O impacto do PRODER na idade média dos agricultores portugueses

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O Impacto do PRODER na Idade Média dos Agricultores Portugueses Moreira, N.; Peixoto, J.P. MESTRADO EM GESTÃO E NEGÓCIOS | VILA NOVA DE GAIA, 2016

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O Impacto do PRODER na Idade Média dos Agricultores Portugueses

Moreira, N.; Peixoto, J.P.

MESTRADO EM GESTÃO E NEGÓCIOS | VILA NOVA DE GAIA, 2016

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

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Resumo

A agricultura portuguesa tem vindo a sofrer uma importante alteração

com a aplicação de medidas ao investimento neste sector. Um dos aspetos a

que tem sido dada importância pelos diferentes responsáveis políticos,

nacionais e europeus, prende-se com a necessidade de renovar os seus

intervenientes trazendo para a atividade agrícola cidadãos mais jovens e com

maior nível de qualificações para que possam trazer também maior

profissionalismo e maior eficiência ao sector.

Em Portugal, com o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) no

período 2009-2013 foram criadas medidas específicas de apoio a Jovens

Agricultores visando os objetivos atrás descritos.

Segundo (F. Silva, 2011), os jovens agricultores além de garantirem a

sustentabilidade futura ao sector, reúnem características próprias de uma

classe etária que potenciam o sucesso da sua atividade empresarial e

profissional (nível de formação, apetência pelo risco, iniciativa, mobilidade...).

Com este estudo pretendemos analisar os dados disponíveis sobre a

intervenção do PRODER nesta componente específica e tentar aferir do seu

impacto na idade média dos agricultores em Portugal.

O trabalho assentou na análise de dados e estudos publicados pela

entidade gestora do PRODER, cruzando-a com a informação obtida em

inquérito pelo Instituto Nacional de Estatística.

Foi possível perceber que o PRODER incutiu uma nova dinâmica na

agricultura portuguesa com o regresso ao campo de muitos jovens qualificados,

quase todos sem qualificações específicas em agricultura, mas que ainda

assim a idade média dos agricultores portugueses é muito elevada e que as

explorações agrícolas são ainda maioritariamente geridas por uma faixa etária

muito elevada havendo por isso ainda muito a fazer para nos aproximarmos

das médias da UE.

PALAVRAS CHAVE: PRODER, agricultura, idade dos agricultores, Portugal

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

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Abstract

Portuguese agriculture has undergone an important change with the

application of investment measures in this sector. One of the aspects that has

been given importance by the different national and European policy makers is

the need to renew their stakeholders by bringing to the agricultural activity

younger and more qualified citizens so that they can also bring more

professionalism and greater efficiency to the sector.

In Portugal, with the Rural Development Program (PRODER) in the

period 2009-2013 specific measures were created to support Young Farmers

aiming at the objectives described above.

According to F. Silva (2011), young farmers, besides guaranteeing the

future sustainability of the sector, have characteristics of an age group that

enhance the success of their business and professional activity (level of

training, risk appetite, initiative, mobility ...).

The aim of this study were analyze the available data on the intervention

of PRODER in this specific component and try to measure its impact on the

average age of farmers in Portugal.

The work was based on the analysis of data and studies published by the

managing entity of PRODER, crossing it with the information obtained in a

survey by the National Institute of Statistics.

It was possible to perceive that PRODER instilled a new dynamic in

Portuguese agriculture with the return to the field of many qualified young

people, almost all without specific qualifications in agriculture, but still the

average age of the Portuguese farmers is very high and that the farms are still

mostly managed by a very high age group, so much remains to be done to get

closer to the EU averages.

KEY WORDS: PRODER, agriculture, farmers age, Portugal

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

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Capítulo 1 - Introdução

A crise económica e necessidade estão a motivar o regresso à terra de

uma parte significativa dos portugueses, tendo a agricultura vindo a crescer,

mesmo em termos de produto, e a criar emprego líquido. Mas esta

popularidade do sector agrícola ultrapassa o âmbito profissional e empresarial

e transvasa para a vida familiar e social, como é o exemplo do crescente

interesse pela agricultura biológica e urbana, em especial as hortas urbanas,

que tem origem não só́ nas atuais dificuldades económicas das famílias mas

também na adoção da prática agrícola como atividade de lazer (Rodríguez,

2014).

A agricultura contribui para a sustentabilidade económica das zonas

rurais. Os agricultores desempenham várias funções: produção de produtos

alimentares e não alimentares, gestão do espaço natural, preservação da

natureza e desenvolvimento de turismo em espaço rural (Comissão Europeia,

2011).

O apoio ao desenvolvimento rural é um instrumento fundamental ao

dispor do nosso país para fomentar a promoção do sector agro-florestal e do

progresso territorial sustentado (PRODER, 2012).

De acordo com o (PRODER, 2012), a integração, num único programa,

de todos os instrumentos de apoio ao desenvolvimento rural, permite a sua

otimização na articulação de estratégias, na facilidade de coerências, no

aumento de sinergias facilitando o ajustamento das várias intervenções.

Este incentivo assume diferentes formas de acordo com o tipo de

beneficiário e/ou tipo de investimento que se pretende fazer (PRODER, 2012).

O agricultor pode desenvolver e/ou dar continuidade a projetos através

de novos investimentos e projetos, efetuar a primeira instalação como produtor

ou dar continuidade à produção agrícola (Almeida, 2014).

Em resultado o sector agrícola português está mais dinâmico que nunca,

tendo sido investidos, entre 2007 e 2012, seis mil milhões de euros em novos

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projetos agrícolas. Assim, apesar de Portugal produzir apenas 70% das suas

necessidades de consumo, este desequilíbrio na balança comercial pode

inverter-se nos próximos anos, sendo que, em 2012, Portugal importou mil

milhões de euros a menos em produtos agrícolas (PRODER, 2013).

É possível aumentar a competitividade dos setores agrícola e florestal,

pilar fundamental do PRODER, no que respeita à capacidade de produção e

oferta concorrencial de bens transacionáveis da agricultura e da floresta,

através do Subprograma 1 – Promoção da Competitividade (PRODER, 2012).

Este Subprograma é constituído por várias medidas de entre as quais, a

Medida 1.1 – Inovação e Desenvolvimento Empresarial que tem por objetivos

incentivar a expansão de sinergias e dimensão nos investimentos e o potencial

induzido pela inovação e orientação para o mercado, promover o

desenvolvimento da competitividade das fileiras, contribuir para a valorização

das empresas de produção agrícola de transformação e comercialização de

produtos agrícolas, promover a renovação do tecido empresarial agrícola e

contribuir para a melhoria das condições de vida e de trabalho (Almeida, 2014).

Assim, esta medida do PRODER (PRODER, 2012), assenta em três

ações especificas de apoio ao investimento na agricultura e consistem no

seguinte:

a) A ação 1.1.1 – Modernização e Capacitação das Empresas;

b) A ação 1.1.2 – Investimentos de Pequena Dimensão;

c) A ação 1.1.3 – Instalação de jovens Agricultores;

Uma das prioridades da Comunidade Europeia para o período de

programação do desenvolvimento rural 2007-2013 foi o aumento da

competitividade dos sectores agrícola e florestal (PRODER, 2013).

A agricultura, a silvicultura e o sector da indústria alimentar europeus

dispõem de um grande potencial para continuar a elaborar produtos de grande

qualidade e com elevado valor acrescentado, correspondendo à procura

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

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variada e crescente dos consumidores europeus e dos mercados mundiais. Os

recursos atribuídos ao subprograma 1 devem contribuir para reforçar e

dinamizar o sector agroalimentar europeu, centrando-se nas prioridades da

transferência de conhecimentos, da modernização, da inovação e da qualidade

na cadeia alimentar e nos sectores prioritários para o investimento no capital

físico e humano (PRODER, 2013).

Para responder a estas prioridades, os Estados-Membros são

incentivados a centrar o seu apoio em ações-chave, tais como a estimulação o

empreendedorismo. As recentes reformas criaram na agricultura europeia uma

dinâmica dirigida para o mercado, que oferece novas oportunidades às

explorações agrícolas. No entanto, a realização deste potencial económico

dependerá do desenvolvimento de competências estratégicas e organizativas.

O incentivo à entrada de jovens agricultores na profissão pode desempenhar

um importante papel neste domínio (PRODER, 2012). .

Com o objetivo de estimular a renovação das gerações no sector

agrícola, pode considerar-se a possibilidade de combinar as medidas

disponíveis a título do Subprograma 1, adaptando-as às necessidades dos

jovens agricultores (PRODER, 2012).

Figura 1 – Taxas de Desemprego vs Candidaturas Jovem Agricultor Fonte: PRODER

(2013)

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O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

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O gráfico estabelece uma análise comparativa entre as tendências

recentes da taxa de desemprego dos jovens pertencentes ao grupo etário 25-

34 anos e o número de candidaturas recebidas na Ação 1.1.3 - Instalação de

Jovens Agricultores, no âmbito do PRODER. A análise corresponde ao período

2008-2012 (PRODER, 2013).

A agricultura portuguesa debate-se com um grave problema de

renovação geracional que põe em causa a sua sustentabilidade.

De facto, a agricultura portuguesa é uma das mais envelhecidas da

União Europeia, sendo que os agricultores com mais de 65 anos representam

cerca de 48% do número de produtores, (quando a nível europeu esse peso é

de apenas 27%) e apenas 10% dos agricultores tem menos de 45 anos e 2%

possui menos de 35 anos. E, pior ainda, o processo de envelhecimento

acelerou na última década, de forma que se a idade média dos agricultores

portugueses era, em 1999, de 59 anos, uma década depois é de 63 anos. Os

dados do RA09 mostram que o número de produtores singulares agrícolas em

2009 era de 297 mil indivíduos, verificando-se em termos nacionais uma

quebra relativamente ao recenseamento anterior (RGA99) de 27%; sendo que

na classe etária de menos de 35 anos essa quebra foi de 60%; na classe etária

dos 35 aos 45 foi de 51% (F. Silva, 2011). Este fenómeno é transversal a todas

as regiões agrárias e reflete a escassa eficácia das políticas de apoio à

instalação de jovens agricultores que todos os quadros comunitários de apoio

consideraram como relevantes (F. Silva, 2011). Por outro lado, o

envelhecimento é acompanhado por um fraco nível de instrução e formação em

geral, sendo que este problema se agrava nas classes etárias mais elevadas. A

nível global apenas 8% dos produtores agrícolas tem um nível de escolaridade

pós secundário, sendo que na classe etária de menos de 35 anos essa

percentagem é de 35%; na classe etária dos 35 aos 45 é de 19% mas na

classe etária superior a 65 anos a percentagem é apenas de 5% (Rodríguez,

2014).

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O presente estudo tem como principal objetivo verificar qual o impacto

dos incentivos à agricultura do PRODER, na idade média dos agricultores

portugueses.

Capítulo 2 - Revisão Teórica

O setor agrícola em Portugal tem vindo a ser alvo de grandes

transformações nas últimas décadas. Este setor foi durante muitos anos uma

forma de sobrevivência do meio rural (Vareta, 2014).

São muitos os estudos sobre o estado da agricultura em Portugal, no

entanto com poucos resultados realmente conclusivos.

Estudo feito por (Almeida, 2014) pretende contribuir para a compreensão

do fenómeno atual de popularidade da agricultura em Portugal, particularmente

os seus efeitos económicos, demográficos e sociais.

Segundo dados recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística, o

perfil do agricultor português é do género masculino, com uma média de

idade 64 anos e com uma escolaridade que não ultrapassa o ensino básico

(Instituto Nacional de Estatística, 2012) .

É um facto, baseado nos dados recolhidos pelo INE até o final de

2013: o agricultor português é o mais idoso do espaço comunitário a 28

Estados-membros. O "Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas", traça

o perfil: "os produtores agrícolas singulares são maioritariamente homens

(68,3%) ", com uma média de 64 anos" (mais um ano do que a média

registada em 2009) – "mais de 52%" tinha, no final de 2013, "uma idade igual

ou superior a 65 anos". Continuam, assim afirmam os serviços do INE, "a ser

os mais idosos da Europa". O ano de 2013 terminou com 264,4 mil

explorações agrícolas registadas pelo serviço nacional de estatística. A

população agrícola familiar era constituída por 674,6 mil indivíduos em

Portugal. O INE, que classifica "população agrícola familiar" como sendo

"formada pelo produtor e pelos membros do seu agregado doméstico, que

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tenham trabalhado ou não na exploração", contabiliza que aquela valha

assim 6,5% da população residente em Portugal. É uma população em

declínio, já que teve um decréscimo de 15% entre 2009 e 2013 – em parte

substituída pela empresarialização da agricultura e da pecuária. Em termos

de escolaridade, "a grande maioria dos produtores agrícolas apenas concluiu

o ensino básico (70%) e somente 5,5% concluíram o ensino superior". Uma

larga maioria de 84,6% dos produtores "contam unicamente com a

experiência para desenvolver a atividade agrícola (formação exclusivamente

prática) ". Uma minoria de 14% frequentou "cursos de formação profissional

relacionados com a atividade agrícola" e “apenas 1,4% possuem formação

superior na área das ciências agroflorestais", constata o INE (Instituto

Nacional de Estatística, 2012).

Nos próximos anos, as zonas rurais deverão enfrentar desafios

especiais em matéria de crescimento, emprego e desenvolvimento sustentável.

No entanto, proporcionam também oportunidades reais relacionadas com o

potencial de crescimento em novos sectores, a oferta de amenidades em meio

rural e o turismo, o seu atrativo como local para viver e trabalhar e o seu papel

de reserva de recursos naturais e de paisagens de grande valor. Os sectores

da agricultura e da alimentação devem aproveitar as oportunidades oferecidas

pelas novas abordagens, tecnologias e inovação para responder à evolução da

procura dos mercados, tanto na Europa como no resto do mundo. Sobretudo,

os investimentos no recurso-chave que é o capital humano permitirão às zonas

rurais e ao sector agroalimentar encarar o futuro com confiança (BRANCO,

2011).

É necessário colocar mais ênfase nos investimentos prospectivos nas

pessoas, no saber-fazer e no capital nos sectores agrícola e silvícola, em

novos modos de fornecer serviços ambientais benéficos para todos e na

criação de empregos mais numerosos e de melhor qualidade graças à

diversificação, em especial para as mulheres e os jovens. Ao ajudar as zonas

rurais da UE a realizar o seu potencial enquanto regiões atraentes para o

investimento, o emprego e a vida, a política de desenvolvimento rural pode dar

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  10  

o seu contributo para o desenvolvimento sustentável do território europeu

(Vareta, 2014).

Outro tema a que devemos dar relevância é ao despovoamento e

declínio das zonas rurais e as zonas peri-urbanas, sujeitas a uma pressão

crescente dos centros urbanos (Pimenta, 2014).

De acordo com a definição da OCDE, baseada na densidade

populacional, as regiões rurais representam 92 % do território da UE. Além

disso, 19 % da população vive em regiões predominantemente rurais e 37 %

em regiões significativamente rurais. Embora produzam 45 % do valor

acrescentado bruto (VAB) da UE e 53 % do emprego, estas regiões tendem a

acusar um atraso relativamente a zonas não rurais no que respeita a um certo

número de indicadores socioeconómicos, incluindo indicadores estruturais. Nas

zonas rurais, o rendimento per capita é inferior em cerca de um terço, as taxas

de atividade das mulheres são mais baixas, o sector dos serviços é menos

desenvolvido, os níveis de ensino superior são geralmente mais baixos e uma

menor percentagem de lares dispõe de acesso à internet de banda larga. O

afastamento e o carácter periférico constituem problemas de elevada

importância para certas regiões rurais. Estas deficiências tendem a acentuar-se

nas regiões predominantemente rurais, embora, se considerar a situação geral

ao nível da UE, existam variações substanciais de um Estado-Membro para

outro (Vareta, 2014).

A falta de oportunidades, contactos e infraestruturas de formação

constitui um problema específico para as mulheres e os jovens nas zonas

rurais afastadas.

Capítulo 3 - Revisão de Literatura

Até à década de 70 o trabalho agrícola em Portugal era um trabalho

polivalente não uniforme, não qualificado nem especializado, descontínuo e

muito dependente dos processos naturais (Pinto, 1985). A estrutura agrária

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portuguesa, segundo (J. M. P. d. Silva, 2008; M. c. Silva, 2000), caracterizava-

se por ser bastante assimétrica em termos da dimensão das explorações e da

propriedade da terra, situação que se manteve mesmo após a reforma agrária

encetada na sequência da revolução de 1974 (M. c. Silva, 2000). O grau de

formação agrícola, de investimento e de mecanização era baixo e a produção

era maioritariamente orientada para o autoconsumo, para além da sua função

externa de fornecimento de bens alimentares para os consumidores urbanos e

para a indústria transformadora (Vareta, 2014).

No parecer da Comissão, de maio de 1978, sobre o pedido de adesão

de Portugal à CEE, foram identificadas “grandes fraquezas” estruturais no setor

agrícola, nomeadamente dificuldades de ordem social e estrutural que

impunham um aumento da dimensão das explorações agrícolas, a injeção de

capital e uma melhoria da formação profissional, o que implicava “uma redução

da população agrícola”; referia, ainda, ser essencial que Portugal reduzisse ou,

pelo menos, evitasse o aumento da percentagem do défice comercial

correspondente às importações agrícolas, uma vez que a taxa de

autoaprovisionamento em vários produtos, incluindo os produtos alimentares

básicos, era muito baixa, apesar da proporção da mão-de-obra afeta à

agricultura (J. M. P. d. Silva, 2008).

A agricultura portuguesa, apresentava uma grande especificidade

aquando à adesão de Portugal a Comunidade Económica Europeia (CEE), face

à agricultura global dos restantes Estados-membros. Este facto, impôs o

estabelecimento de um programa transitório que permitisse a sua adaptação

gradual à Politica Agrícola Comum (PAC) (Vareta, 2014).

Com a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) iniciada em 2011,

apresentada pela Comissão Europeia pretendem-se alterações ao

Regulamento de Desenvolvimento Rural. Nesse sentido, em 2014 é dada uma

nova prioridade na reestruturação de fundos comunitários, principalmente no

que respeita ao Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER).

Esta reforma passa por adaptar os instrumentos nacionais e da União Europeia

ao desenvolvimento rural, no atual contexto de crise económica, de pressão

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  12  

sobre as finanças públicas e na crescente necessidade de mobilização de

recursos para o investimento privado (Almeida, 2014).

O apoio ao desenvolvimento rural é um instrumento fundamental ao

dispor do país para fomentar a promoção do setor agro-florestal e do progresso

territorial sustentado (PRODER, 2012).

Efetivamente, nos últimos anos têm sido feitas tentativas de melhorar e

corrigir o nosso setor primário: projetos de financiamento como o PRODER

trouxeram várias pessoas para o sector primário e contribuíram para diminuir

uma forte desertificação das zonas agrícolas. A catividade agrícola foi, em

2010, a atividade produtiva nacional mais subsidiada, obtendo 20.4% do total

dos subsídios à exploração afetos às empresas não financeiras (realidade

comparável apenas com a educação) (Raúl Rodrigues, 2014).

O PRODER é um instrumento estratégico e financeiro de

desenvolvimento rural do continente, aprovado pela Comissão Europeia

(PRODER, 2012). Este instrumento define as orientações fundamentais para a

utilização nacional do FEADER, determina a estratégia nacional para o

desenvolvimento rural escolhido em função das orientações estratégicas da

União Europeia e visa a promoção da sustentabilidade dos espaços rurais e

dos recursos naturais e a revitalização económica e social das zonas rurais

(PRODER, 2013).

De acordo com o PRODER (2012), a integração, num único programa,

dos todos os instrumentos de apoio ao desenvolvimento rural, permite a sua

otimização na articulação de estratégias, na facilidade de coerências, no

aumento de sinergias facilitando o ajustamento das várias intervenções

(PRODER, 2012).

De forma a concretizar a estratégia definida, o PRODER é organizado

da seguinte forma:

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  13  

Figura 2 – Organização do PRODER Fonte: PRODER (2012)

O grau de organização e concentração da produção agrícola é baixo

quando comparado com a UE, embora se verifique uma resposta positiva dos

agricultores aos incentivos políticos neste domínio. Nomeadamente, no Setor

Frutas e Hortícolas, com apoios específicos nesta área, a evolução tem sido

positiva, com a produção comercializada por organizações a representar

atualmente 20% da produção total (face a um valor de 43% na UE). Há ainda

subsectores em que este indicador apresenta valores superiores, como o arroz

(42%), o milho (36%), outros cereais (21%) e ovinos (21%) mas, de modo

geral, os outros subsectores apresentam um menor grau de concentração da

oferta (GPP, 2015).

Acresce um tecido produtivo envelhecido e com pouca formação:

A idade média dos produtores agrícolas era de 63 anos, em 2009. O

número de produtores com menos de 35 anos era apenas de 2,3% do total, o

que representa a proporção mais baixa de todos os Estados-membros da

União Europeia. O número de produtores com mais de 65 anos atingia 48% do

total, a percentagem mais alta da União Europeia (GPP, 2015).

Apenas 8% dos produtores detinham o ensino secundário ou superior,

sendo que mais de metade dos produtores (52%) apenas completou o 1º ciclo

do ensino básico e 22% não completaram esse nível de formação.

Relativamente à formação agrícola, apenas 1% dos produtores agrícolas tem

formação agrícola completa e 10,1% profissional, apresentando a grande

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  14  

maioria (88,8%) conhecimentos exclusivamente obtidos da prática (GPP,

2015).

Neste contexto, torna-se pertinente verificar na atualidade qual o impacto

dos incentivos do PRODER à agricultura no que respeita à idade média dos

agricultores portugueses.

O investimento dos jovens agricultores representa cerca de 900 milhões

de euros (excluindo prémios à 1ª Instalação) e aposta claramente nos sectores

tradicionais com maior potencial de crescimento. Mais de metade do

investimento dirige-se às hortofrutícolas, com destaque para as frutas e, em

particular, para a maçã, pera e amêndoa. Surgiram, pela primeira vez,

investimentos relevantes nos frutos vermelhos. As flores também marcam

presença. É também muito importante o investimento na pecuária. (Autoridade

de Gestão do PRODER, 2014)

Figura 3 – Investimento de Jovens Agricultores por sector Fonte: PRODER (2014)

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  15  

A distribuição regional do investimento dos jovens agricultores

demonstra uma aposta clara nos sectores tradicionais de cada região e aponta

o Norte e o Centro como regiões com maior peso financeiro. As hortofrutícolas

têm uma forte presença no investimento jovem em todo o território, com

destaque para o Algarve.

A pecuária é muito importante no Centro (aves e ovos) e no Alentejo,

mas também no Algarve, devido aos investimentos em apicultura. (Autoridade

de Gestão do PRODER, 2014)

Figura 4 – Investimento de Jovens Agricultores por região Fonte: PRODER (2014)

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  16  

O PRODER apoiou cerca de 7 mil jovens agricultores, um recorde, um

contributo inequívoco para o rejuvenescimento e o fortalecimento do sector,

mas ainda assim uma gota de água (2%), quando consideramos o universo de

agricultores recenseados. De salientar a distribuição destes jovens por todo o

território, com especial destaque para o Douro, Oeste e Algarve. Importante é

também a crescente relevância das mulheres, que vão passando dos

bastidores à ribalta da agricultura: a percentagem de jovens agricultoras (40%)

é manifestamente superior à das agricultoras (28%), nos beneficiários do

PRODER. (Autoridade de Gestão do PRODER, 2014)

Figura 5 – Perfil dos Jovens Agricultores Fonte: PRODER (2014)

Os jovens agricultores apoiados pelo PRODER trazem mais qualificação

e mais capacidade de inovação ao sector, fatores que inevitavelmente se

refletem na produtividade. A qualificação mais frequente nos jovens

agricultores é o ensino secundário, enquanto que nos agricultores é o ensino

básico. A percentagem de jovens com formação específica no sector cresce

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  17  

nos jovens com mais qualificação. Mais de metade dos jovens têm já́ mais de 3

anos de experiencia agrícola quando se instalam. Os jovens agricultores

instalam-se em explorações, que, em média, têm o dobro da dimensão da

exploração agrícola média. Demonstram também uma preocupação acrescida

com o escoamento dos produtos. Trazem também, por isso, mais escala e

maior robustez ao sector. Nada disto exclui o extremo cuidado que é imperioso

ter em não confundir estes resultados com quaisquer leituras simplistas, que

escondam a extrema exigência que, a todos os níveis, a escolha da agricultura

acarreta. (Autoridade de Gestão do PRODER, 2014)

Figura 6 – Qualificações dos Jovens Agricultores Fonte: PRODER (2014)

Capítulo 4 - Análise Empírica:

1. Base de Dados para Análise

Para este capítulo foi construída uma base de dados designada por «Nº

de Produtores Agrícolas Singulares/ Idade e Ano (País)». As variáveis

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  18  

consideradas nessas bases, foram obtidas a partir dos Recenseamentos

Agrícolas 2009 e 2013 publicados pelo INE. As observações reportam à idade

dos Agricultores no início do PRODER, remetendo aos dados de 2009 e depois

do início do PRODER, 2013.

Foi ainda fonte da informação quadros e tabelas publicados quer pelo

Instituto Nacional de Estatística quer pela Entidade Gestora do PRODER.

2. Metodologia

Na metodologia iniciou-se uma análise exploratória de dados, indicando,

para cada uma das variáveis os valores da média, do desvio padrão e do

coeficiente de variação.

De seguida fez-se uma Análise em Componentes Principais (ACP). Esta

ACP foi efetuada sobre a matriz de correlações para que todas as variáveis

observadas tivessem o mesmo peso.

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  19  

Capítulo 5 - RESULTADOS

Tabela 1 – Número de Produtores Agrícolas em Portugal Fonte: Autoria própria

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  20  

Figura 7 – Produtor Agrícola Singular, caracterização Fonte: INE (2013)

Figura 8 – Mão de Obra Agrícola Fonte: INE (2013)

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  21  

Figura 9 – População Agrícola Singular, distribuição Fonte: INE (2013)

Figura 10 – Indicadores Estruturais e Sociais na UE Fonte: INE (2013)

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  22  

Figura 11 – Idade média do Produtor Agrícola, evolução Fonte: INE (2013)

Discussão:

Os agricultores portugueses são maioritariamente do sexo masculino,

têm em média 64 anos e são os mais idosos da Europa. A conclusão é do

‘Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas’, do Instituto Nacional de

Estatística (INE), que revela que em 2013, as explorações agrícolas ocupavam

metade da superfície do território nacional, representando a população agrícola

familiar 6,5% da população residente.

De acordo com os dados recolhidos, os produtores agrícolas singulares

são maioritariamente homens (68,3%),com uma média de 64 anos» (mais um

ano do que a média registada em 2009) e mais de 52% tinha, no final de 2013,

uma idade igual ou superior a 65 anos.

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  23  

Figura 12 – Idade média dos Agricultores Portugueses Fonte: PRODER (2013)

A idade média dos Jovens Agricultores apoiados pelo PRODER cifra-se

nos 30 anos, o que contribui para reduzir a idade média do total de agricultores

recenseados, a qual ascende aos 62 anos, ou seja, mais do dobro dos JA. A

idade média, por NUTS, varia entre os 29 anos nas sub-regiões Douro e Oeste

e os 33 anos, na Península de Setúbal.

Esta circunstância, associada ao elevado nível de formação dos JA,

introduz um fator de rejuvenescimento muito significativo, com grande potencial

de transformação do setor agrícola, pois trata-se de indivíduos com maior

capacidade de risco e inovação, quer em termos da introdução de novas

culturas, quer da experimentação de novas técnicas e metodologias de

trabalho.

O ano de 2013 terminou com 264,4 mil explorações agrícolas registadas

e uma população agrícola familiar constituída por 674,6 mil indivíduos. Isto

tendo em conta que o INE considera população agrícola familiar aquela

«formada pelo produtor e pelos membros do seu agregado doméstico, que

tenham trabalhado ou não na exploração».

De acordo com os dados revelados pelo INE, os produtores agrícolas

nacionais trabalham em média 21,3 horas por semana, sendo que menos de

um quinto «trabalha a tempo completo na exploração». Para além disso,

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  24  

«apenas 6,2% dos produtores agrícolas vivem exclusivamente da atividade da

exploração agrícola». Os restantes 81,1% subsistem a partir a partir de

atividades exteriores à exploração.

Capítulo 6 – Conclusões

Apesar dos apoios do PRODER com o objetivo de incentivar os jovens a

desenvolverem a atividade agrícola e com isso renovarem a agricultura

portuguesa mas também aumentarem o seu nível médio de instrução, os dados

apontam para um aumento da idade média dos agricultores portugueses no

período em análise (entre 2019 e 2014) de 63 para 64 anos.

Contudo, assistiu-se neste período a um aumento significativo de

agricultores com menos de 40 anos (idade limite para ser considerado Jovem

Agricultor pelo PRODER), que passaram de 17.783 em 2009 para 21.782 em

2013 representando uma variação positiva de 22,5%.

Capítulo 7 – Limitações e Investigação Futura

A informação sobre a agricultura e os seus intervenientes é escassa

assentando quase em exclusivo em dados do INE ou em estudos realizados a

partir deles pelo que não é possível fazer estudos cruzados com relevância.

Estudos mais apurados e com informação mais estratificada poderão

permitir conclusões mais precisas sobre a evolução da idade média dos

agricultores em Portugal e perceber qual o motivo por que em 4 anos apenas

aumentou em 1 ano a idade média dos agricultores. Esta diferença pode ser

justificada por um aumento dos agricultores com menor idade e vir-se a

concluir que estando a crescer a idade média está no entanto a crescer a

ritmos decrescentes justificada por um maior número de jovens agricultores,

sendo o impacto do PRODER uma medida não de curto mas de médio ou

longo prazo.

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  25  

Agradecimentos

À Isabel que me orientou em todo este trabalho e me foi conduzindo

através do “mundo” da investigação.

Ao Almiro que me facilitou o acesso a informação determinante para o

estudo.

Lista de abreviaturas:

PRODER- Programa de Desenvolvimento Rural

PAC- Política Agrícola Comum

FEADER- Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural

CEE - Comunidade Económica Europeia

OCDE- Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Economico

INE- Instituto Nacional de Estatística

O  Impacto  do  PRODER  na  Idade  Média  dos  Agricultores  Portugueses  

  26  

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