Literatura de Cordel

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Literatura de CordelÉ poesia popular,É história contada em versosEm estrofes a rimar,Escrita em papel comumFeita pra ler ou cantar.

A capa é em xilogravura,Trabalho de artesão,Que esculpe em madeiraUm desenho com ponçãoPreparando a matrizPra fazer reprodução.

Ou pode ser um desenho,Uma foto, uma pintura,Onde o título resumeO que diz a escritura;É uma bela tradiçãoQue exprime nossa cultura.

Os folhetos de cordelNas feiras eram vendidosPendurados num cordãoFalando do acontecido,De amor, luta e mistério,De fé e do desassistido.

A minha literaturaDe cordel é reflexãoSobre a questão socialE orienta o cidadãoA valorizar a culturaE também a educação.

Mas trata de outros temas:Da luta do bem contra o mal,Da crença do nosso povo,Do hilário, coisa e talE você acha nas bancasPor apenas um real.

O cordel é uma expressãoDa autêntica poesiaDo povo da minha terra,Que luta pra que um diaAcabem a fome e miséria,Haja paz e harmonia.

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Adaptadores de textos de sucesso. Autores que viviam de compor e vender seus versos.

Os textos dirigiam-se ao conjunto da sociedade. Autores e público pertenciam às camadas populares.

As matrizes das quais saíam os cordéis pertenciam à cultura escrita.

Os folhetos guardavam fortes vínculos com a tradição oral.

Temas eram vidas de nobres e cavaleiros. Temos eram do cotidiano nordestino.

Os editores trabalhavam com obras de domínio público.

Poetas eram proprietários de sua obra podendo vendê-la.

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ROMANCE DO EMIGRANTE

Os meus olhos emigraram Como se lágrima fosse….

Na barca Flor das Marés, - Josèzinho foi para a Bahia.Minha mãe ficou chorando, Era a sua sorte… acabou-se!Meu Pai, de pobre, morreu;Lá no arejo da Rampa E em verso eu cate o piolho de oiroAquele moleque sou eu Que de saudade se nutria! Faz cafuné na minha cabeça,Ó Bahia piedosa, Minha Bahia!Faz cafuné na minha cabeça! Faz cafuné!Todo eu em ti sou piolhos de oiro, Que bom que foi meu tio José!De tua talha em meu pecado,Do meu desterro em teu ouvido.Mentira… Não emigrei!O galeguito foi meu TioQue há bons seis anos eu leveiÀ nossa ilha, tão redonda (Obras Completas, vol.II)Que minha Avó a choraria Poesias

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Cordelista Lusitano• "O meu nome é José e

nesta desventura prefaciadora apresento-lhe, caro leitor, o que escreveu este livro. Desde novo se desinteressou pelas letras, vivendo no meio delas. Antes mais se arriscava em ágeis, e muitas vezes desastradas, subidas a árvores e penedos. Daí que sua mãe o alcunhasse de "espalha-brasas", decerto inspirada na transmontana lareira que a abrigou, até que se fez mulher casada no Porto …”

Autor: José Gaspar FerreiraIlustrações: Joana Quental76 págs. encadernação em tecido

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Poetas niversitário,Poetas de Cademia,De rico vocabularoCheio de mitologia;Se a gente canta o que pensa,Eu quero pedir licença,Pois mesmo sem portuguêsNeste livrinho apresentoO prazê e o sofrimentoDe um poeta camponês

Depois que os dois livro eu li,

Fiquei me sintindo bem,E ôtras coisinha aprendiSem tê lição de ninguém.Na minha pobre linguage,A minha lira servageCanto o que minha arma senteE o meu coração incerra,As coisa de minha terraE a vida de minha gente.

Se um dotô me perguntáSe o verso sem rima presta,Calado eu não vou ficá,A minha resposta é esta:— Sem a rima, a poesiaPerde arguma simpatiaE uma parte do primô;Não merece munta parma,É como o corpo sem armaE o coração sem amô.Meu caro amigo poeta,Qui faz poesia branca,Não me chame de patetaPor esta opinião franca.Nasci entre a natureza,Sempre adorando as belezaDas obra do Criadô,Uvindo o vento na servaE vendo no campo a reva Pintadinha de fulô.

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• fatos do cotidiano • episódios históricos • lendas• temas religiosos

• É comum os autores criarem seus versos improvisadamente diante de um acontecimento ou uma pessoa que queiram homenagear. As formas variaram pouco ao longo do tempo.

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Forma fixa de rimassendo quadrassetessilábicas comrimas em ABCB que

éa própria de

Portugal

Eu me chamo Zé Limeira Da Paraiba falada Cantando nas escritura Saudando o pai da

coaiada A lua branca alumia Jesus, Jose e Maria Três anjos na farinhada.

Napoleão era um Bom capitão de navio Sofria de tosse braba No tempo que era sadio, Foi poeta e demagogo Numa coivara de fogo Morreu tremendo de frio

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1. As suas gravuras, xilogravuras, representam um importante espólio do imaginário popular;

2. Pelo fato de funcionarem como divulgadoras da arte do cotidiano, das tradições populares e dos autores locais, a literatura de cordel é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a manutenção do folclore nacional;

3. Pelo fato de poderem ser lidas em sessões públicas e de atingirem um número elevado de exemplares distribuídos, ajudam na disseminação de hábitos de leitura e lutam contra o analfabetismo;

4. A tipologia de assuntos que cobrem, crítica social e política e textos de opinião, elevam a literatura de cordel ao estandarte de obras de teor didático e educativo

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• http://www.ablc.com.br/historia/hist_ablc.htm• http://literaturadecordel.vilabol.uol.com.br/• http://www.biblarte.gulbenkian.pt/main.asp• http://www.in-libris.pt• NEMÉSIO, Vitorino. Obras Completas. Vol.II-poesia. Imprensa

Nacional-Casa da Moeda. 1989.Lisboa• ABREL, Márcia. Histórias de Cordéis e Folhetos. Coleção

Histórias de Leituras. Mercado de Letras/Associação de Leituras do Brasil. 1999. Campinas