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DA DOENÇA DOCENTE À READAPTAÇÃO FUNCIONAL: Sentenças em Busca de Qualidade de Vida?

Adriana Aparecida Menosse Móia¹ Marta Lucia Croce²

RESUMO O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), implementado no estado do Paraná no ano de 2007, tem como objetivo a formação de Professores (as) do Quadro Próprio do Magistério (QPM), afastados de suas funções docentes e de gestão com vistas a desenvolverem estudos científicos junto às Instituições de Ensino Superior Público (IES). Destes estudos, compostos por orientações individuais de pesquisa científica, resultam em atividades objetivas, como o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola; a Produção Didático-Pedagógica; e o Grupo de Trabalho em Rede (GTR). Neste artigo, relatamos os estudos realizados e as atividades desenvolvidas no intuito de compreendemos o adoecimento docente enquanto fator de afastamento dos professores das suas funções originais. Questionamos os fatores que influenciam na mudança de postura dos docentes diante das pressões socioambientais que atingem as escolas na atualidade, gerando fatores clássicos de absenteísmo e presenteísmo. Constatamos que houve um significativo avanço nos estudos sobre as condições de saúde dos docentes, assim como das doenças mais recorrentes que levam estes profissionais a deixarem de exercer as funções para as quais estão habilitados, causando afastamentos temporários de função e, consequentemente, em casos mais graves, gerando necessidade de readaptação funcional. Diante deste objeto de pesquisa – a Readaptação Funcional - realizamos estudos na legislação vigente; reflexões sobre a dificuldade de reinserção em nova função destes profissionais; pesquisas sobre a suposta discriminação e/ou exclusão pela comunidade escolar ou pelo próprio profissional; e acabamos por propor ações que podem colaborar como prevenção às doenças ocupacionais e à readaptação. Este trabalho foi apresentado por meio de um Curso de Extensão destinado aos Professores, Gestores, Pedagogos e Funcionários (não docentes) da Escola Estadual São Vicente Pallotti – Ensino Fundamental de Mandaguari-Paraná e para os participantes do curso online à distância (GTR). Palavras-Chave: PDE; Doenças Docentes; Readaptação Funcional; Qualidade de Vida. _________________________________________________________________ 1 Professora PDE. Graduada em Letras pela FAFIJAN; Especialista em Língua Portuguesa e Literatura pela FAFIMAN, e em Deficiência Mental, Intelectual e Múltiplas pela FATECIE. 2 Professora Doutora do Departamento de Fundamentos da Educação (DFE), da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Área de pesquisa: Políticas Públicas e Gestão Educacional.

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INTRODUÇÃO O Tema de estudo “Doenças Docentes, Causas e Consequências”, com

recorte de pesquisa intitulado: "Da Doença Docente à Readaptação: Sentenças

em Busca de Qualidade de Vida?" propiciou a elaboração e desenvolvimento dos

trabalhos propostos no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), tendo

como uma das problemáticas motivadoras o estudo do absenteísmo e

presenteísmo, situações que afetam os profissionais da educação, especialmente

docentes. Suas consequências, para além das licenças médicas e dos

afastamentos de funções, podem gerar readaptação funcional, que, por

consequência, traz consigo alguns estigmas de exclusão e/ou discriminação.

Como professora, amparada pela Lei 15.308/06, e por constatar, in loco,

que há a necessidade de encontrar algumas respostas para certas inquietações

próprias dos docentes e não docentes readaptados, busquei, em meus estudos

junto ao PDE, esclarecer dúvidas e repassar o conhecimento construído sobre o

tema. Também foi possível capacitar Professores (readaptados ou não),

Pedagogos, Gestores e Funcionários (não docentes) por meio da implementação,

da produção didático-pedagógica, que teve 19 (dezenove) participantes, em um

Curso de Extensão Presencial de 32 (trinta e duas) horas, realizado nas

dependências da Escola Estadual São Vicente Pallotti – Ensino Fundamental e

também na realização do Curso Online Grupo de Trabalho em Rede – GTR – de

64 (sessenta e quatro) horas, com 16 concluintes.

Estes Cursos foram elaborados e planejados a partir dos conhecimentos

adquiridos durante a participação nas aulas e conferências previstas no PDE,

oportunizado pela Secretaria da Educação do Estado do Paraná (SEED/PR) no

ano de 2016, e realizados, de forma presencial, na Universidade Estadual de

Maringá - UEM. Também construídos no modo semipresencial e online e, ainda,

por meio de pesquisas e estudos sobre o tema abordado, com a orientação da

Professora Doutora Marta Lucia Croce, da UEM.

Tendo como fontes, para os embasamentos teóricos, diversos autores, mas

com enfoques principais nos pesquisadores: Christophe Dejours, José Manoel

Esteve Zaragoza, José Carlos Libâneo e Wanderley Codo, tivemos um substantivo

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enriquecimento dos estudos por meio de uma pesquisa de campo, quando foram

aplicados questionários aos professores (as) da rede estadual (readaptados),

pedagogos (as), gestores (as), GRHS do Núcleo Regional de Educação de

Maringá e Coordenadoria de Saúde Ocupacional/SEAP de Curitiba.

Apresentamos, em tópicos seguintes, o detalhamento dos estudos teóricos

e de campo realizados, assim como os resultados alcançados e a análise das

pesquisas. No primeiro tópico, ESTUDOS PRELIMINARES, destacamos algumas

temáticas promovidas nos cursos do PDE/UEM; apresentamos autores que

sustentaram os estudos propostos e descrevemos os passos de construção do

nosso conhecimento, delineando e desmistificando conceitos e crenças que

permeiam a realidade do adoecimento docente.

Logo após, sob o título READAPTAÇÃO FUNCIONAL, daremos destaque

aos profissionais readaptados que, no subtítulo "Por Dentro da Readaptação",

apresentam as respostas colhidas com o questionário aplicado e mencionado na

Introdução. Finalizamos com as CONSIDERAÇÕES DE UM ESTUDO

REALIZADO, quando oferecemos aos leitores uma análise sobre este estudo

inicial, que trata da Doença Docente e Readaptação Funcional, e que será

aprofundado como proposta de formação continuada em outros cursos de

capacitação docente.

ESTUDOS PRELIMINARES

Os conteúdos abordados, durante a formação pelo PDE, foram

apresentados em cursos com temáticas específicas para cada área de formação,

propiciados pelos docentes da UEM e convidados. Foi realizada uma sequência

de estudos sobre diversos temas gerais e específicos, como no caso da minha

Área de Estudos, por exemplo. Destacamos, dentre tantos, os fatores que

influenciaram e influenciam na transformação da educação e, consequentemente,

na postura dos docentes e demais envolvidos no contexto escolar.

No caso específico do tema deste estudo, ressaltamos ESTEVE (1991) e

LIBÂNEO (2000), autores trabalhados na nossa formação no PDE e que elegemos

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como esteio para o embasamento dos estudos e reflexões sobre o tema deste

artigo.

No caso de ESTEVE (1991, p.91) descobrimos os indicadores que

resumem as mudanças básicas existentes na educação escolar brasileira, e que

acabam por afetar o exercício profissional dos docentes. São eles:

1 - Aumento das exigências em relação ao professor;

2 – Inibição educativa de outros agentes de socialização;

3- Desenvolvimento de fontes de informação alternativas à escola;

4- Ruptura do consenso social sobre a educação;

5- Aumento das contradições no exercício da docência;

6- Mudança de expectativa em relação ao sistema educativo;

7- Modificação do apoio da sociedade ao sistema educativo;

8- Menor valorização social do professor;

9- Mudança de conteúdos curriculares;

10-Escassez de recursos materiais e deficientes condições de trabalho;

11 - Mudanças na relação professor-aluno;

12 - Fragmentação do trabalho do Professor.

Por sua vez, LIBÂNEO (2000), diante das transformações educacionais

advindas de todas as situações já mencionadas neste texto por ESTEVE (1991),

elencou as novas atitudes na postura pedagógica do professor, que também

podem interferir no encaminhamento do trabalho profissional dos docentes.

1– Assumir o ensino como mediação;

2- Modificar a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinar para uma

escola e uma prática interdisciplinar;

3- Conhecer estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender;

4- Auxiliar os alunos a buscarem uma perspectiva crítica dos conteúdos, a se

habituarem a aprender com a realidade (conteúdos escolares críticos – reflexivos);

5– Desenvolver na sala de aula a capacidade comunicativa do aluno;

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6- Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação e

informação na sala de aula;

7 – Atender a diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da escola

e da sala de aula;

8 – Investir na atualização científica, técnica e cultural, como ingredientes do

processo de formação continuada;

9 – Desenvolver comportamento ético e saber orientar valores e atitudes em

relação à vida, ao ambiente, sobre as relações humanas e a si próprios.

Diante das exigências na mudança de postura perante seus/suas alunos

(as), da sociedade e do sistema governamental, o (a) professor (a) se vê

atribulado (a), confuso (a), solitário (a), em meio a um cenário educacional de

desmotivação, com excesso de burocratização, com estímulo intenso à

competitividade, pouco auxílio para capacitação e formação continuada, com

espaços físicos inadequados, sem políticas públicas que visem seu bem-estar,

com uma imensa desvalorização da sua função, assumindo papéis que não são

seus perante a sociedade, gerando um sobre-esforço na realização de suas

tarefas. É nítido e evidente que a junção dos fatores descritos, acrescentados à

indisciplina em sala de aula, à violência dentro e fora do ambiente escolar e à falta

de responsabilidade dos pais para com os seus filhos e escola, configuram o

descaso com a função e com a pessoa do professor, comprovando que os

professores estão mais propensos e sujeitos a sofrerem de transtornos psíquicos

do que outros grupos de trabalhadores.

A pesquisadora Sandra Gasparini, citada por Paulo Camargo no Texto Mal-

estar docente (2015), na Revista Escola Pública, afirma que:

Muitos dos elementos de pressão citados acima são frutos de uma reconfiguração do mundo do trabalho, que não foi realizada a contento no que diz respeito a suprir as necessidades do professor na mesma escala em que é cobrado. O sistema escolar transfere ao profissional a responsabilidade por cobrir as lacunas existentes na instituição, a qual estabelece mecanismos rígidos e redundantes de avaliação profissional.

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Diante das afirmações acima, os resultados do ensino e da aprendizagem

não são positivos. É sabido que há uma imensa distância entre o que se deve e o

que é ideal realizar na educação, com aquilo que se consegue efetivamente

realizar. Assim, entre a distância do prescrito e do real nasce o “trabalho”, possível

fruto do sofrimento.

O trabalho humano possui um duplo caráter: por um lado é fonte de

realização, satisfação, prazer, estruturando e conformando o processo de

identidades dos sujeitos; por outro, pode também se transformar em elemento

patogênico, tornando-se nocivo à saúde (DEJOURS 1992 p. 43)

Estes fatores, e outros mencionados por Dejours (1992), são o que há para

considerar como uma emergente crise de identidade docente. Uma identidade

docente que é construída a partir da escolha da profissão, permeando a formação

inicial e pelos diferentes espaços institucionais em que se desenvolve a profissão,

o que lhe impõe uma dimensão no tempo e no espaço. E é estabelecida sobre os

saberes profissionais e atribuições de ordem ética e deontológica, configurada por

duas marcas: a experiência realizada e a prática (Novoa,1991). Esta crise de

identidade docente contribui para o “despertar” da angústia, do stress, do

sofrimento e consequentemente do aparecimento de mal-estares e de doenças

físicas e psicológicas.

Na profissão docente, muitos professores abandonam suas carreiras,

principalmente os jovens que, ainda inexperientes, assumem o compromisso em

ensinar e decepcionam-se com a realidade encontrada dentro e fora da sala de

aula, representada pelo desinteresse, desrespeito, apatia e violência dos

educandos, acrescentando a esta situação, uma remuneração inicial nem um

pouco motivadora e ainda, pais e uma sociedade que não dão o mínimo valor à

árdua função do professor. Com isso, a cada dia mais, os jovens professores

aderem a outras profissões, tornando a docência escassa em algumas disciplinas

e áreas, principalmente nos grandes centros, onde há mais campo de trabalho e

consequentemente, mais opção de emprego. Aqueles que persistem na carreira

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docente, por amor e vocação à profissão, por sua vez, diante de tantas

dificuldades, adoecem cada vez mais cedo., sendo este um dos temas abordados

em outro encontro dos Cursos disponibilizados – Doenças Docentes – Causas e

Consequências.

De acordo com vários trabalhos acadêmicos, os problemas mais comuns

que acometem o professor podem ser divididos entre os ligados à voz e à audição,

ao aparelho respiratório (como alergias), ao sistema musculoesquelético e aos

problemas psíquicos e comportamentais.

Um estudo feito em Brasília, pelo pesquisador Alexandre de Oliveira Eniz,

mediu o volume do som nas escolas e constatou que os picos chegam a 114

decibéis, quando o recomendado fica em torno de 68 decibéis. Predominam ainda,

as queixas ligadas à voz e a reações alérgicas causadas pela exposição ao pó de

giz.

Problemas ósseos e dores musculares causadas pela tensão e tempo

excessivo em pé, são reclamações constantes dos docentes. Há também outros

fatores que agravam o quadro e são válidos também para toda a população,

como: o fumo, a obesidade e a falta de exercícios. Tem, ainda, a correria para

planejar uma boa aula, corrigir as avaliações, a tensão causada pela baixa

produtividade e reprovação do aluno, o acúmulo do estresse, como agravantes do

quadro cardíaco dos docentes.

Entre os fatores de risco relacionados estão alguns hábitos considerados

frequentes entre docentes, como: má alimentação, ingestão de sal em excesso,

sedentarismo e também alta incidência de casos do descuido médico com a

saúde.

Porém, a doença que tem sido causa de estudos e preocupações é a

Síndrome de Bournout. Doença esta, de cunho ocupacional, que tem afetado

muitos profissionais de diversas áreas, mais especificamente da educação,

justamente por estarem mais expostos às doenças de ordem emocional, visto que

trabalham direto e intensamente com outros seres humanos que têm influências

em suas vidas. A Síndrome de Bournout foi descoberta por Fleudenberger, em

1974, na França, e vem sendo motivo de estudos de diversos autores.

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Codo e Vasques-Menezes (1999) afirmam que a Síndrome de Burnout

consiste na “síndrome da desistência”, pois o indivíduo, nessa situação, deixa de

investir em seu trabalho e nas relações afetivas que dele decorrem e,

aparentemente, torna-se incapaz de se envolver emocionalmente consigo mesmo.

No entanto, autores discutem a possibilidade de males como fadiga, depressão,

estresse e falta de motivação também apresentarem a desistência como

característica marcante.

Existem vários sintomas que nos levam a confundir a Síndrome de

Bournout com a depressão, por isto, é importante que o paciente passe por um

diagnóstico detalhado do especialista. Bournout é o esgotamento físico e

emocional que é refletido por meio de diferentes comportamentos, como:

isolamento, agressividade, irritabilidade, mudança de humor, falha de memória,

tristeza, baixa autoestima, dificuldade de concentração, ausência no trabalho,

sentimentos negativos, paranoias e desconfianças. O paciente pode até

apresentar sintomas, como: dores de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese,

pressão alta, palpitação, dores musculares, distúrbios cardiovasculares,

respiratórios e gastrointestinais, crises de asmas e em algumas mulheres pode até

influenciar no ciclo menstrual. O tratamento inclui terapia e medicamentos com

antidepressivos. Porém, a mudança no estilo de vida, a incorporação da atividade

física regular, os exercícios de relaxamento na rotina são essenciais para a

obtenção dos resultados positivos no tratamento.

Dejours (1992) e Codo (1999) enriqueceram muitíssimo esta pesquisa com

as informações retiradas de suas obras sobre a relação da Doença

Docente/Sofrimento/ Prazer. Verifica-se que há correlação entre estes fatores,

pois o trabalho resulta no prazer das relações significativas das tarefas, do bom

relacionamento com colegas e chefias, do reconhecimento e da valorização da

sua produtividade e comprometimento, porém o sofrimento também está presente

na sensação de desgaste, cansaço, em dar satisfação das tarefas realizadas, na

insatisfação dos resultados, na convivência com as injustiças ligadas ao exercício

do poder. Estes sentimentos contraditórios podem ocasionar diferentes

sentimentos e doenças, inclusive o sofrimento e “[...] as formas de manifestação

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desse sofrimento do trabalhador podem ser observados no seu dia a dia, quer na

relação com o produto de seu trabalho, quer na sua vida pessoal” (Codo, 1999,

p.58).

Pode-se perceber a centralidade do trabalho, na construção da identidade

humana e na sua saúde, como fonte de sofrimento e prazer. O trabalho pode ser

um gerador de saúde ou, ao contrário, um constrangimento patogênico. O trabalho

jamais é neutro. Ou joga a favor da saúde ou, pelo contrário, contribui para sua

desestabilização e empurra o sujeito para a descompensação (DEJOURS, 2004,

p. 138).

De acordo com as citações acima podemos afirmar que o trabalho tanto

pode ser causa de sofrimento como de prazer, consequentemente pode gerar

saúde ou doença, portanto, o que não se pode descartar é que ele é necessário e

primordial para a existência humana, portanto enfrentar o cotidiano do trabalho e

transformá-lo em fonte de prazer seria uma forma de buscar qualidade de vida.

A teoria descrita foi apresentada no Curso de Extensão aos participantes,

sendo transmitida em forma de leitura de textos, apresentação de vídeos,

análises de imagens, reflexões, dinâmicas individuais e de grupo. Considerando

que aprofundamos estudos sobre as doenças docentes e suas causas,

procuramos delinear as consequências que estas podem trazer ao professor, tanto

na sua vida particular quanto na profissional.

Para melhor compreensão destes fatores e suas consequências,

realizamos uma análise da Obra: Presenteísmo no Trabalho Docente, de Jussara

Bueno de Queiroz Paschoalino e Adailton Altoé. Neste estudo foi possível retirar

citações e efetivar reflexões importantíssimas sobre os temas em estudo,

enriquecendo assim, o resultado das atividades propostas.

De acordo com os autores, o adoecimento do docente tem como

consequência o crescente índice de faltas ao trabalho ou, ainda, a existência de

professores trabalhando sem condições mínimas para tal. No primeiro caso,

denominamos absenteísmo e, no segundo, presenteísmo.

O absenteísmo pode ser classificado em:

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a) Voluntário: quando o trabalhador falta por motivos particulares, decorrentes do

adoecimento próprio, de patologia profissional ou de acidentes de trabalho.

b) Legal: quando se refere à faltas amparadas por lei, como gestação, nojo

(morte), gala (casamento), doação de sangue e serviço militar.

c) Compulsório: quando ocorre suspensão imposta pelo patrão, prisão ou outro

motivo que impede o comparecimento ao local do trabalho.

O presenteísmo deve ser considerado como uma “doença organizacional”.

Tonelli e Casseano (2015, p.51), na obra intitulada Presenteísmo e Trabalho

Docente, definem presenteísmo da seguinte forma: há pessoas que acreditam que

trabalham muito e falam isso para todo mundo, alimentam a autoimagem de

profissional dedicado, participativo e interessado, sem terem, nem mesmo, estas

exigências por parte do gestor. O profissional tem a síndrome do presenteísmo,

quando ele sente medo de ser preterido ou demitido se não estiver à disposição

da empresa.

As pessoas presenteístas têm as seguintes características: são inseguras,

sentem-se ameaçadas pelos colegas e vivem com medo de perder o emprego,

encaram o trabalho como um peso, têm baixa produtividade, nunca tiram férias,

com receio de serem substituídas. Os sintomas mais comuns do presenteísmo

são: dores musculares, cansaço, ansiedade, angústia, irritação, insônia, distúrbios

gástricos, enxaqueca, crise alérgica, cólicas menstruais, dores de cabeça, dores

nas costas, dores abdominais, depressão. O estresse é o grande gerador do

presenteísmo.

As faltas recorrentes e contínuas, as licenças médicas e o agravamento do

quadro clínico dos profissionais da educação, às vezes, os levam a solicitarem ou

a receberem o amparo do afastamento de função e após algum tempo, caso a

saúde não seja recuperada, há a possibilidade da READAPTACÃO FUNCIONAL.

Esta que é a problemática principal desta pesquisa e sobre ela e possíveis

desdobramentos no exercício profissional, trataremos a seguir.

READAPTAÇÃO FUNCIONAL

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O termo readaptação refere-se à situação jurídica que envolve o

trabalhador que não se encontra na capacidade laborativa plena para exercitar as

tarefas de seu cargo. Trata-se de uma pessoa que não está clinicamente apta

para fazer o trabalho rotineiro, relacionado à sua função, mas também não é

considerada, pela perícia médica, clinicamente inapta para receber uma licença ou

se aposentar por invalidez.

A definição de Readaptação Funcional e seus amparos legais foram

explicitados para os participantes dos Cursos já mencionados, em uma coletânea

elaborada a partir do Estatuto do Servidor - Funcionários Civis do Paraná Lei

6174/70 - Texto da Lei nº 6174; Decreto 6805 - 19 de Dezembro de 2012 e anexos

I,II,III,IV; Resolução SE 35, de 30-5-2007; Resolução SE-12, de 18- 3 – 2014;

Instrução Normativa N.º 02/2007 – GRHS/SEED/PR; Instrução Normativa N.º

02/2011 – GRHS/SEED/PR; Instrução Normativa N.º 03/2014 – GRHS/SEED.

Realizamos leitura e discussões a respeito do processo de readaptação, bem

como dos deveres e direitos dos readaptados.

Para complementar os estudos foi realizada uma pesquisa de campo, por

meio de estudos de caso, através de questionários pré-elaborados para Gestores

(a), Professores (as) Readaptados (as), Pedagogos (as), Responsável pelo GRHS

do NRE de Maringá e Coordenador (a) da CSO/ SEAP, em Curitiba, durante os

meses de setembro a novembro de 2016. O processo de análise dos resultados

foi conclusivo a partir da seleção das funções, enumerações por classe funcional,

com leituras individuais dos questionários respondidos e com retrato fiel das

proposições encontradas. Por fim, foi apresentado ao grupo de estudo um texto

produzido a partir das informações coletadas.

POR DENTRO DA READAPTAÇÃO

O Núcleo Regional de Educação de Maringá (NRE) tem sob a sua

jurisdição 25 (vinte e cinco) municípios. Em novembro de 2016, havia quatro mil,

quinhentos e trinta e sete (4.537) professores (as), na sua totalidade, sendo que

dois mil, novecentos e trinta e quatro (2.934) são do QPM. Destes efetivos, um (1)

é do QPM-E e mil duzentos e dois (1.202) são REPR. Dentre estes professores

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(as) há duzentos e quarenta e dois (242) em situação funcional de readaptação,

lotados(as) nos seguintes municípios e quantidades: Astorga, treze (13), Atalaia,

um (1), Colorado, quatro (4), Dr. Camargo, quatro (4), Floraí, dois (2), Flórida,

cinco (5), Iguaraçu, quatro (4), Ivatuba, quatro (4), Lobato, dois (2), Mandaguaçu,

três (3), Mandaguari, três (3), Marialva, sete (7), Maringá, cento e cinquenta e três

(153, N.S.Graças, dois (2), Ourizona, um (1), Paiçandu, sete (7), Santa Fé, dois

(2), Sarandi, vinte e cinco (25). Portanto, conclui-se que: 7,1% (sete vírgula um

por cento) dos professores efetivos estão em estado funcional de readaptação.

Dos vinte cinco (25) municípios, sob a Jurisdição do NRE, dezoito (18) têm

professores (as) Readaptados (as) nas Escolas Estaduais.

Não foram realizadas pesquisas específicas sobre o índice e causas do

absenteísmo nas escolas sob a Jurisdição deste Núcleo. Sobre o índice de

deferimentos de readaptação para Professores, no Estado do Paraná, segundo a

Perícia Médica responsável pelos professores da SEED, houve um aumento de

3% (três por cento) entre 2014 a 2015. Tem aumentado em pouca proporção –

segundo descreve o pesquisado.

Podemos dizer que não há políticas públicas (local, regional e no estado do

Paraná) que corroboram para a prevenção das doenças docentes e

consequentemente para a diminuição de atestados médicos. Simplesmente,

quando o (a) professor (a) está impossibilitado (a) de exercer a docência, há a

readaptação, ou quando está impossibilitado (a) totalmente de exercer qualquer

atividade, ele (a) é aposentado (a) por invalidez.

Sabe-se que os atestados são inseridos na ficha funcional do profissional

mensalmente, até os das faltas justificadas, podendo causar perdas da licença-

prêmio (quando houver mais de 180 dias de licença médica durante 05 anos).

Para “fugir” destas consequências previstas em Lei, o profissional pode ser

gerador do presenteísmo e com isso prejudicar ainda mais sua saúde física e/ou

mental.

Segundo a Perícia Médica - CSO/SEAP, o procedimento legal da

readaptação segue o Decreto Nº 6805/12 e seus anexos, assim há

comprovadamente um processo burocrático a ser seguido, o qual verifica- se a

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necessidade de permanecer “em afastamento de função” antes da readaptação.

Neste controle, quatro questionários nos anexos da Lei acima citada, que devem

ser respondidos pela chefia imediata do profissional adoentado, de noventa em

noventa dias. Ainda, este órgão deve reavaliar o readaptado após dois anos.

O responsável pelas respostas do questionário no NRE relatou que a

própria perícia entra em contato com o professor (a), avisando-lhe sobre a

readaptação definitiva, mas quando recebe qualquer outro documento relativo ao

assunto, envia de imediato à escola.

Na Perícia (CSO) tivemos a afirmação de que há a instrução sobre o rol de

funções na Orientação 02/2007, mas infelizmente, concluímos que a grande

maioria dos membros envolvidos na área educacional desconhece o Decreto

6805/12 e a Orientação 02/2007.

Podemos concluir que os (as) Pedagogos (as) são os (as) mais críticos (as)

quanto à função exercida pelos (as) readaptados (as). Dentre os oito Pedagogos

(as) que responderam o questionário, dois relataram que já perceberam algum tipo

de discriminação; seis disseram que há uma postura “diferente” do professor

readaptado no ambiente escolar, por exemplo: sentem que os mesmos não

exercem funções que condizem com sua capacidade laboral ou intelectual, pois

demonstram insatisfação na execução de suas funções e que sentem- se

limitados nas suas ações dentro das suas novas funções.

Estas atitudes, segundo os Pedagogos (as), são advindas do (a) próprio (a)

readaptado (a) e ainda, que seus colegas de trabalho não o veem mais como

professor (a) que ainda é. Porém, como descrito acima, eles (as) também não têm

conhecimento da base legal que ampara o (a) readaptado (a).

Quanto às funções exercidas pelos (as) readaptados (as), nove, dentre os

dez entrevistados, afirmaram que foram sugeridas pelo Gestor(a). Porém,

segundo os (as) Diretores (as), todos (as) estabelecem diálogos com os

profissionais readaptados (as), avaliando qual função é a melhor e mais adequada

para eles (as).

Somente um, dentre sete Gestores (as) questionados, disseram que

perceberam discriminação para com o (a) readaptado (a). De acordo com a

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afirmação deste Gestor, constata-se que os envolvidos neste contexto escolar,

veem o fato do readaptado estar fora da sala de aula como um prêmio, como se

ele tivesse procurado ficar doente para conseguir o estado funcional no qual se

encontra.

Por outro lado, percebe-se que o professor (a) readaptado (a), na sua

maioria, sente-se confortável e satisfeito na sua função após reinserção, pois dos

dez entrevistados somente três já se sentiram discriminados (as) e excluídos (as).

Todos foram categóricos em afirmar que mesmo enfrentando algumas

dificuldades, como de não serem mais vistos como professores (as), de sofrerem

julgamentos sobre suas condições de saúde e sobre sua capacidade laboral,

ainda têm consciência que é melhor estar readaptado (a) do que enfrentar a

realidade atual da sala de aula, visto que todos disseram que as suas condições

de saúde não possibilitariam estar como regentes.

Ainda, pode-se concluir que todos veem a readaptação como um benefício

e não sentença (no sentido de penalidade), inclusive o próprio readaptado, pois

mesmo passando por situações adversas em funções que não são de concurso,

ainda assim, os readaptados (as) sentem que puderam melhorar no quesito

ansiedade e preocupação. Outro item exposto foi que sentem- se mais à vontade

para irem ao médico, fazerem seus acompanhamentos de rotina e tratamentos

regulares. Três (03) dentre os 10 (dez) professores (as) readaptados (as)

afirmaram conhecer as leis que os amparam. Seria de suma importância que não

somente os readaptados tivessem acesso e conhecessem estas Leis, mas sim,

todos os envolvidos na área da educação, principalmente o Decreto 6805/12 e a

Instrução Normativa 02/2007- GRHS/SEED.

Ao fazer referência às políticas públicas, a categoria em sua totalidade

sente-se carente e solitária. Alguns mencionaram o SAS (Sistema de Assistência

à Saúde), porém, foi descrito como um serviço insuficiente e precário. Também,

alguns pesquisados, valorizam a determinação do número de alunos matriculados

por turma como uma conquista, mas estão cientes de que ainda não há

cumprimento em todos os estabelecimentos.

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A citação unânime nas pesquisas foi com relação à preocupação da

existência do bem-estar entre os colegas de trabalho, com a necessidade da

efetiva colaboração, do comprometimento, da interação e da confraternização

entre a categoria.

Podemos dizer que não há políticas públicas voltadas para a saúde do

professor. Não há momentos para esclarecer as dúvidas referentes ao tema.

Existem poucos estudos sobre as causas, consequências e prevenções das

doenças e da readaptação. No Estado do Paraná é difícil encontrar material para

embasar estudos e dar continuidade sobre o tema proposto, visto que as

pesquisas são escassas. Uma proposta que poderia colaborar para despertar

sobre a importância e seriedade do problema e do tema, seria a criação e o

desenvolvimento de Redes (dentro da educação) que dialogassem sobre a

problemática e sugerissem ações.

Enfim, quanto ao título do meu projeto: Da Doença Docente à Readaptação:

Sentenças em Busca de Qualidade de Vida? Posso afirmar que é uma questão

que demanda muito estudo e reflexão, mas com base nos poucos dados coletados

nesta pesquisa, posso dizer que a doença docente é sim uma “sentença” ( no

sentido de penalidade) para a categoria, visto que os problemas de saúde são

crescentes a cada dia. A readaptação não é uma sentença neste sentido, não é

penalidade, é um amparo legal, só que é um amparo que traz consigo estigmas e

preconceitos sociais que penalizam, que julgam, que fazem com que o

profissional readaptado(a) tenha que lutar para vencer a discriminação (que ainda

é velada) e a “sentença” de que ele é um “encostado” para conseguir buscar uma

melhoria no seu quadro de saúde, já que este é o seu objetivo principal.

Somente o (a) readaptado (a) pode mensurar o seu problema, portanto

ele(a) obriga-se a buscar meios de “viver bem ou melhor” e de adaptar-se à sua

nova função, para assim conseguir uma maior qualidade de vida, com menos dor

ou pelo menos com mais amparo para tratar a sua dor e neste caso, o estado de

readaptação funcional é o grande aliado em sua vida profissional. Talvez possa

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ser sim, uma “sentença”, mas no sentido de decisão – esta que ajuda o

profissional a buscar uma melhoria na qualidade de vida1

Compreendermos, por meio do embasamento teórico e das respostas aos

questionários, que o mal-estar e as doenças vêm afetando e abalando, cada vez

mais drasticamente, a vida dos docentes. Por isso, buscamos algumas possíveis

ações, pensando na prevenção e na melhoria da qualidade de vida no trabalho.

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Diante do quadro crescente de adoecimento do docente, da readaptação

funcional e de todas as consequências analisadas faz-se necessário encontrar

formas para melhorarmos a nossa qualidade de vida, seja no trabalho ou fora

dele. Elencamos como primordiais os seguintes fatores: Saúde; Espiritualidade;

Lazer; Amigos; Família, Amigos; Ambiente; Trabalho/ Educação. Estes fatores são

essenciais em relação aos seus valores e possuem os mesmos pesos, não

importando a ordem de cada um, todos devem se consolidar entre si e existir.

Evocamos agora a célebre frase: “Mente saudável, corpo saudável”. Se a

cabeça não vai bem o corpo padece. A qualidade de vida e as condições de saúde

mental estão relacionadas ao fato de que mente e corpo precisam de uma vida

boa e tranquila e, consequentemente, isso transforma o trabalho em um ambiente

agradável e prazeroso. Quem leva uma vida saudável pode dar e ensinar com

mais vontade e fazer do ambiente de trabalho um meio para trocas (SOUZA 2007,

pag.84).

De acordo com a citação acima, necessitamos de um equilíbrio entre o

corpo e a mente, onde ambos estejam saudáveis. Desta forma teremos mais

prazer, inclusive, na realização das atividades laborais. Diversos fatores podem

contribuir para alcançarmos este “estado de satisfação e prazer” no trabalho,

1 O relato acima foi resultado de uma Pesquisa de Campo realizada pela Professora PDE Adriana Aparecida

Menosse, entre junho a novembro de 2016, em forma de questionário, aplicado para Professores Readaptados, Pedagogos e Gestores do Munícipio de Mandaguari e participantes do PDE, para a COS/SAEP de Curitiba e GRHS do NRE de Maringá.

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sendo um deles, a efetiva gestão democrática e participativa do sistema

educacional prevista por lei, como segue abaixo:

A gestão democrática é um princípio definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 3º. Inciso VIII), e na Constituição Federal (Art. 206, inciso VI). Dessa forma a educação é vista como um processo social colaborativo que demanda a participação de todos da comunidade interna da escola, assim dos pais e da sociedade em geral. Dessa participação conjunta e organizada é que resulta a qualidade do ensino para todos, princípio da democratização da educação.

O gestor educacional deve promover uma gestão participativa e

democrática, estar presente no cotidiano dos docentes expondo suas ações,

liderando, acolhendo, compartilhando erros e acertos, solicitando sugestões,

aceitando críticas e promovendo momentos em que envolva toda a comunidade

escolar, criando um ambiente prazeroso, de cooperação e confraternização. Os

valores como respeito, honestidade, confiança, compreensão, sinceridade, união,

sensatez, entre outros, fortalecem muito os membros de uma instituição de

ensino, construindo assim, relações interpessoais solidárias e saudáveis e um

ambiente propício para as pessoas sentirem-se bem e estimuladas para o

exercício da sua função, sem necessidade de transformar o seu trabalho em uma

missão árdua, penosa e desgastante.

Luck (2002) afirma que o Gestor é o principal responsável pelo norteamento

do modo de ser e de fazer da escola e de seus resultados. Podemos observar na

citação abaixo algumas características que a Pesquisadora relata como essenciais

para o efetivo exercício do Gestor Escolar: “O Gestor não pode ser egocêntrico,

deve ter “sede de realização e não de poder”, deve valorizar e cultivar o trabalho

em equipe para que todos tenham como meta “a educação”, por meio de

responsabilidades conjuntas e compartilhadas2”.

Para proporcionar aprofundamento dos conhecimentos e das reflexões

acerca do embasamento teórico exposto nesta pesquisa, foram disponibilizadas

algumas palestras durante a implementação didático-pedagógica, como segue:

2O “Gestor é um eterno aprendiz do fazer humano”. Heloísa Luck – Palestra – Youtube

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A primeira palestra teve como ministrante uma Enfermeira e os seguintes

temas foram abordados:

- Doenças docentes mais recorrentes.

- Motivos que levam os docentes a ficarem expostos a estas doenças.

- O que pode acontecer aos docentes após o acometimento destas

doenças.

- Quais são as ações para prevenir estas doenças e melhorar a qualidade

de vida.

Na segunda palestra os esclarecimentos e a discussões foram conduzidas

por um Gestor Escolar e os assuntos permearam sobre:

- Definição de Gestão Democrática e sua efetivação no ambiente escolar.

- Modelo de Gestão Democrática em relação às instâncias colegiadas

( Conselho de Classe, APMF, Conselho Escolar, Grêmio Estudantil).

- Ações que geram transparência na Gestão Democrática.

- Atitudes do (a) Gestor (a) que podem contribuir para o bem-estar físico e

mental dos (as) docentes e funcionários (as) (não docentes).

- Relatos de experiências voltadas à gestão participativa que deram certo ou

não.

No encerramento, com o objetivo de despertar para a necessidade do

resgate da valorização da profissão docente, de estimular o encontro pessoal da

identidade profissional, de incentivar o trabalho em equipe, de forma a gerar um

ambiente de trabalho saudável, de esclarecer sobre a importância da saúde física

e mental para a efetivação de um bom trabalho e de sensibilizar os cursistas para

a importância da valorização pessoal e da busca pela qualidade de vida, a

palestra foi ministrada por uma Psicóloga que abordou os seguintes tópicos:

- Profissão: vocação, sabedoria e dedicação.

- Professor: afetividade, comprometimento e respeito.

- Equipe: união, solidariedade e amizade.

- Harmonia: Saúde mental e física.

- Valorização da autoestima.

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Quanto às atividades propostas no Grupo de Trabalho em Rede, todas

foram desenvolvidas a partir do embasamento teórico utilizado no projeto de

intervenção pedagógico e da produção didático-pedagógica, inclusive com relatos

da implementação, que já havia sido realizada.

Os cursistas “online” foram muito receptivos e participativos. As interações

realizadas por e entre eles, professores (readaptados e não readaptados ),

gestores e pedagogas tiveram um grande percentual de descrição da realidade

vivida no cotidiano de cada um, portanto houve um alto índice de sentimento de

desvalorização profissional gerado pelo sistema educacional atual, pelos gestores,

pais, alunos, comunidade escolar e até pelos próprios colegas de trabalho.

O sentimento de “sofrimento, estresse e cansaço” esteve presente no

contexto de praticamente todas as atividades. Os sintomas e as causas do

adoecimento também fez parte da realidade de alguns participantes ou de alguns

colegas de trabalho descritos por eles.

Para a maioria dos cursistas, o professor readaptado está sujeito ao

preconceito, este que está enraizado na cultura escolar.

As propostas das ações solicitadas em respostas às questões do GTR, na

sua maioria, foram significativas e acrescentaram conhecimentos em relação ao

tema, visto que a maior preocupação entre os professores é com relação à falta

de políticas públicas e com a necessidade de mudanças comportamentais dos

profissionais da educação voltadas para a prevenção das doenças ocupacionais.

CONSIDERAÇÕES DE UM ESTUDO REALIZADO

Esta pesquisa priorizou fontes que esclareceram quais os reais motivos que

influenciaram nas transformações ocorridas na educação no decorrer dos tempos.

E com isto, pode-se perceber que a maioria das mudanças ocorridas conduziu a

uma efetiva desvalorização da profissão “Professor”. O professor perdeu a sua

identidade profissional e está cada vez mais evidente que o seu papel de

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educador desapareceu em meio a tantas outras funções que lhes foram e são

atribuídas.

Ficou claro que todos os acontecimentos, em sua maioria, desfavoráveis ao

bem-estar dos profissionais da educação, fazem com que os mesmos acumulem

sentimentos de tristeza, de angústia e de ansiedade em relação ao seu trabalho,

assim, confirma-se que aquilo que deveria ser, em sua maior parte, fonte de

prazer e alegria, torna-se, quase que na sua totalidade, fonte de sofrimento. E isto

também corrobora para o crescente número de professores em condições de

adoecimentos, sejam físicos ou psíquicos.

Infelizmente, mediante a fragilidade das condições de saúde, o professor

inicia o seu calvário, necessitando apresentar atestados médicos para justificar

suas faltas. Muitas vezes são incompreendidos pelos Gestores e até pelos

próprios colegas de trabalho, principalmente quando as doenças são de cunhos

psiquiátricos.

. Foi pauta de um Seminário Estadual da Associação dos Professores do

Paraná em junho de 2017, o tema: Assédio Moral e Adoecimento Docente. Desta

forma, acredita-se que o tema começou a ser visibilizado no nosso Estado e

espera-se que ações de políticas públicas preventivas quanto à saúde dos

professores sejam encaminhadas.

Quanto à problemática, readaptação e suas consequências, o qual foi o

objeto principal desta pesquisa, podemos afirmar que não são tão fartos os

embasamentos teóricos, mas a exploração de alguns existentes, mais os

resultados dos questionários aplicados, acrescentadas às reflexões e aos debates

a partir do Curso de Extensão e do GTR, foram suficientes para a conclusão que

este estado funcional – a readaptação – ainda é o único amparo do professor

adoentado.

O Professor, até obter o deferimento da readaptação, passa por um período

de afastamento de função, normalmente até dois anos. Neste período sua saúde

já está precária, portanto, sujeita- se a qualquer função dentro do ambiente

escolar ou simplesmente cumpre seu horário. Após a readaptação definitiva o

profissional já está mais reabilitado física ou psicologicamente, justamente por

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estar afastado da sala de aula, porém, nesta fase, já pode-se perceber que ele

passa por uma suspensão da identidade docente, ou seja, não “se vê e nem “o

veem” mais como professor pela visão da comunidade escolar e às vezes até pela

sua própria visão.

Além disso, os professores readaptados ficam sujeitos aos preconceitos

enraizados na cultura escolar, como os seguintes: “tem sorte por não estarem em

sala, são acomodados, não fazem mais parte do quadro de professores, se

readaptaram porque quiseram, são inúteis” e às vezes, até se sentem inúteis “

enfim, como se a readaptação fosse um amparo para quem tivesse bem de saúde,

e este julgamento se agrava, quando a readaptação é deferida devido a um

laudo clínico psiquiátrico, visto que a doença psicológica não é vista com tanta

seriedade por algumas pessoas desinformadas e/ ou incompreensivas.

Em meio a tantos conflitos, o próprio Professor (a) amparado (a) passa a

vivenciá-los, por meio do sentimento de inutilidade, de incompreensão e da falta

de cooperação entre os próprios colegas de trabalho.

Por outro lado, se pensarmos que não há políticas públicas voltadas à

prevenção da saúde do docente, que a doença ocupacional é o mal que acomete

sem dó a categoria e se compararmos os malefícios e os benefícios da

readaptação, sabendo que não existem ações que reabilitam e/ou integram o

profissional, que a readaptação foi criada para que o servidor público não

continuasse em licenças de saúde constantes, conforme indicação no Manual do

Readaptado e da Readaptação (2005), mesmo identificando que a maioria dos

professores readaptados está nas escolas exercendo funções diversas da sua

formação, suprindo faltas de funcionários específicos, sem uma proposta coerente

de integração com educadores ou uma proposta de reabilitação funcional

relacionada à sua formação e habilitação.

Sabendo que o processo de readaptação, como tem se realizado, não

promove uma efetiva readaptação, mesmo assim, ainda é a única forma de

amenizar “ a dor física e/ou mental do (a) professor (a). Sempre existirá a

responsabilidade, a eficiência, a assiduidade e o comprometimento do bom

profissional, seja em qual função ele exercer, porém alguns docentes veem com

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demérito um colega de profissão exercer outra função dentro do ambiente escolar

e continuar sendo remunerado como professor.

Talvez, também, seja esse um dos motivos de discriminação do readaptado

dentro da sua própria categoria, pois sua remuneração condiz “legal e

merecidamente” com a sua função de concurso e não com a sua função de

reinserção. Portanto, é difícil para a compreensão humana de uma coletividade

perceber que diferentes rumos são seguidos dentro de um mesmo contexto

profissional.

Mesmo diante de todos estes dissabores a readaptação não é SENTENÇA

(no sentido de penalidade), pois, felizmente é amparo legal para o adoentado,

porém, traz consigo desígnios de SENTENÇA (no sentido de decisão), ou seja, de

DECISÃO EM BUSCA DE QUALIDADE DE VIDA. Estar readaptado oferece ao

profissional a dignidade de busca por auxílio médico, sem ter que preocupar-se

com dezenas de cidadãos a espera de uma aula de qualidade; é poder otimizar

melhor seu tempo em busca de atividades físicas e de lazer, quando ainda resta-

lhe um pouco de ânimo e persistência, visto que quando se é regente, muitas

atividades são levadas para serem realizadas em casa.

Ser professor, com amparo da readaptação, é após ou em meio ao

sofrimento e a dor, poder implementar “políticas internas” em suas próprias

vidas, comprometendo-se com a atenção ao seu organismo, com o cuidado e zelo

pela sua própria vida; é poder garantir a diminuição dos fatores estressores no seu

cotidiano laboral; é procurar o equilíbrio do corpo e da alma quando não é mais

possível tê-lo dentro de quatro paredes, do quadro negro e do giz .

REFERÊNCIAS

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