DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2013-01-16 · 4.3 - valoraÇÕes crÍtica da...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CRIMES DE TRANSITO
JARLENE ALMEIDA DO CARMO DA SILVA
ORIENTADOR
Prof. FRANCIS RAJZMAN
Rio de Janeiro
2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
JARLENE ALMEIDA DO CARMO DA SILVA
.
CRIMES DE TRÂNSITO.
Projeto de monografia de Crimes
de Transito, apresentado a
disciplina de Penal sob a
orientação do professor. FRANCIS
RAJZMAN
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a princípio a Deus, que me permitiu
capacidade de desenvolvimento.
Aos professores, pelas orientações precisas
em todos os momentos solicitados.
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DEDICATÓRIA
Agradeço, por tanto se dedicarem a mim,
não é por terem me ensinado, mas por ter
me ajudar a compreender e a aprender.
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RESUMO
Este trabalho tem como foco, crimes e delitos praticados no trânsito, e
verificar se os autores de tal fato têm através de suas ações, tem praticado de
forma dolosa ou culposa considerando, principalmente, as situações de
imprudência em que ocorrem tantos óbitos.
Desta forma, será analisada se o veiculo automotor, tanto de carga
como de passageiros, é o principal meios de acidentes fatais.
Devendo-se colocar tolerância zero e presunção de culpa para quem
assume o risco no trânsito.
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METODOLOGIA
Diante das discursões e dúvidas inerentes ao trabalho o objetivo
especifico neste tema, tem como base o esclarecimento da conduta praticada
no transito como forma de educar e informar a atitude no transito, evitando com
isso, acidentes ocasionados por condutores imprudentes.
Este trabalho tem como fonte de pesquisa, a todos no sentido, Lato
Sensu, como forma de conscientizar os habilitados e inabilitados, a evitar
tantas imprudências cometidas no trânsito, bem como os estudantes
universitários que demonstrem grandes interesses em pesquisa. Dito isto este
trabalho foi desenvolvido através consulta literárias.
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SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPITULO I 1-ASPECTOS HISTÓRICOS DESTACADOS NO CÓDIGO BRASILEIRO DE TRÂNSITO 9
CAPITULO II 2- A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ESTADO NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO 11
2.1-ACIDENTES CAUSADOS POR FILHO INABILITADO PARA DIRIGIR 16
3 – RESPONSABILIDADES SUBJETIVA E OBJETIVA 18
CAPITULO III
4- A RESPONSABILIDADE PENAL 19
4.1- OS TIPOS DE PENA 20
4.2 - DANO MORAL E DANO MATERIAL 22 4.3 - VALORAÇÕES CRÍTICA DA REGULAÇÃO LEGAL DO CRIME DE CONDUÇÃO EM ESTADO DE INFLUÊNCIA POR ÁLCOOL 23
CAPITULO IV
5- SUBJETIVIDADES DA CONDUTA 25 5.1- ANÁLISE DO ARTIGO 165 DO CTN – CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO 27
CAPITULO V
6 – DOLO EVENTUAL NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO 29
6.1-DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE 30
CAPITULO VI 7- A INFLUÊNCIA DA SENTENÇA CRIMINAL SOBRE O JUÍZO DE RETRATAÇÃO NO ACIDENTE DE TRÂNSITO 32
7.1- O PERDÃO JUDICIAL NO CÓDIGO DE TRÃNSITO BRASILEIRO 34
CONCLUSÃO 37
BILIBLIOGRAFIA COMENTADA 38
INDICE 39
8
INTRODUÇÃO
O presente trabalho de graduação tem como objetivo analisar as
diversas correntes, traçando diretrizes que facilitem a identificação das
condutas delitivas no trânsito que podem configurar a incidência do dolo
eventual do agente nos homicídios praticados na direção de veículo automotor,
mais precisamente quando conexos com os crimes definidos nos artigos 306
(embriaguez ao volante), 308 (racha ou pega) e 311 (excesso de velocidade)
da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro.
A fronteira entre dolo eventual e crime culposo é quase imperceptível,
tanto do ponto de vista doutrinário quanto jurisprudencial. De regra, se o agente
visualiza o resultado lesivo e acredita que não irá ocorrer, estará incidindo em
culpa consciente. No entanto, se prevê o resultado e prossegue na conduta,
pouco lhe importando as consequências, haverá dolo eventual.
Portanto vem crescendo o número de acidentes com vítimas fatais nas
rodovias, sendo causados na maioria das vezes por motoristas embriagados ou
realizando “rachas”, a doutrina e os Tribunais apresentam divergências acerca
do reconhecimento do dolo eventual na conduta do agente que, sob a
influência de álcool e/ou realizando “rachas”, ocasiona a morte de pessoas
conduzindo veículo automotor, diante da linha tênue que separa o dolo
eventual da culpa consciente.
E o objetivo é verificar delitos e crimes praticados na direção de
veículos automotores, devendo portanto conscientizar autoridades e pessoas
que desejam utilizar este trabalho como fonte de pesquisa e informações,
trazendo em baila pesquisas e os princípios empregados ao método indutivo,
por meio de levantamento doutrinário, apresentando pensamentos de vários
autores consagrados.
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CAPÍTULO I
1 - ASPÉCTOS HISTÓRICOS DESTACADOS NO CÓDIGO
BRASILEIRO DE TRÂNSITO
Surgiu no Brasil em 27 de outubro de 1910, a primeira legislação de
trânsito dezessete anos após a chegada do primeiro automóvel no país e a
legislação foi através do Decreto nº 8.324, que aprovou o regulamento para o
serviço subvencionado de transporte por automóveis.
O Decreto, apresentava as medidas para a segurança que os
motoristas deveriam agir na condução do automóvel, prevista em seu artigo
21, onde os motorneiros, mantivessem o controle da velocidade de seu
veículo, devendo vir a diminuir a marcha ou até mesmo parar toda vez que o
veículo pudesse causar acidente.
Outros requisitos do Decreto nº 8.324/1910, exigidos na segurança dos
veículos que transitariam nas vias, bem como dos próprios condutores,
estariam elencados nos artigos 18 a 26, no capitulo intitulado como Material
Rodante e Medidas de Segurança.
Segundo: DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO Art. 18. Nenhum automóvel poderá ser posto em serviço sem prévio exame do engenheiro fiscal, que deverá proceder ás experiências e julgar convenientes, afim de verificar que não apresenta nenhuma causa de perigo, sendo empregado no trafego da estrada. A infracção deste artigo sujeita o concessionário á penalidade estatuída pelo art. 33 Art. 19. Os automóveis terão reservatórios, tubos e quaisquer peças destinadas a conter explosivos, ou inflamáveis, construídos de modo a não deixar escapar, nem cair matéria alguma que possa causar incêndio ou explosão, e bem assim : a) aparelho disposto de modo tal, que seu emprego não apresente nenhuma causa de perigo, e não possa causar danos pelo desprendimento de gazes deletério: b) órgãos de manobras bem dispostos de modo que o motorneiro possa aciona-los sem deixar de prestar toda a atenção ao caminho que for percorrendo; c) o raio visual para frente do veiculo deve ser completamente livre e o monômetro e outras aparelhos indicadores, que o motorneiro deve sempre ter á vista, devem ser colocados de modo a serem
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facilmente consultados. Durante a noite serão estes aparelhos bem iluminados; d) o veiculo deve ser disposto de modo a obedecer facilmente ao aparelho de direção e a voltar com facilidade nas curvas de pequeno raio e os órgãos de direção deverão oferecer todas as garantias de perfeita solidez. Art. 20. Os automóveis devem ser providos aparelhos aperfeiçoados que façam a inversão do movimento com rapidez, e serão providos de dos sistemas de freios distintos, bem aperfeiçoados e bastante eficazes, de modo a poderem, em dado momento, cada um de per si, suprimir automaticamente a ação propulsora do motor, ou neutraliza-la. Art. 21 . O motorneiro deve estar constantemente senhor da velocidade de seu veiculo, devendo diminuir a marcha ou mesmo parar o movimento, todas as vezes que o automóvel possa ser causa de acidentes. A velocidade deverá ser reduzida o mais possível nos pontos da estrada, onde, por qualquer obstáculos, não se possa entender á distancia o raio visual, ou quando atravessar caminhos ou ruas de povoados. Art. 22. A velocidade comercial mínima para o transporte de mercadorias será de 6 quilômetros por hora e a do transporte de viajantes, de 12 quilômetros, devendo os automóveis empregados satisfazer a essas condições de serviços. Art. 23. A aproximação dos automóveis deverá ser anunciada á distancia por uma buzina ou trompa. Art. 24. Os automóveis, rebocando outros veículos não poderão circular sem que satisfaçam as exigências do art. 17, e cada veiculo rebocado será provido do mesmo sistema de freios, suficientemente eficazes, susceptíveis de serem acionados, quer pelo motorneiro, quer pelo guarda-freio especial. Art. 25. O motorneiro ao deixar o veiculo é obrigado a tomar todas as precauções para evitar acidentes e suprimir o ruído do motor. Art. 26. O trafego será feito com automóveis e veículos, cujo numero será fixado nos contratos que forem celebrados, nos termos deste regulamento e, uma vez inaugurados, não poderá ser interrompido. (DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO, p. 21-22)
Foi promulgado em 28 de janeiro de 1941 o Decreto-Lei nº 2.994/41,
nominado de Código Nacional de Trânsito, no qual durou de apenas oito
meses, sendo revogado pelo Decreto-Lei nº 3.651/41, Decreto-Lei este que
atribuiu aos Estados à regulamentação do trânsito de veículos automotores,
devendo a legislação se adaptar a Lei Nacional.
Em 21 de setembro de 1966, foi criado pela Lei nº 5.108, o segundo
Código Nacional de Trânsito, que tinha 131 artigos, sendo que antes mesmo de
sua regulamentação sofreu a primeira alteração em 1967, pelo
Decreto nº 237/1967. O Código Nacional de Trânsito de 1966, sua duração foi
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por 31 anos, sendo revogada em 23 de setembro de 1997, pela
Lei nº 9.503/97, sendo nominada de Código de Trânsito Brasileiro, passando
a vigorar em 22 de janeiro de 1998. Hoje o Código de Trânsito brasileiro rege-
se pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Atualmente, Código de Trânsito Brasileiro, Lei nº 9.503/97, dispõe de 20
capítulos e 341 artigos, sendo apenas 17 artigos vetados, tendo o legislador
inserido o capítulo XIX, intitulado como DOS CRIMES DE TRÂNSITO, que
tipificavam os crimes praticados na condução de veículos automotores, então
chamado de crimes de trânsito em espécie. A seção I, do capítulo XIX, é
composta de 11 artigos, que vão do artigo 291 ao artigo 301, ficando
revogados os artigos 299 e 300. Nesta seção são especificadas as regras dos
crimes de trânsito em espécie, dispostos na seção II do mesmo capítulo. Nesta
seção II, também composta de 11 artigos, tendo inicio no artigo 302 e finalizado
no artigo 312, são determinadas as penas aplicadas aos condutores que
cometerem os crimes de trânsito em espécie, ou seja, crimes praticados
unicamente na direção de veículos automotores.
CAPITULO II
2- A RESPONSABILIDADE SUBSDIÁRIA DO ESTADO
NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO
Visualizamos todos os dias a ocorrência de acidentes de trânsito
decorridas diretamente das precárias estradas das estradas nas , as pessoas
que se acidentam e sofrem danos pessoais, são ainda pessoas que ao se
envolverem em acidentes causam danos a terceiros. Havendo uma indagação:
não é o Estado também responsável? O fato de se a omitir enquanto poder
público, mantendo as estradas em estado precário e sem manutenção, são ou
não aptas à formação do nexo causal, seja de forma exclusiva ou concorrente
com a conduta do agente?
Alguns julgados de tribunais brasileiros são no sentido de, quem conduz
veículo automotor não pode livrar-se da responsabilidade invocando
dificuldades ou obstáculos surgidos em seu caminho, a pretexto que deles
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derivou o acidente, a não que se traduzam em casos de força maior. Desta
forma aquele que causar um dano a outrem, não poderia se
eximir de sua responsabilidade alegando más condições da pista; pois,
presente o nexo de causalidade (ainda que não exclusivo de sua conduta) ter-
se-á o dever de reparar.
O objetivo da norma constitucional é ampliar aos prestadores de
serviços a responsabilidade objetiva idêntica a do Estado, atendendo reclamo
da doutrina ainda sob o regime constitucional .
Quem tem os bônus deve suportar o ônus. As pessoas jurídicas
prestadoras de serviços públicos tem personalidade jurídica , patrimônio e
capacidade próprios são seres diferentes os do Estado, sujeitos direitos e
obrigações, que agem por sua conta e risco, devendo responder por suas
próprias obrigações : nem mesmo de responsabilidade solidária é possível
falar nesse caso, porque a solidariedade só pode advir da lei de contrato ,
inexistindo norma legal atribuindo solidariedade ao Estado com os
prestadores de serviços públicos. Diante disso o Estado responde apenas
subsidiariamente, uma vez exauridos os recursos da entidade prestadora de
serviços. Se o Estado escolheu mal aquele a quem atribuiu a execução de
serviços públicos, deve responder subsidiariamente caso o mesmo se torne
insolvente.
Segundo: Maria Sylvia Zanella Di Pietro “critica que a responsabilidade do Estado é também chamada de responsabilidade da Administração Pública. Já que a Administração Pública não tem personalidade jurídica, não é titular de direitos e obrigações na ordem civil, A capacidade é do Estado e das pessoas jurídicas públicas ou privadas que o representam no exercício de parcelas de atribuições estatais “ (Maria Sylvia Zanella Di Pietro p 408)
Como dito anteriormente a responsabilidade civil do Estado consiste a
responsabilidade subjetiva na obrigação do Estado em indenizar em razão de
um procedimento contrário ao Direito, de natureza culposa ou dolosa, traduzido
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por um dano causado a outrem, ou em deixar de impedi-lo, quando deveria
assim proceder.
Diante destes princípios não é necessária a identificação de uma culpa
individual para deflagrar-se a responsabilidade do Estado. Esta noção civilista é
ultrapassada pela ideia denominada de faute da .çervice entre os franceses.
Ocorrendo a culpa do serviço ou "falta de serviço", quando este não funciona,
devendo funcionar, funciona mal ou funciona atrasado. Esta é a modalidade
pela qual se apresenta e nela se traduz um vicio entre a responsabilidade
tradicional do direito civil e a responsabilidade objetiva.
A ausência do serviço causada pelo seu funcionamento defeituoso, até
mesmo pelo demora, para configurar a responsabilidade do Estado pelos
danos daí decorrentes em desfavor dos administrados.
Ressalta-se ainda que, a responsabilidade por falta de serviço, falha do
serviço ou culpa do serviço é subjetiva, porque baseada na culpa (ou dolo).
Tendo sempre a característica de responsabilidade por comportamento
ilícito quando o Estado, devendo atuar segundo certos critérios ou padrões,
não o faz, ou atua de modo insuficiente.
Diante disso, o Estado tanto pode responder pelo dano causado em
razão da responsabilidade objetiva consagrada no art., 37, § 6.' da Constituição
Federal (se a atividade da qual decorreu o gravame for lícita),também pela
teoria subjetiva da culpa (se a atividade foi ilícita ou em virtude de faute du
servisse
Jurisprudência - "Para haver a responsabilidade civil do Estado, é mister indagar da licitude do ato inquinado, da regularidade do ato ou omissão causadora do dano “A alegação de imprudência, negligência ou imperícia da Administração pelo autor de ação indenizatória não impede o reconhecimento da responsabilidade objetiva do Estado pelo juiz”. Neste caso, não há falar de julgamento extra petita, pois, pelo princípio jura novit curia, o pedido foi atendido com base no direito aplicável aos fatos - no caso, o art. 37, § 6.1, da CF'
Se o comportamento lesivo é ( os danos não são causados pelo Estado,
evento alheio a ele. A omissão é condição porque propicia sua ocorrência.
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Condição é cuja ausência enseja o surgimento do dano. de dano por
comportamento omissivo, a responsabilidade do Estado é subjetiva"
Responsabilidade objetiva do Estado: O princípio da responsabilidade
civil nunca colocado em dúvida. O art. 15 do Código Civil.
Responsabilidade objetiva é a obrigação de indenizar que alguém em
razão de um procedimento lícito ou ilícito que causou uma lesão na esfera
juridicamente protegida de outra pessoa.
Ocorrendo o dano moral e nexo causal, o Estado será responsabilizado
patrimonialmente, desde que tenha a relação entre o prejuízo e a pessoa
jurídica pública, de forma que somente a força maior ou a culpa da vítima
exonerariam a Administração da obrigação reparatória.
a.) teoria do risco integral, ou por causa do serviço público; b) a teoria da culpa
administrativa; c.) a teoria do acidente administrativo ou da irregularidade do
funcionamento do serviço público.
A teoria do risco integral é a que mais se identifica com a
responsabilidade objetiva, já que esgota suas diretivas no simples nexo de
Causalidade material: o prejuízo sofrido pelo Particular é consequência do
funcionamento.
Como dito anteriormente, no Brasil adotou- se, desde a Constituição da
República de 1946, a teoria do risco administrativo.
Em trabalho doutrinário que escreveu, o Ministro Carlos Velloso lembrou
que a teoria do risco administrativo fez surgir a responsabilidade objetiva do
Estado.
Segundo essa teoria, o dano sofrido pelo indivíduo deve ser visualizado
como consequência do funcionamento do serviço público, não importando se
esse funcionamento foi bom ou mau.
Diante de disso importa, sim, a relação de causalidade entre o dano e o
ato do agente público.
É que, segundo a lição de Apud Caio Mário da Silva Pereira, com apoio
em Amaro Cavalcanti, Pedro Lessa, Aguiar Dias, Orozimbo Nonato e Mazeaud
e Mazeaud, positivado o dano, "o Principio da igualdade dos ônus e dos
encargos exige a reparação. Não deve um cidadão sofrer as consequências do
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dano. Se o funcionamento de serviço público. independentemente da
verificação de sua qualidade e, teve como consequência causar dano ao
indivíduo, a forma democrática de distribuir por todos a respectiva
consequência conduz a imposição à pessoa jurídica do dever de reparar o
prejuízo e, pois, em face de um dano, é necessário e suficiente que se
demonstre o nexo de causalidade entre o ato administrativo e o prejuízo
causado" .
A ressalva "no caso de comportamentos lícitos" é feita porque nas
hipóteses de comportamentos ilícitos da Administração o princípio que
fundamenta esse ressarcimento é o "princípio da legalidade".
Segundo: PEDRO LESSA “Que desde que um particular sofre um prejuízo, em consequência do funcionamento (regular ou irregular, pouco importa) de um serviço organizado no interesse de toda a indenização é devida. Aí temos um corolário lógico do princípio da igualdade dos ônus e encargos sociais" (PEDRO LESSA. 2010 p.199.)
A responsabilidade civil do Estado, responsabilidade objetiva, tem como
base no risco administrativo, que admite pesquisa em tomo da culpa da vítima,
para o fim de diminuir r ou excluir a responsabilidade da Administração, ocorre,
em resumo, diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação
administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação
administrativa.
Segundo: ALEXANDRE DE MORAES “ A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e de direito privado prestadoras de serviços público baseia-se no risco administrativo, sendo objetiva. Essa responsabilidade objetiva exige a ocorrência dos seguintes requisitos :ocorrência do dano, ação ou omissão administrativa : existência de nexo causal entre o dano e a ação ou omissão administrativa e ausência de causa excludente da responsabilidade estatal”.( ALEXANDRE DE MORAES .2009 , p 350)
16
2.1- ACIDENTES CAUSADOS POR FILHO INABILITADO
PARA DIRIGIR
Este tema versa sobreo o acidente causado por filho habilitado para
dirigir Essa é uma questão que teve muitas divergências nos Tribunais, sobre
acidente de veículo causado pelo filho menor. Devido seus mpais entregarm o
carro ao filho inabilitado par aidirgir, o quando este de forma ilícita e na falta de
vigilância dos pais toma posse das chaves do veículo, não há dúvida quanto a
responsabilidade paterna, a complexidade do caso é quando se trata de filho
devidamente habilitado e que nunca tenha se mostrado um imprudente .
A lei dá legalidade, apartir dos 18 anos, tirar carteira de habilitação que
poder tem os pais para impedir aquilo que a lei dar respaudo. Além disso, o
poder Estatal competente, após examinar, considera-se habilitado para dirigir,
e até lhe conferee a carteira, como podem os pais impedir ao filho o exercício
dessa atividade.
Na vigñsia do Códigoo de 1916 havia um descompasso entre essa
realidade e a maioridade estabelecida em 21 anos de idade. A lei conferia ao
menor habvilitado para dirigir uma liberdade de ação que não permitia aos pais
o exercicío de dever de vigilãncia . Memso assim a jurisprud^sncia do Superior
Tribunal de Justiça firmou-se no sentido de não exluir a responsabilidade dos
pais .
O código de 2002 praticamente eliminou essa problemática ao aduzir
a maioridade para 18 anos artigo 5°, idade em que o jovem miooderno está
plenamente caappcitado para gerir sua própria vida A partir daí os pais não
mais serão responsáveis pelos atos dos filhos , salvo se houver solidariedade
como por exemplo, no caso de empréstimo de veículo.
Em suam, até 18 anos os pais respondem objetivamente pelos atos dos
fiolhos. A vítima não necessita provar que o fato ocorreu por culpa in vigilando
dos pais:, deve apenas provar o dano, e que o mesmo foi causado por fato
culposo do filho. Essa prova é indispensável, porque objetiva é apenas a
responsabilidade dos pais , enão a do filhoos pais só poderão exonerar –se do
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dever de indenizar demonstrando in concreto que não mais tinham o poder de
direção sobre o menor e o corresppondente dever de vigilância. Na
quedstaão de direito intertemporal. De quem será responsabildade pelos atos
ilícitospraticado pelos filhos de 21 anos na vigência do Código de 1916,
continuará sendo dos pais, ou passará a ser o dosa filhos? Como
aresponsabilidade é apurada no momento da prática do ato ilícito, os pais
continuarão responsáveis : a lei vigente ao tempo do fato impunha –lhes a
responsabilidade pelos atos dos filhos até que estes chegassem à maioridade
, então estabelcia em 21 anos.
Questão a ser discutida : o atigo de 1916 equiparava o menor entre 16
21 anos maior quanto á responsabilidade solidária entre os pais eo filho. A
ação indenizatória podia ser ajuízada contra o filho, contra os pais, ou contra
ambos.
Agora a doutrina agora é outra, porque o Código civil de 2002 não
agaslhou o artigo 156 do código de 1916, e mis em seu artigo 156 comntinuará
aplicável aos fatods ocorridos na sua vig~encia, mantida a so,lidariedade
entre pais e filhos .
Já na responsablidade dos tutores , como o tutor e´representaste legal
do menor cujos pais faleceram, foram declarados ausentse ou decaíram do
poder famikiar Código Civil, artigo 1.728, enquanto o curador representa o
maior incapz , em razão de loucura , surdo – mudez ou prodigalidadfe Código
civeil artigo1.767, cabendo o poder de direção sobre o pupilo e o curateladso
que se acharem nas mesmas condições dos filhos Código Civil , artigo 932
II.
Alguns autores sugerm que o juiz, ao analisa aresponsabilidade dos
tutores e curadores, seja mais benigno que em relação oas pais , posto que
exercem atividade com um munus publicum, muitas vezes sem qualquer
remuneração. No exame de cada caso concreto, a sugestão pode e deve ser
levada em consideração.
3-RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA
18
A responsabilidade é subjetiva é quando a culpa se pressupõe a culpa
no comportamento do agente causador do fato. A ideia de culpa está
literalmente ligada a responsabilidade, por isso, é uma e regra, ninguém pode
merecer censura ou juízo de reprovação sem que tenha faltado com o dever
de cautela em seu agir. Na responsabilidade objetiva está ligada na teoria do
risco onde dispensa a culpa para a sua caracterização, podendo ela ser direta,
se a responsabilidade de indenizar for do autor do fato culposo causador do
evento e indireta, quando o responsável civilmente também o for de atos
praticados por terceiro.
Em casos de responsabilidade objetiva direta, o sujeito responde pelos
próprios atos, enquanto que, na indireta, respondem por atos de outrem.
Ressalta-se que os que concordam com essa teoria objetiva
argumentam que tal modalidade, em que alguém responde por atos alheios,
configura a responsabilidade objetiva, mas, os adeptos da doutrina oposta e
sustentam que se trata apenas ela é uma exceção e justificada, pois nestes
casos há sempre alguma parcela de culpa por aquele que empalma sua a
responsabilidade.
Segundo a teoria subjetiva, a responsabilidade supera a palavra culpa
e está sendo aqui empregada em sentido lato sensu, isto é, dolo ou culpa em
sentido estrito. Como regra geral e a concluir pelo conceito de ato ilícito, o
Código Civil consagrou a teoria da responsabilidade subjetiva.
Para a fixação da culpa como responsabilidade deve-se ao plebiscito
que resultou a lex Aquilia de damno, em 286 a.C. Muito antes disso, a
responsabilidade era apenas objetiva, mesmo com sentido diferente do atual,
uma vez que era fundada na justiça retributiva e na vingança, enquanto a
responsabilidade sem culpa é embasada, atualmente, na justiça distributiva e
na compensação pelo prejuízo sofrido
Às vezes, a lei presume a existência de culpa na ação, caso em que o
ônus de sua prova em sede judicial não é do requerente, mas, do requerido
que deverá ilidi-la por todos os meios possíveis de prova.
A teoria objetiva, também denominada do risco, contrariamente,
dispensando o elemento culpa na caracterização da prática ilícita, sendo-lhes
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suficientes: a ação ou omissão; dano a terceiro; nexo de causalidade entre a
conduta e o dano material ou moral.
Há matérias, como nos casos das relações de consumo em que o
legislador optou pela teoria objetiva. Responsabilidade pelo risco assumido - O
cão "Domerman", usado na guarda de residências, é reconhecidamente
perigoso. Se alguém assume o risco de possuir animal com essa característica,
assume todos. Levando-o a passear em lugar inadequado, seu proprietário só
pode ser considerado imprudente, respondendo pelos danos provocados.
CAPITULO III
4- A RESPONSABILIDADE PENAL
Na corrente minoritária, o Direito Penal tem a finalidade de proteger os
bens mais importantes e necessário ao convívio em sociedade, essa proteção
se dá dos tipos penais incriminadores existentes não somente na Parte
Especial do Código Penal, como também na chamada legislação penal
extravagante ou extraordinária
Sendo eleita e firmada a finalidade do direito penal, outras questões
devem ser colocadas. Assim, se a finalidade do Direito Penal, segundo a
posição majoritária da doutrina, é de proteger esses bens a ser adotado para
se chegar a essa noção de importância. Sabemos que esse conceito de
importância é relativo e varia de sociedade para sociedade. Aquilo que pode
ser importante no Brasil, por exemplo, pode não ter o mesmo relevo em um
país de cultura Oriental.
Dito isto o Direito Penal identifica as infrações penais e especifica as
respectivas sanções. É ele que guarda e zela pelo respeito individual e coletivo
dos valores primordial e fundamentais da sociedade, tais como a vida, a
segurança, a integridade física, a saúde etc. No momento em que alguém
afronta esses valores fundamentais está afetando o interesse da sociedade,
portanto, praticando um crime, ou seja, cometendo um mal social, e, em razão
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disso, o Estado tem o dever de acionar seus mecanismos legais para a
aplicação das penalidades.
É muito importante perceber que um crime pode ser praticado até
mesmo por omissão. Exemplo: um acidente pode ser provocado não só por
culpa do condutor, mas também, pelo proprietário do veículo ou, ainda,
provocado apenas por culpa do proprietário do veículo e não do condutor.
Imaginemos um caminhão que se envolva em um acidente em
decorrência de um defeito provocado pela falta de manutenção. Neste caso, o
dono da empresa e não a empresa em si, como ocorre no Direito Civil poderá
ser responsabilizado e condenado pelo acidente.
Vale lembrar que um acidente de trânsito por si só não gera
responsabilidade penal. Para que aconteça, o acidente deve envolver ações
caracterizadas como criminoso o que normalmente ocorre quando alguém se
machuque, lesão corporal ou quando há morte, homicídio culposo. Exemplo:
uma colisão simples que provoca apenas danos aos veículos não gera
responsabilidade penal; por sua vez, uma colisão que provoque a morte de um
condutor ou de um passageiro, gera; dessa forma, uma pena poderá ser
aplicada ao culpado.
Dito isto a As penas às quais o culpado poderá ser condenado variam
conforme o crime cometido e dependem das circunstâncias específicas do
acidente, tais como a dimensão do dano causado, circunstâncias estas que
serão avaliadas pelo juiz que tratar o processo.
4.1- OS TIPOS DE PENA
A pena é uma sanção imposta pelo Estado ao culpado pela prática de
uma infração penal. Tendo a finalidade é punir o infrator e prevenir novas
transgressões.
As penas privativas de liberdade, detenção e reclusão, são as mais
utilizadas: o condenado deve permanecer encarcerado por um determinado
período.
21
Se o réu nunca tenha sido processado, ele pode receber “penas
restritivas de direito”. Essa modalidade de pena está diretamente relacionada a
crimes menos graves e os criminosos a quem a prisão não é aconselhável
O Código Penal prevê as seguintes penas restritivas de direitos:
prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviço à
comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e
limitação de fim de semana. A pena restritiva de direitos converte-se em
privativa de liberdade quando vier a ter o descumprimento injustificado da
restrição imposta.
Em conclusão, a pena de multa, que consiste no pagamento em
dinheiro, de quantia fixada em sentença.
Como e quando cada tipo de pena pode ser aplicado é uma questão
bem mais complexa. Porém, cabe destacar as circunstâncias que agravam a
pena, quando ocorre um crime de trânsito:
a) gerar dano potencial para duas ou mais pessoas ou risco de grave dano
patrimonial a terceiros. (Exemplo: causar acidente de trânsito envolvendo
ônibus de transporte coletivo com passageiros; b) utilizar-se de veículo sem
placas, com placas falsas ou adulteradas;
c) não possuir permissão para dirigir ou não ter Carteira Nacional de
Habilitação - CNH; d) apesar de ter permissão para dirigir ou possuir CNH, o
motorista dirigir veículo de categoria diferente ao permitido pela licença
;e) quando a profissão ou atividade exigir cuidados especiais no transporte de
passageiros ou de carga - nesse caso é maior a responsabilidade de quem
atua profissionalmente no setor. Esse agravante aplica-se a motoristas de
ônibus, condutores de transporte de cargas ou produtos perigosos, taxistas,
condutores de veículos de transporte escolar, entre outros; f) adulterar
equipamentos ou características do veículo de sorte que afetem sua segurança
ou seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas
especificações do fabricante. (Por exemplo, alterar a potência do motor,
rebaixar a suspensão; g) conduzir o veículo sobre faixa de trânsito temporária
ou permanentemente destinada a pedestres.
22
4.2-DANO MORAL E DANO MATERIAL
O dano material é uma lesão que afeta o patrimônio da vítima.
Ocorrendo a perda de bens materiais devendo ser indenizada, de modo que
cada desfalque (não só o objeto específico) no patrimônio de alguém lesado é
um dano a ser reparado civilmente.
Se caso uma pessoa que se envolve em acidente de trânsito e é
considerada culpada pela Justiça, ela ficará obrigada a reparar os danos
causados, como também, danos ao veículo, despesa hospitalares,
medicamentos e demais tratamentos médicos..
No o dano moral é o sofrimento a dor, o medo, a emoção, a vergonha, a
aflição física ou moral, geral uma dolorosa sensação provada pela pessoa. É
considerado qualquer sofrimento humano que não é causado pela perda de um
bem. Abrange questões relacionadas à reputação da vítima, à sua segurança e
tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, a
suas afeições.
Diante desses casos acima relatados, além de danos materiais,
ocorresse a morte de uma pessoa, o culpado teria de indenizar a família da
vítima. O valor seria fixado pelo juiz responsável por julgar o caso.
Nos exemplos citados a situação em que o condutor culpado tem de
indenizar as vítimas do acidente causado. Mas no Direito Civil, nem sempre é
apenas ele quem tem o dever de responder pelos prejuízos que causou no
volante.
A empresa de transporte cujo empregado provoca acidente também
pode ser obrigada a arcar com a indenização pelos danos causados. É o que
em Direito se chama de “responsabilidade solidária”; no caso, entre o condutor
empregado culpado e sua empregadora transportadora. Essa responsabilidade
solidária normalmente aparece quando se encontram pelo menos uma das
seguintes situações: o veículo que causou o dano é de propriedade da
empresa de transportes e/ou o condutor é empregado da transportadora.
Conforme seu ramo de atividade, a empresa transportadora pode ser
obrigada a indenizar passageiros que porventura sejam feridos, pessoas ou
23
empresas cuja carga tenha sido danificada pelo acidente. Por exemplo, uma
empresa de transporte de mudanças que tenha um empregado condutor
envolvido em um acidente de trânsito que danifique a carga de um cliente tem
o dever de indenizá-lo, mesmo se na tiver culpa direta na ocorrência. Caso
fique claro a culpa do condutor, a empresa tem a responsabilidade civil
solidária de indenizar seu cliente pelos danos causados.
Por se tratar a de responsabilidade solidária, as vítimas podem acionar
juridicamente o condutor culpado, a empresa para qual trabalha ou ambos.
Como a empresa é tem a maior condição de indenizar a vítima pelos prejuízos
causados, na maioria dos casos é ela a parte processada sozinha ou com seu
empregado. Caso o empregado seja o culpado pelo acidente, a empresa pode,
posteriormente e por meio da Justiça, exigir que ele lhe devolva o que foi gasto
em indenizações.
Um Caso parecido é o dos pais que emprestam seu carro para o filho
menor de idade e este causa um acidente. São eles quem devem responder
em juízo pelo prejuízo causado. Portanto, mesmo quando não responsável
direta pelo ocorrido, a empresa de transporte pode ser responsabilizada pelos
danos causados por seus empregados.
A responsabilidade solidária pode não se efetivar, no entanto, em
algumas situações. Exemplo, quando o veículo é de propriedade do próprio
condutor autônomo e não possui a identificação da empresa, e, ainda, o
condutor não é empregado fixo, mas alguém contratado sem exclusividade
para a prestação de um determinado serviço.
No caso, a empresa somente deverá indenizar o cliente no tocante à
carga danificada. Ao condutor autônomo cabe arcar sozinho com danos
materiais e morais causados a outras pessoas que não sejam clientes da
empresa de transporte.
4.3 - VALORAÇÕES CRÍTICAS DA REGULAÇÃO LEGAL
DO CRIME DE CONDUÇÃO EM ESTADO DE
INFLUÊNCIA POR ÁLCOOL
24
Para a caracterização de uma incriminação de uma conduta em um
Estado de Direito deverá primeiro esgotar outras instâncias de prevenção ou
punição e, quando estas forem insuficientes, recorrerá ao recurso penal. A
nosso juízo, com dois fundamentos insuperáveis: primeiro, que a severidade da
reação penal deve sempre estar reservada para a proteção dos bens jurídicos
mais relevantes de quantos existem no meio social de onde emergem e
somente em relação aos ataques mais graves ou intoleráveis. Em segundo
lugar, pois porque quando se recorre indiscriminadamente à pena para o
castigo de qualquer conduta, aquela deixa de ter um conteúdo sancionador
específico e passa a confundir-se com outras consequências jurídicas
negativas, perdendo as funções de prevenção que se lhe imputam.
Em relação ao trânsito, esta situação é patente. O legislador considera
que só o recurso penal é o adequado para a punição e a restrição de condutas
que atentem contra a segurança vital.
Em matéria legislativa, nosso país somente tendeu a recorrer à pena
para estas condutas, fazendo muito pouco através de outras medidas e
pretendendo solucionar o problema com uma demonstração de dureza e
implacabilidade que não condiz com sua inação em outros âmbitos
relacionados à segurança no trânsito. Um dos aspectos mais graves sobre o
particular constitui-o a facilidade supina com do que, dia a dia, obtêm-se a
habilitação para dirigir.
O Brasil exibe altas deficiências neste aspecto, conformando-se com
provas curtas, cursos de aprendizagem de direção em muitos aspectos pouco
exigentes e com meios para a tomada destas avaliações muito desiguais ao
longo do país. Assim, lança-se às ruas um contingente de indivíduos que, em
grande parte, somente possuem rudimentos a respeito da direção e pouca
consciência das graves consequências que implica o fato de sentar-se ao
volante de um veículo como o automóvel.
Não há que se olvidar que a segurança do trânsito é um bem jurídico
relevante, não em si mesmo, senão para bens de titularidade individual,
verdadeiro objeto de proteção do Direito penal. Em tal sentido, o trânsito
veicular constitui um risco inerente para uma grande quantidade de bens, mas,
constitui uma função insubstituível em nossas sociedades; assim, sua tutela
25
resulta indispensável. Agora, enquanto o estado de influência por álcool pode
aumentar, em termos intoleráveis, esses riscos inerentes, sua configuração
como crime é necessária, sempre que os interesses individuais se vejam
efetivamente afetados. No entanto, quando isto não ocorre e as figuras
cumprem funções alheias ao cometido central do Direito penal, como no caso
dos delitos de periculosidade abstrata, ao perceber-se por parte dos
operadores jurídicos que estamos ante um ilícito muito próximo a uma infração
administrativa, tendem a evadir suas consequências punitivas através do
arsenal de mecanismos, penais ou processuais, que possui o ordenamento,
gerando o natural desconcerto entre a comunidade ante a impunidade destas
condutas.
Este efeito indesejado pode ser superado ante a comprovação da
ofensividade em cada caso, reduzindo, quiçá, as condenações por este crime,
mas assegurando-se a devida correspondência entre conduta e
antijuridicidade.
CAPITULO IV
5 - SUBJETIVIDADES DA CONDUTA
Se não ocorrer a conduta voluntária e finalissimamente eficácia do
proprietário, seria impossível apurar sua ligação com o dano provocado.
Segundo: CAIO MÁRIO O fundamento primário da reparação está como visto, no erro de conduta do agente, no seu procedimento contrário à predeterminação da norma, que condiz com a própria noção de culpa ou dolo. Se o agente procede em termos contrários ao direito, desfere o primeiro impulso, no rumo do estabelecimento do dever de reparar, que poderá ser excepcionalmente ilidido, mas que em princípio constitui o primeiro momento da satisfação de perdas e interesses. (CAIO MÁRIO. 1993, p. 236)
Segundo: WLADIMIR VALLER A obrigação de reparar o dano é, de regra, daquele que causar o prejuízo a outrem. A responsabilidade é individual. O motorista, proprietário do veículo, que, por exemplo, dirigindo imprudentemente, dá causa a uma colisão, produzindo danos materiais, é obrigado a reparar, de forma integral, os prejuízos, de modo a repor a vítima na situação em que se encontrava
26
antes do acidente. (in "Responsabilidade Civil e Criminal nos Acidentes Automobilísticos (WLADIMIR VALLER. 1994 p. 59)
Vale e observar que não há qualquer imputação a perpetrar ao
proprietário quando outro, não há sequer atitude reprovável que se possa
imputar ao proprietário quando outrem provoca o acidente se utilizando seu
veículo, e nem se supõe que o dono concorreu para o fim atingido pelo
condutor.
A utilização do veículo pelo dono pressupõe precisamente um anterior
empréstimo da coisa - ou comodato verbal na expressão jurídica, regulado
pelos arts. 579 a 585 do Código Civil. Tendo o comodatário/condutor a
obrigação de zelar pela coisa mais do que se fosse sua, ele deve responder
pelos danos nela e por ela advindos, quando ocasionados em decorrência
unicamente de ato comissivo seu.
Se não fosse assim qualquer pessoa que emprestasse o veículo a
outrem seria imputada a responsabilidade pelo dano causado sendo
impetuosamente responsabilizado por danos efetuados por outro.
Segundo: a Jurisprudência pode-se citar como exemplo a decisão do Desembargador Waldir Meuren, em voto condutor de julgamento na 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que diz: [“...] sem prova efetiva de culpa, não se pode responsabilizar o proprietário de veículo emprestado a outrem que, em o dirigindo, dá causa a acidente.” (Emb.). Infring. na Ap. Cív. nº 8.153/81 – Reg. Int. 24.417 - j. em 05/11/82). Na mesma Corte disse o Des. Nívio Gonçalves que "O que autoriza a procedência da ação de reparação civil do dano contra o proprietário do veículo dirigido por terceiro, não é a propriedade, mas sim a preposição, nos termos do art. 1.521, III do Código Civil [...] (Ap. Cív. nº 34.720/95 - DJ 17/05/95 - p. 6.422).
Pode-se concluir que o proprietário do veículo não sendo o condutor do
mesmo que ocasionou o acidente, não terá qualquer responsabilidade, devido
inclusive a inexistência de previsão legal de culpa, não bastando para fixá-la a
simples situação de domínio material. Qualquer manifestação em sentido
contrário se opõe ao Direito e à Responsabilidade Civil Subjetiva.
27
5.1-ANÁLISE DO ARTIGO 165 DO CNT - CÓDIGO
NACIONAL DE TRÂNSITO
Em análise a importância, isto é, a direção ou condução em estado de
influência de álcool, dos artigos 165, 276 e 277 do CNT e os institutos
secundários que têm o papel de regulamentar sua fiscalização:
Art.165. Dirigir sob influência de álcool ou de qualquer outra substância
psicoativa que determine dependência: infração gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) (R$957,70) e suspensão do direito de dirigir
por 12(doze) meses; Medida Administrativa - retenção do veículo até a
apresentação de condutor habilitado e Recolhimento do documento de
habilitação.
Parágrafo único. A embriaguez também poderá ser apurada na forma do art.
277.
“Art. 276”. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue sujeita o
condutor às Penalidades previstas no art.165 deste código.
Parágrafo único. “Órgão do Poder Executivo federal disciplinará as margens de
tolerância para casos específicos.”
Art. 277. Todo condutor de veículo automotor, envolvido em acidente de
trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de dirigir sob a
influência de álcool será submetido a testes de alcoolemia, exames clínicos,
perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos
homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado. (Redação dada
pela Lei nº 11.275, de 2006).
§ 1o Medida correspondente aplica-se no caso de suspeita de uso de
substância entorpecente, tóxica ou de efeitos análogos. (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 11.275, de 2006).
§ 2o A infração prevista no art. 165 deste Código poderá ser caracterizada pelo
agente de trânsito mediante a obtenção de outras provas em direito admitidas,
acerca dos notórios sinais de embriaguez, excitação ou torpor apresentados
pelo condutor. (Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008).
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§ 3o Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas
no art. 165 deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer
dos procedimentos previstos no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705,
de 2008).
Vale ressaltar que possuem a mesma penalidade duas figuras
radicalmente opostas: a condução neste estado causando lesões ou danos
leves e a condução que não produza tais resultados. Tratando-se, portanto de
uma grave afronta ao princípio de ofensividade, pois, a proporcionalidade que
deste se deriva impede de penalizar uma mera posta em perigo da mesma
forma que o menoscabo ou destruição do bem protegido.
O caso em tela nos permite apreciar com clareza o bem jurídico afetado
por este crime. A ligação com o crime de lesão ao que se refere o mesmo
instituto permite-nos confirmar nossa postura de que a penalização desta
conduta está orientada à proteção da segurança do trânsito entendida sempre
como um bem supra individual intermediário ou de referente individual.
Dirigir em estado de influência de álcool, ou embriaguez, protege este
interesse supra individual que se define como os sujeitos que intervêm no
trânsito, não podem agir com um mínimo de segurança para sua vida, saúde
ou propriedade, e .quem dirige neste estado retira uma parte da segurança que
todos compartilham, e que o ordenamento jurídico garanti através de suas
proibições, pois as peculiaridades somáticas da ingestão de bebidas alcoólicas
manifestam uma elevada tendência à produção de acidentes.
É muito difícil observar os caso em que não se verificam, exemplo de
quem transita por uma estrada secundária, escassamente utilizada e
conservando, na medida do possível, o controle do veículo com segurança, isto
é, a uma velocidade adequada, inclusive inferior à permitida, tratando de não
sucumbir aos efeitos entorpecedores do álcool, tendo, por exemplo, a janela do
motorista aberta para receber no rosto o vento ou a brisa. Pois bem, neste
caso, não há inconveniente algum em considerar que não existiu perigo
concreto de bem individual algum, pois, desde um ponto de vista ex post, vale
dizer, tomando em consideração todos os fatores presentes no fato e antes da
produção do resultado, da não lesão, conquanto se ofendesse a segurança do
29
trânsito em termos gerais, esta lesão não gera ou reporta um risco para os
bens individuais que tutela indiretamente.
A presunção contida no artigo 165 do CNT não poderia constituir-se em
única prova do processo, apesar de seu teor literal. A quantidade de
concentração de álcool no ar espirado no máximo poderia servir como primeiro
instrumento de imputação, devendo ser acompanhado por outros,
particularmente do atestado policial, o qual deveria manifestar como foi
encontrado o indivíduo, que sinais físicos possuíam como reagia ante
instruções simples, etc. Só isto pode determinar se o motorista se achava num
estado de influência por álcool tal que afetasse a sua capacidade de dirigir,
mas, como examinamos, força é, ademais, determinar se essa condução
implicou ou não um risco para os bens jurídicos que já comentamos.
CAPITULO V
6 - DOLO EVENTUAL NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO
Os acidentes de trânsito podem ser classificados como naturais
invisíveis ou fortuitos, por culpa exclusiva da vítima, dolosos e culposos.
Geralmente nos acidentes de trânsito que configuram crimes de
homicídio ou lesão corporal, o sujeito ativo incide em culpa, seja do tipo
comum, inconsciente, ou mesmo na modalidade consciente.
O indivíduo age sem observar o dever de cuidado, ao qual está
obrigado, e sua conduta termina ocasionando em um resultado lesivo a
outrem, o qual, se não foi previsto, era previsível, e apresenta-se penalmente
relevante ao ordenamento jurídico.
Para o reconhecimento do dolo, seja direto ou eventual, é exceção nesta
modalidade de delito, e deverá ser feito livre de qualquer pressão externa e
detalhadamente fundamentado, para permitir uma possível revisão em 2º grau.
A fundamentação das decisões judiciais é exigência constitucional, e a
excepcionalidade do dolo eventual nos crimes de trânsito não significa a
certeza de sua inocorrência.
30
Chega-se registrar em muitos acidentes o ‘dolo eventual’, que só se não
atribui ao autor do evento lesivo, diante da dificuldade da prova. E é por
funcionar o ‘in dubio pro reo’ que, em muitos delitos dolosos de trânsito, a
acusação se apoia apenas na responsabilidade penal a título de culpa.
Devem perceber os magistrados que o reconhecimento do dolo
eventual, quando presentes os elementos conformadores da espécie, não é
imputação por responsabilidade objetiva, nem ao menos vingança social, mas
a efetivação de um instituto previsto na lei.
6.1-DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE
Há espécies do dolo e da culpa que merecem atenção quando o
assunto é crimes de trânsito. Ambas vêm sendo muito discutidas em relação
aos crimes praticados na direção de veículo automotor e merecem atenção
quando discutidas no meio jurídico e social.
As Diferenças Entre Dolo Eventual E Culpa Consciente
A distinção entre dolo eventual e culpa consciente é tênue e gera uma
grande discussão quando o assunto é relacionado aos crimes cometidos na
direção de veículos automotores.
A culpa consciente do dolo eventual da seguinte forma: age com culpa
consciente o agente que com sua conduta típica, gera um resultado lesivo ao
bem jurídico tutelado devido não ter observado o dever de cuidado que deveria
ter na realização de sua conduta, agindo com negligência, imprudência ou
imperícia; o resultado não é assumido. No dolo eventual, o agente também tem
a previsão do resultado que sua conduta poderá ocasionar, não quer que
ocorra, mas para não deixar de realizar sua conduta, assume o risco de
produzir o resultado, não se importando caso ele ocorra. Como exemplo, no
dolo eventual o agente diz: se acontecer, paciência, aconteceu, azar, mas vou
continuar agindo. Na culpa consciente diz o agente: é possível que ocorra tal
resultado, mais sei que não irá acontecer, é confiante que mesmo possível o
resultado ele não irá acontecer.
31
Diante da teoria do consentimento adotado pelo Código Penal
Brasileiro, entende-se que haverá dolo eventual quando o agente, não
querendo o resultado final, mas admite-o como provável e assume o risco de
produzi-lo. É como se estivesse afirmando que ele não se importa, pois
aconteça o que acontecer ele vai fazer.
Na culpa consciente, o agente prevê a possibilidade de um resultado,
também não desejado, mas ignora o perigo e age da mesma forma por
acreditar fielmente que não irá gerar dano ou lesão. O agente não assume o
risco de causar o resultado, como no dolo eventual, pois ele acredita que
mesmo sua conduta sendo perigosa, ela não irá acontecer.
Segundo: LUIZ RÉGIS PRADO
No dolo eventual, o agente presta anuência, consente, concorda com o advento do resultado, preferindo arriscar-se a produzi-lo a renunciar à ação. Ao contrário, na culpa consciente, o agente afasta ou repele, embora inconsideradamente, a hipótese de superveniência do evento e empreende a ação na esperança de que este não venha ocorrer – prevê o resultado como possível, mas não o aceita, nem o consente. Hans Frank criou a chamada fórmula de Frank (teoria positiva do consentimento e teoria hipotética do conhecimento, 1908)- há dolo eventual quando o agente diz para si mesmo: “seja como for, dê no que der, em qualquer hipótese não deixo de agir” ou “aconteça o que acontecer, continuo a agir” (revela a indiferença do agente em relação ao resultado). E existe culpa consciente quando: “se acontecer tal resultado, deixo de agir. (LUIZ RÉGIS PRADO 2008, p. 331),
Segundo: GUILHERME DE SOUZA NUCCI discorre sobre a diferença entre dolo eventual e culpa consciente: É tênue a linha divisória entre a culpa consciente e o dolo eventual. Em ambos o agente prevê a ocorrência do resultado, mas somente no dolo eventual o agente admite a possibilidade de o evento ocorrer. Na culpa consciente, ele acredita sinceramente que conseguirá evitar o resultado, ainda que o tenha previsto. (GUILHERME DE SOUZA NUCCI 2010, p. 223)
Vale ressaltar que o limite entre dolo eventual e culpa consciente é que
no dolo eventual está à previsto à aceitação do resultado; o agente sabe do
risco e do resultado que poderá provocar, não quer que ocorra, mas mesmo
assim assume o risco e não deixa de agir. Já na culpa consciente, o agente
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sabe do resultado que sua conduta poderá gerar, também não quer que ocorra,
mas confiante em sua astúcia não deixa de agir devido acreditar que nada
ocorrerá, e caso aconteça, deixará de fazer.
CAPITULO VI
7- A INFLUÊNCIA DA SENTENÇA CRIMINAL SOBRE O
JUÍZO DE RETRATAÇÃO NO ACIDENTE DE TRÂNSITO
A responsabilidade civil independe da criminal. Pois é uma regra legal
estabelecida na primeira parte do artigo935 do Código Civil, que produz o
artigo1.525 do Código de 1916, com ligeira alteração de redação. Com
frequência ,ambas as jurisdições são chamadas a decidir sobre o ato que
enseja demanda desatentas .O atropelamento da vítima, por exemplo deu
lugar a um processo criminal e uma ação de indenização. A polêmica da
interdependência das jurisdição penal e civil. Ressalta-se que a segunda parte do próprio artigo 935 do Código Civil,
reprodução fiel do artigo 68 de antiguíssimo lei 3 de dezembro de 1841, ao
relatar “ que não mais se pode questionar no cível sobre a existência do , ou
quem seja o seu autor, quando essas questões se acharem decididas no
crime é bem claro que não é independência absoluta entre as jurisdição, mas
no contrário, gera influência de uma sobre a outra , que a decisão criminal
pode importar preclusão ao pronunciamento da decisão civil.
A norma tem o motivo superior unitária da jurisdição, que se dividi
em vários órgãos, subsiste fundamentalmente uma.
Segundo: LIEBMAN “observava, não obstante a autonomia da União e dos Estados na instituição e nomeação de suas próprias autoridades judiciária, todas juntas, essas autoridade exercem suas próprias autoridades judiciárias, todas juntas, essas autoridades exercem uma única função a função jurisdicional, nos limites das respectivas competências, como órgão de um só Enti Soberano, que é a Nação”( LIEBMAN 2010,p.205.)
33
Em resumos, embora integrada por múltiplos órgãos, e cada um com
sua respectiva competência, o judiciários uno, é um dos Poderes da Nação,
como uma é também, a função jurisdicional. E sua divisão em diversos órgãos,
ou, mesmo, estruturas orgânicas especializadas, é meramente técnica e
tendo por fim dar a melhor solução às diferentes espécies de conflitos . Em
decorrência dessa unidade da função jurisdicional, nem sempre será possível
estabelecer uma independência entre instâncias penal e civil.
Por outro lado, nos casos em que o fato gerador da responsabilidade
criminal e civil é um só, materialmente igualado, a boa realização da justiça
impõe que a verdade sobre ela seja também única. A ação penal e a
indenizatória constituem, em última instância , um dois processos de
responsabilização pelo mesmo fato danoso, não sendo justificáveis decisões
conflitantes.
Os efeitos da sentença penal condenatória, neste tema informaremos
várias soluções apresentada da própria lei., começaremos pela influência da
sentença penal condenatória sobre a jurisdição civil. Um dos seus efeitos, o
Código Penal, no artigo 91,I, estabelece sendo certa a obrigação de indenizar
o dano causado pelo crime., estando o réu condenado no Cível a reparar o
dano.
Há correntes que não seria possível em falar, em coisa julgada, pois não
houve pedido do ofendido, nem ao menos formação de relação jurídico-
processual com essa finalidade, e nem, ainda condenação expressa do juiz
criminal, pois a coisa julgada confrontaria o princípio da separação da
jurisdição penal e civil, sendo incompetente o juízo criminal para decidir
matéria cível é absoluta, portanto não há tríplice identidade das partes, sendo
a causa de pedir e o objeto, anão podendo admitir a coisa julgada com a
mesma autoridade e a mesma eficácia no juízo cível. Diante disso , sustenta-
se que a sentença penal condenaria funciona apenas como declaratória ao
dever de indenizar , ou mero efeito preclusivo.
Podemos observar a luz do artigo 63 do código de processo penal que
transitada em julgado a sentença condenatória , poderão promover-lhe a
execução no juízo cível, parta a reparação de dano, sendo ofendido o seu
representante legal ou seus herdeiros.
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Ressalta-se ainda a luz do artigo 475-N,II, no Código do Processo Civil
expõe que a sentença penal condenatória transitada em julgado entre os
títulos judiciais. Dito isto parecendo não existir nenhuma dúvida de que a face
da legislação vigente , a sentença penal condenatória faz coisa julgada cível.
Não podendo valer como título executivo judicial em que produza efeitos da
coisa julgada , perdendo qualquer relevância prática a discussão sobre a
existência da tríplice identidade entre a ação penal e a cível.
Observamos que na sentença penal absolutória , será preciso distinguir
entre aquela que absolve o réu falta de prova e aquela que absolve por ter
ficado provado não ser ele o autor do crime , ou que o fato não existiu.
7.1- O PERDÃO JUDICIAL NO CÓDIGO DE TRÂNSITO
BRASILEIRO
Somente poderá considerado o perdão judicial quando concebidos em
hipóteses determinadas em lei, sendo escolhida pelo legislador , ficando a
critério posteriormente, ficando a critério do juiz, em sua aplicação do caso
concreto, se presentes os requisitos , Se não haver previsão expressa em lei, o
julgador não poderá conceder o perdão judicial, sendo impedido , nesse caso,
a analogia in bonan partem
O código de trânsito brasileiro, especializou os efeitos de homicídio e
lesões corporais de natureza culposa, criando os tipos dos artigos 302 e 303
que dizem .
Artigo. 302 de o Código Penal praticar homicídio culposo na direção de
veículo automotor: Penas de detenção, de 2 anos a quatro anos, e suspensão
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.
Artigo 303 de o Código Penal praticar lesão corporal culposa na direção
de veículo automotor : Pena de detenção de seis meses a dois anos e
suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.
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Ao advento anteriormente a Lei n°9.503/97, onde a sociedade
mobilizou-se no sentido de haver um aumento das penas diante dos delitos
de homicídios e lesões de corporais culposas praticados no trânsito, fato que
chegou ao age com a edição do código de trânsito brasileiro
“Antes do novo código de Trânsito, quando os motoristas causavam
acidentes de trânsito, na direção de seu veículo, ocorrendo mortes ou lesões
culposas , respondia respondiam, pelas sanções previstas nos artigos 121§8°
e artigo 129 do Código Penal relata de uma forma ampla “
Segundo: ARIOSVALDO DE CAMPOS PIRES E SHEILA SELIM
Embora justificáveis as razões do veto, parece-nos com efeitos , que de melhor técnica seria prever expressamente tais hipóteses no código de trânsito brasileiro , ampliando como necessário. O legislador não o fez . Ainda assim, as hipóteses de perdão judicial previstas para o homicídio culposo e a lesão corporal culposa, no código de trânsito, seja por força das razões do veto, antes expostas , que se referem expressamente aquelas hipóteses “(ARIOSVALDO DE CAMPOS PIRES E SHEILA SELIM. P 49)
Segundo: LUIZ FLÁVIO GOMES.p 50 E DAMÁZIO DE JESUS.p 51, também se posicionam Favoravelmente à aplicação do perdão judicial aos artigos302 e 303 do código de trânsito brasileiro.
Segundo: RUI ROCCO
Em sentido contrário “Em sua argumentação de que o § 5° do artigo 121 do código Penal contém disposições assemelhadas, com o mesmo objetivo, cabendo então, indagar se essa hipótese de perdão judicial aplica-se no homicídio culposo ou lesão corporal culposa decorrente de acidente de trânsito. Lamentavelmente a resposta é negativa. É certo que o artigo 291 desse Estatuto mandou aplicar aos crimes cometidos na direção de veículos automotores o código Penal, o código de Processo Penal e a Lei n°9099/95 contudo, restringiu essa aplicação às normas gerais do Código Penal, de modo que apenas a parte geral desse código é que se aplica subsidiariamente .( RUI ROCCO 2010, p206)
E então estamos diante de absurda injustiça ou desajuste legal , na
medida em que o ordenamento jurídico passa a estabelecer critérios diversos
para a situações idênticas . Aquele que vitima um parente e comete
homicídio culposo na direção de uma aeronave, de uma composição férrea , no
36
metrô, na intervenção cirúrgica, etc., terá a possibilidade de obter o perdão
judicial, enquanto a ocorrência do mesmo fato, nas mesmas circunstâncias
mas na condução de um veículo automotor , não poderá ensejar a obtenção
do benefício. Não havendo como buscar razão lógico jurídica onde ela não
existe , só cabe lamentar a improbidade e falta de sensibilidade da
autoridade , que insiste em negar a vigência à Constituição Federal e
escarnecer o princípio da isonomia”.
De fato não podemos concordar com o veto presidencial, pois na
verdade entendemos que as hipóteses que possibilitam a aplicação deverão
estar empresas, ou seja, devendo haver previsão legal em cada tipo penal em
que seja permitido, para lei , o perdão judicial aos artigos 302 e 303 do Código
de Trânsito brasileiro. Porque de fato não seria razoável entender, que embora
as razões que fizeram inserir o perdão judicial para os crimes de homicídio
culposo e lesão corporal culposa tenham sido, sem dúvida , o elevado número
de acidentes de trânsito, agora que foram criadas as funções penais
específicas para esse tipo de acidente o perdão judicial não possa ser
aplicado.
Mesmo assim correndo o risco de se abrir uma porta para outra s
infrações penais , excepcionando-se a regra contida no inciso IX do artigo 107
do Código Penal, somos pela responsabilidade do aplicação do perdão judicial
aos delitos tipificados nos artigos 302 e 303 do Código de trânsito brasileiro.
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CONCLUSÃO
O presente trabalho buscou enfatizar a aplicação da Lei Penal em
Crimes de Transito, pois os acidentes automobilísticos são comuns em nosso
dia a dia, a maioria das famílias tem alguém que já teve envolvimento em
algum tipo acidente automobilístico, ou conhece alguém que já esteve
envolvido em acidentes.
Os jornais e televisão, enfim, rede de comunicações noticiam quase
todos os dias mortes nas estas, por muitas vezes causadas por imprudência
dos motoristas, mas parte considerável sendo causada por pessoas
inabilitadas ou alcoolizada.
Ocorre que medidas mais simplistas e eficientes poderiam ser tomadas
com uma aplicação mais rigorosa da legislação, para punir os infratores de
seus deveres em sua função, e com isso em vez de diminuir, o problema só
vem crescendo que são os acidentes de trânsito.
A responsabilidade civil do Estado, ainda não foi suficientemente difundida, na
sociedade brasileira, pois várias vezes o particular sofre o dano, mas devido a
falta de informação, pela demora do judiciário, não tem esse dano reparado.
Por fim, cabe aos operadores do direito divulgar a discutir
responsabilidade civil do Estado.
Em punir rigorosamente os responsáveis por tantas mortes por
imprudência nas estradas.
Diante desses problemas apresentados teve também a possibilidade e
tentar observar as formas com as quais poderíamos exigir um maior
comprometimento do Estado, com a segurança do cidadão ao usar suas
estradas e rodovias.
Assim conclui-se que por se tratar de um trabalho acadêmico, o assunto não
será esgotado na presente obra, mas sim apenas focando em alguns aspectos,
para compreendermos melhor a dinâmica do acidente de trânsito e a
responsabilidade Estatal.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
MORAIS, ALEXANDRE DE, DIREITO CONSTITUCIONAL, 21° EDIÇÃO
ATUALIZADA ATÉ A EC N°53/06, EDITOTA ATLAS.
GRECO, ROGÉRIO, CURSO DE DIREITO PENAL PARTE ESPECIAL,
VOLUME II, EDITORA IMPETUS.
CAVALIERI, CAVALIERI, PROGRAMA DE RESPONSABILIDADE CIVIL, 8°
EDIÇÃO, REVISTA AMPLIADA.
GAGLIANO, PABLO STOLZE E FILHO, RODOLFO PAMPLONA, NOVO
CURSO DE DIREITO CIVIL, VOLUMEIII, EDITORA SARAIVA.
PIETRO, MARIA SYLVIA ZANELLA, DIREITO ADMINISTRATIVO, 4°
EDIITORA ATLAS, 1994. P.408
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INDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPITULO I 1-ASPECTOS HISTÓRICOS DESTACADOS NO CÓDIGO BRASILEIRO DE TRÂNSITO 9
CAPITULO II 2- A RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ESTADO NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO 11
2.1-ACIDENTES CAUSADOS POR FILHO INABILITADO PARA DIRIGIR 16
3 – RESPONSABILIDADES SUBJETIVA E OBJETIVA 18
CAPITULO III
4- A RESPONSABILIDADE PENAL 19
4.1- OS TIPOS DE PENA 20
4.2 - DANO MORAL E DANO MATERIAL 22 4.3- VALORAÇÕES CRÍTICA DA REGULAÇÃO LEGAL DO CRIME DE CONDUÇÃO EM ESTADO DE INFLUÊNCIA POR ÁLCOOL 23
CAPITULO IV
5- SUBJETIVIDADES DA CONDUTA 25 5.1- ANÁLISE DO ARTIGO 165 DO CTN – CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO 27
CAPITULO V
6 – DOLO EVENTUAL NOS ACIDENTES DE TRÂNSITO 29
6.1-DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE 30
CAPITULO VI 7- A INFLUÊNCIA DA SENTENÇA CRIMINAL SOBRE O JUÍZO DE RETRATAÇÃO NO ACIDENTE DE TRÂNSITO 32
7.1- O PERDÃO JUDICIAL NO CÓDIGO DE TRÃNSITO BRASILEIRO 34
CONCLUSÃO 37
BILIBLIOGRAFIA COMENTADA 38
INDICE 39