Comissão Especial Alterações no Abono Salarial e no BPC...
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Nova PrevidênciaComissão Especial
Alterações no Abono Salarial e no BPC.
21 MAIO2019
AlteraçõesnoBenefíciodePrestaçãoContinuada(BPC-LOAS)
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:introdução
• O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é o maior benefício assistencial do Brasil, tendo alcançado 4,7 milhões de pessoas a um custo total de R$ 53,3 bilhões em 2018
• A trajetória da despesa decorre da elevação na quantidade de beneficiários (efeito legislação/judicialização/demografia/economia) e do valor do salário mínimo
• Sucessivas reduções na idade de elegibilidade, gerando prolongamento do pagamento do benefício concedido ao idoso, haja vista o contínuo aumento na expectativa de sobrevida da população brasileira
• Comparações internacionais com programas assistenciais semelhantes mostram que no Brasil o valor do benefício é alto em relação à sua renda per capita
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:contexto
1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,8 1,9 2,0 2,1 2,3 2,3 2,4 2,5 2,6
0,91,1
1,21,3
1,41,5
1,61,7
1,81,8
1,9 1,92,0
2,0 2,0
2,12,3
2,52,7
2,9
3,2
3,43,6
3,84,0
4,14,2
4,44,5
4,7
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Pessoa com deficiência Idoso Total
Fonte:DATAPREV/SINTESEWEB
Quantidade de beneficiários do BPCDezembro de cada ano
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:contexto
Fonte:DATAPREV/SINTESEWEB
Valor da despesa com o BPC (R$ bilhões nominais)
3,4 4,1 5,2 6,1 7,3 8,8 10,6 12,214,9 17,2 19,4
22,025,7
28,5 30,0
2,63,5
4,75,6
6,88,3
9,810,9
12,9
14,716,3
18,2
20,9
22,923,8
6,07,7
9,911,7
14,0
17,1
20,423,1
27,8
31,8
35,7
40,2
46,6
51,353,8
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Pessoa com deficiência Idoso Total
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:idadedeacessoesobrevida
BenefíciodePrestaçãoContinuada(BPC)
MarcoLegalArt.20daLeinº8.742,de7dedezembrode
1993(LOAS)
Art.1ºdaLeinº9.720,de30denovembrode
1998
Art.34daLeinº10.741,de1ºdeoutubrode
2003(EstatutodoIdoso)
Art.1ºdaLeinº12.435,de6dejulhode2011
IdadeMínimadoLOAS 70anos 67anos 65anos 65anos
ExpectativadeSobrevidaapartirdaIdadeMínima
+10,4 anos(*) +12,8anos +17,8anos +18,1 anos
(*)Baseadonocomportamentodastábuasdesobrevidade1998emdiante;para1993,asobrevidaaos70anosfoiestimada.
Nas últimas décadas, redução da idade de elegibilidade do BPC;simultaneamente, população envelhece e se torna mais longeva
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:altajudicialização
Fonte:SUIBE/DATAPREV,dezembrode2018
2,6
6,47,9
9,4 9,110,5 10,4
12,213,8
15,0
16,9
19,0
14,5
16,2
18,7
6,7
12,1
14,7
17,416,0
18,8
15,2
17,8
20,2
22,1 24,3
30,1
21,5
24,9
28,5
0,7
2,2 2,7 2,9 3,0 3,44,5
5,56,4
7,38,5 8,3
6,7 6,87,8
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
Total Pessoa com deficiência Idoso
• Seu objetivo primordial é o de mitigar o risco de pobreza na velhice
• Quanto mais universal o programa, maior a cobertura do entre os pobres ao custo de atingir
também alguns indivíduos não pobres; por outro lado, quanto mais focalizado o programa, menor
quantidade de não pobres cobertos, mas ao custo de deixar de atingir alguns pobres
• Algumas implicações teóricas, a partir do desenho de programas focalizados, que merecem
atenção:
§ Incentivos para que idosos pobres vivam em famílias separadas dos parentes “remediados”
§ Quando o valor do benefício não contributivo for próximo (ou igual) ao contributivo: possível
desincentivo à contribuição para o sistema contributivo
§ Subdeclaração de renda ou de parcela de renda• Literatura empírica e teórica: para minimizar o risco de incorrer em pobreza ou “gaps de cobertura”,
redução do valor do benefício não contributivo é preferível a postergação da idade de elegibilidade
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:contextoealgunsaspectos
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:contextoealgunsaspectos
• A experiência internacional mostra que, de forma a mitigar o crescimento insustentável dos custos
dos benefícios não contributivos, alguns países adotaram uma ou mais das seguintes medidas:
elevação da idade de elegibilidade, alteração nos critérios de focalização ou redução do valor do
benefício
• No geral, para um país de renda média, com mercado de trabalho razoavelmente desenvolvido e
diversificado, o desenho do benefício não contributivo para idosos deve:
1. Não ser alto a ponto de gerar desincentivos à contribuição do trabalhador para o benefício
contributivo (participação no mercado de trabalho formal); Não ser baixo a ponto de não
retirar o beneficiário (ou seu grupo familiar) da pobreza
2. Maximizar a redução da pobreza minimizando o acesso dos não pobres ao benefício
3. Ser sustentável no longo prazo
BPCDeficientes
Renda mensal de 1 Salário Mínimo, sem limite de idade. Mesma regra.
BPC com renda antecipada (fásico)
Renda mensal que evoluirá ao longo das idades
A partir dos 60 anos R$ 400,00
A partir dos 70 anos 1 Salário Mínimo
*CondiçãodeMiserabilidade(cumulativamente):RendaMensalpercapitainferiora¼doSalárioMínimoPatrimônioinferioraR$98.000(FaixaIMinhaCasaMinhaVida)- Novocritério
BPC Idosos (Hoje)
Em condição de miserabilidade
A partir dos 65 anos 1 Salário Mínimo
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:proposta
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BenefíciodePrestaçãoContinuada– BPCAssistênciaSocial:resultadosesperados
• Realinhamento de alguns incentivos • Economia de R$ 34 bilhões em 10 anos: varia inversamente com o ganho real do
salário mínimo e com a velocidade de envelhecimento e a longevidade da população
• Garantia de renda certa de R$ 400 aos 60 anos versus a incerteza e a volatilidade da renda oriunda do trabalho informal de baixa produtividade
• Ampliação no número de beneficiários: mais de 3 milhões de pessoas, de 60 a 64 anos, em 10 anos
• Redução da judicialização decorrente da melhora nas definições de miserabilidade e
renda familiar => efetividade da política pública
AlteraçõesnoAbonoSalarial
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AbonoSalarial:introdução
• Seu formato atual tem origem na Constituição Federal de 1988 (art. 239), posteriormente
regulamentado pela Lei nº 7.859/1989 (e pela Lei nº 7.998/1990)
• A política consiste no pagamento de benefício anual de até 1 salário mínimo (SM) aos
empregados, inscritos há pelos menos 5 anos no PIS-Pasep, que recebem até 2 SM de
remuneração média mensal de empregadores que contribuem para o PIS ou Pasep
• Objetivo original: complementar a renda dos empregados que auferem baixas remunerações,
de forma evitar o risco de pobreza neste grupo
• Pagamento de mais de 23,2 milhões de benefícios, que somaram mais de R$ 16 bilhões, em
2017
• Essa política é eficaz?
• Essa política é eficiente?
38
4,7
7
31
7,9
9
31
6,5
2
43
9,2
0
35
6,0
0
41
6,9
2
42
7,9
4
43
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4
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4,5
1
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8,1
7
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8
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4,8
5
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7
54
2,0
0
55
3,2
4
60
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8
68
9,5
6
711
,96
73
0,2
1
78
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6
80
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7
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5,5
5
87
6,4
5
90
5,0
2
90
9,7
6
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4
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2,3
8
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2,6
6
95
7,4
3
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
R$
Salário Mínimo real (INPC) - R$ dez/2018
Abono Salarial: evolução do SM nos últimos anos NOVA PREV IDÊNC IA
Salário mínimo em dezembro de 2018 possuía poder de compra mais de três vezes maior que em dezembro de 1991
Abono Salarial: trabalhadores empregados, por faixa de remuneração
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De acordo com dados da RAIS, mais da metade dos empregados obtiveram remuneraçãomédia de até 2 SM em 2017
5,7% 6,0% 5,7%
27,5%
40,3%
51,7%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
55%
1990 1993 1996 1999 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
até1SM até2SM
Abono Salarial: evolução do gasto nos últimos anos NOVA PREV IDÊNC IA
Alteração ocorrida em 2015 (Lei 13.134) trouxe mais racionalidade e obteve redução do custoda política, que, todavia, segue alto
Fonte: Relatório de Gestão do FAT, diversos anos.
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AbonoSalarial:propostaeresultadosesperados
• A Nova Previdência propõe a focalização do Abono para aqueles empregados com média
salarial de até 1 SM: política pensada para atender ao trabalhador mais pobre, mas que
alcança metade do mercado de trabalho formal é certamente uma política ineficiente
• Economia estimada de R$169,4 bilhões em 10 anos:
§ A ser utilizada para cobrir os gastos com o Seguro-Desemprego
§ Adicionalmente, poderá ser destinada para outras políticas, tais como treinamento e
intermediação de mão de obra
• A alteração proposta para o Abono Salarial representa simultaneamente a modernização e o
reforço dos preceitos originais da política: complementação de renda para os trabalhadores
de menores salários, com mais foco e eficiência no uso do recurso público