Fotografia aplicada arqueologia

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1 “FOTOGRAFIA APLICADA” ARQUEOLOGIA Escola Superior de Tecnologia Mestrado Fotografia Elaborado por: António Manuel Fonseca Peleja – Nº 18484 Docente: António Ventura TOMAR 2013/2014

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“FOTOGRAFIA APLICADA”ARQUEOLOGIA

Escola Superior de TecnologiaMestrado Fotografia

Elaborado por:António Manuel Fonseca Peleja – Nº 18484

Docente: António Ventura

TOMAR2013/2014

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Ãmbito / Objectivo

Introdução

Implementação

Conclusão

Anexos

Bibliografia

Fundamentação

Cerâmicas

Índice

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“Cuando Howard Carter y Lord Carnarvon entraron el 4 de noviembre de 1922 en la tumba intacta de Tutankamón (la célebre KV62) iban acompañados de un miembro de la exposición desconocido, pero cuya misión era excepcionalmente im-portante, su fotógrafo Harry Burton. La labor de este técnico se volvía trascendental para el correcto inventariado de los objetos recuperados de la tumba, así como para su posterior puesta de largo ante la prensa y científicos internacionales. La fotogra-fía arqueológica tuvo desde el último cuarto del siglo XIX a mediados del XX una importancia capital en el desarrollo de la arqueología moderna.”

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No âmbito da UC Fotografia Aplicada II e a pedi-do do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, foi fei-ta uma abordagem inovadora ao que podemos chamar de Fotografia Arqueológica, ou melhor dizendo, à Fo-tografia Aplicada à Arqueologia. Foram colocadas à apreciação e estudo várias peças datadas de aproxi-madamente 800 anos A.C., estas peças de bronze têm várias tipologias que passam por, espadas, adornos (brincos, braceletes fíbula, etc…), machados, foices, entre outros, uns já com intervenção de restauro de vários níveis, que vão desde a simples limpeza à lim-peza e soldadura de objectos, no entanto alguns ainda se encontram na forma original do achado, com as marcas de deterioração do tempo, a mais comum, o verdete.

Numa primeira abordagem procedemos à separa-ção por tipologias, depois, dentro destas, isolámos as peças que achámos que melhor as podiam represen-tar, reduzindo assim o número de objectos sobre os quais devemos intervencionar o nosso olhar e foca-lizar os nossos estudos de luz, fundos, profundidades de campo etc…

O Objectivo final será um conjunto de registos que satisfaçam as pretensões do cliente, Fotografia Arqueológica, Fotografia Ilustrativa e Fotografia de Exposição.Â

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Para além da representação tradicional/científica, deste tipo de objectos, uma luz projectada a 45º, do lado esquer-do do objecto às 10h, fundo neutro, elevação do objecto e representação de escala de cor e métrica, pretende-se uma nova abordagem, uma abordagem mais sedutora aos olhos do espectador, que não perca contudo a sua seriedade e rigor histórico. No entanto que lhe confira uma mais valia no seu objectivo final que será a divulgação junto das mas-sas, sejam elas científicas ou ordinárias.

Neste sentido fiz várias pesquisas nunca encontrando nada específico nesta área da Fotografia Arqueológica ou mesmo fotógrafos dedicados em exclusivo ou com traba-lhos de investigação sobre o tema, salvo raríssimas excep-ções, das quais no decorrer deste estudo passarei alguns trechos.

Durante esta pesquisa tanto a nível de texto escrito como imagem estática ou em movimento, fui enriquecen-do o conhecimento sobre como se deve abordar este tipo de objectos, pois para uma desconstrução da técnica e/ou de um objecto, primeiro temos de o entender como tal.

Como referi no início, a fotografia arqueológica teve desde o séc. XIX uma extrema importância no desenvol-In

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vimento da arqueologia moderna. Muitos escritos sobre o assunto não

deixam dúvidas de que a fotografia do-cumental se associou à arqueologia não só para inventariar as suas descobertas, mas também para preservar e divulgar essas descobertas. São diversos os Ca-lótipos da década de 1850 realizados por Maxime du Camp que permitem ver o estado de conservação de monumentos Egípcios.

Na sua tese de Mestrado em Arque-ologia, Especialização de Arqueologia Urbana, com o título “ A Arqueologia e as Tecnologias de Informação, Uma Pro-posta para o Tratamento Normalizado do Registo Arqueológico”, Maria do Carmo Franco Ribeiro da Universidade do Mi-nho refere a importância fundamental do tratamento de imagem via câmara foto-gráfica no campo específico da Arqueo-logia. No seu trabalho desenvolve mui-tas considerações sobre as vantagens do acompanhamento fotográfico, tanto no nível do achado arqueológico, na elabo-ração de catálogos de exposições, formas de estudo, divulgação CD’s / DVD net, mas ainda aborda a importância vital da fotografia aérea na interpretação no solo e na paisagem ,de inscrições, vestígios e marcas do passado, tanto sob a forma de artefactos e estruturas como ainda na per-sistência dos traços de paisagens urbanas ou rurais modeladas pelas gerações que nos precederam. Passo a citar “ A fotogra-fia aérea constitui outro grande elemento de análise do subsolo imprescindível à investigação arqueológica e fundamen-tal para a prospecção, incluindo-se, neste âmbito, as fotografias aéreas, verticais e oblíquas, e as imagens de satélite”.

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A minha abordagem às peças e depois de leitura sobre a matéria e um estudo, não muito aprofunda-do, remete para uma abordagem que passa por cru-zar o que em Arqueologia se designa por Desenho Arqueológico e Ilustração Arqueológica, ou seja, uma mistura da reprodução da peça tão rigorosa quanto possível, no entanto associado a um fundo que a contextualize dentro da sua dinâmica de ar-tefacto real.

Neste sentido foram efectuados alguns estu-dos em estúdio, e no exterior de forma a poder-se constatar a forma prática do resultado desta ima-gem projectada na mente.

Estes estudos passaram por tratar o objecto, mais não sendo do que um produto e assim abor-dando-o numa perspectiva de fotografia de pro-duto uma fotografia mais comercial, no entanto e como já fiz referência, dentro dos limites do razo-ável, sem colocar em questão a seriedade, rigor, história e respeito para que as peças nos remetem.

Em anexos junto algumas fotografias que en-contrei durante este precurso de pesquisa e con-sulta, e que mostra várias abordagens possíveis a diferentes tipos de aos objectos.Im

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Depois de um avanço sobre um primeiro estudo dos objectos, do qual resultaram os registos anterio-res (simulados em Photoshop), surge a necessidade de colocar em prática a ideia já concebida, para tal e, já no âmbito de grupo e numa fase inicial, avançámos para o terreno. As primeiras experiências efectuadas não foram conclusivas dado que os fundos encontra-dos na área à qual nos deslocámos não apresentavam as texturas pretendidas e a luz era muito difusa, o que nos dificultou a abordagem.

No entanto, no decorrer destes registos, surgiu, por parte do elemento com o qual formava equipa, uma nova forma de podermos abordar a imagem, uma for-ma original no campo da arqueologia e que poderá ser uma mais valia na apresentação não formal / científica dos objectos em estudo.

Depois deste primeiríssimo contacto com os ob-jectos em ambiente de estúdio e exterior, podemos colocar os resultados à apreciação do Desenhador Arqueológico, Pedro Cura, que pareceu interessado nas soluções apresentadas, mostrando a necessidade de ver a fase dos trabalhos mais adiantada, isto é, um produto final, de modo a poder, também ele, dar a sua opinião o mais fundamentada possível.

Sempre que surgem alterações, surge também a necessidade de se investigar, e foram várias as con-sultas efectuadas no sentido do esclarecimento e do aprofundamento de conhecimentos dentro da área da arqueologia e de como mostrar os seus objectos.

A certa altura percebemos que o que estava já em jogo não era tão simplesmente a parte técnica mas sim a necessidade de um estudo mais profundo dos objectos, das suas características, funcionalidades e da fotografia arqueológica como fim para a sua apre-sentação em catálogo ou ainda como suporte gráfico em exposições e eventos ligados à especialidade.

Os objectos aqui representados da página 10 à

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página 13, são o resultado dos vários estudos, tanto em estúdio quanto em exterior, e passam por várias abordagens aos objectos, com vários fundos, vários tipos de iluminação em suma várias técnicas e várias maneiras de expor o objecto.

Contactei com algumas pessoas ligadas à Arque-ologia às quais apresentei alguns dos estudos que já tínhamos finalizado e daí pude recolher informações que penso serem bastante válidas para a conclusão deste projecto.

São várias as opiniões que recolhi, a maior parte numa linha muito conservadora do que é e deve ser a fotografia dos objectos, pontos importantes a sa-lientar a luz às 10h à esquerda, num ângulo de 45º uma única fonte de luz, as peças não devem trans-mitir a sensação de estarm a flutuar, os fundos de-vem ser em branco ou cinza médio, nunca devemos utilizar a escala de cor e obrigatoriamente devemos

utilizar a escala métrica construída em proporção do tamanho real da peça, esta escala deve ser colo-cada sempre do lado direito da peça acompanhando a sua altura ou quando o justifique debaixo da peça em frente da mesma para facilmente se estabelecer uma associação.

Nas imagens anteriores estão representadas alguns dos estudos efectuados até ao momento que como já referi englobam várias configurações e várias técni-cas que passo a descriminar: Foto 1 e 1.1 Sistema 1) - Foto 2 a 5 (Sistema 2) Foto 6 a 10 (Sistema 3) e segue-se o (Sistema 4) que até ao momento ainda só foi possível fazer experiências de medição de rácios e testes com objectos diferenciados não os objectos em estudo, no entanto os resultados foram surpreenden-tes. Passo a exemplificar com recurso ao desenho nas páginas 14 e 15 os diferentes sistemas utilizados para a captação dos registos referidos anteriormente.

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Sistema 1 - No primeiro sistema usámos uma estru-tura que permitia ter duas bases de trabalho uma infe-rior e uma superior, a base inferior servia de suporte às várias cartolinas que serviriam de fundo ao objecto, no suporte superior e colocado sobre um vidro estariam dispostos os objectos e a respectiva escala, este sistema dado o afastamento entre os suportes eliminava total-mente o problema da sombra projectada. Em termos de iluminação utilizámos primeiramente um único flash com softbox e difusor. Para fazer os enchimentos nas áreas de maior relevo, e assim evitar as sombras exa-geradas, usámos vários tipos de reflector sendo o mais aconselhável uma cartolina branca (Foto 1). Numa se-gunda fase experimentámos também uma luz de en-chimento, mas detectámos alguns problemas devido às cabeças de estúdio utilizadas não serem idênticas o que se tornou um caso impossível de controlar.

Numa segunda configuração do sistema retirámos a base onde assentavam as cartolinas e colocámos no fundo uma mesa de luz onde assentava a referida car-tolina, mostrou resultados mas alguns problemas na medição dos rácios o que nos levou a abandonar esta solução (Foto 1.1).

Sistema 2 - Este sistema é composto por uma mesa de luz de pés elevados e três flashes. A mesa de luz na parte superior tem uma janela onde encaixam dois vidros um transparente e um translúcido, entre os quais colocámos uma folha de acetado da cor pretendida para o fundo, no vidro superior colocamos o objecto a fotografar, por bai-xo coloca-se um flash com softbox medimos os rácios e depois avançamos para a colocação dos outros flashes um às 10h à esquerda do objecto e a 45º e o outro será colocado na posição de enchimento de zonas mais escu-ras consoante o tipo de objecto a fotografar, o sistema consegue tirar alguma agressividade às cores de fundo e ao mesmo tempo fazer com que elas deixem de planar e se fixem mais ao fundo, é uma boa opcção (Foto 2 a 5).

Sistema 3 - Com a mesma estrutura do Sistema 2 a mesa de luz elevada, no entanto mudámos a posição da luz incidente já que tínhamos notado alguns pro-blemas na medição dos rácios, assim sendo optámos pela solução do flash afastado com um reflector que pode ser orientado consoante necessário, e pelos testes que efectuámos, a meu ver, é aquele que pode vir a dar melhores resultados.

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Depois desta pesquisa e subsquente leitura dos textos, facilmente se chega à conclusão que o papel da fotografia é fundamental no registo dos achados como na sua inventariação e posteriormente na exsurgência das peças ao público.

No entanto o papel do fotógrafo não se encontra ainda, a meu ver, bem definido como parte integrante das equipas de arqueologia, o fotógrafo nunca faz parte dos orçamentos de um projecto e no final é sempre relegado para segundo plano.

Existe a necessidade de afirmação e isso consegue-se através de um trabalho com bastante rigor, um trabalho que seja inovador e que atraia o público.

A fotografia tem, nos nossos dias, um papel que seria impossível abandonar dentro da arqueologia. A fotografia não substitui o dese-nho técnico mas pode substituir-se ao objecto, evitando assim o seu manuseamento excessivo, reservando o seu papel para um sector mais expositivo.

Em minha opinião a fotografia deste tipo de objectos poderia e deveria passar por uma fotografia mais atractiva ao olhos do públi-co, uma fotografia menos elitista, que todos percebam sem dificul-dade e ao mesmo tempo sedutora.

Na página anterior estão algumas possibilidades de captura des-tes objectos onde esse carácter muito formal penso estar um pouco superado. No entanto estes estudos necessitam de mais reflexão e trabalho de estúdio.

Esta reflexão passa por um estudo cuidado dos objectos para nos apercebermos da sua tridimensionalidade e como fazer incidir sobre si a luz que lhe vai dar relevo e destacá-la da forma plana do papel.

Nos anexos que se seguem são representadas várias ilustrações de vários museus onde se notam algumas, ainda que pequenas, dife-renças de abordagem aos objectos, vários tons de fundo e perspec-tivas mais arrojadas.C

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Nunes, Maria de Fátima, Arqueologia de uma prática científica em Portugal - uma história da fotografia Revista da Faculdade de Letras, Porto, III Série, vol. 6, 2005, pp. 169-183

Figueiredo, César, O Desenho e a Ilustração na Arqueologia-Descodificação de Desenho e Ilustração Arqueológica-Revista Portugal Romano - Edição nº1 (Abril/Maio) 2012 (V-1.0)

Short Guide to Digital Photography in Archaeology : © BAJR : June 2006

Reynero, Susana González, La Fotografia en la Arqueologia Española (1860-1960) - 100 Años de Discurso Arqueológico A Través de la Imagen, Madrid 2007

Lima, Luís Carlos Fortunato, O Desenho como Substituto do Objecto-Descrição Cientifíca nas Imagens do Desenho dos Materiais, Faculadade de Belas Artes do Porto 2007

Dorrell, Peter, Photography in archaeology and conservation - Cambridge University Press, 1989

Dossiers d’Archeologie - La Photographie en Archeologie - Editions Faton. 1975

http://mrdomingo.com/2013/07/29/la-fotografia-arqueologica-un-viaje-por-la-historia/17-06-2014 - 10:48 - Pág. 4

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Dos sistemas não convencionais/cientifícos, o das mãos, é aquele que encerra maior significado, pois são as mãos as responsáveis por todos os objec-tos, foram elas que talharam, moldaram e usaram, assim como foram elas que os emergiram passados anos, os trataram, e, finalmente, os dão a conhecer ao público em geral.

São essas mãos que ao mesmo tempo nos situam e servem de escala, são elas que criam uma relação de medidas com quem as observa e lhes transmite o grau de grandeza.

São ainda essas mãos que consoante a sua posi-ção acolhem o objecto e o mostram ao espectador, criando assim uma relação mais directa com o mes-mo, fazendo-o sentir-se parte integrante de tudo o que observa, criando um laço entre eles e uma pro-ximidade cheia de cumplicidades.

A abordagem ao objecto é fundamental e aqui de forma consciente fizemo-la sobre o ombro de quem a segura nas suas mãos, quase dando a entender po-derem serem as próprias mãos do espectador.

É sem dúvida uma abordagem que ao mesmo tempo rasga alguns conceitos mais conservadores no âmbito da arqueologia, como sendo o facto dos ob-

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.Com mãos tudo se faz e se desfaz.Com mãos se faz o poema - e são de terra.Com mãos se faz a guerra - e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.Não são de pedras estas casas, masde mãos. E estão no fruto e na palavraas mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no tempo como farpasas mãos que vês nas coisas transformadas.Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor, cada cidade.Ninguém pode vencer estas espadas:nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre

jectos se revestirem sempre de uma grande carga de misticísmo, sendo geralmente colocados fora do al-cance do comum dos mortais, fechada entre vidros, distante, nunca manuseadas. Aqui isso desaparece, mas continua presente, o objecto continua no seu es-paço habitual. No entanto a fotografia com esta nova abordagem cria uma sensação ao espectador de que por momentos a tocou, a sentiu, fez parte dela.

A colocação do objecto no seu local natural foi importante pois criou mais um ponto de contacto en-tre as peças e o território.

Toda a pesquisa e estudos anteriores serviram de alavanca para o trabalho final que se mostra nas páginas seguintes, um trabalho mais profundo com uma visão mais apurada e com um conhecimento so-bre a arqueologia mais fundamentado.

O trabalho foi apresentado ao Professor Davide Delfino do Museu de Arte Pré-Histórica de Mação que gostou bastante das várias soluções apresenta-das e, inclusivé, ficou rendido à fotografia digital e as suas infinitas possibilidades, pelo seu detalhe e acutilância que, a seu ver, permite um estudo muito mais profundo dos objectos sem que estes estejam presentes.

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Em cima imagem do território, onde os povos que utilizavam os bronzes se movimentavam, imagem recolhida durante um evento promovido pelo Museu de Arte Pré-Histórica de Mação, local Zimbreira.Em baixo uma das fogueiras acendidas no Castro da Zimbreira para se tentarem ver as hipóteses de alcançar com o olhar as outras a fogueiras acesas no Castro de Santo António e do Caratão.

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Ainda dentro do correr do evento que referimos houve lugar a se juntarem à volta da fogueira os contos e tradições na voz dos locais, que nos presentearam com anos de sabedoria, como se constata na foto em cima.Em baixo, no final houve lugar a degustar algumas iguarias doces da região acompanhadas de um chá ou para quem preferisse um vinho aquecido.

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Numa segunda abordagem e depois da apresentação das peças em bronze ao Pro-fessor Davide Delfino, foi-nos lançado o repto de registar umas peças cerâmicas que apresentam um grau de dificuldade elevado dado que os detalhes estão eculpidos numa técnica designada por brunhido o que apresenta um relevo muito desimulado, quase imperceptível, mais ainda dado o uso e desgate do tempo que foi dado ao ob-jecto.

Nesta fase o tempo para desenvolvimento e finalização do trabalho era muito cur-to, fiz a leitura de algumas abordagens a elementos de cerâmica na revista “Les dossi-ers de l’archéologie” no entanto nada se assemelhava a este tipo de peças que tínhamos em nosso poder depois de uma análise a olho nu pareceu evidente que a solução a utilizar tiria de passar por uma luz rasante de forma a poder realçar todo o detalhe que as inscrições encerram.

Como já referi o tempo não estava a nosso favor mas queríamos poder apresen-tar uma possibilidade de registo ao Professor Davide Delfino. Depois de analisarmos todas as peças decidimos escolher para registar a que nos apresentava maior grau de dificuldade, dado a sua difícil leitura, sabendo à partida que se conseguirmos resolver esta situação todas as outras estrariam também resolvidas.

Neste sentido recorremo-nos do setup que está descrito no (sistema 4), luz de flash direccionada, com pequeno reflector de preenchimento para dar volumetria à peça.

Um segundo registo foi efectuado com luz normal, tivemos sempre em conta o posicionamento da luz às 10h respeitando os 45º no caso da luz normal na rasante como o próprio nome indica é uma luz rasante ao objecto.

Os resultados finais pareceram-me bastante bons e penso serem resposta positiva ao repto lançado.

Nas imagens da direita podemos observar em cima objecto fotografado com luz rasante e em baixo fotografado em luz normal.

Não inserimos escala mas como era um estudo não sentimos essa necessidade, posteriormente será introduzida junto aos objectos.Es

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Nas próximas páginas seguem-se os trabalhos finais, com as carac-terísticas técnicas acompanhando os registos.

Como sejam o ISO o Formato, Abertura de diafragma e Veloci-dade de obturação.

Todos os registos foram efectua-dos com e sem escala de modo a poder permitir um uso diferencia-do da imagem sem que para tal o cliente tenha que utilizar a edição de imagem. Nas fotos coloquei ale-atoriamente fotos com e sem escala.

No final ainda se podem obser-var dois estudos feitos a pedido do Professor Davide Delfino, depois da apresentação, que são a repre-sentação do conjunto das peças, optámos por dois registos, que rep-resentam o total dos achados, um registo como que o achado na sua forma original num monte onde as mãos dão mais uma vez a escala e depois uma composição com es-sas mesmas peças respeitando uma visão mais cuidada do achado, esta segunda é a que eu escolheria como final.

Todos os registos obedeceram a um rigoroso perfil de côr, pelo que, se a visualização não for a correcta provavelmente o monitor onde está a visualizar o trabalho não estará bem calibrado.

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Hoy en día la tecnología fotográfica esta ya plenamente integrada en la labor del arqueólogo, no sólo para documentar los descubrimientos sino para inventar-iar los objetos, analizar sus texturas e incluso realizar reconstrucciones virtuales en 3D.........

........ Una verdadera maravilla que nos permite hacer un viaje al pasado y poder vivir por unos instantes aquellas impresionantes sensaciones que debieron disfrutar los primeros arqueólogos.

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