Património Cultural - O Caminho de Santiago Aula 5 - A Catedral de Santiago - Artur Filipe Dos...

Cadeira de

PATRIMNIO CULTURAL PORTUGUS

Artur Filipe dos Santos

Angel Gonzlez, Flickr

O CAMINHO DE SANTIAGO PATRIMNIO CULTURAL DA F

2 Aula 5

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CATEDRAL DE SANTIAGO Fim do Caminho - SEDE DO MITO COMPOSTELANO

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Aula 5

Artur Filipe dos Santos

[email protected] artursantos.no.sapo.pt http://omeucaminhodesantiago.wordpress.com Artur Filipe dos Santos, Doutorado em Comunicao, Publicidade Relaes Pblicas e

Protocolo, pela Universidade de Vigo, Galiza, Espanha, Professor Universitrio, consultor e investigador em Comunicao Institucional e Patrimnio, Protocolista, Socilogo.

Director Acadmico e Professor Titular na Universidade Snior Contempornea, membro da Direo do OIDECOM-Observatrio Iberoamericano de Investigao e Desenvolvimento em Comunicao, membro da APEP-Associacao Portuguesa de Estudos de Protocolo. Membro do ICOMOS (International Counsil on Monuments and Sites), consultor da UNESCO para o Patrimnio Mundial, membro do Grupo de Investigao em Comunicao (ICOM-X1) da Faculdade de Cincias Sociais e da Comunicao da Universidade de Vigo, membro do Grupo de Investigao em Turismo e Comunicao da Universidade de Westminster. Professor convidado da Escola Superior de Sade do Instituto Piaget. Estudioso do Mito Compostelano e dos Caminhos de Santiago, orador e palestrante convidado em vrias instituies de ensino superior.

Artur Filipe dos Santos - artursantos.no.sapo.pt 4

A Universidade Snior Contempornea

Web: www.usc.no.sapo.pt Email: [email protected] Edies online: www.edicoesuscontemporanea.webnode.com A Universidade Snior Contempornea uma instituio

vocacionada para a ocupao de tempos livres dos indivduos que se sintam motivados para a aprendizagem constante de diversas matrias tericas e prticas,adquirindo conhecimentos em mltiplas reas, como lnguas, cincias sociais, sade, informtica, internet, dana, teatro, entre outras, tendo ainda a oportunidade de participao em actividades como o Grupo de Teatro, Coro da USC, USC Web TV, conferncias, colquios, visitas de estudo. Desenvolve manuais didticos das prprias cadeiras lecionadas(23), acessivis a sniores, estudantes e profissionais atravs de livraria online.

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Catedral de Santiago de Compostela

6 Patrimnio Cultural O Caminho de Santiago

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PORTA SANTA

Apenas se abre nos Anos Santos Xacobeos (quando 25 de Julho coincide com um Domingo)


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Sede de um dos mais clebres lugares de peregrinao da cristandade e smbolo da luta dos cristos espanhis contra o Islo, esta cidade do noroeste espanhol foi arrasada pelos muulmanos no final do sculo X, tendo sido poupado apenas o tmulo do Apstolo.

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http://pt.wikipedia.org/

Totalmente resconstruda no sculo seguinte, Santiago de Compostela uma das zonas urbanas de maior beleza do mundo, realada pelos seus monumentos romnicos, gticos e barrocos.


www.acelerada.com.br

Os mais antigos concentram-se em volta da catedral, tmulo do apstolo Santiago, qual se acede pelo magnfico Prtico da Glria. in stio do Patrimnio Mundial da UNESCO


www.slideshare.net

A Catedral de Santiago de Compostela um templo catlico situada na cidade de Santiago de Compostela, capital da Galiza, Espanha.


Fonte: Wikipedia

www.elvelocipedo.com

a s da arquidiocese homnima e foi construda entre 1075 e 1128, em estilo romnico, na poca das cruzadas e durante a Reconquista Crist, tendo sofrido depois vrias reformas que lhe adicionaram elementos gticos, renascentistas e barrocos.


http://www.fuenterrebollo.com/

Segundo a tradio, acolhe o tmulo do apstolo Santiago Maior, padroeiro e santo protetor de Espanha, o que a converteu no principal destino de peregrinao crist na Europa a seguir a Roma durante a Idade Mdia, atravs do chamado Caminho de Santiago, uma rota inicitica na qual se seguia a Via Lctea que se estendia por toda a pennsula Ibrica e Europa Ocidental.


correiodobrasil.com.br

A peregrinao foi um fator determinante para a afirmao poltica dos reinos cristos hispnicos medievais e na sua participao nos movimentos culturais da sua poca.


www.acemprol.com

Atualmente continua a ser um importante destino de peregrinao, para o que contribui a renovada popularidade do Caminho de Santiago a partir dos anos 1990, que levou catedral mais de 270 000 peregrinos registados.


Praa do Obradoiro, diante da catedral de Santiago de Compostela. Getty Images

A catedral foi declarada Bem de Interesse Cultural em 1896 e a chamada cidade velha de Santiago de Compostela, que se concentra em torno da catedral, foi includa na lista do Patrimnio Mundial da UNESCO em 1985.


commons.wikimedia.org

Aps dois mil anos de histria como centro espiritual, e quase mil do seu actual edifcio, a Catedral apresenta-se hoje como um conjunto heterogneo de espaos e elementos estticos que permitem ler na prpria pedra a extraordinria histria compostelana.


Fonte: Santiago de Compostela Turismo

delcaminodesantiago.wordpress.com

Na sua longa existncia o templo foi cenrio de diversos episdios sacros e mundanos, desde a coroao dos reis da Galiza na Idade Mdia at ao aquartelamento de soldados franceses durante a Guerra da Independncia, passando por sculos de concrdias e discrdias, exaltaes e linchamentos, conspiraes polticas e esplendor religioso, ataques incendirios e custosas campanhas de embelezamento, pompa e beneficncia, doaes e esplios, cobros de prebendas e patrocnios, solenes ofertas e, sobretudo, incessantes peregrinaes ao tmulo do Apstolo.


Histria

Segundo a tradio catlica, o apstolo Santiago Maior difundiu o cristianismo na pennsula Ibrica nos anos 3637 ou 40. No ano 44 foi decapitado em Jerusalm por ordem de Herodes Agripa I (neto de Herodes, o Grande) e os seus restos mortais foram depois trasladados para a Galiza numa barca de pedra.


Devido s perseguies dos romanos aos cristos da Hispnia, o seu tmulo foi abandonado no sculo III. Ainda segundo a lenda, este tmulo foi descoberto na segunda dcada do sculo IX pelo eremita Pelgio (ou Paio) depois de avistar umas luzes estranhas no cu durante a noite.


wikitravel.org

Tendo comunicado a descoberta ao bispo de Iria Flvia, Teodomiro, este reconheceu o feito como um milagre e informou da descoberta o rei Afonso II das Astrias e da Galiza.


www.turismo.inatel.pt

O rei ordenou a construo de uma capela no local da sepultura, dedicada ao culto do apstolo. Diz a lenda que o rei foi o primeiro peregrino do santurio.


www.artehistoria.com

A capela foi substituda por uma primeira igreja em 829, a qual deu lugar em 899 a uma outra, em estilo pr-romnico.Esta ltima foi construda a partir de 872 por ordem de Afonso III e foi consagrada por dezassete bispos.


www.soyviajes.com

O local tornou-se um destino de peregrinao cuja popularidade e importncia foi aumentando gradualmente.


www.hdwalls.xyz

avista.naocoisas.com

Em 997, Almanor, o poderoso hjibe (governador) e comandante do exrcito do Califado de Crdova, saqueou a cidade e arrasou a igreja, apenas deixando intacto o tmulo de Santiago.


avista.naocoisas.com

As portas e os sinos da igreja destruda foram levadas aos ombros pelos cativos cristos para Crdova, onde foram usados numa mesquita.


www.revistaecclesia.com

A construo da catedral atual foi iniciada em 1075, durante o reinado de Afonso VI, com o patrocnio do bispo Diego Pez. Uma inscrio na capela do Salvador comemora o acontecimento: Aos trinta anos do milsimo septuagsimo quinto depois da Encarnao do Senhor, em cujo tempo se fundou esta igreja de Santiago.


LUIS FELICIANO, Flickr

Foi construda segundo o mesmo plano que a igreja de tijolo monstica de So Saturnino de Toulouse, provavelmente o maior edifcio romnico de Frana.


Jose R. Abuin Hermida, Flickr

A construo foi interrompida em vrias ocasies, pelo que se consideram trs fases construtivas, a primeira das quais foi terminada em 1088, quando o bispo Diego Pez foi preso por traio, o que originou a primeira paragem das obras.


Manxel Alvarez, Flickr

A segunda fase de construo decorreu de 1100 a 1140, tendo sido iniciada quando o Conde da Galiza Raimundo de Borgonha nomeou Diego Gelmires bispo de Compostela em 1100 e terminado com a morte do ltimo.


Manuel Fdez., Flckr

As obras decorreram sob a direo de Bernardo, o Velho (um mestre maravilhoso), coadjuvado por Galperinus Robertus.


Fachada de Azabachera - Santiago de Compostela por Juan Figueirido

provvel que mais tarde a direo das obras tivesse passado para o Mestre Estvo (o Mestre de Pratarias)


As capelas absidais foram consagradas em 1105 e segundo o Cdice Calixtino, a ltima pedra foi colocada em 1122, tendo a catedral sido consagrada em 1128. No perodo final desta segunda fase, Bernardo, o Moo terminou o edifcio, enquanto Galperinus coordenou a construo. Bernardo construiu tambm uma fonte monumental diante do portal setentrional (da Acibechera) em 1122.


Fachada de Azabachera - Santiago de Compostela por Juan Figueirido

A terceira e ltima fase de construo foi iniciada em 1168, quando o captulo da arquidiocese encarrega das obras o Mestre Mateus. Este respeita o projeto inicial e termina a construo dos ltimos quatro tramos na nave maior, a cripta e o Prtico da Glria.


A catedral definitivamente consagrada em abril de 1211 na manh de quinta-feira da segunda semana da Pscoa, pelo arcebispo Pedro Muiz e na presena do rei Afonso IX de Leo, do filho deste e de numerosas autoridades eclesisticas e civis.


Xacobeoland.por Alberte Couto, Flickr

A igreja ganha o estatuto de s episcopal em 1075, substituindo Iria Flvia, em grande medida graas ao do bispo Gelmires e sua importncia crescente como lugar de peregrinao.


Eduardo Roberto Olivera Hernndez, Flickr

O papa Calisto II (irmo de Raimundo de Borgonha) consolida-a como s arcebispal em 1120.


MIRADOR DE SANTIAGO DE COMPOSTELA por DAVID MARTNEZ PEN, Flickr

Ao longo dos sculos seguintes, a catedral foi objeto de numerosas ampliaes e reformas, tanto no exterior como no interior.


Reformas dos sculos XVII e XVIII

Durante os sculos XVII e XVIII foram levadas a cabo transformaes profundas na catedral, tendo sido introduzidos elementos barroco, tanto no interior como no exterior da baslica. As obras comearam a partir de 1643, quando Filipe IV outorga um renda anual para financiar as obras na cabeceira.


Fonte: Santiago de Compostela Turismo

Em 1649 chega a Santiago Jos Vega y Verdugo, que introduz verdadeiramente o barroco na catedral. Em 1657 o arquiteto madrileno Pedro de la Torre inicia a remodelao da capela mor.


www.revistaecclesia.com

No sculo XVIII, o arcebispo Malvar decide modificar a cabeceira, ampliando-a em direo Praa da Quintana, para o que encomendou a Miguel Ferro Caaveiro os planos da obra.


www.acelerada.com.br

Este entregou pelo menos dois esboos, seguindo as ideias do excelentssimo senhor arcebispo, tendo os plantas sido desenhadas pelo arquiteto Melchor de Prado y Mario.


www.acemprol.com

O primeiro projeto previa a demolio da parede construda por Pea de Toro na Praa da Quintana para fechar a fachada oriental, a Porta Santa e as capelas do Salvador e de Nossa Senhora, a Branca, para erigir um corpo retangular na continuao da abside, junto ao coro, situado na nave maior, e abrir espao para a sacristia e um panteo para os arcebispos.


O segundo projeto, maior do que o primeiro, implicava a demolio das capelas de So Pedro, So Joo, So Bartolomeu e do Esprito Santo, que seriam trasladadas para a zona ampliada, assim como a construo de um novo prtico em frente fachada das Pratarias com o fim de conservar os monumentos que h na antiga (que permanece ilesa) semelhana da principal ou do Salvador.


Exterior da catedral

A Catedral de Santiago foi modificada em numerosas ocasies desde a sua construo, com diversas obras e ampliaes (torres, claustro, paredes, capelas, etc.) que foram alterando substancialmente a planta em cruz latina original.


LUIS FELICIANO, Flickr

Atualmente um edifcio complexo, do qual dificilmente o visitante consegue ter uma perceo clara da sua arquitetura e distribuio dos diversos espaos e estruturas.


www.hdwalls.xyz

Para ter uma viso global do edifcio, mais eficaz apreciar a grande maqueta atualmente exposta na seco da Praa de Pratarias do Museu das Peregrinaes e de Santiago.


Na atualidade, cada uma das fachadas forma com as respetivas praas conjuntos urbansticos magnficos. A fachada barroca do Obradoiro foi realizada por Fernando de Casas Novoa em 1738 e protege o Prtico da Glria, uma obra-prima da escultura romnica, concluda pelo Mestre Mateus em 1188.


Julio G.Gonzlez, Flickr

A porta de Acibechera (que serve de acesso aos peregrinos do caminho francs, primitivo e inglss) tambm barroca; foi iniciada por Lucas Ferro Caaveiro e Clemente Fernndez Sarela e terminada por Lois Monteagudo. A nica fachada medieval que ainda subsiste, ainda que tambm com modificaes, a das Pratarias, construda pelo Mestre Estevo em 1103.


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A fachada ocidental do Mestre Mateus

Quando se diz que o Mestre Mateus completou os ltimos tramos da nave principal da catedral, est falar-se da cripta ou catedral velha, do Prtico da Glria e da fachada ocidental que se abria para o que hoje a Praa do Obradoiro.


Matilde Canosa, Flickr

Esta fachada conservou-se intacta at que no incio do sculo XVI se fizeram as primeiras modificaes, que consistiram no fecho dos arcos de acesso igreja (ento aberta dia e noite para os peregrinos) com grandes portas, o que implicou a retirada das primeiras esttuas e outros elementos da fachada exterior.


celta4, Flickr

Foram tambm feitas outras modificaes, como a instalao de novas escadarias de acesso ao templo, mas seria a construo da fachada barroca de Casas Novoa em 1738 que modificaria substancialmente a fachada originalmente romnica de Mateus, da qual apenas se mantiveram os dois corpos inferiores das torres laterais.


Prtico da Glria

O Prtico da Glria um prtico romnico realizado pelo Mestre Mateus e pela sua oficina por encomenda do rei Fernando II de Leo e da Galiza (r. 11571188), que para o efeito atribuiu cem maravedis anuais, entre 1168 e 1188.


Este ltimo ano est inscrito em pedra na catedral como sendo o da sua finalizao. A 1 de abril de 1188 foram colocados os lintis do prtico e a concluso do conjunto prolongou-se at 1211, ano em que o templo foi consagrado com a presena do rei Afonso IX.


O prtico constitudo por trs arcos de meio ponto que correspondem s trs naves da igreja e so suportados por grossos pilares com colunas adossadas. O arco central maior do que os restantes e o nico que tem tmpano; dividido por uma coluna central, o mainel, com a figura de Santiago.


Jess Domnguez, Flickr

Verticalmente, a parte inferior formada pelas bases das colunas decoradas com animais fantsticos, a parte mdia constituda por colunas que sustentam as esttuas adossadas dos apstolos e a parte superior pelos arcos que coroam as trs portas.


Gonzalo Sanmartn Fidalgo, Flickr

O conjunto escultrio uma representao iconogrfica de diferentes smbolos do Apocalipse de So Joo e de outros textos do Antigo Testamento.


A estrutura arquitetnica do prtico tem trs nveis verticais: em baixo, a cripta simboliza o mundo trreo; o prtico propriamente dito, que constitua a porta de entrada ocidental da catedral, que durante a Idade Mdia estava sempre aberta, representa a Jerusalm Celeste; acima do prtico situava-se a tribuna, na qual rosceas faziam com que o interior da catedral estivesse iluminada durante todo o dia.


No mainel encontra-se a figura sentada de Santiago Apstolo com um basto de peregrino, como padroeiro da baslica. Santiago segura um pergaminho onde est escrito "Misit em Dominus" ("enviou-me o Senhor").


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A coluna termina sobre a sua cabea com um capitel onde se representam as tentaes de Cristo em trs das suas faces; na que est virada para o interior da igreja rezam dois anjos ajoelhados.


Ao p do santo h outro capitel com as figuras da Santssima Trindade. Por baixo do apstolo representada a rvore de Jess, nome dado rvore genealgica de Jesus Cristo desde Jess, o pai do rei David.


Esta a representao mais antiga deste tema na iconografia religiosa da pennsula Ibrica.


Robert Grant , Flickr

Ao p desta coluna central, na parte superior interior virada para o altar maior da catedral, encontra-se uma figura ajoelhada que segundo a tradio representa o prprio Mestre Mateus, segurando uma cartela no qual est escrito "Architectus". Esta imagem conhecida popularmente como "santo dos croques" em galego ou "santo dos coscorrones" em castelhano,um nome ligado tradio dos estudantes baterem com a cabea contra a figura em vsperas de exame, tradio essa que foi posteriormente adotada pelos visitantes da catedral.


Diz-se que que Mateus foi castigado pela sua soberba a ficar eternamente de costas para a sua obra, impedido de contemplar a sua obra.Este hbito provocou danos escultura, pelo que o acesso a ela tem vindo a ser limitado.


www.caminhodesantiago.com.br

bolhaseampollas.blogs.sapo.pt

Interior da catedral

A estrutura do edifcio ocupa uma rea de 8 000 metros quadrados. Consta de uma planta basilical de cruz latina de trs naves, tambm no transepto, e trifrio (chamado localmente tribuna), o qual liga diretamente com o pao episcopal, conhecido na atualidade como Pao de Gelmires. Na cabeceira situa-se a capela-mor, rodeada por uma charola pela que se acede a cinco capelas radiais menores. Esta estrutura segue os exemplos franceses dos templos de peregrinao, novas formas construtivas chegadas atravs do Caminho.


Uxio Rivas, Flickr

As naves central e laterais tm cerca de 100 metros de comprimento e o cruzeiro cerca de 70 metros. A altura da nave central de 22 m na chave da abbada em todo o seu percurso e na abbada do cruzeiro atinge a altura mxima de 32 m. O zimbrio (parte superior da cpula), de estilo gtico, do final do sculo XIV e incio do sculo XV e substitui o antigo em estilo romnico; situa-se sobre o centro do transepto.


P. Medina. Flickr

Em redor do altar mor, o deambulatrio era originalmente composto por cinco capelas romnicas absidais, a central, do Salvador, de planta quadrada, e outras quatro nas naves transversais. Sobre as naves que flanqueiam a nave principal, da qual esto separadas por quarenta e dois pilares de ncleo quadrado e colunas adossadas, h um trifrio (Galeria estreita, no interior de uma igreja, por cima das arquivoltas das naves laterais e que apresenta geralmente trs aberturas entre cada vo) coberto com uma abbada


Capela-mor

A capela-mor era originalmente romnica, mas foi completamente reformada durante o perodo barroco, a partir de 1657, por ordem de Jos Vega y Verdugo, o mestre de obras nomeado pelo papa Inocncio X.


catedraismedievais.blogspot.com

No centro da capela encontra-se o mausolu do apstolo, conhecido como o camarn.

Por cima deste ergue-se o altar, construdo igualmente por Andrade. Este desenhou trs representaes do santo.


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Dentro do camarin est uma imagem sentada de pedra policromada de 1211 de Santiago Apstolo vestido como peregrino com uma esclavina (manto de peregrino, opa) de prata profusamente adornada com pedras preciosas, com uma cartela onde se l Hic est corpus divi Iacobi Apostoli et Hispaniarum Patroni ("Este o corpo de Santiago Apstolo e Padroeiro da Espanha").


tradio que os visitantes da catedral subam pela parte posterior do altar, atravs de uma escadaria dupla ali existente que liga os dois lados do deambulatrio, para o "abrao do santo", que consiste em abraar a imagem pelas costas. Sobre o tabernculo est representado Santiago peregrino, a quem quatro reis prestam homenagem: Afonso III, Ramiro I, Fernando, o Catlico e Filipe IV; as esttuas dos quatro reis so da autoria do leons Pedro del Valle.


www.pambretours.com

Capela das Relquias e Panteo Real

Foi construda entre 1520 e 1535 por encomenda do arcebispo Alonso III de Fonseca ao arquiteto Juan de lava (discpulo de Juan Gil de Hontan) e pioneiro do estilo plateresco. Coberta com uma abbada em cruzaria, inicialmente era uma dependncia para uso do cabido e em 1535 acolheu o Panteo Real. Em 1617 foi convertida para a funo atual de capela das relquias.


www.catedraldesantiago.es

Capela da Corticela Teve a sua origem num

oratrio dedicado a Santa Maria, chamado da Corticela, que se situava fora da catedral e que foi destrudo no sculo IX. Foi reconstrudo em 1213 pela oficina do Mestre Mateus e foi integrado na catedral no sculo XVIII. Acede-se capela por um corredor da ala norte do cruzeiro e desde 1527 que cumpre o papel de parquia dos estrangeiros, substituindo nessa funo a capela de So Nicolau.


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Botafumeiro O botafumeiro um enorme

incensrio de lato banhado a prata, que pesa 62 kg vazio e mede 1,60 m de altura. o maior incensrio do mundo. Numerosas fontes apontam outros pesos, referindo-se ao peso quando est carregado, a modelos anteriores ou a simples erros. O botafumeiro atual pesava 60 kg, mas em 2006 um banho de prata fez aumentar sua massa para os 62 kg atuais.


Pepe Manteca, Flickr

A corda que o suspende, presa ao cimo do cruzeiro da catedral, atualmente de um material sinttico, mede 65 metros, tem 5 cm de dimetro e pesa 90 kg. Anteriormente as cordas eram feitas de cnhamo ou de esparto. O botafumeiro enchido com cerca de 40 kg de carvo e incenso e atado corda.


Iaski Ruiz de Azua | Photography, Flickr

elevado e movido ao longo da nave mediante um mecanismo de roldanas. Para tal, um grupo de oito homens, os chamados "tiraboleiros", comeam por empurr-lo para p-lo em movimento e depois puxam cada um cabo preso corda para ir conseguindo e mantendo a velocidade pendular.


Composio Flickr

Tiraboleiros

A origem da palavra Tiraboleiro deriva do latim turiferarium ou seja o que move o incenso.


Composio Flickr

O movimento pode alcanar 68 km/h de velocidade durante o percurso ao longo do cruzeiro, desde a porta da Acibechera porta das Pratarias, descrevendo um arco de 65 metros e uma altura mxima de 21 metros (com um ngulo de 82). Para alcanar essa altura mxima so necessrios 17 percursos completos.


Belannaer, Flickr

Segundo a tradio, o uso do incensrio na catedral remonta ao sculo XI, tendo como objetivo perfumar a igreja e eliminar o mau cheiro que deixavam os peregrinos, suados e sujos, muitos deles doentes. Em 1200 o sistema inicial de roldanas foi substitudo por um sistema que permitia o deslocamento lateral numa extenso de 150 cm, a distncia permitida pela corda. Em 1400, o rei Lus XI de Frana doou catedral dinheiro para substituir o incensrio medieval, o que s viria a concretizar-se em 1554.


Juan J., Flickr

O mecanismo atual foi instalado em 1604. O incensrio de 1554, feito integralmente em prata, foi roubado pelas tropas de Napoleo em abril de 1809, durante a Guerra Peninsular. Foi substitudo pelo atual, fabricado pelo pelo ourives Xos Losada em 1851.


Gmn01, Flckr

Desde o Ano Santo de 1993 que o governo autonnomo galego promove o valor cultural da peregrinao a Santiago, focando-se principalmente na sua vertente de recurso turstico dirigido sobretudo a pessoas com o perfil do peregrino religioso tradicional.


www.susofestamps.es

Nesse ano foi lanada um programa, o "Xacobeo 93", que envolveu um grande campanha publicitria e o restauro de tramos das rotas do Caminho de Santiago e de infraestruturas de apoio aos peregrinos, para o que teve a colaborao das comunidades autnomas espanholas por onde passa o Caminho.


stamps.sellosmundo.com

As diversas rotas foram ento devidamente sinalizadas com flechas amarelas, conchas de vieira (o smbolo da peregrinao jacobeia), cruzes de Santiago e outros sinais. Em 1993 a UNESCO inclui os Caminhos de Santiago na lista de Patrimnio Mundial.


www.susofestamps.e

Mas o Caminho no termina aqui...


Artur Filipe dos Santos, MuxaArtur Filipe dos Santos, Muxa

A Virxe da Barca

Fundado na Idade Mdia, pelos Monges de Moraime , o atual Santurio da Virgem da Barca data de 1719.


Artur Filipe dos SantosArtur Filipe dos Santos

A imagem em retbulo da Virgem, de estilo gtico do sc. XIV foi destruida a 25 de Dezembro de 2013 por um aparatoso incndio que quase destruiu por completo este templo.



Junto ao mar encontram-se junto ao Santurio as famosas pedras de Abalar e de Os Cadris.

Conta a lenda que...


No se sabe quanto, mas muito tempo se passou em que o Apstolo Santiago tentava inutilmente converter os galegos, at que um dia, sem nimo, sentado nas rochas da praia de Muxia, pensava seriamente em desistir e retornar Palestina para tentar caminhos mais fceis.


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De repente, com o olhar fixo no horizonte, viu aproximar-se uma barca que parecia vir de mais alm do Fim do Mundo (Cabo Finisterra), inexplicavelmente comeou a encher-se de uma estranha alegria e quando a barca estava bem prxima se deu conta que era de pedra e que nela estava Nossa Senhora em pessoa!


A barca atravessou a margem da praia e a Virgem dirigiu-se a Santiago, dando-lhe nimo para seguir com sua tarefa, assegurando-lhe que tanto ela quanto seu filho estariam ao seu lado nos momentos mais difceis.



Dito isso, se esfumaou no ar, no antes de deixar como prova de sua visita, uma imagem sua e os restos da barca de pedra que a havia trazido at ali, que ficaram espalhados pela praia por muitos sculos.



O fragmento que constitua a quilha conhecido hoje como A Pedra dos Cadrises.


Tem fama de ser remdio seguro para os males das costa, que melhoram totalmente se o doente se arrasta pelo buraco que a pedra deixa.



A outra pedra considerada o resto da vela, a chamam de A Pedra dAbalar e uma rocha plana e oscilante que se move quando quem pisa est livre do pecado, mas que permanece firmemente agarrada as outras rochas, se quem sobe nela pecador insensvel!



A visita de Nossa Senhora devolveu o nimo ao Apstolo e com grande entusiasmo voltou a sua tarefa evangelizadora antes de voltar Palestina e ser martirizado.


Fonte: https://katiaesteves.wordpress.com/2009/11/04/a-virgem-da-barca-de-pedra/ Artur Filipe dos SantosArtur Filipe dos Santos

Regressaria antes do fim do sculo I, pelas mos dos seus fiis discpulos, Teodoro e Atanasio, s costas da Galiza, para ter a sua ltima morada perto do Cabo do Mundo, na terrra vestida de Xoiva e Prata

COMPOSTELA POR TI AGUARDA!


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Fim da Matria...


... Mas no do Caminho!

Bibliografia

http://www.caminhoportosantiago.com/PT/santiago.html http://www.caminhoportuguesdesantiago.com/PT/caminho.php http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminhos_de_Santiago http://www.spain.info/pt/que-quieres/rutas/grandes-rutas/camino-

santiago/ http://atc.pt/files/72/7201.pdf http://www.santiago.org.br/caminho-de-santiago-historia.asp http://www.santiago.org.br/caminho-de-santiago-o-que-e.asp http://www.confrariaapostolosantiago.com.br/depoimentos/historia-

do-caminho.pdf http://www.caminhoportosantiago.com/PT/santiago-historia.html http://ocaminhodecompostela.blogspot.pt/2006/12/historia-de-

santiago-de-compostela.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_Portugu%C3%AAs_de_Santiago


Bibliografia

http://whc.unesco.org/en/list/669

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cruz_de_Santiago

http://www.catedraldesantiago.es/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_de_Santiago_de_Compostela

https://katiaesteves.wordpress.com/2009/11/04/a-virgem-da-barca-de-pedra


Bibliografia fotogrfica

http://medicablogs.diariomedico.com/normapernett/files/2010/09/vieira.jpg

http://jornalc.pt/wp-content/uploads/2014/03/Peregrino.jpg

http://peronegro.com/fileadmin/_processed_/csm_Jakobswege_ES_PT_9f52bce1ca.gif

http://www.caminodesantiagohoteles.com/images/peregrinos.jpg

http://caminodesantiagoguide.org/wp-content/uploads/2011/09/Camino-de-Santiago-2005-278-1024x550.jpg

http://sunshineandsiestas.com/wp-content/uploads/2013/09/camino-de-santiago-scallop-shell.jpg

http://www.caminhoportosantiago.com/PT/images/santiago_1.jpg

http://www.millionsteps.org/wp-content/uploads/2010/07/Camino-de-Europa.jpg

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Patrimnio Cultural O Caminho de Santiago


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