GESTÃO ESTRATÉGICA DA ECO EFICIÊNCIA EM RESÍDUOS...A4.P1. Formação de recursos humanos 3....
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GESTÃO ESTRATÉGICA DA ECO-EFICIÊNCIA EM RESÍDUOS
Índice
1. Introdução ................................................................................................................................. 2 2. Enquadramento Legal .............................................................................................................. 2 3. Directiva Resíduos..................................................................................................................... 3
3.1 Relação com a Directiva 2008/98/CE ................................................................................. 4 4. Metodologia ............................................................................................................................... 5
4.1. Processos de licenciamento industrial e comercial......................................................... 5 4.2. Relatórios de vistoria de licenciamento industrial ......................................................... 6
5. Análise e tratamento ................................................................................................................. 7 5.1. Fichas das unidades industriais produtoras de resíduos ...................................................... 7
5.1.1. Sector Alimentar ......................................................................................................... 8 5.1.2. Sector das bebidas ....................................................................................................... 9 5.1.3. Sector Metalomecânico ............................................................................................... 9 5.1.4. Sector da Construção .................................................................................................. 9 5.1.5. Sector das Madeiras .................................................................................................. 10 5.1.6. Outros ........................................................................................................................ 10
5.2. Relatórios de vistoria de licenciamento industrial ............................................................ 10 5.3. Fichas das unidades comerciais produtoras de resíduos ................................................... 13
6. Dificuldades na caracterização da produção ........................................................................ 13 7. Fluxogramas ............................................................................................................................ 14
7.1. Sector alimentar ................................................................................................................ 14 7.2. Sector das bebidas ............................................................................................................. 17 7.3. Sector Metalomecânico ..................................................................................................... 18
7.3.1. Construção e reparação de barcos ............................................................................. 18 7.3.2. Fabricação de portas, janelas e elementos similares em metal ................................. 18
7.4. Sector da Construção ........................................................................................................ 19 7.5. Sector das Madeiras .......................................................................................................... 20 7.6. Outros ................................................................................................................................ 20
8. Boas práticas – por actividade ............................................................................................... 21 9. Análise SWOT ......................................................................................................................... 25
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1. Introdução
Tal como definida pelo World Business Council Sustainable Development (WBCSD): “A
ecoeficiência atinge-se através da oferta de bens e serviços a preços competitivos, que, por um
lado, satisfaçam as necessidades humanas e contribuam para a qualidade de vida e, por outro,
reduzam progressivamente o impacto ecológico e a intensidade de utilização de recursos ao longo
do ciclo de vida, até atingirem um nível, que, pelo menos, respeite a capacidade de sustentação
estimada para o planeta Terra”.
As empresas ecoeficientes são aquelas que conseguem benefícios económicos à medida que
alcançam benefícios ambientais por meio da redução progressiva da geração de resíduos sólidos,
efluentes líquidos e emissões atmosféricas, inserindo no seu processo de gestão o conceito da
prevenção da poluição. Em resumo, a ecoeficiência diz respeito à criação de mais valor com menos
impacto.
O conceito de ecoeficiência centra-se em 3 objectivos latos:
1. Redução do consumo de recursos: Inclui minimizar a utilização de energia, materiais,
água, favorecendo a reciclabilidade e a durabilidade do produto e fechando o ciclo dos
materiais.
2. Redução do impacto na natureza: inclui a minimização das emissões gasosas, descargas
líquidas, eliminação de desperdícios e a dispersão de substâncias tóxicas, assim como
impulsionar a utilização de recursos renováveis.
3. Melhoria do valor do produto ou serviço: o que significa fornecer mais benefícios aos
clientes, através da funcionalidade, flexibilidade e modularidade do produto, fornecendo
serviços adicionais e modularidade do produto, fornecendo serviços adicionais e
concentrando-se em vender as necessidades funcionais de que de facto, os clientes
necessitam, o que levanta a possibilidade de o cliente receber a mesma necessidade
funcional, com menos materiais e menor utilização de recursos.
No entanto, o conceito de ecoeficiência ainda tem sido pouco aplicado, sendo portanto uma
ferramenta a desenvolver.
2. Enquadramento Legal
Existe um referencial legislativo sobre resíduos bastante vasto, apresentando-se no quadro seguinte,
uma síntese dos principais diplomas:
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DLR n.º20/2007/A, de 23 de Agosto
Define o quadro jurídico para a regulação e gestão dos resíduos na Região Autónoma dos Açores e transpõe a Directiva nº 2006/12/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de Abril, e a Directiva nº91/686/CEE, do Conselho, de 12 de Dezembro, que codificam a regulamentação comunitária em matéria de resíduos.
DLR nº10/2008/A, de 12 de Maio
Aprova o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores (PEGRA)
Directiva 2008/98/CE, de 19 de Novembro
Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa aos resíduos e que altera e revoga certas directivas
Tabela 1 - Enquadramento legal
As actividades desenvolvidas no âmbito do presente projecto de estágio têm enquadramento nas
seguintes medidas do PEGRA:
A1.P2. Redução da produção de resíduos (em todas as tipologias e ao longo do ciclo de vida
do produto)
A3.P2. Sensibilização e educação para a Sustentabilidade
A4.P1. Formação de recursos humanos
3. Directiva Resíduos
A Directiva 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Novembro de 2008 veio
clarificar conceitos chave tais como a definição de valorização e eliminação e, estabelecer uma
definição de reciclagem e reforçar as medidas que devem ser tomadas em matéria de prevenção de
resíduos, numa abordagem que tem em conta todo o ciclo de vida dos produtos e materiais, e não
apenas a sua fase de resíduo. A directiva incentiva a valorização dos resíduos e a utilização dos
materiais resultantes da valorização.
Figura 1 - Relação entre produto, resíduo e subproduto (adaptado de revista Resíduos – Maio/Junho de 2009)
Contempla ainda as condições em que o objecto deve ser considerado um subproduto, tendo ficado
definido que uma substância ou objecto resultante de um processo de produção cujo principal
objectivo não seja a produção desse item só pode ser considerado um subproduto e não um resíduo
se estiverem reunidas as seguintes condições:
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• Existir a certeza de posterior utilização;
• Ser utilizado directamente, sem qualquer outro processamento que não seja o da prática
industrial normal;
• Ser produzido como parte integrante de um processo de produção;
• A posterior utilização ser legítima, isto é, satisfazer todos os requisitos relevantes do
produto em matéria ambiental e de protecção da saúde para a utilização específica e não
acarretar impactes globalmente adversos do ponto de vista ambiental ou da saúde humana.
Com base nas condições estabelecidas anteriormente, foi criada a seguinte árvore de decisão:
Não
Sim
Está prevista a utilização legítima do material? O material é um resíduo.
Não
Produziu-se o material intencionalmente (modificou-se o
processo de produção para produzir este material)?
O material é um produto, não é uma substância ou
objecto resultante do processo de produção.
Não
Sim
O material é uma substância ou objecto resultante do processo de
produção!
Vai ser utilizado o material? O material é um resíduo.
O material está preparado para utilização sem transformação
prévia (diferente da transformação normal, como parte integrante do
processo de produção)?
O material é um resíduo.
O material é produzido como parte integrante do processo de
transformação?O material é um resíduo.
O material é um subproduto, não um
resíduo.
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Figura 2 - Árvore de decisão - Resíduo ou subproduto? (adaptado de revista Resíduos – Maio/Junho de 2009)
3.1 Relação com a Directiva 2008/98/CE
Tanto os pareceres emitidos pela Direcção de Serviços de Resíduos como os relatórios das vistorias
no âmbito do Licenciamento Industrial e do Licenciamento Comercial procuram abordar os pontos
essenciais da Directiva 2008/98/CE.
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Directiva 2008/98/CE Pareceres da DSR
Relatórios das vistorias
Responsabilidade do Produtor; Estabelece uma hierarquia em matéria de gestão de resíduos; Favorece a valorização e a utilização de materiais valorizados; Obriga a manipulação dos resíduos de forma a não causarem impacto no ambiente e na saúde;
Distingue resíduos e subproduto. Tabela 2 - Relação com a Directiva 2008/98/CE
4. Metodologia
4.1. Processos de licenciamento industrial e comercial
Com o objectivo de caracterizar cada unidade produtora de resíduos foi criada uma ficha,
desenvolvida em Microsoft Access, que permite o registo da informação referida nos pontos 1 a 3
do despacho (figura 1), incluindo o fluxograma simplificado da actividade. Esta ficha é preenchida
com base na informação constante no projecto entregue pelo requerente, aquando do licenciamento
comercial ou industrial da actividade.
Figura 3 - Modelo da ficha dos processos de licenciamento industrial e comercial Esta ficha integra uma base de dados, à qual já foram incluídos 59 registos, dos quais 54 são
relativos a unidades de licenciamento industrial e 5 a licenciamento comercial. Sempre que é
elaborado parecer pela signatária relativamente a uma nova unidade ou alteração a uma unidade
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existente, é preenchida uma ficha relativa à unidade. Estes dados referem-se ao período
compreendido entre 01 de Outubro de 2009 a 01 de Setembro de 2009.
4.2. Relatórios de vistoria de licenciamento industrial
Com o objectivo de controlar a informação solicitada no âmbito das vistorias do licenciamento da
actividade das unidades industriais e comerciais, foi igualmente criada uma ficha em Microsoft
Access que incorpora os elementos solicitados pelos Serviços de Ambiente de Ilha às unidades
industriais e comerciais, aquando das vistorias realizadas e permite anexar o relatório remetido por
estes serviços. Deste modo, os dados sobre resíduos constantes dos relatórios preenchidos aquando
a realização de vistorias às unidades industriais e comerciais são integrados numa base de dados, à
qual no período compreendido entre 01 de Outubro de 2009 a 01 de Setembro de 2009 foram
incluídos 71 registos.
Figura 4 - Modelo da ficha dos relatórios de vistorias
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5. Análise e tratamento
5.1. Fichas das unidades industriais produtoras de resíduos
As unidades industriais analisadas podem dividir-se em 6 grupos sectoriais. De referir que uma
unidade industrial pode ter actividade em mais que um grupo sectorial. O sector alimentar é o mais
representativo com um total de 26 unidades industriais (fig.5).
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1
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Alimentar
Bebidas
Madeiras
Construções
Metalomecânico
Outros
Figura 5 – Unidades Industriais por sector A tabela 1 apresenta o número de unidades industriais dentro de cada sector de acordo com a
Classificação de Actividade Económica (CAE).
Sector Actividades
Alimentar
Abate de animais, preparação e conservação de carne e de produtos à base de carne 5 Preparação e conservação de peixes, crustáceos e moluscos 3 Preparação e conservação de frutos e de produtos hortícolas. 3 Indústria de lacticínios. 4 Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha. 8 Fabricação de outros produtos alimentares. 2 Fabricação de alimentos para animais. 1
Bebidas Indústria das bebidas. 2
Madeiras Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto mobiliário 5 Fabricação de mobiliário e de colchões. 2
Construções Fabricação de outros produtos minerais não metálicos. 7
Metalomecânico Fabricação de elementos de construção em metal 9 Mecânica geral 2 Reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos. 3
Outros Fabricação de artigos de borracha 1 Tabela 3 - Unidades Industriais por actividade
Verifica-se que as unidades industriais destinadas à fabricação de elementos de construção em
metal são as mais representativas, seguidas imediatamente pelas unidades destinadas à fabricação
de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha.
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0
5
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30Santa Maria
São Miguel
Terceira
Graciosa
São Jorge
Faial
Pico
Flores Figura 6 - Unidades Industriais por ilha Figura 7 - Unidades Industriais por classes Relativamente à distribuição espacial das unidades, é possível verificar no gráfico anterior, que a
grande maioria das unidades analisadas são da Ilha de S. Miguel com um total de 27 unidades,
seguido pela Terceira com 12 unidades.
Quanto às classes industriais, de acordo com os termos do Decreto Regulamentar Regional
nº40/92/A, de 7 de Outubro, a maioria enquadra-se na Classe B, com um número de trabalhadores
não superior a 20 e área coberta até 2000m2; 13 unidades enquadram-se na classe A e apenas 1 na
classe C.
5.1.1. Sector Alimentar
O sector alimentar é o que apresenta maior representatividade com um total de 26 unidades
industriais. Apesar de ser o grupo mais representativo é dos que fornece menor informação sobre a
gestão dos resíduos nos elementos processuais.
As actividades deste sector estão maioritariamente relacionadas com a panificação e pastelaria,
verificando também, um elevado número de actividades relacionadas com o abate de animais e
fabricação de produtos à base de carne.
Quanto aos resíduos produzidos neste sector são constituídos essencialmente por resíduos de
processo de natureza orgânica (restos de massa, pão e farinha; cascas de ovos), cinzas das
caldeiras/fornos, óleos alimentares usados e resíduos de embalagem (vidro, plástico, papel/cartão e
paletes de madeira). Estas unidades também se caracterizam por uma grande quantidade de
subprodutos de origem animal, como é o caso dos matadouros, unidades destinadas à desmancha de
carne e fabricação de produtos à base de carne.
Os resíduos de natureza orgânica são geralmente colocados em contentores para recolha pelos
Municípios, sendo também ocasional o encaminhamento destes resíduos para alimentação de
animais de criação.
Quanto às cinzas das caldeiras, as informações constantes nos processos não permitem tirar
qualquer conclusão.
Na maioria dos processos entrados na DRA é visível a preocupação na separação dos resíduos,
nomeadamente os de embalagem.
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5.1.2. Sector das bebidas
Os resíduos resultantes desta actividade são constituídos essencialmente por resíduos de natureza
orgânica (do processo produtivo e do tratamento de efluentes) e resíduos de embalagem (vidro,
plástico, papel/cartão e paletes).
Relativamente aos resíduos de natureza orgânica, são geralmente utilizados como fertilizante na
agricultura após compostagem.
Para os resíduos de embalagem, verifica-se que existem omissões nos elementos processuais
relativamente ao seu destino.
5.1.3. Sector Metalomecânico
O Grupo Metalomecânico é um sector com bastante diversidade, quer de produtos, quer de
operações.
As operações mais correntes deste sector de actividade são: corte e soldadura, maquinagem,
decapagem e pintura. Podem ainda aparecer operações de mecânica incluídas neste grupo de
actividades. Estas operações geralmente dão origem a resíduos industriais diversos, alguns dos
quais perigosos.
Os resíduos produzidos neste sector são essencialmente, restos de metais, granalha/escórias de
ferro, resíduos de soldadura, águas oleosas, óleos de maquinagem, latas de tintas, solventes usados,
óleos minerais usados e desperdícios têxteis, geralmente contaminados com resíduos perigosos.
Relativamente ao destino dos resíduos, verificam-se algumas práticas de entrega a unidades
licenciadas, visando a sua recuperação.
5.1.4. Sector da Construção
No Grupo Sectorial da Construção estão incluídas as actividades associadas à construção civil e
obras públicas, nomeadamente, fabricação de produtos de betão, fabricação de cimento, ou
unidades destinadas à extracção e transformação de produtos minerais.
Quanto aos resíduos, estes são essencialmente embalagens (plástico, papel, madeira, metal), restos
de matéria-prima, e óleos minerais provenientes da manutenção de equipamentos.
A maioria das unidades não identificou o destino final dos seus resíduos, no entanto foi possível
verificar que algumas unidades tentavam incorporar os resíduos no processo produtivo.
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5.1.5. Sector das Madeiras
As unidades de Serração e Carpintaria, que constituem o Grupo Sectorial das Madeiras, realizam
operações de corte/serragem, secagem (artificial em estufa ou natural) e operações de acabamento.
Algumas destas unidades produzem resíduos perigosos como é o caso de tintas, diluentes e
vernizes.
A maioria das unidades deste sector envia os seus resíduos de serradura e aparas para aviários ou
vacarias.
Verifica-se que um grande número de unidades deste sector reencaminha os seus resíduos para
operador licenciado para a sua gestão.
5.1.6. Outros
Neste ponto incluíram-se unidades pertencentes a actividades que não se enquadravam em nenhum
dos sectores descritos anteriormente, nomeadamente a recauchutagem de pneus.
Esta actividade permite, directa ou indirectamente, melhorar a gestão de resíduos, nomeadamente
na redução da produção de resíduos, intervindo no ciclo de vida dos produtos de forma a aumentar
a sua longevidade.
Pela única unidade analisada verifica-se que há separação dos resíduos, nomeadamente embalagens
e pó de borracha, sendo encaminhados para operadores licenciados.
5.2. Relatórios de vistoria de licenciamento industrial
Os dados sobre resíduos constantes dos relatórios de licenciamento industrial preenchido aquando a
realização de vistorias às unidades industriais são integrados numa base de dados em Microsoft
Access, à qual já foram incluídos 71 registos no período compreendido entre 01 de Outubro de
2008 e 01 de Setembro de 2009. No entanto estes dados não são fiáveis, visto que os relatórios de
vistoria nem sempre estão devidamente preenchidos (campos em branco ou dados discordantes).
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1
14
6
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4
0
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Alimentar
Bebidas
Madeiras
Construções
Metalomecânico
Outros
Figura 8 - Unidades industriais por sector
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O sector alimentar é o sector ao qual foram realizadas maior número de vistorias com um total de
28 unidades, seguido pelo sector Metalomecânico com 22 unidades.
Sector Actividades Alimentar Abate de animais, preparação e conservação de carne e de produtos à base de carne 9
Preparação e conservação de peixes, crustáceos e moluscos 3 Preparação e conservação de frutos e de produtos hortícolas. 1 Indústria de lacticínios. 3 Fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha. 12
Bebidas Indústria das bebidas. 1 Madeiras Indústrias da madeira e da cortiça e suas obras, excepto mobiliário 13
Fabricação de mobiliário e de colchões. 1 Construções Fabricação de outros produtos minerais não metálicos. 6 Metalomecânico Fabricação de elementos de construção em metal. 18
Reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos. 1 Fabricação de máquinas e de equipamentos, n. e. 1 Fabricação de outro equipamento de transporte. 1 Fabricação de reservatórios, recipientes, caldeiras e radiadores metálicos para aquecimento central
1
Outros Impressão e actividades dos serviços relacionados com a impressão. 3 Fabricação de outros produtos químicos. 1
Tabela 4 - Unidades industriais por actividade
Verifica-se que as unidades industriais destinadas à fabricação de elementos de construção em
metal são as mais representativas, seguidas pelas industrias da madeira e da cortiça e das unidades
destinadas à fabricação de produtos de padaria e outros produtos à base de farinha.
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20
4
RSU ou equiparados
Industriais e/ou RSU>1100l
nulo
Figura 9 - Tipologia de resíduos produzidos
De acordo com os dados dos relatórios, a grande maioria das unidades onde foram realizadas
vistorias produz resíduos equiparados a urbanos. No entanto, estes dados poderão estar incorrectos,
pois de acordo com as actividades desenvolvidas num grande número de unidades industriais,
deduz-se que estes produziriam resíduos industriais e não equiparados a urbanos como os relatórios
referiam. Foram considerados nulos os relatórios que não apresentavam este campo preenchido.
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Possui inscrição
Não possui Inscrição
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Reutil ização Prevenção
Não implementa medidas
Implementa medidas
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Triagem Armazenagem
Não adequada
Adequada
Verifica-se que a maioria das unidades industriais implementa medidas de prevenção e de
reutilização de resíduos, no entanto constata-se que as medidas de reutilização são mais aplicadas
que as de prevenção.
Das 71 unidades alvo de vistoria, 24 apresentam obrigatoriedade de registo no SIRAPA, sendo que
apenas 11 possuíam inscrição.
Figura 12 - Procedimentos de triagem /armazenagem
Relativamente à triagem e armazenagem, estas são efectuadas, de um modo geral de forma
adequada. No entanto o número de unidades que não faz a triagem e armazenagem de forma
adequada ainda é elevado.
Constatou-se que 19 unidades utilizavam as Guias de Acompanhamento de Resíduos (GAR) para
efectuarem o transporte de resíduos não urbanos. De referir que no universo das unidades que não
utilizam GAR estão também incluídas as unidades cuja responsabilidade de gestão de resíduos
pertence à autarquia.
19
Não Utiliza GAR
Utiliza GAR
Figura 11 -Medidas de Reutilização e Prevenção Figura 10 - Inscrição no SIRAPA
Figura 12 - Guias de transporte de resíduos
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0
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Embala Produtos Integra Sistema
Figura 13 - Embalagem de produtos
Das unidades que embalam produtos verifica-se que apenas metade cumpre com a obrigatoriedade
de integrar um sistema de gestão de embalagens.
5.3. Fichas das unidades comerciais produtoras de resíduos
No período compreendido entre 01 de Outubro de 2009 a 01 de Setembro de 2009 deram entrada na
DRA para parecer 5 projectos relativos a unidades comerciais.
No entanto os dados obtidos nos processos não permitem tirar qualquer conclusão sobre as
unidades.
6. Dificuldades na caracterização da produção
No âmbito da análise processual dos processos de licenciamento industrial e dos relatórios de
vistorias que são enviados à DSR, as principais dificuldades encontradas na caracterização das
unidades produtoras de resíduos são as seguintes:
• Caracterização incompleta da unidade nos elementos processuais;
• Ausência ou deficiente informação nos elementos processuais sobre a caracterização das
actividades desenvolvidas na unidade;
• Ausência ou deficiente informação nos elementos processuais relativamente à produção e
gestão de resíduos;
• Relatórios de vistoria indevidamente preenchidos, ou com omissões.
O desconhecimento do processo de produção também acrescenta dificuldades ao nível da
caracterização dos resíduos produzidos na unidade, sendo que, a participação nas diversas visitas
realizadas às unidades industriais no âmbito do licenciamento industrial têm sido vantajosas para
ultrapassar esta questão.
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7. Fluxogramas
Com vista a entender o processo produtivo, bem como os resíduos resultantes deste, foram criados
fluxogramas com a descrição da entrada de matérias-primas e saída de produtos e resíduos para
cada actividade. Estes fluxogramas foram criados através do conhecimento adquirido nas vistorias e
na análise dos processos de licenciamento industrial.
Encontram-se assinaladas a cor, as substâncias e objectos classificados como subprodutos.
7.1. Sector alimentar
7.1.1. Abate de animais
7.1.2. Desmancha
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7.1.3. Enchidos
Corte da carneCarne
Mistura (carnes, ingredientes)Ingredientes
Repouso
Enchimento
Fumeiro /cozedura
Restos de carneEmbalagens
Embalamento e acondicionamento
Expedição/venda
MadeirasCombustiveis Cinzas
Embalagens danificadas
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7.1.4. Preparação e conservação de peixes
7.1.5. Panificação
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7.1.6. Pastelaria
Mistura das matérias primas
MargarinasOvos
FarinhaLeite
AçucarAditivos
Restos de massaEmbalagens
Desperdícios (cascas de ovo, restos de farinha)
Batedeiras
Mesa de trabalho
Fogão
Cremes, recheios, coberturas
Restos de massa
Fornos/Fritadeiras
Expedição/venda
Mesa de trabalho
Óleos alimentares usados
EmbalagemAcondicionamento
Embalagens danificadasPapel/cartão
Produto rejeitado
7.2. Sector das bebidas
7.2.1. Produção de vinho
Recepção de uvas
Desengace e esmagamento Resíduos de tecidos vegetais
Prensagem Resíduos de tecidos vegetais
FermentaçãoEnvelhecimento
Resíduos de sedimentação
EngarrafamentoPaletização para expedição
Embalagens de papel - cartãoEmbalagens de madeira Embalagens compósitas
Embalagens de vidro
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7.3. Sector Metalomecânico
7.3.1. Construção e reparação de barcos
MadeiraOutros
LixagemLimpeza
Resíduos de remoção de tintaResíduos de madeira
Lixas usadas
Corte Resíduos de madeiraResíduos de metal
Moldagem
Fibra de vidroEmbalagens
Gelcouto e resinas curadasAbsorventes/ materiais de limpeza
Aprestamento
Resíduos de madeiraÓleos de maquinagem
Baterias usadasAbsorventes
Materiais de Limpeza
Pintura
EmbalagensAbsorventes
Materiais de LimpezaMateriais filtrantes
Vestuário de protecção
Fibra de vidro
7.3.2. Fabricação de portas, janelas e elementos similares em metal
Corte
Soldadura
Acabamentos
Expedição
Chapa ou peça metálica RecepçãoArmazenagem
Embalagens de cartãoEmbalagens de plásticoCintas metálicas/plástico
Óleos de maquinagemLimalhas
Restos de metal
Óleos de maquinagemResíduos de soldadura
Material de LimpezaVidroOutros componentes
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7.4. Sector da Construção
7.4.1. Britagem de pedra
7.4.2. Fabricação de cimento e fabricação de produtos á base de betão
Dosagem/pesagem
Areias
Mistura/ betoneiras
Moldes
Óleos de maquinariaRestos de Betão
Expedição de betão prontoFerro
Secagem
Expedição de produtos à base de betão
Aparas/ limalhasRestos de betão
Cimento Aditivos
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7.5. Sector das Madeiras
7.5.1. Carpintaria
7.6. Outros
7.6.1. Recauchutagem de pneus
Pneus usados Inspecção Pneus rejeitados
Preparação da CarcaçaConserto
Pó de borrachaLixas usadas
Resíduos de embalagensResíduos de cola
Inspecção/ Verificação
Vulcanização
Construção do pneu
Pneus rejeitados
Expedição/Venda
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8. Boas práticas – por actividade
São apresentadas, seguidamente, algumas práticas ambientais relacionadas com a prevenção e gestão de resíduos que podem ser adoptadas pelas
unidades industriais, bem como as vantagens decorrentes da sua implementação.
8.1. Sector Alimentar
Vantagens Boas práticas
Reduzir o consumo de
matérias-primas
Reduzir despesas
Cumprir com as obrigações
legais
Reduzir custos com a gestão de resíduos
Melhorar a imagem da
empresa perante o cliente
Melhorar o desempenho ambiental da
actividade
Melhorar o desempenho
operacional da actividade
Utilizar e produzir produtos recicláveis
Utilizar a menor quantidade de material para a apresentação do produto
Incorporar ao máximo as sobras no processo produtivo.
Sempre que seja possível e economicamente viável, mandar reparar em vez de comprar novo.
Procurar adquirir produtos duradouros e com pouca embalagem
Comprar produtos a granel ou em embalagens de grande tamanho.
Manter os funcionários informados da correcta gestão de resíduos.
Criar condições para a separação dos resíduos com vista à recolha selectiva, designadamente através de ecopontos internos
Fazer a correcta separação dos resíduos em função das suas características, classificando-os e depositando-os em contentores separados
Os resíduos devem ser entregues a uma entidade autorizada para a sua recolha e gestão.
Guardar os óleos alimentares usados para fazer a entrega a operadores licenciados para a sua gestão
Separar os resíduos perigosos dos restantes resíduos
Substituir o papel de cozinha por panos ou guardanapos de tecido
Reutilizar os sacos de compras, ou utiliza-los como sacos para o lixo
Controlar periodicamente o período de validade dos produtos
As matérias fermentáveis podem ser recolhidas separadamente e tratadas por compostagem.
Alguns dos resíduos podem ser utilizados para rações animais.
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8.2. Sector das Bebidas
Vantagens Boas práticas
Reduzir o consumo de
matérias-primas
Reduzir despesas
Cumprir com as obrigações
legais
Reduzir custos com a gestão de resíduos
Melhorar a imagem da
empresa perante o cliente
Melhorar o desempenho ambiental da
actividade
Melhorar o desempenho operacional
da actividade
As matérias fermentáveis podem ser recolhidas separadamente e tratadas por compostagem.
Criar condições para a separação dos resíduos com vista à recolha selectiva, designadamente através de ecopontos internos
Os resíduos devem ser entregues a uma entidade autorizada para a sua recolha e gestão.
Utilizar a menor quantidade de material para a apresentação do produto
Utilizar e produzir produtos recicláveis
Manter os funcionários informados da correcta gestão de resíduos.
Fazer a correcta separação dos resíduos em função das suas características, classificando-os e depositando-os em contentores separados
Separar os resíduos perigosos dos restantes resíduos
8.3. Sector Metalomecânico
Vantagens Boas práticas
Reduzir o consumo de
matérias-primas
Reduzir despesas
Cumprir com as obrigações
legais
Reduzir custos com a gestão de resíduos
Melhorar a imagem da
empresa perante o cliente
Melhorar o desempenho ambiental da
actividade
Melhorar o desempenho operacional
da actividade Utilizar e produzir produtos recicláveis
Procurar que as características do produto sejam as menos perigosas possíveis. Utilizar a menor quantidade de material para a apresentação do produto
Incorporar ao máximo as sobras no processo produtivo. Sempre que seja possível e economicamente viável, mandar reparar em vez de comprar novo.
Manter os funcionários informados da correcta gestão de resíduos. Criar condições para a separação dos resíduos com vista à recolha selectiva, designadamente através de ecopontos internos
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Fazer a correcta separação dos resíduos em função das suas características, classificando-os e depositando-os em contentores separados
Separar os resíduos perigosos dos restantes resíduos Separação e armazenamento temporário dos resíduos para posterior entrega a uma entidade licenciada para a sua gestão
Utilização de embalagens de tinta reutilizáveis ou de maior volumetria e entrega das latas com baixo grau de contaminação para reciclagem.
Entrega dos pneus a uma entidade autorizada para a sua gestão, preferencialmente para recauchutagem ou reconstituição dos pneus
Entrega das baterias ao fornecedor aquando da aquisição de baterias novas ou entrega a outra entidade autorizada, com vista à sua valorização.
Armazenamento temporário dos resíduos contaminados com óleos em zona impermeabilizada e coberta.
Recolha separativa dos desperdícios têxteis muito contaminados com resíduos perigosos para entrega a uma entidade licenciada para a sua recepção.
Utilizar no processo produtivo materiais com as menores características de perigosidade possíveis.
Renovação do equipamento que permita gerir de forma mais eficaz o consumo de matérias-primas
8.4. Sector da Construção
Vantagens Boas práticas
Reduzir o consumo de
matérias-primas
Reduzir despesas
Cumprir com as obrigações
legais
Reduzir custos com a gestão de resíduos
Melhorar a imagem da
empresa perante o cliente
Melhorar o desempenho ambiental da
actividade
Melhorar o desempenho operacional
da actividade Incorporar ao máximo as sobras no processo produtivo. Sempre que seja possível e economicamente viável, mandar reparar em vez de comprar novo.
Manter os funcionários informados da correcta gestão de resíduos. Criar condições para a separação dos resíduos com vista à recolha selectiva, designadamente através de ecopontos internos
Fazer a correcta separação dos resíduos em função das suas características, classificando-os e depositando-os em contentores separados
Separar os resíduos perigosos dos restantes resíduos Separação e armazenamento temporário dos resíduos para posterior entrega a uma entidade licenciada para a sua gestão
Entrega dos entulhos a entidades autorizadas para a sua gestão, preferencialmente, para valorização dos materiais (ferro, inertes, madeiras, etc.). Favorecer a reciclagem de betão pronto não utilizado de betoneiras
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Separação e armazenamento temporário dos óleos usados para posterior entrega a uma entidade licenciada para a sua gestão
Triagem dos materiais de embalagens diversas e entrega para valorização a entidades licenciadas.
8.5. Sector das Madeiras
Vantagens Boas práticas
Reduzir o consumo de
matérias-primas
Reduzir despesas
Cumprir com as obrigações
legais
Reduzir custos com a gestão de resíduos
Melhorar a imagem da
empresa perante o cliente
Melhorar o desempenho ambiental da
actividade
Melhorar o desempenho operacional
da actividade Procurar que as características do produto sejam as menos perigosas possíveis. Utilizar a menor quantidade de material para a apresentação do produto Incorporar ao máximo as sobras no processo produtivo. Sempre que seja possível e economicamente viável, mandar reparar em vez de comprar novo.
Manter os funcionários informados da correcta gestão de resíduos. Criar condições para a separação dos resíduos com vista à recolha selectiva, designadamente através de ecopontos internos
Fazer a correcta separação dos resíduos em função das suas características, classificando-os e depositando-os em contentores separados
Separar os resíduos perigosos dos restantes resíduos Separação e armazenamento temporário dos resíduos para posterior entrega a uma entidade licenciada para a sua gestão
Utilizar no processo produtivo materiais com as menores características de perigosidade possíveis.
Valorização energética dos resíduos nas caldeiras das estufas de secagem de madeira e em fornos de padarias
Triagem dos materiais de embalagens e entrega para valorização a entidades licenciadas
Valorização dos resíduos para utilização em aviários, vacarias e outros fins.
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9. Análise SWOT
Apresenta-se seguidamente, uma análise ao projecto de estágio onde são registadas as forças e
fraquezas do estágio, bem como as ameaças e oportunidades a potenciar e explorar.
Pontos Fortes Pontos Fracos
Melhor conhecimento da realidade ao nível da gestão de resíduos industriais; Tratar, organizar e relacionar informação dispersa; Disponibilizar informação tornando-a mais acessível.
Pouco conhecimento dos produtores de resíduos sobre as suas obrigações legais; Fraca expressão ao nível de implementação de medidas de prevenção e reutilização; Carência de informação base.
Oportunidades Ameaças
Promover uma gestão adequada dos resíduos da RAA; Incentivar a prevenção da produção de resíduos; Obrigações legais actuais; Transposição da Directiva 2008/98/CE; Um melhor conhecimento da produção de resíduos poderá favorecer o surgimento de soluções para os mesmos; Esclarecer e formar os produtores e operadores de resíduos.
Insularidade; Distância significativa ao território continental; Inexistência de destinos finais adequados a nível local; Elevados custos para o correcto encaminhamento dos resíduos; Falta de soluções a nível local para a valorização de resíduos; Dificuldades no cumprimento das obrigações legais.