FEUDALISMO · 2020. 10. 23. · FEUDALISMO •Sistema econômico, político, social e cultural...
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FEUDALISMO
• Sistema econômico, político, social e cultural
característico da Europa na Idade Média (476-
1453).
Imagens da esquerda para direita: (a) M. Pujadas/ Equestrian armor of Philip II, 1879/ Historia General de España, Tomo II, p. 9, Montaner y
Simon Editores/ public domain. (b) Michel wal/ Mixtec shield, wood and turquoise, from Tehuacan, state of Puebla, Mexico. 1200-1521/Musées
Royaux d'Art et d'Histoire, Brussels, Belgium/ GNU Free Documentation License.(c) Roberto Lyra / 17th century Portuguese armor of D. Pedro II,
King of Portugal, with Buff Coat 1658–1708 /Metropolitan Museum of Art - New York / public domain
IMPORTANTE
• Nenhuma descrição do regime feudal pode
ser rigorosamente precisa, porque este
regime variava muito de um lugar para o
outro;
• O feudalismo inglês, por exemplo, foi muito
diferente do que se estabeleceu no
continente europeu (1).
CURIOSIDADE
• A palavra feudalismo vem do latim feodum e
significa a concessão – geralmente uma
propriedade territorial – que um nobre
recebia de outro senhor, igualmente nobre,
mediante certas obrigações (2).
Imagem: René d'Anjou/ Livre des tournois France Provence XV e siècle Barthélemy d'Eyck/ public domain
AS CAUSAS
✓ Invasões Bárbaras;
✓ Elementos romanos - clientela e colonato;
✓ Elementos germânicos - comitatus e
beneficium;
✓ Desmembramento do Império Carolíngio;
✓ Hegemonia muçulmana no Mediterrâneo.
AS CARACTERÍSTICAS
✓ Poder político descentralizado;
✓ Sociedade estamental (imóvel);
✓ Influência da aristocracia rural;
✓ Economia natural;
✓ Pouco uso da moeda;
✓ Comércio pouco desenvolvido;
✓ Mão de obra servil;
✓ Predomínio do poder espiritual sobre o poder temporal.
O FEUDO
• Unidade de produção do Feudalismo;
• Era uma propriedade territorial indivisível,
hereditária e reversível;
• Senhor feudal (suserano) doava o feudo ao
servo (vassalo), mediante certas obrigações.
AS OBRIGAÇÕES SERVIS
✓Talha pagamento ao senhor em dinheiro ou em produtos;
✓Corveia trabalho obrigatório na reserva do senhor, dois ou três dias por semana, sem pagamento;
✓Banalidades taxa que o servo pagava pelo uso das instalações do castelo (moinho, forno, celeiro, etc.);
✓Mão-morta taxa paga na transmissão da herança.
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
• Poder político descentralizado, exercido
pelos senhores feudais;
• O rei era o "suserano dos suseranos",
possuía o poder de direito, mas não o
exercia de fato;
• Feudos autônomos poder localizado.
O CONTRATO DE ENFEUDAÇÃO
Homenagem era a declaração solene dadependência do vassalo para com o suserano;
Juramento era feito pelo vassalo sobre osEvangelhos ou a relíquia de um santo;
Investidura era o ato pelo qual o suseranoinvestia o vassalo na posse do feudo,simbolizado por um objeto qualquer.
Vale salientar que...
• A relação entre o vassalo e o suserano
implicava deveres para cada um deles;
• Na realidade, o vassalo apenas “possuía” o
feudo, mas não sua propriedade. Enquanto
prestasse serviços, continuaria a manter o feudo
e a transmiti-lo a seu herdeiro.
OBSERVAÇÃO
➢REI chefe do poder temporal (do Estado).
➢PAPA chefe do poder espiritual (da Igreja).
Imagens da esquerda
para direita: (a)
Maycoll F. Vieira/
domínio público. (b)
Giotto di Bondone/
Basilique Assise,
Legend of St Francis,
Confirmation of the
Rule by Innocentius
III / public domain .
OS DEVERES DOS SUSERANOS
• A natureza da obrigação do suserano erasimples: devia defender o vassalo na possedo feudo;
• Caso o vassalo fosse atacado por outrossenhores, o suserano convocava os outrosvassalos para defendê-lo.
AS PRERROGATIVAS DOS
SENHORES FEUDAIS
✓ Administrar a justiça;
✓ Arrecadar impostos e taxas;
✓ Declarar guerra, recrutar soldados para a
defesa e assinar a paz;
✓ Receber dádivas dos servos.
A ORGANIZAÇÃO SOCIAL
• Sociedade rural, dividida em três
estamentos:
✓clero ➔ aqueles que rezam;
✓nobreza ➔ aqueles que lutam;
✓campesinato ➔ aqueles que trabalham.
Um texto medieval...
• “O próprio Deus quis que entre os homensalguns fossem senhores e outros servos, demodo que os senhores venerem e amem aDeus, e que os servos amem e venerem aseu senhor, seguindo temporais com amor eapreensão; senhores, tratai vossos servos deacordo com a justiça e a equidade.”
V. H. Green (bispo católico)
O CLERO
A Igreja, nos primórdios do feudalismo, foi
um elemento dinâmico e progressista;
Preservou muito da cultura romana, fundou
escolas, ajudou os pobres, cuidou das
crianças desamparadas, construiu hospitais,
administrou melhor suas terras e prestou
auxílio espiritual (3).
PORQUE A IGREJA TORNOU-SE
PODEROSA
Os homens, temerosos do inferno, pela vida que tinham levado, doavam-lhe antes de morrer, suas terras;
Recebia dos reis e dos nobres, vencedores de guerras, doações valiosas;
Não dividiu as terras, como o fizeram os nobres, procurava adquirir cada vez mais;
Cobrava o dízimo (imposto territorial) e outros tributos.
A NOBREZA
• Estava dividida em:
➢Alta nobreza➔ duques, condes, marqueses;
➢Baixa nobreza➔ barões, viscondes,
cavaleiros.
❖ Apenas a alta nobreza tinha o direito de “enfeudar”
(conceder feudos a outros nobres)
O CASTELO
• Era a residência do
senhor feudal. Até o
século XI era
construído de madeira.
Mais tarde, passou a
ser construído de
pedra, em lugar
elevado, cercado por
muralha e fosso.Imagem: Manfred Heyde/ GNU Free Documentation License
OS TORNEIOS
• Eram competições disputadas pelos cavaleiros (ou nobres) em épocas de paz. Os torneios (ou justas) desapareceram no século XVI. Imagem: David Ball/ GNU Free Documentation License
A CAÇA
• Era uma atividade
importante na vida do
senhor feudal.
Propiciava carne para
a alimentação e
exercícios físicos.
Isso era privilégio dos
nobres.Imagem: Autor desconhecido/ Azulejos in Biscainhos Palace, in Braga,
Portuga/ Creative Commons Licença 3.0
A VIDA DOS NOBRES
A GUERRA PRIVADA
• Era a guerra travada entre os senhores
feudais;
• O motivo dessas guerras era a ambição de
conquistar feudos ou o espírito belicista dos
senhores feudais.
Curiosidade Histórica
A Igreja procurava impedir as guerras privadas servindo-se de dois expedientes;
• A Paz de Deus, que punia os que violassem os lugares de adoração e roubassem os pobres;
• A Trégua de Deus, que proibia a luta desde o anoitecer da sexta-feira até o amanhecer da segunda e em época de plantio e de colheita;
• Quem desobedecesse, era excomungado.
A CAVALARIA
• Era um código de honra, de conduta e decomportamento dos cavaleiros medievais, decaráter militar e religioso;
• A Cavalaria, além da influência cristã,recebeu influências germânicas esarracenas.
A CAVALARIA
• Exaltava o ideal do cavaleiro bravo, fiel,generoso e defensor dos oprimidos;
• A educação de um cavaleiro passava portrês etapas: pajem, escudeiro, cavaleiro;
• As principais ordens da cavalaria foram: osTemplários, os Hospitalários e os Teutônicos.
Imagem: The Bayeux Tapestry/ Chronicling the
English/Norman battle in 1066 which led to the Norman
Conquest/ domínio público
OS DEZ MANDAMENTOS DO
CAVALEIRO
I - Acreditarás em tudo o que a Igreja ensina e observarás todos os seus mandamentos;
II - Protegerás a Igreja;
III - Defenderás todos os fracos;
IV - Amarás o país onde nasceste;
V - Jamais retrocederás ante o inimigo;
OS DEZ MANDAMENTOS DO
CAVALEIRO
VI - Farás guerra aos infiéis até exterminá-los;
VII - Cumprirás com teus deveres feudais, se estes não forem contrários à lei de Deus;
VIII - Nunca mentirás e serás fiel à palavra empenhada;
IX - Serás liberal e generoso com todos;
X - Serás o defensor do direito e do bem, contra a injustiça e contra o mal (4).
OS CAMPONESES
OS SERVOS DA GLEBA
• Não eram escravos. Estavam presos à terra e
não podiam ser vendidos separados dela.
Quando um feudo era transferido a outro, os
servos da gleba também eram transferidos.
OS CAMPONESES
OS VILÕES
• Eram os habitantes das vilas. Os vilões erammais privilegiados social e economicamente doque os servos. Alguns estavam dispensadosdas dívidas, outros pagavam ao senhor umaparcela de sua produção como se fossemmeeiros.
A ECONOMIA
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
✓Agrária ➔ a agricultura como atividade
principal;
✓Autossuficiente➔ tudo o que o feudo precisava
era produzido lá mesmo;
✓Natural ➔ não visava lucro;
✓De subsistência➔ produzia os alimentos do
feudo.
A AGRICULTURA FEUDAL
• A economia feudal era baseada na agricultura;
• A terra arável dividia-se em duas partes: uma, do senhor, era cultivada para ele; a outra era dividida entre os arrendatários;
• As terras não eram contínuas, mas sim dispersas em faixas;
• Para não exaurir o solo foi adotado o sistema de rodízio de culturas.
AS PRIMEIRAS MANUFATURAS
• A indústria da época feudal era doméstica;
• No pátio interno do domínio do senhor
feudal, fiava-se, tecia-se, espremiam-se as
uvas para fazer vinho, executavam-se os
serviços rudimentares de ferreiro e moía-se o
grão para fazer farinha.
O COMÉRCIO E O FEUDALISMO
• O comércio era pobre, na base da troca;
• Os principais comerciantes eram os judeus;
• A Igreja Católica dificultava o comércio porque
pregava o preço justo (sem lucro) e condenava a
usura (prática de empréstimo de dinheiro a juros).
FATORES QUE IMPEDIAM O
COMÉRCIO
✓ O feudo produzia aquilo de que necessitava e o dinheiro pouco mudava de mãos;
✓ As estradas eram péssimas, malfeitas, estreitas, enlameadas, frequentadas por salteadores e havia a cobrança de pedágio;
✓ As moedas variavam de um feudo para outro;
✓ Os transportes eram caros e inseguros;
✓ A Igreja possuía capital, mas estático, inativo, imóvel, improdutivo.
AS CAUSAS DA DECADÊNCIA
✓ As Cruzadas;
✓ O Renascimento Urbano;
✓ O Renascimento Comercial;
✓ A Formação das Monarquias Nacionais;
✓ A Peste Negra;
✓ A Guerra dos Cem Anos;
✓ A Guerra das Duas Rosas (Inglaterra).
CONCLUSÃO
• Apesar da sua decadência no final da
Baixa Idade Média, as relações feudais
ainda vão existir por um longo tempo no
continente europeu;
• Os resquícios do feudalismo só serão
abolidos totalmente em 1789, com a
Revolução Francesa, de caráter burguês.
Referências Bibliográficas
A. MELLO, Leonel Itaussu & AMAD COSTA, Luís
César. História Antiga e Medieval. São Paulo:
Scipione, 1994.
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral.
Volume único. São Paulo: Saraiva, 1997.
FILHO, Orlando Paes Filho. O Código da Cavalaria.
São Paulo: Manole, 2007.
SOUZA, Osvaldo Rodrigues. História Antiga e
Medieval. São Paulo: Ática, 1992.
Imagem: Eugenio Hansen / public domain