DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Variações em...Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna...

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Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna Claudia de Vasconcellos, Carlos Castro, DaviDuarte, Estanislau Luciano de Oliveira, Fernando Abs da Cruz, Isabella Gomes Machado, Jair Men-des, Júlio Greve, Luciano Caixeta Amâncio, Marcelo Dutra Victor e Roberto Maia|Jornalista res-ponsável: Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected].|Projetográfico: Eduardo Furasté|Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa e contracapa:Eduardo Furasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre|Tiragem: 1.000 exemplares| Impressão: Gráfi-ca Pallotti|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituiçõesde ensino e jurídicas.

Julho | 20112

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.601.3020

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2011-2012Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)1º Secretário: Luciano Caixeta Amâncio (Brasília)2º Secretário: Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)1º Tesoureiro: Isabella Gomes Machado(Brasília)2º Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Júlio Vitor Greve (Brasília)|[email protected] de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos:Roberto Maia (Porto Alegre)|[email protected] de Honorários Advocatícios:Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)|[email protected] de Negociação Coletiva:Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)|[email protected] de Prerrogativas:Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)|[email protected] Jurídico:Fernando da Silva Abs da Cruz (Porto Alegre)|[email protected] Social:Elenise Peruzzo dos Santos (Porto Alegre)|[email protected] REGIONAISBianco Souza Morelli (Aracaju)|Tânia Maria Trevisan (Bauru)|Patrick Ruiz Lima(Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|Júlio Vitor Greve(Brasília)|Ricardo Tavares Baraviera (Brasília)|Lya Rachel Basseto Vieira(Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)| Daniele Cristina das Neves(Cascavel)|Juel Prudêncio Borges (Cuiabá)| Susan Emily Iancoski Soeiro(Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Maria Rosa de Carvalho Leite Neta(Fortaleza)|Ivan Sergio Porto Vaz (Goiânia)|Isaac Marques Catão (JoãoPessoa)|Rodrigo Trezza Borges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula(Londrina)|Dioclécio Cavalcante Neto (Maceió)|Raimundo Anastácio Carvalho DutraFilho (Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Carlos Roberto de Araujo(Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|João Batista Gabbardo (Novo Hamburgo)|PabloDrum (Porto Alegre)|Bruno Ricardo Carvalho de Souza (Porto Velho)|Justiniano Diasda Silva Júnior (Recife)|Sandro Endrigo Chiarotti (Ribeirão Preto)|Carlos Eduardo LeiteSaboya (Rio de Janeiro)|Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)|Fabio Radin(Santa Maria)|Antonio Carlos Origa Júnior (São José do Rio Preto)|Flávia ElisabeteKarrer (São José dos Campos)|Virginia Neusa Lima Cardoso (São Luís)|RolandGomes Pinheiro da Silva (São Paulo)|Edvaldo Martins Viana Júnior (Teresina)|TiagoNeder Barroca (Uberaba)|Luciola Pereira Vaconcelos (Uberlândia)|Angelo RicardoAlves da Rocha (Vitória)|Aldir Gomes Selles (Volta Redonda)CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos:Davi Duarte (Porto Alegre), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba),Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia), Juliana Varella Barca de Miranda Porto (Brasília) eElton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), Fábio Romero de SouzaRangel (João Pessoa) e Jayme de Azevedo Lima (Curitiba).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo), Rogério Rubim deMiranda Magalhães (Belo Horizonte) e Adonias Melo de Cordeiro (Fortaleza).Membro suplente: Melissa Santos Pinheiro Vassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João Carlos SaadCEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Gerente administrativa e financeira: Ana NiedjaMendes Nunes | Assistente financeira: Kelly Carvalho | Secretária administrativa:Ilka Borges

As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

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Edito

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A edição de julho da ADVOCEF em Revista traz umextenso e variado leque de temas.

A começar por um novo marco histórico: em 2011comemoramos os dez anos passados do primeiro con-curso externo realizado pela CAIXA para provimento decargos de advogados e outros profissionais. Um balan-ço do quanto mudou desde então nas histórias de vidadas pessoas e na instituição, expectativas, frustrações,aprendizados e projetos forjados a partir desta novarealidade.

Em matéria impulsionada por um artigo de autoriade um ex-integrante do Judiciário, trazemos alguns ele-mentos informativos úteis à melhoria das relações dosadvogados com os juízes. Tendo a ética como elementopropulsor dos relacionamentos, vêm a debate os princí-pios que devem reger a interação entre os operadoresdo Direito.

Histórias especiais de algumas pessoas tambémespeciais. Uma que saiu recentemente dos quadros daEmpresa, deixando boas recordações entre os que per-manecem. Outra, que honrou o nome da advocacia daCAIXA no passado, vira nome de concurso demonografias instituído pela OAB do Paraná,justificadamente.

A destacar nesta Revista, também, as últimas infor-mações a respeito do permanente esforço em torno daqualificação na arrecadação da verba honorária. Entreoutros tantos tópicos, nossos colaboradores, como sem-pre, complementam a edição com sua marca pessoal,abordando temas que interessam a todos, inclusiveaqueles tratados com bom-humor.

Eis aí mais um verdadeiro caleidoscópio de infor-mação, disponível de forma democrática, para o cresci-mento de nossa corporação.

Variações emtorno do tema

Diretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEF

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De tudo fica um poucoA

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Advogada se despede dos colegas com um poema de Drummond

Ao se despedir dos colegas daDIJUR para iniciar sua aposentado-ria, no início deste ano, a advogadaNeiva de Fátima Pereira buscou ins-piração em Carlos Drummond deAndrade para dizer que, depois de22 anos, deixava um pouco de seuna Caixa Econômica Federal. Comono poema "Resíduo":

[...]Pois de tudo fica um pouco.Fica um pouco de teu queixono queixo de tua filha.[...]Ficou um pouco de tudono pires de porcelana,dragão partido, flor branca,ficou um poucode ruga na vossa testa,retrato.Se de tudo fica um pouco,mas por que não ficariaum pouco de mim?[...]

Em 18 anos de atividade jurídi-ca, Neiva participou da criação deprodutos, discutiu projetos de lei emgrupos criados pelo governo federal,prestou assessoria jurídica às uni-dades da Matriz e priorizou, sempre,a defesa dos interesses da Empre-sa. "Tenho a sensação do dever cum-prido, pois acredito que contribuípara que a CAIXA pudesse bem cum-prir o seu papel de banco comerciale, principalmente, de banco social",afirma.

Por outro lado, Neiva se sente pri-vilegiada por ter vivido - "e ter vividointensamente" - a CAIXA, porque nelaganhou seus "tesouros mais precio-sos". Ela se refere à experiência pro-fissional e aos amigos que fez poronde trabalhou, em Uberlândia, naMatriz "e por este Brasil afora". Con-vivendo com colegas de todo o país,garante que tem amigos verdadeirosem todas as unidades.

Como diz em versos, ela também:

|||||Neiva: tantas causas, ganhas e perdidas

Aqui na CAIXA, de onde agorame despeço....De tantas causas, ganhas eperdidas.De tantos minutos, dias e anospartilhados.De tanto riso, de tanta festa.De muito choro... (ora triste,ora feliz).De rotinas, de férias e de afetos.De nossa convivência diária,enfim....Como colegas e amigos.

Seus planos para o futuro - quecomeçou a executar após as "férias"que proporcionou a si mesma até ofim de abril - incluem a abertura deum escritório em Brasília para prestarconsultoria jurídica a órgãos do gover-no federal e a outras pessoas jurídi-cas. Vai atender, principalmente, ma-térias relacionadas a Direito Imobiliá-rio e Empresarial. "Este tipo de atua-ção me dará a flexibilidade que preci-so para me dedicar à minha família,às minhas viagens (que é o que maisgosto de fazer) e a alguns projetossociais que tenho em mente."

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Honorários: avanços eperspectivasA

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Álvaro S. Weiler Jr. (*)Durante o XVII Congresso daADVOCEF em Poconé/MT, muito sediscutiu sobre honorários e a ocasiãose mostrou propícia para realizar umbalanço dos avanços e perspectivas.Sem esquecer o trabalho desenvolvi-do nos últimos doze meses, devemosolhar para frente e projetar as metaspara o próximo período, que se en-cerrará no Congresso de Fortaleza,em 2012.

Dentre as ações realizadas, sali-entamos a criação de uma pauta per-manente de negociação com a GERID(gestora do MN AE 061, que regula-menta os honorários ADVOCEF), componto de controle mensal. Tais encon-tros se mostraram extremamen-te produtivos, na medida emque são capazes de dirimir con-trovérsias, explicitar rotinas,uniformizar procedimentos epacificar interpretaçõesdissonantes em âmbito regio-nal. Para o futuro, buscamoscontar com a participação deinterlocutor da área gestora decrédito nas próximas reuniões,o que otimizará ainda mais osresultados alcançados.

O trabalho desenvolvido pe-los advogados da CAIXA foimuito elogiado pelo presidente e peloconsultor jurídico da EMGEA nassuas manifestações. Tal situação tam-bém é fruto de um trabalho de apro-ximação entre ADVOCEF e EMGEA, re-alizado nos últimos doze meses, coma intermediação da DIJUR. Da mes-ma forma, buscamos, também com aintermediação da DIJUR, dar início aum canal de comunicação direta en-tre a ADVOCEF e áreas gestoras docrédito. Por tal razão, seguimos con-vidando os gestores da área de cré-dito para participarem e palestraremno Congresso.

Estão prosseguindo as constan-tes tratativas para aperfeiçoar o pro-

cesso de conciliação contábil e repas-se da verba honorária. Sabemos quea solução definitiva não depende ex-clusivamente do Jurídico ou da Áreade Crédito, envolvendo também aÁrea de Tecnologia. Assim, sem des-cuidar das medidas de fiscalização eacompanhamento de curto prazo,buscamos viabilizar uma solução de-finitiva. Estamos estudando várias hi-póteses, dentre elas a conciliaçãoautomática dos honorários, no mo-mento em que a DLE for autentica-da, mediante a criação de um campode preenchimento obrigatório com onúmero do processo judicial (ou có-digo de expediente SIJUR).

Foi defendida a consolidação dosEncontros das Comissões de Hono-rários, realizados no mês de novem-bro, em Brasília. Após a realização do1º Encontro, em 2009, e do 2º En-contro, em 2010, não temos dúvidade que tal evento deve constar nocalendário oficial da ADVOCEF.

No que diz respeito à regulariza-ção dos repasses decorrentes dasexecuções fiscais, após algumas reu-niões, acordamos com a GEPAS ocompromisso de regularizar o repas-se mensal a partir de maio/2011 eefetuar o pagamento das diferençasdesde janeiro/2005, seguindo o se-guinte cronograma: em maio/2001,

pagamento das diferenças do perío-do entre janeiro e abril/2011; em ju-nho/2011, pagamento das diferençasdo ano 2010; em julho/2011, paga-mento das diferenças do ano 2009;em agosto/2011, pagamento das di-ferenças do ano 2008; em setembro/2011, pagamento das diferenças doano 2007; em outubro/2011, paga-mento das diferenças do ano 2006;em novembro/2011, pagamento dasdiferenças do ano 2005.

Além disso, informamos que aRSAFGBR (antiga GIFUGBR) dispo-nibiliza um relatório mensal analítico

e sintético dos valores arreca-dados no mês anterior por cadaJurídico, que pode ser acessadonos seguintes endereços: http://fge.caixa/100/relator ios/gstsbg7720 110430.htm ehttp://fge.caixa/100/relatorios/gstsbg7820 110430.htm.

Quanto aos honorários de-correntes dos imóveis adjudica-dos, também com a parceria daGERID, foi formado um grupo detrabalho na GETER queviabilizou o repasse complemen-tar de significativa quantia em

16/11/2010. O valor abrangeu aspendências desde janeiro/2001 aoutubro/2010 relativas às execuçõesjudiciais de imóveis adjudicadosoriundos do crédito imobiliário.

Apenas como exemplo de algunsassuntos que ainda estão em pautade negociação, referimos a norma-tização da incidência de honoráriosnos processos de recuperação judi-cial (antiga concordata), nas açõesde busca e apreensão de bens mó-veis (máquinas e veículos). Tais si-tuações estão abrangidas no acor-do judicial firmado entre ADVOCEFe CAIXA, porém carecem de regula-mentação das rotinas. Além disso,

|||||Álvaro: análise do trabalho feito e metas até 2012

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temos uma situação nova, criada pe-los acordos na fase pré-processual.Defendemos a participação dos ad-vogados do quadro nas audiênciasde conciliação e a fixação de honorá-rios em patamar compatível.

O sucesso só dependede nós

Conforme números apresentadosna exposição realizada no Congres-so, desde 2006 a arrecadação vemaumentando de forma constante econsistente. De 2006 a 2010 tivemosum aumento de 156% no valor anualarrecadado. Esse percentual revelaa crescente importância dos honorá-rios em relação aos demais rendimen-tos auferidos pelos advogados daCAIXA.

Quantos profissionais tiveramesse aumento no mesmo período? Etal ganho depende basicamente denós mesmos. Temos a condição pe-culiar de não estar adstritos somen-te aos eventuais reajustes salariais.Podemos elevar cada vez mais nos-sos ganhos na medida em que cola-borarmos mais para a recuperaçãojudicial do crédito. Trata-se de parce-la variável, aferida pela produtividadeda área jurídica no que tange aos va-lores recuperados. Empresa e Jurídi-co, cliente e advogado, em exata co-munhão de interesses e objetivos. Oaumento do ganho de um impacta di-retamente e positivamente no ganhodo outro.

Para tanto não podemos perder ofoco na recuperação efetiva do crédi-to, parcial ou total, no menor tempopossível, e não apenas no atendimen-to de prazos processuais, conformeprioridades estabelecidas pela DIJUR.

Continuamos defendendo o fimda terceirização dos processos de re-cuperação de crédito, permanecen-do apenas a terceirização eventual deatos processuais como ferramenta degestão. Diante da ampla liberdade deescolha da forma de utilizar a verbade terceirização, não podemos con-cordar que o gestor resolva terceirizarjustamente o processo de recupera-ção de crédito. Da mesma forma, tam-bém é incompreensível que, diante deperfis inadequados para atuar na áreade recuperação de crédito, permita-

se que a área seja utilizada para re-solver os mais diversos problemas degestão de pessoas. Todos estão norateio e a responsabilidade pelo au-mento ou diminuição da arrecadaçãodos honorários também depende di-retamente da forma como são geridasas áreas de recuperação judicial docrédito.

Sem receio de ser repetitivo, con-tinuamos incentivando todos os ad-vogados que atuam com processosde recuperação de crédito a adota-rem cada vez mais uma postura pró-ativa, tanto na esfera judicial como

extrajudicial. Não podemos esperarque o impulso e prosseguimento doprocesso de recuperação de créditoocorra por iniciativa do juiz ou muitomenos da parte contrária (devedor).O advogado da recuperação de cré-dito não pode adotar a postura reativa,aguardando pelas intimações judici-ais, pelos mutirões de conciliação pro-postos pela Justiça e pelas Campa-nhas de Recuperação da Área de Cré-

Confira o resumo dos avanços obtidos na área de Honorários:

- Pauta permanente de negociação com a GERID (gestora do MN AE 061, queregulamenta os honorários ADVOCEF);

- Processo exitoso de aproximação com a EMGEA e busca de canal direto comas áreas gestoras de crédito;

- Tratativas em curso para aperfeiçoar o processo de conciliação contábil erepasse da verba honorária;

- Repasse complementar com as pendências desde janeiro/2001 a outubro/2010 relativas às execuções judiciais de imóveis adjudicados;

- Proposta de consolidação dos Encontros das Comissões de Honorários, rea-lizados no mês de novembro, em Brasília;

- Definido cronograma com a GEPAS para regularização dos repasses de hono-rários decorrentes das execuções fiscais

Ações e resultados

Empresa e Jurídico,cliente e advogado, em

comunhão de interesses:o aumento do ganho de

um impacta diretamenteno ganho do outro

dito. Da mesma forma, não deve utili-zar o pedido de suspensão do pro-cesso como um remédio fácil para adificuldade de localizar o devedor eseus bens. A suspensão só deve serrequerida após serem esgotadas to-das as demais tentativas no sentidode recuperar o crédito.

Dentre as metas a serem atingi-das, continuamos apontando para aceleridade no ajuizamento das açõesde recuperação de crédito pelos ad-vogados do quadro (prazo D+15 apartir do recebimento pelo Jurídico dodossiê para ajuizamento), aumento donúmero de extinções no SIJUR dasações de recuperação de crédito, coma diminuição da média de idade doacervo de cada advogado, aproxima-ção das unidades jurídicas com asáreas gestoras do crédito no intuitode traçar estratégias para alcançar osobjetivos comuns e aperfeiçoar asrotinas de trabalho, com pontos decontrole periódicos.

Aproveitamos para enaltecer os Ju-rídicos que se destacaram no aumen-to da arrecadação e estimular os Jurí-dicos que continuam com arrecadaçãomuito abaixo da média nacional.

Conhecimento, conscientização,comprometimento, ação (trabalho,com iniciativa e criatividade) e fiscali-zação continuam sendo as palavrasde ordem. O aumento da arrecada-ção só depende de nós mesmos!

(*) Diretor de Honorários (*) Diretor de Honorários (*) Diretor de Honorários (*) Diretor de Honorários (*) Diretor de Honoráriosda ADda ADda ADda ADda ADVVVVVOCEFOCEFOCEFOCEFOCEF.....

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Dez anos depoisRe

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Advogados analisam a carreira iniciada com o primeiro concurso, em 2001

Valeu a pena ter sido aprovado noprimeiro concurso externo para advoga-do da CAIXA realizado em 2001? Advo-gados admitidos em junho daquele anorememoram, hoje, as expectativas daépoca e analisam como foram encami-nhados os seus projetos. Dez anos de-pois, eles falam dos pequenos e grandesfatos vivenciados nesse período, no diaa dia da área jurídica.

O concurso, de abrangêncianacional, foi um marco na histó-ria do Jurídico da CAIXA, segun-do o gerente nacional da GERID,Alessandro Maciel. "Aos que jáexerciam as atividades na Em-presa, a sensação foi de novasperspectivas. Aos que ingressa-vam nos Jurídicos, muitas vezesdistantes da cidade natal, repre-sentou a possibilidade de fazercarreira numa instituição finan-ceira sólida e reconhecida pelos serviçosprestados à sociedade brasileira."

Apesar de não estar entre os primei-ros advogados chamados em junho de2001, Alessandro faz parte, "com orgu-lho", do rol de candidatos aprovados noconcurso.

Veja, a seguir, as histórias que mar-cam a trajetória dos advogados, de 2001a 2011.

O mosquito da CAIXAAprovado no exame da OAB em dezem-

bro de 1999, o advogado Alexandre RamosBaseggio (Campo Grande/MS) passou o anode 2000 trabalhando em São Gabriel do

Oeste, em Mato Grossodo Sul. Soube do concurso por

um e-mail da OAB, mas, "curto degrana", às vésperas do encerramen-

to das inscrições, desistiu. Como sua mãese propôs a pagar os R$ 80,00, ele se ins-creveu. Um mês antes do concurso, come-çou a trabalhar 12 horas por dia, interrom-pendo os estudos. No dia da prova estavadesanimado, mas resolveu enfrentar.

"Só que na hora da saídade casa vi que não tinha ca-neta na cor requerida para oconcurso (preta). Como eraum domingo, decidi que ten-taria comprá-la na padaria do

lado de casa. Só tinha canetaazul! Por sorte, o dono da padaria,

velho conhecido e bacharel em Direito,viu minha apreensão e, a par do ocorrido,

localizou uma Bic preta no caixa da 'padoca'e me deu. Era pra ser..."

Sua intenção era permanecer na CAI-XA por uns três anos e depois passar emoutro concurso. "Ocorre que em menos deum ano fui picado pelo mosquito da CAIXA,apaixonando-me pela Empresa, pelo am-biente de trabalho e decidindo por perma-necer nela enquanto me quiserem."

Como uma luvaEm 2001, o advogado Fernando da

Silva Abs da Cruz (Porto Alegre/RS), for-mado em dezembro de 1995, advoga-va em escritório particular. Gostava dotrabalho, mas a condição de autônomo,

Valeu a penaValeu a pena, afinal, ter feito o con-

curso de 2001? Os advogados respon-dem:

"Como valeu. Eu me sinto realizadocom o trabalho que exerço, com a im-portância da nossa Empresa para o paíse para os mais carentes. Fizinúmeros amigos e não vejoa minha vida sem a presen-ça da CAIXA." (Alexandre Ra-mos Baseggio, de CampoGrande/MS)

"Com certeza! Não sabe-ria dizer, hoje, como seria mi-nha vida se não tivesse in-gressado na CAIXA. No meucaso particular, pelo menos,não reconhecer isso seria in-gratidão. (Fernando da Silva Abs da Cruz,de Porto Alegre/RS, diretor jurídico daADVOCEF)

|||||Fernando Abs

"Em resumo: valeu. Depois de dezanos continuo me divertindo, e para mimisto é muito importante. Conheci pesso-as e profissionais maravilhosos, com osquais aprendi, cresci e evoluí. Não mearrependo de nada e com certeza faria

de novo." (Grey Bellys DiasLira, de Goiânia/GO)

"Eu me encontro muitosatisfeito com as minhas ati-vidades, com a forma de atu-ação da Empresa, numa ad-vocacia ética e respeitosacom a parte contrária. Valori-zo muito também o relacio-namento com os colegas.Posso dizer que tenho váriosamigos verdadeiros, não ape-

nas companheiros de Empresa."(Luciano Paiva Nogueira, de Belo Hori-zonte/MG)

|||||Luciano:trabalho bemfeito eaposta naEmpresa

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sujeita a altos e baixos, o preocupava.Pensava sempre em encontrar um con-curso público que garantisse alguma es-tabilidade financeira sem comprometera atividade privada. O concurso da CAI-XA caiu como uma luva. Não imaginavaque em cinco anos estaria assumindouma Coordenação.

Trabalho bem feitoO advogado Luciano Paiva Nogueira

(Belo Horizonte/MG) possuía um escri-

tório particular e um sócio, em 2001. Oconcurso da CAIXA o atraiu pela estabili-dade, a remuneração maior, o prestígioda Empresa, a possibilidade de atuar emcausas de maior complexidade. "Estavamuito cansado, pois em três anos de es-critório havia conseguido tirar cinco diaspor ano de férias. Pensava que mesmoabrindo mão da possibilidade de enri-quecer na advocacia, teria uma melhorqualidade de vida." Assumiu para valer."Decidi apostar na Empresa, em fazermeu trabalho bem feito, e não procureisair imediatamente, como outros cole-gas."

Autor e protagonistaEm 2001, Grey Bellys Dias Lira, advo-

gado recém-formado, trabalhava em umescritório terceirizado da CAIXA emGoiânia e Brasília, com uma remunera-ção cinco vezes menor que a do edital.Grey lembra que pela aprovação na OABganhou um terno, com o qual tomou pos-se na CAIXA. "A vida não era fácil." Ele

De modo geral, os novos advoga-dos que assumiram em junho de 2001foram bem recebidos na CAIXA.Fernando Abs diz ter percebido, ao as-sumir, "muita cortesia e esperança" noscolegas antigos. Lembra que o Jurídicovinha de uma fase difícil, em que foicogitada, inclusive, sua terceirização."A chegada de mais de 100 advogadosde uma vez, em todas as unidades dopaís, deu novos horizontes ao Jurídicoda época."

Para Luciano Nogueira, foi ines-quecível a recepção em Uberlândia,especialmente pelo colega MarcosVinícius Ayres, que considera um dosseus mestres na CAIXA. "Tivemos atéuma 'aula inaugural' sobre o SFH, daqual nunca me esqueci." Luciano tevetambém o apoio do gerente do Jurídi-co na época, Dr. Cláudio, que lhe deusuporte e confiança, principalmentequando esteve lotado sozinho emUberaba, pois sua colega estava de li-cença maternidade.

Também Alexandre Baseggio dizque foi e é tratado até hoje com "verda-deira amizade", o que o ajudou a enten-der a CAIXA, especialmente FGTS e SFH,

A chegada dos novos"que me eram como uma verdadeira es-finge".

Como Sandy e JúniorCom o advogado Grey Lira as coisas

aconteceram de modo diferente. Ele con-ta que foi recebido com muita ressalva."Era um momento de turbulência na áreajurídica, onde ainda vigia o RH008, fatoeste que, associado à'pressão' para assinaturado acordo de jornadapara oito horas, tornavapouco propícia a boa re-cepção de empregadosnovos recebendo saláriobastante inferior." Greynota que havia ainda asações que questionavama ascensão de escriturá-rios ao cargo de advoga-do após a Constituição de1988.

"Existia a desconfian-ça e, para muitos, nós éra-mos uma ameaça patro-cinada pela administra-ção. Lembro-me que até fui convidado adeixar uma reunião de advogados, pois,

'a partir daquele momento iria se tratarde questões que não eram de interessedos advogados novos'."

Segundo Grey, os advogados eramchamados de "Sandy e Júnior", aludin-do à dupla sertaneja que era questiona-da, inclusive, pela idade. Os novos fica-ram conhecidos também como "genéri-cos", conta Grey, "pois fazíamos o mes-

mo efeito e custávamosbem menos". Hoje, Greyavalia que foi o preço dopioneirismo, que só otempo resolve.

|||||Alexandre: prova da importânciada CAIXA, a aprovação...

|||||...foi notícia de jornal na época

|||||Alessandro:boasperspectivaspara novos eantigos

sabia que a CAIXA era um bom lugar parase trabalhar, que propiciaria certa estabi-lidade financeira enquanto prospectassevoos maiores.

Em suas contas, ficaria cinco anosna Empresa, ganharia experiência e se-guiria novos caminhos. Mas as oportuni-dades apareceram na própria CAIXA, emPorto Velho/RO, onde fez amigos e cres-ceu, profissional e pessoalmente. Tam-bém trabalhou na GETEN, conhecendouma outra faceta da Empresa. E quandoteve, por razões pessoais, de voltar paraGoiânia, seu pedido foi acolhido. "Ouseja, a Empresa permite que se sejaautor e protagonista de sua própria his-tória."

O período que passouO advogado Grey fez sua análise so-

bre os dez anos: "Muita coisa mudou,pois os dirigentes mudaram, as pessoasmudaram, e muita coisa precisa mudar,mas o mais importante é que estamosdispostos a caminhar".

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Para Luciano Nogueira, os primeirosanos, até 2003, foram um pouco frus-trantes, sem maiores perspectivas.Com mudanças na DIJUR, surgiu umamaior preocupação com a remuneraçãoe as condições de trabalho. Reduzida aterceirização, foram contratados advo-gados e estruturados os Jurídicos.Luciano assumiu a Coordenação da uni-dade. "Posso dizer que as melhoriasocorridas no Jurídico da CAIXA desde aminha admissão superaram minhasmelhores expectativas."

A avaliação de Alexandre Baseggiotambém registra avanços no período,destacando inovações como as CTN,mais advogados, equipamentos deinformática. "Embora entenda que os sa-lários devam ser majorados a fim deadequá-los à realidade da advocacia pú-

A primeira impressão sobre aADVOCEF foi passada ao advogado Ale-xandre Baseggio pelos colegas da suaunidade, ainda antes do período deintegração. "Falaram que era ótima As-sociação e que eu devia me associar oquanto antes." Aimpressão seconfirmou. "Pas-samos por váriasgestões daADVOCEF, algu-mas mais turbu-lentas, outrasmenos, mas nofinal, estamossempre unidos,porque é assimque progredi-mos."

No início,Grey Lira percebiaa ADVOCEF comouma entidadedistante, merarepassadora dehonorários (irrisó-rios, na época), com interesses voltadospara os advogados mais antigos. "E poroutro lado, nós, a maioria dos recém-che-gados, estávamos com os olhos volta-dos para as oportunidades que existiamfora da Empresa. Não éramos ouvidos,não impúnhamos nossa voz ou talveznão quiséssemos fazê-lo."

A evolução da ADVOCEF

|||||Encerramento do XVII Congresso da ADVOCEF, em Poconé/MT, em junho de 2011

No entanto, em pouco tempo os no-vos se tornaram muitos e as vozes se mul-tiplicaram, diz Grey. "As cicatrizes das ba-talhas passadas se uniram à necessida-de de novas lutas. E nesse momento per-cebi nossa Associação ganhar corpo, cres-

cer, assumir o papel que efetivamente éseu. Daí surgiram grandes conquistas."

Do embate para o debateA relação de Fernando Abs com a

ADVOCEF começou cedo, quando o pre-sidente era Luis Fernando Miguel, de Por-to Alegre. Abs trabalhava por perto dos

colegas Davi Duarte, Roberto Maia eAmanda Cardoso, envolvidos com a As-sociação, e assim a criação de vínculosfoi natural. Em agosto de 2001 já esta-va indo ao 7º Congresso, em Brasília.

"A evolução da entidade, neste perí-odo, foi impressio-nante", diz Fernando,lembrando o aumen-to dos rateios de ho-norários. "Além disso,a entidade tem seprofissionalizadocada vez mais. Seupatrimônio apresen-ta constante cresci-mento e o nomeADVOCEF, hoje, temuma penetraçãoinstitucional incrivel-mente grande. Muitagente importantesabe quem é, o quefaz, e respeita aADVOCEF."

Participante deseis congressos,

Luciano Nogueira vê que a ADVOCEFevolui com a carreira. "Tivemos momen-tos em que houve uma exasperaçãoda categoria, uma postura de procurarmais o embate. Creio que evoluímospara o debate, o que somente fez cres-cer o respeito da ADVOCEF interna eexternamente."

blica e das nossas responsabilidades,não posso deixar de admitir que houvemelhoras."

Fernando Abs considera que a CAIXAainda pode melhorar bastante as condi-ções de trabalho e o Plano de Carreira -mas diz que é impossível não admitir quemuita coisa foi conquistada nesses dezanos, com a dedicação dos colegas, daADVOCEF e da DIJUR. "Bem ou mal, desdeque ingressei na Empresa, todos os anostivemos aumento salarial, e, pelo menos,duas reestruturações de carreira."

Os próximos dez anosPara os próximos 10 anos, Alexan-

dre Baseggio espera ver a extinção dasdisparidades entre os advogados da CAI-XA, aumento gradativo dos honorários ea consolidação da atuação na advocacia

pública, como um exemplo a ser seguidopelos demais operadores do Direito.

Fernando Abs: "Que a empresa reco-nheça o quanto podemos colaborar paraatingir suas metas e nos respeite cadavez mais por isso, prestigiando-nos e re-compensando-nos à altura de nosso me-recimento. Permitindo que não tenhamosmais nenhuma pretensão por outras car-reiras jurídicas, convictos de que o traba-lho no Jurídico da CAIXA é, de fato, o quede melhor existe na advocacia públicadeste país!"

Grey Lira: "O futuro é incerto, mas es-pero continuar me divertindo, e enquan-to estiver divertido não sairei da CAIXA."

Luciano Nogueira: "Enquanto tivermotivação e saúde, pretendo continuaradvogando, pois a atuação no Direito merealiza como profissional".

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ANPEPF empossa diretores

| Posse

Dois representantes da ADVOCEF integram a Diretoria

O presidente da ADVOCEF, CarlosCastro, compareceu à posse da DiretoriaExecutiva da ANPEPF (Associação Naci-onal dos Procuradores das EmpresasPúblicas Federais), ocorrida em 1º de ju-lho, no Pleno da OAB do Distrito Federal.A CAIXA é representada, na entidade,pelos advogados Felipe Mattos e LucianoAmâncio Caixeta.

Participaram do evento o advogado-geral da União substituto, Fernando LuizAlbuquerque Faria; o presidente da OABdo Distrito Federal, Francisco CaputoNeto; o vice-presidente da Seccional,Ermens Pereira de Souza; a conselheirafederal e presidente da Comissão Nacio-nal de Advocacia Pública, Meire Mota; apresidente da ANAJUR (Associação Naci-onal dos Membros das Carreiras da Ad-vocacia-Geral da União), Joana D'Arc Vazde Mello; além de conselheiros seccio-

nais e representantes dasestatais.

Confira quem são os in-tegrantes da Diretoria daANPEPF:

- Presidência: Otávio Ro-cha dos Santos e PatríciaVieira Figueiredo (Dataprev).

- Vice-Presidência: Mar-celo Leles e Luciana Caldei-ra (ECT).

- Tesouraria: AlexandreVentin e Pedro Anísio deCamargo Alves (Embrapa).

- Vice-Tesouraria: EstherFilgueira (Serpro) e Evelise Bergamo(Infraero).

- Secretaria Geral: Tulio Pinheiro eAlessandro Reis (Codevasf).

- Vice-Secretaria Geral: Saulo Sérvioe Vanessa Costa (Codevasf).

- Relações Institucionais: FelipeMattos e Luciano Amâncio Caixeta (CAI-XA).

- Vice-Relações Institucionais:Tarciso Melo e Fernando Gomes Oliveira(Conab).

Visita da China

| Institucional

ADVOCEF acompanha delegação bancária chinesa em visita ao STJ

O presidente da ADVOCEF,Carlos Castro, e os dirigentes daCONTEC acompanharam a dele-gação sindical bancária da China,em visita ao Superior Tribunal deJustiça. Foram recebidos, em 6 dejulho, pelo ministro Antonio CarlosFerreira (ex-diretor jurídico da CAI-XA, recém-empossado no STJ),que levou os visitantes para co-nhecer as instalações do Tribunal.

Participaram do evento WangHongzhang, Zhang Dongfeng eZhai Xiaohua, representantes do

Sindicato Nacional de Finançasda China; Bi Enyuan, do Sindicatode Regulação e Administração daBolsa da China; Wang Xuelei, doBanco do Povo da China, e LiJingfang, da Federação Nacionaldos Sindicatos da China.

Pela CONTEC, estavam pre-sentes o presidente Lourenço doPrado, a diretora financeiraRumiko Tanaka, o secretário ge-ral Gilberto Vieira e o diretor dePrevidência Isaú JoaquimChacon.

|||||Ministro Antonio Carlos, do STJ, recebe sindicalistas chineses

|||||Na posse da ANPEPF (da esq. para a dir.): Joana D'Arc Mello, presidenteda ANAJUR; Emens Souza, vice-presidente da OAB/DF; Francisco Caputo,

presidente da OAB/DF; Otavio Rocha, presidente da ANPEPF; FernandoLuiz Faria, ministro da AGU substituto; Carlos Castro, presidente da

ADVOCEF; e Meire Mota, presidente da Comissão Nacional de Advocacia

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Relações nos tribunaisJu

dici

ário

Como manter um bom relacionamento entre advogados e juízes

O desembargador federal aposen-tado Vladimir Passos de Freitas susten-ta que o sucesso nos tribunais depen-de, principalmente, de bom senso esensibilidade. Em artigo publicado re-centemente (*), o juiz afirma que ossentimentos movem as pessoas – nocaso, advogados e magistrados –,que ora são racionais e meti-culosas, ora são sensíveisdemais, ofendendo-se, porexemplo, porque alguém es-queceu um cumprimento. Osegredo para manter em altonível o relacionamento no Ju-diciário – que pode influenciar adecisão judicial – é o equilíbrio, deacordo com o desembargador.

Nesta reportagem, advogados daCAIXA se expressam sobre o tema, con-tam suas experiências e respondem àquestão: há normas específicas que de-vem ser levadas em conta no relacio-namento com os juízes?

Considerando o assunto “carrega-do de subjetividades”, o advogadoHenrique Chagas, da Extensão JurídicaPresidente Prudente/SP, defende queo relacionamento com quaisquer auto-ridades esteja focado sempre no Códi-go de Ética. “Algo dispensável de se di-zer, embora muita subjetividade envol-va a escolha dos parâmetros e limitesdas condutas éticas, por nossa parte oupor parte da autoridade judicial, espe-cialmente nesta época de ‘pós-modernidade.’”

Henrique acha que mais importan-te que o uso do bom senso é agir comtransparência e verdade. “A mesma fra-

se escrita por quem tem uma posturaética adequada por certo influenciarámuito mais o julgador do que quandoescrita por alguém cuja conduta nãoseja tão transparente e verdadeira.”

A advogada Isabel de FátimaFerreira Gomes, do Jurídico Brasília, vêa opinião do magistrado como uma im-portante contribuição aos jovens advo-gados, que muitas vezes, “com a pai-xão própria da idade, são seduzidospelas teses jurídicas e as põem comoum enunciado de fé, desconhecendo

que para além das razões apresenta-das existe a valoração pessoal das ver-dades jurídicas e neste ponto a sensi-bilidade deve estar ao lado da razão.”

Ex-ouvidora da CAIXA, a advogada tam-bém acredita que as normas do relaciona-mento com o juiz são iguais às dos diver-sos relacionamentos humanos: "Polidez,

cortesia, boa vontade, tolerância e, sobre-tudo, humildade para acatar as dife-

rentes percepções da realidadepelo outro, notadamente por-que os advogados trabalha-mos com conflitos e cada par-te tem a sua verdade".

Isabel diz que teve excelentes pro-fessores dessas virtudes, destacando,como contemporâneos do seu início decarreira, os advogados Dilson, Ademir,Renato Dias e Spisla. “Admito que meuaprendizado não foi bem sucedido, ja-mais me igualei a eles, mas ainda ostenho como modelo.”

Pedinte, não subservienteO 2º tesoureiro da ADVOCEF,

Estanislau Luciano de Oliveira, recomen-da, para os contatos com juízes, urbani-dade, bom senso e “tudo o que se deveter numa relação entre o pedinte e o for-

Sem cara feiaDicas extraídas do artigo do desem-

bargador aposentado Vladimir Passos deFreitas, para o bom relacionamento noJudiciário:! Na primeira ins-

tância, principalmentenas pequenas comarcas,nunca se deve atritar como escrivão. Juízes pas-sam, ele fica.! Despachar pesso-

almente, só em situaçõesexcepcionais. Ao procurarexplicar o caso, seja objetivo e delicado.! Nas audiências vá preparado.

Leia o processo.

! Não faça perguntas inúteis. Nãoprovoque um conflito a cada divergência.! Proferida a sentença, se venci-

do, apele e, nas razões,ataque a fundamenta-ção, não o juiz prolator.! Uma vez distribu-

ído o recurso, pesquisaras características dorelator, para adequar adefesa da tese ao seuperfil.! Se perder, nada de

sair com cara feia. O advogado inteligen-te sabe que aquele é apenas um dosmuitos recursos que terá na sua vida.

|||||Morone:chamar o juizde 'você' éinimaginável

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necedor”. Entende que, por exercer umdos poderes da República, o juiz não temalterada a sua natureza de ser humano,limitada pelo Estado de direito. Essa com-preensão, sem confundir o homem comos atos do juiz, contribui para o relaciona-mento, diz Estanislau. Isto é, apesar de pe-dinte assumido, o advogado não é subser-viente ao juiz. “Pede o que é de direito aoseu constituinte e, se necessário, briga, nãocom o juiz, mas com os atos do Poder Judi-ciário.”

O consultor jurídico Satiro Lazaro daCunha lembra que a Constituição de 1988tornou o advogado reconhecido como in-dispensável à administração da justiça.“Seus atos constituem múnus público, con-forme a Constituição Federal, artigo 133, eo vigente Estatuto da Advocacia e da OAB.”Assim, sublinha Satiro, o advogado se en-contra, por força de lei, no mesmo planohierárquico que os magistrados. Alerta que

se o juiz faltar ao respeito com o advogadoestará violando também o artigo 35 da LeiOrgânica da Magistratura Nacional (Loman),LC 35, de 1979.

Atenção sem intimidadesA norma mais importante, na avalia-

ção do advogado Francisco Spisla, da Ex-tensão Jurídica Londrina/PR, é tratar o juiz“como um profissional do Direito, um tra-balhador igual a você”. A função dele podeaté ser considerada a mais importante noprocesso, mas para exercê-la existem asmesmas exigências e atenções merecidaspelas partes. “Nada de intimidades, nãoexpor o óbvio, não ser repetitivo, não gas-tar tempo com questões banais cujo pedi-do pode ser deferido sem grandes expli-cações.”

Spisla revela que durante muito tem-po foi avesso a um contato mais diretocom os juízes. Considerava que, se nãopudesse expor em suas petições de for-ma clara o direito devido, não teria por quepedir a mesma coisa pessoalmente. Aoassumir a Coordenação da unidade jurídi-ca, mudou de ideia. “Acabei por descobrirque o contato pessoal é enriquecedor eabre inúmeras portas que somente esta-vam esperando que alguém lhes pusessea mão no trinco.”

Nas visitas institucionais feitas pararepisar alguma questão processual, Spislaprocura iniciar a conversa sem compromis-so, mesmo porque conhece todos os

juízes da sua região. Dessa forma, atravésde uma espécie de “amizade profissional”,entre os assuntos variados pode incluir oda causa.

Outra norma importante, segundoSpisla, é conhecer bem o tema que seráabordado. Se se trata de ajudar em causaalheia, aproveitando a intimidade com ojuiz, é bom ir acompanhado do autor doprocesso. Adverte que nas audiências nun-ca se deve levar assuntos particulares, dotipo “Olha, depois do expediente estou lheesperando no Bar Budo para aquelacachacinha”.

O advogado da CAIXAIsabel Gomes acredita que o advoga-

do da CAIXA, por defender o interesse pú-blico, terá maior facilidade em demons-trar ao juiz a isenção do seu posicio-namento jurídico, considerando que adefesa do interesse particular pode sermais tendenciosa. “Na minha experiên-

Lembrando Jânio QuadrosNo início de sua carreira, o advogado Satiro Lazaro da

Cunha decidiu procurar um juiz que fora colega de faculdadee vizinho que muitas vezes utilizou a carona de seu carro.Com o convívio, ficaram amigos íntimos - aomenos era o que supunha. Patrocinando umaação de conversão de separação judicial emdivórcio, Satiro dirigiu-se ao tribunal convicto deque o ex-colega não colocaria qualquer obstá-culo a uma audiência informal. Ao chegar, depa-rou-se com o juiz, que fez uma breve saudaçãoe seguiu seu caminho a passos largos até o halldos elevadores. Satiro seguiu-o:

- Meu caro, tudo bem? Olha, tem um pro-cesso aqui da vara de família... Como é divórcioconsensual, eu queria, se possível, uma audi-ência com este casal, entre uma audiência nor-mal e outra. Como é coisa rápida...

Para sua surpresa, como se nunca o ti-vesse visto, com voz grave e pausada, o magistrado dis-se-lhe:

- Doutor, isso não é assunto para ser tratado com o juiz noscorredores de um tribunal. Dirija-se à minha diretora de Secre-taria e marque a audiência normalmente, como sói acontecer

nas varas em que atuo como juiz de Direito."E virando as costas entrou no elevador, dei-

xando-me perplexo e envergonhado diante docasal que me acompanhava. Naquele dia, fuipara casa muito chateado e com o firme propó-sito de que, intimidade com juiz, fosse quemfosse, nunca mais."

Satiro lembrou, na ocasião, de uma entre-vista concedida pelo ex-presidente Jânio Qua-dros, em sua volta ao Brasil, em meados dosanos setenta, respondendo a um jornalista queousou tratá-lo por você:

- Senhor jornalista, peço-lheencarecidamente que, quando se dirigir à mi-nha pessoa, chame-me de senhor. Porque a inti-

midade não é boa nem de pai para filho. E se não sou seu pai,por conseguinte, o senhor não é meu filho...

|||||Jânio: se eu não sou seu pai...

|||||Henrique:importante ésertransparente

|||||Isabel:contribuição

aos jovensadvogados

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Judi

ciár

iocia no Contencioso, esta foi uma abor-dagem com a qual sempre obtive aempatia e consequente boa vontade dosjuízes.”

Henrique Chagas endossa: “Carrega-mos a marca CAIXA nas nossas ativida-des. Somos tratados com distinção namesma proporção que os demais advo-gados públicos, com respeito e dignida-de”.

Francisco Spisla também acha que acondição de advogado da Empresa fazalguma diferença na relação com o juiz,o que se justifica pelo comprometimentocom a cliente, diverso do comprometi-mento dos outros advogados com seusconstituintes. “A derrota ou a vitória nostocam diretamente. Guardadas as devi-das proporções, é como se estivéssemosatuando em causa própria.” Os juízespercebem isso, segundo Spisla, e aten-dem de forma diferente, não como privi-légio, mas com “uma consideração tal-vez um pouco mais respeitosa”.

Já Estanislau de Oliveira consideraque não há diferença. Afora as normascontidas nos Estatutos da OAB e da Ma-gistratura e na Constituição Federal de1988, “há sempre que se considerar aconduta ética tanto do advogado comodo juiz e deve-se buscar o equilíbrio narelação, com o uso ordinário do bom sen-so, que não prejudica nenhum tipo derelação”.

Vozes da experiênciaNas conversas com juízes, falar so-

mente o necessário, focando a informa-ção processual ou de mérito, aconselhao advogado Henrique Chagas. “Isto é, res-ponder apenas o que foi perguntado, anão ser que a nossa questão jurídica es-teja relacionada e uma pitada de pimen-ta seja interessante.”

Henrique, que diz se posicionar sem-pre de forma transparente, não recomen-da fazer de conta que não se vê o queestá nos autos, quando desfavorável. Aocontrário, sabe que, diante de quaisquerfatos, é necessário dar uma interpreta-ção kelseniana, dentro de uma lógica quetenha juridicidade. “Por exemplo: colocartodas as interpretações possíveis para osfatos e escolher aquela que é benéficaao cliente CAIXA. Evidentemente, o juiztambém fará a sua escolha, pois sabeque a do advogado é previsível, honestae transparente, mesmo que, eventual-mente, ele [juiz] possa escolher outra –passível, é claro, de recurso.”

Não é bom forçar para ser simpáticoe agradável, diz Francisco Spisla. Ao con-trário, deve-se ser natural, principalmen-te nas audiências. “E nunca fazer amiza-de com o magistrado com segundas in-tenções. Aliás, isso não será amizade.”Nunca tratar de processos nos encontrossociais, como nas mesas de boteco ounos encontros de escola dos filhos. “Essaamizade será mais bem utilizada nasaudiências institucionais, no ambiente dotrabalho.”

Para o advogado José Morone, daDIJUR, discrição e objetividade são essen-ciais, seja por meio de petições, despa-chos pessoais, audiências ou entrega dememoriais. Mesmo quando uma longaconvivência se transforma em amizade, oadvogado, no exercício de suas funções,deve saber manter o equilíbrio. “Mostrarintimidade chamando o juiz de ‘você’(inimaginável!!) numa audiência, por exem-plo, ou nos corredores do Fórum ou tribu-nal, ou mesmo cumprimentando-o de for-ma espalhafatosa em lugares públicos,denota não só falta da devida compostu-ra, como deixa transparecer a eventual ne-cessidade de ‘aparecer’ ou de mostrar

A advogada Isabel Gomes teve mai-or contato com juízes na época em quetrabalhou com empreendimentos-pro-blema, quando ainda era "umakamikaze da causa da CAIXA". Por outrolado, a pretensão do movimento de mu-tuários por seus advogados era que aCAIXA os reembolsasse pelos valoressuperfaturados dos imóveis. "Aconteceque a CAIXA nãovendera os imó-veis, apenas os fi-nanciara, e assimera tão vítima dosuperfaturamentoquanto eles."

Naquele mo-mento, Isabel per-cebeu que algunsjuízes que tam-bém pagavam altas prestações de fi-nanciamento imobiliário tendiam a seidentificar com os mutuários e acatarseus argumentos. Conta que isso a ins-pirou a trazer a discussão para uma re-alidade concreta, usando exemplossimples. Se um banco financiar um car-

O valor do carroro e este carro sofrer um acidente e per-der seu valor, o banco poderia ser for-çado a adequar o valor da dívida aovalor do bem e assim diminuir a presta-ção?

"É claro que todos admitiam queisso seria impossível. Fui percebendonas audiências que os juízes eram maissensíveis a argumentos tão prosaicos

como este do queas relevantes ra-zões jurídicas queapresentávamosem nossas peti-ções. Eu ficavapasma com a 'hu-manidade' do juizque se sentia tãovulnerável diantede um extrato de

habitação quanto uma pessoa comum,porque aquilo desbordava do seu sa-ber jurídico. Então, uma explicação arit-mética, que se faria a qualquer pessoacomum, o convencia mais do que todoo "pacta sunt servanda" que era nossocredo da época!"

|||||Se o carro desvaloriza, a dívida no banco diminui?

para terceiros o seu (suposto) grau de inti-midade com determinado juiz.”

O consultor jurídico Satiro prefere queo contato com o juiz ocorra por meio depetição ou em audiência. “Despachar pes-soalmente, somente em situações excep-cionais, sendo que, ao explicar o caso,deve-se ser objetivo e delicado, evitandoexplicações minuciosas, posto que issopoderá originar má vontade e não se podeperder de vista que a vida moderna é di-nâmica e ninguém tem tempo a perder.”

(*) “Razão e sensibilidade sãoindispensáveis nos Tribunais”, publica-

do em www.conjur.com.br.

|||||Desemb.Vladimir:

conselhos paramanter o

equilíbrio

Foto

: Per

sona

gem

do

film

e"C

arro

s 2".

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Não há regras ou normas que defi-nam o relacionamento entre juízes e ad-vogados, senão aquelas vetustas cons-tantes de alguns códigos, e que "determi-nam" como os juízes devem ser chama-dos, onde o advogado deve se sentar, etcetc etc.

Inclusive, recentemente, vimos umaverdadeira lição de igualdade, quando umjuiz solicitou ao advogado que tomasseassento ao seu lado, na mesma "altura"do representante do Ministério Público, edo próprio juízo. Tal decisão, imediatamen-te cassada pela Corte, demonstra não sóa pequenez daqueles que se sentiramincomodados por ter um advogado aolado, "no mesmo nível", como também asoberba incompreensível da instância su-perior... (Dura lex, sed lex!)

De qualquer forma, a regra básica éaquela que trazemos do berço, que apren-demos em casa, com os nossos pais:educação, simpatia, humildade e estudo,muito estudo.

O advogado se impõe pela sua pos-tura firme e honesta, pelo seu conheci-mento do assunto, pelas suas colocaçõesfundamentadas. Somente o tempo e adedicação poderão transformar o relaci-onamento profissional em amizade e res-peito mútuos. Ser simpático e cordial nãoé sinônimo de subserviência. Tampoucoinduz na tergiversação dos direitos do cli-ente.

Em muitas ocasiões nos deparamoscom situações de verdadeiro combate,onde divergimos (ou o juiz diverge) abso-luta e completamente de uma decisão; asituação pode ser mais grave, ou delica-da, quando estamos despachando pes-soalmente, ou durante uma audiência,quando os nervos ficam exacerbados.Mesmo assim, a postura deve ter a mes-ma firmeza, sempre respeitosa, mas in-transigente. Discordar de uma decisãojudicial, ou vice-versa, não pode ser vistocomo ofensa pessoal. Apenas do pontode vista se diverge, sem que haja qual-quer afronta ou desrespeito. A satisfaçãode um advogado ao ver trechos de sua

peça transcritos num acórdão é inversa-mente proporcional àquele"despachinho" que indefere uma inicial!Não deve diferir muito, também, para ojuiz, daquele acórdão que dá integral pro-vimento ao nosso apelo!

Esse é o dia a dia dos advogados edos juízes. Não pode haver inimizades,carrancas, desconfianças. Ambos têmpapel relevante e a convivência harmoni-osa torna muito mais fácil o desempe-nho de suas funções. Os litigantes são aspartes, não os advogados e juízes.

Na esteira das reflexões do Dr. Vladimir,de se ressaltar como indispensável conhe-cer o pensamento do julgador. Sempreressaltei aos meus alunos, tanto da gradu-ação, como da pós (principalmente), a

necessidade de estudarmos os julgadosmais recentes do juiz ou desembargador/ministro que irá apreciar seu pedido/re-curso. Antes mesmo de propor uma ação,é indispensável consultarmos a jurispru-dência mais recente sobre o assunto.Quando da interposição de um recurso,temos que conhecer os acórdãos daqueledeterminado tribunal, notadamente aque-les em que o "nosso relator" foi voto ven-cedor. Assim, indispensável estudarmos osacórdãos de determinada turma ou câma-ra, inclusive os contrários às nossas teses,para podermos rebatê-los com argumen-tos robustos.

Dentre as lições do Dr. Vladimir, acres-centaria alguns alertas (ou conselhos que,a esta altura, já me atrevo a dar). Porexemplo, se o relator do seu recurso jáapreciou caso análogo, transcreva suadecisão no corpo do recurso. Da mesma

forma, outros julgados da mesma turmaou câmara. Por outro lado, deve-se evitar,num recurso ou ação origináriaendereçada ao Supremo Tribunal Fede-ral, citar jurisprudência de tribunais dejustiça. Da mesma forma, num processoque ainda tramita em primeira instância,deve-se procurar jurisprudência preferen-cialmente do tribunal daquele Estado;não que seja uma afronta, mas coloque-se no lugar do magistrado do Estado Xque recebe a sua inicial ou contestaçãorepleta de jurisprudência de outros Esta-dos. A hipótese não se aplica, por óbvio,àqueles assuntos em que não há juris-prudência local.

Todo cuidado é pouco, também, comtranscrições de transcrições. Com os re-cursos que temos hoje, é aconselhávelconferir uma transcrição que não tenhasido obtida por nós mesmos. Não custanada, com meia dúzia de cliques,acessarmos o acórdão e conferir seu nú-mero, data, tribunal etc. Da mesma for-ma, nesta era do "recorta e cola", indis-pensável conferir se determinada normacitada ainda se encontra em vigor. Podeparecer óbvio, mas já tive o dissabor deconstatar que um advogado da parte con-trária havia adulterado, em flagrante má-fé, uma transcrição de acórdão. Da mes-ma forma, outro "colega" da parte contrá-ria, que havia citado um artigo do Códigode 39 (para os mais jovens, do Código deProcesso Civil de 1939), em plena déca-da de 1980!

Assim, somente o convívio diário noscorredores dos fóruns e tribunais, nosdespachos e sustentações com os juízese tribunais pode trazer a experiência e oreconhecimento recíproco ao advogadoe ao juiz. Acresça-se a isso a participaçãoem seminários, cursos e congressos, oca-siões em que é possível um contato maispróximo entre magistrados e advogados.

(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXAem Brasília/DFem Brasília/DFem Brasília/DFem Brasília/DFem Brasília/DF.....

| Artigo

Dura lex, sed lexJosé Morone (*)

"Os litigantes são aspartes, não os

advogados e juízes."

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Vale

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sabe

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Condomínio. Dívida. Responsabilidadedo adquirente. TRF 1

“5. Na ausência de prova em contrário, o demonstrativo dedébito elaborado pelo síndico ou seu representante é sufici-ente para atestar o montante devido das parcelascondominiais. Precedentes. No caso, estão presentes planilhade débito, ata de assembleia e a convenção de condomínio,na qual estão previstos, para o caso de atraso no pagamen-to, multa de 10% (dez por cento) sobre o valor do débito ejuros moratórios de 1% (um por cento) ao mês. 6. A taxa decondomínio possui natureza de obrigação propter rem, ouseja, o proprietário do bem responde pela dívida em razão dodomínio, e esta responsabilidade alcança, inclusive, as par-celas anteriores à aquisição (Cf. AC 1997.38.00.060397-8/MG).” (TRF 1, AC 2007.33.00.002028-4 BA, Quinta Turma,Rel. Des. João Batista Moreira, DJe 10/jun/2011.)

Rápidas

Execução fiscal extinta por suposto pagamento.Informação equivocada do exequente. Anulação

de ofício da sentença. Possibilidade. TRF 1“1. Partindo o magistrado de pressuposto fático equivocado(errônea indicação do pagamento da dívida pela FN, funda-da, no caso, em consultas de CDA’s sem pertinência com aEF), a sentença é nula de pleno direito, notadamente por setratar de execução de crédito público, indisponível por exce-lência. Manter a sentença nos termos em que proferida cons-tituirá enriquecimento ilícito do contribuinte agravante.” (TRF1, AI 0067747-50.2010.4.01.0000 DF, Sétima Turma, Rel.Des. Luciano Tolentino Amaral, DJe 10/jun/2011.)

SFH. Execução extrajudicial. Imissão na posse.Possibilidade. TRF 1

“2. Quanto ao mérito, consumado o leilão extrajudicial, coma subsequente transferência do domínio do imóvel pelo re-gistro da carta de arrematação no competente CRI, não sub-siste o direito do mutuário de ser mantido na posse do imó-vel, ainda mais porque, estando inadimplente, não ajuizouação própria para obstar a realização do leilão, nem compro-vou a quitação ou consignação do valor do débito (DL 70/66,art. 37, parágrafos 2º e 3º). 3. A imissão na posse somentepoderá ser indeferida se o devedor comprovar “que resgatouou consignou judicialmente o valor de seu débito, antes doprimeiro ou do segundo público leilão” (§ 3º do art. 38 do DLn. 70/66).” (TRF 1, AC 2006.38.01.001433-6 MG, QuintaTurma, Rel. Des. Federal Fagundes de Deus, DJe 10/jun/2011.)

PAR. Reintegração. Cumulação de pedidos.Possibilidade. TRF 4

“1. O Programa de Arrendamento Residencial - PAR é planoespecial de aquisição da casa própria, com condições definanciamento diversas do SFI e do SFH. Regulado pela Lei10.188/01, trata-se de arrendamento de imóvel em que oarrendante adquire a propriedade resolúvel e a posse indire-ta condições, enquanto o arrendatário tem a posse direta. 2.Em caso de inadimplemento da taxa de arrendamento, cabí-vel a reintegração do imóvel ao arrendatário, bem como opagamento das taxas em atraso.” (TRF 4 5000249-56.2011.404.7201 SC, Terceira Turma, Rel. Des. Maria Lú-cia Luz Leiria, DJe 22/jun/2011.)

Penhora on line. Tratamento. Vigência daLei n° 11.382/2006. STJ

“III - Contudo, para melhor aplicação do novel diploma legal,a jurisprudência desta Corte Superior estabeleceu dois en-tendimentos, tendo como norte a vigência da Lei n.º 11.382/2006. Nesse contexto, se o pedido de penhora on line forrequerido antes da vigência da Lei n.º 11.382/2006, enten-de-se que tal medida é cabível apenas quando o exequentecomprovar que exauriu as vias extrajudiciais de busca dosbens do executado. Todavia, se o pedido de penhora on linefor realizado após a vigência da supracitada lei, a orientaçãoassente é no sentido de que essa penhora não exige mais acomprovação de esgotamento de vias extrajudiciais de bus-ca de bens a serem penhorados. Na espécie, o pedido depenhora on line realizou-se na vigência do novo diploma le-gal.” (STJ, REsp 1.159.807 ES, Terceira Turma, Rel. MassamiUyeda, DJe 29/jun/2011.)

Prazo. Sentença proferida em audiência. TRF 1“2. O prazo para interposição de recurso contra sentençaproferida em audiência, conta-se a partir de sua realização.No mais, a presença ou não das partes no ato, desde quedevidamente intimados da designação da audiência, não temo condão de modificar o início da fluência do prazo recursal,sendo aplicável o preceituado nos arts. 506 e 242, § 1° doCPC.” (TRF 1, AI 0011580-13.2010.4.01.0000 GO, Segun-da Turma, Rel. Des. Francisco de Assis Betti, DJe 01/jul/2011.)

SFH. Seguro sem reflexos no FCVS. Competênciada Justiça Estadual. TRF 4.

“A controvérsia entre seguradora e mutuário, sem efeito dire-to sobre o Fundo de Compensação de Variações Salariais(FCVS) ou comprometimento dos recursos do Sistema Finan-ceiro da Habitação, afasta o interesse da Caixa EconômicaFederal, e a competência federal para processamento e jul-gamento do litígio, nos moldes do art. 109, I, da CF. A compe-tência para julgamento do referido feito é da Justiça estadu-al.” (TRF 4, AI 5008625-37.2010.404.0000 RS, Quarta Tur-ma, Rel. Des. Silvia Maria Gonçalves Goraieb, DJe 01/jul/2011.)

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Julho | 2011

| Vale a pena saber

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Elaboração

Jefferson Douglas Soares e Giuliano D'Andrea.

Sugestões ou comentários dos colegas podem ser encaminhadospara os endereços:

[email protected] e [email protected].

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SE-GURANÇA. SEGURO-DESEMPREGO. LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAI-XA ECONÔMICA FEDERAL. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARAA CONCESSÃO DA LIMINAR. I - Caixa Econômica Federal é a respon-sável pelas despesas do seguro-desemprego, apesar de custeadopelos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, de modoque é parte legítima para as demandas relativas ao pagamento dobenefício. Preliminar rejeitada. II - Vislumbra-se relevância no funda-mento alegado pelo impetrante no que tange ao direito de receberas parcelas relativas ao seguro-desemprego, porquanto, conformeinformações da própria autoridade coatora, o indeferimento da libe-ração do benefício ocorreu em razão do sistema equivocadamentetê-lo apontado como segurado aposentado, tendo o INSS confirma-do a existência de homônimo. III - Comprovado que o seguradojamais recebeu benefício que pudesse gerar o impedimento à per-cepção do seguro-desemprego, não subsiste o motivo de seuindeferimento, havendo que ser mantida a liminar concedida. IV -Preliminar rejeitada. Agravo de instrumento da CEF improvido, nomérito.” (TRF 3, AI 2011.03.00.003110-7, Décima Turma, Rel. Des.Sergio Nascimento, Dje 11/maio/2011.)

Decisão desfavorável LeituraDireito das ObrigaçõesAutor: Fernando Noronha. Editora: Saraiva. Edição: 3ª. Ano:

2010. Páginas: 736.O autor discorre minuciosamente sobre a teoria geral das

obrigações e da responsabilidade civil, abordando a tutela jurídi-ca do crédito, as obrigações naturais, a relação do direito dasobrigações com os outros direitos, as fontes das obrigações,além dos meandros da responsabilidade civil. A análise enfren-ta os temas com profundidade.

“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIALREPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. SISTE-MA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO - SFH. ESCOLHA UNILATERAL DOAGENTE FIDUCIÁRIO. POSSIBILIDADE. EXEGESE DO ART. 30, I E II, §§ 1º E 2º, DO DECRETO-LEI N. 70/66. NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOREM 10 (DEZ) DIAS PARA PURGAR A MORA. § 1º DO ART. 31 DODECRETO-LEI N. 70/66. PRAZO IMPRÓPRIO. DEFICIÊNCIA NA FUN-DAMENTAÇÃO RECURSAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.SÚMULAS 282 E 356 DA STF. NÃO OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DEDECLARATÓRIOS PARA SANAR A OMISSÃO. LEGALIDADE DO PRO-CEDIMENTO DE EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. ACÓRDÃO A QUO CAL-CADO EM MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULAN. 7/STJ. 1. Caso em que se discute a validade do procedimentode execução extrajudicial subjacente a contrato de mútuo hipo-tecário para aquisição de casa própria, segundo as regras do Sis-tema Financeiro de Habitação - SFH. 2. É inadmissível o apeloextremo pela alínea ‘a’ do permissivo constitucional quando osdispositivos tidos pelo recorrente como vulnerados (arts. 331,454 e 456 do CPC) não foram devidamente prequestionadospelo acórdão recorrido. 3. É imperioso que os recorrentes, emcaso de omissão, oponham embargos de declaração para que oTribunal a quo se pronuncie sobre os dispositivosinfraconstitucionais tidos por afrontados. Entretanto, depreende-se da análise dos autos que os recorrentes não manejaram osimprescindíveis embargos de declaração. Logo, é inarredável aaplicação do disposto nas Súmulas n. 282 e 356 do STF. 4. Orevolvimento do contexto fático-probatório carreado aos autos édefeso ao STJ em face do óbice do seu verbete sumular n. 7,porquanto não pode atuar como terceira instância revisora outribunal de apelação reiterada. 5. No caso sub examine , o Tribu-

nal a quo, ao afastar as alegações de ocorrência de nulidade naexecução extrajudicial, fê-lo com supedâneo na prova dos autos,pois asseverou que o agente fiduciário, ao receber de volta anotificação para purgação da mora com a observação de que osdevedores, ora recorrentes, haviam se mudado, providenciou anotificação por edital em duas oportunidades distintas, sendocerto que os devedores não se defenderam nos autos da execu-ção extrajudicial. 6. A exigência de comum acordo entre o credore o devedor na escolha do agente fiduciário tão somente se apli-ca aos contratos não vinculados ao Sistema Financeiro da Habi-tação-SFH, conforme a exegese do art. 30, I e II, e § § 1º e 2º doDecreto-Lei 70/66. Precedentes: REsp 842.452/MT, RelatoraMinistra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ de 29 de outubro de2008; AgRg no REsp 1.053.130/SC, Relator Ministro MassamiUyeda, Terceira Turma, DJ de 11 de setembro de 2008; REsp867.809/MT, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ de 5de março de 2007; e REsp 586.468/RJ, Relator Ministro TeoriAlbino Zavascki, Primeira Turma, DJ de 19 de dezembro de 2003.7. In casu, a Caixa Econômica Federal designou a APERN - CréditoImobiliário S/A como agente fiduciário na qualidade de sucesso-ra do Banco Nacional da Habitação,

sendo certo não ser necessário o comum acordo entre odevedor e o credor para essa escolha. 8. O prazo a que alude o§ 1º do art. 31 do Decreto-Lei n. 70/66 não se encontra inseridono art. 177 do CPC, porquanto o seu descumprimento não im-põe nenhuma sanção ao agente fiduciário, razão pela qual esseprazo é impróprio. 9. Recurso especial parcialmente conhecidoe, nessa extensão, não provido. Acórdão submetido ao regimedo art. 543-C do CPC.” (STJ, REsp 1.160.435 PE, Corte Especial,Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe 28/abr/2011.)

Jurisprudência

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Julho | 201116

Cen

a Ju

rídi

ca

Para 11 de agosto (*)"Que quer dizer grande advogado?Quer dizer advogado útil aos juízes

para ajudá-los a decidir de acordo coma justiça, útil ao cliente para ajudá-lo a

fazer valer suas razões. Útil é aqueleadvogado que fala o estritamente

necessário, que escreve clara econcisamente, que não entulha aaudiência com sua personalidade

invasiva, não aborrece os juízes comsua prolixidade e não os deixasuspeitosos com sua sutileza -

exatamente o contrário, pois, do quecerto público entende por grande advogado."

"A fundamentação das sentençasé certamente uma grande garantia dejustiça, quando consegue reproduzirexatamente, como num esboçotopográfico, o itinerário lógico que ojuiz percorreu para chegar à suaconclusão. Nesse caso, se aconclusão estiver errada, poder-se-ádescobrir facilmente, através dafundamentação, em que etapa do seucaminho o juiz perdeu o rumo. (...) Sobesse aspecto é bom que também o

juiz tenha um pouco de habilidade do advogado, porque,ao redigir a fundamentação, deve ser o defensor da tese jáestabelecida por sua consciência."(Textos extraídos de "Eles, os Juízes, Vistos por umAdvogado", de Piero Calamandrei.)

(*) Dia do Advogado, comemorado nesse dia porque nessa data,em 1827, Dom Pedro I criou os primeiros cursos de Ciências

Jurídicas e Sociais no Brasil.

1. 2.

Sócio HonorárioNo XVII Congresso da ADVOCEF, em Poconé/MT,foi aprovada a concessão de título de SócioHonorário ao advogado aposentado da CAIXARenato Soares Dias, um dos principaisfundadores da Associação. A ADVOCEF prepara"uma justa e merecida homenagem, à altura dogrande associado", informa o advogado DaviDuarte, presidente do Conselho Deliberativo daentidade e autor da proposta.

Pauta de leitorAlgumas matérias publicadas na ADVOCEFem Revista são propostas por seus leitores.O advogado percebe um tema importante

para a categoria e encaminha à Associação.Um exemplo é a reportagem publicada

nesta edição, sobre os 10 anoscompletados em 2011 do primeiro concurso

para advogado da CAIXA. A ideia foi doadvogado Eurico Soares Montenegro Neto,

do Jurídico Porto Velho/RO.

A DIJUR no Congresso1. Telefone sem fio

Diretor jurídico Jailton Zanon, no XVIICongresso da ADVOCEF em Poconé/MS:"A distância entre aqueles que estão no

ponto mais alto da gestão e os queestão no chão da fábrica é sempregrande. Há muitos filtros. Quem já

brincou de telefone sem fio quandocriança sabe que às vezes as

mensagens não chegam lá. Eu semprefalo para a minha turma que o requisitopara trabalhar aqui é a permanente noção da aceitação da

crítica. Eu faço o pedido a todos vocês que nosencaminhem aquilo que são os anseios, as divergências, os

elogios, porque eles servirão para direcionar o rumo danossa atuação."

2. Combate à litigiosidade"Vamos buscar dar a vocês ferramentas deextinção de processos judiciais. Se alguémtem dúvida em relação a essa mensagem,se há algum Jurídico que está achandolegal manter processos irrelevantes ativos,esqueça. Então, processos de pequenovalor, processos com jurisprudênciapacificada, processos onde a CAIXAefetivamente errou: trabalhem nautilização das súmulas administrativas,

dispensas de dever recursal, na conciliação. Eu sei que conciliardá trabalho, mas traz uma imagem para a empresa espetacular.Até agora viemos levando ao Judiciário os mutirões deconciliação. A partir de agora vamos levar os processos deinteresse da CAIXA, de recuperação de crédito."

|||||Jailton no XVII Congresso, com Carlos Castro (à suadireita), Leonardo Groba e Leonardo Patzlaff

3. Entre os 100 maioresJailton Zanon lançou como desafio estimular a atuação do Jurídico em algumas áreas que ficaram afastadas dos advogados,como as do Direito Tributário, Empresarial, Societário e Ambiental. "Quando alguém abrir o livro dos cem maiores escritórios

de advocacia do Brasil, o escritório de advocacia da CAIXA vai estar lá."

|||||Piero Calamandrei

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Julho | 2011

| Cena Jurídica

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Advogado João Régis1. 2.Advogado da CAIXA entre as décadas de

1970 e 1980, João Régis Fassbender Teixeirafoi um dos mais importantes advogados

trabalhistas de Curitiba. "Com eleaprendemos muito, no Jurídico da CAIXA,

assim como várias gerações de advogados doParaná", atesta seu colega na época, Antônio

Dilson Pereira. A obra de Régis antecipoumuitas teses depois adotadas pela legislação

trabalhista, afirma Dilson. Antecipou adiscussão sobre o trabalho doméstico e o

assédio moral e trouxe ao debate o tema doalcoolismo, que ele próprio enfrentou, comgalhardismo. Dílson recomenda a leitura de "Resistir é

Dever de Cada Um."

Comprovando o prestígio do advogado, seunome foi dado a um concurso de monografiaspromovido pela Seccional da OAB no Paraná.O 2º Prêmio Professor Doutor João RégisFassbender Teixeira, aberto a advogados detodo o Brasil, recebe inscrições (gratuitas) até31 de agosto, com monografias sobre o tema"A Subordinação e o Direito do Trabalho Atual".Os vencedores ganharão um diploma e oprêmio simbólico de R$ 5 mil (primeirocolocado), R$ 3 mil (segundo) e R$ 2 mil(terceiro). Os trabalhos serão publicados comoutras dez monografias classificadas para

integrar um compêndio em homenagem ao advogadoJoão Régis.

|||||João Régis FassbenderTeixeira

Jogos da FENAE

A advogada BiancaCrestani, do Jurídico PortoAlegre/RS, vê nos Jogos a

oportunidade de integraçãoentre os empregados das

mais diversas áreas eregiões da CAIXA, que pode

facilitar as relações detrabalho posteriormente.

Ela salienta ainda que,historicamente, bancários

e advogados são considerados sedentários e os Jogos pretendem amudança de comportamento.

|||||Bianca (número 5), com seu time de vôlei

Encerrou em 26 de junho, em BeloHorizonte, a segunda edição dos JogosRegionais do Sul e Sudeste 2011, reunindoas Apcef Espírito Santo, Minas Gerais,Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,Santa Catarina e São Paulo. Em cinco dias,os atletas disputaram 27 modalidades.Segundo a patrocinadora FENAE, os Jogosreuniram um público de mais de milpessoas, entre atletas e convidados.

|||||Público expressivo compareceuaos Jogos

"Trata-se de um evento feliz,onde brindamos a vida, asaúde e o congraçamentocom os colegas. Os bons

resultados vêmnaturalmente!", expressa aadvogada Luciane Ballico,

da Extensão Jurídica Caxiasdo Sul, premiada na prova

dos 50m nado peito.

|||||Luciane (à esquerda), com ascolegas competidoras MariaTereza Vidal (MG) e Maria

Beatriz Pacitti (SP)

BancarizaçãoDe acordo com o Banco Central, todos os municípios brasileiros são atendidos com algum tipo deserviço bancário ou financeiro. Existem 178 bancos registrados no país, que respondem por mais

de 22 mil agências e quase 60 mil postos de atendimento bancário, além de mais de 165 milcaixas eletrônicos e 160 mil correspondentes, para atender os 161 milhões de clientes.

(Fonte: site de Joelmir Beting.)

Abaixo de 5O Judiciário ganhou

nota média 4,5,numa escala de

zero a dez, atribuídapela população, em

pesquisa doInstituto dePesquisas

EconômicasAplicadas (IPEA),

divulgada em31/5. Numa escalade zero a quatro, os

promotores e aPolícia Federal

receberam nota2,20; os juízes,

2,14; e a PolíciaCivil dos Estados edo Distrito Federal,1,81. A impressão

tende a ser maisnegativa entre os

que buscaramefetivamente a

Justiça, diz oestudo. Os quesitoscom pior avaliação

são rapidez,imparcialidade e

honestidade.

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Julho | 201118

| Artigo

Luiz Arthur Marques Soares (*)

O fator personalidade eos custos invisíveis

A revista Isto É publicou interes-sante artigo sobre algo que a sabe-doria popular já sabia, contudo, fal-tava comprovação científica.

Quem não já ouviu expressõescomo: “Você é muito preocupado,vai ficar velho antes do tempo”;“Você é muito exigente, vai fi-car velho antes do tempo”ou “Ele é muito estúpido,vai ficar velho antes dotempo”, etc...

Pois bem, cientistasda Universidade de Wa-shington, nos Estados Uni-dos, constataram que a perso-nalidade pode influenciar na rapi-dez do envelhecimento cerebral!

O estudo verificou que os indi-víduos de temperamento irritadiço,mais propensos a neuroses, es-tão sujeitos a perder maisneurônios do que os tranquilose extrovertidos.

Segundo a professora Deni-se Head, uma das autoras dotrabalho: “As pessoas ansiosas eaquelas que tendem a reagir demodo negativo aos acontecimentosdo dia a dia têm menos massa cin-zenta nas regiões ligadas à atenção,às emoções e à memória”.

Na infância e juventude, a massacinzenta (conjunto de neurônios – cé-lulas nervosas do cérebro), mesmoque seja insuficiente nas áreas apon-tadas pelo estudo, pode ser compen-sada pelo uso de outros circuitos, emoutras áreas, suprindo as funções,levando os indivíduos de personali-

capacidade (neuroplasticidade) dimi-nui, consequentemente tais indivídu-os perdem mais rapidamente tais fun-ções.

Para se evitar ao máximo o enve-lhecimento através da personalidade,devemos cultivar a serenidade e a ca-

pacidade de nos adaptarmos aos re-vezes do dia a dia, preservando o or-ganismo dos efeitos devastadores doestresse crônico.

Fizemos um curso em Brasíliaonde abordamos os custos invisí-custos invisí-custos invisí-custos invisí-custos invisí-veisveisveisveisveis, aqueles que nós sabemos que

existem, que não podemos vernem mensurar, mas, contudo,

são os que mais trazem pre-juízos a uma empresa.

Recebemos uma rela-ção de custos invisíveiscustos invisíveiscustos invisíveiscustos invisíveiscustos invisíveisonde visualizamos vários li-

gados à personalidadepersonalidadepersonalidadepersonalidadepersonalidade. Sãoeles:

- Custo da desarmonia e dosdesgastes interpessoais no dia adia;

- Custo do clima pesado e dacrítica destrutiva;

- Custo da ausência de coo-peração;

- Custo da arrogância quebloqueia a criatividade;

- Custo da falta de diálo-go e de sintonia.

Devemos sopesar na vidaas nossas atitudes, ver se vale

a pena nos desgastarmos, tra-tar com agressividade os colegas,

sermos uma ilha em nosso ambi-ente de trabalho, pois além de to-

dos os custos invisíveiscustos invisíveiscustos invisíveiscustos invisíveiscustos invisíveis que talcomportamento traz, envelhecemosantes da hora e deixamos de apro-veitar a vida.

(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXAem Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.em Fortaleza/CE.

dade explosiva a não terem grandesprejuízos em relação ao raciocínio eprocessamento de sentimentos, porexemplo. Com o passar dos anos essa

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Julho | 2011 19

Nos idos de 1984, o desem-bargador José Otávio aposenta-se emVitória/ES e resolve ingressar na po-lítica para realizar um sonho da ju-ventude. Filia-se a partido político deprojeção nacional, participa da exe-cutiva regional com o objetivo decandidatar-se a deputado estadual.

Iniciada a campanha, sua terranatal Afonso Cláudio, vigoroso muni-cípio do Espírito Santo, torna-se o re-duto eleitoral que lhe renderia votossuficientes para se eleger. No entan-to, como políticonão pode dormirde touca e setem pernas cur-tas deve come-çar sua corridamais cedo, resol-veu cabalar votosem todo o Estado,na tentativa de obtersufrágios para umaeleição com folga, capazde lhe dar a presidência daAssembléia Legislativa.

Viaja para lá, viaja para cá,um discurso aqui, outro acolá, umasemana fora de casa, outra também,até vir a bronca da esposa:

- O que é isso, Tavinho, estás apensar que eu não existo?

- Não, minha filha, sem você e seuvoto não chego a lugar algum. Tenhaum pouco de paciência comigo du-rante a campanha.

A mulher resmungou, e asandanças atrás de votos continua-ram.

As ausências só aumentaramcom as viagens, e as cobranças dasdespesas com carros de som, orga-nização de comícios, colocação deoutdoors e pedidos de um eleitor, deoutro, por fim de várias pessoas quese aglomeravam à porta de sua resi-dência, solicitando ambulância, em-

Pau de amarrar éguaFo

lclo

re p

olíti

co

Arcinélio Caldas (*)

com quem? Não posso sair derrota-do de dentro da minha própria casa.

Como a eleição estava se aproxi-mando, Aparecida fez um muxoxo emais uma vez escondeu-se amuadano quarto do casal.

Nos últimos diasde campanha, JoséOtávio, apontado

como eleito pelasprevisões doIbope, retornoude Mimoso doSul/ES à sua

base eleitoral, ou-vindo da mulher

em pé de guerra:- Tavinho, não

aguento mais. Dê umbasta nisso. Tira essa

gente aqui da porta ouvamos nos separar.

- Calma, mulher. Agoraque estive na sua terra e acho

que vou ter muitos votos lá, você querentornar o caldo?

Quando Aparecida ouviu falar dasua terra natal, acalmou-se e pergun-tou:

- Você esteve em Ponte doItabapoana?

- Sim, estive ontem.- E aí, cresceu muito o lugar?- Cresceu.Indaga Aparecida, curiosa:- Além do que já tinha antes, tem

mais o quê hoje?Esclarece Tavinho, sem imaginar

o que poderia lhe acontecer após aresposta:

- Tinha um pau de amarrar égua,agora tem dois.

(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA emCampos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.

"Político não podedormir de touca e se tem

pernas curtas devecomeçar sua corrida

mais cedo."

prego, cimento, tijolos, dinheiro e atésacolão para manutenção da famíliaem face de eventual desemprego,eram atendidas pela mulher.

Aparecida, enfurecida, destempe-rou-se com Tavinho:

- Olhe aqui, ou você providenciaum comitê para atender todo essepessoal que vem à sua procura, ouvou chamar a polícia.

- Calma, querida, se não contarcom você para me ajudar, vou contar

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Julho | 2011 I

Suplemento integrante da ADVOCEF em Revista | Ano X | Nº 101 | Julho | 2011

Sistema Jurídico NacionalO advogado, o juiz e o promotor

O mundo jurídico contemporâ-neo ainda faz confusão acerca dainexistência de hierarquia ou su-bordinação entre o advogado, ojuiz e o promotor, no exercício desuas atribuições. Isso acontece,na maioria das vezes, devido aotratamento inadequado dispensa-do ao advogado por alguns juízesesquecidos da sua real colocaçãoconstitucional entre os Poderes,em consequência dos arroubosexacerbados da arrogância e davaidade pessoal.

Entretanto, embora a figuracentral de todo o sistema de dis-dis-dis-dis-dis-tribuição da justiçatribuição da justiçatribuição da justiçatribuição da justiçatribuição da justiça seja o juiz,tal atividade jurisdicional, via deregra, não prescinde da participa-ção efetiva do advogado, tendoem vista o princípio da inércia quecaracteriza a jurisdição, segundoo qual o Judiciário não dispõe deiniciativa própria para prestá-la,atuando, normalmente, medianteprovocação.

Além disso, salvo raríssimas ex-ceções, a capacidade postulatória,definida como a aptidão técnicapara postular em juízo, é prerroga-tiva exclusiva do advogado, assimconsiderado o bacharel em direitocom inscrição na Ordem dos Advo-gados do Brasil, após aprovação noExame de Ordem.

Joaquim de Campos MartinsAdvogado. Graduado em Direito pelaUniversidade de Brasília (UnB); pós-graduado pela Escola da Magistratura doDF; autor do livro “Manual da LegislaçãoEspecífica do TJDFT” e de artigos jurídicospublicados em jornais, revistas einformativos especializados.

Com efeito, a Constituição daRepública Federativa do Brasil con-sagra a garantia dessa capacida-de, no capítulo das Funções Es-senciais à Justiça, como se inferedo Título IV, Capítulo IV, Seção I:Do Ministério Público (arts. 127/130), Seção II: Da Advocacia Pú-blica (arts. 131/132) e Seção III:Da Advocacia e da Defensoria Pú-blica (arts. 133/135). Portanto,de acordo com a Lei Maior, todoaquele que não possuir capacida-de postulatória (com exceção dascausas dos juizados especiaiscíveis, observado o valor de alça-da; das ações trabalhistas, quan-do empregado; das ações penaisprivadas exclusivas e do habeascorpus) deve se fazer representarem juízo por um advogado, lem-brando que, em se tratando de di-reitos coletivos, difusos ou indivi-duais homogêneos de natureza in-disponível, a atribuição competeao Ministério Público na tutela des-ses direitos.

Ademais, com a Magna Cartade 1988 o advogado passou a serreconhecido como indispensável àadministração da Justiça, sendoque no seu ministério privado exer-ce função social e presta serviçopúblico relevante, e no processojudicial colabora na postulação de

decisão favorável ao seu consti-tuinte e ao convencimento dojulgador, consistindo os seus atosnum verdadeiro múnus público(art. 133 da CF c/c o art. 2º, §§1º, 2º e 3°, da Lei nº 8.906/94(EAOAB).

Dito isso, pode-se afirmar, comabsoluta segurança, que a ativida-de jurisdicional não pode abstrairda efetiva participação do advo-gado e do Ministério Público, bemcomo que a administração da Jus-

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Julho | 2011II

tiça é necessariamente comparti-lhada com ambos, sendo corretodizer que essa participação e essecomparti lhamento não violamquaisquer preceitos normativos,pelo contrário, integram o perfilconstitucional daautonomia e inde-pendência do Po-der Judiciário.

Por consequên-cia, sem sombrade dúvida, o advo-gado atualmentese encontra inseri-do, por força delei, no mesmo nívelhierárquico dos in-tegrantes do Po-der Judiciário, noseu dia a dia forense. Assim sen-do, deve se relacionar de modo cor-dial e respeitoso com todos os ou-tros participantes da atividade ju-diciária (juízes, promotores, procu-radores, defensores e serven-tuários da Justiça). Contudo, a re-cíproca é igualmente verdadeira,isto é, todos o devem tratar com amesma cordialidade, urbanidade erespeito, sendo certo que se o ma-gistrado e os demais operadoresdo direito faltarem-lhe com o res-peito devido, estarão ignorando aisonomia constitucional existenteentre eles durante a tramitaçãoprocessual, em violação frontal àlegislação pertinente.

Nesse diapasão, reza o artigo6º do EAOAB, in litteris: “Não há hi-erarquia nem subordinação entreadvogados, magistrados e mem-bros do Ministério Público, deven-do todos tratar-se com considera-ção e respeito recíprocos. Parágra-fo único. As autoridades, os servi-dores públicos e os serventuáriosda justiça devem dispensar ao ad-vogado, no exercício da profissão,

tratamento compatível com a dig-nidade da advocacia e condiçõesadequadas a seu desempenho.”

Essa delineação de garantia sedenomina imunidade profissional oujudiciária, extremamente necessária

à própria funçãojurisdicional, umavez que não inte-ressa ao Estado oexercício de umaadvocacia frágil,com medo de desa-gradar, temores esubmissão aos de-mais operadores ju-rídicos ou a quemquer que seja, por-quanto eventual ati-tude covarde do

advogado põe em perigo o própriosistema democrático e de garantiasconstitucionais, haja vista que naJustiça se discute com razão e bas-tante emoção conceitos e valores di-versos constantes no ordenamentojurídico pátrio, sendo inteiramentenatural num cenário desse jaez queos debates realizados sejam vibran-tes e produtivos,como é da próprianatureza humana, oque somente é pos-sível com ousadia eliberdade de expres-são.

A advocacia,portanto, deve serexercida com urba-nidade, mas tam-bém com dignida-de, intrepidez e al-tivez, não se dei-xando abalar porninguém, pois, ad-vocacia forte é umagarantia para todos, principalmen-te para aqueles que necessitamda tutela jurisdicional.

Em verdade, a divisão de tare-fas e de funções na máquina judi-ciária não implica em submissão ousubordinação. Logo, não existenem deve existir hierarquia,tampouco temor reverencial entreadvogados, magistrados, promoto-res, procuradores e defensorespúblicos, não havendo que se fa-lar em qualquer elo subordinativoentre eles. E, por serem elemen-tos importantes na magnitude doseu campo de atuação, devem setratar com cordialidade e urbani-dade, merecendo respeito mútuoe tratamento recíproco adequado.Ao juiz deve ser dado o tratamen-to de Meritíssimo ou Excelência;ao advogado o título de Doutor,não só por tradição, mas tambémem razão da Lei Imperial de 11 deagosto de 1827, que lhe conferiuo título (grau) de Doutor e, como écediço, se encontra em pleno vi-gor; ao promotor ou procurador dejustiça dá-se também o tratamen-to de Excelência. Todos, na verda-de, para melhor harmonia, devemreceber, entre si, o tratamento

cordial de Doutor(Doutores da Lei)por tradição histó-rica e ensinamentobíblico.

No entanto, emvirtude de uma do-ença grave e crôni-ca conhecida nojargão forense por“juizite”, que aco-mete pequena par-te do Judiciário, acoisa não ocorrebem assim. Expli-cando melhor: utili-zando-se do sufixo

“ite”, em linguagem médica, pode-mos afirmar, consoante dito alhu-res, que se trata de uma enfer-

Salvo raríssimasexceções, acapacidade

postulatória,definida como a

aptidão técnica parapostular em juízo, é

prerrogativaexclusiva do

advogado

Embora a figuracentral do sistema de

distribuição dajustiça seja o juiz, tal

atividadejurisdicional, via deregra, não prescinde

do advogado

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midade, ou seja, de uma inflama-ção no ego de alguns indivíduos ex-tremamente vaidosos, de poucaeducação e muita arrogância, quepassam a ocupar ocargo de juiz de di-reito. Por conseguin-te, não se trata deum mal inerente àfunção, pois a ela épreexistente, sendoque o fator influen-te para o desdobra-mento evolutivopatogênico seria opoder (verdadeiroou fictício) que o“doente” tem (ouimagina ter), pas-sando a agir comum pernosticismo sem-par, olvidan-do-se de que também é um bacha-rel em direito, ou que já fora advo-gado e que, naquela situação, mui-tas vezes desejou ser bem tratadopelos juízes e promotores, ou que,num futuro próximo, pretende tro-car a toga pela beca ao se aposen-tar.

Não cabe aqui mencionar, uma um, todos os sintomas típicosdessa moléstia, já que os maisacentuados são do conhecimentopleno dos operadores públicos dajustiça, devendo-se ressaltar, con-tudo, que a “juizite” já fora reco-nhecida inclusive pelo Supremo Tri-bunal Federal, quando um dos seuspresidentes, falando sobre a mo-rosidade da Justiça¹, asseverouque “O Judiciário tem diversos de-feitos, como a juizite, doençajuizite, doençajuizite, doençajuizite, doençajuizite, doençaque acomete principalmenteque acomete principalmenteque acomete principalmenteque acomete principalmenteque acomete principalmenteos magistrados mais novosos magistrados mais novosos magistrados mais novosos magistrados mais novosos magistrados mais novos.Eles chegam cheios de vontade,achando-se super-homens. Muitas

vezes tomam decisões exóticas,que acabam reformadas.”

Vê-se, desse modo, que a Su-prema Corte de Justiça reconhe-

ceu explicitamente aexistência da “juizite”nas entranhas do Po-der Judiciário, nãodescartando a hipó-tese de incidênciaem todos os graus dejurisdição, conside-rando que o substan-tivo magistradomagistradomagistradomagistradomagistrado nãose refere apenas ajuiz de primeiro grau,mas também adesembargador e mi-nistro.

Apenas para seter uma ideia da gravidade dotema, vale relembrar casos nãomuito remotos, noticiados pelamídia, em que portadores dessavirose, de maneira insólita e sema preocupação necessária com anobre função pública que ocupam,em meio à discussãodas causas durante arealização de audiên-cias ou sessões, vio-lando frontalmente oEAOAB, ordenam queo causídico se mante-nha sentado no mo-mento das suas sus-tentações orais, che-gando até a comete-rem outros excessoscontra advogadosque, na defesa dos di-reitos de seus consti-tuintes, praticam atosalbergados pelo princípio da imu-nidade judiciária previsto na Cons-tituição Federal, que nada mais ésenão a garantia da liberdade deexpressão do profissional, em visí-

vel cometimento de abuso de au-toridade.

É bom salientar, en passant,que a situação melhorou bastanteapós a reforma do Poder Judiciá-rio pela Emenda Constitucional nº45/04, com a criação do Conse-lho Nacional de Justiça. Porém,conforme afirmou recentemente aatual corregedora desse órgãofiscalizador, Ministra ElianaCalmon², a doença ainda não aca-bou.

“Nós, magistrados, temos ten-dência a ficar prepotentes e vai-dosos. Isso faz com que o juiz seache um super-homem decidindoa vida alheia. Nossa roupa tem ren-da, botão, cinturão, fivela, umamangona, uma camisa por dentrocom gola de ponta virada. Nãopode. Essas togas, essas vestestalares, essa prática de entrar emfila indiana, tudo isso faz com quea gente fique cada vez mais infla-do. Precisamos ter cuidado para terpráticas de humildade dentro do ju-

diciário. É preciso. É preciso. É preciso. É preciso. É precisoacabar com essaacabar com essaacabar com essaacabar com essaacabar com essadoença que é adoença que é adoença que é adoença que é adoença que é a‘ juiz i te’ .‘ ju iz i te’ .‘ ju iz i te’ .‘ ju iz i te’ .‘ ju iz i te’ .”

Nesse contex-to, para louvor daDeusa Themis, talenfermidade tembaixa incidência nomeio judicial atual-mente. Apenasuma pequena mi-noria se deixa con-taminar por ela,visto que os gran-des cérebros da

magistratura nacional encontram-se imunizados. Todavia, lamenta-velmente, ainda existe e necessi-

Não interessa aoEstado o exercíciode uma advocaciafrágil, com medo

de desagradar aosdemais operadores

jurídicos ou aquem quer que

seja

Sem sombra dedúvida, o

advogado seencontra inserido,por força de lei, no

mesmo nívelhierárquico dosintegrantes do

Poder Judiciário

1 Entrevista concedida à Revista Veja nº 35, de03 de setembro de 2003.

2 Em entrevista à Revista Veja, edição 2184 –ano 43 - nº 39, de 29 de setembro de 2010.

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Julho | 2011IV As matérias publicadas neste suplemento são de responsabilidade exclusiva de seus autores.O encarte pode ser acessado, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Ano X | Nº 101 | Julho | 2011

ta ser banida, antes que outrosagentes públicos, não imunizados,também sejam contaminados, poisjá se fala inclusiveem “promo-torite”, eaté mesmo em“assessorite”, queseria a síndrome doassessor ou diretorque se acha mais im-portante do que par-tes e causídicos.

Cabe recordar al-guns dos conselhosextraídos do discursodo então Desembar-gador Getúlio Vargasde Moraes Oliveiraem saudação aosnovos juízes do Tribunal de Justiçado Distrito Federal e Territórios, nasolenidade de posse realizada em 9de março de 2001³, in verbis:

“Zelem ciosamente pela sua re-putação na vida pública e na vidaprivada. Os senhores não são re-presentantes do Poder Judiciário,são o próprio Poder Judiciário. O juizé a justiça andando, como já se ob-servou. Sejam humildes. A magis-tratura é carreira vulnerável aoexercício da arrogância. Nunca le-vantem a voz, não gritem. Tenhamo senso da medida nas palavras enos atos. Mantenham com os Ad-vogados e Membros do MinistérioPúblico relações de respeito e ur-

banidade. Nunca cerrem a porta deseus gabinetes aos advogados,pois ali é a terra onde medram as

teses que semei-am.....”

Vejo como lou-váveis as palavrasdo ilustre Desem-bargador. Em verda-de, a Magistraturaconstitui um verda-deiro sacerdóciopara o qual se im-põem severas limi-tações e restriçõese só consegueexercê-la quem temrealmente vocaçãoe paixão pelo cargo.

Nessa ordem de ideias, é bomlembrar que a profissão de advo-gado, ao lado do magistrado e dopromotor, é uma das mais belas domundo. O advogadoé um parceiro do juize do promotor de jus-tiça, é um dos prota-gonistas no processoe no lavor de se ou-torgar uma boa pres-tação jurisdicional.Consequentemente,não são inimigos,mas sim parceiros ir-manados para realdistribuição da justi-ça, como ocorre nosprincipais países eu-ropeus, a exemplo de Portugal eRoma, nos quais o direito brasilei-

Ao juiz deve serdado o tratamentode Meritíssimo ou

Excelência; aoadvogado o título

de Doutor, portradição e em razão

de Lei Imperial

A advocacia,portanto, deve ser

exercida comurbanidade, mas

também comdignidade,

intrepidez e altivez,não se deixando

abalar por ninguém

ro tem, respectivamente, as suasraízes e influências históricas.

Finalizando, cumpre invocar acélebre lição do saudoso mestre ita-liano Piero Calamandrei4, in verbis:

“Num regime em que, como emnosso país, o advogado se consi-dera investido de uma função pú-blica, advogados e juízes são colo-cados moralmente, ainda que nãomaterialmente, no mesmo plano. Ojuiz que falta ao respeito para como advogado e, também, o advoga-do que não tem deferência paracom o juiz, ignoram que advocaciae magistratura obedecem à lei dosvasos comunicantes: não se podebaixar o nível de uma, sem que onível da outra desça na mesma me-dida.....”

Ante o exposto, a solução parao problema seria a autocons-cientização dos próprios portadores

desse mal, com mu-danças radicais deconceitos e compor-tamentos pessoaisque permitam a suacompleta extinçãodo sistema jurídiconacional, para quetenhamos a pers-pectiva de uma Jus-tiça mais harmônica,dinâmica e eficaz.

3 O texto integral foi publicado na Revista deDoutrina e Jurisprudência do TJDFT nº 65/2001,p. 102/105.

4 Extraída do livro “Eles, Os Juízes, Vistos PorUm Advogado”. Editora Martins Fontes. SãoPaulo. 1996, pág. 55.