O Antigo Regime.

38
O Antigo Regime O Antigo Regime

Transcript of O Antigo Regime.

Page 1: O Antigo Regime.

O Antigo RegimeO Antigo Regime

Page 2: O Antigo Regime.

O Antigo Regime: Conceito

Foi um sistema de organização política, econômica e sociocultural que vigorou na Europa durante a Era Modena (séculos XV a XVIII)

Contexto / características:1.Transição entre o final da Idade Média e o início da Era moderna: crise do feudalismo _ enfraquecimento da política centralizada e fortalecimento dos monarcas;2.Surgimento dos Estados Nacionais Modernos;3.Absolutismo como regime de goveno: monarcas concentram plenos poderes;4.Estabelecimento de um acordo tácito entre a realeza, a nobreza e a burguesia.5.Economia mercantilista com forte intervenção estatal;6.Resquícios do feudalismo: sociedade de ordens (ou Estados); manutenção de privilégios para as camadas aristocráticas, em detrimento do povo; agricultura como base econômica (apesar do crescimento do comércio);

Page 3: O Antigo Regime.

Política: Do ponto de vista político, o Antigo Regime caracterizava-se pelo absolutismo, isto é, os reis concentravam de maneira plena os poderes.Os reis declaravam-se representantes de Deus na Terra, concentrando todos os poderes nas suas mãos. Todos os súditossúditos lhes prestavam obediência.

Etapas de formação do absolutismo:Insurreições camponesas –enfraquecem a nobreza. Insurreições urbanas – reduz o poder da nobreza e corrompe a burguesia. Desenvolvimento do comércio – Gera a centralização do poder nas mãos do Rei.Guerras – Exigiram disciplina e comando centralizado.

Hyacinth RigaudLuís XIV

Page 4: O Antigo Regime.

• O Estado Nacional• É resultado da aliança entre o rei, a burguesia e alguns setores da

nobreza, interessados, respectivamente, no fortalecimento do poder real para a ampliação de seus negócios ou para a manutenção de seus privilégios e segurança.

Page 5: O Antigo Regime.

• BURGUESIA_ A formação da monarquia europeia é associado ao crescimento da burguesia que apoiou os rei para expandir sua atividade comercial.

• Eles queriam um governo mais forte que diminuísse a grande influência da nobreza feudal.

• Com o enfraquecimento dos poderes locais o comércio se expandiria pois seria fácil a circulação por diferentes territórios

Page 6: O Antigo Regime.

• NOBREZA_ Muitos nobres resistiram a qualquer tentativa de centralização, entrando em conflito contra a realeza; enquanto outros colaboraram no processo, desde que mantivessem sua posição social. Ou seja, permanecer em seus terras sem pagar impostos e exercendo poder sobre os camponeses.

Page 7: O Antigo Regime.

• Meios para garantir o controle político por parte dos Estados Nacionais Modernos:

a. Formação de um governo central, auxiliado por uma burocracia estatal (corpo de funcionários públicos), subordinados diretamente ao monarca;

b. Existência Forças Armadas (Exército, Marinha, guarda real) permanentes, para assegurar a ordem pública e a autoridade do governo;

c. Adoção de um sistema de tributos (taxas e impostos) regulares e obrigatórios, para sustentar as despesas do governo e patrocinar a administração pública

d. Criação de uma justiça real, com leis e tribunais unificados, atuante em todo o território do Estado.

e. Idioma nacional: língua oficial do Estado, que transmitia as origens, as tradições e os costumes da nação e valorizava a cultura do povo, para criar o sentido de identificação entre os membros da sociedade.

Page 8: O Antigo Regime.

Teóricos do absolutismoa) TEORIA LAICA1. NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527)OBRA : O PríncipeTEORIA : Separação entre política e religião:Política (resultados) _ Religião (moral) _ os mais hábeis deveriam usar as ideias religiosas para governar o povo, arrancando dos homens a sua maldade intríseca e torná-los bons.CONCEITOS : Virtú (saber o que fazer) + Fortuna (quando fazer). Metáfora do Leão (força) e Raposa (astúcia). “ Para cada fim, há um meio adequado”.Senso comum: “Os fins justificam os meios”.

Page 9: O Antigo Regime.

• Nicolau Maquiavel

Page 10: O Antigo Regime.

2. THOMAS HOBBES (1588-1619)OBRA : O Leviatã (monstro fenício = caos) TEORIA : Contratualismo. CONCEITOSEstado de Natureza:Sem limites aos desejos humanos. Homem = egoísta por natureza. Ausência do Estado/Leis.Guerra de todos contra todos.

Page 11: O Antigo Regime.

Conflito generalizado entre os homens. – CAUSA : falta de limites entre os homens. – SOLUÇÃO: Contrato Social: – Acordo entre os homens.– Homens: deixam de ter liberdade absoluta.– Transferem a liberdade e o poder para o Estado.– REI = representa o Estado = poder absoluto.– Função do Rei = proteger e preservar a sociedade.

Page 12: O Antigo Regime.

B) TEORIA RELIGIOSA3. JACQUES BOSSUET (1627-1704)• OBRA : Política segundo a Sagrada Escritura.TEORIA : Origem divina do poder real.– REI = ministro de Deus na terra. Influenciou o Absolutismo Francês.– LUÍS XIV : “Um Rei, uma lei, uma fé”.

Page 13: O Antigo Regime.

• 4. JEAN BODIN (1530-1596)• OBRA : A República• TEORIA : Princípio da soberania não partilhada.– CAUSA : origem divina do poder real. – REI = Executivo + Legislativo + Judiciário. – Não há restrito para a vontade real.

Page 14: O Antigo Regime.

Mercantilismo

ManufaturasMonopólios Exploração colonial

Taxas alfandegáriasLeis Pragmáticas

Page 15: O Antigo Regime.

• Mercantilismo:• Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas econômicas

desenvolvido na Europa na idade moderna, entre o século XV e o final do século XVIII. Pode ser definido ainda como a intervenção do Estado na economia ao longo da Idade Moderna.

Práticas mercantilistas: I. MetalismoII. Balança comercial favorávelIII. ProtecionismoIV. IndustrialismoV. ColonialismoVI.Intervencionismo estatal.

Page 16: O Antigo Regime.

I. Metalismo

O metalismo, também conhecido como bulionismo ou

entesouramento, foi uma teoria que instituía a medida da

riqueza de uma nação pelo seu acúmulo de metais preciosos

dentro de seu território. Esta teoria viria a valorizar a

exportação de mercadorias para facilitar esta acumulação de

metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a

economia interna do país, a exploração de territórios

conquistados era incentivada neste período.

Page 17: O Antigo Regime.

II. Balança comercial favorável Era o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira (superávit).

Page 18: O Antigo Regime.

III. ProtecionismoOs Estados criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular as manufaturas e a agricultura nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.

Page 19: O Antigo Regime.

IV. IndustrialismoO governo estimulava o desenvolvimento de manufaturas em seus territórios. Como o produto manufaturado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros.

Page 20: O Antigo Regime.

V. ColonialismoAs colônias europeias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles (monopólio comercial ou exclusivo metropolitano). Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa.

Page 21: O Antigo Regime.

VI. Intervencionismo estatalMonopólios reais: concessão de permissões para atuação em determinados setores da economia; Autorização para a exploração de certa atividade econômica por uma companhia de comércio;

Page 22: O Antigo Regime.

Irmãos Nain(Louis e Antoine Le Nain)A

A charrette ;1641Museu do Louvre

A agricultura era ainda a base da economia. O comércio gerava cada vez mais lucros, mas a maior parte da população vivia no campo, dedicando-se a uma agricultura de subsistência. A terra era a base da riqueza e era a posse da terra que determinava a posição das famílias na pirâmide social.

Page 23: O Antigo Regime.

A sociedade do Antigo Regime era uma

sociedade de ordens ou estados,

hierarquizada de acordo com as três

grandes funções sociais definidas na

Idade Média: o clero, a nobreza e o

povo.

Sociedade estática, estratificada,

tripartida e sacralizada.

Page 24: O Antigo Regime.

O indivíduo não era considerado em si mesmo, mas como incluído num corpo profissional ou social.

Cada ordem tem o seu estatuto próprio juridicamente reconhecido, cada corporação tem um estatuto e uma hierarquia. É um regime organicista de lei particular e de privilégios consagrados.

Os contrastes sociais são enormes.

Panfleto anónimo1789

Thomas GainsboroughConversa no Parquec. 1740Museu do Louvre

Page 25: O Antigo Regime.

Philippe de Champaigne Cardeal Richelieu

National Gallery, Londresc. 1637

O clero, juntamente com a nobreza, era uma classe privilegiada. Eram grandes proprietários, estavam isentos de impostos e tinham foro próprio.

Devemos distinguir entre os altos cargos (arcebispos, bispos , abades) e o baixo clero formado por párocos e monges.

Dedicavam-se a diversas atividades. Para além das funções religiosas, desempenhavam cargos políticos e na administração do Estado, bem como tarefas assistenciais e educativas.

Page 26: O Antigo Regime.

Vittore GhislandiRetrato de um Nobrec. 1730Pinacoteca di Brera, Milão

Os membros do alto clero estavam frequentemente unidos por laços de

sangue à alta aristocracia.

Os nobres eram grandes proprietários.

Para além das funções militares, ocupavam rendosos cargos na corte

régia e na administração das possessões ultramarinas, colhendo frequentemente

proveitosos lucros da atividade comercial.

Em alguns países, muitos nobres mantiveram-se na administração dos

seus domínios senhoriais, vivendo nos seus solares de província.

Com a burocratização do aparelho de Estado, a nobreza dedicou-se ao

exercício de altos cargos: magistrados, diplomatas, altos funcionários (nobreza

de toga).

Page 27: O Antigo Regime.

[Abbé E.Siéyès]

O Terceiro Estado era o grupo mais numeroso e heterogêneo. Era formado por ricos burgueses (banqueiros, mercadores, letrados) que frequentemente se tornavam nobres. A média e pequena burguesia incluía pequenos proprietários, comerciantes, artesãos e oficiais administrativos.

Jacques-Louis DavidCharles-Pierre Pécoul e esposa1784Museu do Louvre

Page 28: O Antigo Regime.

Na base da sociedade encontramos os camponeses jornaleiros e mendigos, vivendo frequentemente em condições miseráveis.

Louis ou Antoine Le NainFamília de Camponesesc. 1640Museu do Louvre

Page 29: O Antigo Regime.

Abraham BloemaertPaisagem com Camponeses a Descansar1650; Staatliche Museen, Berlim

A agricultura praticada era arcaica, tecnicamente atrasada. Usava tecnologia tradicional, produzindo os

produtos de primeira necessidade: cereais, vinho, azeite, frutos.

A maioria das terras pertencia aos grandes senhores do clero e da nobreza. Os pequenos proprietários eram

raros. Os camponeses eram rendeiros ou assalariados.

Page 30: O Antigo Regime.

A ETIQUETA NA CORTE FRANCESA

• Etiqueta refere-se a um conjunto de normas de conduta em uma sociedade ou grupo social. Trata-se de regras sobre como agir, por exemplo ao comer, ao conversar ao se vestir, etc.

• É uma maneira de ser reconhecido com pertencente a um grupo social.

• No tempo do absolutismo, a etiqueta foi uma prática importante para diferenciar a nobreza cortesã, ligada ao rei, do restante da população.

Page 31: O Antigo Regime.

O luxo que cercou os reis absolutistas franceses foi muito grande em contraste com a maioria da população que viviam péssimas condições.

Uma das modas lançadas por Luís XIV foi o uso de perucas elaboradas. Acredita-se que o uso de perucas, pelo rei era em função de sua calvície. O fato é que o uso de perucas indicavam uma posição de destaque na sociedade.

Page 32: O Antigo Regime.

• A partir do renascimento é que se começa a utilizar como artigo de luxo, garfos e lenços. Luís XIV foi o primeiro a ter uma grande coleção de lenços, e a partir daí mais pessoas começaram a utilizar essa peça.

Page 33: O Antigo Regime.

PALÁCIO DE VERSALHES

• Foi feito nos tempos de Luís XIV para abrigar a sede do governo.

• O palácio possui cerca de duas mil janelas, setecentos quartos, muitas salas ricamente decoradas, amplos espaços de jardins, enfim tudo aquilo que a riqueza do período poderia oferecer.

Page 34: O Antigo Regime.

Os monarcas viviam num ambiente de luxo e ostentação. O poder exibia-se de forma espectacular e festiva. Luís XIV instalou-se em Versalhes, um enormíssimo palácio rodeado de belíssimos jardins, cheios de fontes e obras de arte.

Page 35: O Antigo Regime.
Page 36: O Antigo Regime.
Page 37: O Antigo Regime.

COMO VIVIAM NO PALÁCIO?

• As pessoas que viviam no palácio disputavam a participação em cerimônias que aos nossos olhos eram ridículas. Exemplo: Assistir às refeições do rei. As bebidas eram entregues com muita cerimônia, e havia palavras decoradas para tornar o momento bastante solene. O momento do rei dormir e acordar eram acompanhados por muitas pessoas.

• O luxo na vida da corte foi uma marca das monarquias absolutistas.

Page 38: O Antigo Regime.

VISITA AO REI

• Nobres de regiões mais distantes procuravam sempre visitar o rei, essa era uma ocasião para as pessoas mostrarem sua posição social, por meio de roupas elaboradas, cheias de babados, perucas, pinturas no rosto e hábitos requintados.

• A dança era uma das formas de parecer nobre, e falar com eloquência devia impressionar.