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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-100, 69 ADELSON CREMONINI DO NASCIMENTO-94 ADENILSON VIANA NERY-16, 20, 32 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-73 ADRIANA DA PENHA SOUZA DE ANGELI-9 ALAN ROVETTA DA SILVA-73 ALBA VALERIA ALVES FRAGA-75 ALEX WERNER ROLKE-103 ALFI SOARES SALES JUNIOR-4 ALFREDO ANGELO CREMASCHI-29 ALFREDO ERVATI-99 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-128, 6, 98 ALMIR MELQUIADES DA SILVA-12 ALVARO AUGUSTO BOUBEL SANTANA-72 AMANDA MENEZES DE ANDRADE RIBEIRO-75 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-107, 21, 27 ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-16 ANA PAULA CESAR-117 ANDERSON GUTEMBERG COSTA-112 ANDRE AZEREDO CARVALHO-83 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-108, 130, 32, 5, 74 ANDREA M. SANTOS SANTANA-24, 26, 62, 65 ANILSON BOLSANELO-13 ANTONIO CARLOS SANTOLIN-76 ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-71 ANTÔNIO JUSTINO COSTA-96, 97 ARMANDO VEIGA-111, 118 BRUNO ÁLVARES-104 BRUNO MIRANDA COSTA-126, 35, 58, 79 Carolina Augusta da Rocha Rosado-36, 46, 76 CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-79 CIBELE COTTA CENACHI NAPOLI-13, 14 CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-114 CLEBER ALVES TUMOLI-102, 104, 17, 19 CLEBSON DA SILVEIRA-34, 64, 66, 68 CLEI FERNANDES DE ALMEIDA-4 CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA-71 DANIEL FERREIRA BORGES-75 DANILO THEML CARAM-23 DASIO IZAIAS PANSINI-95 DAVID GUERRA FELIPE-14 DAYANA DA SILVA BARROSO-15 DEBORA MATTOS DE CARVALHO PESTANA-22 EDGARD VALLE DE SOUZA-108, 2 EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-121, 122, 70 EDUARDO CAVALCANTE GONÇALVES-120 EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-33, 67 ELIAS ASSAD NETO-109 ELINARA FERNANDES SOARES-123 ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-81 EMILENE ROVETTA DA SILVA-73 ERALDO AMORIM DA SILVA-89 ERIKA SEIBEL PINTO-75

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-100, 69ADELSON CREMONINI DO NASCIMENTO-94ADENILSON VIANA NERY-16, 20, 32ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-73ADRIANA DA PENHA SOUZA DE ANGELI-9ALAN ROVETTA DA SILVA-73ALBA VALERIA ALVES FRAGA-75ALEX WERNER ROLKE-103ALFI SOARES SALES JUNIOR-4ALFREDO ANGELO CREMASCHI-29ALFREDO ERVATI-99ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-128, 6, 98ALMIR MELQUIADES DA SILVA-12ALVARO AUGUSTO BOUBEL SANTANA-72AMANDA MENEZES DE ANDRADE RIBEIRO-75ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-107, 21, 27ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN-16ANA PAULA CESAR-117ANDERSON GUTEMBERG COSTA-112ANDRE AZEREDO CARVALHO-83ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-108, 130, 32, 5, 74ANDREA M. SANTOS SANTANA-24, 26, 62, 65ANILSON BOLSANELO-13ANTONIO CARLOS SANTOLIN-76ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-71ANTÔNIO JUSTINO COSTA-96, 97ARMANDO VEIGA-111, 118BRUNO ÁLVARES-104BRUNO MIRANDA COSTA-126, 35, 58, 79Carolina Augusta da Rocha Rosado-36, 46, 76CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-79CIBELE COTTA CENACHI NAPOLI-13, 14CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-114CLEBER ALVES TUMOLI-102, 104, 17, 19CLEBSON DA SILVEIRA-34, 64, 66, 68CLEI FERNANDES DE ALMEIDA-4CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA-71DANIEL FERREIRA BORGES-75DANILO THEML CARAM-23DASIO IZAIAS PANSINI-95DAVID GUERRA FELIPE-14DAYANA DA SILVA BARROSO-15DEBORA MATTOS DE CARVALHO PESTANA-22EDGARD VALLE DE SOUZA-108, 2EDSON ROBERTO SIQUEIRA JUNIOR-121, 122, 70EDUARDO CAVALCANTE GONÇALVES-120EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-33, 67ELIAS ASSAD NETO-109ELINARA FERNANDES SOARES-123ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA-81EMILENE ROVETTA DA SILVA-73ERALDO AMORIM DA SILVA-89ERIKA SEIBEL PINTO-75

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ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-94ESMERALDO AUGUSTO L. RAMACCIOTTI-64EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI-39, 44, 64EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI-36, 38, 40, 42, 49, 50FABIANA GONÇALES COUTINHO VIEIRA-119FABIANO ODILON DE BESSA LURETT-12FABÍOLA CARVALHO DE ALMEIDA MELO-75FABIOLA MACEDO GOMES-18FELIPE ZANOTTI BRUMATTI-51, 52, 53, 54, 55, 56, 57FERNANDA BORGO DE ALMEIDA-113FERNANDO ANTONIO POLONINI-120FREDERICO LYRA CHAGAS-20GECIMAR C. NEVES LIMA-93GEDAIAS FREIRE DA COSTA-106GERONIMO THEML DE MACEDO-21GILSON GUILHERME CORREIA-23, 30GLEIS APARECIDA AMORIM DE CASTRO-85, 89GUILHERME STINGUEL GIORGETTE-127GUILHERME VILELA DE PAULA-22GUSTAVO CABRAL VIEIRA-113, 114, 83GUSTAVO DE ALMEIDA RIBEIRO-67GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO-55, 60, 61GUSTAVO HENRIQUE TEIXEIRA DE OLIVEIRA-53, 57GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-110HELTON TEIXEIRA RAMOS-101, 103HILTON DE OLIVEIRA FILHO-78HILTON MIRANDA ROCHA SOBRINHO-115HUGO FELIPE LONGO DE SOUZA-106INGRID PEREIRA FERNANDES-19Isabela Boechat B. B. de Oliveira-77ISRAEL GOMES VINAGRE-11IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR-84JAMILSON SERRANO PORFIRIO-88JEANINE NUNES ROMANO-17JEFFERSON CORREA DE SOUZA-23, 30JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-10, 7, 80JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-28, 58, 59José Arteiro Vieira de Mello-31Karina Rocha Mitleg Bayerl-10, 107, 27, 62, 65, 66, 68KARLA AUER GUASTI-63Kleison Ferreira-51LEANDRO FREITAS DE SOUZA-69LENITA ALVAREZ DA SILVA TEIXEIRA-77LEONARDO PIZZOL VINHA-102, 24, 25, 26, 36, 37, 41, 42, 45, 46, 47, 48, 49LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI-48LESLIE MESQUITA SALDANHA LIMA-19LIDIANE DA PENHA SEGAL-116, 34, 7LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-123, 3, 90LUCIANA FONTENELLE DE A. RIBEIRO-18LUCIANA GOMES DA COSTA BAESSA-72LUCIANO ANTONIO FIOROT-129, 35Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-117, 124, 84, 89, 99LUIZ CARLOS BARRETO-82LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-101, 104, 105, 106, 18, 78LUIZ MARIA BORGES DOS REIS-86, 87MANOEL FERNANDES ALVES-74

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MARCELA REIS SILVA-1, 120, 4, 73, 85MARCELA SIMMER-64MARCELE SILVEIRA VIDAL BALDANZA-43MARCELO MATEDI ALVES-24, 25, 26, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 64MARCIA RIBEIRO PAIVA-129, 98MARCÍLIO TAVARES DE ALBUQUERQUE FILHO-75MARCIO SANTOLIN BORGES-86, 87MARCO HENRIQUE KAMHAJI-31, 90Marcos Figueredo Marçal-59MARCUS VINÍCIUS CHAGAS SARAIVA-125, 56MARGARET BICALHO MACHADO-117MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-71MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-125, 60, 61, 81MARIA REGINA COUTO ULIANA-15MARILENA MIGNONE RIOS-92MATHEUS RODRIGUES FRAGA-21MICHEL NASCIMENTO WANDERLEY-26MICHELI JESUS VIEIRA DE MELO-25NEIDE DEZANE MARIANI-39, 41, 44, 45, 47NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA-1, 124, 76OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-118, 96, 97PABLO LUIZ ROSA OLIVEIRA-104PATRICIA NUNES ROMANO-17Paulo Henrique Vaz Fidalgo-12, 93PAULO SERGIO MARSCHALL-65PEDRO INOCENCIO BINDA-11, 127PHELIPE MAGNAGO CARNEIRO-105PRISCILA PERIM GAVA-3Rafael Antônio Freitas-8RENATA GÓES FURTADO-104RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-109, 121, 122, 29, 70, 8, 91ROBERTO GARCIA MERCON-106RODRIGO COSTA BUARQUE-33RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-112, 15, 2, 30, 95ROGÉRIO FERREIRA BORGES-75ROGERIO SIMOES ALVES-101, 103ROMULO BOTTECCHIA DA SILVA-80ROSANE ARENA MUNIZ-105ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-72, 9SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-28SHIZUE SOUZA KITAGAWA-38SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-115, 119, 128, 6TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO-5TATIANA FEITOZA DA ROCHA-113TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS-40THIARLEN JUNIOR REZENDE DE SOUZA-72UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-100, 110, 49, 63, 69, 88ULISSES COSTA DA SILVA-94Valber Cruz Cereza-91, 96, 97Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-111, 86, 87, 92VITORIO JESUS DE OLIVEIRA-130VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM-37, 42, 50WALDIR TONIATO-126WILLIAN PEREIRA PRUCOLI-9

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

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Nro. Boletim 2011.000092 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

30/05/2011Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0000416-03.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000416-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x MARIA ROCHA DA COSTA (ADVOGADO: NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA.).Processo nº. 2010.50.51.000416-8/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSSRecorrido : MARIA ROCHA DA COSTA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA NÃOCONFIGURADA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

1) Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente apretensão externada na inicial desta ação, que pleiteava a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte dofilho. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que não há nos autos prova material de dependência econômica darecorrida em relação ao “de cujus”, seu filho, não tendo sido preenchido tal requisito. Ademais, aduz que o “de cujus”apenas colaborava com as despesas domésticas, em razão de suas próprias despesas. Dessa forma, requer que sejareformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.2) A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74da Lei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado doinstituidor, ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77da Lei nº 8.213/91).3) Por certo, em se tratando de dependentes genitores (in casu, a mãe), para eventual deferimento da pensão por morte, énecessária a comprovação da dependência econômica, consoante os critérios adotados pelo art. 22, § 3º do Decreto nº3.048/99, cabendo a ressalva de que o rol inserido neste diploma é meramente exemplificativo, podendo o julgadorexaminar e valorar a documentação apresentada mediante o seu livre e fundamentado convencimento.

5) Nesse passo, cumpre registrar que a recorrida percebe os benefícios de aposentadoria por invalidez e pensão por morte,no montante de 1 (um) salário mínimo cada, auferindo renda mensal em valor superior ao percebido pelo filho falecido a(R$ 701,76 – fl. 54).

6) Ademais, não se pode perder de vista que as despesas ordinárias com o filho, tais como alimentação, medicamentos,itens de vestuário, o valor empregado na remuneração de pessoa que o auxiliava na locomoção (R$ 240,00), bem como opagamento de auxílio às filhas maiores (R$ 200,00), após seu falecimento não mais existirão.

7) Por outro lado, não houve comprovação de que a soma auferida pelo filho seja indispensável ao custeio das despesas daautora (vestuário, alimentação, água, luz, gás de cozinha, dentre outros), lembrando que as mesmas, com a morte do filho,tendem a diminuir. Assim, o documento de fl. 53 representa o valor anual total do IPTU; o de fl. 57 se refere amedicamentos para uso em mais de 1 mês e o de fl. 58 revela a compra de gêneros alimentícios para uso em prazo maiorque 1 mês, como, por exemplo, os 15 kg de açúcar adquiridos.

8) Na hipótese em apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízoentende que o material probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da recorrida ao benefício de pensão por mortepor ausência de comprovação de dependência econômica.

9) Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.10)Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento. Contudo, nos termos da jurisprudência da TR/ES (verbete52), não é devida a devolução dos valores pagos em virtude da tutela antecipada deferida.11) Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios, ante o disposto no art. 55 da Lei 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

2 - 0000749-54.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000749-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x ONOFRE NOVAES (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.).E M E N T A

LOAS. INCAPACIDADE PARCIAL PARA O TRABALHO. CONDIÇÕES PESSOAIS DO REQUERENTE. RESTRIÇÕESFUNCIONAIS SEVERAS. IDADE AVANÇADA. IMPROBABILIDADE DE COLOCAÇÃO PROFISSIONAL.

O recorrido tem 61 anos de idade. É portador de mal-formação congênita, com encurtamento do antebraço direito eausência de três dedos na mão direita. Também possui artrose no joelho direito, manifestando leve claudicação. O laudopericial concluiu pela existência de incapacidade parcial definitiva para o trabalho, podendo o recorrido exercer atividadesque não dependam de esforço físico e habilidade manual e que sejam compatíveis com sua avançada faixa etária e combaixo grau de instrução.

A possibilidade de reabilitação profissional não deve ser analisada exclusivamente sob o ponto de vista clínico e físico. Ascondições pessoais do requerente, tais como idade, grau de instrução e histórico de atividades, também são relevantespara efeito de definir a real possibilidade de reingresso no mercado de trabalho.

Estando com idade avançada e acometido por restrições funcionais severas (impossibilidade de realizar esforço físico,ausência de destreza manual, deambulação claudicante), é muito improvável que o recorrido consiga colocação profissionalem condições dignas. A incapacidade para o trabalho deve ser, na prática, considerada total, e não parcial.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

3 - 0000948-45.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000948-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x CREUZENILDA VIANA DE SOUZA (ADVOGADO: PRISCILAPERIM GAVA.).PROCESSO N.º 2008.50.50.000948-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: CREUZENILDA VIANA DE SOUZARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – INCAPACIDADECONFIGURADA – RENDA MENSAL PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO – SITUAÇÃO DEMISERABILIDADE COMPROVADA – RELATIVIZAÇÃO DO REQUISITO OBJETIVO – CONCESSÃO DO BENEFÍCIOASSISTENCIAL – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 195/197, que julgou

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procedente o pedido de concessão do Amparo Assistencial à pessoa portadora de deficiência, previsto na Lei 8.742/93(LOAS). Alega o recorrente, em suas razões recursais, que a autora não preenche o requisito de renda per capita familiarinferior a ¼ do salário mínimo, razão pela qual não faria jus ao benefício em questão.

2. Conforme os termos do art. 20 da Lei 8.742/93, o benefício de prestação continuada é garantido no valor de um saláriomínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais que comprovem não possuirmeios de prover a própria manutenção nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do citado dispositivo,considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesmaforma, considera-se incapaz de prover à manutenção do portador de deficiência ou idoso a família cuja renda mensal percapita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

3. Primeiramente, observa-se que a autora é portadora de retardo mental moderado, com retardo do desenvolvimento dointelecto, sem condições psíquicas para exercer atividades laborativas para sua subsistência e de seus cuidados pessoais,tendo necessidade de supervisão constante de terceiros, conforme assevera o laudo pericial às fls. 134/135. Portanto,embora o INSS alegue que a incapacidade da autora é resultante de doença e não deficiência, é notório que a autora édeficiente mental (a ausência permanente de funções fundamentais para que um ser humano tenha uma vida normal), hajavista o retardo mental ser justamente a deficiência mental. Desse modo, conclui-se que a recorrida preenche o requisitoimposto pela lei, já que é portadora de deficiência que acarreta sua absoluta incapacidade de prover sua própriamanutenção.

4. Quanto ao requisito da renda familiar, observo que de acordo com o laudo técnico da assistência social (fls. 148/151), acomposição familiar é de 06 membros: pai, mãe, irmã (desempregada), filha da irmã e o irmão, além da autora. A rendafamiliar é proveniente da aposentadoria por invalidez do pai no valor de um salário mínimo e de R$ 100,00 (cem reais)provenientes de renda não fixa do irmão da requerente. Conforme o art. 16 da Lei 8.742/93, entende-se como família: I - ocônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ouinválido; II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido. Dessemodo, a renda do irmão maior (22 anos – fl. 172) não pode ser computada para fins de cálculo da renda per capita, demodo que fazem parte do núcleo familiar para apenas a autora, sua mãe, seu pai e sua sobrinha. Embora a autarquiaprevidenciária alegue que a sobrinha da requerente não está elencada no dispositivo legal em questão, entendo que, pordepender da renda do genitor da autora e por ser menor, faz parte do grupo familiar, seguindo o mesmo entendimento dojuízo de piso.

5. Não obstante o INSS sustente que a renda per capta familiar é superior ao limite estabelecido pela Lei (superior a ¼ dosalário mínimo), entendo que o limite previsto no art. 20, § 3º da Lei 8.742/93 não elimina por completo a possibilidade de osdemais elementos de prova demonstrarem, efetivamente, a condição de miserabilidade da família.

6. No caso dos autos, conforme o laudo social à fl. 148/151, a família se encontra em situação de desamparo, tendo altasdespesas com o uso contínuo de remédios, além de estarem condicionados apenas a uma única fonte de renda: aaposentadoria por invalidez do pai, que tenta suprir todas as despesas de alimentação, água, luz, gás e de remédios para arequerente, o que cria indiscutível instabilidade. Sendo assim, penso ser possível, diante das particularidades deste casoconcreto, relativizar o critério objetivo da renda familiar per capita inferior a ¼ de salário mínimo.

6. Segue jurisprudência que corrobora a possibilidade de unir o critério objetivo da renda per capita mensal familiar inferior a¼ de salário mínimo a outros critérios e informações que atestem a miserabilidade/desamparo de quem pleiteia o benefícioassistencial: EMENTA BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. LIMITE DE ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO PREVISTO NO § 3°, ART. 20,DA LEI N° 8.742/93. 1. A Turma Recursal de Santa Ca tarina negou a autora o direito ao beneficio assistencial sob ofundamento de sua renda ultrapassar o limite de ¼ (um quarto) de salário mínimo, previsto artigo 20 da Lei 8.742/1993. 2. Aquestão atinente à comprovação da miserabilidade vem sofrendo modificações jurisprudenciais, para considerar que opreceito contido no art. 20, § 3º da Lei nº 8.742/93 não é o único critério válido para comprovar a condição de miserabilidadepreceituado no artigo 203, V, da Constituição Federal. 3. Incidente conhecido e parcialmente provido. (PEDIDO200772950002393 - PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL. Relator: JUIZ FEDERALLEONARDO SAFI DE MELO. Órgão Julgador: Turma Nacional de Uniformização. Julgado em: 17/12/2007. Publicado em:31/01/2008).

7. Ainda, conforme o Supremo Tribunal Federal, o limite legal constante da LOAS pode ser conjugado com outros fatoresque comprovem a miserabilidade do cidadão. Vejamos excerto de jurisprudência do Excelso Tribunal, que comprova o quefoi dito acima:

"(...) Os inúmeros casos concretos que são objeto do conhecimento dos juízes e tribunais por todo o país, e chegam a esteTribunal pela via da reclamação ou do recurso extraordinário, têm demonstrado que os critérios objetivos estabelecidos pelaLei 8.742/93 são insuficientes para atestar que o idoso ou o deficiente não possuem meios de prover a própria manutençãoou de tê-la provida por sua família. Constatada tal insuficiência, os juízes e tribunais nada mais têm feito do que comprovara condição de miserabilidade do indivíduo que pleiteia o benefício por outros meios de prova. Não se declara ainconstitucionalidade do art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93, mas apenas se reconhece a possibilidade de que esse parâmetroobjetivo seja conjugado, no caso concreto, com outros fatores indicativos do estado de penúria do cidadão. Em algunscasos, procede-se à interpretação sistemática da legislação superveniente que estabelece critérios mais elásticos para aconcessão de benefícios assistenciais (...). O Tribunal parece caminhar no sentido de se admitir que o critério de ¼ dosalário mínimo pode ser conjugado com outros fatores indicativos do estado de miserabilidade do indivíduo e de sua família

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para a concessão do benefício assistencial de que trata o art. 203, inciso V, da Constituição". (Rcl 4374 MC / PE –PERNAMBUCO, MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento: 01/02/2007).

8. Dessa forma, verificando-se que a recorrida preencheu os requisitos necessários para o auferimento do benefícioassistencial a título de LOAS, faz jus a mesma ao benefício em questão, devendo o recurso da autarquia previdenciária serimprovido.

9. Sem custas processuais, ficando o INSS condenado ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em R$ 200,00(duzentos reais), à luz do artigo 20, § 4º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, de forma a manter asentença, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

4 - 0000295-72.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000295-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x PEDRO LUIZ FAVORETO (ADVOGADO: CLEI FERNANDES DE ALMEIDA, ALFISOARES SALES JUNIOR.).E M E N T A

LOAS. DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO. PROVA DA RENDA FAMILIAR NA ÉPOCA DO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO. CAUSA IMPEDITIVA DE PRESCRIÇÃO. PENDÊNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.AUSÊNCIA DE INÉRCIA DO REQUERENTE.

O requerimento administrativo de benefício assistencial foi protocolado em 7/8/2003. Foi indeferido pelo INSS. O requerenteinterpôs recurso administrativo. Em 27/10/2008, em diligência no processo administrativo, assistente social avaliou acondição sócio-econômica da família. O recurso foi provido, mas a DIB foi fixada em 27/10/2008, data do relatório daassistente social. A sentença condenou o INSS a pagar os proventos retroativos à data de entrada do requerimentoadministrativo.

O recorrente alegou que a renda familiar per capita somente foi comprovada em 27/10/2008, data do laudosócio-econômico, e que não há prova de que a situação econômica era a mesma na data de entrada do requerimentoadministrativo. O requerimento administrativo foi instruído com termo de declaração sobre a composição do grupo e darenda familiar, assinada pelo curador do requerente sob as penas da lei. Declarou-se que a família do requerente eracomposta pelo irmão, pela cunhada e por um sobrinho (fl. 41). Também ficou declarado que a média da renda familiarmensal resumia-se a R$ 229,16, porque a única pessoa que trabalhava era o irmão do requerente, que, como lavrador,auferiu no ano cerca de R$ 2.750,00 com a venda da produção rural (fl. 47). Em 2008, a assistente social confirmou que orecorrido não auferia nenhuma renda e continuava morando de favor com o irmão lavrador e a cunhada. Apesar dadescrição genérica do laudo social, infere-se, à míngua de prova em contrário e diante da convergência com o termo dedeclaração que instruiu o requerimento administrativo em 2003, que a condição sócio-econômica da família permaneceuinalterada.

De qualquer forma, a renda do irmão do recorrido nem poderia ser computada. Entende-se como família o conjunto depessoas elencadas no art. 16 da Lei nº 8.213/91, desde que vivam sob o mesmo teto (art. 20, § 1º, da Lei nº 8.742/93, coma redação dada pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998). O irmão maior de 21 anos não está previsto no rol do art. 16 da Lei nº8.213/91. A renda da família, para os fins da lei assistencial, deve ser considerada nula.

O recorrente questionou a sentença na parte em que afastou a prescrição sob a alegação de que ela não corre contraincapaz. Sustentou que não há prova de que o recorrido seja absolutamente incapaz. É desnecessário aferir aaplicabilidade da causa impeditiva de prescrição prevista no art. 198, I, do Código Civil. O prazo de prescrição deve sercontado a partir do encerramento do processo administrativo, e não a partir do requerimento administrativo. Embora orequerimento tenha sido protocolado em 2003, o processo administrativo somente chegou a seu termo em 2008, depois dojulgamento do recurso administrativo. Durante o período em que pende de solução o processo administrativo, o prazo deprescrição não pode fluir, porque o interessado não está inerte. Enunciado 87 das Turmas Recursais da Seção Judiciária doRio de Janeiro: “Não começa a correr o prazo prescricional enquanto não houver resposta definitiva ao requerimentoadministrativo por não haver inércia do suposto titular do alegado direito material”. Entre a data de encerramento doprocesso administrativo e a data da propositura da ação não transcorreu tempo superior a cinco anos.

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Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

5 - 0000480-78.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000480-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x LUZIA ROSA NASCIMENTO (ADVOGADO:TADEU JOSE DE SA NASCIMENTO.).E M E N T A

LOAS. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO NÃO COMPROVADA.

O laudo pericial diagnosticou depressão crônica e osteoporose. Concluiu que a recorrida tem condições de exercerqualquer atividade laborativa que não exija esforço físico acentuado, tendo em vista o risco aumentado de fraturasassociado à osteoporose. A sentença não acolheu o laudo pericial. Considerou que a recorrida tinha 52 anos de idade enunca exerceu outra função que não fosse a de trabalhadora rural. Como a recorrida não pode empreender acentuadoesforço físico, tem pouca instrução e não foi treinada para outras funções de natureza leve, a sentença pressupôs serimensa a dificuldade de inserção no mercado de trabalho.

Não consta nos autos nenhuma prova de que a recorrida tenha sido trabalhadora rural. Houve apenas o relato da assistentesocial baseado na declaração unilateral da recorrida. Ela reside em área urbana, onde há disponibilidade de diversasatividades profissionais que não exigem acentuado esforço físico e que não dependem de escolaridade. Não há razão paraafastar a conclusão do laudo pericial. As doenças diagnosticadas não impedem a recorrida de trabalhar.

Recurso provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação do INSS a conceder benefício assistencial. Só hácondenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da Lei nº9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

6 - 0004286-30.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004286-5/01) NELI DE AZEVEDO GOMES (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIALDESFAVORÁVEL.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder o benefício de auxílio-doença desde acessação em 18/7/2008. A autora interpôs recurso alegando que os laudos e exames médicos comprovam que a moléstia éincapacitante para o trabalho. Sustentou que a perícia foi abstrata, omissa e contraditória. Destacou já ter sido beneficiadacom auxílio-doença no período de 6/11/2007 a 18/7/2008.

A recorrente submeteu-se a duas perícias médicas. A perita com especialidade em medicina sanitária (fl. 67) diagnosticousíndrome do túnel do carpo, mas concluiu que não havia incapacidade para o trabalho (fls. 37/39). O perito ortopedistadiagnosticou tendinite de tendão supra espinhal em ombro direito e artrose acrômio-clavicular, mas igualmente negouincapacidade para o trabalho (fls. 71/73). Avaliou que, no momento do exame físico, a recorrente não apresentava sinais ousintomas da patologia (quesito 3).

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Apesar do diagnóstico de enfermidade, os peritos não constataram os sintomas das doenças. Estar acometido por doençanão garante direito ao benefício previdenciário. O que importa é a repercussão da doença na aptidão física e mental para odesempenho do trabalho. Não basta estar doente. É preciso que a doença incapacite o segurado para o trabalho.descartada a existência de contradição nos laudos periciais.

Nos juizados especiais, os atos processuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95),razão pela qual o laudo pericial não precisa conter fundamentação detalhada.

O fato de o INSS ter concedido auxílio-doença no passado não assegura que o estado de incapacidade para o trabalhotenha persistido em momento posterior à cessação do benefício. O auxílio-doença é benefício de natureza precária.

Não há nos autos nenhum laudo de médico assistente contemporâneo ao requerimento administrativo que confirmeincapacidade para o trabalho. O laudo à fl. 18 não afirma que a recorrente esteja incapacitada de trabalhar e os laudos àsfls. 19/23 são anteriores à cessação do benefício, não servindo para comprovar a persistência de doença incapacitante.

Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. A recorrente, emborasucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

7 - 0004089-75.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004089-3/01) MARIA ELZA NEVES DE SOUZA (DEF.PUB: LIDIANE DAPENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIALDESFAVORÁVEL.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a restabelecer o benefício de auxílio-doença desde05/05/2008. A autora interpôs recurso questionando a validade do laudo pericial, por ter ignorado a documentação queinstrui o processo.

O laudo pericial negou existência de qualquer patologia de natureza ortopédica e consequentemente concluiu pela ausênciade incapacidade para o trabalho.

Laudo de exame de imagem e atestados de médico assistente não vinculam a perícia judicial. O perito tem liberdade paraformular sua conclusão conjugando as impressões do exame de imagem com sua avaliação pessoal no exame clínico.

O laudo pericial não precisa tecer considerações sobre documentos - laudo de exame de imagem e atestados de médicoassistente – exibidos pela parte interessada. Nos juizados especiais, os atos processuais são regidos pela simplicidade epela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não precisa conter fundamentação detalhada.

Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. A recorrente, emborasucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

8 - 0000657-11.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000657-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x JOAO ZAMPIRIS (ADVOGADO: Rafael AntônioFreitas.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INDEFERIMENTO DE QUESITOS COMPLEMENTARES.

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CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE DA SENTENÇA. QUESITOS IMPERTINENTES. RECURSO IMPROVIDO.

A sentença condenou o INSS a conceder auxílio-doença desde 16/10/2009, com posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. O INSS interpôs recurso argüindo a nulidade do julgado, porque o indeferimento dos quesitos complementaresimportou cerceamento de defesa.

O laudo pericial relatou que o recorrido declarou ter começado a apresentar hanseníase havia 29 anos e que passou asentir dores acentuadas nos ossos e entortamento dos dedos das mãos havia cinco anos. Concluiu pela existência deincapacidade total e definitiva para o trabalho, fixando a data de início da incapacidade em 17/2/2005. Ciente do laudopericial, o INSS formulou dois quesitos complementares.

O primeiro quesito indeferido questionou a fixação da data de início da incapacidade. Indagou se a incapacidade para otrabalho poderia ter sofrido oscilações desde 17/2/2005, alternando-se períodos de aptidão e inaptidão física. Perguntou porque não adotar como termo inicial da incapacidade o dia 11/7/2008 (DII fixada pela perícia médica administrativa nosexames mais recentes). Postergar a fixação da DII de 17/2/2005 para 11/7/2008 só teria alguma conseqüência práticafavorável para o INSS se fosse para limitar a retroação dos efeitos financeiros da concessão do auxílio-doença. Ocorre quea sentença fixou a DIB em 16/10/2009. Não tendo sido o INSS compelido a suportar efeitos financeiros anteriores a11/7/2008, fica destituído de significado prático discutir se a DII deve ser fixada em 17/2/2005 ou em 11/7/2008. Uma vezimpertinente o quesito complementar, seu indeferimento não importou cerceamento de defesa. O juiz pode indeferir osquesitos impertinentes (art. 426, I, CPC).

O segundo quesito indeferido indagou do perito se a incapacidade para o trabalho não teria iniciado há 29 anos atrás,quando o recorrido declarou ter começado a sentir os sintomas da doença. O fato teria relevância para definir apré-existência da incapacidade para o trabalho em relação aposentadoria por invalidez ingresso na previdência social.Ocorre que a pré-existência da incapacidade não foi questionada na contestação do réu, e em nenhum momento a períciamédica administrativa aventou fixar a DII em instante anterior a 17/2/2005. É impertinente o quesito que aborda matéria defato não controvertida. Logo, o indeferimento do quesito não importou cerceamento de defesa.

Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrenteem honorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

9 - 0001171-98.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001171-6/01) OSVALDO COUTINHO (ADVOGADO: WILLIAN PEREIRAPRUCOLI, ADRIANA DA PENHA SOUZA DE ANGELI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIAL DESFAVORÁVEL.

A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder aposentadoria por invalidez desde19/11/2003. O autor interpôs recurso alegando que sua patologia - espondiloartrose lombar, hérnia de disco de L3-L4 eL4-L5, lombalgia intensa com irradiação para membro inferior esquerdo - o incapacita para a atividade habitual de pedreiro,por ser pesada e envolver risco de queda em andaimes. O autor tem 62 anos de idade e não tem condições financeiraspara se qualificar a fim de obter recolocação profissional.

A perita nomeada pelo juízo diagnosticou lombalgia, mas descartou a existência de incapacidade para o trabalho.Ressalvou que, embora o recorrente se queixasse de dor lombar, o exame físico revelou movimentos dentro danormalidade e sem restrições. Não ficou comprovada limitação funcional para realizar atividade braçal e com esforço físico.

A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.

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Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. O recorrente, emborasucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

10 - 0003880-09.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003880-1/01) AGNALDO TRISTAO AQUINO (DEF.PUB: Karina RochaMitleg Bayerl.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIAFERREIRA DOS SANTOS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIALDESFAVORÁVEL. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE NO LAUDO PERICIAL. PERITO NÃO ESPECIALISTA NA DOENÇADIAGNOSTICADA. DIVERGÊNCIA ENTRE LAUDO PERICIAL E ATESTADOS DE MÉDICO ASSISTENTE.

A primeira perita diagnosticou diabetes. A perita é médica especialista em Medicina Sanitária. Embora não tenha habilitaçãotécnica para conduzir o tratamento da enfermidade diagnosticada, pode avaliar a repercussão da doença na aptidão para otrabalho. A avaliação da aptidão para o trabalho é questão técnica que, em regra, pode ser analisada por médico dequalquer especialidade.

O mero diagnóstico de doença – diabetes – não basta para respaldar a concessão de benefício por incapacidade. Para terdireito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: é preciso ficarcomprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho das funçõesespecíficas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se a doençadiagnosticada inabilita o segurado para o trabalho.

O primeiro laudo pericial relatou que o recorrente pode levantar e sentar sem dificuldades e que não há contraturamuscular. O recorrente alegou que sua doença em nada se correlaciona com tais observações, tornando o laudo inútil paracomprovar sua incapacidade para o trabalho. As observações sem pertinência lógica com a doença diagnosticada não sãosuficientes para invalidar o laudo pericial. De qualquer forma, foi posteriormente realizada segunda perícia médicajustamente para melhor avaliar as conseqüências específicas que a diabetes estaria acarretando para o recorrente.

O segundo laudo pericial diagnosticou retinopatia diabética, mas não confirmou incapacidade para o trabalho, porque o usode óculos garante boa acuidade visual. Ao relatar a atividade habitual, o laudo mencionou que o recorrente estavadesempregado. O fato de o perito ter ignorado a atividade habitual do recorrente, agente de cargas, não compromete aconclusão da perícia. Afinal, ao responder aos quesitos sobre a perspectiva de reabilitação profissional e sobre o cabimentode adaptações no posto de trabalho, o perito reiterou não haver necessidade de adaptações, por ausência de incapacidadepara o trabalho. Presume-se, então, que não há incapacidade para o trabalho para nenhuma atividade profissional, nemmesmo para a atividade habitual de agente de cargas.

A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.

Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. A recorrente, emborasucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal

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Relator

11 - 0000160-85.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000160-0/01) MARIA DA SILVA TEIXEIRA (ADVOGADO: ISRAELGOMES VINAGRE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADORA RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL.UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTOS EM NOME DE TERCEIRO. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. ENQUADRAMENTODO CÔNJUGE COMO EMPREGADOR RURAL. IMPOSSIBILIDADE DE PRESUMIR CONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS.PROVA TESTEMUNHAL NEGA CONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS. TUTELA ANTECIPADA EM FASE RECURSAL.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

12 - 0000525-76.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000525-9/01) SEBASTIAO FERREIRA DE MELO (ADVOGADO: FABIANOODILON DE BESSA LURETT, ALMIR MELQUIADES DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – QUALIDADE DE SEGURADO COMPROVADA – INÍCIODE PROVA MATERIAL CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL – VÍNCULOS URBANOS POR CURTOPERÍODO NÃO DESQUALIFICAM A QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL – REQUISITOS PREENCHIDOS –SENTENÇA REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma do voto e ementa constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

13 - 0000787-60.2007.4.02.5054/01 (2007.50.54.000787-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CIBELE COTTA CENACHI NAPOLI.) x JOSE MOREIRA RAMOS (ADVOGADO: ANILSON BOLSANELO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. ATIVIDADE URBANA INTERCALADA.SOMATÓRIO DO TEMPO DE ATIVIDADE RURAL DESCONTÍNUA ATINGE TEMPO EQUIVALENTE À CARÊNCIA.INÍCIO DE PROVA MATERIAL NÃO PRECISA CORRESPONDER A TODO O PERÍODO EQUIVALENTE À CARÊNCIADO BENEFÍCIO. EXTENSÃO DA EFICÁCIA PROBATÓRIA DO DOCUMENTO PELA PROVA TESTEMUNHAL. RECURSOIMPROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

Page 13: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · HUGO FELIPE LONGO DE SOUZA-106 ... que pleiteava a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte do ...

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

14 - 0000042-12.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000042-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CIBELE COTTA CENACHI NAPOLI.) x DERCILIA DE RAMOS MOREIRA (ADVOGADO: DAVID GUERRAFELIPE.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. ATIVIDADE URBANA DO MARIDO.DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. SOMATÓRIO DO TEMPO DE ATIVIDADE RURALDESCONTÍNUA ATINGE TEMPO EQUIVALENTE À CARÊNCIA.

A recorrida e seu marido instauraram processos judiciais autônomos visando à concessão de aposentadoria por idade. Osprocessos foram reunidos por conexão para julgamento conjunto. Em ambos os processos, a sentença condenou o INSS aconceder o benefício. O INSS interpôs recurso alegando que o fato de o marido da recorrida ter exercido atividade urbanaem várias empresas sediadas na região metropolitana da Capital descaracterizou o regime de economia familiar.

No julgamento do recurso interposto no processo do marido da recorrida, esta turma recursal decidiu que a atividade ruralpode ser descontínua e que os períodos descontínuos em que ele exerceu atividade urbana foram curtos. Mesmodescontados os períodos em que o marido desempenhou atividade urbana e em que ficou descaracterizado o regime deeconomia familiar, a recorrida atingiu tempo de atividade rural equivalente à carência.

A recorrida obteve título de eleitor em Cariacica em 19/12/1994. Com efeito, na data da expedição do título de eleitor, omarido da recorrida estava exercendo atividade urbana (1/5/1994 a 11/4/1996). Esse fato, porém, não prejudica a contagemdo tempo de atividade rural em outros períodos. Segundo o art. 143 da Lei nº 8.213/91, a atividade rural pode serdescontínua.

Isoladamente considerado, o fato de a recorrida ter formulado requerimento administrativo de aposentadoria em Rondônianão contradiz a comprovação de que ela anteriormente exerceu atividade rural no Espírito Santo.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

15 - 0000243-10.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000243-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x MARIA EVA DE JESUS SOUZA (ADVOGADO: DAYANA DA SILVABARROSO, MARIA REGINA COUTO ULIANA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. ATIVIDADE NÃO-RURAL INTERCALADA.ADMISSIBILIDADE DA CONTAGEM DE TEMPO DE ATIVIDADE RURAL DESCONTÍNUA.

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por idade de trabalhador rural. O INSS interpôs recurso alegandoque o fato de a recorrida e o marido terem exercido atividade urbana nos períodos de 01/06/1995 a 15/11/1999 e de01/05/2000 a 30/09/2004 descaracterizou o regime de economia familiar.

Nos referidos períodos, a recorrida trabalhou como empregada na Fazenda Palmeirinha, exercendo o cargo de zeladora,conforme anotação em CTPS (fl. 16). Quanto ao marido, o CNIS identificou o mesmo empregador da recorrida, mas não hádocumentos esclarecendo a função exercida pelo cônjuge na fazenda.

Os períodos em que a recorrida exerceu a função de zeladora não podem ser computados para os fins do art. 143 da Lei nº8.213/91, porque não caracterizaram atividade rural, ainda que o trabalho tenha sido prestado em uma fazenda.

Está provado, porém, que, antes e depois dos referidos vínculos de emprego, a recorrida exerceu verdadeira atividade rural,que pode ser computada para efeito de deferimento da aposentadoria. O art. 143 da Lei nº 8.213/91 admite que aaposentadoria seja concedida mesmo quando a atividade rural é descontínua. A soma dos períodos de atividade rural

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(01/01/1982 a 01/01/1994 e 01/10/2004 a 28/08/2007) é suficiente para cobrir tempo equivalente à carência daaposentadoria.

A Turma Nacional de Uniformização tem admitido a soma de períodos de atividade rural descontínuos para efeito de apuraro tempo equivalente à carência da aposentadoria por idade rural, mas desde que o intervalo entre os períodos não sejagrande. A interpretação do art. 143 da Lei nº 8.213/91 levou aquele colegiado a fixar como critério objetivo deadmissibilidade para a soma de períodos de atividade rural descontínuos a observância de intervalo não superior a trêsanos entre os períodos (TNU, PU 2007.83.04.5009515, Rel. Juíza Federal Jacqueline Michels Bilhalva, DJ 13/10/2009). Arecorrida exerceu atividade não-rural durante mais de oito anos. Rigidamente aplicada a orientação jurisprudencial da TNU,o tempo de atividade rural anterior a 01/06/1995 não poderia ser computado. Ressalva-se, porém, que, no caso darecorrida, embora tenha exercido atividade sem natureza rural, ela não deixou de trabalhar no meio rural. Tanto a atividaderural quanto a atividade não-rural foram desempenhadas dentro da mesma fazenda. Não tendo a recorrida abandonado azona rural, excepciona-se a orientação jurisprudencial da TNU, para admitir a soma do tempo de atividade rural antigo aoperíodo de atividade rural imediatamente anterior ao requerimento administrativo.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

16 - 0000739-73.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000739-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANA PAULA BARRETO MONTEIRO ROTHEN.) x ALTINO PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.).A Turma Recursal, por maioria, vencido o MM. Juiz Federal Rogerio Moreira Alves, negou provimento ao recurso, mantendoa sentença pelos seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei nº 9.099/95) . Condenou o INSS em honorários advocatícios nopercentual de 10% do valor da condenação. Votaram os MM. Juízes Federais Rogerio Moreira Alves, Osair Victor deOliveira Júnior e Américo Bedê Freire Júnior.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

17 - 0005064-97.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005064-3/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBERALVES TUMOLI.) x JOSE LUIZ CASTELLO (ADVOGADO: JEANINE NUNES ROMANO, PATRICIA NUNES ROMANO.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. INSCRIÇÃO NO CADASTRO DE EMITENTES DE CHEQUES SEM FUNDOS. INSCRIÇÃONO SPC. ABALO DE CRÉDITO. DANO MORAL.O recorrido emitiu um cheque sem provisão de fundos em 15/7/2007. A recorrente promoveu a inscrição no Cadastro deEmitentes de Cheques sem Fundos – CCF em 5/8/2007. O recorrido provou que quitou a dívida em 18/8/2007 e resgatou ocheque. Alegou que posteriormente apresentou o cheque à agência bancária, tendo o gerente informado que a baixa dosregistros negativos seria promovida em cinco dias úteis. Em janeiro/2008, o recorrido teve negada a concessão definanciamento em razão da persistência do registro negativo no Serviço de Proteção ao Crédito - SPC e no CCF (fl. 18).O abalo de crédito configura dano moral, e não mero aborrecimento. Conforme jurisprudência pacífica do Superior Tribunalde Justiça, a inscrição em cadastros de inadimplentes, por si só, faz presumir a ocorrência de dano moral indenizável,tornando dispensável a comprovação de abalo da reputação ou de eventuais transtornos. Trata-se de dano moral puro, quedispensa comprovação.Tendo sido resgatado o cheque sem fundos, o banco estava obrigado a comprovar a iniciativa de cancelar o registronegativo no CCF. Está demonstrando o nexo de causalidade entre a negligência do banco e o abalo de crédito que geroudano moral.O valor da indenização por dano moral, estipulado em R$ 5.000,00, foi arbitrado com moderação, atingindo patamar

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razoável para cumprir as funções de compensação do abalo moral e de efeito pedagógico contra o responsável pelo dano.Não há motivo para reduzir o valor da indenizaçãoRecurso improvido. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbitrados em dez por cento do valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

18 - 0005488-42.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005488-0/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x SERGIO RUBENS DE CAMPOS CRUZ (ADVOGADO: LUCIANA FONTENELLE DE A. RIBEIRO,FABIOLA MACEDO GOMES.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INSCRIÇÃO NA SERASA. ABALO DE CRÉDITO. REDUÇÃO DO VALORDA INDENIZAÇÃO.

A recorrente apresentou duas peças de recurso. A última deve ser desconsiderada em razão da preclusão consumativa (fls.100/109).

As partes ajustaram contrato de crédito rotativo. O recorrido alegou ter recebido a proposta em seu consultório por iniciativade um gerente de agência bancária. Admitiu ter assinado o contrato e recebido o cartão magnético, mas afirmou que ogerente que ofereceu o serviço lhe teria dito que seria necessário comparecer à agência bancária uma primeira vez paraativar conta bancária. Alegou que nunca foi à agência bancária e desistiu de utilizar a conta. Nunca a movimentou nemutilizou qualquer serviço. Crendo que a conta estava bloqueada, absteve-se de tomar qualquer iniciativa. Esses fatos nãoforam impugnados em nenhum momento pelo recorrente, presumindo-se, pois, verdadeiros. Apesar da celebração docontrato de abertura de crédito, a advertência recebida do gerente infundiu no recorrido a crença de que o negócio jurídicoestava condicionado ao comparecimento à agência bancária para ativar a conta-corrente. Embora essa condição não estejaestipulada no instrumento contratual, a orientação verbal dada pelo agente do banco deve ser incorporada à avença. Ainércia do recorrido em requerer formalmente o encerramento da conta bancária – que nunca chegou a movimentar – édispensável. O contrato deve ser considerado ineficaz, por falta de implemento de uma condição suspensiva.

O banco considerou a conta ativada e cobrou tarifas de manutenção, efetuando lançamentos mensais a débito, queformaram considerável saldo devedor. A dívida foi cadastrada na Serasa. O registro negativo motivou o Banco do Brasil –banco em que o recorrido mantinha conta-corrente - a negar a renovação do cheque especial. Está caracterizado o nexo decausalidade entre a conduta ilícita do banco – que não deveria ter atribuído eficácia ao contrato bancário – e o dano moral.

Conforme jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça, a inscrição em cadastros de inadimplentes, por si só, fazpresumir a ocorrência de dano moral indenizável, tornando dispensável a comprovação de abalo da reputação ou deeventuais transtornos. Trata-se de dano moral puro, que dispensa comprovação. Não se trata de mero aborrecimento.

A inscrição na Serasa causou abalo de crédito concreto perante o Banco do Brasil. Sem cartão de crédito, o recorridopassou a ter de pagar suas contas com cartão de débito ou em espécie. Ao fazer uma viagem em cruzeiro de navio,precisou levar vultosa quantia em espécie, porque não dispunha de cartão de crédito internacional.

A sentença condenou a recorrente a pagar indenização por dano moral arbitrada em R$ 25.000,00. O valor é exagerado. Aomesmo tempo em que cumpre a função de sanção do infrator, a indenização por dano moral deve compensar a amargurasofrida pela vítima, mas sem produzir enriquecimento injustificado. Por isso, ao arbitrar o valor da indenização pelos danosmorais, o juiz deve cuidar para que não seja tão alto a ponto de formar instrumento de vingança ou de enriquecimento semcausa, nem irrisório a ponto de desprezar o caráter educativo da condenação. A indenização por dano moral deve serarbitrada moderadamente, observadas as peculiaridades de cada caso.

O abalo de crédito concreto fiou restrito à instituição financeira perante a qual o recorrido mantinha conta-corrente elimitou-se ao impedimento da renovação de cheque especial e de cartão de crédito. Quanto à necessidade de levar quantiaem espécie para custeio de despesas em viagem internacional, não configura dano moral, mas mero aborrecimento. Valorda indenização reduzido para R$ 10.000,00. Esse valor é suficiente para cumprir o efeito pedagógico da condenação.Conforme Súmula 362 do STJ, “a correção monetária do valor da indenização do dano moral incide desde a data doarbitramento”, ou seja, a partir da data deste julgamento.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, reduzindo o valor da indenização para R$ 10.000,00 com correçãomonetária a partir da data do julgamento do recurso. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honoráriosadvocatícios (art. 21 do CPC).

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

19 - 0000742-28.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000742-1/01) ILANA SOARES MARTINS (ADVOGADO: LESLIEMESQUITA SALDANHA LIMA, INGRID PEREIRA FERNANDES.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO:CLEBER ALVES TUMOLI.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. CONTRATO DE FINANCIAMENTO HABITACIONAL. IMPOSSIBILIDADE DEEXCLUSÃO DE CO-DEVEDOR SEM CONSENTIMENTO DO AGENTE FINANCEIRO.A recorrente e o então marido ajustaram com a recorrida contrato de financiamento habitacional. Posteriormente, arecorrente e o marido acordaram entre si, em ação de separação judicial, a exclusão da recorrente do contrato definanciamento. A vara da justiça estadual oficiou à recorrida determinando a exclusão. Posteriormente, a recorrente tevenegada a concessão de cheque especial devido à inadimplência no pagamento das prestações do financiamento. Asentença julgou improcedente o pedido de condenação da Caixa Econômica Federal a pagar dano moral.A recorrida não participou do processo onde foi homologado o acordo judicial que deliberou sobre a exclusão da recorrentedo contrato de financiamento. Logo, a transação não lhe é oponível. A ordem judicial emanada da justiça estadual nãovincula a Caixa Econômica Federal.O contrato não pode ser alterado unilateralmente para exclusão de um dos co-devedores, sob pena de ofensa ao princípiodo pacta sunt servanda.Recurso ao qual se nega provimento. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatíciospor ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

20 - 0000355-13.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000355-5/01) RODRIGO NUNES LOPES (ADVOGADO: ADENILSONVIANA NERY.) x CAIXA CONSÓRCIOS S.A ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS (ADVOGADO: FREDERICO LYRACHAGAS.).E M E N T A

CAIXA CONSÓRCIOS. NULIDADE DA CITAÇÃO. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇAESTADUAL. DECLARAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA FEDERAL.A ação foi ajuizada em face da Caixa Consórcios S/A. O juizado equivocadamente efetuou a citação na pessoa de gerenteda Caixa Econômica Federal. Esta empresa pública federal apresentou contestação apenas com defesa de mérito. Asentença julgou improcedente o pedido. Em contrarrazões ao recurso do autor, a Caixa Econômica Federal argüiu anulidade da citação, que deveria ter sido efetuada na pessoa de representante da Caixa Consórcios S/A.A Caixa Consórcios S/A tem personalidade jurídica autônoma e inconfundível com a Caixa Econômica Federal. Trata-se depessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma de sociedade anônima, sem foro privilegiado na justiça federal,conforme art. 109, I, da Constituição Federal.A Caixa Econômica Federal, empresa pública federal, não foi apontada como requerida, não devendo tomar parte narelação processual. A citação da Caixa Econômica Federal foi nula. Todos os atos processuais ulteriores ficaramprejudicados. A nulidade da citação constitui questão de ordem pública, que pode ser arguida a qualquer tempo,insuscetível de preclusão temporal.Declarada a nulidade da citação e de todos os atos processuais ulteriores. Declinada a competência para a justiça estadual.Os autos deverão ser encaminhados pelo juizado de origem à vara cível competente na Comarca de São Mateus.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo declarar a nulidade da citação da Caixa Econômica Federal e de todos os atos posteriores e declinar acompetência para a Justiça Estadual.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

21 - 0003016-39.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.003016-7/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA, GERONIMO THEML DE MACEDO.) x PATRICIA ROSA DA SILVA RANGEL (ADVOGADO: MATHEUSRODRIGUES FRAGA.).E M E N T A

SERVIÇO MILITAR TEMPORÁRIO. REENGAJAMENTO. DEMORA EM DECIDIR REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.INSTABILIDADE DA SITUAÇÃO FUNCIONAL. PERDA DA FONTE DE RENDA. DEMORA EM PAGAR INDENIZAÇÃO.DANO MORAL. MERO ABORRECIMENTO. TAXA DE JUROS DE MORA.

A recorrida prestava serviço militar temporário por tempo determinado. O vínculo poderia ser prorrogado segundo critériosde conveniência e oportunidade da Força Armada. A prestação do serviço militar iniciou-se em 2/2/2004 e foi prorrogadauma vez até 2/2/2006. No final de 2005, a recorrida requereu reengajamento, com nova prorrogação do serviço militar. Em1º/2/2006, o Chefe do DTCEA expediu ofício comunicando o indeferimento do requerimento e a determinação desuspensão de todas as atividades a partir de 2/2/2006. Entretanto, como o ato administrativo de exclusão do serviço ativoainda não havia sido publicado no Boletim do Comando da Aeronáutica, o Chefe do DTCEA determinou, em ofício datadode 8/2/2006, que a recorrida retomasse suas atividades na mesma data. O Chefe do DTCEA, em ofício datado de28/3/2006, comunicou que a publicação do ato de licenciamento ocorreu no boletim de 17/3/2006. A exclusão do serviçoativo foi determinada a partir de 18/3/2006. A recorrida, porém, exerceu de fato suas atividades até 11/4/2006. A recorridaalegou que não pôde planejar a perda da remuneração. O ato administrativo reconheceu o direito à indenização pecuniáriano valor de duas remunerações, mas até a data do ajuizamento da ação, 26/5/2006, o crédito ainda não havia sidosatisfeito. A sentença considerou que a recorrida passou por angústia por ter ficado com a vida funcional instável, semsaber se pertencia ou não aos quadros da Força Armada, enfrentando descompasso financeiro. Condenou a recorrente apagar indenização arbitrada em R$ 6.000,00.

A situação do militar temporário, engajado ou reengajado, é precária, porque condicionada a sua permanência no serviçoativo da força militar à conveniência do serviço. Por isso, a perda da fonte de renda decorrente do licenciamentoobjetivamente não justifica abalo psíquico.

A demora da autoridade competente em decidir o requerimento de reengajamento, feito no final de 2005, fez com que arecorrida continuasse exercendo suas funções durante mais algumas semanas após a expiração do prazo do serviçotemporário. A incerteza quanto à decisão discricionária do requerimento administrativo pode gerar desconforto, insegurançae indignação, mas não a ponto de abalar o equilíbrio psíquico sob o ponto de vista do homem médio. Considera-se danomoral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade do dia-a-dia do homem médio, interfiraintensamente no seu equilíbrio psíquico.

A demora ou a falta de explicação para a demora em pagar a verba indenizatória também não caracteriza dano moral, masmero aborrecimento, podendo, no máximo, gerar prejuízos de natureza material.

Pouco tempo após a propositura da ação, a União pagou a indenização pecuniária no valor de duas remunerações.Entretanto, efetuou descontos que reduziram significativamente o valor bruto da indenização. A sentença condenou arecorrente a ressarcir os valores descontados, exceto quanto ao desconto dos valores pagos a maior em abril/2006, quandoa recorrida trabalhou apenas onze dias. A recorrente pediu que o valor do ressarcimento fosse fixado com base na planilhade fls. 144/147.

O ato administrativo considerou a recorrida excluída do serviço militar a partir de 18/3/2006. Entretanto, a recorrida recebeunormalmente o soldo em abril/2006. Em maio/2006, quando foi paga a indenização pecuniária no valor de duasremunerações, foi descontado o valor do soldo e demais vantagens referentes ao período transcorrido a partir de 18/3/2006.A sentença, porém, considerou que a recorrida trabalhou até 11/4/2006 e reconheceu o direito à remuneração até essemomento, mas não liquidou o crédito da recorrida. A recorrente não impugnou a sentença na parte em que reconheceu odireito à remuneração no período de 18/3/2006 a 11/4/2006, apenas apresentou planilha com a liquidação do crédito deremuneração referente a esse período (fl. 144), que havia sido descontado no contracheque de maio/2006. Não há razãopara reformar a sentença, porque não houve impugnação à extensão do crédito. A liquidação do crédito não pode serefetuada em sede recursal, se não foi tratada na sentença. A planilha apresentada pela recorrente, que guarda estritacorrespondência com o crédito reconhecido na sentença, deverá ser analisada na fase de cumprimento do julgado. Faltainteresse recursal neste ponto.

A sentença estipulou juros de mora à taxa de 0,5% ao mês. Ao enfrentar embargos de declaração, o juizado afastou aaplicação da Lei nº 11.960/2009 e modificou a taxa de juros para 1% ao mês com base no Código Civil. Ocorre que, mesmoantes da Lei nº 11.960/2009, a taxa de juros deveria ser fixada em 6% ao ano ou 0,5% ao mês. A redação original do art.1º-F da Lei nº 9.494/97 previa essa taxa nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbasremuneratórias devidas a servidores (inclusive militares, como in casu) e empregados públicos. A partir da Lei nº11.960/2009, os juros de mora ficaram atrelados aos juros da caderneta de poupança. A caderneta de poupança é

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remunerada por taxa de juros mensal de 0,5% na data de aniversário. Logo, a lei nova não modificou a taxa de jurosprevista na art. 1º-F da Lei nº 9.494/97.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação da recorrente a pagar indenizaçãopor dano moral e fixando a taxa de juros em 6% ao ano a partir da citação sobre a parcela da condenação mantida. Ante asucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

22 - 0000068-21.2006.4.02.5052/01 (2006.50.52.000068-5/01) CPRM - COMPANHIA DE PESQUISAS DE RECURSOSMINERAIS (ADVOGADO: GUILHERME VILELA DE PAULA.) x ELDER SOSSAI (ADVOGADO: DEBORA MATTOS DECARVALHO PESTANA.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO DE VEÍCULOS. ADMISSIBILIDADE DE ORÇAMENTOUNILATERAL PARA COMPROVAR VALOR DO REPARO. DESNECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. OMISSÃO DORECORRENTE EM APRESENTAR ORÇAMENTO COM VALOR INFERIOR. REJEIÇÃO DA ARGUIÇÃO DEINCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL EM RAZÃO DA COMPLEXIDADE DA MATÉRIA. INEXISTÊNCIADE OFENSA AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA. DESCONSIDERAÇÃO DO ORÇAMENTO NA PARTE EM QUERELATA DESPESAS SEM NECESSÁRIA CORRESPONDÊNCIA LÓGICA COM OS DANOS RELATADOS NO BOLETIMDE ACIDENTE DE TRÂNSITO. FALTA DE PROVA DE CULPA EXCLUSIVA DO CONDUTOR DO VEÍCULO DARECORRENTE. PRESUNÇÃO DE CULPA RECÍPROCA DAS PARTES. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

23 - 0000522-69.2004.4.02.5052/01 (2004.50.52.000522-4/01) ERIQUES CARRAFA (ADVOGADO: JEFFERSON CORREADE SOUZA, GILSON GUILHERME CORREIA.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: DANILO THEML CARAM.).E M E N T A

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. QUESTIONAMENTO SOBRE ERRO NO COMPROVANTE DE RENDIMENTOSEMITIDO PELA FONTE PAGADORA. DESNECESSIDADE DE PROVA PERICIAL. PROVA DOCUMENTAL SUFICIENTE.O comprovante de rendimentos emitido pela fonte pagadora registrou R$ 35.751,74 a título de rendimentos tributáveis. Orecorrente alegou que a pessoa jurídica errou ao preencher o comprovante de rendimentos, porque, no correspondenteano-base, a renda líquida recebida foi de R$ 5.102,08, conforme depósitos em conta bancária. Sustentou a necessidade deperícia contábil para esclarecer a discrepância entre o valor da renda informado pela fonte pagadora e o valor efetivamentepago. Pediu a anulação da sentença, porque o indeferimento da prova pericial implicou ofensa ao contraditório e à ampladefesa.Não há necessidade de prova pericial, porque a prova documental já esclareceu a questão de fato. A fonte pagadora exibiuextratos analíticos com a discriminação mensal da composição dos rendimentos pagos ao recorrente (fls. 84/92). Osomatório do valor bruto mensal condiz com o rendimento bruto informado no comprovante de rendimentos. O valor líquidomensal, apurado após os descontos na renda bruta, condiz com o valor líquido depositado na conta bancária do recorrente.A verdadeira razão da insurgência do recorrente está no fato de a fonte pagadora não ter deduzido da renda bruta osdiversos descontos relatados na folha de pagamento: aluguel, combustível, seguro, uniforme, leasing, licenciamento,revisão de carro, peças, cursos etc. Tais descontos, porém, não podem ser deduzidos da base de cálculo do imposto derenda, por falta de previsão legal. As despesas que podem ser deduzidas são apenas aquelas previstas no art. 8º, II, da Leinº 9.250/95. A prova documental demonstrou que não há erro no comprovante de rendimentos emitido pela fonte pagadora.Recurso ao qual se nega provimento. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honoráriosadvocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

24 - 0005871-20.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005871-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x MARLI CARLOS BARBOSA x SIMONE BARBOSA DO NASCIMENTO x FELIPE BARBOSA DONASCIMENTO (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. GDASST. GRATIFICAÇÃO GENÉRICA. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES ATIVOS EINATIVOS. MATÉRIA PACIFICADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

O recorrente alegou que o benefício foi concedido na vigência da Emenda Constitucional nº 41/2003, quando já havia sidoabolida a garantia constitucional da paridade entre servidores em atividade e aposentados. Esse fundamento do recursonão foi articulado na contestação, tendo sido atingido pela preclusão. Trata-se de questão nova, que não pode serconhecida, porque o recurso inominado fica restrito às questões alegadas antes da sentença. Não é admissível inovar afundamentação da defesa na fase recursal.

A questão está absolutamente pacificada na jurisprudência conforme julgamento do RE 572.052/RN pelo Supremo TribunalFederal: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE SEGURIDADESOCIAL E DO TRABALHO - GDASST, INSTITUÍDA PELA LEI 10.483/2002. EXTENSÃO. SERVIDORES INATIVOS.POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. I - Gratificação de desempenho que deve ser estendida aos inativos no valorde 60 (sessenta) pontos, a partir do advento da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que alterou asua base de cálculo. II - Embora de natureza pro labore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações dedesempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação de natureza genérica, extensível aos servidores inativos. III -Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV - Recurso extraordinário desprovido”.

No julgamento do RE 597.154 RG-QO/PB, o Supremo Tribunal Federal autorizou as Turmas Recursais a adotar osprocedimentos relacionados à repercussão geral, incluindo a decisão de inadmissibilidade dos recursos extraordinários.

Com a decisão proferida em última instância jurisdicional com repercussão geral, torna-se desnecessário aprofundar oexame de todas as questões suscitadas no recurso (ofensa à Súmula nº 339 do STF; ofensa a normas constitucionais: art.37; art. 2º; art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º; aferição do conteúdo do princípio da paridade, a fim de saber se a majoração dagratificação dos inativos em proporção superior à dos ativos é suficiente). Eventual insistência da recorrente poderácaracterizar recurso protelatório.

A sentença aplicou correção monetária e juros de mora nos termos do art. 1º-F, da Lei nº 9.494/97, com redação dada pelaLei nº 11.960/2009. Falta interesse recursal na parte em que a recorrente pede a aplicação dessa lei nova.

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

25 - 0000410-64.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000410-1/01) FUNDACAO NACIONAL DE SAUDE - FUNASA(PROCDOR: MICHELI JESUS VIEIRA DE MELO.) x RITA DE CASSIA TEIXEIRA (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

ADMINISTRATIVO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DA SEGURIDADE SOCIAL E DO TRABALHO –GDASST. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PARIDADE ENTRE SERVIDORES ATIVOS, INATIVOS E PENSIONISTAS.

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TERMO FINAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

A petição inicial cumulou dois pedidos: o principal (alínea b), para condenação ao pagamento de diferenças de GDASST àbase de 60 pontos, porque essa era a pontuação da gratificação devida aos servidores postos à disposição dos Estados, doDistrito Federal ou dos Municípios (art. 13 da Lei nº 10.483/2002); o pedido subsidiário (alínea b.1), para condenação aopagamento de diferenças de GDASST à base de 40 pontos, porque essa era a pontuação da gratificação devida aosservidores ativos em geral (art. 11 da Lei nº 10.483/2002). A recorrente alegou que, como a sentença está fundamentadaapenas na isonomia dos servidores inativos com os servidores ativos em geral, e não com os servidores cedidos ouredistribuídos, deveria limitar a condenação aos 40 pontos, e não aos 60 pontos. Ocorre que a partir de 1º/5/2004 aGDASST passou a ser devida a todos os servidores ativos da carreira no valor equivalente a 60 pontos (art. 6º da Lei nº10.971/2004), não mais tendo pertinência a distinção de tratamento originalmente prevista pelo art. 13 da Lei nº10.483/2002. Essa distinção, que privilegiava os servidores cedidos ou redistribuídos, só fazia sentido em relação adiferenças retroativas ao período de 01/06/2002 a 30/04/2004, mas a sentença não considerou devida a gratificação à basede 60 pontos naquele interstício. Nesse contexto, a sentença respeitou os limites da lide ao considerar, com base naisonomia com os servidores ativos em geral, que os aposentados e pensionistas tinham direito à gratificação à base de 60pontos no período posterior a 1º/05/2004.

A recorrente pediu para limitar os efeitos da condenação até fevereiro/2008, porque o art. 39 da Lei nº 11.784/2008, aomodificar a redação do art. 5º, § 1º, da Lei nº 11.355/2006, extinguiu a GDASST a partir de 1º/3/2008. O recurso merece serprovido, porque a sentença não fixou termo final para o pagamento da gratificação.

Desde 1º/05/2004 a GDASST passou a ser devida no valor equivalente a 60 pontos (art. 6º da Lei nº 10.971/2004) paratodos os servidores ativos da Carreira da Seguridade Social e do Trabalho, independentemente do desempenho individual,pelo menos enquanto não fossem estabelecidos os critérios individualizados de avaliação. A gratificação assumiu carátergenérico, devendo, pois, ser paga aos servidores inativos e pensionistas no mesmo valor. Mas a lei previu para eles opagamento em valor equivalente a apenas 30 pontos. Com base no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003, osaposentados e pensionistas têm direito a receber a diferença entre o que lhes foi pago (30 pontos) e o valor de referênciaadotado para os servidores ativos (60 pontos).

A questão está absolutamente pacificada na jurisprudência conforme julgamento do RE 572.052/RN pelo Supremo TribunalFederal: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE SEGURIDADESOCIAL E DO TRABALHO - GDASST, INSTITUÍDA PELA LEI 10.483/2002. EXTENSÃO. SERVIDORES INATIVOS.POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. I - Gratificação de desempenho que deve ser estendida aos inativos no valorde 60 (sessenta) pontos, a partir do advento da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que alterou asua base de cálculo. II - Embora de natureza pro labore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações dedesempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação de natureza genérica, extensível aos servidores inativos. III -Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV - Recurso extraordinário desprovido”.

No julgamento do RE 597.154 RG-QO/PB, o Supremo Tribunal Federal autorizou as Turmas Recursais a adotar osprocedimentos relacionados à repercussão geral, incluindo a decisão de inadmissibilidade dos recursos extraordinários.

Com a decisão proferida em última instância jurisdicional com repercussão geral, torna-se desnecessário aprofundar oexame de todas as questões suscitadas no recurso (ofensa à Súmula nº 339 do STF; ofensa a normas constitucionais: art.37; art. 2º; art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º; aferição do conteúdo do princípio da paridade, a fim de saber se a majoração dagratificação dos inativos em proporção superior à dos ativos é suficiente). Eventual insistência da recorrente poderácaracterizar recurso protelatório.

Diferenças de GDASST no período de 01/06/2002 a 30/04/2004. Para os servidores ativos, a GDASST tinha como limitesmáximo e mínimo, respectivamente, 100 e 10 pontos (art. 5º da Lei nº 10.483/2002). Não obstante, enquanto não fosseregulamentada a avaliação de desempenho, a GDASST deveria ser paga aos servidores ocupantes de cargos efetivos oucargos e funções comissionadas e de confiança nos valores correspondentes a 40 pontos (art. 11 da Lei nº 10.483/2002).Em contrapartida, para as aposentadorias e pensões, a lei previu o pagamento da gratificação em valor equivalente a 10pontos (art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 10.483/2002). Como a avaliação de desempenho individual não foi implementada,a gratificação manteve a natureza de vantagem genérica, devendo ser estendida em igualdade de condições aosaposentados e pensionistas. Diferentemente da GDATA, a decisão do STF não adotou como valor de referência para agratificação estendida aos aposentados e pensionistas a pontuação equivalente a 10 pontos no período de 01/06/2002 a30/04/2004. A decisão da Excelsa Corte abrangeu apenas o período decorrido a partir de 01/05/2004. Não se aplica,portanto, o Enunciado nº 44 da Turma Recursal do Espírito Santo (que não reconhece diferenças em favor dosaposentados e pensionistas no período de 01/06/2002 a 30/04/2004), que se refere apenas à GDATA.

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, fixando em 29/2/2008 o termo final dos efeitos da condenação.Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). No presente caso, o recorrente ficou vencido em parte do pedido exposto no recurso. Logo, deve sercondenado em honorários advocatícios. Verba honorária arbitrada em dez por cento do valor da condenação.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

26 - 0002082-13.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002082-1/01) MAURA DOS SANTOS VANELI (ADVOGADO: LEONARDOPIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES, MICHEL NASCIMENTO WANDERLEY.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR:ANDREA M. SANTOS SANTANA.).E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. GDASST. GRATIFICAÇÃO GENÉRICA. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES ATIVOS EINATIVOS. EMENDA CONSTITUCIONAL 41. ABOLIÇÃO DA REGRA DA PARIDADE.A falta de assinatura do advogado na peça recursal foi suprida antes da remessa dos autos para a turma recursal. Questãoprocessual prejudicada.A garantia constitucional da paridade entre servidores em atividade, aposentados e pensionistas, originalmente prevista noart. 40, § 8º, da Constituição Federal, foi abolida pela Emenda Constitucional nº 41/2003. O art. 7º da EmendaConstitucional nº 41 ressalvou apenas quanto às aposentadoria e pensões “em fruição na data de publicação” da emenda odireito à manutenção da paridade com os servidores em atividade. Considerando que o recorrido aposentou-se somentedepois que a emenda constitucional já estava em vigor, não tem direito a reclamar paridade com os servidores ematividade. É irrelevante que a gratificação tenha sido instituída antes do advento da emenda constitucional.Recurso improvido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

27 - 0005417-40.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005417-0/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x ERVIM BLANCH (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREQUESTIONAMENTO. REFERÊNCIA EXPRESSA A DISPOSITIVO LEGAL.AUSÊNCIA DE OMISSÃO. EMBARGOS IMPROVIDOS.

O acórdão embargado considerou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça e daTurma Nacional de Uniformização está pacificada no sentido de que União, Estados e Municípios são solidariamenteresponsáveis pela assistência médica e farmacêutica inerente ao Sistema Único de Saúde. A União interpôs embargos dedeclaração argüindo omissão do acórdão em se manifestar sobre o princípio da descentralização, previsto no art. 198, I, daConstituição Federal.

Ao se amparar na jurisprudência pacífica dos tribunais superiores, o acórdão já rejeitou o princípio da descentralizaçãocomo justificativa para a ilegitimidade ad causam da União. Desnecessário estampar no acórdão referência expressa adispositivo constitucional empregado na fundamentação do recurso. Para fins de prequestionamento, importante é que oaresto adote entendimento explícito sobre a questão de fato ou de direito, sendo dispensável a individualização numéricados artigos em que se funda a decisão. Precedentes do STF e do STJ. Não há omissão a ser suprida no acórdão.

Embargos de declaração aos quais se nega provimento.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVES

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Juiz Federal da Turma RecursalRelator

28 - 0007182-46.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007182-8/01) GERALDA BAPTISTA SOBRAL (ADVOGADO: JOAOFELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIOROBERTO LEAL DOS SANTOS.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. DECADÊNCIA DO DIREITO À REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO DEBENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. BENEFÍCIO, DERIVADO. TERMO INICIAL DO PRAZO DECADUCIDADE.

O acórdão considerou que a aposentadoria do segurado falecido deveria ser revisada na forma da Súmula 260 do TFR eque os reflexos justificavam a revisão da pensão por morte da recorrente. O INSS argüiu omissão do acórdão em sepronunciar sobre a decadência do direito à revisão do benefício previdenciário. Alegou que o prazo de decadência deve sercontado com base no benefício originário – a aposentadoria concedida em 1978 -, e não em função da pensão por morte darecorrente – concedida em 2002.

A ação não visa diretamente à revisão da aposentadoria-base do segurado falecido, mas à revisão do ato de concessão dapensão por morte da recorrente, ora embargada. E entre a concessão da pensão por morte e a data do ajuizamento daação não transcorreu tempo superior a dez anos. A eventual perda do direito do segurado à revisão do ato de concessão daaposentadoria-base não prejudica o titular da pensão por morte, que pode discutir amplamente todos os critérios quetenham influenciado o cálculo do seu benefício, ainda que fundados em dados que poderiam ter sido questionados peloaposentado atingido pela decadência. A inércia do titular do benefício originário não pode prejudicar o exercício do direito derevisão do titular de benefício derivado.

Embargos providos para sanar a omissão, mas sem efeitos infringentes.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

29 - 0001147-67.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001147-6/01) ENILDO FARIA MASSAFRA (ADVOGADO: ALFREDOANGELO CREMASCHI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DEMORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MATÉRIA DE FATO NÃO CONTROVERTIDA. DESNECESSIDADE DE PROVA.

O acórdão reconheceu a existência de incapacidade para o trabalho e reformou a sentença, condenando o INSS aconceder auxílio-doença a trabalhador rural. O INSS arguiu omissão do julgado em apreciar a qualidade de seguradoespecial.

A contestação apresentada pelo INSS questionou apenas a existência de incapacidade para o trabalho. Não foi impugnadaa qualidade de segurado especial. Também não houve dissenso quanto a essa matéria fática em sede administrativa, poiso INSS chegou a conceder o benefício, reconhecendo a qualidade de segurado especial, cessando o pagamentoposteriormente apenas com base na alegação de recuperação da aptidão laboral.

A qualidade de segurado especial não era questão controvertida. Os fatos incontroversos não dependem de prova (art. 334,III, CPC).

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

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ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

30 - 0000476-41.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000476-6/01) MARIA ALICE FEITOSA (ADVOGADO: JEFFERSONCORREA DE SOUZA, GILSON GUILHERME CORREIA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONTRADIÇÃO ENTRE PREMISSAS INTERNAS AO ACÓRDÃO.IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DA PROVA.

A sentença não reconheceu direito à pensão por morte de trabalhador rural. O acórdão negou provimento ao recurso daautora. Considerou que não havia regime de economia familiar, porque o falecido marido possuía cerca de duzentascabeças de gado e porque as posses do casal demonstravam poder aquisitivo superior ao indispensável para simplessubsistência da família. Também pontuou que a inscrição do marido como contribuinte individual descaracterizava aqualidade de segurado especial.

A autora arguiu contradição entre o acórdão e a certidão do Incra, que atestaria o trabalho em regime de economia familiar.Alegou que a descaracterização do regime de economia familiar em razão da posse de duzentas cabeças de gado nãocondiz com a realizada da área rural. E, sobre a perda da qualidade de segurado especial do marido da recorrente, apontoujurisprudência em sentido contrário.

A contradição suscetível de correção em embargos de declaração pressupõe antagonismo lógico entre duas premissasnecessariamente intrínsecas ao próprio julgado: pode haver contradição entre proposições da fundamentação, entre afundamentação e o dispositivo, ou entre proposições do dispositivo. Os embargos de declaração limitam-se à verificação doencadeamento racional entre proposições internas ao julgado. Ocorre que o embargante deixou claro que almejatão-somente provocar o reexame da valoração dos fundamentos do julgado, por considerar injusta a valoração do conjuntoprobatório. Isso extrapola os limites dos embargos de declaração.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

31 - 0001224-47.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.001224-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: José Arteiro Vieira de Mello.) x DECENIRA PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: MARCO HENRIQUEKAMHAJI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. JUROS DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. SUPERVENIÊNCIA DE LEINOVA. FATO NOVO.

A sentença, proferida em 2008, condenou o INSS a conceder aposentadoria por idade de trabalhador rural e fixou juros demora à taxa de 1% ao mês com base no Código Civil. O INSS interpôs recurso reclamando a aplicação da redação originaldo art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, que previa taxa de juros de 6% ao ano. O acórdão foi omisso em examinar essa questão.

Os juros de mora, na forma da redação original do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, deveriam corresponder a 6% ao ano nascondenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores e empregadospúblicos. Essa norma especial, na sua redação original, não se aplicava em obrigações de natureza previdenciária.

Supervenientemente à sentença e à interposição do recurso, a Lei nº 11.960/2009 modificou a redação do art. 1º-F da Lei nº9.494/97, passando a dispor que, em todas as condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de suanatureza, haveria a incidência dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.Segundo a orientação do Supremo Tribunal Federal, a lei que modifica taxa de juros tem aplicação imediata sobre osprocessos pendentes (RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009; AI 761137 AgR/PR - Rel. Carmem Lúcia- DJ24/9/2010; AI-AgR 767.094 – Rel. Ricardo Lewandowski; AI-AgR 776.497, Rel. Gilmar Mendes). Os juros da mora sãoregidos pela legislação em vigor nas épocas de incidências próprias (RE 142.104/RJ, Rel. Marco Aurélio, DJ 05/02/1999).

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Embora não tenha sido mencionada no recurso, a aplicação imediata da Lei nº 11.960/2009 deve ser reconhecida combase no art. 462 do CPC, por se tratar de norma superveniente ao recurso. A supressão da omissão do acórdão implicaefeitos infringentes.

Embargos providos para modificar o acórdão embargado, atrelando, a partir de 30/06/2009, a correção monetária e os jurosde mora aos índices oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

32 - 0000501-88.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000501-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x VINICIUS TIBURCIO DO NASCIMENTO(ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. LOAS. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INCAPACIDADELABORAL DE DURAÇÃO INDEFINIDA. A LEI NÃO EXIGE QUE A INCAPACIDADE SEJA DEFINITIVA.

O acórdão embargado pressupôs que o laudo pericial confirmou incapacidade definitiva para qualquer tipo de trabalho (fl.101, item 3). O laudo pericial, porém, negou incapacidade definitiva para o trabalho (quesito 4). O INSS argüiu contradiçãodo acórdão.

O recorrido tem quatorze anos de idade. O laudo pericial relatou que o recorrido é hemofílico desde o nascimento. Avaliouque essa doença contra-indica qualquer atividade braçal, devido ao risco de sangramento. Atestou que o recorrido sofreuum derrame no joelho, que não podia ser dobrado, causando grande dificuldade de locomoção. Concluiu que, no momentodo exame pericial, havia total incapacidade laborativa. Ressalvou que a incapacidade para o trabalho era temporária, pois,se conseguir reverter a lesão no joelho com tratamento médico, pode realizar trabalhos burocráticos. Em laudocomplementar, relatou que o recorrido pode desempenhar atividade burocrática, pois estudou até a sexta série e é muitojovem, tendo condições de completar sua capacitação profissional.

Não há certeza de que a capacidade para o trabalho será recuperada após a cirurgia. Considera-se de duração indefinida aincapacidade insuscetível de alteração em prazo previsível com os recursos da terapêutica e reabilitação disponíveis àépoca. Nesse caso, o segurado tem direito à aposentadoria por invalidez. A insusceptibilidade de reabilitação profissionaldeve ser associada à constatação da incapacidade total indefinida. Exigir a configuração de incapacidade definitiva éexagerado, até porque, no plano hipotético, é sempre possível que o avanço da medicina possa futuramente disponibilizarmecanismos para a superação de doenças atualmente consideradas incuráveis.

O laudo pericial confirmou limitação definitiva para trabalho braçal e incapacidade temporária para qualquer tipo de trabalho.A recuperação da movimentação do joelho tornará possível o exercício de atividade profissional em que não haja risco delesão cortante. Nesse caso, o recorrido não teria direito ao benefício assistencial. Não obstante, a superação da lesão dojoelho não foi dada como certa pelo perito. Considera-se de duração indefinida a incapacidade insuscetível de alteração emprazo previsível com os recursos da terapêutica e reabilitação disponíveis à época. A incapacidade de duração indefinidadeve ser equiparada à hipótese de incapacidade definitiva.

A lei não exige que a incapacidade seja definitiva. Onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. Aincapacidade para o trabalho não precisa ser definitiva, basta que a duração seja indeterminada, isto é, que não hajaperspectiva segura e iminente de recuperação a curto prazo. Tanto assim é que o art. 21 da Lei nº 8.742/93 dispõe que “obenefício de prestação continuada deve ser revisto a cada dois anos para avaliação da continuidade das condições que lhederam origem”.

Embargos providos, para sanar a contradição do acórdão, mas sem efeitos infringentes.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal

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Relator

33 - 0006012-39.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006012-0/01) ANSELMO NUNES DA VITORIA (DEF.PUB: EDUARDOJOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTABUARQUE.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NULIDADE DA INTIMAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A SESSÃO DEJULGAMENTO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.

A Defensoria Pública da União argüiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da defensoriapública a intimação pessoal. Entretanto, a defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta de intimação.A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída desentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundoart. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.

Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

34 - 0005674-65.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005674-8/01) MARIA DA PENHA DE SOUSA (DEF.PUB: LIDIANE DAPENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NULIDADE DA INTIMAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A SESSÃO DEJULGAMENTO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.

A Defensoria Pública da União argüiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da defensoriapública a intimação pessoal. Entretanto, a defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta de intimação.A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída desentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundoart. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.

Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

35 - 0000522-02.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000522-8/01) ELIDELMA RIBEIRO DO ROZARIO CONSTANTINO(DEF.PUB: LUCIANO ANTONIO FIOROT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNOMIRANDA COSTA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NULIDADE DA INTIMAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A SESSÃO DEJULGAMENTO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.

A Defensoria Pública da União argüiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta de

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julgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da defensoriapública a intimação pessoal. Entretanto, a defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta de intimação.A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída desentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundoart. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.

Ademais, a pauta de julgamento foi entregue ao mesmo servidor credenciado pela defensoria para fazer a retirada dosautos com carga na secretaria da turma recursal, presumindo-se, com isso, que tenha dado ciência do documento aodefensor público.

Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

36 - 0000762-25.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000762-2/01) AURELINO ALVES DE LIMA (ADVOGADO: EUSTÁQUIODOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI, LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.) x INSTITUTONACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.) x OS MESMOS.E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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37 - 0002180-95.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002180-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM.) x OLGA VIEIRA ONOFRE (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

38 - 0000700-82.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000700-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SHIZUE SOUZA KITAGAWA.) x EDINALDO ALVES (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, EUSTÁQUIODOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normas

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potencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

39 - 0001106-06.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001106-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x WILSON DE OLIVEIRA.E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

40 - 0000706-89.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000706-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.) x LEULA BRITTO LEAL LOUREIRO (ADVOGADO: MARCELOMATEDI ALVES, EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI.).E M E N T A

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

41 - 0000688-65.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000688-2/01) ERCY PIM FIGLIUZZI (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NEIDEDEZANE MARIANI.) x OS MESMOS.E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,

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os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

42 - 0000168-96.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000168-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM.) x SIRENE GOMES DA ROCHA (ADVOGADO: EUSTÁQUIODOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI, LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

43 - 0000345-69.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000345-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELE SILVEIRA VIDAL BALDANZA.) x ALDINEIA BAIENSE (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dos

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Poderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

44 - 0000330-03.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000330-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x LUIZ CARLOS SOUTO (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES,EUSTACHIO DOMICIO L. RAMACCIOTTI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

45 - 0000698-12.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000698-5/01) SEBASTIAO SANTOS (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NEIDEDEZANE MARIANI.) x OS MESMOS.E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

46 - 0002052-75.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002052-3/01) MARIA DE FATIMA ENCARNACAO MOTTA (ADVOGADO:MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.) x OS MESMOS.E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

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A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

47 - 0000718-03.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000718-7/01) MARIA DE LOURDES DA ROCHA OLIVEIRA (ADVOGADO:MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x OS MESMOS.E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária

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do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

48 - 0005873-87.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005873-3/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI.) x MARIA BEATRIZ FARIA MELEIP (ADVOGADO: MARCELOMATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

49 - 0000770-02.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.000770-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x MARIA DE LOURD GRACA PEDROSA (ADVOGADO: EUSTÁQUIODOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI, LEONARDO PIZZOL VINHA, MARCELO MATEDI ALVES.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

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O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

50 - 0001100-96.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001100-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: VIVIANE MILED MONTEIRO CALIL SALIM.) x NELI RIBEIRO PIZZOL (ADVOGADO: MARCELO MATEDIALVES, EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. GDASS. OMISSÃO DO ACÓRDÃO EM ENFRENTAR TODOS OS FUNDAMENTOS DORECURSO.

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes (art. 2º da Constituição Federal). A independência dosPoderes não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e contrapesos. O Poder Judiciário, ao aplicardispositivo constitucional que garante paridade entre servidores ativos e inativos, exerce legitimamente seu ofíciojurisdicional no caso concreto, sem usurpar competência do Poder Legislativo.

A extensão da vantagem aos servidores inativos em igualdade de condições com os servidores em atividade tem suporteem dispositivo constitucional (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003). Sendo a Constituição a mais importante dasleis, fica prejudicada a alegação de ofensa ao princípio da legalidade.

O princípio constitucional da igualdade realmente permite que os desiguais sejam tratados diferentemente na medida dassuas desigualdades, mas é impertinente invocá-lo para justificar concessão de gratificação geral com valores diferenciadosentre servidores ativos e inativos, considerando que existe norma constitucional expressa que assegura a paridade entreservidores ativos e inativos (art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003).

O art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003 prevalece, em ponderação de valores, em detrimento de outras normasconstitucionais que estariam sendo supostamente contrariadas (art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º). Embora contenha normaspotencialmente colidentes, é certo que a Constituição deve ser interpretada como um todo orgânico, formada por elementosque devem coexistir entre si de maneira harmônica e coerente (principio da unidade da Constituição). Para solverantinomias entre normas constitucionais, a doutrina e a jurisprudência consagraram a técnica da ponderação de interesses.E essa ponderação tem como critério substantivo para sua realização o princípio da dignidade da pessoa humana. Assim,quando normas constitucionais conflitarem, prevalece aquela que melhor proteger o cidadão em face do Estado. Por isso,os dispositivos constitucionais invocados pelo recorrente – todos pertinentes à organização do Estado – cedem à aplicaçãodo art. 7º da Emenda Constitucional nº 41/2003.

Embargos improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

ROGERIO MOREIRA ALVES

Page 36: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL RELAÇÃO … · HUGO FELIPE LONGO DE SOUZA-106 ... que pleiteava a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte do ...

Juiz Federal da Turma RecursalRelator

51 - 0001962-96.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001962-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADEILSON ALVES RIBEIRO(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: Kleison Ferreira.).RECORRENTE: ADEILSON ALVES RIBEIRORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A ação foi ajuizada em face do INSS, e a citação foi simultaneamente dirigida para a Procuradoria Federal e para aProcuradoria da Fazenda Nacional. O INSS limitou-se a requerer a extinção do processo por ilegitimidade ad causam. APFN apresentou contestação, inclusive com defesa de mérito. Na sentença, o juizado corrigiu de ofício o pólo passivo darelação processual, considerando a União legitimada para a causa. Nas contrarrazões ao recurso, a PFN alegou que ojuizado não poderia ter redirecionado a ação de ofício. É incontroverso que a legitimidade passiva para a causa é exclusivada União, sob representação da PFN. O redirecionamento de ofício da demanda não gerou prejuízo processual para arequerida, que exerceu plenamente sua defesa. Anular o processo com base em exacerbado formalismo processual atentacontra os princípios da celeridade e da economia processual. Questão preliminar rejeitada.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

52 - 0002316-24.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002316-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EDILSON GARCIA ROSA(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL/FAZENDA NACIONAL.RECORRENTE: EDILSON GARCIA ROSARECORRIDO: UNIÃO FEDERAL/FAZENDA NACIONALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

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CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A ação foi ajuizada em face do INSS, mas a citação foi dirigida para a Procuradoria da Fazenda Nacional. Apesar do erro docartório, a PFN apresentou contestação, inclusive com defesa de mérito. Na sentença, o juizado corrigiu de ofício o pólopassivo da relação processual, dando a União por integrada à lide. Nas contrarrazões ao recurso, a PFN alegou que ojuizado não poderia ter redirecionado a ação de ofício e requereu que o INSS fosse intimado. É incontroverso que alegitimidade passiva para a causa é exclusiva da União, sob representação da PFN. O redirecionamento de ofício dademanda não gerou prejuízo processual para a requerida, que exerceu plenamente sua defesa. Anular o processo combase em exacerbado formalismo processual atenta contra os princípios da celeridade e da economia processual. Questãopreliminar rejeitada.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

53 - 0001630-32.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001630-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO NUNES CESARJUNIOR (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x FAZENDA NACIONAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.).RECORRENTE: ANTONIO NUNES CESAR JUNIORRECORRIDO: UNIÃO FEDERAL/FAZENDA NACIONALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A ação foi ajuizada em face do INSS, mas a citação foi dirigida para a Procuradoria da Fazenda Nacional. Apesar do erro docartório, a PFN apresentou contestação, inclusive com defesa de mérito. Na sentença, o juizado corrigiu de ofício o pólopassivo da relação processual, dando a União por integrada à lide. Nas contrarrazões ao recurso, a PFN alegou que ojuizado não poderia ter redirecionado a ação de ofício e requereu que o INSS fosse intimado. É incontroverso que alegitimidade passiva para a causa é exclusiva da União, sob representação da PFN. O redirecionamento de ofício dademanda não gerou prejuízo processual para a requerida, que exerceu plenamente sua defesa. Anular o processo combase em exacerbado formalismo processual atenta contra os princípios da celeridade e da economia processual. Questãopreliminar rejeitada.

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A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

54 - 0002340-52.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002340-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JORGE DE OLIVEIRACELESTINO (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL.RECORRENTE: JORGE DE OLIVEIRA CELESTINORECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A ação foi ajuizada em face do INSS, mas a citação foi dirigida para a Procuradoria da Fazenda Nacional. Apesar do erro docartório, a PFN apresentou contestação, inclusive com defesa de mérito. Na sentença, o juizado corrigiu de ofício o pólopassivo da relação processual, dando a União por integrada à lide. Nas contrarrazões ao recurso, a PFN alegou que ojuizado não poderia ter redirecionado a ação de ofício e requereu que o INSS fosse intimado. É incontroverso que alegitimidade passiva para a causa é exclusiva da União, sob representação da PFN. O redirecionamento de ofício dademanda não gerou prejuízo processual para a requerida, que exerceu plenamente sua defesa. Anular o processo combase em exacerbado formalismo processual atenta contra os princípios da celeridade e da economia processual. Questãopreliminar rejeitada.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º

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8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

55 - 0002063-36.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.002063-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FRANCLIM PINTO THOMAZ(ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).RECORRENTE: FRANCLIM PINTO THOMAZRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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56 - 0001631-17.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001631-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANDERSON DOS SANTOSFIRMES (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGASSARAIVA.).RECORRENTE: ANDERSON DOS SANTOS FIRMESRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

57 - 0001597-42.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.001597-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROGERIO TEIXEIRASANTOS (ADVOGADO: FELIPE ZANOTTI BRUMATTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO HENRIQUETEIXEIRA DE OLIVEIRA.).RECORRENTE: ROGERIO TEIXEIRA SANTOSRECORRIDO: UNIÃO FEDERALRELATOR: Juiz Federal ROGERIO MOREIRA ALVES

E M E N T A

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADEAPÓS EDIÇÃO DA LEI Nº 8.620/93.

A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, sob o rito do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decidiu serlegítimo, a partir da vigência da Lei nº 8.620/93, o cálculo em separado da contribuição previdenciária sobre o décimoterceiro salário. “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC.CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O DÉCIMO-TERCEIRO SALÁRIO. DECRETO Nº 612/92. LEI FEDERAL Nº8.212/91. CÁLCULO EM SEPARADO. LEGALIDADE APÓS EDIÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 8.620/93. 1. A Lei nº 8.620/93,em seu art. 7º, § 2º autorizou expressamente a incidência da contribuição previdenciária sobre o valor bruto do 13º salário,cuja base de cálculo deve ser calculada em separado do salário-de-remuneração do respectivo mês de dezembro(Precedentes: REsp 868.242/RN, DJe 12/06/2008; EREsp 442.781/PR, DJ 10/12/2007; REsp n.º 853.409/PE, DJU de29.08.2006; REsp n.º 788.479/SC, DJU de 06.02.2006; REsp n.º 813.215/SC, DJU de 17.08.2006). 2. Sob a égide da Lei n.º

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8.212/91, o E. STJ firmou o entendimento de ser ilegal o cálculo, em separado, da contribuição previdenciária sobre agratificação natalina em relação ao salário do mês de dezembro, tese que restou superada com a edição da Lei n.º8.620/93, que estabeleceu expressamente essa forma de cálculo em separado. 3. In casu, a discussão cinge-se àpretensão da repetição do indébito dos valores pagos separadamente a partir de 1994, quando vigente norma legal arespaldar a tributação em separado da gratificação natalina. 4. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime doart. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008” (RESP 1.066.682, Rel. Luiz Fux, Primeira Seção, DJ 01/02/2010).

O voto do relator do referido recurso especial representativo de controvérsia destacou: “Impende salientar que o art. 1º daLei 8.870/94, ao estabelecer que o 13º salário integra o salário-de-contribuição, ressalvado o cálculo de benefício, nãoimportou ab-rogação da Lei 8.630/93 na parte em que prevê a tributação em separado da gratificação natalina. São normasque tratam de matéria diversa e que, por isso mesmo, têm sua vigência resguardada”.

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

58 - 0008511-30.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.008511-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x ERILDO VIEIRA RAMOS (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMONHOLLIDAY.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ERRO MATERIAL – INEXISTÊNCIA –CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS DESUCUMBÊNCIA – PARTE MÍNIMA DO PEDIDO – ART. 21 DO CPC – JUIZADOS ESPECIAIS – INAPLICABILIDADE –EMBARGOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão de fls. 105/106, proferido pela Turma Recursal, porintermédio do qual aduz o embargante que houve erro evidente quanto a não condenação do recorrente em honorários desucumbência. Alega que decaiu de parte mínima do pedido e, conforme o art. 21 do CPC, o recorrente deve arcar porinteiro com os honorários.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de erro evidente na decisão proferida por esta Turma.3. O acórdão embargado conheceu parcialmente do recurso interposto pelo INSS. Os pedidos recursais foram: a reformado julgado, de modo que o pedido autoral fosse julgado improcedente e a incidência do índice de correção conforme o art.1º-F, da Lei 9.494/97, com redação dada pela Lei 11.960/2009. A sentença foi parcialmente reformada apenas no que tangeaos juros de mora e não houve condenação em honorários ante a sucumbência recíproca.4. No Fórum Nacional dos JEF´S (FONAJEF), foi aprovado o Enunciado nº 97, segundo o qual, “o provimento, ainda queparcial, de recurso inominado afasta a possibilidade de condenação do recorrente ao pagamento de honorários desucumbência”.5. Frise-se que o fundamento da norma, consubstanciada no art. 55 da Lei n. 9.099/95, parece ser o fato de que oshonorários, nos juizados, têm função predominantemente sancionatória, de modo a coibir, no primeiro grau, a litigância demá-fé, e, no segundo grau, inibir recursos meramente protelatórios.6. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

59 - 0003283-40.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003283-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.) x EURICO MURTA (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMONHOLLIDAY.).

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E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ERRO MATERIAL – INEXISTÊNCIA –CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS DESUCUMBÊNCIA – PARTE MÍNIMA DO PEDIDO – ART. 21 DO CPC – JUIZADOS ESPECIAIS – INAPLICABILIDADE –EMBARGOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão de fls. 98/99, proferido pela Turma Recursal, porintermédio do qual aduz o embargante que houve erro evidente quanto a não condenação do recorrente em honorários desucumbência. Alega que decaiu de parte mínima do pedido e, conforme o art. 21 do CPC, o recorrente deve arcar porinteiro com os honorários.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de erro evidente na decisão proferida por esta Turma.3. O acórdão embargado conheceu parcialmente do recurso interposto pelo INSS. Os pedidos recursais foram: a reformado julgado, de modo que o pedido autoral fosse julgado improcedente e a incidência do índice de correção conforme o art.1º-F, da Lei 9.494/97, com redação dada pela Lei 11.960/2009. A sentença foi parcialmente reformada apenas no que tangeaos juros de mora e não houve condenação em honorários ante a sucumbência recíproca.4. No Fórum Nacional dos JEF´S (FONAJEF), foi aprovado o Enunciado nº 97, segundo o qual, “o provimento, ainda queparcial, de recurso inominado afasta a possibilidade de condenação do recorrente ao pagamento de honorários desucumbência”.5. Frise-se que o fundamento da norma, consubstanciada no art. 55 da Lei n. 9.099/95, parece ser o fato de que oshonorários, nos juizados, têm função predominantemente sancionatória, de modo a coibir, no primeiro grau, a litigância demá-fé, e, no segundo grau, inibir recursos meramente protelatórios.6. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

60 - 0000739-67.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000739-6/01) LOURIVAL LUIZ LODI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – AUSÊNCIA DEDOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS DO DIREITO DO AUTOR – OMISSÃO – INEXISTÊNCIA – EMBARGOSCONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão de fls. 66/69, proferido pela Turma Recursal, porintermédio do qual aduz a União Federal que houve omissão no referido acórdão, diante do fato de que o acórdão nãoenfrentou questão de ordem pública, concernente à inépcia da inicial. Aduz que a parte interessada não juntou aos autosprova documental necessária para a comprovação de suas alegações.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo. Todavia, a hipótesedos autos não caracteriza omissão, contradição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso interposto, uma vez queausentes os requisitos previstos no art. 535 do CPC.3. O acórdão embargado não padece de omissão passível do manejo da referida peça processual. No supracitado acórdão,a Turma foi clara e coerente ao anular a sentença do Juízo a quo, afastando o argumento de incompetência e devolvendoos autos para apreciação do mérito da demanda, ao afirmar que não há complexidade a afastar a competência dosJuizados Especiais Federais. Toda a matéria cognitiva é devolvida ao Juízo a quo.5. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

61 - 0000737-97.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000737-2/01) JORGE DE SOUZA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMADOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: GUSTAVO DE RESENDE RAPOSO.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – AUSÊNCIA DEDOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS DO DIREITO DO AUTOR – OMISSÃO – INEXISTÊNCIA – EMBARGOSCONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.

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1. Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão de fls. 56/59, proferido pela Turma Recursal, porintermédio do qual aduz a União Federal que houve omissão no referido acórdão, diante do fato de que o acórdão nãoenfrentou questão de ordem pública, concernente à inépcia da inicial. Aduz que a parte interessada não juntou aos autosprova documental necessária para a comprovação de suas alegações.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que esta aponta a existência de omissão na decisão proferida por este Juízo. Todavia, a hipótesedos autos não caracteriza omissão, contradição ou obscuridade, não podendo prosperar o recurso interposto, uma vez queausentes os requisitos previstos no art. 535 do CPC.3. O acórdão embargado não padece de omissão passível do manejo da referida peça processual. No supracitado acórdão,a Turma foi clara e coerente ao anular a sentença do Juízo a quo, afastando o argumento de incompetência e devolvendoos autos para apreciação do mérito da demanda, ao afirmar que não há complexidade a afastar a competência dosJuizados Especiais Federais. Toda a matéria cognitiva é devolvida ao Juízo a quo.5. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

62 - 0000851-82.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.000851-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x MARILDA CARVALHO ROSA (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – ERROMATERIAL – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – DEFENSORIA PÚBLICA –EXISTÊNCIA –– EMBARGOS CONHECIDOS EPARCIALMENTE PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO FEDERAL em face do acórdão de fls. 196/202 que deu negouprovimento ao recurso por ela interposto. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à ofensa ao disposto noartigo 198 da Constituição da República. Aduz ainda que houve erro material no acórdão pelo fato de ser condenada aopagamento de honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública da União.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre o artigo daConstituição que a parte alega incidir à espécie não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois ojulgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações daspartes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de talsorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem queesteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.4. Quanto à alegação de erro material, assiste razão à embargante. Conforme a súmula 421 do STJ, de 13/05/2010, oshonorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de direito público àqual pertença.5. Neste sentido:

PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEFENSORIA PÚBLICA. CONFUSÃO ENTRE CREDOR EDEVEDOR. ORIENTAÇÃO DO STJ FIRMADA EM JULGAMENTO SOB O REGIME DOS RECURSOS REPETITIVOS. 1.Não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando atua contra a pessoa jurídica de direito público daqual é parte integrante. 2. Entendimento sedimentado nesta Corte quando do julgamento do REsp 1.108.013/RJ, darelatoria da Ministra Eliana Calmon, com base na lei dos recursos repetitivos. 3. Agravo regimental não provido.�(AGA200802744867, CASTRO MEIRA, STJ - SEGUNDA TURMA, 30/09/2010)

6. Embargos de declaração conhecidos e parcialmente providos para afastar a condenação da União Federal emhonorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PARCIALPROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

63 - 0000387-78.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000387-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x CLEUSA MOREIRA SANTANA (ADVOGADO: KARLA AUER GUASTI.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – ERRO MATERIAL – CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS DESUCUMBÊNCIA – RECORRENTE VENCIDO – ART. 55, CAPUT, SEGUNDA PARTE, LEI Nº 9.099/95 – JUIZADOSESPECIAIS –EMBARGOS CONHECIDOS E PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão de fls. 77/78, proferido pela Turma Recursal, porintermédio do qual aduz a embargante que houve contradição quanto a não condenação do recorrente vencido emhonorários de sucumbência.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações daembargante, verifica-se que esta aponta a existência de contradição na decisão proferida por esta Turma.3. O acórdão embargado negou provimento ao recurso interposto pelo INSS, mantendo in totum a sentença prolatada peloJuízo a quo.4. No âmbito dos Juizados Especiais, só há condenação em honorários advocatícios quando o recorrente é vencido (art. 55,caput, segunda parte, da Lei nº 9.099/95). O fundamento da norma, consubstanciada no art. 55 da Lei n. 9.099/95, pareceser o fato de que os honorários, nos juizados, têm função predominantemente sancionatória, de modo a coibir, no primeirograu, a litigância de má-fé, e, no segundo grau, inibir recursos meramente protelatórios.5. Assiste razão à embargante. In casu, a autarquia previdenciária foi vencida em seu recurso inominado, sendo devida acondenação em honorários sucumbenciais.6. Assim, CONHEÇO DOS PRESENTES EMBARGOS para, no mérito, DAR-LHES PROVIMENTO, a fim de que orecorrente vencido seja condenado ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10 % sobre o valor dacondenação.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

64 - 0004403-94.2003.4.02.5050/01 (2003.50.50.004403-7/01) MARCO ANTONIO EVANGELISTA (ADVOGADO:ESMERALDO AUGUSTO L. RAMACCIOTTI, MARCELA SIMMER, MARCELO MATEDI ALVES, EUSTACHIO DOMICIO L.RAMACCIOTTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – EMBARGOSCONHECIDOS E IMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora em face do acórdão de fls. 212/213 que negouprovimento ao recurso por ela interposto. Alega o embargante que a decisão seria omissa quanto à ofensa ao disposto nosartigos 5º, caput e 37, caput, da Constituição da República.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos daConstituição que a parte alega incidir à espécie não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois ojulgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações daspartes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de talsorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem queesteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.4. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

65 - 0011323-45.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011323-5/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANDREA M. SANTOSSANTANA.) x ESTADO DO ESPIRITO SANTO (ADVOGADO: PAULO SERGIO MARSCHALL.) x AIRTON DE PAULA(DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS –

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INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – EMBARGOSCONHECIDOS E IMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela UNIÃO FEDERAL em face do acórdão de fls. 161/168 que deu parcialprovimento ao recurso por ela interposto e negou provimento ao recurso do Estado do Espírito Santo. Alega o embarganteque a decisão seria omissa quanto à ofensa ao disposto nos artigos 198 e 37, caput, da Constituição da República.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamenteanalisados na decisão colegiada. O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os artigos daConstituição que a parte alega incidir à espécie não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 do CPC, pois ojulgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas as alegações daspartes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de talsorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem queesteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.4. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

66 - 0007864-98.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007864-1/01) SEBASTIAO RODRIGUES DURUTEIA (DEF.PUB: KarinaRocha Mitleg Bayerl.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

67 - 0002384-13.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.002384-9/01) UNIÃO FEDERAL x ERIVALDO FERREIRA DOS SANTOS(DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA, GUSTAVO DE ALMEIDA RIBEIRO.).E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na

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forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

68 - 0004214-43.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004214-2/01) DEUZI MARIA DE OLIVEIRA SILVA (DEF.PUB: KarinaRocha Mitleg Bayerl.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).E M E N T AEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTIMAÇÃO PESSOAL DA REALIZAÇÃO DA SESSÃO DE JULGAMENTO –DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.A Defensoria Pública da União arguiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da DefensoriaPública a intimação pessoal. Entretanto, a Defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta deintimação. A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento édestituída de sentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da TurmaRecursal. Segundo o art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.A interposição de embargos declaratórios possui função corretiva e integradora, exigindo que o próprio prolator da decisãoexerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. Os embargos opostos não apontam qualquer, dúvida, omissão,contradição ou obscuridade a esclarecer, apenas relatam a inconformidade da Defensoria Pública devido à ausência daintimação pessoal.Assim, restam ausentes os requisitos do art. 535 do CPC.Embargos conhecidos e improvidos.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

69 - 0000256-40.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000256-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x ADEMIR GAVA (ADVOGADO: LEANDRO FREITAS DE SOUZA,ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – LAUDO MÉDICO PERICIAL – INCAPACIDADE COMPROVADA – DIB FIXADANA CONFECÇÃO DO LAUDO – SENTENÇA REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 89/91, que julgou procedente o pedido deconcessão do benefício de auxílio-doença, desde a data do ajuizamento da ação judicial. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que o perito não apresentou embasamento técnico para a fixação da data da incapacidade, logo, a DIBdeve ser da realização da perícia médica judicial.Inicialmente, verifico que não há, no presente recurso, controvérsia acerca do atual estado de incapacidade da parte autora,bem como da sua qualidade de segurado e cumprimento de carência. A controvérsia cinge-se, pois, no que concerne àdata de início do benefício pleiteado.Como o perito judicial não soube precisar a data do início da incapacidade e, em casos assim, vêm decidindoreiteradamente nossos tribunais pela fixação da DIB na data da confecção do laudo médico pericial, concluo, portanto, quea data de início do auxílio-doença deve ser fixada em 24 de março de 2009, data da elaboração do laudo pericial, visto que,somente com este, foi possível aferir a incapacidade da parte autora.Por todo o exposto, merece reforma a sentença, para fixar a DIB em 24/03/2009.Recurso conhecido e provido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

70 - 0000228-78.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000228-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x VALTON SALES DO AMARAL (ADVOGADO: EDSONROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL COMPROVADA – ATIVIDADE DEEMPRESÁRIO NÃO EXERCIDA –HOMOLOGAÇÃO DO LABOR RURAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 145/146, que julgou parcialmenteprocedente o pedido de concessão à parte autora do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que há provas nos autos de que em 2006 o autor não desenvolvia atividade rural, mas sim atividade empresarial.Logo, em seu laudo pericial administrativo, a autarquia atestou que o autor estava inapto para o trabalho rural, e não para aatividade empresarial. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitado

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para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fl. 130, quemesmo sendo portador de discopatia lombar, a parte autora, que possui 39 anos, não se encontra incapacitada para otrabalho (quesito 01, quesito do Juízo). No âmbito administrativo, o INSS reconheceu a incapacidade temporária do autor efixou a data de início da incapacidade em 08/08/2006 e a data de início da doença em 01/01/2001 (fl. 125).Verifica-se que há início de prova material do labor rural nos autos: ficha de atualização cadastral junto a Secretaria deEstado da Fazenda em nome do autor (fl. 24) e certificado de cadastro de imóvel rural dos anos de 1998 e 1999 em nomeda esposa do autor (fl. 25), e documentos da terra em nome do seu sogro e da sua esposa (fls. 64/68). Ademais, a provatestemunhal foi clara e coesa no sentido de afirmar que a parte autora sempre exerceu atividades rurícolas.Quanto às alegações da Autarquia de que o autor em 2006 não desenvolvia atividade rural, e sim atividade empresarial,não merecem prosperar, uma vez que é notável, pelas provas existentes nos autos, que a parte autora não exerceu,continuamente, esta segunda atividade. Ademais, apesar de o mesmo estar inscrito como empresário desde 2003, o INSSnão demonstrou que a parte autora realizou nenhuma contribuição nesse sentido. Portanto, o fato de apenas ter requerido ainscrição como empresário não o prejudica.Outrossim, o fato de a esposa do autor exercer atividade de professora primária no meio rural não tem o condão dedesqualificar o regime de economia familiar e a qualidade de segurado especial.Desta forma, verifico que a própria Autarquia, em sede administrativa, homologou o período de atividade rural de01/05/2006 a 31/05/2006 (fl. 90). A prova testemunhal corroborou o início de prova material apresentado, servindo, assim,para abarcar todo o período de carência almejado.Por fim, cabe ressaltar que o autor não se encontra incapacitado para o labor rural atualmente. Porém, a períciaadministrativa, atestou a incapacidade em 08/08/2006, para que o autor tratasse a sua patologia, com alta programada para30/06/2007 (fl. 125).Diante disso, faz jus a parte autora ao recebimento do auxílio-doença desde a data do requerimento administrativo(04/10/2006 – fl. 139) até a data de 30/06/2007.Por todo o exposto, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

71 - 0000303-83.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000303-4/01) LEONTINA RODRIGUES DA SILVA (ADVOGADO:CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA, ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.61/62, que julgou improcedente oseu pedido de concessão do benefício de auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suasrazões recursais, que devido às limitações impostas por sua moléstia e sua idade avançada, encontra-se afastada de suasatividades habituais. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e terconstatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. A autora, que possui 71 anos de idade e tem como profissão atividades do lar, ingressou no regime previdenciário emnovembro de 2006, na qualidade de contribuinte individual (fl. 32). Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos,verifica-se, consoante perícia médica judicial de fl. 52, que mesmo sendo portadora de artrose, a parte autora não seencontra incapacitada para o trabalho (quesitos 09 e 10). Afirma o expert que, no momento do exame pericial, nãoconstatou nenhum sinal clínico evidente de incapacidade. Além disso, o perito ressaltou que a parte autora possuíamarchas sem características especiais, ausência de claudicação, ausência de sinais de compressão radicular. Diante dorelato médico pericial, entende-se que a recorrente não se encontra incapacitada.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

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A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

72 - 0004773-97.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004773-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS xVANTUIL PEREIRA (ADVOGADO: LUCIANA GOMES DA COSTA BAESSA, THIARLEN JUNIOR REZENDE DE SOUZA,ALVARO AUGUSTO BOUBEL SANTANA.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – INCAPACIDADEDEFINITIVA – INCAPACIDADE TOTAL AFERIDA PELAS CONDIÇÕES PESSOAIS E PELA ATIVIDADE HABITUAL –APLICAÇÃO DE JUROS DE MORA – LEI 11.960/2009 - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO –SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 108/112, que julgou procedente o pedidodo autor, concedendo o benefício da aposentadoria por invalidez desde a data da cessação do benefício anterior, qual seja30/04/2008 (fl. 101), com pagamento das parcelas atrasadas corrigidas monetariamente pelo INPC, acrescidas de juros demora de 1% a.m. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o recorrido não tem direito ao benefício concedido,pois, de acordo com laudo de fls. 96/98, sua incapacidade não é total, podendo o autor exercer outras atividades que nãodemandem esforço físico. Além disso, a autarquia requer a reforma da sentença, determinando-se que a atualizaçãomonetária dos atrasados siga a disciplina do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, na redação dada pela Lei nº 11.960/09.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. O autor é pessoa que sempre laborou na construção civil como pedreiro, atividade que exige em demasia das condiçõesfísicas do trabalhador. É incontroversa nos autos a qualidade de segurado da Previdência Social da parte autora, bem comoo cumprimento da carência mínima exigida em lei para os benefícios em tela. De acordo com laudo pericial de fls. 96/98, orecorrido possui Espondilite Anquilosante, sendo certo que, na data da cessação do benefício (30/04/2008), a enfermidadejá era incapacitante. Insta salientar o recebimento de auxílio-doença pelo autor em face de sentença judicial transitada emjulgado (prolação em 11/12/2006) até 30/04/2008.4. Tendo em vista o fato de o autor sempre ter trabalhado como pedreiro, entende-se ser praticamente impossível areabilitação do mesmo para o exercício de outra atividade, a qual necessariamente teria que ser de cunho braçal,notadamente no sentido de impor esforço físico. Sua idade (50 anos) também reforça a necessidade de concessão daaposentadoria por invalidez, em virtude da dificuldade de recolocação no mercado de trabalho, o que torna remota aeficácia de eventual reabilitação profissional.5. Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela capacidade do recorrido para atividades que não demandemesforço físico, considera-se aqui que o mesmo encontra-se totalmente incapaz, por todos os argumentos acima expostos. OCódigo de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com outros elementos oufatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida pelo perito, desde que motive suas decisões, o que foi feitoacima.6. Com relação à aplicação dos juros, verifica-se que o termo inicial da mora deu-se antes de 29/06/2009, data da entradaem vigor da Lei 11.960/2009. Como a citada lei tem aplicação imediata sobre os processos pendentes (Precedente: STF -RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009), a partir desta data deve ser aplicada a nova redação do artigo 1º-F daLei 9.494/97, que segue abaixo:

“Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária,remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índicesoficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.”

7. Assim, até 29/06/2009, a correção monetária segue a tabela de precatórios da justiça federal e os juros moratóriosseguem a taxa de 1% ao mês. Após esta data, as parcelas vencidas deverão ser corrigidas pelos índices oficiais deremuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.8. Recurso conhecido e parcialmente provido para que os juros de mora tenham percentual de 1% ao mês até 29/06/2009.Após, deve-se aplicar a correção prevista no art. 1º - F da Lei 9.494 / 97, com a nova redação dada pela Lei 11.960/2009.9. Recurso conhecido e parcialmente provido.10. Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO,reformando-se parcialmente a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

73 - 0000365-26.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000365-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x SEBASTIAO GOMES LESSA (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA,EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.).EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – INCAPACIDADEPARCIAL E DEFINITIVA – INCAPACIDADE TOTAL AFERIDA PELAS CONDIÇÕES PESSOAIS E PELA ATIVIDADEHABITUAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 123/125, que julgou parcialmenteprocedente o pedido do autor, concedendo o benefício da aposentadoria por invalidez desde a data da sentença erestabelecendo o benefício previdenciário de auxílio-doença, desde a data da cessação indevida até o dia imediatamenteanterior à prolação da sentença. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o recorrido não tem direito ao benefícioconcedido, pois sua incapacidade é parcial (fl. 110), tendo desse modo condições de exercer atividades que nãodemandem esforço físico.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. O autor é pessoa que sempre laborou na construção civil como pedreiro, conforme carteira de trabalho de fls. 19/26,tendo recolhido contribuições para a Previdência Social pelo tempo exigido em lei, ponto incontroverso nos autos. Este laborexige em demasia das condições físicas do trabalhador, de forma a agravar a enfermidade do recorrido que, conforme aperícia do juízo, possui lumbago com ciática, além de um quadro de compressão radicular por hérnia discal lombar,consideradas como doenças degenerativas que incapacitam o exercício de trabalho braçal pesado (fl. 110). Em razão daenfermidade, o INSS concedeu auxílio-doença de 28/07/2004 a 31/10/2005 e de 05/12/2005 a 15/03/2007, cessando obenefício com a justificativa de que não havia mais incapacidade laborativa do recorrido.4. Tendo em vista o fato de o autor sempre ter trabalhado na construção civil como pedreiro e de ser analfabeto, entende-seser praticamente impossível a reabilitação do mesmo para o exercício de outra atividade, a qual necessariamente teria queser de cunho braçal, notadamente no sentido de impor esforço físico. Sua idade (59 anos), também reforça a concessão daaposentadoria por invalidez, tendo em vista as dificuldades encontradas para se conseguir uma vaga de emprego,dificuldades estas que aumentam para pessoas de idade mais avançada. Tudo isso deixa explícito o direito do recorrido dereceber o benefício em questão, pois seria difícil uma reabilitação profissional de alguém com as mesmas características doautor, dentro da conjuntura atual do mercado de trabalho.5. Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela capacidade do recorrido para atividades que não demandemesforço físico, considera-se aqui que o mesmo encontra-se incapaz definitivamente, por todos os argumentos acimaexpostos. O Código de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com outroselementos ou fatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida pelo perito, desde que motive suas decisões,o que foi feito acima.6. Recurso conhecido e improvido.7. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor da condenação,conforme o artigo 20, § 3º do Código de Processo Civil.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, de forma amanter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

74 - 0000705-64.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000705-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x CELMA CERUTTE GRILLO (ADVOGADO:MANOEL FERNANDES ALVES.) x OS MESMOS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE – RURAL – MÉDIA PROPRIEDADE – MARIDO QUALIFICADOCOMO EMPRESÁRIO RURAL, MAS COM RENDA MÍNIMA – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR CONFIGURADO –FIXAÇÃO DA DIB EM 13/07/2009, DATA DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recursos inominados interpostos pelo INSS e pela parte autora em face da sentença de fls. 74/79, que julgouprocedente o pleito autoral de concessão de aposentadoria rural por idade. Alega a autarquia previdenciária,preliminarmente, que inexiste interesse de agir da autora, pois não houve prévio requerimento administrativo do benefíciopleiteado em sede administrativa. Além disso, requer a improcedência do pedido diante do não enquadramento da autoracomo segurada especial. Pugna, assim, pela reforma da sentença. Já a parte autora alega, em síntese, que a data de iníciodo benefício deve ser 09/12/1993, devido à aposição de um carimbo, pelo INSS, em sua CTPS, que comprova quecompareceu em sede administrativa nesta data, tendo seu benefício negado. Requer a reforma da sentença, apenas noque diz respeito à DIB.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 para mulheres), exercício de atividade em regime de economia familiar, e cumprimento da carênciaexigida pela lei (artigo 48, § 1º e § 2º da Lei 8.213/91).

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3. Preliminarmente, rejeito a alegação do INSS de que não há interesse de agir da parte autora, pelo fato de a mesma nãoter requerido administrativamente o benefício, tendo em vista que, ao apresentar defesa de mérito à demanda proposta, oréu resistiu à pretensão autoral, configurando-se, neste momento, a lide (TNU 2004.81.10.005614-4).4. A autora nasceu em 05/04/1930. Completou 55 anos de idade em 05/04/1985, ainda sob a égide da Lei Complementar11/71 e Decreto nº 83.080/79, segundo os quais a aposentadoria rural era devida somente ao chefe ou arrimo da unidadefamiliar com 65 anos de idade, não sendo o cônjuge considerado segurado, mas tão-somente dependente. Assim, para aautora, o direito à concessão da aposentadoria rural por idade surge com o advento da Lei 8.213/91, que passou aconsiderar devida a ambos os cônjuges a percepção de tal benefício, e não somente ao chefe da unidade familiar, figuraque deixou de existir.5. Existem nos autos indícios da atividade rural exercida pela parte autora: Carteira de Filiação ao Sindicato dosTrabalhadores Rurais, com admissão em 23/07/1998 (fl. 22); Escritura Pública de Compra e Venda de Imóvel Rural emNova Venécia, com 109,2 ha, datado de 31/03/1955 (fls. 24/25); Título Eleitoral do cônjuge da autora constando a profissãode lavrador (fl. 34); ITR do ano de 1996 (fl. 35); Escritura de Doação do imóvel rural para os filhos com usufruto vitalício em01/10/1990 (fls. 37/38).6. No Município de Nova Venécia (código 502.065), onde se situa o imóvel rural, o módulo fiscal corresponde a 20 ha,conforme Instrução Normativa nº 27, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Assim, apropriedade rural da autora denominada “Fazenda Grillo” possui 5,46 módulos fiscais, classificando-se como “médiapropriedade”.7. A grande extensão do latifúndio não é impedimento para concessão do benefício, como já restou pacificado no E. STJ(REsp 980.065/SP). É imperativo, contudo, a configuração do regime de economia familiar, cujo conceito está presente noartigo 11, VII, da Lei 8.213/91, in verbis: “Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dosmembros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência ecolaboração, sem a utilização de empregados”.8. Quanto à alegação do recorrente de que o marido da autora é aposentado como empregador rural, verifica-se que o valordo benefício é de apenas um salário mínimo (fl. 66), o que indica que, apesar da qualificação recebida, o padrão de vida dafamília é compatível com proprietários rurais que vivem de uma agricultura de subsistência.9. Nesse sentido, segue entendimento jurisprudencial:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVADOCUMENTAL CORROBORADA PELA PROVA TESTEMUNHAL. BENEFÍCIO DEVIDO. I – A autora completou 55 anosem 18/03/2000 (fl. 08), o que satisfaz o requisito inicial que é a comprovação da idade mínima, conforme o estabelecido noart. 48, § 1º da Lei 8.213/91, devendo comprovar o exercício da atividade rural por 114 meses, conforme tabela do art. 142,da Lei nº 8.213/91, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, quefoi em 14/08/2000 (fl. 37). II – Compulsando os autos, verifica-se que a autora apresentou os seguintes documentos:carteira do Sindicato Rural de Barra de São Francisco/ES, com sua data de matrícula em 13/11/1968 (fl. 08); certidão decasamento, contraído em 07/06/1975, onde consta a profissão do marido como lavrador (fls. 10 e 40); declarações deexercício de atividade rural, emitidas pelo referido Sindicato, em 07/08/2000 (fls. 60/61) e 02/08/2004 (fl. 12); escritura decompra e venda de imóvel rural, onde figura o marido da autora como comprador, datada de 25/11/1959 (fls. 13/17 e41/45); certificados de cadastro de imóvel rural (Sítio Pedregulho, localizado em Córrego Sapucaia, Barra de São Francisco)referentes aos anos de 1998 a 2002 (fls. 18/19 e 46), em nome do marido da autora; comprovantes de pagamento do ITR,dos anos de 1975 a 1978, 1981, 1983, 1985 a 1987, 1991, 1993 a 1995, referente, inicialmente, aos imóveis Sítio Papagaioe Sítio Pedregulho (fl. 47/50), e posteriormente Sítio Pedregulho (fls. 51/55), verificando-se que houve uma unificação dosimóveis no cadastro do INCRA, ao confrontar-se o código do imóvel e as suas áreas totais; entrevista da autora perante oINSS, em 15/09/2000, onde a mesma declarou possuir 2 propriedades rurais, havendo contratação de diaristas (fl. 59). III –Por sua vez, os depoimentos das testemunhas são unânimes em afirmar que conhecem a autora há, pelo menos, 30 anose que a mesma sempre trabalhou na roça, contratando companheiros “somente no período da panha de café”, nãoexistindo maquinário agrícola na propriedade, bem como que grande parte da propriedade se constitui de mata (fls. 84/85).IV – A mera classificação do marido da autora como empregador II-B não descaracteriza o regime familiar, fazendo-senecessário o cotejo com os demais elementos dos autos. Precedentes. V – A necessidade de eventual mão–de-obra dediarista ou de meeiro, na época da colheita, não descaracteriza o trabalho em regime de economia familiar. O artigo 11,inciso VII e parágrafo 1º, da Lei 8.213/91 permite a utilização do auxílio de terceiros, desde que não se caracterizem comoempregados, cujos serviços são prestados de forma não eventual, pessoal e com subordinação. Precedentes. VI – Dessaforma, ao contrário do que afirma o INSS, os documentos colacionados aos autos constituem, sim, início de prova material,nos termos do que exige a legislação aplicável ao caso, que somados à prova testemunhal produzida, são aptos acomprovar o exercício de atividade rural. VII – Agravo interno a que se nega provimento.�(AC 200802010059290,Desembargador Federal ALUISIO GONCALVES DE CASTRO MENDES, TRF2 - PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA,27/03/2009)

10. O pedido recursal da parte autora não merece prosperar. A recorrente alega que a DIB deve ser fixada em 09/12/1993.Aduz que foi aposto um carimbo pelo INSS em sua CTPS, com a referida data e que tal fato teria ocorrido no momento dorequerimento administrativo. Porém, tal carimbo não atesta que realmente houve interposição de requerimento.11. Assim, verifica-se que foram preenchidos os requisitos para concessão da aposentadoria rural por idade à autora.12. Sentença mantida. Recursos conhecidos e improvidos.13. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios ante a sucumbência recíproca.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da

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Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS RECURSOS, na forma da ementa constante nos autos eque passa a integrar o presente julgado.

75 - 0003622-20.2006.4.02.5001/01 (2006.50.01.003622-0/01) MOACYR FERNANDO CABRAL (ADVOGADO: ALBAVALERIA ALVES FRAGA, ROGÉRIO FERREIRA BORGES, AMANDA MENEZES DE ANDRADE RIBEIRO, DANIELFERREIRA BORGES, FABÍOLA CARVALHO DE ALMEIDA MELO, MARCÍLIO TAVARES DE ALBUQUERQUE FILHO.) xCAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKA SEIBEL PINTO.).E M E N T A

FGTS – EXPURGOS INFLACIONÁRIOS – RECURSO INOMINADO EM FACE DE SENTENÇA TERMINATIVA –POSSIBILIDADE – TERMO DE ADESÃO – LEI COMPLEMENTAR 110/2001 – PARÂMETROS TRAÇADOS NA VIAADMINISTRATIVA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 104/105, que julgou extinto oprocesso, com base no art. 267, VI, do CPC, pelo fato de o autor ter aderido ao acordo com a Caixa Econômica Federal,referente à aplicação dos expurgos inflacionários sobre o saldo do FGTS. O autor alega que os valores quitados no acordonão amparam os seus reais direitos. Aduz que quando a CEF propôs o acordo não considerou o saldo já atualizado com ataxa de 6% para fins de pagamento dos expurgos devidos. Requer, portanto, a anulação da sentença. Sucessivamente,requer que esta Turma julgue o mérito da questão discutida. A CEF apresentou contrarrazões pugnando pela manutençãoda sentença.Preliminarmente, cabe analisar a possibilidade de interposição de recurso inominado em face de sentença terminativa, noâmbito dos Juizados Especiais. O art. 5º da Lei 10.259/2001 estabelece que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais,além das medidas de urgência, somente se admite recurso de sentenças definitivas. A utilização da expressão “sentençadefinitiva” levou parte da doutrina e da jurisprudência a considerar irrecorríveis as sentenças terminativas, por exclusão.A tese da recorribilidade das sentenças terminativas nos juizados não merece prosperar se manejada com fundamento noprincípio do duplo grau de jurisdição. A possibilidade de se rever decisões judiciais é objeto do tema da recorribilidade que,ante o princípio da taxatividade, define quais decisões admitem ou não interposição de recurso e, admitindo, qual amodalidade de recurso adequado, dentro do sistema recursal. Via de regra, as decisões são recorríveis, em atenção aosprincípios da ampla defesa e do devido processo legal. Contudo, o princípio do duplo grau de jurisdição obrigatório nãoconstitui princípio constitucional explícito nem implícito. Assim restou reconhecido no STF quando do julgamento do RHC79785. Nesses termos, por opção de política legislativa e a fim de efetivar celeridade e efetividade do processo, pode a leilimitar a interposição de recursos, criando a classe das decisões irrecorríveis. A efetividade que se espera da prestaçãojurisdicional exige a celeridade dos procedimentos, incompatível com a revisibilidade de todas as decisões judiciais.O tema merece revisão em face da própria interpretação que se pretendeu dar à expressão “sentença definitiva”.Analisando a expressão entendo que o legislador utilizou a expressão em sentido mais amplo, não tão técnico à luz dateoria geral do processo, no sentido de decisões que definem o desfecho do processo. Assim, perfeitamente cabível ainterposição de recurso inominado em sentenças terminativas, visto que estas também encerram o processo, pelo quepasso a analisar o mérito da questão sub judice.Compulsando os autos, verifica-se que o autor impetrou ação (tombada sob o nº 1999.03.99.029203-9) em face da CEF eobteve a condenação da instituição à correção do saldo da conta vinculada do FGTS com a taxa de 6%. Posteriormente, oautor celebrou acordo com a CEF, amparado pela Lei Complementar nº 110/2001, com o fim de receber as correções dosplanos econômicos. Recebeu os valores devidos em 02 (duas) parcelas de R$ 21.222,34, sendo a última em 17/11/2003.Porém, o autor alega que no momento do acordo a CEF deveria ter aplicado, primeiramente, a taxa de 6% ao ano sobre osaldo e, apenas depois, ter feito a correção dos expurgos inflacionários.Não procede o pedido do autor. Ao fazer o acordo com a CEF, o autor optou pela resolução da lide na via administrativa,não tendo a recorrida que observar os parâmetros traçados anteriormente pela via judicial. Exatamente este foi o intuito doacordo. Ao aderir ao termo de adesão para receber aqueles valores, a parte solucionou, administrativamente, o conflito deinteresses antes existente, submetendo-se às estipulações administrativas constantes do termo de adesão.Assim, carece de interesse de agir quanto à pretensão de ver o saldo remunerado novamente com a taxa de 6%.Diante do exposto, não merece reforma a sentença de piso.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

76 - 0000213-80.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.000213-2/01) JOAO CARLOS MANCINI (ADVOGADO: NELSON DEMEDEIROS TEIXEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (ADVOGADO: ANTONIO CARLOSSANTOLIN. PROCDOR: Carolina Augusta da Rocha Rosado.).Processo nº 2006.50.51.000213-2/01

Recorrente : JOÃO CARLOS MANCINIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

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E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL JUNTADA DE DOCUMENTO NOVO COMA APELAÇÃO - POSSIBILIDADE – COMPLEMENTAÇÃO DO PERÍODO NECESSÁRIO À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO -RECURSO CONHECIDO E PROVIDO1. Trata-se de recurso inominado interposto por JOÃO CARLOS MANCINI contra a r. sentença de fls.219/224, que julgouimprocedente o pedido de concessão de aposentadoria especial.2. Segundo o juízo de origem, o tempo total de trabalho do autor em atividade especial soma 24 (vinte e quatro) anos, 10(dez) meses e 03 (três) dias, não atingindo o tempo necessário para a concessão da aposentadoria especial. Ressaltouque, não obstante constar na CTPS do autor o período de trabalho prestado junto ao empregador Agro-Pecuária Carvalhode Britto S/A, não havia nos autos qualquer laudo que comprovasse que o referido período teria sido exercido em condiçõesespeciais.3. Em suas razões recursais, alega o recorrente que sempre trabalhou como Técnico em Segurança do Trabalho, atividadeque também exerceu na empresa Carvalho Brito, não tendo juntado o Perfil Profissiográfico Previdenciário, todavia, por quenão possuía o referido documento. Afirma que não pode ser responsabilizado por erro da empresa ou de seu advogado ejunta, com o recurso, o PPP que alega somente agora ter sido fornecido pela empresa, pugnando, ao final, pela reforma dasentença e o conseqüente deferimento do pedido inicial.4. Em contrarrazões, argúi a autarquia previdenciária a falta de interesse de agir, por ausência de requerimentoadministrativo de aposentadoria especial, mas apenas de aposentadoria por tempo de contribuição. Alega não ser possívela juntada de documento novo na fase recursal.5. É prescindível a exigência de prévia utilização da via administrativa como condição para a propositura de ação denatureza previdenciária, sobretudo quando o réu, citado na ação, impugna o mérito do pedido, demonstrando que seriainócuo remeter o autor à esfera administrativa, quando se sabe, de antemão, que nela não lograria êxito. Neste sentido, oseguinte aresto da TNU: “PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.CONTESTAÇÃO DO RÉU ESPECIFICAMENTE ACERCA DO MÉRITO. PRESENÇA DO INTERESSE DE AGIR. 1.Situação em que a sentença, chancelada pelo v. acórdão da Turma Recursal, entendeu ausente o interesse de agir, mercêda inexistência de formulação de requerimento administrativo prévio. Destacou-se que toda a documentação relativa aopleito em referência era posterior à DER (data da entrada do requerimento de aposentadoria). 2. A contestação oferecidapelo INSS, entretanto, aborda, especificamente, a matéria pertinente ao tempo de serviço especial (não foi sequer invocadaa preliminar de ausência de interesse de agir), razão por que deve ser tida como caracterizada a pretensão resistida do réu.3. Pedido de Uniformização conhecido e parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos ao Juízo de origem, oqual deverá examinar o mérito do pedido de reconhecimento de tempo de serviço especial, a despeito da ausência derequerimento administrativo.” (Processo: 200672950155442 Data da decisão: 16/02/2009 DJ 25/03/2009). Preliminar deausência de interesse rejeitada.6. “Somente os documentos tidos como pressupostos da causa é que devem acompanhar a inicial e a defesa. Os demaispodem ser oferecidos em outras fases e até mesmo na via recursal, desde que ouvida a parte contrária e inexistentes oespírito de ocultação premeditada e o propósito de surpreender o juízo” (RSTJ 14/359 - Theotonio Negrão, "Código deProcesso Civil e legislação processual em vigor, Saraiva, 31a. ed., pág. 419). Conhece-se dos documentos juntados peloautor em sede recursal.7. O Perfil Profissiográfico Previdenciário de fls. 232, anexo ao recurso, encontra-se regularmente preenchido pela empresaAgropecuária Carvalho Brito S/A, nele constando que, no período de 29/05/2001 a 09/05/2006, o autor esteve exposto aoagente físico ruído, com intensidade de 89,30 dB.8. A Súmula nº 32 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais assim enuncia:“O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins de conversão em comum, nosseguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 (1.1.6); superior a 90 decibéis, a partir de 5 demarço de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da edição do Decreto n. 4.882, de 18 denovembro de 2003”.9. Assim, deve ser computado como especial o período compreendido entre novembro de 2003, data da edição do Decreton. 4.882, e 09/05/2006.10. Somando o período acima com o tempo em atividade especial declarado em sentença (24 (vinte e quatro) anos, 10(dez) meses e 03 (três) dias), constata-se que tais períodos ultrapassam os 25 anos necessários à concessão daaposentadoria especial.11. Em face do exposto, deve ser deferido o pedido formulado na inicial da ação, condenando o réu, ora recorrido, aconceder o benefício de aposentadoria especial à parte autora, ora recorrente, com DIB e DIP a partir da data da publicaçãodeste acórdão, devendo o benefício ser implementado no prazo de 30 (trinta) dias, sendo que a autarquia previdenciáriadeverá comprovar, nos autos, o atendimento da presente determinação judicial no mesmo prazo.12. Deverá o INSS, ainda, pagar as parcelas vencidas, corrigidas monetariamente, respeitado o teto fixado para esteJuizado, acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, desde a citação até 30/06/2009 (data da vigência da Lei11.960/2009), e, a partir dessa data, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta depoupança.

13. Destaca-se, quanto à não liquidez deste decisum, o fato de que o réu possui maiores condições e facilidades naelaboração dos discriminativos dos valores em questão, já detentor dos elementos de cálculos. Tal posicionamentocoaduna-se com o entendimento consubstanciado no Enunciado nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo e 22 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro. Desta feita, após a apuração administrativa dos valores em comento, a serconsiderada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido o requisitório adequado.

14. Custas isentas, na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996. Sem a condenação em honorários advocatícios, por força

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do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO INOMINADO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Fernando Cesar Baptista de MattosJuiz Federal Relator

77 - 0002129-55.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.002129-4/01) JOSIVAL LOPES DA SILVA (ADVOGADO: LENITAALVAREZ DA SILVA TEIXEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B.B. de Oliveira.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – REVISÃO DE BENEFÍCIO – DIFERENÇA APURADA NA RENDA MENSAL INICIAL – CNISINCORRETO – AUTOR DEMONSTROU FATOS CONSTITUTIVOS DE SEU DIREITO EM SEDE ADMINISTRATIVA –IMPOSSIBILIDADE DE PUNIÇÃO AO EMPREGADO POR INFORMAÇÕES INCORRETAS PRESTADAS PELA EMPRESA– RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 146/149, que julgou improcedente opedido autoral de condenação da autarquia previdenciária ao pagamento das diferenças entre o valor devido e o valorefetivamente pago a título de auxílio-doença, desde a DIB do benefício. Alega o recorrente que o INSS, ao conceder-lheauxílio-doença em 03/11/2004, efetuou os cálculos de maneira incorreta, motivo pelo qual seu benefício teve renda mensalinicial inferior ao devido.O INSS alegou que o pagamento das diferenças requeridas pelo autor não é possível, uma vez que o mesmo apresentoudocumentos novos para que a autarquia procedesse à revisão do benefício concedido. Aduz que, na ocasião daimplantação do benefício, não tinha conhecimento de tais documentos.Analisando a carta de concessão do auxílio-doença, inserto aos autos às fls. 09/10, o salário-de-contribuição dos meses de04/2004 a 09/2004 equivalem ao salário-mínimo vigente à época. Considerando estes salários de contribuição, ao autor foiconcedido um benefício com renda mensal inicial de R$ 957,62. Posteriormente, após o pedido de revisão administrativa,em 15/03/2005 (fl. 12), o INSS alterou os salários-de-contribuição dos referidos meses, o que resultou em uma RMIequivalente a R$ 1.202,67 (fls. 13/15). A autarquia previdenciária não gerou pagamento das diferenças dos mesesanteriores alegando que o recorrente apresentou fatos novos após a concessão do benefício.In casu, verifica-se que o autor apresentou a RAIS – Relação Anual de Informações Sociais – ano base 2004, da empresana qual trabalhava, com o seu correto salário-de-contribuição. Se as informações constantes na RAIS e no CNIS sãodivergentes não pode o contribuinte ser prejudicado por este fato. A fiscalização das contribuições previdenciárias por parteda empresa é competência do INSS e não do empregado, que não pode ser punido por erro ou fraude do empregador.Demonstrando o autor que comprovou o valor dos corretos salários-de-contribuição junto à autarquia, faz jus aorecebimento das diferenças das parcelas pagas incorretamente.As parcelas vencidas deverão ser acrescidas de correção monetária desde o momento em que deveriam ter sido pagas,com base na tabela de precatórios, e juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação (ocorrida em 28/07/2006 – fl. 23) até30/06/2009 e, a partir de então, nos termos da Lei 11.960/2009.Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

78 - 0011222-08.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011222-0/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x CONDOMÍNIO ILHA DAS CONCHAS (ADVOGADO: HILTON DE OLIVEIRA FILHO.).EMENTA

DIREITO CIVIL – COTAS CONDOMINIAIS EM ATRASO – RESPONSABILIDADE DO ATUAL PROPRIETÁRIO –OBRIGAÇÃO PROPTER REM – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela Caixa Econômica Federal em face da sentença de fls. 69/71, que julgouprocedente o pedido do autor de pagamento das cotas condominiais em atraso. Alega a recorrente, em síntese, suailegitimidade passiva, pois o antigo proprietário ainda ocupa o imóvel, estando, portanto, se beneficiando da situação. Aparte autora apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. As obrigações pelo pagamento das cotas condominiais estão previstas no art. 12 da Lei nº 4.591/64, no art. 1.336 doCódigo Civil e na convenção do condomínio.3. O condomínio do Edifício Ilha das Conchas propôs ação de cobrança de cotas condominiais atrasadas em face da CEF,

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já que a mesma adjudicou o imóvel que havia financiado, em razão da falta de quitação do financiamento. Assim, por ser anova proprietária, a CEF estaria agora devendo o pagamento das taxas condominiais, inclusive as atrasadas, pois asmesmas acompanham o bem, de acordo com o art. 1.345 do Código Civil.4. Preliminarmente, observa-se que não procede a alegação da recorrente de ilegitimidade passiva, tendo em vista que é anova proprietária do imóvel, não importando se este ainda é ocupado pelo ex-mutuário, conforme previsto expressamenteno art. 1.345 do CC. Do mesmo modo, não procede a alegação de litisconsórcio necessário. O pedido de suspensão dofeito deve ser indeferido por falta de provas do prejuízo que poderia ocorrer na presente ação, em razão do resultado finalde outra ação entre as partes que tramita na 4ª Vara Federal.5. Quanto ao mérito, observa-se que não merece prosperar a alegação da CEF de que, embora tenha adjudicado o imóvel,não é a responsável pelo pagamento das cotas condominiais em atraso, pois caberiam ao ocupante do imóvel todas asobrigações referentes ao uso, fruição e destino da unidade residencial. Isso porque, de acordo com o art. 1.345 do CC, osdébitos do alienante, em relação ao condomínio, deverão ser respondidos pelo adquirente, inclusive multa e jurosmoratórios.6. A obrigação sobre a qual se funda a presente ação, é uma obrigação propter rem, ou seja, ela segue o objeto real(coisa). No caso em questão, as taxas condominiais seguem o imóvel e, assim, o responsável pelo adimplemento é a CaixaEconômica Federal, atual proprietária. Neste sentido:

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. CONDOMÍNIO. RESPONSABILIDADE. COTASCONDOMINIAIS CONSTITUÍDAS ANTES DA AQUISIÇÃO PELO CREDOR FIDUCIÁRIO. LEGITIMIDADE DO ATUALPROPRIETÁRIO. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. POSICIONAMENTO JURISPRUDENCIAL. IDENTIDADE ENTRE AORIENTAÇÃO SUFRAGADA PELA CORTE DE ORIGEM E DECISÃO MONOCRÁTICA E AQUELA TRILHADA POR ESTETRIBUNAL SUPERIOR. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. A responsabilidade pelo pagamento decotas condominiais em atraso alcança o atual proprietário, ainda que constituídas antes da aquisição pelo credor fiduciário,por se tratar de obrigações propter rem. Na hipótese de identidade entre a orientação jurisprudencial sufragada pela Cortede origem e adotada pela decisão monocrática e aquela trilhada por este Tribunal Superior, incide a Súmula 83/STJ. Agravoregimental improvido.�(AGA 200601625533, PAULO FURTADO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/BA), STJ -TERCEIRA TURMA, 26/06/2009)

7. Deste modo, verifica-se que a recorrente é a responsável pela obrigação de pagar as taxas condominiais em atraso,inclusive juros e multas, ainda que não detenha a posse direta do bem.8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios que ora fixo em 10% sobre o valorda condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

79 - 0001199-37.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.001199-9/01) ROMERO CAMARGO INOCH (ADVOGADO: CHRISTOVAMRAMOS PINTO NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDACOSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO – ATIVIDADE ESPECIAL – CONVERSÃO EMTEMPO DE SERVIÇO COMUM – AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS – NÃO COMPROVAÇÃO DEEXPOSIÇÃO PERMANENTE E HABITUAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pela parte autora em face da sentença (fls.156/162) que julgou extinto o feito em relaçãoao pedido de cômputo de tempo de serviço especial exercido na empresa Viação Tabuazeiro Ltda, por ausência deinteresse processual, bem como ter julgado improcedente o pedido para condenar o INSS a computar outros períodoscomo tempo de serviço especial, além de não conceder a aposentadoria por tempo de serviço. Em suas razões recursais, oautor alega que durante o período de 10/08/1970 a 07/04/1978, esteve exposto de modo habitual e permanente a bactériasorgânicas, além de ter mantido contato habitual e intermitente com tensões elétricas e fumos de chumbo. Assim, afirma queaté a edição da Lei 9.032/1995 não havia como requisitos a permanência, a habitualidade e a não intermitência paracaracterizar as condições especiais da atividade exercida. Requer, portanto, a reforma da sentença para reconhecer econverter esse tempo de serviço especial em comum, e, posteriormente, conceder a aposentadoria por tempo de serviço. OINSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. O benefício de aposentadoria especial, previsto no art. 201, § 1º, da Constituição Federal, está regulado, por força do art.15 da Emenda Constitucional n.º 20/1998, até que a lei complementar venha a discipliná-lo, no art. 57 e 58 da Lei 8.213/91.Referido benefício foi instituído pela Lei 3.807, de 26/08/1960, destinado aos trabalhadores que laboram em condiçõespeculiares, submetidos a certo grau de risco e comprometimento à saúde ou integridade física, para os quais prescrevia aredução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte e cinco anos de atividade) para a sua concessão. Com o advento doDecreto n.º 53.831, de 25/03/1964, foi estabelecida uma relação das atividades profissionais conforme os agentesquímicos, físicos e biológicos, assim como um elenco de serviços e atividades profissionais classificadas como insalubres,

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penosas ou perigosas.3. Compulsando os autos, verifica-se que o documento de fl. 29 comprova que o autor esteve exposto a bactériasorgânicas, tensões elétricas e fumos de chumbo durante o período de 10/08/1970 a 07/04/1978 em seu trabalho comotrabalhador de linhas. O laudo declara que em relação às bactérias orgânicas havia uma exposição habitual e permanente,entretanto, quanto às tensões elétricas e aos fumos de chumbo ficou claro que a exposição ocorria de modo intermitente.4. É sabido que o art. 3º do Decreto nº 53.831, de 25 de março de 1964, define que:

A concessão do benefício de que trata este decreto dependerá de comprovação pelo segurado efetuado na forma prescritapelo art. 60, do Regulamento Geral da Previdência Social, perante o Instituto de Aposentadoria e Pensões a que estiverfiliado do tempo de trabalho permanente e habitualmente prestado no serviço ou serviços, considerados insalubres,perigosos ou penosos, durante o prazo mínimo fixado. Significa dizer que para serem caracterizadas as condiçõesespeciais da atividade é necessário comprovar que o trabalho era permanente e habitualmente prestado em qualquerdessas condições.

5. Tendo como base tal decreto, entende-se que não se caracterizaram as condições especiais no trabalho exercido peloautor. Não havia permanência e habitualidade na exposição aos agentes “eletricidade” e “chumbo”, pelo contrário, o laudodemonstrou que o contato não era contínuo. Ademais, o documento não expôs a tensão elétrica que o recorrente estavaexposto. Quanto às bactérias orgânicas, o Decreto 53.831/64 define que apenas os trabalhadores das áreas abaixodescritas estão expostos a esses agentes biológicos. Verifica-se assim:

Trabalhos permanentes expostos ao contato direto com germes infecciosos - Assistência Veterinária, serviços emmatadouros, cavalariças e outros.

Trabalhos permanentes expostos ao contato com doentes ou materiais infecto-contagiantes - assistência médico,odontológica, hospitalar e outras atividades afins.

6. Portanto, como não restaram caracterizadas as condições especiais do serviço laborado pela parte autora, a sentença aquo não merece qualquer reparo.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

80 - 0007082-57.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.007082-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) HERLON PINHEIRO DOSSANTOS (ADVOGADO: ROMULO BOTTECCHIA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.007082-8/01

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO E OBSCURIDADE – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕESCONSTITUCIONAIS – INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 356 DO STF – INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃOEMBARGADO – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS em face deacórdão que deu parcial provimento ao recurso inominado da parte autora. Aduz o embargante que a decisão foi omissa eobscura. Alega que a Turma Recursal não fundamentou expressamente o motivo da determinação de que a parte autoranão deveria restituir valores recebidos em decorrência de antecipação de tutela posteriormente cassada. Alega, ainda, quehouve ofensa ao princípio da moralidade.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Inexiste omissão e obscuridade no acórdão impugnado. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foramdevidamente analisados na decisão colegiada. O fato de o acórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobreos princípios constitucionais que a parte alega incidir à espécie não leva à conclusão de que tenha ofendido o art. 535 doCPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado a responder todas asalegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todos os argumentoslevantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição de embargos de

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declaração, sem que esteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.4. O acórdão foi claro ao constatar a natureza alimentar da verba recebida, concluindo por ser incabível a restituição devalores recebidos de boa-fé pelo segurado, conforme entendimento recente do Superior Tribunal de Justiça (AgRg no REsp673.864/RS) e da Turma Nacional de Uniformização (Processo 2008.83.20.000013-4).5. Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restandodemonstrada tão-somente a inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E NEGAR-LHES PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

81 - 0001064-20.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001064-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCOS ANTONIO DESOUZA (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ELZA ELENA BOSSOES ALEGRO OLIVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.001064-9/01

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREQUESTIONAMENTO – VIOLAÇÕES CONSTITUCIONAIS – INCIDÊNCIA DASÚMULA 356 DO STF – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL – AUSÊNCIA DE ASSINATURA ELETRÔNICA NO VOTO – NÃODISPONIBILIZAÇÃO VIA INTERNET DO INTEIRO TEOR – PRESCRIÇÃO QUINQUENAL OBSERVADA – EMBARGOSCONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face do acórdão de fl. 66 que deu provimento ao recursoinominado interposto pela parte autora. Alega o embargante que houve violação a preceitos constitucionais, motivo peloqual deve ser reformado o acórdão. Aduz que não foi observada a prescrição quinquenal de eventuais créditos vencidosantes do ajuizamento da demanda. Afirma ainda que os Enunciados 09 e 43 das Turmas Recursais de Santa Catarina e doEspírito Santo deram equivocado entendimento ao § 5º do art. 29 da Lei 8.213/91.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fim de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. Todos os pontos necessários ao julgamento da causa foram devidamente analisados na decisão colegiada. O fato de oacórdão guerreado não ter se manifestado expressamente sobre os princípios constitucionais que a parte alega incidir àespécie (princípio contributivo, da seletividade e distributividade, e equilíbrio financeiro-atuarial) não leva à conclusão de quetenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado aresponder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todosos argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição deembargos de declaração, sem que esteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.4. Quanto à alegação de que não foi observada a prescrição quinquenal, verifica-se que no teor da publicação e dadisponibilização no sistema eletrônico, apenas encontra-se disponível a ementa. O teor do voto, contendo a fundamentaçãodo presente julgado, não estava acessível, por ausência de assinatura eletrônica, o que configura erro material. O assuntolevantado pelo embargante foi analisado no item “c” do dispositivo do acórdão, conforme transcrito abaixo:“VOTOTrata-se de ação previdenciária em que a parte autora pleiteia a condenação do INSS a revisar renda mensal inicial deaposentadoria por invalidez considerando-se, como salário-de-contribuição, salário-de-benefício do auxílio-doençaoriginário, nos termos do art. 29, § 5º da Lei nº 8.213/91.O autor era beneficiário de auxílio-doença. Na época da concessão desse benefício, foi apurado o salário-de-benefício combase na média aritmética dos salários-de-contribuição inseridos no período básico de cálculo. Posteriormente, oauxílio-doença foi convertido em aposentadoria por invalidez. Para o cálculo da RMI da aposentadoria, o INSS utilizou omesmo salário-de-benefício apurado na época da concessão do auxílio-doença, aplicando-lhe o coeficiente de 100%. Oautor quer a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez, a fim de que o coeficiente de 100% seja aplicado sobre novosalário-de-benefício, calculado com base, inclusive, nos salários-de-contribuição imediatamente anteriores à data de inícioda aposentadoria, considerando-se como salários-de-contribuição, no período de fruição do auxílio-doença, o valor dosalário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença.A pretensão deduzida em juízo pressupõe a simples aplicação do art. 29, § 5º, da Lei nº 8.213/91, que assim dispõe:"Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada,considerando-se como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da

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renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1(um) salário mínimo."Segundo a legislação previdenciária, o salário-de-benefício consiste na média aritmética de determinado conjunto desalários-de-contribuição (art. 29, caput, Lei nº 8.213/91).� E o acima transcrito § 5º do mesmo artigo 29 dispõe claramenteque, para a delimitação desse conjunto de salários-de-contribuição em cima dos quais se extrai a média aritmética, deveser computado o período de gozo de auxílio-doença (que é espécie de benefício por incapacidade).Assim, quando a aposentadoria por invalidez decorre de conversão de auxílio-doença, a RMI não pode ser calculada combase no salário-de-benefício do auxílio-doença, deve ser apurado novo salário-de-benefício, em cujo período de cálculo sãoincluídos os salários-de-contribuição aferidos durante a fruição do auxílio-doença originário. E o salário-de-contribuiçãodurante o período de gozo do auxílio-doença originário corresponde ao valor do salário-de-benefício do mesmoauxílio-doença.No caso do autor, o salário-de-benefício do auxílio-doença foi estimado com base na média aritmética dossalários-de-contribuição apurados. A aposentadoria por invalidez foi concedida após a edição da Lei 8.213, de 24 de julhode 1991. Para o cálculo do novo salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez, deve ser formado um novo períodobásico de cálculo, dentro do qual se inserem salários-de-contribuição referentes ao período em que o autor recebeuauxílio-doença. Nesse período, o salário-de-contribuição deve corresponder ao valor do salário-de-benefício doauxílio-doença originário, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral.Registre-se que o art. 29, § 5º não se limita a regular a hipótese em que a aposentadoria por invalidez e o auxílio-doençaforem intercalados por período de retorno do segurado ao trabalho. A lei não faz nenhuma distinção nesse sentido. E ondea lei não distingue, não cabe ao intérprete distinguir. O art. 29, § 5º aplica-se incondicionalmente toda vez que for concedidaaposentadoria por invalidez, de forma que, no ato de concessão, deva ser sempre calculado novo salário-de-benefício, combase na média aritmética dos últimos salários-de-contribuição, incluindo aqueles referentes ao período de gozo deauxílio-doença precedente.Assim, o salário de benefício da aposentadoria por invalidez consistirá: a) para aqueles que se aposentaram antes de29/11/1999, “na média aritmética simples de todos os últimos salários de contribuição dos meses imediatamente anterioresao afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, até o máximo de 36 (trinta e seis), apurados emperíodo não superior a 48 (quarenta e oito) meses”; b) para aqueles que se aposentaram a partir de 29/11/1999, “na médiaaritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo”,observado o disposto no artigo 3.º da Lei 9.876. O parágrafo 20, do artigo 32 do Decreto 3.048/1999, com redação dadapelo Decreto 5.545/2002�, extrapola o poder regulamentar ao estipular regra diversa da prevista no artigo 29 da Lei deBenefício para o cálculo do salário de benefício.No mesmo sentido, invoco o Enunciado nº 43 da Turma Recursal da Seção Judiciária do Espírito Santo: “No cálculo dovalor da RMI da aposentadoria por invalidez, deverão ser utilizados os salários-de-benefício do auxílio-doença comosalários-de-contribuição, quando este preceder aquela”. (DIO - Boletim da Justiça Federal, 14/12/07, pág. 03 - Anexo).Pelo exposto, CONHEÇO DO PRESENTE RECURSO INOMINADO e, no mérito, DOU-LHE PROVIMENTO para reformar asentença recorrida e, via de conseqüência, para condenar o réu:(a) a apurar novo salário-de-benefício para a aposentadoria por invalidez do autor, calculado com base, inclusive, nossalários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doença originário; o valor de cada um dessessalários-de-contribuição referentes ao período de fruição do auxílio-doença deve corresponder ao valor dosalário-de-benefício desse mesmo auxílio-doença reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral;(b) a revisar a RMI da aposentadoria por invalidez do autor com base nesse novo salário-de-benefício;(c) pagar as diferenças entre a renda mensal revisada e a renda mensal paga, calculadas mês a mês até a competência apartir da qual o réu implantar a revisão da RMI, com correção monetária e com juros de mora de 1% ao mês desde acitação, respeitada a prescrição quinquenal. Deve ser respeitado o limite de 60 salários mínimos em relação às prestaçõesvencidas até a data do ajuizamento da ação.É como voto.”

5. Assim, CONHEÇO DOS PRESENTES EMBARGOS para, no mérito, DAR-LHES PARCIAL PROVIMENTO, a fim de queseja disponibilizado o teor do voto que fundamentou o julgado, abaixo transcrito, em que se analisa a prescrição quinquenaladuzida pelo embargante.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR PARCIAL PROVIMENTO,na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

82 - 0001194-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001194-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LOURIVAL RIBEIROGONÇALVES (ADVOGADO: LUIZ CARLOS BARRETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTOTurma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.001194-0/01

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E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – NÃO COMPROVAÇÃO DE TODOS OS PERÍODOS – MOTORISTA– AUSÊNCIA DE ESPECIFICAÇÃO DO VEÍCULO CONDUZIDO – RUÍDO DENTRO DO LIMITE PERMITIDO – ATIVIDADERURAL – AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso interposto pela parte autora em face da sentença (fls.76/81) que julgou improcedente o pedido inicialpara condenar o INSS a conceder o benefício de aposentadoria especial. Em suas razões recursais, o autor alega que asentença a quo deve ser totalmente reformada, visto que a decisão contraria as provas juntadas aos autos, a legislação, adoutrina e a jurisprudência. Afirma que sempre exerceu sua atividade laboral na direção de veículos como ônibus ecaminhões na construção civil. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. Tem direito ao benefício de aposentadoria especial o segurado que tenha exercido atividade sujeita a condiçõesespeciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade. O seguradodeverá comprovar o tempo de trabalho e a exposição aos agentes nocivos previstos de forma permanente, não ocasionalnem intermitente, durante o exercício em atividades que prejudiquem a saúde ou integridade física, pelo período mínimofixado.3. A sentença não merece qualquer reparo. O exercício de atividade especial foi constatado para determinados períodos,sendo esses: de 25/03/1977 a 05/10/1978, por exercer a atividade de cobrador (fl. 20); de 19/08/1982 a 25/11/1986, portrabalhar como motorista de transporte coletivo (fls. 34/35); e de 09/09/1987 a 28/06/90 por atuar como motorista decaminhão (fl. 41). Como todas essas atividades estão previstas no Decreto nº 53.831/64, é devida a caracterização daatividade como especial.4. Por outro lado, não foram considerados outros períodos ante a insuficiência de provas ou não comprovação da exposiçãoao agente nocivo. Quanto aos períodos entre 01/02/1979 a 19/08/1980 (fl. 20), 21/08/1980 a 28/0/1982 (fl. 20) e 10/12/1986a 08/09/1987 (fl. 21) não existe indicação do veículo conduzido, nem laudo pericial comprovando a exposição a agentesnocivos. Em tais períodos, infere-se da CTPS que o autor laborava como motorista, sem haver, contudo, especificação dotipo de veículo que ele trabalhava. Com relação à alegação autoral de ter laborado em meio rural de 30/07/1990 a15/05/1995, constata-se que não há início de prova material apta a comprovar o exercício da atividade, pois a provacolacionada é considerada inservível (fls. 25/26). O último vínculo trabalhista se estendeu de 14/06/1995 a 24/11/2008, e oautor trabalhou exposto a ruído, como motorista, para a Viação Tabuazeiro Ltda., porém, verifica-se através do formulárioSB-40 (FL. 44), que o nível do ruído estava dentro do limite aceitável pelas legislações de cada momento.5. Portanto, diante do exposto, não é devida a concessão do benefício de aposentadoria especial.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

83 - 0000323-77.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000323-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FRANCISCO DE SOUZAFILHO (ADVOGADO: ANDRE AZEREDO CARVALHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.000323-2/01

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO, OBSCURIDADE E CONTRADIÇÃO – INEXISTÊNCIA – NÃOPREENCHIDOS OS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA/APOSENTADORIAPOR INVALIDEZ – ACÓRDÃO MANTIDO – EMBARGOS CONHECIDOS E NÃO PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo autor em face do acórdão de fl. 128 que negou provimento ao recursoinominado por ele interposto. Alega o embargante que a decisão foi omissa por ter sido fundamentada apenas no laudopericial judicial. Ademais, aduz que a decisão colegiada foi obscura e contraditória.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão, obscuridade e contradição na decisão proferida por estaTurma.

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O fato de o acórdão guerreado não ter considerado o teor dos laudos médicos particulares não leva à conclusão de quetenha ofendido o art. 535 do CPC, pois o julgador, desde que fundamente suficientemente sua decisão, não está obrigado aresponder todas as alegações das partes, a ater-se aos fundamentos por elas apresentados nem a rebater um a um todosos argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao deslinde da causa não oportuniza a oposição deembargos de declaração, sem que esteja presente alguma das hipóteses do art. 535 do CPC.Diante disso, o acórdão embargado não padece de omissão, obscuridade ou contradição passível do manejo da referidapeça processual. Verifica-se que foram claros e coerentes os argumentos em que a Turma se baseou para a nãoconcessão do benefício previdenciário à parte autora.Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, restando demonstrada tão-somentea inconformidade do embargante com o provimento jurisdicional.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

84 - 0000145-62.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000145-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x CARLITA GOBETTI CARLITO (ADVOGADO: IZAIAS CORREABARBOZA JUNIOR.).RECURSO N. 2008.50.51.000145-8/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: CARLITA GOBETTI CARLITORELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADA ESPECIAL –PRESENÇA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL, O QUAL FOI CORROBORADO PELA PROVA COLHIDA EM AUDIÊNCIA– O LABOR URBANO EXERCIDO PELO CÔNJUGE DA RECORRIDA NÃO AFASTA A QUALIDADE DE SEGURADAESPECIAL DA MESMA, HAJA VISTA O EXERCÍCIO POR ESTA DE ATIVIDADE RURAL INDIVIDUAL E POR NÃO SERDISPENSÁVEL O LABOR RURAL EXERCIDO PELA MESMA PARA A MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 79/80, a qual julgouprocedente o pedido autoral, de concessão da aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suas razões, que nãohá nos autos início de prova material apto a demonstrar a condição de segurada especial da recorrida e que, não obstante adocumentação juntada aos autos, a referida condição está descaracterizada, haja vista o cônjuge desta ter exercido aatividade de motorista, o que impossibilitou também a comprovação do exercício de atividade rural em períodoimediatamente anterior ao requerimento do benefício.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

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No caso concreto, vislumbra-se que a ora recorrida logrou êxito em comprovar o exercício de atividade na qualidade desegurada especial. Com efeito, os documentos juntados aos autos perfazem o início de prova material necessário àcomprovação do exercício da supracitada atividade, o qual foi corroborado pela prova colhida em audiência.

Os documentos de fl. 13, 23, 24/24-v, 26/26-v, 27, 28, 30/41, 45/55 são firmes à comprovação do exercício de atividaderural pela recorrida, pelo período de carência necessário, o qual é de 11 (onze) anos, haja vista a mesma ter implementadoas condições para a percepção do benefício em 2003, nos moldes do artigo 142 da Lei 8.213/91.

A recorrida inclusive juntou aos autos documento comprobatório do exercício de atividade rural conforme o exigido peloartigo 106 da Lei 8.213/91, ao contrário do que alegou a autarquia previdenciária, posto que consta à fl. 53/53-v Contrato deParceria Agrícola, tendo como parceira outorgada a ora recorrida, o que se amolda ao inciso II deste artigo. O referidocontrato durou 10 (dez) anos, praticamente todo o período de labor rural a ser comprovado pela mencionada recorrida.

Quanto ao exercício de atividade urbana pelo cônjuge da recorrida, tem-se que tal exercício não descaracteriza a atividaderural na qualidade de segurada especial desta, posto que esta atividade era exercida individualmente pela mesma,conforme possibilita o artigo 11, inciso VII, da Lei 8.213/91.

A partir de 1988, a recorrida firmou contrato de parceria, conforme acima dito, trabalhando individualmente em sua parte,tendo posteriormente, quando da partilha da propriedade de seu genitor (fls. 45/52), passado a laborar, tambémindividualmente, em sua propriedade, não devendo a atividade urbana de seu cônjuge interferir na comprovação daqualidade de segurada especial desta, haja vista não incidir, in casu, o regramento inerente ao regime de economia familiar.

De todo modo, ainda que o pleito autoral se pautasse no exercício de atividade rural no referido regime de economiafamiliar, não haveria óbice em conceder a aposentadoria rural por idade, tendo em vista que o benefício de pensão pormorte percebido pela recorrida, tendo por base a atividade urbana de motorista de seu cônjuge, possui o valor de um saláriomínimo (fl. 77), o que não torna dispensável o labor rural exercido pela mesma.

Conforme restou comprovado pelos documentos de fls. 55 e 56 e pela prova colhida em audiência, os filhos da recorridaeram novos quando do falecimento de seu cônjuge, o que acabou por intensificar o exercício de atividade rural pela mesma,para que pudesse sustentar a família. Vale destacar que, no final da década de 70 e no início da década de 80, o valorpercebido a título de benefício previdenciário não alcançava a valorização vista hoje, de modo a não possuir o poder decompra atual, o qual ainda é pequeno.

Tudo isso demonstra a necessidade do exercício do labor rural pela recorrida, o que reitera a sua qualidade de seguradaespecial, devendo ser mantida a aposentadoria rural por idade concedida em primeiro grau.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fundamento no artigo 20, § 4º do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

85 - 0001800-35.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001800-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.) x CLEBER DA SILVA MOÇO (ADVOGADO: GLEIS APARECIDA AMORIM DECASTRO.).RECURSO N. 2009.50.51.001800-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: CLEBER DA SILVA MOÇORELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL –DESNECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL NO PERÍODO IMEDIATAMENTEANTERIOR AO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO, DESDE QUE O REQUERENTE TENHA COMPLETADO A IDADE

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MÍNIMA NECESSÁRIA E COMPROVADO O TEMPO DE ATIVIDADE RURAL EM NÚMERO DE MESES IDÊNTICO ÀCARÊNCIA DO BENEFÍCIO – CONFIGURAÇÃO DO PERÍODO DE CARÊNCIA EXIGIDO PARA A COMPROVAÇÃO DEATIVIDADE RURAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 81/86, que julgouprocedente o pedido autoral de concessão de aposentadoria rural por idade. Sustenta o recorrente, em suas razões, que oautor não faz jus ao benefício em questão porque não exercia efetivamente qualquer atividade rural no períodoimediatamente anterior ao requerimento administrativo, conforme dispõe o art. 39 da Lei 8.213/91.

2. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos.

3. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do art. 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima (55anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do art. 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

4. Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início razoávelde prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8.213/91 e, para que tal atividade seenquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família seja indispensável àprópria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e que seja exercido em condições de mútuadependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme dispõe o § 1º do art. 11 da referida legislação. Vale,ainda, mencionar que o legislador admite que a atividade rural seja exercida individualmente, nos termos do inciso VII doart. 11 da Lei 8.213/91.

5. No presente caso, verifica-se que a controvérsia se pauta, unicamente, no que se refere à comprovação de atividaderural no período imediatamente anterior ao requerimento administrativo do benefício, eis o INSS alega que as provasdocumentais juntadas aos autos não supririam o requisito de anterioridade imediata, razão pela qual não poderiam serconsideradas para efeito de cálculo do período de carência exigido (art. 142, Lei 8.213/91).

6. Observa-se, à fl. 46, que o autor requereu administrativamente o benefício de aposentadoria por idade rural em07/01/2009, data em que já se encontrava com 69 anos de idade, número bem superior à idade mínima exigida em lei (60anos - homem). Vale salientar que, quando o segurado rural já tiver completado a idade mínima necessária para aconcessão da aposentadoria por idade e possuir o tempo de atividade rural em número de meses idêntico à carência dobenefício, não é exigível ao mesmo que continue a trabalhar até o dia do requerimento administrativo. Esse é oentendimento do E. Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa que ora se transcreve: RECURSO ESPECIAL.PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE RURAL. PERÍODO A SERCOMPROVADO. REQUISITOS IDADE E INÍCIO DE PROVA MATERIAL, CORROBORADA POR ROBUSTA PROVATESTEMUNHAL IDÔNEA E HARMÔNICA, SATISFEITOS. I. O trabalhador rural pode requerer aposentadoria por idade, novalor de 1 (um) salário mínimo, durante o prazo de 15 (quinze) anos contados da promulgação da Lei Federal nº 8.213/91.Para tanto, deverá comprovar o exercício da atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamenteanterior ao mês em que cumprir o requisito idade, em número de meses idêntico à carência exigida para a concessão dobenefício. II. Não se deve exigir do segurado rural que continue a trabalhar na lavoura até às vésperas do dia dorequerimento do benefício de aposentadoria por idade, quando ele já houver completado a idade necessária e comprovadoo tempo de atividade rural em número de meses idêntico à carência do benefício. III. A prova exclusivamente testemunhalnão basta à comprovação de atividade rural, para efeitos de obtenção de benefício previdenciário, devendo seracompanhada de um início de prova material (Súmula nº 149 deste e. STJ). IV. Todavia, "é prescindível que o início deprova material abranja necessariamente o número de meses idêntico à carência do benefício no período imediatamenteanterior ao requerimento do benefício, desde que a prova testemunhal amplie a sua eficácia probatória ao tempo dacarência, vale dizer, desde que a prova oral permita a sua vinculação ao tempo de carência." (AgRg no REsp 945.696/SP,6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJe 7/4/2008). Recurso especial provido. Processo: RESP - RECURSOESPECIAL – 1115892. Relator (a): FELIX FISCHER. Órgão Julgador: STJ, Quinta Turma. Fonte: DJE DATA:14/09/2009.

7. Desse modo, embora o INSS sustente que o recorrido deixou de exercer atividade rural há mais de 10 anos, é notórioque, no ano de 1999, o autor já tinha direito ao benefício de aposentadoria por idade rural, porquanto possuía idadesuficiente (60 anos de idade), assim como tempo de exercício de atividade rural necessário à configuração da carência,uma vez que há, nos autos, prova documental a comprovar a atividade no campo por parte do recorrido desde 17/10/1961(Certidão de Casamento, à fl. 11, com o registro da profissão da parte como lavrador). Os demais documentos têm ocondão de demonstrar a continuidade do exercício da atividade rural, dentre os quais podem-se citar: Carteira do Sindicatodos Trabalhadores Rurais de Muniz Freire, com admissão em 24/02/1975; Certidão de Registro de Imóveis Rurais em nomedo autor, em 17/11/1977 e 13/07/1979 (fls. 14/15); Documentos do Sistema PLENUS que atestam que a esposa recebiaproventos de aposentadoria rural na condição de segurada especial (fl. 43) e que o recorrido recebe pensão por mortedecorrente desse benefício (fl. 35); Certidão de Óbito da esposa, falecida em 03/11/1993 (fl. 16); Declaração feita pela Srª.Eni da Silva Areas, em que se atesta que o recorrido foi meeiro em sua propriedade rural no período de 22/09/1993 a08/09/1999 (fl. 17), informação posteriormente confirmada pelas testemunhas ouvidas em juízo.

8. Ademais, conforme depoimentos colhidos em audiência, restou comprovado que o recorrido continuou trabalhando naroça, apesar de o tempo habitual de labor ter diminuído em decorrência de problemas de saúde. Por fim, a A Srª. Eni da

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Silva Areas, dona da propriedade onde a parte trabalhou, informou ao juízo que o recorrido passou a ter problemas desaúde há uns dois ou três anos, mas que ainda trabalha para o Sr. Nair, onde cuida de cerca de mil e quinhentos pés decafé, aproximadamente.

9. Vale destacar que, diante do acervo probatório produzido nos autos e da alegação de subsistência de controvérsiaacerca do exercício ou não de atividade rural pelo recorrido, deve-se aplicar o princípio do in dúbio pro misero, haja vistaque a dúvida não pode prejudicar quem pleiteia o benefício. Sendo assim, deve prevalecer o entendimento de que houve oexercício de atividade rural pelo recorrido, mesmo após o falecimento de sua esposa, quando passou a receber pensão pormorte, conclusão confirmada pela prova testemunhal.

10. Dessa forma, ante a existência de início de prova material, posteriormente corroborada pelas testemunhas ouvidas emjuízo, cujos depoimentos confirmaram o exercício de atividade rural pela parte, resta caracterizado o direito do recorrido àaposentadoria por idade rural, haja vista ter cumprido o período de carência exigido para a concessão do benefício.

11. Perante o exposto acima, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume asentença de primeiro grau, em todos os seus termos.

12. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios, no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor dacondenação, nos termos do art. 55, caput da Lei n. 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E NEGARPROVIMENTO AO MESMO, de modo a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendoparte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

86 - 0000860-07.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000860-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x MARIA LILIA ASTORI ZANUNCIO (ADVOGADO: MARCIOSANTOLIN BORGES, LUIZ MARIA BORGES DOS REIS.).RECURSO N. 2008.50.51.000860-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: MARIA LILIA ASTORI ZANUNCIORELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADA ESPECIAL –PRESENÇA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL, O QUAL FOI CORROBORADO PELA PROVA COLHIDA EM AUDIÊNCIA– O LABOR EXERCIDO PELO CÔNJUGE DA RECORRIDA NÃO AFASTA A QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL DAMESMA, HAJA VISTA O REFERIDO CÔNJUGE TER EXERCIDO, AINDA QUE ESPORADICAMENTE, ATIVIDADERURAL, E PELO FATO DE NÃO SER DISPENSÁVEL O LABOR RURAL EXERCIDO PELA RECORRIDA PARA AMANUTENÇÃO DA FAMÍLIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 145/148, a qual julgouprocedente o pedido autoral, de concessão de benefício de aposentadoria rural por idade. Aduz, em suas razões, que arecorrida não cumpriu o período de carência necessário à concessão do benefício, sendo que o cônjuge da mesma exerceuatividade urbana. Ademais, aduz que o início de prova material não foi corroborado pela prova testemunhal, tendo em vistaque a mencionada recorrida contratava colonos desde 1985 até 1998.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8.213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercida

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individualmente.

No caso concreto, verifica-se que a recorrida logrou êxito em comprovar o exercício de labor rural pelo período de carêncianecessário à concessão do benefício. Com efeito, a mesma deveria cumprir, segundo o artigo 142 da Lei 8.213/91, 150meses de carência, haja vista ter completado 55 (cinquenta e cinco) anos em 2006 (fl. 14), o que restou cumprido,consoante se verifica pelos documentos acostados aos autos e pela prova colhida em audiência.

Os documentos de fls. 29-46, 50-52, 54, 56-85, 89-117 e a prova colhida em audiência deixam explícito que a recorridaexerce atividade rural em regime de economia familiar desde 1980, primeiramente com o seu irmão, e depois com o seucônjuge. Por mais que muitos destes documentos tenham como titular o cônjuge desta, os mesmos têm serventiaprobatória em favor desta, em consonância com a Súmula 06 da Turma Nacional de Uniformização, a qual dispõe que “Acertidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador rural do cônjuge constitui iníciorazoável de prova material da atividade rurícola.”.

O documento de fl. 133 dos autos também corrobora a condição de segurada especial da recorrida, tendo em vista que amesma, entre 2005 e 2006, recebeu auxílio-doença na condição de segurada especial – trabalhadora rural. A mesma,inclusive, está cadastrada na Previdência Social como segurada especial desde 1997 (fl. 136), tendo a própria autarquiaprevidenciária reconhecido que a mencionada recorrida exerceu atividade rural a partir deste ano.

No que se refere ao exercício de atividade urbana pelo cônjuge da recorrida, verifica-se que tal exercício não afasta aqualidade de segurada especial da mesma, tendo em vista que, conforme depoimento colhido em audiência, ficoucomprovado que o mesmo, quando trabalhou em um banco, não convivia efetivamente com a recorrida. O mesmo foi morare trabalhar com a mesma na propriedade daquele, em Castelo, a partir de 1985, quando a recorrida já exercia atividaderural na referida propriedade. Sendo assim, tal vínculo não deve ser analisado para fins de verificação da caracterização daqualidade de segurada especial desta.

Quanto ao vínculo autônomo do referido cônjuge constante do CNIS à fl. 135, na condição de advogado, ficou comprovadoem audiência que o mesmo contribuía para a Previdência Social, mas não exercia a atividade de advocacia. A testemunhachegou a mencionar que via o cônjuge da recorrida no fórum, mas não houve comprovação cabal do exercício da referidaatividade, devendo os documentos colacionados aos autos, os quais comprovam o exercício de atividade rural pelomencionado cônjuge, prevalecerem, ante a incerteza do exercício da atividade advocatícia, de modo a restar consagrado oprincípio do in dubio pro misero.

Deve-se salientar que, ainda que haja vínculo urbano por parte algum componente da família, deve-se analisar se aatividade rural era importante para a manutenção do núcleo familiar, o que possibilita a manutenção da qualidade desegurada especial em regime de economia familiar. No caso concreto, restou claro, pelas provas documentais (em especialpelas notas fiscais de produtor) e pelas colhidas em audiência, que o cultivo do café era relevante para suprir as despesasfamiliares, até porque o cônjuge da recorrida recebia aposentadoria em valor pouco superior ao salário mínimo, conformerestou comprovado em audiência.

Estas informações guardam consonância com a Súmula 41 da Turma Nacional de Uniformização, a qual afirma que “Acircunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, adescaracterização do trabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto.”.

Quanto ao fato de a recorrida ter recebido a ajuda de uma família de colonos entre 1985 e 1998, deve-se ressaltar que talfato não tem o condão de afastar a qualidade de segurada especial da mesma, haja vista que o próprio artigo 11, parágrafo8º, inciso I, da Lei 8.213/91, considera que não descaracteriza a qualidade de segurado especial manter parceiros ruraispara auxiliar na colheita, e o que ocorreu no intervalo acima, ainda que de modo informal, foi uma parceria rural, conformefirmemente relatado pela recorrida.

Sendo assim, resta comprovado o exercício de atividade rural por parte da recorrida, segundo os requisitos preconizadospela Lei 8.213/91, sendo devido o benefício de aposentadoria rural por idade.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fundamento no artigo 20, § 4º do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

87 - 0001556-09.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001556-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x RAFAELA BERNABE COLODETE (ADVOGADO: MARCIOSANTOLIN BORGES, LUIZ MARIA BORGES DOS REIS.).RECURSO N. 2009.50.51.001556-5/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: RAFAELA BERNABÉ COLODETERELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADA ESPECIAL –PRESENÇA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL, O QUAL FOI CORROBORADO PELA PROVA COLHIDA EM AUDIÊNCIA– O LABOR URBANO EXERCIDO PELO CÔNJUGE DA RECORRIDA NÃO AFASTA A QUALIDADE DE SEGURADAESPECIAL DA MESMA, HAJA VISTA O MESMO SEMPRE TER EXERCIDO TAMBÉM ATIVIDADE RURAL E POR NÃOSER DISPENSÁVEL O LABOR RURÍCOLA EXERCIDO PELA RECORRIDA PARA A MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA –RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 92/95, a qual julgouprocedente o pedido autoral, de concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suasrazões, que a recorrida não comprovou o exercício de atividade rural pelo período necessário à concessão do benefício.Ademais, aduz que não houve a comprovação de exercício de atividade rural em regime de economia familiar, devido aoexercício, por parte de seu cônjuge, de atividade urbana.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

No caso em questão, verifica-se que a recorrida faz jus ao benefício pleiteado, conforme bem verificou a sentença proferidapelo juiz a quo. Com efeito, a mencionada recorrida necessitava cumprir (haja vista ter implementado as condições parapleitear o benefício de aposentadoria rural por idade em 2002) 10 anos e 6 meses de exercício de atividade rural em regimede economia familiar, conforme o artigo 142 da Lei 8.213/91, o que restou cumprido. Vejamos.

O início de prova material necessário à concessão do benefício, conforme a Súmula 14 da Turma Nacional deUniformização, está presente, conforme se verifica pela Certidão de Casamento à fl. 17 dos autos, a qual se aproveita aooutro cônjuge, conforme dispõe a Súmula 6 da TNU: “A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie acondição de trabalhador rural do cônjuge constitui início razoável de prova material da atividade rurícola.”.

Os documentos de fl. 18 e 55 também constituem prova cabal do exercício de atividade rural pela recorrida, o que foireconhecido pela própria autarquia previdenciária (fl. 101), haja vista se tratar de documento emitido pela mesma, indicandoque a supramencionada recorrida é segurada especial, sendo “esposa de pequeno proprietário”, desde 17/04/1995, o que jácomprova quase 7 (sete) anos de exercício de atividade rural pela mesma.

Os documentos de fls. 19, 20, 24-31 e 33-51 também comprovam o exercício de atividade rural pela recorrida, o qual foicorroborado pela prova colhida em audiência. Restou claro na referida audiência que a mencionada recorrida trabalhabasicamente com o cultivo de café, juntamente com os familiares (sendo que residem com a mesma seu cônjuge, um filhocasado, uma filha casada, e um filho solteiro). Não há empregados na propriedade da recorrida e, quando precisam deauxílio para a colheita, contratam algumas pessoas, sendo algo esporádico, o que não afeta o regime de economia familiar,conforme dispõe o artigo 11, VII e § 1º da Lei 8.213/91.

No que se refere ao exercício de atividade urbana pelo cônjuge da recorrida, como motorista, verifica-se que tal atividadenão afasta o regime de economia familiar no caso concreto, haja vista que tal atividade era exercida eventualmente, e ficoucomprovado por prova testemunhal que o referido cônjuge continuou a trabalhar no meio rural, a despeito do trabalho

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urbano.

No que tange à aposentadoria do mencionado cônjuge como contribuinte individual, tendo por atividade transportes e carga(fl. 83), no valor de um salário mínimo, tem-se que tal quantia também não descaracteriza o regime de economia familiar,tendo em vista não ser suficiente para o sustento familiar, o que tornaria dispensável o trabalho rural. Pelo contrário:conforme restou comprovado em audiência, este trabalho certamente é importante para a manutenção do núcleo familiar,tendo em vista que, com a colheita do café, a família da recorrida supre também necessidades ordinárias, as quais não sãosupridas pela aposentadoria, por ser em valor mínimo.

Sendo assim, comprovado está o exercício de atividade rural em regime de economia familiar, o que possibilita aconcessão de aposentadoria rural por idade à recorrida.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), com fundamento no artigo 20, § 4º do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

88 - 0000198-66.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000198-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x DOMINGOS BARBOSA (ADVOGADO: JAMILSON SERRANOPORFIRIO.).RECURSO N. 2010.50.53.000198-7/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: DOMINGOS BARBOSARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL –PRESENÇA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL SUFICIENTE, CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL –OBSERVAÇÃO DO INCISO VII, ART. 11, DA LEI 8.213/91, QUE PERMITE QUE A ATIVIDADE RURAL SEJA EXERCIDAINDIVIDUALMENTE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 68/69, que julgouprocedente o pedido autoral de concessão de aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suas razões, que aparte autora não possui início de prova material razoável apto a provar a atividade rural pelo período da carência exigido emlei, razão pela qual não faz jus à aposentadoria rural por idade.

2. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos.

3. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

4. Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, bem como seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme disposto no § 1º do artigo 11da Lei 8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII, do artigo 11, da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

5. No presente caso, verifica-se que a controvérsia se pauta unicamente no que se refere à existência de início de provamaterial para o reconhecimento do exercício de atividade rural pela parte autora.

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6. Primeiramente, conforme cópia da carteira de trabalho do recorrido juntada aos autos à fl. 16, é possível vislumbrar que aparte exerceu o cargo de trabalhador braçal em um estabelecimento industrial no período de 09/12/1978 a 14/12/1984.Após essa data, não existem nos autos, documentos que comprovem o labor do recorrido em atividade urbana. Para fins derestar caracterizado o efetivo exercício de atividade rural, o autor juntou cópias de documentos em nome de terceiros (fls.23/35), para os quais trabalhou.

7. Não obstante a carência de início de prova documental, o juiz de piso julgou procedente o pedido da parte autora,levando em consideração as circunstâncias singulares do autor, pessoa solteira e muito humilde, e admitiu como início deprova material, os documentos em nome de terceiros, quais sejam, a Escritura da terra, bem como o ITR (fls. 23/26) emnome de Frans Braun, (terra em que o autor exerceu atividades rurais após 1984), admitindo como válido também ocontrato de parceria agrícola (fl. 27) realizado entre o autor e o Sr. Ivo Moro (proprietário do terreno em que o recorrido vivee trabalha atualmente).

8. Desse modo, ante a existência de início de prova material, posteriormente corroborada pelas testemunhas ouvidas emjuízo, cujos depoimentos não foram contraditórios, mas sim resguardados de segurança e firmeza, e confirmaram oexercício de atividade rural pelo autor, resta caracterizado o direito do mesmo à aposentadoria por idade rural.

9. No que tange à alegação recursal da autarquia previdenciária, que se refere à descaracterização do exercício daatividade rural quando um dos membros da família exerce atividade urbana, entendo o mesmo não restou constatado incasu, haja vista o autor não fazer parte do grupo familiar do Sr. Pedro Braun, que, de acordo com o documento à fl. 64,exerceu diversas atividades urbanas. É notório, no entanto, que o autor residiu em sua propriedade unicamente pelo fato deser pobre e não ter condições de se sustentar, e, portanto, deve considerado segurado especial individual (inciso VII, art.11, da Lei 8.213/91). Ainda que o Sr. Pedro Braun o considerasse como filho, este fator por si só não o torna como um, e,embora esse argumento viesse a ter embasamento, a atividade urbana desenvolvida por parte de um membro da famílianão seria suficiente para descaracterizar o exercício de atividade rural, até mesmo pelo entendimento de que a existênciade uma segunda fonte de renda não retiraria o caráter de indispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupofamiliar.

10. Ante o exposto acima, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume a sentençade primeiro grau, em todos os seus termos.

11. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ao recorrido, no valor de R$ 500,00 (quinhentosreais), nos termos do artigo 55, caput da Lei n. 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

89 - 0001114-77.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001114-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x LUIZ AVILA DE MATOS (ADVOGADO: ERALDO AMORIM DASILVA, GLEIS APARECIDA AMORIM DE CASTRO.).RECURSO N. 2008.50.51.001114-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: LUIZ AVILA DE MATOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADO ESPECIAL –PRESENÇA DE INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL, O QUAL É CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL– O LABOR URBANO EXERCIDO PELO RECORRIDO NÃO AFASTA A QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL DOMESMO, HAJA VISTA SEMPRE TER EXERCIDO TAMBÉM ATIVIDADE RURAL E POR ESTA ATIVIDADE NÃO SERDISPENSÁVEL PARA A MANUTENÇÃO DA FAMÍLIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAINTEGRALMENTE MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 123/126, que julgouprocedente o pedido autoral de concessão de aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suas razões, que aparte autora não possui início razoável de prova material apta a comprovar o exercício de atividade rural pelo período decarência exigido, razão pela qual não faz jus à aposentadoria rural por idade.

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2. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos.

3. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

4. Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

5. No presente caso, verifica-se que a controvérsia se pauta unicamente no que se refere à existência de início de provamaterial para o reconhecimento da atividade rural em regime de economia familiar.

6. Não obstante o INSS alegar, em sede de razões recursais, que os documentos juntados aos autos pela parte autora nãosão hábeis à comprovação da atividade rural pelo período de carência exigido – no presente caso, 150 meses, já que orequerimento foi formulado em 2006 (fl. 12) –, entendo que há início razoável de prova material que afasta o argumento emquestão. Citam-se como elementos de prova: Certidão de Casamento à fl. 13, em que consta a profissão do autor comolavrador, datada de 20/05/1968; Carteira do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Muniz Freire à fl. 17, com data deadmissão em 30/08/1977; Contrato de Parceria Agrícola às fls. 26/27, de 2006 a 2009, com a Srª Marina Rosa Fagundes(outorgante), atestando que houve contrato de forma verbal desde 2003, informação posteriormente confirmada através dosdepoimentos colhidos em juízo. Todo esse aparato comprova o exercício da atividade rural pelo período de carência exigidoem lei.

7. Vale salientar que, diante da controvérsia acerca do exercício ou não de atividade rural pelo recorrido em 2003, deve-seaplicar o princípio do in dúbio pro misero, haja vista que a dúvida não pode prejudicar quem pleiteia o benefício. Sendoassim, deve prevalecer o entendimento de que houve o exercício de atividade rural pelo recorrido, até mesmo pelo fato deexistir início de prova material, plenamente corroborado por prova testemunhal.

8. No que se refere ao fato de o autor ter possuído diversos vínculos urbanos (fl. 48), entendo que a atividade urbanaexercida por parte de um membro da família não é suficiente para descaracterizar o exercício de atividade rural pelosmesmos, até mesmo pelo entendimento de que a existência de uma segunda fonte de renda não tira o caráter deindispensabilidade do trabalho rural para a subsistência do grupo familiar. Ainda, verifica-se que tal circunstância não afastao regime de economia familiar no caso concreto, haja vista que a atividade era exercida eventualmente, tendo restadocomprovado por prova testemunhal que o autor continuou a trabalhar no meio rural. Por fim, nota-se que existem nos autosdocumentos suficientemente hábeis à comprovação de que a principal fonte de renda da família sempre se originou dotrabalho rural.

9. Desse modo, ante a existência de início de prova material, posteriormente corroborada pelas provas testemunhaiscolhidas em juízo, cujos depoimentos não foram contraditórios, mas resguardados de segurança e firmeza por parte dosdepoentes, que confirmaram o exercício de atividade rural pelo autor e por sua esposa, resta caracterizado o direito dorecorrido à aposentadoria por idade rural.

10. Ante o exposto acima, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume a sentençade primeiro grau, em todos os seus termos.

11. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ao recorrido, no valor de R$ 500,00 (quinhentosreais), nos termos do artigo 59, caput da Lei n. 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendoparte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

90 - 0000856-67.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000856-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

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(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x PRECIOSA DA SLVA CEVIDANES (ADVOGADO: MARCOHENRIQUE KAMHAJI.).RECURSO N. 2008.50.51.000856-8/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: PRECIOSA DA SILVA CEVIDANESRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADA ESPECIAL –PRESENÇA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL, O QUAL FOI CORROBORADO PELA PROVA COLHIDA EM AUDIÊNCIA– O LABOR EXERCIDO PELO CÔNJUGE DA RECORRIDA NÃO AFASTA A QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL DAMESMA, HAJA VISTA O REFERIDO CÔNJUGE TER EXERCIDO, AINDA QUE ESPORADICAMENTE, ATIVIDADERURAL, E PELO FATO DE NÃO SER DISPENSÁVEL O LABOR RURAL EXERCIDO PELA RECORRIDA PARA AMANUTENÇÃO DA FAMÍLIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 85/88, a qual julgouprocedente o pedido autoral, de concessão do benefício de aposentadoria rural por idade. Aduz o recorrente, em suasrazões, que não há prova documental de que a recorrida tenha exercido atividade rural pelo período de carência necessárioà concessão do benefício, não podendo a prova testemunhal suprir a ausência de início de prova documental.

O recorrente também aduz que o cônjuge da recorrida era aposentado como contribuinte individual, com renda mensalsuperior ao salário mínimo, o que demonstra que a renda obtida por esta não era destinada à subsistência da família. Porfim, alega que, sendo mantida a sentença proferida pelo juiz a quo, deve a data de início do benefício ser a da audiência,quando houve o convencimento judicial quanto à qualidade de segurada especial da recorrida.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que, nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento deaposentadoria rural por idade, o segurado especial do inciso VII do artigo 11 desta lei, além de comprovar a idade mínima(55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos moldes do artigo 48, § 1º do mesmo diploma normativo, deve comprovar o efetivoexercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento dobenefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício postulado.

Para fins de reconhecimento do exercício de atividade rural, o serviço deve ser comprovado ao menos por início derazoável prova material contemporânea à época dos fatos, nos termos do art. 55, § 3º da Lei 8.213/91 e, para que talatividade se enquadre no regime de economia familiar, faz-se necessário que o trabalho dos membros da família sejaindispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar, e que seja exercido emcondições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados, conforme o § 1º do artigo 11 da Lei8.213/91. Vale mencionar que o inciso VII do artigo 11 da supracitada lei permite que a atividade rural seja exercidaindividualmente.

No presente caso, vislumbra-se que as alegações da autarquia previdenciária não merecem lograr êxito, posto que há iníciode prova documental indicativo de exercício de atividade rural pela recorrida. Com efeito, os contratos de parceria às fl.31/32 demonstram o início de prova material necessário à concessão do benefício pleiteado, em consonância com o artigo7º, § 1º, II, da Instrução Normativa n. 45/2010, da supracitada autarquia.

Ainda que os referidos contratos não sejam contemporâneos ao período de atividade rural o qual se pretende provar, ascláusulas verbais, as quais fazem remissão ao período trabalhado no meio rural, têm validade, pelo fato de haver outrasprovas nos autos as quais comprovam que a recorrida exercia atividade rural antes mesmo do período indicado pelascláusulas verbais (vide documentos de fls. 55 e 53 dos autos).

Em audiência, a recorrida demonstrou conhecimento sobre os plantios que a mesma realiza, principalmente no que serefere às condições da terra para o cultivo. A testemunha, Sr. Abel Antônio Nogueira, confirmou a atividade rural exercidapela recorrida, tendo a mesma sempre exercido a referida atividade, inclusive na época em que o cônjuge desta seencontrava doente. Tudo isso demonstra que a recorrida de fato exerceu atividade rural, por período superior ao necessário(sete anos e seis meses, ou noventa meses, tendo em vista o preenchimento dos requisitos para a concessão daaposentadoria em 1996), conforme o artigo 142 da Lei 8.213/91.

Quanto ao vínculo urbano do cônjuge da recorrida, o qual era dentista prático, verifica-se que o mesmo não tem o condãode afastar a qualidade de segurada especial da mesma, tendo em vista que, por meio de depoimento testemunhal, ficoucomprovado que mencionado cônjuge, nas horas vagas, exercia atividade rural, o que foi corroborado pela recorrida, tendoem vista a irregularidade da atividade de dentista prático, o que não permitia que a mesma fosse exercida continuamente.

No que se refere à renda mensal inicial da aposentadoria percebida pelo mencionado cônjuge, posteriormente convertidaem pensão por morte em favor da recorrida, verifica-se que tal renda não é superior em demasia ao salário mínimo, eafirmar que a renda obtida com a venda do abacaxi e da mandioca cultivados pela mencionada recorrida não era destinadaà subsistência da família é, no mínimo, temeroso, até porque, conforme se depreende pela nota fiscal à fl. 58 dos autos, arecorrida obtinha quantia a qual certamente era importante para a manutenção da família.

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Estas informações guardam consonância com a Súmula 41 da Turma Nacional de Uniformização, a qual afirma que “Acircunstância de um dos integrantes do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, adescaracterização do trabalhador rural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto.”.Sendo assim, mantida a qualidade de segurada especial da recorrida.

Quanto à DIB, vislumbra-se que a mesma deve ser mantida, haja vista que quando do requerimento administrativo dobenefício em questão (14/09/2006 – fl. 23), a recorrida já preenchia os requisitos necessários à concessão deaposentadoria rural por idade – qualidade de segurada especial e exercício de atividade rural segundo a carêncianecessária, conforme acima analisado, o que enseja a manutenção da referida data de início do benefício.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de R$ 400,00 (quatrocentos reais), com fundamento no artigo 20, § 4º do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

91 - 0000311-60.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000311-3/01) JOAO VICTORINO GOMES (ADVOGADO: Valber CruzCereza.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉREIS.).RECURSO N.° 2009.50.51.000311-3/01RECORRENTE: JOÃO VICTORINO GOMESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃOPARA O TRABALHO ATESTADA POR PROVA PERICIAL REGULAR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

I. Cuida-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 62/63, quejulgou improcedentes os pleitos de concessão do benefício previdenciário de auxílio-doença e de sua conversão emaposentadoria por invalidez, com base na conclusão técnica apurada pelo perito do juízo no laudo de fls. 44/45.

II. Insurge-se o recorrente, sob o argumento de que o laudo emitido pelo perito do juízo não se compatibiliza com sua realcondição de saúde, pelo que pugna pela maior valoração dos laudos médicos particulares colacionados aos autos.

III. Sem razão o recorrente. No presente caderno processual, é possível verificar que a perícia produzida nos autos concluiupela capacidade da parte para o desempenho de atividades laborais, o que fundamenta o indeferimento dos benefíciosprevidenciários pleiteados.

IV. Nesse contexto, recordando que a perícia promovida em juízo constitui mecanismo eficaz e eficiente para acomprovação da (in)capacidade do segurado e considerando que inexistem nos autos elementos capazes de infirmar asassertivas do perito judicial, entendo que deve ser mantida a orientação firmada no laudo de fls. 44/45. Com efeito, não meparece plausível deferir os benefícios previdenciários pretendidos – seja de auxílio-doença, seja de aposentadoria porinvalidez – se constatada a capacidade para o trabalho habitual do autor/recorrente. Finalmente, quadra salientar que, adespeito da constatação de moléstia qualificada como degenerativa (espondilodiscoartrose lombar e cervical), taldiagnóstico não induz à ilação necessária de que a parte não pode ter ou recuperar a capacidade para o labor.Entendimento contrário significaria equiparar os conceitos de doença e incapacidade, inteligência que não se mantém,porquanto o indivíduo pode padecer de patologia e, ainda assim, deter plena capacidade para a execução de atividadeslaborativas.

V. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

VI. Sem custas, na forma da lei, e sem condenação em honorários advocatícios, ante o deferimento da assistência

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judiciária gratuita ao autor/recorrente (fl. 30).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

92 - 0002179-73.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002179-6/01) MOYSES FERREIRA DE PAULO (ADVOGADO: MARILENAMIGNONE RIOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda AleodimCampos.).RECURSO N. 2009.50.51.002179-6/01RECORRENTE: MOYSES FERREIRA DE PAULORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA ECONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE DO AUTOR EM13/07/2009 A 13/02/2010 PELOS LAUDOS MÉDICOS PARTICULARES – NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOSNECESSÁRIO À CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTEPROVIDO.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 57/58, quejulgou improcedente o pedido autoral de restabelecimento do auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoriapor invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões, que o perito designado pelo juízo somente constatou que é portadorde dor lombar baixa, deixando de mencionar as demais enfermidades que o afetam, como: problemas no joelho, cotovelo euma hérnia de disco, de modo que estas doenças se encontram confirmadas através dos laudos particulares apresentados.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade quelhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Primeiramente, em análise ao laudo pericial acostado à fl. 35, o perito afirma que o autor possui dor lombar baixa e que adoença não o incapacita para a sua atividade habitual de mecânico industrial. Observa-se que o juiz a quo, julgouimprocedente o pedido do autor, baseando seu convencimento na conclusão da perícia médica judicial. Em decorrência doindeferimento de seu pedido, o recorrente interpôs recurso alegando que o laudo pericial foi inconcludente, haja vista nãoter citado as demais doenças que o debilitam, doenças essas constatadas pelos documentos médicos particulares de fls.10/14.

4. Não obstante a perícia judicial, forma eficaz e eficiente de se comprovar a incapacidade laboral do requerente, ter sereferido somente à presença de dor lombar baixa, os laudos médicos particulares juntados aos autos pela parte autora (fl.10/14) são conclusivos ao diagnosticarem a presença de diversas enfermidades que acometem o recorrente. Valem sermencionadas aqui: hérnia de disco, dores no cotovelo (epicondilite lateral esquerda) e abaulamentos discais quedeterminam compressão na face ventral do saco dural e redução dos foramens de conjugação e rotura concêntrica dosanéis fibrosos, conforme descrito nos laudos.

5. Ante a atividade laboral que o recorrente exerce de mecânico industrial, cuja execução necessita de diversos movimentosfísicos, notadamente para o manuseio de ferramentas e de máquinas operatrizes, entendo que as doenças quecomprometem a saúde do autor afetam consideravelmente o seu desempenho laboral, de modo que podem o incapacitarpara o exercício de sua atividade.

6. Verifica-se à fl. 47, que o autor esteve em gozo do benefício de auxílio-doença de 29/11/2007 a 27/05/2009. Assim,sendo o laudo médico particular (fl. 10) de 13/07/2009, o qual assevera eficientemente que o autor está inapto paradesempenhar sua atividade laboral e sugere o afastamento do mesmo por 06 meses, deve ser concedido o auxílio-doençacom DIB em 13/07/2009 e DCB 13/02/2010.

7. No que se refere à conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, entendo que não estão preenchidostodos os requisitos necessários à concessão desse benefício, de modo que não existem nos autos documentos capazes de

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atestar a incapacidade total e definitiva do recorrente para o labor, pelo que não resta configurado o direito ao benefício deaposentadoria por invalidez.

8. Deverá o INSS informar a este Juízo os valores a serem requisitados por RPV, no prazo de 30 (trinta) dias, contados apartir do trânsito em julgado da presente decisão. Quanto à não liquidez desta decisão, ressalto o fato de que o INSS possuimaiores condições de elaborar os cálculos dos valores em atraso e que tal posicionamento coaduna-se com as disposiçõesdos Enunciados nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo. Após a apuração administrativa dos valores em comento, a serconsiderada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido, sendo o caso, o“Requisitório de Pequeno Valor”.

9. Recurso conhecido e parcialmente provido. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência parcial.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E DAR PACIAL PROVIMENTO AOMESMO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

93 - 0000098-50.2006.4.02.5054/01 (2006.50.54.000098-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Paulo Henrique Vaz Fidalgo.) x ANTONIA MARIA DE JESUS (ADVOGADO: GECIMAR C. NEVES LIMA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 0000098-50.2006.4.02.5054/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO (S): ANTONIA MARIA DE JESUSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DIB FIXADA NA DATA DA CITAÇÃO VÁLIDA. O LAUDO PERICIAL, POR SI SÓ,NÃO SE PRESTA A CONFIGURAR A SITUAÇÃO DE INCAPACIDADE, CONSISTINDO EM MERO MEIO DE PROVA QUEDEVERÁ SER ANALISADO PELO MAGISTRADO.

I. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido da inicial,para condenar o réu a implantar o benefício de auxílio-doença, com DIB em 28.08.2006. Em suas razões, a autarquiarequer que a DIB seja alterada para a data da juntada do laudo pericial. Contrarrazões às fls. 170/176, pleiteando o nãoprovimento do recurso e comunicando que o INSS não cumpriu a obrigação de fazer dentro do prazo fixado na sentença.

II. A sentença que fixa a DIB na mesma data da citação válida não merece reparos. Isto porque o laudo pericial, por si só,não consolida o entendimento acerca da incapacidade, consistindo apenas em mero meio de prova que será analisado pelomagistrado quando da formação de sua convicção, haja vista o princípio do livre convencimento motivado. Ademais, osimples fato de contestar representa a procrastinação da implantação de benefício que é, de fato, devido a autora. Nomesmo sentido, posiciona-se o STJ:

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. TERMO INICIAL. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO.CITAÇÃO. 1. É cediço que a citação tem o efeito material de constituir o réu em mora. Sendo assim, o laudo pericial norteiasomente o livre convencimento do juiz quanto aos fatos alegados pelas partes, não sendo parâmetro para fixação de termoinicial de aquisição de direitos. 2. A se manter o entendimento de que o termo inicial de concessão do benefício é o daapresentação do laudo pericial em Juízo, estar-se-ia promovendo o enriquecimento ilícito do Instituto, que, simplesmentepor contestar a ação, estaria postergando o pagamento de um benefício devido por um fato anterior à própria citaçãojudicial. 3. Recurso especial conhecido, mas improvido. (RESP 200500458021, ARNALDO ESTEVES LIMA, STJ - QUINTATURMA, 26/06/2006)

III. No mais, determino que o INSS cumpra em 30 (trinta) dias a obrigação de fazer estabelecida em sentença, sob pena demulta diária de 100,00 (cem reais).

VI. Recurso do INSS não provido. Sentença mantida.

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V. Sem custas (art. 4º, I, da lei 9.289/96). Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$500,00 (quinhentos reais), nos termos do artigo 55, da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

94 - 0000775-78.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000775-6/01) WALMIR ANTÔNIO RIBEIRO (ADVOGADO: ULISSESCOSTA DA SILVA, ADELSON CREMONINI DO NASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).RECURSOS Nº 2009.50.53.000775-6/01RECORRENTE(S): WALMIR ANTÔNIO RIBEIRORECORRIDO(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE PARCIAL –IMPOSSIBILIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA INTEGRALMENTE MANTIDA.

I. Cuida-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 90/93, quejulgou parcialmente procedente o pleito autoral e condenou o INSS ao restabelecimento do benefício previdenciário deauxílio-doença, afastando sua conversão em aposentadoria por invalidez, com base na conclusão técnica apurada peloperito do juízo no laudo de fls. 64/70.

II. Insurge-se a parte recorrente, sob o argumento de que o laudo emitido pelo perito do juízo não se compatibiliza com suareal condição de saúde, bem como desconsidera os demais elementos de prova produzidos nos autos, os quais revelariamsua incapacidade total e definitiva para o labor.

III. No caso sob apreço, é possível verificar que a perícia produzida nos autos concluiu pela incapacidade parcial dorecorrente, por motivo de “diabete mellitus, hérnia de disco na região cervical, dorsal, lombar, hipertensão arterial”.Registrou, também, o jusperito que “o(a) autor(a) apresenta incapacitado para exercer a sua função de armador deandaime, podendo ser reabilitado para outra função”, o que desautoriza o deferimento do benefício de aposentadoria porinvalidez, cuja concessão exige a configuração de inaptidão total e definitiva para o trabalho.

IV. Nesse diapasão, apesar de o recorrente colacionar atestados médicos particulares em que se registra sua inaptidãopara o trabalho, não vislumbro aparato suficiente a ilidir a prova técnica produzida nos autos. Outrossim, quadra salientarque, a despeito da constatação de moléstias qualificadas como degenerativas, tal diagnóstico não induz à ilação necessáriade que a parte não pode ter ou recuperar a capacidade para o labor. Entendimento contrário significaria equiparar osconceitos de doença e incapacidade, uma vez que o indivíduo pode padecer de patologia e, ainda assim, deter plenacapacidade para a execução de atividades laborativas, ainda que para funções não equivalentes às suas habituais.

V. Recurso conhecido e improvido. Sentença integralmente mantida.

VI. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante o deferimento da assistência judiciáriagratuita à fl.42.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

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95 - 0000546-92.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000546-8/01) CRISTINA ROCHA (ADVOGADO: DASIO IZAIAS PANSINI.)x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).A Turma Recursal, por maioria, vencido o MM. Juiz Federal Américo Bêde Freire Júnior, negou provimento ao recurso,mantendo a sentença pelos seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei nº 9.099/95). Votaram os MM. Juízes FederaisAmérico Bedê Freire Júnior, Osair Victor de Oliveira Júnior e Bruno Dutra.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

96 - 0001976-48.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001976-1/01) GENEMITE RODRIGUES MARQUES (ADVOGADO: ValberCruz Cereza, ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIABRAZ VIEIRA DE MELO.) x OS MESMOS.RECURSO N. 2008.50.51.001976-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS E GENEMITE RODRIGUES MARQUESRECORRIDO: OS MESMOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – ANÁLISE DO ARTIGO 16 DA LEI 8.213/91 CONJUGADA COM O CASO CONCRETO, PARAAFERIR A SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE – DIB MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de Recursos Inominados interpostos pelo INSS, ora primeiro recorrente, e pela parte autora, ora segundarecorrente, em face da sentença de fls. 71/74, a qual julgou parcialmente procedente o pedido autoral, de concessão dobenefício assistencial previsto na LOAS. Aduz o primeiro recorrente, em suas razões, que não foi preenchido o requisito dahipossuficiência, não devendo ser desconsiderada a renda do filho do segundo recorrente para fins de cálculo da rendafamiliar. Este, por sua vez, alega que a DIB deve ser alterada, devendo a mesma ser a do requerimento administrativo.

Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada é garantidono valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais quecomprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Para efeitos deaplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente epara o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idosoaquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

No caso concreto, verifica-se que deve ser mantida a sentença proferida pelo juiz a quo. Com efeito, ficou constatada nosautos a situação de vulnerabilidade do segundo recorrente, independentemente da flexibilização do artigo 16 da Lei8.213/91, para fins de aferir quem integra o grupo familiar.

Por mais que possa ser verificada a ausência de vulnerabilidade de quem pleiteia o benefício assistencial, quando os seusparentes tenham condições de prover satisfatoriamente o seu sustento, a despeito de estes não integrarem o rol contido noartigo 16 da Lei 8.213/91, tal não é o caso contido nestes autos, haja vista que, conforme consta do Relatório Social às fls.22/23, a renda mensal do filho do recorrente é de aproximadamente R$ 1.000,00 (um mil reais), quantia a qual não é fixa(posto que o filho é autônomo, sendo motorista de caminhão).

Ademais, a família é composta por seis pessoas, (residem com o segundo recorrente, além de seu filho, o cônjuge deste etrês crianças), o que leva à conclusão de que a quantia percebida pelo filho do mencionado recorrente não tem o condão deafastar a vulnerabilidade família, principalmente por não se tratar de renda fixa.

Deve-se levar em consideração também o fato de que a casa onde o recorrente reside com seu filho foi cedida por outrafilha, tendo a mesma espaço diminuto (dois quartos, uma cozinha, um banheiro e uma pequena área de serviço) e sendoguarnecida por móveis simples.

Conferindo-se relevância à própria tese defendida pela autarquia previdenciária – a de flexibilização do rol previsto no artigo16 da Lei 8.213/91 –, também é possível chegar à conclusão de que o benefício assistencial é devido, conforme acimaverificado, ainda que a renda per capita mensal seja superior a ¼ do salário mínimo vigente, haja vista que a vulnerabilidadepode ser verificada quando da análise do caso concreto, não se restringindo, o aplicador do Direito, à análise da letra fria dalei.

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A conclusão a que chega esta Relatoria não viola dispositivo legal, tampouco constitucional, tendo em vista que amencionada conclusão se fundamenta na dignidade da pessoa humana, a qual é um dos fundamentos da RepúblicaFederativa do Brasil (artigo 1º, III, CR/88), e na redução das desigualdades sociais, a qual é um dos objetivos fundamentaisda República Federativa do Brasil (artigo 3º, III, CR/88).

Quanto à data de início do benefício, deve a mesma permanecer inalterada, posto que o requisito pautado nahipossuficiência do segundo recorrente apenas pôde ser verificado quando da confecção do laudo social, devendopermanecer a DIB preconizada pela sentença à fl. 73 (13/01/2009).

Recursos conhecidos e improvidos. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamentode honorários advocatícios no montante de 10 % (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos moldes do artigo 20, §3º, CPC, haja vista que a parte autora decaiu de parte mínima do pedido (artigo 21, parágrafo único, CPC).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

97 - 0001263-39.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001263-1/01) SANTINA NEVES SANTANA (ADVOGADO: Valber CruzCereza, ANTÔNIO JUSTINO COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZVIEIRA DE MELO.).PROCESSO N.º 2009.50.51.001263-1/01RECORRENTE: SANTINA NEVES SANTANARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ARTIGO 20 DA LEI N.º8.742/93 – VALOR MENSAL AUFERIDO PELO FILHO MAIOR DE IDADE NÃO INTEGRA O CÁLCULO DE RENDA PERCAPITA FAMILIAR, NO ENTANTO A APOSENTADORIA PERCEBIDA PELO ESPOSO DA AUTORA ULTRAPASSA OVALOR DO SALÁRIO MÍNIMO VIGENTE À ÉPOCA DA SENTENÇA, DESCARACTERIZANDO O ESTADO DEMISERABILIDADE DA FAMÍLIA – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 41/43, que julgouimprocedente o pedido de concessão do benefício assistencial previsto no artigo 20, da Lei n.º 8.742/93 (LOAS). Alega arecorrente, em suas razões recursais, que a renda per capita superior a ¼ do salário mínimo, não é óbice para a concessãodo BPC, vez que o valor auferido á título de aposentadoria pelo seu marido, não é o suficiente para prover a mantença vital,razão pela qual faz jus ao benefício pleiteado.

2. Em sede de contrarrazões, o INSS sustenta que o esposo da autora recebe aposentadoria no valor de R$ 624, 00, econsiderando-se somente a autora e seu esposo como grupo familiar, é possível verificar que a renda per capita familiar ésuperior a ¼ do salário mínimo vigente à época da sentença (R$ 510,00 = R$ 127,50).

3. Assiste razão a autarquia previdenciária.

4. Nos termos do artigo 20 da Lei n.º 8.742/93 (LOAS), o benefício de prestação continuada é garantido, no valor de 01salário mínimo mensal, à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não possuir meios de prover a própriamanutenção nem tê-la provida por sua família. Para efeitos de aplicação do referido dispositivo legal, considera-seportadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho e, da mesma forma,considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou do idoso, a família com renda mensal percapita inferior a ¼ do salário mínimo.

5. No caso concreto, vislumbra-se que a controvérsia se pauta exclusivamente no requisito atinente à renda familiar percapita. Com efeito, a sentença proferida pelo juiz a quo (fls. 41/42) não deferiu o pedido autoral de concessão do benefícioassistencial previsto na LOAS, haja vista ter constatado que não restou preenchido o requisito de miserabilidade pela parteautora, previsto na Lei 8.742/93.

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6. No que tange ao fato do filho da autora auferir mensalmente a quantia de R$ 450,00 (quatrocentos e cinqüenta reais – fl.), é necessário que se faça, primeiramente, uma análise ao art. 203, da Constituição Federal, inciso V:Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridadesocial, e tem por objetivos:V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem nãopossuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provido por sua família, conforme dispuser a lei.

O §1º do art. 20 da Lei 8.742/93, considera família, o conjunto formado pelos pais e irmãos não emancipados, menores de21 anos ou inválidos, que vivam sobre o mesmo teto. Desse modo, não pode ser considerado para fins de cálculo da rendaper capita da família, o valor auferido pelo filho da recorrente, já que o mesmo possui 42 anos de idade, conforme informa orelatório social á fl. 30, razão pela qual o filho não pode ser incluído dentro do grupo familiar.

7. Não obstante o filho da autora não integrar o grupo familiar, sendo este composto apenas pela autora e seu marido, oqual recebe aposentadoria especial no valor de R$ 624,00 (seiscentos e vinte e quatro reais), vislumbro não ser possível aconcessão do benefício de prestação continuada, eis que a renda mensal per capita ultrapassa o limite previsto em lei, demodo a descaracterizar o estado de hipossuficiência e miserabilidade da família.

8. Ante o exposto, conheço e NEGO provimento ao recurso inominado, de forma a manter incólume a sentença de piso.

9. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária de AssistênciaJudiciária Gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, de forma a manter asentença, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

98 - 0001989-21.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.001989-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x ZULMIRA ALVES DORTE (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.).

RECURSO N. 0001989-21.2006.4.02.5050/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ZULMIRA ALVES DORTERELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE – COMPROVAÇÃO DAQUALIDADE DE SEGURADO – O FATO DE NÃO HAVER INFORMAÇÃO NO CNIS ACERCA DO VÍNCULOEMPREGATÍCIO DO DE CUJUS NÃO AFASTA A QUALIDADE DE SEGURADO DO MESMO, HAJA VISTA A PRESENÇADE ANOTAÇÃO NA CTPS DO MENCIONADO VÍNCULO, DE MODO A HAVER PRESUNÇÃO DO EXERCÍCIO DEEMPREGO, A QUAL NÃO FOI DESCARACTERIZADA PELO INSS – EXISTÊNCIA DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA,TENDO SIDO CUMPRIDO O DISPOSTO NO ARTIGO 16, PARÁGRAFO 4º, DA LEI 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 78/80, a qual julgouprocedente o pedido autoral, de concessão do benefício de pensão por morte. Aduz o recorrente, em suas razões, que nãohá prova da qualidade de segurado do de cujus, tendo em vista que a anotação da CTPS do mesmo não foi confirmada noCadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS, não existindo prova material contemporânea de vínculo empregatício.Ademais, a autarquia previdenciária aduz que não houve a comprovação de dependência econômica.

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.213/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Ressalta-se que a carência e qualidade de segurado sãoinstitutos distintos e independentes, de modo que o fato de a carência não ser necessária, não impede que se exija aqualidade de segurado como requisito para a concessão da pensão por morte.

O artigo 16 da Lei 8.213/91 traz o rol de pessoas que podem figurar como dependentes do segurado, e neste rol estãoincluídos os genitores do mesmo, os quais poderão receber o benefício de pensão por morte caso comprovem a existênciade uma relação de dependência econômica no que tange ao filho que veio a óbito (inciso II, conjugado com o parágrafo 4º,ambos do supracitado artigo).

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No caso concreto, verifica-se que a sentença proferida pelo juiz a quo foi acertada, haja vista terem sido preenchidos osrequisitos pautados na qualidade de segurado do de cujus e na dependência econômica. Com efeito, a anotação na CTPSdeste (fl. 47) traz prova da mencionada qualidade de segurado. A referida anotação é o início de prova materialcontemporânea de vínculo empregatício, o qual foi corroborado pela prova testemunhal colhida em audiência (fls. 59/61).

A anotação na CTPS constitui presunção de existência de efetivo vínculo empregatício, presunção a qual é relativa,cabendo prova em contrário. Todavia, a autarquia previdenciária não logrou êxito em desconstituir a referida anotação, nãotendo trazido aos autos prova a qual descaracterizasse o mencionado vínculo. Sendo assim, tendo em vista que o vínculoempregatício se encerrou com o óbito do segurado, não há que falar em perda da qualidade de segurado.

Vale salientar que incumbe ao empregador recolher as contribuições previdenciárias, o que possibilita o reconhecimentopelo INSS da existência de vínculo empregatício. Desse modo, não deve o empregado ser penalizado pelo fato de nãoconstar no CNIS informação referente ao seu vínculo de emprego. A seguinte jurisprudência corrobora tal entendimento:“PREVIDENCIÁRIO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. CERTIDÃO FORNECIDA PELA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. OBRIGAÇÃO DOEMPREGADOR. I. Caso em que o INSS se nega a reconhecer o tempo de serviço da autora, ante o fundamento de que acertidão fornecida pela Prefeitura Municipal de Bayeux, Paraíba, não continha todas as informações exigidas pela Lei8.213/91. I. O tempo de serviço encontra-se comprovado nos autos, tanto pela certidão emitida pela prefeitura na qual aautora exerceu suas atividades, como pelos comprovantes de pagamento apresentados. II. A responsabilidade pelorecolhimento das contribuições previdenciárias é do empregador, sujeito à fiscalização do INSS, não podendo ser exigidado empregado. III. As provas apresentadas são suficientes para comprovar o tempo de serviço prestado pela autora. IV.Apelação e remessa oficial improvidas.”. (Tribuna Regional Federal da 5ª Região - AC - Apelação Cível – 402108 –Relatora: Desembargadora Federal Margarida Cantarelli – Órgão Julgador: Quarta Turma – Julgada em: 12/12/2006 –Publicada em: 25/01/2007). (Grifos nossos).

Quanto ao requisito da dependência econômica, verifica-se que o mesmo também restou preenchido, posto que, além de ode cujus residir com sua genitora, ora recorrida, à época do óbito (fls. 59/60), o que é levado em consideração pelo próprioDecreto 3.048/99, em seu artigo 22, § 3º, restou comprovado em audiência que o mencionado de cujus auxiliava nasdespesas ordinárias de manutenção da casa, pagando as contas de água e de luz e contas referentes a remédios. Com arecorrida e o de cujus também residia um incapaz, filho daquela, o que corroborava a necessidade de auxílio constante doreferido de cujus. De todo modo, há entendimento na jurisprudência no sentido de bastar a prova testemunhal para aferir acondição de dependência econômica dos pais em relação aos filhos. Vejamos: “PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO PORMORTE. MÃE DE SEGURADO FALECIDO. LEI 8.213/91, ART. 16, II E § 4º. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA.COMPROVAÇÃO. DESIGNAÇÃO EXPRESSA DE DEPENDENTE. DESNECESSIDADE. JUROS DE MORA.HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA - SÚMULA 111 DO STJ. CORREÇÃO MONETÁRIA - LEI 6.899/81. 1. Sãobeneficiários da pensão por morte prevista no art. 18, II, "a" c/c art. 74 da Lei n. 8.213/91, o pai e a mãe do seguradofalecido (art. 16, II), que comprovem a sua dependência econômica em relação ao instituidor do benefício (art. 16, § 4º). 2.A comprovação da dependência econômica dos pais em relação aos filhos pode ser realizada por meio de provatestemunhal, mesmo que inexistente um início de prova material, uma vez que a legislação previdenciária não estabeleceunenhuma restrição ou limitação nesse sentido (precedentes). 3. "A exigência de inscrição dos dependentes do ex-segurado,nos termos da Lei 8.213/91, art. 17, 1.º, visa apenas facilitar a comprovação, junto à administração da autarquiaprevidenciária, da vontade do instituidor em elegê-los como beneficiários da pensão por morte, assim como a situação dedependência econômica; sua ausência não impede, entretanto, a concessão do benefício, se comprovados os requisitospor outros meios idôneos de prova." (STJ, RESP 269.453/SC, Quinta Turma, Ministro Edson Vidigal, DJ 09/10/2000).”.(Tribunal Regional Federal da 1ª Região - AC - APELAÇÃO CIVEL – 200101990446111 – Relator: JUIZ FEDERAL IRANVELASCO NASCIMENTO – Órgão Julgador: Segunda Turma – Julgada em: 11/02/2009 – Publicada em: 02/04/2009).(Grifos nossos).

Sendo assim, devida a pensão por morte pleiteada. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, naforma da lei. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais),conforme previsão contida no artigo 20, § 4º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

99 - 0000224-70.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000224-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x VILMA LEITE RIBEIRO (ADVOGADO: ALFREDO ERVATI.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

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RECURSO N. 2010.50.51.000224-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDA: VILMA LEITE RIBEIRORELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO – EXISTÊNCIA – MARIDO DA AUTORA TRABALHOU COMO MOTORISTAAUTÔNOMO, POR ALGUM TEMPO, ANTES DO CASAMENTO – INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO URBANO PORAPROXIMADAMENTE 30 ANOS – TRABALHO RURAL IMPRESCINDÍVEL PARA A SUBSISTÊNCIA DO NÚCLEOFAMILIAR – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR CONFIGURADO – EMBARGOS PROVIDOS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

100 - 0000590-40.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000590-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x FLORICENA VICENTE ROSA (ADVOGADO: ACLIMAR NASCIMENTOTIMBOÍBA.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO N.º 2009.50.53.000590-5/01EMBARGANTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSEMBARGADO(A): FLORICENA VICENTE ROSARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – ALEGAÇÃO DE CONTRADIÇÃO – INEXISTÊNCIA – EMBARGOSREJEITADOS

I. Trata-se de embargos declaratórios opostos pelo INSS em face do acórdão proferido por esta Turma Recursal às fls.99/100, no qual restou mantida a sentença a quo e ratificada a condenação da autarquia federal ao pagamento deaposentadoria rural por idade à embargada.

II. O embargante aponta existência de contradição no julgado, sob o fundamento de que o item 5 do acórdão dispõe que “aprova testemunhal produzida em audiência foi firme ao demonstrar que a recorrida sempre laborou como marisqueira”, aopasso que as testemunhas revelaram ter a parte autora trabalhado num restaurante.

III. Consabido é que os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, representam instrumento processualadequado, unicamente, a suprir omissões, aportar clareza ou retificar eventuais contradições existentes no bojo de decisãojudicial.

IV. A contradição sanável pela via dos embargos de declaração somente se configura nas hipóteses em que o decisumapresenta, em seu interior, assertivas antinômicas, inconciliáveis entre si, capazes de torná-lo incoerente ou de deixaremdúvidas acerca do posicionamento do julgador em relação a determinados pontos. Nesse sentido, as lições do Professorcapixaba RODRIGO REIS MAZZEI:

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“O ponto nuclear para se aferir se existe contradição (ou não) é o exame da lógica das premissas do ato judicial, dentro deuma análise interna do que foi decidido seqüencialmente para se verificar a existência de proposições díspares, semencadeamento racional.”(Embargos de Declaração. ‘In’ Dos Recursos, ICE, 1 ed. p. 315)

V. No caso sob apreço, o embargante indica contradição entre a conclusão jurisdicional adotada no acórdão embargado e osuposto conteúdo da prova testemunhal produzida nos autos. Deste modo, verifica-se, com clareza, que a parteembargante não aponta contradição no corpo da decisão, mas somente possível contraposição entre elemento de provados autos e a valoração a ele conferida pelos julgadores.VI. Doutra parte, não é demais registrar que as testemunhas ouvidas em juízo revelaram, sim, que a embargada chegou aexecutar alguns trabalhos em restaurantes, mas asseveraram, unissonamente, que a mesma tinha como atividade principala função de marisqueira, notadamente após janeiro de 1991.VII. Contradição não reconhecida. Embargos declaratórios conhecidos e improvidos. Sem custas e honorários.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

101 - 0002307-67.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.002307-6/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x ANTONIO BOENO (ADVOGADO: ROGERIO SIMOES ALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2007.50.50.002307-6/01RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL- CEFRECORRIDO (S): ANTÔNIO BOENORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

FGTS. CEF. JUROS PROGRESSIVOS. OPÇÃO FEITA EM DATA POSTERIOR A 22.09.1971, SEM MENÇÃO AOSEFEITOS RETROATIVOS DA LEI 5.958/73. INEXISTÊNCIA DE CONTA VINCULADA AO FGTS ANTES DE SETEMBRODE 1979. RECURSO PROVIDO. SENTENÇAR REFORMADA.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto, nos termos da ementa – parte integrante destejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

102 - 0000671-54.2007.4.02.5054/01 (2007.50.54.000671-5/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBERALVES TUMOLI.) x WALDEMAR GUSTAVO BIRCHLER (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2007.50.54.000671-5/01RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL- CEFRECORRIDO (S): WALDEMAR GUSTAVO BIRCHLERRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

FGTS. CEF. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. ÍNDICE OFICIAL DOS EXPURGOS EM JANEIRO DE 1989 ERA DE 42,72%.PERCENTUAL DE 16,65% APLICÁVEL AO CASO. ÍNDICE DE 22,35% JÁ CREDITADO PELA CEF NA CONTA DOAUTOR. RECURSO PROVIDO.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo conhecer e DAR PROVIMENTO ao recurso interposto, nos termos da ementa – parte integrante destejulgado.

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AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

103 - 0002902-66.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.002902-9/01) LACINIO SENNA (ADVOGADO: ROGERIO SIMOESALVES, HELTON TEIXEIRA RAMOS.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: ALEX WERNER ROLKE.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2007.50.50.002902-9/01RECORRENTE (S): LACÍNIO SENNARECORRIDO (S): CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEFRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

FGTS. JUROS PROGRESSIVOS. OPÇÃO PELO REGIME DO FGTS ENTRE AS DATAS DE VIGÊNCIA DAS LEIS5.705/71 E 5958/73, OU SEJA, ENTRE 22.09.1971 E 10.12.1973. RECURSO INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA NÃOPROVIDO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.

I. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença que julgou improcedente o pedido decondenação da ré a creditar na conta do FGTS do autor a diferença referente a não aplicação da taxa de jurosprogressivos. Em suas razões, aduz que o art. 1º, §1º, da Lei 5.958/73, previu a progressividade de juros também paraaqueles que fizeram sua opção entre 22.09.1971 e 10.12.1973. Contrarrazões às fls. 125/129.

II. Não tem direito aos juros progressivos o trabalhador que fez a opção pelo regime do FGTS em plena vigência da Lei5.705/71, a qual introduziu a taxa fixa de 3% ao ano para a remuneração das contas vinculadas, sem os efeitos retroativosda Lei 5.958/73. Isto porque a finalidade da Lei 5.958/73 foi estimular o empregado que poderia ter optado pelo regime daLei 5.107/66 e não o fez. No mesmo sentido, decidiu o STJ: “Somente há direito aos juros progressivos se a opção foi feitana vigência da Lei 5.107/66 ou na forma da Lei 5.958/73, não bastando apenas que a opção date de período posterior a10/12/73, sem que preenchidos os requisitos contidos na última lei.” (RESP 488.675, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de01.12.2003 e sucessivos, grifei).

III. No caso dos autos, o autor optou pelo FGTS em 29.10.1971 (fl 05), tendo seu vínculo de emprego iniciado em23.05.1964 (fl. 09) com a empresa CIA. FERRO E AÇO DE VITÓRIA – COFAVI –, em plena vigência da Lei 5.705/71, queestabeleceu a taxa fixa de 3% ao ano. Ademais, não há notícia nos autos de que o autor tenha feito a opção pelo FGTS nostermos da Lei 5.958/73. Portanto, não faz jus à aplicação da taxa progressiva de juros.

IV. Recurso não provido. Sentença mantida.

V. Sem condenação ao pagamento de custas e honorários, tendo em vista que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

104 - 0006528-30.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006528-5/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x LUIZ MIGUEL MAZZEGA (ADVOGADO: BRUNO ÁLVARES, CLEBER ALVES TUMOLI, RENATAGÓES FURTADO, PABLO LUIZ ROSA OLIVEIRA.).RECURSO DE SENTENÇA Nº 2006.50.50.006528-5/01RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL- CEFRECORRIDO (S): LUIZ MIGUEL MAZZEGARELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

FGTS. CEF. JUROS PROGRESSIVOS. PRESCRIÇÃO TRINTENÁRA. OBRIGAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO.PRESCRIÇÃO SÓ ATINGE AS PRESTAÇÕES COMPREENDIDAS NOS 30 (TRINTA) ANOS ANTERIORES AOAJUIZAMENTO DA AÇÃO. EXTRATO DO FGTS QUE DEMONSTRA A APLICAÇÃO CORRETA DOS JUROSPROGRESSIVOS NÃO RETRATA TODO O PERÍODO CONTROVERTIDO. DOCUMENTO QUE, POR SI SÓ, NÃOAFASTA O DIREITO AUTORAL.

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I. Trata-se de recurso inominado interposto pela CEF em face de sentença que julgou procedente o pedido da inicial, paradeterminar que a ré credite na conta vinculada ao FGTS da parte autora a diferença apurada pelo contador do Juízo às fls.140/149. Em suas razões, sustenta que: houve a prescrição trintenária do fundo de direito; e o autor já recebeu aprogressividade dos juros em sua conta, não havendo diferença a ser paga. Contrarrazões às fls. 172/176.

II. A súmula 210 do STJ aduz que: A ação de cobrança das contribuições para o FGTS prescreve em trinta (30) anos. Talprazo prescricional não chega a atingir o fundo de direito, mas tão-somente as prestações periódicas não cumpridas, umavez que a obrigação de aplicação de juros progressivos é de trato sucessivo. A incidência de juros dá-se mês a mês,renovando-se também mensalmente a prescrição, motivo pelo qual o prazo prescricional só alcança o direito de exigir opagamento das parcelas dos 30 (trinta) anos anteriores ao ajuizamento da demanda. No mesmo sentido, já decidiu aTurma Nacional de Uniformização:

FGTS – JUROS PROGRESSIVOS – PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA – LEI Nº 5.958/73 – NÃO INCIDÊNCIA – RELAÇÃO DETRATO SUCESSIVO - RETORNO DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM – QUESTÃO DE ORDEM Nº 07 DA TNU –INCIDENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1) Tratando-se de relação de trato sucessivo, o direito pretendidorepercute a cada mês e, com isso, renova-se, também mensalmente, o prazo prescricional, referente àquela parcela. Ouseja, na linha de entendimento do STJ, a prescrição trintenária referente ao FGTS não alcança o fundo de direito. 2)Sentença e acórdão que não levaram em consideração a natureza da obrigação decorrente da relação entre o trabalhador eo FGTS, no que diz respeito aos depósitos realizados mensalmente na conta do titular. 3) Acórdão e sentença que devemser anulados, retornando os autos à sua origem, em consonância com a Questão de Ordem nº 07 da TNU, que estabeleceque “afastada a prescrição ou a decadência decretada na instância ordinária, os autos são devolvidos ao juizado ou à turmaRecursal, conforme o caso”. 4) Pedido de Uniformização conhecido e parcialmente provido. (PEDIDO 200883005004092,JUIZ FEDERAL RICARLOS ALMAGRO VITORIANO CUNHA, 25/05/2010, grifei)

III. Em que pese ter o extrato da conta do FGTS de fl. 137 demonstrado a correta aplicação dos juros progressivos, observoque tal documento retrata apenas parte do período controvertido, o que não afasta por completo o direito do autor. Valeressaltar ainda que, ao compulsar as planilhas de cálculos da contadoria do juízo e da CEF, percebi que o mês de março de1984 – mesmo mês de emissão do extrato de fl. 137 – foi excluído da apuração das diferenças atualizadas.

IV. Recurso não provido. Sentença mantida.

V. Sem condenação em honorários advocatícios (art. 29–C da Lei 8.036/90) e custas processuais (art. 24 –A da Lei9028/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

105 - 0008102-54.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.008102-7/01) JOSE PAULO DO CARMO (ADVOGADO: PHELIPEMAGNAGO CARNEIRO.) x CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.) x BANCO ABNAMRO REAL S/A (ADVOGADO: ROSANE ARENA MUNIZ.).RECURSO N. 2007.50.50.008102-7/01RECORRENTE: JOSÉ PAULO DO CARMORECORRIDO: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL E BANCO ABN AMRO REAL S/ARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – RESPONSABILIDADE CIVIL – QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO A TÍTULO DE DANOSMORAIS CONDIZENTE COM A SITUAÇÃO FÁTICA APRESENTADA – ANÁLISE DAS MEDIDAS ADOTADAS PELOOFENSOR PARA DIMINUIR OS TRANSTORNOS CAUSADOS À VÍTIMA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 55/59, a qualjulgou procedente o pedido autoral, de condenação dos ora recorridos ao pagamento de indenização a título de danosmorais, além de condenação à devolução das taxas cobradas indevidamente em sua conta corrente. Aduz o recorrente queo valor arbitrado em sentença a título de danos morais não atende ao caráter pedagógico do referido instituto, além de serirrisório, ante o poderio econômico dos réus, de modo a não evitar a reincidência dos mesmos na prática danosa.

O artigo 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor, assim dispõe sobre a responsabilidade do fornecedor de serviços:

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“Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danoscausados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ouinadequadas sobre sua fruição e riscos.”. O Superior Tribunal de Justiça, por intermédio da Súmula 297, já sedimentou queo Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.

No presente caso, verifica-se que a controvérsia está pautada no quantum fixado pela sentença proferida pelo juiz a quo noque diz respeito aos danos morais. Compulsando-se os autos, vislumbra-se ter sido acertada a referida sentença quanto àfixação do valor a título de danos morais. Com efeito, o valor arbitrado (R$ 510,00 – quinhentos e dez reais) está condizentecom a situação fática presenciada.

Essencial para a fixação do quantum indenizatório é a análise das medidas adotadas pelo ofensor para diminuir ostranstornos da vítima, ocasionados pelo evento danoso. No caso concreto, é clara a atuação da CAIXA ECONÔMICAFEDERAL no sentido de diminuir o impacto que o desconto de valor excedente na conta corrente do recorrente, o queocasionou a devolução de um cheque, provocou a este. Isso se verifica à fl. 15 dos autos, por documento o qual comprovao estorno do valor cobrado a maior, o qual foi feito sem a necessidade de comando judicial. Verifica-se que a própriainstituição reconheceu o equívoco e efetuou o mencionado estorno.

No presente caso, outro ponto essencial para a fixação do valor a ser pago a título de danos morais é o efetivo danocausado à vítima do evento danoso. Não se discute aqui a existência de abalo passível de indenização por danos morais. Anecessidade de indenização é patente; todavia, valor indenizatório maior que o estipulado em primeiro grau demandaria aconstatação de maiores transtornos decorrentes da devolução do cheque.

Não ficou constatado nos autos, por exemplo, que o nome do recorrente foi inscrito em cadastros restritivos de crédito, atépelo fato de que o mesmo entrou em contato com seus credores para que os mesmos não fizessem os depósitos em suaconta, até que a situação fosse resolvida, o que ocorreu em 11 (onze) dias (levando-se em consideração a data em queeste foi apresentado ao BANCO ABN AMRO REAL S/A – 11/06/2007 – fl. 13).

O fato de o valor do cheque devolvido ser pequeno (R$ 48,00 – quarenta e oito reais) também corrobora para oentendimento de que o valor fixado a título de danos morais foi devido, sendo o referido valor suficiente para compensar otranstorno advindo da devolução do cheque (transtorno o qual se pautou basicamente no constrangimento do homemmédio em ver seu cheque devolvido, sem a presença de maiores implicações advindas da devolução), evitando-se oenriquecimento ilícito.

Em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça de outubro de 2006, cerca de oito meses antes do evento danoso ora emanálise, verifica-se que foi dado tratamento equivalente ao que ora é mantido no bojo deste acórdão, tendo em vista que nocaso da jurisprudência supracitada foi arbitrada indenização a título de danos morais no valor de R$ 350,00 (trezentos ecinquenta reais), pela devolução de cheque em valor superior ao dos presentes autos e pela inclusão, por curto período detempo, do nome da vítima do dano moral em cadastros restritivos de crédito.

Segue trecho da jurisprudência: “[...] 5. Considerado os princípios retro mencionados e as peculiaridades do caso emquestão (valor do cheque devolvido:R$167,00; período de permanência da negativação: em torno de um mês; ocorrência deoutras inscrições), o quantum fixado pelo Tribunal a quo (R$5.000,00) a título de danos morais mostra-se excessivo, não selimitando a justa reparação dos prejuízos advindos do evento danoso. Destarte, para assegurar ao lesado justa reparação,sem incorrer em enriquecimento indevido, reduzo o valor indenizatório, para fixá-lo na quantia certa de R$350,00 (trezentose cinqüenta reais). 6. Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, provido.”. (STJ, RESP 200500060534, Relator:Ministro JORGE SCARTEZZINI, Órgão julgador: QUARTA TURMA, julgado em 03/10/2006, publicado em 06/11/2006.).

Sendo assim, resta claro que a quantia arbitrada a título de danos morais se encontra dentro dos parâmetros derazoabilidade, os quais devem ser invocados para o referido arbitramento, não cabendo aumentar a mencionada quantiaapenas porque o poderio econômico dos recorridos suportaria o pagamento de maior valor.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Defiro o benefício de AssistênciaJudiciária Gratuita (artigo 4º, Lei 1.060/50), de modo a não incidir a condenação ao pagamento de honorários advocatícios.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

106 - 0001640-47.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001640-4/01) CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x CONDOMÍNIO DO EDIFÍCIO GURITEX (ADVOGADO: HUGO FELIPE LONGO DE SOUZA,ROBERTO GARCIA MERCON, GEDAIAS FREIRE DA COSTA.).

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RECURSO DE SENTENÇA Nº 2008.50.50.001640-4/01RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL- CEFRECORRIDO (S): EDIFÍCIO CONDOMÍNIO GURITEXRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

CEF. COTAS CONDOMINIAIS ATRASADAS. OBRIGAÇÃO PROPTER REM. INEXISTÊNCIA DE PROVA ACERCA DATRANSMISSÃO DA PROPRIEDADE. MERA OCUPAÇÃO DO BEM POR TERCEIROS NÃO AFASTA A OBRIGAÇÃO DOPROPRIETÁRIO.

I. Trata-se de recurso inominado interposto pela CEF em face de sentença que julgou procedente o pedido da inicial,condenando a ré ao pagamento das cotas condominiais em atraso. Em suas razões, sustenta que o imóvel em questãoencontra-se ocupado por terceiros, de forma a ser destes a obrigação pelo pagamento das taxas condominiais atrasadas,com fulcro em orientação contida no Manual Administrativo 051. Contrarrazões às fls. 57/68.

II. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei 9.099/95).

III. Obrigações propter rem são aquelas que obrigam o proprietário a uma determinada prestação, em razão de ser titular deum direito real sobre a coisa. Neste caso, a obrigação se liga ao próprio bem e sempre o acompanha, motivo pelo qual oproprietário só se exime de qualquer responsabilidade quando transmite a titularidade, sendo irrelevante a mera ocupaçãodo bem por terceiros. Ainda, independentemente da forma de transmissão, o negócio jurídico deverá ser inequivocamentecomprovado, restando insuficiente a mera alegação. Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL - CONDOMÍNIO - TAXAS CONDOMINIAIS - OBRIGAÇÃO PROPTER REM -LEGITIMIDADE PASSIVA DO RÉU - CONTRATO DE COMPRA E VENDA - AUSÊNCIA DE CIÊNCIA INEQUÍVOCA DOCONDOMÍNIO - POSSIBILIDADE - ALEGAÇÃO DE NÃO COMPROVAÇÃO DAS DESPESAS CONDOMINIAIS -REEXAME DE PROVAS - DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL - SÚMULA 83/STJ. 1 - Na linha da orientação adotada por esteTribunal, não ofende a lei decisão que reconhece a legitimidade passiva de réu, proprietário do imóvel em contenda, pararesponder pelas despesas condominiais, ainda que tenha alegado a existência de contrato de compra e venda em relaçãoao bem, porquanto ausente a comprovação inequívoca do condomínio quanto ao referido documento, e tendo em vista,sobretudo, a natureza propter rem das cotas condominiais. 2 - Tendo o Tribunal a quo reconhecido a existência do débitojunto ao condomínio e que as despesas foram aprovadas em assembléia, sua desconstituição enseja o reexame fático, oque é inviável nesta Corte (Súmula 07/STJ). 3 - Recurso não conhecido. (RESP 200300773533, JORGE SCARTEZZINI,STJ - QUARTA TURMA, 20/11/2006, grifei)

IV. No caso em tela, a CEF simplesmente afirmou que o imóvel se encontra “ocupado”, sem trazer aos autos sequer umlastro probatório mínimo que possibilitasse a comprovação da existência de negócio jurídico cuja celebração tenharedundado na transferência de titularidade do bem, de modo a implicar na desobrigação da CEF ao pagamento das cotascondominiais.

V. Recurso não provido. Sentença mantida.

VI. Custas na forma da lei. Condeno, ainda, a recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no montante equivalentea 10% (dez por cento) do valor da condenação (art. 55 da Lei 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

107 - 0006834-96.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.006834-1/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x AGNALDO VERLY (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO N.° 2006.50.50.00 6834-1/01EMBARGANTE: UNIÃO FEDERALEMBARGADO: AGNALDO VERLYRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA DE VÍCIOS NO JULGAMENTO.REFERÊNCIA AO DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL INVOCADO.

I. Trata-se de embargos de declaração opostos pela União Federal em face do acórdão de fls. 213/214, argumentando queo mesmo teria se omitido em relação à aplicação do artigo 198, inciso I, da Constituição Federal, que prevê o princípio dadescentralização SUS.

II. De acordo com a jurisprudência, o julgamento não precisa se pronunciar a respeito de todos os argumentosapresentados pelas partes, afastando-os ou acolhendo-os um a um, especificamente. Desde que fundamentado o decisum,não fica prejudicado o acesso às instâncias excepcionais, tendo em vista que se admite o prequestionamento implícito.

III. Entretanto, muito embora entendendo que o julgado recorrido não padece de omissão, contradição nem de obscuridade,uma vez que efetivamente motivou os pontos relevantes ao deslinde da causa, em homenagem ao princípio da economiaprocessual e da efetividade do processo, cumpre registrar, de qualquer forma, que a motivação foi suficiente parademonstrar que não se reputou violado, in casu, o artigo 198, inciso I, da Carta Magna.

IV. Embargos de declaração conhecidos, porém não providos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decidem os Juízes da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTOAOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

108 - 0000845-35.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000845-0/01) REGINALDO TEIXEIRA LAGE (ADVOGADO: EDGARDVALLE DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.) x OS MESMOS.PROCESSO nº 2008.50.52.000845-0/01

RECORRENTE : REGINALDO TEIXEIRA LAGE E INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO : OS MESMOSE M E N T ARECURSOS INOMINADOS - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ -EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL TOTAL E DEFINITIVA –DIB DO AUXÍLIO-DOENÇA FIXADA A PARTIR DAINDEVIDA CESSAÇÃO ADMINISTRATIVA - RECURSO DA PARTE AUTORA CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO –RECURSO DA PARTE RÉ CONHECIDO E, NO MÉRITO, PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Insurgem-se as partes autora e ré em face da sentença que julgou parcialmente procedente a pretensão externada nainicial desta ação, que pugnava pelo restabelecimento de auxílio-doença, com sua posterior conversão em aposentadoriapor invalidez.O autor (primeiro recorrente), em suas razões recursais de fls. 85/90, alega que o laudo pericial exarado em juízo apontapara a concessão de aposentadoria por invalidez, uma vez que é claro em atestar que o recorrente não está apto adesenvolver qualquer função que possa garantir a sua subsistência (resposta ao quesito nº 04 – fls. 65), devendo serlevadas em conta, por outro lado, suas condições pessoais (45 anos de idade, experiência profissional limitada, segundograu incompleto) e as seqüelas neurológicas que o acometem.O INSS (segundo recorrente), de sua parte, em recurso de fls. 93/99, alega que a DIB do benefício de auxílio-doençadeveria ser fixada na data da juntada do laudo pericial em juízo, ou, quando muito, na data do requerimento administrativo(02/07/2008), e não, como fixou o magistrado, na data da cessação do benefício (21/07/2006). Eventualmente, pede odesconto nas verbas vencidas dos meses trabalhados pelo autor, sob pena de enriquecimento ilícito.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. Verifico, assim, que a controvérsia cinge-seà extensão da incapacidade laborativa da primeira recorrente, bem como à aferição da data de início do benefício.No laudo médico-pericial lavrado em juízo (fls.64/68) o autor, ora primeiro recorrente, foi diagnosticado com seqüelas

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neurológicas de mielite cérvico-dorsal, patologia adquirida provavelmente por infecção viral, que revelam alguns sintomasde parestesias (sensação anormal e desagradável sobre a pele que assume diversas formas [p.ex., queimação, dormência,coceira etc.]), incontinência urinária e dificuldade de equilíbrio.Em que pese a constatação de incapacidade temporária para o exercício do ofício habitual do autor (resposta ao quesito denº 4a – fl. 65), verifico que o caso em apreço merece análise mais detida, notadamente em face das considerações tecidaspelo jusperito nos demais quesitos.Em primeiro lugar, impende ressaltar que ao ser demandado se existe alguma atividade laboral que o periciado possadesempenhar (dentro da sua realidade funcional) mesmo sofrendo da doença apresentada o perito afirmou que “não, pelomenos até uma possível melhora do quadro neurológico, que pode acontecer progressivamente” (fls. 66). Verifico, assim,que não há juízo de certeza quanto à melhora do quadro clínico do autor, sendo que, no presente momento, inexistepossibilidade de reabilitação para atividade compatível com sua situação.Com efeito, em resposta ao quesito nº 6 do INSS (fls. 67), sobre a possibilidade de estimar-se o tempo necessário para otratamento da doença, ponderou o perito “Não há como estimar. Há a possibilidade de recuperação, mas pode ser que asseqüelas persistam. Serão necessárias novas avaliações no futuro para decidir sobre o caráter definitivo das lesões”. Emais adiante “(...) Pode ser também que não ocorra esta recuperação.” (resposta ao quesito de nº 6 da parte autora – fls.68)Ao depois, é importante repisar que a enfermidade do autor é incapacitante para o exercício de qualquer atividade urbanaou rural em função da perda do equilíbrio e também pela perda do controle do esfíncter uretral, que lhe acarretaincontinência urinária e que, via reflexa, torna-se um problema social (fls. 67).Por todo o exposto, tenho que a incapacidade reputada como total e temporária pelo perito do juízo, deve ser tida, emverdade, como total e definitiva em face da escassa probabilidade de recuperação e da impossibilidade de reabilitação parafunção compatível, fazendo jus o primeiro recorrente à conversão do benefício de auxílio-doença em aposentadoria porinvalidez.Ademais, verificada a posteriori a recuperação da capacidade de trabalho, poderá ser cessado o aludido benefício,consoante o disposto no art. 47 da Lei 8.213/91.No tocante à DIB do benefício de auxílio-doença, deve prevalecer o entendimento manifestado pelo magistrado “a quo”, nosentido de que este é devido a partir da indevida cessação administrativa.Autorizado o desconto nas verbas vencidas dos meses trabalhados pelo autor (07/2006 a 01/2007), sob pena deenriquecimento ilícito.Assim, merece reparo a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Conheço do recurso do autor (primeiro recorrente) e a ele dou provimento para condenar o INSS a implantar o benefício deaposentadoria por invalidez, no prazo de trinta dias, comprovada a implantação nesse mesmo prazo. São devidos osatrasados a título de auxílio-doença a partir da DER (02.07.2008) até a definitiva implantação da aposentadoria porinvalidez.Conheço do recurso da autarquia-ré (segunda recorrente) e a ele dou parcial provimento, somente para determinar odesconto nas verbas vencidas do período trabalhado pelo autor.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pelo INSS fixados em 10% sobre o valor da condenação, com fulcro noart. 20, § 3º, do CPC.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DOS RECURSOS, DANDO PROVIMENTO AORECURSO DO AUTOR E PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU, na forma da ementa constante dos autos,que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

109 - 0002370-89.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.002370-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x MARIA CELEDIR DOS SANTOS GOMES (ADVOGADO:ELIAS ASSAD NETO.).Processo nº. 2007.50.51.002370-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Recorrido : MARIA CELEDIR DOS SANTOS GOMES

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – REQUISITOS– PREENCHIMENTO – MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO– RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

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Trata-se de Recurso Inominado interposto pela Autarquia-ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente opedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário da aposentadoria por invalidez e concedendo oauxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, a recorrida não goza mais da qualidade desegurada do INSS. Requer, assim, que se reforme a sentença e se dê provimento ao pedido recursal.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição, sendo exigido para ambosos benefícios a comprovação da qualidade de segurado.A controvérsia nos presentes autos cinge-se à aferição da qualidade de segurada da recorrida.Questiona-se se à época da cessação do benefício a recorrida ostentava a qualidade de segurada, uma vez que o laudopericial não foi apto a determinar a data de início da incapacidade, reputada como parcial e temporária (fls. 90).Impende salientar, inicialmente, que a ultima concessão administrativa do benefício de auxílio-doença à recorrida data de02/03/2006 a 30/06/2007 (fls.45), ocasião em que foi cessado pela autarquia previdenciária ao argumento de que inexisteincapacidade laborativa na hipótese.Considerando-se os exames e laudos particulares colacionados aos autos, a característica degenerativa da doença queacomete a recorrida (osteoartrose e discopatia degenerativa cervical), bem como as sucessivas concessões do benefíciode auxílio-doença a partir do ano de 2002 (fls. 43/45), em decorrência do mesmo quadro clínico, é isenta de censura ailação de que em 30/06/2007 a recorrida encontrava-se incapaz.Importante frisar que “a valoração da documentação trazida pela parte autora, em cotejo com a conclusão da períciamédica realizada pela autarquia previdenciária, não implica ignorar a presunção de legitimidade dos atos administrativos,mas sim atentar para o quadro clínico do segurado, levando-se em conta as declarações médicas e exames realizados pelaparte requerente”.(Ag 194811, Desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, TRF2, Primeira Turma Especializada,E-DJF2R - Data::01/02/2011 - Página::15/16)Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação,com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

110 - 0000686-55.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000686-7/01) APARECIDA BITHENCORT DURELLI (ADVOGADO:GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).Processo nº 2009.50.53.000686-7/01

Recorrente : APARECIDA BITHENCORT DURELLI

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ- AUSÊNCIA DEINCAPACIDADE LABORAL – PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença e posterior conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que apresenta dor ao nível das articulaçõesnas mãos, lombosacra, poliartrite, tendo sido submetida a cirurgia da Síndrome do túnel do Carpo em ambas as mãos eque, não obstante o perito tenha concluído que estas patologias não a incapacitam para o exercício de suas atividades,pela profissão da recorrente, qual seja, trabalhadora rural, e ademais, por sua escolaridade e condição social, dificilmenteirá reempregar-se no mercado de trabalho. Diante do histórico patológico apresentado no exame pericial, alega a recorrente

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que não se pode afastar o direito à percepção do benefício, pois não se encontra em condições de exercer suas atividadeshabituais. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da recorrente.Na análise pericial (fls. 38/45), a recorrente foi examinada e diagnosticada com poliartrite e depressão, não sendoconstatada, todavia, qualquer impedimento que incapacitasse a examinada para as atividades de trabalhadora rural. Tal é oque se denota da resposta ao quesito 04 (quatro) formulado pelo juízo (fls. 40).O laudo pericial é claro ao afirmar que a parte autora não ostenta incapacidade laborativa. Os atestados médicosparticulares, por si só, não servem para afastar as conclusões da perícia judicial, tendo em vista o fato de serem produzidosunilateralmente. Nesse sentido, o enunciado N.º 08 desta Eg. Turma Recursal:O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial.O laudo pericial sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular.(DIO – Boletim da Justiça federal, 18/03/04, página 59)

Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que a recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, conforme alegado, ainda pode permanecer na profissão de trabalhadora rural,pois as patologias apresentadas não impedem o exercício das atividades laborativas habituais.A prestação que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

111 - 0001999-57.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001999-6/01) ARLINDA MERENÇA DOS SANTOS (ADVOGADO:ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda AleodimCampos.).Processo nº 2009.50.51.001999-6/01

Recorrente : ARLINDA MERENÇA DOS SANTOSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença e sua conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que apresenta artrose e que, não obstante aperícia médica do juízo tenha concluído que esta moléstia não a incapacita para o exercício de suas atividades habituais,encontra-se incapacitada para o exercício de sua atividade laborativa, qual seja, doméstica. Dessa forma, requer sejareformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

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O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da recorrente.No exame pericial realizado em juízo (fls. 55), a recorrente foi diagnosticada com artroses não especificadas (Cid 10: M19.9), de origem degenerativa, mas que não a incapacitam para sua atividade habitual de doméstica (respota ao quesito06).Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade plena da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº. 8 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a capacidadepara o trabalho, bem como, a inexistência de incapacidade laborativa, o que afasta o cumprimento de um dos requisitosnecessários para concessão dos benefícios de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, respectivamente.A pretensão que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar-se o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

112 - 0000686-92.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000686-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x JENORINA LOPES DE OLIVEIRA (ADVOGADO: ANDERSONGUTEMBERG COSTA.).Processo nº 2008.50.52.000686-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido : JENORINA LOPES DE OLIVEIRA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - EXISTÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – PERÍCIA FAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrida, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença e/ou sua conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, reportando-se ao laudo pericial do juízo, quea recorrida sofre de uma moléstia que a incapacita parcialmente, podendo, entretanto, exercer as atividades de plantio ecolheita, que não demandam esforços físicos. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”,julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de

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qualquer atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da autora.No exame pericial realizado em juízo (fls. 44/48), diagnosticou-se que a recorrida apresenta alterações degenerativasmúltiplas na coluna cervical e coluna lombar, além de alterações degenerativas no ombro direito, moléstias que aincapacitam definitivamente para atividades que demandem grandes esforços, salvo as de plantio e colheita (reposta aoquesito nº 04 – fls. 45).Nesse passo, deve-se atentar a que a recorrida é trabalhadora rural e que as atividades de plantio e colheita, a despeito doque afirmou o jusperito, demandam grande esforço físico e podem aumentar o desgaste já existente na coluna (respostaao quesito nº 05 – fls. 46).Por outro lado, em resposta ao quesito de nº 08, o perito afirma que a empregabilidade da recorrida está comprometida,uma vez que existe limitação para todas as atividades necessárias à lavoura.Em que pese as conclusões contraditórias exaradas pelo perito judicial e considerando que o juiz não está adstrito ao laudopericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos, tenho que não assiste razão àautarquia previdenciária.Analisando o quadro clínico da recorrida em cotejo com suas condições pessoais, tais como o baixo grau de instrução (atéa 3ª série) e seu limitado campo de atuação profissional (trabalhadora rural durante todo o período laborativo), ainda quenão se possa reputar a idade de 47 anos como avançada, pode-se concluir que esta dificilmente irá reempregar-se nomercado de trabalho diante da conjuntura atual, que, inegavelmente privilegia os mais jovens e os que detêm maior e maisvariada formação educacional e profissional.Nesse sentido, aresto jurisprudencial do STJ:PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. BASE DE INCIDÊNCIA DOS HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 111/STJ. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO PERICIALCONCLUSIVO PELA INCAPACIDADE PARCIAL DO SEGURADO. NÃO VINCULAÇÃO. CIRCUNSTÂNCIASÓCIO-ECONÔNIMA, PROFISSIONAL E CULTURAL FAVORÁVEL À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. 3. Para a concessãode aposentadoria por invalidez devem ser considerados outros aspectos relevantes além dos elencados no art. 42 da Lei8.213/91, tais como, a condição sócio-econômica, profissional e cultural do segurado. 5. Em face das limitações impostaspela moléstia incapacitante, avançada idade e baixo grau de escolaridade, seria utopia defender a inserção da segurada noconcorrido mercado de trabalho, para iniciar uma nova atividade profissional, motivo pelo qual faz jus à concessão deaposentadoria por invalidez. (AGRESP 200702516917. RELATOR NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO. QUINTA TURMA.DJE DATA: 18/10/2010).É evidente, portanto, que a recorrente faz jus ao benefício de aposentadoria por invalidez, vez que o conjunto probatóriodireciona a esse entendimento.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

113 - 0001373-41.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001373-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE GERALDO FERREIRA(ADVOGADO: FERNANDA BORGO DE ALMEIDA, TATIANA FEITOZA DA ROCHA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).Processo nº 2009.50.50.001373-0/01

Recorrente : JOSÉ GERALDO FERREIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença e sua conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que apresenta lombociatalgia (hérnia discal

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lombar – CID 10 em M51) e que, não obstante a perícia médica do juízo tenha concluído que esta moléstia não o incapacitapara o exercício de suas atividades habituais, encontra-se incapacitado para o exercício de sua atividade laborativa, qualseja, motorista de transporte coletivo. Alega, ainda, a necessidade de realização de uma nova perícia médica, vez que olaudo técnico lavrado pelo perito judicial não demonstra a realidade do quadro clínico do recorrente. Dessa forma, requerseja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.O perito do juízo, no laudo técnico lavrado às fls. 40/46, subsidiado pelo exame clínico do autor e laudo de examecomplementar, atestou que o recorrente não sofre de qualquer doença, lesão seqüela, deficiência física ou mental (respostaao quesito do INSS de nº 01), não sendo constatada qualquer incapacidade laborativa (resposta aos quesitos de nºs 11, 14,15, dentre outros).Em exame físico o periciado encontrou-se lúcido e orientado no tempo e no espaço, respondendo bem às solicitações; comboa mobilidade dos quatro membros, andando bem e sem o auxílio de muletas ou de terceiros; discreta hipotrofia da coxadireita, sem alteração de força, e boa mobilidade dos joelhos, sem crepitação. Já da análise do laudo complementar trazidopelo recorrente (ressonância magnética da coluna lombar realizada em 24/03/2008), verificou-se que este se encontra semherniações e com a coluna medular livre.É de se concluir, portanto, que não persiste a incapacidade laborativa que outrora tenha ensejado a concessão do benefíciode auxílio-doença. Ademais, consta nos autos que o recorrente foi submetido, pela autarquia previdenciária, aoprocedimento de reabilitação profissional para a função de vigia (fls. 28).Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade plena da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para a concessão dos benefíciospleiteados.Registre-se que as perícias são realizadas por profissionais habilitados para tanto, sendo que a parte autora teve aoportunidade de apresentar quesitos e indicação de assistente técnico no momento oportuno, providências das quais sedesincumbiu.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

114 - 0002763-46.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002763-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOSE MARIA DE ARAUJO(ADVOGADO: CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).Processo nº 2009.50.50.002763-7/01

Recorrente : JOSÉ MARIA DE ARAUJORecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

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Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença e sua conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que apresenta hérnia discal e que, nãoobstante a perícia médica do juízo tenha concluído que esta moléstia não o incapacita para o exercício de suas atividadeshabituais, encontra-se incapacitado para o exercício de sua atividade laborativa, qual seja, operador de máquina -empilhadeira. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.O perito do juízo, no laudo técnico lavrado às fls. 36/41, subsidiado pelo exame clínico do autor e laudos de examescomplementares, atestou que o recorrente sofre de artrose de coluna lombar (resposta ao quesito de nº 01), de origemdegenerativa, e que, inobstante, não há qualquer incapacidade laborativa no caso em apreço (resposta aos quesitos de nºs14,15,16, dentre outros).Pondera o jusperito, em resposta ao quesito de nº 12, que “a incapacidade para o trabalho ocorreu no período em que foisubmetido a cirurgia. Ficou afastado por onze meses e, segundo relato do autor, houve melhora do quadro de dor”. (sic)Em exame físico o periciado encontrou-se lúcido e orientado no tempo e no espaço, respondendo bem às solicitações; comboa mobilidade dos quatro membros, andando bem e sem o auxílio de muletas ou de terceiros; não apresenta alteraçõesneurológicas em membros inferiores, edemas ou hipotrofias musculares, mas tão somente varizes em membro inferiordireito. Já da análise dos exames complementares trazidos pelo recorrente, anteriores ao procedimento cirúrgico, foramconstatas algumas lesões. Entretanto, houve melhora significativa em seu quadro clínico, não sendo constatada, quando doexame pericial, qualquer compressão que justifique incapacidade.É de se concluir, portanto, que não persiste a incapacidade laborativa que outrora tenha ensejado a concessão do benefíciode auxílio-doença.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade plena da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para a concessão dos benefíciospleiteados.Registre-se que as perícias são realizadas por profissionais habilitados para tanto, sendo que a parte autora teve aoportunidade de apresentar quesitos e indicação de assistente técnico no momento oportuno, providências das quais sedesincumbiu.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

115 - 0004126-05.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004126-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA GENI DECARVALHO DETTMANN (ADVOGADO: HILTON MIRANDA ROCHA SOBRINHO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo n.º 2008.50.50.004126-5/01

Recorrente : MARIA GENI DE CARVALHO DETTMANN

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

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RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pelo restabelecimento de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, emsuas razões recursais, que apresenta poliartrite inflamatória, osteoartrose e fibromialgia e que, não obstante a perita tenhaconcluído que estas patologias não a incapacitam para o exercício de suas atividades, pela profissão da recorrente, qualseja, feirante, que sempre exigiu grande esforço físico, alega que dificilmente irá conseguir desempenhar sua atividadehabitual. Dessa forma, requer que seja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-se procedente o pedidodeduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.Na análise pericial realizada em juízo (fls.43/47), a recorrente foi examinada e diagnosticada com osteoartrose efibromialgia, entretanto, não se constatou qualquer impedimento que incapacitasse a examinada para o exercício de seuofício habitual. Ademais, ressaltou a perita que as dores relatadas pela autora referem-se exclusivamente à fibromialgia,doença que pode até mesmo ser agravada pela inatividade laborativa.Tal é o que se denota da resposta ao quesito 09(nove) formulado pelo juízo (fls. 45).Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que a recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, ainda pode permanecer na profissão de feirante. Cabe salientar que a existênciada doença não implica necessariamente a caracterização de incapacidade laborativa.A prestação que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar-se o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

116 - 0004256-92.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.004256-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA DA GLÓRIACARVALHO COSTA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.Processo nº 2008.50.50.004256-7/01

Recorrente : MARIA DA GLÓRIA CARVALHO COSTA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA-CAPACIDADE LABORARAL CONSTATADA -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas

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razões recursais, que é portadora de lúpus cutâneo, osteoartrose de quadril e fibromialgia, e que não obstante o peritotenha concluído que estas patologias não a incapacitam para o exercício de suas atividades habituais de auxiliar deserviços gerais, alega que não se encontra em condições de exercê-las em decorrência do esforço físico exigido, assimcomo em função do manuseio prejudicial de produtos de limpeza, que contribuem para o agravamento do lúpus. Dessaforma, requer que seja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-se procedente o pedido deduzido nainicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.Na perícia realizada em juízo (fls. 25/28), a recorrente foi examinada e diagnosticada com lúpus cutâneo, osteoartrose dequadril e fibromialgia, entretanto, não se constatou qualquer impedimento que incapacitasse a examinada para o exercíciode seu ofício habitual. Tal é o que se denota da resposta ao quesito 09 (nove) formulado pelo juízo (fls. 27). Em respostaaos quesitos complementares (fls. 39) a perita considerou que apenas em casos extremos em crises agudas de dor é quese pode cogitar o afastamento da paciente, mas somente em períodos pontuais. Considerou que o quadro de saúde darecorrente não corresponde a este estágio da doença. Destacou ainda que as lesões cutâneas de lúpus não sãodesencadeadas nem agravadas com o manuseio de produtos químicos de limpeza.O laudo pericial é claro ao afirmar que a parte autora não ostenta incapacidade laborativa. Os atestados médicosparticulares, por si só, não servem para afastar as conclusões da perícia judicial, tendo em vista o fato de serem produzidosunilateralmente. Nesse sentido, o enunciado N.º 08 desta Eg. Turma Recursal:O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial.O laudo pericial sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular.(DIO – Boletim da Justiça federal, 18/03/04, página 59)

Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que a recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, ainda pode permanecer na profissão auxiliar de serviços gerais. Cabe salientarque a existência da doença não implica necessariamente a caracterização de incapacidade laborativa.A prestação que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar-se o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

117 - 0001414-39.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001414-3/01) MARIA DE FATIMA CUNHA CECOTTI (ADVOGADO:MARGARET BICALHO MACHADO, ANA PAULA CESAR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).Processo nº 2008.50.51.001414-3/01

Recorrente : MARIA DE FATIMA CUNHA CECOTTIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente a

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pretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suasrazões recursais, que apresenta espondilodiscoartrose, depressão e epilepsia e que, não obstante o senhor perito tenhaconcluído que estas patologias não a incapacitam para o exercício de suas atividades, pela profissão da recorrente, qualseja, lavradora, e ademais, por sua escolaridade e condição social, dificilmente irá reempregar-se no mercado de trabalho.E diante do histórico patológico apresentado no exame pericial, alega que não se pode afastar o direito à percepção dobenefício, pois não se encontra em condições de exercer suas atividades habituais. Dessa forma, requer que sejareformada a sentença de piso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da recorrente.Na análise pericial (fls. 103), a recorrente foi examinada e diagnosticada com Espondilodiscoartrose lombar, depressão levee epilepsia, não sendo constatado, todavia, qualquer impedimento que incapacitasse a examinada para a atividade delavradora. Tal é o que se denota da resposta ao quesito 01 (um) formulado pelo juízo (fls. 103), em que se concluiu pelainexistência de óbice ao exercício de seu ofício habitual.O laudo pericial é claro ao afirmar que a parte autora não ostenta incapacidade laborativa. Os atestados médicosparticulares, por si só, não servem para afastar as conclusões da perícia judicial, tendo em vista o fato de serem produzidosunilateralmente. Nesse sentido, o enunciado N.º 08 desta Eg. Turma Recursal:O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial.O laudo pericial sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular.(DIO – Boletim da Justiça federal, 18/03/04, página 59)

Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que o recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, conforme alegado, ainda pode reempregar-se no mercado de trabalho ematividades compatíveis com sua situação. E ainda que opte por permanecer na profissão de lavradora, as patologiasapresentadas não impedem o exercício das atividades laborativas habituais, segundo afirmou o perito em resposta aoquesito 06(seis) formulado pelo INSS de fls. 112.A prestação que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

118 - 0002060-15.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.002060-3/01) TEREZINHA DELA COSTA GARCIA (ADVOGADO:ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DEMELO.).Processo nº 2009.50.51.002060-3/01

Recorrente : TEREZINHA DELA COSTA GARCIA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA – PROVAPERICIAL DESFAVORÁVEL – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO N. 08 DA TURMA RECURSAL/ES - RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

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Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença e posterior conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, não houve devida atuação doperito judicial que a examinou, visto que existiria, sim, de acordo com exames médicos juntados aos autos, incapacidadelaborativa. Requer, assim, que se reforme a sentença guerreada e se dê provimento ao pedido autoral.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Na análise pericial (fls. 60 – 63), houve o diagnóstico, com base na anamnese, e em exame clínico, da examinada comoportadora de “dorsalgia” (resposta aos quesitos “1” elaborado pelo INSS). Tal lesão, de origem degenerativa (resposta aoquesito “2”), não foi avaliada como incapacitante para o trabalho (resposta ao quesito “6”). Desta forma, sustenta-se nolaudo pericial a ausência de incapacidade laborativa.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão do benefício deauxílio-doença, inexistindo, assim, mácula na sentença guerreada, que merece ser mantida.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

119 - 0000611-25.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000611-7/01) MARIA DA CONCEIÇÃO DAMASCENO (ADVOGADO:FABIANA GONÇALES COUTINHO VIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.Processo nº 2009.50.50.000611-7/01

Recorrente : MARIA DA CONCEIÇÃO DAMASCENO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA – PROVAPERICIAL DESFAVORÁVEL – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO N. 08 DA TURMA RECURSAL/ES - RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suasrazões recursais, que, no caso, não houve devida atuação do perito judicial que a examinou, visto que existiria, sim, deacordo com exames médicos juntados aos autos, incapacidade laborativa. Requer, assim, que se reforme a sentençaguerreada e se dê provimento ao pedido autoral.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo

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cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Na análise pericial (fl. 39), houve o diagnóstico, com base na anamnese, em exame clínico, e em laudos e exameslaboratoriais, da examinada como portadora de “rotura parcial de tendão supra espinhal em ombro esquerdo” (resposta aoquesito “1” elaborado pelo INSS). Tal lesão, todavia, não foi percebida como incapacitante para as atividades habituais daexaminanda (Resposta ao quesito “1” do INSS). Conclui, então, o jusperito, que a recorrente “não apresenta incapacidadeque afete sua vida civil ou necessite da ajuda de terceiros” (resposta ao quesito “13” do INSS). Destarte, sustenta-se nolaudo pericial a ausência de incapacidade laborativa.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão do benefício deauxílio-doença, inexistindo, assim, mácula na sentença guerreada, que merece ser mantida.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

120 - 0000065-98.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000065-0/01) GESUEL RANGEL SILVA (ADVOGADO: EDUARDOCAVALCANTE GONÇALVES, FERNANDO ANTONIO POLONINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).Processo nº 2008.50.51.000065-0/01

Recorrente : GESUEL RANGEL SILVA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto por Gesuel Rangel Silva, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença com conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que apresenta diabetes descompensada ediscopatia ao nível de L4-L5 e L5-S1 e que, não obstante o perito judicial tenha concluído que estas doenças não oincapacitam para o exercício de suas atividades habituais (vigia), não se encontra em condições de reempregar-se nomercado de trabalho em qualquer atividade. Alega, ademais, que a perícia judicial não foi feita por especialista na área eque os laudos particulares colacionados aos autos atestam a incapacidade laborativa total e permanente. Dessa forma,requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de

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atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.Na análise pericial realizada em juízo (fls.196/197), o recorrente foi examinado e diagnosticado com dor lombar baixa (M54.5), mencionando o perito que há nos autos documentos informando a presença de doença degenerativa na colunalombar. Entretanto, não foi constatada incapacidade para o exercício do ofício habitual do recorrente. Tal é o que se denotada resposta ao quesito 01 (um) formulado pelo juízo (fls. 197).Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que o recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, ainda pode se reempregar no mercado de trabalho em atividades compatíveiscom sua situação. E ainda que opte permanecer na profissão de vigia, a enfermidade apontada não obsta o exercício desuas atividades laborativas habituais. Cabe salientar que a existência da doença não implica necessariamente acaracterização de incapacidade laborativa.Descabida a realização de perícia médica por especialista, sob pena de se negar vigência à legislação que regulamenta aprofissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico de doenças ou para a realização de perícias.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade plena da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº. 8 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a capacidadepara o trabalho, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão dos benefícios orapleiteados.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

121 - 0000905-11.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000905-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x PEDRO MACHADO DA SILVA (ADVOGADO: EDSONROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).Processo nº 2008.50.51.000905-6/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : PEDRO MACHADO DA SILVA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE – EXISTÊNCIA DE TRABALHADORURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR ANTERIORMENTE AO PEDIDO DE APOSENTADORIA - REQUISITOSLEGAIS PREENCHIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, contra sentença proferida pelo juiz a quo quejulgou procedente a pretensão externada na inicial desta ação, que objetivava a concessão de aposentadoria rural poridade . Em suas razões recursais, sustenta o recorrente, que não há nos autos início de prova material contemporâneo àépoca dos fatos. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso, julgando-se improcedente o pedido.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/91.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/91 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

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4. O recorrido nasceu em 29/06/1946 (fls. 14) e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 14/06/2007(fls. 16), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário àcarência exigida.

5. Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, o recorrido juntou aos autos: carteira doSindicato, com admissão em 25/01/2000 (fls. 18 e 20); certidão de casamento, realizado em 13/04/1967, constando suaprofissão como lavrador (fls. 24); contrato de parceria agrícola, firmado em 25/01/2000 com o Sr. Sebastião Machado daSilva, constando o recorrido e seu cônjuge como outorgados, mencionando a existência de contrato verbal a partir de10/01/1995 (fls. 26/27); contrato de parceria agrícola, firmado em 04/06/2007 com o Sr. Sebastião Machado da Silva,constando ambos os cônjuges como outorgados, mencionando a existência de contrato verbal desde 01/10/2003 (fls.29/30) e certidão relativa ao registro geral de imóvel, em que o autor figura como um dos vendedores da propriedade, emagosto de 1999(fls. 41/43).

6. A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional do marido como lavrador, extensiva à esposa, constituiinício de prova material contemporâneo à época dos fatos.

7. Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor processual na interpretação do conceito de documento novo quandose trata de comprovação de atividade rurícola, em função do caráter social e alimentar que reveste o beneplácito judicial,nos termos do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos finssociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

8. É necessário ter cautela e bom senso para se analisar provas de trabalho rural, em face da prática de contratos verbaisno campo e da falta de fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações trabalhistas. Se a prova acostada aos autos écontemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refere ao período exigido pela lei, deve ser reputadaválida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que seja corroborada por prova testemunhal.

9. As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrido pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/91.

10. Em audiência restou evidenciado que mesmo antes do advento da Lei 8.213/91 o recorrido trabalhou com a mãe ematividade rural, podendo beneficiar-se da regra encartada no art. 142 do aludido diploma, por lhe ser mais benéfica, e quetambém trabalhou por uns 13 anos com o senhor Sebastião Machado da Silva, seu irmão.

11. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.13. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

122 - 0000487-39.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000487-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x TEREZA DIAS DA SILVA (ADVOGADO: EDSONROBERTO SIQUEIRA JUNIOR.).Processo nº 2009.50.51.000487-7/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : TEREZA DIAS DA SILVA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE – EXISTÊNCIA DE TRABALHADORURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR ANTERIORMENTE AO PEDIDO DE APOSENTADORIA - REQUISITOSLEGAIS PREENCHIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, contra sentença proferida pelo juiz a quo quejulgou procedente a pretensão externada na inicial desta ação, que objetivava a concessão de aposentadoria rural poridade . Em suas razões recursais, sustenta o recorrente, que não há nos autos início de prova contemporâneo à época dos

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fatos e que o marido da recorrida desenvolveu atividades sob o regime celetista nos períodos de 19/03/1992 a 08/11/1994 e18/06/2007 a 02/07/2007, descaracterizando o regime de economia familiar. Dessa forma, requer seja conhecido e providoo presente recurso, julgando-se improcedente o pedido.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/91.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/91 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

4. A recorrida nasceu em 17/02/1953 e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 16/12/2008 (fls. 13),indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período necessário à carênciaexigida.

5. Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrida juntou aos autos: Declaração deexercício de atividade rural, emitida pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iúna e Irupi em 19/12/2008 (fls. 10/11);inscrição no CNIS como segurada especial em 16/12/2008; carteira do sindicato, com filiação em 11/12/2002 (fls. 14);certidão de casamento, realizado em 21/10/1970, constando a profissão do marido como lavrador (fls. 17); contrato deparceria agrícola, firmado em 15/04/2003, constando ambos os cônjuges como outorgados (fls. 19/20), prorrogado até30/09/09 (fls. 21); ficha de cadastro da autora e seu marido como produtores, junto à Secretaria de Estado da Fazenda (fls.37/38); fichas de matrícula dos filhos, datadas de 1989 e 2002, constando a profissão da recorrida como lavradora (fls.97/98) e certidões de nascimento dos filhos, em inteiro teor, constando a profissão da autora e seu marido como lavradores(fls. 99/100).

6. A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional do marido como lavrador, extensiva à esposa, constituiinício de prova material contemporâneo à época dos fatos.

7. Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor processual na interpretação do conceito de documento novo quandose trata de comprovação de atividade rurícola, em função do caráter social e alimentar que reveste o beneplácito judicial,nos termos do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos finssociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

8. É necessário ter cautela e bom senso para se analisar provas de trabalho rural, em face da prática de contratos verbaisno campo e da falta de fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações trabalhistas. Se a prova acostada aos autos écontemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refere ao período exigido pela lei, deve ser reputadaválida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que seja corroborada por prova testemunhal.

9. As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural pela recorrida pelo temponecessário ao adimplemento da carência exigida, consoante a tabela consignada no art. 142 da Lei nº 8.213/91.

10. Por fim, é importante frisar que, em audiência, restou demonstrado que durante o período em que o marido da recorridatrabalhou em área urbana esta permaneceu trabalhando na roça.

11. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.13. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

123 - 0001298-33.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001298-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x ERLI BILO FRANÇA (ADVOGADO: ELINARA FERNANDESSOARES.).Processo nº 2008. 50.51.001298-5/01

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Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIALRecorrido : ERLI BILÓ FRANÇA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE – EXISTÊNCIA DE TRABALHO RURALEM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR ANTERIORMENTE AO PEDIDO DE APOSENTADORIA - REQUISITOS LEGAISPREENCHIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.. Trata-se de recurso inominado interposto pela autarquia-ré, ora recorrente, contra sentença proferida pelo juiz a quo quejulgou procedente a pretensão externada na inicial desta ação, que objetivava a concessão de aposentadoria rural poridade . Em suas razões recursais, sustenta o recorrente, em síntese, que não há nos autos prova de que a autora tenhaexercido atividade rural pelo período de carência exigido para a concessão do benefício, pois 1) inexiste início de provamaterial apto a caracterizar o exercício da atividade rural, 2) a condição de trabalhador urbano do marido inviabiliza oreconhecimento da recorrida como rurícola e 3) em diligência realizada junto a moradores locais foi verificado que arecorrida deixou o campo há 38 anos, ao passo que os depoimentos prestados pelas testemunhas em juízo atestaram quea recorrida mudou-se em 1990/1991 para Castelo. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso,julgando-se improcedente o pedido.

2. Em se tratando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o trabalhador ruralpreencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividaderural, ainda que descontínua, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefíciopretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência esta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº8.213/91.

3. A perda da qualidade de segurado não impede a concessão da aposentadoria por idade, visto que o art. 102 da Lei nº8.213/91 não exige a simultaneidade no implemento dos requisitos necessários ao deferimento do benefício.

4. Inicialmente, friso que apesar de a legislação em vigor à época do exercício da atividade rural (Lei Complementar nº11/71) disciplinar o benefício de aposentadoria por velhice, devido somente ao arrimo de família, a legislação aplicável aopresente caso deve ser a Lei 8.213/91, por ser mais benéfica à postulante. O que se veda é a utilização de critérios híbridosde regras previstas na legislação então vigente com as novas.

4. A recorrida nasceu em 19/03/1926 e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 11/03/1999 (fls. 12),indeferido ao argumento de que não foram apresentados documentos suficientes à concessão.

5. Para a comprovação da atividade rural em regime de economia familiar, a recorrida juntou aos autos: Declaração do Sr.Edson Guimarães, datada em 02/10/1998, informando que a Sra. Erli Biló França exerceu a atividade de trabalhadora ruralde 1941 a 1981, em regime de economia familiar, em sua propriedade (fls. 16); Certidão de casamento realizado em 1959,constando a profissão do marido como lavrador (fl. 19) e contrato de parceria agrícola firmado com o Sr. Anísio Venturim,vigente de 08/09/90 a 20/07/2001 (fls. 23/24).

6. A certidão de casamento, contendo a qualificação profissional do marido como lavrador, extensiva à esposa, constituiinício de prova material contemporâneo à época dos fatos.

7. Ademais, entendo que deve ser abrandado o rigor processual na interpretação do conceito de documento novo quandose trata de comprovação de atividade rurícola, em função do caráter social e alimentar que reveste o beneplácito judicial,nos termos do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, segundo o qual “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos finssociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.

8. É necessário ter cautela e bom senso para se analisar provas de trabalho rural, em face da prática de contratos verbaisno campo e da falta de fiscalização efetiva do cumprimento das obrigações trabalhistas. Se a prova acostada aos autos écontemporânea à data do requerimento administrativo – DER – e se refere ao período exigido pela lei, deve ser reputadaválida como início de prova material, sendo mister, entretanto, que seja corroborada por prova testemunhal.

9. As provas testemunhais colhidas em audiência confirmaram o exercício de atividade rural na propriedade do senhorGuimarães no mencionado período, bem como que o esposo da recorrida chegou a trabalhar na roça antes de mudar-separa Castelo.

10. Por fim, é importante frisar que o fato de constar a profissão de operário na certidão de óbito do cônjuge da recorridanão elide, por si só, o exercício pretérito de atividade rural por ambos os cônjuges.

11. Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”, inclusive quanto à fixação da DIB do benefício(requerimento administrativo).12. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.13. Sem custas, nos termos da Lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

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ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

124 - 0000822-92.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000822-2/01) FRANCISCO MANOEL MOREIRA (ADVOGADO: NELSONDE MEDEIROS TEIXEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme NogueiraFreire Carneiro.).Processo nº 2008.50.51.000822-2/01

Recorrente : FRANCISCO MANOEL MOREIRARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – CONVERSÃOEM APOSENTADORIA POR TEMPO ESPECIAL – EXERCÍCIO DE DIVERSAS FUNÇÕES NUMA MESMA EMPRESA -NÍVEL DE RUÍDO, EM DETERMINADO PERÍODO, INFERIOR AO ESTABELECIDO NA SÚMULA N. 32 DA TNU –IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO PELA MÉDIA DE TODO O PERÍODO TRABALHADO - RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto por FRANCISCO MANOEL MOREIRA contra a r. sentença que julgouimprocedente o pedido inicial.2. Segundo o juízo de origem, os Perfis Profissiográficos Previdenciários juntados aos autos demonstraram que, no períodode 01/06/1999 a 17/11/2003, o autor ficou exposto a ruído de 89,9dB (oitenta e nove vírgula nove decibéis), inferior aos90db (noventa decibéis) que o Decreto 2.172/97, vigente durante esse período, exigia para considerar o tempo de serviçocomo especial, não sendo devida a transformação da aposentadoria por tempo de contribuição em especial.3. Em suas razões recursais, alega a parte autora que os Perfis Profissiográficos Previdenciários, bem como os laudostécnicos, demonstram que sempre laborou sob ruído de 89,9 a 97,3 dB, sendo que, como a atividade exercida sempre foi amesma em todo o tempo trabalhado, na mesma função e na mesma empresa, a média extraída entre as duas medidasapontadas autoriza concluir que o recorrente trabalhou, durante todo o período, exposto a 93,6 dB, o que autoriza a reformada sentença.4. A Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais editou a Súmula nº 32 em 26 dejunho de 2006, de seguinte teor: “O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial, para fins deconversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 (1.1.6); superior a90 decibéis, a partir de 5 de março de 1997, na vigência do Decreto n. 2.172/97; superior a 85 decibéis, a partir da ediçãodo Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003”.5. O Perfil Profissiográfico Previdenciário de fls. 14/15 demonstra que o autor, ao contrário do alegado, nem sempreexerceu uma única função, tendo trabalhado como Montador e Lanterneiro no período no período de 01/06/1999 a17/11/2003. No referido período, encontrava-se exposto a ruído de 89,9 dB, inferior, portanto, ao nível estabelecido nasúmula em questão, não havendo que se falar em cômputo do nível de ruído pela média do longo período trabalhado namesma empresa (mais de 20 anos, fl. 13).6. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.7. Sem custas e condenação em honorários advocatícios, tendo em vista que a recorrente goza do benefício da assistênciajudiciária gratuita (fl. 31).

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

125 - 0000055-11.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000055-2/01) DELFINA RODRIGUES DOS REIS FERRARI(ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: MARCUS VINÍCIUS CHAGASSARAIVA.).Processo nº 2009.50.54.000055-2/01

Recorrente : DELFINA RODRIGUES DOS REIS FERRARIRecorrido : UNIÃO FEDERAL

E M E N T A

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RECURSO INOMINADO. TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTO DEAPOSENTADORIA. BIS IN IDEM. INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO. DESMÉRITO NO PEDIDO. RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO. PROCESSO EXTINTO. SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado contra sentença que extinguiu o processo sem resolução de mérito nos termos do art. 51, IIda Lei 9.099/95. O recorrente requer que se dê provimento ao recurso inominado, condenando o recorrido a restituir osvalores contribuídos como imposto de renda em duplicidade no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Na apresentação decontrarrazões, a União Federal, ora recorrida, alega incidir a prescrição à pretensão autoral, e que a petição inicial seriainepta.A priori, insta salientar a possibilidade de acolhimento das provas exaradas dos autos às fls. 63-68. Este conjunto probatóriofoi solicitado por este Juízo em despacho de fls. 59, em virtude da impossibilidade do julgamento da matéria discutida nosautos sem o conhecimento do mesmo. Destarte, ancorado nos arts. 130, 283 e 284 do Código de Processo Civil, bem comoorientado pelo critério da informalidade que rege os Juizados Especiais (art. 2º da Lei 9.099/95), não há óbice à apreciaçãodas referidas provas apresentadas, haja vista, sobretudo, o respeito ao Contraditório e à Ampla Defesa.Os pedidos de inexigibilidade de imposto de renda e restituição sobre o que foi indevidamente cobrado sobre acomplementação de aposentadoria são complementares e compatíveis entre si, inexistindo a inépcia declarada pelorecorrido.Importa reforçar que o tema da lide é afeito à competência dos Juizados Especiais Federais. No Conflito de Competência nº101.969/ES, DJE 12.03.2009, o STJ afirmou que a jurisprudência daquela corte “é no sentido de que a eventualnecessidade de perícia não exclui da competência dos Juizados Especiais o julgamento das causas cujo proveitoeconômico não exceda sessenta salários mínimos”.Preliminarmente, é devida a análise de eventual incidência da prescrição sobre o direito pleiteado.Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, entre os quais se situa o imposto de renda, o “prazoprescricional das ações de compensação/repetição de indébito, do ponto de vista prático, deve ser contado da seguinteforma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da vigência da Lei Complementar 118/2005 (09.06.05), o prazopara se pleitear a restituição é de cinco anos a contar da data do recolhimento indevido; e relativamente aos pagamentosanteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos acontar da vigência da novel lei complementar (Precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543-C, do CPC:RESP 1.002.932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25.11.2009)” (AgRg no REsp 891.312/SP, Rel.Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/10/2010, DJe 04/11/2010).“O termo inicial da prescrição é o mês em que o beneficiário efetivamente passou a perceber o benefício correspondente àaposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei 9.250/95 passou a produzir efeitos a partir dejaneiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe14/06/2010).Como a parte autora passou a receber a complementação de aposentadoria em 27/04/1995 (fl. 17) e a presente ação foiajuizada em 27/01/2009 (fl. 1), está prescrita a pretensão de obter o ressarcimento das retenções do imposto de rendasobre o benefício.Em face do exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento para EXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DEMÉRITO, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil.Sem condenação em custas ou honorários, por gozar o recorrente do benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO PARAEXTINGUIR O PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO PELA PRESCRIÇÃO, na forma da ementa constante dosautos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal - 3º Relator

126 - 0006585-77.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006585-3/01) NILZA FRAGA BROETTO (ADVOGADO: WALDIRTONIATO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).Processo nº. 2008.50.50.006585-3/01

Recorrente : NILZA FRAGA BROETTO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA NÃOCONFIGURADA EM RELAÇÃO AO FILHO FALECIDO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA

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MANTIDA.

1) Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pleiteava a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte.Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, em que pese o fato de marido e filha auferirem renda suficiente paraa manutenção da família, a renda familiar pode ser desfeita a qualquer momento, a exemplo do casamento da filha ou deuma separação conjugal. Dessa forma, requer que seja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-seprocedente o pedido deduzido na inicial.2) A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74da Lei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado doinstituidor, ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77da Lei nº 8.213/91).3) Por certo, em se tratando de dependentes genitores (in casu, a mãe), para eventual deferimento da pensão por morte, énecessária a comprovação da dependência econômica, consoante os critérios adotados pelo art. 22, § 3º do Decreto nº3.048/99, cabendo a ressalva de que o rol inserido neste diploma é meramente exemplificativo, podendo o julgadorexaminar e valorar a documentação apresentada, inclusive somente as provas testemunhais colhidas em juízo(Precedentes do C. STJ), mediante o seu livre e fundamentado convencimento.

4) A condição de segurado do de cujus há época do óbito é incontroversa nos autos. Verifico assim, que a controvérsia giraem torno da comprovação da qualidade de dependente da recorrente.

5) No caso em tela, a recorrente encontra-se desempregada; todavia, a documentação colacionada aos autos demonstraque a renda mensal familiar supera em muito o valor percebido pelo de cujus a título de salário. O esposo da recorrenteaufere renda superior a R$ 2.400,00 (fls. 14), já sua filha percebe salário superior a R$ 2.100,00 (fls17).

6) Cabe salientar que os rendimentos auferidos pelo falecido como carteiro destinavam-se em parte ao pagamento do cursosuperior que fazia e que sua contribuição limitava-se à compra esporádica de utensílios domésticos ou alimentícios. Dessaforma, eventual auxílio financeiro prestado pelo filho falecido tinha a mera finalidade de complementar a receita familiar,sendo dispensável ao sustento da recorrida.

7) Por fim, instar frisar que a relação de dependência econômica deve ser aferida com base em dados concretos, passíveisde comprovação, não havendo que se cogitar de eventuais acontecimentos futuros que possam acarretar o decréscimo darenda familiar

8) Na hipótese em apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízoentende que o material probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da recorrente ao benefício de pensão por morte.

9) Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.10)Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.11) Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciáriagratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

127 - 0000818-12.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000818-6/01) MARIA DA PENHA DANTAS DE JESUS (ADVOGADO:GUILHERME STINGUEL GIORGETTE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDROINOCENCIO BINDA.).Processo nº. 2009.50.54.0000818-6/01

Recorrente : MARIA DA PENHA DANTAS DE JESUSRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – QUALIDADE DE SEGURADO NÃO

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VERIFICADA À ÉPOCA DO ÓBITO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pleiteava a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte.Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que o benefício em questão não exige carência e que, à época do óbito, o“de cujus” fazia jus à aposentadoria por tempo de contribuição. Dessa forma, requer que seja reformada a sentençaproferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74 daLei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado do instituidor,ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77 da Lei nº8.213/91).

Não é demais lembrar, segundo jurisprudência pacífica, que a perda da qualidade de segurado não causa óbice àconcessão do aludido benefício se já haviam sido preenchidos os requisitos necessários para a concessão deaposentadoria.

Pela análise do CNIS (fls. 27), extrai-se que a última contribuição efetuada pelo instituidor da pensão refere-se àcompetência 11/2000. Assim, não há dúvidas de que à data do óbito (26/03/2007) este não ostentava mais a qualidade desegurado.

As contribuições efetuadas post mortem entre os meses de julho e setembro de 2007, por sua vez, não são aptas arestabelecer o vínculo de filiação ao RGPS.

Alega a recorrente que o “de cujus” à época do óbito fazia jus à aposentadoria por tempo de contribuição. Entretanto, nãolhe assiste razão.

Dispõe a legislação em vigor que o segurado fará jus ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição após ocumprimento de 35 anos, se homem, ou 30, se mulher, de contribuição, além do cumprimento da carência, que, nos termosdo art. 25, II, da Lei nº 8.213/91, é de 180 contribuições mensais.

O instituidor verteu contribuições por pouco mais de 11 (onze) anos (fls. 27), não possuindo direito adquirido à aludidaaposentadoria.

Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária daassistência judiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

128 - 0003726-54.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003726-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SONIA MARIA BRID COSTA(DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº. 2009.50.50.003726-6/01

Recorrente : SÔNIA MARIA BRIDI COSTARecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA NÃO

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CONFIGURADA EM RELAÇÃO A FILHA FALECIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1) Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pleiteava a concessão do benefício previdenciário de pensão por morte.Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, os documentos constantes nos autos não deixam dúvidas a respeitoda relação de dependência em relação à filha falecida, tendo em vista que a mesma possuía vínculo empregatício paracolaborar com as despesas da família.Alega ainda,que o fato de exercer atividade remunerada como servente nãodescaracteriza a relação de dependência. Dessa forma, requer que seja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo,julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.2) A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74da Lei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado doinstituidor, ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77da Lei nº 8.213/91).3) Por certo, em se tratando de dependentes genitores (in casu, a mãe), para eventual deferimento da pensão por morte, énecessária a comprovação da dependência econômica, consoante os critérios adotados pelo art. 22, § 3º do Decreto nº3.048/99, cabendo a ressalva de que o rol inserido neste diploma é meramente exemplificativo, podendo o julgadorexaminar e valorar a documentação apresentada, inclusive somente as provas testemunhais colhidas em juízo(Precedentes do C. STJ), mediante o seu livre e fundamentado convencimento.

4) A condição de segurado do de cujus há época do óbito é incontroversa nos autos. Verifico assim, que a controvérsia giraem torno da comprovação da qualidade de dependente da recorrente.

5) No caso em tela, a recorrente encontra-se empregada, auferindo rendimento equivalente a um salário mínimo (fls.13) eseu esposo a renda de R$ 900,00, segundo os depoimentos pessoais prestados em juízo. Nesse sentido, a renda mensalda família supera o valor que era percebido pelo de cujus a título de salário que correspondia a R$ 484,00. Cabe salientarque a falecida não residia com os pais e que colaborava com as despesas de maneira esporádica; seus rendimentoscertamente destinavam-se em grande parte ao custeio de suas próprias despesas.

6) Dessa forma, eventual auxílio financeiro prestado pela filha falecida tinha a mera finalidade de complementar a receitafamiliar, sendo dispensável ao sustento da recorrente.

7) Na hipótese em apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízoentende que o material probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da recorrente ao benefício de pensão por morte.

8) Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.9)Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.10) Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciáriagratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

129 - 0003219-93.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003219-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIANE CABRAL (DEF.PUB:LUCIANO ANTONIO FIOROT.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIROPAIVA.).Processo nº. 2009.50.50.003219-0/01

Recorrente : ELIANE CABRALRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – UNIÃO ESTÁVEL CONFIGURADA –SEPARAÇÃO DE FATO - DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO –SENTENÇA REFORMADA.

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Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pleiteava o benefício previdenciário de pensão por morte. Sustenta arecorrente, em suas razões recursais, que requereu o beneficio por ter convivido em regime de união estável com osegurado José Laurindo de Freitas até o seu falecimento em 11/12/2000, indeferido pela autarquia previdenciária aoargumento de que não restou comprovada a união estável com o segurado falecido. Alega que o conjunto probatório ésuficiente para demonstrar a convivência em comum e, via reflexa, a dependência econômica. Dessa forma, requer queseja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.

A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74 daLei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado do instituidor,ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77 da Lei nº8.213/91).

A condição de segurado do de cujus à época do óbito é incontroversa nos autos. Verifico assim, que a controvérsia gira emtorno da comprovação da qualidade de dependente da recorrente.

Por certo, em se tratando de dependente companheira, a dependência econômica se presume, cabendo tão somenteverificar se restou demonstrada nos autos a existência de união estável entre o instituidor do benefício e sua pretensabeneficiária, caracterizada pela convivência duradoura, pública e contínua entre ambos, estabelecida com o objetivo deconstituição de uma entidade familiar (CC, art. 1.723).No caso em apreço, a recorrida alega que viveu com o segurado José Laurindo de Freitas maritalmente por mais de 11anos, com quem teve um filho, sendo que, no momento de seu óbito, moravam juntos na mesma casa.Eventual rompimento da convivência com o de cujus em data anterior ao óbito é irrelevante ao deslinde da controvérsia.Ainda que a recorrida estivesse separada à época do óbito, inexistiria óbice à percepção do pretendido benefício desde queconstatada a existência pretérita de união estável e presente a relação de dependência econômica, ainda que posterior àseparação de fato ou judicial. (Precedentes do C. STJ)

Com efeito, uma das testemunhas afirmou que a recorrente há muitos anos viveu com o segurado e com ele teve um filho,vindo posteriormente a separar-se (de fato) dele. Afirmou também que a autora/recorrente teve duas filhas com outrohomem, posteriormente. Resta claro, portanto, que entre a recorrente e o “de cujus” estabeleceu-se uma convivênciaduradoura, pública e contínua até o momento da separação e que houve a constituição de uma unidade familiar.

Em prosseguimento, essa mesma testemunha relata que a recorrente voltou a morar na mesma casa onde já tinha moradocom o segurado, não sabendo explicar, contudo, se o segurado ainda estava vivo ou se havia morrido. Da análise dosdocumentos colacionados aos autos, quais sejam, nota fiscal expedida pela “Construcasa Material de Construção” (fls. 14),datada em 07/11/2000, em nome de José Laurindo de Freitas ou/ Eliane Cabral (sic) e ficha de cadastro na SecretariaMunicipal de Saúde (fls.16), datada em 05/01/2000, em nome de todo o grupo familiar, concluo que à data do óbito(11/12/2000) Eliane Cabral e José Laurindo de Freitas haviam retomado a convivência.

Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar o INSS à implantação do benefício de pensão pormorte, no prazo de 30 dias, devendo ser comprovada a implantação nesse mesmo prazo. Retroativos devidos a recorrentea contar de 26/11/2008, data do requerimento administrativo.

Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

130 - 0000504-09.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000504-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x ALDENI MOREIRA SOUZA (ADVOGADO:VITORIO JESUS DE OLIVEIRA.).Processo nº. 2008.50.52.000504-7/01

Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrida: ALDENI MOREIRA SOUZA

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E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – UNIÃO ESTÁVEL CONFIGURADA À ÉPOCADO ÓBITO – PROVA TESTEMUNHAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pedidoautoral, determinando a implantação do benefício previdenciário de pensão por morte. Sustenta o recorrente, em suasrazões recursais, que, pelos elementos dos autos, não houve prova de que a recorrida, na data do óbito do segurado, tinhaa condição de companheira deste. Alega que a recorrida não se desincumbiu de seu ônus probatório, considerando quenão foi comprovado a contento que na data do óbito existia União estável, bem como a dependência econômica. Dessaforma, requer que seja reformada a sentença proferida pelo juízo a quo, julgando-se improcedente o pedido deduzido nainicial.A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74 daLei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado do instituidor,ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77 da Lei nº8.213/91).A condição de segurado do de cujus há época do óbito é incontroversa nos autos. Verifico assim, que a controvérsia giraem torno da comprovação da qualidade de dependente da recorrida.Por certo, em se tratando de dependente companheira, a dependência econômica se presume, cabendo tão somenteverificar se restou demonstrada nos autos a existência de união estável entre o instituidor do benefício e sua pretensabeneficiária, caracterizada pela convivência duradoura, pública e contínua entre ambos, estabelecida com o objetivo deconstituição de uma entidade familiar (CC, art. 1.723).Cumpre salientar, ademais, que a jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que a lei nãoimpõe a necessidade de prova material para a comprovação tanto da convivência em união estável como da dependênciaeconômica para fins previdenciários, sendo possível tal demonstração mediante prova exclusivamente testemunhal, comesteio no princípio do livre convencimento motivado do juiz. ((RESP 200501580257, NILSON NAVES, STJ - SEXTATURMA, 09/10/2006)Em depoimento prestado em juízo, a recorrida declarou que vivia com o segurado José Alves Santana maritalmente há 15anos; pontuou, ainda, que tiveram duas filhas na constância desta união, e que no momento de seu óbito, ambos moravamna Rua Plínio Dantas de Lima, em Montanha-ES, o que foi corroborado pelas testemunhas Maria Pereira Cardoso, AméliaPereira dos Santos Terra e Agenor Pereira Cardoso.Na hipótese em apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízoentende que o material probatório acostado aos autos sinaliza o mérito da pleiteante ao benefício de pensão por morte.Por fim, insta frisar que, ainda que a recorrida tivesse rompido a convivência com o de cujus, vivendo separada ao tempodo óbito, inexistiria óbice à percepção do pretendido benefício, desde que presente a relação de dependência econômica(ainda que posterior à separação de fato ou judicial).Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

Acolher os embargosTotal 3 : Dar parcial provimentoTotal 7 : Dar provimentoTotal 14 : Extinguir o processo com resolução de méritoTotal 1 : Negar provimentoTotal 83 : Rejeitar os embargosTotal 22 :