POSSIBILIDADES ESTÉTICAS E EDUCATIVAS DA CIDADE … · 2-Professor docente do Departamento de...

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1 POSSIBILIDADES ESTÉTICAS E EDUCATIVAS DA CIDADE NO ENSINO DA ARTE OLHAR, VER E PERCEBER ROSANE SATIE KOGUISHI LONDRINA - 2009

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POSSIBILIDADES ESTÉTICAS E

EDUCATIVAS DA CIDADE NO ENSINO DA

ARTE OLHAR, VER E PERCEBER

ROSANE SATIE KOGUISHI

LONDRINA - 2009

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ROSANE SATIE KOGUISHI

POSSIBILIDADES ESTÉTICAS E EDUCATIVAS DA CIDADE

NO ENSINO DA ARTE

OLHAR, VER E PERCEBER

Artigo científico apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional-2008 na disciplina de Arte, realizado sob a orientação do Prof. Dr. Ronaldo Alexandre de Oliveira.

LONDRINA - 2009

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÂO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Programa de Desenvolvimento Edu Programa de

Desenvolvimento Educacional

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Rosane Satie Koguishi

Área PDE: Arte

NRE: Londrina

Professor orientador IES: Ronaldo Alexandre de Oliveira

IES vinculada: UEL (Universidade Estadual de Londrina)

Escola de implementação: Colégio Estadual Vicente Rijo

Público objeto da implementação: 3ªsérie do Ensino Médio

TEMA DE ESTUDO: Educação visual,

Paisagem urbana,

Ensino de Arte.

TÍTULO: “POSSIBILIDADES ESTÉTICAS E EDUCATIVAS

DA CIDADE NO ENSINO DA ARTE: OLHAR, VER E

PERCEBER”

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POSSIBILIDADES ESTÉTICAS E EDUCATIVAS DA CIDADE NO ENSINO DE ARTE

Rosane Satie Koguishi1

Ronaldo Alexandre de Oliveira2

RESUMO:

O propósito deste artigo é socializar dados e reflexões provenientes da pesquisa-intervenção que desenvolvemos no decorrer dos anos de (2008/2009) enquanto professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná e participante do Projeto de desenvolvimento Educacional, (PDE). O projeto teve como foco problematizar questões com relação a convivência dos alunos com o espaço da cidade, buscando a (re) construção de um novo olhar. O trabalho foi desenvolvido em quatro turmas de terceiros anos do Ensino médio, cerca de (140) alunos. Por meio de atividades artísticas / criadoras buscou-se fazer com que os alunos estabelecessem relações reflexivas e afetivas para com a cidade, o espaço da escola e consigo mesmo. Percebemos que a sistematização de um projeto que esteja conectado com as reais necessidades dos alunos permite uma ação educativa onde a construção do conhecimento em arte pode se dar de forma mais significativa, sensível, critica e prazerosa.

Palavras-chave: Educação visual, paisagem urbana, Ensino de arte

ABSTRACT: The purpose of this article is to socialize data and reflection from intervention research in developed .Over the years (2008/2009) as a teacher of Public School of the State of Parana and a participant of Project Development Education (PDE). The project focused on discuss issues related to the interaction of students with the city's space, seeking to (re) construction of a new look. The study was conducted in four classes of third years of High school, about (140) students. Through artistic activities / creators sought to make the students to develop reflective and affectionate relationships toward the city, the school and himself. We realized that the systematization of a project that is connected with the real needs of students allows an educational activity where the construction of knowledge of art can give more significant, sensitive, critical and enjoyable.

Key-words:. Education possibility esthetic and education art in the city

1-Professora Formada em Educação Artística pela Universidade Estadual de Londrina, Cursa Pós – Graduação Lato-senso em Ensino e Aprendizagem da Arte pela mesma Universidade. Docente efetiva da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná, onde trabalha com ensino de Arte na Escola básica na cidade de Londrina. Atualmente participa do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), desenvolve o projeto: Possibilidades Educativas e Estéticas da Cidade: oriundo desta formação. 2-Professor docente do Departamento de Artes Visuais da Universidade Estadual de Londrina. Atua na Área de metodologia e Ensino de Arte. Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura e Doutorado em Educação(Currículo)pela PUC/SP. Orienta o projeto aqui exposto neste artigo.

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1 – INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como propósito trazer e refletir sobre informações e ações

desenvolvidas nestes dois últimos anos,(2008/2009) que teve como espaço o nosso

ingresso e participação no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).

O Programa consiste numa ação conjunta entre o Governo do Estado do Paraná,

Instituições de Ensino Superior e Rede de Professores que visa a formação continuada de

professores nas várias áreas do conhecimento. (Este programa permite ao professor em

último nível o afastamento de suas funções no primeiro ano estudar e organizar uma

fundamentação teórica que embase seu projeto, sendo que no segundo ano prevê sua volta

a escola com uma carga horária reduzida para que ele possa fazer a implementação da

proposta, desenvolve-la e fazer a análise das ações advindas do projeto em questão.

Enfrentar novos desafios pessoais e profissionais nos faz rever e olhar para o mundo

que nos cerca, de outras maneiras. Experienciar, vivenciar, conhecer são verbos que se faz

necessário o envolvimento, a predisposição, o nosso querer. Na atual sociedade, devido ao

próprio modo de vida, fomos deixando de nos envolver com que está ao nosso redor, com a

cidade, com as pessoas que fazem parte da nossa rotina. Essas reflexões instigaram

diversos questionamentos, que permitiram desenvolver uma nova proposta de trabalho.

Como sucedem, o nosso relacionamento com a cidade em que vivemos foi algo que

perpassou durante todo o processo, buscando entender a maneira como vemos e

vivenciamos o espaço da paisagem urbana em nosso cotidiano. Detemos por meio das

ações didáticas naquilo que vemos e deixamos de observar em um mundo preocupado em

acompanhar as recentes informações e invenções, colocando em foco o aluno como centro

de nossas preocupações, com o objetivo de identificar e ampliar as maneiras como ele vê o

mundo que os rodeiam, ampliando assim o seu olhar.

Neste sentido, o tempo de participação no Projeto de Desenvolvimento Educacional

(PDE), significou a possibilidade de rever o percurso de formação e atuação profissional.

Investindo em iniciativas que foram estabelecidas em contato com outras realidades

educacionais, culturais e artísticas, dentre elas a própria produção com a arte

contemporânea, viés este que serviram para implementar o projeto em sala de aula.

O primeiro ano do projeto, período onde estivemos afastados da sala de aula, foi

primordial, pois fez refletir sobre a nossa própria prática, o distanciamento nos faz refletir

sobre as nossas ações, rever posturas e reorganizar novos modos de conceber e planejar a

construção do conhecimento em sala de aula.

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O projeto de intervenção implementado no decorrer do ano de 2008 e desenvolvido

em sala de aula no durante o ano de 2009, deu-se no colégio Vicente Rijo.1 Propunha

encontros regulares para refletirmos o desenvolvimento do trabalho e fazermos as

reorganizações às vezes necessárias .

Desta maneira o presente texto se propõe trazer dados, resultados e discussão

provenientes da pesquisa-ação que desenvolvemos, com alunos regularmente matriculados

no terceiro ano do ensino médio na cidade de Londrina. Esta implementação ocorreu com

4(quatro) turmas de alunos matriculados na 3ª série do ensino médio, inseridos no sistema

blocado, envolvendo 140 estudantes aproximadamente. No final do ano de 2007 a escola e

os professores optaram pelo sistema de ensino em bloco, ou seja, todas as disciplinas

estudadas em um ano letivo do ensino médio foram divididas em dois blocos que seriam

trabalhadas separadamente. Seis matérias em cada bloco, sendo que um deles foi

trabalhado no primeiro semestre, cumprindo toda a carga horária letiva dessas seis

disciplinas, e o outro bloco de disciplinas no segundo semestre.

Para essa pesquisa ação adotamos como referencial teórico as idéias de PEIXOTO

(1996, 2000), FERRARA (1999, 2001), HERNÁNDEZ (2000), PILLAR (1999) BARBOSA

(2008, 2009), TIBURI (2004), BOGDAN (1994), tivemos a possibilidade de intervir na

construção deste novo olhar. Acreditamos que a educação, a arte e a intervenção de um

professor mediador foram capazes de contribuir efetivamente na construção de uma

alfabetização estético/visual, incorporando assim, novos processos de visualidade,

transformando o ato de ler numa leitura demorada, silenciosa, profunda e significativa.

2 - REFLETINDO SOBRE A CIDADE E SUAS POSSIBILIDADES EDUCATIVAS

As idéias de PEIXOTO, que investiga o espaço da cidade como possibilidade para a

criação artística, nos diz que:

A cidade contemporânea deixou de ser um testemunho cultural, a

arquitetura deixou de ser pensada como criação de um espaço de

habitação. Perdeu-se a relação entre construir e morar. Quando se muda

sempre de lugar, criam-se abrigos, não testemunhos culturais. Não

existe mais lugar para as catedrais, para a arte, na cidade. Uma

irreversível tendência a desambientar os monumentos tende a

transformar as cidades atuais em desertos. (PEIXOTO,1996,257)

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1 O Colégio Estadual Vicente Rijo, foi criado em.1946, situa-se atualmente a Av. Juscelino Kubitschek de Oliveira, nº2372, na região

central,ocupa uma área de 54000m² e atende cerca de 2250 alunos do ensinos fundamental médio e profissionalizante (curso: secretariado e

informática) proveniente de diversos bairros de Londrina e das regiões metropolitanas.

A arte aflora o desenvolvimento pelo modo de vida diferenciado dentro do

contexto das relações cotidianas de vários grupos étnicos e culturais nos espaços da

cidade numa convivência tolerante podendo ser participativa ou não com cada

indivíduo. O multiculturalismo que surgem nas cidades enriquece as expressões de

desenvolvimento artístico, podendo ser observado na arquitetura, em eventos

teatrais, musicais e em outros campos do fazer cultural.

O que vemos é cada vez mais, superficialmente, quantitativamente e não

possibilitam a compreensão sobre a complexidade de informações contidas no

espaço da cidade, que deixa de ser pensada como espaço de habitação, deixando

de ser testemunho da cultura local.

Os contextos urbanos, que sempre foram palcos de transformações e

interações sócio-políticas, econômicas e culturais, se vêem envoltos em uma teia

complexa de relações as quais a arte é parte constitutiva e construtora, podendo ser

um importante agente estimulador e fazedor das mudanças dentro da sociedade.

Ainda nos valendo das idéias de, PEIXOTO, ele nos diz que:

(...) A cidade não é o horizonte que se descortina aos nossos olhos.

A arte contemporânea nasce do confronto com esta opacidade, em

que o muro de concreto dos prédios se assemelha ao chão de pedras

das calçadas e o foco das superfícies refletoras impedem qualquer

transparência. (PEIXOTO, 1996:149).

Existem relações que envolvem a paisagem urbana no sentido da sua

construção organizacional, suas mudanças, transformações e permanências da

arquitetura, das histórias, delineando o desenho da cidade, assim como pessoas e

as diferentes culturas que formam as cidades nos diz respeito e falam de um

processo histórico, falam de nós mesmos.

As cidades do século XX são marcadas pelo surgimento de novos lugares

voltados para o espetáculo e entretenimento. As ruas, as calçadas, as praças e toda

uma sorte de espaços públicos tradicionais na história urbana, foram

“ressignificados”, ou seja, ganharam novas conotações simbólicas e valores.

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O caos urbano, a velocidade dos automóveis e da vida agitada das

metrópoles modernas (sintomas que já se estendem para as cidades menores),

aliados a falta de segurança das ruas, cria um novo ambiente urbano muito pouco

favorável para a vida comunitária nos lugares públicos.

Espaços climatizados e protegidos artificializam os lugares públicos ao

tentarem traduzi-los como parte de sua ambientação interna. Shoppings Centers,

museus e hipermercados são os novos espaços de convívio e atração e estão

intrinsecamente ligados à lógica do consumo, seja ele cultural ou de produtos

industrializados, massificados; dentro desta lógica, moldaram a cidade do século XX

e que ainda reverberam sobre a cidade que adentra o século XXI. Salvo raras

exceções, a pujança econômica deste último século, com todas as suas crises no

mercado financeiro, impõem sua marca em novas obras e espaços até então

inexistentes na cidade tradicional ou que nesta mesma, já começavam a despontar e

anunciavam uma nova era.

Inevitavelmente, estes novos lugares ganharam qualidades ambientais muito

superiores aos da própria cidade, na medida em que, esta última veio

sucessivamente recebendo menores investimentos (sejam eles públicos ou

privados) para a melhoria e criação de seus espaços públicos.

A convivência harmoniosa do indivíduo com a cidade fez desenvolver a

relação com a arte, com as manifestações simbólicas. A arte e a cidade sempre

estiveram presentes nas relações do homem com o mundo, o crescimento da

expansão territorial são os elementos que compõem a imagem de cidade, isso nos

remete a valores, vivências, sensações das pessoas que habitam e transitam. Com

o passar do tempo as cidades se modificam se transformam, segundo Ferrara:

[...] as transformações econômicas e sociais que deixam, na cidade,

marcas ou sinais que contam uma história não verbal pontilhada de

imagens, de máscaras, que tem como significado um conjunto de

valores, usos, hábitos, desejos e crenças que nutriram através do

tempo o cotidiano dos homens (FERRARA, 1999,202).

Refletir sobre o espaço de convivência cotidiana, a cidade, o meio urbano nos

faz pensar na produção e veiculação exacerbada de imagens inserido na

contemporaneidade, do quanto elas vão afetando as relações e as maneiras pelas

quais estabelecemos e apreendemos o espaço onde vivemos, sobretudo na

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urbanidade “lugar” no qual, a profusão desta visualidade se torna cada vez maior.

Assim, vamos sendo afetados por esta profusão, e por questões peculiares e

particulares de cada pessoa. Abstraímos de observar e desenvolver a capacidade

de apreender o espaço, o cotidiano, a cidade, e muitas vezes deixamos de enxergar

a nós mesmos. Acreditamos que um trabalho de alfabetização estético/visual possa

religar as pessoas com a paisagem, contribuindo para a construção de um novo

olhar que capte as informações veiculadas pelos meios de comunicação, pela

família, escola, sociedade, fomentando o olhar para o conhecimento sobre a cidade,

sua arquitetura, seus monumentos, seus signos e significados.

Assim, dentro do Projeto de Desenvolvimento Educacional (PDE) no qual

estivemos envolvidos, cada professor conhecedor da sua realidade sob orientação

de um docente universitário de formação vinculada, desenvolve um plano de

pesquisa, priorizando um tema escolhido e organizado em forma de projeto. No

nosso caso, organizamos um projeto que investiga e potencializa as possibilidades

educativas e estéticas da cidade de Londrina, para que pudéssemos juntos

(professor e alunos) pesquisar, conhecer, sistematizar, valorizar e reconhecer o

espaço urbano como pertencente a todos nós. Ver e reconhecer o nosso meio

ambiente urbano próximo como lugar carregado de história e nosso, cria condições

favoráveis para que o aluno se veja parte da história e do lugar, tendo a arte, a

paisagem urbana, o patrimônio cultural e histórico como fios condutores.

As idéias de FERRARA (1999,107), que investiga o espaço da cidade nos diz

que: “A percepção como controle da experiência urbana surge como aquela da

dimensão responsável pelo desenvolvimento da capacidade de apreender o

cotidiano da cidade e extrair, daí, os elementos capazes de estimular a ação, o

comportamento e a intervenção sobre ela.”

Buscamos promover a relação de professor e aluno com o espaço e a paisagem

da cidade de Londrina por meio do desenvolvimento de uma alfabetização

Estético/Visual a partir da paisagem da cidade, ampliando o espaço da

aprendizagem para além da sala de aula, potencializando a cidade enquanto espaço

educativo. Acreditamos que, ao trabalhar estas dimensões, estamos proporcionando

uma relação mais direta entre escola e cidade, além de ampliarmos o conceito e o

sentido do que seja o ensino de arte na contemporaneidade, que envolve pensar na

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idéia de “Pertencimento” tanto do aluno quanto do professor. Fomentar, potencializar

e construir formas de aprendizagem para o aluno através das imagens do espaço

circundante, fazendo com que ele reflita e compreenda com maior clareza a sua

importância e como tal prática podem-se articular outros saberes e processos do

cotidiano, onde à cidade, sua cultura, seus monumentos e patrimônios públicos

estejam inseridos nessa construção de saberes.

2.1 - Pela construção de novo olhar

A possibilidade de explorar o conhecimento e a cidade por múltiplos olhares nos

leva a pensar na questão da interdisciplinaridade, pois a cidade contém as diversas

áreas do saber: a percepção das obras de arte, a compreensão do meio ambiente

urbano, a arquitetura e seus diferentes modos de edificação e habitação, as

múltiplas configurações que o espaço urbano toma num mesmo dia. A apreensão da

História da Arte que reside no espaço possibilita ao aluno criar a partir dos

elementos racionais e sensíveis um conhecimento mais completo e integrado.

Formas que a cidade abriga nos seus múltiplos aspectos, compreendendo melhor e

aprofundando as relações e seus vínculos.

Nesse mundo, descobrir que a escola não é apenas uma fonte de

informações, mas, um caminho de possibilidades, no qual a informação caminha

lado a lado com a formação do ser intelectual e emocional, da criatividade, da

afetividade e da vivência por um mundo melhor. Ao rastrear a cidade sob cada um

dos olhares ao qual o estudo se propõe, rastreamos a nós mesmos, nos enxergando

como parte do lugar, do espaço.

Buscamos compreender os contextos urbanos enquanto espaço que sempre

foram palcos de transformações e interações sócio-políticas, econômicas e culturais,

envolvidos numa teia complexa de relações da qual a arte é parte constitutiva e

construtora, onde ela possa ser importante agente estimulador e fazedor das

mudanças dentro de uma sociedade.

Sabemos o quanto a historia do lugar, a memória, o tempo habitado e vivido

deve ser considerado na construção e potencialização da educação,pois estes

aspectos determinam, alteram e constroem identidades. De acordo com Ferrara

(1999) o espaço da cidade e tudo aquilo que o compõe, como ruas, avenidas,

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praças, monumentos, edificações, configuram-se como uma realidades sígnicas que

informam sobre seu próprio objeto, e acreditamos que, ao chamar atenção para

estes aspectos da cidade na dimensão educacional potencializaremos as suas

idéias criadoras.

Abordando o conteúdo referente à arquitetura racional Le Corbusier e Oscar

Niemeyer observa-se que a cidade de Londrina apresenta diversas linhas com

características referentes a este modernismo (na arte e na arquitetura). Porém, a

abordagem destes conteúdos acaba ficando deficitárias no contexto educacional.

Constatamos o quanto estas informações podem ser utilizadas na relação entre

ensino e aprendizagem da arte na escola, a partir do aluno que tenha condições de

aprender e apreender de uma forma contextualizada, revendo as questões históricas

e sociais – de memória - por meio de um trabalho que predomine a percepção

visual, rumo a uma alfabetização estética, sendo a cidade nosso grande “livro” –

lugar tanto para ler quanto para inscrever-se nele.

A presença da arte na cidade, nas ruas e calçadas, edifícios, praças, pontes,

galerias se apresenta através da ação humana e marca o cenário cultural da rotina

de seus habitantes, no modo de vida e nas relações sociais de natureza urbana.

Para FREITAS (2005) as obras, os espaços e os espectadores, se integram e

interagem num ciclo de conhecimentos e valores estético-culturais que são, ao

mesmo tempo, determinados e determinantes dos significados de uma época e

sociedade HERNÁNDEZ (2000), nos fala da importância que assume a cultura

visual na fundamentação para o ensino de arte na contemporaneidade e PILLAR

(1999) nos dizem da importância de se desenvolver uma alfabetização visual, seja a

partir das obras de arte ou mesmo das visualidades da paisagem contemporânea.

As cidades se tornam opacas ao olhar e a arte urbana contemporânea nasce

desse cenário opaco, onde todos os elementos do espaço urbano configuram

superfícies que “impedem qualquer transparência” (PEIXOTO:1996,149). A

percepção do usuário é cada vez mais superficial e não possibilita a compreensão

sobre a complexidade de informações contidas no espaço da cidade, que deixa de

ser pensada como espaço de habitação, deixando de ser testemunho da cultura

local.

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Procuramos esse olhar além da fronteira escolar, conhecendo aspectos que

fazem parte da formação e criando elos através do processo silencioso de

envolvimento a partir de propostas contextualizadas e reflexivas sobre a cidade e

sobre nós mesmos. Aumentando assim, substancialmente a importância do

processo, para valorizar o conhecimento, a compreensão, e resultando no

envolvimento e incentivo ao estudo, criando assim, possibilidades para a formação

de um aluno cidadão, crítico, articulador de idéias, envolvido com o seu fazer.

A disciplina de Arte faz parte da área de conhecimento Linguagens, Códigos e

suas tecnologias conforme a LDB nº9.394/96, de natureza transdisciplinar é a área

de conhecimento básica e possibilita refletir de forma criadora sobre a nossa

realidade. A contemporaneidade está plena de tecnologias, e estas tecnologias

envolvem e perpassam as mais variadas áreas do conhecimento humano (Estética,

Antropologia, Sociologia, Comunicação, Ecologia, linguagem).

(...) De modo similar o termo “contemporâneo” normalmente indica a prática

corrente, a arte que esta empenhada no aqui e no agora. O limiar entre a

“arte moderna e contemporânea” é mais difícil de ser estabelecido, mas o

termo “contemporâneo” é usualmente aplicado para a arte que ainda não

originou opiniões assentadas. Esta não é vista claramente como a “moderna”

pois, ainda não foi suficientemente trabalhada por críticos e teóricos.

Interpretações críticas e teóricas da arte “contemporânea” tornam-se

paulatinamente mais acessível para diferentes frações do público e esta

propagação transforma-a em algo tangível e real para uma significativa

parcela da população. Entretanto, ela ainda é reconhecida por exigir esforços

de seu futuro apreciador. (THISTLEWOO.2008,p.115)

Quanto à Arte-educação, é imprescindível criar aos alunos possibilidades de

trabalhar com estas linguagens contemporâneas da arte, fazendo referências e

compreendendo como produto dos sistemas de representação, do universo artístico

historicamente constituído e promover a arte educação-cultural, visando a

valorização da relação dos alunos como cidadãos críticos, sensíveis e

investigadores.

A partir dos anos 80, no Brasil, o ensino de arte começa a ser repensado em

novas bases conceituais e revisado quanto a sua relação com as pesquisas

contemporâneas em arte. Os professores passaram a trabalhar não só a produção

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da criança e do adolescente, mas também a leitura de imagem e a contextualização

histórica. (PILLAR,1999, p.11) A busca por criar uma inter relação com produção

artística, leitura de imagem e contextualização histórica faz com que a imagem seja

o elo de ligação com a comunicação em sala de aula.

3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

No decorrer desta pesquisa-ação podemos verificar o quanto as atividades foram

capazes de mobilizar os alunos naquilo que pretendíamos, isto é, transformar seu

olhar, de uma dimensão que pouca atenção dispensava para as questões da cidade

e do cotidiano para a sensibilização e construção de um novo olhar. A descrição e

analise das ações que desenvolvemos no decorrer desta pesquisa intervenção

cumpre o propósito de trazer os dados e as maneiras como os alunos foram se

transformando ao longo do processo.

A ação de planejar um caderno de atividades como processo de auxilio na

implementação do projeto permitiu uma melhor organização do professor durante o

percurso de desdobramento e foi de fundamental importância para a compreensão

da proposta a ser aplicada para os alunos. O cuidado durante a idealização deste

material ilustra o caminho percorrido, elucidando dúvidas e as ações que

desenvolvemos. Empregado como unidade temática o caderno de atividades passou

a ser um desdobramento organizado a partir do projeto de implementação sobre o

tema “CIDADE”.

O caderno que organizamos reuniu atividades sobre a cidade e permitiu trabalhar

o ensino e aprendizagem da arte através do estimulo ao conhecimento e reflexão

sobre a cidade, a cultura, com base na vivência do espaço urbano compartilhado

diariamente por todos nós. Denominado de “Possibilidades estéticas e educativas da

cidade no Ensino da Arte: Ver Olhar e Perceber”, o material teve como objetivo a

sistematização de atividades a serem aplicadas aos alunos do Ensino Médio, mas

também a sua utilização no Ensino Fundamental como caminho para explorar e

percorrer a diversidade da produção urbana, artistas de diversas origens, culturas e

épocas, sua história, a produção cultural de sua gente no espaço físico que abrange

a cidade.

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A unidade temática pretendeu enfocar a possibilidade de algo que possa ser

utilizada de varias maneiras por alunos e professores na área de arte, sendo

possível a reprodução de atividades, utilização de guias, roteiros, apropriado do

mesmo de varias formas para imaginar e recriar uma cidade possível, mais

próxima.Destacamos o quanto as atividades que compõem o caderno tinha a

flexibilidade na sua utilização, tendo o cuidado para que as atividades dirigidas não

se transformassem em algo extremamente fechado, inviabilizando a criação por

parte do aluno. Da mesma forma a restrição de criação e ampliação de atuações do

docente com o tema sugerido.

O caderno viabilizou este fazer, teve também o cuidado para que os exercícios

não se transformassem num jogo somente de perguntas e respostas, inviabilizando

assim uma produção em arte como acreditamos que deve gerar. As propostas feitas

pelo caderno juntamente com os registros dos alunos das ações desenvolvidas foi

fazendo parte dos portfólios dos alunos, onde cada um ia armazenando seus

registros na caixa/portfólio, que nos serviu enquanto elemento para a avaliação.

Estes exercícios previam varias propostas, dentre elas o caminhar pela cidade, pelo

entorno da escola, para que com um olhar dirigido, guiado eles pudessem ir

reencontrando a cidade e a si próprio dentro de cada espaço.

3.1 - Roteiros pelo entorno

A partir dos esclarecimentos sobre a paisagem e de como o urbano se faz

presente na vida de cada um de nós, observou-se a precária visibilidade com

relação a presença do panorama urbano entre os alunos. A partir deste parâmetro

sobre o olhar conduziu-se a investigação do espaço do entorno escolar, foco

individual da implementação da proposta. Esta investigação no entorno consistiu em

saídas regulares para observação e registro destes locais sendo que a escola está

inserida nesta paisagem.Esta atividade possibilitou aos alunos apreenderem a

cidade a partir de pontos que eles transitavam mas, não tinham aquilo internalizado

enquanto parte da cidade e deles mesmos.

Estas ações geraram imagens fotográficas e registros escritos sobre estes locais

permitindo visualizarmos uma “outra” cidade que aparece dentro de cada um destes

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alunos de forma inovadora. Podemos perceber esta mudança de atitude a partir da

fala dos alunos que ficaram registradas nas suas anotações, nos seus portfólios.

(...) A fotografia deixa a cidade mais bonita, percebo coisas que eu não via ,

detalhes, cores formas enfim uma cidade diferente. Katherine Domingues 3ºG

(...) O museu histórico, a Praça da Bandeira, o Cemitério São Pedro, a Feira

são locais que não fazem parte de minha rotina... Com a lente da câmera

percebi coisas com outros olhos e não com a opinião dos outros. Alemy Y.

(...) O trabalho me permitiu mudar a maneira como eu faço as fotos, agora

presto atenção em tudo, tento capturar tudo a minha volta não são só,

fotinhos normais que você olha para cima e tira, agora é diferente. E os locais

tão fazendo sentido, eu estou aprendendo a observar mais as coisas, olhar

com outros olhos. Mariana Paes 3ºF

Estas falas dimensionam aquilo que pretendíamos que era a construção deste

novo olhar. Os registros fotográficos produzidos por estes alunos também

dimensionam a mudança de percepção e também da produção de imagens feitas

por eles.

As possibilidades de registros principalmente fotográficos comportaram a

necessidade de promover atividades de averiguação do espaço físico além da

escola em expedições cujas ações permitam o envolvimento com as realidades

distintas de cada localidade. Observamos que a partir de uma determinada faixa

etária escolar as disponibilidades de exploração da fronteira entre o espaço da

escola e o mundo exterior se tornam episódios inexistentes. Discorrer sobre este

fato fez perceber o quanto nos habituamos a rotina escolar e impedimos as

possibilidades de abordagens mediadoras na educação.

A exploração das máquinas digitais pelos adolescentes do século XXI nos

surpreende, pois as soluções são imediatas, provenientes de informações visuais

absorvidas pelas mídias contemporâneas e muitas vezes imitadas em atuações na

captura das imagens; a qualidade das fotos, os closes, os detalhes, os zooms e a

diversidade de imagens que desvelam a singularidade de olhares que existiam e dos

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novos olhares que vão se formando durante a correspondência informal entre as

discussões ocorridas durante as explorações do ambiente urbano.

Em outra atividade proposta, analisamos o trajeto diário do discente para a

escola a partir da descrição dos locais observados num olhar corriqueiro e rotineiro,

assim como o registro ilustrativo deste percurso.

Essa atividade de registro do espaço percorrido de casa até a escola ativa a

memória, a percepção, a relação que cada um guarda com esse trajeto. AMARAL

(2005:52): informa-nos que: “Lugar é espaço dotado de sentido. Praticar o lugar, os

diferentes lugares da cidade, vislumbrar frestas, intervalos para perceber e ativar

potencialidades”.

Ao serem retomados posteriormente em outra instância estes registros dos

trajetos permitiu ao professor, que é um mediador, questionar o porquê da escolha

dos elementos que compõem a cena, o trajeto. Permitiu ainda ampliar repertórios,

rever posturas, refletir sobre as construções, o trânsito, os hábitos das pessoas, as

diferentes maneiras como a cidade se comporta em seus diferentes bairros e

trajetos.

Outra possibilidade que o trabalho abriu diz respeito à diversidade de temas

abordados nas diversas discussões sobre o objeto fotografado, podendo assim

ampliar as visualidades a partir de uma imagem. “A imagem fotográfica tem o poder

de reter, fixar, congelar a realidade no espaço tempo”. A fala de FERRARA,

(1999:267) recorrente no artigo permite que abordemos a aquisição de competência

do leitor frente à imagem, um saber-perceber como algo que torna possível esse

fazer. Como na observação do mundo, podemos ver um universo vivido,

experimentado e sentido, através do uso da fotografia como instrumento de

pesquisa da percepção do espaço urbano.

Para HERNÁNDEZ, (2000:54) “A arte e a cultura visual atuam como mediadores de

significados” e cujos signos podem ser interpretados e construídos. A criança ou o

adolescente tem seu meio social que difere de um artista e o desenvolvimento da

consciência estética no aluno vem naturalmente de acordo com a percepção e observação

de seu meio social cujo ambiente proporciona o seu desenvolvimento cultural.

Segundo BARBOSA, (2005:99) “A arte supera o estado de despersonalização,

inserindo o indivíduo no lugar ao qual ela pertence, reforçando e ampliando seus lugares no

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mundo”. Não podemos ensinar valores estéticos, se não tivermos consciência do indivíduo e

seu meio. Observamos o mundo que nos rodeia, porém não o conhecemos

verdadeiramente.

A paisagem da cidade faz parte do cotidiano dos indivíduos e por isso mesmo

podem contribuir para a construção de um novo olhar, que perceba como o mundo

de informações veiculadas pelos meios de comunicação, pela família, escola,

sociedade, contribuem para o conhecimento sobre a cidade, sua arquitetura, seus

monumentos, seus signos e significados.

A intervenção do dia-a-dia dos alunos da 3ª série do Ensino Médio buscou

estimular e contribuir com a formação de um olhar atento e sensível fomentando a

reflexão e também à percepção sobre o entorno. A cidade suas ruas, prédios,

monumentos fazem parte do urbano, são pouco percebidas e exploradas pelo olhar,

não permitindo uma reflexão cotidiana daquilo que vemos repetidas vezes em

diversos momentos durante o dia, devido aos diversos compromissos pré

agendados a nossa mente se preocupa com outros aspectos e não observa aquilo

que perpassa aos nossos olhos. Assim a paisagem urbana se funde como num

filme, que aceleramos e não o vemos. Não quer dizer que não temos na memória a

paisagem urbana, mas a falta de contemplação sobre o cenário diário de nossas

vidas assim como fazemos quando nos permitimos refletir sobre a paisagem num fim

de semana ou nas férias.

O uso das câmeras digitais e das tecnologias de informação visual no

trabalho permitiu dialogar e trocar dados com os alunos sobre o uso dos meios

informatizados, conduzindo a aceitação praticamente unânime do projeto por parte

dos alunos, o que pode ser percebida pela qualidade demonstrada na execução dos

trabalhos. O acesso ao registro rápido e a possibilidade de resultado contíguo

propiciou ao educando exercitar o imediatismo das mídias da atualidade e a

interação coletiva a partir da imagem coletada, fazendo-se necessário a conexão

deste texto visual a reflexão do momento registrado pelo uso da câmera digital.

O caos urbano, a velocidade dos automóveis e da vida agitada das

metrópoles modernas (sintomas que já se estendem para as cidades menores),

18

aliados a falta de segurança das ruas, cria um novo ambiente urbano muito pouco

favorável para a vida comunitária nos lugares públicos.

O vasto mundo das informações advindos dos mais diversos meios de

comunicação, somado a facilidade cada vez maior das crianças e jovens de terem

acesso a estes meios e informações foi fazendo com que a escola se distanciasse

cada vez mais da vida do aluno, tornando os conteúdos selecionados e as nossas

práticas educativas e muitas vezes ultrapassado, acirrando assim, o distanciamento

entre escola e vida cotidiana; arte e vida, impossibilitando que o aluno veja o espaço

da escola, como algo que pudesse ter relação com a sua vida, sendo mais uma das

conexões com a cotidianidade.

Percebemos que nessa intervenção a educação, a arte e a mediação foram

capazes de fomentar a construção de uma alfabetização estética visual,

incorporando novos processos de visualidade e criando novas leituras para com o

dia-a-dia, leituras carregadas de sentidos, de significados, como podemos ver na

fala de uma aluna:

(...) observar melhor onde eu passo ou ando, apreender a ver o

detalhe das coisas, os efeito das cores e tudo que é possível, para

quem está observando. Desde o desenho formado por mosaicos no

chão como o do calçadão até o desenho formado pela Praça da

Bandeira (...) Nara Cristiane de Oliveira 3ºG.

A busca e o trabalho conjunto com os alunos foram possíveis refletir sobre a

escola, seu entorno, o centro da cidade, os bairros e outros espaços que faz parte

da mesma. Podemos perceber ainda que o envolvimento dos habitantes com a

cidade cada vez mais efêmero transforma o homem, devido a necessidade de

acompanhar os episódios contemporâneos num circulo rotineiro, e isso se faz

presente nessa vida adolescente com as quais lidamos no cotidiano da escola, desta

maneira reside ai a eficácia de se trabalhar com propostas que fomente o

estabelecimento de outras relações para com a cidade.

3.2 - A cidade imaginada em caixas portifólio

Os registros gerados durante o projeto iam sendo

arquivados/guardados/sistematizados em uma caixa individual, na qual se permitiu

19

a criação e o acompanhamento do processo de cada discente, configurando-se

assim, o que podemos chamar de portfólio. Segundo HERNÁNDEZ, (2000:169) “o

portfólio é uma forma de avaliação dinâmica realizada pelo próprio estudante e que

reflete seu desenvolvimento e suas mudanças através do tempo.” A idéia de utilizar

o portfólio através de “caixas” permitiu fazer uma documentação sistematizada do

processo pelo discente, assim como uma averiguação pelo docente dos diferentes

momentos da experiência de investigação, ou seja, a forma como cada um foi

aprendendo e apreendendo a visualidade do espaço urbano. Possibilitou ainda ser

objeto de acesso para análise dos distintos momentos da aprendizagem a partir dos

registros de seus trabalhos.

Permitiu ainda desvelar os diferentes olhares que cada um dispensou para

sua cidade, fazendo correlações com os aspectos históricos, contextualizando o

passado com a atualidade vivenciada, podendo ver como eles foram

compreendendo a cidade e os caminhos que cada um trilhou através do trabalho

criador para construir conhecimento a partir do projeto. Partimos da premissa de que

a cidade conta também um pouco da história de nós mesmos, portanto, a caixa

portfólio que denominamos “cidade imaginada” possibilitou a aventura e

descoberta da cidade, do espaço e de si próprio, de maneira singular: a cidade que

mora em cada um!

A busca por um local ideal em nossa mente coexiste em forma virtual, pensar na

existência de um espaço idealizado é algo comum e permitem diversas

probabilidades de colocar em prática através de desenhos, escritos,observações

aquilo que queremos para o espaço urbano e aquilo que imaginamos.Criar esse

ambiente, tornar real, pode ser uma forma de concretizar aquilo que pensamos

sobre a cidade, sobre cada pessoa que a habita, sobre os espaços ocupados e

desocupados através de uma caixa-portifólio como forma de registro pessoal ou

coletivo organizado. HERNANDEZ, relata que: O portfólio surge como estratégia,

cuja finalidade é criar novas formas de avaliação para o desenvolvimento das

inteligências artísticas.”(HERNANDEZ, 2000,165) Como formas de organização dos

trabalhos que ordenam e mostram o caminho percorrido por cada um para que

possam ser verificado por outros na análise das direções de sua produção.

20

A idéia desta cidade imaginada nos leva a pensar sobre a urbe que habita em

cada um de nós. Em última instância esta cidade imaginada nos faz pensar em nós

mesmos, mas intimamente no eu de cada um, isto nos permite trazer aqui mais uma

atividade que desenvolvemos e refletimos em torno do “EU”.

Assim como conhecer a cidade se faz importante, a partir dos contextos da

heterogeneidade urbana, buscar o autoconhecimento pessoal a partir de atividades

que permeiam a reflexão de particularidades individuais também se faz necessária.

As ponderações pessoais devem discorrer de uma análise de julgamento de si

próprio e que leve cada um dos indivíduos a repensar sobre sua atuação na busca

de escolhas primordiais como a escolha de um curso de graduação. Ou seja, os

alunos da 3ª série do ensino médio encontram um dilema crucial na vida estudantil;

a escolha profissional e o vestibular. O compromisso favorável ao individualismo

profissional deve ser levado em conta, pois aquilo que cada um é e permitindo a

reconstrução desta trajetória de aprendizagem pessoal sobre si próprio, em sua

evolução dos momentos representativos e construtores de seu processo de

aprendizagem.

3.3 - Participação dos estagiários

O acompanhamento dos estagiários do curso de Educação Artística da

Universidade Estadual de Londrina durante a implementação do projeto permitiu

também a interação e atualização profissional do docente com os acadêmicos

(graduandos/estagiários), devido à oportunidade de contato com uma prática

pedagógica cuidada, planejada, organizada e também adaptada a troca de

experiências. Permitiu apreender, corresponder, discutir e adaptar o aprendizado de

forma diferente da ação educativa nas escolas com os estagiários. Percebe-se que

as atividades estão em sintonia com aquilo que se tem produzido, planejado,

adaptando e adequado a produção educativa

O objeto de estudo junto aos estagiários permitiu uma análise sobre a escola, a

partir do espaço físico, analisando opiniões pertinentes deste espaço pelos alunos

que demonstraram ter diversos conceitos deste recinto de convívio. O espaço

escolar detectado pelos estagiários junto aos alunos é visto como local de agradável

convivência com os colegas por uns, permitindo trocas de informações, coexistência

21

social, mas para outros trás aspectos de restrição a liberdade durante o período

escolar devido a normas que regem o estabelecimento, assim quanto a segurança

do espaço; a concepção e distribuição arquitetônica, que para muitos lembra uma

prisão, também foi algo relatado pelo alunos, como podemos ver nas falas abaixo:

“O colégio é um espaço cercado como uma prisão, tem muros altos, cercas e

cadeados pra tudo quanto é lado, tem regras do que não podemos fazer...”

“O colégio é uma balada de meio de semana, pois encontramos os amigos,

comentamos os assuntos acontecidos na semana. Falamos que ele não tem

importância, estamos mentindo, pois é uma fase maravilhosa de nossa vida”.

Considerando os conceitos de cada aluno sobre o espaço escolar, foi produzindo

imagens em (vídeo, movie-maker e fotografia). As apresentações de alguns vídeos

demonstraram as diferentes opiniões que os alunos têm sobre a escola, à

convivência, oferecendo aos alunos a oportunidade de refletirem sobre os conceitos

da realidade vivida na ambiência escolar. Debater, escutar as percepções e opiniões

dos companheiros mostrou as diversas possibilidades de dialogo sobre os centros

urbanos, incluindo-se aqui o espaço da escola, espaço que eles vivem e convivem

diariamente .

As capturas de imagens dos alunos que freqüentam a escola são resultado da

diversidade de informações sobre os centros urbanos em que vivemos, os dados

trazidos por cada um dos estudantes, permitiu sistematizar e trocar informações

sobre as peculiaridades deste mundo em que vivemos; observações esta que foram

possíveis de registro pelo uso da câmera digital.

A apresentação de dados dos locais freqüentados por este público foi muito

ampla e diversificada; as imagens mostraram momentos de convivência familiar,

grupos de amizades escolares, religiosos,a paisagem urbana,poluição visual

ocasionada pelo grande número de cartazes publicitários, as ações de vandalismos

ou de criações artísticas espalhadas pela cidade, assim como os edifícios que

escondem a paisagem natural, etc.

Na realidade, é nos grandes centros urbanos que o espaço construído pelo

homem, a segunda natureza, alcança seu grau máximo. Quase tudo aí é artificial; e,

quando é algo natural, sempre acabam apresentando variações, modificações

provocadas pela ação humana. A busca de instrumentalizar a sociedade no uso de

computadores resulta num grande desafio para os professores, conhecer o

22

cibermundo, seus conteúdos, os produtos inovadores, cujo impacto que exercem

pelas informações na produção de sentido e significado para a experiência e o

desenvolvimento dos grupos humanos. A partir da significação, demandam não só o

aprendizado de novas técnicas, como a renovação da ordem dos dispositivos

culturais tradicionais e do desenvolvimento de novas competências necessárias à

construção e disseminação do conhecimento.

Analisando os resultados deste projeto observa-se que este se deu devido a

momentos de reflexão, análise e contemplação da “paisagem” num instante de

serenidade. Ao praticar essa ação com o uso da fotografia, observamos que muitos

dos alunos permitiram exercitar essa reflexão. Esse olhar foi sendo construído pelo

desenvolvimento do registro momentâneo da imagem, tão comuns no atual mundo

digital acessível à grande maioria, mas foi somente possível pela mediação

desencadeada pelo projeto. Observamos sobre a necessidade de desenvolver um

olhar perceptivo-reflexivo sobre a imagem congelada e também de desenvolver um

registro escrito sobre aquilo que pensam e sentem sobre si e das observações

mentais e orais de cada um.

A escola e a cidade têm sido, abordadas como referências espaciais de

convívio do educando, assim como o questionamento sobre a importância e a

influência destes locais na vida de cada um deles.

A paisagem da cidade faz parte do cotidiano dos indivíduos, dos nossos

alunos, e por isso mesmo pode contribuir para a construção deste novo olhar. As

etapas da pesquisa seguiram aquelas da pesquisa ação, que estão baseadas na

identificação do problema (fazê-los ver); sondagem; organização do plano de ação e

a saída a campo onde coletamos os dados da pesquisa; dados estes que

socializamos e refletimos sobre os resultados aqui neste artigo.

A disposição em melhorar o elo da aprendizagem compreendeu também

acompanhar os alunos, favorecendo a iniciação a pesquisa, fomentando no

educando uma postura atenta, reflexiva e crítica para que a prática pedagógica faça

a diferença na construção de sujeitos transformadores. Nesse sentido,a pesquisa-

ação, metodologia que adotamos se mostrou eficaz para a realização do projeto,

uma vez que queríamos a transformação de uma dada realidade, isto é a ampliação

23

do olhar dos alunos para com a cidade, o que acabou por acontecer na produção de

novos conhecimentos.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do projeto permitiu a inserção de novas ações surgidas a

partir da iniciativa dos próprios alunos e também adaptações feitas com a inserção

de novos autores. Através do registro das ações, previsto no desenvolvimento do

projeto, o discente pode também perceber o quanto a criação em arte é um

processo, uma atividade que se liga a outra, de que não existe um saber que se

constrói de forma fragmentada, e sim correlações e desdobramentos. Na dimensão

em que pensamos e desenvolvemos o projeto, queríamos que cada aluno tivesse a

possibilidade que ao observar uma imagem do seu cotidiano, ele também se

observasse, pois aquilo que me chama atenção, seja por prazer ou repudio, diz algo

também sobre si mesmo, desta forma, ao fazer arte ele também se faz enquanto

pessoa, enquanto cidadão, e isso puderam constatar em vários momentos do

projeto. Na realidade, descobrir esse urbano foi entender sua lógica, que supõe o

reconhecimento da sintaxe e ao percebermos o urbano pudemos perceber nós

mesmos.

Nossa preocupação em desenvolver esta pesquisa-ação deu-se

principalmente para que nossos estudantes pudessem entender o espaço urbano

pelas mais diversas facetas:sua construção organizacional, as mudanças,

transformações e permanências, as histórias que vão delineando o desenho urbano,

as pessoas e as diferentes culturas que formam as cidades.

Constatamos que a presença e compreensão da cidade se fazem em sua

totalidade, e acabou sendo uma das melhores maneiras de promover as relações

sociais, em todos os sentidos. Percebemos que as cidades se transformam

constantemente, concomitante com as nossas ações, portanto não assimilar a idéia

de urbano à cidade (ou vice-versa),deixando somente no plano teórico, pode criar

uma margem de manobra que não permite apreender outras respostas para o

entendimento desse urbano. O projeto suscitou maneiras de diálogo, discussão,

ações e articulação com outros movimentos e pessoas que atuam e esperam que os

24

cidadãos se apropriem dos espaços públicos, que participem da gestão municipal,

que sonhem e vivam – e não apenas sobreviva – na cidade.

A partir das discussões com os alunos foram surgindo novas formas de

abordagens a partir da arte com ações como intervenções, happening, instalações

que conscientizassem os freqüentadores do espaço urbano em relação a espaços

ociosos, esquecidos ou despercebidos por muitos

Uma das alunas sugeriu a possibilidade da valorização do espaço urbano a partir

da sala de aula e do espaço escolar amplamente utilizado por todos , outros

sugeriram a elaborações de ações para conscientização sobre o ambiente escolar. A

viabilidade a destas ações encontra se em processo de execução neste semestre

como continuidade das questões sobre a cidade.

O Processo de formação continuada possibilitou repensar sobre as praticas

pedagógicas aplicadas em sala de aula a partir de reflexões e estudos pessoais,

discussões com profissionais em atuação na região, também junto aos participantes

do grupo PDE com trocas de experiências e também com a atualização de

informações com os profissionais da IES sobre a arte contemporânea. Estas

reflexões e trocas possibilitaram novas informações cujo objetivo foi estabelecer um

espaço de reflexão e produção, estimulando a discussão e formulação de

pensamento crítico e conceitual sobre temáticas relacionadas à cultura, arte e

educação contemporânea.

Os cursos oferecidos propiciaram o estudo, a pesquisa, a produção e difusão

do pensamento crítico e conceitual sobre diversos aspectos da contemporaneidade,

estabelecendo relações entre os diversos campos do conhecimento e as diversas

linguagens utilizadas no campo da cultura e da educação. Repensar a prática

docente viabiliza o refletir sobre os aspectos educativos como contribuição para a

uma ação pedagógica atenta com o lugar e com as pessoas com as quais estamos

envolvidos. Possibilita ainda, encontrar caminhos que venham corroborar com o

processo de Ensino / Aprendizagem, portanto novas proposições e o

desenvolvimento de novas ações que no nosso caso nos permitiu reformular o

repertório da teoria já existente, e buscar a transformação tão importante na rotina

educacional.

25

Não podemos duvidar das potencialidades dos estudantes, o processo

educativo se faz através da escuta e do diálogo, da mediação, onde todos os

envolvidos possam caminhar na busca da solução dos problemas da escola e de

seu entorno, onde a arte possa ocupar um lugar/caminho para essas conquistas e

realizações, o que se mostrou de maneira muito eficaz não apenas pela apropriação

do aluno no processo educativo e na absorção de novos conhecimentos, mas,

sobretudo, nas mudanças significativas da comunidade. Pois, a comunidade deve

estar envolvida e neste caso a experiência mostrou que a ação foi eficaz porque

incorporou muitos sujeitos no processo de ensinar e aprender.

Tivemos a possibilidade de perceber que as ações em sala de aula

possibilitaram aos alunos alargarem os seus horizontes e ampliarem seus

repertórios, o que faz muita diferença num mundo em constante transformação.

A importância de considerar o ensino enquanto pesquisa foi se dando em

processo investigativo, em questões aparentemente insignificantes na busca de

analogias e respostas que foram instigadas,investigadas e debatidas para completar

o conhecimento que lhes vem da analise, em si mesmo, em seu entorno.

Esta ação trouxe consigo o desenvolvimento de novas formas de utilizar

competências que os alunos já possuem e demonstradas na aquisição de novos

saberes que propicia a formação de cidadãos capazes de diagnosticar e organizar

situações de seu cotidiano. Os novos contextos sócios culturais da era da

informação nos fazem pensar sobre o conhecimento desenvolvido nas escolas, os

problemas da cultura e do nosso tempo, o que nos impulsiona para a busca de

novas maneiras de ensinar e aprender. Maneiras essas que clama por uma

pedagogia que favoreça o diálogo, através da mediação entre as várias histórias de

vida proveniente de cada indivíduo no espaço escolar. Reconhecer essa

historicidade dos nossos educandos é comprometer-se em resgatá-la como

referência para elaboração do trabalho pedagógico, sua efetivação por meio do

ensino e das aprendizagens e também do processo de avaliação. Inserir essas

informações as questões históricas do urbano são novas formas de desenvolver,

elaborar e efetivar o fazer docente, tornando imperativo num trabalho pedagógico de

qualidade.

26

Descobrir quem são os alunos, o que sabem sobre os conteúdos curriculares,

como aprendem e o que é necessário para contribuir na construção de sua

cidadania são os desafios centrais para o educador organizar e materializar a sua

práxis docente. Surge, então, a necessidade de novas maneiras de sistematizar a

prática educativa.

Dentro do contexto do ensino e da aprendizagem em arte um dos “nós” é o

debate sobre avaliação em arte. Em um cenário em que a forma de planejar e

materializar o fazer docente estão sendo cada vez mais discutidas, problematizadas

e diversificadas, a maneira de avaliar também precisa ser repensada. Em outras

palavras, o entendimento do que seja avaliação urge que seja revisado para que se

produzam práticas avaliativas mais condizentes.Percebemos que encaminhar parte

da avaliação pelo portfólio trouxe dados significativos para dimensionar a

aprendizagem , não somente por parte de nós professores, mas também por parte

dos alunos.

Fazer da avaliação um processo de acompanhamento, mediação, diálogo,

intervenção mútua entre o ensino e a aprendizagem, através do portifólio, permitiu

valorizar o programa de ensino que se realiza, para os estudantes entenderem o

processo e o que se apreende.

A necessidade de estimular o sentimento de pertencimento foi outro

componente importante dentro do projeto de implementação, pois, para alguns

segmentos da população a cidade é hostil, gera medo, é distante, não se sentem

parte da mesma. Para inverter essa situação e reforçar o sentimento de que a

cidade é de todos, é preciso que as políticas públicas reconheçam as necessidades

dos diferentes grupos. A escola pode ser o caminho propicio e viável para

desenvolver o sentimento de pertencimento à cidade.

Precisamos considerar os valores, os saberes, os fazeres existentes nas

diversas manifestações que estão nos ambientes urbanos, compreender a cultura de

forma mais ampla, como os modos de fazer e saber da população, não apenas o

conjunto das produções artísticas, as obras de arte. Só assim podemos construir

27

uma cultura sustentável e estimular o sentimento de pertencimento à cidade e de

inclusão das mais variadas culturas que formam a cidade.

Por mais que esse tempo de reflexão tenha sido importante na revisão da minha

prática pedagógica ainda encontramos dificuldades de coordenar os conteúdos do

vestibular com aquilo que estavam sendo trabalhados no projeto. As necessidades

dos alunos do 3º ano do ensino médio perpassa por assuntos abordados nos

vestibulares e também da aplicação de atividades construtoras no processo criativo.

O sistema blocado adotado pela escola neste ano letivo permitiu experimentar

uma nova forma de abordagem dos conteúdos, propiciado a partir do adensamento

do tempo de implementação para o 1º semestre do ano letivo, devido a essa

mudança fez se necessária a adaptação do projeto de implementação do trabalho

aplicado nas turmas. Algumas atividades deixaram de ser aplicadas devido a esse

fator.

A adaptação das turmas ao sistema blocado em relação ao rendimento do

projeto ficou prejudicada, pois os alunos apreenderam que as aulas dobram no

tempo, mas, a realidade temporal se fez perceber somente no mês de maio quando

já haviam decorrido uma boa parte do ano letivo do bloco 2 (se referem as

disciplinas de: matemática, física, geografia, arte e química). Apesar de termos 4

aulas havia a necessidade da investigação urbana em horários alternativos a serem

registradas, documentadas e debatidas.

Ao término do semestre foram surgindo novos grupos de alunos que se

interessaram por dar continuidade aos registros fotográficos, em conseqüência do

interesse implementamos um novo projeto com a participação dos estagiários

(alunos do curso de Educação Artística) da Universidade Estadual de Londrina. As

novas fronteiras de abordagens foram determinadas a partir do contexto fotográfico,

incluindo visita ao laboratório de fotografia da universidade para apreender sobre os

processos fotográficos em P/B(preto e branco), roteiros de fotografia, inserção de

ações da arte contemporânea no espaço urbano, discussões e debates. Essa nova

etapa teve aplicabilidade no período alternativo das aulas pois se incluíam ao novo

grupo alunos de turmas do bloco 1 e do bloco 2 inviabilizando a ação no período

matutino.

28

Este desdobramento do projeto em outro nos fez perceber do quanto um projeto

leva a outro, e quando temos clareza daquilo que estamos fazendo, propondo as

ações se tronam cada vez mais significativas e o projeto por si mesmo vai se dando

por respondida aquele questão posta inicialmente e vamos abrindo novas

possibilidades, foi o que aconteceu neste projeto especificamente.

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