Pontificio Conselho Para o Dialogo Inter_dialogo e Anuncio

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    PONTIFCIO CONSELHO PARA O DILOGO INTER-RELIGIOSO

    CONGREGAO PARA A EVANGELIZAO DOS POVOS

    DILOGO E ANNCIO

    INTRODUO

    25 anos depois da "Nostra aetate",

    1. H vinte e cinco anos, foi promulgada a Nostra aetate, adeclarao do Conclio Vaticano II sobre as relaes da Igrea com asoutras religies. ! documento salientou a import"ncia do dilogointer#religioso. $ecordou, ao mesmo tempo, o constante dever daIgrea de anunciar Cristo, Camin%o, Verdade e Vida, em &ue os%omens e as mul%eres encontram a sua plenitude 'cf. () *+.

    a um documento sobre Dio!o e iss#o,*. ara promover o trabal%o do dilogo, o apa aulo VI criou, em1-/, o 0ecretariado para os no#cristos, actualmente denominadoontifcio Consel%o para o ilogo Inter#$eligioso. )p2s a)ssembleia lenria de 1-3/, o 0ecretariado publicou um documentocom o ttulo A atitude da Igreja perante os seguidores de outrasreligies. Reflexes e orientaes sobre dilogo e misso. !

    documento declara &ue a misso evangeli4adora da Igrea 56 umarealidade unitria mas comple7a e articulada5. Indica os seuselementos principais8 presena e testemun%o9 empen%o pelapromoo social e pela libertao do ser %umano9 vida lit:rgica,orao e contemplao9 dilogo inter#religioso9 e, por fim, an:ncio ecate&uese.1

    1 ) atitude da Igrea perante os seguidores de outras religies 'Reflexes e

    orientaes sobre dilogo e misso+, AAS ;, 1-3/, p. 31#3*39 ver tamb6mBulletin Secretariatus pro non !ristianisn. 'ara a refer?ncia aeste documento ser usada a abreviatura"#+.

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    ! an:ncio e o dilogo @ cada um no pr2prio "mbito @ so ambosconsiderados elementos componentes e formas aut?nticas da :nicamisso evangeli4adora da Igrea. )mbos so orientados para acomunicao da verdade salvfica.

    se!ue$se outro sobre Dio!o e An%ncio&

    >. ! presente documento oferece ulteriores consideraes sobre estesdois elementos. 0alienta, antes de tudo, as suas caractersticas, eestuda, depois, a sua recproca relao. ! dilogo 6 o primeiro a serenfrentado, no por ser prioritria em relao ao an:ncio, massimplesmente pelo fato &ue o dilogo constitui a principal

    preocupao do ontifcio Consel%o para o ilogo Inter#$eligioso,&ue iniciou a preparao deste documento. ! documento, de fato, foidiscutido em primeiro lugar durante a )ssembleia lenria do0ecretariado, em 1-3;. )s observaes feitas na&uela ocasio,untamente com ulteriores consultas, deram vida ao te7to &ue segue,terminado e aprovado durante a )ssembleia lenria do ontifcioConsel%o para o ilogo Inter#$eligioso, em abril de 1--A. !processo inteiro foi caracteri4ado por uma estreita colaborao entre

    o ontifcio Consel%o para o ilogo Inter#$eligioso e aCongregao para a Bvangeli4ao dos ovos. !s dois icast6riospropem estas refle7es Igrea universal.

    O tema ' de actuaidade

    /. Bntre as ra4es &ue tornam actual um tema como o estudo dasrelaes entre dilogo e an:ncio, podem ser mencionadas as

    seguintes8

    num mundo puraista

    a+ (o mundo de %oe, caracteri4ado pela rapide4 das comunicaes,pela mobilidade das pessoas, pela interdepend?ncia, est#se criandouma nova tomada de consci?ncia sobre o pluralismo religioso. )sreligies no se contentam simplesmente com o fato de e7istir e de

    sobreviver. Bm alguns casos, manifestam um renovamentopropriamente dito. Continuam a inspirar e a influenciar a vida de

    *

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    mil%es de adeptos. (o actual conte7to de pluralismo religioso, nopode ser ignorado o importante papel das tradies religiosas.

    onde ( (esita)#o a respeito do dio!o

    b+ 02 gradualmente se comea a compreender em &ue consiste odilogo inter#religioso entre cristos e seguidores de outras tradiesreligiosas, tal como foi delineado pelo Conclio Vaticano II. Bmalguns lugares a sua prtica ainda 6 incerta. ) situao muda de umpas para o outro. ode depender do taman%o da comunidade crist,de outras tradies religiosas presentes, e de outros factores culturais,sociais e polticos. Dm e7ame mais aprofundado da &uesto poderia

    audar a incentivar o dilogo.e s#o e*antadas +uestes&

    c+ ) prtica do dilogo suscita alguns problemas na mente de muitos.H a&ueles &ue pareceriam pensar, erroneamente, &ue na missoactual da Igrea o dilogo deveria simplesmente substituir o an:ncio.(o e7tremo oposto, alguns no conseguem ver o valor do dilogointer#religioso. !utros, ainda, esto perple7os e perguntam8 se odilogo inter#religioso assumiu tal import"ncia, o an:ncio damensagem evang6lica perdeu a sua urg?nciaE ! esforo &ue tende acondu4ir as pessoas para a comunidade da Igrea tornou#sesecundrio, sup6rfluoE H, por6m, a e7ig?ncia de uma orientaodoutrinal e pastoral, a &ue este documento gostaria de condu4ir, sempretender oferecer uma resposta e7austiva s muitas e comple7as&uestes &ue surgem a este prop2sito.

    Fuando este te7to entrava na fase final de preparao para apublicao, o 0anto adre Goo aulo II ofereceu Igrea a suaBncclicaRedemptoris missio, onde so enfrentadas estas &uestes emuitas outras. ! presente documento desenvolve maispormenori4adamente o ensinamento da Bncclica sobre o dilogo esobre a sua relao com a proclamao 'cf.R#

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    O Dia de Ora)#o pea -a. em Assis

    ) orientao, indicada pelo apa,encoraa#nos a continuar a nossa refle7o sobre este tema.

    s#o uteriores est1muos para enrentar a temtica&

    ;. Bste documento 6 dirigido a todos os cat2licos, e em particular&ueles &ue desempen%am um papel de guia na comunidade ou estoempen%ados num trabal%o de formao. proposto tamb6m ateno dos cristos &ue pertencem a outras Igreas ou comunidades

    eclesiais e &ue reflectiram, elas pr2prias, sobre as &uestes

    *Cf.Insegnamenti di $io%anni &aolo II, Vol. IJ, * 1-3, pp. 1.*/-#1.*;>, *.A1-#*.A*-. Ver tamb6mBulletinn. Cf.Insegnamenti di $io%anni &aolo II, Vol. J, 1, 1-3;, p. 1.//-#1./, pp. **#**-.

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    levantadas./B para desear &ue tamb6m os seguidores das outrastradies religiosas l%e prestem ateno.

    -rope$se um escarecimento da terminoo!ia3

    )ntes de prosseguir, ser :til esclarecer os ter#mos usados nestedocumento8

    e*an!ei.a)#o,

    3. ! termo misso e%angeli'adora, ou mais simplesmenteevangeli4ao, refere#se misso da Igrea no seu conunto. (aB7ortao apost2lica(%angelii nuntiandi, o vocbulo evangeli4ao

    6 usado em diversas acepes. 0ignifica 5levar a Koa (ova a todas asparcelas da %umanidade, em &ual&uer meio e latitude, e, pelo seuinflu7o, transform#las a partir de dentro, tornar nova a pr2pria%umanidade5 '(N 13+. Lediante a evangeli4ao, al6m disso, aIgrea 5procura converter ao mesmo tempo a consci?ncia pessoal ecolectiva dos seres %umanos, a actividade em &ue eles se aplicam, e avida e o meio concreto &ue l%es so pr2prios5 'ibid.+.

    ) Igrea desempen%a a sua misso de evangeli4ao atrav6s dediversas actividades. ! conceito de evangeli4ao assume, portanto,um amplo significado. ois bem, no mesmo documento este conceitode evangeli4ao 6 usado num sentido mais especfico como 5oan:ncio claro e irresistvel do 0en%or Gesus5 '(N**+. ) B7ortaoafirma &ue 5este an:ncio @ )erigma, pregao ou cate&uese @ocupa um tal lugar na evangeli4ao &ue com fre&u?ncia se tornousin2nimo dela. (o entanto, ele no 6 seno um aspecto da

    evangeli4ao5 'ibid.+. (este documento, o termo missoe%angeli'adora 6 usado para e%angeli'ao em sentido lato,en&uanto o aspecto mais especfico 6 apresentado com o termoan*ncio.

    /Cf.+ignes directrices sur le dialogue, Menebra, C!B, 1-;- ,-moignage commun,Menebra, C!B, 1-3>.

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    dio!o,

    -. ! dilogo pode ser compreendido de diversos modos. Bmprimeiro lugar, em nvel puramente %umano, significa comunicaorecproca, para alcanar um fim comum ou, em um nvel maisprofundo, uma comun%o interpessoal. Bm segundo lugar, o dilogopode ser considerado como uma atitude de respeito e de ami4ade,&ue penetra, ou deveria penetrar, em todas as actividades &ueconstituem a misso evangeli4adora da Igrea. Isto pode ser c%amado@ com ra4o @ 5o esprito do dilogo5. Bm terceiro, num conte7tode pluralismo religioso, o dilogo significa 5o conunto das relaesinter#religiosas, positivas e construtivas, com pessoas e comunidades

    de outros credos para um con%ecimento m:tuo e um recprocoenri&uecimento5 '"#>+, na obedi?ncia verdade e no respeito liberdade. Isto inclui &uer o testemun%o &uer a ,descoberta dasrespectivas convices religiosas. B nesta :ltima acepo &ue opresente documento utili4a o termo dilogo como um dos elementosintegrantes da misso evangeli4adora da Igrea.

    an%ncio,

    1A. ! an*ncio6 a comunicao da mensagem evang6lica, o mist6riode salvao reali4ado por eus para todos em Gesus Cristo, com opoder do Bsprito. B um convite a um empen%o de f6 em GesusCristo, a entrar, mediante o baptismo, na comunidade dos crentes &ue6 a Igrea. Bste an:ncio pode fa4er#se em forma solene e p:blica,como aconteceu no dia do entecostes 'cf.At*,

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    crist. ! significado do termo con%erso, utili4ado neste documento,depender do conte7to em &ue estiver inserido.

    rei!ies e tradi)es rei!iosas&

    1*. !s termos religies e tradies religiosasso a&ui usados emsentido gen6rico e anal2gico. Compreendem a&uelas religies &ue,untamente com o cristianismo, fa4em refer?ncia ). f6 de )brao,. ! dilogo inter#religioso deveria estender#se a todas as religies ea seus seguidores. Contudo, este documento no tratar do dilogo

    com os seguidores dos c%amados 5novos movimentos religiosos5devido diversidade das situaes &ue apresentam, e necessidadede discernir os valores %umanos e religiosos &ue cont?m.

    IDILOGO INTER-RELIGIOSO

    A) Aproxim!"o Cri#$" %# Tr&i!'(# R(i*io##As tradi)es rei!iosas s#o consideradas positi*amente

    1/. Dma usta avaliao das outras tradies religiosas supenormalmente um estreito contacto com elas. Isto implica, al6m de

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    con%ecimentos te2ricos, uma e7peri?ncia prtica do dilogo inter#religioso com os seguidores destas tradies. Las tamb6m 6 verdade&ue uma correcta avaliao teol2gica destas tradies, pelo menosem termos gerais, permanece sempre um pressuposto necessrio para

    o dilogo inter#religioso. evemos nos apro7imar sensivelmentedestas tradies por&ue encerram valores espirituais e %umanos.B7igem respeito da nossa parte visto &ue, no curso dos s6culos,deram testemun%o dos esforos feitos para encontrar as respostas5aos mais rduos problemas da condio %umana5 'NA 1+ ee7presso e7peri?ncia religiosa e s e7pectativas de mil%es deadeptos seus, e continuam a fa4?#lo %oe

    peo 4aticano II

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    ilumina todos os %omens5 'NA *+.Ad $entesrecon%ece a presenade 5sementes do Verbo5 e aponta 5as ri&ue4as &ue eus generosodispensou aos povos5 'A$11+.+umen gentiumfa4 refer?ncia ao bem5semeado5 no s2 5no corao e na mentalidade dos %omens5, mas

    tamb6m 5nos ritos pr2prios e culturas dos povos5 '+$1;+.

    e a ac)#o do Esp1rito anto,

    1;. Bstas poucas refer?ncias bastam para demonstrar &ue o Concliorecon%eceu abertamente a presena de valores positivos no s2 navida religiosa de cada crente das outras tradies religiosas, mastamb6m nas mesmas tradies religiosas a &ue eles pertencem.

    )tribui estes valores presena activa de eus mesmo atrav6s do seuVerbo, e tamb6m aco universal do Bsprito8 50em d:vida alguma@ afirma Ad $entes@ o Bsprito 0anto estava operando nomundo, antes da glorificao do Pil%o5 'A$/+.

    artindo, pois, de tudo isto, pode#se ver &ue estes elementos, comopreparao para o Bvangel%o '+$ 1+, desempen%aram e aindadesempen%am um papel providencial na economia divina da

    salvao. B a Igrea @ recon%ecendo#o @ 6 levada a entrar em5dilogo e colaborao5 'NA *9 cf. $S -*#->+8 5B e7orta os seusfil%os a &ue '...+, dando testemun%o da f6 e da vida crist,recon%eam, conservem e promovam os bens espirituais e morais,assim como os valores s2cio#culturais nelas e7istentes5 '() *+.

    mas saienta o pape da acti*idade da I!re/a&

    13. ! Conclio 6 consciente da necessidade da actividade missionria

    da Igrea para aperfeioar em Cristo estes elementos &ue seencontram em outras religies. ! Conclio afirma claramente85Qiberta dos contgios malignos tudo &uanto de verdade e de graase encontrava nos gentios, como uma presena velada de eus, erestitui#o a Cristo seu autor, &ue destr2i o imp6rio do dem2nio eafasta as diversas malcias do pecado. B ento tudo o &ue de bom seencontra semeado no ntimo dos %omens ou nos pr2prios ritos e

    culturas dos povos, no s2 no perece, mas 6 sanado, elevado e

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    consumado para gl2ria de eus, confuso do dem2nio e felicidade do%omem5 'A$-+.

    A (ist6ria da ac)#o sa*1ica de Deus

    1-. ! )ntigo Restamento d testemun%o do fato &ue, desde o incioda criao, eus estabeleceu uma aliana com todos os povos 'cf.$n1#11+. Isto demonstra &ue % uma s2 %ist2ria de salvao para a%umanidade inteira. ) )liana com (o6, o %omem &ue 5andou comeus.5 '$n,-+, 6 o smbolo da interveno de eus na %ist2ria dasnaes. )lgumas personagens no Israelitas do )ntigo Restamento,no (ovo so consideradas como participantes desta :nica %ist2ria de

    salvao. )bel, Bno&ue e (o6 so propostos como modelos de f6 'cf.0b 11,/#;+. Bles con%eceram, adoraram e creram no :nicoverdadeiro eus, id?ntico ao eus &ue se revelou a )brao e aLois6s. Lel&uisedec, o 0umo 0acerdote das (aes, abenoa)brao, o pai de todos os crentes 'cf.0b;,1#1;+. B esta %ist2ria desalvao &ue v? o seu cumprimento final em Gesus Cristo, em &uemse estabelece a nova e definitiva aliana para todos os povos.

    estende$se, para a'm do -o*o Eeito, a todas as na)es&*A. ) consci?ncia religiosa de Israel 6 caracteri4ada pela profundaconvico do seu estatuto especial de povo eleito por eus. ) suaeleio, depois, acompan%ada de um processo de formao e dee7ortaes contnuas para proteger a pure4a do monotesmo,constitui uma misso. !s profetas insistem continuamente nalealdade e na fidelidade ao Snico eus Verdadeiro e anunciam o

    Lessias prometido. Las estes mesmos profetas, sobretudo noperodo do e7lio, apresentam uma perspectiva universal, aconsci?ncia de &ue a salvao de eus se estende, para al6m eatrav6s de Israel, s naes. Isaas predi4 &ue no fim dos tempos asnaes acorrero casa do 0en%or, e diro8 5Vinde, subamos montan%a do 0en%or, casa do eus de Gac28 ! 0en%or nos ensinaros seus camin%os, e n2s andaremos pelas suas veredas5 'Is*,>+. Bstdito tamb6m8 5todos os confins da terra vero o triunfo do nosso

    eus5 'Is

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    claramente afirmada a aco divina em todo o Dniverso. Bla estende#se para al6m dos confins do ovo Bleito e penetra na %ist2ria dasnaes e na vida dos indivduos.

    A miss#o uni*ersa de 0esus*1. irigindo a ateno para o (ovo Restamento, v?#se &ue Gesusdeclara ter vindo para reunir as ovel%as perdidas de Israel 'cf. #t1+.Gesus abre, portanto, um %ori4onte novo, al6m da&uilo &ue 6

    puramente local, para uma universalidade &ue 6 cristol2gica epneumatol2gica no seu carcter. or&ue o novo santurio 6 agora ocorpo do 0en%or Gesus 'cf. Go *,*1+ &ue o ai ressuscitou com opoder do Bsprito.

    anuncia o 7eino de Deus

    **. ) mensagem de Gesus, por conseguinte provada com o

    testemun%o da sua vida, demonstra &ue na sua pessoa o $eino deeus, atrav6s dele, vem ao mundo. (o incio do seu minist6riop:blico, na Malil6ia das naes, ele di48 5completou#se o tempo e o$eino de eus est perto5. Indica tamb6m as condies para entrarneste $eino8 5)rrependei#vos e acreditai na Koa (ova5 '#c 1,1

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    re4ar 'cf.#t,1A+, e o $eino mesmo de Gesus, por&ue Gesus declaraabertamente &ue ele pr2prio 6 rei 'cf.1o13,>>#>;+. Bm Gesus Cristo,o Pil%o de eus feito %omem, n2s temos a plenitude da revelao, e ocumprimento dos deseos das (aes.

    +ue se estende a todos os po*os&

    *>. (o (ovo Restamento as refer?ncias vida religiosa das (aes etamb6m s suas tradies religiosas podem parecer contrastantes,mas so, de fato, complementares. or um lado, % o veredictonegativo da carta aos $omanos, acerca da&ueles &ue no con%ecerameus na criao, e &ue caram na idolatria e na depravao 'cf. Rm

    1,13#>*+. or outro lado, os )ctos mostram a atitude aberta e positivade aulo para com os gentios, tanto no seu discurso em Qicania 'cf.At1/,3#13+, como no discurso no )re2pago de )tenas, onde l%eslouva o esprito religioso e l%es anuncia a&uele &ue, semcon%ecerem, adoravam como o 5eus descon%ecido5 'At1;,**#>/+. preciso ter em conta tamb6m o fato de a tradio sapiencial seraplicada a Gesus, 0abedoria de eus, no (ovo Restamento, alavrade eus &ue ilumina todo %omem 'cf. 1o 1,-+ e &ue, mediante a

    encarnao, estabelece a sua morada entre n2s 'cf.1o1,1/+.

    Os padres dos primeiros s'cuos

    */. Ramb6m a tradio p2s#bblica cont6m dados contrastantes. (osescritos dos padres encontram#se facilmente u4os negativos sobre omundo religioso do seu tempo. B, apesar disso, a antiga tradiomanifesta uma notvel abertura. Luitos padres da Igrea retomam a

    tradio sapiencial como est reflectida no (ovo Restamento. Bmparticular, alguns autores do s6culo II e do incio do s6culo III, comoGustino, Ireneu e Clemente de )le7andria, falam, de modo e7plcitoou de maneira e&uivalente, dos 5germes5 lanados pela alavra deeus entre as (aes.;ode#se, portanto, afirmar &ue para eles, antes

    ;Gustino fala dos 5germes5 lanados pelo +ogosnas tradies religiosas. Las s2mediante a Bncarnao 6 &ue a manifestao do+ogosse torna completa '2Apol.,

    /,1#/9 3Apol., 31 1A,1#>9 1>,/#+. ara Ireneu, o Pil%o, manifestao visvel doai, revelou#se aos %omens 5desde o princpio5, e portanto a Bncarnao tra4consigo algo de essencialmente novo 'Ad%. 0aer., / ,

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    e fora da economia crist, eus se manifestou, embora de modoincompleto. Bsta manifestao do +ogos 6 uma prefigurao darevelao plena em Gesus Cristo, &ue tal manifestao indica.

    oerecem uma 8eoo!ia da (ist6ria*.

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    Bsprito 0anto no mundo antes da economia do Bvangel%o, para a&ual esta aco estava ordenada, e fala desta mesma aco universaldo Bsprito, %oe, tamb6m fora do Corpo visvel da Igrea 'cf. "4+.

    O -apa 0o#o -auo II

    *;. (a sua alocuo C:ria romana, depois do"ia de rao em)ssis, o apa Goo aulo II salientava mais uma ve4 a presenauniversal do Bsprito 0anto, afirmando &ue 5toda orao aut?ntica 6suscitada pelo Bsprito 0anto, o &ual est misteriosamente presenteno corao de cada ser %umano5, &uer sea cristo ou no. Las de

    novo, neste mesmo discurso, indo al6m de uma perspectivaindividual, o apa recordou os principais elementos &ue untosconstituem, a base teol2gica para uma apro7imao positiva s outrastradies religiosas e prtica do dilogo inter#religioso.

    ensina o mist'rio da unidade de toda a (umanidade

    *3. )ntes de tudo % o fato de a %umanidade inteira formar uma s2famlia, baseada numa origem comum, por&ue todos os %omens etodas as mul%eres so criados por eus sua imagem.aralelamente, todos so c%amados a um destino comum, &ue 6 aplenitude de vida em eus. )l6m disso, o plano divino de salvao 6:nico e o seu centro 6 Gesus Cristo &ue, na Bncarnao, 5se uniu decerto modo a cada %omem5 'cf.R01>9 $S**,*+. B, por fim, deve#semencionar a presena activa do Bsprito 0anto na vida religiosa dosmembros das outras tradies religiosas. ! apa, por conseguinte,

    conclui falando de 5um mist6rio de unidade5 &ue se manifestouclaramente em )ssis, 5para al6m das diferenas entre as profissesreligiosas5.1A

    1ACf.Insegnamenti di $io%anni &aolo II5Vol. IJ, *, 1-3, pp. *.A1-#*.A*-. Re7toingl?s em+/sser%atore Romano, < de maio de 1-3;. Ver tamb6mBulletinn. /,1-3;=1, pp. *#;A.

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    e a unidade da sa*a)#o&

    *-. este mist6rio de unidade deriva &ue todos os %omens e todas asmul%eres &ue so salvos participam @ embora de modo diferente @do mesmo mist6rio de salvao em Gesus Cristo, mediante o seuBsprito. !s cristos so conscientes disto, graas sua f6, en&uantoos outros descon%ecem &ue Gesus Cristo 6 a fonte de salvao. !mist6rio de salvao atinge#os, por camin%os con%ecidos por eus,graas aco invisvel do Bsprito de Cristo. B atrav6s da prticada&uilo &ue 6 bom nas suas pr2prias tradies religiosas, e seguindoos ditames da sua consci?ncia, &ue os membros das outras religiesrespondem afirmativamente ao convite de eus e recebem a salvao

    em Gesus Cristo, mesmo se no o recon%ecem como o seu 0alvador'cf.A$>, -, 11+.

    9 necessrio um discernimento&

    >A. odem#se discernir facilmente os frutos do Bsprito 0anto na vidapessoal dos indivduos, cristos e no#cristos 'cf. $l +. Bmuito mais difcil identificar, nas outras tradies religiosas,

    elementos da graa capa4es de sustentar a resposta afirmativa dosseus membros c%amada de eus. $e&uer#se, por conseguinte, umdiscernimento, cuos crit6rios 6 preciso estabelecer. Luitas pessoassinceras, inspiradas pelo Bsprito de eus, assinalaram certamentecom a sua marca a elaborao e o desenvolvimento das suasrespectivas tradies religiosas. Las isto no implicanecessariamente &ue tudo nelas sea bom.

    >1. )firmar &ue as outras tradies religiosas cont?m elementos dagraa no significa, por outro lado, &ue tudo, nelas, sea fruto dagraa. ! pecado atua no mundo e portanto as tradies religiosas,apesar dos seus valores positivos, reflectem tamb6m os limites doesprito %umano, &ue por ve4es est inclinado a escol%er o mal. Dmaapro7imao aberta e positiva s outras tradies religiosas noautori4a, portanto, a fec%ar os ol%os perante as contradies &uepossam e7istir entre elas e a revelao crist. !nde for necessrio, 6

    preciso recon%ecer &ue e7iste incompatibilidade entre certos

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    elementos essenciais da religio crist e alguns aspectos destastradies.

    O dio!o apresenta a todos um desaio&

    >*. Isto significa, portanto &ue, embora entrando com um espritoaberto no dilogo com os membros das outras tradies religiosas, oscristos podem tamb6m &uestion#los, num esprito pacfico, sobre oconte:do de seus credos. Las os pr2prios cristos devem aceitar, porsua ve4, serem &uestionados. e fato, apesar da plenitude darevelao de eus em Gesus Cristo, algumas ve4es o modo como oscristos compreendem a pr2pria religio e a vivem pode ter

    necessidade de purificao.

    +) O L,*r &o Dio*o I.$(r-R(i*io#o . /i##"oE0.*(i1&or & I*r(2

    A I!re/a ' o sacramento uni*ersa de sa*a)#o,

    >>. ) Igrea foi &uerida por eus e instituda por Cristo para ser, na

    plenitude dos tempos, sinal e instrumento do plano divino desalvao '+$ 1+, cuo centro 6 o mist6rio de Cristo. Bla 6 o5sacramento universal de salvao5 '+$/3+ e 56 necessria para a0alvao5 '+$1/+. ! pr2prio 0en%or Gesus inaugura a sua misso5com a pregao da Koa (ova, &uer di4er, da vinda do $eino deeus5 '+$/. ) relao entre Igrea e $eino 6 misteriosa e comple7a. Como oVaticano II ensina, 5o $eino manifesta#se principalmente na pr2priapessoa de Cristo5. Las a Igrea, &ue recebeu do 0en%or Gesus amisso de anunciar o $eino, 5constitui, na terra, o germe e o incio5.)o mesmo tempo, a Igrea 5no seu crescer lento, aspira ao $einoperfeito5 '+$

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    %omens e das mul%eres, manifesta#se a n2s por esta revelao napessoa de Cristo, &ue 6 simultaneamente o mediador e a plenitude detoda a revelao5 '"4 *+. Pi6is ao mandato recebido de Cristomesmo, os ap2stolos transmitiram, por sua ve4, esta $evelao.

    ortanto, 5esta tradio apost2lica progride na Igrea sob aassist?ncia do Bsprito 0anto9 com efeito, tanto a compreenso dascoisas como das palavras transmitidas, cresce5 '"43+. Rudo isto sereali4a graas ao estudo e e7peri?ncia espiritual, e se e7primetamb6m graas ao ensinamento dos Kispos &ue receberam umcarisma seguro de verdade. B por isso &ue a Igrea 5tendecontinuamente para a plenitude da verdade divina, at6 &ue nela secumpram as palavras de eus5 'ibid.+. (o % a&ui contradio coma instituio divina da Igrea nem com a plenitude da revelaodivina em Gesus Cristo &ue l%e foi confiada.

    num dio!o de sa*a)#o

    >3. (este conte7to, 6 mais fcil ver por &ue e em &ue sentido odilogo inter#religioso 6 um elemento integrante da missoevangeli4adora da Igrea. ) ra4o fundamental do empen%o da Igrea

    no dilogo no 6 meramente de nature4a antropol2gica, masprincipalmente teol2gica. eus, num dilogo &ue dura ao longo dostempos, ofereceu e continua a oferecer a salvao %umanidade.ara ser fiel iniciativa divina, a Igrea deve, pois, entrar numdilogo de salvao com todos.

    com as pessoas de outras rei!ies,

    >-. ! apa aulo VI ensinou#o claramente na sua primeira Bncclica,(cclesiam suam. ! apa Goo aulo II salientou tamb6m a c%amadada Igrea ao dilogo inter#religioso, dando#l%e o mesmo fundamento.irigindo#se aos participantes na )ssembleia lenria do ontifcioConsel%o para o ilogo Inter#$eligioso, em 1-3/, declarou8 5!dilogo 'inter#religioso+ 6 fundamental para a Igrea, c%amada acolaborar no plano de eus com os seus m6todos de presena, derespeito e de amor para com todos os %omens5. epois, continuou

    c%amando a ateno para uma passagem do decreto Ad $entes85Intimamente unidos com os %omens e as mul%eres na sua vida e na

    13

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    sua actividade, os discpulos de Cristo esperam poder oferecer#l%es overdadeiro testemun%o de Cristo e operar neles a salvao, mesmoonde no podem anunciar plenamente a Cristo5 'A$ 1*+.recedentemente tin%a afirmado8 5! dilogo insere#se na misso

    salvfica da Igrea e 6 por isto &ue 6 um dilogo de salvao5.1*

    e isto e*a a um empen(o mais proundo

    /A. (este dilogo de salvao, os cristos e os outros so c%amados acolaborar com o Bsprito do 0en%or $essuscitado, Bsprito &ue estpresente e opera universalmente. ! dilogo inter#religioso no tendesimplesmente para uma compreenso m:tua e para relaes

    amistosas. )tinge um nvel muito mais profundo, &ue 6 o do esprito,onde o interc"mbio e a partil%a consistem num testemun%o m:tuo dopr2prio credo e numa descoberta comum das respectivas convicesreligiosas. Lediante o dilogo, os cristos e os outros so convidadosa aprofundar seu empen%o religioso e a responder, com crescentesinceridade, ao apelo pessoal de eus e ao dom gratuito &ue ele fa4de si mesmo, dom &ue sempre passa, como proclama a nossa f6,atrav6s da mediao de Gesus Cristo e da obra do seu Bsprito.

    e a uma con*ers#o a Deus&

    /1. Com este obectivo, ou sea, uma converso mais profunda detodos para eus, o dilogo inter#religioso possui o seu pr2priovalor. (este processo de converso, 5pode nascer a deciso de dei7aruma situao espiritual ou religiosa anterior, a fim de se dirigir paraoutra5 '"# >;+. ! dilogo sincero supe, por um lado, aceitar

    reciprocamente a e7ist?ncia das diferenas, ou tamb6m dascontradies, e, pelo outro respeitar a livre deciso &ue as pessoastomam em conformidade com a pr2pria consci?ncia 'cf. "0*+. !ensinamento do Conclio deve ser tido sempre em mente8 5B todos os%omens esto obrigados a procurar a verdade, sobretudo no &ue serefere a eus e sua Igrea, e a abra#la e a p#la em prtica, umave4 con%ecida5 '"01+.

    1*Insegnamenti di $io%anni &aolo II, Vol. VII, 1, 1-3/, pp.

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    C) Form# &( Dio*o

    As ormas de dio!o

    /*. B7istem formas diferentes de dilogo inter#religioso. ode ser :tilrecordar a&ui as mencionadas pelo documento de 1-3/ do ontifcioConsel%o para o ilogo Inter#$eligioso 'cf."#*3#>. 0eria oportuno no perder de vista esta variedade de formas dedilogo. 0e fosse limitado ao interc"mbio teol2gico, o dilogo

    poderia ser facilmente considerado um produto de lu7o na misso daIgrea, e, por conseguinte, um campo reservado aos especialistas.elo contrrio, guiadas pelo apa e pelos seus bispos, todas as Igreaslocais e todos os membros destas Igreas so c%amados ao dilogo,mas nem todos da mesma maneira. ode#se notar contudo &ue estasformas diferentes esto ligadas umas s outras. !s contactos da vida&uotidiana e o empen%o comum na aco abriro normalmente ocamin%o, a fim de cooperar para a promoo dos valores %umanos e

    espirituais9 poderiam, por fim, levar tamb6m ao dilogo dae7peri?ncia religiosa, em resposta s grandes &uestes suscitadas no

    *A

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    esprito %umano pelas circunst"ncias da vida 'cf. NA *+. !sinterc"mbios em nvel de e7peri?ncia religiosa podem tornar asdiscusses teol2gicas mais vivas. Bstas, por sua ve4, podem iluminaras e7peri?ncias e encoraar relaes mais estreitas.

    e di.em respeito : iberta)#o (umana

    //. necessrio, al6m disso, acentuar a import"ncia do dilogo no&ue se refere ao desenvolvimento integral, ustia social e libertao %umana. )s Igreas locais, como testemun%as de GesusCristo, so c%amadas a empen%ar#se neste campo de mododesinteressado e imparcial. B preciso &ue lutem a favor dos direitos

    %umanos, &ue proclamem as e7ig?ncias da ustia, e &ue denunciemas inustias no s2 &uando so vtimas delas seus membros, masindependentemente da crena religiosa das vtimas. precisotamb6m &ue todos se associem para procurar resolver os grandesproblemas &ue a sociedade e o mundo devem enfrentar, e parapromover a educao em favor da ustia e da pa4.

    e : cutura&

    /

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    tamb6m pr em &uesto os valores geralmente aceitos numadeterminada cultura. B precisamente um dilogo atento &ue permiterecon%ecer e acol%er os valores culturais &ue respeitam a dignidadeda pessoa e o seu destino transcendente. or outro lado, certos

    aspectos e culturas tradicionalmente crists podem ser postos denovo em &uesto pelas culturas locais de outras tradies religiosas'cf. (N*A+. (estas relaes comple7as entre cultura e religio, odilogo inter#religioso, em nvel cultural, tem uma import"nciaconsidervel. ! seu obectivo ser eliminar as tenses e os conflitos,e tamb6m os eventuais confrontos, para uma mel%or compreensoentre as diversas culturas religiosas e7istentes numa determinadaregio. oder contribuir para purificar as culturas de todos oselementos desumani4antes e ser, assim, um agente de transformao.oder tamb6m audar a promover os valores culturais tradicionaisameaados pelo modernismo e pelo nivelamento &ue umainternacionali4ao indiscriminada pode comportar.

    D) Di#po#i!'(# pr o Dio*o I.$(r-R(i*io#o ( S(,#Fr,$o#

    O dio!o e;i!e e+ui1brio,

    /;. ! dilogo re&uer uma atitude e&uilibrada tanto da parte doscristos como da parte dos seguidores das outras tradies. (odeveriam ser nem demasiado ing6nuos nem %ipercrticos, masabertos e acol%edores. G se fe4 refer?ncia ao desinteresse e imparcialidade, assim como aceitao das diferenas, e tamb6m s

    possveis contradies. )s outras disposies re&ueridas so avontade de se empen%ar em conunto, ao servio da verdade, e aprontido em se dei7ar transformar pelo encontro.

    con*ic)#o rei!iosa

    /3. Isto no significa &ue, ao entrar em dilogo, devam ser postas delado as pr2prias convices religiosas. elo contrrio, a sinceridadedo dilogo inter#religioso e7ige &ue se entre nele com a integralidadeda pr2pria f6. )o mesmo tempo, permanecendo firmes na sua f6 &ueem Gesus Cristo, o :nico mediador entre eus e o ser %umano 'cf. l

    **

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    ,m*,/#+, foi#l%es dada a plenitude da revelao, os cristos no sedevem es&uecer &ue eus tamb6m se manifestou de certo modo aosseguidores das outras tradies religiosas. or conseguinte, soc%amados a considerar as convices e os valores dos outros

    abertamente.

    e abertura : *erdade,

    /-. )l6m disso, a plenitude da verdade recebida em Gesus Cristo nod aos cristos, individualmente, a garantia de terem assimilado demodo pleno essa verdade. Bm :ltima anlise, a verdade no 6 algo&ue possumos, mas uma pessoa por &uem nos devemos dei7ar

    possuir. Rrata#se, portanto, de um processo sem fim. Bmboramantendo intacta a sua identidade, os cristos devem estar dispostosa aprender e a receber dos outros e por interm6dio deles os valorespositivos das suas tradies. )ssim, mediante o dilogo, podem serindu4idos a vencer os preconceitos inveterados, a rever as ideiaspreconcebidas e a aceitar, por ve4es, &ue a compreenso da sua f6sea purificada.

    mas promete ricas recompensas&

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    ser consciente dos obstculos &ue podem surgir. )lguns poderiamdi4er respeito igualmente aos membros de todas as tradiesreligiosas e poderiam, por conseguinte, impedir o bom ?7ito dodilogo. !utros poderiam referir#se de modo mais especfico a certas

    tradies religiosas e criar dificuldades para iniciar um processo dedilogo.

    de*idas a di*ersos actores (umanos,

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    T+ Certas caractersticas do actual clima religioso8 o crescentematerialismo, a indiferena religiosa e o multiplicar#se de seitasreligiosas, &ue geram confuso e novos problemas.

    . Luitos destes obstculos nascem da falta de compreenso daverdadeira nature4a do dilogo inter#religioso e do seu obectivo. B,portanto, necessrio e7plic#lo incessantemente. $e&uer#se muitapaci?ncia. B preciso recordar &ue o empen%o da Igrea no dilogono depende do ?7ito em conseguir c%egar a uma compreenso e aum enri&uecimento recprocos9 nasce, antes, da iniciativa de eus&ue entra em dilogo com a %umanidade, e do e7emplo de GesusCristo cua vida, morte e ressurreio deram ao dilogo a sua :ltima

    e7presso.

    mas +ue n#o s#o insuper*eis&

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    5Poi#me dado todo o poder no c6u e na terra8 Ide, pois, ensinai todasas naes, bapti4ando#as em nome do ai, do Pil%o e do Bsprito0anto, ensinando#as a cumprir tudo &uanto vos ten%o mandado. B euestarei sempre convosco, at6 o fim do mundo5 '#t *3,13#*A+. !

    Bvangel%o de Larcos apresenta esta ordem de modo mais sucinto85Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Koa (ova a toda criatura. Fuemacreditar e for bapti4ado ser salvo, mas &uem no acreditar sercondenado5 '#c1,1

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    pr2pria pessoa. Gesus mostra de modo claro &ue 6 por ele e nele &ue o$eino de eus vem ao mundo 'cf.+c1;,*A#**+, e &ue nele o $eino veio entre n2s, embora ainda deva alcanar a sua plenitude.1>

    e de +ue deu testemun(o mediante a sua *ida&,>*#>

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    continua a de 0esus&

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    %omens &ue nos possa salvar5 'At /,11#1*+. Pala#se de novo danature4a universal da mensagem crist de salvao, ao descrever aconverso de Corn6lio. Fuando edro deu testemun%o da vida e daobra de Gesus, desde o incio do seu minist6rio na Malil6ia at6 a sua

    $essurreio, 5o Bsprito 0anto desceu sobre &uantos ouviam apalavra5, por isso a&ueles &ue acompan%avam edro ficaramestupefactos ao verem 5&ue o dom do Bsprito 0anto fora derramadotamb6m sobre os pagos5 'At1A,//#/,1,>1+. Isto emerge ainda maisclaramente em aulo 5ap2stolo por vocao, escol%ido para anunciaro Bvangel%o de eus5 'Rm1,1+, &ue recebeu de Gesus Cristo 5a graae o apostolado, a fim de implantar, em %onra do seu nome, aobedi?ncia f6 no meio de todos os gentios5 'Rm1,

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    % um s2 eus e um s2 mediador entre eus e os %omens, GesusCristo Homem, &ue se deu em resgate por todos5 '1 ,m*,/+. Bste5mist6rio da nossa religio5 &ue 6 5bastante profundo5 encontra a suae7presso num fragmento lit:rgico8

    5Lanifestou#se na carne, foi ustificado pelo Bsprito, visto pelosanos, pregado aos gentios, acreditado no mundo e e7altado nagl2ria5 '1 ,m>,1+.

    0o#o deu testemun(o da paa*ra de *ida&

    *. ! ap2stolo Goo apresenta#se sobretudo como uma testemun%a,algu6m &ue viu Gesus e descobriu o seu mist6rio 'cf.1o 1>,*>#**+. B, realmente, 5o salvador do mundo5 '1o/,/*+.

    A paa*ra, pre!ada pea I!re/a, est c(eia de poder&

    >. 5rega a palavra5, escreve aulo a Rim2teo '3,m /,*+. !conte:do desta palavra e7prime#se de diversos modos8 6 o $eino 'cf.At *A,*+. )col%ida na f6, a palavra ser5viva e efica45, 5mais penetrante &ue uma espada de dois gumes5

    >A

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    '0b /,1*+. B uma palavra &ue purifica 'cf. 1o 1+, 6 fonte deverdade &ue torna livres 'cf.1o3,>1#>*+. ) palavra tornar#se# umapresena interior8 50e algu6m me ama, guardar a min%a palavra9meu ai am#lo# e viremos a ele e faremos nele morada5 '1o1/,*>+.

    B esta a palavra de eus &ue deve ser anunciada pelos cristos.

    D) A Pr(#(.! ( o Po&(r &o E#p:ri$o S.$o

    A I!re/a conta com a presen)a

    /. )o anunciar esta palavra, a Igrea sabe &ue pode contar com oBsprito 0anto, &ue inspira o seu an:ncio e leva a&ueles &ue a

    escutam obedi?ncia da f6. o Bsprito &ue %oe @ como nos incios da Igrea @ age em cadaum dos evangeli4adores &ue se dei7a possuir e condu4ir por ele, epe na sua boca as palavras &ue ele so4in%o no poderia encontrar, aomesmo tempo &ue predispe a alma da&ueles &ue escutam, a fim de atornar aberta a acol%edora para a Koa (ova e para o $eino anunciado'(N;

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    E) A Ur*;.4i &o A.9.4io

    para cumprir o seu de*er

    . Como disse o apa aulo VI na sua B7ortao (%angeliinuntiandi8 5) apresentao da mensagem evang6lica no 6 para aIgrea uma contribuio facultativa8 6 um dever &ue l%e incumbe, pormandato do 0en%or Gesus, a fim de &ue os %omens e as mul%erespossam acreditar e serem salvos. 0im, esta mensagem 6 necessria9ela 6 :nica e no poder ser substituda. Bla no admite indiferena,nem sincretismo, nem acomodao. B a salvao dos %omens e dasmul%eres &ue est em causa5 '(N

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    F) A# /o&i&&(# &o A.9.4io

    A I!re/a se!ue a !uia do Esp1rito,

    3. roclamando a mensagem de eus em Gesus Cristo, a Igreaevangeli4adora deve ter sempre presente &ue este an:ncio no sereali4a no vcuo. or&ue o Bsprito 0anto, o Bsprito de Cristo, estpresente e atua entre a&ueles &ue escutam a Koa (ova, ainda antes dea aco missionria da Igrea iniciar 'cf.R01*9"4+. Bm muitoscasos, eles podem ter respondido implicitamente oferta de eusde salvao em Gesus Cristo9 um sinal disto pode ser a prtica sinceradas pr2prias tradies religiosas, medida &ue elas cont?m

    aut?nticos valores religiosos. odem ter sido atingidos peloBsprito e, de certo modo, estar associados, sem o saberem, aoList6rio ascal de Gesus Cristo 'cf. $S**+.

    aprendendo como ( de anunciar

    -. Consciente da&uilo &ue eus reali4ou na&ueles a &uem sedirige, a Igrea procura descobrir a maneira ade&uada de anunciar a

    Koa (ova. ei7a#se guiar pela pedagogia divina. Isto significa &ueaprende de Gesus mesmo e observa os tempos e as estaes, como oBsprito sugere. Gesus, com efeito, revelou progressivamente &ueles&ue o escutavam, o significado do $eino, o plano salvfico de eusreali4ado no mist6rio da sua pessoa. 02 gradualmente, e com e7tremocuidado, l%es revelou os significados profundos da sua mensagem, asua identidade de Pil%o de eus e o esc"ndalo da cru4. Ramb6m osseus discpulos mais pr27imos @ como atestam os Bvangel%os @,

    s2 c%egaram f6 plena no seu Lestre atrav6s da pr2pria e7peri?nciapascal e do dom do Bsprito. )&ueles, pois, &ue deseam serdiscpulos de Gesus, %oe, devero passar atrav6s do mesmo processo,de descoberta e de empen%o. or conseguinte, o an:ncio feito pelaIgrea deve ser progressivo e paciente9 deve manter o ritmo da&ueles&ue escutam a mensagem, respeitando a sua liberdade e tamb6m asua lentido em crer 'cf.(N;-+.

    >>

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    com as +uaidades pr6prias do E*an!e(o,

    ;A. Ramb6m outras &ualidades devem caracteri4ar o an:ncio feitopela Igrea. Bste deveria ser8

    a+ Confiante no poder do Bsprito e obediente ao mandato recebidodo 0en%or.1

    b+ Piel na transmisso do ensinamento recebido de Cristo econservado na Igrea, depositria da Koa (ova a anunciar 'cf. (N1,1*9 ;,/9,1*9 ,1-#*A9At/,1>.*-.>19 -,*;.*3 etc.

    >/

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    em estreita uni#o com Cristo&

    ;1. ara manter estas &ualidades, a Igrea no deve ter em conta s2 ascircunst"ncias da vida e da e7peri?ncia religiosa da&ueles a &uem sedirige. eve tamb6m viver em dilogo constante com o seu 0en%or e

    Lestre, mediante a orao, a penit?ncia, a meditao e a vidalit:rgica, e sobretudo na celebrao da Bucaristia. 02 assim aproclamao e a celebrao da mensagem evang6lica se tornamplenamente vivas.

    G) O3#$4,o# o A.9.4io

    O an%ncio encontra diicudades;*. ! an:ncio da Koa (ova por parte da Igrea impe s6riase7ig?ncias, tanto Igrea evangeli4adora e aos seus membrosempen%ados na evangeli4ao, &uanto &ueles &ue so c%amados poreus obedi?ncia da f6 crist. (o 6 uma tarefa fcil.

    ) seguir, so apresentados alguns dos principais obstculos &uepodem ser encontrados.

    da parte dos crist#os

    ;>. ificuldades internas8

    a+ ode acontecer &ue o testemun%o cristo no corresponda &uiloem &ue se acredita9 pode %aver uma discrep"ncia entre palavras eaces, entre a mensagem crist e o modo de viver dos cristos.

    b+ !s cristos poderiam descuidar do an:ncio do Bvangel%o 5porneglig?ncia, por medo ou por vergon%a @ a&uilo &ue 0o auloc%amava e7actamente envergon%ar#se do Bvangel%o 'cf.Rm 1,1+@ ou por se seguirem ideias falsas5 '(N3A+ a respeito do planodivino de salvao.

    c+ !s cristos &ue no t?m apreo nem respeito pelos outros crentes epelas suas tradies religiosas, esto mal preparados para l%es

    anunciar o Bvangel%o.

    >

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    d+ Dma atitude de superioridade de alguns cristos, &ue se manifestaem nvel cultural, poderia fa4er supor &ue uma determinada culturaest ligada mensagem crist, e &ue deve ser imposta aosconvertidos.

    e ora da comunidade crist#&

    ;/. ificuldades e7ternas8

    a+ ! peso da %ist2ria torna o an:ncio mais difcil, dado &ue certosm6todos de evangeli4ao, no passado, por ve4es fi4eram surgirtemores e suspeitas entre os seguidores de outras religies.

    b+ !s membros das outras religies poderiam temer &ue o resultadoda misso evangeli4adora da Igrea fosse a destruio da sua religioe da sua cultura.

    c+ Dma concepo diferente dos direitos %umanos ou uma falta derespeito pelas pra7es deles pode dar como resultado a falta deliberdade religiosa.

    d+ ) perseguio pode tornar o an:ncio particularmente difcil ou

    &uase impossvel. eve#se contudo recordar &ue a cru4 6 fonte devida8 5o sangue dos mrtires 6 germe de cristos5.

    e+ ) identificao de uma religio particular com a cultura nacional,ou com um sistema poltico, cria um clima de intoler"ncia.

    f+ Bm alguns lugares, a converso 6 proibida por lei, e os convertidosao cristianismo podem encontrar s6rios problemas, como oostracismo por parte da sua comunidade religiosa de origem, do

    conte7to social ou do ambiente cultural.g+ (um conte7to pluralista, o perigo do indiferentismo, dorelativismo ou do sincretismo religioso, cria obstculos ao an:nciodo Bvangel%o.

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    H) O A.9.4io & /i##"o E0.*(i1&or & I*r(2

    Na miss#o e*an!ei.adora da I!re/a,

    ;;

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    nature4a, o an:ncio 6 &uase impossvel, a Igrea cumpre a suamisso evangeli4adora no s2 graas sua presena e ao seutestemun%o, mas tamb6m mediante actividades como o empen%o porum desenvolvimento %umano integral e pelo dilogo. or outro lado,

    nas situaes em &ue as pessoas esto dispostas a escutar amensagem do Bvangel%o e se encontram na possibilidade deresponder, a Igrea tem o dever de ir ao encontro das suase7pectativas.

    IIIDILOGO INTER-RELIGIOSO E AN5NCIO

    A) Corr($o# /# N"o I.$(r4m3i0(i#

    A miss#o da I!re/a

    ;;. ! dilogo inter#religioso e o an:ncio, embora no no mesmonvel, so aut?nticos elementos da misso evangeli4adora da Igrea.0o legtimos e necessrios. Bsto intimamente ligados, mas no sointercambiveis8 o verdadeiro dilogo inter#religioso supe, da partedo cristo, o deseo de fa4er con%ecer mel%or, recon%ecer e amarGesus Cristo, e o an:ncio de Gesus Cristo deve fa4er#se no espritoevang6lico do dilogo. )s duas actividades permanecem distintasmas, como a e7peri?ncia demonstra, a mesma Igrea local e a mesmapessoa podem estar diversamente empen%adas em ambas.

    de*e ser sens1*e :s circunst

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    +) A I*r(2 ( # R(i*i'(#

    Estende$se a todos

    ;-. )o cumprir a sua misso, a Igrea entra em contacto comindivduos de outras tradies religiosas. )lguns tornam#sediscpulos de Gesus Cristo na sua Igrea, no termo de uma profundaconverso e por uma livre deciso pessoal. !utros so atrados pelapessoa de Gesus e pela sua mensagem, mas por vrias ra4es noc%egam a fa4er parte do seu reban%o. !utros ainda parecem nutrirpouco ou nen%um interesse por Gesus. 0ea &ual for o caso, a missoda Igrea destina#se a todos. Ramb6m em relao s religies a &ue

    eles pertencem, v?#se &ue no dilogo a Igrea tem um papel prof6tico.ando testemun%o dos valores do Bvangel%o, ela apresentainterrogativos a estas religies. Igualmente a Igrea, medida &uetra4 o sinal dos limites %umanos, poderia ser posta em discusso.

    )ssim, ao promover estes valores, num esprito de emulao e derespeito para com o mist6rio de eus, os membros da Igrea e osseguidores das outras religies encontram#se como compan%eiros no

    camin%o comum &ue toda a %umanidade 6 c%amada a percorrer. !apa Goo aulo II di4ia#o em )ssis, no final do dia de orao5 deeum e de peregrinao pela pa48 5rocuremos ver nela umaantecipao do &ue eus &uereria &ue fosse o curso da %ist2ria da%umanidade8 uma viagem fraterna na &ual nos acompan%amos unsaos outros rumo meta transcendente &ue ele estabelece para n2s5.1;

    mediante o dio!o

    3A. ) Igrea encoraa e estimula o dilogo inter#religioso no s2 entreela e as outras tradies religiosas, mas tamb6m entre estas mesmastradies religiosas. B, esta, uma maneira de cumprir o seu papel de5sacramento5, ou sea, de 5sinal e tamb6m instrumento de uniontima com eus e da unidade de todo o g6nero %umano5 '+$1+. !Bsprito convida#a a encoraar todas as instituies e movimentosreligiosos a encontrarem#se, a colaborarem e a purificarem#se, a fim

    de promoverem a verdade e a vida, a santidade e a ustia, o amor e a1;Insegnamenti di $io%anni &aolo II, Vol. IJ, *, 1-3, p. 1.**.

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    pa4, dimenses da&uele $eino &ue Cristo, no fim dos tempos,entregar a seu ai 'cf. 2or1

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    Igrea, ou sea, o an*ncio e o dilogo. ) maneira como o fa4emdepender das circunst"ncias e tamb6m do seu grau de preparao.Rodavia, devem ter sempre presente &ue o dilogo, como foi dito,no constitui a misso inteira da Igrea, &ue no pode simplesmente

    substituir o an:ncio, mas permanece para o an:ncio, en&uanto nele oprocesso din"mico da misso evangeli4adora da Igrea atinge o seupice e a sua plenitude. Bmpen%ados no dilogo inter#religioso,descobriro as 5sementes do Verbo5 nos coraes das pessoas e nastradies religiosas a &ue pertencem. )profundando o seu apreopelo mist6rio de Cristo, podero discernir os valores positivos dabusca %umana do eus descon%ecido ou s2 parcialmente con%ecido.)trav6s das diferentes fases do dilogo, os interlocutores poderosentir necessidade de informar e ser informados, de dar e recebere7plicaes, de se &uestionarem reciprocamente. !s cristos,empen%ados no dilogo, t?m portanto o dever de responder se7pectativas dos seus parceiros sobre os conte:dos da f6 crist, e dartestemun%o desta f6 &uando so c%amados a fa4?#lo, de dar a ra4oda esperana &ue est neles 'cf. 2&d>,1. (esta apro7imao do dilogo, como podem dei7ar de sentir aesperana e o deseo de compartil%ar com os outros a pr2pria alegriade con%ecer e de seguir Gesus Cristo, 0en%or e 0alvadorE Bstamos,a&ui, no centro do mist6rio do amor. ) medida &ue a Igrea e oscristos t?m um amor profundo pelo 0en%or Gesus, o deseo decompartil%#lo com outros 6 motivado no s2 pela sua obedi?ncia aomandamento do 0en%or, mas por este mesmo amor. (o deveria sersurpreendente, mas absolutamente normal, &ue os seguidores dasoutras religies possam desear sinceramente compartil%ar a sua f6.

    Rodo dilogo implica a reciprocidade e tem como obectivo eliminaro medo e a agressividade.

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    por indica)#o do Esp1rito

    3/. !s cristos devem ser sempre conscientes da influ?ncia doBsprito 0anto, e estar preparados para ir aonde o Bsprito os condu4,segundo a provid?ncia e o desgnio de eus. B o Bsprito &ue guia amisso evangeli4adora da Igrea. Cabe ao Bsprito, de fato, inspirar oan:ncio da Igrea e a obedi?ncia f6. ) n2s compete estarmosatentos s sugestes do Bsprito. Fuer o an:ncio sea possvel ou no,a Igrea prossegue a sua misso no respeito da liberdade, mediante odilogo inter#religioso, testemun%ando e compartil%ando os valoresevang6licos. )ssim, os parceiros no dilogo progrediro pararesponder ao apelo de eus, de &ue t?m consci?ncia. Rodos @ os

    cristos e os seguidores das outras religies @ so convidados poreus mesmo a entrar no mist6rio da sua presci?ncia, como seres%umanos &ue procuram a sua lu4 e a sua verdade.

    02 eus con%ece os tempos e as etapas do cumprimento desta longabusca %umana.

    E) 6(#,# No##o /o&(o

    e se!uindo o e;empo de 0esus,

    3/+E

    +ue se oereceu por toda a (umanidade&

    3. ara os cristos no se trata s2 de imitar Gesus, mas de estarintimamente unidos a ele. Convidou os seus discpulos e amigos a

    unirem#se a ele na sua oblao :nica em favor de toda a %umanidade.! po e o vin%o, pelos &uais deu graas, simboli4am a criao

    /*

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    inteira. Vo se tornar o seu corpo 5oferecido5 e o seu sangue5derramado pela remisso dos pecados5. Lediante o minist6rio daIgrea, 6 a :nica Bucaristia a ser oferecida por Gesus em todos ostempos e lugares, desde o tempo da sua ai7o, Lorte e $essurreio

    em Gerusal6m. !s cristos unem#se a&ui a Cristo na sua oferta &ue5tra4 a salvao ao mundo inteiro5 'IV !rao Bucarstica+. Bsta 6uma orao agradvel a eus, &ue desea &ue 5todos os %omens sesalvem e con%eam a verdade5 '2,m *,/+. )ssim, do graas por5tudo o &ue 6 verdadeiro, tudo o &ue 6 %onesto, tudo o &ue 6 usto,tudo o &ue 6 puro, tudo o &ue 6 amvel, tudo o &ue 6 de boa fama etudo o &ue 6 virtuoso e louvvel5 '

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    conte7to pluralista e encontram seguidores de outras religies naescola, no trabal%o, nos movimentos uvenis, em outras associaes eat6 mesmo nas pr2prias famlias.

    e ora)#o&3-. "ilogo e an*ncio so tarefas difceis, mas absolutamentenecessrias. Rodos os cristos, cada um no pr2prio "mbito, deveriamser encoraados a preparar#se mel%or para cumprir o seu duploempen%o. Las, ainda mais do &ue uma tarefa a cumprir, o dilogoeo an*ncioso graas pelas &uais 6 preciso re4ar. Rodos, portanto,devem implorar incessantemente o au7lio do Bsprito 0anto, a fim

    de &ue sea 5o inspirador decisivo dos seus planos, das suasiniciativas e da sua actividade evangeli4adora5 '(N;cio onsel!o

    para o "ilogo Inter?Religioso

    6o1(7 Cr&< TO/=O&refeito da ongregao

    para a (%angeli'ao dos po%os

    NDICE

    INTRODUO

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    a um documento sobre "ilogo e #isso5..................................1segue?se outro sobre "ilogo e An*ncio.....................................* tema - de actualidade..............................................................*num mundo pluralista..................................................................*

    onde ! !esitao a respeito do dilogo.....................................>e so le%antadas uestes...........................................................> "ia de rao pela &a' em Assis.........................................../e o encorajamento dado pelo &apa 1oo &aulo II....................../so ulteriores est>mulos para enfrentar a temtica...................../&rope?se um esclarecimento da terminologia..........................