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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP-Polo Faxinal do Soturno Centro de Educação a Distância Curso de Ciência Contábeis Tema: Contabilidade Tributaria Profª Hugo David Santana Angélica Simonetti RA429394 Casiane Orizontino RA 432182 Evelize Filipini RA416913 1

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP-Polo Faxinal do Soturno

Centro de Educação a Distância

Curso de Ciência Contábeis

Tema: Contabilidade Tributaria

Profª Hugo David Santana

Angélica Simonetti RA429394

Casiane Orizontino RA 432182

Evelize Filipini RA416913

Isabel Scolari RA414166

Taiane Thomaz RA411860

FAXINAL DO SOTURNO, 22 de Setembro de 2015

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SÚMARIO

Capitulo I

Introdução

Desenvolvimento

Capitulo II

Diferentes Alíquotas e Opções de Tributações Para Pessoas Jurídicas

Evolução Histórica dos Tributos

Valores dos Tributos Que Foram Recolhidos no Ano de 2011, e Calcular os Tributos a

Serem Recolhidos no Ano de 2012.

Capitulo III

Principais Aspectos do CPC 32

Confronto dos Resultados da Internacionalização da Contabilidade Brasileira

Capitulo IV

Considerações Finais

Referências

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CAPITULO I

INTRODUÇÃO

A Contabilidade Tributária é a disciplina ou o ramo da Contabilidade que se

dedica ao estudo dos princípios, conceitos, técnicas, métodos e procedimentos

aplicáveis à apuração dos tributos devidos pelas empresas e entidades em geral, à busca

e análise de alternativas para a redução da carga tributária e ao cumprimento das

obrigações acessórias estabelecidas pelo Fisco.

Também conhecida como contabilidade fiscal, à contabilidade tributária é a área

de aplicação das ciências contábeis que tem como objetivo apurar e conciliar a geração

de tributos de uma determinada entidade. A contabilidade tributária fornece dados

importantes para a apuração de tributos.

Desde o inicio da história da humanidade, a Contabilidade Tributária vem

sofrendo mudanças no sentido cultural, econômico, político, social e científico. Seu

desenvolvimento foi contínuo, à medida que o homem buscava novas fontes para

aprimorar seus conhecimentos.

Brasil é um país que abriga muitas dessas histórias e no decorrer do tempo às

práticas contábeis nele foram ganhando força e reconhecimento. A contabilidade nesse

país também nasceu com o comércio que se iniciou com a chegada da colônia

Portuguesa e logo com a abertura dos portos.

Inevitavelmente, quando se fala em contabilidade da era moderna, dessa época

em que muitas empresas se transformaram em empresas de grande porte estando

presentes quase que no mundo inteiro, conhecer a origem da contabilidade ajuda a

entender a importância da mesma no processo de tomada de decisão e controle do

patrimônio.

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DESENVOLVIMENTO

ETAPA 01

1.1. (Passos 01, 02, 03 E 04) Sistema Tributário Brasileiro e Economia

Tributariam.

Melhor entendendo a lógica dos tributos e sem confundir com a historia da

criação do estado, formou-se lentamente. Com o aparecimento da sociedade humana o

homem sentiu a necessidade de um fundo financeiro, fruto da colaboração dos membros

da coletividade, a fim de poder fazer frente às necessidades coletivas. Assim,

começaram a relacionar parábolas religiosas, diante a necessidade de uma organização

tributaria, onde o soberano era um ser divino e ostentava o luxo.

A primeira cobrança fiscal suportado pelo Brasil foi à indústria extrativa

(extração do pau-brasil), e a Coroa Portuguesa, desde o início, considerou o pau-

brasil com o monopólio real, autorizando sua extração mediante o compromisso de que

o extrator erguesse fortificações ao longo da costa, iniciando

assim a colonização e pagasse o quinto do pau-brasil (quinta parte da venda da

madeira).

O Direito Tributário como entendido hoje é de recente formatação, própria do

estado moderno com suas normas delimitadoras da ação estatal e que regulam as

relações entre poder público e contribuinte. Se olharmos a época do descobrimento do

Brasil, observaremos que o chamado direito pátrio era em verdade artigo de importação,

imposto compulsoriamente ao colonizado, ou seja, o que houve foi o transplante da

organização jurídica portuguesa no nosso país. O Brasil somente teve seu próprio direito

depois da proclamação da independência, após 1822. Nesta viagem histórica

encontramos o Direito Tributário, com forma diferente, através do registro do que seria

um imposto da época. O chamado quinto do pau-brasil foi o primeiro

Contabilidade Tributária é uma expressão utilizada para designar o conjunto de ações e

procedimentos visando apurar e conciliar a geração de tributos de uma entidade.

Também chamada de "Contabilidade Fiscal". A escrituração contábil regular propicia

informações importantes para a apuração de tributos. Daí dizer-se que a contabilidade

presta-se a cálculos diversos nesta apuração, como, por exemplo:

Base de cálculo do PIS e COFINS

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Lucro apurado para fins de IRPJ e CSLL

Registro de tributos compensáveis (IRF e outras retenções tributárias).

Desta forma, é imprescindível aos contribuintes manterem estreito controle

sobre sua situação patrimonial, já que informações incorretas podem gerar distorções na

apuração dos tributos devidos. Balancetes peça essencial para o acompanhamento da

carga fiscal e do impacto da gestão tributária é o balancete, devidamente conciliado e

com o máximo de atualização possível. Balancetes “velhos” ou mal conciliados podem

distorcer seriamente a análise real da situação fiscal da empresa. É imprescindível que o

reconhecimento de todas as receitas e despesas se faça pelo chamado “regime de

competência” e não pelo regime de caixa.

O sistema contábil adotado pela empresa precisa estar integrado e coordenado

com os demais setores, de forma informatizada, visando facilitar o registro dos fatos e

contando com a rapidez necessária para a geração de dados confiáveis e periódicos.

O sistema tributário vigente em um dado momento é fruto de um processo de

evolução que, na maior parte do tempo, é contínuo. Com efeito, uma vez fixada sua

estrutura básica, ele é capaz de adaptar-se, mediante alterações tópicas nas normas

legais e administrativas, a modificações nas condições econômicas e sociais reinantes e,

assim, operar satisfatoriamente durante períodos relativamente longos.

Mas, análogo nesse aspecto a uma máquina, o sistema tributário sofre desgaste

ao longo do tempo, tendo sua capacidade de adaptação reduzida. Além disso, alterações

profundas no ambiente econômico podem exigir ajustes que transcendem a capacidade

de adaptação da estrutura tributária básica, requerendo sua modificação. Por isso, vez

por outra, a tributação precisa sofrer importantes alterações concentradas em um curto

espaço de tempo. Não obstante revisões ocorrerem cotidianamente, o costume reservou

a expressão “reforma tributária” para fazer referência a tais descontinuidades do

processo de evolução.

O sistema tributário brasileiro passou por profunda reforma na década de 60.

Desde então, ressalvada a reforma realizada no âmbito da Assembléia Nacional

Constituinte, em 1987/88, o sistema evoluiu continuamente, sem alterações em sua

estrutura básica. Embora a Constituição de 1988 tenha eliminado alguns tributos e

introduzido modificações nas características de outros, notadamente do principal tributo

estadual, a reforma de então teve como principal motivação a desconcentração dos

recursos públicos, privilegiando especialmente os municípios. Desse modo, a estrutura

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básica da tributação brasileira vigente ainda é, em essência, aquela construída em

1964/67.

Naquela época, o sistema tributário adotado era moderno. Em particular, o Brasil

foi um dos pioneiros na adoção da tributação do valor adicionado, técnica atualmente

utilizada em mais de 120 países do mundo; e foi o primeiro e, até bem pouco tempo, o

único, país a ter o imposto sobre valor adicionado como fonte de financiamento de

governos.

Como o pioneirismo traz a desvantagem de não se poder contar com experiência

prévia, os impostos brasileiros sobre o valor adicionado nasceram com imperfeições,

algumas corrigidas ao longo do tempo e outras ainda existentes. Além disso, enquanto a

tributação sobre o valor agregado utilizada em todo o mundo evoluiu na direção da

generalização e da simplificação, a brasileira foi se tornando cada dia mais

especificativa e complexa, criando custos excessivos para o cumprimento das

obrigações tributárias, por parte dos contribuintes, e onerosas distorções econômicas.

Distorções ainda maiores são causadas pela crescente utilização de tributos

cumulativos como fonte de financiamento do setor público, principalmente da

seguridade social. Este tipo de gravame sempre esteve presente no sistema tributário

brasileiro. Mas, em reação à desconcentração de receita promovida pela Constituição de

1988, a União promoveu vigoroso aumento da tributação em cascata, ao longo da

década de 90, o que provocou intensa deterioração da qualidade do sistema tributário.

Datam também dos anos 90 duas importantes mudanças macroeconômicas. A

primeira foi que a economia brasileira passou por um processo de abertura comercial,

que incluiu, além de redução das tarifas e das barreiras não tarifárias, a integração

regional, com a formação do Mercosul. Na segunda, logrou-se, em 1994, por meio do

Plano Real, a estabilização da economia. Esses dois fatos criaram um novo ambiente

econômico em que a competitividade do setor produtivo nacional é a questão-chave

para o desenvolvimento do país. Isto exige reformulação da tributação, de modo a

ajustá-la às novas circunstâncias.

Coordenador de Estudos Tributários da Diretoria de Estudos

Macroeconômicos do IPEA.

A afirmação de que o imposto sobre o valor adicionado dos estados

brasileiros era até bem pouco tempo um caso único não desconsidera o

fato de que a Alemanha adotou um imposto sobre o valor adicionado,

arrecadado pelos estados (landers), em 1968. No entanto, embora

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arrecadado pelos landers, o imposto alemão não é, do ponto de vista

econômico, um tributo subnacional. Sua legislação é nacional e sua

alíquota uniforme em todo o território do país, sendo o montante global

arrecadado rateado entre as unidades da federação de acordo com regras

baseadas no princípio de equalização.

Presentes os principais fatores que determinam a necessidade de uma

reforma estrutura tributária de má qualidade e envelhecida, além de

ambiente econômico radicalmente diferente daquele para o qual o

sistema tributário fora concebido, teve início, em 1995, com o envio ao

Congresso Nacional de proposta de emenda à Constituição do Poder

Executivo (PEC nº 175/95), um processo legislativo visando à sua

realização.

Desde então, nos sete anos de marchas, contramarchas e interrupções da

discussão, o processo apresentou como resultados práticos a Lei Kandir (Lei

Complementar 87/96), que reformulou alguns aspectos do ICMS - Imposto sobre as

Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de

Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, e a proposta recentemente

adotada por meio da Medida Provisória 66/02, no sentido de mitigar a cumulatividade

das contribuições sociais.

Mas a reforma mais abrangente, consubstanciada em um substitutivo à PEC

175/95 aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados constituída para

avaliar a proposta do Poder Executivo, repousa, desde março de 2000, em alguma

gaveta da presidência da casa. Há a expectativa de que o processo tome novo impulso

em 2003.

O presente trabalho discute, na próxima seção, as principais motivações das

reformas tributárias, que se relacionam com os princípios de tributação propostos na

literatura sobre finanças públicas. A seção 3 considera a reforma da década de 60 e a

evolução posterior do sistema tributário, com ênfase nas motivações das mudanças. A

seção seguinte contrasta as condições atuais com as da reforma dos anos 60, e discute os

objetivos e condicionante da futura reforma. A quinta seção apresenta um breve

diagnóstico do sistema tributário atual, salientando suas principais deficiências. A seção

final considera o processo de reforma tributária ora em curso.

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CAPITULO II

ETAPA 02

2.1. (Passos 01 E 02) Diferentes Alíquotas e Opções de Tributações Para Pessoas

Jurídicas

Diariamente, do momento em que acordamos até a hora em que vamos dormir,

assumimos despesas que, na maioria das vezes, não percebemos. A cada produto

consumido ou serviço utilizado e até mesmo, e principalmente, na atividade produtiva

que realizamos, temos embutido em preços e nos rendimentos, impostos, contribuições

e taxas. Apesar dessa convivência diária com a chamada carga tributária, a maioria de

nós, contribuintes (pessoas físicas ou jurídicas que têm de pagar tributos), desconhece o

que significam cada um de seus componentes e a diferença entre eles.

Há até o costume de se generalizar, nomeando tudo simplesmente como

imposto, quando, na verdade, o imposto é apenas um dos três tipos de tributos

existentes.

Entendendo e o conceituando tributo, nada mais é uma obrigação que os

contribuintes, ou seja, pessoas físicas (consumidores, trabalhadores) ou jurídicas

(empresas, empregadores) devem pagar ao Estado, representado pela União (nível

federal), pelos estados ou pelos municípios. Basicamente, existem os tributos diretos,

que incidem sobre a renda e o patrimônio, e os tributos indiretos, que incidem sobre o

consumo.

Na primeira categoria está o IR (Imposto de Renda), o IPTU (Imposto Predial e

Territorial Urbano), a contribuição à Previdência, entre outros. Na segunda estão, o

ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), cobrado em

quase todos os produtos comercializados, e a COFINS (Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social), que integra os custos das indústrias, por exemplo.

2.1.1. Modalidades

A definição das três modalidades de tributos, que podem se enquadrar como diretos

ou como indiretos:

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Imposto: pagamento realizado pelo contribuinte para custear a máquina

pública, isto é, gerar compor o orçamento do Estado. Na teoria, os recursos

arrecadados pelo Estado por meio dos impostos deveriam ser revertidos para o

bem comum, para investimentos e custeio de bens públicos, como saúde,

educação ou segurança pública. No entanto, na prática, como o imposto não

está vinculado ao destino das verbas, ao contrário de taxas e contribuições,

pagá-lo não dá garantia de retorno. No caso do imposto sobre propriedade de

veículos, o IPVA, por exemplo, o pagamento não implica que o dinheiro será

efetivamente revertido para melhoria das rodovias.

Taxa: é a cobrança que a administração faz em troca de algum serviço

público. Neste caso, há um destino certo para a aplicação do dinheiro.

Diferentemente do imposto, a taxa não possui uma base de cálculo e seu valor

depende do serviço prestado. Como exemplos estão à taxa de iluminação

pública e de limpeza pública, instituídas pelos municípios.

Contribuição: pode ser especial ou de melhoria. A primeira possui uma

destinação específica para um determinado grupo ou atividade, como a do

INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A segunda se refere a algum

projeto/obra de melhoria que pode resultar em algum benefício ao cidadão.

Além desses tributos, previstos no Código Tributário Brasileiro, existe o

empréstimo compulsório, que foi acrescentado pelo Supremo Tribunal Federal. Essa

modalidade é uma espécie de tomada de dinheiro, a título de empréstimo, que o

Governo faz em determinadas situações de emergência, para futuramente restituí-lo ao

cidadão. Somente a União pode determiná-lo.

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2.1.2. Lucro Real, Lucro Presumido ou Simples Nacional.

Importante decisão tributária deve ser efetivada, anualmente, pelos

administradores empresariais, relativamente às opções: Lucro Real, Lucro Presumido ou

Simples Nacional.

Como a legislação não permite mudança de sistemática no mesmo exercício, a

opção por uma das modalidades será definitiva. Se a decisão for equivocada, ela terá

efeito no ano todo. A opção é definida no primeiro pagamento do imposto (que

normalmente é recolhido em fevereiro de cada ano), ou, no caso das optantes pelo

Simples Nacional, por opção até o último dia útil de janeiro. A apuração do Imposto de

Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL)

pode ser feita de três formas:

2.1.2.1. Lucro Real

No lucro real anual por estimativa, a empresa pode recolher os tributos

mensalmente calculados com base no faturamento, de acordo com percentuais sobre as

atividades, aplicando-se a alíquota do IRPJ e da CSLL, de forma semelhante ao Lucro

Presumido. Nesta opção, a vantagem é a possibilidade de levantar balanços ou

balancetes mensais, reduzindo ou suspendendo-se o valor do recolhimento, caso o lucro

real apurado for efetivamente menor que a base presumida. No final do ano, a empresa

levanta o balanço anual e apura o lucro real no exercício, ajustando o valor dos tributos

ao seu resultado real.

2.1.2.2. Lucro Presumido

O IRPJ e CSLL pelo Lucro Presumido são apurados trimestralmente. A alíquota

de cada tributo (15% ou 25% de IRPJ e 9% da CSLL) incide sobre receitas com base

em percentual de presunção variável (1,6% a 32% do faturamento, dependendo da

atividade).

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Há alguns tipos de receita que entram direto no resultado tributável, como

ganhos de capital. Mas nem todas as empresas podem optar pelo lucro presumido, pois

há restrições relativas ao objeto social e o faturamento.

O limite da receita bruta para poder optar pelo lucro presumido é de até R$ 48

milhões da receita bruta total, no ano calendário anterior. Esta modalidade de tributação

pode ser vantajosa para empresas com margens de lucratividade superior a presumida.

Outra analise a ser feita é que as empresas tributadas pelo lucro presumido não podem

aproveitar os créditos do PIS e COFINS no sistema não cumulativo, apesar de pagarem

o PIS e COFINS nas alíquotas mais baixas.

2.1.2.3. Simples Nacional

A aparente simplicidade do regime do Simples Nacional e as alíquotas

relativamente baixas são os grandes atrativos deste regime. Entretanto, há inúmeras

restrições legais para opção (além do limite de receita bruta, que é de R$ 2.400.000,00

no ano). Há questões que exigem análise detalhada, como a ausência de créditos do

ICMS e IPI e sublimeis estaduais para recolhimento do ICMS. Outro detalhe do

Simples é que as alíquotas são progressivas, podendo inviabilizar o fluxo de caixa, para

as faixas superiores de receita, especialmente para empresas de serviços.

Observe-se, também, que determinadas atividades exigem o pagamento, além do

percentual sobre a receita, do INSS sobre a folha. Diante destes fatos, o melhor é

comparar as opções do Lucro Real e Presumido, antes de optar pelo Simples Nacional.

Recomenda-se que os administradores realizem cálculos, visando subsídios para tomada

de decisão pela forma de tributação, estimando-se receitas e custos, com base em

orçamento anual ou valores contábeis históricos, devidamente ajustados em expectativas

realistas.

A opção deve recair para aquela modalidade em que o pagamento de tributos,

compreendendo não só o IRPJ e a CSLL, mas também o PIS, COFINS, IPI, ISS, ICMS

e INSS se deem de forma mais econômica, atendendo também às limitações legais de

opção a cada regime.

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OPÇÃO DE TRIBUTAÇÃO

SIMPLES NACIONAL

LUCRO PRESUMIDO

LUCRO REAL

LUCRO ARBITRADOTabela 01: Quadro das Opções de Tributação. Fonte: www.portaltributario.com.br

ALIQUOTAS DOS IMPOSTOS

OBRIGAÇÃO LUCR

O

REAL

LUCRO

PRESUMIDO

SIMPLES ISENTAS IMUNES DISPENSADAS

DIPJ SIM SIM SIM SIM SIM NÃO

LALUR SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO

CSLL SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO

PIS s/Receitas SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO

Pis s/Folha NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM

COFINS SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO

DCTF SIM SIM NÃO SIM SIM NÃO

DACON SIM SIM (a partir

de 2005)

NÃO NÃO NÃO NÃO

Tabela02: Tabela de Aliquotas dos Impostos. Fonte: www.portaltributario.com.br

LUCRO PRESUMIDO

DESCRIÇÃO Alíquota

Mercadorias 8%

Prestação de Serviço até

R$120.000,00(apenas)

16%

Prestação de serviço acima R$120.000,01 32%

Combustíveis 1,6%

Tabela 03: Tabela Lucro Presumido. Fonte: www.portaltributario.com.br

LUCRO REAL TRIMESTRAL

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DESCRIÇÃO Alíquota

IRPJ 15%

CSLL 9%

IRPJ ADICIONAL (Lucro superior R$

60.000,00)

10%

Tabela 04: Tabela Lucro Real Trimestral. Fonte: www.portaltributario.com.br

2.2. (Passos 03 E 04) Evolução Histórica dos Tributos

Observa-se na história que as imposições tributárias passaram por uma evolução

que foi desde caracterizadas por vexatórias até contribuições compulsórias pelos

costumes e mais tarde pela lei. Passaram de prestações pagas com a força braçal, em

espécie (natura) e chegando ao dinheiro em si. Na política, passaram de contribuições

sob força para as definidas em lei.

A legislação tributária possui uma extensa gama de hipóteses geradoras de

tributos. Havendo a incidência de um fato sobre umas dessas hipóteses previstas,

nascerá a obrigação do contribuinte para com o Fisco. 

2.2.1. Tributo

 

O Código Tributário Nacional define como tributo "toda prestação pecuniária

compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção

de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente

vinculada".

 Os tributos têm funções próprias que pode ser fiscal, extrafiscal ou parafiscal.

 As três classificações das funções supramencionadas são definidas:  

Função Fiscal, quando seu objetivo principal é a arrecadação de recursos

financeiros para o Estado;

Função Extrafiscal, quando seu objetivo principal é a interferência no domínio

econômico, buscando um efeito diverso da simples arrecadação de recursos

financeiros;

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Função Parafiscal, quando seu objetivo é a arrecadação de recursos para o

custeio de atividades que, em princípio, não integram funções próprias do

Estado, mas que este as desenvolve através de entidades específicas.

Exemplificando, pode-se citar o imposto de renda exercendo função fiscal; as

alterações do IPI, como função extrafiscal e por fim, as contribuições anuais pagas pelos

profissionais a órgãos como OAB, CREA, CFC etc.

No entanto, sob a inteligência dos artigos 148 e 149 do Sistema Tributário

Nacional, consubstanciado na Constituição Federal, evidencia-se que há mais duas

espécies tributárias, a saber: o empréstimo compulsório e as contribuições especiais. Os

impostos podem ser Federais, Estaduais e Municipais.

 

2.2.1.1. Impostos Federais

 

Imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados – IE;

Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros – II;

Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores

Mobiliários – IOF;

Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;

Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza – IR;

Imposto Territorial Rural – ITR.

 

2.2.1.2. Impostos Estaduais

 

Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços

de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS;

Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA;

Imposto sobre Transmissões Causa Mortis e Doações de Qualquer Bem ou Direito –

ITCMD;

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2.2.1.3. Impostos Municipais

 

Imposto sobre a Propriedade predial e Territorial Urbana - IPTU;

Impostos sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS;

Imposto sobre Transmissão inter vivos de Bens e Imóveis e de direitos reais a eles

relativos – ITBI.

Há também o Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF que, apesar de previsto na

Constituição, está ocioso, aguardando lei complementar que o regule.

 

2.2.2. Taxas

O artigo 77 do CTN preconiza que “as taxas cobradas pela União, pelos Estados,

pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,

têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva

ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto

à sua disposição”. Este ditame tem consonância com o 145, II da CF.

A título de exemplo, podemos citar as seguintes taxas:

Taxa de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários - CVM (Lei

7.940/89);

Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar - TAFIC (MP

233/04, art. 12);

Taxa de Licenciamento Anual de Veículo;

Taxa de Utilização do MERCANTE - decreto 5.324/04;

Taxa de Utilização do SISCOMEX;

Taxa Processual Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE (Lei

9.718/98);

Taxas do Registro do Comércio - Juntas Comerciais.

 

2.2.3. Contribuição de Melhoria

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"A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito

Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para

fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo

como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que

da obra resultar para cada imóvel beneficiado". (Art. 81)

O notável Professor Geraldo Ataliba define a contribuição de melhoria como

"instrumento puro e simples de realização do princípio constitucional e legal que atribui

ao poder pública a valorização imobiliária causada por obra pública”.

Em tese, a contribuição de melhoria, é uma instituição que favorece a justiça

social. Além disso, cria recursos impreteríveis ao desenvolvimento da infraestrutura,

proporcionando melhora na qualidade de vida aos contribuintes. 

2.2.4. Contribuições especiais

 

As diretrizes das contribuições especiais estão na Constituição Federal. O artigo

149 da Carta Magna dispõe: "Compete exclusivamente à União instituir contribuições

sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais

ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas" (...).

Segundo Roque Antonio Carrazza "Com a só leitura deste artigo já percebemos

que a Constituição Federal prevê três modalidades de ‘contribuições’: as interventivas,

as corporativas e as sociais. Todas elas têm natureza nitidamente tributária, mesmo

porque, com a expressa alusão aos ‘arts. 146, III e 150, I e III’, ambos da Constituição

Federal, fica óbvio que deverão obedecer ao regime jurídico tributário, isto é, aos

princípios que informam a tributação no Brasil. Tal, diga-se de passagem, a

jurisprudências do Pretório Excelso".

Como exemplo, as contribuições infra transcritas:

PIS (Programa de Integração Social) PASEP (Programa de Formação do

Patrimônio do Servidor Público);

Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL.

Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho - SAT;

Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa - SEBRAE -

(Lei 8.029/90);

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Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial - SENAC -

Decreto (Lei 8.621/46);

Contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizado Industrial - SENAI (Lei

4.048/42);

Contribuição ao Serviço Social da Indústria - SESI (Lei 9.403/46);

Contribuição ao Serviço Social do Comércio - SESC (Lei 9.853/46 );

Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo - SESCOOP (MP 1.715-

2/98);

Contribuição ao Serviço Social dos Transportes - SEST (Lei 8.706/93);

Contribuição Confederativa Laboral - dos empregados;

Contribuição Confederativa Patronal - das empresas;

Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Combustíveis

(Lei 10.336/01);

Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico – CIDE Remessas

Exterior (Lei 10.168/00). Instituto

 

2.2.5. Empréstimos Compulsórios

 

Por fim, prevê o artigo 15 do CTN que somente a União, excepcionalmente,

pode instituir empréstimos compulsórios. São os casos de: guerra externa, ou sua

iminência; calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os

recursos orçamentários disponíveis; conjuntura que exija a absorção temporária de

poder aquisitivo.

Este sistema tributário descrito acima não entrou em vigor com a promulgação

da constituição que o instituiu, ou seja, 05 de outubro de 1988, mas cinco meses após

em março de 1989. As modificações entre este novo e o anterior foram muitas, porém

ainda que sejam observadas evoluções significativas na nossa organização atual, as

falhas ainda prejudicam bastante. Pode ser destacada como diferenciais positivos deste

novo sistema a distinção entre as figuras fiscais essenciais (imposto, taxa e

contribuições de melhorias) e figuras tributárias para fiscais, supressão da competência

da União para conceder isenções de impostos que não são de sua competência, adoção

da sistemática seletiva do ICMS, extinção de alguns impostos e maio cuidado na

instituição de empréstimo compulsório pelo estado. Como pontos negativos

17

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encontraram: falta de rigidez pela admissão de surgimento de impostos não previstos,

ofensa à nomenclatura econômica do sistema tributário ao prever, por exemplo, o

imposto sobre grandes fortunas e sobre vendas a varejo de combustíveis, centralização

tributária na competência da União e pluritributação num campo concorrente.

Nos dias atuais, muito se fala sobre reforma tributária, e a esperança social é que

ela venha em breve sanar de modo mais efetivo as incongruências e más formações

desta lei em uso e promover a reformulação necessária ao acompanhamento das

mudanças sociais e nova realidade, após quase de 20 anos de vigência de uma lei

imperfeita na sua fonte e que o tempo corroeu.

3.1. (Passos 01, 02 E 03) Valores dos Tributos Que Foram Recolhidos no Ano de

2011, e Calcular os Tributos a Serem Recolhidos no Ano de 2012.

Nos Quadros a seguir demonstramos as principais obrigações das empresas

optantes do Simples Nacional.

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS IPI

Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50De 180.000,01 a 360.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50De 360.000,01 a 540.000,00 7,34% 0,27% %0,31 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50De 540.000,01 a 720.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50De 720.000,01 a 900.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% 0,50De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,48% 0,50De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50De 3.240.000,01 a 3420.000,00 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50De 3.420.000,01 a 3.600.00,00 12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50

Figura 01: Alíquotas e Planilhas do Simples Nacional - Indústria. Fone: www.receita.fazenda.gov.br

18

Page 19: contabilidade tributaria.docx

Figura 02: Quadro de alíquotas do Simples Nacional. Fone: www.receita.fazenda.gov.br

19

Page 20: contabilidade tributaria.docx

Figura 03: Quadro de alíquotas e Partilha do Simples Nacional. Fone: www.receita.fazenda.gov.br

Exemplos de aplicação:

A Papelaria CAROL D+ ME Ltda, optante pelo Simples Nacional, obteve

receita bruta resultante exclusivamente da revenda de mercadorias não sujeitas à

substituição tributária. A empresa não possui filial.

Convenções:

PA = Período de apuração;

RBT12 = Receita Bruta dos últimos 12 meses exclusive o mês do Período de Apuração

(PA);

RBA = Receita Bruta Acumulada de janeiro até o mês do PA inclusive.

Dados da empresa:

Receita Bruta de julho = R$ 25.000,00

RBA = R$ 135.000,00

 Alíquota dessa faixa = 5,47%è RBT12 = R$ 220.000,00 (Anexo I) 

Fluxo de faturamento (valores em milhares de R$):

20

Page 21: contabilidade tributaria.docx

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul

30 20 20 10 10 20 25 = 135

15 15 15 15 25 25 30 20 20 10 10 20 = 220

Figura 04: Quadro de Fluxo do Faturamento. Fone: https://docs.google.com/a/aedu.com

Simples Nacional devido no mês = (R$ 25.000,00 x 5,47%) = R$ 1.367,50.

3.1.1. Lucro Presumido

Lucro presumido é uma forma de tributação simplificada do Imposto de Renda e

da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) na qual os impostos são

calculados com base em um percentual presumido estabelecido sobre o valor das vendas

e serviços realizados pela a empresa, independentemente da apuração do lucro ou

prejuízo.

No regime de tributação das empresas optantes pelo Lucro Presumido não

importa (tecnicamente) as despesas ou os custos que tenha obtido, pois o lucro é

determinado por presunção e o Imposto de Renda e a CSLL incidem diretamente sobre

as Receitas. Em outras palavras, mesmo que a empresa tenha prejuízo contábil o

imposto é devido, ou seja, é obrigatório o seu pagamento, o que não acontece no Lucro

Real que será esclarecido mais adiante.

Este tipo de tributação por se utilizar da presunção do lucro proporciona

vantagens em relação às obrigações assessorais, sendo dispensadas as empresas

enquadradas neste regime da escrituração contábil pelo fisco federal, desde que seja

mantido o Livro Caixa.

As empresas que não são obrigadas a apurar seus lucros pelo sistema de lucro

real podem se valer da opção pelo lucro presumido. Devem, para tanto, preencher dois

requisitos básicos: o limite de faturamento cuja receita bruta total, no ano-calendário

imediatamente anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 ou ao limite

proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicados pelo número de meses de atividade no

ano, se inferior a 12 e não se enquadrar em atividades impedidas. Dentre elas podemos

destacar dois tipos: os bancos comerciais e de investimentos; as cooperativas, corretoras

de títulos, previdência privada aberta entre outras.

Para uma opção segura, o empresário deve prever o percentual de lucro que

espera ter em relação ao faturamento bruto, visto ser este a base para o cálculo do

21

Page 22: contabilidade tributaria.docx

imposto. Não importa se ao final do ano calendário for apurado prejuízo ou lucro muito

inferior ao previsto. Abaixo se encontra uma tabela demonstrando os tipos de

atividades.

Grupo Tipos de Atividade

I Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico

carburante e gás natural.

II Venda de mercadorias - Transporte de cargas - Serviços hospitalares -

Atividades imobiliárias - Atividade Rural - Construção por empreitada com

emprego de material próprio - Industrialização com material fornecido pelo

encomendante - Outras atividades sem percentual específico.

III Serviços de transporte (exceto cargas) - Serviços em geral cuja receita bruta

anual seja inferior a R$ 120.000,00 (exceto hospitalares, de transporte, de

profissão regulamentada)

IV Serviços em geral (inclusive mão-de-obra para construção civil e profissão

regulamentada) - Intermediação de negócios - Administração, locação ou

cessão de bens móveis, imóveis e de direitos de qualquer natureza

Figura 05: Tipos de Atividades. Fone: www.receita.fazenda.gov.br

É de extrema importância esclarecer que quando uma empresa explorar mais de

uma atividade, por exemplo, venda e serviço, será aplicado o percentual relativo a cada

faturamento individualmente.

O Lucro Presumido adota o principio da cumulatividade, ou seja, No regime

cumulativo a empresa não tem o direito deste crédito na entrada o que lhe obriga a

contabilizar como “custo” os tributos pagos correspondente as suas entradas. O PIS e

COFINS são calculados diretamente sobre o faturamento bruto da empresa e tem

valores respectivamente equivalentes a 0,65% e 3%.

A tabela abaixo já demonstra o percentual prático a ser aplicado sobre a receita

para os vários tipos de atividades empresariais.

Atividade Lucro Presumido IRPJ Lucro Presumido CSLL

22

Page 23: contabilidade tributaria.docx

Base de Cálculo

(percentual sobre a

receita Bruta)

(alíquota 15%)

(percentual prático

sobre a receita)

Base de Cálculo

(percentual sobre a

receita Bruta)

(alíquota 9%)

(percentual prático

sobre a receita)

I 1,6 % 0,24 % 12 % 1,08 %

II 8 % 1,2 % 12 % 1,08 %

III 16 % 2,4 % 12 % 1,08 %

IV 32 % 4,8 % 32 % 2,88 %

Figura 06: Percentual. Fone: www.receita.fazenda.gov.br

A alíquota do IRPJ sobre o lucro presumido é de 15%. Nas empresas prestadoras

de serviços há a possibilidade de reduzir o percentual de estimativa do lucro de 32%

para 16%, é necessário observar que:

A atividade exercida deve ser exclusivamente a prestação de serviços;

A receita bruta anual não pode superar R$ 120.000,00.

Se a receita acumulada até determinado mês exceder o valor de R$ 120.000,00, a

empresa deve pagar a diferença do imposto, pelo percentual de 32%, em relação a cada

mês transcorrido.

O recolhimento da diferença será efetuado até o último dia útil do mês subseqüente

àquele em que ocorreu o excesso, sem quaisquer acréscimos legais. Se o prazo não for

cumprido, serão devidos os acréscimos legais devidos pela mora.

Se por acaso o lucro bruto presumido trimestral que exceder a R$ 60.000,00 deverá

ser aplicada alíquota de 10% a título adicional do IRPJ, ou, no caso de inicio de

atividades, ao limite correspondente á multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de

meses do período de apuração.

As pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido determinarão a base de cálculo

da Contribuição Social, que será de 12%, em regra geral, sobre a receita bruta com

adições devidas.

3.1.2. Prestadoras de serviços - Base de cálculo desde 1º. 09.2003

Desde 1º. 09.2003, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta auferida no

mês é de 32% para aquelas que exerçam as seguintes atividades (Instrução Normativa

SRF nº. 390/2004, art. 89):

23

Page 24: contabilidade tributaria.docx

Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de

transportes, inclusive de carga.

Intermediação de negócios;

Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de

qualquer natureza;

Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,

mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a

pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis

a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

A Alíquota da Contribuição Social é de 9% como regra geral. O Prazo de

Recolhimento do IRPJ e as contribuições sociais apurados deverão ser recolhidos até no

último dia útil do mês seguinte ao do encerramento do trimestre ou, por opção da

empresa, em até três cotas mensais, desde que o valor de cada cota não seja inferior a

R$ 1.000,00.

Em relação aos rendimentos dos sócios, além do pró-labore estabelecido, os lucros

apurados poderão ser distribuídos sem qualquer tributação, seja no ato, seja na

declaração de ajuste anual de pessoa física, onde serão incluídos como rendimentos

isentos.

No lucro Presumido as empresas deverão adotar para fins de controle e registro das

operações e prestações por elas realizadas, os seguintes livros:

Livro Caixa;

Livro Registro de Inventário;

Livro Registro de entrada e saídas;

Livro Registro de Serviços Prestados;

Livro Registro de Serviços Tomados.

Nesse regime de tributação, as obrigações aumentam em relação ao SIMPLES

Nacional. As empresas que optarem pelo Lucro Presumido deverá apresentar

mensalmente a:

DACON (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais);

DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais).

E apresentarão anualmente a:

DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica);

DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte).

24

Page 25: contabilidade tributaria.docx

E ainda declarações que a atividade da empresa exige, podemos citar o exemplo das

empresas de prestação de serviços médicos que, anualmente devem apresentar a:

DMED (Declaração de Serviços Médicos e de Saúde).

Exemplo de aplicação:

Receita trimestral: R$ 150.000,00 (100%)

Lucro Presumido = R$150.000,00 x 32% = R$48.000,00

TRIBUTO VALOR % S/ FAT

COFINS = R$150.000,00 x 3% 4.500,00 3%

PIS        = R$150.000,00 x 0,65% 975,00 0,65%

IRPJ       = R$48.000,00 x 15% 7.200,00 4,8%

CSLL      = R$48.000,00 x 9% 4.320,00 2,88%

Total 16.995,00 11,33%

 Figura 07: Quadro de Aplicação. Fone: Do Autor

3.1.3 Lucro Real

O lucro real é um regime de tributação que os impostos IRPJ (imposto de renda

das pessoas jurídicas) e a CSLL (contribuição social sobre lucro liquido) são apurados a

partir do lucro real que a empresa obteve no período. O PIS e COFNS são calculados

normalmente sobre o faturamento.

Segundo SILVA, (2006) lucro real é o lucro líquido do período, apurado com

observância das normas das legislações comercial e societária, ajustado pelas adições,

exclusões ou compensações prescritas pela legislação do Imposto de Renda. Em outras

palavras pode-se determinar que à base de cálculo do IRPJ e CSLL apurada segundo

registros contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis

comerciais e fiscais.

A apuração do lucro real demanda uma estrutura administrativa mais complexa,

pois muitos são os documentos e livros exigidos pela fiscalização, obrigando a empresa

a ter controle de todo movimento financeiro, administrativo, de estoques, de produção,

de comercialização, etc. A Empresa terá que fazer o levantamento de balanços ao final

de cada trimestre ou de cada ano, de acordo com o período de apuração escolhido pela

pessoa jurídica.

25

Page 26: contabilidade tributaria.docx

O Lucro Real é apurado a partir do lucro efetivo da pessoa jurídica, ou seja, do

resultado das receitas, ganhos e rendimentos auferidos, deduzidos dos custos, das

despesas e das perdas, demonstrados através da escrita contábil.

O lucro real corresponde ao resultado contábil ajustado pelas adições e exclusões

ou compensações estabelecidas em lei, que são feitas extra contabilmente através do

Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR. As vantagens do Lucro Real são:

A não existe possibilidade de pagamento a maior ou a menor do que o

devido. Pois o imposto incide sobre o lucro efetivo da pessoa jurídica;

Compensação de Prejuízos conforme a legislação orienta;

Opção por Incentivos Fiscais;

E Como no lucro Presumido a Distribuição aos Sócios do Lucro Efetivo.

A principal desvantagem do lucro real decorre da obrigatoriedade de

escriturações comercial e fiscal. A opção para o lucro real está aberta para todas as

empresas, mas existem certas particularidades que fazem ser obrigatória a opção, como

exemplo empresa que explorarem da atividade bancária, que o seu faturamento

ultrapassar a 48.000.000,00 no ano calendário 4.000.000,00 mensal ou que usufrua de

lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior entre outras

particularidades.

Esse regime adota o principio da não cumulatividade, ou seja, a empresa pode se

creditar dos tributos pagos em suas entradas e compensá-los com aqueles devidos em

suas saídas. Outra coisa que se diferencia do lucro presumido é a questão das alíquotas

do PIS e COFINS que são respectivamente equivalentes a 3,65% e 7,6%. Determinação

da base de cálculo por estimativa

Grupo Tipos de Atividade

I Revenda para consumo de combustível derivado de petróleo, álcool etílico

carburante e gás natural

26

Page 27: contabilidade tributaria.docx

II Venda de mercadorias - Transporte de cargas - Serviços hospitalares -

Atividades imobiliárias - Atividade Rural - Construção por empreitada com

emprego de material próprio - Industrialização com material fornecido pelo

encomendante - Outras atividades sem percentual específico.

III Serviços de transporte (exceto cargas) - Serviços em geral cuja receita bruta

anual seja inferior a R$ 120.000,00 (exceto hospitalares, de transporte, de

profissão regulamentada)

IV Serviços em geral (inclusive mão-de-obra para construção civil e profissão

regulamentada) - Intermediação de negócios - Administração, locação ou

cessão de bens móveis, imóveis e de direitos de qualquer natureza

Figura 08: Tipos de Atividades. Fone: www.receita.fazenda.gov.br

A tabela abaixo já demonstra o percentual prático a ser aplicado sobre a receita

para os vários tipos de atividades empresariais.

Atividade Lucro Real

Base de Cálculo

(percentual sobre

a receita Bruta)

IRPJ

(alíquota 15%)

(percentual

prático sobre a

receita)

Lucro Real

Base de Cálculo

(percentual sobre

a receita Bruta)

CSLL

(alíquota 9%)

(percentual

prático sobre a

receita)

I 1,6 % 0,24 % 12 % 1,08 %

II 8 % 1,2 % 12 % 1,08 %

III 16 % 2,4 % 12 % 1,08 %

IV 32 % 4,8 % 32 % 2,88 %

Figura 09: Percentuais. Fone: www.receita.fazenda.gov.br

Quando constar dos objetivos sociais da empresa mais de uma atividade, será

necessário separar as receitas das atividades e aplicar o percentual relativo a cada uma

delas. Como ocorre no lucro presumido as empresas prestadoras de serviços há a

possibilidade de reduzir o percentual de estimativa do lucro de 32% para 16%, desde

que obedeça aos seguintes requisitos:

A atividade exercida deve ser exclusivamente a prestação de serviços;

A receita bruta anual não pode superar R$ 120.000,00.

27

Page 28: contabilidade tributaria.docx

Se a receita acumulada até determinado mês exceder o valor de R$ 120.000,00, a

empresa deve pagar a diferença do imposto, pelo percentual de 32%, em relação a cada

mês transcorrido.

O recolhimento da diferença será efetuado até o último dia útil do mês subseqüente

àquele em que ocorreu o excesso, sem quaisquer acréscimos legais. Se o prazo não for

cumprido, serão devidos os acréscimos legais devidos pela mora.

Se por acaso o lucro bruto estimado trimestral que exceder a R$ 60.000,00 deverá

ser aplicada alíquota de 10% a título adicional do IRPJ, ou, no caso de inicio de

atividades, ao limite correspondente á multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de

meses do período de apuração.

No lucro real requer um controle, registro das operações e prestações por elas

realizadas, maior que dos outros regimes tributários, para isso se faz necessário à

confecção dos seguintes livros:

Livro Diário/Razão;

Livro Registro de Inventário;

Livro Registro de entrada e saídas;

Livro Registro de Serviços Prestados;

Livro Registro de Serviços Tomados.

Em relação às declarações, no lucro real, a Secretaria da Receita Federal é altamente

exigente. As empresas que optarem por esse regime deverá apresentar mensalmente a:

DACON (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais);

DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais).

FCONT

E apresentarão anualmente a:

DIPJ (Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica);

DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte).

E ainda declarações que a atividade da empresa exige, podemos citar o exemplo das

empresas de prestação de serviços médicos que, anualmente devem apresentar a:

DMED (Declaração de Serviços Médicos e de Saúde).

Exemplo de aplicação

Receita trimestral: R$ 200.000,00   (100%)

Lucro Real Apurado: R$  40.000,00  (20%)

28

Page 29: contabilidade tributaria.docx

TRIBUTO VALOR % S/ FAT

COFINS (7,6% X R$ 160.000,00) 12.160,00 6,08% (1)

PIS (1,65% X R$ 160.000,00) 2.640,00 1,32% (1)

IRPJ (15% X R$ 40.000,00) 6.000,00 3%

CSLL (9% X R$ 40.000,00) 3.600,00 1,8%

Totais 24.400,00 12,20%

 Figura 10: Percentuais. Fone: Do Autor

CAPITULO III

ETAPA 04

4.1. (Passos 01 E 02) Principais Aspectos do CPC 32

Com finalidade de viabilizar o processo de convergência das Normas Contábeis

Brasileiras para os padrões internacionais de contabilidade, fora criado, em 2005, pelo

Conselho Federal de Contabilidade, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC. De

acordo com o art. 3º. Da Resolução CFC n°. 1.055/2005, o CPC tem como objetivo o

estudo, o preparo e a emissão de pronunciamentos técnicos sobre procedimentos de

contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de

normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e a uniformização

do seu processo de produção, levando sempre em conta o referido processo de

convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.

Neste trabalho, dentre os diversos pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC,

estudaremos o CPC nº. 32, que orienta sobre o reconhecimento, mensuração e

evidenciação dos tributos sobre o lucro. O CPC 32, objeto deste estudo, tem correlação

com o IAS 12 - International Accounting Standard nº 12, aprovado pelo International

Accounting Standard Board - IASB.

4.1.1. Objetivo e Alcance

29

Page 30: contabilidade tributaria.docx

O objetivo deste Pronunciamento Técnico é prescrever o tratamento contábil

para os tributos sobre o lucro. Para fins do Pronunciamento, o termo tributo sobre o

lucro inclui todos os impostos e contribuições nacionais e estrangeiros que são baseados

em lucros tributáveis. O termo tributo sobre o lucro também inclui impostos, tais como

os retidos na fonte, que são devidos pela própria entidade, por uma controlada, coligada

ou empreendimento conjunto nas quais participe.

É inerente no reconhecimento de um ativo ou passivo que a entidade espera

recuperar ou liquidar o valor contábil daquele ativo ou passivo. Se for provável que a

recuperação ou a liquidação desse valor contábil tornará futuros pagamentos de tributos

maiores (menores) do que eles seriam se tal recuperação ou liquidação não tivessem

consequências fiscais, este Pronunciamento exige que uma entidade reconheça um

passivo fiscal diferido (ativo fiscal diferido), com determinadas exceções limitadas. Este

Pronunciamento exige que a entidade contabilize as consequências fiscais das

transações e de outros eventos da mesma maneira que ela contabiliza as próprias

transações e outros eventos.

Assim, para transações e outros eventos reconhecidos no resultado, quaisquer

efeitos fiscais relacionados também são reconhecidos no resultado. Para transações e

outros eventos reconhecidos fora do resultado (em outros resultados abrangentes ou

diretamente no patrimônio líquido), quaisquer efeitos fiscais relacionados também são

reconhecidos fora do resultado (em outros resultados abrangentes ou diretamente no

patrimônio líquido, respectivamente). Similarmente, o reconhecimento de ativos e

passivos fiscais diferidos numa combinação de negócios afeta o valor do ágio derivado

da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) advindo daquela combinação de

negócios ou o valor do ganho de uma compra vantajosa (barganha) reconhecida.

Este Pronunciamento também trata do reconhecimento de ativos fiscais diferidos

advindos de prejuízos fiscais não usados ou créditos fiscais não usados, da apresentação

dos tributos sobre o lucro nas demonstrações contábeis e da divulgação das informações

relacionadas aos tributos sobre o lucro. Definições:

Resultado contábil: é o lucro ou prejuízo para um período antes da dedução

dos tributos sobre o lucro. Lucro tributável (prejuízo fiscal) é o lucro

(prejuízo) para um período, determinado de acordo com as regras

estabelecidas pelas autoridades tributárias, sobre o qual os tributos sobre o

lucro são devidos (recuperáveis). Despesa tributária (receita tributária) é o

30

Page 31: contabilidade tributaria.docx

valor total incluído na determinação do lucro ou prejuízo para o período

relacionado com o tributo sobre o lucro corrente ou diferido.

Tributo corrente: é o valor do tributo sobre o lucro devido (recuperável) com

relação ao lucro tributável (prejuízo fiscal) do período.

Passivos fiscais diferidos: são os valores dos tributos sobre o lucro devidos

em período futuros com relação às diferenças temporárias tributáveis. Ativos

fiscais diferidos são os valores dos tributos sobre o lucro recuperáveis em

períodos futuros com relação a: diferenças temporárias dedutíveis, transporte

de prejuízos fiscais não usados e transporte de créditos fiscais não usados.

Diferenças temporárias: diferenças entre o valor contábil de um ativo ou passivo

e sua base fiscal.

Diferenças temporárias tributáveis: diferenças temporárias que resultarão

em valores tributáveis no futuro quando o valor contábil de um ativo ou

passivo é recuperado ou liquidado.

Diferenças temporárias dedutíveis: diferenças temporárias que resultarão

em valores dedutíveis para determinar o lucro tributável (prejuízo fiscal)

de futuros períodos quando o valor contábil do ativo ou passivo é

recuperado ou liquidado.

4.1.2. Tributos correntes

Os tributos correntes relativos a períodos correntes e anteriores devem, na

medida em que não estejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se o valor já pago

com relação aos períodos atual e anterior exceder o valor devido para aqueles períodos,

o excesso será reconhecido como ativo.

O benefício referente a um prejuízo fiscal que pode ser compensado para

recuperar o tributo corrente de um período anterior deve ser reconhecido como um

ativo.

Passivos (ativos) de tributos correntes para os períodos corrente e anterior serão

medidos pelo valor esperado a ser pago para (recuperado de) as autoridades tributárias,

usando as alíquotas de tributos (e legislação fiscal) que tenham sido aprovadas ou

substantivamente aprovadas no final do período que está sendo reportado.

31

Page 32: contabilidade tributaria.docx

4.1.3. Reconhecimento de passivos fiscais diferidos

Um passivo fiscal diferido será reconhecido para todas as diferenças temporárias

tributáveis, exceto quando o passivo fiscal diferido advenha de: reconhecimento inicial

de ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill); ou reconhecimento

inicial de ativo ou passivo em uma transação que: não é uma combinação de negócios; e

no momento da transação, não afeta nem o lucro contábil nem o lucro tributável

(prejuízo fiscal).

Este Pronunciamento não permite o reconhecimento de passivo fiscal diferido

resultante de diferença temporária relativa ao ágio derivado da expectativa de

rentabilidade futura (goodwill) porque o goodwill é medido como residual, e o

reconhecimento do passivo fiscal diferido aumentaria o valor contábil do ágio a ser

registrado. Passivos fiscais diferidos por diferenças temporárias tributáveis relacionadas

ao ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) são, entretanto,

reconhecidos na medida em que eles não surjam do reconhecimento inicial do derivado

da expectativa de rentabilidade futura.

4.1.4. Reconhecimento de ativos fiscais diferidos

Um ativo fiscal diferido será reconhecido para todas as diferenças temporárias

dedutíveis na medida em que seja provável a existência de lucro tributável contra o qual

a diferença temporária dedutível possa ser utilizada, a não ser que o ativo fiscal diferido

surja do reconhecimento inicial de ativo ou passivo em uma transação que:

Não é uma combinação de negócios (CPC 15);

No momento da transação, não afeta nem o lucro contábil nem o lucro

tributável (prejuízo fiscal).

Uma entidade reconhecerá um ativo fiscal diferido para todas as diferenças

temporárias dedutíveis advindas dos investimentos em subsidiárias, filiais e associadas e

interesses em empreendimentos conjuntos, na medida em que, e somente na medida em

que, seja provável que a diferença temporária será revertida no futuro previsível; e

estará disponível lucro tributável contra o qual a diferença temporária possa ser

utilizada.

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Page 33: contabilidade tributaria.docx

Se o valor contábil do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura

(goodwill) que surgir de uma combinação de negócios for menor do que a sua base

fiscal, a diferença dá margem a um ativo fiscal diferido. O ativo fiscal diferido advindo

do reconhecimento inicial do ágio será reconhecido como parte da contabilização de

uma combinação de negócios na medida em que é provável que esteja disponível lucro

tributável contra o qual a diferença temporária dedutível poderá ser utilizada.

Ao final de cada período de apresentação de relatório, uma entidade deve

reavaliar os ativos fiscais diferidos não reconhecidos. A entidade reconhece um ativo

fiscal diferido não reconhecido previamente na medida em que se torna provável que

lucros tributáveis futuros permitirão que o ativo fiscal diferido seja recuperado.

Um ativo fiscal diferido será reconhecido para o registro de prejuízos fiscais não

usados e créditos fiscais não usados na medida em que seja provável que estejam

disponíveis lucros tributáveis futuros contra os quais os prejuízos fiscais não usados e

créditos fiscais não usados possam ser utilizados.

4.1.5. Mensuração de ativos e passivos fiscais diferidos

Os ativos e passivos fiscais diferidos devem ser mensurados pelas alíquotas que

se espera que sejam aplicáveis no período quando realizado o ativo ou liquidado o

passivo, com base nas alíquotas (e legislação fiscal) que tenham sido aprovadas ou

substantivamente aprovadas ao final do período que está sendo reportado. A

mensuração dos passivos fiscais diferidos e ativos fiscais diferidos deve refletir os

efeitos fiscais que se seguem à maneira pela qual a entidade espera ao final do período

que está sendo reportado, recuperar ou liquidar o valor contábil de seus ativos e

passivos.

4.1.6. Reconhecimento de despesa ou receita tributária

Os tributos correntes e diferidos dever ser reconhecidos como receita ou despesa

e incluídos no resultado do período, exceto quando o tributo provenha de:

33

Page 34: contabilidade tributaria.docx

Transação ou evento que é reconhecido, no mesmo período ou em um

diferente, fora do resultado, em outros lucros abrangentes ou diretamente

no patrimônio;

Uma combinação de negócios.

Tributo atual ou tributo diferido serão reconhecidos fora do resultado se o tributo

se referir a itens que são reconhecidos no mesmo período ou em período diferente, fora

do resultado. Portanto, o tributo atual e diferido que se relacionam a itens que são

reconhecidos no mesmo ou em um período diferente: em outros lucros abrangentes,

serão reconhecidos em outros lucros abrangentes, diretamente no patrimônio líquido,

serão reconhecidos diretamente no patrimônio líquido.

4.1.7. Consequências tributárias dos dividendos

Em algumas jurisdições, o tributo sobre lucros é devido a uma taxa mais alta ou

mais baixa se parte ou todo o lucro líquido ou lucros retidos for pago como um

dividendo aos acionistas da entidade. Em algumas outras jurisdições, o tributo sobre o

lucro pode ser restituível ou devido se parte ou todo o lucro líquido ou lucros retidos for

paga como dividendo aos acionistas da entidade. Nestas circunstâncias, ativos e

passivos fiscais correntes ou diferidos são mensurados à alíquota de tributo aplicável a

lucros não distribuídos. Nas circunstâncias descritas, uma entidade deve divulgar a

natureza dos potenciais efeitos do tributo sobre o lucro que resultariam do pagamento de

dividendos aos seus acionistas. Além disso, a entidade deve divulgar os valores dos

efeitos potenciais do tributo sobre o lucro facilmente determinável, e se existem

quaisquer efeitos potencias do tributo sobre o lucro que não seja facilmente

determinável.

Apresentação: Uma entidade deve compensar os ativos e os passivos

fiscais diferidos somente se a entidade tem direito legalmente executável

de compensá-los, os ativos fiscais e os passivos fiscais diferidos se

relacionam com tributos sobre o lucro lançados pela mesma autoridade

tributária para a mesma entidade ou entidades diferentes que pretendem

liquidar os passivos e os ativos fiscais correntes em bases líquidas, ou

realizar simultaneamente o recebimento dos ativos e a liquidação dos

passivos.

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Page 35: contabilidade tributaria.docx

Evidenciação: Os principais componentes da despesa (receita) tributária

devem ser divulgados separadamente.

Os componentes da despesa (receita) tributária podem incluir:

a) despesa (receita) tributária corrente;

b) ajustes reconhecidos no período para o tributo corrente de períodos

anteriores;

c) o valor da despesa (receita) com tributo diferido relacionado com a

origem e reversão de diferenças temporárias;

d) o valor da despesa (receita) com tributo diferido relacionado com as

mudanças nas alíquotas do tributo ou com a imposição de novos tributos;

e) o valor dos benefícios que surgem de um prejuízo fiscal não

reconhecido previamente, crédito fiscal ou diferença temporária de um período

anterior que é usado para reduzir a despesa tributária corrente;

f) o valor do benefício de um prejuízo fiscal, crédito fiscal ou diferença

temporária não reconhecida previamente de um período anterior que é usado

para reduzir a despesa com tributo diferido;

g) a despesa com tributo diferido advinda da baixa, ou reversão de uma

baixa anterior, de um ativo fiscal diferido de acordo com o item 58; e

h) o valor da despesa (receita) tributária relacionado àquelas mudanças

nas políticas e erros contábeis que estão incluídas em lucros ou prejuízos.

4.2. (Passo 03) Confronto dos Resultados da Internacionalização da Contabilidade

Brasileira

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e a Comissão de Valores

Mobiliários (CVM) oferecem à Audiência Pública Conjunta a presente Minuta de

Pronunciamento Técnico. O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 32 - Tributos

sobre o Lucro é prescrever o tratamento contábil de todas as formas de tributos sobre o

lucro. Para fins do Pronunciamento, o termo tributo sobre o lucro inclui todos os

impostos e contribuições nacionais e estrangeiros que são baseados em lucros

tributáveis.

O pronunciamento trata dos registros de ativos e passivos correntes e diferidos,

relacionados à incidência de tributos sobre o lucro. O Pronunciamento exige o

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Page 36: contabilidade tributaria.docx

reconhecimento de passivos fiscais diferidos para todas as diferenças temporárias

tributáveis, exceto em alguns casos que especifica. Para reconhecimento de ativo fiscal

diferido decorrente de diferenças temporárias dedutíveis ou prejuízos fiscais e créditos

de tributos a compensar, o Pronunciamento condiciona o seu reconhecimento à provável

existência de lucro tributável contra o qual a diferença temporária dedutível e/ou o

prejuízo a compensar possam ser realizados.

Em razão de abranger também os tributos estrangeiros, este pronunciamento

trata de situações não previstas na legislação fiscal brasileira. Em sintonia com o

propósito de convergência contábil preconizado pela Lei nº. 11.638/2007, a base do

Pronunciamento Técnico CPC 32 é o pronunciamento do IASB - International

Accounting Standards Board, IAS 12 - Income Taxes. A fidelidade a esse texto só não

foi completa em razão de pouquíssimos ajustes, que foram feitos com o objetivo de

proporcionar maior clareza e objetividade, sem nunca excluir ou deixar de atender às

disposições contidas no pronunciamento do IASB sobre o tema.

CAPITULO IV

36

Page 37: contabilidade tributaria.docx

CONCLUSÃO

Atualmente o mercado de trabalho, além de ser extremamente competitivo e

dinâmico, tem um custo muito elevado, principalmente para as empresas brasileiras.

reduzir custos e despesas é indispensável para a vida de uma empresa.

O planejamento tributário é uma ferramenta de diferenciação para assegurar a

competitividade e constitui uma forma preventiva e legítima de economia na carga

tributária, onde através de lacunas na lei pode-se buscar alternativas para dedução de

impostos e tomadas de decisões, que refletem positivamente nos resultados da empresa.

Com relação aos regimes tributários, observou-se que, entre os regimes

existentes: Microempreendedor MEI, Lucro Real, Lucro Presumido e o SIMPLES

Nacional, o único em que a empresa, objeto desse estudo, não se enquadraria seria o

Microempreendedor MEI, por consequência de não atingir alguns requisitos como o seu

faturamento, que é maior do que a legislação desse regime permite.

Fica evidente que cada empresa deve ser analisada individualmente, cabendo

uma profunda análise para a opção da melhor tributação, determinando o sucesso ou

fracasso dos negócios, independente do porte da empresa.

Dos impostos federais, estaduais e contribuições que incidem sobre a empresa

como: o PIS, a COFINS, o IRPJ, CSLL, ICMS e INSS, pode-se observar que no

regime do SIMPLES Nacional apresenta os menores valores de recolhimento em

relação aos demais regimes tributários.

Através do estudo de caso ficou comprovado que o regime tributário escolhido

pela empresa é adequado, mas que a empresa está em processo de evolução e que será

inevitável à troca da forme de tributação. Na empresa Mundo X das Utilidades LTDA o

Lucro presumido foi a forma de tributação nesse momento, menos vantajosa, havendo

um maior desencaixe monetário, aumentando o pagamento de tributos e reduzindo a

lucratividade e possibilidade de maiores investimentos.

Vimos na prática o quanto é importante conhecer, planejar, entender e aplicar a

melhor forma de tributação diante de longa análise contábil, e que o contador também é

responsável pela a redução de tributos e sucesso financeiro da empresa.

Comprovou-se o quanto a carga tributária se minimiza quando se opta por um

regime correto, finalizando assim as considerações a respeito da pesquisa e respondendo

a questão feita no inicio desse trabalho, provou-se que é possível sim através de um

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Page 38: contabilidade tributaria.docx

planejamento reduzir o pagamento de impostos se uma empresa optar pela tributação

adequada.

A carga tributária que incide sobre as empresas é o que faz com que estas

paguem um montante significativo de impostos sobre as suas receitas. Em função disso,

os empresários e profissionais da contabilidade envolvidos, necessitam de alternativas

rápidas e precisas para a redução de seus custos. Para que obtenham sucesso, é

necessário que sejam feitos diversos estudos e análises das informações contábeis

disponíveis na empresa, visando assim encontrar alternativas legais que venham

maximizar seus lucros.

O planejamento tributário é um método muito eficaz que pode resultar em real

economia para as empresas, sem a preocupação com posteriores complicações com o

fisco. A análise das rotinas e procedimentos operacionais, além de visualizar a empresa

globalmente, assegurando que fornecedores e clientes sejam considerados na

visualização sistêmica da empresa como um todo faz parte do processo de

planejamento.

Para realizar um bom planejamento tributário é necessário que sejam

diariamente analisados: a legislação tributária, a possibilidade de compensação de

tributos, se os produtos, mercadorias ou serviços têm ou não tratamento tributário

diferenciado como o caso da substituição tributária, analisar o ramo de atuação da

empresa, o perfil dos clientes, o melhor enquadramento tributário para a empresa e

atentar para o possível aproveitamento de créditos tributários.

REFERENCIAS

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CARVALHO, Rubens Miranda de Contribuição de Melhorias e Taxas no Direito

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São Paulo, Ed.Malheiros, 2004.

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Fabretti,Laudio Camargo – Contabilidade Tributária – Edição 11ª – 2009

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Silva,Lourivaldo Lopes da, Contabilidade Geral e Tributária – Edição 6ª-2010

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