repetir as mesmase*peri4ncias e isto lhe d! um grande pra6er. Essa satis#aç&o est! relacionada com abusca da primeira e*peri4ncia, que pode ser o primeiro terror ou a primeira alegria. Assim, a repetiç&o n&o s) é um caminho para tornar-se senhor das Hterrí%eise*peri4nciasI como também de saborear sempre com reno%ada intensidade os triun#os e

    %it)rias.+ Ben'amin, /09: apud. arcia, 7il%a e 8errari, /090, p./@2 A fantasia se fa presente em todo o conte/to das Brincadeiras+de+roda at pelos personagens Due geralmente são representados pelos participantes + numa utili a)ão deum recurso transferencial + assim como pelas imagens propiciadas pelas letras e climasmusicais' M9rio de Andrade "& Q% afirma Due a vo cantada atinge necessariamente anossa psiDue pelo dinamismo Due nos desperta no corpo' Guma perspectivamusicoter9pica penso Due com a associa)ão dos conteúdos po ticos J e/peri;ncia deauto e/pressão musical e corporal am1os os processos ocorrem simultaneamente seinfluenciando e intensificando+se um ao outro'

    0.#. 2a A/ordage2 +sicanal3tica

    Bouth "& % ao fa er uma an9lise das Cantigas+de+roda se utili a da a1ordagem psicanal5tica' I seu o1 eto de estudo atende a demanda de etapas do desenvolvimento psicosse/ual infantil' Assim de acordo com a sua interpreta)ão atrav s da Cantiga+de+roda a crian)a pode manifestar a sua entrada na rela)ão triangular ou se a na tramaed5pica como em:

    +3 meu chapéu tem tr4s pontas tem tr4s pontas o meu chapéuJ se n&o ti%esse tr4s pontas, n&o seria o meu chapéu.+

    I1servando a estrutura r5tmica desta can)ão nota+se Due o compasso 1in9riocomposto ou se a cada compasso pode ser su1dividido em dois grupos de tr;s tempos'

    A crian)a pode manifestar suas

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    ue roubou ue roubou meu coraç&o...+

    Ilhando musicalmente para esta can)ão o1servamos Due clima mais melancólico fica patente a partir do tom na Dual ela se encontra menor' Ga melodia dominam arpe os

    menores descendentes havendo duas passagens pela @V da sens5vel caracter5stica comonota de tensão' I legato caracter5stico assim como o andamento lento contri1uem para proporcionar um clima nost9lgico'

    A agressividade tam1 m um tema freDNente sendo muitas ve es associado amecanismos de defesa "i1id' & % como em:

    +A carrocinha pegou Dr4s cachorros de uma %e6 Dra l! l!

    ue gente é essaL Dra l! l!

    ue gente m!>+

    ADui o tom maior e ritmicamente predominam as notas curtas Duase em stacato oandamento em geral acelerado criando+se assim um clima alegre '

    Ainda segundo a an9lise de Bouth a crian)a pode tam1 m

    I receio pela puni)ão tam1 m pode estar associado a conteúdos ed5picos "i1id' & %como em:

    +(ai 8rancisco entrou na roda Docando seu %iol&o Karar&o, d&o, d&o > em de l! seu delegado,

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    E pai 8rancisco ai para a pris&o.

    Como ele %em Dodo requebrado

    (arece um boneco Kesengonçado>+

    As preocupa)Ees com a cena prim9ria Due tem o seu lugar entre as mais v5vidas preocupa)Ees infantis "i1id'& %

    +N meu senhor, eu #ui passando (or de tra6 da bananeira, Ki6 o preto para a pretaO Nh> que linda brincadeira>+

    +(irulito que bate, bate, (irulito que '! bateu

    uem gosta de mim é elaJ uem gosta dela sou eu.

    (irulito que bate bate, (irulito que '! bateu, A menina que eu ama%a, Coitadinha '! morreu...+

    As ansiedades do per5odo da lat;ncia com rela)ão ao dese o de ter coisas e corpo demulher aparecem como nesta cantiga num clima de humor indicando o tra1alho deela1ora)ão da fantasia narc5sica para a1rir espa)o para a pu1erdade "i1id'& % :

    +A barata di6 que tem 7ete saias de #il) mentira da barata Ela tem é uma s) Ah> Ah> Ah> 3h> 3h> 3h> Ela tem é uma s)>

    A barata di6 que tem m anel de #ormatura

    mentira da barata Ela tem é casca dura.

    A barata di6 que tem ma cama de mar#im

    mentira da barata Ela tem é de capim.

    A barata di6 que tem m sapato de #i%ela

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    mentira da barata 3 sapato é da m&e dela.

    A barata di6 que tem 3 cabelo cacheado

    mentira da barata Ela tem coco raspado+

    A chegada da pu1erdade e da adolesc;ncia desperta fantasias nas Duais figura aansiedade crescente em rela)ão a perda do mundo infantil' Tam1 m a tarefa de assumiruma vida nova e desconhecida a 1usca de um novo parceiro fora do am1iente familiarimplicam em uma s rie de riscos e/pectativas e escolhas com as Duais preciso lidar'"i1id' & %

    +Ai eu entrei na roda Ai eu n&o sei como se dança Ai eu entrei na roda dança Ai eu n&o sei dançar

    7ete e sete s&o quator6e Dr4s %e6 sete é %inte-e-um Denho sete namorados 7) posso casar com um+

    $m

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    3 tempo passou a correr, a correr, a correr, o tempo passou a correr, a correr

    E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor E o mato cresceu ao redor, ao redor

    m dia %eio um belo rei, belo rei, belo rei m dia %eio um belo rei, belo rei

    ue despertou a rosa assim, bem assim, bem assim ue despertou a "osa assim, bem assim.+

    I movimento de sedu ir versus dei/ar+se sedu ir presente em toda conDuista amorosa retratado na cantiga Due se segue' Gela o lo1o vai relatando o seu movimento em

    etapas at ficar pronto para a sedu)ão' " i1id' %

    " ,ila de crian)as de mãos dadas com o Lo1o J frente' As crian)as cantam andando para frente e para tr9s' %

    EstribilhoO

    + amos passear no bosque Enquanto o seu lobo n&o %em bis

    Dodas #alandoO

    Est! pronto seu GoboL

    GoboO

    Estou tomando banho...

    Estribilho 2

    GoboO

    Estou %estindo a cueca...

    Estribilho 2

    GoboO

    Estou %estindo a calça...

    ...2

    GoboO

    ou buscar a bengala >+

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    Aqui todas saem na carreira e o Gobo atr!s, até pegar uma que ser! o Gobo seguinte.2

    A possi1ilidade de um novo tipo de rela)ão tra anseios e medos' Assim a ela1ora)ãoo1 etal do luto pelo corpo papel e pais da infFncia permeado tam1 m por um dese ode retorno a uma poca anterior'

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    sim1olismo revelador da sa1edoria latente da alma do povo' $le cita como diversos evaliosos os s5m1olos contidos nas entranhas das melodias versos e formas emmovimento dos CFnticos e Brincadeiras+de+7oda'

    Tendo como influ;ncia principal o pensamento de 6ung Milleco "& @% em seu livro

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    ma pedra n&o #a6 #alta, M l4, F l4 F l!J

    ma pedra n&o #a6 #alta, Q l4, seus ca%aleiros.

    A menina de #ora tira uma por uma da roda, s) dei*ando mesmo a 5argarida. Rmedida que %&o saindo, as que continuam na roda, cantamO + ma pedra n&o #a6 #alta,duas pedras n&o #a6 #alta, tr4s pedras, etc.+ até sair a última. ;esta ocasi&o, cantamtodasO

    Apareceu a 5argarida> M l4, F l4 F l!. Apareceu a 5argarida> M l4 seus ca%aleiros.+

    .e acordo com a interpreta)ão de Milleco "& @% a pergunta

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    A roda um s5m1olo universal' A sua for)a consiste no fato de ser ela umarepresenta)ão viva da Mandala'

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    Al m de 6ung diversas outras fontes tam1 m iluminam o estudo Due aponta para ovalor arDuet5pico deste s5m1olo e as suas diversas formas de se manifestar'

    !egundo CFmera Cascudo "& % a marcha descrevendo um c5rculo de alta e/pressãosim1ólica e participa h9 mil;nios da liturgia popular de Duase todo o mundo' Como

    e/emplo cita as procissEes religiosas ao redor de uma pra)a volteando capela ou igre aas voltas J fogueira nas festas de !' 6oão as caminhadas circulares em torno do 1er)o oucama do enfermo no e/orcismo das velhas re adeiras Js crian)as doentes'

    $ se referindo especificamente Js rodas dan)adas:

    + ...2A primeira dança humana, e*press&o religiosa instinti%a, a oraç&o inicial peloritmo de%e ter sido em roda, bailando ao redor de um ídolo, Kesde o paleolítico %i%emos %estígios das pegadas em círculo em ca%ernas #rancesas e espanholas. 3 mo%imento seria simples e uni#orme, possi%elmente com o sacerdote no centro dirigindo o culto eanimando o compasso ...2+ ibid p.1 1 2

    0.&.&. As Brincadeiras-de-roda co2o Mandalas

    X lu destes acontecimentos ocorridos nos primórdios do nosso desenvolvimentofilogen tico assim como das investiga)Ees de 6ung em seu tra1alho terap;utico poder5amos 1uscar rela)Ees com as Cantigas e Brincadeiras+de+roda'

    Tra)o a hipótese de Due por tra do momento espontFneo do encontro em Due crian)asse dão as mãos e se movimentam e/pressando vocalmente as can)Ees 9 por muitosantes e/pressadas estaria tam1 m havendo uma 1usca instintiva de uma harmoni a)ão pessoal e grupal ' $ de Due as 1rincadeiras+de+roda seriam um re+vivenciar de um ritualancestral em Due o mito estaria representado r5tmica+melódica e poeticamente semprenovamente ressignificado a cada ve Due apropriado pelos participantes dos grupos de 1rincadeiras'

    3 dar-se as m&os possibilita um contato, uma e*perimentaç&o t!til do outro numainteraç&o corporal +que promo%e a permuta de energias e ameni6a a solid&o+ entre os participantes. Estes est&o naquele momento, mesmo que inconscientemente + ...2mentali6ando 'untos o ad%ento de um estado mandalar ...2+ 5illeco, /09 , p. 9/2

    Uual seria o significado deste

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    onde figuram personagens e tramas' Milleco "& @% analisou cuidadosamente v9riasBrincadeiras' !egundo a sua leitura ao ocuparem a posi)ão de personagens do rituallúdico as crian)as estariam representando diversos n5veis do psiDuismo' I própriodesenvolvimento da can)ão com os passos e gestos Due lhe são inerentes representaria por outro lado a integra)ão destes elementos'

    4enso Due o aspecto musical das Brincadeiras + as Cantigas+de+roda + essencial na suacaracteri a)ão como mandalas' 4or um lado pelas imagens Due os seus temas musicais propiciam e por outro pela própria intensidade do ato de cantar' uerra no Centro 4siDui9trico 4edro (( Duando am1as l9tra1alh9vamos como estagi9rias'

    7efere+se a uma menina + a Due chamarei de rica + de do e anos de idade de fam5liade classe m dia 1ai/a religião católica apresentando preceitos morais visivelmenter5gidos' rica apresentava tra)os psicóticos com relativo isolamento'

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    Ga primeira sessão entra com timide e/pressão retra5da senta+se comportadamentenuma cadeira' $la nos olha enDuanto nós nos apresentamos lhe mostramos osinstrumentos e lhe falamos algo so1re ser aDuele um espa)o para ela'

    Após algum sil;ncio rica come)a a ver1ali ar pensamentos + aparentemente

    descone/os e fantasiosos + nos Duais figura uma menina KDue estava com a ca1e)aDue1rada ' $la o fa com um olhar distante aparentando estar num mundo só seuisolada' A sua e/pressão vocal estereotipada interiori ada e com pouco volume'

    A nossa interven)ão Duase imediata em Due come)amos a cantar

    Go meu entender a can)ão teve naDuele conte/to a fun)ão de ponte entre a nossarealidade e a sua possi1ilitando a a1ertura de um canal de comunica)ão' Atrav s deladeu+se uma intera)ão corporal e musical e conseDNentemente emocional entre a paciente e as terapeutas'

    Apesar de não ter sido tra ida por ela a cantiga 9 fa ia parte de seu KarDuivo sonoro+musical e afetivo sendo por ela imediatamente reconhecida e tam1 m adotada' Iresgate de

    0isivelmente os aspectos musicais foram fundamentais na acolhida positiva da can)ão por parte de rica' Com o seu olhar e com a sua postura corporal ela nos comunicava oseu pra er em e/perimentar o ritmo e a melodia das palavras as varia)Ees de dinFmica ede andamento em e/pandir a sua própria vo e em sentir a harmonia por nós tocada ao piano ou ao violão' Assim ela partiu para o movimento de forma natural constituindo+se a dan)a um importante elemento facilitador de seu processo emocional'4rincipalmente se considerarmos Due o movimento sugerido pela música "sam1ar%

    tinha alguma conota)ão de proi1i)ão em sua história ou Due em outras ocasiEes elatalve sofresse certa repressão ao reali 9+lo com o grau de li1erdade Due o fa ia em

    http://www.taturana.com/cantigas.html#41%2341http://www.taturana.com/cantigas.html#41%2341

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    sessão' Lem1remos Due atrav s da linguagem musical e corporal torna+se poss5vel ae/pressão de mensagens e sentimentos imposs5veis de se tradu ir em palavras apenas'

    I fato de rica continuar tra endo a can)ão em outras sessEes relaciona+se a própriaess;ncia do significado do 1rincar o Dual encontra na repeti)ão uma lei fundamental'

    Como 9 foi dito anteriormente neste tra1alho a repeti)ão um aspecto inerente aatitude lúdica e est9 relacionada ao processo de ela1ora)ão de conteúdos internos' .eacordo com ,erro " & 8% o Duerer ouvir mais e mais a mesma história pode por umlado indicar a perman;ncia da situa)ão emocional de 1ase Due leva a crian)a a escolheraDuela história por outro lado pode indicar tam1 m um cont5nuo remane amento etra1alho da crian)a com as suas fantasias fa endo com Due a história nunca se a amesma sendo a cada ve sentida com uma nova modula)ão'

    5.&. :...Co2o poderei i er se2 a sua co2panhia...:

    A musicoterapeuta Claudete CerDueira nos relata um caso cl5nico por ela vivenciado'

    +...Eu atendia a uma criança que ha%ia perdido a m&e num acidente automobilístico ede%ido a este trauma, hou%e por parte dela toda uma reaç&o de #echamento. Essacriança entrou num quadro parecido com o comportamento autista.

    (assamos algumas sess es #a6endo sons e comecei a gra#ar inter%alos que se repetiramdurante %!rias sess es. Ap)s algum tempo #omos mantendo estes inter%alos de terçasascendentes com um determinado ritmo e percebi que era melodia do #olclore mineiro+(ei*e i%o+, cu'a a letra éO

    Como pode pei*e %i%o i%er #ora dI$gua #riaL

    Como poderei %i%er 7em a tua companhiaL

    A criança conseguiu assim elaborar sua angústia, e*pressando o medo e a solid&o que sentia.+ Cerqueira, /00?, p. P: 2

    CerDueira ressalta a 5ntima rela)ão da melodia com a emo)ão'

    + 3 trabalho de musicoterapia pretende liberar o cliente e estimul!-lo $ criaç&omusical. Assim, os di!logos sonoros e ou mel)dicos acontecem tomando a #orma doestado emocional que o cliente %i%e naquele momento.+ ibid.2

    4ossivelmente este um aspecto da Cantiga Due podemos chamar de amoroso nautili a)ão da classifica)ão de Melo "& 8%: o amor do filho pela sua mãe'

    $sta can)ão nos tra outras refle/Ees' Bouth "& % e/emplifica como a Cantiga+de+roda pode a udar na ela1ora)ão do luto pela perda do corpo infantil' 0emos neste casoa can)ão cola1orando na ela1ora)ão do luto real: a perda efetiva do o1 eto amoroso'

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    Talve possamos pensar tam1 m no Due Milleco "& @% denomina

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    Após cerca de um ano tendo estas can)Ees como enfoDue Brandão come)ou umtra1alho no sentido de adicionar um outro tipo de atividade J sessão' A sua inten)ão eraa de resgatar e/peri;ncias e sentimentos da infFncia de cada um apartir da inclusão deum repertório infantil "Acalantos e Brincadeiras+de+roda% nas sessEes'

    Com o passar do tempo a nova proposta se revelou 1astante frut5fera condu indo aricas e/peri;ncias para o crescimento do grupo como um todo e para as pessoasindividualmente'

    .e acordo com 7egina Brandão o ponto de mudan)a se deu mais especificamenteDuando se iniciaram as Brincadeiras+de+roda'

    $las possi1ilitaram uma mudan)a na dinFmica Due vinha predominando at então aDual consistia na atua)ão sempre K1rilhante de Maria em contraste com as defici;nciasdos demais' Icorreu Due na hora da forma)ão da roda e da dan)a por sua hemiplegia e pelas eventuais aus;ncias era ela Duem realmente necessitava da a uda e do apoio dosseus colegas' 4rontamente eles iam ao seu encontro nestas ocasiEes numa atitude deretri1ui)ão J sua solidariedade inicial' 4ela primeira ve conformou+se uma situa)ãoem Due a sua fragilidade podia vir a tona com mais clare a e por isso mesmo tam1 mser melhor tra1alhada terap;uticamente' (nverteram+se os pap is: Duem at entãosempre tinha sido Ka udado passou a ser Ka udante e vice+versa' '

    4or outro lado Brandão destaca Due de uma maneira geral as Brincadeiras+de+rodaa1riram caminho para a forma)ão de novos la)os afetivos entre os participantes

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    feitos' Gão se chegou por m a nenhuma conclusão so1re o tipo de s5ndrome por elaapresentada'

    Aos cinco anos de idade M' foi encaminhada para a Musicoterapia iniciandotratamento com 7egina Brandão'

    Chega o momento da primeira sessão de Musicoterapia' Logo ao entrar na saladispensando grandes apresenta)Ees ou convites ela come)a a cantar' Canta Duatrocantigas emendadas umas nas outras' !ão elas:

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    ocorria anteriormente' A estas passaram a se aliar novos e diversificados elementos porela espontaneamente tra idos para as sessEes de Musicoterapia " fitas can)Ees da T0outras can)Ees aprendidas na escola'''% 4or outro lado a sua forte liga)ão com alinguagem musical como canal e/pressivo e criativo revelava+se cada ve mais forte eera tam1 m desenvolvida de forma crescente nas sessEes'

    7ecentemente uma nova Kruptura ocorre na vida de M' : for)ado a prolongar a suaestadia na ,ran)a por motivos de tra1alho o seu pai não retorna ao Brasil na data prevista sendo o1rigado a adiar inclusive a data de reencontro com a sua filha "Duehavia permanecido aDui%' Geste meio tempo a mãe vem fa er uma 1reve visita a M'' $lamostra+se 1astante a1atida' (mediatamente ela volta a tra er para as sessEes deMusicoterapia + e novamente com toda for)a e insist;ncia + as Ksuas cantigas ' "$stasforam neste meio tempo acrescidas de

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    M' não só mostra+se satisfeita com a figura como fa Duestão de lev9+la para casa '

    $m sessEes seguintes ela volta a pedir para a co+terapeuta fa er o mesmo desenho' !óDue a cada ve com novas varia)Ees todas determinadas e/atamente por ela'

    Como e/emplo M' pede para Due ela desenhe: a Tere inha Ko gato Ko pau no gato Kmamãe do Cear9 Ko papai Ka M' K ' $m com1ina)Ees variadas todos eles devendoestar contidos no interior do Katireio '

    $stes desenhos eram sempre intercalados por momentos em Due as cantigas voltavam aser cantadas e dan)adas' Gestes momentos M' mostrava+se sempre muito compenetradaas ve es s ria pensativa' !empre uma n5tida mudan)a ocorria agora em sua e/pressão'A musicoterapeuta 7egina Brandão passou a aproveitar estes momentos tam1 m paraconversar com ela ver1almente so1re sua mãe sua história'

    7egina Brandão o1servou Due come)ou a se desencadear um processo novo' M' passoua se mostrar mais livre na sua forma de se e/pressar: o contato corporal ganhou novasdimensEes dando margem inclusive a diferentes 1rincadeiras improvisadas na sessão edas Duais ela participava com alegriaR o contato Kolho no olho passou a ocorrernaturalmenteR M' mostra+se mais rela/ada com um sorriso mais a1erto dando 1oasgargalhadas de ve em DuandoR apurando o seu humor cada ve mais ela passou a fa er piadas e caretas nas sessEes sempre com muito charme' Iutra novidade Due elacome)ou a desenvolver uma rela)ão muito interessante de e/plora)ão do teclado'

    09rias o1serva)Ees podem ser feitas a partir deste caso'

    .e acordo com a interpreta)ão de Bouth "& %Y- atrav s das Cantigas

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    Tomemos agora a coloca)ão de ,erroY2' 7eferindo+se aos contos ela afirma Due estesvaleriam

    !e considerarmos a seDN;ncia de rupturas na história de M' e ao fato dela ter tra ido asCantigas+de+roda espontaneamente estas coloca)Ees tornam+se ainda mais pertinentes'Ao tra er as Cantigas muito possivelmente ela estava correspondendo a um impulsoinstintivo numa procura por um

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    terem estes estruturas simples' Cada aluno escolheria uma música de sua particular prefer;ncia para então tra1alhar em cima dela' "i1id'%

    $sta proposta inicialmente de cunho did9tico no conte/to de uma aula a priori teóricaterminou por se ampliar modificando o próprio formato da aula ' Assim da an9lise

    formal passo+se para as viv;ncias as Duais + apesar de não terem visado o1 etivosterap;uticos + constitu5ram+se como e/peri;ncias especialmente significativas para osalunos' "i1id'%

    +...;os surpreendemos com o ritmo que tomamosO rumo a uma grande mobili6aç&o gerada por %!rios processos indi%iduais que #oram desencadeados por tais músicas.+

    ibid.2

    7elato individual:

    +;&o ti%e dú%ida. uando #oi pedido que trou*éssemos uma Cantiga-de-roda qualquer,no mesmo momento '! sabiaO HA canoa %irouI . Esta sempre #oi a minha pre#erida. ...2

    Enquanto prepara%a a an!lise musical para apresentar $ turma, percebi como aqueletema tradu6ia a minha hist)ria pessoal. (articularmente na época esta%a bastante preocupada com os meus #amiliares, e, como eu queria HremarI a %ida ou Hdesa#og!-losI . Dreina%a a melodia em casa no teclado e quanto mais eu toca%a, mais #lashes %inham! mem)riaO como eu adora%a quando eu era criança e ou%ia H...#oi por causa da nome2...I . Aquela situaç&o de ter dei*ado a canoa %irar por n&o t4-la remado direito era)tima> ...2

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    respondeuO H8açoI . 8icamos anos sem nos %er e ho'e preparamos 'untos uma pequenacanoa que ser%ir! de berço ao nosso primeiro #ilho.+

    .estaDuemos aDui alguns aspectos mencionados no depoimento acima'

    +...esta sempre #oi a minha pre#erida...+ A liga)ão afetiva da estudante com a can)ão data de pocas anteriores maisespecificamente da infFncia "

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    simplicidade al m de um grande poder de comunica)ão e uma ressonFncia imediata noesp5rito das gentes Due as ouvem praticam e recriam'

    H9 uma alta e/pressão sim1ólica da marcha descrevendo um c5rculo Due participa h9mil;nios da liturgia popular de Duase todo o mundo' ' Constituindo+se como forma)Ees

    circulares dan)adas e cantadas as Brincadeiras+de+roda podem ser consideradas

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    4or fim gostaria de lem1rar Due como facilitadores destes legados culturais estamostam1 m contri1uindo para a recostura de um processo a n5vel social' ,a endo pontes ereplantando sementes Due em forma de som movimentos e s5m1olos religam gera)Eese sempre novamente fecundam a vida su1 etiva'

    >. BIBLIO'RA(IA &' AG.7A.$ Mario de + 4eDuena História da Música'$ditora (tatiaia'Belo Hori onte M> & Q'

    *' BA7C$LLI! Lia 7e ane M' + Cadernos de Musicoterapia vol'&'$nelivros $ditora' 7io de 6aneiro 76 & *'

    -' B$G$G\IG 7olando I' + Manual de Musicoterapia'$nelivros $ditora' 7io de 6aneiro 76 & 8'

    2' B7AG.]I $ M(LL$CI 7egina e 7onaldo + I Cantar Humano e a Musicoterapia'Monografia de >radua)ão apresentada ao CBM em & * 7io de 6aneiro 76 & *'

    8' B7A>A HenriDueta + 4eculiaridades 75tmicas e Melódicas do Cancioneiro (nfantilBrasileiro'7io de 6aneiro 76 & 8Q'

    ?' BI3TH Angela M' + A !enhora .ona !ancha .escu1ra o !eu 7osto'in Boletim Cient5fico da !oc' 4sicanalista do 7io de 6aneiro + n'- e 2: ? + & ' '

    @' CAM4B$LL 6oseph + The MasZs of >od' 4rimitiv Mythology'ArZana' 3!A & @

    ' CA!C3.I Camara + .icion9rio do ,olclore Brasileiro'$ditora (tatiaia' Belo Hori onte M> & '

    ' C$7U3$(7A Claudete M' + A Avalia)ão Musicoter9pica como processo de triagemda $DuipeMultidisciplinar Arte+de+viver' Monografia de >radua)ão apresentada ao Curso deMusicoterapia do CBM no 7io de 6aneiro em & Q'

    &Q' CHA>A! Marly + Musicoterapia e 4sicoterapia Corporal'in 7evista Brasileira de Musicoterapia' ano (( n'- & @'

    &&' CHA>A! Marly + 7itmo som vida' in $nergia e Cura7evista de Cultura 0o es ano & 2 vol' 2 n' 8' !etem1ro+outu1ro de & Q'

    &*' .(A! 7osa M' + Giet sche e a Música'(mago $ditora 7io de 6aneiro 76 & 2

    &-' ,$77I Ana + A T cnica na 4sican9lise (nfantil'(mago $ditora 7io de 6aneiro 76 & 8'

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    &2' ,7$>TMAG Carlos .' + Corpo Música e Terapia'$ditora Cultri/ !ão 4aulo !4 & '

    &8' >A7C(A !I3\A $ !(L0A e ,$77A7( Maria A'L' Maria A'!' !Onia C'M' +Memórias e Brincadeiras na Cidade de !ão 4aulo nas 4rimeiras . cadas do ! c' ^^'

    Corte $ditora' !ão 4aulo !4' & '&?' >I.(GHI M9rcia + A Música de 3ma 0ida (nteira'in Boletim da !B>>+ 76 + n'&*'7io de 6aneiro 76 & ?'

    &@' 63G> Carl >' + Mandala + Bilder aus dem 3n1ePusten'#alter 0erlag' ,rei1urg in Breigau Ilten & @'

    & ' LAMA! .ulce M' + A Música de tradi)ão oral "folclórica% no Brasil'4u1lica)ão CBA>' 7io de 6aneiro 76 & *'

    & ' LA7!$G !tephen + (magina)ão M5tica'$ditora Campus 7io de 6aneiro 76 & &'

    *Q' LW7A Maria 7' >' M' + Brincadeiras e 6ogos'Monografia apresentada para a conclusão do Curso de >radua)ão em 4sicomotricidadena (BM7' 7io de 6aneiro & -'

    *&' M$LI 0er5ssimo de ' ,olclore (nfantil'$d' (tatiaia Belo Hori onte M> & 8'

    **' M$G.IG_A Maria C' L' 0' + (mprovisa)ão Musical e 7ecria)ão $/istencial' +Monografia de $speciali a)ão em Musicoterapia apresentada ao CBM em & ?Bahia !alvador & ?'

    *-' M(LL$CI Luis A' + I Lado Iculto do ,olclore Brasileiro'Livraria Atheneu 7io de 6aneiro 76 & @'

    *2' 4$!C$TT( Luis Maria + Taller de Animacion y 6uegos Musicales'$ditora >uadalupe Buenos Aires' & *'

    *8' 47A\$7$! !Onia + I Canto Due Cura'

    7io de 6aneiro 76 & ?*?' !(L0$(7A Gise da + 6ung: 0ida e I1ra'4a e Terra $ditora' 7io de 6aneiro 76' & *'

    *@' 7I!A Berenice C'M + I Lúdico na Musicoterapia'Monografia do Curso de $speciali a)ão em Musicoterapia do CBM 7io de 6aneiro 76em & ?

    * ' 733. $ven + Caminhos da Musicoterapia'!ummus $ditorial !'4aulo !4 & Q'

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    * 'T37MA .I 47(M$(7I AGI .$ M3!(CIT$7A4(A .$ & ?

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    **'Gesta ruaY

    *-' I BaúYY

    *2' I meu chap u

    *8' I 4inhãoYY

    *?' I trem de ferro

    *@' 4ai ,ranciscoYY

    * ' 4assarinho da lagoaYY

    * ' 4eriDuito MaracanãYY

    -Q' 4ia1a

    -&' 4irulito Due 1ate 1ateYY

    -*' 4or de tr9 da 1ananeira

    --' 79 r9 r9 minha machadinhaYY

    -2' 7e1ola chuchu

    -8' !am1a Lel;YY-?' !apo 6ururuY

    -@' !eu 6uca

    - ' !eu Lo1oYY

    - ' !enhora .ona ArcFn ilaYY

    2Q' !enhor Ca)ador

    2&'Tengo tengo tengoYY

    2*' Tere inha de 6esusYY

    2-' 0amos menina vamosYY

    22' 0oc; gosta de mim =YY

    YBi1liografia item 8 YYBi1liografia item *&

    A'RADECIME"TOS

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    R André 7achs, pelo seu amor, apoio e inspiraç&o...

    R Kenise uerra, pela sua ami6ade e colaboraç&o.

    R 8ernando Gébeis, por ter me a'udado a abrir portas a mundos t&o mara%ilhosos.

    R 5arlU Chagas, pelo carinho e dedicaç&o com que me guiou no processo destetrabalho,

    tornando-o ainda mais pra6eiroso.

    R "egina Brand&o, pela sua disponibilidade e generosa contribuiç&o.

    R todos os meus pro#essores e companheiros do Curso de 5usicoterapia, que me possibilitaram

    tantas descobertas e preciosas e*peri4ncias.

    R =o&o 7ab)ia osgols.net 2 pela Animaç&o da 5andala da capa.

    http://osgols.net/http://osgols.net/