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Director: Hermínio Santos n Mensal n Ano I n N.º 8 n Agosto de 2011 n 8 euros Conteúdos, televisão e vídeo são áreas estratégicas Pág. 30 O novo agregador das comunicações www.fibra.pt António Beato Teixeira presidente da Alcatel-Lucent Portugal 6 As características do IPv4 só permitem a existên- cia de 4.000 milhões de computadores ligados, em simultâneo, à internet. Como os utilizadores da rede não param de aumentar criou-se um novo protocolo, o IPv6. Pedro Veiga, presidente da ISOC Portugal, Nuno Jacinto, da Optimus, José Rivera, da Vodafone, e Nuno Pedro, da Por- tugal Telecom, explicam o que se vai passar Os clientes da Outsystems, empresa portu- guesa de software que desenvolveu a Agile Platform, instalada em 22 indústrias, podem esperar “aumentos de produtividade constan- tes”, diz Paulo Rosado. Adepto do empreen- dedorismo, considera que o povo português é empreendedor, mas há obstáculos que impe- dem o aparecimento de mais empresas Vem aí o IPv6 Paulo Rosado, ceo da Outsystems Aumentos de produtividade 20

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Jornal Fibra, Nº 8

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Director: Hermínio Santos n Mensal n Ano I n N.º 8 n Agosto de 2011 n 8 euros

Conteúdos, televisão e vídeo são áreas estratégicasPág. 30

O novo agregador das comunicaçõeswww.fibra.pt

António Beato Teixeirapresidente da Alcatel-Lucent Portugal

6 As características do IPv4 só permitem a existên-cia de 4.000 milhões de computadores ligados, em simultâneo, à internet. Como os utilizadores da rede não param de aumentar criou-se um novo protocolo, o IPv6. Pedro Veiga, presidente da ISOC Portugal, Nuno Jacinto, da Optimus, José Rivera, da Vodafone, e Nuno Pedro, da Por-tugal Telecom, explicam o que se vai passar

Os clientes da Outsystems, empresa portu-guesa de software que desenvolveu a Agile Platform, instalada em 22 indústrias, podem esperar “aumentos de produtividade constan-tes”, diz Paulo Rosado. Adepto do empreen-dedorismo, considera que o povo português é empreendedor, mas há obstáculos que impe-dem o aparecimento de mais empresas

Vem aí o IPv6Paulo Rosado, ceo da Outsystems

Aumentos de produtividade 20

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O novo agregador das comunicações

www.fibra.pt

Agosto de 2011 3

Destaques

A Europa foi um dos berços da revolução das tecnologias da informação. O boom do sistema GSM, que durante anos prevaleceu nas comunicações, foi devido à adesão dos europeus ao sistema. Hoje, a situação é diferente. Como diz António Beato Teixeira, presidente da Alcatel-Lucent em Portugal, hoje o standard único no mundo das comunicações é o LTE, que está mais desenvolvido nos EUA do que na Europa. Os europeus deixaram de ser a locomotiva e passaram a seguir as tendências ditadas por outros mercados. Há outro factor que agrava a situação europeia: a concorrência chinesa. Perante esta ameaça, americanos e europeus tiveram estratégias diferentes. Os primeiros mantêm o seu mercado fechado aos fornecedores chineses e seguem de perto qualquer tentativa de empresas da China entrarem no mercado das telecoms dos EUA. A Europa optou por abrir totalmente as portas aos chineses. Será que a solução para o Velho Continente estará no proteccionismo norte-americano? O presidente da multinacional, que resultou de uma fusão entre uma empresa americana e outra francesa, não vai tão longe. Mas considera que a Europa tem de ter uma política clara e definida sobre este assunto. Desta decisão depende o futuro do sector das telecomunicações no espaço europeu e de quais são os players que vão dominar.

EDITORIaL

Regresso ao proteccionismo?

jet fibra

Operadores de media e fornecedores de equipamento reuniram-se em Lisboa para falarem sobre a convergência entre comunicações e televisões. A APDC conseguiu reunir no mesmo espaço todos os protagonistas de uma área em mudança. Veja o registo fotográfico do encontro

Estrelas da convergência18

COmO É TRaBaLHaR Em...

A Quidgest quer ser uma empresa de excelência em que dá gosto trabalhar. Para isso, procura pessoas de elevado potencial que levem no currículo iniciativa, criatividade e paixão

Iniciativa e paixão14

Foi numa pista de aeroporto, a meio da noite, que tudo acon-teceu. Quando o silêncio se quebrou descobriu uma pes-soa com um treino social enor-me mas tímida, embora até conte histórias. É assim que Patrícia Fernandes, directora de Relações Públicas e Ima-gem Corporativa da Microsoft Portugal, descreve o seu en-contro com Bill Gates, o mítico fundador da empresa

PaSSEIO PÚBLICO

Encontro histórico no aeroporto26

O mUnDO à mInHa PROCURa

Diogo Castro Santos, piloto de karts e automóveis com carreira internacional e um apaixonado pelo golfe, é um viciado em gadgets. O que até se explica: afinal, gere um negócio online… Não larga o iPad nem um minuto e só o troca pelo iPhone 4 para fazer chamadas. Fã da Apple, os Mac são os próximos items da sua lista

À espera de um Mac46

ComuniCAção, Designe mulTiméDiA

Av. Marquês de Tomar, 44-71050-156 Lisboa Tel: 217 957 030

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O novo agregador das comunicações4 Agosto de 2011

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Negócio e tráfego online

Os testes de carga não são um con-ceito novo e qualquer responsável de área já terá sentido a necessida-de “básica” de testar as aplicações antes do lançamento de grandes projetos. No entanto, no dia-a-dia ainda vemos que muitas aplicações entram em produção sem que os standards de desempenho corres-pondam às exigências dos consu-midores. E estes consumidores estão a au-mentar e a ter cada vez mais signi- ficado na faturação ou na maior efi-ciência de algumas empresas que apostam na presença online como um canal de negócio ou prestação de serviços, quer seja no sector fi-nanceiro, telecomunicações, retalho, serviços públicos, entre outros.De acordo com um inquérito reali-zado a cerca de quatro mil pessoas pela equipa do Microsoft Internet Explorer 8 no portal MSN.pt, e di-vulgado pela ACEPI (Associação do Comércio Eletrónico e Publicidade Interativa), 51 por cento dos consu-midores em Portugal planeava fazer compras online no último Natal. In-dependentemente destas perspeti-vas se terem ou não verificado com esta dimensão, o consumo online vai aumentar de ano para ano, à medida que o mercado vai amadurecendo.Para tentar perceber porque é que as empresas não conseguem cor-responder às exigências dos con-sumidores fomos olhar para aquilo que foi feito internacionalmente em 2010 para tentar inferir padrões que nos ajudem a determinar fatores críticos para o sucesso das aplica-ções, sobretudo ao longo destes picos de tráfego. Concluímos que normalmente acon- tecem três coisas:• Não são feitos testes de carga an-

tes do lançamento;

Os testes de carga não são um conceito novo e qualquer responsável de área já terá sentido a necessidade “básica” de testar as aplicações antes do lançamento de grandes projetos. No entanto, no dia-a-dia ainda vemos que muitas aplicações entram em produção sem que os standards de desempenho correspondam às exigências dos consumidores

• Os stakeholders chave não são en-volvidos (IT, Business…);

• Os testes não são aplicados numa perspetiva de utilizador final.

Destaco, com o terceiro ponto, a ne-cessidade de realizar testes de carga que reflictam o acesso dos clientes finais, o que vai muito para além dos tradicionais testes de validação da infra-estrutura de back-end. Neste ponto, é fundamental testar intera-ções do utilizador com componentes externos à aplicação, como motores de busca, mecânicas de shopping cart e procedimento de compra. Depois é preciso conhecer a distri-buição geográfica dos utilizadores para que a distância da “origem” não se traduza num problema. A utiliza-ção de Redes de Fornecimento de Conteúdo (CDN) e de Data Centers distribuídos pode ajudar, mas como pode garantir que estes estão cor-retamente configurados? Simples, teste a partir do local onde estão os seus clientes. Mas e qual é o browser do seu cliente? Que dispositivo utili-za ele para se ligar ao seu serviço? Smartphone, tablet, PC, computador portátil? Todas estas questões deram ori-gem a cinco conselhos inspirados nas melhores práticas de alguns dos maiores negócios do mundo, des-de retalhistas a serviços de online banking: 1. Um planeamento atempado e

cuidado é absolutamente crítico para o sucesso das plataformas de comércio eletrónico seja na banca, retalho, turismo ou qual-quer outro setor;

2. Os principais drivers de negócio e tecnologias de informação têm que ser considerados neste pla-neamento;

3. Assegurar uma performance efi-caz na web é uma responsabili-

José matias,

business & office director da Compuware Portugal

dade tanto do negócio como da área de TI;

4. É possível proteger os clientes dos erros e ineficácias de forne-cedores terceiros envolvidos nes-te processo;

5. Localização, browsers e disposi-tivos – tudo tem que estar nesta equação.

O terceiro ponto referido levanta grandes questões de organização interna. Enquanto algumas empre-sas já desenvolveram uma forte par-ceria entre as equipas de Negócio e IT, a maior parte ainda não. As orga-nizações que têm esta relação mais articulada já se aperceberam que a performance web não é um proble-ma de uma ou outra área: é um pro-blema de ambas. Muito frequentemente vemos que as equipas de IT avançam com os testes de carga sem o envolvimento direto das áreas de negócio, algu-mas vezes por questões de cultura institucional, outras por desconheci-mento ou falta de tempo. No final do dia, utilizadores satisfei-tos traduzem-se em negócios de su-cesso. Não há melhor timing do que este para pensar em como é que estes cinco pontos podem melhorar o trabalho que tem vindo a desen-volver na área web nos últimos anos. Num piscar de olhos chega o próxi-mo Natal…

“muito frequentemente vemos que as equipas de iT avançam com os testes de carga sem

o envolvimento direto das áreas de negócio,

algumas vezes por questões de cultura institucional, outras

por desconhecimento ou falta de tempo”

“enquanto algumas empresas já

desenvolveram uma forte parceria entre as equipas de negócio e iT, a maior parte ainda não. As organizações que têm esta relação mais articulada já se aperceberam que a

performance Web não é um problema de uma

ou outra área: é um problema de ambas”

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O mercado português de Operações Financeiras conta agora com a presença de uma das “majors” mundiais de Conselho em Comunicação e Public Relations. A Hill & Knowlton está presente em 44 países com uma oferta disponível em 80 escritórios e 50 associados.

Uma equipa dos seus escritórios de Nova Iorque, Londres e Hong Kong, sob a responsabilidade directa de reputados especialistas Andrew Laurence e Cesare Valli, apoia a oferta de Privatizações e outras operações financeiras do Estado e das principais companhias nacionais.

Financial Portugal integra os recursos reconhecidos da LPM Comunicação, a consultora líder do nosso mercado, e da Nextpower, a referência de Consumer Generated Marketing.

Com o centro de decisão em Portugal, a experiência da equipa e a relevância da rede asseguram uma resposta única aos grandes desafios estratégicos e económicos que os decisores políticos e as companhias portuguesas enfrentam.

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FinanCial Portugal.com

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Conselho em Comunicação em operações financeiras, nacionais e internacionais: privatizações, fusões, aquisições e reestruturações empresariais

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O novo agregador das comunicações6 Agosto de 2011

www.fibra.ptENTREVISTa

Filipe santa Bárbarajornalista

“Aquilo que a OutSystems tem para prometer, para já, é uma quantidade absolutamente descomunal de inovações que vão sendo periodicamente lançadas. Prometemos aos nossos clientes aumentos de produtividade constantes”, diz Paulo Rosado, ceo da Outsystems, defensor do empreendedorismo, da internacionalização e de falências rápidas das empresas moribundas

“Prometemos inovações”Paulo Rosado, ceo da Outsystems

Fibra | Como é que surgiu a outsystems?Paulo Rosado | Nós tínhamos um problema grande para resolver: a falta de produtividade e eficiência dos departamentos de informá-tica. Eu já tinha tido, juntamente com outros colegas, uma empresa em 1997, e uma das coisas que reparámos que acontecia foi que os primeiros projectos de internet

que se faziam tinham um grau de falhanço altíssimo. Nunca eram entregues, nem a horas, nem com o dinheiro que se tinha pedido ini-cialmente. Quando tentámos re-solver esse problema, chegámos à conclusão que era insolúvel re-solvê-lo de uma maneira normal. Em 2001, resolvemos fazer uma empresa, lançar um produto que olhava para este problema de uma

maneira completamente nova. Ao invés de assumir que os sistemas têm de ser feitos bem à primeira, era uma plataforma que permitia corrigir com um custo muito bai-xo. Portanto, assumia que o sis-tema estava errado e que depois se conseguia corrigir. A Agile Plat- form, no fundo, nasce um bocado desse conceito, por isso é que na altura aparece como um produto

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O novo agregador das comunicações

www.fibra.pt

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“Prometemos inovações”

muito expedito. Ao mesmo tem-po nós tínhamos ingenuamente assumido que a cloud, que na altura não se chamava cloud, ia disparar em 2003. Então criámos na plataforma com uma arquitec-tura pronta para esta noção de que toda a operação é feita remo-tamente e que os servers estão todos remotos. Daí até o nome: OutSystems – sistemas que estão out.

Fibra | Qual é a vossa proposta para as empresas?PR | Quando as empresas querem montar um call center, portais, aplicações online, extranets e in-tranets, workflows empresariais que ligam nove departamentos, por exemplo, todas estas apli-cações têm uma característica comum: estão constantemente a ser alteradas. Há necessidades constantes de negócio que fazem com que elas estejam em cons-tante mutação. A nossa plataforma o que permite é desenvolver muito rápido. Mas depois, mais importante do que isto é que nós conseguimos gerir o ciclo todo de vida dessas apli-cações de modo a que elas pos-sam ser alteradas muito rapida-mente com custos muito baixos.

Fibra | A outsystems tem ou-tras plataformas para além da Agile?PR | Nós somos monoproduto. Isto é uma plataforma que está actualmente implementada em 22 indústrias. Portanto, é uma abrangência extraordinariamente grande: o nosso modelo aqui é um foco muito grande em escala.

Fibra | estão também na Holan-da e nos estados unidos. Como surgiu a internacionalização?PR | A internacionalização nasceu logo no dia 1. O mercado portu-guês é um mercado muito peque-no. Uma das coisas que se deve fazer é criar a empresa logo com a estrutura toda para se interna-cionalizar. Isto obriga a criar, logo desde raíz, DNA e estruturas que permitam muito facilmente poder escalar a empresa para fora.

Fibra | Porquê escolher a Holan-da e os estados unidos? Qual foi a estratégia?PR | A Holanda, sinceramente, foi uma anomalia. Acabou por estar relacionado com o nosso primei-ro investidor, que era holandês. Havia uma rede de contactos do investidor e começámos por aí. Nos Estados Unidos, tem que ver com o facto de a nossa plataforma ser uma plataforma de aceleração brutal de produtividade. Funcio-na muito bem em regiões onde o custo do IT seja muito alto, que é o caso dos países ocidentais. Os Estados Unidos têm uma vanta-gem: são a maior economia ao nível de alta tecnologia do mundo. Fazia sentido nós irmos para um país que tivesse uma escala muito grande.

Fibra | lançaram há pouco tem-po a nova versão. o que é que traz de novo?PR | Uma das coisas que traz de novo é o suporte para dispositivos móveis. Este é o ano do iPad, o ano passado foi o ano do iPhone e do Android, e portanto nós nesta altura lançámos uma versão que permite fazer um portal ou mobi-lizar um site em dois/três dias, no máximo. Uma coisa extraordina-riamente rápida e altamente pro-dutiva. Depois, continuámos com o nosso catálogo de aplicações já embebido com a plataforma. Lan-çámos na 6.0 também o suporte nativo da plataforma em cima da cloud, sendo que permitimos nes-ta altura, em questões de horas, um ambiente pronto a funcionar através da rede.

Fibra | Foram apontados várias vezes, nacional e internacional-mente, como uma empresa pro-missora. o que é que ainda têm para prometer? PR | Nós, embora do ponto de vista nacional sejamos realmente um dos bons exemplos de como as coisas se podem desenvolver, ainda temos muito para andar. O mundo está muito pouco explora-do do ponto de vista da OutSys-tems. Aquilo que a OutSystems tem para prometer, para já, é uma

“As pessoas falam muito das coisas mas, um dos grandes problemas de Portugal

é o facto de não haver, do ponto de vista legislativo e de controlo, um processo

tão draconiano de pagamento entre as empresas como o Estado exige dos seus

contribuintes”

“A internacionalização nasceu logo no dia 1. o mercado português é um mercado muito

pequeno. uma das coisas que se

deve fazer é criar a empresa logo com a

estrutura toda para se internacionalizar”

“é muito difícil ser um empreendedor. Criar uma empresa

em Portugal é terrivelmente

complicado. Quando dizem “vamos

fomentar a inovação e o empreendedorismo”,

a única coisa que se pode tirar daqui é

a frase “fomentar a inovação” porque na realidade não se faz nada de concreto”

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O novo agregador das comunicações8 Agosto de 2011

www.fibra.ptENTREVISTa

Alentejano, natural de Évora, fez a sua formação base em Engenharia Informática na Universidade Nova de Lisboa. Depois disso, passou 20 meses na Força Aérea e descreve esse período como uma “bela experiência”. Ainda em termos académicos, foi para os Estados Unidos e fez um mestrado em Stanford tendo ficado a trabalhar no Sillicon Valley durante alguns anos. A veia de empreendedor começou em 1997 quando funda uma empresa de informática com os amigos e, desde então, considera-se um entusiasta do empreendedorismo. Nos “muito poucos tempos livres” que tem, gosta de ler artigos ou livros de gestão e técnicos. Para além disso e do tempo dedicado à família,

gosta também de nadar e de ciclismo. Nasceu no Alentejo e acredita que os alentejanos dão excelentes empreendedores. Comenta que quando veio para Lisboa estudar, veio também um grupo grande e que “as pessoas achavam estranho e não percebiam como eram tão activos”. Confessa que nunca se relacionou com o estereótipo de “alentejano mole” e que não o relaciona às gentes do Alentejo no geral: “É muito difícil chamar mole àquelas pessoas!”, refere. No que diz respeito a gadgets, tem um laptop pequeno, um iPad e um iPhone. No entanto, dá ainda pouca utilização ao iPad - “essencialmente uso o iPhone”, conclui.

Do Alentejo a Sillicon ValleyPeRFil

“Não se consegue contratar muito facilmente porque também não se consegue despedir facilmente”

quantidade absolutamente des-comunal de inovações que vão sendo periodicamente lançadas. Prometemos aos nossos clientes aumentos de produtividade cons-tantes. E depois é a escala, ou seja, é basicamente crescer.

Fibra | sabemos que é um en-tusiasta do empreendedorismo. Acha que há pouco no nosso país?PR | Eu acho é que há poucas empresas. Acho que o povo por-tuguês, em termos de estrutura ou de apetência, é um povo empre-endedor. Ao contrário do que mui-ta gente diz, é um povo que até arrisca. Mas há limites! Se pensar que um empreendedor não tem direito a subsídio de desempre-go, se for despedido, ou seja se tiver de fechar a empresa… Não pode despedir ninguém, tem de ser ele e depois, para se conseguir safar, tem de criar o tal trabalho precário, que é o recibo verde. Não se consegue contratar muito facilmente porque também não se consegue despedir facilmen-te. Tem uma taxa absolutamente descomunal em termos de segu-rança social, portanto, o dinheiro esvai-se todo para as pessoas que tem e que também não consegue despedir. E depois, trabalha basi-

camente dentro de uma economia que não compra. É muito difícil ser um empreendedor. Criar uma em-presa em Portugal é terrivelmente complicado. Quando dizem “va-mos fomentar a inovação e o em-preendedorismo”, a única coisa que se pode tirar daqui é a frase “fomentar a inovação” porque na realidade não se faz nada de con-creto.

Fibra | e concreto seria…PR | É muito simples. Seria, em primeiro lugar, reduzir o risco ou, pelo menos, equiparar o risco de ser trabalhador por conta de outrém ou trabalhar por conta própria, ou seja, em termos de regalias. Em segundo lugar, ter um país em que as empresas pagam umas às outras a tempo e horas. Este é um dos grandes dilemas de Portugal. As pessoas falam muito das coisas, mas um dos grandes problemas de Portugal é o facto de não haver, do ponto de vista legislativo e de controlo, um processo tão draconiano de pagamento entre as empresas como o Estado exige dos seus contribuintes. Havendo o dinheiro a fluir entre as empresas, que não existe, elas devem ser obrigadas a pagar, por exemplo, em 30 dias. As empresas que não têm

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“As empresas que não têm dinheiro

vão à falência, que é outra coisa que nós precisamos

desesperadamente: falências rápidas! uma empresa que não vá à falência rapidamente,

é moribunda, vai consumindo dinheiro,

vai-se arrastando e não paga a ninguém”

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www.fibra.pt

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“É muito melhor ter uma boa pessoa do que uma boa ideia. E portanto nós temos a máxima de que as melhores pessoas do mundo criam uma empresa impossível de bater”

“Temos parcerias também do ponto de vista de apoio

a algumas cadeiras e alguns dos métodos

que nós utilizamos aqui internamente

passamo-los também para as universidades”

dinheiro vão à falência, que é outra coisa que nós precisamos desesperadamente: falências rápi- das! Uma empresa que não vá à falência rapidamente, é mori- bunda, vai consumindo dinheiro, vai-se arrastando e não paga a ninguém. Eventualmente engor- da, deixa depois uma porção de gente na rua e, no entretanto, co- meu uma porção altamente relevante da economia. É como se fossem toxinas dentro do cor-po, estas empresas escavacam completamente a economia. Esta é outra das falácias portu- guesas: falências é uma coisa má! Não, falências é uma coisa boa… É como depurar o corpo. Isto controla-se obrigando toda a gente a pagar a tempo e horas. E depois a lei laboral: por exemplo, é absolutamente disparatado

que uma pessoa que tenha um ordenado anual de 65 mil euros tenha regalias semelhantes às que tem um desgraçado que recebe 600 euros [por mês]. Quem ganha mais de 65 mil euros, normalmente, são os managers. Os managers, se forem incompetentes, fazem um mal terrível às empresas e às eco-nomias todas que estão à roda. Têm de ser despedidos de um dia para o outro, tem de ser possível fazer isso. Portanto, tudo coisas completamente impopulares e que dariam cabo do governo, mas que são fundamentais.

Fibra | A outsystems tem algu-ma ligação às universidades?PR | Nós temos parcerias com algu-mas universidades ao nível de áreas de ponta em termos de investigação. Temos parcerias também do ponto

de vista de apoio a algumas cadeiras e alguns dos métodos que nós utili-zamos aqui internamente passamo--los também para as universidades.

Fibra | essas relações com as uni-versidades também funcionam numa óptica de recrutamento?PR | Sim. É muito melhor ter uma boa pessoa do que uma boa ideia. E, portanto, nós temos a máxima de que as melhores pessoas do mundo criam uma empresa im-possível de bater. Portanto, nós temos um processo de recruta-mento, de atracção e de filtragem de talento muito sofisticado em que o nosso objectivo é termos as melhores pessoas do mundo. Em Portugal temos uma massa muito grande, podemos ir buscar as me-lhores pessoas às universidades e a outras empresas.

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O novo agregador das comunicações10 Agosto de 2011

www.fibra.ptBarómEtro TWITTER

Joana CarravillaE.Life country manager

Google lidera tweetsO Google foi a marca com mais buzz no Twitter de 14 a 21 de Julho, com os internautas a comentarem sobretudo o Google+, mas também o Transplate, Maps, Reader e Chro-me. Foi igualmente falado o “efeito Google” na forma de memorização.No primeiro dia do estudo, a marca estava em oitavo lugar, tendo con-seguido chegar à liderança no final do estudo. A 2.º marca mais falada foi o Fa-cebook: além da partilha de fotos e links, foram encontrados posts sobre os aplicativos e sobre o chat do Facebook. Foram também en-contradas comparações com out-ras redes sociais como o Twitter e, principalmente, o Google +, desta-cando-se, ainda, os comentários sobre o custo por clique dos Face-book ads.A RTP, que no mês anterior havia li-derado a tabela, caiu para 3.º lugar, com bastantes posts sobre os apre-

O Google foi a marca dominante nas conversas no Twitter na semana de 14 a 21 de Julho, monitorizadas para o Fibra pela E. Life. Facebook e RTP ficaram logo atrás

sentadores ou jornalistas e as trans-missões. A privatização da empresa foi, também, comentada, à semel-hança do que já havia acontecido em Junho. Logo a seguir ficou a Optimus, com o buzz a ser suscitado pelo Optimus Alive, bem como pelo novo anúncio da marca.Os 5.º e 6.º lugares são ocupados pela Zon e pela SIC, respectivamen-te. Os internautas teceram comen-tários à volta das notícias referentes aos serviços prestados, divulgação da programação de canais, cine-mas Zon Lusomundo e, ainda, di-vulgação de lojas de serviços.A Apple manteve o 7.º lugar da mo-nitorização anterior, com comen-tários relacionados com o Iphone, o Ipad e aplicativos (destaque para a app do Google+). Foram também encontradas comparações com ou-tras marcas e divulgação de novas versões dos produtos. O estudo de-

sta semana revelou, ainda, bastan-tes tweets sobre a situação econó-mica positiva da empresa.As valências do Skype como ponto de encontro de familiares e amigos valeram-lhe o 8.º lugar da tabela, o mesmo da monitorização de Jun-ho. Nos dois últimos lugares da tabe-la houve uma troca de posições: a Microsoft subiu para 9.º, com os comentários a recaírem, na grande maioria, sobre a imagem e novos lançamentos, bem como sobre a possível criação de uma rede soci-al da marca, enquanto a Nokia de-sceu para 10.º, com as conversas a incidirem sobre lançamentos e a situação económica da empresa.É entre a tarde e a noite, com ex-tensão atè à madrugada, que se verificam a maior parte das conver-sas, com os tweets a serem prove-nientes, na sua maioria, de Lisboa, Porto e Coimbra.

ToP 10: As 10 mARCAs mAis CiTADAs 06Top 10

01Top 10

os serviços prestados pelo

operador dominam as conversas, a par da

divulgação da programação dos canais. os cinemas Zon

lusomundo foram igualmente comentados

o google+ gerou a maioria do buzz,

alimentado também por comentários acerca do

google Translate, maps, Reader e Chrome. Foi ainda falado o “efeito google” na

memorização

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O novo agregador das comunicações

www.fibra.pt

Agosto de 2011 11

Accenture, Acer, Adobe Systems, AEG, Alcatel, Altitude Software, ANACOM, Anubis Networks, APDC, Apple, APRITEL, Arsoft, AR Telecom, Asus, AT&T, Biodroid, BitDefender, Bizdirect, Cabovisão, Cannon,

Capgemini, Cardmobili, CeBIT, Cisco, Compta, Compuware, Construlink, Critical Software, CSC, Dell, Devolo, Ericsson, Everis, Facebook, Flesk Telecom, Fundação para a Ciência e Tecnologia, Fundação para

a Computação Científica Nacional, Fujitsu, Glintt, Google, HP, HTC, Huawei, IBM, IDC, Information Builders, InnovAgency, Intel, Invisible, JP Sá Couto, Lenovo, LG, Link, Loewe, Logica, Mainroad, Maksen,

McAfee, MarketWare, Medtronic, MeiosTec, MEO, Microsoft, Motorola, NDrive, NEC, NET, Nintendo, Novabase, Nokia, Oi, Oki, Oni, Opensoft, Optimus, Oracle, Orange, Outsystems, Packard Bell, Panasonic,

Panda Secutiry, PHC, Philips, Playstation, Primavera Business Software, PT, Quidgest, Reditus, RIM – Research in Motion, ROFF, RTP, Sage, Samsung, SAP, Sapo, Seara.com, SIC, Siemens, Skype, Soft,

Softlimits, Sonaecom, Sony, Syncrea, Tech Data, Telefónica, TMN, Toshiba, TVI, Unisys, Viatecla, Vilt – sistemas de informação, Vodafone, WeDo Tecnhologies, X Box, Xerox, Yahoo, YDreams, YouTube, ZON

As mARCAs AnAlisADAs

Este estudo será publicado mensalmente no jornal Fibra. Caso tenha alguma questão, não hesite em contactar-nos para [email protected] conhecer melhor o Tweetmeter aceda ao vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=guyzU4HmucYPara mais informações sobre esta plataforma entre no nosso site: www.elifeportugal.com

10Top 10

09Top 10

08Top 10

os comentários relacionaram-se com notícias e

entrevistas do canal, mas também abundaram posts sobre os próprios

apresentadores/jornalistas. A privatização continuou a ser

comentada

07Top 10

02Top 10

03Top 10

04Top 10

05Top 10

A imagem e os lançamentos da

marca dominaram os comentários, no mesmo acontecendo com

a possível criação de uma rede social da microsoft

os comentários mais frequentes são sobre o o iphone , o ipad e

aplicativos como o do google+. são também feitas

comparações com outras marcas e é destacada a a

situação económica positiva da empresa

Programas como as telenovelas ou o Alta Definição

estiveram em força nas conversas. sobre a siC Radical, falou-se sobretudo

do festival sBsR. A entrevista com a actriz sónia Brazão foi

bastante comentada

A maioria do buzz esteve relacionada

com o optimus Alive, mas também se falou de serviços, como a internet. o novo anúncio da operadora

foi muito comentado

Além da partilha de fotos e links, foram encontrados posts

sobre os aplicativos e sobre o chat do Facebook. As

comparações com o Twitter e o google + e o custo por clique dos ads também se

destacaram

os comentários foram, na

maioria das vezes, sobre aparelhos ou

lançamentos. Destaque para a notícia referente à situação

económica da marca

o skype como ponto de encontro

foi o tópico predominante, com o buzz a envolver comentários sobre conversas com familiares e

amigos

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O novo agregador das comunicações12 Agosto de 2011

www.fibra.ptPagamEntos móvEis

Os pagamentos em mobilidade

Nos últimos tempos, tem-se as-sistido a uma evolução dos paga-mentos baseados nos telemóveis. Estes serviços já existem em Por-tugal há alguns anos, no caso da tmn com o MB Phone, que permite o pagamento de faturas, realização de transferências e consultas no telemóvel, assim como o paga-mento de compras em sites web, digitando apenas o número de tele-móvel e o respetivo código do ser-viço. Em ambos os casos, o débito será efetuado diretamente na conta bancária do cliente.A tmn procura constantemente trazer serviços inovadores com o intuito de facilitar, cada vez mais, o dia-a-dia dos nossos clientes. As evoluções a que temos assisti-do irão potenciar o surgimento de novas oportunidades e de serviços inovadores, que contribuirão para potenciar esta área de pagamen-tos móveis que aportam uma mais--valia para os nossos clientes.Nesse contexto, consideramos que o operador móvel, com o qual os clientes já têm uma relação de con-fiança, será a melhor entidade para implementar, gerir e levar direta-mente até ao cliente os serviços de pagamentos móveis, devido aos

A tmn procura constantemente trazer serviços inovadores com o intuito de facilitar, cada vez mais, o dia-a-dia dos nossos clientes. As evoluções a que temos assistido irão potenciar o surgimento de novas oportunidades e de serviços inovadores, que contribuirão para potenciar esta área de pagamentos móveis que aportam uma mais-valia para os nossos clientes

especiais cuidados de segurança que tais soluções implicam. Não se trata, assim, apenas de uma evolu-ção tecnológica, mas antes de uma nova forma de facilitar o dia-a-dia dos clientes recorrendo a um novo ecossistema a ser criado. Nesse novo ecossistema os operadores móveis terão um papel muito im-portante.Não obstante a experiência e os exemplos acima referidos, estes serviços evoluirão e permitirão no- vas oportunidades. A tmn não dei-xará de apostar e estar presente nesta inovação que vai trazer van-tagens e benefícios práticos ao quotidiano dos portugueses.A vertente dos pagamentos móveis e da tecnologia subjacente é uma das várias oportunidades que se têm colocado aos operadores e à tmn em particular. Os telemóveis são, cada vez mais, o principal dis-positivo pessoal de entretenimen-to, comunicação e informação. A evolução tecnológica nos telemó-veis democratizou e mobilizou, por exemplo, o acesso à internet, aos conteúdos multimédia (com destaque para a música, sendo exemplo disso o MusicBox do gru-po PT acessível no telemóvel tmn,

“A vertente dos pagamentos móveis

e da tecnologia subjacente é uma das várias oportunidades que se têm colocado aos operadores e à

tmn em particular. os telemóveis são, cada vez mais, o principal dispositivo pessoal de entretenimento,

comunicação e informação”

mário sousa

director de Dados e Conteúdos Móveis da TMN

no meo e no PC), às comunidades sociais (onde o portal agregador POND permite gerir num só sítio às várias presenças em Facebook, twitter, LinkedIn, Youtube e muitos mais ) e às aplicações disponíveis através de appstores como a da tmn, entre outras.A tmn considera todas estas evo-luções oportunidades que contri-buem para o crescimento do mer-cado. A tmn tem-se posicionado de uma forma pioneira no mercado português quando se trata de tra-zer estes desenvolvimentos até aos utilizadores portugueses e vai con-tinuar a fazê-lo no futuro.

PU

B

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O novo agregador das comunicações14 Agosto de 2011

www.fibra.pt

Quem entra no número 63 da Rua Castilho, em Lisboa, encontra uma empresa que gosta de passar a ideia de que “a equipa não são só os gestores”. Uma empresa que procura recrutar iniciativa, criatividade e paixão e que garante que mudou a forma como se constrói e se usa o software. Bem-vindos à Quidgest

Com 23 anos e cerca de 80 colaboradores de 12 nacio-nalidades, com uma média de idades de 25 anos e oriun-dos das mais diversas áreas, como a Agronomia, a Ma-temática, a Gestão ou até a História, a Quidgest quer ser uma empresa de excelência onde “dá gosto trabalhar”. Para a equipa, procura pessoas com elevado potencial e “com a perspectiva certa”. Pessoas que, seguindo a filosofia do norte-americano Gary Hamel, guru em es-tratégia e gestão, contribuam com iniciativa, criatividade e paixão. Tal como procura ser early adopter no que diz respeito às tecnologias: afinal, o seu posicionamento obriga-a a conhecer as tecnologias antes da maioria. Mas, afinal, o que é que a Quidgest faz? Basicamente, desenvolve soluções de software que tornam cada sistema de in-formação numa vantagem competitiva. “Aquilo que pro-curamos fazer é ter blocos coerentes de software que funcionam como peças de lego”, afirma João Paulo Car-valho, senior partner da empresa. “Temos as peças pre-paradas para encaixá-las de modo a construir a solução mais adequada para o cliente”, pelo que, “no dia em que for preciso mudar, ela muda” graças à sua plataforma de geração automática. O seu âmbito de intervenção não podia ser mais abrangente: a Quidgest trabalha muito com o governo e com a administração pública mas tam-bém actua em áreas como a saúde, o desporto, a gestão de activos, a energia, as obras públicas, a banca e os seguros, entre muitas outras. E é porque tem clientes tão diferentes que o dress code é versátil: daí que os colaboradores se definam como “uma espécie de camaleões”. Mas, na empresa, a regra é utilizarem roupa mais informal.Na Quidgest regalias não faltam. Todos os colaborado-res estão cobertos por um seguro de saúde. E existe mesmo um orçamento ilimitado para documentação técnica - um colaborador pode comprar um livro que ache relevante para um projecto sem ter de pedir apro-vação superior…“Mesmo nos períodos complicados”, a empresa dis-tribui resultados em função dos objectivos atingidos. E há ainda o Prémio Iniciativa Quidgest (PIQ), em que, semestralmente, se distingue a melhor iniciativa de um funcionário: “Ter orgulho naquilo que se consegue é algo a incentivar”, justifica o senior partner, a propósito deste prémio de mil euros.Não se ficam por aqui as iniciativas: há ainda o QDay, que tenta fomentar a inovação e o empreendedorismo, o Dia do Cliente e o Dia Portas Abertas, com uma óptica mais voltada para o recrutamento.

Elevado potencial procura-se

Como É trabalhar Em...

Prémio IAPMEI PME Excelência 2010 e UKTI Business Expansion Award 2010

Nametags dos eventos organizados pela Quidgest

Fernando Cruz, técnico de sistemas de Aprovisionamento, Logística e Gestão

Patrimonial

Poster da Quidgest

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O novo agregador das comunicações

www.fibra.pt

Agosto de 2011 15

Elevado potencial procura-se

Decoração ilustrativa dos sistemas da Quidgest

Auditório principal

Patrícia Bento, assistente de Marketing

Da esquerda para a direita, Carlos Costa (coordenador de Marketing), Annabelle Le Rohellec (coordenadora de Sistemas de Gestão de Saúde), Inês Durão (consultora de Sistemas de Gestão de Saúde) e Kim Lembeck (assistente de Marketing)

Testemunhos de clientes

Sala de formação João Paulo Carvalho, senior partner

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O novo agregador das comunicações16 Agosto de 2011

www.fibra.ptTelecomunicações

Propostas para a eficiênciaComo representante de um sector comprometido com a inovação e o desenvolvimento, a APRITEL acredita que o acordo com a troika é uma oportunidade para aumentar a eficiência e racionalizar o funcionamento da máquina do Estado

Um conhecido escritor americano disse um dia que era raro ver uma oportunidade antes de ela desa-parecer. Escolhi começar com esta frase, porque ela resume o risco que a APRITEL – Associação dos Operadores de Telecomuni-cações não quis correr depois de analisar o acordo que Portugal as-sinou com a troika.Ciente do peso que o sector das telecomunicações aporta à eco-nomia nacional, que decorre não só da sua expressão no PIB, mas também do seu enorme volume de investimento e, sobretudo, do elevado nível de Investigação e Desenvolvimento (I&D) que lhe permitem disponibilizar soluções de aumento da eficiência e de produtividade, a APRITEL não he- sitou em assumir as suas obriga-ções para com o País, avançando propostas para resolução de pro-blemas que os seus associados sentem no dia-a-dia e que exce-dem as fronteiras tradicionais do sector.Com efeito, há vários anos que os operadores de telecomunica-ções, na qualidade de utilizado-res, constatam a falta de resposta adequada do sistema judicial às crescentes necessidades a que são sujeitos. Que, como clientes do sistema eléctrico, se confron-tam com um enquadramento de-sajustado. Que, como concorren-tes no fornecimento de serviços ao Estado, têm de operar num quadro que não optimiza as solu-ções que oferecem. E, finalmente, que, na qualidade

“Há vários anos que os operadores de

telecomunicações, na qualidade de

utilizadores, constatam a falta de resposta

adequada do sistema judicial

às crescentes necessidades

a que são sujeitos”

“os operadores de telecomunicações

não usam abusivamente a cobrança judicial;

de facto, eles recuperam extrajudicialmente

93 por cento dos créditos sobre os seus clientes”

Pedro Ramalho de Almeida

secretário-geral da APRITEL

de actores de um dos mercados mais sofisticados da economia, sentem o peso da profusão de entidades públicas que se dedi-cam não só a supervisionar e re-gular, mas também a medir, acon-selhar sobre ou, de forma geral, a acompanhar.Quanto ao primeiro ponto, a Jus-tiça, é importante desfazer um mito: os operadores de telecomu-nicações não usam abusivamen-te a cobrança judicial; de facto, eles recuperam extrajudicialmen-te 93 por cento dos créditos so-bre os seus clientes. Mais, os dados de que a APRITEL dispõe indicam que o rácio de incobrá-veis face ao volume de proveitos está muito abaixo dos índices de outras áreas como, e.g., o sector financeiro.No entanto, apesar desta efici-ência, continuam dependentes da intervenção judicial para re-cuperar um total que excede os 115 milhões de euros, ou seja, o custo médio de dois estádios do Euro 2004. Porém, dado o valor médio das dívidas, o número de execuções ronda as 150 mil, ou seja, ainda assim menos de 13 por cento dos quase 1,2 milhões de execuções que o Ministério da Justiça indica como estando pen-dentes em 2010.Até há bem pouco tempo, a solu-ção para este volume de proces-sos baseava-se no simples au-mento das custas judiciais. Esta solução é o mesmo que resolver o problema dos engarrafamentos de uma ponte sem alternativa

apenas pelo aumento de porta-gens: o engarrafamento continua e todos sofrem mais. Portanto, sem reformas, sem alternativas válidas para os utilizadores, o congestionamento dos tribunais e a morosidade dos processos mantêm-se. A APRITEL propôs, assim, uma intervenção na área da Justiça assente em quatro pilares. Cada um destes pilares inclui propos-tas destinadas a melhorar a cele-ridade dos processos, melhorar a gestão dos tribunais, melhorar os mecanismos de resolução extra-judicial e melhorar o próprio pro-cesso civil. Em qualquer sector da economia, as empresas dependem do forne-cimento de electricidade. Porém, para poucos o seu fornecimento é tão crítico como para o sector das telecomunicações. É, portan-to, preocupante para a APRITEL constatar as ineficiências do mer-cado da electricidade, quer no que se refere à desadequação do enquadramento tarifário – em que um operador é tratado como con-sumidor doméstico – quer, mui-to em especial, aos sobrecustos adicionados à factura de energia, que chegam a 44 por cento do seu valor. Para a APRITEL, é imprescindível que se tornem mensuráveis as metas intermédias da liberaliza-ção do mercado da electricidade, que se promova o aumento da eficiência energética, que se ra-cionalizem os tarifários e que se impeça o aumento de sobrecus-

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O novo agregador das comunicações

www.fibra.pt

Agosto de 2011 17

“A APRiTel partilha inteiramente da opinião

de que a redução de despesa por via da racionalização

de entidades públicas liberta recursos financeiros para

o mercado e, assim, aumenta a competitividade

das empresas”

tos, que apenas servem para per-petuar ineficiências.Disse atrás que, devido ao enquadramento legal, os operadores não conse-guiam potenciar a sua oferta de serviços ao Estado. Contudo, apesar disso, nos últimos quatro anos, o encargo do Orçamento do Estado com estes serviços tem vin-do a diminuir devido à renegociação de contratos existentes, apesar de persistirem limitações injustificadas. A APRITEL acredita que, num am-biente mais aberto, quer a Admi-nistração Pública, quer os utentes beneficiarão das potencialidades de desmaterialização e simplifi-cação de processos permitidas, e.g., pelo recurso ao cloud com-puting, pela telepresença e pelo

aumento do atendimento electró-nico.Um último e talvez mais importante aspecto tem a ver com o peso que os organismos do Estado têm sobre a economia. Neste ponto, a APRI-TEL partilha inteiramente da opinião de que a redução de despesa por via da racionalização de entidades públicas liberta recursos financeiros para o mercado e, assim, aumenta a competitividade das empresas.A profusão de entidades e organis-mos públicos é também uma reali-dade no que, em particular, respeita ao sector das telecomunicações. Neste domínio, a APRITEL propôs-se colaborar na reflexão das medi-das consignadas pelo acordo com a troika e, em colaboração com o

“é preocupante constatar as ineficiências

do mercado da electricidade, quer

no que se refere à desadequação

do enquadramento tarifário – em que um

operador é tratado como consumidor doméstico – quer aos sobrecustos

adicionados à factura de energia”

governo e os agentes políticos, ac-tuará para que se produzam resulta-dos efectivos no curto prazo.E regressamos ao início. Como representante de um sector comprometido com a inovação e o desenvolvimento, a APRITEL acre-dita que o acordo com a troika é uma oportunidade para aumentar a eficiência e racionalizar o funciona-mento da máquina do Estado. As propostas da APRITEL mais não fazem do que aproveitar as capacidades do sector para in-centivar a melhoria da capacidade de resposta do Estado às necessi-dades da população em vários do-mínios, aproximando as políticas de desenvolvimento económico e social das necessidades do País.

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O novo agregador das comunicações18 Agosto de 2011

www.fibra.pt

A convergência entre comunicações e televisões esteve em debate em Junho, no CCB, em Lisboa, numa conferência organizada pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC). Foi uma verdadeira cimeira dos players de referência em Portugal, quer ao nível dos operadores quer dos fornecedores de equipamentos. É que não é todos os dias que se consegue juntar Pinto Balsemão, Guilherme Costa, Miguel Pais do Amaral, Rodrigo Costa e Zeinal Bava

Media e convergência

JET FIBRa

Luís Mergulhão, ceo da Omnicom

Os quatros oradores do painel “O futuro do ecrã: maior, com melhor imagem ou interactivo?”

Iván de Cristóbal, Accenture e keynote speaker da conferência

Pedro Norton e Miguel Pais do Amaral

Nuno Artur Silva, das Produções Fictícias

Uma assistência interessada na convergência

Pedro Norton, presidente da APDC, Zeinal Bava, da PT, e Rodrigo Costa, da ZonRodrigo Costa, da Zon, Miguel Pais do Amaral, Media Capital, Guilherme Costa, RTP, e Pinto Balsemão, Impresa e SIC

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Media e convergência

N.º 7 PRIMAVERA SPRINg • VERÃO SuMMER 2011

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LIVENINGLivening up your day

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O novo agregador das comunicações20 Agosto de 2011

www.fibra.ptIntErnEt

O IPv6 é o certificado de sobrevivência da Internet no século XXI. Resolve o problema da exaustão do IPv4 e da pressão que estava a ser feita pela necessidade de novos endereços, uma consequência da massificação da banda larga e do facto de o always on ser hoje uma rotina. Sem este novo protocolo, a Internet podia entrar em colapso. Pedro Veiga, professor uni-versitário e presidente da ISOC Portugal, Nuno Jacinto, da Optimus, José Rivera, da Vodafone, e Nuno Pedro, da Portugal Telecom, fazem o retrato

Ant

ónio

Sam

pai

o/W

HO

O novo protocolo

do IPv6 e das suas implicações para os utilizadores. O novo protocolo permite um conjunto de benefícios para os clientes ao nível do desempe-nho e segurança das redes e cabe às operadoras garantirem que a tran-sição será tranquila, transparente e eficaz. No dia 8 de Junho, dia mundial do IPv6, mais de 1000 operadores e principais agregadores de conteúdos de todo o mundo participaram num teste de 24 horas que serviu para avaliar a preparação dos websites para o novo protocolo.

É o sucessor do IPv4 e uma boa notícia para os 4.000 milhões de computadores ligados em simultâneo à internet em todo o mundo. Chama-se IPv6 e vai permitir ultrapassar a escassez de endereços de internet e outras limitações técnicas do seu irmão mais novo. Garante também que a internet pode continuar a expandir-se sem problemas

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O novo agregador das comunicações

www.fibra.pt

Agosto de 2011 21

Pedro Veiga

professor universitário e presidente do ISOC Portugal

Evitar o improvisoPara ultrapassar a escassez de endereços e outras limitações técnicas do IPv4, em meados da década de 90 começou a ser desenvolvido um novo protocolo, o IPv6, também inicialmente chamado de protocolo da Internet do futuro

“o problema da escassez

dos endereços é algo tecnicamente

inultrapassável. Por isso é preciso começar já a usar o iPv6, se bem que

o iPv4 se vá manter”

4.000 milhões de

computadores ligados, em simultâneo,

à internet, é o que permite o protocolo

iPv4

A tecnologia central da Internet está a mudar devido à introdução do IPv6. Para chamar a atenção do Mundo para este desafio, a Inter-net Society (ISOC) escolheu o dia 8 de Junho de 2011 para organizar o World IPv6 Day. A esta iniciati-va associaram-se outras organi-zações e empresas preocupadas com o futuro da Internet para aler-tarem para a importância de uma adopção rápida do IPv6. A ISOC Portugal não ficou alheia a este facto e organizou um evento, em Lisboa, para discutir os aspectos técnicos e de mercado associados à adopção do IPv6.Porque faz falta o IPv6?Quando a tecnologia base da In-ternet foi inventada, o protocolo que veio a estabilizar e a ser usado desde o final da década de 70 foi o IPv4. O protocolo IPv4 – Internet Protocol version 4 – é o conjunto de regras de comunicação entre com-putadores que veio a dar o nome à rede que actualmente todos usa-mos, a Internet. Como se disse, o IPv4 foi pensado para interligar redes – INTERconnect NETworks — e tem uma capacidade notável de adaptação a cenários técnicos evolutivos e diversificados.Mas no início dos anos 90, quando a Internet começou a crescer devi-do à invenção da World Wide Web, houve a percepção de que o pro-tocolo IPv4 tinha uma série de li-mitações que era urgente começar a resolver. A limitação mais grave era a escassez de endereços. Com efeito, cada computador ligado à Internet precisava de ter um en-dereço unívoco, a nível mundial, para poder estar integrado nesta rede. As características intrínsecas do IPv4 só permitem a existência de 4.000 milhões de computado-res ligados, em simultâneo, à In-

ternet. Com o constante aumento de utilizadores da Internet e com o aparecimento de soluções que nos levam a ter vários dispositivos liga-dos à Internet ( PDA, telemóvel, …) o problema começou a tornar-se muito sério, em especial nos últi-mos quatro anos. Para ultrapassar a escassez de endereços e outras limitações téc-nicas do IPv4, em meados da dé-cada de 90 começou a ser desen-volvido um novo protocolo, o IPv6, também inicialmente chamado de protocolo da Internet do futuro. Ao longo do processo de reengenharia do IPv6 foi feita a incorporação no IPv4 de algumas das característi-cas do IPv6, como as que facilitam a mobilidade e a atribuição dinâmi-ca de endereços. Mas o problema da escassez dos endereços é algo tecnicamente inultrapassável. Por isso, é preciso começar já a usar o IPv6, se bem que o IPv4 se vá manter. Grande parte do sucesso da Inter-net advém dos conceitos básicos subjacentes ao seu desenvolvi-mento: uma rede simples e eficien-te no centro (de que resultava o seu reduzido custo de implementação face a outras tecnologias que exis-tiram) e com a maior capacidade de processamento e tratamento da informação na periferia. Com a introdução do IPv6 preten-de-se manter este modelo e, na rede, ter o uso simultâneo do IPv4 e do IPv6. Esta abordagem, ge-ralmente designada dual-stack na medida em que se implementam as duas pilhas protocolares a nível de aplicação e transporte sobre os dois protocolos em simultâneo, é algo que é crucial para o futuro da Internet. Mas é um problema emi-nentemente técnico e que deve ser resolvido pelos técnicos, sem a ne-

cessidade de ser percepcionado pelos os utilizadores da Rede. Um utilizador não técnico nem devia saber que este problema existe, quer do ponto de vista da sua utili-zação diária, quer no que respeita ao custo que paga para a usar.Mas se esta adopção do IPv6 não for devidamente planeada, quer ao nível das infra-estruturas técnicas de suporte, quer ao nível da forma-ção daqueles que as vão operar, isso pode obrigar a soluções de última hora, feitas de modo impro-visado e que poderão trazer custos acrescidos.

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O novo agregador das comunicações22 Agosto de 2011

www.fibra.ptIntErnEt

nuno Jacinto

gestão de oferta corporate da Optimus

Regresso ao futuroO novo protocolo traz consigo um conjunto de benefícios tangíveis para os clientes ao nível do desempenho e segurança das redes, com mecanismos integrados de encriptação de dados. A auto-configuração é também uma vantagem importante deste novo protocolo, permitindo que as redes se tornem plug&play, mais simples de implementar e mais fáceis de gerir

“Actualmente, as infra-estruturas core

da rede optimus suportam de forma

nativa o iPv6, estando esta nova forma

de endereçamento disponível desde 2008, como opção, na oferta de serviços de internet

e Dados dirigida ao segmento empresarial”

“sob o paradigma “internet of Things”, as redes de dados passam a poder interligar todo o tipo de dispositivos,

desde automóveis, aparelhos eléctricos e os mais variados

sensores, prevendo-se que nos próximos

cinco anos mais de 100 biliões de máquinas

estejam ligadas entre si”

No passado dia 8 de Junho, duran-te o “Dia Mundial do IPv6”, mais de 1000 operadores e principais agre-gadores de conteúdos em todo o mundo, incluindo Akamai, Face-book, Google, Limelight, Microsoft, Yahoo, e em Portugal o Público, demonstraram o seu grau de prepa-ração para aquela que será a maior transição na história da Internet.Este teste de 24 horas tomou o pulso à preparação dos websites para fun-cionar naquele que será o paradig-ma futuro da Internet — o Protocolo Internet na versão 6 — facilitador de uma expansão ilimitada da Internet no que respeita a endereçamento.O IPv6, a nova versão do Protocolo Internet (IP) surgiu com a antecipa-ção do esgotamento das gamas de endereçamento disponíveis no IPv4, utilizado actualmente para identificar cada computador na Internet. Criado na década de 70 e estandardizado em 1981, o endereçamento em IPv4 apresenta uma capacidade teórica de 4,3 mil milhões de endereços IP.Em Fevereiro de 2011, a IANA (In-ternet Assigned Numbers Authority) disponibilizou as últimas gamas de endereçamento IPv4. Para ultrapas-sar esta limitação, foi criada e estan-dardizada uma nova versão — IPv6 — que, entre outras funcionalidades, permite endereçar e integrar em rede um número virtualmente ilimitado de máquinas, uma vez que o endere-çamento passa a recorrer a combi-nações de 128 bits, ao contrário do IPv4, que apenas utiliza 32 bits. Para exemplificar a magnitude da nova capacidade de endereçamento baseada em IPv6, podemos afirmar que o número total de endereços possíveis permitiriam atribuir cerca 600 mil biliões de endereços por mm2 do planeta.

O novo protocolo traz consigo um conjunto de benefícios tangíveis para os clientes ao nível do desem-penho e segurança das redes, com mecanismos integrados de encripta-ção de dados. A auto-configuração é também uma vantagem importan-te deste novo protocolo, permitindo que as redes se tornem plug&play, mais simples de implementar e mais fáceis de gerir. Este salto na capacidade de en-dereçamento permite acautelar o crescimento exponencial da Internet e a antecipada transformação da In-ternet que actualmente temos para a que viremos a ter brevemente, a designada “Internet of Things”.Sob o paradigma “Internet of Things”, as redes de dados passam a poder interligar todo o tipo de dispositivos, desde automóveis, aparelhos eléc-tricos e os mais variados sensores, prevendo-se que nos próximos cin-co anos mais de 100 biliões de má-quinas estejam ligadas entre si.A Optimus tem vindo a preparar a mudança para IPv6 desde 2006 com o objectivo de garantir uma transição planeada e gradual, sem quaisquer impactos para os seus clientes.Actualmente, as infra-estruturas core da rede Optimus suportam de forma nativa o IPv6, estando esta nova for-ma de endereçamento disponível desde 2008, como opção, na oferta de serviços de Internet e Dados diri-gida ao segmento empresarial. Ain-da no ano de 2008 a Optimus ligou o primeiro cliente com o novo protoco-lo IP, tendo na altura sido disponibili-zados mais de 300 sites suportados neste novo endereçamento. Um dos objectivos principais do “Dia Mundial do IPv6” era o de evidenciar potenciais problemas com a utiliza-ção de IPv6 nativos em ambiente

controlado. A natureza heterogénea das tecnologias em actividade e interacção permanente na grande auto-estrada da informação tornava este teste extremamente importante para detectar todo o tipo de impre-vistos. O dia saldou-se por um notório su-cesso, com a grande maioria dos utilizadores a conseguir aceder aos serviços como habitualmente. Em raros casos, os utilizadores depa-raram-se com um acesso limitado aos sites em IPv6 durante o teste, maioritariamente por questões rela-cionadas com o sistema operativo a correr no equipamento de acesso. Em Portugal, no caso da Optimus, onde as principais plataformas de serviços e de rede se encontram capacitadas e preparadas para o su-porte do novo protocolo, não se ve-rificaram quaisquer impactos ou im-previstos a assinalar no World IPv6 Day, iniciativa à qual a Optimus se associou através da participação no evento promovido pela ISOC Portu-gal Chapter para o esclarecimento e avaliação do nível de preparação da indústria, e que reuniu os princi-pais operadores de comunicações electrónicas e fabricantes de equi-pamentos.

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O novo agregador das comunicações

www.fibra.pt

Agosto de 2011 23

Impacto a vários níveis

Até agora, o IPv4 – o protocolo utili-zado na Internet – tem tido capaci-dade de endereços suficiente para fazer face à exigência global de endereços IP, necessários para que os servidores e dispositivos comu-niquem entre si na Internet pública. Todavia, com o exponencial incre-mento da procura por endereços IP, principalmente no crescente merca-do dos smartphones, as autoridades centrais que gerem o espaço de endereçamento entregaram recente-mente a última gama de endereços IPv4 da sua capacidade actual.Os operadores que oferecem servi-ços de Internet, como a Vodafone, têm de definir estratégias para ul-trapassar a exaustão do espaço de endereçamento IPv4, assegurando a continuidade dos serviços que prestam aos seus Clientes. Esta es-tratégia, no caso da Vodafone, passa pela introdução do novo protocolo IPv6 e pela introdução de técnicas de tradução de endereços (NAT).A principal característica do IPv6 é a disponibilização de um espaço de endereços significativamente maior do que o IPv4, suficiente para dar resposta às solicitações futuras. Porém, os dois protocolos não são interoperáveis nativamente, motivo pelo qual coexistirão em simultâneo durante muitos anos. A Vodafone vê a implementação do IPv6 como uma solução de médio-longo prazo para resolver o problema da exaustão do IPv4.No curto prazo, e como forma de prolongar o “tempo de vida” do IPv4, a Vodafone Portugal está igualmen-te a trabalhar na implementação de mecanismos de NAT.Devido ao seu know-how e avanço nesta área, a Vodafone Portugal foi, inclusivamente, escolhida para ser o operador dentro do Grupo Vodafone

Os operadores que oferecem serviços de Internet, como a Vodafone, têm de definir estratégias para ultrapassar a exaustão do espaço de endereçamento IPv4, assegurando a continuidade dos serviços que prestam aos seus Clientes. Esta estratégia, no caso da Vodafone, passa pela introdução do novo protocolo IPv6

no qual é testada e implementada uma solução de IPv6 end to end. Esta escolha reforça o posiciona-mento de inovação e pioneirismo da Vodafone Portugal, não só no seio do Grupo Vodafone como no sector das telecomunicações em geral.Na Empresa existe um programa específico e transversal a várias áreas para lidar com a exaustão do IPv4. Trata-se de um campo no qual a Vodafone Portugal tem vindo a in-vestir desde há vários anos a esta parte, tendo já realizado desenvol-vimentos significativos na sua rede corporativa e na rede de suporte ao negócio / clientes.No ambiente móvel, o impacto da implementação do IPv6 está a ser analisado e testado pela Vodafone Portugal, visando a avaliação do impacto em todos os elementos de rede. O objectivo é fazer com que certos dispositivos móveis utilizem uma única ligação que seja compa-tível simultaneamente com as tecno-logias IPv4 e IPv6 (dual stack). Para atingir este objectivo, a Vodafone está a colaborar mais estritamente com fornecedores de terminais.No ambiente fixo, a Vodafone Por-tugal começou por testar diferentes funcionalidades do IPv6 e do NAT com o intuito de garantir que esta tecnologia é integrada faseadamen-te na rede.Para além dos aspectos técnicos, a implementação do IPv6 também terá impacto sobre o marketing e sobre os aspectos operacionais da Empresa. Os serviços vocacionados para o Cliente sofrerão o impacto da implementação do IPv6, pelo que é necessário preparar os assisten-tes dos call centers e de apoio para as perguntas e assuntos que serão levantados pelos Clientes. Todos estes aspectos estão a ser conside-

“A Vodafone vê a implementação do iPv6 como uma solução de

médio-longo prazo para resolver o problema da exaustão do iPv4. no curto prazo, e como forma de prolongar o

“tempo de vida” do iPv4, a Vodafone Portugal está

igualmente a trabalhar na implementação de mecanismos de nAT”

“Ainda que o iPv6 não traga propriamente

grandes vantagens ao nível de serviço, tendo

como principal propósito resolver, a médio prazo,

a exaustão do espaço de endereçamento de iPv4 que se prevê que esteja

esgotado até ao final de 2011, a sua adopção

deverá ser efectuada da forma mais

transparente possível para os Clientes”

José Rivera

responsável pela área de engenharia de core e transporte da Vodafone

Portugal

rados e a experiência será partilhada por toda a Vodafone.No que diz respeito a prazos, a Vo-dafone está a trabalhar arduamente no sentido de proporcionar aos seus Clientes (tanto empresariais, como particulares) a possibilidade de pas-sarem a utilizar o protocolo no me-nor espaço de tempo possível. É de esperar, no entanto, que o mer-cado empresarial coloque requisitos (o que já acontece) para utilização deste protocolo mais cedo do que os Clientes particulares, que, grosso modo, estão menos sensíveis a esta problemática.Os planos de roll-out estão directa-mente relacionados com a disponi-bilidade por parte dos fornecedores de equipamentos compatíveis e que apresentem a estabilidade requeri-da pela Vodafone. No ambiente de desktop, Windows, Apple ou open source, já existe, há alguns anos, su-porte para dual-stack IPv4 e IPv6. A Vodafone Portugal já utiliza este tipo de terminais na sua rede corporativa em ambiente de produção.Ainda que o IPv6 não traga propria-mente grandes vantagens ao nível de serviço, tendo como principal propósito resolver, a médio prazo, a exaustão do espaço de endere-çamento de IPv4 que se prevê que esteja esgotado até ao final de 2011, a sua adopção deverá ser efectuada da forma mais transparente possível para os Clientes.

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O novo agregador das comunicações24 Agosto de 2011

www.fibra.ptIntErnEt

The Internet Protocol Reloaded

A generalidade dos consumido-res não sabe o que é um ende-reço IP. Podemos questionar-nos: “E precisa saber?“ — A boa notí-cia é que não, e esperemos que a situação se mantenha assim du-rante muito tempo.As pessoas que acompanham mais de perto os temas relacio-nados com a tecnologia de infor-mação sabem que os dispositivos que estão ligados à internet co-municam entre si através de “pa-cotes” de dados que obedecem a um conjunto de regras standard (o Internet Protocol ou IP). Os pacotes são encaminhados na rede recorrendo a informação que permite identificar univocamente a origem e o destino (os respec-tivos endereços IP). O simples facto de os dispositivos ligados à internet necessitarem que lhe sejam atribuídos endere-ços IP não parece à partida for-necer material que justifique a es-crita de um artigo de opinião, só que… os endereços IP, tal como os conhecemos, estão a acabar!A versão de Internet Protocol atu-almente mais utilizada (IP versão 4 ou IPv4) permite suportar 4,3 mil milhões de endereços (4,3 x 109). Foi especificada nos anos 80, numa época em que não era previsível a “explosão” no núme-ro de dispositivos com capacida-de de se ligar à internet. Com o evoluir da tecnologia, para além dos “clássicos” PC, Servidores e Dispositivos de Armazenamento, passaram a ser potenciais con-sumidores de endereços os dis-positivos móveis (smartphones, tablets), as consolas de jogos, os recetores de Televisão IP (Set Top Boxes e Connected TV), os me-didores inteligentes (de energia, por exemplo) e toda uma série de

Para dar uma resposta duradoura à inevitável exaustão dos endereços IPv4, foi então desenvolvida uma nova versão do protocolo denominada IPv6. O IPv6 foi especificado por forma a garantir o crescimento da Internet para o “futuro previsível”

equipamentos para a indústria, saúde, e transportes, normal-mente intervenientes nas cha-madas comunicações “machine to machine” e que corporizam o próximo boom da internet — “the internet of things”.A perceção de que o espaço de endereçamento IPv4 estava sob pressão devido ao crescimento exponencial do número de dis-positivos não é exatamente nova. Nos anos 90, e numa tentativa de prolongar a vida útil do IPv4, foi introduzida a funcionalidade de Network Address Translation (NAT) que permite a partilha de um endereço IP que está aces-sível a partir da internet (IP pú-blico) por vários endereços que estão confinados a uma determi-nada rede local (IP privado). Esta é a solução hoje mais frequen-temente encontrada nas nossas casas, onde a função NAT é leva-da a cabo pelo router de acesso à internet, o qual utiliza um ende-reço público atribuído pelo Inter-net Service Provider (ISP) e gere uma pool de endereços privados que atribui aos dispositivos que temos ligados na nossa rede do-méstica.A massificação da banda larga (fixa e móvel) e o conceito de “always on” ainda colocaram mais pressão nas necessidades de endereçamento, dado que os dispositivos só consomem en-dereços quando estão ligados à internet mas a tendência é que cada vez mais estejam ligados a 100% do tempo. Para dar uma resposta duradoura à inevitável exaustão dos endereços IPv4, foi então desenvolvida uma nova versão do protocolo denominada IPv6. O IPv6 foi especificado por forma a garantir o crescimento

“A massificação da banda larga (fixa e móvel) e o conceito de always on ainda

colocaram mais pressão nas necessidades de endereçamento, dado que os dispositivos só consomem endereços quando estão ligados à

internet mas a tendência é que cada vez mais

estejam ligados a 100% do tempo”

“A introdução do IPv6 configura uma

descontinuidade tecnológica marcante

que tem de ser endereçada em várias vertentes e por vários

players”

da Internet para o “futuro previsí-vel”, dispondo, para o efeito, de um espaço de endereçamento de 3,4 x 1038 IPs. Temos portanto à partida garantido um futuro risonho no qual não haverá pre-ocupações com a falta de ende-reços.Em face do exposto, faz sentido colocarmo-nos a seguinte per-gunta: “Podemos então dormir tranquilos ou ainda assim existe algum aspeto estrutural que é necessário endereçar?” — Na re-alidade existe, não pode ser con-siderado menor, e chama-se fase de transição. A questão de fundo é garantir que existem mecanis-mos que permitem mitigar os impactos de uma característica do protocolo IPv6 que é a sua in-compatibilidade com o protocolo “legado” IPv4. Ou seja, um dis-positivo que só suporte IPv4 não consegue comunicar com outro que só suporte IPv6.A situação ideal seria garantir que todos os equipamentos no-vos suportam simultaneamen-te IPv4 e IPv6, uma abordagem tecnicamente conhecida por dual stack. De forma idêntica, em relação aos equipamentos existentes o ideal seria a possi-bilidade de efetuar upgrades de software, ou de firmware, que permitam instalar o protoco-lo IPv6. Há felizmente algumas boas notícias nesta matéria: a título de exemplo, os PCs com sistemas operativos mais moder-nos (Windows Vista e Windows 7) já suportam IPv6 de raiz e os routers das gerações mais mo-dernas usados no serviço sapo e a generalidade dos routers usa-dos no serviço meo já são for-necidos com IPV6, e/ou podem ser atualizados de forma remota

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“Deve referir-se que os grandes sites já estão ativos na migração para iPv6. no passado mês de Junho realizou-se, sob coordenação da

internet society (www.isoc.org),

o IPv6 World Day”

“A questão de fundo é garantir que existem

mecanismos que permitem mitigar os

impactos de uma característica do

protocolo iPv6 que é a sua incompatibilidade

com o protocolo “legado” iPv4”

nuno Pedro

director de desenvolvimento de serviços wireless e wireline,

Portugal Telecom

sem intervenção do utilizador. Por outro lado, existem dispo-sitivos que têm um “roadmap” para a introdução de dual stack mais alargado, podendo referir- -se como exemplo representati-vo os dispositivos móveis, para os quais a sua disponibilidade em terminais de última geração ainda é a exceção, sendo prová-vel que a situação só se inverta nos equipamentos da quarta ge-ração móvel (Long Term Evolu-tion – LTE), tecnologia que a TMN recentemente demonstrou, com pleno êxito, na cidade de Braga.Para que a evolução para IPv6 possa efetivamente “descolar” é ainda necessário garantir dois importantes pilares: o primeiro é o dos fornecedores de conteú-dos/serviços/aplicações web. Se um determinado portal ou site de serviços (ex: home banking) não alterar a sua infra-estrutura, por exemplo garantindo suporte IPv6 nos seus servidores e na rede IP do seu data center, só poderá continuar a ter acessos em IPv4. De forma idêntica, se uma aplicação de VoIP ou um jogo multi player não suportar IPv6, só conseguirá estabelecer comunicação com os peers en-volvidos em IPv4.Deve referir-se que os gran-des sites já estão ativos na migração para IPv6. No passado mês de Junho realizou-se, sob coordenação da Internet Society (www.isoc.org), o IPv6 World Day. No decurso desta iniciativa, à qual o portal sapo.pt se asso-ciou, um importante conjunto de sites mundiais (Google, Face-book, Yahoo, …) esteve “no ar” tanto em IPv4 como em IPv6, uti-lizando na prática toda a comu-nidade internet como beta tester,

como uma forma de aferir da ro-bustez da tecnologia e de detetar eventuais situações anómalas.Finalmente, falta-me falar do úl-timo pilar que é o dos operado-res de telecomunicações. Nestes recai uma parte importante do esforço, dado que, em parceria com seus fornecedores de tec-nologia, têm de adequar as suas redes, as suas plataformas de serviço, os seus sistemas de pro-visão, e os seus data centers, por forma a oferecer dual stack assim que os seus clientes necessitem da funcionalidade. Esta oferta é essencial para os clientes em-presariais, nomeadamente os que dispõem de serviços acessí-veis via web, que inevitavelmen-te têm que preparar a evolução para IPv6. Em particular, a PT está a antever oferecer serviços com suporte IPv6 às empresas já em 2011.Em conclusão: A introdução do IPv6 configura uma descontinui-dade tecnológica marcante que tem de ser endereçada em várias vertentes e por vários players.No caso dos operadores de tele-comunicações, e para o segmen-to empresarial, o desafio passa por enriquecer a sua oferta com uma componente IPv6 não só ao nível da conectividade, mas dos restantes serviços de data cen-ter (hosting, firewall centralizado, etc.), criando condições para que as organizações possam evoluir para dual stack de forma suportada e controlada.Para o segmento residencial, o desafio é tornar a transição transparente, garantindo que a experiência de utilização não so-fre alterações e que a passagem para o IPV6 seja feita da forma mais transparente possível.

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O novo agregador das comunicações26 Agosto de 2011

www.fibra.ptPassEio PúBlico

Patrícia Fernandes, 40 anos, directora de Relações Públicas e Imagem Corporativa da Microsoft Portugal, tem um percurso atípico. Quando mal dominava um computador e a licenciatura em Literatura ainda não estava terminada, é um anúncio de jornal que a desencaminha para as empresas tecnológicas. Foi o primeiro passo de uma carreira que a levou a conhecer a “parceria perfeita” da Microsoft, Bill Gates e Steve Ballmer

os testes psicotécnicos aconselha-vam a afastar-se desta área. E de artes. As boas notas permitiram-lhe esco-lher o que lhe dava “genuíno prazer” estudar – Literatura. “Era hiper-inte-lectual, lia 50 livros por ano”. Durante a licenciatura alimentou a ideia de fi-car na faculdade como assistente de Alemão, mas o departamento não tinha vagas. Foi neste impasse que, nas férias da Páscoa do último ano

Dona do seu destino

experiência profissional – “Era filha única e óptima aluna e os meus pais achavam que nas férias tinha de des-cansar…”. Assumiu uma função no departamento de Marketing da IBM, “um bocadinho secretariado enca-potado” mas que lhe deu oportuni-dade de contactar com os maiores clientes da empresa, com os vende-dores mais seniores e uma geração de profissionais de elite. Foram oito meses, findos os quais decidiu sair.

do curso, se deparou com um anún-cio de jornal pedindo assistentes de marketing para a IBM. Era algo “completamente louco”, pois pouco ou nada percebia de computadores: no primeiro ano do curso teve uma disciplina de informática, ainda com DOS – “Achei a coisa mais atroz da minha vida”. Ainda assim não se acanhou e con-seguiu sobreviver a um intenso pro-cesso de selecção. Sem qualquer

Patrícia Fernandes acredita que cada um faz o seu próprio desti-no. Também acredita na sorte e na oportunidade, mas, acima de tudo, no poder de cada um para traçar o seu caminho. O seu é a prova disso. É, como a própria directora de Rela-ções Públicas e Imagem Corporativa da Microsoft assume, “um percurso muito curioso”. “Aluna excelente, com média superior a 18”, frustra o desejo da mãe de ir para Medicina:

Fátima de sousajornalista

[email protected]

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O novo agregador das comunicações

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Agosto de 2011 27

E, tal como encontrou o primeiro emprego, encontrou o segundo. No jornal. Um anúncio recrutava um lu-gar de assistente de direcção para a HP. Abria-se a porta para trabalhar com uma das pessoas que mais a marcou profissionalmente. Numa empresa que estava 15 anos à fren-te do mercado. A Patrícia coube montar a área de qualidade e criar o que é hoje uma unidade de negócio fundamental, a sales finance. Na HP aprendeu “tudo” sobre a área finan-ceira, nomeadamente sobre a ges-tão de recursos humanos. De tal for-ma que sentiu necessidade de fazer um mestrado: escolheu o do ISCTE, liderado pela professora Maria João Rodrigues. Lembra-se “muito bem” do primeiro encontro, em que a do-cente, “com ar de desdém”, lhe disse que só a tinha aceite devido à média de curso e à bagagem profissional. “Vai ter de se esforçar mais do que os seus colegas todos…”, vaticinou a futura ministra.Durante dois anos e meio, Patrícia foi “genuinamente feliz” na HP. Saiu no meio de um processo algo atribula-do que envolveu o seu mentor, o di-rector-geral da empresa, um francês que se apaixonou por Portugal e que acabou a criar a Sun Microsystems. “E convidou-me”. Tinha 25 anos e já tinha dado importantes saltos na carreira, saltos financeiramente mui-to compensadores.Na Sun começou com uma sala num business center, onde não havia se-quer uma caneta para escrever… “A primeira sensação foi de pânico completo, o que é que eu fiz da mi-nha vida…”. Foi um tiro no escuro e Patrícia levou um ano a conseguir aculturar-se. Não conseguiu, porém, identificar-se. E, ainda assim, perma-neceu sete anos, entre 1995, quan-do a empresa lançou a linguagem de programação Java, e 2002, quando viu que “a bolha ia rebentar”. Reco-nhece, contudo, que foi uma apren-dizagem valiosa. Ali aprendeu a dar valor a todas as funções, ao ponto de hoje defender que “toda a gente devia experimentar a base da pirâ-mide”. Na Sun, viveu uma época de grande sucesso, mas nunca foi feliz: “Era uma cultura muito pistoleira, ex-tremamente agressiva, premiadora dos resultados mas desumanizada”.

“Só há duas coisas que acontecem depois de uma visita do Bill Gates:

as pessoas ou são promovidas ou são despedidas”

Finda a licença de maternidade do primeiro filho, equacionou a saída. Nada a prendia a uma empresa que, além do mais, a desiludia. Estava aberta a novas propostas, mas não tinha propriamente uma estratégia para procurar emprego. Foi em con-versa casual com um ex-colega na Sun que a Microsoft surgiu no seu horizonte. Uma semana depois, era convocada para uma conversa com o então director de Marketing, Car-los Lacerda: “Foi a pior entrevista da minha vida”. Em 24 horas teve de dar a resposta. Financeiramente, era muito inferior ao patamar a que estava habituada e esteve quase a não aceitar, mas algo a fez mudar de ideias: “O meu marido tinha comprado a Visão ou a Sábado, já não me recordo, e o Bill Gates vinha na capa. Li o artigo e foi o clique”. Foi uma semana “alucinante”, finda a qual tinha um emprego na empresa que era vista como a maior inimiga da Sun. O primeiro ano na Microsoft foi difícil: “Estava habituada a aprovar, não a pedir aprovação. Estava habituada a ser completamente senhora do meu nariz…”. Nos primeiros três anos colocou a experiência que levava da Sun ao serviço do marketing empre-sarial. Foi quase uma revolução: “O

Foi em conversa casual com um ex-colega na sun que a microsoft

surgiu no seu horizonte. uma semana depois, era convocada para uma conversa com

o então director de marketing, Carlos

lacerda: “Foi a pior entrevista da minha vida”

Foi um artigo sobre Bill Gates que fez Patrícia de-cidir-se pela Microsoft. Achou-o então admirável. Ainda pensa o mesmo, mas compreende que a imagem que passa não é exactamente igual à que resulta do contacto diário. Foi numa pista de aeroporto, a meio da noite, que o conheceu: “Vinha desgrenhado, com uma pasta cheia de papel que eram os meus briefings. Cum-primentou-nos, mas não nos olhou nos olhos. En-trámos para a van e, por um 30 segundos, um mi-nuto, mergulhou a cabeça nos joelhos e não disse nada. Foi uma sensação horrível. Pensei ‘isto vai ser um pesadelo’. Quebrámos o silêncio perguntando se queria rever a agenda. Imediatamente começou a olhar para nós e a falar. Quando lhe explicámos o plano tecnológico fez imensas perguntas, muito inteligentes”.Patrícia apercebeu-se de que Bill tinha, afinal, duas personalidades: um treino social enorme, mas uma

timidez atroz. “Não faz small talk, não fala sobre questões pessoais, mas responde às nossas ques-tões”. E até conta histórias. Como a que lhe aconte-ceu quando foi inaugurar uma sala de computa-dores para pessoas desfavorecidas no Soweto (África do Sul). A dada altura, reparou que os fios dos computadores passavam sob uma espécie de vedação até ao exterior: seguiu-os e viu que estavam ligados a um gerador. E percebeu logo que mal virasse costas os computadores seriam desligados porque o gerador era necessário para coisas mais básicas. Foi aí que decidiu que, antes de se começar a evangelizar tecnologicamente, é preciso garantir a alimentação e saúde das pessoas.Histórias como esta levaram-no a criar a Fundação Bill e Melinda Gates. Foi nela que Patrícia Fernan-des se inspirou para criar o canal de doação online do Banco Alimentar.

E Patrícia conheceu Bill…CARReiRA

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www.fibra.ptENTREVISTa

marketing era massificado. Tive de explicar que não queríamos fazer roadshows, que não íamos enviar 10 mil convites, mas apenas 100”. Ainda se lembra do primeiro gran-de projecto com a sua assinatura: a campanha de referência em que os clientes da empresa davam a cara nos sacos do Expresso. “Mudou a maneira como a empresa se relacio-na com os clientes”, acredita.Findos esses três anos, foi-lhe pro-posto o desafio das Relações Públi-cas. Trocou literalmente de funções com um colega, para assumir uma área sobre a qual – admite – estava equivocada: “Pensava que era tal-vez o lado mais simples, o primeiro degrau numa carreira de Marketing. Era uma visão totalmente errada. A experiência ensinou-me que passei da segunda divisão para a liga dos campeões”.A “promoção” aconteceu em Outu-bro de 2005. E eis que em Janeiro de 2006 lhe cai em cima uma visita do fundador da Microsoft. E uma advertência bem intencionada: “Só há duas coisas que acontecem de-pois de uma visita do Bill Gates: as pessoas ou são promovidas ou são despedidas”. Palavras de que Patrí-cia nunca se esqueceu: “Fiquei em pânico”. Mas “uma parceria fabulosa com o João Paulo Girbal”, então director-

-geral da Microsoft Portugal, trans-formou a visita num sucesso, de tal forma que há uma era “antes de Bill Gates 2006” e uma era “depois de Bill Gates 2006”. Foi ideia de Patrícia aproveitar o facto de o governo de então ter como prioridade estratégi-ca o plano tecnológico, curiosamen-te liderado pela sua ex-directora de mestrado e que Bill Gates veio apa-drinhar. Teve “um impacto mediático fabuloso”.Foi mesmo um dos pontos altos da carreira da directora de Relações Públicas da Microsoft. Outro foi a visita de Steve Ballmer, o ceo da empresa: “É a antítese do Bill Ga-tes. Consegui perceber por que são considerados a parceria perfeita”. Ballmer veio a Lisboa numa altura em que a subsidiária portuguesa ganhava prémios atrás de prémios: “Quis dar-nos os parabéns”. Foram seis semanas de uma dedicação total a uma visita mais uma vez as-sociada a um projecto nacional – o computador Magalhães, para o qual a Microsoft criou uma oferta especí-fica válida para todos os países onde fosse vendido.Diz-se que não há duas sem três e na carreira de Patrícia Fernandes na Microsoft há um terceiro marco, de que muito se orgulha – o canal de doação online para o Banco Alimen-tar, ao abrigo das suas responsabili-

dades na área da Cidadania. Todos os anos a empresa doa milhares em software, assim contribuindo para elevar o potencial tecnológico de pequenas e médias empresas e para mitigar a iliteracia digital das franjas da sociedade mais desprovidas. E foi na sessão que assinalou a doa-ção de meio milhão de dólares em software ao Banco Alimentar que Patrícia começou a pensar que havia outra fome, muito mais importante, que era preciso mitigar: “Como é que ponho a tecnologia a alimentar pessoas?” foi a pergunta que lançou. Com a ajuda da Link Consulting, foi criada uma plataforma online – www.alimentestaideia.net – para recolha de alimentos. A generosidade digital resultou em mais de 68 mil toneladas dos seis alimentos de que o Banco Alimentar mais carecia, no valor de cerca de 80 mil euros. “Foi o projecto que mais gozo me deu”, assume Pa-trícia, com um remate tecnológico – “Foi feito com o último grito de cloud computing”.Longe vão os tempos da máquina de escrever da licenciatura em Literatu-ras. Hoje, Patrícia Fernandes domina a tecnologia, reclamando para si um “radar mais sensível” do que o do utilizador padrão. Mas não ao ponto de ser uma geek: “Não vivo para o último gadget. Não tenho tablet nem slate, nem sinto necessidade…”

No jantar de gala de entrega do prémio Circle of Excellence, a maior distinção individual da Microsoft, com o ceo da empresa, Steve Ballmer, com o chief operating

officer, Kevin Turner, e com o presidente da Microsoft International, Jean-Philippe Courtois; Julho de 2007

Com Steve Ballmer, à entrada para o evento de promoção do computador

Magalhães, no Centro de Congressos de Lisboa, em Outubro de 2008

Patrícia com Bill Gates, em Janeiro de 2006, quando entravam para a sala

do Hotel Ritz onde foi gravada a Grande Entrevista com Judite de Sousa

Ainda se lembra do primeiro grande projecto com a sua

assinatura: a campanha de referência em que

os clientes da empresa davam a cara nos

sacos do expresso. “mudou a maneira

como a empresa se relaciona com os clientes”, acredita

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Hermínio santosjornalista

[email protected]

“Em termos de resultados e das melhores práticas, Portugal está ao nível do melhor do mundo no sector das telecomunicações”, afirma António Beato Teixeira, 57 anos, presidente do conselho de administração da Alcatel-Lucent Portugal, que factura 140 milhões de euros, dá trabalho a 380 pessoas, afirma-se como líder de mercado e lançou o chip do futuro

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Entre os melhores do mundoAntónio Beato Teixeira, presidente da Alcatel-Lucent Portugal

Fibra | Quais são actualmente as grandes prioridades da Al-catel-lucent em Portugal?António Beato Teixeira | As gran-des prioridades são cumprir os objectivos que a corporação estabelece. Temos objectivos em termos de vendas, receitas, margens, encomendas e desen-

temos objectivos muito rígidos que temos de cumprir e portanto a nossa função é cumpri-los da melhor forma possível.

Fibra | Qual é a realidade da empresa em Portugal?ABT | Temos actualmente à vol-ta de 380 pessoas, metade Al-

volvimento do negócio. Natural-mente que se perguntar se essa é a minha prioridade, eu diria que essa é uma das prioridades, pois a mais importante seria come-çar a crescer no emprego. Mas isso não é nada que se preveja no curto-prazo, devido à situa-ção económica. Todos os anos

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“O grupo está em 130 países e cada uma deles quer sempre tomar conta de si. Por razões históricas nós ainda

temos uma participação na Alcatel Lucent Angola mas não é normal”

“Temos actualmente à volta de 380 pessoas, metade Alcatel-lucent

e outra metade de empresas parceiras

que trabalham em exclusividade

para nós e que estão praticamente todas aqui”

“Felizmente para nós, as empresas portuguesas de

telecomunicações têm uma gestão muito profissional e ganham prémios internacionais e isso dá-nos alguma visibilidade dentro do grupo Alcatel-lucent”

catel-Lucent e outra metade de empresas parceiras que traba-lham em exclusividade para nós e que estão praticamente todas aqui. Temos muitos dos colabo-radores nos nossos clientes e um conceito de flex office e, por isso o espaço acaba por ser su-ficiente para toda a gente.

Fibra | os clientes da Alcatel- -lucent em Portugal são todos das áreas das telecomunica-ções?ABT | Há três grandes áreas: operadores de telecomunica-ções, grandes empresas em que a área de telecomunicações ainda tem um papel importante – e que nós chamamos de in-dústrias estratégicas – e enter-prise, que desenvolve soluções de empresa e cuja receita não é consolidada em Portugal.

Fibra | Que posição é que de-têm no mercado português?ABT | Número um. No merca-do doméstico não claramente, porque a diferença para os nos-sos concorrentes é pequena e o mercado é bastante repartido.

Fibra | o que é que a empresa desenvolve em Portugal? mais soluções do que produtos, por exemplo?ABT | Temos as duas coisas. Há uma área de equipamentos e produtos, outra de serviços e outra de soluções.

Fibra | Dessas três áreas qual é a mais relevante no nosso País?ABT | É a área de networking, a dos equipamentos. Nós forne-cemos tudo o que seja soluções de IP. O mundo está a evoluir no sentido do IP e essa área é mui-to importante para nós.

Fibra | Qual é a importância de Portugal para a estrutura glo-bal da Alcatel-lucent?ABT | É a importância que nós temos no mundo: um país pe-queno, razoavelmente desenvol-vido nesta área, com uma matu-ridade muito elevada e um mer-

cado muito inovador, por exem-plo no móvel. Felizmente para nós, as empresas portuguesas de telecomunicações têm uma gestão muito profissional e ga-nham prémios internacionais e isso dá-nos alguma visibilidade dentro do grupo Alcatel-Lucent. Muita da visibilidade que temos dentro do grupo tem a ver mui-to mais com os nossos clien-tes do que com a dimensão do mercado.

Fibra | De quem é que depende a Alcatel-lucent em Portugal? ABT | De Espanha.

Fibra | na Alcatel-lucent há alguma rotação de quadros en-tre lisboa e outros países onde a empresa está presente?ABT | Em Portugal não existe muita rotação. Temos uma em-presa sólida, um País com uma boa qualidade de vida, alguma exposição. Há um programa para as pessoas rodarem dentro da empresa mas é preciso que a oportunidade surja.

Fibra | Há alguma ligação da filial portuguesa aos merca-dos lusófonos?ABT | O grupo está em 130 países e cada um deles quer sempre tomar conta de si. Por razões históricas, nós ainda temos uma participação na Al-catel-Lucent Angola, mas não é normal que assim seja. Por acaso, quem gere a empresa é um quadro que saiu daqui. Nós exportamos para todo o grupo e também para os países africa-nos de língua portuguesa, mas isso acontece casuisticamente e não porque exista uma estra-tégia de “tomar conta” desses mercados.

Fibra | A empresa tem ligações às universidades, à i&D portu-guesa?ABT | Temos alguma coisa mas menos do que aquilo que eu gostava. As universidades por-tuguesas começam a abrir-se um pouco à colaboração com as empresas, mas não é um namo-

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“Hoje, o vídeo e a necessidade

de largura de banda são um facto. As pessoas

partilham cada vez mais fotografias e vídeos. Portanto, o que vai acontecer é que os

operadores precisam de muita capacidade

de largura de banda na sua rede”

ro fácil. Temos algumas ligações com a Universidade do Minho, o Instituto Superior Técnico e o ISEL, por exemplo, mas não em termos de desenvolvimento, de produto. Na minha opinião, as universidades ainda não estão preparadas para essa relação mais íntima com as empresas. Naturalmente que estas têm também as suas falhas, mas precisam de ter lucro e muita da investigação tem que ser aplica-da ou perto da aplicação. Faze-mos esse tipo de investigação nos nossos laboratórios. Isso não quer dizer que não possa haver uma parceria mas tem de ser muito clara, saber quais são os objectivos, qual o investi-mento. Nós temos os Bell Labs, que têm sete prémios Nobel. Foi dali que saiu o transístor, o laser e a fibra óptica, por exemplo. Portanto, uma parceria para nós tem que ter um objectivo muito claro. Uma coisa é desenvolver um produto inovador e outra é colocá-lo no mercado.

Fibra | Como é que olha para a evolução do mercado das te-lecomunicações em Portugal?ABT | Desde a liberalização, em

1992, o mercado explodiu e foi bastante inovador. Em termos de resultados e das melhores práticas, Portugal está ao nível do melhor do mundo. Eventual-mente pode existir algum atraso em relação a soluções LTE, por exemplo, onde Portugal nem se-quer lançou ainda o concurso – no GSM, o País foi o segundo da Europa e um dos primeiros do mundo a lançá-lo. Isso levou a uma grande adesão das pesso-as aos telemóveis, como todos sabemos, e a muita inovação. Hoje, no fixo, passa-se a mes-ma coisa. As soluções que nós temos em Portugal de IPTV são das mais avançadas do mundo. Mas temos algum caminho a percorrer e a situação económi-ca não é favorável. Penso que há também algum atraso na ad-ministração pública, não nas es-colas, onde melhorámos muito, mas noutros ministérios em que há muito por fazer e deveria ha-ver uma maior concentração de serviços – eu sei que é compli-cado porque envolve pessoas. Até poderia haver outsourcing de alguns serviços na medida em que telecomunicações e in-formática, por exemplo, não me

“A experiência de ver televisão hoje não tem nada a ver com o que se passava há cinco anos. Portanto, os conteúdos, o vídeo e a televisão são áreas estratégicas. Com isso vem muita coisa atrás, como a evolução das redes para IP”

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Um leitor compulsivo de clássicos da literatura, um jogador de golfe com “maus resultados” e uma vida dedicada às telecomunicações. Assim se define António Beato Teixeira, que desde 2007 é presidente do conselho de administração da Alcatel-Lucent em Portugal. Formado em Enge-nharia pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa, com uma pós-graduação em Harvard, foi pro-fessor antes de se iniciar nas lides empresariais. Começou na Standard Eléctrica, passou para a PT e, quando já tinha constatado que o futuro era dos telemóveis, foi contratado pela Airtouch para a então Telecel, hoje Vodafone Portugal. Oito anos depois rumou ao Brasil a convite de uma empresa canadiana, que tinha operações em vários esta-dos brasileiros. Esteve por lá três anos e recorda

com agrado a experiência. “Nessa altura o Brasil já estava em crescimento”, diz. No Brasil apren-deu uma lição: que todos devem passar por uma experiência internacional. Regressou a Portugal para a Nortel, onde foi responsável por contas da Vodafone no Médio Oriente, Europa e África. Com a fusão da Alcatel e da Lucent e a compra de uma parte da Nortel acabou por chegar a presidente da empresa em Portugal. Lisboeta, rendeu-se ao iPad, não porque seja um “maluquinho das tec-nologias” mas sim porque é uma “bela inovação”. Apesar de virado para o futuro, na literatura prefe-re os clássicos, desde os russos aos americanos, passando pelos irlandeses. E os portugueses? “Não sou um grande fã”, admite, apesar de gostar de Eça, Aquilino e Camilo, por exemplo.

Uma vida nas telecomunicaçõesPeRFil

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“Temos uma elevada penetração de banda larga móvel, muitas casas cabladas em fibra graças à PT. Na área da televisão por cabo, a Zon é uma das empresas mais consideradas a nível europeu”

>>>

parece que sejam competências de um ministério.

Fibra | neste cenário, quais são os eixos estratégicos da Alcatel-lucent em Portugal?ABT | A curto-prazo, o futuro passa por serviços para o clien-te final, que terão de ser dados pelos operadores, muito na área fixa, com as soluções de IPTV. A experiência de ver televisão hoje não tem nada a ver com o que se passava há cinco anos. Por-tanto, os conteúdos, o vídeo e a televisão são áreas estratégicas. Com isso vem muita coisa atrás, como a evolução das redes para IP. Na área móvel o futuro está aí, com a atribuição das licen-ças das LTE. Por outro lado, nós achamos que as redes de tele-

comunicações que transportam informação e comunicação não servem de nada se não tiverem serviços. Portanto, o desen-volvimento de serviços para o cliente final é uma das priorida-des que temos.

Fibra | em Julho a empresa apresentou um chip inovador. o que é que isso vai provocar no dia-a-dia dos consumido-res?ABT | Hoje, o vídeo e a neces-sidade de largura de banda são um facto. As pessoas partilham cada vez mais fotografias e ví-deos. Portanto, o que vai acon-tecer é que os operadores preci-sam de muita capacidade de lar-gura de banda na sua rede. Por outro lado, querem que o preço

por bite seja o mais baixo possí-vel. Foi por isso que fomos dos primeiros a lançar os 100 gigas na rede óptica e na de IP. Nesse sentido, desenvolvemos agora um novo chip que vai ser inte-grado no equipamento de forma a permitir a evolução para maior largura de banda com o menor custo possível por megabite.

Fibra | o mercado das tele-coms está em ebulição a nível mundial. neste cenário as em-presas europeias e america-nas continuarão a ser as mais relevantes ou a China e a Ásia vão assumir o papel de gran-des players mundiais?ABT | Para ver a evolução des-te mercado podemos dar um exemplo: hoje o standard único

“Podíamos estar um pouco mais avançados

no lTe mas no resto os indicadores que nós

temos de qualidade de serviço, preço

e desenvolvimento de soluções de

comunicações são dos mais avançados

do mundo”

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O novo agregador das comunicações34 Agosto de 2011

www.fibra.ptENTREVISTa

é o LTE e, ao contrário do que aconteceu com o GSM, está mais desenvolvido nos EUA do que na Europa. Houve aqui, no móvel, uma clara inversão de valores. Um outro exemplo é que um dos nossos maiores concorrentes vem da China. A ideia de que os chineses só co-piavam é passado. Hoje há em-presas inovadoras e com uma vantagem pois têm um mer-cado, teoricamente, de 1,3 mil milhões de pessoas. Portanto existe inovação na China. Isso não quer dizer que a Europa e os EUA não tenham condições para que essa inovação con-tinue, desde que as empresas se mantenham. Uma diferença a assinalar é que essas empre-sas chinesas não entraram nos EUA mas estão na Europa e al-guma degradação ao nível do emprego na Europa também se deve a esse factor. Não estou a dizer que a Europa tenha de ser proteccionista, mas tem que ter alguma política em relação a este assunto. Os EUA deixaram que houvesse uma fusão entre a

No início de Julho a Alcatel-Lucent apresentou mais uma revolução: um chip que permite velocidades de transmissão quatro vezes superiores às actualmente disponibilizadas. Trata-se do mais rápido processador de rede da indústria e permite, por exemplo, transferir, em menos de um segundo, 12 filmes de alta definição. Os novos chips, com 400 Gbps, vão ser comerciali-zados a partir de 2012 e per-mitem oferecer serviços com maior largura de banda. Este novo chip é apenas uma das mui-tas inovações de uma longa história de investigação e desenvolvimento que também se escreve em Portugal. No nosso País a em-

presa mantém três centros de competência e investe anualmente cerca de 6,7 milhões de

euros em I&D. Estas operações per-mitem a criação e manutenção de

conhecimento em Portugal e a exportação de soluções e/ou serviços com uma grande componente tecnológica. O Centro de Assistência Técnica GSM, por exem-plo, com base em Cascais,

executa o nível 3 de suporte aos produtos GSM instala-

dos em mais de 180 clientes no mundo inteiro. A nível global a

Alcatel-Lucent detém os Bell Labs, um dos mais avançados centros de in-

vestigação e desenvolvimento em tecnologias de telecomunicações.

O mega-chipinoVAção

francesa Alcatel e a norte-ame-ricana Lucent, já aconteceu uma fusão entre a Nokia e a Siemens, ainda existe uma Ericsson e, de facto, foi nestas empresas que apareceu muita da inovação na área das comunicações duran-te muitas décadas. Para estas empresas continuarem, a Euro-pa tem de saber o que pretende fazer neste sector.

Fibra | Que avaliação é que faz das políticas de novas tecno-logias que têm sido desenvol-vidas por Portugal?ABT | No essencial temos um sistema de concorrência sadia entre as empresas do sector e os consumidores finais benefi-ciam disso. Acho que a gene-ralidade das empresas tem uma gestão de muito alto nível e nas comunicações estamos ao ní-vel do que de melhor se faz no mundo. Temos uma elevada pe-netração de banda larga móvel, muitas casas cabladas em fibra graças à PT. Na área da televi-são por cabo, a Zon é uma das empresas mais consideradas a

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“No essencial temos um sistema de concorrência sadia entre as empresas do sector e os consumidores finais beneficiam disso”

“é preciso que essas empresas cooperem. Temos bons quadros,

pessoas com muito valor e imaginação, criativas,

mas a dimensão das empresas não permite o desenvolvimento que seria possível se elas cooperassem mais

entre si”

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O novo agregador das comunicações

www.fibra.pt

Agosto de 2011 35

“A curto-prazo, o futuro passa por serviços para o cliente final,

que terão de ser dados pelos operadores,

muito na área fixa, com as soluções de iPTV”

nível europeu. Podíamos estar um pouco mais avançados no LTE mas, no resto, os indicado-res que nós temos de qualidade de serviço, preço e desenvolvi-mento de soluções de comuni-cações são dos mais avançados do mundo.

Fibra | Que conselhos é que daria ao novo governo nesta área?ABT | Não estragar nada… acho que não vai estragar. O docu-mento da troika fala um pouco da concorrência. Há aqui uma falácia ao nível de concorrên-cia de operador fixo. Nós temos essa concorrência entre as ope-radoras. Há uma que tem uma

situação preponderante, mas isso é normal, como existe no mundo inteiro. Não há nenhum país onde as coisas tenham cor-rido de maneira diferente e até acho que aqui correu bastante melhor do que em países onde houve uma liberalização mais rá-pida, como foi o caso de Ingla-terra, em que faliram dezenas de empresas. As empresas têm o seu caminho para percorrer e é bom lembrar que este sector não preci-sou de bailouts e que tem sempre grande capacidade de inovação. Este é um dos melhores sectores em que se pode trabalhar. Noutras áreas, como a dos sis-temas de informação, é que po-deria ser feita alguma coisa. O

mercado português é pequeno e há muitas empresas, é muito ato-mizado e para um negócio des-tes é fundamental haver escala. É preciso que essas empresas cooperem. Temos bons quadros, pessoas com muito valor e ima-ginação, criativas, mas a dimen-são das empresas não permite o desenvolvimento que seria pos-sível se elas cooperassem mais entre si. Isso é que era importan-te e servia o mercado da expor-tação e nós poderíamos expor-tar muito mais tecnologia. Claro que não compete ao Governo fazer nada disso, mas pode fa-cilitar e criar incentivos para que essas empresas cooperem mais entre si.

“Uma parceria para nós tem que ter um objectivo muito claro. Uma coisa é desenvolver um produto inovador e outra é colocá-lo no mercado”

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O novo agregador das comunicações36 Agosto de 2011

www.fibra.ptSEGUROS

nélson Ferreira

director de Linhas Financeiras da Chartis

Proteger as TI No sector de TI, já não basta ter um bom produto, ter bons clientes, ter boa exposição mediática. A protecção e a garantia oferecida aos clientes são hoje um dos mais importantes requisitos num concurso, num request for proposal, ou noutra diligência comercial

“estes seguros têm várias opções de limite

de indemnização, com um máximo de 2 milhões de euros e

com prémios escaláveis em função da sua facturação bruta”

“esta necessidade de protecção é,

aliás, uma exigência contratual cada vez

mais solicitada pelos clientes deste tipo de

empresas e uma mais--valia comercial em

concursos e contratos importantes, garantindo

uma segurança para o contratante

mas também para o prestador de serviços”

Nos últimos tempos, temos vindo a assistir a uma maior atenção na-cional para os sectores estratégi-cos do país, capazes de dar car-tas a nível internacional e fomentar as exportações portuguesas. Entre os vários sectores, as tec-nologias de informação assumem um papel estratégico, capazes de adicionar valor à economia portu-guesa e, felizmente, já muitos são os casos de empresas portugue-sas com enorme sucesso e reco-nhecimento internacional.Em regra, as empresas de tecno-logias de informação portuguesas, salvo raras excepções começam pela fase de start ups e com uma base de clientes reduzida que lhes permite afinar e melhorar os seus produtos (software) ou serviços, antes de partirem para maiores voos. É sabido que nenhuma empresa se consegue desenvolver no mercado se não tiver um bom produto ou serviço e uma boa política comercial e de marketing. Porém, o cenário mudou e a maior competitividade mundial obriga-nos a responder a novos requisitos do mercado. No sector de TI, já não basta ter um bom produto, ter bons clientes, ter boa exposição mediática. A protecção e a garantia oferecida aos clientes são hoje um dos mais importantes requisitos num concurso, num re-quest for proposal, ou noutra dili-gência comercial. Se as grandes consultoras de TI ou software houses em regra já re-correm a este tipo de protecção, as PME, ou mesmo as start ups, vivem numa realidade diferente. Na verdade, a realidade é a mes-ma mas os recursos é que são di-ferentes. Nesse sentido, acabam de ser

lançados no mercado novos pro-dutos que respondem às necessi-dades dessas pequenas e médias empresas e que se figuram como seguros de responsabilidade civil profissional que as protegem num vasto conjunto de circunstâncias e respondem aos requisitos que o mercado exige. A novidade está na sua forma de subscrição, com valores adapta-dos à realidade de cada uma des-sas empresas. Em função do seu volume de negócios, as empresas que prestam serviços e consul-toria na área das tecnologias de informação podem estar imedia-tamente protegidas de eventuais reclamações, erros ou omissões profissionais, infracções à proprie-dade intelectual, danos à reputa-ção do cliente, perda de registos informáticos, assim como em rela-ção aos custos legais associados à defesa dessas mesmas reclama-ções, caso sigam uma via judicial.A subscrição automática é uma lu-fada de ar fresco no mercado, e é permitida a empresas cujo volume de facturação não exceda cinco milhões de euros. A Chartis, com a sua larga experiência neste mer-cado, oferece ainda a isenção de qualquer franquia, a cobertura au-tomática de uma filial em qualquer país do mundo (excepto EUA e Canadá), bem como as despesas jurídicas decorrentes de eventuais processos legais.Esta necessidade de protecção é, aliás, uma exigência contratu-al cada vez mais solicitada pelos clientes deste tipo de empresas e uma mais-valia comercial em con-cursos e contratos importantes, garantindo uma segurança para o contratante mas também para o prestador de serviços.Estes seguros têm várias opções

de limite de indemnização, com um máximo de dois milhões de euros e com prémios escaláveis em função da sua facturação bruta. Atrasos na implementação de projectos, erros dos consultores informáticos, perda de documen-tação ou informação do cliente por falhas tecnológicas ou hu-manas, entre outros, são factos indesejáveis mas a verdade é que acontecem. E, se vierem a acontecer, como diz o povo, mais vale estar prevenido.

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O novo agregador das comunicações38 Agosto de 2011

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DIOGO VASCOnCElOS, ex-presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) e mandatário de Cavaco Silva nas últimas eleições presidenciais, morreu no passado mês em Londres, Inglaterra, onde vivia. Aos 43 anos, Diogo Vasconcelos foi vítima de uma paragem cardíaca. Uma das grandes figuras da inovação tecnológica no nosso país, o executivo liderou a UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, criada no âmbito da Presidência do Conselho de Ministros.Nessa estrutura, foi responsável pela Sociedade da Informação, e-government e Banda Larga. Era, além disso, requisitado para conferências, seminários e eventos relacionados com a sociedade do conhecimento.

JOãO PICOItO assumiu a liderança do negócio da Nokia Siemens Networks (NSN) para toda a região da Europa do Sul, Europa de Leste e Central. Com esta nomeação, o gestor fica com a responsabilidade alargada a mais de 20 países e cerca de 200 clientes. Picoito assumiu também a responsabilidade mundial pela unidade de negócios Railways da NSN. A região acolhe ainda vários centros de R&D e uma forte presença de serviços, reforçada pelo Global Network Solutions Center localizado em Lisboa. Com esta mudança, João Picoito foi nomeado membro do Board do Customer Operations da NSN.

PESSOAS

A Novabase foi eleita parceiro do ano pela Microsoft, tendo sido distinguida com o prémio Country partner of the year, no evento anual de parceiros da tecnológica norte-americana, em Los Angeles. No evento, estiveram presentes cerca de três mil parceiros de todo o mundo.Segundo a Microsoft, a distinção foi atribuída tendo por base “a excelência e inovação nas soluções implementadas em Portugal”. “Ser reconhecido pela Microsoft como o seu parceiro do ano deixa-nos, obviamente, orgulhosos”, comentou Nuno Fórneas, membro da comissão executiva da Novabase, concluindo: “Acreditamos que a Microsoft é um dos nossos principais parceiros”.

novabase parceiro do ano da microsoft

Cisco planeia cortes na força de trabalho

A Cisco Systems está a planear cortar a sua força de trabalho em 11500 pessoas. Esta medida surge enquadrada no plano da empresa de reduzir em mil milhões de dólares (710 mil milhões de euros) as suas despesas anuais. Além disso, a empresa planeia vender a sua linha de produção em Juarez, no México, à Foxconn. Alguns analistas já previam milhares de cortes nos empregos na Cisco, depois de a empresa ter dito em Maio que planeava reorganizar o seu negócio, tendo em conta a perda de terreno no mercado.

myspace vendido por 35 milhões

O Myspace foi comprado por 35 milhões de dólares (24 milhões de euros), o que representa uma pequena fracção dos 580 milhões (403 milhões de euros) que a News Corp investiu em 2005 na aquisição da rede social de música. A compra foi feita pela Specific Media em parceria com o cantor Justin Timberlake.

A Apple anunciou os resultados do seu terceiro trimestre fiscal, terminado a 25 de Junho, apresentando receitas recorde de cerca de 20,20 mil milhões de euros e um lucro líquido de 5,17 mil milhões de euros. Os resultados comparam-se às receitas de cerca de 11,10 milhões de euros e lucro líquido de cerca 2,30 mil milhões de euros no período homólogo do ano passado. Só neste último trimestre, a Apple vendeu 20,34 milhões de iPhones, o que representa um aumento unitário de 142 por cento face ao conseguido no mesmo trimestre do ano anterior. Relativamente aos iPads, a marca vendeu, no decorrer do trimestre, 9,25 milhões, o que corresponde a um aumento significativo de 183 por cento face ao mesmo trimestre do ano passado. A companhia vendeu ainda 3,95 milhões de computadores Mac (um aumento de 14 por cento em relação ao ano anterior) e 7,54 milhões de iPods (mais 20 por cento que o mesmo período no ano passado).

iPhone é o mais desejadoDe acordo com um estudo da ChanceWave, 46 por cento dos consumidores de tecnologia que pretendem comprar um smartphone nos próximos três meses preferem o iPhone, da Apple. Terminais com o sistema Android surgem em segundo lugar, com 32 por cento, seguidos dos BlackBerry, com apenas quatro por cento. Entre os utilizadores de iPhone, 70 por cento afirmam estar “muito satisfeitos” com os seus smartphones. Em comparação, apenas 50 por cento dos indivíduos que usam Android afirmam o mesmo. Por sua vez, 57 por cento dos donos de Windows Phone 7 garantem estar satisfeitos com os seus equipamentos.

lucro recorde na Apple

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O novo agregador das comunicações

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Agosto de 2011 39

nova organização contra cibercrimeCom o intuito de reunir várias entidades no combate à criminalidade informática, foi apresentada, em Londres, a International Cyber Security Protection Alliance (ICSPA). Esta organização não-governamental conta já com membros como a McAfee, a Tred Micro e a Europol. O objectivo desta aliança é “melhorar a segurança online e a segurança de comunidades empresariais, ao disponibilizar recursos e experiência do sector privado para apoiar agências de segurança domésticas e internacionais na sua tarefa para reduzir os efeitos do cibercrime”.

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Câmara de lisboa lança rede social de inovaçãoA Câmara Municipal de Lisboa (CML) vai utilizar a nova plataforma da start-up Inocrowd para lançar uma rede social de inovação dirigida aos munícipes empreendedores da capital. Um acordo nesse sentido foi anunciado durante a apresentação oficial da Inocrowd, PME da área das tecnologias de informação que criou a primeira rede online portuguesa que permite às empresas procurar inovação e tecnologia junto de investigadores de universidades de todo o mundo. A CML pretende, através desta ferramenta, promover o empreendedorismo ligado à inovação no município, “agarrar” ideias para atrair e manter inovação e perceber qual o melhor modelo para a gestão desta rede social.

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O novo agregador das comunicações40 Agosto de 2011

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O Facebook pode estar a ser alvo de tentativas de “invasão” por parte de redes terroristas. A notícia é avançada pela PCPro e cita um relatório de contraterrorismo do Home Office britânico. Pode ler-se no relatório que “existiram inúmeras tentativas de ‘invasão’ do Facebook por parte de grupos terroristas e extremistas”. Também o Twitter “irá ser utilizado para espalhar conteúdos extremistas de uma forma mais rápida, e abrangente, entre pessoas que normalmente não iriam pesquisar por estes conteúdos”. Theresa May, secretária de Estado britânica, comentou o relatório afirmando que “os terroristas utilizam cada vez mais tecnologia online, incluindo o Google Earth e o Street View para planear ataques”. Ainda assim, o relatório mostra que a maior parte da “radicalização” não ocorre através da Internet, mas sim frente-a-frente.

Vendas de tablets em baixaA International Data Corporation (IDC) publicou um relatório que conclui que a venda de tablets caiu cerca de 28 por cento no segundo trimestre deste ano. O mesmo relatório afirma que esta quebra resulta do actual panorama económico e das restrições nas cadeias de fornecimento. Actualmente, o iPad (1 e 2) domina o mercado dos tablets, no entanto, assistiu-se a um aumento de terminais com Android. Neste caso, o sistema da Google cresceu 8,2 por cento no segundo trimestre, ficando com uma fatia de 34 por cento do mercado.

A Wii U, a próxima consola da Nintendo, deverá chegar ao mercado no dia 1 de Abril de 2012. Quem o anunciou foi Reggie Fils--Aime, coo da empresa. Esperando fazer frente a dispositivos que agora lideram o mercado, como a PS3 e a Xbox 360, a Wii U vai estar disponível juntamente com outras consolas da Nintendo, como é o caso da Wii, da DSi e a 3DS. Esta nova consola tem um comando portátil com touchscreen, sendo que poderão ser utilizados os jogos mais antigos da Wii.Facebook: o novo alvo

dos terroristas

Wii u no mercado em Abril de 2012

A Google está a preparar um “plano de aquisição de famosos” para aumentar a popularidade da sua nova rede social, o Google+. A informação foi avançada pela CNN, acrescentando que o plano pode concretizar--se recorrendo a agências de talentos. Também com o intuito de impedir a presença de perfis falsos, a Google está a trabalhar num sistema de validação e certificação de celebridades, um pouco à semelhança da solução criada pelo Twitter.

google+ quer atrair celebridades

Pentágono admite falhas na segurança

A Netflix, fornecedor de conteúdos on-demand por correio e através de stream na internet, revelou recentemente os seus planos de expansão para a América Latina, no entanto, segundo fontes do site Variety, os planos de expansão mundial da Netflix podem passar por expandir o negócio para a Europa. Apesar de a empresa não ter incluído os países europeus na lista que divulgou no início do mês de Julho, as fontes citadas pelo Variety indicam que o Reino Unido e Espanha poderão ser os primeiros a aceder ao Netflix no continente europeu.

Netflix prepara entrada na Europa

O Pentágono, a sede da Defesa dos Estados Unidos, admitiu ter perdido cerca de 24 mil ficheiros através de uma intrusão na sua rede. A informação foi confirmada por William Lynn III, subsecretário de Estado da Defesa norte-americano, numa conferência cujo objectivo era revelar a nova estratégia contra ciberataques dos EUA. Considerado um dos locais mais seguros de todo o mundo, o Pentágono veio admitir que, durante a Primavera, detectou intrusos na sua rede interna e que, durante esta intrusão, cerca de 24 mil ficheiros foram “roubados” a uma empresa privada contratada pelo Pentágono. “Parte da informação roubada é perfeitamente mundana, mas outra parte é um pouco mais sensível”, revela William Lynn III.

Com o objectivo de expandir o comércio móvel e vender mais produtos digitais, a Amazon vai lançar um tablet ainda no decorrer de 2011. Segundo informações do The Wall Street Journal, citando fontes conhecedoras do projecto, a Amazon pretende lançar um tablet com ecrã de nove polegadas e sistema Android ainda antes do mês de Outubro. Analistas da Canaccord Genuity informaram que pelo menos 1,5 milhões de tablets com a marca Amazon já estão a ser produzidos, de modo a iniciar as vendas no terceiro trimestre. Até ao fim do ano, estima-se que a empresa fabrique entre 4,5 a 5 milhões de dispositivos, pelo que, quando indagada sobre o assunto, a Amazon não fez quaisquer comentários.

Amazon quer lançar tablet antes de outubro

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O novo agregador das comunicações

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Agosto de 2011 41

SÉRIES

Só alguém dotado de uma boa dose de genialidade consegue ter criatividade suficiente para, ao fim de 11 anos, conseguir continuar a surpreender-nos com mais um crime diferente, que acontece sempre em circunstâncias pouco comuns. É o caso de Anthony E. Zuiker, criador da série CSI.É a série que, sem dúvida, me consegue prender a um ecrã, acima de tudo pela sua dose de mistério, fazendo-me sentir parte daquela equipa de investigação até ao final de cada caso. As próprias personagens são enigmáticas e dotadas de competências diferenciadoras. Nada melhor para descontrair e, em simultâneo, treinar o collateral thinking, ferramenta de trabalho actualmente indispensável. Semelhanças com o nosso dia-a-dia? O trabalho de uma equipa que só termina a sua missão quando “fecha o seu caso” com sucesso.

Céu Mendonça é fã de CSI

Céu mendonça

Com cerca de 20 anos de experiência em empresas de software de Gestão, Céu Mendonça

ocupa, desde 2009, o cargo de manager responsável pelas PME da Sage em Portugal. A executiva é licenciada em Gestão de Marketing

pelo IPAM (Instituto Português de Administração de Marketing) e pós-graduada em Comunicação

e Marketing Político pela Universidade Independente e Universidade Complutense de

Madrid. Não dispensa as aulas de body pump ou body combat. As viagens são uma paixão!

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O novo agregador das comunicações42 Agosto de 2011

www.fibra.pthoBBy

miguel Teixeira

Licenciado em Engenharia Informática e de Computadores pelo Instituto Superior

Técnico, pós-graduou-se na Universidade Católica em Gestão e Controlo Avançado de Projectos e em Empreendedorismo e

Inovação. Com 16 anos de experiência profissional na área de consultoria,

essencialmente no sector financeiro, actualmente desempenha funções

de responsável pelo Sector Público, Telecomunicações e Indústria na everis Portugal, companhia da qual é um dos

Partners responsáveis desde 2011

Com um passado ligado ao desporto e uma vida profissional muito intensa, a corrida surge por ser o desporto mais flexível que existe (em qualquer lugar, a qualquer hora, bastam umas sapatilhas, uns calções e uma T-shirt). Mais tarde, e adicionando o gosto por desafios e alguma competitividade de fazer sempre melhor, as maratonas acabaram por acontecer naturalmente. Gosta de correr maratonas por serem um desafio único — a capacidade física e mental a que obrigam durante os 42 km de prova, e essencialmente o gosto de as terminar — fazem delas uma meta fantástica. Quem gosta de desporto, e tem atracção por desafios complicados, a que poucos se propõem, gostará de correr uma maratona, pois as sensações que produzem durante a prova e a luta entre o esforço e o objectivo (o tempo que se pretende atingir) fazem parte de um conjunto de experiências únicas na vida, que acabam por dar uma autoconfiança que se transmite naturalmente nas diversas fases da nossa actividade profissional e na nossa vida.Actualmente, dependendo da altura do ano, treina entre seis a sete vezes por semana entre as 6 e as 8 horas da manhã, e corre duas maratonas por ano. Já contagiou alguns amigos e parte da família. O próximo passo é convencer as duas filhas pequenas. É provável que o consiga.

Miguel Teixeira

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O novo agregador das comunicações

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Agosto de 2011 43

REstauRante

manuel Falcãodirector-geral da Nova Expressão

O edifício da Fundação Cham-pallimaud, onde está instalado o Darwin’s Café, é todo um progra-ma. Concebido pelo arquitecto indiano Charles Correa, este é um exemplo de uma ligação perfei-ta com o rio e com o património histórico da cidade. Situado muito perto da Torre de Belém, o edifício e a sua envolvente foram projecta-dos por forma a potenciar o local e, para os mais cépticos sobre a construção junto ao Tejo, tudo está feito para que se ganhem no-vas perspectivas e novos enqua-dramentos. Se for ao restaurante aproveite para passear nos jardins e no anfiteatro ao ar livre e per-ceberá o que a boa arquitectura pode fazer para valorizar a paisa-gem. Recentemente, estive numa conferência que decorreu no au-ditório e, se o visitar, verá a mais perfeita janela que se podia ima-ginar para deixar que o rio invada o edifício.

Uma sala inesquecívelFelizmente, este espírito foi salva-guardado na arquitectura de inte-riores de toda a área do Darwin’s Café. O projecto é da Lanidor, cujos LA Cafés asseguram a ex-ploração do restaurante. A sala tem um pé direito imponente e aproveita de forma exemplar a lu-minosidade ribeirinha, resultando num espaço amplo e confortável, com pormenores curiosos nos grandes candeeiros e nos efeitos de trompe l’oeil nas paredes. O restaurante pode sentar centena e meia de pessoas no interior e

mais meia centena na esplanada exterior. Apesar da dimensão, é fundamental fazer reserva – este é dos espaços mais procurados em Lisboa actualmente.O Chefe António Runa, que dirigiu e fez o nome do LA Café da Ave-nida da Liberdade, é quem está à frente do Darwin’s, um desafio de monta e do qual não se sai mal.Mesas e cadeiras são confortáveis e o menu oferece soluções para todos os gostos – risottos, saladas e diversos pratos de substância, tudo entre os 10,50 e os 25 eu-ros – o prato mais caro é o bife do lombo sobre risotto de camarão e molho de manga com canela e o mais barato a quiche do dia com salada. A escolha de vinhos não é muito grande, mas é equilibra-

da. Na esplanada, fora do horário de almoço e jantar, tem uma boa escolha de tostas, sanduíches e bruschettas.

RecomendaçõesDe tudo o que provei a minha pre-dilecção foi para os tentáculos de polvo sobre échalottes confitadas e esmagada de batata doce, mas reconheço que o lombo de ba-calhau em crosta de azeitonas pretas com couve de Bruxelas salteadas é também muito in-teressante. O folhado de vitela com espargos e cogumelos po-dia ter corrido bem não fosse al-guma falta de cuidado, por exa-gero, no tempero da carne. Nos doces, destaque para o creme brulé de beringela com açafrão

Darwin’s CaféChampallimaud Centre

For The UnknownAvenida de Brasília Ala B

Telefone 210 480 222Encerra Segunda-Feira ao jantar

Something Else!!!BAnDA sonoRA

Em 1958, aos 28 anos, Ornette Coleman gra-vou o seu primeiro disco. Na altura, ainda tra-balhava como ascensorista num dos grandes armazéns de moda de Nova Iorque, mas fora de horas não largava o seu saxofone. Quando entrou finalmente em estúdio, pela mão de Les-ter Koenig, levou consigo outros quatro jovens mas brilhantes músicos: Don Cherry no trompe-te, Walter Norris no piano, Don Payne no baixo e Billy Higgins na bateria. O disco que resultou destas sessões de gravação levou o nome de “Something Else!!!» e, na realidade, tratava-se

de um trabalho diferente de tudo o que se fazia na épo-ca, através das ligações surpreendentes que fazia, de uma forma inovadora e livre, dos blues com o jazz. Todos os temas são originais do próprio Coleman, o que também não era muito vulgar para um disco de estreia. A colecção Original Jazz Masters Remastered, que a Concord/Universal edita, acaba de dispo-nibilizar uma versão remasterizada a 24 bits do disco.

Comer com os olhos

e gelado de macadâmia e para uma belíssima torta de cenoura e gengibre com sorbet de limão.O que precisa mesmo de melho-rar é o serviço, hesitante, às ve-zes distraído, do género em que os empregados estão a olhar para todo o sítio menos para a sala e não conseguem perceber que alguém está a pedir a sua presença junto de uma das me-sas – a falta de chefes de sala, atentos, vigilantes e eficazes é um dos problemas graves em restaurantes com a dimensão deste. Mas o balanço geral é positivo e o espaço é deslum-brante. Uma refeição completa para duas pessoas com um vi-nho de preço médio rondará os 55 euros.

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O novo agregador das comunicações44 Agosto de 2011

www.fibra.ptVIaJanTES

Corria o ano de 2007 quando Paulo Coelho, director de desenvolvimento de negócio da SAP, e a mulher, Vanda Jesus, chief business development officer da Viatecla, rumaram de férias para o Peru. Motivado pela História e por ser um destino diversificado, o executivo passou quatro semanas com o espírito de “ir à aventura”: alugou um carro de modo a poder explorar o país à sua maneira. As aventuras foram mais do que muitas: Paulo teve mesmo oportunidade de ir de avião até à selva amazónica, onde passou três dias.Percorrendo um total sete mil quilómetros, o que mais o marcou foi a escalada ao pico do Uruashraju, a cerca de 5800 metros de altitude, onde adorou a sensação de adrenalina de subir e descer a montanha: “Afinal, não é todos os dias que se faz isto”.Da viagem, realça ainda as pessoas, “muito amigáveis” e com quem é fácil interagir, e as ruínas de Machu Pichu, que “estão ainda muito bem conservadas”. Uma coisa que não o surpreendeu muito foi a gastronomia, no entanto, confessa que foi interessante provar “carnes mais exóticas”, como de lama e vicunha, e a bebida típica Pisco, “bastante alcoólica”. Teve até “tempo” para uma intoxicação alimentar, graças à qual conheceu os serviços de saúde de uma pequena vila nos Andes, onde confessa ter sido muito bem tratado.

Peru 2007

Paulo CoelhoÉ o novo director de Desenvolvimento

de Negócio da SAP. Traz uma carreira de 13 anos com uma larga experiência em

consultoria estratégica e de negócio nos mais diversos sectores, em empresas

como Roland Berger, Bear Stearns e DHV. Na SAP desde 2006, tem-se distinguido no desenvolvimento de

negócios e de projectos com grandes índices de inovação

Nas ruínas de Machu Pichu

Lago Titicaca (lago navegável mais alto do mundo - 3.876 m)

A caminho do cume - Uruashraju (5.722 m)

As mil e umas cores do Peru - Cusco

Lamas pousando para a fotografia

Nascer do dia no Rio Tambopata - Amazónia Peruana

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Agosto de 2011 45

montRa

Carolina Herrera – All Day long

All Day Long é a colecção de acessórios Carolina Herrera com peças sofisticadas inspiradas pela paixão pela vida, viagens e pela constante procura da beleza e sofisticação. A Kaspia Bag é inspirada no luxuoso restaurante parisiense “La Maison Kaspia”, um lugar com uma

grande carga histórica e tradicional para os amantes da cidade de Paris.

o tempo movido a luzA Citizen acaba de lançar a nova linha masculina de relógios Crono Sport, inspirada no homem urbano e aventureiro. Esta linha, com tecnologia Eco-Drive, permite uma utilização quase infinita do relógio, pois a fonte de alimentação é uma bateria recarregável a luz solar e artificial. O relógio, disponível em duas versões — com bracelete em pele ou em aço –, possui cronógrafo, data e resistência à água até 100m.

o tesouro encantado da ChanelA Chanel lançou a Collection Byzance, uma edição limitada de maquilhagem para o Outono-

-Inverno de 2011. Composta por quatro sombras cremosas Regard Signé, dois blushes com tons que nos remetem ao brilho do ouro e do rubi e um batom Rouge Allure, com um

vermelho extravagante, esta colecção é inspirada na beleza da arte e nos tesouros bizantinos.

lacoste dá cor ao VerãoA nova linha de calçado da Lacoste – Ebury – vem alegrar o Verão, com uma autêntica explosão de cor! Os mocassins Ebury, baseados nos clássicos “Penny”, estão disponíveis em tons brilhantes de azul, cinza, verde, vermelho, branco e preto e são ideais para os desafios do Verão.

Vodafone lança o primeiro smartphone 3D em Portugal

A Vodafone acaba de lançar o novo LG Maximo 3D – o primeiro smartphone 3D à venda no mercado português. O novo aparelho, com sistema operativo Android 2.2 e HSPA, dispõe de um full touchscreen 3D WVGA de 4,3 polegadas e duas câmaras de 5MP que gravam em 3D HD 720p. Permite converter os filmes

e fotos de 2D para 3D instantaneamente e partilhá-los no portal Youtube 3D e em televisores 3D através da saída HDMI.

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O novo agregador das comunicações46 Agosto de 2011

www.fibra.ptO mUnDO à mInHa PROCURa

Diogo Castro SantosNatural de Lisboa, iniciou-se no mundo das 4 rodas

aos 16 anos. Foi campeão nacional três vezes, então ainda nos karts. Em 1988, com 19, partiu para a

internacionalização e tornou-se piloto de automóveis, tendo corrido ao lado de Pedro Lamy na Taça das

Nações de Formula Opel, entre outras. Ainda assim, sem perder minimamente o gosto pelos carros,

decidiu acabar com a carreira aos 22 anos e continuar com os carros “como um hobby muito sério”. Estudou

golf management nos Estados Unidos e, quando voltou a Portugal, abriu a sua própria academia de

golfe. Actualmente, dedica-se ao negócio imobiliário, que já vem de família, e à sua nova empresa – a

Lolbids. À pergunta da praxe, “considera-se viciado em gadgets?”, responde: “Acho que sim… Tenho

de admitir que sim!”. Fã da Apple, a próxima aposta serão os computadores Mac.

PsP e Ps3Já foi viciado em jogos, sendo que agora já

não o é tanto. Curiosamente, não gosta muito de jogos de carros, “talvez por correr na vida

real”. As suas preferências vão para os jogos de estratégia e militares. Agora também é a vez dos filhos, que “já começam a jogar alguma coisa”

sony HDR-HC7eUm pouco à semelhança da máquina

fotográfica, utiliza-a para registar filmes das viagens, da família e do crescimento

dos filhos

iPadNão larga o iPad um único minuto, confessa. Utiliza-o para estar sempre ligado e conseguir consultar notícias, emails e outras aplicações

que vai descarregando por “brincadeira”. Inseparável deste gadget, admite que também

é tão dependente por ter um negócio online

sony Alpha 700Gosta de fotografia e admite que gostava de saber

ainda mais sobre o assunto. Sempre com uma máquina fotográfica atrás, Diogo gosta de fotografar

“um pouco de tudo”. Ainda assim, elege os momentos com a família e com os amigos, que são sempre importantes de fotografar, “para mais tarde

recordar”

iPhone 4“É um complemento do iPad, uma

versão mais pequena”. Este é o telemóvel que o piloto utiliza e a

ferramenta que usa quando o tablet não está por perto. Afinal, para fazer

chamadas é o melhor, ainda que já tenha feito videochamadas pelo tablet da Apple. A rede é Vodafone

Tacos Taylor made“Os Taylor Made são como a Apple para a tecnologia”, diz Diogo Castro Santos,

que também é um apaixonado pelo golfe. Estes tacos “aliam muito bem a

estética com a qualidade dos produtos e performance”. “São muito completos, e

quem joga, sabe disso”, conclui

TV lg 42’’lH 4000A televisão elege-a para os filmes e para o desporto. Preferindo o conforto de ver

um filme em casa do que ir até ao cinema, confessa que também gosta de acompanhar

o “seu” Benfica e os desportistas portugueses que competem internacionalmente

Toshiba satellite C660-1Como “infelizmente, o iPad ainda não substitui o

portátil”, Diogo utiliza sobretudo este Toshiba para trabalhar. Basicamente, o uso que lhe dá é para

tudo aquilo que o tablet ainda não faz

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