INFORMA˙ÕES MISSˆO AGRONÔMICAS nos sistemas de … · fluenciam a incidŒncia de pragas e...

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INFORMA˙ÕES AGRONÔMICAS N” 103 SETEMBRO/2003 1 POTAFOS - ASSOCIA˙ˆO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATO Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício RÆcz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Webmail: www.potafos.org - E-mail: [email protected] Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil Veja neste nœmero: Promover o uso apropriado de P e K nos sistemas de produçªo agrícola atravØs da geraçªo e divulgaçªo de informaçıes científicas que sejam agronomicamente corretas, economicamente lucrativas, ecologicamente res- ponsÆveis e socialmente desejÆveis. MISSˆO INFORMA˙ÕES AGRONÔMICAS N 0 103 SETEMBRO/2003 Principais fatores que interferem no crescimento radicular das culturas anuais, com Œnfase no potÆssio ........................................ 5 Lixiviaçªo de K da palha de espØcies de cobertura do solo por chuva .............................. 12 Sorgo avança 73% em trŒs anos ........................ 16 Agricultura de precisªo Ø precisªo para a agricultura brasileira ........................................... 20 Encarte: Como a planta de milho se desenvolve SIMPÓSIO DISCUTE A BUSCA DA PRODUTIVIDADE COM SUSTENTABILIDADE NA AGRICULTURA Tsuioshi Yamada 1 Silvia Regina Stipp e Abdalla 2 O 4 o e œltimo Simpósio da sØrie Rotaçªo Soja/Mi- lho no Plantio Direto promovido pela POTAFOS, em Piracicaba-SP, julho œltimo, constou de trŒs painØis sobre os temas: (1) fatores bióticos e abióticos que in- fluenciam a incidŒncia de pragas e doenças de culturas; (2) manejo do sistema de produçªo para alta produtividade de milho e soja e (3) acidez do solo e correçªo. AlØm da busca da alta produtividade da soja e do milho, o Simpósio procurou tambØm entender quais seriam as causas das doenças (algumas novas) e pragas que ano a ano aparecem com agressividade na agricultura brasileira. Buscou, ainda, por mais uma vez, tentar entender os mecanismos de acidificaçªo do solo, assun- to jÆ debatido em simpósios anteriores. O sucesso do evento só foi possível pelo grande empenho dos palestrantes nacionais e estrangeiros e debatedores. Do exte- rior tivemos: Dr. Robert Hoeft, Univ. Illinois, EUA, e presidente da ASA American Society of Agronomy; Dr. Krishna Reddy, do USDA, Stoneville, EUA; Dr. Volker Römheld, Hohenheim Univer- sity, Alemanha; Dr. Ismail Cakmak, Sabanci University, Turquia, e Dr. Keith Helyar, Wagga Wagga Agricultural Institute, AustrÆlia. Eles tiveram oportunidade de visitar cultura de citros em Barretos- SP e Araras-SP e Ærea de grªos no Triângulo Mineiro. PRIMEIRO PAINEL FATORES BIÓTICOS E ABIÓTICOS QUE INFUENCIAM A INCID˚NCIA DE PRAGAS E DOEN˙AS E A PRODUTIVIDADE DE CULTURAS Palestra: DESAFIOS NA BUSCA DAALTA PRODUTIVI- DADE DE MILHO E SOJA NOS EUA ROBERT HOEFT [Dept. of Crop Sciences, Universidade de Illinois, Urbana, IL, EUA, presidente da American Society of Agro- nomy (ASA), fone: 1-217-333-4424, e-mail: [email protected]] citou que desde meados do sØculo 20, em Illinois, a produtividade tem aumentado na taxa de 100 kg/ha/ano para o milho e 30 kg/ha/ano para a soja, atingindo agora, como mØdia, ao redor de 10 t/ha para o milho e 3 t/ha para a soja. No entanto, existem produtores que co- lhem mais que o dobro da mØdia estadual. No caso do milho, o recorde Ø de 27,7 t/ha, obtido por um agricultor de Iowa. Segundo Dr. Hoeft, todas as plantas requerem um forne- cimento adequado de Ægua, temperatura adequada (diurna e noturna) e radiaçªo solar abundante para que otimizem o potencial de produ- tividade. A dose, a Øpoca e o mØtodo de aplicaçªo de fertilizantes tŒm efeito marcante tanto sobre a produtividade das culturas como 1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: [email protected] 2 Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS. E-mail: [email protected]

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003 1

POTAFOS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA PESQUISA DA POTASSA E DO FOSFATORua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center, sala 701 - Fone e fax: (19) 3433-3254 - Webmail: www.potafos.org - E-mail: [email protected]

Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba-SP, Brasil

Veja neste número:

Promover o uso apropriado de P e Knos sistemas de produção agrícolaatravés da geração e divulgação de

informações científicas que sejam agronomicamentecorretas, economicamente lucrativas, ecologicamente res-ponsáveis e socialmente desejáveis.

MISSÃO

INFORMAÇÕESAGRONÔMICAS

N0 103 SETEMBRO/2003

Principais fatores que interferem nocrescimento radicular das culturas anuais,com ênfase no potássio ........................................ 5

Lixiviação de K da palha de espécies decobertura do solo por chuva .............................. 12

Sorgo avança 73% em três anos ........................ 16

Agricultura de precisão é precisão para aagricultura brasileira........................................... 20

Encarte: Como a planta de milho se desenvolve

SIMPÓSIO DISCUTE A BUSCA DAPRODUTIVIDADE COM SUSTENTABILIDADE

NA AGRICULTURATsuioshi Yamada1

Silvia Regina Stipp e Abdalla2

O4o e último Simpósio da série �Rotação Soja/Mi-lho no Plantio Direto� promovido pela POTAFOS,em Piracicaba-SP, julho último, constou de três

painéis sobre os temas: (1) fatores bióticos e abióticos que in-fluenciam a incidência de pragas e doenças de culturas; (2) manejodo sistema de produção para alta produtividade de milho e soja e(3) acidez do solo e correção.

Além da busca da alta produtividade da soja e do milho, oSimpósio procurou também entender quais seriam as causas dasdoenças (algumas novas) e pragas que ano a ano aparecem comagressividade na agricultura brasileira. Buscou, ainda, por mais umavez, tentar entender os mecanismos de acidificação do solo, assun-to já debatido em simpósios anteriores.

O sucesso do evento só foi possível pelo grande empenhodos palestrantes nacionais e estrangeiros e debatedores. Do exte-rior tivemos: Dr. Robert Hoeft, Univ. Illinois, EUA, e presidente daASA � American Society of Agronomy; Dr. Krishna Reddy, doUSDA, Stoneville, EUA; Dr. Volker Römheld, Hohenheim Univer-sity, Alemanha; Dr. Ismail Cakmak, Sabanci University, Turquia, eDr. Keith Helyar, Wagga Wagga Agricultural Institute, Austrália.Eles tiveram oportunidade de visitar cultura de citros em Barretos-SP e Araras-SP e área de grãos no Triângulo Mineiro.

PRIMEIRO PAINEL � FATORES BIÓTICOS EABIÓTICOS QUE INFUENCIAM A INCIDÊNCIA DEPRAGAS E DOENÇAS E A PRODUTIVIDADE DECULTURAS

Palestra: DESAFIOS NA BUSCA DA ALTA PRODUTIVI-DADE DE MILHO E SOJA NOS EUA

ROBERT HOEFT [Dept. of Crop Sciences, Universidade deIllinois, Urbana, IL, EUA, presidente da American Society of Agro-nomy (ASA), fone: 1-217-333-4424, e-mail: [email protected]] citouque desde meados do século 20, em Illinois, a produtividade temaumentado na taxa de 100 kg/ha/ano para o milho e 30 kg/ha/anopara a soja, atingindo agora, como média, ao redor de 10 t/ha para omilho e 3 t/ha para a soja. No entanto, existem produtores que co-lhem mais que o dobro da média estadual. No caso do milho, orecorde é de 27,7 t/ha, obtido por um agricultor de Iowa.

Segundo Dr. Hoeft, todas as plantas requerem um forne-cimento adequado de água, temperatura adequada (diurna e noturna)e radiação solar abundante para que otimizem o potencial de produ-tividade. A dose, a época e o método de aplicação de fertilizantestêm efeito marcante tanto sobre a produtividade das culturas como

1 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor da POTAFOS. E-mail: [email protected] Engenheira Agrônoma, M.S., POTAFOS. E-mail: [email protected]

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2 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003

SOJA/MILHOAssim, observou que o impacto mais notável da adoção

dos CRHs foi a economia com o custo de herbicidas, estimada emUS$ 25/ha para o milho e de US$ 50/ha para a soja.

Apesar dos benefícios, citou alguns riscos com o uso dasCRHs, principalmente com a semente da cultura anterior, que podevirar invasora na cultura subseqüente. E ainda da possibilidade dealguma invasora se tornar resistente ao glifosato.

Concluiu dizendo que as CRHs não são demônios, comopintam os oponentes dos organismos geneticamente modificados,e sim mais uma ferramenta para ajudar o produtor a manejar asinvasoras. Existem benefícios e riscos, e o uso prudente das CRHsem combinação com outras táticas prolongarão sua utilidade nomanejo das invasoras.

Palestra: RIZOSFERA, A INTERFACE SOLO-RAIZ ESUA IMPORTÂNCIA PARA A PRODUÇÃO AGRÍCOLA SUS-TENTÁVEL, COM ÊNFASE NA RESISTÊNCIA ÀS PRAGAS E

DOENÇAS

VOLKER RÖM-HELD [Hohenheim Univer-sity, Stuttgart, Alemanha,fone: 49-711-459-2344, e-mail: roemheld@ uni-hohenheim.de] apresentouresultados de pesquisacomprovando que pode-semelhorar a resistência dasplantas às pragas e doen-ças através do manejo doambiente da rizosfera, pro-porcionando maior dispo-nibilidade de nutrientesque suprimem doenças (N-NH

4, K, Si, Mn e Zn).

A aplicação de fer-tilizantes amoniacais junto

com inibidores da nitrifica-ção, por exemplo, pode su-primir a podridão radicular

de trigo, ou de cana-de-açúcar, pela acidificação da rizosfera. O pHácido da rizosfera inibe diretamente o crescimento das hifas e a taxade infecção pelo fungo. Além disso, há o efeito das bactérias pro-motoras de crescimento das plantas, que têm o crescimento favore-cido pelo N na forma amoniacal, além do aumento da disponibilida-de de manganês e de silício. Segundo ele, todos os fatores ou prá-ticas culturais que promovam o aumento na disponibilidade de Mn(baixo pH, inibidores da nitrificação, fertilizantes amoniacais ou comCl, rotação das culturas, uso de Trichoderma como biofertilizante)reduzem a severidade das doenças. Já o Si aumenta a resistênciapré-infeccional e pós-infeccional às doenças através de barreirasmecânicas ou por meios bioquímicos (relação entre Si, Mn e fenóis).

Acrescentou que a supressão de doenças também pode serobtida através do manejo biológico, com o uso de brachiária comocobertura morta. Em citros, por exemplo, a CVC poderia estar sendocontornada parcialmente pela brachiária através da inibição da nitri-ficação com conseqüente acidificação da rizosfera e aumento daabsorção de Mn e Zn pela planta.

Salientou ainda que no sistema convencional de manejo decitros, há possibilidade de que o uso incorreto de herbicidas po-deria estar causando maior suscetibilidade das plantas à seca e às

sobre o potencial de contaminação dos mananciais de água pelosnutrientes (principalmente por N e P).

Mostrou que o milho produz mais quando a temperaturadiurna gira ao redor de 27 oC e a noturna ao redor de 18 oC (Tabela 1).Já a soja seria menos afetada pela alta temperatura noturna.

Tabela 1. Efeito da temperatura noturna por 52 dias após a polini-zação na produtividade do milho.

Tratamentos Temperatura noturna (oC) Produção (kg/ha)

Ar natural 18,0 10.535Ar resfriado 16,6 10.160Ar aquecido 29,4 6.270

Observou que um fator comum entre a maioria dos agricul-tores detentores de recordes de produtividade no mundo é a habi-lidade em identificar e manter um ambiente altamente produtivono solo: cultivo profundo,aplicação generosa de es-terco de curral, uso de al-tas populações de plantas(> 85.000 plantas ha-1) elinhas mais estreitas deplantio.

Citou ainda que umadas melhores técnicas demanejo de doenças é o usode variedades resistentes.A rotação de culturas tam-bém têm sido efetiva nocontrole de doenças, inse-tos e, até certo ponto, deinvasoras. E que o uso con-tínuo, ano após ano, damesma classe de herbicidastêm desenvolvido a resis-tência de algumas espéciesde invasoras ao herbicida.

Palestra: RESISTÊNCIA AO HERBICIDA COMO FER-RAMENTA DE MANEJO DO MATO NAS CULTURAS DE MILHOE SOJA: A PERSPECTIVA DO PRODUTOR QUANTO A BENEFÍ-CIOS E RISCOS

KRISHNA N. REDDY [Southern Weed Science ResearchUnit, USDA-ARS, Stoneville, EUA, fone: 1-662-686-5298, e-mail:kreddy@ ars.usda.gov] tratou das culturas resistentes a herbicidas(CRHs) e de seus benefícios e riscos como ferramenta de manejo deinvasoras. As principais CRHs foram criadas pelas técnicas da bio-logia molecular e são comumente chamadas de transgênicas. Asmais comuns são as culturas resistentes ao glifosato, como a canolaRR, milho RR, algodão RR e soja RR.

Citou ainda, o autor, que a criação das CRHs é apenas aprimeira etapa para o sucesso, pois as CRHs precisam passar para oprodutor a percepção que os benefícios são maiores que os riscos.É o que parece estar ocorrendo nos EUA, pois em 2002 a soja RR jáera plantada em 75% da área com esta cultura.

Relatou ainda que, com a adoção da soja resistente ao glifosato,o consumo médio anual de glifosato aumentou de 0,19 kg/ha em1996 para 0,48 kg/ha em 1998, enquanto o uso dos demais herbici-das caiu de 1,12 kg/ha para 0,64 kg/ha.

Visita à região citrícola. Da esquerda para direita: Félix SebastiãoCristiano, Toshio Watanabe, Krishna Reddy, Volker Römheld, RobertHoeft, Ismail Cakmak, W. Zanini e T. Yamada.

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SOJA/MILHOdoenças pelo acúmulo de metabólitos primários e pela inibição daprodução de AIA, hormônio promotor do desenvolvimento de raízese de brotações novas, e de fitoalexina, metabólito secundário dedefesa produzido pela planta.

Palestra: O PAPEL DA NUTRIÇÃO MINERAL BALAN-CEADA NA REDUÇÃO DE ESTRESSES ABIÓTICOS E BIÓ-TICOS (PRAGAS E DOENÇAS) NA PRODUÇÃO DE PLAN-TAS

ISMAIL CAKMAK [Sabanci University, Istambul, Turquia.fone: 90-216-483-9524, e-mail: [email protected]] discorreusobre os danos provocados pelos fatores de estresse ambientaissobre o transporte de elétrons durante a fotossíntese e a fixação deCO

2 nas plantas. Explicou que o dano fotoxidativo, isto é, a geração

fotodependente de espécies reativas de oxigênio nos cloroplastos,é o processo-chave envolvido no dano celular e na morte de célulase que o estado nutricional das plantas afeta enormemente na suahabilidade de adaptação às condi-ções ambientais adversas. A ocor-rência de dano fotoxidativo em res-posta a estresse ambiental pode-ria ser exacerbada quando as plan-tas simultaneamente sofrem de bai-xo fornecimento de nitrogênio (N),potássio (K), magnésio (Mg), cál-cio (Ca), zinco (Zn) e boro (B).

Falou ainda que as plantasque recebem quantidades adequa-das de nutrientes são capazes detolerar o excesso de luz pela manu-tenção da fotossíntese em taxasaltas e pelo desenvolvimento demecanismos de defesa.

Concluiu dizendo que a me-lhoria do estado nutricional dasplantas é, portanto, o principal fatorcontribuidor para protegê-las dodano fotoxidativo do estresse am-biental.

SEGUNDO PAINEL � EXPERIÊNCIA DOPRODUTOR NA BUSCA DE 12+ TONELADASDE MILHO/HA E 4+ TONELADAS DE SOJA/HA

BALTAZAR FIOMARI [GDT Uberlândia, MG, fone (34) 9124-9967, e-mail: [email protected]] e TOSHIO WATANABE [GDTMauá da Serra, PR, fone (43) 464-1413, e-mail: [email protected]] dos Grupos de Desenvolvimento de Tecnologia (GDT) deUberlândia, MG, e Mauá da Serra, PR, respectivamente, apresenta-ram resultados de experimentos confirmando os benefícios doespaçamento reduzido no melhor aproveitamento da água, luz enutrientes e, conseqüentemente, maior produtividade das plantasde milho e soja. Por promover melhor arranjo espacial, menor com-petição entre plantas e rápido fechamento das entrelinhas, há me-lhor controle do mato, permitindo diminuir a dose de herbicida depré-emergência e reduzir os custos. Outra vantagem do plantio comespaçamento entre linhas reduzido é a possibilidade de aplicar do-ses maiores de N no plantio sem danos salinos. Isto porque há,então, maior extensão de sulco de plantio por unidade de área queno espaçamento convencional.

De acordo com Toshio, a rotação de culturas em sistemaintensivo, introduzindo milho hiperprecoce no intervalo de pousioentre trigo e soja, permite obter 2,5 safras em um ano e otimizar ouso da terra, funcionários e máquinas.

Baltazar avaliou coberturas de inverno para maior produ-ção de massa (matéria seca) e resistência à seca e observou que apalhada de nabo forrageiro foi a mais eficiente no aumento daprodutividade de milho; já a palhada de braquiária foi melhor noaumento da produtividade do feijão, comparada à palhada de sorgo.Na soja, observou-se que a diminuição do espaçamento entrelinhas aumentou a produtividade e auxiliou no controle de plan-tas daninhas.

HOMERO FUZARO [KLLD Ltda., Uberlândia, MG, fone (34)3226-9811, e-mail: [email protected]] mostrou resultadosda utilização do sistema de plantio em linha dupla no aumento daprodutividade de milho e soja. Segundo Homero, a redução doespaçamento entre linhas (espaçamento 30 cm + 50 cm, população

de 250.000 plantas/ha) permitiu-lheeste ano seu recorde de produti-vidade de soja: 4,3 t/ha.

Dentre as vantagens dosistema ele cita: utilização do mes-mo espaçamento para milho e soja;melhor distribuição espacial dasplantas, permitindo melhor contro-le de invasoras; facilidade nos tra-tos culturais; melhor arejamentoda cultura (soja); dose maior de Nno plantio do milho.

Conclui dizendo que parareduzir o espaçamento entre linhashá duas opções: implantar o siste-ma linha dupla e usar a plataformade colheita para o espaçamentoconvencional ou adquirir umanova plataforma para colheita demilho com espaçamento entreli-nhas reduzido.

RUBENS SIQUEIRA [IAPAR, Londrina, PR, fone (43) 376-2269, e-mail: [email protected]] alertou para a necessidade de seavaliar junto aos fabricantes de máquinas (semeadoras-adubadoras)os melhoramentos a serem nelas introduzidos para a maximizaçãoda sua eficiência (dosagens corretas de adubos, sementes, etc.).

Segundo o pesquisador, para o estabelecimento do sistemaplantio direto com qualidade, preservando o ambiente, está implícitoo uso de: rotação de culturas, uso de plantas de cobertura, integraçãolavoura-pecuária, uso adequado de máquinas, etc.

As estratégias adotadas na mecanização do plantio diretosão: avaliações de semeadoras em dinâmicas (desempenho ener-gético, agronômico e aspectos morfológicos), mecanização no con-texto de rotação de culturas, redução de potência (hastes sulca-doras), menor mobilização de solo, manutenção de palha e semea-dura de até três tipos de coberturas vegetais (por exemplo: aveia,nabo e ervilhaca).

FRANKE DIJKSTRA [agropecuarista, Fazenda Frank Anna,diretor-presidente da Cooperativa Agropecuária Batavo, Carambeí,PR, fone (42) 231-1736, e-mail: [email protected]] mos-trou como a integração com harmonia e responsabilidade de ativi-

Plantio direto no Triângulo Mineiro. Da esquerda para direi-ta: Volker Hömheld, T. Yamada, Ismail Cakmak, Krishna N.Reddy, Jorge Castelli e Baltazar Fiomari.

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SOJA/MILHOdades (pecuária-suinocultura-agricultura em plantio direto), de pes-soas e do ambiente pode maximizar a produtividade.

Fez um relato da evolução do sistema de plantio na região des-de o início da mecanização em 1947 até a introdução (final da décadade 70) e a consagração do sistema plantio direto (década de 90).

Segundo o agricultor, a palha é o maior aliado para alcançar12 toneladas de milho e 4,5 t de soja/ha. Com o plantio direto dobra-se a eficiência na utilização de insumos (fertilizantes e combustíveis).Atualmente está buscando alternativas de como melhor utilizar oherbicida, pois observa que a época de dessecação interfere no ren-dimento da cultura.

Comentou que a Cooperativa é o braço que une o produtorao mercado (trabalho integrado), e os campos experimentais comdias-de-campo são uma ferramenta básica para a maximização daprodução, via desenvol-vimento de informaçõesregionais corretas. Fina-lizando, disse que a capa-citação de funcionários ede seus familiares é fun-damental para se alcan-çar êxito na atividade.

TERCEIRO PAINEL� ACIDEZ DOSOLO E CORREÇÃO

Palestra:NEUTRALIZAÇÃO DAACIDEZ DO PERFIL DO SOLO POR RESÍDUOS VEGETAIS

MÁRIO MIYAZAWA, MARCOS ANTÔNIO PAVAN[IAPAR, Londrina-PR, fone (43) 3376-2000, e-mail: [email protected]] e JULIO CEZAR FRANCHINI (Embrapa-Soja,Londrina, PR) foram os autores do trabalho apresentado pelo pri-meiro autor que falou da importância do manejo adequado de resí-duos orgânicos (compostos orgânicos, adubos verdes, estercosde animais) na correção da acidez do perfil do solo e no aumentodos teores de Ca e Mg da camada subsuperficial.

Relatou que os efeitos da decomposição dos resíduos ve-getais nestas reações (neutralização da acidez e transporte decátions) são lentos, prolongados e temporários, por isso há neces-sidade de manutenção permanente da cobertura do solo com mate-rial vegetal.

Mostrou que a cinética da neutralização da acidez do perfildo solo é função da quantidade e qualidade do material vegetal, domanejo do material vegetal, do teor da argila, da intensidade e dis-tribuição da chuva e da temperatura.

E, ainda, que pode-se potencializar o uso de adubos verdesatravés de sua diversificação e da rotação com culturas comerciais,pois a composição orgânica variável proporciona efeitos e usostambém variáveis.

Palestra: MANEJO DA CALAGEM EM SOLOS ARENO-SOS DO CERRADO

LEANDRO ZANCANARO [Fundação MT, Rondonópolis-MT, fone (66) 423-2041, e-mail: [email protected]]

considera que o manejo de solos arenosos do cerrado, com respon-sabilidade, implica, primeiro, no manejo da matéria orgânica (MO)através da cobertura do solo, e depois da cultura comercial.

Quanto maior o teor de MO do solo maior a atividade micro-biana, a retenção de umidade, a agregação do solo, a CTC, o poten-cial produtivo e a estabilidade da área. Daí a importância de se criarum sistema que produza o máximo possível de palhada, nem quepara isto seja necessário adubar a cultura de cobertura (NOTA DOS

EDITORES: diríamos que, para isto, é preciso adubar sempre a cultu-ra de cobertura, principalmente com o nitrogênio).

Segundo o pesquisador, a incorporação do calcário nacalagem de solos arenosos deve ser a mais uniforme e profundapossível a fim de aumentar o volume a ser explorado pela raízes dacultura da soja. Além de neutralizar o alumínio trocável do solo é

necessário também elevaros teores de Ca e Mg aníveis adequados. Geral-mente, o critério de satu-ração por bases para so-los arenosos subestimaa quantidade necessáriade calcário.

Ao encerrar suapalestra, Leandro fez umcomentário muito inte-ressante e bastante perti-nente sobre o efeito dopotássio na sanidade dasoja: �por um descuidona regulagem quando da

aplicação de KCl a lanço nas faixas, onde não caiu K houve maiorincidência de doenças, como ferrugem, Septoria e demais doençasde final de ciclo�.

Palestra: MANEJO DA ACIDEZ DO SOLO A CURTO ELONGO PRAZOS

KEITH HELYAR [Wagga Wagga Agricultura Institute, Wag-ga Wagga, Austrália, fone: (61) 2-6938-1854, e-mail: [email protected]] é um dos poucos, senão o único, cientista queconcebe uma visão global do processo de acidificação (e alcalini-zação) ao longo do perfil do solo, explicada através dos ciclos docarbono e do nitrogênio.

As adições líquidas de H+ resultantes dos ciclos de C, do Ne do ácido carbônico do CO

2(g) não se acumulam significativamen-

te no solo pois podem ser consumidas em reações de dissolução deminerais ou adsorvidos na forma covalente em sítios pH dependen-tes da CTC da matéria orgânica, dos minerais de argila ou dos óxi-dos de ferro, alumínio e manganês.

Cita, ainda, que o objetivo a curto prazo do manejo da acidezdo solo é lidar com o pH do solo de modo a interromper o acúmulode Al3+, Mn2+ e H+ em concentrações tóxicas à produção vegetal.No entanto, para longo prazo o autor deixa uma questão: será quenão estaria causando a acidificação progressiva do perfil do solo ea perda da fertilidade?

Aos interessados na resposta sugerimos a leitura desta etambém das demais interessantes palestras que, em breve, estarãodisponíveis no site: www.potafos.org.

Efeito do potássio na sanidade da soja, observado por Leandro Zancanaro:�por um descuido na regulagem quando da aplicação de KCl a lanço nasfaixas, onde não caiu K houve maior incidência de doenças, como ferrugem,Septoria e demais doenças de final de ciclo�.

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Doses de superfosfatosimples (kg ha-1)

PRINCIPAIS FATORES QUE INTERFEREM NOCRESCIMENTO RADICULAR DAS CULTURAS ANUAIS,

COM ÊNFASE NO POTÁSSIOJoão Kluthcouski1

Luís Fernando Stone1

1 Engenheiro-agrônomo, Dr., Pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Caixa Postal 179, CEP 75375-000, Santo Antônio de Goiás, GO. E-mails:[email protected] e [email protected].

INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, fala-se muito em agricultura deprecisão, em que são utilizados equipamentos caros,orientados por satélite. Na realidade, o produtor

brasileiro está necessitando mais é de precisão na agricultura. Antesde corrigir/homogeneizar a fertilidade do solo em poucos metrosquadrados de uma gleba ou optar pelo uso da soja transgênica, énecessário: corrigir a acidez do perfil do solo, com quantidade equalidade dos corretivos e da colocação corretas; descompactar osolo com equipamento adequado e na profundidade correta; utilizarsemente �sadia� da cultivar mais adaptada e produtiva; utilizararranjos espaciais das plantas corretos; utilizar população ideal dasplantas; semear as diferentes espécies vegetais na época mais ade-quada; adubar equilibradamente; posicionar o adubo corretamenteem relação às sementes e à superfície do solo; irrigar corretamente;utilizar manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas(MIP); evitar perdas na colheita; utilizar sistemas agrícolas que res-peitem o produtor e o ambiente, tais como o Sistema Plantio Direto(SPD) e a Integração Lavoura-Pecuária; dentre muitos outros.Observa-se que a maioria dessas preocupações não refletem noaumento do custo da produção da lavoura, trata-se apenas deadequar a tecnologia �capricho�.

Neste documento, dois aspectos importantes, na nossa ótica,são discutidos: os possíveis efeitos danosos da adubação, prin-cipalmente a potássica, posicionada incorretamente em relação àsuperfície e às sementes, e alguns fatores que interferem no bomdesenvolvimento da raiz, a parte mais importante das plantas.

A DISPOSIÇÃO DOS FERTILIZANTES

Os fertilizantes minerais são sais e, por isso, podem causarinjúrias ao embrião e à plântula recém-emergida, graças ao efeitoosmótico, e até mesmo alterar o comportamento das raízes dasplantas.

Em 1957, Knott já alertava para o perigo de se cometer errofatal para as plantas devido à salinização da zona radicular provo-cada por esses nutrientes, em especial o K (Tabela 1).

No início da década de 60, VIEIRA & GOMES (1961) demons-traram que alguns fertilizantes potássicos e fosfatados podemcausar injúrias à germinação de sementes do feijoeiro comum (Tabe-la 2), enfatizando que o contato direto de sementes de feijão com300 kg ha-1 de superfosfato simples e 140 kg ha-1 de cloreto depotássio reduziu o estande de plantas em 44% e 58%, respecti-vamente, e na aplicação da mistura de ambos a redução foi de 74%.

POTÁSSIO

Tabela 1. Efeito salino dos principais fertilizantes e corretivos utili-zados para a produção das culturas anuais.

Fertilizante Índice salino

Nitrato de sódio 100,0

Amônia anidra 47,1

Nitrato de amônio 104,7

Fosfato monoamônico 34,2

Calcário calcítico 4,7

Nitrato de cálcio 52,5

Fosfato diamônico 29,9

Calcário dolomítico 0,8

Cloreto de potássio 116,3

Nitrato de potássio 73,6

Sulfato de potássio 46,1

Superfosfato simples 7,8

Superfosfato triplo 10,1

Uréia 75,4

Sulfato de amônio 69,0

Fonte: KNOTT (1957).

Tabela 2. Estandes médios de plantas, em porcentagem, em ensaio deadubação, em Muriaé, MG, atribuindo-se valor 100 para otratamento sem adubo.

Doses de cloreto de potássio (kg ha-1)

0 70 140

0 100 65 42

300 56 43 35

600 41 33 26

Fonte: VIEIRA & GOMES (1961).

Ao pesquisarem, em 1982, o efeito da mistura N-P-K,KLUTHCOUSKI et al. (1982) concluíram que, com a alteração naprofundidade usual de adubação � a qual, na prática, tem sidopróxima das sementes � é possível aumentar o rendimento dofeijoeiro comum (Tabela 3). Neste contexto, aumentos no rendimen-to de grãos, devidos à incorporação mais profunda do fertilizante,também foram registrados na cultura de feijão (THUNG et al., 1982)e milho (BARBER, 1985; ALONÇO & FERREIRA, 1992). ParaMALLARINO (1997), a adubação potássica mais profunda é parti-

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6 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003

BARBER (1985) constatou que, quando o fertilizante fosfa-tado foi misturado em apenas uma pequena porção de solo, ocorreugrande proliferação de raízes na porção fertilizada em relação àsdemais, podendo, neste caso, ter sido reduzida a absorção destenutriente. Aumentos nos níveis de adubação, principalmente dalocalizada próximo às sementes, também têm resultado na reduçãodo desenvolvimento de raízes de soja (RODER et al., 1989), de arrozde terras altas irrigado suplementarmente por aspersão (STONE &PEREIRA, 1994a), de milho (NANAGARA et al., 1976) e de feijão(STONE & PEREIRA, 1994b). Por outro lado, em condições de terrasaltas e sob regime de chuvas, GUIMARÃES & CASTRO (1981,1982) e CHAIB et al. (1984) verificaram melhor desenvolvimentoradicular do feijoeiro, no que refere à profundidade, quando seefetuou a adubação em maior profundidade, cerca de 10 cm abaixodas sementes, em relação à convencional, próxima das sementes.

Ao relacionarem as vantagens da aplicação diferenciada dosfertilizantes, no que refere à profundidade, KLUTHCOUSKI et al.(1982) destacam:

� o efeito da erosão superficial-laminar, no arrastamento deadubo, por ocasião das chuvas pesadas é eliminado;

� o adubo pulverizado ou misturado ao solo superficialmenteé aproveitado em proporções reduzidas pela planta. Sua aplicaçãoprofunda e localizada coloca maior quantidade de fertilizante àdisposição da planta, ao reduzir o contato adubo-solo;

� maior utilização do adubo pela planta, porque a maiorumidade do solo na profundidade de 15 cm facilita a solubilização eo transporte de fertilizante;

� o desenvolvimento da cultura é melhorado, mesmo emcondições de chuva escassa, devido ao melhor contato e melhorabsorção do adubo pelo maior desenvolvimento radicular;

POTÁSSIO

Figura 2. Densidade radicular do feijoeiro das �águas�, cv. Venezue-la 350, em 1980, em condições de adubação aplicada nascamadas superficial e profunda, utilizando-se 15, 60 e15 kg ha-1 de N, P

2O

5 de K

2O, respectivamente.

Profundidade deadubação

Figura 1. Densidade radicular do feijoeiro da �seca�, cv. Venezuela 350,em 1980, em condições de adubação aplicada nas camadassuperficial e profunda, utilizando-se 20, 80 e 30 kg ha-1 deN, P

2O

5 e K

2O, respectivamente.

cularmente importante nos anos em que ocorre deficiência hídrica,provavelmente por esta fonte apresentar alto índice salino. Aindasegundo MALLARINO (1997), o acúmulo superficial de nutrientespode resultar em baixa absorção de P e K e, por conseqüência, embaixos rendimentos de colheita, especialmente quando a camadasuperficial do solo estiver seca.

Tabela 3. Resultados médios da produtividade do feijoeiro, semeadona época seca, em março de 1979 e 1980, utilizando-se aadubação de 20-80-30 kg ha-1 de N, P

2O

5 e K

2O, respecti-

vamente.

1979 1980

Sequeiro1 Sequeiro2 Irrigado3

- - - - - - - - - - - - - (kg ha-1) - - - - - - - - - - - - -

Convencional 570 536 1.156

15 cm 760 933 1.304

20 cm 795 848 1.203

1 Média de quatro cultivares/linhagens: Venezuela 350, Piratã, PorilloSintático e PI 318.818.

2 Cultivar Venezuela 350.3 Cultivar Venezuela 350, com irrigação suplementar.Fonte: KLUTHCOUSKI et al. (1982).

Em 1982, quando observaram que a disposição mais profun-da dos fertilizantes pode interferir, positiva ou negativamente, nodesenvolvimento das raízes do feijoeiro comum, GUIMARÃES etal. (1982) concluíram que a aplicação de fertilizantes na camada maisprofunda do solo e com maior disponibilidade de água induz ocrescimento radicular do feijoeiro do período das �secas�, comsemeadura em janeiro/fevereiro, comparativamente à aplicação nacamada superficial do solo com baixa disponibilidade de água (Fi-gura 1), pois, neste ambiente/época de cultivo, a baixa disponi-bilidade de água prejudica a absorção de nutrientes e retarda odesenvolvimento da planta como um todo. Por outro lado, nesseestudo, o mesmo não foi observado durante o período com chuvasdistribuídas mais uniformemente, sem ocorrência de �veranicos�,com semeadura em outubro/novembro (Figura 2), quando o soloestá adequadamente suprido com água, tanto na sua camadasuperficial como nas mais profundas, e o crescimento radicular éadequado em ambos os sistemas de aplicação de fertilizantes.

y = 6,5519x0, 9447

R =0,80962

1,50

1,20

0,90

0,60

0,30

0,00

0 15 30 45 60 75 90

Profundidade (cm)

Densid

ade

radic

ula

r(c

mcm

)-3

y = 10,502x1, 356

R =0,97582

Adubação na camada profunda

Adubação na camada superficial

Densi

dade

radic

ula

r(c

mcm

)-3

4,0

3,5

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0

0 15 30 45 60 75 90

y = 45,183x-1, 1831

Profundidade (cm)

R = 0,98232

Adubação na camada superficial

0 15 30 45 60 75 90

y = 54,478x-1, 2437

R = 0,97662

De

nsid

ad

era

dic

ula

r(c

mcm

)-3

4,0

3,5

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0

Profundidade (cm)

Adubação na camada profunda

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003 7

� a planta que se desenvolve em condições favoráveis deágua e nutrientes torna-se mais resistente ao ataque de pragas edoenças; conseqüentemente, tais condições resultam em maiorprodução de grãos.

ADUBAÇÃO POTÁSSICA

Ao se analisarem os critérios de essencialidade dos nutrien-tes para as plantas, encontramos que o potássio é classificado comomacronutriente essencial muito necessário, desempenhando inú-meras funções, tais como as apontadas por MALAVOLTA (1967),relacionadas a seguir:

� Manutenção da organização celular � hidratação e per-meabilidade � influenciando, direta ou indiretamente, em váriossistemas enzimáticos;

� Sob sua carência, a fotossíntese fica reduzida, aumentandoa respiração, e ocorre aumento de compostos nitrogenados solúveisem detrimento das proteínas;

� Participação na fosforilação oxidativa;

� Auxílio na translocação de carboidratos.

Além dessas, FAGERIA (1984) destaca como funções dopotássio:

� Melhoramento da resposta ao fósforo;

� Resistência a algumas doenças, como a brusone do arroz;

� Conservação da água nas folhas;

� Desenvolvimento do sistema radicular das plantas;

� Fortalecimento da parede celularcom lignina; e

� Estímulo à absorção de silício.

Não obstante o reconhecimentode tais funções, o potássio pode tornar-se vilão em razão de seu índice salinoque equivale a 116,3%, quando aplicadona forma de cloreto de potássio.

LOBO JUNIOR (2003) asseguraque a proximidade do adubo e sementecausa clorose nos bordos das folhasprimárias das plantas, em especial do feijoeiro, provocada pelaqueima de raízes, devido ao seu contato com o cloreto de potássiodas fórmulas NPK tradicionalmente utilizadas no cultivo do feijoeiro.Esta fitotoxidez geralmente não é mais observada nas folhastrifolioladas; contudo, o maior dano ocorre nas raízes que sãoqueimadas pelo KCl, onde o tecido morto serve como porta deentrada para patógenos de solo como Fusarium solani eRhizoctonia solani. Estes patógenos, causadores de podridões nosistema radicular, estão presentes em todas as regiões produtorasde feijão ou soja e causam, junto aos danos da queima, perdas emtorno de 20% na produção. Mesmo em áreas com alta densidade deinóculo de F. solani e R. solani este problema tem sido minimizadocom a utilização de MAP (N + P) no sulco de plantio e distribuiçãodo potássio a lanço, garantindo maiores produtividades.

KLUTHCOUSKI (1998) verificou que a aplicação superficiale próxima das sementes de 40 kg ha-1 e 65 kg ha-1 de K2O reduziu oestande final de plantas de soja em 3% e 12%, respectivamente. Empesquisa paralela, esse mesmo autor observou que a colocaçãomais profunda do fertilizante para a cultura do feijoeiro, em áreamantida no SPD por mais de oito anos, resultou em aumentosignificativo de produtividade quando o solo foi preparado comarado de aiveca (Tabela 4).

POTÁSSIO

Profundidade deadubação1 (cm)

Tabela 4. Efeitos do manejo do solo e da profundidade de adubaçãosobre o rendimento do feijoeiro, cv. Pérola. Fazenda TrêsIrmãos, em Santa Helena de Goiás, GO.

Rendimento (kg ha-1)

Sistema Plantio Direto Arado de aiveca

Sem Adubo 2.499 a 2.899 a

5 2.629 a 2.520 b

10 2.846 a 3.087 a

Média 2.658 2.835

DMS 376,00CV (%) 11,26Manejo x Profundidade de adubação Ns

Médias seguidas da mesma letra, nas colunas, não diferem, no nível de P =0,05, pelo teste de Tukey.1 Adubação de 350 kg ha-1 da fórmula 2-20-20, em um Latossolo Roxo, dealta fertilidade, cultivado no Sistema Plantio Direto, por oito anos, eirrigado por pivô central. Condutividade elétrica (CE) de 1,46 dS/m e0,23 dS/m, medida nos 5 cm em volta das sementes, uma semana após aemergência das plântulas, nos tratamentos adubo a 5 cm, em SistemaPlantio Direto, e sem adubo, na aivecagem, respectivamente.

Fonte: KLUTHCOUSKI (1998).

Nesse contexto, os dados até então disponíveis sugeremque o manejo da adubação, no que refere à profundidade ouposicionamento em relação às sementes, deve ser alterado, com asseguintes observações:

� Dar maior prioridade às pesqui-sas sobre os possíveis efeitos danososdo potássio, tanto no que diz respeito àsraízes como na produtividade das culturas;

� Dar preferência a formuladossem ou com pouco potássio, aplicandoeste, preferencialmente, em pré ou pós-emergência das culturas, incorporados ounão, a lanço ou em linha;

� Na adubação de fundação, nãoutilizar mais que cerca de 30 kg ha-1 de K

2O;

� Nos cultivos sob manejo convencional do solo, desalinharo mecanismo sulcador das plantadoras em, pelo menos, 8 cm, emrelação ao alinhamento das sementes;

� No SPD, caso não seja possível fazer o desalinhamentodescrito no item anterior, aprofundar a adubação o máximo possívelou até, pelo menos, 5 cm abaixo das sementes;

� No SPD, usar preferencialmente sulcadores providos defacão, ou seja, as �botinhas�; e

� Em solos muito estruturados, como é o caso do SPD, ouricos em matéria orgânica, a terra removida pelos sulcadores, emgeral, não retorna facilmente para cobrir as sementes, para evitarque estas sejam depositadas juntamente com o fertilizante. Nestecaso, deve-se soldar dois ou três elos de corrente atrás dos sulca-dores, para que estes removam o solo e, assim, distancie o espaçoentre semente e fertilizante.

OUTROS FATORES QUE IMPEDEM ODESENVOLVIMENTO DAS RAÍZES

Considerando-se as partes da planta, as raízes são as menosconhecidas, as menos estudadas, as menos entendidas e as menos

A planta que se desenvolve emcondições favoráveis de água e

nutrientes torna-se mais resistenteao ataque de pragas e doenças;

conseqüentemente, tais condiçõesresultam em maior produção de

grãos.

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8 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003

apreciadas, pelo fato de não poderem ser vistas e, ainda, pelasdificuldades para o seu estudo (HUGHES et al., 1992). São elas,contudo, que, além de servirem como suporte da planta, atuam comoa principal �boca�, absorvendo e translocando água e nutrientes, etambém sintetizando carboidratos. Por isto, devem receber especialatenção da pesquisa.

Além do manejo da adubação, as alterações nas proprieda-des do solo, devidas ao manejo, afetam profundamente o desen-volvimento radicular das plantas. De acordo com MILLER (1986),estas funções são afetadas por estresses aos quais as raízes podemestar sujeitas, tais como: falta ou excesso de água, deficiência deO2, deficiência ou desequilíbrio de nutrientes, temperaturas adver-sas, impedimento físico, presença de elementos tóxicos e ataque deinsetos e doenças.

Na agricultura de sequeiro, principalmente em regiões sujei-tas a curtos períodos de estresse hídrico, é desejável o desen-volvimento profundo das raízes. Já para a agricultura irrigada eintensamente fertilizada, segundo alguns autores, o sistema radicularprofundo pode ser indesejável devido à demanda extra de fo-toassimilados. Isto, porém, carece de mais pesquisas, porque a plantadeve responder ao sistema radicular profundo com maior área foliar,número de vagens e produtividade também em áreas irrigadas � emparte, porque isso indica que não há compactação ou que não hou-ve danos nas raízes por patógenos de solo.

O excesso de umidade no solo, por outro lado, tem sidoprejudicial ao crescimento das raízes, em profundidade, nas plantasde soja (STANLEY et al., 1980), feijão (AZEVEDO et al., 1993), milho(MACKAY & BARBER, 1985) e arroz de terras altas (SÉGUY &BOUZINAC, 1993). Ainda assim, o impedimento causado por camadasde solo compactadas tem sido o principal fator que influencia oalongamento e a proliferação das raízes (TU & TAN, 1991). Sobcompactação, a massa específica do solo aumenta e a porosidadediminui, principalmente em relação aos macroporos. As raízes nãoconseguem reduzir seu diâmetro para penetrar nos poros menoresque as suas extremidades (Wiersum, 1957, citado por MARSCHNER,1986). Neste caso, as raízes têm que deslocar as partículas de solo, aforça necessária rapidamente se esgota e o alongamento das raízes érestringido (MARSCHNER, 1986).

Tal como os diferentes manejos afetam as propriedades dosolo, via de regra, também afetam o desenvolvimento radicular dasculturas. PRIMAVESI (1990) relata que massa específica do soloentre 1,2 e 1,4 Mg m-3 já pode se constituir em uma barreira para ocrescimento radicular das plantas, sendo crítico na massa específicade 1,6 Mg m-3.

Realmente, GUIMARÃES et al. (2003) verificaram que massasespecíficas de 1,4 Mg m-3 ou maiores reduziram a densidade decomprimento radicular e a massa seca de raízes do feijoeiro (Figuras3 e 4). KASPER et al. (1978) observaram maior grau de crescimentodas raízes de soja, independente do manejo ou das propriedadesfísicas do solo, durante o florescimento e diminuição na fase inicialde enchimento dos grãos.

Da mesma forma, a maior concentração de raízes ocorreu nasuperfície, entre 0 e 15 cm de profundidade (KASPER, 1985). Reduçãono desenvolvimento radicular da soja devido à compactação émencionada por BENEZ et al. (1986), PEDO et al. (1986), BORGES etal. (1988), MORAES et al. (1995) e TORRES et al. (1995).

MORAES et al. (1991) registraram reduções no desenvol-vimento radicular da soja a partir de massas específicas do solosuperiores a 1,26 Mg m-3 em Terra Roxa Estruturada e 1,17 Mg m-3

em Latossolo Roxo. As reduções da massa radicular foram superio-

res a 50% na Terra Roxa Estruturada, para massa específica dosolo de 1,30 Mg m-3, e de cerca de 60% no Latossolo Roxo, commassa específica de 1,23 Mg m-3. Em condições de laboratório,BORGES et al. (1988) verificaram que, a partir da massa específicade 1,25 Mg m-3, em Latossolo Vermelho-Escuro, não mais se obser-vou crescimento de raízes de soja. Elevando a massa específica dosolo de 0,9 Mg m-3 para 1,23 Mg m-3 e 1,30 Mg m-3, MORAES et al.(1995) verificaram reduções de 29% e 41%, respectivamente, namatéria seca de raízes de soja em Latossolo Roxo.

No SPD, a compactação das camadas superficiais e sub-superficiais é, muitas vezes, compensada pela continuidade dosporos resultantes da atividade biológica e da decomposição dasraízes (GASSEN & GASSEN, 1996; BALBINO, 1997). Nesse sentido,VIEIRA (1981) observou que, após seis anos de SPD contínuo, ascondições físicas do solo não ofereceram restrição ao crescimentoradicular da soja. Em outro trabalho, VIEIRA (1985) menciona, inclu-sive, que o sistema radicular da soja é melhor distribuído no perfildo solo no SPD do que no manejo convencional com grade aradoraou arado de disco. VEIGAS & OLIVEIRA (1976) salientaram, também,que o SPD propicia um melhor desenvolvimento radicular da sojanas fases de crescimento vegetativo e florescimento e que, emcondições de campo, os diversos modos de preparo do solo nãoinfluenciam a profundidade da raiz principal, nem o comportamento

POTÁSSIO

Figura 3. Massa da matéria seca das raízes da cultivar de feijãoPérola na camada de solo de 0-20 cm, submetida a quatroníveis de densidade do solo.

Figura 4. Densidade de comprimento radicular da cultivar de feijãoPérola na camada de solo de 0-20 cm, submetida a quatroníveis de densidade do solo.

1,0 Mg m-3

1,2 Mg m-3

1,4 Mg m-3

1,6 Mg m-3

1.800

1.600

1.400

1.200

1.000

800

600

400

200

0

15 30 45 60 72

Dias após a emergência

Maté

ria

seca

das

raíz

es

(gpla

nta

)-1

1,0 Mg m-3

1,2 Mg m-3

1,4 Mg m-3

1,6 Mg m-3

Densid

ade

de

com

prim

ento

radic

ula

r(c

mcm

)-3

Dias após a emergência

14

12

10

8

6

4

2

0

15 30 45 60 72

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003 9

das raízes laterais. Entretanto, CARDOSO (1993) mostrou que, nosCerrados, as raízes da soja se desenvolvem melhor em profundidadequando o solo é preparado com arado de aivecas, em relação aoarado de disco ou SPD.

Segundo TORRES & SARAIVA (1997), as raízes se desen-volveram melhor, em SPD, quando o solo, Latossolo Roxo, foipreviamente descompactado com escarificação, apresentando massaespecífica de 1,20 Mg m-3. No solo compactado, com massa espe-cífica de 1,35 Mg m-3, houve restrição ao crescimento radicular dascinco cultivares testadas. A compactação afetou negativamente aprodutividade de todas as cultivares avaliadas. JASTER et al.(1993) relataram que, no SPD, as raízes da soja se desenvolvemmais intensamente na camada superficial (0-5 cm); na aração, con-tudo, verificou-se boa distribuição dasraízes até a profundidade de 30 cm. Su-perioridade no desenvolvimento radicu-lar na cultura da soja em solo descom-pactado com escarificação profunda foidescrita por MAIA & ELTZ (1992);TORRES et al. (1995); TORRES & SA-RAIVA (1995). As grades aradoras, poroutro lado, resultam na pior distribuiçãoradicular, sendo bastante superficial(MAIA & ELTZ, 1992; TORRES & SA-RAIVA, 1995). Correlação positiva entredesenvolvimento radicular e rendimentode soja foi registrada por TORRES et al. (1995a); TORRES &SARAIVA (1995) e TORRES & SARAIVA (1997).

Para a cultura do feijão, ROBERTSON et al. (1978) relatamque, em condições ideais de solo, as raízes podem atingir 1,5 m deprofundidade. Na prática, no entanto, devido, possivelmente, aotipo de solo e à presença de um ou mais tipos de impedimento deordem física ou química, as raízes desta leguminosa se desenvolvemcomumente até 50-60 cm de profundidade (INFORZATO, 1963;ROVIRA, 1975; OLIVEIRA & SILVA, 1990; PIRES et al., 1991; STONE& PEREIRA, 1994b). No caso do feijão irrigado por aspersão, aconcentração das raízes na superfície parece ser ainda maior(OLIVEIRA & SILVA, 1990; PIRES et al., 1991; TEIXEIRA et al.,1992; STONE & PEREIRA, 1994b). É provável que isto seja decor-rente do manejo da irrigação apenas na camada superficial, 0-30 cm,tratando-se de irrigação por pivô central.

ROVIRA (1975) constatou que a faixa de solo com dominânciade absorção de nutrientes pelo feijoeiro é localizada entre 10 e 20 cmde profundidade.

Estudos sobre a resistência à seca com esta cultura mostramque as raízes mais profundas do feijoeiro foram positivamentecorrelacionadas com a produção de grãos e crescimento das plantas(SPONCHIADO et al., 1989), e alguns genótipos, apesar de enrai-zarem mais intensamente na superfície do solo, podem ter o sistemaradicular explorando até 100 cm de profundidade (GUIMARÃES etal., 1996).

De acordo com resultados de pesquisa desenvolvida porSTONE & SILVEIRA (1996), a compactação subsuperficial devidaao preparo do solo com grade induz à concentração superficial dasraízes do feijoeiro até 10 cm; na aração com aivecas, a distribuiçãode raízes é boa até 40 cm de profundidade; e no SPD, a maior partedas raízes concentra-se nos primeiros 20 cm de profundidade.

De maneira similar às demais culturas, mais de 70% das raízesdo arroz de terras altas concentram-se nos primeiros 20 cm deprofundidade (STONE & PEREIRA, 1994a; STONE & MOREIRA,

1998). Já na profundidade de até 40 cm, de acordo com GUIMARÃES& MOREIRA (1997), a densidade radicular do arroz tende a diminuircom o aumento da compactação a partir da massa específica dosolo em torno de 1,2 g cm-3. GUIMARÃES (1997) concluiu que,comparativamente ao SPD, a aração promoveu maior desen-volvimento das raízes em profundidade. No SPD, observou-se,também, redução no desenvolvimento da parte aérea do arroz. ParaSTONE & MOREIRA (1998), há melhor distribuição das raízes doarroz de terras altas no preparo do solo realizado com arado deaivecas em relação à grade aradora, e similar ao SPD. GROHMANN& QUEIROZ NETO (1966) observaram que houve impedimento físi-co ao desenvolvimento das raízes do arroz quando a massa específicado solo atingiu valores superiores a 1,42 g m-3, em Latossolo Roxo, e

1,38 g m-3, em Podzólico Vermelho-Ama-relo. BOUZINAC et al. (1987) relataramque, no solo preparado com grade ara-dora, 85% das raízes do arroz se concen-traram nos primeiros 10 cm. Com a araçãoinvertida (grade aradora seguido daaração), além do acréscimo no volumetotal de raízes, 49% delas ficaram dis-tribuídas no perfil de 10-60 cm de pro-fundidade.

Na cultura do milho, a maior con-centração de raízes ocorre nos 20 cmsuperficiais (MENGEL & BARBER, 1974;

DURIEUX et al., 1994), e a profundidade efetiva de exploraçãodepende do tipo de solo (RESENDE et al., 1990). ANDERSON (1987)concluiu que o desenvolvimento mais intenso das raízes do milhoocorre até a oitava semana após a semeadura. JANSEN & WEERT(1977), PEDO et al. (1986) e HUGHES et al. (1992) observaram que,em solo compactado, ocorre restrição ao desenvolvimento radiculardo milho, quase sempre refletindo na produção de grãos. Correlaçãopositiva entre melhor desenvolvimento radicular e rendimento degrãos de milho foi registrada por CHOUDHURY et al. (1991) e GILLet al. (1996).

GILL et al. (1996) asseguram que as raízes do milho sedesenvolvem melhor em solo descompactado com escarificação,em relação à grade aradora. Ao compararem o preparo convencionalcom arado de disco, escarificação e SPD, NEWELL & WILHELM(1987) verificaram maior concentração de raízes do milho no SPD eescarificação no perfil 0-15 cm. Melhor distribuição radicular domilho em profundidade devido à subsolagem também foi registradapor MANFRON et al. (1991).

Outro ponto relevante é que a compactação do solo podeafetar a absorção de nutrientes através da modificação no cres-cimento radicular das plantas e na disponibilidade de nutrientes.PHILLIPS & KICKHAM (1962) destacam que a presença de camadacompactada pode reduzir em até 25% a absorção de N, P e K pelasplantas de milho. Já BORGES et al. (1988) constataram que acompactação do solo reduziu o acúmulo de P, K, Ca e Mg na parteaérea de plantas de soja, e que o acúmulo foi máximo até a massaespecífica do solo da ordem de 1,0 g cm-3 para os três primeirosnutrientes citados.

Algumas leguminosas como o feijão-de-porco e feijão bravotambém mostraram redução no acúmulo de Ca, K e P em solocompactado (ALVARENGA et al., 1995). Para a cultura do feijão,PRIMAVESI et al. (1985) concluíram que a compactação reduziu aextração de Ca, P e N, em um Latossolo Roxo, e de K, numPodzólico, havendo, contudo, aumentos na concentração foliarde Mg, Ca e N.

POTÁSSIO

A compactação do solo pode afetar aabsorção de nutrientes através da

modificação no crescimento radiculardas plantas e na disponibilidade denutrientes. A presença de camadacompactada pode reduzir em até25% a absorção de N, P e K pelas

plantas de milho.

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10 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003

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POTÁSSIO

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DIVULGANDO A PESQUISA

Nota do editor: Os trabalhos que possuem endereço eletrônico em azul podem ser consultados na íntegra

1. ESTÁDIOS FENOLÓGICOS DO TRIGO PARA A ADUBA-ÇÃO NITROGENADA EM COBERTURA

BREDEMEIER, C. & MUNDSTOCK, C.M. Revista Brasileira deCiência do Solo, v.25, n.2, p.317-323, 2001.

A época de aplicação de nitrogênio em cobertura em trigoinflui no rendimento de grãos e deve coincidir com os estádios emque o potencial de rendimento está sendo estabelecido. Com oobjetivo de estabelecer os períodos críticos da planta em relação àsnecessidades de N, foram realizados trabalhos em campo, na Esta-ção Experimental Agronômica da UFRGS, Eldorado do Sul (RS),nos anos de 1993, 1994 e 1995, com os cultivares BR 23 (1993 e 1994)e Embrapa 16 (1995), semeados no final de junho na densidade de300 sementes aptas m-2. Os tratamentos consistiram da aplicação de40 kg ha-1 de N nos seguintes estádios de desenvolvimento dasplantas: (a) emergência, (b) emissão da 3a folha, (c) emissão da 5a

folha, (d) emissão da 7a folha e (e) emborrachamento. Nos anos 1994e 1005, os três primeiros períodos foram seguidos ou não pelaaplicação de N (40 kg ha-1) por ocasião da emissão da 7a folha.Foram avaliados o rendimento de grãos, os componentes dorendimento e o índice de colheita.

Os resultados indicaram que o período crítico de suprimentode N em trigo vai da emergência até a emissão da 7a folha. Nosestádios iniciais deste período, o N é necessário para potencializaro número máximo de espiguetas por espiga, enquanto nos estádiosfinais do período o N é crítico para determinar o número de colmospor área. O cv. BR 23 dependeu mais do suprimento inicial de N parapotencializar o número de grãos por espiga, enquanto o cv. Embrapa16 dependeu do suprimento de N na emissão da 7a folha para fixar epotencializar o número de espigas produzidas.

3. ABSORÇÃO DE NUTRIENTES PELO TOMATEIROCULTIVADO SOB CONDIÇÕES DE CAMPO E DEAMBIENTE PROTEGIDO

FAYAD, J.A.; FONTE, P.C.R.; CARDOSO, A.A.; FINGER, F.L.;FERREIRA, F.A. Horticultura Brasileira, v.20, n.1, p.90-94, 2003.

Foram realizados dois experimentos, na Universidade Federalde Viçosa, objetivando caracterizar a absorção de nutrientes pelotomateiro cultivado sob condições de campo e de ambiente prote-gido. O primero, com a cultivar Santa Clara, cultivada a campo, nosistema de cerca cruzada e sete cachos. O segundo, em estufa plásti-ca, com o híbrido EF-50, conduzidas verticalmente, mantendo-seoito cachos em cada uma. Ambos os experimentos foram delineadosem blocos ao acaso, com quatro repetições. O primeiro constituídopor oito e o segundo por nove tratamentos.

Em ambos os experimentos, o padrão de absorção denutrientes seguiu o acúmulo de matéria seca pelas plantas. Noexperimento de campo, a ordem decrescente de acúmulo denutrientes na parte aérea foi: K, N, Ca, S, P, Mg, Cu, Mn, Fe e Zn,alcançando os valores máximos de 360; 206; 202, 49; 32 e 29 kg ha-

1; 3.415; 2.173; 1.967 e 500 g.ha-1, respectivamente. Em ambienteprotegido, o acúmulo de nutrientes na parte aérea do tomateirodecresceu na seguinte ordem: K, N, Ca, S, Mg, P, Mn, Fe, Cu e Zn,alcançando os valores de 264; 211; 195; 49; 40; 30 kg ha-1; 3.200;2.100; 1.600 e 700 g ha-1, respectivamente. As taxas de absorçãodiária dos nutrientes são apresentadas bem como as porcentagensde absorção de N e de K em determinados períodos do crescimentodo tomateiro, visando auxiliar na programação das épocas deaplicação destes nutrientes em cobertura.

2. LIXIVIAÇÃO DE POTÁSSIO DA PALHA DE ESPÉCIES DECOBERTURA DE SOLO DE ACORDO COM A QUANTIDADEDE CHUVA APLICADA

ROSOLEM, C.A.; J. C. CALONEGO, J.C.; FOLONI, J.S.S. RevistaBrasileira de Ciência do Solo, v.27, n.2, p.355-362, 2003. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832003000200015&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

Os restos vegetais deixados na superfície do solo em siste-mas de semeadura direta, além de proteger o solo da erosão, cons-tituem considerável reserva de nutrientes que podem ser disponi-bilizados para a cultura principal, subseqüente. Avaliou-se a lixi-viação de K da palha de seis espécies vegetais com potencial deuso como plantas para cobertura do solo de acordo com a quan-tidade de chuva recebida após o manejo. Milheto (Pennisetumamericanum, var. BN-2), sorgo de guiné (Sorghum vulgare), aveiapreta (Avena strigosa), triticale (Triticum secale), crotalária juncea(Crotalaria juncea) e braquiária (Brachiaria decumbens) foramcultivados em vasos com terra, em casa de vegetação, em Botucatu(SP). Aos 45 dias da emergência, as plantas foram cortadas na alturado colo, secas em estufa e submetidas a chuvas simuladas de 4,4,8,7, 17,4, 34,9 e 69,8 mm, considerando uma quantidade de palhaequivalente a 8,0 t ha-1.

A máxima retenção de água pela palha corresponde a umalâmina de até 3,0 mm, independentemente da espécie, praticamentenão ocorrendo lixiviação do potássio com chuvas da ordem de 5 mm.A máxima liberação de K por unidade de chuva ocorre com lâminasde até 20 mm, decrescendo a partir deste ponto. A quantidade de Kliberado da palha logo após o manejo depende da espécie vegetal,não ultrapassando, no entanto, 24 kg ha-1 com chuvas da ordem de70 mm, apresentando correlação positiva com a concentração donutriente no tecido vegetal. O triticale e a aveia são mais eficientesna ciclagem do potássio.

Conclusões:

� Chuvas inferiores a 5 mm praticamente não lixiviam K, umavez que a palha retém até o equivalente a uma lâmina de 3 mm.

� A taxa máxima de liberação de K depende muito da espécie,variando de 200 a 650 g ha-1 mm-1, com chuvas entre 10 e 20 mm,decrescendo a partir deste ponto.

� A quantidade de K liberado logo após o manejo das espéciesde cobertura é relativamente baixa e correlaciona-se positivamentecom a concentração do nutriente na palha.

� Do ponto de vista de aproveitamento do K pela culturaseguinte, o triticale e a aveia seriam mais eficientes, pois disponi-bilizariam, logo após o manejo, maior quantidade de nutrientes queas outras espécies.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003 13

4. USO DO DRIS NA AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONALDO CAFEEIRO EM RESPOSTA À ADUBAÇÃO POTÁSSICA

SILVA, E.B.; NOGUEIRA, F.D.; GUIMARÃES, P.T.G. RevistaBrasileira de Ciência do Solo, v.27, n.2, p. 247-255, 2003. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010006832003000200005&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

Foram realizados dois experimentos de campo nas FazendasExperimentais da EPAMIG (MG) em um Latossolo Vermelhodistroférrico (LVdf) de São Sebastião do Paraíso e Latossolo Verme-lho-Amarelo distrófico (LVAd) de Patrocínio, com o objetivo deavaliar o estado nutricional do cafeeiro por meio do índice de balançonutricional fornecido pelo DRIS, em resposta à adubação potás-

Figura 1. Correlação linear simples entre IBN com a produção (a) e atividade enzimática da polifenoloxidase (PFO) de grãos de café (B).

sica. Os experimentos foram instalados, utilizando-se delineamentode blocos casualizados com parcelas subdivididas, empregando-senas parcelas três fontes de K: cloreto de potássio (KCl), sulfato depotássio (K

2SO

4) e nitrato de potássio (KNO

3) e, nas subparcelas,

quatro doses de K (0, 100, 200 e 400 kg ha-1), com quatro repetições.Obtiveram-se as produções e os teores foliares dos nutrientes,durante o período de 1995 a 1998, para o cálculo do DRIS, comvistas em efetuar o diagnóstico nutricional do cafeeiro e a qualidadedos grãos (medida pela atividade enzimática da polifenoloxidase).Pelo DRIS, o diagnóstico do estado nutricional do cafeeiro foiconsistente em avaliar a resposta à adubação potássica, em que oexcesso dos nutrientes das fontes aplicadas influenciou maisintensamente a produção de grãos do que a qualidade da bebida docafé (Figura 1).

5. EFEITO DA PALHADA DE SORGO LOCALIZADA NA SU-PERFÍCIE DO SOLO EM CARACTERÍSTICAS DE PLANTASDE SOJA E MILHO

NUNES, J.C.S.; ARAUJO, E.F.; SOUZA, C.M. de; BERTINI, L.A.;FERREIRA, F.A. Revista Ceres, Viçosa, v.50, n.287, p.115-126,2003.

A presença da palha é uma das condições básicas para osucesso do plantio direto, sendo recomendadas para a formação decobertura morta neste sistema algumas plantas, entre as quais sedestaca o sorgo. Porém, esta espécie pode apresentar efeitosprejudiciais sobre a cultura em sucessão, estudados no presentetrabalho. O experimento foi realizado em casa de vegetação, e ostratamentos foram cinco quantidades da palhada de sorgo, equiva-lentes a: 0; 5; 10; 20 e 30 t.ha-1. Foi utilizado o delineamento estatísticointeiramente ao acaso com cinco tratamentos e quatro repetiçõespara cada uma das culturas em estudo, sendo as parcelas cons-tituídas de bandejas. A palhada do sorgo (14% de umidade) foi secana sombra, picada, pesada e colocada na superfície do solo.

As sementes de soja e milho foram plantadas 16 e 17 diasapós a aplicação da palhada, respectivamente, sendo semeadas auma profundidade de 3 cm. Foram semeadas 200 sementes de soja(UFV-18) e 100 de milho (AG-1051) por bandeja. Avaliaram-se asseguintes características das plântulas de soja e milho: velocidadede emergência até o 7o dia após o plantio; pesos das partes aéreasfresca e seca no 18o dia após o plantio, e índice �SPAD� (teor de

clorofila) das folhas no 18o dia após o plantio. Também foramavaliadas, diariamente, as alturas das plantas de soja entre o 10o e o16o dia após o plantio, com a finalidade de estudar a influência daquantidade da palhada no crescimento inicial das plantas. Para avaliara porcentagem e velocidade de emergência até o 7o dia do plantioforam quantificadas, diariamente, as plântulas emergidas acima dacamada de palha, até que cessaram as emergências. Por meio dasoma das emergências diárias, calcularam-se as porcentagens deemergência. No período do 10o ao 16o dia após o plantio, 10 plantas/parcela foram marcadas ao acaso e realizadas medidas diárias dassuas alturas, do nível do solo até a folha mais alta. No 18o dia apóso plantio, as plantas foram cortadas, pesadas, secas em estufa comventilação forçada a 75 oC até peso constante e pesadas novamente.A soja foi prejudicada em todas as características estudadas, porémo milho foi menos sensível. Na cultura da soja, a dose de 10 t.ha-1 depalhada de sorgo foi a que proporcionou mais crescimento noperíodo do 10o ao 16o dia após o plantio.

Conclusões:

� A palhada de sorgo localizada na superfície do solo,independentemente da quantidade aplicada, não traz efeitos dele-térios ao milho.

� A palhada de sorgo localizada na superfície do solo, inde-pendentemente da quantidade aplicada, traz efeitos deletérios à soja.

� No planejamento das rotações de culturas e de palhadasno plantio direto, o agricultor deve levar em consideração os efeitosdas palhadas nas culturas subseqüentes, principalmente na soja.

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14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003

8. ALTERAÇÕES NOS ATRIBUTOS QUÍMICOS DE UMLATOSSOLO DISTROFÉRRICO DECORRENTES DAGRANULOMETRIA E DOSES DE CALCÁRIO EM SISTEMASPLANTIO DIRETO E CONVENCIONAL

MELLO, J.C.A.; VILLAS BÔAS, R.L.; LIMA, E.V.; CRUSCIOL,C.A.C.; BÜLL, L.T. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27,n.3, p.553-561, 2003. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832003000300017&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

Atualmente, percebe-se o interesse na calagem superficial,sem prévia incorporação, para instalação do sistema plantio direto(SPD). Dessa forma, objetivou-se determinar os efeitos degranulometria e doses de calcários no SPD, em fase de implantação,e no sistema de plantio convencional (SPC) sobre o pH, H + Al, Ca2+

e Mg2+. O experimento foi realizado no ano agrícola de 1998/99, naFCA/UNESP-Botucatu (SP), em Latossolo Vermelho. O delineamentoexperimental foi de blocos ao acaso, com parcelas subsubdivididase quatro repetições. As parcelas representaram os sistemas deplantio (SPD e SPC); as subparcelas, a granulometria dos calcários[grosso (PRNT = 56 %) e fino (PRNT = 90 %)], e as subsubparcelas,as doses de 2, 4 e 6 t ha-1 (calcário grosso) e 1,2; 2,4 e 3,6 t ha-1 (fino).O solo foi amostrado, a 0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm de profundidade,1, 3 e 12 meses após a aplicação dos corretivos.

A análise de variância não detectou interação tripla entre osfatores. A aplicação de calcário superficial no SPD, independente-mente da granulometria e da dose, alterou positivamente os atributosquímicos do solo (0-5 e 5-10 cm), 12 meses após a calagem. O corretivocontinuou reagindo, independentemente do sistema de plantio, de formaintensa, mesmo após três meses. A aplicação de doses mais elevadasde calcário, com maior granulometria, sugeriu efeito residual prolongado.

6. ALTERAÇÕES QUÍMICAS DO SOLO E RESPOSTA DASOJA AO CALCÁRIO E GESSO APLICADOS NAIMPLANTAÇÃO DO SISTEMA PLANTIO DIRETO

CAIRES, E.F.; BLUM, J.; BARTH, G.; GARBUIO, F.J.; KUSMAN,M.T. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.27, n.2,p.275-286,2003. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832003000200008&lng=en&nrm =iso&tlng=pt)

Na região sul do Brasil, tem aumentado o interesse pela buscade alternativas para a instalação de culturas, no sistema plantiodireto, em áreas novas, sem proporcionar revolvimento do solo.Com o objetivo de avaliar as alterações químicas do solo e a respostada soja ao calcário e gesso aplicados no sistema plantio direto, foirealizado um experimento em um Latossolo Vermelho distróficotextura argilosa, em Ponta Grossa (PR), no período de 1998 a 2001.Os tratamentos, dispostos em blocos completos ao acaso emparcelas subdivididas, com três repetições, constaram da aplicaçãode calcário dolomítico (sem calcário e 4,5 t ha-1 de calcário nasuperfície, em dose total e 1/3 da dose por ano durante três anos, eincorporado), nas parcelas, e doses de gesso (0, 3, 6 e 9 t ha-1), nassubparcelas.

A correção da acidez pela calagem na superfície ou incorpo-rada foi mais acentuada na camada superficial do solo (0-5 cm) ehouve maior reação nas profundidades de 5-10 e 10-20 cm, quando ocalcário foi incorporado. Os efeitos benéficos da calagem na correçãoda acidez do subsolo foram pouco pronunciados e mais evidentescom a incorporação do calcário no solo. O gesso melhorou o subsolo,aumentando o pH (CaCl

2 0,01 mol L-1) e os teores de Ca e S-SO

42-,

aumentou a concentração de P na camada superficial do solo (0-5cm) e no tecido foliar da soja e reduziu o Mg no solo e nas folhas.Não houve resposta da soja, em três cultivos, ao calcário e gessoaplicados. Concluiu-se que a aplicação de gesso agrícola, associadaou não à calagem na superfície ou com incorporação, não foi umaestratégia interessante para o estabelecimento da soja no sistemaplantio direto, por não ocasionar melhoria na produção de grãos.

7. NUTRIENT REMOVAL BY CORN GRAIN HARVEST

HECKMAN, J.R; SIMS, J.T.; BEEGLE, D.B.; COALE, F.J.;HERBERT, S.J.; BRUULSEMA, T.W.; BAMKA, W.J. AgronomyJournal, v.95, n.3, p.587-591, 2003.

Effective nutrient management requires an accurate accoun-ting of nutrients removed from soils in the harvested portion of acrop. Because the typical crop nutrient values that have historicallybeen used may be different under current production practices, astudy was conducted to measure nutrient uptake in grain harvestedin 1998 and 1999 from 23 site-years in the Mid-Atlantic region of theUSA. There were 10 hybrids included in the study, but each sitegrew only one hybrid each year. Corn (Zea mays L.) productionpractices followed local state extension recommendations.

Minimum, maximum, and mean corn grain yields were 4.9,16.7, and 10.3 Mg ha-1. Nutrient concentrations were determined ongrain samples oven-dried at 70°C for 24 h. Minimum, maximum, andmedian nutrient concentration values were as follows: 10.2, 15.0,and 12.9 g N kg-1; 2.2, 5.4, and 3.8 g P kg-1; 3.1, 6.2, and 4.8 g K kg-1;0.13, 0.45, and 0.28 g Ca kg-1; 0.88, 2.18, and 1.45 g Mg kg-1; 0.9, 1.4,and 1.0 g S kg-1; 9.0, 89.5, and 33.6 mg Fe kg-1; 15.0, 34.5, and 26.8 mgZn kg-1; 1.0, 9.8, and 5.3 mg Mn kg-1; 1.0, 5.8, and 3.0 mg Cu kg-1; and2.3, 10.0, and 5.5 mg B kg-1. Median nutrient uptake values found inthis study are similar to commonly used book values, but there was

considerable variation among samples of corn grain. Concentrationsof P and K in grain were positively associated with yield level, andconcentrations of grain P were positively correlated with Mehlich-3 soil test P. The variability in nutrient removal values seen in thisstudy, even for the same hybrid, raises questions about theusefulness of average values for estimating crop nutrient removalacross a range of cropping conditions. Research is needed to iden-tify or develop a means to correct for the sources of variability.

Table 1. Variation in nutrient concentration of corn grain from 23 site-years in the Mid-Atlantic USA (Delaware, Massachusetts,Maryland, New Jersey, and Pennsylvania) in 1998 and 1999.Concentrations are expressed on a dry weight basis.

Nutrient Minimum Maximum Median Mean CV*

- - - - - - - - - - - - - - - - g kg-1 - - - - - - - - - - - - - - %N 10.2 15.0 12.9 13.0 9.8P 2.2 5.4 3.8 4.0 19.6K 3.1 6.2 4.8 4.8 13.9S 0.9 1.4 1.0 1.1 13.5Mg 0.88 2.18 1.45 1.55 23.6Ca 0.13 0.45 0.28 0.28 30.0

- - - - - - - - - - - - - - - mg kg-1 - - - - - - - - - - - - - -Fe 9.0 89.5 33.6 35.5 52.6Zn 15.0 34.5 26.8 26.7 18.4B 2.3 10.0 5.5 5.9 36.3Mn 1.0 9.8 5.3 4.8 52.2Cu 1.0 5.8 3.0 3.2 49.6

* CV, standard deviation expressed as a percentage of the mean.

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003 15

12. ADUBAÇÃO COM SILÍCIO: INFLUÊNCIA SOBRE ASPRINCIPAIS DOENÇAS E SOBRE PRODUTIVIDADE DOARROZ IRRIGADO POR INUNDAÇÃO

SANTOS, G.R.; KORNDÖRFER, G.H.; REIS FILHO, J.C.D.;PELÚZIO, J.M. Revista Ceres, Viçosa, v.50, n.287, p.1-8,2003.

Este trabalho teve por objetivo principal verificar o efeito dedoses de silício sobre as principais doenças e sobre a produtivida-de do arroz irrigado por inundação no Estado do Tocantins. Nasafra 1999/2000, com 30 dias de antecedência do plantio, a sílica foiincorporada ao solo. O ensaio foi instalado no campo em delinea-mento de blocos ao acaso com cinco tratamentos e seis repetições.Os tratamentos consistiram em doses de metasilicato (42% Si)/ha,sendo: T1 = Testemunha, T2 = 1.000 kg, T3 = 2.000 kg, T4 = 4.000 kge T5 = 6.000 kg.

Maior severidade de brusone foliar foi observada na áreasem sílica (testemunha) que diferiu estatisticamente do T5 queproporcionou menor severidade da brusone nas folhas. O aumentona dose de silício não afetou a incidência da brusone nas panículas.Com relação à mancha-dos-grãos, não foram detectadas diferençasestatísticas quanto à incidência e severidade com as diferentesdoses de silício. Maiores níveis de produtividade foram verificadoscom a aplicação de doses a partir de 4.000 kg de silicato de cálcio ha-1.

11. SOLUBILIDADE DE MICRONUTRIENTES CONTIDOS EMFORMULAÇÕES DE FERTILIZANTES, EM EXTRATORESQUÍMICOS

ALCARDE, J.C.; F. VALE, F. Revista Brasileira de Ciência doSolo, v.27, n.2, p.363-372, 2003. (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-06832003000200016&lng=en&nrm=iso&tlng=pt)

A legislação brasileira adota o teor total para a garantia dosmicronutrientes em fertilizantes. Isso permite a utilização de sub-produtos de várias origens, baratos, mas que nem sempre apre-sentam os micronutrientes em formas disponíveis às plantas.Estudou-se a solubilidade dos micronutrientes em formulações defertilizantes, utilizando os extratores água e soluções de ácido cítrico20 g L-1 e citrato neutro de amônio (1 + 9), já usados na avaliação dematérias-primas.

Os resultados foram semelhantes, tanto na avaliação dasformulações como de matérias-primas, isto é, a solução de ácidocítrico a 20 g L-1 possibilita avaliar, com mais segurança, o conteúdode micronutrientes em formulações de fertilizantes, representandouma alternativa para o teor total, que não é um critério adequado, doponto de vista agronômico, para avaliar os micronutrientes contidosem fertilizantes.

Conclusões:� Os micronutrientes B, Zn, Fe, Cu e Mn, contidos em

formulações de fertilizantes, solubilizaram-se diferentemente nosextratores água, solução de ácido cítrico a 20 g L-1 e solução decitrato neutro de amônio (1 + 9).

� Tendo em vista resultados já obtidos com matérias-primasdesses micronutrientes, em relação à sua disponibilidade nasplantas, a solução de ácido cítrico mostra-se com possibilidade deavaliar, com mais segurança, o conteúdo de micronutrientes tambémnas formulações de fertilizantes.

� O teor total, como adotado pela legislação brasileira, não éum critério adequado do ponto de vista agronômico.

10. ALTERNATIVAS PARA O ARRANJO DE PLANTAS NACULTURA DO MILHO

RESENDE, S.G.; VON PINHO, R.G.; BRITO, A.H. In: CongressoNacional de Milho e Sorgo, 24., Florianópolis, 2002. Resumos...ABMS/EMBRAPA/EPAGRI, 2002. p.187.

Atualmente, a redução no espaçamento entre linhas e oaumento da densidade de semeadura é uma realidade na cultura domilho. Existe uma escassez de resultados de pesquisa no Brasilsobre este assunto. No mês de novembro de 2000 foram instaladosna UFLA, em Lavras, MG, três experimentos em áreas contíguas,utilizando-se, respectivamente, os espaçamentos entre linhas de0,45 m, 0,70 m e 0,90 m. Em cada experimento foram avaliados 10cultivares e três densidades de semeadura (55, 70 e 90 mil plantasha-1) utilizando o delineamento de blocos casualizados em esquemafatorial 10 x 3, com três repetições. Realizou-se uma análise conjuntaenvolvendo os três experimentos.

Constatou-se diferenças significativas entre espaçamentos,cultivares e interações cultivares x espaçamentos e cultivares x den-sidade x espaçamento. O espaçamento de 0,70 m proporcionou umaprodutividade de 9.846 kg ha-1, 17% superior ao espaçamento de 0,90m e 33% ao de 0,45 m. No espaçamento de 0,45 m a cultivar AG-8080foi a mais produtiva, com 8.385 kg ha-1. A cultivar AG-1051 foi odestaque no espaçamento de 0,70 m com uma produtividade de 10.890kg ha-1. A cultivar Tork produziu 9.470 kg ha-1, destacando-se noespaçamento de 0,90 m. Independentemente do espaçamentoconsiderado, a densidade de 70 mil plantas ha-1 foi a que propor-cionou a maior produção de grãos.

9. ROW WIDTH AND PLANT DENSITY EFFECTS ON CORNGRAIN PRODUCTION IN THE NORTHERN CORN BELT

WIDDICOMBE, W.D. & THELEN, K.D. Agronomy Journal, v.94,n.5, p.1020-1023, 2002 (http://agron.scijournals. org/cgi/content/full/94/5/1020).

Continued genetic improvement in the ability of hybrid corn(Zea mays L.) to withstand high plant density stress requiresagronomists to periodically reassess optimal plant density and rowwidth. Furthermore, the optimal plant density level and row widthfor corn grain yield may vary with location, primarily latitude, in theCorn Belt.

This study was conducted to evaluate corn grain yield,harvest moisture, test weight, and stalk lodging with modern cornhybrids, as affected by row width and plant density in the northernCorn Belt. At six locations in 1998 and 1999, four hybrids differing inrelative maturity, ear type, plant height, and leaf orientation wereplanted at row widths of 76, 56, and 38 cm and five plant densitylevels ranging from 56,000 to 90,000 plants ha-1. Plots were arrangedrandomly in a split-split plot configuration.

Results show that corn grain yield increased 2 and 4%and harvest moisture decreased by a factor of 2.1% when rowwidth was narrowed from 76 cm to 56 cm and 38 cm, respectively.The highest plant density evaluated, 90,000 plants ha-1, had thehighest grain yield.

Grain moisture decreased and grain test weight increasesslightly as plant density increased. A hybrid x row width interactionwas not observed indicating that hybrids that yield well inconventional 76-cm row systems will also yield well in narrowrow systems.

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16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003

PAINEL AGRONÔMICO

SORGO AVANÇA 73% EM TRÊS ANOS

Preços atingem hoje 90% do valor do milho; historicamentea relação é de no máximo 75%. A área cultivada com o grão cresceu73% nos últimos três anos, ampliou-se o mercado de exportação e opreço da saca, que historicamente equivale a 75% do preço do milho,hoje é cotada a uma média de 90%.

�Este é um momento histórico. O Brasil, que há alguns anosnem milho exportava, agora está exportando até sorgo�, diz PauloCau, gerente de negócios Milho e Sorgo da fabricante de sementesAgroceres. Embora não seja uma alternativa de inverno tão popularcomo o milho e o trigo, o sorgo vem conquistando agricultores pelobaixo custo de produção, pela perspectiva de crescimento demercado e pelos preços elevados praticados nos últimos dois anos.

Em Cristalina, no interior de Goiás, a área cultivada nesteano, de 5 mil hectares, é 70% maior que a semeada no ano passado.�Aqui, quem plantou sorgo não tem do que reclamar. Os preçospraticados são os melhores dos últimos 10 anos�, diz William Molena,engenheiro agrônomo da Cooperativa Agropecuária do Cerrado(Coacer). No Mato Grosso, a saca de 60 quilos do sorgo está cotadaa R$ 11,50, ou o correspondente a 88% do preço do milho. EmParanaguá (PR), o sorgo vale 93% do preço do milho, ou R$ 18.Historicamente, o sorgo é cotado por uma média de 70% a 80% dopreço do milho. �Com o mercado aquecido neste ano, o sorgo estáandando pelas próprias pernas�, afirma Cau.

Além do preço, outro grande incentivador do plantio dosorgo é a soja. Enquanto o milho de safrinha é plantado sobre áreasde cultivo da soja precoce, o sorgo cresce nas áreas da soja de ciclomédio e longo. �O milho tem que ser plantado logo após a colheitada soja precoce e até o dia 20 de março. Do contrário, ele corre orisco de enfrentar uma seca na fase de enchimento de grãos�, afirmaCau. As estimativas são de que a variedade precoce represente 30%da oferta nacional de sementes de soja. Já o sorgo tem mais tolerânciaà falta de chuvas, característica do inverno. Por isso, pode serplantado até abril sem que isso seja uma ameaça. �Outro atrativo dosorgo é que seu custo de produção é muito menor que o do milho,tornando-se uma segunda safra de baixo custo�, diz Molena. Ocusto médio de produção do sorgo é de R$ 550 o hectare, enquantoo do milho é de R$ 1,2 mil o hectare. (http://www.avisite.com.br/clipping/maisclipping.asp?CodNoticia=2871&Mes=9&Ano=2003).

MILHO: POUCAS CHANCES DE PLANTIO

Lembrando que é chegada a hora de o produtor decidir peloplantio de verão, optando por milho ou soja, o jornalista MauroZafalon, da Folha de São Paulo, revela também que o milho é, quaseinvariavelmente, a segunda opção. Para exemplificar, faz um relatodos cálculos efetuados por um cerealista, demonstrando que a sojapropicia ganhos bem maiores que o milho (quadro abaixo).

Isso considerado, acaba-se concluindo que, independentedas condições de mercado do milho, apenas um motivo garante oseu cultivo na safra de verão: a necessidade de rotatividade com acultura da soja. Não fosse isso, a primeira safra praticamente desapa-receria e o país permaneceria na estrita dependência da safrinha.

Levando em conta a total dependência da avicultura e dasuinocultura ao milho e, ainda, a importância desses dois segmentospara o país � quer no abastecimento interno, quer na geração dedivisas � fica a questão: podem dois setores dessa magnitude ficarpor conta, apenas, da necessidade de rotação de culturas e da(sempre imponderável) safrinha? (http://www.avisite.com.br/noticias/maisnotss.asp?CodCategoria=&CodNoticia=3415&Mes=9&Ano=2003)

CANA AVANÇA SOBRE ÁREAS DELARANJA E PASTAGENS

O cultivo de cana-de-açúcar em São Paulo avança em áreasantes ocupadas por laranja e pastagens. As boas taxas de retorno eos investimentos iniciais mais baixos estimulam os produtores atrocar áreas de boi e citros pela cana.

Nos últimos cinco anos, a área de cultivo da cana cresceu8,5% no Estado. No período, os pomares de laranja recuaram 2,4%e a ocupação de pastagens caiu 1,7%.

O capital inicial necessário para a formação de um hectarede cana-de-açúcar é 73% inferior aos custos iniciais da laranja e36% menores que o volume de recursos usados pelos pecuaristas,segundo a empresa Agricampus, de Piracicaba (SP). Já a taxa médiade retorno da cana se situa em 7,3%, enquanto a da laranja é de6,0% e a do boi, 3,2% (http://www.gazeta.com.br/pt/Jornal/noticia.aspx?CodNoticia=1993242&NomeEditoria=Primeira%20Página).

CONTROLE BIOLÓGICO DE NEMATÓIDES

Para diminuir as perdas das lavouras de café e para reduzir aníveis mínimos os danos causados ao ambiente, com a utilização deprodutos químicos, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia,instituição participante do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desen-volvimento do Café, coordenado pela Embrapa Café, desenvolveu ocontrole biológico dos nematóides das galhas (Meloidogyne spp).Os nematóides chegam a causar prejuízos estimados na ordem deUS$ 100 milhões nas lavouras de café e em outras culturas tropicaiseconomicamente importantes, como soja, feijão e hortaliças, além defruteiras. A bactéria Pasteuria penetrans impede a fêmea do nematói-de de produzir ovos e as larvas de se instalarem nas raízes, onde apraga age matando as plantas. O controle consiste em aplicar a bacté-ria, produzida em pó, nas mudas de café que depois serão plantadasem áreas contaminadas pelo nematóide (A Granja, n.655, julho/2003).

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003 17

OUTRAS CIÊNCIAS

TECNOLOGIA DEALIMENTOS

www.ital.org.br

Site do Instituto de Tecnologia deAlimentos � instituição de pesquisa,desenvolvimento e assistência tecno-lógica da Secretaria de Agricultura eAbastecimento do Governo do Esta-do de São Paulo.

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JORNAL DA CIÊNCIA

www.sbpcnet.org.br

Órgão da Sociedade Brasileirapara o Progresso da Ciência.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

www.prossiga.com.br

Site da MCT/CNPq/IBICT com oobjetivo de promover a criação e o uso deserviços de informação na Internet volta-dos para as áreas prioritárias do Ministérioda Ciência e Tecnologia, assim como esti-mular o uso de veículos eletrônicos decomunicação pelas comunidades dessasáreas.

REFORMA AGRÁRIA

www.incra.gov.br

Site do Instituto Nacional de Coloniza-ção e Reforma Agrária.

CTNBIO

www.ctnbio.com.br

Site da Comissão Técnica Nacional deBiossegurança, órgão responsável pela ins-trução da produção � e também da comer-cialização � dos OGMs (Organismos Gene-ticamente Modificados), quando esta forliberada no Brasil.

FAPESP

www.fapesp.br

Site da Fundação de Amparo à Pesquisado Estado de São Paulo.

EMBRAPA RECURSOSGENÉTICOS E BIOTECNOLOGIA

www.cenargen.embrapa.br

Disponibiliza informações básicas sobrea instituição e projetos desenvolvidos emtrês áreas temáticas � recursos genéticos,biotecnologia e controle biológico. Estãodescritos também os principais produtos eserviços oferecidos pela empresa.

AGRICULTURA COM RADIO

www.agriculture.com

Informações sobre agricultura nos EUAe Canadá com serviço de rádio especializadoem notícias agrícolas. ALMANAQUE

www.almanac.com

Informações sobre agriculturaamericana.

COFFEE BUSINESS

www.coffeebusiness.com.br

Um jornal a serviço do cafeicultor.

CACAU ON LINE

www.ceplac.gov.br

Site da Comissão Executiva do Plano daLavoura Cacaueira-CEPAC.

PESQUISA ECONÔMICA

www.ipea.gov.br

Site do Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada � IPEA � fundaçãopública subordinada ao Ministério doPlanejamento, Orçamento e Gestão.

AGROPECUÁRIA

www.agricultura.gov.br

Site do Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento.

Visitem nosso website: www.potafos.orgTemos informações sobre o consumo de fertilizantes no Brasil, pesquisas e

publicações recentes, DRIS para várias culturas, links importantes, e muito mais...

WWW ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Sites Agrícolas

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18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003

7. 4th INTERNATIONAL CROP SCIENCE CONGRESS (4ICSC)� New directions for a diverse planet

Local: Brisbane Convention & Exhibition Centre, Queensland,Austrália

Data: 26/SETEMBRO a 01/OUTUBRO/2004Informações: Telefone: +61 7 3858 5554

Fax: +61 7 3858 5510Website: www.cropscience2004.comE-mail: [email protected]

CURSOS, SIMPÓSIOS E OUTROS EVENTOS

6. XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLAN-TAS DANINHAS

Local: Hotel Fazenda Fonte Colina Verde, São Pedro, SPData: 24 a 28/MAIO/2004Informações: Dr. Marcus Matallo

Presidente da Comissão OrganizadoraTelefone: (19) 3251-0328Website: www.sbcpd.orgE-mail: [email protected]

1. XIII CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAÇÃO E DRENA-GEM � CONIRD

Local: Juazeiro, BahiaData: 26 a 31/OUTUBRO/2003Informações: Telefone: (31) 3891-3204 ramal 606 ou 143

Website: www.funarbe.org.br/abid.conirdE-mail: [email protected]

4. SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE A QUALIDADE DOCAFÉ

Local: Auditório Otávio Tisselli Filho, Av. Barão de Itapura, 1481,Campinas, SP

Data: 02 a 04/DEZEMBRO/2003Informações: Telefone: (19) 3241.5188 ramal 370

Website: www.iac.sp.gov.br

3. I CONGRESSO BRASILEIRO DE FERTIRRIGAÇÃO �I CONBRAFERTI

Local: João Pessoa, PAData: 10 a 14/NOVEMBRO/2003Informações: Secretaria do Congresso

Telefone: (83) 362-2300 ramal 233Fax: (83) 362-2359E-mail: [email protected]

EVENTOS DA POTAFOS EM 2004 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

SIMPÓSIO SOBRE SISTEMA AGRÍCOLASUSTENTÁVEL COM COLHEITAECONÔMICA MÁXIMA (SASCEM)

Data: 30/JUNHO a 02/JULHO/2004

SIMPÓSIO SOBRE POTÁSSIO NAAGRICULTURA BRASILEIRA

Data: 22 a 24/SETEMBRO/2004

Inscrições e informações: POTAFOSTelefone (19) 3433-3254 / 3422-9812

E-mail: [email protected]: www.potafos.org

2. 1o CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM CIÊNCIASAGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E AMBIENTAIS - CICAM

Local: Instituto Biológico, São Paulo, SPData: 03 a 07/NOVEMBRO/2003Informações: Telefone: (11) 5087-1751

Website: http://www.biologico.sp.gov.brE-mail: [email protected]

OUTROS EVENTOS ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

5. VII CONFERÊNCIA MUNDIAL DE PESQUISA DE SOJA

IV CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE PROCESSAMENTOE UTILIZAÇÃO DE SOJA

III CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA

Local: Foz do Iguaçu, ParanáData: 29/FEVEREIRO a 05/MARÇO/2004Informações: Telefone: 55 (43) 3371-6336

Website: www.cnpso.embrapa.br/soyE-mail: [email protected]

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INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003 19

PUBLICAÇÕES RECENTES

4. MANEJO DE SEMENTES DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Conteúdo: Reúne informações sobre coleta, beneficiamento earmazenamento de sementes florestais nativas e exó-ticas. Aborda, em capítulo específico, aspectos as-sociados à dormência. Disponibiliza, ainda, tecno-logia para o manejo de sementes de espécies flores-tais arbóreas, para reflorestamentos com fins ambien-tais e para produção de madeira.

Número de páginas: 76Formato: 21 x 15 cmPreço: R$ 6,00Editor: EMBRAPA Florestas

Caixa Postal 31983.411-000 Colombo-PRFone: (41) 666-1313Fax: (41) 666-1863Website: www.cnpf.embrapa.bre-mail: [email protected]

2. IMPORTÂNCIA E FUNÇÃO DOS FERTILIZANTES NUMAAGRICULTURA SUSTENTÁVEL E COMPETITIVA(CETEM. Série Estudos e Documentos, 53)

Autores: Francisco E. L.-Loureiro & Marisa Nascimento, 2003.Conteúdo: Importância e função dos fertilizantes numa agricultu-

ra sustentável; produção e consumo de fertilizantes;agricultura e demanda de fertilizantes no Brasil.

Editor: Centro de Tecnologia Mineral � CETEM/MCTAvenida Ipê, 90021941-590 Rio de Janeiro-RJTelefone: (21) 3865-7222Website: www.cetem.gov.brE-mail: [email protected]

3. COMPACTAÇÃO E DESCOMPACTAÇÃO DE SOLOS

Autores: Rainoldo A. Kochhann, José E. Denardin, AntoninhoL. Berton; 2000.

Conteúdo: A publicação mostra o que é compactação, e como equando é preciso adotar práticas de descompactaçãode solos.

Número de páginas: 20Editora: EMBRAPA Livraria Virtual

Telefone: (61) 448-4236Fax: (61) 340-2753Website: http://www.sct.embrapa.br/LiVE-mail: [email protected]

BOLETINS TÉCNICOS, LIVROS, CD�s, INFORMAÇÕES AGRONÔMICASE ARQUIVOS DO AGRÔNOMO PODEM SER COMPRADOS

ATRAVÉS DO SITE DA POTAFOS:

www.potafos.org

PUBLICAÇÕES DA POTAFOS

5. ASPECTOS DO CULTIVO DA MANDIOCA EM MATOGROSSO DO SUL

Editores: Otsubo, A.A.; Mercante, F.M.; Martins, C. de S.; 2002.Conteúdo: Perspectivas e potencialidades de mercados para os

derivados de mandioca; a cultura da mandioca emMato Grosso do Sul; plano de desenvolvimento dacadeia produtiva da mandioca (e seus agrone-gócios) � metas 2003-2006; aspectos fitotécnicosda mandioca em Mato Grosso do Sul; manejo dosolo para mandioca; práticas culturais na culturada mandioca; manejo de plantas daninhas em man-dioca; pragas na mandioca; principais doenças damandioca; produtos de mandioca e a evolução deseus mercados.

Número de páginas: 219Formato: 14 x 21 cmEditor: Embrapa Agropecuária Oeste

Caixa Postal 66179804-970 Dourados-MSTelefone: (67) 425-5122Fax: (67) 425-0811Website: www.cpao.embrapa.brE-mail: [email protected]

1. O NOVO RURAL � UMA ABORDAGEM ILUSTRADA(Volumes 1 e 2)

Autores: Mauro E. Del Grossi, José Graziano da Silva; 2002.Conteúdo: A continuidade da modernização agropecuária; a no-

vidade na modernização: a terceirização; novas ativi-dades; análise pela ocupação das pessoas; conse-qüências nas famílias; as dinâmicas geradoras donovo rural; as políticas.

Número de páginas: 102Formato: 15 x 21 cmEditor: Instituto Agronômico do Paraná

Caixa Postal 48186001-970 Londrina-PRWebsite: www.pr.gov.br/iapar

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20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 103 � SETEMBRO/2003

Ponto de Vista

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T. Yamada, diretor

AGRICULTURA DE PRECISÃO É PRECISÃOPARA A AGRICULTURA BRASILEIRA

Empresas filiadas:

� Agrium Inc. � Cargill Crop Nutrition � Hydro Agri � IMC Global Inc. � PotashCorp

� Intrepid Mining, LLC/Moab Potash � Mississippi Chemical Corporation � Simplot

T. YAMADA - Diretor, Engo Agro, Doutor em AgronomiaAssociação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato

Rua Alfredo Guedes, 1949 - Edifício Rácz Center - sala 701 - Fone/Fax: (19) 3433-3254Endereço Postal: Caixa Postal 400 - CEP 13400-970 - Piracicaba (SP) - Brasil

E-mail: [email protected] Home page: www.potafos.org

ImpressoEspecial

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CORREIOS2216/84 - DR/SPI

Participei, Julho último, da Conferência InfoAg 2003organizada por PPI, PPIC e FAR e realizada em India-napolis, IN, EUA. A audiência de mais de 400 partici-

pantes, constituída de agricultores, consultores, pesquisadores elíderes da indústria, buscava na Tecnologia de Informação respos-tas aos desafios impostos à agricultura americana pela competiçãointernacional (principalmente do Brasil), às regulamentações am-bientais governamentais e às crescentes reduções na lucratividadeda atividade rural.

Para o Prof. Jess Lowenberg-DeBoer, diretor do Site-SpecificManagement Center, Purdue University, a liderança americana naagricultura de precisão pode fortalecer a competitividade do milhoem sistemas de produção mais receptivos ao ajuste fino. Liderançaexpressa por mais de 40.000 colheitadeiras com monitor de produti-vidade (ícone da agricultura de precisão) contra 150 no Brasil e 600na Argentina, na estimativa do Prof. Lowenberg-DeBoer. Assim, em2001, cerca de 34% da área de milho e 25% da de soja já eramcolhidas com colheitadeira equipada com monitor de colheita. Dei-xou, no entanto, implícito que não há como competir com a AméricaLatina na produção da soja.

Mostrou, também, que a tecnologia de aplicação de fertili-zantes com taxa variável poderia ser particularmente importantepara o Brasil devido à maior participação do custo de fertilizantes

aqui, comparada à dos EUA ou à da Argentina. Concordo com ele.Mais ainda ao ver recentemente, e pela primeira vez, mapas defertilidade de solo da região do cerrado com amostragens feitasem grade de 5 hectares. Fiquei estarrecido com a grande variabili-dade observada dentro da gleba. Sempre imaginei que os solos decerrado fossem bastante homogêneos quanto à fertilidade, mas nãofoi este o cenário mostrado pelas análises.

A adubação corretiva de P e K, assim como a calagem emtaxa variável, permitirão padrão mais homogêneo de fertilidade dosolo na gleba, aumentando a eficiência destes insumos, pois tere-mos o efeito positivo nas áreas deficientes e evitaremos o efeitonegativo nas áreas com excesso, principalmente de calcário. Ga-nharemos ainda eficiência na operação de plantio, pois com o solocorrigido poder-se-á plantar a soja sem adubo e o milho com cercade 200 kg de adubo, principalmente o nitrogenado. Todo o restantejá estará no solo, em cima da cultura de cobertura como o milheto oua braquiária.

Agricultores líderes, como Franke Dijkstra, de Carambeí, PR,Jônadan Min Ma, de Uberaba, MG, e Andreas Peeters, em Rio Ver-de, GO, já estão implantando a adubação e calagem com taxas variá-veis nas suas propriedades. É uma tendência que deve se consa-grar, pois a Agricultura de Precisão é uma precisão na agriculturabrasileira.