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    Conflitos étnico-religiosos no final do século XX

    Movimentos e conflitos separatistas com o fim da Guerra Fria

    A Nova Ordem Mundial, que se seguiu ao colapso do socialismo, implosão daURSS e o consequente fim da Guerra Fria, é marcada pela eclosão de uma onda de se-paratismos, motivados por conflitos nacionais, étnicos, religiosos e tribais. Antigos

    contenciosos, disputas geopolíticas por territórios, litígios de fronteiras, intolerânciasquanto às diferenças étnicas, culturais e religiosas ganham novo ímpeto e se manifes-tam sob a forma de terrorismo, guerra, fundamentalismo religioso, movimentos sepa-ratistas nacionalistas e xenofobia.

    Nessa nova ordem, a maior parte dos conflitos passa a ocorrer não mais entrepaíses, e sim no interior de determinadas nações.

    A persistente desigualdade econômica e social entre países, regiões e indivíduos,disputa porrecursos naturais estratégicos(água, petróleo, diamante,etc.),o crescimentoe o fortalecimento do fundamentalismo religioso, a intensificaçãodosfluxosmigratóriosde refugiados e excluídos, são apontados por vários cientistas políticos como fatores in-tensificadores das tensões e dos conflitos históricos, relacionados ao “artificialismo” dasfronteiras e às rivalidades étnicas e/ou religiosas em várias partes do globo.

    Canadá: os franceses de Quebec

    Vinte e sete porcento da população canadense é de origem francesa (latina/católi-ca) e se concentramna província (Estado) de Quebec, no sudeste do país. Devido às rivali-dades culturais e religiosas com a população de origem inglesa (saxônica/protestante),40% da populaçãocanadense, os francesesreivindicam a independência da província emrelação ao restante da federação, ou seja, a formação de um “Canadá francês”. Porém, amaioria da população de Quebec rejeitou,em três referendos (1980, 1992 e 1995), tanto oprojeto de independência como a proposta de maior autonomia política.

    O nacionalismo dentro da União Europeia

    Esse sentimento se manifesta dentro da União Europeia de duas maneiras: pormeio da xenofobia e dos movimentos separatistas nacionalistas. A xenofobia é a intole-rânciaem relaçãoaos imigrantesnão europeus (africanos, árabes, turcos,indianos,etc.) eaos imigrantes vindos da Europa menos desenvolvida (Meridional e Oriental), o que re-

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    Geografia

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    flete o elevado índice de desemprego na Europa contemporânea e o caráter imigrantequeessecontinenteadquiriuapartirdaSegundaGuerraMundial,alémdocrescimentoefortalecimento do sentimento ultranacionalista nos países da Europa Centro-Ocidental,tanto pormeiodo avanço eleitoralde partidos ultranacionalistas quantoda ação, muitas

    vezes violenta, de grupos de ideologia neonazista ou neofascista.

    Dois casos especiais: a Questão Basca e a Questão Irlandesa

      1. A Questão Basca

    Encravada entre o norte da Espanha e o sudoeste da França, a região bascatem uma cultura própria – sobretudo pela língua, o  euskera – e sustenta um movi-mento nacionalista desde fins do século XIX.

    Os bascos têm mais de 5 mil anos de história, porém sua origem é desconhecidae a língua basca não parece sequer pertencer ao tronco indo-europeu.

    No território basco, vivem cerca de 500 mil habitantes em sete províncias (qua-tro espanholas e três francesas). Observe o mapa a seguir:

    A luta pela independência cres-ce a partir de 1959, com o surgimentodo grupo separatista ETA (Pátria Bascae Liberdade). Coma Constituiçãoespa-nhola de 1978, o país basco conquistaaltograu de autonomia e a maior partedo movimento depõe armas, criandopartidos legais (Henri Batasuna e Parti-do Nacional Basco). O movimento sedivide e a parte militar do ETA mantémaaçãopormeiodeatentadoscontraci-vis, políticos e militares.

    Emmarçode2006,oETAdecla-ra cessar-fogo permanente e a opçãopela viapolíticaem busca da indepen-dência da região basca; porém, em 2007 retoma a luta armada.

    Em 2008, vários líderes do ETA foram presos. Em 2009, os partidos acusados deligaçãocom o grupo sãoproibidos de disputar as eleições parlamentares regionais. Em2010, desarticulado e enfraquecido, o ETAanuncia novo cessar-fogo e seu compromis-so com uma solução democrática para a Questão Basca.

      2. A Questão Irlandesa

    Em 1166, a ilha da Irlanda foi invadida pelos normandos, passando, após algunsanos, à soberania do rei Henrique II da Inglaterra. O rei Henrique VIII consolida a domi-

    nação inglesa sobre a ilha em 1542 e introduz o protestantismo.Nos séculos XVII e XVIII, desencadearam-se fluxos migratórios, de escoceses e

    ingleses em busca de terras, para o norte da ilha da Irlanda, onde os católicos torna-ram-se minoria. Em 1800, o Union Act  vinculava a Irlanda à Grã-Bretanha.

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    ESPANHAESPANHA

    FRANÇAFRANÇA

    ViscayaViscaya

    Alava AlavaNavarra

    Navarra

     

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    GuipuscoaGuipuscoa

    províncias bascasprovíncias bascas

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    Durante o século XIX, germinam no sul da Irlanda as sementes do IRA (ExércitoRepublicano Irlandês – resistência armada católica) e Sinn Féin, o seu braço político.

    Entre 1918 e 1921, ocorre a Guerra Anglo-Irlandesa, terminando com a divisãoda ilha. O Ireland Act  estabelecia a formação de um Estado Livre da Irlanda (o Eire), nas

    províncias do sul da ilha, de maioria católica (95%). As províncias do norte (Ulster), demaioria protestante (65%), mantinham-se ligadas ao Reino Unido. Em 1937, a Irlandado Sul declara-se independente. Sua independência foiaceita por Londres, em 1949, eassim nasceu a República da Irlanda (o Eire, ou Irlanda do Sul).

    Durante a segunda metade do século XX, a Irlanda do Norte é palco do conflitoentre as comunidades protestante (58% da população) e católica (42%). Enquanto osprotestantesaprovam a união coma Coroa britânica, os católicosreivindicam a separa-çãoemrelaçãoaoReinoUnidoeposteriorintegraçãodeUlsteràRepúblicadaIrlanda.

    Em abril de 1998 é assinado, em Belfast, capital de Ulster, o acordo de paz daSexta-Feira Santa,que prevê a eleição de umaassembleia (Parlamento), com represen-tação proporcional das duas comunidades, libertação de presos políticos e deposiçãodas armas por parte do IRA e do DUP (Partido Democrático Unionista).

    Em julho de 2005, o IRA anuncia o abandono da luta armada e a opção pela ne-gociação política, via Sinn Féin, para a obtenção da independência política de Ulster.

    No final de 2006, os governos do Reino Unido e da Irlanda reúnem-se em SaintAndrews, na Escócia, para definir uma nova proposta para a autonomia da Irlanda doNorte. O plano, conhecido como Acordo de Saint Andrews, previa um governo com-partilhado entre católicos e protestantes, que dividiriam o Poder Executivo e o Parla-mento, a partir de março de 2007, com uma estrutura policial e judiciária autônomas –e não mais dirigidos pelo Reino Unido.

    Bélgica: a federação ameaçada

    As divergências culturais, políticas e econômicasentre flamengose valões, comu-nidades divididaspela barreira linguística, põem em risco a unidade dafederaçãobelga.

    O país divide-se em duas regiões: o norte, região de Flandres (fronteira com aHolanda), na qual se fala o flamengo (relacionado à cultura holandesa), é a região maispróspera do país. No sul, temos a Valônia, de língua majoritariamente francesa e queobriga, também, umapequena comunidade de línguaalemã; temsua economia subsi-diada pela regiãode Flandres.Os nacionalistas flamengosquerem a separação, e os va-lões são contrários à divisão do país.

    Os contenciosos na CEI e no interior da Federação Russa

    A ex-URSS, que se desagregou em 1991, teve nos movimentos de autonomianacional contribuição decisiva para sua desintegração territorial. As quinze ex-repúbli-cas soviéticas se transformaram em quinze países novos. A maior parte deles, doze nototal, resolveu fazer parte da Comunidade dos Estados Independentes, a CEI, tentativa

    precária de manutenção de vínculos entre si.Nointerior da CEIhá um grandenúmero de conflitosnacionais, étnicos e religio-

    sos em disputas por territórios e fronteiras entre os países integrantes, como também

    no interior deles.A Rússia, o maiorEstado, é umafederação integradapor muitasnacio-

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    nalidades, com marcantes diferenças culturais, linguísticas, étnicas e religiosas. Assim,

    a Rússia é formada por 20 repúblicas autônomas e 58 regiões autônomas. Em várias

    destas chamadas repúblicas existem movimentos autonomistas, e em algumas há

    conflito abertoe belicoso. É o caso, por exemplo, daChechênia e doDaguestão, que se

    recusarama assinar a ratificação do novo tratado da federação de 1992. A crise da Che-chênia culminou em luta armada e invasão russa em 1995. Os chechênios são em sua

    maioria muçulmanos e vivem no sudoeste da Rússia, na região caucasiana. Há também

    movimentosnacionalistas antirrussosna República da Yakutia, disputas territoriais en-

    treossetianos cristãos e inguchétios muçulmanos no sudoeste.Os russosda Ossétia do

    Sul, situada na Geórgia, querem pertencer à Rússia. Em todas as ex-repúblicas soviéti-

    cas, hoje países independentes, assim como em praticamente todas as atuais vinte re-

    públicas e regiões autônomas dentro da Rússia, há russos. Estes são maioria na Rússia

    (82%) e são 30% na Estônia, 34% na Letônia, 22% na Ucrânia, 38% no Cazaquistão, 21%

    no Quirguistão,13% em Belarus, 13% na Moldávia,sendo minorias com menos de 10%

    nas demais. Na Moldávia, os habitantes de origem russa reivindicam a independência

    paraproclamaraRepública do Dniester . Nasex-repúblicas transcaucasianas, hoje paísesindependentes comoa Armênia, Azerbaidjãoe Geórgia, agravam-sehistóricos conten-

    ciosos e conflitos étnico-religiosos. O principal está em Nagorno-Karabakh, região in-

    crustada no Azerbaidjão onde mais de 85% da população é formada de armênios

    cristãos. Estes não aceitam fazer parte do Azerbaidjão, de maioria muçulmana. Ainda

    no Cáucaso, há o conflito de Nakhitchevan, tambémentre armênios e azerbaidjaneses.

    Nakhitchevan é outro enclave de maioria muçulmana na Armênia, espremida entre a

    Armênia, a Turquia e o Irã.

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    RÚSSIARÚSSIA

    GEÓRGIAGEÓRGIA

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    Mar Negro Mar NegroMar áspio Mar Cáspio

    Repúblicas e regiões autônomas:Repúblicas e regiões autônomas:

    1. Daguestão1. Daguestão

    2. Checheno-Inguchétia2. Checheno-Inguchétia3. Ossétia do Norte3. Ossétia do Norte4. Kabardino-Balkária4. Kabardino-Balkária5. Karatchaievo-Tcherkássia5. Karatchaievo-Tcherkássia6. Adigués6. Adigués

    7. Abkházia7. Abkházia

    8. Ossétia do Sul8. Ossétia do Sul9. Adjária9. Adjária

    10. Nakhichevan Azerbaidjão10. Nakhichevan (Azerbaidjão)11. Nagorno-Karabakh11. Nagorno-Karabakh  Regiões com conflitos étnicos.( ) Regiões com conflitos étnicos.*

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    A Questão dos Bálcãs: ex-IugosláviaSituada no sudeste da Europa, dentro da península Balcânica, a Iugoslávia, até

    1991, eraum país formado porseis repúblicas federadas(Sérvia,Croácia,Eslovênia, Ma-cedônia, Montenegro e Bósnia-Herzegóvina) e duas regiões autônomas sob domínioda Sérvia (Voivodina e Kosovo).

    Devido à influência histórica dosimpérios Austro-Húngaro, Otomano e Russo, aIugoslávia formava um mosaico de povos,religiõese línguas. As seis nacionalidades re-conhecidas eram os sérvios, croatas, eslovenos, macedônios, montenegrinos e muçul-manos,além de minorias,dasquaisse destacam albaneses, búlgaros,húngaros, turcos,entre outros.

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    HUNGRIAHUNGRIA

    ROMÊNIAROMÊNIA

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    BULGÁRIABULGÁRIA

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     Mar Adriático

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    PristinaKOSOVO

    BelgradoBelgrado

    VOIVODINAVOIVODINALiublianaLiubliana

    NovisadNovisad

    MONTENEGROMONTENEGRO

    TitogradoTitogrado

    DIVISÃO POLÍTICA DA IUGOSLÁVIA ATÉ 1991

    HUNGRIAHUNGRIAROMÊNIAROMÊNIA

    ROÁCIACROÁCIA

    SÉRVIASÉRVIA

    KOSOVOKOSOVOMar driático Mar Adriático

    BULGÁRIABULGÁRIA

    ALBÂNIA ALBÂNIA

    ÁUSTRIA ÁUSTRIA

    VOIVODINAVOIVODINA

    BelgradoBelgrado

    SarajevoSarajevo

    ZagrebZagreb

    LiublianaLiubliana

    BihacBihac

    albaneses

    búlgaros

    croatas

    húngaros

    macedônios

    montenegrinos

    muçulmanos

    sérvios

    eslovacoseslovenos

    sem maioria definida

    MONTENEGROMONTENEGRO

    limite da

    ex-Iugoslávia

    limite daex-Iugoslávia

    ESLOVÊNIAESLOVÊNIA

    ITÁLIAITÁLIA  MACEDÔNIAMACEDÔNIA

    GRÉCIAGRÉCIA

    SkopjeSkopje

    BÓSNIA-

    -HERZEGÓVINA

    BÓSNIA--HERZEGÓVINA

    AS DIVISÕES DAS NACIONALIDADES NA EX-IUGOSLÁVIA

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    A Iugoslávia também possuía três religiões (cristã ortodoxa, católica e islâmica),

    três línguas (servo-croata, esloveno e macedônio) e dois alfabetos (latino e cirílico).

    Existiu como nação desde o final da Primeira Guerra Mundial até 1991, quando

    tomou forma o processo de desintegração político-territorial do país.

    O país teve dificuldade para manter a unidade nacional desde sua criação.

    Em 1945, Josip Broz Tito, ao chegar ao poder, estabelece o regime comunista e

    garante direitos iguaisàs seisrepúblicas da Iugoslávia. Sua morte, em 1980, somadaao

    colapso do socialismo em 1991, abala a estrutura e põe fim à federação iugoslava.

    Em 2003, a antiga Iugoslávia desaparece como unidade política, sendo substi-

    tuída pela Federação Sérvia-Montenegro.

    Em 2006, a federaçãose dissolve em dois países independentes, Sérviae Monte-

    negro.

    Em 2008, Kosovo declarou-se independente da Sérvia.

    Essaposição é reconhecida rapidamente pelos EUAe pela maioria dospaíses da

    União Europeia,mas, atédezembrode 2010, apenas69 paísesreconheciam a indepen-

    dência de Kosovo.

    África, continente abandonado à miséria e às guerras tribais

    Na África, durante o período da Guerra Fria, marcado pela bipolarização políti-

    ca e ideológica, os litígios entre os países e os conflitos políticos internos eram quase

    sempre polarizados pela influência e pelos interesses dos dois grandes blocos de po-

    der: mundo ocidental capitalista e mundo socialista, também chamado de comunis-

    ta. A partir do fim daGuerra Fria, com o colapso domundo socialistae o fim daURSS, as

    disputas e os conflitos na África se evidenciam cada vez mais como o que no fundo

    sempre foram:conflitostribais entre etniasno interior dasfronteiras políticas impostas

    pelo colonialismo. Assim, diversos grupos étnicos e tribais, com uma longa história deconflitos, travam, em diferentes países, verdadeiras guerras civis. Estas agravam os pro-

    blemas econômicos e sociais, a miséria, a fome, o número de mortes por massacre, por

    falta de alimentos, por doenças e geram um grande número de refugiados. Do Chade

    ao Sudão, no Sahel, passando pela Etiópia e Somália, na região do Chifre da África, até

    países da África Negra, como Angola, Moçambique, Namíbia, Ruanda, Burundi, Repú-

    blica da África do Sul, há conflitos entre etnias e grupos tribais pelo poder político. Os

    casos mais recentes de Ruandae do Sudão podem sertomados como exemplos dessas

    disputas tribais que passam por cima das artificiais fronteiras políticas impostas pelo

    domínio colonial, que, de acordo com as conveniências políticas e econômicas, repri-

    miu, estimulou as antigas rivalidades e impôs a convivência forçada de grupos étnicos

    e tribos. É o caso, por exemplo, dos tutsis e dos hutus, que estenderam seus conflitos

    para além dasfronteiras políticas, como Ruanda e Burundi, e entraram em guerra aber-

    ta de destruição.

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    2la13g-4.psF:\Backups\Backup 2013\Recorte e cole-2013\Digitar\2la13s-Ead\2la13g-4.vpter a-feira, 27 de agosto de 2013 08:47:01

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    8/18

    Outro caso importante é o do Sudão, que envolve dois problemas: o da guerra

    civil entre os muçulmanos, que estão no poder e dominam as regiões central e norte

    do país, e o dos cristãos animistas, que dominam o sul e criaram uma guerrilha sepa-

    ratista, o Exército de Libertação do Povo Sudanês (SPLA). Em julho de 2011, o territó-

    rio sudanês dividiu-se em dois países: o Sudão do Norte (de maioria islâmica) e oSudão do Sul (de maioria cristã animista).

    Soma-se a este fato a Questão de Darfur (região a oeste do Sudão, desértica e

    rica em petróleo).

    Darfur tem 6 milhões de habitantes muçulmanos, em sua maioria negros, agri-

    cultores, e uma minoria nômade (autodenominada árabe), de criadores de animais.

    O conflito teve início em 2003, quando grupos armados deflagraram um movi-

    mento separatista. Os dois principais grupos rebeldes são o Movimento de Libertação

    do Sudão e o Movimentopara a Justiça e a Igualdade, ligadosaos muçulmanos agricul-

    tores.

    O governo sudanês reage com violência à ação dos separatistas e se apoia na

    milícia “árabe” janjaweed  (ligada à minoria nômade), que inicia uma “limpeza étnica”.Suas ações podem ser motivadas por uma disputa de terras, visando a ampliar suas

    pastagens,reduzidasdevido ao avanço do processo de desertificação sobreo território

    sudanês.

    Temos também a questão do fundamentalismo islâmico, na África Branca (ou

    Norte da África), quese manifestaem movimentos empenhados na criação de socieda-

    des regidas pelo Corão, o livro sagrado islâmico, e contrários aos modelos políticos e

    culturais ocidentais. Na ÁfricaBranca destacam-se, no Egito, o grupo Gammaat-i-Islami

    (irmandade islâmica), e, na Argélia, a Frente Islâmica de Salvação (FIS), o GIA (Grupo Islâ-

    mico Armado) e o EIS (Exército Islâmico da Salvação), braço armado da FIS e Al Qaeda no

    Magreb Islâmico (AQMI).

    Na África Mediterrânea temos também o caso do Saara Ocidental, que luta pela

    sua independência em relação ao Marrocos. No Saara Ocidental, situado ao sul do país,vive-se do pastoreio nômade, da pesca e da extração mineral (fosfato,Fe, U e W).Os ha-

    bitantes nativos do Saara Ocidental, os saarauí, são nômades ( Bafour ) originários do

    Norte da África, e o elemento que lhes dá identidade é a religião islâmica, herança do

    domínio árabe. Em 1973, a Frente Polisário, grupo separatista, inicia a guerrilha e pro-

    clama a República Árabe Democrática Saarauí, com apoio da Argélia, mas tal declara-

    ção é rejeitada, e o grupo ocupa o país de 1979 até os dias atuais. Em 2007, o governo

    marroquino apresenta ao Conselho de Segurança da ONU uma proposta de autono-

    mia para o Saara Ocidental, rejeitada pela Frente Polisário, que propõe um referendo.

    Os conflitos étnicos, religiosos e geopolíticos na Ásia Meridional

    Na Ásia Meridional, no passado chamada “mundo indiano”, formado pelaÍndia e seus vizinhos, que com ela fizeram parte do Império Britânico, há históricoscontenciosos, disputas e conflitos étnicos, culturais e religiosos. A Índia é constituídapelo “caldeirão cultural”, com dois idiomas principais, dezesseis línguas regionais,

    Linha de Apoio8   2      0      1

    2la13g-4.psF:\Backups\Backup 2013\Recorte e cole-2013\Digitar\2la13s-Ead\2la13g-4.vpter a-feira, 27 de agosto de 2013 08:47:01

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    1600 dialetos e várias religiões, com adeptos em confronto. Os hindus, que professama religião politeísta hindu ou hinduísta, formama grande maioria de 82% dosindianos.O segundo agrupamento religioso mais importante são os muçulmanos. Somam 12%dos indianos, o que torna a Índia o segundo maior país islâmico do mundo.

    Os conflitos crônicos entre hindus e muçulmanos na Índia são anteriores à pró-

    pria independência e são marcados por muita violência, que já faz parte do cotidiano

    em vários lugares da Índia. A região mais afetada é a da Caxemira, localizada no extre-

    mo norte, região que foi motivo de duas guerras entre Índia e Paquistão. Ficou decidi-

    do que a Índia controlaria dois terços da área, e o Paquistão, um terço. A Caxemira é

    uma região de predominância muçulmana.Outro grupo que vive em constante conflito na Índia são os sikhs, adeptos de

    uma religião sincrética entre o hinduísmo e o islamismo. Correspondem a 1,6% dos in-

    dianos e se sentem discriminados pelo governo central indiano e pelos hindus. Reivin-

    Linha de Apoio      1      3      3

    9

    ÍNDIAÍNDIA

    MIANMARMIANMAR

    BANGLADESHBANGLADESH

    CHINACHINA

    NEPALNEPAL

    AFEGANISTÃO AFEGANISTÃO

    PAQUISTÃOPAQUISTÃO

    incursões chinesas

    (1962)

    incursões chinesas(1962)

    Tibete

    ( incorporado à China

    em 1950)

    Tibete(incorporado à Chinaem 1950)

    Sikkim

    ( incorporado à

    Índ ia em 1975)

    Sikkim(incorporado àÍndia em 1975)

    invasões

    chinesas (1962)

    invasõeschinesas (1962)

    1947-9

    1971

    1947-91971

    1947-9

    1971

    1947-91971

     

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    Caxemira

    Caxemira

    Amritsar Amritsar 

    19711971

    GO A

    (anexado de

    Portugal

    _

    1961)

    GOA(anexado dePortugal   _ 1961)

    Rann o f KutchRann of Kutch

    19651965

    Áreas de confl ito : Áreas de conflito:1. Caxemira

    1. Caxemira2 . Paqu is tão : guer ras de 1947-1949 , 1965

    e 1971

    2. Paquistão: guerras de 1947-1949, 1965e 19713 . Bang ladesh : guer ra de 19713. Bangladesh: guerra de 1971

    4 . Separa tismo tami l no Sr i Lanka4. Separatismo tamil no Sri Lanka5. Separat ismo sikh5. Separatismo sikh6. Confli to Sino-Indiano (1959-1962)6. Conflito Sino-Indiano (1959-1962)

    Índia Paquistão Bangladesh   Sri Lanka   áreas tamis

    BUTÃOBUTÃO

    44

    33

    6

    65

     2

     

    1

    CONFLITOS NA ÁSIA MERIDIONAL

    SRI LANKASRI LANKA

    2la13g-4.psF:\Backups\Backup 2013\Recorte e cole-2013\Digitar\2la13s-Ead\2la13g-4.vpter a-feira, 27 de agosto de 2013 08:47:01

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    dicam e lutam pela independência do Estado de Punjab, no noroeste da Índia. No sul

    desta, há também o movimento separatista dos tamis, que reivindicam a independên-

    cia doEstadode Tamil Nandu. Os tamis ainda formamum grande grupo étnico no nor-

    te do Sri Lanka, onde também reivindicam a autonomia política (Grupo Separatista

    Tamil). No extremo nordeste da Índia, há problemas de fronteiras na região do Sikkim(entre o Nepal e o Butão), cujo território foiincorporado à Índia em 1975. Existem ainda

    na região problemas e conflitos fronteiriços entre a Índia e a China. No Butão, encon-

    tra-se um grupo separatista,ou autonomista,de origem nepalesa,quequer o reconhe-

    cimento oficial da especificidade de sua cultura.

    Situada hoje no sudoeste daChina, está a extensa área do Tibete, quefoi incor-porada à China em 1950, e onde há o movimento de reivindicação pela sua autono-mia, apoiado sobretudo pelo Nepal e pela Índia. A identidade tibetana está nareligião budista e na liderança de Dalai-lama. Outra região separatista no territóriochinês Xinjiang-Uigur, no noroeste do país, habitada majoritariamente por povos se-minômades de cultura turcomena e religião islâmica.

    Oriente Médio, a questão dos povos apátridas

    No Oriente Médio, a Questão Palestina e de outros povos apátridas complicamuito as históricase não resolvidas questões geopolíticas, agravadaspelasguerras en-tre árabes e judeus.

    Os palestinos constituem um dos maisrepresentativos povos considerados apátridas,isto é, que não têm um território organizadocomo Estado ou país, com governo próprio. So-mam-se mais de 4,5 milhões de pessoas que vi-vem na “diáspora”, o que quer dizer que vivem,ou melhor, sobrevivem espalhados por vários

    lugares do mundo. A maior parte deles está noOriente Médio, sendo, em geral,marginalizadose hostilizadosnos paísesárabese sobretudoemIsrael, onde sobrevive a maioria. Vivem na Cis-

     jordânia (administrada, hoje, pela Al Fatah –principal facção da OLP) e na Faixa de Gaza, sobdomínio do Hamas (grupo islâmico, eleito paracomandar a ANP – Autoridade Nacional Palesti-na –, em 2006).

    Depois de 4 anos de divisão (2007-2011),Al Fatah e Hamas selaram um acordo de uniãoem prol da luta por um Estado palestino inde-

    pendente.Além dos palestinos, que não podem ser

    considerados minorias no Oriente Médio, po-dem ainda ser destacados outros povos apátri-

    Linha de Apoio10   2      0      1

    Golã

    anexado

    Golãanexado

     zona de

    segurança

    "zona desegurança"

    Cisjordânia (40 )

    (autonomia palestina)

    Cisjordânia (40%)(autonomia palestina)

    JericóJericó(Palestina)(Palestina)

    SÍRIA

    SÍRIA

     ar orto Mar Morto

    Jerusalém

    anexada

    Jerusalémanexada

    Gaza

    (autonomia

    palestina)

    Gaza(autonomiapalestina)

     

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    JORDÂNIAJORDÂNIA

    ISRAELISRAEL

    EGITO

    EGITO

    LÍBANOLÍBANO

    ISRAEL HOJEISRAEL HOJE

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    das na região. Trata-se dos drusos, na Síria, e dos curdos. Estes são cerca de 27 milhões,sobrevivendo na “diáspora”, espalhados pela Turquia, na porção sudoeste, Iraque, nonorte, Irã, no noroeste, Síria, no extremo norte, e na Armênia, na porção sudoeste.Encontram-se curdos também em vários países europeus. Esses povos reivindicam o

    Curdistão independente, numa área situada principalmente entre Turquia e Iraque.Sob o patrocínio da ONU, foi criada no extremo norte do Iraque (Curdistão iraquiano)uma “zona de proteção autônoma” para a população curda ameaçada de extermínio.

    Linha de Apoio      1      3      3

    11

    IRÃIRÃIRAQUEIRAQUE

    LÍBANOLÍBANO

    ARÁBIA SAUDITA ARÁBIA SAUDITA

    SÍRIASÍRIA

    TURQUIATURQUIA

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     ar egro Mar Negro

    Golfo Pérsico

    ErzurumErzurum

    UrfaUrfa

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    Van

    IdilIdil

    MossuMossu   TeerãTeerã

    SanandaySananday

    BagdáBagdá

    SulaymanlyadSulaymanlyad

    Arail Arail

    Região onde os curdos são maioria étnica.

     

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     M    a   r    C    á     s     p   

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        J    O   R   D  Â  N

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    O CURDISTÃOO CURDISTÃO

    KUWEITKUWEIT

    2la13g-4.psF:\Backups\Backup 2013\Recorte e cole-2013\Digitar\2la13s-Ead\2la13g-4.vpter a-feira, 27 de agosto de 2013 08:47:01

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    Exercícios

    01. (MACK)

    (http://geografia-biblica.blogspot.com)

    “Todo mundo é contra todos – Alguém tem que ser para eles”

    Esse é o slogan de uma campanharealizada pelaOrganização Anistia Internacional. O

    mapa faz referência a conflitos mundiais do passado e do presente nasrespectivas lo-

    calidades.

    Tomando como ponto de reflexão o mapa, considere as afirmações I, II, III e IV.I. Nesse país, além dos conflitos raciais entre hutus e tutsis, há uma sangrenta disputa

    pelas riquezas minerais da região.

    II. Área de disputas entre Índia e Paquistão, cuja rivalidade já provocou conflitos arma-

    dosimportantes, lembrandoo problema maior,de os dois paísespossuiremarmasatô-

    micas.

    III. No nordeste da Espanha e sudoeste da França, encontramos um território ocupado

    por umpovo que, hámaisde 40anos, lutapor sua autonomia política. Nofinal dadéca-

    da de 1950, surgiu um grupo centrado nas táticas de guerrilha (ETA), visando a liberta-

    ção da região por meio da luta armada.

    IV. País de difícil topografia e adversidades de um clima desértico, fez com que as tro-

    passoviéticas voltassempara casa depoisde 10 anos de ocupação.Em 1995 a milíciais-

    lâmica fundamentalista Taleban conseguiu avançar, ocupando cerca de 70% doterritório em 1996 e 90%em 1998. Somente em 2002 os Taleban foram destituídos por

    um governo de coalizão multiétnico.

    Linha de Apoio12   1      3      3

    MAPA DOS CONFLITOS MUNDIAIS

    2la13g-4.psF:\Backups\Backup 2013\Recorte e cole-2013\Digitar\2la13s-Ead\2la13g-4.vpter a-feira, 27 de agosto de 2013 08:47:01

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    Assinale a alternativa que identifica de forma correta os conflitos descritos:a) I – Sudão; II – Sri Lanka; III – Bascos; IV – Irã.b) I – República Democrática do Congo; II – Caxemira; III – Bascos; IV – Afeganistão.c) I – Somália; II – Indonésia; III – Ulster; IV – Paquistão.

    d) I – Sudão; II – Laos; III – Bascos; IV – Iraque.e) I – República Democrática do Congo; II – Caxemira; III – Ulster; IV – Afeganistão.

    02. (MACK) “A geografiado país, o espírito de resistência do povo e a história mostramque os Estados Unidos não teriam qualquer chance de vencer uma guerra convencio-nal prolongada com o Afeganistão. Ainda mais por não existirem alvos que, uma vezatingidos, impliquem um golpe definitivo.”

    (Folha de S.Paulo, 18.08.2001.)

    Sobre o assunto, considere as afirmações a seguir.I. Grande parte do Afeganistão fica situada em planícies pantanosas, sujeitas a inunda-ções provocadas pelas monções de verão.II. O clima registra extremos de temperaturas, com verões muito quentes e invernosfrios, além de áreas semidesérticas.III.Opaísestátotalmentearrasadopelaguerracontraosinvasoressoviéticosepelalutaposterior entre facções rivais.Assinale:a) se todas estiverem corretas.b) se apenas I e II estiverem corretas.c) se apenas I e III estiverem corretas.d) se apenas II e III estiverem corretas.e) se todas forem incorretas.

    03. (FUVEST) O mundo tem vivido inúmeros conflitos regionais de repercussão global

    que, por um lado, envolvem intervenções de tropas de diferentes países e, por outrolado, resultam em discussões na Organização das Nações Unidas.Considere as seguintes afirmações:I. Povos primitivos precisam ser tuteladospeladiplomacia internacional ou reprimidospor forças de nações desenvolvidas, para que conflitos locais ou regionais não pertur-bem o equilíbrio mundial.II. Razões estratégicas, de localização geográfica, de orientação política ou de concen-traçãode recursos naturais, fazem comque certasregiões ou paísessejam alvo de inte-resses, preocupações e intervenções internacionais.III. Diferenças étnicas, culturais, políticas ou religiosas, com raízes históricas, têm resul-tado em preconceito, desrespeito e segregação, gerando tensões que repercutem emconflitos existentes entre diferentes nações.

    O envolvimento global em conflitos regionais é corretamente explicado em:a) I, apenas.d) II e III, apenas.

    b) II, apenas.e) I, II e III.

    c) I e III, apenas.

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    04. (PUC-C) Leia o mapa a seguir:

    Conflitosentre populações de origemárabeque professama religião muçulmanacompovos africanosanimistasou adeptos de religião cristãcaracterizam, principalmente, opaís indicado no mapa com o número:a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5

    05. (PUC-C) Indique a alternativa que apresenta conflitos nacionais na Europa, na Ásia ena África, nos quais ocorreu intervenção da ONU/Otan.

    Europa Ásia África

    a)  País Basco

    (Espanha)Curdistão

    (Turquia, Irã e Iraque)Domínios tribais

    (Serra Leoa)

    b)  Kosovo

    (Iugoslávia)Timor Leste(Indonésia)

    Saara Ocidental(Marrocos)

    c)  Irlanda do Norte

    (Reino Unido)Timor Leste(Indonésia)

    Saara Ocidental(Marrocos)

    d)  Kosovo

    (Iugoslávia)Curdistão

    (Turquia, Irã e Iraque)Domínios tribais

    (Argélia)

    e)

      Ossétia do Sul

    (Geórgia)

    Taleban

    (Afeganistão)

    Saara Ocidental

    (Marrocos)

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    N

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    06. (FUVEST) No mapa, está destacada a região habitada pelos ....., que buscam cons-truir um Estado Nacional. Assinale a alternativa que completa corretamente a frase.

    (Adaptado de Simielli, 2000.)

    a) chechenosd) tibetanos

    b) ossétiose) palestinos

    c) curdos

    07. (MACK) No Reino Unido e na Espanha verificam-se conflitos de cunho separatista.Trata-se, respectivamente, das questões nacionalistas:a) bósnia e sérvia.d) galesa e basca.

    b) escocesa e catalã.e) irlandesa e sérvia.

    c) irlandesa e basca.

    08. (ESPM) “A região de Darfur tem sido descrita pela ONU como aquela em que há

    hoje a pior crise humanitária do mundo. Milhões de pessoas sofrem de fome e de des-nutrição. Segundo o Programa Mundial de Alimentação da ONU, dois milhões de pes-soas precisarão de ajuda alimentar para sobreviver.

    Estima-se que 50 mil pessoas tenham sido mortas, mais de um milhão desloca-

    das de suas casas e 200 mil forçadas a fugir para os países vizinhos. Milhares de mulhe-

    res e meninas foram estupradas.

    Trata-se do resultado direto das ações do próprio governo, que declarou

    guerra à sua própria população. Desde o ano passado, milicianos armados (conhe-

    cidos como   janjaweed ), que são controlados pelo governo, protagonizam uma

    guerra contra civis não árabes.”(Folha de S.Paulo, 18.09.2004.)

    O país em que ocorrem os problemas denunciados no texto é:a) Burundid) República Centro-Africana

    b) Gabãoe) Congo

    c) Sudão

    Linha de Apoio      2      0      1

    15

    2 22 km222 km

    IRAQUEIRAQUE

    IRÃIRÃ

    SÍRIASÍRIA

    TURQUIATURQUIA

    JORDÂNIAJORDÂNIA

    AZERBAIDJÃO AZERBAIDJÃO40°N40°N   ARMÊNIA ARMÊNIA

     ar egro Mar Negro

        M   a    r

         C     á    s    p      i    o 

        M   a    r

        M   e     d     i    t    e    r   r    â    n    e    o 

    40

    °

    E

    40°E

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    09. (VUNESP) “A Coreia do Norte e a Coreia do Sul foram delimitadas após a SegundaGuerra Mundial, quando soviéticos e americanos dividiram a península da Coreia no pa-ralelo 38°N. Durante o período da Guerra Fria a reunificação se tornou inviável, surgindoem 1948 as duas Coreias. Nos últimos 56 anos as duas Coreias se mantiveram em estado

    deguerra. A tensãonesta árease tornacrítica em2009, devidoao fatode a Coreia doNor-te ter realizado testes nucleares.”

    (Adaptado de Cláudia Trevisan, “Coreia do Norte deixa armistício e ameaça Seul com

    ataque militar”, O Estado de S. Paulo, mai./2009.)

    Ao fazer uma retrospectiva desse período histórico, é possível afirmar que:a) as tensões permaneceram restritas a tiroteios na fronteira entre as duas Coreias atéque a Revolução Chinesa, em 1929, encorajou a Coreia do Norte a tentar unificar a pe-nínsula sob a bandeira do comunismo.b) em junho de 1914, tropas norte-coreanas invadiram a Coreia do Sul, sendo que osEUA usaram a ONU para legitimar uma intervenção internacional e expulsaram os co-munistas, ultrapassaram o paralelo 38°N, chegando até a fronteira com a China.c) em nenhum momento histórico Mao Tsé-tung apoiou a Coreia do Norte, que, dessa

    maneira, não conseguiu empurrar os americanos para o paralelo 38°N e delimitar seuterritório.d) os dois lados negociaram só um cessar-fogo, em 1983, o que manteve as duas Co-reias em estado de guerra.e) a Coreia doNorte ameaçou, em2009, atacarmilitarmentea Coreia do Sul e romper oacordo de armistício de 1953.

    10. (ENEM) A figura apresenta as fronteiras entre os países envolvidos na Questão Pa-lestina e um corte, no mapa, da área indicada.

    (Adaptado da revista Hérodote, n. 29 e 30.)

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    OESTE   LESTELESTE

    ISRAEL

    EGITO

    SÍRIA

    CISJORDÂNIA JORDÂNIA

     ar

     editerrâneo

     Mar  Mediterrâneo

     Mediterrâneo

    LimiteIsrael/Cisjordânia   Platô central

    800 m890 m

    1 040 m

    7 km0

    650 m210 m

    Planície costeiraNÍVEL DO MAR 

    Vale do Jordão _ 310 m

    LÍBANOLÍBANO

    L

    CISJORDÂNIACISJORDÂNIA

    ISRAELISRAEL

    JORDÂNIAJORDÂNIA

    OO

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    Com base na análise dessa figura e considerando o conflito entre árabes e israelenses,pode-se afirmar que, para Israel, é importante manter ocupada a área litigiosa por tra-tar-se de uma região:a) de planície, propícia à atividade agropecuária.

    b) estratégica, dado que abrange as duas margens do rio Jordão.c) habitada, majoritariamente, por colônias israelenses.d) que garante a hegemonia israelense sobre o mar Mediterrâneo.e) estrategicamente situada devido ao relevo e aos recursos hídricos.

    11. (VUNESP) A divisão territorial da ex-Iugoslávia originou seis novos países. Assinalea alternativa que contém o nome desses países e sua localização geográfica:a) República Tcheca, Eslovênia, Macedônia, Croácia, Sérvia, Montenegro; Europa do Sul.b) Albânia, Macedônia, Bósnia, Croácia, Sérvia, Montenegro; Europa Ocidental.c) Romênia, Croácia, Eslovênia, Bósnia, Sérvia, Montenegro; Europa do Norte.d) Bósnia, Macedônia, Croácia, Eslovênia, Sérvia, Montenegro; Europa Oriental.e) Bulgária, Bósnia, Eslovênia, Macedônia, Sérvia, Montenegro; Europa Mediterrânea.

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    Respostas

    01. b A República Democrática do Congo, na porção centro-ocidental da África; a

    Caxemira, no noroeste da Índia; o País Basco, concentrado no nordeste da Espanha eno sudoeste da França; e o Afeganistão, no sudoeste da Ásia, são exemplos de países eáreas caracterizados por conflitos belicosos marcantes no mundo atual.02.d O Afeganistãoé umpaísdominado por umrelevomontanhosoe acidentado.03. d Os conflitos pós-Guerra Fria resultam principalmente de diferenças étnicase/ou religiosas históricas, disputas pelo controle de regiões estratégicas (posição geo-gráfica ou importantes recursos naturais) e também de movimentos separatistas nacio-nalistas (minorias nacionais que lutam pela sua independência político-territorial).04. e O texto refere-se à crise política (guerra civil) que caracteriza a realidade doatual Sudão (país nº 5).05. b Os conflitos entre as forças armadas da Sérvia e os albaneses kosovares, e as

    notícias de massacre de populações civis em Kosovo, levam à intervenção da Otan, quedecide atacar a Iugoslávia. No Timor Leste, o governo da Indonésia aceita o resultadodo referendo no qual a independência recebe 78,5% dos votos; tropas indonésias ar-mammilíciasque massacramcentenasde pessoas; a ONUenviauma força de pazsob adireção australiana para por fim aos combates. No Saara Ocidental, a ONU envia umaforça de paz para organizar um referendo sobre a independência desse local, ex-colô-nia da Espanha e atualmente ocupado pelo Marrocos.06. c A áreaindicadano mapaé habitadapeloscurdos, povoapátrida que sedistri-bui em territórios de países como Turquia, Síria, Irã, Iraque e Armênia.07. c A Espanha apresenta dois movimentos separatistas, basco e catalão, en-quantono Reino Unido temos a Questão Irlandesa (Ulster),envolvendo a minoria cató-lica contra a maioria protestante.

    08. c Em Darfur, região oeste do Sudão, existem confrontos entre muçulmanos ecristãos e/ou animistas.09. e O armistícioassinado em1953 pelas Coreias doNorte e doSul não garantiuofim dastensões entre as partes. A tensão aumentou muito durante o governo do presi-dente dos EUA, George W. Bush. Os testes com mísseis, realizados recentemente pelaCoreia do Norte, põem em risco a Coreia do Sul, concorrendo para um risco de conflitono Extremo Oriente.10. e Numa região marcada pela escassez de cursos d’água, a bacia do rio Jordãoconstitui uma área muito importante para a ocupação e valorização econômica.11. d A Iugoslávia (“terra dos eslavos do sul”) surgiu como nação após a PrimeiraGuerra Mundial (1914-1918). Em 1991 (com a crise do socialismo), o país começou a sefragmentar, originando seis novos países: Bósnia-Herzegóvina, Macedônia, Croácia,

    Eslovênia, Sérvia e Montenegro, todos localizados no sudeste da Europa.

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