Monografia Cientifica Chambica

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INDICE Declaração .................................................. i Agradecimentos ............................................. ii Dedicatória ............................................... iii Lista de Figuras............................................iv Lista de Tabelas............................................. v Lista de Abreviaturas ......................................vi Resumo .................................................... vii Introdução .................................................. 3 CONSTRUÇÃO TEÓRICA DA PESQUISA ..............................4 1.1. Justificativa ..........................................4 1.2. Problematização ........................................5 1.3. Hipóteses............................................... 6 1.4. Objectivos do trabalho .................................7 1.5. Metodologias de Trabalho................................8 1.5.1. Método de Abordagem...................................8 1.5.2. Métodos de procedimentos..............................8 1.6. Delimitação da Pesquisa ................................9 1.7. Fundamentação teórica .................................10 2. ASPECTOS FISICOS E SOCIO – ECONOMICOS DA ÁREA EM ESTUDO ............................................................ 15 1

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INDICE

Declaração ..................................................................................................................................i

Agradecimentos .........................................................................................................................ii

Dedicatória ................................................................................................................................iii

Lista de Figuras..........................................................................................................................iv

Lista de Tabelas..........................................................................................................................v

Lista de Abreviaturas ................................................................................................................vi

Resumo ....................................................................................................................................vii

Introdução ..................................................................................................................................3

CONSTRUÇÃO TEÓRICA DA PESQUISA ...........................................................................4

1.1. Justificativa .........................................................................................................................4

1.2. Problematização ..................................................................................................................5

1.3. Hipóteses..............................................................................................................................6

1.4. Objectivos do trabalho ........................................................................................................7

1.5. Metodologias de Trabalho...................................................................................................8

1.5.1. Método de Abordagem.....................................................................................................8

1.5.2. Métodos de procedimentos...............................................................................................8

1.6. Delimitação da Pesquisa .....................................................................................................9

1.7. Fundamentação teórica .....................................................................................................10

2. ASPECTOS FISICOS E SOCIO – ECONOMICOS DA ÁREA EM ESTUDO ................15

2.1. Aspectos Fisicos-Geograficos............................................................................................15

2.1.1. Enquadramento Geográfico............................................................................................15

2.1.2. Clima...............................................................................................................................15

2.1.3. Hidrografia .....................................................................................................................16

1

2.1.4. Geologia..........................................................................................................................16

2.1.5. Geomorfologia................................................................................................................16

2.1.6. Os solos e Vegetação......................................................................................................17

2.2. Aspectos Sócio – Económicos ..........................................................................................17

2.2.1. Evolução histórica da área em estudo.............................................................................17

2.2.2. População........................................................................................................................18

2.2.3. Principais actividades socioeconómicas.........................................................................18

3. FORMAS DE OCUPAÇÃO DO ESPAÇO BALDIO DA BAIXA DO CHIVEVE............19

3.1. Causas da ocupação do espaço baldio...............................................................................19

3.2. Tipos de construções implantadas.....................................................................................19

3.3. Atribuição de terrenos no espaço baldio da Baixa do Chiveve.........................................19

3.4. Formas de Ocupação do Espaço........................................................................................19

4. IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO..............20

4.1. Implicações Ambientais da Ocupação do Espaço Baldio..................................................20

4.2. Saneamento do Meio..........................................................................................................20

4.3. Obstrução das vias naturais de escoamento de água..........................................................20

4.4. Doenças Ambientais..........................................................................................................20

5. ESTRATÉGIAS PARA MITIGAR AS IMPLICAÇÕES NEGATIVAS ...........................21

5.1. Instalação de mecanismos de controlo das áreas baldios...................................................21

5.2. Requalificação da área no contexto do ordenamento territorial .......................................21

5.3. Sensibilização da população..............................................................................................21

4.4. Doenças Ambientais..........................................................................................................21

Conclusão .................................................................................................................................22

Recomendações ........................................................................................................................23

Referências Bibliográficas .......................................................................................................24

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INTRODUÇÃO

A presente monografia científica subordina -se ao tema “Analise dos possíveis impactos

ambientais decorrentes das Formas de ocupação do espaço baldio: Estudo do caso da

baixa do Chiveve – cidade da Beira”, constitui uma abordagem com objectivo de

analisar os impactos ambientais decorrentes das formas de ocupação do espaço baldio na

Baixa do Chiveve.

Segundo ORTH (2001) impacto ambiental é o processo de mudanças sociais e ecológicas

causadas por perturbações (ocupação e/ou construção de um objecto novo) no ambiente.

É a relação entre sociedade e natureza que transforma, diferencial e dinamicamente, o

meio ambiente. Os impactos ambientais alteram as estruturas das classes sociais,

reestruturando o espaço.

O presente trabalho estrutura – se em 5 (Cinco) capítulos. O primeiro capítulo dedica-se a

construção teórica da pesquisa em que apresenta a justificativa, o problema de pesquisa,

as hipóteses, apresenta objectivos, metodologias de pesquisa, delimita a área do estudo e

espaço temporal. Este capítulo também trata da contextualização da pesquisa, onde o

autor faz uma revisão bibliográfica sobre os conteúdos e conceitos necessários para o

desenvolvimento da pesquisa, nos quais o estudo sustenta.

O segundo capítulo faz caracterização física da área do estudo, destacando-se os aspectos

climáticos, hidrológicos, geológicos, geomorfologicos e socioeconómicos. No terceiro

capítulo, analisaram -se as formas de Ocupação dos espaços baldios da Baixa do

Chiveve; no quarto, descreveram-se os possíveis impactos ambientais decorrentes das

formas de ocupação do espaço baldio; no quinto capítulo definiu – se as estratégias para

mitigação das implicações decorrentes das formas de ocupação do espaço baldio na baixa

do Chiveve. Posteriormente foram apresentadas a conclusão, as recomendações da

pesquisa. Por fim, listou-se, as bibliografias utilizadas para aprofundar e fundamentar os

conhecimentos abordados no estudo.

3

1. CONSTRUÇÃO TEÓRICA DA PESQUISA

1.1. Justificativa

A ocupação do espaço baldio constitui actualmente um problema social, económico e

ambiental com consequências graves sobre a vida das comunidades locais. A autora

considera de extrema importância a presente pesquisa em virtude da ocupação do espaço

baldio contribuir para a degradação das espécies vegetais e animais ai existentes e

criando deste modo problemas no equilíbrio térmico da cidade da Beira.

Esta situação tem preocupado os ambientalistas, e outras identidades que directa ou

indirectamente estão ligadas a esta questão. Este trabalho vai sugerir algumas medidas de

mitigação de impactos ambientais negativos decorrentes da ocupação do espaço baldio da

baixa do Chiveve, na cidade da Beira.

O presente trabalho, poderá contribuir para melhorar a condições ambientais da cidade da

Beira, através da educação ambiental da população sobre os impactos da ocupação dos

espaços baldios da cidade. Por outro lado, a atribuição de espaços propícios para a

construção de habitação que não compromete o ambiente da cidade.

Este trabalho poderá ser um instrumento útil à população da cidade da Beira, em

particular da baixa do Chiveve, as autoridades político – administrativas locais e ao

Conselho Municipal da Cidade da Beira para compreender os principais processos de

transformação ambiental de modo a atenuar as implicações ambientais negativas

decorrentes da ocupação do espaço baldio e proporcionar a melhoria da qualidade de vida

da população.

Dada a relevância do tema, pretende-se que esta pesquisa encontre soluções e produza

mecanismos que impeçam o aumento das implicações decorrentes da ocupação do espaço

baldio na cidade da Beira.

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1.2. Problematização

Devido à maior demanda de terrenos para construção de habitações, surgiu na cidade da

Beira ocupações irregulares de espaços, predominando a construção em terrenos baldios.

A ocupação do espaço baldio tem sido um dos problemas que afecta o meio ambiente

natural. Esta ocupação expandiu-se, fazendo com que as mesmas se tornem cada vez

mais problemáticas.

Esta situação foi agravada por questões de localização económica, isto é, a população

prefere fazer os seus investimentos na zona urbana, e por falta de espaços adequados para

construção, o município tem atribuído os espaços baldios. Este facto leva proliferação de

novas construções de habitações, comprometendo o ambiente da cidade, pois estes

espaços são considerados os “pulmões da Cidade da Beira”, e são responsáveis pelo

equilíbrio térmico.

Os espaços baldios da baixa do chiveve estão sendo ocupadas sem tomar em conta o

estabelecimento de infra-estruturas como o saneamento do meio, o que constitui perigo

para a saúde pública e boa qualidade ambiental. Devido a baixa cobertura de

abastecimento da água, a população tem recorrido as fontes alternativas e de qualidade de

água duvidosa e imprópria que geralmente não são tratadas, o que contribui de certo

modo para a ocorrência de doenças ambientais.

Os resíduos sólidos constituem um dos principais problemas para a qualidade do meio

ambiente, afectando do ponto de vista sanitário, de trânsito, higiénico e estético. O

deficiente sistema de limpeza e recolha dos resíduos sólidos compromete o bem-estar e a

qualidade de vida dos moradores da baixa do chiveve. Os resíduos sólidos contaminam as

águas provocando doenças tais como a cólera, a malária e a diarreia. Perante este cenário,

coloca-se a seguinte questão de pesquisa: Que impactos ambientais podem decorrer das

formas de ocupação do espaço baldio na baixa do Chiveve?

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1.3. Hipóteses

E provável que as formas de ocupação do espaço baldio na baixa do Chiveve

contribui para a degradação dos recursos pedológicos.

Acredita -se que as formas de ocupação do espaço baldio afectam negativamente

o ambiente urbana da cidade da Beira.

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1.4. OBJECTIVOS

1.4.1. Objectivo Geral:

Analisar os impactos ambientais decorrentes das formas de ocupação do espaço

baldio na Baixa do Chiveve.

1.4.2. Objectivos Específicos:

Descrever a área em estudo

Identificar as formas de ocupação do espaço baldio da baixa do Chiveve.

Indicar alguns dos possiveis impactos ambientais decorrentes da ocupação do

espaço baldio.

Propor algumas medidas para minimizar os impactos ambientais negativos

decorrentes da ocupação do espaço baldio.

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1.5. Material e Métodos de Pesquisa

1.5.1. Método de abordagem

Hipotético – dedutivo: Valendo-se dos conhecimentos adquiridos em matéria das

implicações decorrentes da ocupação do espaço baldio em diferentes quadrantes do

mundo, a autora do presente trabalho, testará as hipóteses definidas para atenuar as

implicações, para o caso concreto da baixa do Chiveve.

1.5.2. Métodos de Procedimento

Pesquisa Bibliográfica e Documental: Consistiu na recolha, selecção e leitura das obras

constantes na lista bibliográfica, nos documentos com informações sobre o tema, pois,

permitiu a aquisição do suporte teórico sobre as implicações decorrentes da ocupação do

espaço baldio na baixa do Chiveve.

Observação Indirecta: Consistiu na leitura e interpretação de mapa de enquadramento

geográfico da baixa do Chiveve para fazer a Localização Geográfica e Absoluta da área

do estudo. Também permitiu fazer a leitura e interpretação de mapas temáticos sobre a

situação topográfica e do saneamento do meio da área do estudo.

Observação Directa – Consistiu na observação da realidade da área de estudo; permitiu

descrever os aspectos físicos da área em estudo, identificar as formas de ocupação do

espaço baldio e analisar os possiveis impactos ambientais decorrentes da ocupação do

espaço baldio.

Método Estatístico – Matemático - Consistiu na sistematização de dados recolhidos das

entrevistas e dos inquéritos sobre o tema, cujos resultados foram configurados em tabelas

e gráficos com o objectivo de definir algumas medidas para mitigar as implicações

decorrentes da ocupação do espaço baldio.

Técnica de Entrevista – Permitiu a autora avaliar o grau de percepção da população e das

autoridades político – administrativas em relação as implicações decorrentes da ocupação

do espaço baldio na baixa do Chiveve. E permitiu também conhecer as causas e impactos

dessas ocupações.

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1.5.3. Análise de dados

A interpretação e análise das informações e dados foram possíveis através do uso de

pacotes informáticos de inferência estatística o Excel. Tal pacote permitiu a obtenção de

percentagens correspondentes aos resultados de cada questão, bem como a obtenção de

gráficos, tabelas, e que foram de extrema importância para obtenção dos resultados da

pesquisa.

1.6. Delimitação da Pesquisa

1.6.1. Delimitação do tema

Este trabalho limita-se à pesquisa sobre os impactos ambientais decorrentes da ocupação

do espaço baldio na baixa do Chiveve. Pelos impactos ambientais entende-se como sendo

qualquer mudança do ambiente, resultante de actividades humanas, com efeito no ar, na

terra, na água, na biodiversidade e na saúde das pessoas.

1.6.2. Delimitação da área de estudo

A área sobre a qual recai o estudo do caso é a Baixa do Chiveve, situada no Município da

Beira, no posto administrativo urbano numero 1. Vide o mapa abaixo.

MAPA: Enquadramento da área de estudo

1.6.3. Delimitação do Espaço Temporal

O presente trabalho consistiu em analisar os impactos ambientais decorrentes das formas

de ocupação do espaço baldio na Baixa do Chiveve no período compreendido entre 2005

à 2011.

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1.7. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.7.1. Conceito de Qualidade do Ambiente

Qualidade do ambiente é o equilíbrio e a sanidade do ambiente, incluindo a

adequabilidade dos seus componentes às necessidades do homem e outros seres vivos.

(ROQUE & RUSSO, 2002). De acordo com ACIOLY & DAVIDSON (1998), a

qualidade ambiental urbana pode ser comprometida pelo processo de expansão urbana

descontrolado. Tal fenómeno assume dimensões críticas em várias regiões do planeta. A

qualidade do ambiente na baixa do Chiveve esta sendo comprometida pelas formas de

ocupação do espaço e pelo processo de expansão urbana descontrolada.

Segundo KLIASS (2010), a qualidade ambiental urbana é o predicado do meio urbano

que assegura a vida dos habitantes dentro dos padrões de qualidade, tanto nos aspectos

biológicos (condições habitacionais, saneamento urbano, qualidade do ar, conforto

ambiental, condições de trabalho, alimentação, sistemas de transporte), quanto nos

aspectos sócio – culturais (percepção ambiental, preservação do património natural e

cultural, recreação, educação).

A qualidade de vida urbana e ambiental da Baixa do Chiveve está directamente

relacionada com as formas de ocupação do espaço, onde predominam construções de

habitações sem levar em conta a questão do saneamento do meio. Esta situcao esta cada

vez mais a agravar-se.

Conforme OLIVEIRA (2001) As condições de qualidade ambiental são muito subjectivas

e serão boas ou más de acordo com o tipo e a situação da população em questão, e de

como ela se relaciona e percebe o meio ambiente e a vida.

O meio ambiente da baixa do Chiveve produz uma qualidade ambiental não satisfatória

para a vida da população. Assim, a qualidade ambiental da baixa do Chiveve não

permitem o desenvolvimento harmonioso, pleno e digno de vida. A qualidade de vida de

uma determinada população depende da qualidade do ambiente, onde a população está

inserida.

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1.7.2. Conceito do Meio Ambiente

De acordo com ORTH (2001), o meio ambiente é o habitat dos seres vivos, ou o espaço

físico que envolve e demarca as relações dos seres vivos e não vivos, podendo ser natural

ou não natural, conforme interacções atróficas. Assim sendo, as cidades fazem parte do

ambiente criado pelo homem e são as paisagens alteradas, derivadas do ambiente natural.

Conforme OLIVEIRA & HERRMANN (2001), antes de conhecer a Natureza, para

preservá-lo, o fundamental é o discernimento que nos permite utilizar e transformar nosso

ambiente sem precisar destruí-lo, pois as cidades são os espaços nos quais a Natureza se

transforma em Habitat humano.

OLIVEIRA & HERRMANN (2001), argumentam que meio ambiente urbano é o espaço

no qual se operam as modificações ambientais incutidas pela humanidade, criando

estruturas, padrões e contingências que ultrapassam os limites das cidades. O meio

ambiente ao ser alterado torna-se condição para novas mudanças, transformando assim, a

sociedade.

Na baixa do Chiveve, as formas de ocupação do espaço e as construções desordenadas de

habitações operaram no local modificações ambientais significativas, ultrapassando os

limites de boa convivência urbana.

De acordo com HUONGO, et al. (2000), ambiente é o conjunto dos sistemas físicos,

químicos, biológicos e suas relações, e dos factores económicos, sociais e culturais com

efeito directo ou indirecto, mediato ou imediato, sobre os seres vivos e a qualidade de

vida dos seres humanos.

1.7.3. Conceitos Relacionados com Impactos Ambientais

Impacto ambiental é qualquer mudança do ambiente, resultante de actividades humanas,

com efeito no ar, na terra, na água, na biodiversidade e na saúde das pessoas. (ROQUE &

RUSSO, 2002).

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Os impactos ambientais associados as formas de ocupação do espaço e das construções

desordenadas de habitações na baixa do Chiveve resultam da acção humana, que afecta o

ar, a terra, a água, a biodiversidade e a saúde das pessoas.

CUNA (2004), menciona que impacto ambiental é o processo de mudanças sociais e

ecológicas causadas por perturbações (ocupação e/ou construção de um objecto novo) no

ambiente. É a relação entre sociedade e natureza que transforma, diferencial e

dinamicamente, o meio ambiente.

Na baixa do Chiveve os impactos ambientais alteram as estruturas das classes sociais, a

saúde da população local e os ecossistemas.

Para OLIVEIRA & HERRMANN (2001), os impactos ambientais tendem a se

multiplicar e a se repetir ao longo do tempo devido ao crescimento urbano realizado por

movimentos espontâneos, estimulados pela especulação imobiliária e pela apropriação

indevida de formas estruturais.

As formas de ocupação do espaço e as construções das habitações na baixa do Chiveve

foram efectuadas de forma espontânea, contribuindo para a multiplicação dos impactos

ambientais, comprometendo a qualidade ambiental da área do estudo.

Segundo SILVA (2000), crescimento urbano desordenado é o desenvolvimento

económico das áreas em torno das grandes cidades, que são densamente povoadas e

frequentemente mais desagradáveis em termos ambientais.

Neste contexto, a formas de ocupação do espaço e das construções desordenadas de

habitações na baixa do Chiveve não obedeceram o Plano de Estrutura Urbana, estão a

crescer de forma acelerada e desordenadamente, fazendo com que as mesmas se tornem

cada vez mais problemáticas, afectando a vida da população da cidade.

Segundo ACIOLY & DAVIDSON (1998), a configuração de uma área planejada é o

resultado da acção criativa do desenho urbano, através da subdivisão dos terrenos e áreas

específicas do espaço disponível, definindo-se os domínios públicos e privados, as áreas

destinadas às actividades humanas e às circulações de veículo e pedestres. Daí se explica

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o facto de a densidade ser altamente influenciada e directamente associada à morfologia

urbana de um assentamento humano, a qual deve ser adequada tanto do ponto de vista

cultural quanto ambiental.

Conforme ACIOLY & DAVIDSON (1998), a densidade urbana está sujeita a aspectos

externos, como políticas fundiárias, política habitacional, mercado imobiliário

(exploração imobiliária), tendências do mercado, entre outros. O fenómeno de

densificação espontânea é muito comum nas cidades em desenvolvimento, seja através da

sublocação da edificação existente ou da expansão deliberada da área construída. Isso

acarreta incorporação de novas áreas urbanas e regularização de assentamentos informais.

1.7.4. Doenças Ambientais

Segundo SANTOS (2003), muitas doenças podem ser consideradas ambientais porque

estão relacionadas directamente com a degradação humana e do ambiente global.

A contínua degradação das condições higiénicas ambientais com proporções alarmantes,

sobretudo na área em estudo estão associadas a ocorrência de problemas de saneamento,

nomeadamente a deficiente limpeza e recolha dos resíduos sólidos, acumulação de águas

residuais e pluviais.

Os problemas ambientais urbanos constituem, em primeiro lugar, um atentado generalizado à saúde pública. As doenças prevalecentes ligadas ao ambiente incluem malária, doenças diarreicas, incluindo cólera, parasitoses intestinais, intoxicações alimentares e meningite. (TORCATO, 2001:34).

Na Baixa de Chiveve, os problemas de saneamento afectam a saúde pública. Neste bairro

não há sensibilização sobre o perigo das doenças ambientais e a importância da

preservação do ambiente.

O lixo favorece a rápida proliferação de moscas, responsáveis pela transmissão de doenças várias como sejam as diarreias infecciosas, cólera, amebíase, helmintoses e outras parasitoses, e ao favorecer, igualmente, a multiplicação de ratos, animais responsáveis pela transmissão da peste bubónica, o lixo afecta a economia do país ao concorrer para a redução da vida média efectiva do indivíduo, aumentando a mortalidade e doenças no seio da população. (CUNA, 2004:17).

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Estes problemas ameaçam agudizarem-se num futuro próximo, visto que na Baixa do

Chiveve nos espaços baldios verifica-se uma falta generalizada de ordenamento do

espaço e controlo do uso do solo.

Segundo MUCHANGOS (1994), os numerosos charcos existentes entre as habitações

agravam as condições de salubridade de tal modo que estes bairros são os mais afectados

pelas doenças endémicas tais como a cólera, a malária e a diarreia.

Na baixa do Chiveve em zonas baldios, na época chuvosa é difícil o escoamento natural e

formam-se charcos de água, o que constitui grande ameaça para a saúde da população

contribuindo para o surgimento de doenças ambientais.

De acordo com BOANE (1997), a falta de água para o consumo, condicionam o recurso a

fontes alternativas e de qualidade de água duvidosa e imprópria, aumentando o risco de

ocorrência de enfermidade de vária ordem.

Neste sentido, na Baixa do Chiveve as doenças ambientais são doenças causadas por mau

uso do ambiente, quer através dos diversos produtos das lixeiras que contaminam as

águas superficiais e subterrâneas, quer através de numerosos charcos existentes entre as

habitações, permitindo o surgimento da cólera, da malária e da diarreia.

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2. ASPECTOS FISICOS E SOCIO – ECONOMICOS DA ÁREA EM ESTUDO

2.1. Aspectos Físicos – Geográficos

2.1.1. Enquadramento Geográfico

A área em estudo localiza-se na cidade da Beira, o mesmo situa-se na região central de

Moçambique, na baía do mesmo nome, na sua maior reentrância, e na margem esquerda

do rio Punguè, tendo como limites geográficos o Distrito de Dondo a Norte; o Oceano

Índico a Sul e Este, e o rio Púnguè a Oeste. A área de estudo tem como limites cósmicos

ou astronómico norte e Sul os paralelos 19°40` e 19°52 Sul respectivamente, e os

meridianos 34°50 e 35°00 Este,

2.1.2. Clima

Segundo a classificação climática de Koppen, o regime climático da Beira é do tipo

tropical húmido chuvoso de savana, caracterizado por temperaturas elevadas e húmidas

durante o Verão, ventos dominantes de Leste com variação para Sudeste, o que faz com

que a Cidade esteja sujeita tanto a ciclones sazonais como a secas periódicas num ciclo

de três anos sofrendo, por isso, de sérios problemas de inundações.

Na estação quente e chuvosa verifica-se uma maior quantidade da precipitação como

consequência da existência da zona de convergência inter-tropical que se desloca nos

meses de Dezembro a Fevereiro até a esta cidade, prolongando-se ao paralelo 20° Sul, o

que proporciona o estado de tempo caracterizado por muita nebulosidade, ascensão de

massas de ar, trovoadas e aguaceiros locais.

A estação fresca e seca é caracterizada pela diminuição da temperatura e da precipitação,

como corolário da influência dos anticiclones Santa Helena e da Mascarenhas, que

produzem efeitos de subsistência de massas de ar, formando nos meses de Maio a Junho

nevoeiros moderados a fortes. Vide o gráfico termopluviométrico da Cidade da Beira.

Gráfico1: Gráfico Termopluviométrico da cidade da Beira.

Fonte: CMB

2.1.3. Hidrografia

A rede hidrográfica da área em estudo é composta pelo rio Chiveve, que na sua forma

serpentear a atravessa, que desde os tempos tem desempenhado um papel muito

importante para os citadinos que residem nas zonas ou bairros propensos a inundações,

pois este serve de dreno das águas pluviais.

Presentemente, o rio Chiveve também tem sido usado como fonte de escoamento das

águas negras dos esgotos e saneamento da cidade, para além da sua função principal, que

é de drenar as águas pluviais das zonas de inundações para o oceano indico.

2.1.4. Geologia

O relevo da área em estudo e seus arredores é dominado por uma extensa planície litoral

cujas altitudes variam entre 6 a 20 metros. O declive médio desta planície é muito fraco e

só raramente ultrapassa 1º. Trata-se genericamente de uma planície de idade recente,

resultante de sucessivas fases de acumulação de sedimentos pleistocénicos e holocénicos.

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A área em estudo apresenta uma singular alternância de depósitos argilosos e arenosos,

provenientes provavelmente da sedimentação dos rios (Búzi e Púnguè) que desaguavam

na baia. Os principais fenómenos da morfogénese na cidade tiveram lugar a partir de

pleistoceno superior, período em que teria dado a emersão da faixa argila-arenosa.

2.1.5. Geomorfologia

A disposição do relevo é caracterizada por uma faixa de dunas relativamente estreita e

uma linha da costa com uma orientação predominante NE-SW, apresenta dinamismo e

sensibilidade muito significativas, determinadas pela fraca declividade da plataforma

continental, da influência de marés, ventos de SE, das correntes marítimas quentes do

canal de Moçambique, das correntes dos rios Púnguè e Búzi e da disposição do relevo. A

conjuntura destes processos actua em simultâneo e integralmente na destruição e

sedimentação dos Materiais.

Geomorfologicamente a cidade da Beira pode-se dizer que possui duas grandes regiões

resultantes das disparidades altimétricas, à saber:

A primeira região é de planície costeira com uma altitude média de 6-7 metros,

aluviões finos fluvio-marinhos de homogeneidade modificada por aterros

arenosos, dunas estabilizadas e recentes, com as condições de drenagem

dependentes da proximidade do lençol freático à superfície.

A segunda região compreende a zona da Manga onde o solo se eleva ao longo da

EN1 até ao aeroporto, com aumento ligeiro da altitude, cujo valor mais elevado

aproxima aos 20 metros de altitude.

2.1.6. Os solos e vegetação

As disparidades altimétricas existentes na área em estudo proporcionam-na uma

diversidade de tipos de solos entre a planície de inundação e o plateau da Manga, não só,

como também as singularidades que apresentam os solos do mangal e os solos pouco

evoluídos das dunas costeiras.

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“A Sub-região da planície de inundação é constituída por aluviões fluvio-marinhos com

características extremamente influenciadas pela hidromorfia” Jossias (1996:11). Pelo

facto de estes solos se desenvolverem em materiais parentais únicos de aluviões argilosos

fluvio-marinhos, a sua morfologia é de uma textura fina à superfície (argilo-limosa e por

vezes argilosa) com algumas fendas de contracção, mas sempre argilosa em

profundidade, onde são compactos.

Segundo SOGREAH (1997:8), “a pedogênese sofre influência directa

dos dois lençóis, um lençol de superfície sempre ligado à topografia e

um lençol profundo com o nível variável de acordo com as estações,

chuvosas ou secas. As diferenças de intensidade dos caracteres

hidromorfos produzem certas diferenças de solos (solos hidromorfos

pouco humíferos com pseudoglei, com glei e anfiglei)”.

Para além das duas sub-regiões anteriormente referidas, a cidade da Beira possui outras

duas excepções em termos de condições pedológicas, à saber:

Solos sujeitos à influência das águas do mar que são caracterizados por solos

finos, argilosos, lodosos e salobros, pesados e mal estruturados, o que não lhes

propicia a prática agrícola;

Solos dunares, que segundo Muchangos (1989:249), “só se encontra na região

oriental da cidade (...) O seu perfil é indiferenciado e estão sujeitos à uma intensa

erosão eólica”.

A diversidade pedológica da cidade da Beira proporciona a uma variação no tipo

florísticos, assim sendo, nos solos salobros e Lodosos desenvolve-se uma associação

florística halófila de grande importância ecológica, o mangal. Este constitui um meio

apropriado para o desenvolvimento de crustáceos.

Vegetação antropogenética é caracterizada por plantio de uma vegetação arbórea como

as plantas de cajueiros, acácias, mangueiras e outras formas de plantas ornamentais;

18

A planície fluvio-marinha, casos dos bairros da Munhava, Vaz e Chota e outros (áreas

abrangidas pela drenagem), desenvolve-se duas grandes culturas para o sustento

económico, a cultura de arroz na estação chuvosa e batata-doce, na estação seca.

2.2. Aspectos Sócios Económicos

2.2.1. Evolução histórica da Área em Estudo

A Cidade da Beira foi fundada como base militar em 1884, desenvolvendo-se a volta do

Porto e dos caminhos-de-ferro. O nome Beira foi atribuído a antiga povoação de

Chiveve-Arruânga, em homenagem ao príncipe Português da Beira, nascido no ano em

que foi estabelecido no local o Posto Militar.

Em 1940 registou um grande crescimento populacional resultante de uma economia

baseada na indústria ferro-portuária. Em resposta, em 18 de Julho de 1942 foi aprovado o

foral (Decreto Lei nº 800) e em 1946 a Povoação ascendeu à categoria de Sede do

Distrito de Manica e Sofala que incluía também a actual província de Tete. A perspectiva

do desenvolvimento do Município da Beira como uma grande Cidade foi definida em

1946 e na década de 1940-50 foram implementados planos neo-clássicos com grandes

rotundas e avenidas radiais na zona da Ponta-Gêa, Palmeiras e Macúti.

Segundo AKSOV (1988:12) Além do projecto de urbanização, a

construção do sistema de drenagem em 1967, com valas primárias e

secundárias (Macurungo), trouxe alterações importantes nas

características físicas da cidade. Embora não tenha sido concluído, o

sistema de drenagem transformou largas extensões pantanosas em

terrenos agricultáveis (rizicultura), com o apoio do gabinete das Zonas

Verdes e do MONAP.

Actualmente a cidade da Beira é habitada por diversas etnias com destaque para os Senas

e Ndaus para além de outras provenientes de outros pontos do país, do continente e do

mundo.

19

2.2.2. População

Segundo o ultimo censo de 2007, estima-se que a população da cidade da Beira seja de

aproximadamente 436.240 habitantes, como ilustra o gráfico nº2, numa superfície de

25.663Km2, com uma densidade populacional de aproximadamente 16.9 hab/km2.

Gráfico 2. Distribuição da população por Postos Administrativo.

Fonte: INE – Censo de 2007

O gráfico acima é suportado pelos dados do último censo populacional realizado pelo

INE no ano de 2007, sobre a distribuição da população da cidade da Beira por Posto

Administrativo, em resumo na tabela 2.

Tabela2: Distribuição da população da cidade da Beira

Local Posto A.U1 Posto A.U2 Posto A.U3 Posto A.U4 Posto A.U5 C. da

Beira

Homens 81.956 44.134 63.879 25.076 4.579 219.624

Mulheres 77.376 42.814 62.991 24.692 4.086 211.959

Pop. Total 159.332 86.948 126.870 49.768 8.665 431.583

Fonte: INE (CENSO 2007)

20

As línguas nacionais predominantemente faladas são ndau, sena e actualmente também já

se verifica focos significativos da população falante de língua matsua, principalmente nos

bairros de Chipangara e Massamba, entre outros.

Do ponto de vista sociocultural, a população da Cidade da Beira pertence na sua maioria

ao grupo Bangwe, resultante do cruzamento havido entre os Machangas, Matewes e

Podzos do vale do Zambeze.

2.2.3. Principais actividades sócio - económicas.

Segundo o relatório do MAE (2005), “além do consolidado sistema ferro-portuário, a

Cidade da Beira possui o segundo maior parque industrial do país e unidades de pesca. O

potencial para a exploração profissional dos recursos pesqueiros pela indústria é um forte

elemento de atracção de mão-de-obra para a região”.

Ainda constituem actividades socioeconómicas o comércio informal, a pesca artesanal, a

agricultura de subsistência, a pecuária e além da exploração dos recursos naturais locais

A cidade da Beira possui uma forte rede comercial, onde a maioria dos estabelecimentos

operacionais localizam-se no Posto Urbano nº 1. Duma forma geral, o mercado informal

é que assegura o abastecimento da população em termos de produtos diversos apesar de

seu controle não ser eficiente, dado que a maioria dos comerciantes tem bancas

temporárias ou ambulatórias.

A definição de sector informal tem sido abordada de diversas maneiras, em função da

perspectiva de cada autor nos objectivos a alcançar. Perante a realidade das actividades

desenvolvidas nesta urbe, para o presente trabalho, assenta-se melhor a ideia de ser um

comércio que contém um numero significativo de microempresas licenciadas e não

licenciadas, incluindo o trabalho por conta própria que desenvolve uma serie de

actividades orientadas para a sobrevivência das populações não empregadas no mercado

formal.

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3. FORMAS DE OCUPAÇÃO DO ESPAÇO BALDIO DA BAIXA DO CHIVEVE

3.1. Causas da Ocupação do espaço Baldio

3.2. Tipos de construções implantados

3.3. Atribuição de terrenos no espaço baldio da Baixa do Chiveve

3.4. Formas de Ocupação do Espaço

4. IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA OCUPAÇÃO DO ESPAÇO

BALDIO

4.1. Implicações Ambientais da Ocupação do Espaço Baldio

4.2. Saneamento do Meio

4.3. Obstrução das vias naturais de escoamento de água

4.4. Doenças Ambientais

5. ESTRATÉGIAS PARA MITIGAR AS IMPLICAÇÕES DECORRENTES DA

OCUPAÇÃO DO ESPAÇO BALDIO.

5.1. Instalação de mecanismos de controlo das áreas baldios

5.2. Requalificação da área no contexto do ordenamento territorial

5.3. Sensibilização da população

Conclusão

Recomendações

Referência bibliográfica

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Gestão Urbana. Rio de Janeiro: Mauad, 1998.

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