Impacto Ambiental Setembro/2012

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    Ideias Verdes

    Sustentabilidade em sua

    cidade e no seu dia-a-dia

    Entrevista com os candidatos prefeitura da Bauru

    Eleies

    Poluio sonora

    Setembro de 2012 - Publicao Mensal - Uma experincia em Jornalismo Ambiental

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    EDITORIAL

    Expediente

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    Um a m a n h m e l h o r p ae p a r a o p l a n e t a

    EDITORIAL

    Agora voc pode saber sobre o me ioambiente bauruense pela Internet!

    No Facebook, curta a pg ina Jornal Impac-to Amb iental ou env ie um e-ma il para:impactoamb iental jornal@gma il.com

    Falecom agente!

    Publicao realizada por estudantes de Jornalismo da Universidade EstadualPaulista Jlio de Mesquita Filho (UNESP de Bauru) com apoio da Pr-Rei-toria de Extenso Universitria (PROEX) e o Programa JC na Escola.

    Ser jovem no sculo XXI no uma tare acil. Alm de nos preocuparmos com o nos-

    so presente e uturo, devemos nos interessarda mesma orma pelo meio ambiente e peloplaneta. O Impacto Ambiental e o JC naEscola buscam te ajudar nas duas coisas.

    Todas as reportagens objetivam te dar dicasde como preservar a natureza, ou ao menosincentivar uma refexo a respeito do tema,garantindo seu uturo, mas tambm melho-rando o seu modo de vida imediatamente.

    Porm, pensar em um uturo melhor paravoc, leitor, sem estimular o seu desenvolvi-mento educacional, impossvel. Entre os dias17/09 e 11/10 esto abertas as inscries parao vestibular da Unesp, e o valor para alunosque cursaram ensino pblico de R$ 32,50,contanto que peguem um cdigo de acesso nasecretaria da sua escola (saiba mais no site blo-gunesp.vunesp.com.br). Como o Impacto Am-biental tem dois reprteres que estudaram emescolas pblicas bauruenses (a Isabela Gior-dan no Morais Pacheco, e o Higor Boconcelono Guedes de Azevedo do Pagani), temos plenacerteza se voc realmente quiser estudar aqui,na Universidade Estadual Paulista, conseguir.

    Esperamos te encontrar nos corredoresno ano que vem,

    A re da o

    Diretor Administrativo e Marketing: Renato Delicato ZaidenDiretor Industrial e de Tecnologia: Marco Antonio C.OliveiraGerente de Produtos Editoriais: Joo JabbourJornalista Responsvel: Giselle HilrioEditora Executiva: Marcia DuranGerente Industrial: Clio MarcosGerente Comercial e de Marketing: Joo Carlos do AmaralGerente de Tec. da Informao: Evandro Ferreira CampanhaCoordenador do JC na Escola: Srgio Roberto de Moura Purini

    Orientador: Pedro Celso Campos (MTB 186)Editora: Jssika ElizandraCoordenadora de Reportagem: Fernanda VillaDiagramadora: Cristina CoratInfogra a:Fernanda Sousa e Henrique CatalaniIlustraes: Danilo Rodrigues, Miguel Andr Porte-zani e Yuri CamposReprteres: Agnes Sofa, Bibiana Garrido, Higor BoconceloIsabela Giordan, Isabella Holouka, Joo Pedro Ferreira, Le-tcia Ferreira, Marcia Villan, Thales Valeriani e Willy Delvalle

    Tiragem: 2.000 exemplares

    R o d r i g o

    D u a r t e

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    O m e u q u a r t o a m i n h aComo um olhar diferenciado, aliado reutilizao de objetos e materiais, pode

    revolucionar o seu espao preferido da casaIsabella Holouka

    Infelizmente nem sempreas ruas tem lixeiras, en-to, quando for pa ssear,leve sacolinhas plsti-cas para colocar o lixi-nho do passeio e jogarquando voltar pra casa.

    Para descansar, ler, estudar, passar um tem-po sozinho ou com amigos, todos precisamosde um cantinho para chamar de nosso. No hnada melhor que ter em casa um lugar acon-chegante, que revele a personalidade do dono.

    Mas nem sempre possvel manter a de-corao do nosso quarto na ltima moda. Como tempo, aquele criado-mudo pode parecer ve-

    lho, voc pode enjoar da cor das paredes e a es-crivaninha perder a graa. Como dar um visualnovo a esse ambiente, de um jeito simples e di-vertido, e sem gastar uma ortuna? Com cria-tividade e bom gosto. Hoje existem vriastcnicas simples de reaproveitar o que jse tem e deixar tudo com cara nova, oque a irma a arquitet a Maria Antonia Zeca.

    E realmente no di cil. Trocar a moblia de

    lugar e mudar as roupas de cama so aes que j azem muita di erena. As paredes podem -car mais charmosas se orem revestidas de teci-dos, espelhos, adesivos ou pginas de revistas.E a escrivaninha, com de otos, recados ou fores.

    Dando um jeitinho com o que j se tem emcasa, possvel economizar e tambm conse-guir um bom passatempo. Este oi um dosganhos apontados por Ra aella Holouka, quegosta de revestir e pintar caixas de papelopara organizar suas coisas. Ela conta que, halgum tempo atrs, percebeu que seria tilter um apoio para ler sentada na cama, ento

    cortou uma caixa grande de modo que conse-guisse icar com as pernas esticadas dentrodesta e revestiu com papel de jornal. Almde reciclar e reutilizar materiais que iriampara o lixo da minha casa, criei um objeto que muito til para mim, ela conclui orgulhosa.

    Manter conscincia ambiental uma atitu-de que tm pesado nas decises daqueles queprocuram um pro ssional para decorar um

    ambiente. A designer de interiores GlauciaFerreira conta que as pessoas hoje tm umaconscincia maior quanto aos materiais queescolhem para compor suas casas e tambmse preocupam com o que podem economizar.

    Como exemplo, e la apontou a ten-dncia que se tornou envernizar m-v ei s a nt ig os em c o r e s i n u s i t a d a s .

    S resta , portanto, decidir como equais mater iais ut i l izar. Garra as pet ,papelo, tecidos, otogra ias , potes eo bj et os d i e r e n t e s m a r c a m p r e -s e n a n a s c a s a s d e q u a l q u e r u m ,b a s t a t e r u m p o u c o d e c r i a t i v i -d a d e , d e p l an e j am e nt o e t e mp o li v re .

    O reaproveitamento inusitado de objetos comunsd um toque divertido e nico decorao

    (http://diygadgets.blogspot.com.br/)

    IDEIAS VERDES

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    O p a r q u e s e m l i m i t e s Alunos da Unesp criam projeto que objetiva revitalizar o Vitria Rgia

    Texto: Thales Valeriani

    So trs da tarde e Antnio*, 12,e seu meio i rmo Rafael*, 11, nadamna lagoa do Parque Vitr ia Rgia, emBauru. Ignoram o movimento da Ave-nida Naes Unidas e das pessoas que

    visi tam o Parque. Querem mergulhar. Apenas um pouco de diverso poucoo fe re ci da p el a C i d a d e S e m L i m i t e s .

    Deixaram de i r aula para estaremali . J que, como toda cr iana, e lestm direi to ao lazer, por que no exer-c- lo naquele lago? Quando interroga-dos sobre a reforma que os alunos deengenharia da Unesp faro no Vitr ia ,

    eles no demonstram interesse. Aju-dar? Nem pensar! Que outros venhamplantar mudas e dar ideias - se julgamd e sa s tr ad o s d e ma i s p a ra f a z e r i s s o .

    No dia da ao, 22 de setembro, haverpelo Parque fotos e crnicas resultantes deconcursos que sero organizados pelos futu-ros engenheiros. Pelo visto, nenhuma delasser de Antnio ou de Rafael. Sem problemas.

    S e m e s p a o p a r a p r e c o n c e i t o se l i m i t e s p a r a c o n v i v n c i a . As-sim deve ser o pr incipal car to postald a ci da de qu e se qu er s e m l i m i t e s .

    * O n o m e d a s c r i a n a s f o i m u d a d oc o m o i n t u i t o d e p r e s e r v - l a s .

    A iniciativa para a revitalizao veioda FEB (Faculdade de Engenharia deBauru), e algumas das obras propostasso melhora na iluminao, pintura dasarquibancadas e colocao de bancos

    para as crianas, idosos e jovens se sen-tarem. O Vitria ganhar tambm umagrama nova, plantas e rvores. Quemquiser a judar, pode comprar adesivosou doar alguma quant ia em dinheiroem postos de arrecadao que seroespalhados pela cidade. J opinies esugestes, devem ser enviadas para apgina Ao vivo e em cores, que divul-

    ga os detalhes da ao no Facebook.Com a reforma espera-se que ca-sais , cr ianas, idosos e jovens vol tema frequentar o Parque para fazer ca-minhadas ou outras at ividades ao arli vr e. Que o Vitria volte a ser um canto bu-clico entre uma das avenidas mais movimen-tadas de Bauru e o grandioso hospital univer-sitrio que deve ser ina ug urad o em brev e.

    Lixo no Vitria:um problema crnico

    Lagoa onde algumas crianas nadamno Parque; ao fundo o An teatro

    Verifique se o seu can-didato (ou o do seu pai)

    joga panfletos ou santi-nhos na rua. Um polticoque antes mesmo de ser

    eleito j no respeita omeio-ambiente, com cer-teza no o far depois.

    Fotos: Monique Nascimento

    IDEIAS VERDES

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    Ol h o m a i o r q u e a b a r rO problema do desperdcio de alimentos e o que podemos fazer

    Texto: Marcia Villan

    Cansado de ficar em casasem ter o que fazer? Dumas voltas de bicicletapela cidade, alm de fazerum exerccio fsico, vocvai conhec-la melhor.

    Sabe aquele restinho de comida que dei-xamos no prato? A ruta que estraga porquedemoramos para comer? O nariz torto que agente az quando nossa me requenta o ei- jo de ontem? Quando esses alimentos vo

    para o lixo estamos desperdiando.Segundo o Programa Fome Zero, no Bra-sil, 44 milhes de cidados passam ome.Em contrapartida, um tero dos alimen-tos que compramos vai para o lixo, comomostra um estudo realizado pelo Instituto Akatu. Fal ta daqui, sobra dali!

    Para equilibrar essa balana, como con-sumidores conscientes, precisamos saber

    de nossas necessidades nutricionais, trans-ormar nossa realidade a partir dos atos deconsumo do dia a dia, e in luenciar os h-bitos de consumo de nossa comunidade,comeando, claro, em casa.

    possvel azer a di erena coma t i t u d e s s i m p l e s .

    PlanejeAntes de ir ao supermercado, d uma boa olhada

    na geladeira e armrios para ver os alimentos quetem e aa uma lista do que alta, j pensando emreceitas que vo utilizar o que est na dispensa.

    No v s compras com ome. O ape-tite nos az comprar coisas desneces-srias e em uma quantidade maior.

    Siga a lista que preparou. No se impres-sione com as propagandas que associam osprodutos beleza e ao prazer e nem com-pre em grandes quantidades para aprovei-tar o ertas. Comer a mesma coisa por muitotempo enjoa e o alimento vai estragar.

    A compra de hortalias, rutas e ver-duras deve ser eita semanalmente, parae s t a r t u d o s e m p r e r e s q u i n h o .

    SelecioneN o s u p e r m e r c a d o , i q u e d e

    o l h o n a v a l i d a d e d o s a l i m e n t o s .Para os produtos em conserva e enla-

    tados ique atento integridade das emba-lagens. Se estiverem rasgadas, amassadas,en errujadas ou estu adas no compre.

    Comer bem signifca tambm aproveitar osprodutos de cada estao do ano. As rutas,verduras, legumes e gros fcam mais baratose tm melhor qualidade em sua poca.

    Na hora de cozinhar, procure preparar amesma quantidade que vai para o prato, paraevitar as sobras. E na hora de azer o seu pra-to melhor colocar menos e repetir do quedeixar aquele restinho que acaba no lixo.

    Apro ve ite melhor os alimento sTalos e olhas de legumes e verduras

    so bastante nutritivos e podem renderpratos saborosos. Crus eles compe sa-ladas, cozidos so usados em temperos esopas e re ogados em recheio de tortas.

    D para reciclar alimentos tambm. J pensou nis-so? A sobra do macarro de ontem, com um poucode maionese e uma lata seleta de legumes vira umadeliciosa salada. E aquele po que icou duro?

    Corte em atias, passe manteiga, salpiqueorgano e sal e leve ao orno para dourar. Atorradinhas temperadas icam timas parao lanche da tarde ou no acompanhamentode sopas.

    Guarde tudo direitinhoA melhor orma de armazenar os alimentos

    secos que vm em sacos como o arroz, o eijo earinha na prpria embalagem do produto. Tire

    o ar da parte vazia e eche o saco com um prendedo A embalagem, alm de identifcar o alimento, tem oprazo de validade que a gente deve acompanhar.

    IDEIAS VERDES

    Infogr co: Fernanda Sousa Ilustrao: Danilo Rodrigues

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    Um m a l i n v i s v e l Expor-se a rudos em excesso pode gerar consequncias longo prazo

    Texto : Letcia Ferreira

    Antes de votar, conhe-a o his tr ico da pes-soa a quem pretendedar seu voto. A inter-net pode ser mui to t i lnessa pesquisa .

    Trnsito, barulho dos vizinhos, ouvirmsica alta no celular ou no carro, shows,praa de alimentao do shopping, sinalpara o intervalo e at o prprio inter va-lo. Estas e outras situaes produzemuma quantidade de rudos que, apesarde voc nem imaginar, resultam emum grave problema ambiental.

    A poluio sonora (como chamada) apontada pela Organizao Mundialda Sade (OMS) como o terceiro maiorproblema ambiental do planeta, atrssomente da poluio do ar e da gua.

    importante, porm, saber diferenciarsons normais e que fazem parte do meio emque vivemos, de outros que extrapolam epassam a prejudicar a sade. A distino en-tre som e rudo pode te ajudar nisto: o rudopode ser considerado um barulho indesej-vel ou desagradvel, enquanto o som jus-tamente o contrrio, agradvel e harmnico.

    Este tipo de poluio consiste na con-taminao ambiental causada pelo ru-do, principalmente em reas habitadas, o que explica Srgio Luiz Garavelli ,fsico e s p e c i a l i z a d o n o a s s u n t o .

    O decibel (Db) uma forma de men-surar os rudos existentes nos aparelhos eno meio ambiente. Atravs dele foram es-tabelecidos pela OMS os limites de baru-lhos prejudiciais ou no sade humana.Os rudos acima de 55 decibis so consi-derados perigosos ( o caso do trnsito).

    Morreu de barulhoOs problemas causados pela po-

    luio sonora variam de acordo com aquantidade de decibis e tempo de ex-posio do indivduo a eles. Vo desdedificuldade em relaxar e perda de con-centrao, at diminuio das defesasdo organismo, desequilbrio hormo-nal, estresse degenerativo, infecese au me nt o d o r i s c o d e e n f a r t e .

    Tu t preso, rap!A Constituio Brasileira prev a res-

    ponsabilidade do Estado e dos municpiosde assegurarem a sade pblica e um meioambiente equilibrado. Outras leis nasquais se enquadra a poluio sonora so a9.065/98 - Art. 54. (Fica proibido causarpoluio de qualquer natureza em nveistais que resultem ou possam resultar emdanos sade humana, ou que provoquema mortandade de animais ou a destruiosignificativa da flora. Pena: recluso, deum a quatro anos, e multa) e outras es-pecficas para rudos em carros novos ouusados, eletrodomsticos, brinquedos ereas prximas a aeroportos habitadas.Para Marco Nabuco, conselheiro da So-ciedade Brasileira de Acstica, faltafiscalizao, pelo menos fiscalizaoeficiente, portanto, isso que vocdeve exigir dos polticos que elege.

    Em Bauru os problemas com polui-o sonora so recorrentes, principal-mente devido a festas, gritos, e somalto em casas e no trnsito. As auto-ridades da cidade pretendem ser maisrgidas usando a lei de poluio am-biental tambm no trnsito. Alm dis-so, na cmara municipal, um projetosolicita EMDURB, empresa respon-svel pelo transporte pblico, uma re-gulamentao que no permita o usode aparelhos mp3 ou celulares sem fo-nes de ouvido dentro do nibus.

    bARULHO FAZ MAL?

    Nmerode decibis

    Danosao organismo

    at 50 dB(cochicho) nenhum

    55 a 65 dB(beb chorando)

    nvel de irritao, per-da de concentrao

    65 a 70 dB(bares e restauran-

    tes lotados)

    diminuio da resis-tncia imunolgica,desequilbrio na libe-rao de hormnios

    75 a 80 dB(tele one tocando)

    aumento de riscosde in arte, in ec-es, entre outrasdoenas srias

    95 a 115 dB(shows, alto alan-

    tes, caminhes)

    risco de perda au-ditiva, temporriaou defnitiva

    Se somos expostos a rudos acima de 40decibis durante a fase mais profunda dosono, so afetadas a recuperao fsica, acriatividade mental e o equilbrio psicolgi-co, o que aponta o neurofisiologista Fer-nando Pimentel de Souza. Em condies

    extremas, como barulhos acima de 100decibis, podemos chegar surdez e ou-tras modalidades de perda auditiva. Essevolume alcanado em shows, por exemplo.

    SADE

    Infogr co: Cristina Corat

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    Ex p a n d i r o u p r e s e r v a r A necessidade de preservao do Cerrado coloca a UNESP num verdadeiro im-

    passe: como se expandir sem destruir um bioma que j foi to devastado?

    Texto: Willy Delvalle

    Voc sabia que cerca de 45% do do-mnio do Cerrado se tornou pastagense lavouras? Isso sem contar as reasdesmatadas ao longo dos anos! Aju-

    de a preservar. Se souber de irregula-ridades ou desmatamento, denunciepara a PM Ambiental Brasil.(www.pmambientalbrasil.org.br)

    comum se re erirem a ele como o biomadas rvores retorcidas. verdade, essa uma desuas principais caractersticas, mas o Cerrado muito mais do que isso. Ele dono, por exemplo,de um tero da biodiversidade do pas, abrigan-do desde ungos endmicos, ou seja, que vivemapenas nessa regio, a eras que surpreendempela beleza, como a ona sussuarana - ou onaparda. Isso, alm de diversos sabores de rutas,como o do piqui ou o da deliciosa seriguela. Oproblema que toda essa riqueza exuberan-te vem sendo devastada h dcadas. Hoje, suanecessidade de preservao coloca instituiescomo a Unesp Bauru, que est cercada da vege-tao por quase todos os lados, num grande im-passe: para onde ela vai crescer sem desmatar?

    A necessidade de expanso do cmpus urgen-te! A cada ano novos alunos chegam e re oramas antigas reivindicaes. Desde o fm da dcadade 80, por exemplo, quando a Unesp se instalouna rea que era antes a Fundao Educacional deBauru, os estudantes vem exigindo a construode uma moradia estudantil. Segundo GuilhermeWeimann, membro do Centro Acadmico de Co-municao Florestan Fernandes (CACOFF), umdos movimentos estudantis na universidade, aquesto ambiental j oi um dos motivos alegadospelas autoridades da instituio para no daremincio construo da moradia. Porm, no enten-dimento dele, esse motivo merece desconfana:o prprio campus j oi construdo numa reaverde. Departamentos podem ser construdos,lagos tambm, agora vir com a desculpa que novai rolar moradia, r.u (restaurante universit-rio) por causa de licena ambiental estranho.

    A const ruo do rest au rante un iver si t-rio (mais conhecido como R.U.) tambm outra reivindicao antiga, queapesar de j estar em andamento, s vaicomear a uncionar no ano que vem.

    De ato, a questo ambiental se deparouvrias vezes com ambas as exigncias. Paraconstruir a moradia estudantil oi necessriodesmatar. Quanto escolha do local do R.U.que est numa regio lateral do cmpus, acon-teceu em uno do Cerrado, segundo o vicediretor do Grupo de Administrao do Cm-pus (GAC), Olavo Speranza de Arruda. Comexplica ele, o ideal que o restaurante osscontrudo numa rea central da universida-de, acilitando o acesso dos alunos das tr

    aculdades. S que para isso seria necessridesmatar outra rea. Olavo, que tambm bi-logo e diretor da Faculdade de Cincias, noconta que az parte dos planos da Unesp Bauru construir novos laboratrios esse ano.

    O lago a que Weimann se re ere oi construdoao lado de uma das cantinas do campus, custan-do, segundo ele, cerca de 15 mil reais, enquan-to os estudantes ainda aziam presso para quea Unesp comeasse a construir a moradia queabrigaria os alunos de baixa renda na instituio.

    Resultado: s esse ano que os primei-ros blocos da moradia oram concludos. Sodois, que vo comportar 64 alunos socioeco-nomicamente carentes. Para uma universi-dade em que estudam mais de 6 mil pessoas,esse nmero de vagas parece insu iciente,no mesmo? O empreendimento tambm alvo de outras crticas, principalmente re-

    erentes sua localizao. Para ir da univer-sidade ao cmpus, o aluno ter que atraves-sar uma rea de rodovia, perigosa, desertae pouco iluminada. Os blocos tampouco soprximos de algum comrcio, como super-mercado, armcia, ou padaria. menor a

    rota de de nibus circulando pela regio.

    ESPECIAL

    Infogr co: Henrique Catalani Ilustrao: Miguel Portezani

    ESPECIAL

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    ESPECIAL

    Confira se o canditado deseus famil iares tem pro-postas ambientais em seuplano de governo.

    ESPECIAL

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    RODOVI A

    O movimento estudantil da Cacoff, da galerade Comunicao, est sem sede. O Cacoffutiliza a sala do Dadica, outro grupo domovimento estudantil que, por enquanto, estinativo. J tentaram conseguir uma sede, mas aresposta, quando obtiveram, foi taxativa: no hespao.

    M O R A D I A

    E S T U D A N T I L

    R E A D E

    C O M P E N S A O

    R E S T A U R A N T E

    U N I V E R S I T R I

    U N E S P CAMPUS BAURU

    ENTENDA OS IMPASSES AMBIENTAIS VIVIDOS PELA UNESP BAURU

    SALAS DE AU LA

    40 sMUNDO

    PERDIDO

    !

    Atrs de um dos departamentos de EducaoFsica, a rea que, no passado, foi campo de

    golfe, alm de ter sido usada pela prefeitura paraservir de emprstimo de terras serve de destinodos galhos das rvores removidas dos locaisdesmatados. Esse processo chamado detransposio de galhos e um projeto decompensao ambiental coordenado peloprofessor da UNESP, Osmar Cavassan. S paravoc entender, emprstimo de terras umprocedimento de uso das terras de um lugar paraconstrues de outro. No caso da prefeitura, parasuas obras. S que a rea no havia sidorestaurada e sim abandonada. Metade da rea jfoi recuperada. Mas, e quando o for na suatotalidade? Onde mais compensar a rea queest sendo destruda?

    Como voc pode ver, ele est numadas laterais do campus. A rea em queele seria originalmente construdo seria alocalizada atrs do AnfiteatroGuilhermo. O problema que no localh exemplares do pequi e do angicopreto, rvores ameaadas de extino noCerrado. Por isso, optou-se por onde eleest sendo construdo agora, em frente

    A rea onde os dois blocosque vo abrigar 64 estudantes

    foi desmatada para dar lugar moradia. Fica numa rea maliluminada, distante do cmpus,de comrcios, farmcias, menorfrota de nibus... Perguntado porque o local foi escolhido, ovice-diretor do GAC (GrupoAdministrativo do Cmpus),Olavo Speranza de Arruda, nosabe o motivo, alegando queessa foi uma escolha tomada naadministrao anterior.

    Prxima dali, h outra rea bastantedesgastada no passado, aqueles temposem que a preocupao com o Cerrado erazero. O problema que esse desgaste foitanto que nem com a ajuda da tecnologiaser possvel recuper-la. Existe umprojeto de construir o Centro de Pesquisa,Divulgao e EducaoCientfico-Tecnolgica (CPDEC), que serusado, alm da UNESP, pela UNICAMP epela USP.

    Construir em reas velhas e com estruturainadequada, como as salas 40, uma alternativa. Umaideia dar incio obra de um prdio ali. O problema que as paredes dessa sala foram feitas de amianto, ummaterial altamente poluente e cancergeno, cujasmicropartculas pode desencadear riscos sade dequem tiver contato com a atmosfera do lugar. Comoseria feito esse descarte? O quo arriscado esseprocesso? Boas perguntas.

    O cmpus j est praticamente repletode rea construda. Por isso, para atenders necessidades de crescimento com aentrada de novos alunos e demandas pornovos servios, vai ser preciso desmatarou procurar alternativas para odesmatamento, no sentido de continuarconstruindo salas, laboratrios,departamentos...

    PROBLEM O !

    Desmatada uma rea para a construode novos departamentos.

    No entanto, todos os planos de construo eexpanso da universidade precisam ser repensa-dos e muito discutidos, dada a necessidade depreservao do bioma. Parece que crescer semdestruir uma tare a que fca cada vez mais di-

    cil, afnal, como explica o pro essor, no existemais nenhum espao dentro do campus que notenha que sacrifcar algum tipo de vegetao.

    A Unesp Bauru conta com uma rea de pre-servao de cerrado uma vegetao em queo bioma cobre mais de 90% do solo de maisde 100 alqueires, o que equivale a mais oumenos 80 Bauru Shopping`s. O responsvel

    por um projeto de compensao ambiental naUNESP, Osmar Cavassan, nos explica que setrata de uma rea maior que a requerida pelalei: dentro de um campus e dentro de umauniversidade pblica paulista, a Unesp Bauruque tem a maior rea de reserva com vegeta-o nativa. Ento, voc poderia estar seperguntando: como que a universidadeso re com alta de espao por no poderdesmatar se ela tem vegetao sobrando?

    Uma das respostas est no aumento da rigidez dalei em relao preservao do cerrado. Em 2009, oiaprovada no estado de So Paulo a Lei do Cerrado, aprimeira no Brasil a tratar especifcamente do bioma.Ela estabelece uma srie de restries para suprimirqualquer rea dessa vegetao, principalmente as decerrado. permitido desmatar desde que apresenta-da uma justifcativa de que se trata de uma demanda

    social ou algo de interesse pblico. Contudo, mesmopermitindo o desmatamento nessas condies, quemdesmata precisa compensar a rea destruda, replan-tando vegetao em outro lugar, trans ormando umlocal de Cerrado em rea de preservao ambiental ouapoiando fnanceiramente alguma instituio que o

    aa. A Unesp Bauru tem um projeto de transpo-sio de galhos retirados das reas desmatadaspara restaurao ambiental de um local abando-nado, desmatado e destrudo pela pre eitura halgumas dcadas a destruio se deu para usara terra dali para a construo de obras pblicas atrs do departamento de Educao Fsica, masa rea um dia ser totalmente restaurada e asopes de locais para compensar o que ela des-mata vo fcar cada vez mais escassas.

    Uma outra resposta, mais pro unda, para aquesto posta vai alm de preservar porque alei exige. Est na conscincia de que protegeralgo to rico, como esse bioma, necessrio,principalmente se levado em conta o quo des-trudo ele j oi. A moradia de rutos como oaraticum e a mangaba, de animais como o ta-mandu-bandeira, o lobo-guar e o tatu ca-nastra e tambm, segundo consta na ColeoMicolgica da UnB, de possivel-mente 100 mil espciesde ungos j teve maisde 80% de sua vegetao

    devastada ao longo dasltimas dcadas! Com asrvores retorcidas arran-cadas do solo para darlugar s novas ronteirasagrcolasou expansodas reasurbanas,

    oi-se oabrigo detodos osseres queali moram,ou melhor,moravam.Todos os anos,

    esse ecossiste-ma perde umarea de aproxi-madamente 22mil quilme-tros quadra-dos, ou umestado do Ser-gipe por ano!No estado deSo Paulo, obioma representa menos de 1% da vegetaototal, quando j ocupou um espao quase 15vezes maior. Em vista desse panorama, vale pena desmatar um pouco, ou melhor, des-truir mais um pouquinho essas vidas?

    Alm desses atores, ainda conhecemosmuito pouco da biodiversidade ali existen-

    te. E com o que j oi retirado e continuasendo podemos estar perdendo possveiscuras para doenas graves como o cncer.

    O prejuzo econmico tambm certopara a devastao. Os ciclos de vida da

    amaznia, da caatinga e da mata a-tlntica dependem do Cerrado, um

    sistema de vida integrado. Portanto, seele or aniquilado, provvel que ou-

    tros biomas tambm morram. Combina-dos a severidade da Lei do Cerrado, o

    aumento da conscincia de preservao ea necessidade de atendimento das reivin-

    dicaes dos estudantes e da so-ciedade, o impasse parece s au-

    mentar. Olavo Speranza de Arruda,

    como bilogo az uma grande crtica nossa concepo de progresso, mascomo administrador, reconhece a

    necessidade de expanso do campus:ele precisa crescer, ter mais espao,

    mais salas de aula, mais equipamentos,para ter mais alunos e acompanhar

    o crescimento da populao. Seo servio pblico no

    izer isso, quem vaiazer so as institui-es privadas. Se a

    gente apresentar impossi-bilidade de crescimento paraos dirigentes, eles vo estar

    com uma desculpa pronta prano atender a populao.

    No d pra estagnar e no ter

    crescimento. Segundo Gui-lherme Weimann, membro doCACOFF, o que no altam so

    questes que apontem paraessa necessidade, a comear

    pelo exemplo do prprio mo-vimento estudantil do qual azparte, que carece de uma sede.

    Sem um local prprio para asdiscusses, a mobilizao ica

    limitada. Weimann explica queo CACOFF enviou requerimen-tos sobre a sede para as auto-

    ridades do cmpus, porm a ni-ca resposta que obtiveram at

    hoje que no h espa-o.Enquanto isso, vo usando a

    sede do DADICA, outro

    movimento estudantil que,por enquanto, est inativo.

    Da prxima vez que for aomercado, verifique se osprodutos escolhidos pos-suem o Selo Verde, doConselho Nacional de De-

    fesa Ambiental, pois emsua produo eles causammenos danos natureza.

    Al m des sa pro ble mt ica , so re que n-tes nas discusses do movimento estu-dantil as reclamaes da ausncia de umcentro de convivncia e do quo peque-na a biblioteca para suprir as necessi-dades da universidade em geral.

    Espao! Expanso! Preservao! Oimpasse est longe de ser um problemas da Universidade. Ele atinge a cida-de de Bauru como um todo, a inal, elaest sujeita s mesmas leis. E por serdotada de uma vasta rea de preser-vao, parece estar pagando um alto

    preo por isso. o que conta o coor-denador do projeto de transposio degalhos e pro essor de ecologia, OsmarCavassan: um preo que extrapolaos limites da universidade. precisoter escolas? preciso ter indstrias? preciso gerar recursos pra manter apopulao de Bauru? . De onde vemesse dinheiro? Das indstrias, doICMS. Mas, no tem como arrecadarporque no tem espao, por causa daLei do Cerrado`. A aplicao dela emBauru muito mais complicada do queem Agudos, por exemplo, que no temCerrado nenhum. assim que as em-presas em Bauru esto migrando paraas cidades vizinhas, que tm poucavegetao. Cerrado versus desenvol-

    vimento econmico e social? Cavassanno enxerga essa relao de oposio.Ele sugere que as cidades que no ti-veram a preocupao em preservar pa-guem por isso, destinando uma verbapara as que preservaram. O pro essorentende que Bauru, com seus mais de400 alqueires de mata preservada, nopode sair lesada por preservar.

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    ESPECIAL

    Se por acaso o seu candidato jtiver sido eleito alguma vez, con-frme se ele cumpriu as promes -

    sas feitas anteriormente. semprebom saber se voc est dandoseu voto em algum com palavra.

    Os impasses, porm, no so apenas para construir,so tambm para descartar. Speranza de Arruda explicaque as salas quarenta so eitas de amianto, um materialpoluente e altamente cancergeno, que pode deixar naatmos era do lugar micropartculas danosas sade dequem circular por ali, caso a demolio seja eita de ma-neira inadequada. O mximo que eito de alterao nes-sas paredes pintura. No entanto, no lugar delas que sepretende construir novos prdios. Como vai acontecer odescarte desse material? Onde ele vai ser depositado sempor em risco a sade de pessoas? Por enquanto, assalas esto l, j h quase trinta anos, servindode espao para as aulas de Fsica, de Design, doscursinhos Ferradura e Primeiro de Maio, etc.

    O amianto dessas paredes refexo de um tempoem que a conscincia do Cerrado era de que ele repre-sentava um bioma secundrio, de menor importn-cia, um mato que no valia absolutamente nada,como expe Olavo. chocante um episdio de 1992que refete essa viso. Aconteceu numa con ernciade preparao do relatrio brasileiro para a Rio 92.

    Quando perguntada sobre o que o governo aria paraconter o desmatamento e as queimadas do Cerrado, aento presidente do Ibama respondeu: ainda bem que no Cerrado, pior seria se osse na amaznia.

    S em 2009 que o Cerrado ganhou uma lei que olhas-se para ele e visse a necessidade de sua preservao!Porm, isso oi s no estado de So Paulo. Ainda hojea Constituio Federal nem sequer reconhece o biomacomo patrimnio nacional. No artigo 225, l-se: aforesta amaznica brasileira, a mata atlntica,a serra do mar, o pantanal mato-grossense e azona costeira so patrimnio nacional, e suautilizao ar-se- (..) dentro de condies queassegurem a preservao do meio ambiente cad o Cerrado? Foi prximo da poca de ela-borao da Constituio que a vegetaoque cobria o local onde hoje est o cam-pus da Unesp oi devastada para dar lugar Fundao Educacional de Bauru (FEB),que antes uncionava na Vila Falco.

    A ento FEB se mudou para a regio atual porque precsava se expandir. Logo depois, oi estadualizada e se tonou Unesp. Ou seja, desde o nascimento da instituio emBauru que Cerrado e expanso so palavras indissociveis.Atualmente, alunos e bioma convivem juntos todosos dias. As rvores retorcidas esto ao lado das salas daula, o que supostamente j rendeu problemas. que em2008 e, novamente neste ano, aps uma chuva orte, oteto de vrias salas desabou. Galhos das rvores estoquase cima dos telhados, dada a proximidade delas emrelao s salas. Suas olhas acabaram entupindo as clhas, o que levou ao desastre. Mas, tanto Olavo quanto Osmar concordam que isso s aconteceu por-que as calhas no eram limpas h muito tempo.

    De resto, o ar que se respira na Unvesp Bauru dirente. Deparar-se com macacos, como comum acontecer no bosque central, um privilgio que s a convivncia entre cmpus e Cerrado pode trazer. Nesse meio, areivindicaes por expanso continuam e a necessidadde preservar o bioma tambm. Temos o direito de crescer, de nos desenvolver, e o Cerrado, de viver. Se valepena desmat-lo em uno do desenvolvimento educacional e social, para Olavo Speranza de Arruda, vice-diretor da Administrao do Cmpus, s as geraes uturas vo poder responder

    PAM PAM AT A AT LN T I C A

    CAA T IN G AC ER R AD O

    PA N TAN A LA M AZ N I A

    Exclusivo do Rio Grande do Sul, o biomados campos o segundo bioma mais

    devastado do pas. Desde sua ocupaohistrica, 54% dele deixou de existir.

    Uma savana de estepes, espinhosa,

    quase toda a regio nordeste do Brasil eparte de Minas Gerais. 45% do bioma j noexiste mais. 80% dele foi descaracterizado

    por desmatamentos e queimadas, segundodados do governo federal.

    O bioma das rvores retorcidas ocupa

    grande parte do Centro-oeste, alm dereas menores de outros estados, como aem que estamos. O Ministrio do MeioAmbiente diz que o desmatamento caiu, mas

    metade da sua rea original foi destruda.

    O bioma mais devastado do Brasil. Hoje,menos de 8% do bioma sobreviveu destruio causada pelo homem. Abrange aparte leste do Brasil, junto maior parte deseu litoral.

    Quase exclusivo do Brasil, o bioma daslongas inundaes e da savana o mais

    preservado do pas. Mesmo assim, nem eleescapa da destruio causada pelo homem.

    O desmatamento, as pastagens e aagricultura foram causas da destruio de 12%

    dele.

    Metade da biodiversidade do Brasil ocupaquase toda a regio norte e parte de Mato

    Grosso. Da colonizao at 1970, 1% haviasido desmatado. Mas, desde ento, essenmero cresceu para 17%, uma rea que

    equivale da regio regio sul do pas maisRio de Janeiro e Esprito Santo.

    BIOMAS

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    O p o l t i c o e m v o c Como conseguir as mudanas que voc deseja no mundo

    Texto: Jssika Elizandra

    Visite o Jardim Botnico, oZoologico de Bauru e o Bos-que da Comunidade, alm deprocurar conversar sobre re-cursos naturais com os pro-

    fssionais que ali trabalham.Conhea mais a respeito danatureza da sua cidade.

    J a terceira noite que ela chega em casae no tem gua, mas essa situao j co-mum nos seus 19 anos de vida. Faz um queconcluiu o ensino mdio no Morais Pacheco. Agora, faz curso tcnico de engenharia me-cnica e cursinho noite. Sonha em passarno vestibular, mas ainda no tem certeza deque curso prestar. Ela est se esforando!Merecia chegar em casa e ter gua, assimcomo merecia ter cursado um ensino mdiomelhor e ter passado direto no vestibular.

    Ela Jssica Godoi, uma estudantebauruense que, assim como tantos outros,tem vrios problemas que poderiam serresolvidos pela poltica, mas diz no se in-teressar pelo assunto. O diz porqueno acredito nela, e tambm no acredi-to em voc leitor, que est se lembrandodas propagandas eleitorais, dos carrosde som, comcios, santinhos e pensan-do: Eu tambm no me interesso!

    Poltica no s isso, apesar de ser issotambm. Quando no fazemos barulho narua para no acordarmos os vizinhos po-ltica, assim como quando no jogamos lixono cho. No h como no nos interessar-mos pelo assunto, porque ele est em to-das as atitudes coletivas do nosso cotidia-no, e no s nas atividades dos partidos.

    Ento, por que ns, jovens, somos vistoscomo alienados e despolitizados e muitaspessoas tremem s de pensar que o futurodo pas est nas nossas mos? Porque, ape-sar de nos julgarem, a maioria dos adultosbrasileiros tambm entende pouco o tema e,por isso, tem uma viso fechada sobre ele.

    A verdade que o jovem reproduz muit odo que v na sociedade como um todo. [...] A alienao sobre alguns temas repres entao intere se por tantas outras coisas! Preci-samos ver o que interessa a ele. Tenho cer-teza que no ensino mdio, por exemplo,ele se preocupa com a qualidade de seuensino e com as dificuldades associadas empregabilidade, explica o cientista pol -tico Humberto Dantas de Mizuca.

    O que voc acha que precisa mudar no seubairro? Voc pode contribuir com as mudan-as que deseja utilizando a poltica de umaforma bem diferente da que voc conhece.

    Chega de bl-bl-blO primeiro passo observar o mun-

    do ao seu redor e l is tar o que mais teincomoda. Esse mundo pode ser tan-to o planeta mesmo, englobando os v-r ios pases , ou at mesmo a sua escola .Depois , pensar nas suas prprias ha-b il id ad es e e m c o m o v o c p o d e r i au t i l i z - l a s p a r a a j u d a r n a r e s o -l u o d o s p r o b l e m a s a p o n t a d o s .

    Uma pessoa que sofre ao ver ani-mais abandonados na rua e muitoboa em vendas, por exemplo, poderiaprocurar na prpria cidade uma ONGque recolha esses bichinhos, cuide de-les e os disponibi l izem para adoo.

    Se gostar do t rabalho desenvolvido porela , poderia se voluntar iar para t raba-lhar na captao de recursos (procurarpessoas e/ou empresas que queiramfazer doao de dinheiro, produtos -como rao - ou at mesmo de servios um veter inrio que se dispusesse aatender os animais gratui tamente du-

    rante t rs horas da sua semana) .

    Ilustrao: Miguel Portezani

    POLTICA

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    Voc sabia que uma famlia usa emmdia 66 sacolas plsticas por ms?

    muita sacolinha para pouca recicla-gem! Sempre que for possvel, levesua mochila ou uma sacola de panopara trazer as compras do mercado.

    Vrias coisas na Escola Bsica Munici-pal Maria Tomzia Coelho, em Santa Ca-tarina, perturbavam a estudante Isado-ra Faber, 13. Ela juntou a sua habilidadena escrita com seus conhecimentos em

    internet, criou a pgina Dirio de Clas-se no Facebook e comeou a divulgar osproblemas (como portas com maanetasquebradas, ios desencapados nos venti-ladores, carteiras quebradas, pro esso-res que no tinham um bom mtodo deensino, etc). A pgina oi criada no dia11 de julho e hoje, dia 14 de setembro, j o i cur tid a po r ma is de 24 9 mi l pes-

    soas. Devido grande repercusso, a maiorparte das queixas da menina oi atendida.

    H muitas ormas de atuar politicamente. Paraisso, s necessrio estar descontente com algo edisposto a trabalhar para mudar a situao. Masento podemos abrir mo da poltica tradicional?

    Partido poltico? Blrgh!A poltica nasceu como uma orma das pessoas

    se juntarem e discutirem os problemas que a eta-vam todos em uma comunidade. O tempo passou,as comunidades cresceram e chegou um momentoem que no era mais possvel todos se unirem paradiscutirem suas idias. Foram, ento, eleitas pes-soas que representariam os interesses da maioriae os de enderiam. Este oi o surgimento da democra-

    cia e, desde ento, ns lutamos muito para podermosparticipar dela. Abrir mo disso uma bobagem.

    Primeiramente preciso entend-la. Um dosmaiores motivos dos brasileiros no gostarem dapoltica por no a compreenderem. Hoje, entre-tanto, com a internet, h vrios sites que a expli-cam de uma orma bastante didtica. Um exem-

    plo disso so os vdeos sobre educao polticaproduzidos pelo portal iG, mas este somenteum dos tantos. Separe meia hora, uma vez porsemana, para pesquisar o assunto e voc vai per-ceber que ele no to indigesto quanto parece.

    Com isso voc votar melhor, pois no acredi-tar em alguns mitos. Por exemplo, se acha queos votos nulos e brancos vo para o candidato queestiver ganhando, aprender que no. O voto

    branco ia para o vencedor da urna at 1996. Coma lei eleitoral de 1997, isso deixou de existir. Vo-tos brancos e nulos so invlidos, explica Mizuca.E se mais de 50% dos eleitores anularem os vo-tos, demonstrando estarem insatis eitos com oscandidatos que lhes so o erecidos? Haver umanova eleio? Mais um engano que o cientista po-ltico esclarece: A populao con unde algo que alei chama de nulidades` - que podemos resumir

    como problemas com a urna, por exemplo - comvotos nulos. Existem di erenas e nisso o eleitorno pode se amparar. Tambm no ser vti-ma de estratgias partidrias, como a que em2010 elegeu Francisco Everardo Oliveira Silva,o Tiririca, deputado ederal (veja no quadro).

    Mas e a corrupo? As alsas promessas? Omaior motivo do desinteresse de Jssica pelotema por que os polticos nunca azem o

    que prometem e s querem ganhar dinheiro custa do povo! Sobre as propostas dos can-didatos bauruenses pre eitura, ela afrma:A nica que me chamou ateno oi a de a-zer mais poos, pois na minha casa alta guaquase todo dia, mas j sei que no vo azermesmo! Mas como assim? Vamos supor queela vote no candidato e ele no aa os poosque prometeu. Ela no s tem o direito, como

    a obrigao de cobr-lo. Como azer isso? Pore-mail, por carta, e at pessoalmente (afnal,os polticos bauruenses costumam estar eminauguraes, eventos como a Virada Culturale vrios outros). Votar conscientemente ecobrar os polticos eleitos so as solues.

    V OT E EM M I M

    e a jude a eleger meus amigos

    POLTICA

    M K I U n e s p

    F r a n c a / F a c e b o o k

    ELEIES

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    Le i a , r e f l i t a e d e c i d aO Impacto entrevistou os candidatos prefeitura para ajudar voc a conhec-los

    e votar conscientementeTexto: Joo Pedro Ferreira

    Voc sabia que uma famlia usa em mdia 66 sacolas pls-ticas por ms? muita sacolinha para pouca reciclagem!Sempre que for possvel, leve sua mochila ou umasacola de pano para trazer as compras do mercado.

    O DAE (Departamento de guae Esgoto) considerado por muitoso calcanhar de Aquiles de Agostinho. A cidade passa por crises de distri-buio que geram alta dgua emdiversos pontos, mas o pre eito sede ende dizendo que Bauru cresceu,sua economia melhorou e o DAE notinha capacidade para tal demanda.

    A soluo que ele e encontroue in orma que continuar aplican-do a trans erncia de recursos daprpria pre eitura para a autarquia.O DAE per urou cinco poos e estdando incio per urao do sexto.

    Na rea de transporte p-blico, o pre eito diz que oajuste anual da tari a pre-vista em contrata e no algoque ele quis: A gente preci-sa remodelar o sistema. Es-tamos contratando um pla-no municipal de transportepblico que orientar asprximas contrataes. Pas-sou da hora da cidade discu-tir um novo plano, incluin-do outras possiblidades demodais como o VLT (v e c u-l o l e v e s o b r e t r i l h o s ) .

    O plano de governo de Pau-linho est dividido em dez t-picos, que ocupam uma nicapgina (o de Gazzetta tem 39 p-ginas, o de Agostinho, 23, e o deChiara, 13). As reas mais abor-dadas so a social e a econmica.

    O candidato quer acabar com aatual concesso do transporte p-blico municipal e passar a adminis-trao para a pre eitura. Ele diz quecom 60 milhes de reais possveltrocar a rota e cobrar um valor deR$1,00, sem azer com que ela fqueretida no fm de semana e eriado.

    Paulinho tambm prope aconstruo de corredores denibus no centro e um termi-nal urbano para acilitar a inte-grao entre os nibus, dizen-do que essa uma necessidadeurgente para a cidade. Ele cri-tica os outros candidatos quetm discursos, mas na hora deimplementarem-nos continu-am dando as concesses paragrandes empresrios de ora.

    As polticas pblicas para o meio-ambiente podem defnir comoser o desenvolvimento de umacidade, estado ou pas nos anos se-guintes, e no envolvem somentea preservao da vegetao. guae sua distribuio, mobilidade ur-bana e educao ambiental so deresponsabilidade da gesto munici-pal e azem parte do contato diriocom a sustentabilidade. Por isso,o Impacto Ambiental entrevistouChiara Ranieri (DEM), ClodoaldoGazzetta (PV), Paulo Srgio Mar-tins (PSTU) e Rodrigo Agostinho(PMDB), os quatro candidatos apre eito de Bauru/SP, sobre o tema.

    Ele quer continuarO atual pre eito, Rodrigo Agos-

    tinho, tem 34 anos e tenta a re-eleio com o lema O compro-misso continua. Principal alvodos outros candidatos, se de en-de mostrando o que a pre eitu-ra ez nos ltimos quatro anos epromete resolver os problemas desua gesto nos prximos quatro.

    Eleies 2012 em Bauru

    Quando?1 turno: 7 de outubro

    2 turno (se necessrio): 28 de outubro

    Quantos?Eleitores totais em Bauru: 248.917

    Eleitores entre 16 e 20 anos: 14.960 (6,1%)

    Candidatos a prefeito: 4Candidatos a vereador: 259 para 17 vagas

    Ns construmos quatro grandesreservatrios de gua e com isso agente espera acabar com o proble-ma da alta de gua pelos prximos15 ou 20 anos, disse Agostinho.

    Para o tratamento de esgoto,Rodrigo diz estar esperando ape-nas a liberao de verba aps operodo eleitoral para comear oprocesso de construo da esta-o. O maior desafo oi conse-guir a aprovao do projeto, e essepasso importante j oi dado, diz.

    E l e q u e r e n f r e n t a ro s g r a n d e s g r u p o s

    O bancrio de 54 anos,Paulo Srgio Martins, maisconhecido como Paulinho, o candidato com menos es-pao de propaganda poltica.Seu partido, o PSTU, no estcoligado com nenhum outro ea sua verba para a campanhatambm a menor (talvez porculpa de seu orte discursocontra empresrios poderosos).

    ELEIES

    Candidato e atual prefeito Rodrigo Agostinho

    Candidato Paulo Srgio Martins

    Fotos: Jessica Moblio

    ELEIES

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    O candidato diz que vai aumentara iscalizao e aplicar multas nas em-presas poluidoras, pois hoje s commuita presso tomada uma atitude.Ele tambm ressalta a importncia dediscutir a ampliao do permetro ur-bano , v e r i i c a n d o s e p a r a o b e mc o l e t i v o o u a p e n a s v i s a n d o o i n -t e r e s s e d e g r u p o s e m p r e s a r i a i s .

    Outro ponto o des avelamentoda cidade. Paulo explica que Bauru tem23 avelas e que no ir tirar os morado-res de suas casas, mas sim regulariz-lase construir uma estrutura bsica paraque eles possam continuar onde esto.

    Ele quer mudanas signifcativasC o m 4 3 a n o s , C l o d o a l d o G a z -

    z e t t a e s t e m s u a q u a r t a c a n d i -d a t u r a a p r e e i t o d a c i d a d e . A s -s i m c o m o R o d r i g o A g o s t i n h o , ob i l o g o , o r m a d o p e l a U N E S P d eB a u r u , t e m d e s t a q u e e m s u a l u t aa m b i e n t a l a o l o n g o d o s a n o s ,t e n d o e i t o p a r t e d e v r i a s o r -g a n i z a e s n o g o v e r n a m e n t a i s .

    O candidato acredita que Bauru pre-cisa de planos ortes e de inidos parase desenvolver bem nos prximosanos. Com promessa para o primeirodia de governo, Gazzetta tambm dizque ir re ormular a gerncia do DAE.

    Quanto a difculdade de preservar o cerra-do e, ao mesmo tempo, encontrar espao paranovas empresas instalarem-se em Bauru (saibamais na pgina 7), a candidata afrma que bus-car uma compensao fnanceira atravs deum undo para o desenvolvimento da cidade.

    Quando perguntada sobre os planos parao transporte pblico municipal, Chiaraa irma ter conscincia dos problemas en-rentados pelos utilizadores do sistema, egarante: Ns vamos rever o contrato.

    Na rea cultural e de lazer, ela diz queexistem atividades proporcionadas pelopoder pblico, mas que no so de acessoda populao. Promete levar bibliotecasitinerantes para as praas e proporcionaracesso a eventos maiores. Tambm pre-tende construir pistas de skate e criticaa m utilizao de alguns espaos quehoje no cumprem sua inalidade inicial.

    Ele undamenta essa re ormulao emcinco pontos: limpeza dos cargos polti-cos e reposio de pessoal quali icado narea; eleio do presidente da instituioatravs de uma lista enviada pelo pre ei-to aos uncionrios; criao de uma ouvi-doria externa e interna; capacitao dos

    uncionrios com bolsas de estudo e bo-ni icaes; alm da construo de uma es-tao de tratamento de esgoto.Ns temos50 milhes no caixa do DAE, do undo dotratamento de esgoto, e arrecadamos 15milhes por ms. possvel azer o trata-mento em quatro anos, garante Gazzetta.

    O representante do partido verdena disputa promete, ainda, dar passelivre para os estudantes no transportepblico. Hoje 3,5% dos usurios des-te t ipo de transporte em Bauru so es-tudantes. Se eu or pagar a passagemde cada um deles, vou gastar R$1,8mip or an o. E s s e u m c o m p r o m i s s oq u e t e n h o c o m o p r e e i t o , d i z .

    Ele tambm pretende aumentar oprazo de concesso das empresas denibus, porm negociando a melhoriados veculos, incluindo o passe livree s t u d a n t i l i n c o r p o r a d o n o p r x i -m o c o n t r a t o , r e t i r a n d o a s s i m op a g a m e n t o a n u a l d a p r e e i t u r a .

    Ela quer solucionarEm sua primeira tentativa de serpre eita, a vereadora Chiara Ranie-ri , 37, casada e tem uma ilha, atodesconhecido por parte da popula-o. Tentando mostrar que no umainiciante na carreira administrativa,Chiara coloca em sua campanha o que j

    ez na cidade como vereadora e diretora

    da FIB (Faculdades Integradas de Bauru).Chiara discorda de Rodrigo Agos-tinho e diz que os problemas do DAEno so pela alta de dinheiro e simdevido m gesto. Segundo ela, hpessoas despreparadas ocupando car-gos, troca constante de presidentes,e os setores de compras e jurdico es-t o de so rdenados . Tudo i s so t e r i a

    l e v a d o a a t u a l c r i s e d o d e p a r t a -m e n t o : g u a n o a l t a v a h t r sa n o s e m e i o a t r s , u m p r o b l e -m a q u e a c o n t e c e u n e s s a g e s t o .

    ELEIES

    Sirva de exemplo aos mais novos,mesmo que em coisas simples,como ensinando respeito ao meio-ambiente ou jogando o seu lixo na li-xeira mais prxima. Se lembrem queos pequenos so parte do futuro nomundo. Seja voc um dos respons-veis pela melhoria do nosso planeta.

    Candidata

    Chiara Ranieri

    Candidato

    Clodoaldo Gazzetta

    J o o P e d r

    o F e r r

    e i r a

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    Fi o s n o v o s p a r a m e n t e s gComo renovar a experincia da terceira idade com a educao ambiental

    Texto: Agnes Sofa

    Pesquisou o seu candidato e descobriu que ele tem

    o rabo preso com a justia? Vish, mal sinal? Talvez! Ap ur e co mo o ca so fo i re so lvi do e qu al a co ndu tadele atualmente. Nem tudo est perdido, errar hu-mano e seu canditato pode ter aprendido a li o.

    Quando retiraram as sacoli-nhas do supermercado, no comeodo ano, algo que me marcou mui-to oi a reao uriosa da minhaav, no domingo daquela semana,quando no encontrei uma saco-la plstica para jogar o lixo ora,como sempre azia ao visit-la.

    Me lembro dela reclamandocom suas amigas, todas indigna-das com o ato de terem que provi-denciar as ecobags que seriam ven-didas nos supermercados, ou de

    azerem uso de sacolinhas cada vezmenores e que, dessa vez, teriamum preo. Deixando pra l o xitoou o racasso da soluo encon-trada pelos supermercados, fqueiimpressionada com o ceticismoda minha av em relao preo-cupao ambiental que existiriapor trs do fm do uso das sacolas.

    Isto me levou a re letir so-bre o racasso de minha cidade,localizada no litoral, no quesitoresponsabilidade ambiental. Ocaminho da coleta seletiva nopassa mais pelos bairros, e sequerencontro as amosas lixeiras colo-ridas de reciclagem no shopping eem demais lugares pblicos.

    Este tipo de iniciativa seria un-damental para pessoas da idade daminha av terem noo da impor-tncia do assunto para a socieda-de, mas com a ausncia dessas in-

    ormaes, no posso culp-las.

    Tarde demaisAs escassas iniciat ivas de

    cidades e de empresas noso a n ica respos ta paraa a l t a d e i d e n t i i c a od o s m a i s v e l h o s c o m o sp r o b l e m a s a m b i e n t a i s .

    Sem coleta de lixo, meu pai tinhaseus mtodos, como enterrar ecompostar o material orgnico paravirar adubo, inclusive restos de

    rutas cadas das rvores para ali-mentar e adubar o pomar. Depois,na vida adulta, fz licenciatura emGeografa. Minha conscincia eco-lgica, portanto, desde sempre.

    Sua amiga, a uncionria p-blica aposentada Anna Rocha,tambm conseguiu adaptar-se. A minha diarista no consegue maisno separar, j se acostumou tam-bm e acha estranho quando noo azem, conta ela. Renovao,ainda que tardia! A pro essora daUniversidade Aberta para TerceiraIdade, Maria Alice Machado, comsua colega Snia Regina Carva-lho, publicou, em 2006, a cartilhaO Idoso e o Meio Ambiente, emparceria com a Secretaria do Meio Ambiente de So Paulo. Na elabo-rao do material elas contaramcom a colaborao de represen-tantes do pblico-alvo, para que otexto fcasse compreensvel a ele. A cartilha oi usada em discussesde grupo e cursos de educaoambiental voltados aos idosos.

    Mas o que azer? Deixar aecochatice de lado e permitirque os nossos avs vivam empaz, ou conhecer suas hist-rias, aproveitando assim paraaprender a driblar a pouca pa-cincia de nossos velhinhos elhes transmitir a importnciada re ponsabilidade ambiental?Segundo Machado, mais quenecessrio cultivar essa rela-o: Os idosos so multipli-cadores de in ormaes e tam-bm so a etados diretamentepelas condies ambientais.

    Eros Lang, 52, por exemplo,

    bancrio e mora em Curitiba desdesua adolescncia, no comeo da d-cada de 80. Ele conta que naquelapoca a cidade oi a primeira capitala implantar a coleta seletiva, o quecontribuiu para que a separao dolixo se tornasse um hbito em sua

    amlia. Aqui em casa separamos olixo orgnico do lixo reciclvel, bem

    como, uma vez por semana, ao lado determinal de nibus a duas quadras deminha casa, existe a coleta especial delixo qumico, conta Lang. No entanto,ele lembra o quanto isso di cil paraquem no cresceu com uma campanhaenvolvendo educao ambiental.

    O meu sogro, apenas para citar

    um exemplo, tem 78 anos e achaessa separao uma bobagem. Ele de uma gerao anterior a mi-nha e completamente descrentedisto, explica o curit ibano.

    ExceesUm exemplo de exceo a pro-

    essora aposentada Hermilda Han-sen. Nascida e criada no interiordo Paran, dona Herm se orgulhapor ter crescido em um ambienteem que a questo ambiental sem-pre esteve presente, ainda que semas teorias que entrariam em vogaapenas a partir da dcada de 70.

    SUSTENTABILIDADE

    Ilustrao: Yuri Campos

    DICAS CULTURAIS

  • 7/31/2019 Impacto Ambiental Setembro/2012

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    Higor Boconcelo

    DICAS CULTURAIS

    O Grande Milagre (2012)Drama, RomanceMostra o resgate e o drama de trs baleias encontradas presas sobo gelo do Crculo rtico, prximo ao Alasca. Durante duas semanas,Estados Unidos, Rssia e outros governos, companhias de petrleo,ativistas ambientais, executivos e o ciais juntam-se para tentar li-bertar e salvar os animais. Com Drew Barrymore (As Panteras).Durao: 107 min. Xingu (2012) Aventura, NacionalEm 1940, trs irmos decidem viver uma grande aventura. Orlando, Clu-dio, e Leonardo, os Irmos Villas-Bas, alistam-se na Expedio Roncador-Xingu e partem numa misso desbravadora pelo Brasil Central. A sagacomea com a travessia do Rio das Mortes e logo eles se tornam che es daempreitada, envolvendo-se na de esa dos povos indgenas e de suas diver-sas culturas, registrando tudo num dirio batizado de A Marchapara o Oeste. Com Caio Blat, Felipe Camargo e Joo Miguel.Durao: 108 min.

    SamanahFormada em Bauru, a banda, que tem o seunome de encontro dos sbios, em hindu, jlanou um EP e aposta num repertrio di e-renciado, canes prprias e covers. Oua asmsicas disponveis e con ira a agenda deshows no site http://samanah.tnb.art.br/

    A banda venceu dois prmios de destaque do cenrio musicaldo interior paulista sem nem completar um ano de existncia.

    Gaia - Alerta Final(James Lovelock)Editora Intrnseca

    No livro, James Loveco-ck adverte que os pro-blemas ambientais donosso sculo so maisameaadores do que elehavia denunciado.O autor explica que so-mente a Teoria de Gaia,concebida por ele hmais de 40 anos, pode-r de ato ajudar a en-tender esta crise.Segundo ela, a Terra um organismo vivo quesabe (e vai!) se de enderdo ataque de parasitas ns, humanos, que a-zemos uso irresponsveldos recursos naturais.O autor sugere ormas in-teressantes, inovadoras ecuriosas de como a huma-nidade poder lidar comos problemas ambientais.

    Relaxe no Jardim BotnicoMuitos bauruenses ainda no conhecem ou sa-bem da existncia do Jardim Botnico Munici-pal, localizado prximo ao Zoolgico. O lugar per eito para descansar, realizar um pique-nique, uma roda de convesa ou de msica com violo, ou at mesmo aprender um pouco maisobre o meio-ambiente e a fora brasileira. O Jardim Botnico tambmo erece uma tima estrutura para realizar trilhas ecolgicas e pesqusas ambientais. Venha conhecer! aberto ao pblico todos os dias entre 8h00 e 16h30, incluindo sbados, domingos e eriados. Para main ormaes, acesse o site www.jardimbotanicobauru.com.brComo chegarSeguir pela Avenida Naes Unidas, sentido Centro-Bairro, ato nal. Entrada conjunta com o Zoolgico Municipal de Bauru.

    Linhas de nibus para o Jardim Botnico:Campus/Camlias Falco/ITE;Campus/CTI Jardim Ouro Verde/Granja Ceclia;Campus/IPMET Vila Dutra;Campus Isaura Pita Garmes (Bauru I);Campus Pousada da Esperana.

    Aos nais de semana:Zoolgico Bauru I;Zoolgico Ouro Verde.