Perry Anderson: Transiciones de la antigüedad al feudalismo

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 TR NSICIONES  DE L NTIGÜED D FEUD LISMO p r PERRY NDERSON O v n t i u n o e to res MtXICO ESP Ñ RGENTIN COLOMBI

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Caps 1-3-4

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  • TRANSICIONES DE L A ANTIGEDAD A L FEUDALISMO

    por

    P E R R Y ANDERSON

    S0O v e n t i u n o e d t o r e s

    M t X I C O ESPAA ARGENTINA COLOMBIA

  • 1. E L MODO D E P R O D U C C I O N E S C L A V I S T A

    L a gnes i s tici c a p u a i i s j h a sido u b i d o dt niUk .ho& estudios inspirados en el materialismo h i s tr ico desde el mismo momen-to en qut Marx le dedicara algunos famosos c a p t u l o s dt capital. L a g n e s i s del feudalismo, por el contiario, se ha que-dado casi sin estudiar dentro de la misma tradic in y nunca ha sido integrada en e! cor pus general de la teora marxista como e s p e c f i c o tipo de transicin hacia un nuevo modo de produc-c in . Sin embargo, y como tendremos o c a s i n de ver, su impor-tancia para el modelo global de historia quiz no sea menor que la de la t rans i c in al capitalismo. E l solemne juic io de Gibbon sobre la ca da de Roma y el fin de la Ant igedad aparece hoy, parad-jicamente, quiz por vez primera en toda su verdad: Una re-v o l u c i n que todav a sienten y que siempre r e c o r d a r n todas las naciones de la Tierra '. A diferencia del c a r c t e r acumulat i -vo de la a p a r i c i n del capitalismo, la g n e s i s del feudalismo en E u r o p a se d e r i v de un colapso catas trf i co y convergen-te de dos anteriores y diferentes modos de p r o d u c c i n , cuya recombinacin de elementos desintegrados l i b e r la e spec f i ca s n t e s i s feudal, que, en consecuencia, siempre retuvo un carc ter h br ido . Los dos predecesores del modo de p r o d u c c i n feudal fueron, naturalmente, el modo de p r o d u c c i n esclavista, ya en trance de d e s c o m p o s i c i n y sobre cuyos cimientos se h a b a le-vantado en otro tiempo todo el enorme edificio del Imperio romano, y los dilatados y deformados modos de p r o d u c c i n

    ' T h e history of the decline and fall of the Romn E m p i r e , vol. 1, 1896 (edicin Bury), p. 1. Gibbon se retract de este juicio en una nota ma-nuscrita destinada a una revisin de su libro en la que limitaba su re-ferencia slo a los pases de Europa, y no a los del mundo. Tienen Asia y Africa, desde Japn a Marruecos, algn sentimiento o recuerdo del Imperio romano?, se preguntaba (op. cii., p. xxxv). Gibbon scribic demasiado pronto para ver en qu medida habra de sentir el resto del mundo el impacto de Europa y de las consecuencias finales de la revolucin que haba descrito. Ni el remoto Japn ni el vecino Marrue-cos quedaran inmunes a la historia que esa revolucin haba inaugurado.

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    p r i m i t i v o s d e l o s invasores germanos que sobrevivieron en s u s p r o p i a s tierras tras las conquistas b r b a r a s . Estos dos mundos radicalmente d i s t i n t o s h a b a n sufrido u n a l e n t a d e s i n t e g r a c i n y u n a silenciosa i n t e r p e n e t r a c i n durante los l t i m o s siglos d e l a A n t i g e d a d .

    F a r b v e r - c o m o s e p r o d u i t o d c > e s t o e s n e c e s a r i o v o i v e r l a m i -r a d a h a c i a i a m a t r i z o r i g i n a r i a d e l o d a ! a c iv i l i zac in d e l m u r d o c l s i c o . L a A n t i g e d a d g r e c o r r o m a n a s i e m p r e c o n s t i t u y u n u n i v e r s o c e n t r a d o e n l a s c i u d a d e s . E l e s p l e n d o r y l a s e g u r i d a d d e l i . u m p r a n a polis h e l n i c a y d e l a t a r d a r epb l i ca romana, q u e a s o m b r a r o n a tantas p o c a s p o s t e r i o r e s , r e p r e s e n t a b a n e ! cn i t d e u n sistema p o l t i c o y d e una cultura urbana que nunca ha s i d o igualado por n i n g n otro milenio. L a f i losof a , la cien-cia, ia p o e s a , la historia, la arquitectura, l a escultura; el dere-cho, l a a d m i n i s t r a c i n , la moneda, los impuestos; el sufragio, los d e b a t e s , e l alistamiento militar: t o d o eso s u r g i y s e d e s a r r o l l hasta unos niveles de fuerza y d e complejidad inigualados. A l m i s m o tiempo, sin embargo, e s t e frise d e c iv i l i zac in ciudada-n a s i e m p r e tuvo sobre su p o s t e r i d a d c i e r t o e f e c t o d e fachada en trompe l'oeil, porque tras esta cultura y e s t e sistema pol-tico urbanos no ex i s t a ninguna economa urbana que pudiera medirse con ellos.-Al contrario, la riqueza material que s o s t e n a su vitalidad intelectual y c v i ca p r o c e d a en su inmensa m a y o r a del campo. E l mundo c l s i c o fue mavisa e invariablemente rura l en sus b s i c a s proporciones cuantitativas. L a agricultura repre-s e n t durante toda su historia el m b i t o absolutamente domi-nante de p r o d u c c i n y p r o p o r c i o n de forma invariable las principales fortunas de las ciudades. L a s ciudades grecorroma-nas nunca fueron predominantemente comunidades de manu-factureros, comerciantes o artesanos, sino que en su origen y principio constituyeron agrupaciones urbanas de terratenien-tes. Todos los r d e n e s municipales, desde la d e m o c r t i c a Ate-nas a la E s p a r t a o l i g r q u i c a o la Roma senatorial, estuvieron dominados especialmente por propietarios agr co las . Sus ingre-sos p r o v e n a n de los cereales, el aceite y el vino, los tres pro-ductos b s i c o s del mundo antiguo, cultivados en haciendas y fincas situadas fuera del p e r m e t r o f s i co de la propia ciudad. Dentro de s ta , las manufacturas eran escasas y rudimentarias: la gama normal de m e r c a n c a s urbanas nunca se e x t e n d i mu-cho m s al l de los textiles, la c e r m i c a , los muebles y los ob-

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    jetos de cristal. L a tcnica era sencilla, la demanda limitada y el transporte enormemente caro. E l resultado de ello fue que en la Ant igedad las manufacturas se desarrollaron de forma carac ter s t i ca no a causa de una creciente c o n c e n t r a c i n , como ocurr ir a en p o c a s posteriores, sino por la d e s c o n t r a c c i n y la d i s p e r s i n , ya que l a distancia, m s que la d iv is in del tra-bajo, dictaba les ccstes r e l a t j v o E de p r o d u c o r . una idea gr-fica del peso comparativo de las e c o n o m a s rural y urbana en el mundo c l i i cu a p r o p o r c i c n a n los r t s p e c t i v o s ingrtsus fisca-les producidos por cada una ellas e n el Imperio romano del siglo IV d, C , cuando el come icio urbano q u e d definitivamen-te sometido por vez primera a un i m p u e s t o imperial con la coUatio lusralis de Constanlino: los mgresos procedentes de este impuesto en las ciudades nunca superaron el 5 por ciento de los impuestos sobre la t i e r r a l

    Naturalmente, la d i s t r ibuc in e s tad s t i ca del producto de ambos sectores no basta para restar importancia e c o n m i c a a las ciudades de la Ant igedad , porque en un mundo uniforme-mente agr co la el beneficio bruto del comercio urbano tal vez no sea muy bajo, pero la superioridad neta que puede propor-cionar a una e c o n o m a agraria sobre todas las d e m s tal vez sea decisiva. L a c o n d i c i n previa de este rasgo distintivo de la c iv i l i zac in c ls ica fue su carc ter costero K L a A n t i g e d a d gre-corromana fue quintaesencialmente m e d i t e r r n e a en su m s pro-funda estructura, porque el comercio interlocal que la una s l o p o d a realizarse por mar. E l comercio m a r t i m o era el ni-co medio viable de intercambio mercantil para distancias me-dias o largas. L a importancia colosal del mar para el comercio puede apreciarse por el simple hecho de que en la p o c a de Diocleciano era m s barato enviar trigo por barco desde Sir ia a E s p a a de un extremo a otro del M e d i t e r r n e o que transpor-

    ' A. H. M. Jones, T h e later Romn E m p i r e , vol. i, p. 465. El impues-to era pagado por los negotiatores, es decir, prcticamente por todos los que se dedicaban a cualquier tipo de produccin comercial en las ciu-dades, ya fuesen mercaderes o artesanos. A pesar de su mnimo rendi-miento, este impuesto se revel corri algo profundamente opresivo e impopular para la poblacin urbana; hasta tal punto era frgil la eco-noma de las ciudades.

    ' Max Weber fue el primer investigador que hizo hincapi en este he-cho fundamental, en sus dos grandes y olvidados estudios, Agrarver-hltnisse im Altertum y Die Sozialen Griinde des Untergangs der Antiken Kultur. Vase Gesammelte Auisdtze tur Sozial- und Wirtschaftsgeschichte Tubinga, 1924, pp. 4 292 ss.

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    tarlo 120 k i l m e t r o s en carretas ^ As, no es casual que la zona del Egeo laberinto de islas, puertos y promontorios haya sido el pr imer hogar de la ciudad-Estado; ni que Atenas, su principal ejemplo, haya basado su fortuna comercial en el trans-porte m a r t i m o ; ni que, cuando la c o l o n i z a c i n griega se exten-di hacia el Oriente P r x i m o en la p o c a h e l e n s t i c a , el puerto de Alejandra se convirtiera en la mayor ciudad de Egipto y fuera ia primera cap !a l m a r t i m a di. su historia; n i que Roma, f i n a l m e n t e , se convirtiera a su vez, aguas arril>a del Tiber, en una m e t r p o l i c o s t e r a . E l agua era el medio insustituible de c o m u n i c a c i n y comercio que hac a posible u n crecimiento de una c o n c e n t r a c i n y complej idad muy supeiior al medio rural que lu s o s t e n a E l mar fue el v e h c u l o de! imprevisible esplen-dor d e ]i A n t i g e d a d , i .a e s p e c f i c a c o m b i n a c i n de ciudad y campo que c a r a c t e r i z al mundo c l s i c o fue operativa, en lti-mo t r m i n o , debido n i c a m e n t e al lago situado en su centro.. E l M e d i t e r r n e o es el n i c o gran m a r interior en toda la cir-cunferencia de la T ierra ; s l o l o frec a a una importante zona geogrf ica la velocidad del transporte m a r t i m o junto con los refugios terrestres contra los vientos y el oleaje. L a p o s i c i n n i c a d e la A n t i g e d a d c l s i c a en la historia no puede separar s e de este privilegio f s i co .

    E n otras palabras, el M e d i t e r r n e o p r o p o r c i o n el necesa-rio marco g e o g r f i c o a la c i v i l i z a c i n antigua, pero su conteni-do y novedad h i s t r i c a s radican, s in embargo, en la base so-cial de la re lac in entre ciudad y campo que se e s t a b l e c i en su interior. E l modo de p r o d u c c i n esclavista fue la i n v e n c i n decisiva del mundo grecorromano y lo que proprarcion la base l t ima tanto de sus realizaciones como de su eclipse. E s preciso subrayar la originalidad de este modo de p r o d u c c i n . L a escla-vitud ya haba existido en formas diferentes durante toda la An-t i g e d a d en el Oriente P r x i m o , como habr a de existir m s adelante en toda Asia; pero siempre h a b a sido una c o n d i c i n j u r d i c a m e n t e impura que con frecuencia tomaba la forma de servidumbre por deudas o de trabajo forzado, entre otros tipos mixtos de servidumbre, y formado s l o una ca tegor a muy reducida en un continuo amorfo de dependencia y falta de li-bertad que llegaba hasta muy arr iba en la escala soc ia l ' . L a esclavitud nunca fue el tipo predominante de e x t r a c c i n de ex-

    Jones, T h e later Romn E m p i r e , i i , pp. 841-2. * M. I . Finley, Between slavery and freedom>, Comparative Studies

    i n Society and History, vi, 1963, pp. 237-8.

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    cedente en estas m o n a r q u a s p r e h e l n i c a s , sino un f e n m e n o residual que ex i s t a al margen de la principal mano de obra rural . Los imperios sumerio, b a b i l n i c o , asirlo y egipcio E s -tados fluviales, basados en una agricultura mtensiva y de re-gado que contrasta con el cultivo de tierras ligeras y de seca-no del mundo m e d i t e r r n e o posterior no fueron e c o n o m a s esclavistas, y sus sistemas legales carec an de una c o n c e p c i n estrictamente definida de la propiedad de bienes muebles. Las ciudades-Estado griegas fueron las primeras en hacer de la esclavitud algo absoluto en su forma y dominante en su ex-tens in , t r a n s f o r m n d o l a as de puro instrumento secundario en un s i s t e m t i c o modo de p r o d u c c i n . Naturalmente, el mun-do h e l n i c o c l s i c o no se bas nunca de forma exclusiva en la ut i l izac in del trabajo de esclavos. E n las diferentes ciudades-Estado de Grecia, los campesinos libres, los arrendatarios de-pendientes y los artesanos de las ciudades siempre coexistieron en diversas formas con los esclavos. S u propio desarrollo in-terno o extemo p o d a cambiar notablemente la p r o p o r c i n de ambos de un siglo a otro: cada f o r m a c i n social concreta es siempre una espec f i ca c o m b i n a c i n de diferentes modos de p r o d u c c i n , y las de la Ant igedad no constituyeron una ex-c e p c i n ' . Pero el modo de p r o d u c c i n dominante en la Grecia c ls ica , el que r igi la ar t i cu lac in compleja de cada e c o n o m a local e i m p r i m i su sello a toda la c iv i l i zac in de la ciudad-Estado, fue el de la esclavitud. Es to mismo habr a de ocurrir tambin en Roma. E l mundo antiguo nunca estuvo marcado en su totalidad y de forma continua y omnipresente por el predo-minio del trabajo esclavo. Pero las grandes p o c a s clsicas en las que f lorec i la c iv i l i zac in de la A n t i g e d a d G r e c i a en los

    * A lo largo de este libro generalmente se preferir el trmino for-macin social al de sociedad. En el uso marxista, el propsito del con-cepto de formacin social consiste precisamente en subrayar la plura-lidad y heterogeneidad de los posibles modos de produccin dentro de una totalidad histrica y social dada. Por el contrario, la repeticin acr-tica del trmino sociedad conlleva con demasiada frecuencia la presun-cin de una unidad subyacente de lo econmico, lo poltico y lo cultural dentro de un conjunto histrico, cuando de hecho est simple unidad e identidad no existen. A no ser que se especifique lo contrario, las for-maciones sociales son, pues, en este libro combinaciones concretas de diferentes modos de produccin organizados bajo el predominio de uno de ellos. Para esta distincin, vase Nicos Poulantzas, Pouvoir politique et classes sociales, Pars, 1968, pp. 10-12. [Poder poltico y clases sociales en el Estado capitalista, Madrid, Siglo X X I , 1972, pp. 4-7] Una vez acla-rado esto, sera una pedantera evitar por completo el familiar trmino de sociedad y aqu no realizaremos ningn esfuerzo por evitarlo.

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    s idos V y IV a. C . y Roma desde el siglo i i a. C . hasta el siglo 11 d. C . fueron aquellas en las que la esclavitud fue masiva y general entre los otros sistemas de trabajo. E l solsticio de la cultura urbana c ls ica siempre p r e s e n c i t a m b i n el cn i t de la esclavitud, y la decadencia de la pr imera , en la Grecia he len s -tica o en la Roma cristiana, se c a r a c t e r i z invariablemente poi l a r e d u c c i n de 'a segunda.

    A falto de i- ,^fadsticas fiabiei;, es imposiMe caiculsj con exactitud la p r a p o r c i n gl'jbai de pobJacion esclava i . ' . rf. i ierra originitria del modo de p r o d u c c i n esclavista, la Grecia posarcai-c^ L a s estimaciones m s dignas de c r d i t o var an enormemen-te, pero una reciente v a l o r a c i n es que la p r o p o r c i n de escla-vos/ciudadanos libres en la Atenas de Pericles era aproxima-damente de 3 a 2 en p o c a s diversas, el n m e r o relativo de esclavos en Q u o s , Egina o Corinto fue probablemente mayor, iTiientras que en E s p a r t a la p o b l a c i n ilota siempre s u p e r con creces a la ciudadana. E n el siglo iv a . . , A r i s t t e l e s p o d a escribir sin darle mayor importancia que los Estados e s t n obligados a tener un gran n m e r o de e s c l a v o s , mientras que Jenofonte elaboraba un plan para restaurar la riqueza de Ate-nas en el que el Estado p o s e e r a esclavos p b l i c o ? hasta que hubiera tres por cada ciudadano a t e n i e n s e A s pues, en la Grecia c ls i ca los esclavos fueron utilizados por pr imera vez y de forma habitual en la a r t e s a n a , la industria y la agricultu-

    '' A. Andrewes, Greek society, Londres, 1967, p. 135, quien afirma q u e el total de mano de obra esclava era en esta zona de 80 a 100.000 hom-bres en el siglo v. cuando el nmero de ciudadanos ascenda quiz a unos 45.000. Este orden de magnitud exige probablemente un consenso ms amplio que otras estimaciones ms bajas o ms elevadas. Pero todas las modernas historias de la Antigedad se resienten de la falta de una informacin digna de crdito sobre el volumen de las poblaciones y de las clases sociales. Jones pudo calcular la proporcin de esclavos y ciu-dadanos en el siglo iv, cuando ya haba disminuido la poblacin de Ate-nas, en 1 : 1 sobre la base de las importaciones de grano en la ciudad: Athenian democracy, Oxford, 1957, pp. 76-9. Finley, por su parte, ha argu-mentado que esa proporcin pudo llegar a ser de 3 4 : 1 en los pero-dos punta de los siglos v y iv: Was Greek civilization based on slave labour?. H i s t o r i a , viii, 1959, pp, 58-9, La monografa moderna ms ex-tensa, aunque incompleta, sobre el tema de la esclavitud antigua el li-bro de W. L. Westermann, T h e slave systems of Greek and Romn anti-guity, Filadelfia, 1955, p. 9, llega a un nmero global semejante al acep-tado por Andrevv'es y Finley, esto es, entre 60 y 80.000 esclavos a comien-zos de la guerra del Peloponeso.

    * Aristteles, Politics, vii, iv, 4 [Poltica, Madrid, Espasa-Calpe, 1972]. Jenofonte, Ways and means, iv, 17. [ L a economa y los medios de aumen-tar las rentas.}

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    . ra en una escala superior a la d o m s t i c a . Al mismo tiempo, y mientras el uso de la esclavitud se hac a general, su n a t u r a l e -

    ' za se hizo correlativamente absoluta: ya no c o n s i s t a en una forma relativa de servidumbre entre otras muchas, situada a lo largo de un continuo gradual, sino en una c o n d i c i n extre-ma de prd ida completa de libertad, que se y u x t a p o n a a una libertad nueva y sin trabas. L a f o r m a c i n de una s u b p o b l a c i n esclava n t i d a m e n t e delimitada fue, precisamente, lo que ele-v la c i u d a d a n a de las ciudades griegas a cimas hasta enton-ces desconocidas de libertad jur d i ca consciente. L a libertad y la esclavitud h e l n i c a s eran indivisibles: cada una de ellas era la c o n d i c i n estructural de la otra, en un sistema d id ico que no tuvo precedente ni equivalente en las j erarquas sociales de los imperios del Oriente P r x i m o , que no conocieron ni la no-c in de c i u d a d a n a libre ni la de propiedad s e r v i l E s t e pro-fundo cambio j u r d i c o fue en s mismo el correlato social e i d e o l g i c o del mi lagro e c o n m i c o producido por la apar ic in del modo de p r o d u c c i n esclavista.

    L a c iv i l i zac in de la A n t i g e d a d c ls ica representaba, como ya hemos s e a l a d o , la s u p r e m a c a a n m a l a de la ciudad sobre el campo en el marco de una e c o n o m a predominantemente ru-ral: era la an t t e s i s del primer mundo feudal que le s u c e d i . A falta de una industria municipal , la c o n d i c i n de posibihdad de esta grandeza metropolitana era la existencia de trabajo es-clavo en el campo, porque s l o los esclavos p o d a n l iberar de sus bases rurales a los miembros de una clase terrateniente tan radicalmente que llegaran a transmutarse en ciudadanos esen-cialmente urbanos, por m s que siguieran extrayendo de la tie-rra su riqueza bs i ca . Ar i s t te l e s e x p r e s la resultante ideolo-ga social de la tarda Grecia c ls ica con esta ocasional pres-c r i p c i n : E n cuanto a los que deben cultivar la tierra, si cabe elegir, deben preferirse los esclavos, y tener cuidado de que no sean todos de la misma n a c i n , y principalmente de que no sean belicosos. Con estas dos condiciones sern excelentes para el trabajo y no p e n s a r n en rebelarse. D e s p u s es conveniente mezclar con los esclavos algunos b r b a r o s que sean siervos y que tengan las mismas cualidades que aqu l lo s E n el campo roma-no fue c a r a c t e r s t i c o del modo de p r o d u c c i n esclavista completa-mente desarrollado el hecho de que incluso las funciones de

    ' Westermann, T h e slave systems of Greek and Romn aniiquity, p-ginas 42-3; Finley, Between slavery and freedom, pp. 236-9.

    Politics, IV , ix, 9. [Poltica, i v , ix.]

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    d irecc in fueran delegadas en inspectores y administradores escla-vos, que p o n a n a trabajar en los campos a cuadril las de esclavos A diferencia del s e o r o feudal, la finca con esclavos p e r m i t a una permanente d i s y u n c i n entre la residencia y la renta; el excedente con el que se amasaban las fortunas de la clase poseedora po-da extraerse sin su presencia en las tierras. E l v n c u l o entre el productor rural inmediato y el apropiador urbano de su producto n o e r a consuetudinario ni estaba condicionado por la loca l izac in d e l a t ierra, como ocurr ir a m s tarde con la ser-vidumbre adscripticia. Ai contrario, ese v n c u l o era el acto co-mercial universal d e l a compra de m e r c a n c a s que se realizaba en las ciudades, d o n d e e l comercio esclavista ten a sus t p i cos mercados. E l trabajo esclavo de la A n t i g e d a d c ls ica encarna-ba, pues, dos atributos contradictorios en cuya unidad radica el secreto de l a p a r a d j i c a precocidad urbana del mundo gre-c o r r o m a n o / P o r una parte, la esclavitud representaba la m s radical d e g r a d a c i n rural imaginable del trabajo, esto es, la c o n v e r s i n de los hombres en medios inertes de p r o d u c c i n mediante s u p r i v a c i n de todos los derechos sociales y su asi-m i l a c i n legal a las bestias de carga. L a teora romana def ina a l esclavo agr co la como instrumentum vocale, herramienta que habla, y lo situaba un grado por encima del ganado, que cons-t i tua un instrumentum semivocale, y dos grados por encima de los aperos, que eran el instrumentum m u t u m . Por otra par-te, la esclavitud era s i m u l t n e a m e n t e la m s drs t i ca comercia-l izac in urbana concebible del trabajo, es decir, la r e d u c c i n de toda la persona del trabajador a un objeto estandarizado de compra y venta en los mercados metropolitanos de inter-cambio de m e r c a n c a s . E l destino de la inmensa m a y o r a de los esclavos en la A n t i g e d a d c l s i c a era el trabajo agr co la (aun-que no fuera as siempre ni en todas partes, s lo fue en con-junto): su c o n c e n t r a c i n , reparto y e n v o se efectuaba normal-mente desde los mercados de las ciudades, en las que muchos de ellos, naturalmente, t a m b i n estaban empleados. L a escla-

    " La misma ubicuidad del trabajo esclavo en el cnit de la repblica y el principado romanos tuvo el efecto paradjico de promover a deter-minadas categoras de esclavos a posiciones administrativas o profesio-nales de responsabilidad, lo que a su vez facilit la manumisin y la subsiguiente integracin de los hijos de los libertos cualificados en la clase de los ciudadanos. Este proceso no fue tanto un paliativo humani-tario de la esclavitud clsica, cuanto una nueva prueba de la abstencin radical de la clase dirigente romana de cualquier forma de trabajo pro-ductivo, incluso de tipo ejecutivo.

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    vitud era, pues, el gozne e c o n m i c o que una a la ciudad y e l campo, con un desorbitado beneficio para la polis. Mantena aquella agricultura cautiva que p e r m i t a l a d i f erenc iac in radi-cal de una clase dirigente urbana de sus o r g e n e s rurales y a la vez p r o m o v a el comercio e n t r e las c i u d a d e s q u e era e ! c o m - ^ plemento d e e s t a agricultura c j e l M e d i t e r r n e o . Entre o t r a s ventajas, l o s e s c l a v o s eran u n a m e r c a n c a e m i n e m e m e n l e mvi i e n u n m u n d o e n q u e l o s o b s l c u i o s e r ; e l i ' anppoj t e l e n a r u n a importancia c a p i t a l p a r a a e s t r u c t u r a t t o d a i a e c o n o m a L o s e s c l a v o s p o d a n s e : e n v i a d o s p f . r h a r c u d e a n a r e gin a otra sin ninguna dificultad; p o d a n s e r adiestrados e n numerosos y diversos oficios; a d e m s , e n l a s p o c a s d e o f e r t a abundante, l o s esclavos in terven an p a r a m a n t e n e r bajos l o s costes a l l d o n d e t r a b a j a b a n o b r e r a s a s a l a r i a d o s c a r t e s a n o s in-dependientes, debido al trabajo alternativo q u e proporciona-ban. L a riqueza y el bienestar d e l a c l a s e u r b a n a propietaria de la Ant igedad c ls ica y , sobre t o d o , la de Atenas y Roma en el momento dt su esplendor s e b a s a r o n e n eJ amplio ex-cedente producido por la omnipresencia d e e s t e s i s tema'de trabajo, q u e n o d e j intacto n i n g n o t r o .

    E l precio p a g a d o p o r e s t e instrumento b r u t a l y lucrativo fue, sin embargo, m u y alto. E n l a p o c a c l s i c a , las relaciones esclavistas de p r o d u c c i n fijaron algunos l m i t e s insuperables a las fuerzas de p r o d u c c i n de la Ant igedad . Sobre todo, esas

    ! relaciones tendieron en l t i m o t r m i n o a paralizar la produc-tividad de la agricultura y de la industria. E n la e c o n o m a de la A n t i g e d a d c ls ica se produjeron t a m b i n , por supuesto, al-gunas mejoras t cn icas . N i n g n modo de p r o d u c c i n e s t des-provisto de progresos materiales en su fase ascendente, y el modo de p r o d u c c i n esclavista reg i s tr , en su mejor momento, algunos avances importantes en el equipamiento e c o n m i c o desarrollado en el marco de su nueva d i v i s i n social del tra-bajo. Entre ellos se puede sea lar la e x p a n s i n de los cultivos v i n c o l a s y o l e c o l a s m s rentables; la i n t r o d u c c i n de molinos giratorios para el grano y la mejora en la calidad del pan. A d e m s , se d i s earon nuevas prensas de husillo, se desarrolla-ron m t o d o s de soplado de vidrio y se perfeccionaron los sis-temas de ca l e facc in . E s probable que avanzaran t a m b i n la c o m b i n a c i n de cultivos, los conocimientos b o t n i c o s y el dre-naje de los c a m p > o s E n el mundo c l s i co , por tanto, no se

    " Weber, Agrarverhltnisse im Altertum, pp. 5-6. " Vase especialmente F. Kiechle, Sklavenarbeit und techniacher F o r t -

    E l modo de produccin esclavista 19

    p r o d u j o u n a s i m p l e p a r a l i z a c i n final de la t cn ica , pero, al mismo [ i e m p o , n u n c a s e p r o d u j o u n a importante g a m a de invenciones q u e e m p u j a r a n a l a e c o n o m a a n t i g u a h a c i a u n a s f u e r z a s de p r o -d u c c i n cualitativamente n u e v a s . E n u n a perspectiva comparada,, n o h a y n a d a m s s o r p r e n d e n t e q u e e l g l o b a l estancamiento tecno-( lgico d e l a A n t i g e d a d Ser s u f i c i e n t e c o m p a r a r e l h i s t o r i a l d e s u ? o c i i u sijiis d e e x i f a t e n e i a , d e s d e e l a s c e n s o d e A t e n a s h a s t a l a c a i c i a di R o . n a . c o - i e q u i x a l e n t r p e n o d o d e t i e i n p o d e l m o d o d e p i d c c i r : e u a l q u t i e s u c e d i , p a r a p e r c i b i r l a d i f e r e n c i a e n t r e u n a e c o n o j n a r e i a t i v a m c n t c e s t t i c a y o t r a d i r i S i n i c a . .Ms l l a m a t i v o t o d a v a f u e , p o r s u p u e s t o , e l c o n t r a s t e d e n t r o d e l p r o p i o m ; ! r j - . ! ^Aco e n t r e s u v i t a l i d a d c u l t u r a l y s u p e r e s t r a c -t u r a i V s u . i . b i : i t . m i e n t o i n r a e s t r u c t u r a l . L a t e c n o l o g a m . a n u a l d e l a . ' i n t i . L ' t d a d f u e exigua y primit iva, no s l o si se mide por el p t r n e x l e r n v . d e u n a historia posterior, sino, sobre t o d o , si se c o m p a r a c o n s u propio f irmamento intelectual, q u e e n muchos aspectos fundamentales siempre se mantuvo por e n c i -m a d e l d e a E d a d M e d i a . S in d u d a , la estructura de l a e c o n o -ma e s c l a v i s t a f u e e n lo fundamental, la responsable d e e s t a e x t r a o r i n a i i a d e s p r o p o r c i n . A r i s t t e l e s , q u e para l a s p o c a s p o s t e r i o r e s f u e e i pensador m s importante y representativo d e la A n t i g e d a d , r e s u m i l a c n i c a m e n t e este principie social con la frase: El Estado perfecto no a d m i t i r nunca al traba-jador manual" entre los ciudadanos, porque la mayor parte de ellos son hoy esclavos o e x t r a n j e r o s E s e Estado representa-ba la norma ideal del modo de p r o d u c c i n esclavista, que nun-ca se rea l i z en ninguna f o r m a c i n social del mundo antiguo. Pero su lg ica siempre estuvo presente de forma inmanente en la naturaleza de los sistemas e c o n m i c o s c l s i c o s .

    Una vez que el trabajo manual quedaba profundamente aso-ciado a la falta d e l ibertad, no ex i s t a n i n g n espacio social li-bre para la i n v e n c i n . Los sofocantes efectos de la esclavitud sobre la t cn ica no fueron un simple producto de la baja pro-ductividad media del propio trabajo esclavista y ni siquiera del

    schritt im romischen Reich, Wiesbaden, 1969, pp. 12-114; L. A. Moritz, G r a i n - m i l l s and ilour i n classical Aniiquity, Oxford, 1958; K. D. White, Romn farming. Londres, 1970, pp. 123-4, 147-72, 188-91, 260-1, 452.

    " E l problema general est planteado enrgicamente, como de cos-tumbre, por Finley, Technical innovation and economic progress in the ancient world, Economic History Review, xvni, nm. 1, 1955, pp. 29-45. Para las realizaciones especficas del Imperio romano, vase F. W. Wal-bank, T h e awful revolution, Liverpool, 1969, pp. 40-1, 46-7, 108-10.

    " Politics, 111, iv, 2. [Poltica, n i , iii, 2.]

  • 20 L a antigedad clsica

    volumen de su ut i l i zac in , sino que afectaron sutilmente a to das las formas de trabajo. Marx i n t e n t expresar el tipo de ac-c in que ejercieron en una frase famosa, aunque t e r i c a m e n t e cr pt ica: En todas las formas de sociedad existe una determi-nada p r o d u c c i n que asigna a todas las otras su correspondien-te rango e influencia y cuyas relaciones, por lo tanto, asignan a todas las ctras el rango y la influencia. E s una i l u m i n a c i n general en la que se b a a n todos los colores y que modifica las particularidades de s t o s . E s como un ter particular que de-termina el peso e s p e c f i c o de todas las formas de ;xistencia que all toman rel ieve Como es evidente, los esclavos -agr-colas t en an muy pocos incentivos para realizar sus tareas eco-n m i c a s de forma competente y concienzuda cuando se relaja-ba la vigilancia; su empleo p t i m o tena lugar en los v i e d o s y los olivares. Por otra parte, muchos artesanos y algiinos agri-cultores esclavos p o s e a n a menudo una destreza notable, den-tro de los l mi t e s de las t c n i c a s dominantes. L a c o m p u l s i n estructural de la esclavitud sobre la l cn ica no l e s i d a tanto en una causalidad i n t r a e c o n m i c a (aunque s ta era importante en s misma) cuanto en la mediata ideo log a social que rodeaba a la totalidad del trabajb manual en el mundo c l s i c o y contami-naba al trabajo asalariado e incluso al independiente con el estigma de la deshonra E n general, el trabajo esclavo no era menos productivo que el libre e incluso en algunos campos su productividad era superior, pero s e n t las bases de ambos, de tal forma que entre ellos nunca se d e s a r r o l l una gran diver-gencia en un espacio e c o n m i c o c o m n que e x c l u a la aplica-c i n de la cultura a la t cn ica para producir inventos. E l divor-cio entre el trabajo material y la esfera de la libertad era tan r g ido que los griegos no ten an siquiera una palabra en su idio-ma para expresar el concepto de trabajo, ni como func i n so-cial ni en cuanto conducta personal. E l trabajo agr co la y el artesanal se consideraban esencialmente como a d a p t a c i o n e s

    " Grundrisse der K r i l i k der politischen Okonomie, Berln, 1953, p. 27. {Elementos fundamentales p a r a la c r i t i c a de la economa poltica, Ma-tlrid. Siglo X X L 1972, pp. 27-8].

    " Finley seala que el trmino griego penia, que habitualmente se opone a ploutos como pobreza a riqueza, tiene en realidad el sentido peyorativo ms amplio de trabajo penoso o de obligacin de traba-jar, y puede abarcar incluso a los pequeos y prsperos arrendatarios, sobre cuyo trabajo se cierne tambin la misma sombra cultural: M. I . Fin-ley, T h e ancient economy, Londres, 1973, p. 41. [La economa de la A n t i -gedad. Madrid, FCE, 1975.]

    2 1 modo de produccin esclavista 21

    a la naturaleza y no como transformaciones de s ta ; ambos eran formas de servicio. P la tn t a m b i n d e s t e r r i m p l c i t a m e n t e a los artesanos de la polis; para l el trabajo es algo ajeno a los valores humanos y en algunos aspectos incluso parece ser la ant tes i s de lo que es esencial al h o m b r e L a tcn ica , considera-da como i n s t r u m e n t a c i n premeditada y progresiva del mundo natural por el hombre, era incompatible con la a s i m i l a c i n glo-bal del hombre al mundo natural como su i n s t r u m e n t o par-lante. L a productividad quedaba fijada por la perenne rutina del i n . - . t r w n e n t u m vocalis, que devaluaba todo trabajo al impe-dir la p r e o c u p a c i n permanente por los sistemas de e c o n o m a . L a va t pica de e x p a n s i n para cualquier Estado de la Anti-gedad s i e m p r e f u e , pues, una v a lateral l a conquista geogrf ica y n o ei avance e c o n m i c o . E n consecuencia, la civili-zac in c ls ica tuvo u n carc ter inherentemente colonial: la ciu-dad-Estado celular se r e p r o d u c a invariablemente a s misma, en las fases de auge, por medio del poblamiento y la guerra. Los saqueos, los tributos y los esclavos eran los objetos funda-mentales del engrandecimiento, medios y a la vez fines de la e x p a n s i n colonial E ; p o d e r o mil i tar estaba quiz mucho m s ligado al crecimiento e c o n m i c o que en n i n g n otro modo de p r o d u c c i n anterior o posterior, debido a que la principal fuen-te del trabajo esclavo era normalmente la captura de prisione-ros de guerra, mientras que la f o r m a c i n de tropas libres ur-banas con destino a la guerra d e p e n d a del mantenimiento de la p r o d u c c i n interna por los esclavos. L o s campos de batalla proporcionaban mano de obra para los campos de cereales y, viceversa, los trafejadores cautivos p e r m i t a n la c r e a c i n de

    " J. P. Vernant, M y t h e et pense chez les Grecs, Pars, 1965, pp. 192, 197-9. 217. [ M i t o y pensamiento en la G r e c i a a n t i g u a , Barcelona, Ariel, 1974.] Los dos ensayos de Vernant, Promthe et la fonction technique y Travail et nature dans la Grce ancienne ofrecen un anlisis sutil, de las distinciones entre poiesis y praxis, y de las relaciones del agricultor, el artesano y el prestamista con la polis. Alexandre Koyr intent de-mostrar en una ocasin que el estancamiento tcnico de la civilizacin griega no se debi a la presencia de la esclavitud o a la devaluacin del trabajo, sino a la ausencia de la fsica, que se hizo imposible por la ir.Lapiicidad de los griegos para aplicar las medidas matemticas al mun-do terrestre: Du monde de l' peu prs l'univers de la precisin, C r i t i q u e , septiembre de 1948, pp. 806-8. Al hacer esto, Koyr intentaba explcitamente evitar una explicacin sociolgica del fenmeno; pero, como el mismo Koyr admiti implcitamente en otro lugar, la Edad Me-dia tampoco conoci la fsica y, sin embargo, produjo una tecnologa dinmica: no fue el itinerario de la ciencia, sino el curso de las rela-ciones de produccin, lo que marc el destino de la tcnica.

  • 22 L a antigedad clsica

    e j r c i t o s de ciudadanos. E n la Ant igedad c ls i ca pueden obser-varse tres grandes ciclos de e x p a n s i n imperial , cuyos rasgos sucesivos y cambiantes estructuraron el modelo global del mun-do grecorromano: el ciclo ateniense, el macedonio y l romano. Cada uno de ellos r e p r e s e n t una s o l uc i n especifica a los pro-blemas p o l t i c o s y organizativos de la conquista ultramarina, s o l u c i n que q u e d integrada y superada por la siguiente, sin que nunca s e transgredieran las bases s u b t e r r n e a s de una c o -m n c iv i l i zac in urbana

    2. G R E C I A

    L a apar ic in d e i a s cij:,acies-Estadc helenas en l a zona oel Egeo es anterior a l a p o c a c ls i ca , y con las fuentes disponibles, no escritas, s l o pueden apreciarse sus rasgos generales. Tras el colapso de l a c)^'il izacin m i c n i c a hacia el a o 1200 a C , Gre-cia su fr i una prolongada E d a d Oscura en la que la escritura des aparec i y la vida e c o n m i c a r e t r o c e d i a un estadio d o m s -tico rudimentario: es el mundo primitivo y rura l reflejado en la p ica de Homero. Fue en la siguiente p o c a de la Grecia ar-caica, del 800 al 500 a. C , cuando cr i s ta l i z por vez pr imera y muy lentamente el modelo urbano de la c iv i l i zac in c ls i ca . E n algn momento antes d e la a p a r i c i n de los documentos his-tr icos , las m o n a r q u a s locales fueron derrocadas por las aris-tocracias tribales y, bajo el dominio d e estas noblezas, se fun-daron o desarrollaron algunas ciudades. E l gobierno a r i s t o c r t i c o de la Grec ia arcaica c o i n c i d i con la r e a p a r i c i n deJ comercio de larga distancia (principalmente con Sir ia y con el Oriente), con las primeras a c u a c i o n e s de moneda (inventadas en L i d i a en el siglo v i i ) y con la escri tura a l fab t i ca (derivada de Feni-cia). L a u r b a n i z a c i n p r o g r e s ininterrumpidamente, e x t e n d i n -dose a u l tramar por el M e d i t e r r n e o y el Euxino , hasta que a finales del p e r o d o de la c o l o n i z a c i n , a mediados del siglo v i , haba alrededor de 1500 ciudades griegas en la patria h e l n i c a y en el extranjero, p r c t i c a m e n t e ninguna de ellas alejada m s de 40 k i l m e t r o s de la costa. E n lo esencial, estas ciudades eran nc leos residenciales donde se concentraban los agricultores y los terratenientes. E n la p e q u e a ciudad t p ica de esta p o c a , los agricultores v iv an dentro de sus murallas y cada da sa l an a trabajar a los campos, volviendo de noche, aunque el territo-rio de las ciudades siempre inc lu a una circunferencia agraria con una p o b l a c i n enteramente rural asentada en ella. L a or-ganizac in social de estas ciudades todav a reflejaba buena par-te del pasado tribal del que h a b a n surgido: su estructura in-terna estaba art iculada en unidades hereditarias cuya nomen-clatura de parentesco representaba una t ras lac in urbana de

  • E L M O D O D E P R O D U C C I O N F E U D A L

    E l modo de p r o d u c c i n feudal que a p a r e c i en E u r o p a occi-dental se caracterizaba por una unidad compleja. Con frecuen-cia, las definiciones tradicionales del feudalismo han dado cuen-ta de este hecho s l o parcialmente, con el resultado de que es difcil real izar un a n l i s i s de la d i n m i c a del desarrollo feudal. E l feudalismo fue un modo de p r o d u c c i n dominado por la tierra y por la e c o n o m a natural , en el que ni el trabajo ni los productos del trabajo eran m e r c a n c a s . E l productor inmedia-to el campesino estaba unido a los medios de p r o d u c c i n la t ierra por una r e l a c i n social e s p e c f i c a . L a f r m u l a li-teral de esta r e l a c i n la proporciona la d e f i n i c i n legal de la servidumbre: glebae adscripti, o adscritos a la tierra; esto es, los siervos t e n a n una movil idad j u r d i c a m e n t e l imitada' . Los campesinos que ocupaban y cult ivaban la tierra no eran sus propietarios. L a propiedad a g r c o l a estaba controlada privada-mente por una clase de s e o r e s feudales, que ex tra an un plus-producto del campesinado por medio de relaciones de com-puls in po l t i co - l ega l e s . E s t a c o e r c i n e x t r a e c o n m i c a , que tomaba la forma de prestaciones de trabajo, rentas en especie u obligaciones consuetudinarias del campesino hacia el s eor , se e jerc a tanto en la reserva seor ia l , vinculada directamente a la persona del s e o r , como en las tenencias o parcelas culti-vadas por el campesino. S u resultado necesario era una amal-gama j u r d i c a de e x p l o t a c i n e c o n m i c a con autoridad po l t i ca . E l campesino estaba sujeto a la j u r i s d i c c i n de su s eor . Al mismo tiempo, los derechos de propiedad del s e o r sobre su

    'Cronolgicamente, esta definicin legal apareci mucho despus del fenmeno fctico que designaba. Fue una definicin inventada por los juristas del Derecho romano en los siglos xi y xii y popularizada en el siglo XXV. Vase Marc Bloch, Les charactres o r i g i n a u x de 'histoire ru-mie f r a n f a i s e , Pars, 1952, pp. 89-90 [ L a historia r u r a l irancesa: caracteres originales, Barcelona, Crtica, 1978]. Encontraremos repetidos ejemplos de este retraso en la codificacin jurdica de las relaciones econmicas y so-ciales.

  • 148 E u r o p a occidental

    t ierra eran normalmente s l o de grado: el s e o r rec ib a la in-vestidura de sus derechos de otro noble (o nobles) superior, a quien ten a que prestar servicios de caba l l er a , esto es, provi-s i n de una ayuda mil i tar eficaz en tiempo de guerra. E n otras palabras, rec ib a sus tierras en calidad de feudo. A su vez, el s e o r ligio era frecuentemente vasallo de un superior feudaP, y la cadena de esas tenencias dependientes vinculadas al ser-vicio mil i tar se e x t e n d a hacia arr iba hasta llegar al punto ms alto del sistema en la m a y o r a de los casos, un m o n a r c a -de quien, en l t i m a instancia, toda la t ierra p o d a ser en prin-cipio dominio eminente. A comienzos de la p o c a medieval, los v n c u l o s intermedios c a r a c t e r s t i c o s de esa j e r a r q u a feudal, en-tre el simple s e o r o y la m o n a r q u a soberana, eran la castella-n a , la baron a , el condado y el principado. L a consecuencia de tal sistema era que la s o b e r a n a p o l t i c a nunca se asentaba en un solo centro. L a s fimciones del Es tado se desintegraban en una d i s t r i b u c i n vertical de arr iba abajo, precisamente en cada uno de los niveles en que se integraban por otra parte las re-laciones po l t i ca s y e c o n m i c a s . E s t a p a r c e l a c i n de la sobera-n a era consustancial a todo el modo de p r o d u c c i n feudal.

    De ah se derivaron tres ca ra c ter s t i ca s estructurales del feu-dalismo occidental, todas ellas de una importancia fundamental para su d i n m i c a . E n primer lugar, la supervivencia de las tierras comunales de las aldeas y de los alodios de los campe-sinos, los cuales, procedentes de los modos de p r o d u c c i n pre-feudales, aunque no generados por el feudalismo tampoco eran incompatibles con l . L a d i v i s i n feudal de s o b e r a n a s en zo-nas particularistas con fronteras superpuestas, y s in n ingn centro de competencia universal, siempre p e r m i t a la existencia de entidades corporativas a lgenas en sus intersticios. Y as, aunque la ciase feudal intentara de vez en cuando imponer la norma de n u l l e i e r r e sans seigneur, en la p r c t i c a nunca lo c o n s i g u i en ninguna f o r m a c i n social feudal: las tierras co-munales dehesas, prados y bosques y los alodios dispersos siempre fueron un sector importante de la a u t o n o m a y la re-

    ' E l homenaje ligio era tcnicamente una forma de homenaje que te-na primaca sobre todos los dems en aquellos casos en que un vasallo debiera fidelidad a muchos seores. En la prctica, sin embargo, los se-ores ligios se hicieron muy pronto sinnimos de cualquier superior feu-dal, y el homenaje ligio perdi su primigenia y especfica distincin, Marc Bloch, F e u d a l society, Londres, 1962, pp. 214-18 [La sociedad feudal, Mxico, UTEHA, 1958].

    E l modo de produccin - f e u d a l 149

    sistencia campesinas, con decisivas consecuencias para la pro-ductividad agraria totaP. A d e m s , dentro del mismo sistema seorial , la estructura escalonada de la propiedad quedaba ex-presada en la c a r a c t e r s t i c a d i v i s i n de las t ierras entre el dominio del s e o r , organizado directamente por sus administra-dores y cultivado por sus villanos, y las parcelas de los cam-pesinos, de las que r e c i b a un plusproducto complementario, pero cuya o r g a n i z a c i n y control de la p r o d u c c i n estaba en manos de los propios villanos*. As pues, no e x i s t a una con-centrac in sencilla y horizontal de las dos clases b s i c a s de la e c o n o m a rura l en una sola y h o m o g n e a forma de propiedad. Dentro del s e o r o , las relaciones de p r o d u c c i n estaban media-das a t r a v s de un estatuto agrario dual. Por otra parte, exis-ta a menudo una nueva d i s y u n c i n entre la just ic ia a la que estaban sometidos los siervos en los tribunales s e o r i a l e s [ma-n o r i a l ] de su s e o r y las jurisdicciones s e o r i a l e s [ s e i g n e u r i a l ] del s e o r o territorial. L o s s e o r o s no c o i n c i d a n normalmente con cada aldea, sino que estaban distribuidos entre varias de stas; de ah que, a la inversa, en cualquier aldea estuvieran entremezclados una multitud d dominios s e o r i a l e s de dife-rentes s e o r e s . Por encima de este e n m a r a a d o laberinto ju -

    ' Engels siempre subray correctamente las consecuencias sociales de las comunidades de aldea, integradas por las tierras comunales y el sis-tema de rotacin trienal, para la condicin del campesinado medieval. Esto fue, afirm en E l origen de la f a m i l i a , l a propiedad privada y el Estado, lo que dio a la clase oprimida de los campesinos, hasta bajo la ms cruel servidumbre de la Edad Media, una cohesin local y una fuerza de resistencia que no tuvieron a su disposicin los esclavos de la Antigedad y no tiene el proletariado moderno, Marx-Engels, Selected works, Londres, 1968, p. 575 [Obras escogidas, Madrid, Akal, 1975, i i , p-ginas 323-4], Basndose en la obra del historiador alemn Maurer, Engels crea equivocadamente que esas comunidades, cuyo origen remontaba hasta los comienzos de la Edad Oscura, eran asociaciones de marcas cuando, en realidad, stas fueron ima innovacin de finales de la Edad Media, que aparecieron por vez primera en el siglo xiv. Pero este error no afecta a lo esencial de su argumento.

    * Los seoros medievales tuvieron una estructura variable segn el equilibrio relativo que en ellos existi entre esos dos componentes. En un extremo haba [unas pocas] fincas consagradas por completo a la reserva seorial, tales como las granges cistercienses cultivadas por legos; en el otro extremo haba tambin algunas fincas arrendadas por completo a campesinos arrendatarios. Pero el tipo ms extendido fue siempre una combinacin de dominio seorial y tenencias en diversas proporciones: Esta composicin bilateral del seoro y de sus rentas siempre fue la verdadera nota distintiva del seoro tpico, M. M. Postan, Jfte medioeval economy and society, Londres, 1972, pp. 89-94.

  • 150 E u r o p a occidental

    rdico se situaba normalmente la haute justice de los seoros territoriales, cuya zona de competencia era geogrf i ca y no co-correspondiente a los d o m i n i o s L a clase campesina de la que se ex tra a el plusproducto en este sistema habitaba, pues, un mundo social de pretensiones y poderes superpuestos, cuyas di-versas y plurales ins tanc ias de e x p l o t a c i n creaban latentes intersticios y discrepancias, imposibles en un sistema jur d ico y e c o n m i c o m s unificado. L a coexistencia de las tierras co-munales, alodios y parcelas, con el propio dominio seor ia l , era constitutiva del modo de p r o d u c c i n feudal en E u r o p a occiden-tal y tuvo consecuencias fundamentales para su desarrollo.

    E n segundo lugar, e incluso m s importante que lo anterior, la p a r c e l a c i n de s o b e r a n a s produjo en E u r o p a occidental el f e n m e n o de la ciudad medieval. Una vez m s , la g n e s i s de la p r o d u c c i n mercanti l urbana no debe situarse dentro del feudalismo como tal, porque evidentemente es anterior a l . S in embargo, el modo de p r o d u c c i n feudal fue el primero que le p e r m i t i un desarrollo autnomo en el marco de una e c o n o m a natural agraria. E l hecho de que las mayores ciudades medie-vales nunca pudieran rivalizar en magnitud con las de los im-perios de la A n t i g e d a d , o de Asia, ha ocultado frecuentemen-te la verdad de que su f u n c i n dentro de la f o r m a c i n social era mucho m s avanzada. E n el Imperio romano, con su ela-borada c iv i l i zac in urbana, las ciudades estaban subordinadas al dominio de los terratenientes nobles que v i v a n en ellas, pero no de ellas. E n China, las vastas aglomeraciones de las provin-cias estaban controladas por los b u r c r a t a s mandarines que r e s i d a n en un distrito especial separado de toda actividad co-mercial . Por el contrario, las p a r a d i g m t i c a s ciudades medieva-les de E u r o p a , que e j erc an el comercio y la manufactura, eran comunas -autogobernadas, que gozaban de una a u t o n o m a cor-porativa, pohtica y mil i tar respecto a la nobleza y a la Iglesia. Marx vio esta diferencia con toda claridad y la e x p r e s de for-ma memorable: La historia antigua c l s i c a es historia urbana, pero de ciudades basadas sobre la propiedad de la t ierra y la

    Hay un excelente anlisis de los rasgos bsicos de este sistema en B. H. Slicher van Bath, T h e a g r a r i a n history of Western E u r o p e , Lon-dres, 1963, pp. 46-51 [ H i s t o r i a a g r a r i a de E u r o p a occidental, Barcelona, Pennsula, 1974]. Donde no haba seoros territoriales, como en la m.a-yor parte de Inglaterra, los diversos seoros que existan dentro de una misma aldea daban a la comunidad campesina un margen considerable para su autorregulacin; vase Postan, T h e mediaeval economy and so-ciety, p. 117.

    0 modo de produccin f e u d a l 151

    agricultura; la historia a s i t i c a es una especie de unidad indi-ferente de ciudad y campo (en este caso, las ciudades verdade-ramente grandes deben ser consideradas meramente como cam-pamento seor ia l , como una s u p e r p o s i c i n sobre la estructura propiamente e c o n m i c a ) ; la E d a d Media ( poca g e r m n i c a ) sur-ge de la t ierra como sede de la historia, historia cuyo desarrollo posterior s convierte luego en una c o n t r a p o s i c i n entre ciudad y campo; la [historia] moderna es u r b a n i z a c i n del campo, no, como entre los antiguos, rura l i zac in de la c i u d a d A s pues, la oposicin dinmica entre ciudad y campo s l o fue posible en el modo de p r o d u c c i n feudal: o p o s i c i n entre una e c o n o m a ur-bana de creciente intercambio mercanti l , controlada por merca-deres y organizada en gremios y corporaciones, y una e c o n o m a rural de intercambio natural , controlada por nobles y organiza-da en s e o r o s y parcelas, con enclaves campesinos comunales e individuales. No es preciso decir que la preponderancia de esta lt ima era enorme: el modo de p r o d u c c i n feudal fue aplastan-temente agr co la . Pero sus leyes de movimiento, como veremos, estaban regidas por la compleja unidad de sus diferentes zonas y no por el simple predominio del s e o r o .

    Por l t i m o , en el v r t i c e de toda la j e r a r q u a de dependencias feudales siempre hubo una o s c i l a c i n y una a m b i g e d a d intrn-secas. L a c s p i d e de la cadena era en algunos aspectos impor-tantes su e s l a b n m s db i l . E n principio, el m s alto nivel de la j erarqu a feudal en cualquier territorio de E u r o p a occidental era necesariamente distinto, no en especie, sino s l o en grado, de los niveles subordinados de s e o r o s situados por debajo de l. Dicho de otra forma, el monarca era un soberano feudal de sus vasallos, a quienes estaba ligado por v n c u l o s r e c p r o c o s de fidelidad, y no un soberano supremo situado por encima de sus subditos. Sus recursos e c o n m i c o s r e s i d a n casi exclusivamente en sus dominios personales como s e o r , y sus llamadas a sus vasallos t e n a n una naturaleza esencialmente militar. No ten a acceso p o l t i c o directo al conjunto de la p o b l a c i n , ya que la jur i sd i cc in sobre s t a estaba mediatizada por innumerables ni-veles de s u b i n f e u d a c i n . E l monarca, en efecto, s l o era s e o r de sus propios dominios; en el resto era en gran medida una figura ceremonial . E l modelo puro de este sistema, en el que el poder p o l t i c o estaba estratificado hacia abajo de tal forma que

    Karl Marx, Pre-capitalist formations, Londres, 1964, pp. 77-8 [ E l e -mentos fundamentales p a r a l a crtica de la economa poltica, Madrid, Siglo X X I , 1972, 1, p. 442].

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    su c ima no conservaba ninguna autoridad cualitativamente dis-tinta ni plenipotenciaria, nunca e x i s t i realmente en la Europa medieval ' , porque la falta de un mecanismo realmente integra-dor en lo m s alto del sistema feudal, exigido por este tipo de sistema p o l t i c o , s u p o n a una amenaza permanente a su estabi; l idad y supervivencia. Una f r a g m e n t a c i n completa de la sobe-rana era incompatible con la unidad de clase de la propia nobleza, porque la anarqu a potencial que implicaba s u p o n a nece-sariamente la d i s l o c a c i n de todo el modo de p r o d u c c i n en el que se basaban sus privilegios. Hab a , pues, una c o n t r a d i c c i n interna en el feudalismo entre s u e s pec f i ca y poderosa tenden-cia hacia una d e s c o m p o s i c i n de la s o b e r a n a y las exigencias absolutas de un centro final de autoridad en el que pudiera tener lugar una r e c o m p o s i c i n prc t i ca . E l modo de produc-c i n feudal de Occidente e s p e c i f i c , pues, desde su origen, la s o b e r a n a : hasta cierto punto, s t a e x i s t i siempre en un m bi -to i d e o l g i c o y j u r d i c o situado m s al l del de aquellas rela-ciones v a s a l l t i c a s cuya ciispide p o d a n ser los potentados du-cales o condales y p o s e a unos derechos a los que s t o s l t i m o s no p o d a n aspirar. A l mismo tiempo, el verdadero poder real siempre t en a que afirmarse y extenderse contra la d i s p o s i c i n e s p o n t n e a del conjunto del sistema p o l t i c o feudal, en una lucha constante para establecer una autoridad p b l i c a fuera del compacto entramado de las jurisdicciones privadas. E l modo de p r o d u c c i n feudal de Occidente se c a r a c t e r i z , pues, desde su origen y en su misma estructura por una t e n s i n y contra-d i c c i n d i n m i c a s dentro del Es tado c e n t r f u g o que produjo y reprodujo o r g n i c a m e n t e .

    ' E l Estado de los cruzados en Prximo Oriente se ha considerado con frecuencia como el ms cercano a una perfecta constitucin feudal. Las construcciones ultramarinas del feudalismo europeo se crearon ex n i h i l o en un medio extrao y asumieron, por tanto, una forma jurdica excepcionalmente sistemtica. Engels, entre otros, subray esa singula-ridad: Es que el feudalismo correspondi a su concepto? Fundado en el reino de los francos occidentales, perfeccionado en Normanda por los conquistadores noruegos, continuada su formacin por los normandos franceses en Inglaterra y en Italia meridional, se aproxim ms a su concepto en Jerusaln, en el reino de un da, que en las Assises de Je-rusalem [cdigo de Godofredo de Bouillon para el reino de Jerusaln en el siglo xi. N. del E.] dej la ms clsica expresin del orden feudal, Marx-Engels, Selected correspondetice, Mosc, 1965, p. 484 [Corresponden-c i a , Buenos Aires, Cartago, 1973, p. 422]. Pero incluso en el reino de los cruzados las realidades prcticas nunca correspondieron a la codificacin legal de sus juristas baroniales.

    rrtodo de produccin f e u d a l 153

    Este sistema p o l t i c o i m p o s i b i l i t necesariamente la apari-cin de una extensa burocrac ia y d iv id i funcionalmente de una nueva forma al dominio de clase. Porque, por una parte, la parce lac in de la s o b e r a n a en la E u r o p a de la Alta E d a d Me-dia condujo a la f o r m a c i n de un orden i d e o l g i c o completa-mente separado. L a Iglesia, que en la A n t i g e d a d tard a siempre haba estado directamente integrada en la maquinar ia del E s -tado imperial y subordinada a ella, ahora se c o n v i r t i en vma inst i tucin eminentemente a u t n o m a dentro del sistema pol t i -co feudal. A l ser la n i c a fuente de autoridad religiosa, su do-minio sobre las creencias y los valores de las masas fue in-menso, pero su o r g a n i z a c i n e c l e s i s t i c a era diferente a la de cualquier m o n a r q u a o nobleza secular. Debido a la d i s p e r s i n de la c o e r c i n , que era i n t r n s e c a al naciente feudalismo occi-dental, la Iglesia pudo defender, cuando fue necesario, sus in-tereses corporativos desde un reducto territorial y por medio de la fuerza armada. Los conflictos institucionales entre los se-oros laicos y religiosos fueron, pues, e n d m i c o s en la p o c a medieval y su resultado fue una e s c i s i n en la estructura de la legitimidad feudal, cuyas consecuencias culturales para el pos-terior desarrollo intelectual h a b r a n de ser considerables. Por otra parte, el propio gobierno secular se redujo de forma no-table a un nuevo molde y se c o n v i r t i esencialmente en el ejer-cicio de la jus t i c ia , que bajo el feudalismo o c u p una posi-cin fimcional completamente distinta de la que hoy tiene bajo el capitalismo. L a jus t ic ia era la modalidad c e n t r a l del poder pol t ico, especificada como tal por la misma naturaleza del sistema p o l t i c o feudal. Como y a hemos visto, la j e r a r q u a feu-dal pura e x c l u a toda forma de e jecut ivo , en el moderno sen-tido de un aparato administrativo permanente del E s t a d o para imponer el cumplimiento de la ley, ya que la p a r c e l a c i n de la soberana lo h a c a innecesario e imposible. Al mismo tiempo, tam-poco haba espacio para un leg i s la t ivo del tipo posterior, debido a que el orden feudal no p o s e a ningtin concepto general de innovac in p o l t i c a por medio de la c r e a c i n de nuevas leyes. Los monarcas c u m p l a n su f u n c i n conservando las leyes tra-dicionales, pero no inventando otras nuevas. As, durante cierto tiempo, el poder p o l t i c o l l eg a estar p r c t i c a m e n t e identifica-do con la sola f u n c i n judic ia l de interpretar y apl icar las leyes existentes. Por otra parte, ante la falta de una burocracia pblica, la c o e r c i n y la a d m i n i s t r a c i n locales los poderes de pol ic a , de imponer multas, recaudar peajes y hacer cumplir las leyes se a a d i e r o n inevitablemente a la f u n c i n judic ia l .

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    Por tanto, siempre es necesario recordar que la just ic ia me-dieval inc lu a realmente un abanico mucho m s amplio de ac-: tividades que la just ic ia moderna, debido a que ocupaba es-,j tructuralmente una p o s i c i n mucho m s central dentro dei^ sistema p o l t i c o global. L a just ic ia era el nombre ordinario del' poder.

    T I P O L O G I A D E L A S F O R M A C I O N E S S O C I A L E S

    Hasta aqu hemos analizado la g n e s i s del feudalismo en Euro-pa occidental como una s n t e s i s de elementos liberados por la convergente d i s o l u c i n de los modos de p r o d u c c i n primitivo-comunal y esclavista. Hemos esbozado d e s p u s la estructura constitutiva del modo de p r o d u c c i n feudal desarrollado como tal en Occidente. Queda ahora por mostrar brevemente de qu forma la naturaleza i n t r n s e c a de esta s n t e s i s produjo una ti-pologa variada de formaciones sociales en la p o c a medieval, ya que el modo de p r o d u c c i n que acabamos de esbozar nunca exist i en e s t a d o p u r o en ninguna parte de Europa , del mis-mo modo que tampoco e x i s t i r a m s adelante el modo de pro-duccin capitalista. L a s formaciones sociales concretas de la Europa medieval siempre fueron sistemas complejos, en los que sobrevivieron y se entremezclaron con el feudalismo pro-piamente dicho otros modos de p r o d u c c i n : los esclavos, por ejemplo, existieron durante toda l a E d a d Media, y los campe-sinos hbres nunca fueron liquidados por completo en parte alguna durante la E d a d Oscura . As pues, es esencial analizar, aunque sea muy r p i d a m e n t e , la diversidad del mapa del feu-dalismo occidental tal como se p r e s e n t a partir del siglo ix. Las historiadoras s o v i t i c a s Liubl inska ia , Gutnova y Udaltsova han propuesto correctamente una c la s i f i cac in tr ipart i ta' . E n efecto, la r e g i n central del feudalismo europeo fue aquella en a qu tuvo lugar una s n t e s i s e q u i l i b r a d a de elementos ro-manos y g e r m n i c o s , esencialmente el norte de Franc ia y sus

    ' A. D., Liublinskaia, Tipologiia Rannevo Feodalizma v Zapadnoi Evro-pe i Projlema Romano-Germanskovo Sinteza, Srednie V e k a , fase. 31, 1968, pp. 9-17; Z. V. Udaltsova y E . V. Gutnova, Genezis Feodalizma v Stranaj Evropy, l i t h W o r l d Congress of H i s t o r i c a l Sciences, Mosc, 1970. El problema de una tipologa fue planteado anterior y brevemente por Porshnev en su F e o d a l i z m i N a r o d n i Massi, citado ms arriba, pp. 507-18. El artculo de Udaltsova y Gutnova es serio y minucioso, aunque no siempre puedan aceptarse sus particulares conclusiones. Las autoras con-sideran al Estado bizantino de comienzos de la Edad Media como una de las variantes del feudalismo, con una seguridad que es difcil com-partir.

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    sinos como clase eran medate subdii"; pero, una vez m s , las verdaderas relaciones de fuerza entre las clases nunca permitieron que en la p r c t i c a esas pretensiones pasaran a ser rea-lidad. L a servidumbre propiamente dicha nunca l l e g a estable-cerse en Suecia y la just icia seor ia l fue p r c t i c a m e n t e desco-nocida: los tribunales eran populares o reales y los c d i g o s igrdsratt) y prisiones s e o r i a l e s s l o fueron importantes du-rante una corta d c a d a en el siglo x v n . As pues, no fue acci-dental que cuando a p a r e c i un sistema de Estados a principios de la p o c a moderna, Suecia fuera el n i c o p a s importante de E u r o p a en el que los campesinos estaban representados. A su vez, la incompleta f euda l i za c i n de las relaciones rurales de p r o d u c c i n tuvo inevitablemente efectos limitadores sobre el sistema p o l t i c o nobiliario. E l sistema de feudo, importado de Alemania, nunca reprodujo el estricto modelo continental. An-tes bien, los tradicionales cargos administrativos de la monar-qua , para los que se ha b a nombrado a destacados nobles, fue-ron asimilados ahora a los feudos con una d e l e g a c i n regional de s o b e r a n a ; pero estos I d n continuaron siendo revocables por d e c i s i n real y no se convirtieron en cuasi propiedad heredita-r i a de los nobles investidos E s t a falta de una j e r a r q u a feu-dal articulada no e n t r a , sin embargo, la presencia de una m o n a r q u a especialmente poderosa en su c ima. Por el contra-rio, y como en el resto de E u r o p a , s ign i f i c una c s p i d e mo-n r q u i c a extremadamente dbi l para el sistema p o l t i c o . E n la Suecia de la B a j a E d a d Media no hubo una m o n a r q u a feudal ascendente, sino una vuelta, en los siglos xiv y xv, a un gobier-no ejercido por una r a d o consejo de magnates, para el que la U n i n de K a l m a r , presidida nominalmente por una d inas t a danesa en Copenhague, p r o p o r c i o n una pantalla situada a con-veniente distancia.

    " Para la clebre frase de Per Brahe a este respecto, vase E . Hecksher, A n economic history of Sweden. Cambridge (Estados Unidos), 1954, p-

    ^'"^ Mchael Roberts, T h e early Vasas. Cambridge, 1968, p. 38; Lucien Musset, Les peuples scandinaves au M o y e n Age, pp. 265-7.

    i

    4. L A D I N A M I C A F E U D A L

    E l feudalismo a p a r e c i , pues, en E u r o p a occidental en el si-glo X, se e x p a n d i durante el siglo x i y a l c a n z su cn i t a fina-les del siglo XII y durante todo el siglo x i i i . Una vez trazadas algunas de sus diversas v a s de i m p l a n t a c i n en los principales pases de E u r o p a occidental, podemos ahora estudiar el nota-ble progreso e c o n m i c o y social que el feudalismo r e p r e s e n t ' . E n el siglo x i i l , el feudalismo europeo h a b a producido una civi l izacin unificada y desarrollada que representaba un avan-ce tremendo sobre las rudimentarias y confusas comunidades de la E d a d Oscura . Los n d i c e s de este avance fueron mlt i -ples. E l primero y m s fundamental de ellos fue el gran salto

    ' Uno de los avances ms importantes de la historiografa medieval en las ltimas dcadas ha sido la plena conciencia del dinamismo del modo de produccin feudal. Inmediatamente despus de la segunda guerra mun-dial, Maurice Dobb poda escribir repetidamente en sus clsicos Studies in the development of capitalism, el bajo nivel de la tcnica, el esca-so producto de la tierra, la ineficacia del feudalismo como sistema de produccin y el estacionario nivel de la productividad del trabajo en esa poca (Londres, 1967, reedicin, pp. I b , 42-3 [Estudios sobre el des-a r r o l l o del capitalismo, Buenos Aires, Siglo X X I , pp. 55, 61-2]). A pesar de las avertencias de Engels, esas opiniones estuvieron probablemente muy extendidas entre los marxistas durante esos aos, aunque debe ad-vertirse que Rodney Hilton puso objeciones especficas, criticando a Dobb, por su tendencia a dar por supuesto que el feudalismo fue un sistema econmico y social siempre e inevitablemente atrasado [...] En realidad, has-ta cerca del final del siglo xiii, el feudalismo fue en conjunto un sistema expansivo. En el siglo ix e incluso antes se produjeron cierto nmero de innovaciones tcnicas en los mtodos productivos que supusieron un gran avance sobre los mtodos de la Antigedad clsica. Grandes zonas de bosques y pantanos fueron transformados a! cultivo, la poblacin au-ment, se construyeron nuevas ciudades y en todos los centros culturales de Europa occidental se poda encontrar una vigorosa y progresiva vida artstica e intelectual ( T h e M o d e r n Q u a r t e r l y , vol. 2, nm. 3, 1947, p-ginas 267-8). En la actualidad, la mayora de los autores, marxistas y no marxistas, estaran de acuerdo con la afirmacin general de Southern cuando habla de la secreta revolucin de estos siglos: vanse sus ob-servaciones en T h e madng of the M i d d l e Ages, pp. 12-13, para la impor-tancia que este perodo de la evolucin europea tuvo para la historia del mundo.

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    adelante en el excedente agrario producido por el feudalismo. L a s nuevas relaciones rurales de p r o d u c c i n permitieron, en efecto, un sorprendente incremento en l a productividad agrco-la. Las innovaciones t c n i c a s que constituyeron los instrumen-tos materiales de este avance fueron, esencialmente, la utili-zac in del arado de hierro par el cultivo, los arreos rgidos para la t racc in equina, el molino de agua para la e n e r g a m e c n i c a , los abonos para la mejora del suelo y el sistema de rotac in trienal de los cultivos. L a inmensa importancia de estos descu-brimientos para la agricultura medieval en los que tuvieron una gran r e p e r c u s i n las previas transformaciones ideo lg icas aportadas por la Iglesia es indiscutible, pero no deben aislar-se como variables fetichizadas y determinantes en la historia e c o n m i c a de la p o c a ^ E n realidad, es evidente que la simple existencia de estas mejoras no era una garant a de su amplia ut i l i zac in . Al contrario, hay un lapso de unos dos o tres siglos entre su inicial y e s p o r d i c a a p a r i c i n en la E d a d Oscura y su c o n s t i t u c i n en un sistema diferenciado y predominante en la E d a d Media ,^ porque s l o la f o r m a c i n y c o n s o l i d a c i n de las nuevas relaciones sociales de produccin fue precisamente lo que p o s i b i l i t su empleo en una escala general; s l o d e s p u s de la c r i s t a l i z a c i n de un feudalismo desarrollado en el campo pudieron ser ampliamente apropiadas. E n la d i n m i c a interna del modo de p r o d u c c i n , y no en la llegada de una nueva tec-no log a , que fue una de sus expresiones materiales, es donde hay que buscar el motor b s i c o del progreso agr co la .

    Hemos indicado desde el principio que el modo de produc-c in feudal se def in a , entre otras c a r a c t e r s t i c a s , por una g r a -dacin escalonada de la propiedad que, por tanto, nunca fue perfectamente divisible en unidades h o m o g n e a s e intercambia-

    ' E volumen de Lynn White, M e d i a e v a l technology and social change, Londres, 1963 el estudio ms detallado de los inventos feudales hace precisamente eso: el molino y el arado se convierten en demiurgos de grandes pocas histricas. E l fetichismo de esos artefactos y la manipu-lacin de las pruebas por White han sido speramente criticados por R. H. Hilton y P. H. Sawyer, Technical determinism: the stirrup and the plough, Past and Present, nm. 24, abril de 1963, pp. 90-100.

    ' Duby seala que las mejoras en los arados y los arreos eran todava bastante raras entre el campesinado europeo de los siglos ix y x y que la traccin equina no se extendi hasta el siglo xii: R u r a l economy and country Ufe i n the mediaeval West, p. 21. La mayor cautela de Duby contrasta con las conjeturas sin freno de White: la diferencia en sus fechas no es un puro problema de precisin cronolgica, sino de posi-cin causal de la tcnica dentro de la agricultura feudal. Este tema se desarrolla ms arriba.

    L a dinmica f e u d a l 187

    bles. E s t e principio organizativo g e n e r el dominio eminente y el feudo revocable en el plano caballeresco; en el plano de la aldea, d e t e r m i n la d i v i s i n de la t ierra entre el dominio seo-rial y' las parcelas de los campesinos, sobre las que los derechos del s e o r estaban, a su vez, diferenciados por grados. E s t a di-visin fue precisamente la que m o d e l la doble forma de con-frontac in de clase entre s e o r e s y campesinos en el modo de p r o d u c c i n feudal. Porque, por u n a parte, e l s e o r intentaba naturalmente maximizar las prestaciones de trabajo personal en su reserva s e o r i a l y las entregas en especie procedentes de las parcelas de los campesinos". E l nivel de o r g a n i z a c i n alcan-zado por el noble feudal en su dominio t en a frecuentemente una importancia fundamental para l a a p l i c a c i n de las nuevas tcnicas . E l ejemplo m s obvio de esto, ampliamente documen-tado por Bloch, lo constituye la i n t r o d u c c i n del molino de agua, que necesitaba una cuenca de cierta e x t e n s i n p a r a ser rentable y que dio as origen a una de las primeras y m s duraderas de todas las banalits o monopolios de e x p l o t a c i n seor ia les : la o b l i g a c i n del campesinado local de llevar su grano para ser molido en los molinos del s e o r a E n este caso, el s eor feudal e r a verdaderamente, en palabras de Marx, el director y dominador del proceso de p r o d u c c i n y de todo el proceso de l a vida soc ia l *, o, dicho de otra forma, una necesi-dad funcional del progreso agr co la . Al mismo tiempo, claro est, este progreso se a l c a n z en beneficio represivo del propie-tario del molino y a costa del vil lano. Otras banalits tuvieron un carc ter m s estrictamente confiscador, pero en su mayor parte se derivaron del uso coercitivo de los superiores medios

    * Van Bath indica que tuvo que encontrarse un equilibrio entre la explotacin de la reserva seorial y - de las parcelas de los campesinos de aprpximadamente 1 : 2, con objeto de no agotar la fuerza de trabajo de los villanos y poner as en peligro el cultivo de la propia reserva seorial, a menos que hubiera una oferta adicional de trabajo asalariado, The a g r a r i a n history of Western E u r o p e , pp. 45-6. La experiencia de Euro-pa oriental no parece confirmar esta hiptesis, ya que, como veremos, las prestaciones de trabajo personal pudieron ser all muy superiores a las de Occidente.

    ' Bloch traz la aparicin y la importancia de este ltimo en im cle-bre ensayo, The advent and triumph of the water-ihill, reimpreso aho-ra en L a n d and work i n mediaeval E u r o p e , Londres, 1967, pp. 136-68. Las banalits fueron introducidas normalmente en los siglos x y xi, des-pus de que el sfstema seorial se hubo consolidado, en un nuevo golpe del martillo seorial.

    ' C a p i t a l . I I I , pp. 860-1 [El capital, libro ni , vol. 8, p. 1120]. Marx se refiere retrospectivamente a toda la poca anterior a la llegada del ca-pitalismo.

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    de p r o d u c c i n controlados por la nobleza. L a s banalits fueron profundamente odiadas a lo largo de toda la E d a d Media y siempre constituyeron uno de los principales objetos del ata-que popular durante los levantamientos campesinos. E l papel directo del s e o r en la d i r e c c i n y la s u p e r v i s i n del proceso de p r o d u c c i n d e s c e n d i a medida que aumentaba el exceden-te; desde muy pronto, administradores y agentes administraron las grandes fincas para una alta nobleza que h a b a pasado a ser e c o n m i c a m e n t e parasitaria. Por debajo del nivel de los magnates, sin embargo, los nobles m s p e q u e o s y los inter-mediarios ministeriales e j e r c a n normalmente una fuerte pre-. s i n sobre la t ierra y el trabajo para tener una mayor produc-c in a d i s p o s i c i n de los propietarios; la importancia social y e c o n m i c a de este estrato t e n d i a crecer ininterrumpidamente durante el p e r o d o medieval. A part ir del a o 1000, la clase a r i s t o c r t i c a en su conjunto se c o n s o l i d gracias a nuevas pau-tas de herencia, destinadas a proteger la propiedad nobiliaria centra la d i v i s i n , y todos los sectores de la nobleza desarroj liaron un creciente apetito por el consumo de objetos agrada-bles y lujosos que a c t u como poderoso e s t m u l o para la ex-p a n s i n de la oferta de bienes del campo, as como para la i n t r o d u c c i n de nuevas exacciones, como la t a i l l e , que se re^ c a u d por vez pr imera de los campesinos hacia finales del si-glo X I . Un signo c a r a c t e r s t i c o del papel seor ia l en el desarro-llo de la e c o n o m a feudal de esta p o c a fue la e x p a n s i n de la viticultura durante el siglo x i i : el vino era una bebida selecta y los v i e d o s eran empresas t p i c a m e n t e a r i s t o c r t i c a s que en-traaban un grado m s alto de trabajo especializado y de ren-tabilidad que los cultivos de cereales' . De forma m s general, dentro del conjunto del sistema seor ia l , la productividad neta del dominio del s e o r era sustancialmente superior a la de las parcelas campesinas que lo rodeaban lo que constituye una prueba no s l o de la a p r o p i a c i n de la mejor t ierra por la clase dominante, sino t a m b i n de la relativa racionalidad econmica de su e x p l o t a c i n .

    Por otra parte, el impulso masivo d e l d e s a r r o l l o agr co la me-dieval p r o v e n a de la clase social de los productores inmedia-

    ' Duby, G u e r r i e r s et paysans, pp. 266-7. M. Postan, England, T h e Cambridge economic history of E u r o p e ,

    volumen l, T h e a g r a r i a n Ufe of the M i d d l e Ages, p . 602 [Inglaterra; H i s t o r i a econmica de E u r o p a , i . L a vida a g r a r i a en l a E d a d M e d i a , Ma-drid, Revista de Derecho Privado, 1948]; T h e mediaeval economy and so' ciety, p. 124.

    l a dinmica -feudal 189

    tos, porque el modo de p r o d u c c i n feudal que s u r g i en E u r o p a occidental o f r e c a generalmente al campesinado el espacio m-nimo para aumentar el producto que quedaba a su d i s p o s i c i n en el marco de las duras obligaciones del sistema seor ia l . E l campesino normal t en a que proporcionar prestaciones de tra-bajo en el dominio del s e o r a menudo hasta tres d a s por semana y numerosas obligaciones adicionales; s in embargo, quedaba libre para intentar durante el resto de la semana .au-mentar la p r o d u c c i n en sus propias parcelas. Marx o b s e r v que la productividad de los restantes d as de la semana de los que dispone el propio productor directo es una magnitud va. riable, que debe desarrollarse en el curso de su experiencia [...] Aqu e s t dada la posibil idad de cierto desarrollo e c o n m i c o ' . Las rentas feudales recaudadas sobre la p r o d u c c i n de las par-celas campesinas tendieron a adquir ir cierta regularidad y es-tabilidad, cuyo c a r c t e r consuetudinario s l o p o d a n modifi-car los s e o r e s como resultado de un cambio radical en el equilibrio local de fuerzas entre ambas clases sociales Haba, pues, un margen para que los resultados de una mejor productividad beneficiaran al productor directo. As, la Alta Edad Media se c a r a c t e r i z por una continua e x p a n s i n del cul-tivo cerealista y, dentro de l , por u n cambio hac ia mejores cosechas de trigo, que fue obra esencialmente de un campesi-nado que c o n s u m a pan como alimento b s i c o . Se produjo tam-bin una t r a n s i c i n gradual hac ia el uso de caballos para las faenas de arado, m s r p i d o s y m s eficaces que los bueyes que les haban precedido, aunque t a m b i n m s caros. U n creciente niimero,de aldeas l l eg a poseer f o r j a s para la p r o d u c c i n local de herramientas de hierro, a medida que se desarrollaba un

    ' C a p i t a l , I I I , p. 774 \ E l capital, libro i i i . vol. S. w. 1010]. " R. H. Hilton, Peasant movements in Engiand b e f o r e 1381, en Es-

    says in economic history, vol. i i , comp. F ^ ' ' .^ -irires 1962, pp. 73-5. Marx subray la necesidad dr ti-s n. .viene:: ' ;J he-rencia del conjunto del modo de produccin: . . - -.ve aqu, como siempre, a a p a i t e aom-inantc u;~ !, tificar l o existente confirindole e carce; , f ; ; . . s i e s sus barreras, dadas por el uso y la tradkn',;. Prp,'=cindr-):. J - o d o lo dems, por otra parte, esto se produce por s o i c a p f . n a s l a reproduc-cin constante de la base de las condiciones imperantes, e la relacin en la que se basa, asume con el correr del tiempo una forma regulada y ordenada; y esta regla y este orden son, de por s, un factor impres-cindible de cualquier modo de produccin que pretenda asumir solidez social e independencia del mero azar y la arbitrariedad. C a p i t a l vo-lumen iii, pp. 773-4 [ capital, libro l l l , vol. 8, p. 1009]

    L

  • 190 Europa ccidenicti

    artesanado r u r a l disperso". L a s mejoras en e l equipo t c n i ^ a s creado tendieron a rebajar la demanda de prestaciones tj trabajo personal en los dominios s e o r i a l e s , permitiendo el co rrespohdiente auniento de la p r o d u c c i n en las parcelas caifl pesinas. Al mismo tiempo, sin embargo, y a medida que 1 p o b l a c i n crec a con la e x p a n s i n de la e c o n o m a medieval, \i e x t e n s i n media de las parcelas del campesinado d i s m i n u y i h i cesantemente a causa de su f r a g m e n t a c i n , descendiendo quiz i de unas 40 h e c t r e a s en el siglo ix a unas 8 12 h e c t r e a s l el siglo X I I I ' 2 . E l resultado normal de este proceso fue la c r e c e n t e d i f e r e n c i a c i n social en las aldeas, cuya principal l n e q divisoria separaba a aquellas familias que p o s e a n yuntas parf^ arar de aquellas que no las p o s e a n . U n incipiente estrato d e l campesinos acomodados acaparaba normalmente la mayor parja te de los beneficios del progreso rura l dentro de la aldea y t e i ^ d a frecuentemente a reducir a los campesinos m s pobres a 1 ^ p o s i c i n de jornaleros dependientes que trabajaban para ellosfl S i n embargo, tanto los campesinos p r s p e r o s como los p o b r e S se o p o n a n estructuralmente a los s e o r e s que v i v a n a c o s t ^ de ellos y durante toda la p o c a feudal se l ibraron entre a m ^ bos constantes y silenciosas luchas por los arrendamientos ( q u j ocasionalmente estallaron en guerras abiertas, aunque en con-i junto esto fue poco frecuente en los siglos que estamos estu;5 diando). L a s formas que a d o p t la resistencia campesina fue-1 ron muy variadas: recurso a la just ic ia p b l i c a (donde e x i s t a ? | como en Inglaterra) contra las desorbitadas pretensiones seo:;!f r a les ; incumplimiento colectivo de las prestaciones de trabajo^l (protohuelgas); presiones para obtener reducciones directas de l las rentas o e n g a o s en los pesos del producto o en las mediy ciones de tierra Por su parte, los s e o r e s , fuesen laicos o ecle'j s i s t i c o s , r ecurr an a la fabr i cac in legal de nuevas o b l i g a c i n nes, a la violencia directamente coercitiva para imponer au^1

    " Vase Duby, Guerriers et paysans, pp. 213, 217-21. * | " Rodney Hilton, Bond men made free, Londres, 1973, p. 28 [Siervosi*

    liberados. Madrid, Siglo X X I , 1978]. "Para estas diferentes formas de luchas, clandestinas unas y abier-!

    tas otras, vase R. H. Hilton, A mediaeval society: the West Midlands,^ pginas 154-60; Peasant movements in England before 1381, pp. 76-90;i The transition from feudalism to capitalism, Science and Society, ottyt o de 1953 pp. 343-8 [Comentario, en R. Hilton, comp. L a transicin^ del feudalismo a l capitalismo, Barcelona, Crtica, 1977], y Witold Kula^ Thorie economique du systme fodale. La Haya-Pars, 1970 pp. 50-3, I4| [Teora econmica del sistema feudal, Buenos Aires, Siglo X X I , 2." ed.'| 1976]. -9

    l a dinmica feudal -i-I*""'''-' 191

    m a n t o s de rentas y a la a p r o p i a c i n de tierras comunales o disputadas. L a s luchas por las rentas p o d a n generarse, pues en ambos polos de la r e l a c i n feudal y t e n d a n a est imular la productividad en sus dos extremos L o s s e o r e s y los cam-pesinos estaban objetivamente inmersos en un proceso conflio-tivo cuyas consecuencias globales l l evar an hacia adelante a l conjunto de l a e c o n o m a agr co la .

    Un rea de conflicto social fue especialmente importante en sus consecuencias para el desarrollo del modo de p r o d u c c i n en cuanto tal . L a s disputas en t o m o a la t ierra fueron obvia-mente e n d m i c a s en una s i t u a c i n en la que el suelo comunal de la aldea no era en absoluto ui i suelo primordialmente agr-cola y en la que grandes extensiones de tierra eran pantanos, brezales o selvas v r g e n e s . L a r o t u r a c i n y c o n v e r s i n de tierras no cultivadas era, por tanto, la v a m s f ruc t f era de e x p a n s i n de la e c o n o m a r u r a l en la E d a d Media y la m s espectacular expres in de la mayor capacidad, productiva de l a agricultura feudal. De hecho, entre los a o s 1000 y 1250 tuvo lugar un vasto movimiento de o c u p a c i n y c o l o n i z a c i n de nuevas tierras. Se-

    " Duby, por el contrario, atribuye nicamente al campesinado el m-petu econmico bsico de esta poca. En, su opinin, la nobleza dirigi el crecimiento d la economa europea en el periodo comprendido entre los aos 6(M) y 1000 por medio de la acumulacin de botines y tierras en la guerra; el campesinado dirigi el desarrollo de la economa entre los aos 1000 y 1200 gracias al avance del cultivo rural en el marco de una nueva paz; la-burguesa urbana dirigi el desarrollo del perodo que comienza en el 1200 por medio del comercio y las manufacturas de las ciudades: Guerriers et paysans, passim. La simetra un poco sospechosa de este esquema no est sostenida, sin embargo, por las mismas pruebas de Duby'. Es muy dudoso que la influencia global de la guerra descendie-ra seriamente despus del ao 1000 (como Duby concede en una ocasin, pgina 207), mientras que el activo papel seorial en la economa de los siglo XI y XII est ampliamente documentado por el propio Duby. Por otra parte, es difcil comprender por qu deba concederse a las activi-dades militares de la nobleza una preeminencia econmica tan grande en el perodo anterior al ao 1000 a expensas del trabajo campesino. De hecho, el vocabulario de Duby oscila significativamente en la localizacin de los orgenes del dinamismo econmico en cada fase (comprense las formulaciones aparentemente contradictorias de las pp. 160 y 169 y de las pginas 200 y 237, que asignan sucesivamente uiia prioridad causal a la guerra y al cultivo en la fase 1, y a los nobles menores y a los campe-sinos en la fase 2). Estas oscilaciones reflejan verdaderas dificultades de anlisis dentro del magistral estudio de Duby. E n realidad, es abso-lutamente imposible asignar una exacta proporcin econmica a los roles subjetivos de las clases sociales en pugna de esta poca: la estructura objetiva del modo de produccin fue lo que puso en movimiento sus res-pectivas y diversas realizaciones en la forma de una lucha social anta-gnica.

  • 192 E u r o p a occidental

    o r e s y campesinos participaron decididamente en este proceso de e x p a n s i n . L a s talas de los campesinos fueron generalmente ampliaciones poco s i s t e m t i c a s de los l m i t e s existentes de t ierra cultivable a costa de los bosques y pastizales de los alrede-dores, l ^ s roturaciones nobiliarias fueron normalmente empre-sas posteriores y m s amplias que movilizaron mayores re-cursos para la r e c u p e r a c i n de tierras m s di f c i les ' I E l rescate m s arduo de tierras remotas y yermas fue obra de las grandes r d e n e s m o n s t i c a s , sobre todo de los cistercienses, cuyas aba-d a s fronterizas o f r e c a n una prueba tangible de los beneficios del antinaturalismo ca t l i co . L a d u r a c i n de la vida de un monasterio no era l a de un b a r n . E l monasterio no t en a que recuperar en una sola g e n e r a c i n la i n v e r s i n en trabajo hu-mano necesaria pa ra las roturaciones di f c i les . L a explo tac in de las regiones m s remotas e i n h s p i t a s , que se recuperaban para el cultivo o el pastoreo y necesitaban una p r o y e c c i n eco-n m i c a a largo plazo, era emprendida frecuentemente por las r-denes religiosas. Es tas , a su vez, eran t a m b i n con frecuencia especialmente opresivas para el campesinado, ya que sus comuni-dades clericales r e s i d a n m s tiempo en sus tierras que los caba-lleros o barones, que a menudo p o d a n estar fuera, en las ex-pediciones militares. L a s presiones y pretensiones conflictivas que se originaban a consecuencia de estas disputas por las nuevas regiones c o n s t i t u a n , pues, una nueva forma de lucha de clases por la t ierra. E n algunos casos, y con objeto de con-seguir mano de obra para la roza de bosques y brezales, los nobles l iberaban a los campesinos de la c o n d i c i n servil; para las grandes empresas, sus agentes o locatores t e n a n que pro-meter normalmente a los alistados especiales exenciones feu-dales. E n otros casos, las roturaciones campesinas eran toma-das y expropiadas posteriormente por los nobles, y los peque- o s propietarios que v i v a n en ellas quedaban reducidos, por tanto, a la servidumbre.

    De un modo m s general, a finales del siglo x i i y durante el X I I I pudieron observarse movimientos profundamente con-tradictorios en la sociedad rura l de E u r o p a occidental. Por ima parte, las t ierras s e o r i a l e s se redujeron y las prestaciones de trabajo personal disminuyeron en la mayor parte de las regio-nes, con la notable e x c e p c i n de Inglaterra. E n los dominios s e o r i a l e s se hicieron m s frecuentes los trabajadores estacio-

    " Vase el estudio de Duby, R u r a l economy and country Ufe i n the mediaeval West, pp. 72-80.

    l a dinmica f e u d a l 193

    nales, pagados en salarios pero sujetos a obligaciones consue-tudinarias, mientras que el arrendamiento de las reservas se-oriales a arrendatarios campesinos aumentaba enormemente a costa del cultivo directo. E n algunas zonas, especialmente quiz en el norte de Franc ia , las comunidades de campesinos y aldeas compraban su l ibertad a unos s e o r e s ansiosos de obte-ner ingresos en metl ico"*. Por otra parte, la misma p o c a presenci t a m b i n ima nueva oleada de servidumbre, que pr iv de s