PORTUGAL - PERFIL PAÍS [AICEP - 2011]

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    8. Situao econmica 39

    8.1 Poltica econmica recente 39

    8.2 Perspectivas de evoluo 40

    8.3 Economia das regies 42

    9. Enquadramento econmico regional Portugal e a Unio Europeia 50

    10. Comrcio 51

    10.1 Evoluo da balana comercial 52

    10.2 Principais parceiros comerciais 53

    10.3 Principais produtos transaccionados 55

    10.4 O comrcio internacional e as regies 56

    11. Investimento 57

    11.1 Evoluo do investimento directo estrangeiro em Portugal 57

    11.1.1 Principais pases investidores 58

    11.1.2 Principais sectores 58

    11.1.3 Projectos recentes de investimento em Portugal 58

    11.2 Evoluo do investimento directo portugus no estrangeiro 60

    11.2.1 Principais pases de destino 60

    11.2.2 Principais sectores 61

    11.2.3 Projectos recentes de internacionalizao das empresas portuguesas 61

    12. Turismo 64

    13. Relaes internacionais e regionais 66

    14. Condies legais de acesso ao mercado 67

    14.1 Regime de trocas intra-comunitrias 67

    14.2 Regime geral de importao 68

    14.3 Regime de investimento estrangeiro 69

    ANEXOS

    Anexo 1 Regimes aduaneiros 71

    Anexo 2 Documentos de importao 72

    Anexo 3 Endereos teis de Internet 73

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    1. Histria

    A batalha de S. Mamede travada em 1128, entre os

    fdalgos portucalenses liderados por D. Aonso Henriquese os nobres galegos liderados pela sua me D. Teresa,

    decisiva para o nascimento de Portugal. Uma vez vencida a

    batalha e concretizada a expulso de D. Teresa do Condado

    Portucalense, D. Aonso Henriques declara o principado

    independente. Seguem-se vrias lutas contra Leo e Castela

    e contra os muulmanos, mas com a Batalha de Ourique,

    em 1139, que declarada a independncia de Portugal e que

    D. Aonso Henriques, com o apoio dos chees portugueses,

    aclamado soberano - D. Aonso I de Portugal. Todavia, a

    independncia de Portugal s viria a ser reconhecida pelo Rei

    de Castela em 1143 com a assinatura do Tratado de Zamora.

    Segue-se um amplo perodo de conquistas e de assinaturas

    de tratados entre Portugal e a coroa de Castela e, em 1297,

    no reinado de D. Dinis, estavam defnidas as ronteiras

    actuais do Pas (as mais antigas da Europa).

    No sculo XIV comeam a brilhar as primeiras luzes da

    Idade de Ouro de Portugal. A sua lngua separa-se do

    galaico-portugus, a Corte ganha brilho intelectual de

    dimenso europeia e undada a Universidade.

    O sculo XV marca o incio dos Descobrimentos, durante os

    quais Portugal vive um perodo de grande expanso atravs

    dos oceanos. descoberto ofcialmente o arquiplago da

    Madeira (1419), o dos Aores (1425) e so conquistadasalgumas cidades no actual Reino de Marrocos. Das

    numerosas personagens relacionadas com esta poca,

    destacam-se: Diogo Co, pela descoberta do litoral

    aricano, Bartolomeu Dias, que em 1488 dobrou o Cabo da

    Boa Esperana e abriu o caminho descoberta da ndia por

    Vasco da Gama (1498) e, por ltimo, Pedro lvares Cabral

    que descobriu o Brasil em 1500.

    O sonho de um novo Brasil (desta vez em rica, ligando

    Angola e Moambique atravs de territrios regularmente

    atravessados, mas nunca ocupados) impedido pelas

    ambies imperiais inglesas, criando o ermento para uma

    nova mudana de regime poltico. Assim, no incio do

    sculo XX, instaurada a I Repblica em Portugal (1910).

    Como resultado da crise fnanceira que varreu a Europa

    aps a I Guerra Mundial e da instabilidade poltica interna,

    em 1926, um golpe militar ps fm ao regime parlamentar

    (I Repblica). Em 1933, o regime ento em vigor deu

    origem ao Estado Novo, que governou o Pas at 1974.

    Em 25 de Abril de 1974 o Movimento das Foras Armadas

    derrubou o regime poltico que vigorava em Portugal,

    tendo sido instaurado o regime democrtico. Com a

    democracia veio o desenvolvimento econmico e social,

    o orescimento cultural e cientfco e, cada vez mais, a

    afrmao do Pas em matria de inovao.

    Fechado o ciclo do imprio (com a descolonizao em

    meados da dcada de 70 de Angola, Cabo Verde, Guin

    Bissau, Moambique e S. Tom e Prncipe), Portugal aderiu

    Comunidade Econmica Europeia em 1986 e posteriormente

    Zona Euro, mas sem deixar de procurar manter uma ligao

    estreita quer com os outros sete pases que alam portugus

    Padro dos Descobrimentos

    RuiMoraisdeSousa

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    (o que levou criao da CPLP - Comunidade dos Pases de

    Lngua Portuguesa), quer com as comunidades portuguesas

    espalhadas por todo o mundo.

    Presentemente, Portugal um pas com estabilidade

    social e politica e que se afrma cada vez mais pela sua

    capacidade de dilogo e de entendimento da dierena e

    pela sua cultura e modo de vida, resultado de sculos de

    estreita convivncia com outros povos.

    2. Cultura

    A cultura portuguesa baseada num passado e em marcas

    deixadas pelos povos que ocuparam este territrio de que

    so exemplos emblemticos: do perodo romano o Templo

    de Diana em vora, e da arquitectura mourisca as tpicas

    cidades do Sul de Portugal, como Olho e Tavira.

    Tambm a arte portuguesa oi enriquecida pelas

    vrias inuncias externas ao longo dos sculos. Os

    descobrimentos portugueses contriburam para que o pasfcasse mais receptivo s inuncias orientais, assim como o

    perodo quinhentista com a descoberta do Brasil e das suas

    riquezas inuenciou a utilizao do estilo barroco.

    Na arquitectura, as inuncias romanas e gticas deram

    ao pas algumas das suas mais imponentes catedrais.

    No sculo XV nasceu mesmo um estilo nacional estilo

    Manuelino que veio juntar vrias ormas num conjunto

    luxuoso e ornamentado.

    Vrios exemplos de grandes obras arquitectnicas podem

    ser citados: o Mosteiro dos Jernimos em Lisboa; a S

    (catedral) de Lisboa, onde na achada podem ainda ser

    vistas runas da construo romana; o Palcio da Justia

    em Lisboa, um exemplo da austera arquitectura moderna;

    o castelo e a igreja do Convento de Cristo em Tomar; a

    abadia portuguesa de Santa Maria da Vitria na Batalha

    (estilo gtico); a Torre dos Clrigos, em granito, no Porto e

    a catedral romanesca de Braga.

    Em muitos se v na pedra a nossa relao com o mar, que

    se mantm em alguma da contempornea arquitectura

    portuguesa onde sobressaem nomes como lvaro Siza

    Vieira ou Eduardo Souto de Moura, nomeadamente noParque das Naes, palco da ltima exposio mundial do

    Sculo XX, subordinada ao tema dos Oceanos.

    A escultura encontrou grande expresso nos magnfcos

    tmulos dos sculos XII e XIII e nas esculturas barrocas do

    sculo XVIII, sendo de assinalar os inantrios de Joaquim

    Machado de Castro. As tradies clssicas e romnticas de

    Itlia e de Frana, para alm da inuncia que exerceram

    na obra deixada por Machado de Castro, tambm oram

    determinantes na expresso plstica de Antnio Soares dos

    Reis, no sculo XIX.

    A escola de pintores do sculo XV oi precursora de um estilo

    ptrio por parte de artistas amengos, que deixaram uma

    valiosa herana na arte religiosa decorando vrios palcios

    e conventos em Portugal. O perodo romntico do sculo

    XIX, embora tardio, ez renascer a arte nacional. Seguiu-se

    o perodo do realismo naturalista que veio abrir portas para

    novas experincias realizadas j no sculo XX, sendo de

    destacar a obra de Maria Helena Vieira da Silva na pintura

    abstracta e de Carlos Botelho nas cenas de ruas de Lisboa.

    Pavilho de Portugal - Parque das Naes

    RuiMoraisdeSousa

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    A azulejaria igualmente bastante rica. Muitos dos edicios

    dos sculos XVI e XVII tm aplicao de azulejos. So

    escolhidos igualmente para decorar paredes de quarto

    e hall de entrada de diversos palcios e manses

    senhoriais, que exibem painis de azulejos, onde as cores

    predominantes so o azul e o branco.

    Exemplos excepcionalmente bons podem ser vistos no Ptio

    da Carranca, do Pao de Sintra, na igreja So Roque em

    Lisboa e na Quinta da Bacalhoa, na Vila Fresca de Azeito,

    perto de Setbal. Tambm o Metropolitano de Lisboa

    decorou algumas das suas estaes com azulejos assinados

    por artistas portugueses contemporneos.

    A literatura distingue-se pela riqueza e variedade da sua

    poesia lrica, pela escrita que enaltece a sua histria e

    por uma subtileza nos dramas, biografas e ensaios. Os

    primeiros cancioneiros testemunham uma escola de poesia

    sobre o amor, estilo que ultrapassou ronteiras e inuenciou

    os cancioneiros espanhis. J o estilo romanceiro bebeu

    inuncias dos nossos vizinhos, apesar de no ter

    partilhado a predileco pelo herico.

    Os Lusadas de Lus de Cames so a grande obra pica do

    sculo XVI, o poema clssico de exaltao dos eitos dos

    portugueses alm-mar.

    Existem ainda outros nomes de grande relevo na poesia

    com o caso de Fernando Pessoa, Eugnio de Andrade,

    Florbela Espanca, Cesrio Verde, Antnio Ramos Rosa,Mrio Cesariny e Antero do Quental, entre outros.

    Na prosa, Damio de Gis, o Padre Antnio Vieira, Almeida

    Garrett, Ea de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Miguel

    Torga, Fernando Namora, Jos Cardoso Pires, Antnio Lobo

    Antunes e Jos Saramago (vencedor do prmio Nobel da

    Literatura em 1998).

    No teatro, destaca-se a fgura maior de Gil Vicente, Antnio

    Jos da Silva o Judeu e Bernardo Santareno.

    A msica e a dana populares e o tradicional ado

    continuam a ser as ormas undamentais de expresso

    musical do pas. A mais amosa e internacional adista

    portuguesa oi Amlia Rodrigues, mas hoje nomes como

    Carlos do Carmo ou Marisa mantm viva esta cano to

    associada a Portugal.

    Finalmente, alar de cultura portuguesa alar do poder de

    disseminao da lngua. O portugus, a quinta lngua mais

    alada no mundo e a terceira mais alada no Ocidente,

    alado por mais de 210 milhes de pessoas.

    o idioma ofcial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-

    Bissau, Moambique, So Tom e Prncipe. tambm uma

    das lnguas ofciais da Guin Equatorial (com o castelhano

    e o rancs), Timor-Leste (com o ttum) e Macau (com o

    cantons). ainda alada na antiga ndia portuguesa (Goa,

    Damo e Diu), Andorra, Luxemburgo e Nambia, alm

    de ter igualmente estatuto ofcial na Unio Europeia, no

    Mercosul e na Unio Aricana.

    Centro Cultural de Belm (Lisboa)

    AntnioSacchetti

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    3. Geografa e Caractersticas

    Socio-Econmicas

    3.1 Geografa, clima

    Portugal est geografcamente situado na costa Oeste

    da Europa, na Pennsula Ibrica. Faz ronteira a Norte e a

    Leste com a Espanha, a Ocidente e a Sul com o Oceano

    Atlntico. As suas ronteiras esto defnidas desde o

    sculo XIII, incluindo para alm do territrio continental, as

    Regies Autnomas dos Aores e Madeira, arquiplagos

    situados no Oceano Atlntico.

    Com uma rea total de 92.207 km2, Portugal benefcia de

    uma excelente localizao geogrfca, situando-se numa

    posio geo-estratgica entre a Europa, a Amrica e a rica.

    se distingue das terras altas do interior. As maiores

    altitudes encontram-se num cordo de montanhas

    situado no centro do pas: a Serra da Estrela, com 1.991

    metros de altitude, constitui o elemento culminante. Nos

    arquiplagos, a montanha do Pico (2.351 metros) o

    ponto mais alto dos Aores e o Pico Ruivo (1.862 metros)

    a maior elevao da Madeira.

    No litoral do continente, geralmente pouco recortado,

    os principais acidentes correspondem a esturios (Tejo e

    Sado). Seguem-se pequenas baas (Peniche, Sines, Lagos)

    e estruturas de tipo lagunar (Vouga-Aveiro, bidos,

    Faro). As salincias costeiras so em pequeno nmeroe de baixas amplitudes, mas de grande beleza: cabos

    Mondego, Carvoeiro, Roca, Espichel, Sines, S. Vicente e

    Santa Maria.

    O clima caracterizado por Invernos suaves e Veres

    amenos. Os meses mais chuvosos so os de Novembro e

    Dezembro enquanto o perodo de precipitao mais escassa

    decorre de Abril a Setembro.

    3.2 Indicadores socio-econmicos

    Na ltima dcada oram desencadeadas extensas reormas

    com resultados notveis ao nvel do desenvolvimento

    econmico e de coeso social (proteco e incluso social)

    de Portugal.

    O combate pobreza extrema, as Penses Mnimas, o

    Rendimento Social de Insero e o Complemento Solidrio

    para Idosos, so medidas paradigmticas de proteco

    social. Quanto interveno a nvel da incluso social,

    destaca-se a cooperao no apoio s amlias no acesso

    a respostas sociais, o investimento em equipamentos,

    a rede de cuidados continuados para pessoas idosas e

    dependentes e a interveno territorial de combate

    pobreza e excluso, tendo em conta a especifcidade

    local e os pblico-alvo mais necessitados de interveno.

    No territrio continental, o Tejo (o maior rio) divide

    o norte, mais montanhoso, do sul, mais plano e com

    menor relevo. Tambm o litoral, geralmente mais plano,

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    Demografa 2005 2006 2007 2008 2009

    Populao total (residente) Milhares 10.570 10.599 10.618 10.627 10.638

    Taxa de natalidade Permilagem 10,4 10,0 9,7 9,8 9,4

    2003/2005 2004/2006 2005/2007 2006/2008 2007/2009

    Esperana de vida nascena Anos 77,7 78,2 78,5 78,7 78,9

    Educao 2004/2005 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009

    Educao pr-escolar Milhares 260 262 264 266 275

    Ensino bsico e secundrio Milhares 1.530 1.493 1.512 1.537 1.782

    Ensino superior Milhares 381 367 377 373 384

    Despesas pblicas em educao a % do PIB 4,8 4,7 4,4 4,4 5,1

    Cultura 2005 2006 2007 2008 2009

    Visitantes de museus, jardins zoolgicos,jardins botnicos e aqurios

    Milhes 9,7 10,3 10,0 11,6 12,9

    Exposies em galerias de arte N 6.449 6.463 6.609 6.859 7.235

    Publicaes b N 2.052 2.054 1.994 1.896 1.910

    Despesas municipais em actividades culturais 106 EUR 913,8 802,9 802,8 863,8 997,7

    Sade 2005 2006 2007 2008 2009

    Mdicos N 36.138 36.924 37.904 38.932 40.095

    Hospitais N 204 200 198 189 186

    Camas de hospital N 37.330 36.563 36.178 35.762 35.593

    Centros de sade N 379 378 377 377 375

    Farmcias e postos armacuticos mveis N 3.034 3.037 3.038 3.037 3.046

    Despesa pblica corrente em sade a % do PIB 7,3 7,1 6,8 5,6 6,0

    Sociedade da Inormao 2005 2006 2007 2008 2009

    Clientes do servio de acesso Internet Milhares 1.436 1.580 1.612 1.676 1.898

    Servio de acesso Internet Tx. Penetrao 13,6 14,9 15,2 15,8 17,9

    Linhas telenicas principaisTx. Penetrao

    /100 Hab.40,1 40,0 39,6 38,7 40,0

    Assinantes do servio telenico mvelN Assinantes

    (milhares)11.368 12.236 13.477 14.953 15.929

    Taxa de penetrao servio mvel terrestreAssinantes/100 Hab.

    108 115 127 140 150

    Assinantes de televiso por cabo Milhares 1.400 1.421 1.489 1.475 1.452

    Taxa de penetrao da rede por caboAssinantes/

    % Populao13,2 13,4 14,0 13,9 13,7

    Peso do sector das comunicaesReceitas/

    % PIB5,6 5,4 5,2 5,1 5,1

    Fontes: INE - Instituto Nacional de Estatstica; Autoridade Nacional de ComunicaesNotas: (a) Conta Geral do Estado Direco Geral do Oramento

    (b) De periodicidade diria, semanal, mensal e anual;

    Indicadores socio-econmicos

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    4. Organizao Poltica

    e Administrativa

    4.1 Estrutura poltica

    No que se reere estrutura poltica, a Repblica

    Portuguesa um Estado de direito democrtico, baseado

    na soberania popular, no pluralismo de expresso e

    organizao poltica democrtica, no respeito e na garantia

    dos direitos e liberdades undamentais e na separao e

    interdependncia de poderes.

    Os rgos de soberania so o Presidente da Repblica, a

    Assembleia da Repblica, o Governo e os Tribunais.

    No sistema constitucional portugus, o Presidente da

    Repblica eleito por surgio directo e universal para um

    mandato de cinco anos, no podendo ser reeleito para um

    terceiro mandato consecutivo. O Presidente da Repblica

    o supremo representante da Repblica Portuguesa, garante

    a independncia nacional, a unidade do Estado e o regular

    uncionamento das instituies democrticas e , por

    inerncia, o Comandante Supremo das Foras Armadas.

    Das competncias deste rgo de soberania destacam-se,

    entre outras, a dissoluo da Assembleia da Repblica, a

    nomeao do Primeiro-Ministro e restantes membros do

    Governo, a promulgao ou veto de leis e decretos-leis, a

    nomeao dos embaixadores sob proposta do Governo e a

    ratifcao de tratados internacionais. O actual Presidente

    da Repblica Anbal Cavaco Silva, reeleito em 23 deJaneiro de 2011.

    O poder legislativo da competncia da Assembleia da

    Repblica que composta por 230 deputados, eleitos por

    surgio universal directo, por um perodo de quatro anos.

    As ltimas eleies realizaram-se a 5 de Junho de 2011.

    A Assembleia da Repblica tem competncias ao nvel

    poltico, legislativo e de fscalizao. So da competncia

    deste rgo, entre outras, a aprovao de alteraes

    Constituio, a aprovao dos estatutos poltico-

    administrativos das Regies Autnomas, a aprovao do

    Oramento de Estado, a apresentao de propostas ao

    Presidente da Repblica sobre a realizao de reerendos,

    a apreciao do programa do Governo, a fscalizao e

    apreciao da actividade do Governo e da Administrao.

    A Assembleia da Repblica pode ser dissolvida pelo Presidente

    da Repblica, uma vez ouvidos os partidos nela representados

    e o Conselho de Estado.

    A actual Presidente da Assembleia da Repblica Assuno

    Esteves e a distribuio de mandatos a seguinte: Partido

    Social-Democrata (PPD/PSD) 108 deputados; Partido

    Socialista (PS) 74 deputados; ; Partido Popular (CDS/PP) 24

    deputados; Partido Comunista Portugus e Partido Ecologista

    os Verdes (PCP/PEV) 16 deputados e Bloco de Esquerda (BE)

    8 deputados.

    O Governo o rgo superior da Administrao Pblica,

    responsvel pela conduo da poltica geral do pas.

    constitudo pelo Primeiro-Ministro, pelos Ministros e pelos

    Secretrios de Estado. O Primeiro-Ministro, que preside

    ao Conselho de Ministros, nomeado pelo Presidente da

    Repblica. Os outros membros do Governo so nomeados

    pelo Presidente da Repblica sob proposta do Primeiro-

    Ministro. O actual Primeiro-Ministro o Dr. Pedro Passos

    Coelho.

    Ao Governo cabe, essencialmente, garantir o

    uncionamento da administrao pblica, promover

    a satisao das necessidades colectivas e garantir a

    adequada execuo das leis. Tem ainda competncias

    legislativas que, em alguns casos uma competncia

    prpria, e noutros compartilhada com a Assembleia da

    Repblica (competncia relativa).

    Os Tribunais so os rgos de soberania com competncia

    para administrar a justia, so independentes e apenas esto

    sujeitos lei.

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    O novo regime jurdico do associativismo municipal1

    determinou a constituio de associaes de municpios que

    podem ser de dois tipos: de fns mltiplos e de fns especfcos.

    As associaes de municpios de fns mltiplos,

    denominadas comunidades intermunicipais (CIM), so

    constitudas por municpios que correspondam a uma ou

    mais NUTS III e adoptam o nome destas.

    As associaes de municpios de fns especfcos oram

    criadas para a realizao em comum de fns especfcos dos

    municpios que as integram, na deesa de direitos colectivos

    de natureza sectorial, regional ou local.

    Foram ainda criadas duas reas metropolitanas (AM): Lisboa

    - que integra os municpios da Grande Lisboa e Pennsula de

    Setbal, e Porto - que integra os municpios do Grande Porto

    e de Entre-Douro e Vouga, regulados por diploma prprio.

    Principais cidades

    De sublinhar a importncia das cidades no contextoterritorial e mesmo poltico. Existem actualmente (2010)

    156 cidades em Portugal (144 no Continente e 12 nas

    Regies Autnomas), das quais 19 so Capitais de

    Distrito. Entre as mais antigas cidades portuguesas

    contam-se Lisboa, Porto, Viseu, Braga, Coimbra, vora,

    Guarda, Lamego, Silves, Faro, Lagos e Tavira com origens

    pr-portucalenses e detentoras de uma histria urbana

    romana ou rabe, ou ambas, como no caso das cidades do

    Sul e mesmo de Lisboa.

    A cidade de Lisboa (cerca de 480 mil habitantes 2 milhes

    na Grande Lisboa) a capital de Portugal desde o sculo

    XII, a maior cidade do pas, principal plo econmico,

    detendo um dos maiores portos martimos e o maior

    aeroporto. A cidade do Porto (cerca de 211 mil habitantes

    1,3 milhes no Grande Porto) a segunda maior cidade.

    1 Lei n 45/2008 de 27 de Agosto

    A par das NUTS para fns estatsticos, Portugal encontra-

    se dividido em 18 Distritos no Continente que so os

    seguintes: Aveiro, Beja, Braga, Bragana, Castelo Branco,

    Coimbra, vora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Portalegre,

    Porto, Santarm, Setbal, Viana do Castelo, Vila Real e

    Viseu. Os Distritos e as Regies Autnomas subdividem-se

    em 308 Concelhos/Municpios e 4.260 Freguesias.

    Sub-Regies NUT III

    Fonte: INE Instituto Nacional de Estatstica

    Nota: Esta diviso de regies e respectivas subdivises corresponde s NUTS

    (Nomenclatura das Unidades Territoriais)

    Norte Minho-Lima

    CavadoAve

    Grande Porto

    Tmega

    Entre Douro e Vouga

    Douro

    Alto Trs-os-Montes

    Centro Baixo Vouga

    Baixo Mondego

    Pinhal Litoral

    Pinhal Interior Norte

    Do-Laes

    Pinhal Interior Sul

    Serra da Estrela

    Beira Interior Norte

    Beira Interior Sul

    Cova da Beira

    Oeste

    Mdio Tejo

    Lisboa Grande Lisboa

    Pennsula de Setbal

    Alentejo Alentejo Litoral

    Alto Alentejo

    Alentejo Central

    Baixo Alentejo

    Lezria do Tejo

    Algarve Algarve

    R. A. Aores R. A. Aores

    R. A. Madeira R. A. Madeira

    Regies do Continente

    Regies Autnomas

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    aicepPortugal Global

    Portugal - Perfl (Junho 2011)

    12

    5. Populao

    Portugal mantm a tendncia de envelhecimento

    demogrfco devido ao declnio da ecundidade e ao

    aumento da longevidade da sua populao. O rcio entre

    a populao com mais de 65 anos e a populao at 14

    anos (ndice de envelhecimento) atingiu um ponto elevado

    em 2010: 118,2, quando em 2000 era de 102,2 e em

    1990 se situara em 68,1. Por outro lado, a componente da

    populao com idade inerior a 24 anos perdeu peso em

    termos relativos, situando-se nos 26,1%, no mesmo ano.

    Para estas tendncias tm contribudo as mudanas decomportamentos sociais no pas, tais como, a reduo do

    nmero de casamentos, o crescimento dos divrcios e da

    idade mdia do casamento.

    O ano de 2010 registou um decrscimo marginal da

    populao mdia residente em Portugal nesse ano (-0,02%),

    o que veio contrariar a tendncia de crescimento verifcada

    no perodo 2005-2009.

    As Projeces de populao residente em Portugal, 2008-

    2060 (a 31 de Dezembro), publicadas pelo INE, no seu

    cenrio central2 apontam para um crescimento continuado

    da populao residente em Portugal at 2035, ano em que

    atinge 10.897,6 milhares de indivduos.

    A partir desse ano, inverte-se a tendncia, chegando-se a

    2060 com valores abaixo do ano de partida. Em 2060, a

    populao total chegar, apenas, aos 10.364,2 milhares de

    indivduos.

    5.1 Repartio regional

    A Regio Norte (que inclui a cidade do Porto) e a Regiode Lisboa concentram mais de trs quintos da populao

    portuguesa. O despovoamento das reas rurais do interior

    tem continuado a aectar parte da Regio Norte (excluindo

    o Porto), o Centro e sobretudo o Alentejo.

    2 As projeces do INE oram determinadas tendo por base 4 cenrios: o Cenrio

    Central, que tem como base a populao residente em Portugal em 01 de Janeiro de

    2008 e conjuga um conjunto de hipteses consideradas como mais provveis ace aos

    recentes desenvolvimentos demogrfcos, o Cenrio Baixo, o Cenrio Elevado e o Cenrio

    sem Migraes, este ltimo com o objectivo de comparao com os restantes cenrios.

    Populao Residente em Portugal - Evoluo 2005-2010

    Unidade 2005 2006 2007 2008 2009 2010

    Populao media residente Milhares 10.563,1 10.585,9 10.604,4 10.622,7 10.638,4 10.635,8

    0-14 anos Milhares 1.650,8 1.640,4 1.634,9 1.624,6 1.615,0 1.614,4

    15-64 anos Milhares 7.114,5 7.115,8 7.135,0 7.145,1 7.142,6 7.113,7

    + 65 anos Milhares 1.797,8 1.829,7 1.834,6 1.853,0 1.880,7 1.907,7

    Relao de masculinidade (%) 93,9 93,8 93,8 93,8 93,8 93,8

    Total de nados vivos em 31.12 N 109.399 105.351 102.492 104.594 99.491 n.d.

    Total de bitos em 31.12 N 107.462 101.948 103.512 104.280 104.434 n.d.

    Saldo natural em 31.12 N 1.937 3.403 1.020 314 -4.943 n.d.

    Saldo migratrio em 31.12 N 38.400 26.100 19.500 9.361 15.408 n.d.

    Variao populacional media Milhares 54,6 22,8 18,5 18,3 15,7 -2,6

    Crescimento natural em 31.12 (%) 0,02 0,03 0,01 0,00 -0,10 n.d.

    Crescimento migratrio em 31.12 (%) 0,36 0,25 0,18 0,09 0,10 n.d.

    Crescimento mdio eectivo (%) 0,52 0,22 0,17 0,17 0,15 -0,02

    Fonte: Instituto Nacional de Estatstica Indicadores Sociais, 2009 e Inqurito ao Emprego 2010

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    aicepPortugal Global

    Portugal - Perfl (Junho 2011)

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    5.2 Migraes

    O contributo das migraes na dinmica do crescimento

    da populao depende do sentido, das caractersticas

    que revelam e da sua durao. Desde 1993 que o saldo

    migratrio a principal componente do acrscimo

    populacional em Portugal.

    O nosso pas registou inuxos de imigrao das antigas

    colnias portuguesas em rica, da Europa Central

    e Oriental, e mais recentemente do Brasil, existindo

    igualmente pequenos ncleos de imigrantes provenientes

    da ndia, China e Paquisto, assim como de outros pasesda Amrica Latina e do Norte de rica.

    A imigrao econmica um enmeno recente em Portugal

    e representa uma alterao radical ace ao registado nos anos

    60 e 70, quando muitos portugueses emigravam na procura

    de nveis de vida mais elevados.

    At aos anos 90, a maioria dos imigrantes em Portugal

    era proveniente dos pases lusonos, principalmenteCabo Verde e Angola. A partir de 1999 Portugal passou a

    acolher uma imigrao dierente e em massa proveniente

    dos pases do Leste Europeu, dividida em dois grupos: os

    eslavos ucranianos, russos e blgaros; e os latinos de leste

    - romenos e moldavos.

    Em 2003 este tipo de imigrao abrandou, tendo sido

    substituda por brasileiros e, em menor escala, por

    asiticos de vrias origens (nomeadamente indianos,

    paquistaneses e chineses).

    Em 2009 residiam em Portugal, com estatuto legal de

    residente, 457.3063 cidados de nacionalidade estrangeira,

    o que traduz um acrscimo de 3,2%, ace ao ano anterior.

    Destes, 39% eram provenientes da Europa, 25% da rica

    Lusona, 25,6% de origem brasileira e fnalmente, 3,3%

    da China.

    3 Valores disponveis em Julho 2010

    A distribuio da populao pelo territrio do continente

    evidencia uma oposio entre o Litoral e o Interior. A sua

    evoluo nos ltimos anos tem vindo a originar uma maior

    concentrao da populao no Litoral e reduo do nmero

    de residentes nas regies do interior do pas.

    semelhana do que se verifcou para o conjunto do pas,

    em 2010 registou-se um decrscimo populacional mdio

    da populao residente na maioria das regies, excepto no

    Algarve (1,39%), Aores (0,29%) e Lisboa (0,25%).

    O Alentejo (-0,57%), o Norte (-0,23%) e o Centro (-0,15%)

    mantiveram uma trajectria descendente, enquanto a Madeira

    soreu apenas um ligeiro decrscimo (-0,04%).

    Repartio regional Mdia Anual 2010

    Regies (a)PopulaoMilhares

    % dototal

    Densidade(hab./km2)

    Regio Norte 3.738,8 35,2 176,0

    Regio de Lisboa 2.835,0 26,7 943,3

    Regio Centro 2.379,5 22,4 84,4

    Regio do Alentejo 751,0 7,0 23,8

    Regio do Algarve 437,9 4,1 86,9

    R. A. da Madeira 247,6 2,3 308,8

    R. A.dos Aores 245,9 2,3 105,7

    Total 10.635,8 100,0 115,4

    Fonte: INE Instituto Nacional de Estatstica Inqurito ao Emprego 2010

    Notas: (a) Regies NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais para fns estatsticos)

    Analisando agora a densidade demogrfca da populao

    portuguesa pelas vrias regies do pas, notria a liderana

    de Lisboa. Na segunda posio surge a Madeira com cerca de1/3 da densidade populacional da primeira.

    A maior distncia aparece a Regio Norte que, apesar de

    ter, em termos relativos, a maior proporo de populao

    residente, apresenta uma densidade populacional cerca de

    cinco vezes e meia inerior de Lisboa.

    Seguem-se os Aores, Centro, Algarve (estas duas ltimas

    com valores quase idnticos) e, fnalmente, o Alentejo, com o

    menor rcio habitantes/km2.

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    Portugal - Perfl (Junho 2011)

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    A populao estrangeira mais jovem do que a populao

    nacional e concentra-se na aixa da populao em idade

    activa. Predominam os homens na repartio por sexos,

    ruto provvel da sua maior representatividade no processo

    migratrio embora o reagrupamento amiliar posterior

    tenda a um maior equilbrio.

    Na emigrao portuguesa destaca-se o primeiro grande

    surto para o Brasil que se localiza no incio do sculo passado

    at fnais dos anos 20, segue-se a que ocorre durante a

    guerra colonial com destino Europa nos anos 60, ambas

    com perodos longos de permanncia. A partir dos fnais

    dos anos 80 prevalecem os uxos de emigrao de carcter

    temporrio que se mantm at hoje. Cerca de 4,5 milhes

    de portugueses vivem ora do pas, o que equivalente a

    quase metade da populao domstica residente, existindo

    enormes comunidades de expatriados no Brasil, em Frana,

    na Alemanha, na Sua, no Luxemburgo, no Canad e na

    rica do Sul, entre outros pases.

    5.3 Populao activa

    Embora a imigrao esteja a ajudar a impulsionar a

    populao em idade activa, o seu ritmo de crescimento

    no tem conseguido compensar o gradual envelhecimento

    da populao e o aumento da esperana de vida (74 anos

    para o homem e 80,6 anos para as mulheres segundo a

    OCDE), actor que tem vindo a aectar, no s Portugal, mas

    igualmente a grande maioria dos pases da Europa Ocidental.

    De acordo com o INE4

    , a populao activa e a taxa deactividade (populao com 15 e mais anos) reerentes a 2010

    no soreram grandes alteraes ace a 2009. A populao

    activa totalizou 5.580,7 mil indivduos, o que signifcou um

    decrscimo de 0,04% em relao ao ano anterior e a taxa de

    actividade manteve-se nos 61,9%.

    Esta estabilidade relativa na oerta de mo-de-obra resultou

    do acto de a diminuio da populao empregada (75,9

    mil indivduos) ter sido compensada por um crescimento

    semelhante dos desempregados (74,0 mil indivduos).

    4 INE Estatsticas do Emprego-2010

    Por aixa etria, observou-se uma reduo da populao

    activa entre os 15-34 anos (-3,2%) e de mais de 65 anos

    (-1%), enquanto a aixa situada entre os 35 e os 64 anos

    aumentou quase 2%.

    Por NUTS II registou-se um aumento da populao

    activa no Norte e no Alentejo. No Algarve e na Madeira

    permaneceu praticamente inalterada e diminuiu no Centro,

    Lisboa e Aores, ace ao ano anterior.

    O n de activos com nvel de escolaridade correspondente

    ao ensino secundrio e ps-secundrio e ao ensino superior

    aumentou, sendo que, em 2010, 16% da populao activatinha ormao superior.

    A populao empregada totalizou 4.978,2 mil indivduos

    em 2010, ou seja, menos 1,5% do que no ano anterior. A

    taxa de emprego (15 e mais anos) situou-se nos 55,2%,

    tendo sido inerior registada em 2009, devido ao acto

    de a populao empregada ter diminudo e da populao

    em idade activa se ter mantido praticamente inalterada. Por

    NUT II, apenas a regio da Madeira registou um aumento

    da populao empregada (0,9%).

    Em termos de curto/mdio prazo a distribuio da

    populao empregada por sectores de actividade est

    relativamente estabilizada. Tem havido um movimento,

    desde h cerca de 25 a 30 anos, no sentido de uma maior

    contribuio da populao empregada nos servios (61,4%

    do total em 2010), movimento que acompanha a evoluo

    registada nos outros parceiros europeus.

    Evoluo da populao empregadapor sector de actividade

    1986 2008 2009 2010

    (%)

    Agricultura,silvicultura e pescas

    21.9 11,2 11,2 10,9

    Indstria, construo,energia e gua

    33.7 29,3 28,2 27,7

    Servios 44.3 59,5 60,6 61,4

    Fonte: INE Estatsticas do Emprego, 2010

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    Portugal - Perfl (Junho 2011)

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    de jovens e adultos, incluindo a requalifcao de activos,

    verifca-se que em Janeiro de 2010 estavam registados 376

    cursos, com predominncia para as instituies de Ensino

    Superior Pblico Politcnico (62% do total), sendo que mais

    de 37% se englobam na rea das tecnologias, com um

    total de alunos inscritos que, no ano lectivo 2008/2009,

    ultrapassou os 5.500.

    De 2005 a Maro de 2010, o nmero de CET oerecidos

    em instituies do ensino superior registados em reas de

    TIC quase quadruplicou, o nmero de localidades onde

    so oerecidos quase triplicou, o nmero de instituies

    do ensino superior envolvidas mais do que duplicoue o nmero de temas dos cursos tambm aumentou

    signifcativamente.

    Para o aumento signifcativo da taxa de adeso contribuiu,

    de orma determinante, o alargamento da rede de Centros

    Novas Oportunidades.

    Existem actualmente 448 Centros Novas Oportunidades

    em Portugal continental e 6 na Regio Autnoma da

    Madeira, promovidos por entidades pblicas e privadas,

    nomeadamente escolas da rede pblica do Ministrio da

    Educao.

    6. Inra-Estruturas

    Ao longo dos ltimos anos e com o apoio dos FundosComunitrios, Portugal realizou um notvel esoro

    de investimento nas inra-estruturas de transporte, o

    que deu origem a modernas redes: virias, errovirias,

    aeroporturias e martimas.

    Embora o meio de transporte dominante nas trocas

    comerciais de Portugal com o exterior continue a ser o

    martimo, o transporte rodovirio tem vindo a assumir uma

    relevncia crescente, principalmente nas ligaes com os

    mercados europeus.

    5.4 Nveis de escolaridadeda populao activa

    No quadro das exigncias da nova economia global, a

    qualifcao das pessoas um actor preponderante para

    a competitividade, para o crescimento econmico, para o

    emprego e para a melhoria dos salrios.

    Conorme j reerido, Portugal apresenta ainda alguns

    indicadores menos positivos ao nvel da ormao e

    qualifcao da sua populao activa, que tm sido alvo de

    polticas pblicas de qualifcao de recursos humanos.

    O lanamento do Programa Novas Oportunidades em

    2005, composto por dois eixos undamentais: qualifcar

    um milho de activos (eixo adultos) at 2010 e alargar a

    oerta de cursos profssionalizantes (eixo jovens) de nvel

    secundrio de modo a que representassem, na mesma

    meta temporal, metade do total de vagas ao nvel do

    ensino secundrio, surgiu como resposta necessidade

    de Portugal convergir ao nvel das qualifcaes com a

    Europa e reorar a competitividade no mdio-longo

    prazos, investindo na melhoria contnua das condies de

    escolarizao dos seus jovens e adultos.

    No eixo jovens, entre 2005/2006 e 2009/2010 o n de

    alunos inscritos em cursos de Dupla Certifcao mais do

    que duplicou: de 62.266 para 139.334. Este crescimento

    oi devido, em grande medida, ao aumento na procura

    de Cursos Profssionais pelos jovens. Estima-se que em

    2010/2011 o n de alunos inscritos nestes cursos seja

    superior a 124.000.

    A adeso da populao adulta (populao activa empregada

    e desempregada) a esta iniciativa tem sido igualmente

    muito elevada. Desde 2006 e at 30 de Setembro de 2010

    inscreveram-se mais de um milho de candidatos, dos quais

    328.263 obtiveram uma certifcao escolar.

    No que diz respeito aos Cursos de Especializao

    Tecnolgica (CET) que tm como objectivo a qualifcao

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    aicepPortugal Global

    Portugal - Perfl (Junho 2011)

    16

    6.1 Rede viria

    Portugal detm actualmente uma das redes mais desenvolvidas

    da Europa, composta de Auto-estradas (AE), Itinerrios

    Principais (IP), Itinerrios Complementares (IC), Estradas

    Nacionais (EN) e Estradas Regionais. Em 2009, a rede rodoviria

    nacional atingiu, no Continente, 13.112 km, repartidos pela

    rede undamental (2.199 km de IP), pela rede complementar

    (6.482 km de IC e EN) e pelas estradas regionais (4.431 km).

    Com a tipologia de Auto-Estradas, contabilizaram-se 2.705

    km, ou seja, mais de 1/5 do total da rede viria.

    Em termos regionais, o Centro oi a origem de 33,2%

    do total das mercadorias carregadas. Os dados ainda

    provisrios reerentes ao terceiro trimestre de 2010

    apontam para uma variao homloga positiva de 13,3%,

    invertendo a tendncia negativa apresentada no transporte

    rodovirio de mercadorias, desde o incio do ano de 2008.

    6.2 Rede erroviria

    O grande desafo que actualmente se coloca nesta rea

    o do reoro da integrao da rede erroviria nacional

    no espao ibrico e europeu, com vista a assegurara interoperacionalidade com as redes europeias e

    transeuropeias de transporte.

    A rede erroviria existente conta com cerca de 3.600 km,

    dos quais 2.842 km com trego errovirio (cerca de metade

    electrifcada), serve uma populao da ordem dos 8,5

    milhes de habitantes e assegura a ligao Norte-Sul ao

    longo da aixa litoral do continente portugus e as ligaes

    transversais. A densidade da rede erroviria tende a ser maissignifcativa nas regies de maior concentrao populacional.

    Em 2009 oram transportadas quase 9 milhes de

    toneladas de mercadorias atravs da rede erroviria,

    igualmente com predominncia para o trego nacional

    (91,7%). Em termos regionais, o Alentejo (Porto de Sines)

    representou 41,3% do total de mercadorias transportadas

    por este meio.

    Ponte Vasco da Gama - Rio Tejo

    JosM

    anuel

    Nos anos 90 houve um signifcativo desenvolvimento das

    inra-estruturas rodovirias em Portugal e um dos actores

    que contribuiu para esse desenvolvimento oi a realizao,

    em 1998, da Exposio Mundial em Lisboa. Este importante

    projecto serviu de catalizador da construo de grandes

    obras pblicas, salientando-se a segunda ponte sobre o

    Tejo Ponte Vasco da Gama - e a linha erroviria na Ponte

    25 de Abril, estabelecendo pela primeira vez, uma ligao

    erroviria contnua entre o Norte e o Sul do pas.

    Estas inra-estruturas contriburam de orma signifcativa

    para melhorar a circulao Norte-Sul e criaram novas

    acessibilidades em vrias zonas da capital, principalmente

    na parte oriental da cidade de Lisboa.

    Em 2009 oram transportadas mais de 259 milhes de

    toneladas de mercadorias atravs da rede rodoviria, com

    predominncia para o trego nacional (91,6%).

    JosManuel

    Gare do Oriente - Parque das Naes

  • 8/3/2019 PORTUGAL - PERFIL PAS [AICEP - 2011]

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    aicepPortugal Global

    Portugal - Perfl (Junho 2011)

    17

    condies naturais mpares na costa portuguesa para

    acolher todos os tipos de navios. Dotado de modernos

    terminais, apresenta caractersticas nicas, sendo, por um

    lado, a principal porta de abastecimento energtico do pas

    (petrleo e derivados, carvo e gs natural) e, por outro,

    um importante porto de carga de contentores com elevado

    potencial de crescimento.

    Este Porto, com uma zona industrial e logstica de retaguarda,

    com mais de 2.000 hectares j uma plataorma logstica

    de mbito internacional multiacetada (sectores martimo-

    porturio, industrial e logstico), que ir contar ainda com a

    plena integrao da plataorma urbana nacional do Poceiro

    e da plataorma transronteiria de Elvas/Caia.

    6.4 Rede aeroporturia

    Portugal conta com uma rede aeroporturia composta

    por 15 aeroportos, 24 aerdromos, perazendo 31 pistas,

    das quais 9 localizadas no Continente, 18 nos Aores e 4

    na Madeira.

    No continente existem trs aeroportos internacionais em

    operao, todos situados na orla litoral e um aeroporto emBeja (interior do Alentejo) cuja operao comercial regular

    ir iniciar-se no 2 semestre de 2011. Est ainda prevista

    a construo de um novo aeroporto internacional para

    Lisboa, na margem sul da cidade, na zona de Alcochete.

    A condio de insularidade das regies autnomas explica

    a presena de um maior nmero de aeroportos, como se

    pode observar no quadro seguinte:

    Os dados ainda provisrios reerentes ao ano de 2010

    apontam para uma variao homloga positiva no

    transporte de mercadorias por errovia, de 12,3%.

    6.3 Rede porturia

    A localizao geogrfca de Portugal, com uma extensa

    costa atlntica, oerece excelentes condies para potenciar

    e desenvolver as ligaes martimas.

    No continente existem nove portos: Viana do Castelo e Leixes,

    na regio Norte; Aveiro e Figueira da Foz, no Centro; Lisboa e

    Setbal, na regio da Grande Lisboa; Sines, no Alentejo; Faro

    e Portimo, no Algarve. A Regio Autnoma dos Aores conta

    com cinco portos e a regio Autnoma da Madeira com trs.

    Os 5 principais portos nacionais situados no Continente

    (Leixes, Aveiro, Lisboa, Setbal e Sines) movimentaram cerca

    de 65 milhes de toneladas de mercadorias em 2010 (96,7%

    do total e um crescimento de 6,4% ace ao ano anterior). A

    melhoria das inraestruturas e os ganhos de efcincia ocorridos

    nos ltimos anos tornaram o sistema porturio nacional mais

    competitivo, situao que permite estimar um aumento na

    movimentao de carga nos anos mais prximos.

    O Porto de Sines, de guas proundas, lder nacional na

    quantidade de mercadorias movimentadas (25,5 milhes

    de toneladas em 2010, ou seja 39% do total) e apresenta

    Porto de Sines - Costa Alentejana

    C

    ma

    raMunicipaldeSines

    Principais aeroportos portugueses

    Aeroportos Nmero Localizaes

    Continente 4 Lisboa, Porto, Faro e Beja

    R. A. Aores 9

    Ponta Delgada, SantaMaria, Horta, Flores,Corvo, Graciosa, Pico, SoJorge, Terceira

    R. A. Madeira 2 Funchal e Porto Santo

    A maioria das companhias areas internacionais serve

    os principais aeroportos do Pas, sendo a TAP Portugal a

    companhia area portuguesa de bandeira.

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    A Portugal Telecom (PT), continua a ser o principal

    ornecedor de servios de telecomunicaes, sobretudo

    nas linhas fxas. O mercado de comunicaes mveis

    servido por trs operadores: TMN - Telecomunicaes

    Mveis Nacionais (Portugal Telecom), Vodaone Portugal

    (Vodaone - Reino Unido) e Optimus (Sonae e France

    Tlcoms Orange 20% do capital), que desde 2004 j

    disponibilizam servios de 3 gerao (3G). Em 2007 surgiu

    um novo servio mvel designado phone-ix lanado pelos

    CTT que usa, por acordo, a rede sica da TMN.

    Com o advento das redes mveis de 3 gerao, o acesso

    Internet em banda larga e a distribuio de TV passaram aser disponibilizados aos clientes das redes mveis. Portugal

    o 4 pas na Europa em termos do acesso em banda larga

    com mais de 10 Mbps e tem 3 maior taxa de penetrao

    de banda larga mvel da Europa.

    Actualmente, em Portugal as redes de satlite so sobretudo

    utilizadas para prestar servios de distribuio de TV.

    De acordo com a ANACOM5 , desde 2000 e at 2009, o n

    de meios sicos utilizados pelos consumidores para aceder

    aos servios de comunicaes electrnicas tem crescido,

    em mdia, cerca de 6,2% ao ano, tendo atingido 21,7

    milhes de acessos em 2009. Esta evoluo oi, sobretudo,

    determinada pelas redes mveis (crescimento de 10,5%/

    ano). Ao contrrio, a rede fxa tradicional tem visto o seu

    peso diminuir entre 2000 e 2009 diminuiu, em mdia,

    cerca de 3,5%/ano e em 2009, a queda oi de 4%.

    Na rede de fbra ptica, no fnal de 2009 existiam em

    Portugal 1,1 milhes de acessos instalados e cerca de 35

    mil clientes e as redes de TV por cabo eram utilizadas, no

    mesmo perodo, por 56 mil clientes.

    A maioria dos utilizadores que adquirem pacotes de servios

    em Portugal cliente de operadores de distribuio de TV

    por cabo. Alis, as modalidades de double e triple-play que

    combinam TV e Internet apresentam uma intensidade de

    utilizao superior mdia europeia.

    5 Autoridade Nacional de Comunicaes

    Em 2010, o nmero de passageiros processados nos

    aeroportos nacionais aumentou 8% ace ao perodo

    homlogo, situando-se nos 26 milhes. No mesmo ano, o

    trego de carga area tambm registou um crescimento

    considervel (+11,3%, +14 mil toneladas) baseado na

    excelente perormance dos Aeroportos de Lisboa e Porto.

    Tambm os Aores contriburam com cerca de mil toneladas

    para esta evoluo positiva. Analisando o trego de carga

    desembarcada (importao) e embarcada (exportao), conclui-

    se que a carga exportada teve uma evoluo bem mais positiva

    e oi a maior responsvel pelo bom desempenho geral do

    transporte de carga area.

    O Aeroporto Francisco S Carneiro, no Porto, oi

    distinguido pelo ACI-Airports Council International como

    o 2 melhor aeroporto europeu em 2010 e o 5 melhor a

    nvel mundial na categoria de aeroportos com trego de 2

    a 5 milhes de passageiros.

    Tambm o Aeroporto Joo Paulo II, em Ponta Delgada (Aores),

    oi distinguido pelo ACI com o prmio de aeroporto europeu

    que registou a maior subida nos indicadores da Qualidade dos

    Servios entre 2008 e 2009.

    6.5 Inra-estruturas tecnolgicas

    As inra-estruturas ligadas ao sector das telecomunicaes

    oram, nos ltimos anos, substancialmente melhoradas

    e modernizadas permitindo a Portugal situar-se numa

    conortvel posio entre os seus parceiros europeus.

    Nesta rea existem trs tipos de servios: servio de voz

    (teleone fxo e mvel); servio de dados (acesso Internet)

    e servio de vdeo (sinal de TV) e trs tipos de redes: rede

    fxa tradicional, rede mvel e redes de distribuio de TV

    por satlite, cabo e outros meios radioelctricos.

    A liberalizao das redes fxa e mvel e a entrada

    no mercado portugus de novos operadores de

    telecomunicaes, aumentou a concorrncia, melhorou a

    qualidade e reduziu as tarias cobradas.

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    Em 2009 o n de adeses s oertas em pacote aumentou

    cerca de 25%, atingindo os 899 mil assinantes. Esta evoluo

    oi, sobretudo, impulsionada pelas oertas triple-play que

    cresceram 41%, representado actualmente 52% do total

    deste tipo de oertas.

    Entre a populao residencial os servios de comunicao mais

    utilizados so a combinao teleone mvel, teleone fxo,

    banda larga fxa e TV por subscrio (M+F+BLF+TV). Entre

    as PME, a conjugao mais usada a (M+F+BLF). medida

    que a empresa vai subindo em dimenso, o n de servios

    disponvel tende a aumentar: ou igual ou superior a 4

    (M+F+BLF+BLM), predominando os servios telenicos e

    Internet pelos acessos fxo e mvel.

    Penetrao dos servios e combinaes deservios (%)

    M+F+BLF+TV 19,8

    M 18,8

    M+F 9,0

    M+F+TV 8,0

    M+TV 7,2

    F 6,5M+BLF+TV 5,8

    M+BLM 3,2

    M+F+BLF 3,0

    M+BLM+TV 2,6

    F+TV 2,3

    Outras 9,8

    Nenhum 4,0Fonte: ICP-ANACOM, Inqurito ao Consumo das Comunicaes Electrnicas, Dezembro 2009

    Base: Indivduos com 15 ou mais anos

    A nvel regional, o consumo de servios de comunicaes

    electrnicas distinto consoante a regio em que o indivduo

    se insere. No Alentejo, destaca-se uma maior utilizao

    exclusiva do servio telenico mvel. No Algarve, so usados

    servios menos padronizados, ou seja, outras conjugaes

    de servios. Em Lisboa sobressai o conjunto integrado dos

    4 servios (M+F+BLF+TV). Nas regies Centro e Norte,

    acentuada a utilizao exclusiva do servio telenico mvel,

    embora no Centro se destaque a conjugao (M+F+BLF+TV).

    Por outro lado, como a maioria da populao reside nas

    regies de Lisboa, Centro e Norte, o tipo de consumo

    registado nestas regies tende a ter um impacto signifcativo

    em termos globais.

    A partir de 2012 e por determinao da Comisso Europeia

    ser introduzida em todos os pases membros da UE uma

    nova tecnologia de telediuso terrestre em sinal digital que ir

    substituir a actual telediuso analgica terrestre. Entre Janeiro

    e Abril de 2012 a mudana obrigatria para todos aqueles

    que no possuam televiso paga.

    Tem vindo a ser desenvolvida uma importante campanha de

    aproximao das populaes s novas tecnologias (incluindo

    Internet) e um esoro na disponibilizao por parte do sector

    pblico dos mais diversos tipos de servios por via electrnica,

    procurando assim contribuir para acilitar a actividade dos

    cidados e das empresas. Portugal ocupa hoje o 1 lugar no

    ranking europeu dos Servios Pblicos Online (segundo o

    Relatrio eGov Benchmark 2010), o que revela o sucesso da

    iniciativa Ligar Portugal6 .

    Por outro lado, o Governo em parceria com vrias entidades

    lanou o programa e-escola dirigida a alunos, proessores e

    adultos em processos de requalifcao, promovendo a diuso

    de Banda Larga mvel em Portugal e complementando a

    6 Ligar Portugal visa a ampla mobilizao das pessoas e das organizaes para o uso

    generalizado das tecnologias de inormao e comunicao e para o desenvolvimento em

    Portugal da sociedade de inormao e da economia baseada no conhecimento.

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    aposta na Banda Larga Fixa e a iniciativa e-escolinha, que

    tem como objectivo omentar a utilizao de computadores

    (Magalhes) e ligaes internet em banda larga aos alunos

    matriculados no 1 ciclo.

    6.6 Polticas para o uturo

    Segundo o Oramento de Estado para 2010, as linhas de

    aco poltica do Ministrio das Obras Pblicas, Transportes

    e Comunicaes procuram assegurar condies de

    mobilidade e comunicao como elementos essenciais

    para a melhoria da qualidade de vida dos cidados, a

    competitividade das regies e a coeso territorial e social.

    A actuao ir desenvolver-se em torno de quatro eixos

    prioritrios: melhoria e reoro de inra-estruturas e

    equipamentos de transporte; promoo da competitividade

    e da concorrncia do sector das comunicaes; promoo

    do sector da construo e imobilirio e desenvolvimento de

    uma poltica de transportes visando a sua integrao nas

    cadeias internacionais de transportes.

    No que se reere ao Sector rodovirio, as grandes

    metas passam pela prossecuo do Plano Rodovirio

    Nacional (PRN) e, no mbito do combate sinistralidade, a

    aprovao do Plano de Segurana Rodoviria 2011. Com a

    concluso de diversas vias na rede nacional, a adjudicao

    de concesses e lanamento de estudos de viabilidade,

    para vrios lanos na rede rodoviria nacional, na sua

    maioria com perfl de auto-estrada, ser atingida uma taxa

    de execuo do PRN de 73%.

    No Sector do transporte areo sero prosseguidas

    polticas de modernizao (melhoria das condies de

    operao e de segurana) para uma maior optimizao das

    inra-estruturas existentes (aumento da capacidade e das

    receitas). Quanto a novas inra-estruturas, ser iniciada aexplorao do aeroporto de Beja, para voos comerciais.

    No mbito da navegao area, prosseguir a preparao

    do sistema de navegao area para azer ace

    implementao do Cu nico Europeu.

    No Sistema Martimo-Porturio, prosseguir a adaptao

    das inra-estruturas ao aumento da procura tirando partido

    do posicionamento geoestratgico de Portugal no espao

    atlntico, a concluso do processo de concesses dosterminais porturios e a promoo da sua articulao com

    as plataormas logsticas e redes rodovirias e errovirias,

    de orma a alargar o hinterlandporturio.

    No mbito da Rede Ferroviria convencional, ser

    continuado o programa de modernizao e melhoramento

    das condies de segurana e operao de toda a rede,

    bem como a ligao a sistemas de transportes urbanos e

    ser prosseguido o programa de reduo da sinistralidade

    em passagens de nvel.

    No sector das Comunicaes ser garantido o

    uncionamento do sector num quadro de competitividade e

    concorrncia, garantindo o acesso da maioria da populao

    sociedade de inormao, com a generalizao a todo o

    territrio da banda larga numa lgica de servio universal,

    impulsionando a construo de redes de nova gerao

    (RNG) e concluindo o processo de operacionalizao da

    televiso digital terrestre (TDT).

    Fibra ptica

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    21

    7. Recursos e Estrutura Produtiva

    Portugal, a exemplo dos seus parceiros europeus,

    desenvolveu nas ltimas dcadas uma economia cadavez mais baseada nos servios. Actualmente, este

    sector representa 61,4% do emprego e 74,1% do valor

    acrescentado bruto (VAB), enquanto o sector agrcola

    absorve 10,9% do emprego e contribui apenas com

    2,3% para o VAB. A indstria, construo, energia e guarepresentam 27,7% do emprego e 23,6% do VAB.

    Sectores de Actividade - Distribuiodo Valor Acrescentado Bruto

    Sectores de Actividade - Distribuiodo Emprego

    Valor Acrescentado Bruto Regional por Sector de Actividade Ano 2009

    Agricultura, silvicultura e pesca

    Indstria, construo, energia

    Servios

    Agricultura, silvicultura e pesca

    Indstria, construo, energia e gua

    Servios

    201020092008

    Fonte: INE Contas Nacionais Trimestrais (preos correntes)

    201020092008

    Fonte: INE Contas Nacionais Trimestrais (preos correntes)

    Fonte: INE Instituto Nacional de Estatstica

    Agricultura, produo animal,caa, oresta e pesca

    Indstria; Energia; gua; Saneamentoe gesto de resduos; Construo

    Servios

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    No que diz respeito distribuio do VAB por regies,

    o ano de 2009 (ltimo disponvel) revela o predomnio

    dos servios na actividade produtiva das sete regies

    portuguesas. O contributo destas actividades oi

    particularmente expressivo na Madeira, em Lisboa e no

    Algarve. O sector primrio continua a perder terreno,

    mantendo apenas algum peso no Alentejo e nos Aores.

    No que se reere ao peso dos sectores de actividade

    econmica no PIB nacional, as estimativas do EIU

    Economist Intelligence Unit para 2010 atribuem aos servios

    um contributo de 74,1%, o que signifca um crescimento

    de 18,8% ace a 2000. A indstria, incluindo o sector

    energtico, tem vindo a diminuir o seu contributo para o PIB

    (mais de nos ltimos 10 anos). A agricultura, no mesmo

    perodo, viu o seu peso diminuir para menos de metade.

    Tem sido objecto de alguns ajustes estruturais,

    nomeadamente o aumento da rea e do n de exploraes

    e o incremento da mecanizao que contriburam para o

    aumento da produtividade, apesar de continuarem a subsistir

    disparidades a nvel sectorial e regional. Por outro lado, os

    servios agrcolas e actividades secundrias aumentaram a sua

    importncia relativa, traduzindo uma maior profssionalizao

    e multiuncionalidade da agricultura nacional.

    A rea agrcola total corresponde a 50% do territrio

    nacional e a pequena dimenso continua a predominar,

    com cerca de das exploraes agrcolas a apresentarem

    reas ineriores a 5 hectares. As culturas agrcolaspermanentes, vinha e olival, esto mais concentradas no

    interior de Norte a Sul do pas, enquanto que as espcies

    orestais se encontram na aixa que vai do Centro para

    o Litoral de Portugal continental. Nos Aores, cerca de

    95% da supercie agrcola utilizada (SAU) ocupada por

    pastagens, prados e orragens e na Madeira, 77% da SAU

    ocupada por culturas permanentes.

    Entre 2000 e 2009 o sector agrcola registou uma taxa

    mdia de crescimento anual, em volume, de 0,7% e de

    0,1% em valor. A produo vegetal a componente mais

    importante (55% contra 41% da produo animal).

    Em 2009, a produo vegetal cresceu 1,3% e a animal

    1,5%, em volume. No conjunto de produtos que

    compem o primeiro grupo, importa destacar pela

    positiva a evoluo da produo de hortcolas rescos,em particular o tomate, o mais competitivo em termos

    agro-industriais; os rutos rescos (em 2009 a produo

    aumentou 15,9% em volume) e, em especial a ma (+

    de 30% da produo) que cresceu 17,3% em volume e

    Pra Rocha que aumentou 27,7% em volume; aazeitona

    com um crescimento excepcional em volume (+32%

    ace a 2008) devido a excelentes condies climatricas

    e entrada em produo de novos olivais. O azeite

    produzido por produtores individuais aumentou tambm

    signifcativamente, em volume (99%). Por fm avinha/

    Estrutura Produtiva - Peso no PIB

    Agricultura,silvicultura e pesca

    2000 2008 2009 2010a

    Indstria (incluiconstruo e

    energia)

    Servios

    Fontes: EIU Economist Intelligence Unit Viewswire

    Notas: Clculo do PIB a custos de actor; a) Estimativas

    7.1 Agricultura, silvicultura e pesca

    Agricultura

    Apesar da reduo da importncia da agricultura na

    economia do pas ao longo das ltimas dcadas (em

    1980 o VAB agrcola representava, em termos nominais,

    11% enquanto que em 2010 representou apenas 2,3%,

    incluindo silvicultura e pescas), este sector ainda um

    importante empregador em Portugal (10,9% do total).

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    23

    de produtos orgnicos concentra-se na Amrica do Norte

    e Europa (97% do total), enquanto que os principais

    produtores e exportadores mundiais se encontram na sia,

    Amrica Latina e Ocenia. Os pases com maior consumo per

    capita so a Dinamarca, Sua e ustria.

    Em Portugal, desde o incio dos anos 90 que se tem assistido

    a um crescimento exponencial da agricultura biolgica,

    tanto em rea de produo como em n de produtores que

    convertem as suas exploraes a este modo de produo.

    Entre 2000 e 2009 a rea de cultivo de produtos biolgicos

    vegetais aumentou de 50.000 ha para 157.179 ha e o n de

    produtores de 763 para 1651.Em 2009 oram recenseadas 1.300 unidades produtivas

    certifcadas em modo de produo biolgica, 37% das quais

    dirigidas pecuria e que representam 3% da SAU nacional.

    Destas, 1% destinam-se produo hortcola e vinha, 2%

    a pomares e 3% a olival, com a Beira Interior a assumir a

    maior expresso em termos de distribuio regional.

    Em 2009 oi aprovado um projecto de agricultura

    biolgica que prev a converso e instalao de 5 mil

    hectares de olival em 24 concelhos da Beira Interior,

    at 2013. Esta regio actualmente a terceira maior

    produtora de azeite, com uma rea de olival de 52,6 mil

    hectares e 27,7 mil exploraes.

    A produo animal tambm tem apresentado um

    crescimento considervel, tanto em rea como em n. de

    produtores. Em termos de espcies, os ovinos, bovinos e avesdominam a produo animal biolgica (superior a 90%).

    Ovinos e bovinos predominam no Alentejo e Beira Interior e

    as aves de capoeira na Beira Litoral, Ribatejo e Oeste.

    Apesar de se tratar de um enmeno relativamente recente,

    so j vrios os produtos biolgicos nacionais premiados

    a nvel nacional e internacional, sendo de destacar o 1

    prmio atribudo ao Azeite Risca Grande da Herdade

    com o mesmo nome em Serpa (Alentejo), no mbito do

    Concurso Mundial de Azeites Biolgicos que se realizou

    vinho, com uma valorizao crescente nas ltimas dcadas,

    em grande parte justifcada pelo aumento da produo de

    vinhos de qualidade em detrimento dos vinhos correntes

    de mesa. Os vinhos licorosos continuam a deter a maior

    atia da produo de vinhos de qualidade (40%) e o

    maior crescimento oi registado nos vinhos do Alentejo

    (representam cerca de 10% do total).

    O pior comportamento coube aos cereais, (quebra em

    valor de 36% em 2009) em especial arroz e trigo, devido

    aos maus resultados da campanha cerealera 2008/2009

    aectada por condies climatricas adversas.

    Conorme j se reeriu, a produo animal (animais e

    produtos animais) cresceu 1,5% em volume em 2009.

    Dentro das espcies animais destacam-se os bovinos

    e sunos pela sua importncia relativa em termos de

    valor, seguindo-se a produo de aves de capoeira. Nos

    produtos animais o leite oi o mais importante e o que mais

    aumentou em termos de produtividade do eectivo leiteiro

    devido ao seu melhoramento gentico.

    Esto em curso uma srie de medidas integradas dentro da

    denominada Poltica Agrcola Nacional, tendentes a dotar o

    pas de um sector agrcola desenvolvido, competitivo e com

    produtos de qualidade, tendo em considerao o peso da

    vertente social deste sector.

    Agricultura biolgica

    No mundo, de acordo com a IFOAM7, 37,2 milhes de

    hectares (ha) so utilizados na produo biolgica por

    pelo menos 1,8 milhes de produtores em 160 pases,

    representando perto de 0,9% do total de terras agrcolas.

    As regies com as maiores reas de produo biolgica

    so a Ocenia (12,2 milhes ha), Europa (9,3 milhes ha)

    e a Amrica Latina (8,6 milhes ha). Apenas 7 pases em

    todo o mundo concentram mais de 10% do total das reas

    de produo biolgica. Em termos mundiais, o consumo

    7 IFOAM International Federation o Organic Agriculture Movements The World

    o Organic Agriculture, Statistics and Emerging Trends 2011 com dados relativos ao ano

    de 2009

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    Portugal - Perfl (Junho 2011)

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    na Feira BIOFACH 2009 na Alemanha; e o Selo de Sabor

    do Ano de 2010 na categoria de carne biolgica, aos

    hambrgueres e almndegas da empresa Pasto Real.

    No espao comunitrio, a partir de 1 de Julho de

    2010 passou a ser obrigatria a colocao do logtipo

    Euroolha, em todos os produtos biolgicos pr-

    embalados produzidos em qualquer dos Estados-Membros,

    que respeitem as normas aplicveis. Nos produtos

    importados, o seu uso acultativo.

    Silvicultura

    A importncia da oresta e do sector orestal em Portugal

    inquestionvel. Pela extenso territorial ocupada; pela

    relevncia das unes econmicas, ambientais, sociais

    e culturais a ela associadas; pela natureza da indstria

    transormadora que, baseada num recurso natural e

    renovvel assegura a existncia de produtos reciclveis

    e reutilizveis gerando emprego e riqueza, e ainda, pelo

    elevado nmero de agentes envolvidos na produo,

    transormao e comercializao de produtos orestais.

    A oresta ocupa cerca de 38,4% do territrio de Portugal

    continental (3,4 milhes de hectares), apresentando

    dierentes taxas de arborizao nas vrias regies do Pas.

    Quanto composio da oresta por espcies, verifca-se

    que o pinheiro bravo (Pinus pinaster), o sobreiro (Quercus

    suber) e o eucalipto (Eucalyptus spp.) so as trs espcies mais

    representativas e, tambm, de maior interesse econmico. No

    seu conjunto, ocupam quase 62% da rea de oresta.

    O pinheiro bravo a espcie orestal que ocupa maior

    rea (sobretudo na regio Centro e Norte Litoral do Pas)

    sendo o principal sustentculo da indstria de serrao e

    aglomerados.

    O sobreiro ocupa uma rea que corresponde a cerca de

    25% da sua distribuio natural pelo mundo. O grande

    peso econmico desta espcie reecte-se no acto de

    Portugal ser o maior transormador mundial de cortia,

    com especial destaque para a rolha.

    O eucalipto , tambm, uma componente importante

    da paisagem portuguesa. Para alm das excepcionais

    caractersticas para a produo de pasta de papel de

    qualidade, o seu ritmo de crescimento torna-o uma espcie

    muito interessante do ponto de vista econmico. Este

    acto, aliado ao desenvolvimento de um sector industrial

    dinmico, determinou um aumento rpido da sua rea nas

    ltimas trs dcadas, responsabilidade das indstrias de

    celulose e de produtores privados.

    Nos Aores, mais de 64% da oresta ocupada por

    incenso e vegetao natural, representando a criptomria

    mais de 60% da oresta de produo.

    Na Madeira, 32% do espao orestal ocupado por

    espcies da laurissilva e a restante rea ocupada por

    espcies exticas (eucalipto, pinheiro e outras).

    Pesca

    A preservao dos recursos existentes e a viabilidadeeconmica da actividade pesqueira so actualmente as

    principais prioridades deste sector.

    Existem em Portugal 45 portos de registo (capitanias e

    delegaes martimas), dos quais 32 esto situados no

    Continente, 11 na Regio Autnoma dos Aores e 2 na

    Regio Autnoma da Madeira.

    Em 2009 encontravam-se inscritos nas capitanias 17.339

    pescadores, o que signifca um aumento de 3%, ace ao

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    ano anterior, com predomnio da Regio Norte (quase 1/3

    do total), seguida do Centro, Algarve e Aores. A rota de

    pesca nacional, tanto em n. de embarcaes (8.562) como

    na sua arqueao bruta e potncia tem-se mantido estvel.

    O nmero de licenas de pesca emitidas oi, em mdia, de

    cerca de 4 licenas por embarcao, num total de 21.386.

    O ano de 2009 oi mau para o sector pesqueiro nacional. O

    rigor do Inverno, a imposio de quotas de pesca pela UE

    e a desacelerao da produtividade das embarcaes, so

    razes que podero justifcar este recuo.

    Foram capturadas 144.792 toneladas de pescado,descarregado como resco ou rerigerado em lota, o que

    representa, ace ao ano anterior, um decrscimo de 15%

    no volume de capturas e de 14% no correspondente valor.

    Por tipo de pescado, os peixes marinhos (sardinha e

    cavala) contriburam de orma decisiva para esta queda

    assim como os Moluscos, sobretudo o polvo.

    O Centro e o Algarve mantiveram-se como as principais

    regies de descarga contribuindo, respectivamente com

    25,6% e 24,1% do valor total descarregado em portos

    nacionais. Seguiram-se as regies de Lisboa, com 16,2%,

    o Norte (12,4%), os Aores (12,1%), a Madeira (5,5%) e o

    Alentejo (4,1%).

    Embora o Pas disponha de condies naturais avorveis ao

    desenvolvimento da aquicultura, a sua produo no tem

    aumentado de acordo com as expectativas, apresentando

    ainda um peso reduzido no total do sector.

    A produo em gua salgada e salobra mantm a

    tendncia de crescimento e as principais espcies so:

    dourada, robalo, e amijoa na aquicultura marinha e truta

    em guas doces.

    A conjuntura econmica desavorvel, a reduzida aposta

    na diversifcao e na certifcao do produto e processo

    produtivo, podero estar na origem do raco progresso que

    este sector ainda regista em Portugal.

    7.2 Indstria

    Indstria Extractiva

    A evoluo da Indstria Extractiva (minas, pedreiras e

    guas) evidencia a alterao provocada no subsector

    de minas, pelo arranque dos projectos de produo de

    concentrados de cobre e de estanho na mina Neves-

    Corvo. Dado ser o projecto mineiro mais importante

    existente actualmente no Pas e de se localizar na Regio

    do Alentejo, az com que esta regio detenha posio

    dominante relativamente s restantes, neste subsector. As

    minas Neves-Corvo representam igualmente o maior actor

    de emprego na regio de Castro-Verde-Almodvar (mais

    de 800 trabalhadores) e contribuem de orma signifcativa

    para o elevado valor do PIB regional. Esto ainda situadas

    nesta regio, as minas de Aljustrel, que oram reactivadas,

    estando prevista a produo anual de 80 mil tons. de zinco,

    17 mil tons. de chumbo e 1,25 milhes de onas de prata.

    Em termos de importncia relativa, segue-se a Regio

    Centro onde se localiza o segundo centro de produo

    mineiro mais importante do pas - a mina da Panasqueira,

    produtora de minrios de volrmio.

    Das minas que se encontram em uncionamento so

    extrados, entre outros, erro-manganesio, estanho,

    titnio, volrmio, cobre, urnio, quartzo, talco e caulino.

    Os pontos ortes deste sector so o potencial geolgico

    do territrio portugus, a qualidade das matrias-primas,

    nomeadamente as destinadas indstria cermica, a

    existncia de empresas dinmicas, as adequadas inra-

    estruturas tecnolgicas e uma boa base industrial para

    desenvolver uma adequada internacionalizao.

    Relativamente ao subsector de pedreiras, onde se incluem

    as rochas ornamentais e as rochas industriais, tem-se

    registado um signifcativo ritmo de crescimento devido,

    no primeiro caso, ao aumento de competitividade das

    empresas, como consequncia da valorizao interna

    dos produtos comercializados, melhoria dos padres de

    qualidade e maior agressividade nos mercados externos.

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    Constata-se que a Regio do Alentejo o maior centro

    produtor de rochas ornamentais, onde se localiza a zona de

    mrmore e granito ornamental mais importante do Pas.

    As rochas industriais tm tido orte incremento nos

    ltimos anos, reectindo os acrscimos de consumo destas

    matrias-primas no sector de construo civil e obras

    pblicas, com as Regies Norte e Lisboa a destacarem-se

    em termos de valor de produo.

    No que respeita ao subsector de guas minerais e de

    nascente, Portugal dispe de um aprecivel potencial

    hidromineral, evidenciado pelo elevado nmero de

    ocorrncias e pela grande diversidade hidroqumica,

    decorrente de uma complexa e diversifcada geologia do Pas.

    Constata-se que as Regies Norte e Centro detm cerca de

    74% dos recursos hidrominerais e guas de nascente em

    consequncia das suas condies geolgico-estruturais.

    Indstria Transormadora

    A indstria transormadora largamente dominante no

    universo das empresas do sector industrial, concentrando97,8% das empresas, 63% do emprego e 78,6% do VAB

    industrial.

    Desde a adeso de Portugal UE, que a indstria

    transormadora nacional experimentou uma expanso

    considervel tanto ao nvel da produo como do valor

    acrescentado, principalmente a partir de 1991. Todavia,

    muito embora seja notrio uma reduo do contributo do

    sector industrial na economia, este no oi incompatvel

    com alteraes, embora lentas, na especializao produtiva,

    com o reoro de determinados segmentos de maior valor

    acrescentado e de maior incorporao tecnolgica.

    Muito embora os sectores tradicionais (txtil, vesturio,

    calado, cermica, rochas ornamentais, alimentao e

    bebidas) continuem a deter um peso signifcativo no conjunto

    das actividades transormadoras em Portugal, nomeadamente

    no que se reere ao emprego e s exportaes, a base

    industrial tem vindo a alargar-se para reas com maior

    incorporao tecnolgica, podendo ser apontados

    como exemplos disso os casos do sector automvel e

    componentes, moldes, maquinaria elctrica e electrnica,

    papel e matrias plsticas. Em contrapartida, perderam peso

    relativo ao nvel da produo e do emprego, os sectores da

    metalomecnica pesada, maquinaria no elctrica, material

    de transporte e produtos qumicos no industriais (sectores

    em que Portugal ortemente importador).

    Do ponto de vista geogrfco, as ortes assimetrias na

    distribuio das actividades industriais azem com que

    se destaquem trs regies, Lisboa, Centro e Norte, que

    representam cerca de 90% do emprego e do VAB daindstria transormadora.

    No Algarve, Centro e Lisboa predominam as indstrias da

    capital intensivo, enquanto no Norte a indstria de mo-de-

    obra intensiva mantm um peso signifcativo na estrutura

    produtiva da regio devido, em grande medida, importncia

    das actividades ligadas ao sector txtil e calado. O Alentejo

    regista um predomnio das indstrias transormadoras

    baseadas na utilizao de recursos naturais (indstrias

    alimentares e bebidas). Da mesma orma, o sector alimentar e

    bebidas marca tambm a dierena na Madeira e Aores.

    Indstria txtil e vesturio

    A indstria txtil e do vesturio (ITV) uma das indstrias

    com maior representatividade na estrutura industrial

    portuguesa e desde sempre assumiu um papel de relevo na

    economia nacional. Apesar da transormao por que tem

    vindo a passar este sector (deslocalizao e encerramento de

    unidades abris) no deixa de ser um dos mais importantes

    do conjunto da indstria transormadora portuguesa, sendo

    responsvel por cerca de 10% das exportaes nacionais (em

    meados dos anos 90 esse valor ascendia aos 30%), 22% do

    emprego, 8% do volume de negcios, e 10,7% do VAB da

    indstria transormadora8.

    Trata-se de um sector maduro, ragmentado e sujeito a

    desajustamentos peridicos entre a oerta e a procura, cujo

    8 Fonte: INE Sistema de Contas Integradas das Empresas Dados relativos ao ano de 2008

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    desempenho se encontra ortemente condicionado pelas

    utuaes da actividade econmica mundial.

    O sector composto por duas indstrias que se organizam

    em fleira: a montante a indstria txtil que engloba a

    produo da fbra, a fao, a tecelagem, as malhas e os

    acabamentos (tinturaria, estamparia e ultimao); a jusante

    - a indstria de vesturio, que compreende a coneco de

    artigos de vesturio e os acessrios. Convm salientar que

    nem toda a produo do sector txtil se destina indstria do

    vesturio, havendo uma parte que segue directamente para a

    distribuio (txteis-lar) e outra que utilizada por indstrias

    diversas (txteis tcnicos e artigos de revestimento).

    Nos ltimos anos este sector tem vindo a registar

    comportamentos dinmicos e competitivos, com

    investimentos elevados em modernizao tecnolgica e

    com uma mudana da estratgia de actuao das empresas

    que operam no sector, prosseguindo e desenvolvendo de

    uma cultura de qualidade e inovao, de resposta rpida,

    pequenas sries e domnio dos canais de distribuio.

    Do ponto de vista territorial encontra-se dispersa por todo

    o territrio nacional, embora existam dois importantes

    ocos que se situam no Norte de Portugal (empresas do

    sector algodoeiro) e na Beira Interior (lanicios). Sector

    ormado por cerca de 4.000 empresas (txteis excluindo

    vesturio) e por cerca de 11.000 empresas de vesturio,

    que em conjunto representam cerca de 19% do total das

    unidades produtivas da Indstria Transormadora nacional e

    1,4% das empresas a operar em Portugal.

    Apresenta actualmente um perfl muito mais capital

    intensivo e oerece produtos de marca e design, com

    expanso crescente em novos e exigentes mercados, como

    o caso de Espanha, dos EUA e at dos Emiratos rabes

    Unidos e Arbia Saudita.

    Segundo o Instituto de Inormao em Franchising, a rea

    do pronto-a-vestir representa j quase 20% do total das

    marcas portuguesas a operar no estrangeiro em sistema de

    ranchising, com especial destaque para a Petit Patapon (33

    lojas), Origem (15) e Metro Kids (14) em cerca de 35 pases,

    a que se juntam as empresas de acessrios de moda como a

    Parois (81 lojas) e a Lune Bleu (68).

    Para alm destas existem outras igualmente implantadas

    nos mercados internacionais: Lanidor, Dielmar, Diniz &

    Cruz, mpetus, Petit Patapon, Papo dAnjo, Zippy, Onara,

    Do Homem, Vicri, como empresas apostadas na inovao

    txtil como o caso da Domingos Almeida, produtores

    de lenis que regulam automaticamente a temperatura

    em contacto com o corpo e a Coltec especializada

    na laminagem especial de membranas capazes deconerir caractersticas nicas aos tecidos, tornando-os

    impermeveis, respirveis e isotrmicos. Temos tambm,

    tecidos inteligentes, anti-ogo, anti-bacterianos ou com

    propriedades teraputicas e hidratantes, tecidos com

    misturas de algodo orgnico, bambu ou poliester reciclado

    e tecidos 100% l para ato lavvel no chuveiro (Shower

    Clean Suit) da Paulo de Oliveira, inovao conseguida

    atravs de acabamentos especiais que incorporam

    propriedades anti-ruga, anti-encolhimento, vincopermanente, repelncia sujidade e secagem rpida.

    Tambm portugus o vesturio exterior e interior usado

    pelos astronautas das Agncias: Espacial Europeia (ESA)

    e Espacial Internacional, e o ato de banho o LZR Racer

    abricado pela Petratex, que oi usado por Michael Phelps

    nos Jogos Olmpicos de Pequim (94% das provas de

    natao dos Jogos oram ganhas por atletas que usaram

    este ato de banho).

    Indstria do calado

    A indstria portuguesa de calado atravessa actualmente

    uma ase de consolidao e preparao para novos

    desafos. Depois do processo de ajustamento s novas

    realidades competitivas e que envolveu a deslocalizao

    de algumas grandes unidades de produo de capital

    estrangeiro, a indstria do calado encontra-se agora num

    patamar mais estvel. Nos ltimos anos redimensionou-

    se, reormulou o seu modelo de negcios, migrando a

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    produo para segmentos de maior valor acrescentado

    e manteve uma aposta orte nos mercados externos,

    conseguindo afrmar-se internacionalmente como

    um produtor de calado de excelncia, com marcas

    reconhecidas, assente numa atitude comercial pro-activa.

    Constituda por PMEs vive undamentalmente da

    procura externa (cerca de 90% da produo dirigida

    exportao) e mesmo enrentando poderosos concorrentes

    que benefciam de custos de produo muito avorveis,

    consegue manter um saldo comercial avorvel e contribuir

    positivamente para a balana comercial do pas.

    No conjunto da indstria transormadora este sector

    representa cerca de 3,2% das empresas, 5,4% do pessoal

    ao servio, 2,2% da produo e do volume de negcios, e

    2,9% do VAB. Por outro lado, concentra 84% das empresas,

    91,6% do emprego, 89,8% do VAB e 87,8% do volume de

    negcios da indstria do couro e dos produtos de couro.

    O sector do calado exportou, em 2010, 1.341 milhes de

    euros o que representou 3,7% do total das exportaesnacionais e um crescimento de 4,8% ace ao ano anterior.

    Por outro lado, o calado portugus tem vindo a reorar

    a aposta em novos mercados, exportando j para mais de

    132 pases, o que permite afrmar que h Portuguese

    Shoes em todos os continentes.

    Outro aspecto a salientar prende-se com o acto de, em

    2009, o calado de senhora ter ultrapassado pela 1

    vez as exportaes de calado masculino e o calado de

    segurana ter crescido em quantidade e valor, actores

    que vm confrmar a evoluo na cadeia de valor, com a

    aposta em segmentos de mercado mais exigentes e mais

    valorizados, na inovao e em marcas prprias, enquanto

    actores undamentais para dierenciar a oerta portuguesa.

    O calado em couro, com quase 900 empresas

    exportadoras representou 84% das exportaes

    portuguesas de calado, em 2010 e cresceu 4,9% ace

    ao ano anterior. Neste segmento, Portugal mantm

    uma posio de destaque escala europeia e mundial,

    ocupando o 5 lugar a nvel europeu e o 8 em termos

    mundiais (quota de 3,2%).

    Marcas portuguesas como a Fly London, Camport, Eject

    (marca da A.J.Sampaio que a primeira empresa de

    calado certifcada em gesto de inovao), Mackjames,

    Prophecy, Sotwaves (GoAir, Go Green), Lus Onore, Paulo

    Brando, Miguel Vieira ou Carlos Santos, estas ltimas

    direccionadas para um segmento de luxo, continuam a

    crescer e a afrmar-se nos mercados internacionais.

    Apenas a ttulo de exemplo refra-se que a Mclaren

    escolheu Portugal para desenvolver e produzir umacoleco tecnicamente inovadora. O projecto Mclaren

    Shoes Team consiste na produo de uma linha de calado

    desportivo, que se destina a mais de 20 pases.

    Indstria vitivincola

    Portugal possui a mais antiga Regio Demarcada do mundo

    - a regio do Douro - e mtodos seculares de produo

    de vinhos, apesar da tecnologia moderna predominar nas

    adegas portuguesas. De orma a adaptar a produo procura de mercado tem sido desencadeada, ao longo

    dos ltimos anos, uma campanha de reconverso e

    reestruturao da vinha, com recurso a apoios comunitrios.

    Actualmente so 11 as regies vitivincolas existentes em

    Portugal com uma cultura tpica, visvel em cada vinho

    produzido.

    A entrada de Portugal na Unio Europeia obrigou a certas

    alteraes na designao dos vinhos produzidos. Existem

    actualmente vrias designaes e conceitos atribudos aos

    vinhos produzidos, que podem ser consultados no seguinte

    endereo: http://www.ivv.min-agricultura.pt/np4/30.

    Na campanha 2009/2010 a estrutura regional de

    produo vincola em volume apresentava caractersticas

    bastante dierenciadas. Enquanto as regies Tejo e Lisboa

    produziram cerca de 60% do total do Vinho de Mesa (sem

    DOP/IGP), Lisboa associada Pennsula de Setbal e ao

    Alentejo responderam por 74% do Vinho Regional (IGP)

    http://www.ivv.min-agricultura.pt/np4/30http://www.ivv.min-agricultura.pt/np4/30
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    produzido em Portugal na mesma campanha. J no que diz

    respeito ao vinho DOP a situao oi a seguinte: as regies

    Minho, Douro (a regio mais representativa devido ao

    Vinho do Porto, com 39% do total do vinho DOP), Beiras e

    Alentejo oram responsveis por mais de 90% da produo

    total desta categoria. Na Madeira o vinho DOP representou

    88% do total produzido e nos Aores o predomnio vai

    para o vinho de mesa com quase 60% do total produzido.

    Na sua globalidade a indstria do vinho representa 0,8%

    das empresas, 1% do emprego, 1,5% da produo e

    do volume de negcios e 1,6% do VAB da indstria

    transormadora. Predominam os vinhos comuns e licorososque, juntos, representam 97,3% das empresas, 96,7% do

    emprego e do VAB e 97,8% da produo e do volume de

    negcios do sector.

    Entre 2006 e 2010 as exportaes de vinhos cresceram a

    uma mdia anual de 2,3% impulsionadas pelo aumento das

    vendas de vinhos tranquilos (7,5% ao ano) e espumantes

    (24,9% em termos mdios anuais), j que as vendas de

    Vinho do Porto baixaram 2,7%, em mdia, ao ano.

    Em Portugal sempre se produziram bons vinhos, como so

    os casos dos Barca Velha, Porta de Cavaleiros e Caves So

    Joo, do Tinto Velho de Rosado Fernandes, dos Aliana, dos

    Montes Claros, do Quinta das Cerejeiras, do Collares, do

    Quinta da Aguieira, dos Buaco, do Periquita, do Pra Manca

    e outros, mas nos ltimos anos a qualidade oi alargada a

    um leque muito mais variado de vinhos produzidos com

    castas nacionais e internacionais. Para isso, oi undamental

    a aplicao de novos processos de vinifcao, novas

    tecnologias, a existncia de tcnicos mais bem preparados, a

    criao de muitas novas marcas, que vieram subir a asquia

    da qualidade dos vinhos portugueses, colocando-os num

    plano de destaque a nvel internacional.

    Prova disso so os inmeros prmios com que tm sido

    distinguidos os vinhos portugueses, atribudos pelas mais

    prestigiadas publicaes e revistas ligadas ao sector a nvelmundial, sempre que se realizam provas no estrangeiro.

    Recentemente, no concurso Berliner Wein Trophy 2011

    oram premiados 59 vinhos portugueses, dos quais 2 com

    medalha de grande ouro, 43 com medalha de ouro e 15

    com prata. No concurso TOP Wines MundusVini Bioach

    2011 oram atribudas 4 medalhas de ouro e 4 de prata a

    vinhos portugueses.

    Indstrias da madeira e da cortiaOs subsectores da madeira, mobilirio e cortia

    caracterizam-se, salvo raras excepes, por um orte

    predomnio das PMES.

    O sector orestal representa cerca de 5,3% do VAB

    nacional, 12% do PIB e 12% do emprego da indstria

    transormadora e cerca de 10% das exportaes

    portuguesas.

    A indstria da madeira constituda essencialmente por

    trs reas: as serraes de madeira, os painis de madeira e

    a carpintaria. Segundo dados da Associao do sector das

    madeiras e mobilirio, este sub-sector ormado por cerca

    de 2000 empresas, 20.500 trabalhadores e tem um volume

    de vendas anual que ultra