Informativo do SINDIPETRO AL/SE - Nº 751 - 27/10 a 02/11...

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Informativo do SINDIPETRO AL/SE - Nº 751 - 27/10 a 02/11/2015 Sindicato Unificado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe Leia mais em: sindipetroalse.org.br facebook.com/sindipetro.alse A direção da Federação Na- cional dos Petroleiros (FNP), definiu o dia 29 de outubro como indicativo de data para o início da greve nacional dos petroleiros. A greve já foi aprovada em bases impor- tantes do Sindipetro AL/SE como Carmópolis, Tecarmo e Atalaia, no Sindipetro Lito- ral Paulista e em unidades do Sindipetro-PA/AM/MA/AP como Urucu, nas unidades operacionais e administrati- vas da Transpetro em Belém (PA), além da Sede Manaus (AM). O Sindipetro-SJC en- cerra as assembleias nesta quarta, 28, para ratificar o in- dicativo de greve. O Sindipe- tro-RJ tem realizado setoriais em algumas bases, sobretu- do nas operacionais, onde há grande adesão da categoria É possível segurar a greve só a partir das bases da FNP? A unidade nacional da categoria de fato é a saída para derrotar a venda de ativos e conquis- tar um ACT digno. A greve nas bases da FNP, que represen- tam quase 50% da força de trabalho direta da Petrobrás, é a forma de dialogar com as demais bases para elas tam- bém entrarem na luta. Não é uma tarefa fácil, porém é pos- sível e necessária. Se depender só da boa von- Após mais de um mês de mobilizações e reiterados ofícios enviados pela FNP, a diretoria da Petrobrás enfim cedeu. Apenas em virtude da iminente deflagração de greve, a companhia convo- cou reunião nesta quarta, 28. Além da Petrobrás con- troladora, estarão presentes os representantes das subsi- diárias, atendendo o pedido de mesa única, reivindicado reiteradamente pelos sindi- catos. Se a reunião for mais uma tentativa de enrolar a catego- ria, apenas servirá de com- tade das direções sindicais burocratizadas, o movimento de petroleiros não anda. Nes- sa fase decisiva da campa- nha, não dá para vacilar, as mobilizações realizadas até aqui precisam avançar. UMA GREVE NECESSÁRIA A greve dos bancários e dos Correios reforçam a li- ção: somente a luta pode for- çar a Companhia a apresen- tar uma proposta que atenda nossas reivindicações. O que está em jogo não é apenas reajuste, são nos- sos empregos, o futuro da empresa e do país. A venda de ativos está desmontan- do a companhia. Já gerou a demissão de mais de 100 mil terceirizados, a venda de quase metade da Gaspetro, a venda de 25% das ações da BR. Os próximos ativos na mira para serem entregues à iniciativa privada são as ter- melétricas. E seguem os lei- lões do pré-sal! Só na greve podemos der- rotar o Plano de Desinvesti- mento e Privatizações de Dil- ma e Bendine, conquistar um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) sem cortes de direitos e com aumento real, assim como reverter às demissões dos terceirizados. bustível para que a greve do dia 29 ganhe ainda mais for- ça e adesão. Até que tenha uma proposta que parta dos direitos atuais para os avan- ços que reivindicamos, a gre- ve do dia 29 está mantida. Na noite de sexta-feira, 30 de outubro, os sindicatos que integram a FNP irão fazer uma reunião de reavaliação da continuidade da greve. A disposição da categoria dian- te da intransigência da Petro- brás deve ser de radicalizar o movimento até que a compa- nhia apresente uma resposta. Vamos a luta companheiros! PETROBRÁS RECUA E AGENDA REUNIÃO COM FORMATO DE MESA ÚNICA POR QUE VAMOS A GREVE? Avançar na mobilização, para avançar na unidade

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Informativo do SINDIPETRO AL/SE - Nº 751 - 27/10 a 02/11/2015 Sindicato Unifi cado dos Trabalhadores Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe

Leia mais em: sindipetroalse.org.br facebook.com/sindipetro.alse

A direção da Federação Na-cional dos Petroleiros (FNP), defi niu o dia 29 de outubro como indicativo de data para o início da greve nacional dos petroleiros. A greve já foi aprovada em bases impor-tantes do Sindipetro AL/SE como Carmópolis, Tecarmo e Atalaia, no Sindipetro Lito-ral Paulista e em unidades do Sindipetro-PA/AM/MA/AP como Urucu, nas unidades operacionais e administrati-vas da Transpetro em Belém (PA), além da Sede Manaus (AM). O Sindipetro-SJC en-cerra as assembleias nesta quarta, 28, para ratifi car o in-dicativo de greve. O Sindipe-tro-RJ tem realizado setoriais em algumas bases, sobretu-do nas operacionais, onde há grande adesão da categoria

É possível segurar a greve só a partir das bases da FNP? A unidade nacional da categoria de fato é a saída para derrotar a venda de ativos e conquis-tar um ACT digno. A greve nas bases da FNP, que represen-tam quase 50% da força de trabalho direta da Petrobrás, é a forma de dialogar com as demais bases para elas tam-bém entrarem na luta. Não é uma tarefa fácil, porém é pos-sível e necessária.

Se depender só da boa von-

Após mais de um mês de mobilizações e reiterados ofícios enviados pela FNP, a diretoria da Petrobrás enfi m cedeu. Apenas em virtude da iminente defl agração de greve, a companhia convo-cou reunião nesta quarta, 28. Além da Petrobrás con-troladora, estarão presentes os representantes das subsi-diárias, atendendo o pedido de mesa única, reivindicado reiteradamente pelos sindi-catos.

Se a reunião for mais uma tentativa de enrolar a catego-ria, apenas servirá de com-

tade das direções sindicais burocratizadas, o movimento de petroleiros não anda. Nes-sa fase decisiva da campa-nha, não dá para vacilar, as mobilizações realizadas até aqui precisam avançar.

UMA GREVE NECESSÁRIAA greve dos bancários e

dos Correios reforçam a li-ção: somente a luta pode for-çar a Companhia a apresen-tar uma proposta que atenda nossas reivindicações.

O que está em jogo não é apenas reajuste, são nos-sos empregos, o futuro da empresa e do país. A venda de ativos está desmontan-do a companhia. Já gerou a demissão de mais de 100 mil terceirizados, a venda de quase metade da Gaspetro, a venda de 25% das ações da BR. Os próximos ativos na mira para serem entregues à iniciativa privada são as ter-melétricas. E seguem os lei-lões do pré-sal!

Só na greve podemos der-rotar o Plano de Desinvesti-mento e Privatizações de Dil-ma e Bendine, conquistar um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) sem cortes de direitos e com aumento real, assim como reverter às demissões dos terceirizados.

bustível para que a greve do dia 29 ganhe ainda mais for-ça e adesão. Até que tenha uma proposta que parta dos direitos atuais para os avan-ços que reivindicamos, a gre-ve do dia 29 está mantida.

Na noite de sexta-feira, 30 de outubro, os sindicatos que integram a FNP irão fazer uma reunião de reavaliação da continuidade da greve. A disposição da categoria dian-te da intransigência da Petro-brás deve ser de radicalizar o movimento até que a compa-nhia apresente uma resposta. Vamos a luta companheiros!

PETROBRÁS RECUA E AGENDA REUNIÃO COM FORMATO DE MESA ÚNICA

POR QUE VAMOS A GREVE?Avançar na mobilização, para avançar na unidade

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DIRETORIA COLEGIADA - Sergipe: Alberto Saraiva, Alealdo Hilário, Antonio D. Guedes, Arnaldo Pereira da Silva, Bruno Dantas, Clarckson Messias, Dalmar Costa Varjão Soares, Dalton Francisco dos Santos, Décio Esteves Ribeiro Barbosa, Edielson “Miudinho”, Edivaldo Leandro, Eduardo Amaro, Enilde Maria, Fernando Borges da Silva, Gildo Francisco, Gilvani Alves dos Santos, João Carlos “Lata Veia”, João de Deus, Jomar Nascimento, José Givaldo, Josiane dos Santos, Macia Leitão, Pedro Messias “Pedrão”, Robert Deyvis, Roberto Monteiro, Ronaldo Aragão, Stoessel Chagas “TOETA”, Tânia Maria, Vagner Tavares dos Santos, Vando Santos Gomes. Alagoas: Adauri Amaro “Dario”, Antônio Freitas, Antonyiel Accioly, Atacizo José, Graciene Maria, Jamison Gonçalves, Jardiran “Irmão Iran”, José de Assis Neto, Manoel Moisés “Zé do Bode”, Mário Cezar “Mario Rato”, Pedro Daniel “Pedão”, Robson Correia “Robinho”, Ronaldo de Souza, Victor Bello. CONSELHO FISCAL: Antonia Rosa, Domingos (Tico), Ivan Calasans, Marivaldo, Wilson Santos. TIRAGEM: 8.500

Aracaju-Se, Rua Siriri, 629, Centro, CEP: 49010-450. Cel: (79) 8102-7095, Tel (79) 4009-1866/ Carmópolis-SE, Rua Aristides Ferreira Leite, 40, Tel: (79) 3277-1068/ Maceió-AL, Rua do Imperador, 389, Centro, CEP: 57020-670, Tel: 82 9653-2112/3221-0735/ E-mail: [email protected]; Imprensa: Aracaju – Leonardo Maia (Jornalista e editoração eletrônica)/ Alagoas - Pedro Roberto (Jornalista).

EXPEDIENTE

Trabalhadores da Estre, empresa terceirizada da Pe-trobrás no campo terrestre de Carmópolis, defl agraram estado de greve e assembleia permanente. O sentimento é de muita revolta. Só um mo-tivo pode impedir que a greve aconteça, o medo. Na demo-cracia dos ricos, o que dita a dura vida da classe operária é a ordem da chantagem, da ameaça, da perseguição, da repressão e do cale a boca e aguente tudo calado.

Os patrões precisam que o peão se submeta, fi que ca-lado, não reaja. Os patrões precisam que os trabalhado-res fi quem com medo para continuar explorando e ex-plorar mais. Só em cima das horas extras não pagas, a Estre ganhou aproximada-mente R$ 8 milhões em um ano, roubando por mês 84 horas da vida dos trabalha-dores da sonda.

Caso a empresa desse o aumento que nós pedimos, o plano de saúde melhor que fosse, se melhorasse a ces-ta básica e pagasse a PLR de mil reais, ainda sobrariam cerca de R$ 5 milhões só de horas extras não pagas.

Se contar com o lucro, é possível que uma, duas horas de trabalho em um dia, já pa-gue o salário do trabalhador no mês. No fi nal, o salário só

dá para sobreviver. O tem-po livre mal dá para repor as energias. E assim, cada vez mais o operário vira um es-cravo dentro de uma sonda, colocando sua vida em risco.

Na assembleia, um com-panheiro vence o medo e de-sabafa. “Hoje a gente ganha um salário mínimo e passa 12 horas e 7 dias arriscando a vida. A gente ali tem que fi car atento todo o tempo e ainda acontecem os aciden-tes. Não dá mais, o cara fi ca engasgado, é humilhação, é cobrança demais e na hora de ter nossos direitos a gente não tem. Eu não engulo fi nal de contrato, nem engulo essa crise. Se a gente não brigar, a próxima empresa vai vir bo-tando mais medo ainda”.

Todos os trabalhadores têm família, tem que pagar aluguel, tem dívidas no ban-co e para ter um carro tem que fazer fi nanciamento. Por-tanto, não podemos abaixar a cabeça porque estamos em um contrato que vai acabar no mês de janeiro. Sem luta não tem emprego garantido no próximo contrato. Agora se houver greve, a gente só vai se fortalecer. E se a em-presa quiser demitir, a gen-te faz outra greve. É só todo mundo junto bater o pé e di-zer, não sai ninguém nesse, nem no próximo contrato.

GREVE NA SONDA

A gente não vai ter que lu-tar só pelo acordo coletivo, só pelo aumento salarial, só pela melhoria do plano. Isso é pouco. Nós precisamos co-meçar a pensar em nos or-ganizar para fazer luta pela garantia do emprego.

Existe uma intenção dos governos de retirar o empre-go. Eles querem demitir, para colocar em marcha a privati-zação. Isso é obra do PT e de todos os demais partidos que só governam para a bur-guesia, PMDB, PSDB, DEM, que estão nos governos, nas câmaras e nas prefeituras.

Eles querem rebaixar o va-

lor da Petrobrás, para fatiar ela e entregar para qualquer empresa estrangeira ou na-cional, a exemplo da Estre, que só se preocupa com o lu-cro. Isso vai melhorar a vida dos trabalhadores? Claro que não. Vai aumentar o nível de exploração.

Então os trabalhadores vão ter que lutar. Não temos ou-tra saída. Estamos chamando a comunidade para se envol-ver em uma campanha para defender os empregos e não vamos deixar a Petrobrás ser vendida. Vamos unir homens e mulheres da classe traba-lhadora para fazer essa luta.

Alan Barbosa, 20 anos, morreu na noite deste domin-go, 25, quando trabalhava na sonda PGN-2, em um campo de produção terrestre no Rio Grande do Norte. A sonda per-tence à empresa Pangeia, que presta serviços para a Sonan-gol Starfi sh. A empresa ope-radora do campo, controlada pela petrolífera angolana, não permitiu o acesso do sindicato ao local do acidente. Somen-te este ano, outros 16 petro-leiros morreram em acidentes ocorridos em unidades da Pe-trobrás. Das vítimas, 14 eram terceirizados.

O Sindipetro AL/SE se soli-

PRIVATIZAÇÃO É DEMISSÃO E REDUÇÃO DE CONTRATO

PLATAFORMISTA MORRE EM ACIDENTE

“Eu não engulo fi nal de contrato, nem engulo essa crise”

dariza com os familiares ami-gos e colegas de trabalho de Alan. A luta por segurança segue sendo uma de nossas prioridades na defesa de uma Petrobrás 100% estatal, em memória de todos os compa-nheiros que perderam a vida pela ganância dos patrões.

ATENDIMENTO AOS ANISTIADOS

com Aderson Bussinger (advogado que acompanha os processos de anistia)

Dias: 29 e 30 de outubroHora: das 15h as 17h