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UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ- UVA UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA CURSO: PEDAGOGIA DISCIPLINA: ÉTICA E CIDADANIA ÉTICA PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO E NA TECNOLOGIA

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UNIVERSIDADE VALE DO ACARAÚ- UVA

UNIVERSIDADE ABERTA VIDA - UNAVIDA

CURSO: PEDAGOGIA

DISCIPLINA:

ÉTICA E CIDADANIA

ÉTICA PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO E NA

TECNOLOGIA

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ÉTICA PROFISSIONAL NA EDUCAÇÃO E NA TECNOLOGIA

Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional e representam imperativos de sua conduta.

Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive. O indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho.

Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, graças a diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e por isso aplicáveis a qualquer atividade profissional, como a honestidade, responsabilidade, competência e etc.

A escola é um ambiente propício para o exercício e aprendizado da ética. Através dela, professores, alunos e funcionários podem obter resultados positivos no processo educacional, melhorando o ambiente de trabalho e aprendizado. Em suma, se todos agirem de forma ética na escola todos sairão ganhando, pois os resultados serão positivos.

Os professores desempenham papéis fundamentais no que se refere à ética na escola. As crianças e jovens aprendem mais com exemplos do que com palavras. O professor que age de forma ética com alunos, professores e funcionários escolares passam aos alunos um importante modelo de comportamento ético. Exemplos de atitudes éticas dos professores:

Ensinar aos alunos o que é ética e sua importância nos diversos níveis como, por exemplo, ambiente de trabalho, família, escola, grupo de amigos e etc;

Esclarecer e cumprir com clareza aos alunos os métodos de ensino e avaliações;

Ouvir e respeitar as opiniões dos alunos;

Buscar a qualidade no processo educacional;

Cumprir prazos na entrega de documentações, diários, avaliações, notas e etc;

Não expor erros ou deficiências de alunos na frente de toda classe. Conversar com

o aluno em particular; Ser justo na correção e avaliação de provas e trabalhos escolares;

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Respeitar e ser educado no relacionamento com outros professores, alunos, pais

de alunos e profissionais da escola; Não fazer comentários em sala de aula sobre o comportamento ou métodos de

ensino de outros professores; Seguir a proposta educacional da escola, assim como seus métodos de avaliação;

Agir de forma proativa no que se refere à integração de alunos com deficiência

física ou transtorno psicológico.

As crianças e jovens estão no processo de aprendizagem e, portanto, a ética deve-lhes ser ensinada e cobrada. Sabemos que muito do comportamento ético do aluno tem como origem a família, principalmente os pais. Porém, cabe à escola trabalhar a ética no ambiente escolar para que resulte em melhor qualidade de ensino. Exemplos de atitudes éticas dos alunos:

Respeitar o trabalho dos professores e funcionários da escola. Respeitar também o direito de aprender dos outros alunos. Na prática, isso significa não conversar, brincar ou atrapalhar de qualquer forma os momentos em que o professor está explicando ou tirando dúvidas de outros colegas;

Não colar em avaliações ou elaboração de trabalhos escolares;

Não usar trabalhos prontos, disponíveis na Internet, para entregar aos professores;

Não praticar bullying;

Buscar ter um comportamento que crie um ambiente positivo e agradável na

escola; Não pagar para outros alunos ou “profissionais” para que elaborem trabalhos

(comportamento antiético mais comum no ensino superior); Não colocar apelidos em colegas e professores que possam causar mágoas, ferir

sentimentos ou a autoestima; Seguir as regras e normas de funcionamento da escola;

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Tratar com respeito e educação colegas que possuam algum tipo de deficiência motora ou transtorno psicológico. Se possível, ajudar no processo de integração destes alunos.

Ética Profissional: Quando se inicia esta reflexão?

Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve iniciar bem antes da prática profissional.

A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve ser permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando você é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes ao assumir tornando-se parte daquela categoria que escolheu.

Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e habilidades referentes à prática específica numa determinada área, deve incluir a reflexão, desde antes do início dos estágios práticos. Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, esta adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício.

Mas pode ser que você precise começar a trabalhar antes de estudar ou paralelamente aos estudos, e inicia uma atividade profissional sem completar os estudos ou em área que nunca estudou, aprendendo na prática. Isto não exime você da responsabilidade assumida ao iniciar esta atividade! O fato de uma pessoa trabalhar numa área que não escolheu livremente, o fato de “pegar o que apareceu” como emprego por precisar trabalhar, o fato de exercer atividade remunerada onde não pretende seguir carreira, não isenta da responsabilidade de pertencer, mesmo que temporariamente, a uma classe, e há deveres a cumprir.

Um jovem que, por exemplo, exerce a atividade de auxiliar de almoxarifado durante o dia e, à noite, faz curso de programador de computadores, certamente estará pensando sobre seu futuro em outra profissão, mas deve sempre refletir sobre sua prática atual.

Código de Ética Profissional

O Código de Ética Profissional é o conjunto de normas éticas, que devem ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu trabalho.

Este código é elaborado pelos Conselhos, que representam e fiscalizam o exercício da profissão.

O código de ética médica, por exemplo, em seu texto descreve: “O presente código contém as normas éticas que devem ser seguidas pelos

médicos no exercício da profissão, independentemente da função ou cargo que ocupem.

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A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste código é atribuição dos Conselhos de Medicina, das Comissões de Ética, das autoridades de saúde e dos médicos em geral.

Os infratores do presente Código, sujeitar-se-ão às penas disciplinares previstas em lei”.

Esses aspectos comportamentais ligados à conduta moral regem o convívio em grupos, e são adquiridos por meio da vivência e da experiência. Portanto, mesmo sem uma divulgação expressa e um conhecimento absoluto desses princípios comportamentais, o indivíduo é capaz de identificar um comportamento como inadequado e, assim, evitar reproduzi-lo.

Entretanto, existem alguns casos em que códigos de ética são redigidos para expressar claramente os comportamentos que desrespeitem a moralidade de um determinado grupo.

Por ter um caráter abstrato, alguns grupos passaram a desenvolver um conjunto de regras, muitas vezes na forma de um código, que dá as diretrizes do que seria um comportamento ético dentro de uma empresa ou de um grupo de profissionais. Por isso, é possível dizer que as ações de um indivíduo ferem a ética profissional ou até mesmo são vazias de qualquer um desses princípios, ou seja, antiéticas.

É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos ético-disciplinares nos conselhos profissionais acontecem por desconhecimento, negligência.

Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas, responsabilidade, corresponder à confiança que é depositada em você.

Comportamento eticamente adequado e sucesso continuado são indissociáveis!

Uma proposta de código de ética do educador

É inerente a todas as profissões o compromisso, o engajamento, o comprometimento. Esta não é uma regra, mas assume-se que todas as pessoas devam tentar levá-la adiante, levando-se em conta que cada um de nós atue profissionalmente de forma ética, em benefício dos empreendimentos nos quais estamos envolvidos. Isto significa respeito tanto por quem nos contrata e remunera quanto pelas pessoas que atendemos e a quem direta ou indiretamente prestamos serviços.

Tal razão, tão simples e objetiva, deve nortear nossas ações em qualquer circunstância, exceto, é óbvio, naquelas em que há coação, coerção ou violência de qualquer natureza a forçar-nos no trabalho, na ação profissional.

Ao assumir compromissos profissionais e assinar contratos de trabalho, não apenas nos comprometemos com nossos chefes e patrões ou com nossos clientes, pacientes ou alunos, temos a partir de então um compromisso muito maior com cada um

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de nós mesmos. Nossos nomes passam a ser avaliados e percebidos no âmbito profissional e também pessoal a partir das ações que realizamos, da conduta que temos, dos relacionamentos que fomentamos, dos resultados que somos capazes de obter.

Se não formos capazes de compreender isto, certamente muito mais do que aparentes prejuízos para empresas, hospitais, escolas ou qualquer outro tipo de empreendimento, assim como para clientes internos ou externos, causaremos danos irreversíveis para nossas próprias imagens.

No caso dos educadores, há certamente, como nas demais áreas de atuação profissional, direitos e deveres como parte do caminho que devemos trilhar. É justo e necessário que conheçamos e possamos utilizar de nossos direitos quando assim for necessário, nunca em demasia, jamais ultrapassando os limites éticos que sabemos presentes em nossa profissão.

É, por exemplo, o que deve ocorrer quanto às faltas eventuais que ao longo de nossa carreira podem ocorrer. Doenças, intervenções cirúrgicas, falecimentos e problemas familiares (com nossos cônjuges, filhos, pais, irmãos, avós...) ocorrem com todas as pessoas em alguns momentos de suas vidas e, por conta destas dificuldades, as fazem ausentes. Como compromisso ético, é de fundamental importância que nos ausentemos somente quando isto realmente acontecer, o que, infelizmente, não é o que de fato ocorre.

Utilizar-se de expedientes como atestados médicos que lhe autorizem a ficar longe do trabalho por períodos longos, sem que realmente a pessoa esteja doente, constitui ação vil, que prejudica (e muito) os alunos (atrasando sua formação), onera ainda mais o setor público (com gastos adicionais para eventuais substituições) ou que, ainda, coloca até mesmo em risco físico as crianças e adolescentes que dispensados mais cedo das aulas. É uma ação que tem, portanto, consequências sérias (não apenas as mencionadas, mas muitas outras poderiam ser citadas), muitas vezes desprezadas por quem a realiza.

Como parte do Código de Ética dos educadores, num primeiro parágrafo, poderíamos inserir o compromisso da Assiduidade e, também, da pontualidade. Ser o mais frequente possível, faltar apenas quando realmente for muito necessário e chegar um pouco antes do início das atividades escolares é elemento basilar da ação dos educadores. E é tão elementar que nem consta como parte de qualquer contrato de trabalho que tenhamos que assinar, simplesmente se espera que as pessoas, dotadas de bom senso, assumam este compromisso.

Um segundo parágrafo deveria ressaltar que de tudo faremos para que se EFETIVE a APRENDIZAGEM, ou seja, que utilizaremos metodologias, recursos e, em especial, nossa inteligência e criatividade para que a educação realmente aconteça. Este compromisso, podem pensar alguns de vocês, deveria ser o primeiro, com o que posso concordar, mas a questão da presença e da demonstração física do engajamento me pareceu tão importante no atual estado da educação pública brasileira que acabei colocando-a no parágrafo primeiro. Talvez este seja um equívoco a ser repensado e reparado posteriormente.

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Indo um pouco além, e até mesmo para que os tópicos anteriores tenham sentido e validade, é preciso que os educadores se ATUALIZEM SEMPRE quanto aos seus SABERES e PRÁTICAS PEDAGÓGICAS, assim como no que se refere aos seus CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS (enquanto especialistas em história, geografia, letras, matemática, educação física, artes, inglês...), e também a ATUALIDADES. Creio que este poderia ser o parágrafo terceiro de nosso Código de Ética do Educador.

Outro ponto importantíssimo, que neste breve texto trago como essencial para a ética profissional dos professores refere-se à ideia de que o trabalho que realizamos é de suma importância social e que, como tal, realiza-se dentro do contexto de equipes, que contam com vários trabalhadores. Nesse aspecto, compreender-se como parte de EQUIPES DE TRABALHO, colaborando para que estes times tenham o melhor desempenho possível, sem perder de vista suas individualidades, mas entendendo-as como parte que enriquece e torna ainda melhor o todo da ação empreendida na escola seria nosso parágrafo quatro.

Fecharia este primeiro ensaio/reflexão sobre este assunto de tão grande dimensão e repercussão no quinto parágrafo deste Código pensando nossa ação profissional quanto à repercussão e relações humanas. Os educadores são os artífices de um amanhã possível, de realizações grandiosas, que podem permitir o surgimento de um mundo mais justo. Já disse anteriormente e repito agora, professores podem salvar vidas. E isto não se refere apenas ao nobre ato de trazer à tona, apresentar e discutir saberes com nossos alunos - refere-se também, e principalmente - ao fomento de relações humanas em que prevaleçam a solidariedade, a ética, a cidadania, a honestidade, o amor.

Portanto, como quinto e último parágrafo a ser proposto inicialmente para um Código de Ética do Educador penso em algo como propiciar o diálogo, a compreensão e a troca no âmbito escolar e fomentar entre os alunos a curiosidade, o amor pelo conhecimento e a relação cordial, porém sempre aberta ao debate e a tolerância quanto a diferentes posições e ideias. VALORIZAR O SER HUMANO, talvez pudesse este ser o mote deste parágrafo. Penso que nesta última proposição esteja sendo poético e/ou filosófico demais, mas num mundo como o nosso, em que tudo é racionalidade e resultado, se não nos dermos o direito de sonhar, o que há de acontecer conosco.

O conjunto desses atributos que implicam bom desempenho das atividades e comportamento adequado é chamado profissionalismo.

Nenhum professor pode se aproveitar da presença obrigatória dos alunos dentro da sala de aula para promover suas próprias concepções políticas, ideológicas e morais. Além de violar os princípios mais elementares da ética do magistério, essa prática ofende a liberdade de consciência e de crença dos alunos, uma liberdade que é garantida pela Constituição Federal.

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Por outro lado, a Constituição não permite que a máquina do Estado – suas instalações, equipamentos e pessoal – seja utilizada em benefício desse ou daquele governo, partido ou ideologia. Esse uso – vulgarmente chamado de “aparelhamento” – ofende o princípio constitucional da neutralidade política e ideológica do Estado.

A conduta ética profissional possibilita ao colaborador a oportunidade de crescer dentro da organização. Ao apresentar um desempenho de excelência, este estará no caminho certo para se destacar e alcançar cargos mais importantes.

A ética deveria estar presente em todos os segmentos da sociedade, seja na política, na família e nos meios de comunicação, esta precisaria ser o norteador de todas as ações que atinge as pessoas, mas deveria ser ainda mais presente e atuante na educação. Será que o meio em que os profissionais da educação trabalham pode ser um fator influenciável para determinar a importância da ética em suas relações profissionais?

Percebemos que nas escolas temos profissionais que trabalham infelizes, com baixa remuneração, têm medo do desemprego e seus valores acabam se tornando voláteis. Estamos vendo a tudo isso de forma passiva, sem na maioria das vezes saber como devemos proceder. Observamos que tudo aponta para as questões éticas, nos diferentes segmentos que estruturam nossa vida em sociedade e como esses valores foram esquecidos ou simplesmente deixados de lado.

Temos o habito de avaliar certas práticas sociais e profissionais às quais estamos ligados no dia a dia, mas não se pode dizer que ela venha ocorrendo explicitamente e com a mesma frequência quando colocamos a educação escolar em pauta, difícil é às vezes em que a discussão ética é presenciada de modo explícito no campo pedagógico, principalmente entre os pares escolares. A escola expõe ainda outro ponto muito importante, não basta apenas ensinar conceitos e valores que democratiza, é preciso que eles sejam vivenciados, experienciados no convívio intraescolar, principalmente entre educadores, sendo este o ponto de partida para se discutir a ética na escola.

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Para ser ético precisamos tomar consciência de nossos atos, agir com autocontrole e apreço, ou seja, respeitando-se e respeitando as pessoas do nosso convívio. Um número significativo de docentes desconhece o que é ser ético na sua profissão de educador. Transformar a escola em um espaço efetivamente plural seria uma das formas mais eficazes de uma educação ética ou para a ética, porque permitiria a expressão das diferenças num espaço público de modo a incorporar todos os valores sem hierarquizá-los.

Discutir a formação docente e as diversas possibilidades de se trabalhar a ética na formação profissional é fundamental para que este valorize seu trabalho e entenda sua importância na formação ética de seus alunos por meio do bom exemplo e postura profissional

Não se pode ignorar que o professor, a escola e os profissionais que ali atuam detenham o poder de formar cidadãos. E, mais ainda, que esses profissionais, quando no exercício público da razão, podem e devem ter uma responsabilidade ética pelo que ensinam, transmitem e opinam. Conceituação: O que é Ética Profissional?

É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas três áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até mesmo sobreposições.

Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.

A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.

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O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Alguns autores afirmam que o Direito é um subconjunto da Moral. Esta perspectiva pode gerar a conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a existência de conflitos entre a Moral e o Direito. A desobediência civil ocorre quando argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma mesma sociedade, podem ter perspectivas discordantes.

A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza a Ética. Ética e Tecnologia

Tecnologia (do latin TECNO "ofício" e LOGIA "estudo") é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento.

A história da tecnologia é tão antiga quanto a história da humanidade, e vem desde quando os seres humanos começaram a usar ferramentas de caça e proteção.

A tecnologia invadiu nosso dia a dia. Se em outro tempo se poderia dizer que a condição humana do labor é a própria vida, ou seja, o processo biológico do corpo humano cujo desenvolvimento e declínio dependem da satisfação das atividades básicas atendidas pela atividade laborativa, hoje, este processo elementar já tem uma dependência íntima com o conhecimento tecnológico.

O homem mais humilde, desprovido de ambição do acúmulo de riqueza, vivendo numa sociedade razoavelmente organizada já não mais consegue cumprir apenas a sua atividade laborativa. As leis e diretrizes sociais obrigam-no a compromissos que o excedente da sua atividade laborativa não atenderá. A sua alimentação, que ele mesmo produz por meio de uma agricultura primitiva, talvez não consiga atingir um valor no mercado, de tal forma que, o excedente sendo vendido, não será suficiente para que ele pague as taxas e impostos da "sua propriedade". Até mesmo a água que ele bebe, seja de um poço, ou de um sistema de captação e distribuição, sofre um controle tecnológico. A sua composição deve ser avaliada por uma instituição tecnicamente competente. A quantidade de micróbios desta água tem de estar dentro de um limite aceitável. Ele pode até ser obrigado a se mudar do lugar que escolhera para viver, se os controladores do meio ambiente concluírem que o ar por ele respirado tem uma concentração muito alta de dióxido de carbono. O destino dos seus dejetos não mais lhe cabe decidir. Eles terão de ser encaminhados a um sistema adequado de drenagem e terminarão numa usina de compostagem, onde se transformarão em fertilizante biodegradável.

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A dor, reflexo de uma enfermidade de causa desconhecida, implicará numa investigação profunda, para que se afaste o perigo de eclosão de uma endemia. Ele será radiografado, tomografado, sonorizado e ressonorizado magneticamente. Todos os líquidos do seu corpo serão cientificamente caracterizados. Ele poderá, ao fim de todos esses exames, ser geneticamente aconselhado a não ter filhos. A sua capacidade de reproduzir foi cerceada tecnicamente. Talvez ele possa até ter filhos, desde que a sua mulher faça um exame especial para afastar a possibilidade de uma segregação perigosa de gens. A tecnologia permite que ele "escolha adequadamente o seu objeto ideal. Melhor que os seus sentimentos".

Viver simplesmente a vida passou a ter um custo que a simples atividade laborativa não consegue atender. Em toda a história da humanidade, nenhum ditador, nenhum império exerceu um tamanho domínio sobre o homem. Não mais existe a possibilidade de se viver em contato com a natureza sem a pretensão de dela não se apropriar.

A ética do desenvolvimento tecnológico se fundamenta numa existência mais longa e mais prazerosa. O prazer, no entanto, jamais é atingido numa atitude passiva. A tecnologia imposta, num sistema de acumulação de riqueza, perde seu significado ético, porque, de modo contraditório, gera um sofrimento infrene.

Na esfera do trabalho, o avanço tecnológico melhorou a qualidade de vida na medida em que diminuiu a dor corporal, reduziu a utilização da força física e com isto absorveu maiores contingentes humanos, facilitou o aprendizado, aproximou o homem a distância e reduziu as especulações exotéricas. No entanto, a tecnologia deu ensejo a emoções negativas, excluiu humanos não competitivos, diminuiu a criatividade humana, distanciou os homens na sua proximidade e aumentou o misticismo não religioso. Mas muitas vezes se confundem as distorções trazidas pela tecnologia com as incorreções de governos não democráticos. Há que se distinguir a origem das imperfeições.

Negar a aquisição de tecnologia a uma sociedade, seu domínio e sua implementação, é condená-la a um estado de submissão e de empobrecimento inexorável. Dominar uma tecnologia nada tem a ver com a sua aplicação imediata, sem se considerar outros fatores condicionantes. O domínio tecnológico envolve investimentos em pesquisa.

Em qualquer nação organizada, este investimento deve ser feito sob o controle da sociedade. Esta é uma atitude ética. É uma interpretação errônea presumir que a liberdade criativa deva ser assegurada para que a pesquisa possa se desenvolver mais plenamente. Não se pode de modo algum submeter a vontade coletiva aos desejos individuais. O que parece ser uma posição liberal, na realidade, transforma-se numa típica atitude nazista. Nada justifica uma atitude procrastinatória em relação à aquisição de tecnologia. Não existe limite para o investimento. O que se deve limitar é a abrangência da aplicação do avanço tecnológico. O acesso ao progresso tecnológico deve ser eticamente estabelecido por parâmetros de prioridade. Infelizmente a não-fixação de limites de demanda impede a investigação vertical. Uns poucos são contemplados a curto prazo. A médio e longo prazo todos perdem. Teme-se enfrentar uma realidade

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indesejável, não tanto pela sua inexorabilidade, mais muito mais por atitude de onipotência, elaborada como se fosse uma posição idealista. Procura-se uma explicação conjuntural para a impossibilidade e se perde tempo e energia num preciosismo ridículo. Pesquisa não se faz num só projeto, nem muito menos numa só geração. A pesquisa deve ser uma atividade contínua, não condicionada a verbas flutuantes, nem muito menos dependente de paixões pessoais.

Numa sociedade heterogênea, em que diferentes segmentos se encontram em fases assincrônicas de desenvolvimento, deve-se fugir da atitude escapista que postule a satisfação prioritária das necessidades básicas antes de "se aventurar" em projetos mais avançados. Se existe alguma aventura, é a teimosia em se querer negar que muito da defasagem no desenvolvimento se deve justamente à submissão tecnológica. E mais, é querer negar que o avanço tecnológico pressupõe a simplificação dos modelos, tornando-os mais acessíveis às comunidades mais atrasadas. O não-desenvolvimento tecnológico é antiético, na medida em que torna uma sociedade definitivamente subordinada aos interesses imperialistas de outras nações. A atitude ética que permite a fusão destas realidades é a educação.

A imposição de uma tecnologia a uma sociedade que não teve uma educação adequada para recebê-la tem provocado os maiores desastres para a humanidade. Levaram, por exemplo, jovens a matarem milhões de míseros camponeses asiáticos, na presunção de que eles representavam uma grande ameaça para a democracia do novo mundo.

A verdade é que a ética e a tecnologia são como uma criança ingênua e um adulto vivido. A criança olha de baixo, tímida e inferior, porém em fase de desenvolvimento moral, para o adulto. O adulto, olha a criança de cima, robusto e superior, mas com a moralidade perdida. A ética é uma criança em desenvolvimento (ou talvez um Benjamin Button vivendo ao contrário) e a tecnologia, o adulto que não questiona os seus atos e se

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acha autossuficiente quando na verdade não o é. Para que continuemos avançando no mesmo ritmo, ou até em um ritmo superior, é preciso que nossa consciência avance também. É preciso que saibamos utilizar com responsabilidade as ferramentas que temos nas mãos. Precisamos saber que a ética vem antes e a tecnologia, depois. Precisamos de reflexão. De pensar e filosofar mais. Ou fazemos isto, ou nadaremos como cegos. Em um mar de tubarões.

Desde o início de sua existência no planeta, o homem sofre influência do ambiente em que vive e também o influencia, convive com seus semelhantes e organiza-se em sociedade, e através de um processo, que vai desde a observação de um fato, passando pela conclusão e desencadeando da ação, ele estabelece o seu conjunto de práticas ou regras que o ajudam nesta relação com o meio e com o seu semelhante.

O ser humano evolui ao longo do tempo e isto o direciona para as corretas relações humanas. Atualmente podemos observar grandes mudanças em relação à vida em sociedade, os relacionamentos entre as pessoas estão diferentes, nós enquanto profissionais da educação, estamos sentindo os imprevistos das várias e rápidas transformações que vêm ocorrendo no meio social.

Uma infraestrutura moderna, com equipamentos portáteis, acesso wireless, uso criterioso de ambientes digitais e acompanhamento e feedback constante dos professores permitem, de forma segura, criar uma comunidade de aprendizagem na qual os alunos usem a tecnologia como ferramenta para potencializar o processo de aquisição do conhecimento.

Ao abordar tecnologia, não se pode deixar de lado o trabalho de conscientização com os alunos do uso adequado dessa poderosa ferramenta. O papel do professor vai além da implantação da tecnologia aos processos de aprendizagem, mas inclui também uma discussão aberta e consistente sobre ética no mundo digital.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A importância da Ética na Educação. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-importancia-da-etica-na-educacao/49498> Acesso em 14 março 2017. CHAUÍ, Marilene de Souza. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. Como Manter Ética e Postura Profissional no Ambiente de Trabalho? Disponível em: <http://www.jrmcoaching.com.br/blog/qual-postura-profissional-devemos-ter-para-seguir-etica-profissional-no-ambiente-de-trabalho/> Acesso em 14 março 2017.

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Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Disciplina: Ética e Cidadania – Professor: Tibério Mendonça

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