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    MUROS DE PEDRA SECA British Trust for Conservation Volunteers

    http://www.btcv.org/skills/walls/drystone.html

    Traduo por Antn io de Borja Arajo, eng. civil IST

    Maio de 2008

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    MTODO DE CONSTRUO

    A construo de muros em alvenaria seca tem quatro regras que so to bsicas que se podemaplicar a quaisquer situaes. So as seguintes :

    a. Colocar as pedras maiores na base, excepto as pedras de travao 1 e as pedras decapeamento2.b. Desencontrar (quebrar) as juntas.c. Manter o interior preenchido.d. Compactar o muro, empregando o compactador 3correcto para cada tipo de pedra.As tcnicas de construo que se baseiam nestas regras so virtualmente as mesmas, quer o

    trabalho seja executado por uma pessoa, por um par ou por um grupo. Mas o trabalho de um par ou de umgrupo envolve algumas consideraes adicionais conforme indicadas a seguir.

    A sequncia de trabalho abaixo aconselhada descrita em pormenor nas seces que se

    seguem. Por simplicidade, assume-se que o muro est ao nvel do terreno e que as suas extremidades jesto constitudas nas cabeas 4. Os problemas envolvidos na construo das cabeas e na construoem terreno inclinado sero discutidos mais tarde.

    Para se construir um muro em alvenaria seca :

    1. Alinhar, sanear e cavar a totalidade da trincheira defundao.

    2. Dispor o aprovsionamento de pedras ao longo datrincheira, deixando espao para se trabalhar.

    3. Assentar as pedras de base 5 (pedras de fundao) aolongo de toda a trincheira. Colocar o preenchimento entreelas ao mesmo tempo que se vai progredindo no trabalho.

    4. Assentar a mestra inclinada 6 ou os barrotes suficientespara o dia de trabalho estimado. Colocar os cordis dealinhamento a cerca de 300 mm acima do nvel do terreno.

    5. Construir as fiadas at ao nvel dos 300 mm, emconformidade com as quatro regras bsicas de execuoacima referidas.

    1Through2Topstone3Batter4Wall head5Footing6Batter frame

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    6. Subir os cordis para a altura da base da primeira fiada de pedras de travao, habitualmente voltados 600 mm acima do nvel do terreno, mas proporcionalmente mais baixa para um muro baixo, ou nocaso de se terem previsto as trs fiadas de travao.

    7. Construir as fiadas at aos cordis, deixando-as niveladaspelo exterior para receberem as fiadas de travao. Seguiras regras bsicas em todas as fiadas.

    8. Assentar a primeira fiada de travao.

    9. Se tiver sido planeada uma segunda fiada de travao, subir os cordis de alinhamento at ao nvelda base dessa fiada, geralmente a cerca de 1,00 m ou 1,20 m acima do nvel do terreno. Se no tiversido prevista, avanar para o passo 16.

    10.Se for necessrio movimentarem-se mais pedras para onde possam ser facilmente alcanadas, agora uma boa altura para o fazer. Mas devem ser deixadas parte pedras adequadas para serem usadasmais tarde.

    11.Construir as fiadas at aos cordis de alinhamento e nivel-los para a segunda fiada de travao.Seguir as regras bsicas em todas as fiadas.

    12.Assentar a segunda fiada de travao.13.Subir os cordis de alinhamento at ao nvel da base de terceira fiada de travao, se esta for para

    ser construda. Seno avanar para o passo 16.

    14.Assentar a terceira fiada de travao.15.Subir os cordis para o nvel da ltima fiada, ou seja para a

    altura do muro sem as pedras do capeamento.

    16.Construir as fiadas at aos cordis e deix-las niveladas parareceberem as pedras do capeamento.

    17.Normalmente, as pedras do capeamento so colocadas depoisde todo o muro ter sido levado at ao cimo, pelo que devem ser

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    repetidos os passos 4 a 17 at isso ser feito. No entanto, se as peas do capeamento 7 foremcompridas ou quando o muro tiver que ser deixada por acabar durante algum tempo, vale a penacolocar-se o capeamento por troos mais curtos sobre as partes acabadas para se protegerem estas.O mtodo usado vai depender do estilo das peas de capeamento 8.

    18.Limpar tudo no final do dia de trabalho, e transferir as pedras que no foram usadas para a seco demuro que vai ser construda a seguir. Deixar o extremo do muro com as fiadas formando degraus, amenos que se tenha acabado a seco numa cabea, para que assim o trabalho do dia seguinteconsiga ligar-se bem.

    A FUNDAO

    Um muro to bom quanto o for a sua fundao. Bases fracas so a origem dos colapsos mais

    graves, e nenhum cuidado na construo para cima, por maior que for, consegue corrigir os problemas dabase. Uma fundao adequada :

    a. Proporciona uma base estvel para o resto do muro. Com uma ou duas toneladas de pedrapor cada metro de comprimento de muro, a fundao deve ser adequadamente larga, slida efirme para resistir aos assentamentos diferenciais.

    b. Mantm o preenchimento firme no centro do muro. De outra forma ele tende a ser deslavadoou a assentar.

    c. Permite que a gua drene para fora da base do muro, minimizando as perturbaesconsequentes do congelamento.

    d. Evita a eroso do terreno por baixo do muro em consequncia do escorrimento da guaproveniente das chuvas ou do degelo da neve, o que pode provocar subsidincia.

    ALINHAMENTO

    Seguir este procedimento :

    1. Remover as plantas lenhosas, os tufos de vegetao e as pedras do alinhamento do futuromuro. No necessrio incomodarmo-nos a tentar remover os pedregulhos solidamenteassentes no terreno.

    2. Marcar uma das faces da futura trincheira da fundao. Esticar um cordel de alinhamento emnylon entre duas estacas ou vares de metal colocados nas extremidades.

    3. Esticar um segundo cordel de alinhamento paralelo ao primeiro, conforme a largura correctapara a futura trincheira. Esta deve ter cerca de 300 mm a mais do que a largura especificadapara a fundao, de forma a garantir espao de manobra a permitir ajustamentos.

    7Stretcher8Coping

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    4. Marcar o terreno ao correr das duas linhas. Para isso, ficamos de frente para a linha,segurando verticalmente uma p de valador 9com as costas da lmina contra o cordel eparalelamente a este. Empurrar a p a direito e para baixo at profundidade estimada para atrincheira, usando o p, se necessrio. Fazer isto ao longo da linha toda.

    5.

    Escavar a trincheira at ao subsolo firme ou at rocha. Esta est geralmente a umaprofundidade entre os 100 mm e os 310 mm, sendo a mdia 150 mm. As pedras da base, amenos que tenham que ser usadas pedras com grandes dimenses, devem aproximar-se masno sobressair do nvel do terreno. Devem-se cortar os lados da trincheira na vertical, de outraforma pode-se ter problemas com a colocao das pedras de base.

    APROVISIONAMENTO

    Dispor o aprovisionamento de pedras para o trabalho de um dia ao longo da trincheira defundao e a cerca de um metro de distncia desta. Isto minimiza os percursos e os carregamentos mas,

    ao mesmo tempo, proporciona espao para trabalharmos sem pedras debaixo dos ps. Colocam-sealgumas pedras adicionais um pouco mais longe, em vez de se empilharem, para que se possam observare serem decididas as seleces entre as muitas pedras possveis.

    Colocam-se pedras para os muros e para os enchimentos de ambos os lados da trincheira, amenos que se prefira trabalhar apenas de um lado, caso em que se colocam as pedras todas do ladopreferido. Se a descarga e a arrumao forem feitas mo, pode-se ir seleccionando grosseiramente aspedras conforme se vai trabalhando, tal como quando se desmonta um muro existente para ser reparado.Neste caso, guardam-se as pedras de travamento e de capeamento de um lado e um pouco para trs dasoutras pedras. No se deve ter o incmodo de seleccionar pedras que j esto no cho, pelo que basta terdebaixo de olho as que iro dar bons travamentos ou capeamentos e evitar-se us-las noutros stios.

    COLOCAO DAS PEDRAS DE BASE

    a. Usam-se as pedras maiores na fundao, excepto aquelas que iro dar bons travamentos oucapeamentos, ou que queremos reservar para os cunhais, para as passagens para ovelhas 10, etc.Embora seja melhor usarem-se pedras que se aproximem mas que no ultrapassem o nvel doterreno, se tivermos que usar pedras muito grandes, prefervel us-las aqui do que a um nvelsuperior onde teriam que assentar em cima de pedras menores.

    Se o fundo da trincheira da fundao for um leito rochoso irregular, constri-se um leito regularpara as pedras de base, usando pedras planas mais pequenas, apertadamente espaadas. Se oleito rochoso estiver a poucos centmetros abaixo do nvel do terreno, no nos devemos preocuparem usar pedras de base grandes, mas assentar apenas a primeira fiada de pedras do murodirectamente no leito preparado. Neste caso o leito rochoso funciona como se fosse umafundao.

    9Spade10Cripple hole

    CertoErrado

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    b. Assentar as pedras de base em duas linhas paralelas ao longo da trincheira de fundao, com osrespectivos lados mais compridos virados para o interior do muro e nunca ao correr da face deste.

    As pedras assim colocadas dificilmente se deslocam quando tiverem carga em cima, enquantoque as pedras colocadas ao correr do muro podem rodar facilmente para fora da sua posio. Noentanto, as pedras de base muito grandes podem ter que ser colocadas ao correr da face do muropara se evitar o alargamento da trincheira ou a sua interferncia com as pedras de base do outrolado.

    c. Garantir que todas as pedras assentam sobre um bom leito ou uma boa pedra de base. Verificar asua estabilidade. Elas no devem necessitar de serem faceadas, uma vez que algumas pedrasfaceadas podem-se inclinar ou escorregar facilmente quando muro assentar. Devem-se evitarpedras de base arredondadas, uma vez que difcil construir-se firmemente em cima delas.

    Em cada pedra de base escolhe-se a face mais regular, ou aquela que faa maisaproximadamente ngulos rectos com o leito, para ser usada na face exterior. Deve-se continuar afazer o mesmo com as pedras de face, nas fiadas sucessivas. Uma face exterior regular tem boaaparncia e desencoraja a escalada, tal como as faces interiores irregulares casam melhor com osenchimentos.

    d. Deixam-se, pelo menos, 25 mm entre as arestas interiores das pedras de base para se promovera drenagem atravs do muro. Normalmente, este espao fica um pouco maior por causa dasirregularidades das pedras.

    e. Preenche-se o espao entre as duas fiadas de pedras de base com enchimentos irregulares dedrenagem livre.

    UTILIZAO DA MESTRA INCLINADA

    No caso de murosautoportantes, a mestrainclinada habitualmenteconstruda da seguintemaneira:

    VISTA DE CIMA

    TRAVESSA

    PERNA

    ALTURA DA PAREDE ABAIXODA FIADA DE TRAVAMENTO

    ALTURA DA PAREDE ABAIXODO CAPEAMENTO

    LARGURA DOFUNDO ACIMADAS PEDRAS

    DE BASE

    NVEL DO TERRENO

    LARGURADO CIMO

    INCLINAO

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    As seguintes dimenses so tpicas em muitos muros, e do uma ideia do que necessrio:

    A altura, as larguras do cimo e do fundo, a inclinao e o nmero e posio das fiadas de

    travamento variam de acordo com o tamanho do muro que se pretenda construir.

    As mestras inclinadas foram descritas anteriormente.

    Quando se constri a partir de uma seco oude uma extremidade de muro j existente, s necessria uma mestra. Ela colocada no final daseco estimada para a produo desse dia, esticando-se os cordis de alinhamento a partir do muro existente.

    Ocasionalmente, so necessrias duas mestras, uma em cada extremidade da seco do dia, porexemplo, ou quando se comea um muro sem um ajudante, ou porque no temos as pedras para uma dasextremidades, ou ainda porque esta vai ser construda mais tarde em silharia.

    Para se colocar a mestra inclinada e os cordis:

    1. Coloca-se a mestra na esquadria das fundaes para que os seus ps fiquem ao nvel doterreno e o seu eixo central fique por cima do centro da trincheira.

    2. Verifica-se a mestra com o prumo em ambas as direces e escora-se com uma tbuacolocada contra a travessa superior. Ancoram-se os ps e a ponta da escora com pedras.

    3. Amarram-se as pontas dos dois cordis a pregos, palmetas ou estacas de madeira.

    MESTRADE MUROS DOSCOTSWOLD

    (dimenses correntes)585 mm

    LARGURA DO FUNDOACIMA DAS FUNDAES

    VISTA DE FRENTE VISTA DE LADO

    INCLINAO NOSDOIS LADOS 1:12

    NVEL DOTERRENO

    ESCORA

    BITOLAALTURA DOMURO ABAIXODOCAPEAMENTO

    cordel

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    4. Amarram-se os cordis s pernas da mestra, a cerca de 300 mm acima do nvel do terreno.Para se fazer isto, trazem-se os cordis pela parte defora das pernas, enrolam-se volta destas e empurram-

    se as palmetas ou estacas para baixo e contra a perna,at ficarem firmes.

    5. Coloca-se a outra mestra e fixam-se os cordis damesma maneira, ou amarram-se os cordis paredeexistente cravando-se um prego, uma estaca ou umapalmeta numa junta que fique na altura certa e enrolando os cordis volta destes. Verifica-sese os cordis esto bem esticados.

    6. Num comprimento muito grande, onde os cordis fiquem sujeitas ao seu peso prprio,constri-se um pouco de muro at ao nvel correcto perto do centro desse comprimento.

    Depois enrola-se um trapo ou uma poro de erva em redor dos cordis para se impedir queeles sejam cortados e fixam-setemporariamente com uma pedracolocada em cima. Isto til notrabalho em grupo porque limita omovimento dos cordis caso elessejam tocados por acidente.

    Fiadas

    Os muros de pedra seca so construdos em fiadas mais ou menos regulares, no s pela

    aparncia, mas para se garantir a maior simetria e estabilidade possveis ao longo do comprimento eatravs da seco da parede. Apesar de existirem diversos pontos a recordar, a maioria deles soaplicados por bom senso e tornam-se intuitivos com a prtica. Assim que se aprender como se constroemas fiadas, deve-se prestar um pouco de ateno a outros aspectos da construo de paredes comalvenaria seca.

    CALIBRAO

    Devem-se colocar as pedras maiores na base, com a excepo das pedras de travamento e doscapeamentos.

    H trs motivos para esta regra. Em primeiro lugar, as pedras mais pequenas colocadas em cimadas pedras maiores tm menos probabilidades de escorregarem ou de assentarem gravemente, do que aspedras grandes em cima das pequenas. Em segundo, menos cansativo e perigoso usarem-se as pedrasgrandes junto da base do que i-las at altura da cintura ou do peito. Em terceiro, as pedras devem sercolocadas com as suas faces mais compridas para dentro da parede, se possvel, e para se conseguirfazer isto sem se interferir com as pedras do outro lado do muro, necessrio usarem-se as pedrasmaiores em baixo, onde o muro mais largo.

    Os pontos seguintes ajudam a calibrarem-se as fiadas adequadamente :

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    a. Determinar a altura de cada fiada a partir das maiores pedras que se planeiam usar nela,descontando-se os desajustes ocasionais, os quais podem ser acomodados em mais do queuma fiada. Tentar manter esta altura escolhida ao longo da totalidade da fiada, obtendo-a coma altura de mais do que uma pedra, se necessrio.

    Ter em ateno que se devem nivelar as fiadas sobre as quais se vo colocar as travaes eos capeamentos. Pode-se ter que usar lascas finas para se regularizarem quaisquer pequenasdiscrepncias nas alturas das pedras destas fiadas.

    b. A regularidade que se consegue obter na calibrao depende do tipo de pedra disponvel. Osdesenhos seguintes mostram trs exemplos de uma adequada calibrao e de uma boaconstruo para trs tipos de pedra.

    VISTA LATERAL

    COAL MEASURES

    MILSTONE GRIT

    CALCRIO CARBNICO

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    NOTAS DO TRADUTOR :

    Coal measures uma expresso litoestratigrfica usada habitualmente nas Ilhas Britnicas para o estrato que suporta ocarvo no Sistema Carbnico Superior. Representa os vestgios dos sedimentos delta-fluviais, e consiste principalmente em

    rochas clsticas (argilosas, xistos, microarenitos, arenitos, conglomerados) interestratificados com camadas de carvo.

    Milstone grit, ou gritstone uma rocha sedimentar composta por gros de areia grossa com incluses de pequenas pedras. uma verso grosseira de arenito. Sedimentou na era Paleozica tardia, no perodo Carbnico, em condies de delta.

    c. Usar pedras de tamanho grosseiramente igual em ambas as faces do muro, e em todos ospontos da fiada. Mesmo que no se consiga cumprir sempre com esta regra, deve-se evitar acolocao das pedras maiores s de um lado do muro, em qualquer troo deste, porqueparecem mal e podem provocar que o muro assente diferencialmente no sentido transversal,nesses pontos.

    d. Se tivermos que misturar pedras grandes com outras mais pequenas para se completar umafiada, deve-se tentar espaar regularmente as pedras maiores ao longo de ambas as faces dafiada, em vez de as colocar todas juntas, porque parecem mal e podem provocar que o muroassente diferencialmente no sentido longitudinal.

    JUNTAS

    Para se conseguir uma boa ligao entre fiadas, devem-se desencontrar as juntas. Esta regra frequentemente chamada de the wallers prayer 11 : Um sobre dois e dois sobre um. As juntasadequadamente desencontradas, tal como numa parede em tijolo, distribuem a presso de cada pedrapara baixo e para fora, regularmente, ao longo de toda a parede. As juntas no desencontradas canalizamesta presso para linhas de fraqueza que aparecem sob a forma de costuras que alargam quando o muroassenta. Esta fraqueza aumenta geometricamente por cada junta adicional no desencontrada numa linhavertical.

    11NT Orao do construtor de muros.

    VISTA DE CIMA

    CERTOERRADO

    VISTA LATERAL

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    Mesmo o construtor de muros experiente deixa, por vezes, uma junta no desencontrada parafazer com que as pedras assentem firmemente ou para subir a fiada entre duas pedras mais altas, masuma costura de duas, trs ou mesmo quatro juntas no desencontradas a marca de uma construo demuros apressada ou descuidada.

    Aplica-se a mesma considerao s juntas transversais, ocultas mas cruciais. E estas juntas so

    fceis de desencontrar, mesmo com a mais rstica pedra de construo mas, se houver to pouca sorteque se esteja a usar uma pedra muito regular e bem talhada, necessrio um esforo deliberado para semanter esta regra. Sem um adequado desencontro de juntas, as pedras de face podem no se ligar comos preenchimentos e ambas as faces podem ganhar barriga e entrar em colapso.

    .

    PREENCHIMENTOS

    Deve-se manter o centro o muro preenchido. Os preenchimentos ou corao so componentesinvisveis mas essenciais de todos os muros em pedra seca. Sem eles, as pedras de face assentam parao interior e o muro entra em colapso para o centro. Devem ser usados preenchimentos em todas as fiadaspara ajudarem ligao e estabilidade das pedras das faces, proporcionando drenagem e criando umabase para as fiadas superiores.

    a. Usar rochas slidas e no terra, areia ou gravilha fina nos preenchimentos.b. A dimenso necessria para os preenchimentos depende do tipo das pedras das faces maior

    para paredes irregulares, menor, descendo at uma gravilha muito grosseira com 25 mm (1polegada) de dimetro, nos muros mais regulares.

    c. Os preenchimentos devem ser angulosos para se ligarem adequadamente sob as presses. Oscalhaus redondos e outros preenchimentos demasiadamente regulares devem ser partidos amartelo antes de serem usados.

    d. Mesmo que devendo-se evitar a produo de preenchimentos pela fractura de potenciais pedrasde face, as quais podem ser precisas mais tarde, podem-se transformar em preenchimentosalgumas pedras muito grandes, de forma desajeitada ou arredondadas, caso exista fartura de

    pedras melhores para as faces. Tambm natural que se vo produzindo preenchimentosconforme se aperfeioam as pedras de face para se conseguir um melhor assentamento.

    NODESENCONTRADA

    VISTA LATERAL

    CERTO ERRAD

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    NOTAS SOBRE A TCNICA

    Gerais

    a. , geralmente, melhor assentar-se cada fiada apenas com o comprimento da totalidade do troocorrespondente a uma jornada de trabalho, antes de se comear a fiada seguinte. Se fizermosassim e, ao mesmo tempo, se procurarmos a maior pedra que se vai usar a seguir, no se vai tergrandes problemas em calibrarem-se as fiadas.

    b. Assentam-se ambas as faces ao mesmo tempo e mantm-se bem preenchidas entre si. Nunca secolocam pedras nas fiadas seguintes antes que o muro imediatamente abaixo esteja completo eestvel.

    c. Trabalha-se num troo curto com 1 metro (3 a 4) de cada vez, antes de se continuar a fiada dooutro lado. Escolhe-se uma pedra aceitvel que esteja nas proximidades e olha-se para sedeterminar onde que ela vai encaixar nesse comprimento. Deve-se recordar que se ela no ficarbem onde se tinha imaginado, provvel que sirva nas proximidades. Em vez de a deitarmos parao cho, com desgosto, ou de se andar com ela para cima e para baixo no muro procura do

    melhor lugar para a assentar, deve-se apenas experiment-la em vrias posies na rea prximade onde se est a trabalhar. Isto poupa tempo e esforos, e geralmente mais bem sucedido.Conforme a equipa do ACE se vai tornando mais experiente, eles vo descobrir com facilidadeprogressiva como colocarem correctamente as pedras primeira tentativa.

    d. Enquanto se est a assentar as fiadas, fica-se de frente para o muro. Esta a posio mais fcil econfortvel para se levantarem e posicionarem as pedras grandes.

    e. Usam-se ambas as mos para agarrar e colocar todas as pedras, menos os preenchimentos ou aspedras das faces que sejam mais pequenas. Assim mais seguro e d-nos uma melhorpercepo da sua forma. Depois de se colocar cada pedra, verifica-se se fcil desloc-lafazendo presso para baixo e para fora com as mos. Ela deve ficar estvel para que as fiadasseguintes a faam assentar ainda mais firmemente.

    f. As pedras so colocadas e no deixadas cair sobre a parede. o procedimento mais saudvelpara a parede e para os nossos dedos.

    g. Usam-se as melhores pedras para as faces. As pedras irregulares ou mal configuradas podem irpara o interior. S devem ser quebradas se forem demasiadamente grandes para serem usadasinteiras nos preenchimentos ou se forem demasiadamente lisas para morderem.

    h. Quando se trabalha sozinho, a princpio bastante fcil construir-se a partir de ambas as faces,passando-se para trs e para a frente por cima do muro de maneira a se gastarem as pedrasdescarregadas de ambos os lados. Quando isto comea a ser difcil, podemos conseguir ajustarpedras na face contrria do muro pondo-se uma mo sobre uma pedra da face oposta einclinando-nos sobre a parede. Isto melhor do que saltar por cima do muro, o que faz

    desarrumar ambas as faces.Logo que o muro tenha alguns palmos de altura, podemos trabalhar principalmente de um lado, ou

    ento continuar a passar por cima do muro ou andar sua volta em intervalos frequentes. Os experientestrabalham, tanto quanto possvel, a partir de um s lado e assentam as pedras em conformidade. Elescomeam por construir e formar as arestas da face oposta e, a seguir, constroem a face mais prxima ecolocam o preenchimento, repetindo este procedimento a cada fiada. De tempos a tempos andam volta,at ao outro lado, para verificarem os resultados.

    No caso dos principiantes, prefervel trabalharem igualmente de ambos os lados, concentrando-sena face mais prxima de cada vez. Quando se tiver que passar por cima do muro, por exemplo para se

    reconstruir entre troos existentes, devemos pisar cuidadosamente sobre uma pedra de face do ladooposto e verificar, a seguir, se ela no ficou deslocada. No devemos colocar o nosso peso em cima dospreenchimentos.

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    Assentamento das pedras

    a. Assentam-se as pedras de face com as respectivas arestas maiores viradas para o interior domuro, e no no sentido do comprimento, tal como se fez para as pedras de base, a menos queelas sejam to grandes que vo interferir com ambas as pedras da face oposta. Se as pedras

    forem compridas demais para serem colocadas no muro e nos parecer provvel que vo rodarpara fora da sua posio, caso sejam assentes no sentido o comprimento, elas devem ser partidasem bocados mais pequenos.

    b. Assenta-se cada pedra de face de maneira que o seu topo fique ao mesmo tempo nivelado eligeiramente mais elevado em direco ao centro da parede, do que na do exterior.

    Nunca se assentam pedrasinclinadas para o centro, umavez que elas tendem ainclinarem-se cada vez mais,conforme os preenchimentos

    abaixo delas vo assentando.Isto conduz o respectivo peso,bem como o das pedras acimadelas, cada vez mais para cimados preenchimentos, em vez deir para as pedras de face e paraas fundaes por baixo destas.As pedras inclinadas para ointerior tambm conduzem a gua da chuva para o vulnervel ncleo do muro, aumentando aprobabilidade da sua degradao pelo congelamento. Ambos estes processos so causasprovveis para o muro colapsar para interior, no futuro.

    Nalgumas regies, os construtores de muros, particularmente nos Cotswolds e, em menorquantidade, na Esccia, sublinham a necessidade de se colocarem as pedras ligeiramente maiselevadas no meio para se garantir que o muro drena a gua. Os construtores da zona dosPennine concordam em princpio, mas as respectivas pedras so frequentementedemasiadamente grandes e irregulares para se conseguir este objectivo. No entanto, eles somuito cuidadosos em garantirem que as pedras no se inclinem para baixo, no interior.

    Se, efectivamente, construirmos muros com pedras inclinadas para fora, devemos garantir que oseu ngulo muito ligeiro para se evitar que elas sejam impelidas para fora conforme o muro vaiassentando.

    c. Deve-se tentar assentar todas as pedras de face com uma superfcie plana virada para baixo, paraque fiquem solidamente apoiadas. Mesmo que isto implique que a superfcie superior sejaarredondada, habitualmente bastante fcil criar-se um bom leito para a prxima fiada pelacolocao de pedras pequenas e achatadas de ambos os lados.

    FACE PREENCHIMENTO FACE PREENCHIMENTO

    CERTO ERRADO(CORTES)

    VISTAS LATERAIS

    CERTO ERRADO

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 15 de 32

    Nunca se deve assentar o lado arredondado para baixo, j que desta forma a rea de contactocom a pedra inferior fica menor e pode ser difcil ajeitar-se a pedra de maneira a ficar firmementeapoiada.

    d. No se devem colocar pedras que vo actuar como cunhas geradoras de foras descendentes.

    Isto especialmente tentador quando se usam blocos de calcrio, mas tende a forar as pedrascircundantes a afastarem-se, o que enfraquece o muro.

    e. Consideradas as anteriores restries, devem-se assentar todas as pedras de modo a que a suasuperfcie mais plana, ou aquela que mais se aproxime da perpendicular ao leito, fique virada parao exterior, de maneira a se formar a face do muro. Isto tem melhor aspecto e tambm ajuda agarantir uma superfcie interior irregular para ligao dos preenchimentos.

    Se possvel, todas as faces das pedras devem ficar alinhadas com a inclinao do muro, conformese v no diagrama seguinte.

    errado assentarem-se pedras em balano, no s porque parecem mal, mas porque tambmproporcionam menos suporte s pedras que lhes ficam por cima.

    f. Se possvel, devemos evitar assentar pedras que se projectem para fora da face geral do muro.Quando for foroso faz-lo com pedras grandes que, de outra maneira, no assentariam

    adequadamente, deve-se garantir que ficam verdadeiramente slidas, conforme se mostra aseguir.

    CERTO ERRADO

    VISTASLATERAIS

    CORTES

    CERTO

    FACE PREENCHIMENTOERRADO

    FACE PREENCHIMENTO

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 16 de 32

    O desenho central mostra uma pedra que nunca devia ter sido assente projectada para fora daparede, porque nesta posio ela vai ser forada para baixo e para fora, pelas pedras que lheficam por cima. Este tipo de pedra curvada para baixo deve ser assente mais para trs, para que

    seja fortemente forada contra a pedra que lhe est por baixo pelo peso das fiadas superiores,conforme se mostra direita.

    g. A maioria das pedras sedimentares e metamrficas tem um gro definido ao longo dos planos desedimentao, ou linhas de clivagem, ou de esfoliao. Deve-se tentar assentar as pedras dasfaces de modo a que o seu gro corra horizontalmente, mesmo que as superfcies superioresfiquem inclinadas.

    Desta forma as pedras resistem melhor aco dos elementos climatricos. Os jris dosconcursos esperam encontrar esta disposio e, logo que comeamos a pensar sobre o assunto,

    ficamos surpreendidos como as pedras tm mau aspecto quando o seu gro corre no sentidoerrado.

    h. Quando se usa uma pedra mais pequena para se subir o nvel da fiada de baixo, entre duaspedras grandes, deve-se garantir que ela fica nivelada, ou mesmo um pouco acima, relativamentes suas vizinhas. De outro modo, ela no fica firmemente segura pelas pedras de cima e provvel que escorregue para fora.

    CERTOFACE

    PREENCHIMENTO

    CERTOFACE

    PREENCHIMENTOERRADO

    FACEPREENCHIMENTO

    (CORTES)

    CERTO ERRADO

    VISTA LATERAL

    CERTO ERRADO

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 17 de 32

    i. Quando se procura uma pedra para encaixar contra uma vizinha mal configurada, mais fcilsentir a forma adequada do que estim-la com a vista. Os construtores experientes apalpam ousopesam com as mos, frequentemente, volta das pedras, ao mesmo tempo que olham para os

    espaos no muro, para terem uma melhor ideia sobre o formato necessrio.Cunhas12

    frequente que uma pedra que no se apoie firmemente por si prpria, possa ser segura comuma pedra pequena de forma arredondada, encaixada por baixo e por trs.

    Estas cunhas tambm podem ser teis por trs, para se garantir que as superfcies de cima ficamniveladas ou ligeiramente inclinadas para baixo e para fora, em vez de o ficarem para o centro. As cunhaspodem ter um tamanho e uma forma qualquer, desde que tenham um ngulo aguado para se encaixaremjustamente na respectiva posio. Deve-se experimentar a pedra de face depois de aplicada a cunha everificar-se se ela no balana para trs e para a frente quando carregada para baixo. Se for necessriopartirem-se pedras grandes para se fazerem cunhas adequadas, deve-se garantir que ficam pedrassuficientes para a face do muro.

    Pregos13

    Os pregos so pedras em cunha que se foram nos intervalos da face da parede ou entre aspedras de topo para se criar um topo travado. Os construtores de muros dos Pennines no gostam deusar pregos pelas seguintes razes :

    a. Com o esforo para serem introduzidos os pregos, podem-se desarrumar as pedras dasfaces ou dos preenchimentos.

    b. Os pregos, mesmo que sejam batidos com um martelo, nunca ficam verdadeiramenteseguros. frequente que sejam forados a sair da parede quanto esta assenta ou quandoo congelamento perturba as suas faces. Mesmo com um percusso suave, frequenteque estes pregos fissurem, permitindo que a gua se infiltre por eles, o que os irfragmentar dentro de pouco tempo.

    c. Os pregos so, geralmente, inteis desde que as pedras das faces sejam adequadamentecolocadas e cunhadas por detrs.

    Por vezes so usados pregos para se preencherem lacunas ou buracos que o construtor entendeserem sinais de uma m construo. De facto, as fendas e as lacunas no tm importncia desde quetodas as pedras repousem firmemente e que as aberturas sejam demasiadamente pequenas para que ospreenchimentos consigam sair. No h nenhuma necessidade de que todas as pedras das faces estejam

    apertadas contra as suas vizinhas, se isto significar que ficam fracamente apoiadas.12Wedging13Pinning

    CORTE

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 18 de 32

    Os construtores de muros escoceses tendem a usar pregos muito frequentemente, mas elesesclarecem que muito melhor irem-se colocando esses pregos durante a construo do que remend-losmais tarde na face do muro. Se necessitarmos de pregar, numa qualquer ocasio, devemo-nos recordardo dito Cada pedra em seu buraco. Diversos pregos pequenos num nico buraco dificilmente conseguemficar apertados.

    Travaes

    As travaes ou pedras de travao atravessam o muro, ligando uma face outra. Elas ajudama evitar que o muro fique convexo para fora, quando for assentando, porque :

    a. Ligam as duas faces entre si, para formarem uma nica pea.b. Mantm o equilbrio das faces do muro pela distribuio igual do peso das camadas

    superiores sobre as camadas inferiores.

    Nem todos os muros tm necessidade de travaes, mas quando eles tiverem faltas, as pedras

    devem ser grosseiras e irregulares para ficarem bem ligadas e deve-se aumentar a espessura da basedesse muro e construir-se com maior inclinao do que aquela que, de outra forma, seria necessria. Aquantidade e o espaamento das travaes garantem um muro muito forte. Quando as travaes soescassas e o muro suficientemente alto para levar mais do que uma fiada, devemos aumentar a distnciaentre travaes, em cada fiada, em vez de as usar todas na mesma fiada. Se estivermos a construirdiversos muros, devemos prever a maior proporo de travaes para os muros mais altos ou paraaqueles que sejam mais susceptveis de serem danificados. Vale sempre a pena usarem-se travaes,mesmo que tenhamos que as situar com afastamentos de 2 a 3 metros, ou mesmo maiores.

    Temos que ter sempre presente :

    a. Ser especialmente cautelosos quando levantamos e assentamos as travaes. As nossascostas e os nossos dedos esto em risco.

    b. As melhores travaes so placas de arenito com cerca de 50 a 75 mm (2 a 3) deespessura. As travaes de ardsia tambm so boas, mas um pouco mais susceptveisde fracturar. Podem ser usadas outras pedras mais irregulares, desde que noescorreguem com demasiada facilidade.

    c. As travaes devem ser suficientemente compridas para aparecerem em ambos os ladosda parede, mas no importa se ficarem salientes em alguns centmetros num dos lados.Nalgumas regies, tais como em redor de Derbyshire High Peak, e nas regies de ardsiaem Gales e na Ilha de Man, as travaes que se projectam tanto quanto 175 mm (7) so

    usados para se dissuadirem as ovelhas de saltarem. A maioria dos construtores de murospensam que esta uma m ideia porque encoraja o gado a coar-se e as pessoas atreparem o muro, o que coloca peso nas extremidades salientes e pode provocar olevantamento e deslocamento do topo do muro.

    No nos devemos preocupar em cortar excessivamente as travaes compridas, se noconseguirmos arranjar outras melhores. As travaes so muito trabalhosas de cortar e podemosperturbar as entranhas do muro se recortarmos os seus topos depois de elas j estarem posicionadas.Devem-se reservar as travaes mais compridas para serem usadas nas cabeas ou nos prumos dosmuros, ou ainda como ombreiras ou lintis.

    a. Devemos colocar as travaes de maneira a que elas se projectem igualmente de ambos oslados do muro, a menos que tenhamos uma boa razo para procedermos de forma diferente.

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 19 de 32

    b. Devem-se seleccionar as travaes mais duras para a fiada de baixo, j que, paraatravessarem o muro, elas tm que ser mais compridas do que as usadas nas fiadas maisacima. Assim, devemos usar primeiro as travaes mais compridas. Como estas tambm soas mais pesadas, prefervel vermo-nos livres delas, o mais depressa possvel, para que notenhamos que as levantar muito alto.

    c.

    Antes de colocarmos as travaes, trazemos a fiada por baixo delas at ficar nivelada com ocordel de marcao. O preenchimento desta fiada deve ficar bem feito para se garantir umleito seguro. Coloca-se cada travao com a sua parte mais plana para baixo. Tenta-se evitarpr-lhe cunhas balana-se para se ajustar melhor ou ajustam-se primeiro ospreenchimentos, caso ela no assente com segurana. O peso da travao deve repousartanto sobre as pedras das faces, em ambos os lados, como sobre os preenchimentos entreelas.

    d. Depois de se colocarem as travaes, com um espaamento correcto e ao longo da totalidadedo troo de muro, constri-se o muro entre elas usando pedras de face e preenchimentos.

    Escolhem-se pedras que se ajustem bem em redor das travaes, em vez de se rodarem estaspara acertarem com as pedras de face. Continuam-se a acrescentar fiadas sucessivas, pela forma

    habitual, usando-se o topo das travaes como leito para as pedras mais acima.

    a. Quando atingirmos a fiada seguinte de travaes, nivelamos a fiada, tal como anteriormente, ecolocamos as travaes de maneira a que fiquem desencontradas com as de baixo. Isto fazum muro mais forte do que se as travaes ficassem directamente por cima das anteriores.

    b. Nalgumas partes da Esccia, colocada uma pesada fiada de cobertura, com pedras detravao, no topo do muro, mesmo abaixo do capeamento. Os construtores da regio dosPennine no fazem isto, mas quando tm a jeito pedras adequadas, eles nivelam a fiada maisalta com placas pequenas e delgadas, colocadas lado a lado, para proporcionarem um bomleito de assentamento para as pedras de topo. Conforme a pedra, estas podem ser ou notravaes, mas com a excepo de onde o hbito local sugira outro procedimento, elas podemno ficar mais salientes do que um pouquinho para fora da face do muro.

    Capeamento

    O capeamento 14consiste numa fiada de pedras de acabamento que atravessam o topo do muro.Ele muito importante por duas razes :

    a. Comprime para baixo as fiadas inferiores e liga as duas faces entre si, para que o muroassente como uma unidade macia.

    b. Protege as pedras de face e os preenchimentos contra a intemprie, os animais e as pessoas.Sem capeamentos os muros tendem a desfazerem-se, fiada a fiada, especialmente se foremfeitos com pedras pequenas ou frgeis.

    14Coping

    TRAVAES

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 20 de 32

    O capeamento a parte do muro que necessita, mais frequentemente, de uma inspeco ereparao, j que, uma vez deslocadas algumas pedras de topo, pode iniciar-se uma lacuna que provvel que venha a crescer, cada vez mais, a menos que seja reconstruda.

    Existem muitos tipos de capeamento e, com a maioria das pedras, possvel fazer-se uma

    escolha baseada no s em requisitos prticos, mas tambm nas preferncias pessoais. Quando noexistir uma boa razo para se proceder de outra forma, habitualmente prefervel seguir-se o exemplo dosmuros circundantes. De seguida, sero discutidos os prs e os contras dos principais tipos decapeamentos. Seguem-se pormenores de execuo.

    TIPOS DE CAPEAMENTOS

    Horizontal 15

    O tipo mais simples de capeamento um topo liso e horizontal, usando pedras de topo colocadaslado a lado, ao correr do inteiro comprimento do muro.

    Vantagens :

    a. Este tipo proporciona uma forma de se utilizarem as travaes excedentes, se as tivermos.b. rpido de construir e usa menos pedra do que os outros tipos.c. O acabamento resultante limpo e apertado, especialmente se as pedras forem facilmente

    trabalhadas para formarem grandes placas rectangulares.

    Desvantagens :

    a. Para que este capeamento consiga ser to seguro como os outros, as pedras tm que sergrandes, pesadas e regulares. Tais pedras, mesmo que estejam disponveis, so difceis de elevare de assentar num muro alto.

    b. O capeamento mais baixo do que os outros tipos, o que significa que necessrio construrem-se mais fiadas para se atingir a totalidade da altura do muro. Isto demorado e exige mais pedrasde face.

    c. Um capeamento horizontal facilmente perturbado se as pedras sobressarem das faces do muro,onde o gado de possa coar nelas ou onde as crianas as usam como caminho.

    d. Conforme o muro assenta, estas pedras podem ficar inclinadas, fazendo com que se perca aaparncia de um bom acabamento.

    15Flat

    ALADO CORTE

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 21 de 32

    Este tipo visto, habitualmente, a recobrir muros de moradia ou de jardins onde a aparncia sejaimportante e as perturbaes mnimas. Onde seja provvel que os animais ou as crianas tenhamimpacto, frequente que as pedras sejam ligeiramente argamassadas. Menos frequentemente, elas soancoradas por grandes pedregulhos, grosseiramente cbicos, conforme se mostra de seguida.

    Usa-se uma variao deste tipo para se formarem canteiros de flores para jardins. Cimentam-sepequenas pedras horizontais (ou ocasionalmente verticais) ao correr de ambas as faces do muro,

    deixando-se um poo central no qual podem ser criadas plantas.

    Inclinados16

    Os capeamentos inclinados variam desde quase horizontais at aproximadamente aprumados, eso encontrados construdos em muitos tipos de pedra. A seguir mostram-se alguns exemplos.

    16Trim

    ALADO CORTE

    ALADOS

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    22/32

    MUROS DE PEDRA SECAPg. 22 de 32

    Vantagens :

    a. necessria menos pedra do que para um capeamento aprumado, mas mais do que para umhorizontal.

    b. Cada pedra segura a sua vizinha. Isto faz com que seja mais difcil desalojarem-se pedrasindividuais.c. O capeamento tende a ficar cada vez mais apertado porque as pedras individuais deslizam paratrs, conforme o muro assenta, apesar de estarem em contacto com as outras.

    d. Nas encostas, este capeamento mais fcil de ser construdo e mais seguro do que os outrostipos.

    Desvantagens :

    a. Consegue-se uma menor altura do que com um capeamento vertical.b. menos robusto do que um topo travado caso as pedras individuais sejam fracas e facilmente

    desfeitas pela aco da intemprie.

    Os capeamentos inclinados so a regra geral nos muros das vertentes inclinadas das colinas e podemser vistos no seu melhor (e pior) nas zonas rochosas calcrias do distrito de Craven, no Yorkshire e noLake District.

    Acabamento irregular

    O acabamento irregular 17, ou capeamento em pedra tosca, utiliza qualquer tipo e dimenso depedras, encontradas ao acaso, conforme as circunstncias. O nico requisito que essas pedras

    atravessem a largura do muro.

    Vantagens :

    a. Este tipo rpido e fcil de fazer e avana com alguma preocupao em se reservarem pedras detopo de boa qualidade, conforme se vai construindo o muro.

    b. Proporciona uma forma de se usarem lotes de pedra mistos, incluindo xisto, ardsia, etc. quepoderiam constituir um capeamento fraco se fossem usadas isoladamente.

    Desvantagens :

    a. Este tipo tende a ser menos seguro do que os capeamentos que utilizam pedras de topo maisregulares.

    b. No especialmente atractivo.

    17Rough

    ALADO CORTE

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 23 de 32

    A maior parte dos muros com acabamento irregular precedem a poca do Parliament Enclosure18, ouformam muros de subdiviso menos importantes, dentro de vedaes com capeamentos mais elaborados.

    Aprumado19

    com pedras de topo de dimenso regularEste tipo usa habitualmente pedras que so menos espessas do que altas, e com uma base plana

    que assenta atravessando totalmente a largura da parede. A regularidade do seu acabamento depende dotipo de pedra local. Se possvel, recomenda-se que seja usada uma configurao como esta nas reas deexposio.

    .

    Vantagens :

    a. Com muitos tipos de pedras, consegue manter-se mais firme do que os outros tipos decapeamento.

    b. Consegue realizar a maior altura possvel com a pedra utilizada.c. Com cuidado, possvel produzir-se um trabalho muito agradvel.

    Desvantagens :

    a. Este tipo exige mais pedra do que os outros capeamentos.b. Pode ser necessrio talharem-se ou cunharem-se pedras para se ter um encaixe adequado.c. Algumas pedras podem ficar soltas quando o muro assentar. Tem que ser inspeccionado mais

    frequentemente do que os outros tipos, passados os primeiros anos.

    Este tipo habitualmente preferido para os muros vulgares em toda a regio dos Pennine. As pedrasde topo aparelhadas dos muros beira das estradas ou nas manses, so habitualmente colocadasaprumadas.

    18N.T. Aproximadamente entre 1700 e 1850.19Upright

    ALADO CORTE

    ALADO CORTE

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 24 de 32

    Topo travado

    O topo travado 20 uma variante do capeamento aprumado acima descrito. habitualmente feitocom basalto 21, tendo os capeamentos cerca de 250 a 300 mm (10 a 12) de largura e frequentemente

    mais do que 50 mm (2) de espessura. Depois de as pedras estarem cuidadosamente assentes eapertadamente colocadas ao correr de um troo inteiro, so introduzidos pregos, especialmenteseleccionados, entre algumas das pedras de topo para as travarem entre si ainda mais fortemente.

    Vantagens :

    a. Este tipo de capeamento muito robusto, desde que as pedras sejam suficientemente toscas paraficarem bem apertadas entre si.

    b. Se ficar um pouco folgado pelo assentamento, pode ser facilmente restaurado pela aplicao demais alguns pregos.

    Desvantagens :

    a. Este tipo , talvez, o mais difcil e demorado de construir.b. Conforme acima mencionado, ele tende a folgar conforme o muro assenta e, a menos que seja

    mantido, pode perder a maior parte do seu valor.c. O topo travado no pode ser usado em capeamentos finamente acabados, feitos com pedras de

    topo regulares ou aparelhadas, bem como onde no existirem disposio pregos adequados.d. Se for excessivamente ou escassamente pregado, as pedras de topo podem ficar soltas e este

    capeamento torna-se mais fraco do que se no forem usados pregos.

    20Locked top21Whinstone

    ALADO CORTE

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 25 de 32

    Macho-fmea

    O macho-fmea 22, tambm conhecido por cock-and-hen 23nos Cotswolds, alterna pedras detopo altas e baixas para proporcionar um efeito acastelado. As pedras so habitualmente, mas nemsempre, colocadas aprumadamente. A seguir mostram-se algumas das suas variantes.

    Vantagens :

    a. Com um capeamento emmacho-fmea, a alturageral pode ser a mesmaque com os outros tipos decapeamento aprumados,mesmo que oabastecimento de pedras

    altas seja limitado.

    b. De acordo com algunsconstrutores de muros, asovelhas ficamdesencorajadas detentarem saltar por cima demuros com este tipo decapeamentos porque lhesparece inseguro.

    Desvantagens :

    a. Com este tipo, necessrio calibrarmos cuidadosamente as pedras de topo e pode sernecessrio um aparelhamento considervel.

    b. um tipo relativamente fraco, apesar de poder ser robustecido pelo assentamento das pedrassobre uma argamassa ligeira ou usando-se pedras que sejam mais regulares na sua altura.Ele fica muito em risco onde estiver guardado gado, j que este pode desalojar as pedras detopo ao coar-se nelas. Os bois castrados e as vitelas, quando assustados, tentamfrequentemente saltar por cima dos muros baixos e podem destruir substancialmente oscapeamentos deste tipo.

    Os capeamentos em macho-fmea encontram-se geralmente apenas onde for muito pretendidoum toque decorativo, nos jardins, beira das estradas e nos muros das manses. Pode valer a penaexperimentar-se este tipo nas reas de exposio.

    22Buck-and-doe23Galo e galinha

    ALADOS SECES

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 26 de 32

    CONSTRUO DO CAPEAMENTO

    Aspectos tcnicos

    a.

    Para um especialista, a colocao das pedras de topo no mais demorada do que a construodo resto do muro. Mas, para os principiantes, melhor disporem de algum tempo e trabalharemcuidadosamente para conseguirem bons resultados. Nas competies, so ganhos ou perdidosmais pontos com o capeamento do que com qualquer outra parte individual do muro, o quereflecte a sua importncia na robustez e na aparncia dos muros.

    b. Se as pedras de topo forem demasiadamente largas na base, habitual que sejam toscamentedesbastadas at largura do topo do muro. Para se desbastar uma pedra, coloca-se no cho sea martelarmos no lugar, vamos perturbar as outras pedras.

    c. A ltima pedra de topo construda como parte da cabea do muro e deve ser to grande e slidaquanto possvel.

    d. Numa encosta, os capeamentos inclinados devem estar viradas para o cimo da encosta. No cumedo monte coloca-se uma pedra de capeamento especialmente grande e inclinam-se as pedras detopo contra ele de ambos os lados, conforme se mostra no seguinte diagrama.

    Em qualquer outra situao, os capeamentos inclinados devem encostar-se contra a pedra queforma o topo da cabea do muro.

    Procedimento

    Quando se constri um capeamento com pedras de dimenso regular, os seguintes passosproduzem um resultado limpo. Este procedimento pode ser modificado, conforme necessrio, para osoutros tipos.

    1. Determina-se a altura docapeamento. Esta habitualmente de 250 a 350mm (10 a 12) para oscapeamentos aprumados.Deve-se notar que a altura global do muro que importante, no sendo, em muitos casos, aaltura das pedras de capeamento individuais, a qual pode ser ligeiramente variada, conforme

    for necessrio, para se acomodarem algumas irregularidades na fiada superior da parede.Quando as pedras de topo forem muito irregulares, avalia-se a sua altura a partir do respectivoponto mais alto, j que este que determina o perfil da parede acabada.

    ALADO

    ALTURATOTAL

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 27 de 32

    Escolhe-se uma pedra adequada para capear o extremo da parede e, depois, usa-se estapedra como guia. Essa pedra tem que assentar firmemente, sem ser necessrio o emprego decunhas.

    2. Coloca-se uma pedra, com a altura escolhida, na outra extremidade da seco, ou a umadistncia conveniente no respectivo comprimento, se este for demasiadamente extenso paraser capeado duma s vez. Cunha-se esta pedra, se necessrio, para a manter no seu lugar.

    3. Prega-se uma linha de guia numafenda da extremidade da parede, ondeder mais jeito. Estende-se essa linhapor cima dos pontos mais elevadosdas duas pedras de capeamento quej tinham sido colocadas nasextremidades da seco. Estica-sebem a linha e prega-se na extremidade

    mais afastada.

    4. Se estivermos a trabalhar numa seco mais comprida do que cerca de 3 m (10), coloca-seuma terceira pedra, aproximadamente a meio caminho entre as duas pedras dasextremidades, que se cunha, se for necessrio. Verifica-se que o seu topo fique no nvelcorrecto. Para se evitar que a linha de guia fique bamba neste ponto e para que esteja quietaenquanto se trabalha, enrola-se a linhanum trapo, ou em volta de um punhadode erva, e ancora-se em cima da pedrade capeamento central com umapequena pedra.

    5. Constri-se o resto do capeamento, comeando por uma das extremidades do muro. O topode cada uma das pedras deve ficar logo por baixo da linha de guia. Conforme o acabamentorequerido e o tempo disponvel, podem-se partir as pedras que sejam muito compridas, masdeve-se minimizar o uso do martelo, desenvolvendo-se um golpe de vista para a avaliao dotamanho correcto das pedras. Se uma pedra no servir para um sito, ela pode perfeitamenteservir noutro, um pouco mais frente.

    A menos que se esteja a construir um capeamento travado, deve-se evitar pregar o capeamentopor cima. As pedras de capeamento devem-se ajustar-se firmemente entre si, sem isso. Algumas pedraspodem precisar de ser caladas por baixo, mas, em vez disso, deve-se tentar encontrar pedras que

    assentem firmemente no seu leito sem essa necessidade.

    Quando houver falta de pedras suficientese com a altura certa, compensa-se a diferenaconstruindo-se mais uma fiada no muro compedras pequenas, adequadamente assentes epreenchidas como habitualmente.

    frequente que seja desnecessrio este grau de acabamento, por exemplo, quando as pedras decapeamento forem todas muito irregulares e tudo o que se pretenda seja um capeamento irregular.

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 28 de 32

    Capeamentos argamassados

    Apesar de a maioria dos muros ficarem melhor acabados com os respectivos capeamentos noargamassados, os capeamentos nos Cotswolds so, muito frequentemente, assentes com argamassaporque as suas pedras de capeamento so, habitualmente, muito pequenas e leves para se manterem

    seguras por si ss. As comberspreferidas, nome que se d s pedras de capeamento nos Cotswolds,so semicirculares e suficientemente largas na base para recobrirem a largura da parede. Quando noexistem pedras destas, so assentes pedras mais pequenas de forma a proporcionarem o mesmo efeitoglobal, apesar de ser melhor, para as robustecer, haver, pelo menos, uma combercom a largura total acada quatro ou cinco conjuntos de combersemparelhadas.

    Para se argamassarem os combers:

    1. Compor a argamassa numa dosagem volumtrica de 1:3 de cal e areia. Quando fornecessria uma robustez adicional, como no caso dos capeamentos argamassados, pode-seadicionar uma pequena quantidade de cimento mistura seca de cal e areia, numa proporode 1:6. Se tivermos que usar apenas cimento em vez de cal, faz-se manualmente umadosagem de 1:4 de cimento e areia, ou usa-se uma argamassa pronta ou amassadamecanicamente de 1:6.

    2. Acrescenta-se a gua, lentamente, ao trao seco at a argamassa ficar trabalhvel. Ela deveficar suficientemente firme para agarrar colher.

    3. Assenta-se um leito de cimento com cerca de 25 mm (1) de espessura sobre um troo de 30ou 60 cm do cimo do muro.

    4. Assenta-se a primeira comberem cima do muro e firma-se bem. A seguir argamassa-se aface a que se vai encostar a segunda pedra.

    5. Comprime-se ligeiramente a segunda pedra contra a primeira, garantindo-se que no ficambolsas de ar entre as duas. A seguir argamassa-se a face a que se vai encostar a terceirapedra.

    VISTA LATERAL

    VISTA POR CIMA

    (SECO PREFERIDA)

    (SECO ACEITVEL)

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 29 de 32

    Se houver alguma dificuldade em se manter a argamassa na pedra a que vai ser encostada aseguinte, ento coloca-se primeiro a pedra e despeja-se a argamassa entre as duas,garantindo-se que o espao entre elas fica bem preenchido, com a lmina da colher.

    6. Continua-se a assentar as combersda mesma maneira. Coloca-se a argamassa necessriapara que assentem aprumadas, sem se inclinarem umas sobre as outras.

    7. Habitualmente, deixa-se a argamassa em tosco, mas nos trabalhos de jardinagem pode-sealisar a argamassa entre as pedras, com um trapo ou uma serapilheira molhada.

    Cabeas dos muros

    A cabea do muro um pilar especialmente construdo que trabalha como um grande encostopara livros que fortalece as faces do muro e que protege o seu centro, o qual, de outra forma, poderia serlevado pela intemprie e colapsar. As cabeas devem ser construdas no princpio e no fim de todas ostroos individuais do muro, incluindo:

    a. Quando forem praticadas cancelas ou outras aberturas nos muros.b. Quando um muro novo topejar contra um existente. Embora seja mais robusto interligarem-se

    os dois, isso requer a desmontagem de um troo no muro velho, pelo que s deve ser feitoquando, por algum motivo, o muro velho for para ser reconstrudo.

    c. Em encostas inclinadas, para proporcionarestabilidade e limitar a formao de lacunas.

    d. Em certos casos, para indicar alteraes napropriedade de diferentes troos de muro.Neste caso so construdas duas cabeas,

    uma contra a outra, e o capeamento construdo cruzando a junta para se reduziresta sua fraqueza.

    CERTO ERRADO

    VISTAS LATERAIS

    VISTA LATERAL

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 30 de 32

    As extremidades de um muro em pedra seca so as partes que esto mais expostas aos danos eas pedras daqui esto apenas apoiadas em dois lados, em vez de trs, como no restante trabalho. Poresta razo, a cabea deve ser construda com as pedras maiores e mais regulares que houver disposio. Elas devem ser seleccionadas e guardadas parte das outras pedras. Podem ter que sertransportadas de propsito, caso as pedras locais sejam inadequadas. So preferveis os grandes blocos

    em granito ou arenito, de preferncia, com faces regulares e quadradas nos dois ou trs lados que voestar expostos. Devemos ser especialmente cuidadosos quando manejamos estas pedras pesadas.

    Quando se comea um novo muro, constri-se primeiro uma das cabeas. Quando se chega pertodo extremo final, constri-se a outra cabea e, depois, completa-se o troo de muro antes dela. Para seconstruir a cabea de um muro usa-se o seguinte procedimento:

    1. Se tivermos uma pedra que atravesse a totalidade da largura do muro, usa-se essa pedracomo um travamento, ou tirante, colocado entre as pedras de base.

    No preciso incomodarmo-nos a encurtar travamentos que sejam mais compridos do que onecessrio, a menos que seja preciso um acabamento inclinado. Se no existirem pedrasadequadamente compridas, comea-se a cabea com duas grandes longarinas 24 , lado alado, colocadas ao longo do alinhamento do muro. Se estas no se encontrarem ao centro,colocam-se preenchimentos de grande dimenso, bem firmes entre elas.

    2. Constri-se um troo curto de muro, at altura das pedras acabadas de colocar, usando-sepedras de face vulgares e preenchimentos.

    24Runners.

    TIRANTE

    (VISTA LATERAL) (VISTA DE TOPO)

    LONGARINAS

    (VISTA LATERAL) (VISTA DE TOPO)

    (VISTA LATERAL)(VISTA DE CIMA)

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 31 de 32

    3. Se a fiada da base usar uma longarina, colocam-se duas lajes em cima dele para formarem asegunda fiada da cabea do muro. Se a camada de base usar lajes, coloca-se um travamentoem cima delas. Continua-se a construir fiadas desta maneira, alternando-se travamentos comlongarinas e construindo-se um troo curto de muro atrs da cabea de cada fiada.

    4. Se numa fiada qualquer no se encontrarnenhum travamento que atravessetotalmente o muro, preenche-se o espaocom duas pedras similares mais pequenasque se devem encontrar e ser totalmentesuportadas por uma longarina e nunca sobreos preenchimentos.

    5. Conforme se vai construindo, mantm-se otopo da cabea na vertical, mas crescem-seambos os lados com a mesma inclinao do que o resto do muro. Isto pode ser verificadomantendo-se a mestra encostada cabea conforme se vo assentando as fiadas, por forma

    a que estas sejam ajustada conforme necessrio. A cabea no necessita de pregao.

    6. Caso seja possvel, vo-se construindo as fiadas de maneira a que a ltima antes docapeamento seja um travamento. Este ir proporcionar o mais forte apoio ao capeamento.

    7. Acaba-se a cabea com um grande capeamento quadrado. Este tem que ser suficientementepesado para resistir ao impulso que vai receber do resto do capeamento, e deve assentarfirmemente sem ser cunhado. Se aqui for usada uma pedra demasiadamente pequena, ocapeamento nunca conseguir ser verdadeiramente seguro.

    (VISTA LATERAL) (VISTA DE TOPO)

    TRAVAMENTOSPARCELARES

    TRAVAMENTOSPARCELARES

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    MUROS DE PEDRA SECAPg. 32 de 32

    NOTA DO TRADUTOR

    O manual que deixo traduzido para a lngua portuguesa, recolhido na net, no

    endereo indicado na primeira pgina desta Nota Tcnica, era omisso quanto aos

    respectivos dois captulos finais, razo pela qual aqui fica interrompido de forma

    abrupta.

    Durante o meu trabalho de traduo, o referido endereo foi extinto pela entidade

    sua editora, o British Trust for Conservation Volunteers, impossibilitando, por essarazo, que eu o venha a completar.

    Entretanto, o BTCV passou a disponibilizar um novo manual on-line sobre muros de

    pedra seca, muito mais vasto e pormenorizado do que este, em:

    http://handbooks.btcv.org.uk/handbooks/index/book/61