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TEMA: SEGURANÇA DO ALIl\lENTO E SUSTENTA13ILIDADE:!VIEDIDAS DE AFERIÇAo DA CONFOR1VIlDADE

EM PROCESSOS ACROPECoidUOS

11Conferência Internacional sobre Rastreabilidade de Produtos AgropecuáriosVisite: http://conferencia. agricultu ra.gov. br

Conferência Internacional sobre Rastreabil idade de Produtos Agropecuários(2. Brasília 2006).Anais da 2" Conferência Internacional sobre Raslreabilidade de Produtos

Agropecuários Brasília[fvlinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento], 2006.

296 p. il.

("Tema: Segurança do alimento e sllstenlabiJidade: Medidas de aferição daconform idade em processos agropecuários").

I Alimento-Rastreabilidade. 2. Conferência. 3. Segurança alimentar. 4.Sustentabi Iidade. 5. Desenvol vimento Agropecuário e CooperativislllO.I. Tapias, Bivanilda Almeida. 11.Título.

Projeto Gráfico e Diagramação: Farol Comunicação Integrada (61) 3366-1327Revisão: Gabriela CamposImpressão e Acabamento: Scala Gráfica e Editora (62) 3271-1822

CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA PARA A RASTREABILlDADEVEGETAL NO BRASIL

MARIA REGINA VILARINHO DE OLIVEIRA (1)

M. F. BATISTAM. MICHEREFF FILHOL. A. N. de SÁ (2)

P. R. V. P. da SILVA (3)

As atividades relacionadas à cadeia alimentarno agronegócio mudaram dramaticamentenas últimas décadas. Os aumentos da popula-ção e do consumo em termos mundiais foramas razões encontradas para isso. Como con-seqüência, o comércio internacional vem con-tribuindo para a introdução de organismosnocivos em novos habitats. Muitas dessasintroduções podem causar danos a culturasimportantes e mesmo enfermidades ou morteem seres humanos. De forma a proteger ocomércio e as pessoas, organizações interna-cionais estão elaborando normas para harmo-ni;;;ar informações bioecológicas. Entre essasinformações, estão os sistemas de garantia dequalidade e rastreabilidade, protegendo acadeia alimentar "antes da poeteira até a mesado consumidor". As demandas de pesquisa einovação tecnológica em fitossanidade tam-bém estão aumentando. A Empresa Brasileirade Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é umadas organizações governamentais responsá-veis pela pesquisa em sanidade vegetal e, porisso, está em desenvolvimento o Projeto emRede de Sanidade Vegetal. As culturas priori-tárias de estudos no projeto foram as frutíferase plantas ornamentais. Foram consideradasas seguintes pragas: Maconellicoccus hirsu-

tus, Erwinia amylovora, Bunchy top virus,Bemisia tabaci, Bactrocera carambolae,Meloidogyne spp, Aleurocanthus woglumi,Phy/locnistis citre/la, Mycosphaere/la fijiensis,Cydia pomone/la, Ceratitis capitata, Anastre-pha spp., Amrineus cocofolius, Aceria guerre-ronis, Co/letotrichum gloesporioides, Papayaringspot virus, Sirex noctilio e Cinara spp.Embora os resultados parciais obtidos noprojeto de Rede de Sanidade Vegetal sejamsatisfatórios, muitos outros projetos emassociação com os parâmetros de educaçãoem sanidade vegetal deverão ser desenvolvi-dos para atender essas novas demandas dasociedade moderna.

Palavras-chave: Sanidade vegetal, ras-treabilidade, agronegócio

Os desafios do século XXI serão enormespara a agricultura mundial. Tópicos como acompetitividade dos produtos gerados, a redu-ção dos custos de plantio, armazenamento etransporte, o aumento da qualidade de produ-tos e serviços, a harmonização de normas eprocedimentos fitossanitários, incluindo a ras-treabilidade, a diminuição das barreiras técni-

Pesquisadora. Núcleo Temático de Segurança Biológica-Laboratório de Quarentena Vegetal. EMBRAPAlCENARGEN.Parque Estação Biológica, PqEB, Final, Av. W5 Norte, Caixa Postal 02372, CEP 70.849-970, Brasília, DF, Brasil.Fone: (61) 3448-4630. [email protected]

2 Embrapa Meio Ambiente, Caixa Postal 69, CEP 13820-000, Jaguariúna, SP, Brasil.3 Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970, Passo Fundo, RS, Brasil.

cas e o desenvolvimento da educação, ciên-cia, inovação e tecnologia constituem, ape-nas, algumas das atribuições a serem adota-das com mais critérios pela sociedade atual.

Associado a esses desafios, o planeta Ter-ra apresenta a perspectiva de ter, até o finaldesse século, 12 bilhões de habitantes,com um aumento da expectativa e padrãode qualidade de vida de cada um deles. Asociedade atual aceita cada vez menos amiséria e a fome que assolam, atualmente,muitos dos países. De acordo com a Orga-nização das Nações Unidas para Alimenta-ção e Agricultura (FAO), existem, aproxima-damente, 800.000.000 de pessoas miserá-veis no mundo'.

De acordo com BORLAUG (2003), no anode 2000 a produção total de alimentos detodos os tipos atingiu 5,2 bilhões de tonela-das, represêntando 2,7 bilhões de matériaorgânica seca. Desse total, 99% foram pro-duzidos na superfície da Terra e somente1% nos oceanos e águas doces. Produtosderivados de vegetais representaram 92%da dieta humana, com 30 culturas forne-cendo a maioria das demandas mundiaisde calorias e proteínas. Isso inclui oitoespécies de cereais, que contribuem em70% do suprimento mundial de alimentos,entre eles trigo, milho, arroz, cevada, sorgoetc. Os produtos animais constituíram 7%das dietas mundiais.

Com o aumento do número de habitantes ea demanda para maior volume de alimentos,as áreas agriculturáveis estão diminuindo.

Em dados fornecidos pela FAO1, em 1970 aagricultura utilizou 0,50 hectares cultivadospor pessoa; em 2005, utilizou 0,30 e, em2035, a expectativa será de 0,15 hectares.Nos dias atuais, cerca de 300 espécies deplantas são utilizadas para a nutrição nomundo e dessas, apenas 15 representam90% de toda a alimentação humana.

A produção intensiva de alimentos e asmudanças nos padrões de produção dosalimentos in natura e industrializados vêmcausando um grande impacto e forte pres-são para as cadeias produtivas agrícolas,tornando-se um dos grandes desafios aserem vencidos em curto e médio prazo.Fatores como a emergência de novas tec-nologias, a diminuição do período de pro-dução no campo, a presença de contami-nantes durante o processamento e a indus-trialização dos produtos agrícolas, relacio-nados ao tempo e ao modo de preparo, aoshábitos da sociedade atual em consumiralimentos preparados por terceiros, entrevários outros, yêm favorecendo essesimpactos e mudanças.

Esses e outros rumos da economia interna-cional em relação ao comércio levaram aestruturação do Acordo Geral de Tarifas eComércio (GATT). Durante as negociaçõesda Rodada do Uruguai, entre 1986 e 1994,foi criada a Organização Mundial doComércio (QMC), estabelecida em Gene-bra, Suíça, a partir de 1º de janeiro de1995. Atualmente, 148 países são mem-bros da OMC, incluindo o Brasil, que ratifi-cou sua posição por meio do Projeto de Leinº 030, de 16 de dezembro de 1994 e Pro-jeto de Lei nº 1.355, de 30 de dezembro de1994 (COLSERA, 1998).

A OMC tem o encargo de administrar duascategorias de Acordos: os Acordos Multila-terais e os Plurilaterais. Entre esses, doissão extremamente importantes para a agri-cultura mundial: o Acordo sobre a Agricultu-ra e o Acordo sobre a Aplicação de MedidasSanitárias e Fitossanitárias (Acordo SPS).Entre as atribuições do Acordo SPS, estácitado que nenhum membro deverá serimpedido de adotar ou executar medidasnecessárias para· proteger a vida e a saúdehumana, animal e vegetal, desde que asexigências não sejam utilizadas como meio

de discriminação arbitrária ou injustificávelentre os membros que possuem as mes-mas condições, ou de restrição disfarçadaao comércio internacional.

Entre os 14 artigos que colaboram para oentendimento das questões sanitárias efitossanitárias do comércio agrícola interna-cional, o Artigo 5 especifica as questões daavaliação do risco e determinação do níveladequado de proteção sanitária ou fitossa-nitária: prova científica disponível; proces-sos pertinentes e métodos de produção,inspeção, amostragem, detecção, etc, pre-valência de pragas e doenças específicas;existência de áreas livres de pragas; condi-ções ecológicas e ambientais pertinentes;tratamentos quarentenários, etc.; prejuízopotencial em termos de perda de produçãopela entrada, estabelecimento ou dispersãode uma praga; os custos de controle e erradi-cação no território do Membro importador eo relativo custo/benefício de abordagensalternativas para limitar os riscos; algunscasos de adoção de medidas provisórias;disputa internacional.

Inseridos no contexto do Acordo SPS e doAcordo Técnico de Barreiras ao Comércio(TBT) também estão as normas internacio-nais para alimentos para os países envolvi-dos com o comércio de pro'dutos agrícolas.A FAO, em conjunto com a OrganizaçãoMundial de Saúde (OMS), preparou a "Nor-ma para o fortalecimento nacional dos siste-mas de controle alimentar" de modo a daroportunidade para os países em desenvolvi-mento de melhorar seus sistemas de contro-les alimentares, com foco na proteção dosconsumidores, na segurança alimentar, e defacilitar o comércio entre países. Os siste-mas de controle alimentar, ou rastreamentode produtos, ou rastreabilidade são defini-dos pelo Codex Alimentarius como "a habili-dade de acompanhar a movimentação de

um alimento no âmbito de seus estágios deprodução, processamento e distribuiçã05".

Nesse novo paradigma global, para a con-quista e manutenção de novos mercados, osgovernos devem estar abertos e participa-rem cada vez mais ativamente dos fórunsinternacionais analisando as normas e regu-lamentos que estão sendo elaborados esugeridos para disciplinar tais mercados,bem como buscar o aperfeiçoamento edesenvolvimento de tecnologias que melho-rem as condições sanitárias dos produtosagrícolas e pecuários (SILVA, 2004). Paraque isso seja cumprido, a efetividade e osucesso dos sistemas de proteção de plan-tas devem-se basear na integração entre osconhecimentos científicos, administrativos elegislativos. Qualquer falha em uma dessasetapas poderá acarretar danos irreparáveispara o país, podendo deixar vulneráveis asua segurança e soberania. O sucesso, por-tanto, de um "Sistema de Inteligência Fitos-sanitária e Quarentenária" baseia-se na inte-gração de conhecimentos multidisciplinarese na inovação tecnológica.

A proteção vegetal, em termos mundiais,também está sob a égide da ConvençãoInternacional de Proteção Vegetal (CIPV),que iniciou suas atividades em 1952, revi-sando todos os acordos internacionais exis-tentes de proteção de plantas. Sua principalatribuição é a de assegurar que açõescomuns e efetivas sejam tomadas para pre-venir a dispersão e introdução de pragas deplantas e de produtos de plantas, e parapromover medidas apropriadas para o con-trole dessas pragas. Em 1989, o GATT, naRodada do Uruguai, propôs a CIPV ser aorganização coordenadora de normas doAcordo SPS. Em atendimento a essademanda, em 1992, foi estabelecido oSecretariado da CIPV, dando-se início aosprogramas de elaboração das normas e, em

5 Consulta eletrônica: http://www.fao.org/ag/agn/food/controUrace_en.stm, realizada em 6 de abril de 2006.6 Consulta eletrônica: http://www.fao.org, realizada em 26 de janeiro de 2006.

1993, foi aprovada a 1ª Norma Internacionalde Medida Fitossanitária - NIMF.

Até o momento, 24 Nimfs já foram publi-cadas, e entre os assuntos alvos daCIPV6, estão: princípios de quarentenavegetal (NIMF 1), diretrizes para a análisede risco de pragas (NIMF 2 e 11), importa-ção e liberação de agentes de controle biológi-co (NIMF 3), estabelecimento de áreas livresde pragas (NIMF 4), glossário de termos fitos-sanitários (NIMF 5), vigilância (amostragem,monitoramento, inspeção) (NIMF 6), certifica-ção para exportação (NIMF 7), posição deuma praga em uma área (NIMF 8), programasde erradicação de praga (NIMF 9), estabeleci-mento de locais e de lugares de produçãolivres de praga (NIMF 10), certificados fitossa-nitários (NIMF 12), notificação de não-cumpri-mento e ação de emergência (NIMF 13), siste-ma approach (NIMF 14), regulamentação demateriais de embalagens de madeira (NIMF15), pragas não-quarentenárias regulamenta-das: conceito e aplicação (NIMF 16), Relatode praga (NIMF 16), irradiação como medidafitossanitária (NIMF 18), diretrizes para a regu-lamentação da lista de pragas (NIMF 19),regulamentação do sistema fitossanitário deimportação (NIMF 20), análise de risco depragas não-quarentenárias regulamentadas(NIMF 21), estabelecimento d~ áreas de bai-xa prevalência de pragas (NIMF 22), inspe-ção (NIMF 20), determinação e reconheci-mento das medidas fitossanitárias (NIMF 24).Outras NIMFs a serem editadas estão sobconsulta pública nos países membros da FAO.

Inseridas nessas normas e para assegurarque os sistemas de controle alimentar ousistemas de garantia de qualidade imple-mentem a rastreabilidade junto às cadeiasagrícolas produtivas, é importante levar emconsideração as NIMFs de número 3, 5, 6,8, 9, 1O, 14, 15, 16, 17 e 22.

No contexto acima relatado, as questõesfitossanitárias constituem, no momentoatual, um dos principais fatores que podemcolocar em risco a troca de mercadorias

agropecuanas em âmbito internacional.Ações fitossanitárias sobre sistema integra-do de produção e de pragas, áreas livres,rastreabilidade, monitoramento e dispersãosão algumas abordagens utilizadas paraobtenção de produtos de qualidade, tendocomo foco esse novo patamar agrícola, queé produção + produtividade + sustentabili-dade + qualidade.

No agronegócio, a importância de se ade-quar pesquisas técnico-científicas com focono rastreamento e controle de pragas den-tro de uma cadeia produtiva, permite aopaís fazer os ajustes necessários paratomada de ações e medidas fitossanitárias,levando em consideração o perigo e o ris-co. Isso fornece um histórico útil e atual deinformações para a operacionalização dossistemas fitossanitários. Informações acu-radas sobre as pragas facilitam as justifica-tivas de medidas técnicas, cooperandopara minimizar interferências injustificadasdurante as transações comerciais. Todosos países necessitam de relatos sobre asituação de ocorrência de pragas em seussistemas produtivos para esses fins. Açõesfitossanitárias tomadas pelos países impor-tadores devem ser baseadas em relatóriosconsiderando o risco, além de serem tecni-camente justificadas.

O país tem a obrigação de assegurar queinstituições, como a Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária (Embrapa), desen-volvam e validem novas tecnologias para aimplementação de um sistema inteligentede defesa agropecuária, de forma contínuae progressiva. A pesquisa científica tem umpapel fundamental na busca, inovação eimplementação de diferentes tecnologiasque devem ser desenvolvidas ou otimiza-das para fornecer instrumentos rápidos eeficientes no rastreamento, identificação ediagnose de pragas potenciais de impactoeconômico, ambiental e social.

O projeto em Rede de Pesquisa em Sani-dade Vegetal- análise e mitigação dos ris-

cos na importação e exportação de produ-tos agrícolas- , de coordenação da Embra-pa, foi então elaborado com os seguintesobjetivos: 1) melhorar a qualidade eaumentar a competitividade dos produtosagrícolas brasileiros destinados à exporta-ção; 2) diminuir os riscos fitossanitários daintrodução e estabelecimento de pragasexóticas pela análise de risco de pragas eotimização de testes moleculares avança-dos para identificação e diagnose de pra-gas; 3) desenhar um modelo organizacio-nal fitossanitário em rede de pesquisa deauxílio ao mercado agrícola brasileirobaseado em investigações científicas.

Para obtenção dos objetivos propostos, osmodelos fitossanitários que estão sendocriados vão contribuir para a identificaçãode espécies interceptadas pelo sistema dedefesa nos pontos de entrada do país,incluindo origem, espécie botânica oumaterial hospedeiro da praga, principal-mente as pragas quarentenárias A 17 para oBrasil; sistema de bancos de dados; ras-treabilidade, incluindo o monitoramento e aamostragem de pragas regulamentadas,desenvolvimento de modelos de sistemade potencial geográfico de risco; subsídiosao processo de elaboração de planos decontingência para pragas do alerta máximodo MAPA; zoneamento de,pragas presen-tes no território brasileiro e de impacto eco-nômico de forma a subsidiar a rastreabilida-de e a certificação fitossanitária de produ-tos agrícolas para exportação; otimizaçãode protocolos moleculares para a detecçãoe a identificação de pragas potenciais e deperigo imediato; desenvolvimento e buscade alternativas para aprimoramento doManejo Integrado (MIP) de espécies-pragade grande impacto econômico em produtosagrícolas, de forma a dar subsídios à certifi-cação de commodities agrícolas brasileirasde exportação.

As culturas selecionadas para o desenvol-vimento dos objetivos propostos foram:Vitis vinifera, Malus domestica, CucumismeIo, Carica papaya, Mangifera indica,Gossypium hirsutum, Musa acuminata,Phoenix dactylifera, bonsai e outras plantasornamentais. Alér:n das pragas exóticas aopaís, entre elas Maconellicoccus hirsutus,Erwinia amylovora, Bunchy top virus e Afri-can cassava mosaic virus, outras comoAnthonomus grandis, Bemisia tabaci, Bac-trocera carambolae, Meloidogyne spp,Aleurocanthus woglumi, Phy/locnistis citrel-Ia, Phakopsora euvitis, Mycosphaerellafijiensis, Cydia pomonella, Ceratitis capita-ta, Anastrepha fraterculus, Anastrepha obli-qua, Amrineus cocofolius, Aceria guerrero-nis, Co/letotrichum gloesporioides, Papayaringspot vírus, Grapholita molesta, Sirexnoctilio, Cinara spp., P/um pox vírus, Lethalyellowing MLO, Aple chat fruit MLO, Apleproliferation MLO e Cadang-cadang viroidforam selecionadas para a criação ou bus-ca de modelos ou inovações tecnológicas.

A geração de novos conhecimentos, proces-sos, produtos e tecnologias da Rede de Sani-dade Vegetal para que os modelos fitossanitá-rios sejam elaborados, vem sendo desenvolvi-da por meio de cursos, palestras, capacita-ções de profissionais das áreas biológicas eagronômicas, criação de softwares para a for-mação de bancos de dados, desenvolvimentode metodologias científicas, depósito depatente, entre várias outras ações. Nos resul-tados obtidos até o momento, os seguintesíndices numéricos foram encontrados: desen-volvimento de metodologias científicas - 20;construção de softwares/banco de dados - 3;solicitação de patente - 1. Em termos de trans-ferência de tecnologia, os seguintes índicesnuméricos foram.obtidos: cursos oferecidos -

7 Praga quarentenária A1: uma praga de importância econômica potencial para a área posta em perigo pela mesma eonde ainda não se encontra presente (Brasil, 1995).

47; dias de campo - 14; estágios de gradua-ção e pós-graduação - 156; palestras - 164;matérias jornalísticas - 194; premiação emeventos - 8; unidades de obseNação - 26.

As áreas estratégicas de produção frutíco-Ia, como o Submédio do Vale do São Fran-cisco, região sul e sudeste do país e asáreas produtivas' florestais, vêm sendomonitoradas quanto à presença ou ausên-cia de pragas potenciais ou de perigo ime-diato mencionadas anteriormente. Até omomento, nenhuma das pragas exóticasestudadas foi detectada nas áreas sobmonitoramento. Um número superior a1.000 espécies de pragas já foi inserido nosbancos de dados em construção ou dispo-nível pela Internet para consulta pública,como: http://icewaI12.cenargen.embra-pa.br:84/micweb/michtml. Além dessesresultados parciais, outros como as produ-ções técniço-científicas apresentaram osseguintes índices numéricos: artigos emanais de congressos - 43; artigos em perió-dicos indexados nacional - 31 e internacio-nal - 17; capítulos em livro técnico-científico-110; resumos em anais de congressos -277; e publicações técnicas - 60.

Esses e outros resultados podem ser visita-dos no site da Rede de Sanidade Vegetal:http://plantwall.cenargen .embrapa. b r/-rsvwebl rsvhtm Ii rsvap r02. asp

A expansão do agronegócio no Brasil e nomundo vem despertando o interesse dediversos .segmentos da sociedade para oentendimento, a melhoria e o desenvolvi-mento desse complexo setor. A Embrapavem contribuindo, por meio da pesquisa téc-nico-científica, paréJ. que essas novasdemandas sejam atendidas, reforçando asações governamentais para a ampliação econquista de novos mercados agrícolas, etendo em foco o aumento da população, doconsumo em termos mundiais e das

demandas por alimentos seguros. A exem-plo disso, a elaboração de novos projetosde pesquisa em sanidade vegetal, dandoprosseguimento ao Projeto em Rede deSanidade Vegetal, deve ser consideradaprioritária. Entre os temas de interesse emsanidade vegetal, deverá estar o desenvol-vimento de técnicas que possam subsidiaros critérios ou fornecer informações estraté-gicas para a implementação de sistemas derastreabilidade ou de certificação de produ-tos agrícolas, principalmente no campo.

Organizações internacionais ligadas aocomércio, saúde humana e animal, sanidadevegetal, proteção dos consumidores e aomeio ambiente vêm propondo normas e pro-cedimentos para melhorar a qualidade dosprodutos oriundos do agronegócio, bemcomo para diminuir os riscos e as barreirassanitárias. A rastreabilidade de pragas, emáreas do sistema produtivo agrícola, deveráser, no futuro, uma ferramenta estratégicapara promover a inserção dos produtos doagronegócio no contexto do comércio interna-cional, atendendo os novos modelos de siste-mas de garantia de qualidade. A implementa-ção de ações administrativas, legislativas ede ciência e tecnologia nesse âmbito serãocruciais para a concretização dos modelos.Entretanto, somente por meio da implementa-ção da educação e de inúmeras outras pes-quisas técnico-científicas em sanidade vege-tal, resultados satisfatórios serão alcançados.

O país precisa então preparar seu segmentotécnico-científico e acadêmico para o enten-dimento dessas normas, para divulgá-Ias eestimular as demandas de pesquisa e edu-cação para a solução dos problemas consi-derados vitais para a sanidade vegetal, sobpena de o país ter um futuro dependente ouà mercê de decisões e vontades internacio-nais. Apesar do empenho da pesquisa cien-tífica da Embrapa e de outras instituições, aresolução dos problemas de sanidade vege-

tal não tem acompanhado os avanços douso intensivo da tecnologia agropecuária.

Com uma responsabilidade tão grandepara o segmento, é mais do que justo que oGoverno Federal, incluindo os poderesLegislativo e Executivo, façam a sua parte,priorizando e aprovando orçamentos, alémdo estabelecimento de legislações alinha-das com os paradigmas internacionais, oque, certamente, ajudaria a eliminar algu-mas das barreiras não-tarifárias atualmenteimpostas ao país. Essas e outras açõescontribuirão concretamente para os avan-ços da Ciência e Tecnologia Sanitária doagronegócio brasileiro.

BORlAUG, N. E. Feeding a world of 10 bil-lion people: our 21 st century challange.IFDC, An International Center for Soil Ferti-lity & Agriculture Development, MuscleShoals, Alabama. The TVA/IFDC/legacy.Disponível em http://www.ifdc.org/pdCfiles.2003. Consulta eletrônica realizada em 10de janeiro de 2006.BRASil. Standard Regional sobre ProteçãoFitossanitárias. Seção 111. Medidas Fitossa-

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nO 1, p. 162 - 163; 2004.