PRINCIPIOS DA SUSTENTABILIDADE

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    PRINCIPIOS DA SUSTENTABILIDADE

    7. PREVENO A POLUIO

    " A estratgia de reduo ou eliminao de resduos ou poluentes

    na fonte geradora consiste no desenvolvimento de aes que promovam a

    reduo de desperdcios, a conservao de recursos naturais, a reduo ou

    eliminao de substncias txicas (presentes em matrias-primas ou produtos

    auxiliares), a reduo da quantidade de resduos gerados por processos e

    produtos, e conseqentemente, a reduo de poluentes lanados para o ar,

    solo e guas.

    Diversos termos, tais como: Produo mais Limpa (Cleaner

    Production), Preveno Poluio (Pollution Prevention), Tecnologias Limpas

    (Clean Technologies), Reduo na Fonte (50urce Reduction) e Minimizao de

    resduos (Waste Minimization) tm sido utilizados, ao redor do mundo, para

    definir este conceito. Algumas vezes, estes termos so considerados

    sinnimos, e, s vezes, complementares, requerendo uma anlise aprofundada

    das aes e das propostas inseridas dentro de cada contexto.

    A CETESB utiliza os termos Preveno Poluio (P2) e Produo

    mais Limpa (P+L). O primeiro j consagrado nos EUA (Estados Unidos da

    Amrica) e foi disseminado pela EPA (Agncia Ambiental Americana), atravs

    de um Decreto Lei promulgado pelo Governo Federal Americano, em 1990. O

    segundo foi definido pelo UNEP (Organizao Ambiental das Naes Unidas)

    durante o lanamento do Programa de Produo mais Limpa, em 1989.

    O glossrio apresentado a seguir tem a finalidade de promover

    uma uniformizao terminolgica relativo ao tema Preveno da Poluio e

    Produo+Limpa, de modo a facilitar a compreenso deste assunto e ressaltar

    que qualquer ao que promova a reduo Oll eliminao de poluentes na

    fonte geradora deve sempre ser priorizada dentro da hierarquia de

    gerenciamento ambiental.

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    Definies

    Minimizao de resduos: inclui qualquer prtica, ambientalmente

    segura, de reduo na fonte, reuso, reciclagem e recuperao de materiais

    e/ou do contedo energtico dos resduos, visando redu.zir a quantidade ou

    volume dos resduos a serem tratados e adequadamente dispostos.

    Produo mais limpa (P+L): a aplicao contnua de uma

    estratgia ambiental preventiva integrada aos processos, produtos e servios

    para aumentar a eco-eficincia e reduzir os riscos ao homem e ao meio

    ambiente. Aplica-se a: Processos Produtivos: conservao de matriasprimas e

    energia, eliminao de matrias-primas txicas e reduo da quantidade e

    toxicidade dos resduos e emisses; Produtos: reduo dos impactos negativos

    ao longo do ciclo de vida de um produto desde a extrao de matrias-primas

    at a sua disposio final; Servios: incorporao das preocupaes ambientais

    no planejamento e entrega selrvios.

    Produo + Limpa requer mudanas de atitude, garantil de

    gerenciamento ambiental responsvel, criao de polticas nacionais

    direcionadas e avaliao de alternativas tecnolgicas. (Conferncia das

    Amricas-199B)

    Preveno Poluio (P2) ou Reduo na Fonte: Refere-se a

    qualquer prtica, processo, tcnica ou tecnologia que vise a reduo ou

    eliminao em volume, concentrao e/ou toxicidade dos resduos na fonte

    geradora. Inclui modificaes nos equipamentos, nos processos ou

    procedimentos, reformulao ou re planejamento de produtos, substituio de

    matria-prima e melhorias nos gerenciamentos administrativos e tcnicos da

    entidade/empresa, resultando em aumento de eficincia no uso dos insumos

    (matrias-primas, energia, gua etc).

    As prticas de reciclagem fora do processo, tratamento e

    disposio dos resduos gerados, no so consideradas atividades de

    Preveno Poluio, uma vez que no implicam na reduo da quantidade de

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    resduos e/ou poluentes na fonte geradora, mas atuam de forma corretiva

    sobre os efeitos e as conseqncias oriundas do resduo gerado. (U5EPA,1990)

    Reuso: qualquer prtica ou tcnica que permite a reutilizao do

    resduo, sem que o mesmo seja submetido a um tratamento que dltere as suas

    caractersticas fsico-qumicas.

    Reciclagem: qualquer tcnica ou tecnologia que permite o

    reaproveitamento de um resduo, aps o mesmo ter sido ~submetid~:> a um

    tratamento que altere as suas caractersticas fsico-qumicas. A reciclagem

    pode ser classificada como:

    Reciclagem dentro do processo: permite o reaproveitamento do

    resduo como insumo no processo que causou a sua gerao. Exemplo:

    reaproveitamento de gua tratada no processamento industrial.

    Reciclagem fora do processo: permite o reaproveitamento do

    r~sduo como insumo em um processo diferente daquele que causou a sua

    gerao. Exemplo: reaproveitamento de cacos de vidro, de difer'entes

    origens,

    na produo

    de novas embalagens

    Figura -Hierarquia de gerenciamento ambiental de resduo

    fUl)IDAS {

    DI .

    CONTaOlE :,~

    ~;:-

    INI IZAiO Oi aE

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    aes de P2, outras medidc:ls de minimizao de resduos, tais como

    reciclagem e reuso fora do processo, devem ser consideradas, pois promovem

    a conservao de recursos naturais e reduzem os impactos ambientais

    causados pelo armazenamento, tratamento e disposio final de resduos.

    Finalmente, medidas adequadas de controle ambiental devem ser

    consideradas para o tratamento e disposio final ambientalmente segura dos

    resduos e/ou poluentes remanescentes.

    A escolha da melhor opo para uma determinada situao

    depender de um estudo prvio de viabilidade tcnica e econmica a ser

    realizado pela organizao, bem como da avaliao dos benefcios ambientais

    e econmicos resultantes das medidas a serem implementadas.

    Quem pode implementar aes de P+L/P2?

    Qualquer pessoa / organizao que:

    visa otimizar o uso de insumos / recursos disponveis (gua,

    energia, matrias-primas, etc.)

    visa reduzir a gerao de resduos ou o uso de substncias

    perigosas em suas atividades ou processos produtivos- deseja melhorar a

    qualidade ambiental local e global

    visa o bem estar da comunidade e das futuras geraes

    visa operar de forma ambientalmente segura e responsvel

    deseja alcanar um estgio superior ao de seus cClncorrentEfs em

    relao melhoria da qualidade ambiental

    visa reduzir os custos envolvidos no tratamento de resduos, na

    compra de matrias-primas e nos processos produtivos.

    Qualquer pessoa pode implementar aes de P+L/P2, adotando

    simples atitudes no seu dia-a-dia, tais como: otimizar o uso de gua, energia e

    demais recursos, evitando o desperdcio; dar preferncia compra de

    materiais que causem menor impacto ambiental; deixar o carro pJprio na

    garagem, reutilizar embalagens; separar materiais reciclveis e enviar para um

    centro de coleta seletiva.

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    A implementao de aes de P+L/P2 por uma organizao implica

    no desenvolvimento de um Programa de P2. A metodologia sugerida pela

    CETESB obedece a seguinte seqncia:

    comprometimento da direo da empresa

    definio da equipe de P2

    elaborao da Declarao de Irltenes

    estabelecimento de prioridades objetivos e metas

    elaborao de cronograma de atividades

    disseminao de informaes sobre P2

    levantamento de dados

    definio de indicadores de desempenho

    identificao de oportunidades de P2

    levantamento de tecnologias

    avaliao econmica

    seleo das oportunidades de P2

    implementao das medidas de P2

    aval iao dos resultados

    manuteno do programa

    Quais os benefcios?

    A implementao de aes de P+L/P2 resulta em:

    melhor qualidade de vida e melhoria da conscientizao ambiental

    melhoria da qualidade ambientallocal e global

    economia de consumo de gua e energia

    reduo do uso de matrias-primas txicas

    reduo da gerao de resduos

    aumento da segurana no ambiente de trabalho, com conseqente

    reduo de afastamentos por acidentes

    reduo ou eliminao de resduos, com conseqente reduo dos

    gastos relativos ao gerenciamento dos mesmos

    minimizao da transferncia de poluentes de um meio para o

    outro

    melhoria do desempenho ambiental

    reduo ou mesmo eliminao de conflitos junto aos rgos de

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    fiscalizao

    melhoria da motivao dos funcionrios

    melhoria da imagem pblica da empresa

    reduo de possveis conflitos com a comunidade circunvizinha

    melhoria da competitividade da empresa e da qualidade do

    produto"

    8. PRINCIPIOS DA SUSTENTABILIDADE

    "A Ecologia no trata apenas das ljuestes lf/adas ao verde ou s

    espcIes em extlno.

    A ecologia significa um novo paradigma, quer dizer, uma nova

    forma de organizar o conjunto de relaes dos seres humanos entre si, com a

    natureza e com o seu sentido neste universo"

    E importante estabelecer os princpios do gerenciamento ambiental

    que nortearo as polticas e estratgias a serem propostas neste processo,

    envolvendo negociaes com as diversas partes interessadas. Estes princpios

    so:

    8.1. Princpio da Preveno

    Quase sempre mais barato prevenir a degradao e a poluio,

    pois, quase sempre, impossvel remover completamente a poluio: o ar, a

    gua, o solo podem ficar permanentemente degradados. Por exemplo,

    sempre melhor reduzir as emisses de uma chamin pela modificao do

    processo do que colocando filtros. O controle ambiental deve ser integrado s

    outras atividades da comunidade, de forma que situaes potencialmente

    perigosas possam ser logo reconhecidas e evitadas.

    Quando h dvidas sobre as conseqncias ambientais de uma

    ao, deve-se operar com cautela; continuar uma atividade cujo impacto

    ambiental desconhecido, enquanto espera-se a prova cientfica de sua

    periculosidade, uma imprudncia. Mesmo quando no h uma relao

    cientificamente provada entre causa e efeito, se existem dvidas sobre a

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    origem do problema, justifica-se uma ao preventiva, especialmente quando

    h riscos para a sade.

    Assim, as decises tanto pblicas quanto privadas devem se guiar

    por uma avaliao cuidadosa para evitar, quando possvel, danos srios ou

    irreparveis ao meio ambiente.

    8.2. Princpio Poluidor-pagador

    O princpio do poluidor-pagador j est em uso h muitos an~s. O

    responsvel pela poluio deve se responsabilizar pelos custos de remediar o

    estrago causado. Mas para este princpio funcionar de forma sustentvel

    necessrio atentar para alguns fatos. Por exemplo, cortar uma floresta no

    causa poluio direta mas degrada o meio ambiente, portanto devem ser

    exigidas medidas compensatrias. O responsvel por uma atividade

    potencialmente poluidora no pode, aps pagar ao governo uma soma

    calculada como suficiente para reparar os estragos, continuar suas atividades

    poluidoras. Ou aps receber uma multa, ou multas repetidas, no necessar.as,

    para sanar definitivamente o problema.

    Transferir a poluio de um meio para outro no compatvel iCom

    a sustentabilidade. O nus de mudar processos e mtodos para reduzir a

    poluio ao mnimo, deve ser assumido no somente pela empresa, mas

    tambm pela sociedade. Esta deve questionar- a necessidade e evitar o

    consumo de produtos de uma indstr'ia altamente poluidora. Isto leva ao

    debate sobre quem o poluidor. E fcil apontar uma fbrica como poluidora,

    mas ela no existiria se no houvesse demanda por seus produtos:.

    Assim, o consumidor tambm pode ser visto como uma das causas

    da poluio, e esta justificativa ser usada para repassar os custos das medidas

    anti-poluio ao produto final. Mas devemos lembrar

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    Todas as pessoas afetadas pelo resultado do planejamento

    ambiental devem estar envolvidas na formulao dos planos. Os problemas

    ambientais no tm limites geogrficos ou burocrticos. A cooperao de todos

    no planejamento e implementao de aes ambientais pode facilitar o

    caminho.

    O conceito de ecossistemas urbanos no novo. Qualquer sistema

    pode ser avaliado em termos de inputs e outputs. Os sistemas naturais so

    fechados e neles tudo se recicla. Os sistemas urbanos so abertos, importando

    matria-prima de outras reas e gerando lixo. Para trabalhar de forma

    sustentvel, preciso fechar o ciclo, transformando refugos em matria-prima.

    Este um conceito simples, difcil de ser posto em prtica. Existem muitas

    relaes entre causas e efeitos e necessrio flexibilidade no gerenciamento

    ambiental, para ajustar as aes de forma a antecipar possveis efeitos

    negativos.

    Todo recurso ambiental tem uma "capacidade de suporte" - a

    velocidade mxima na qual possvel explorar o recursos sem esgot-Io I ou

    us-Io para absorver ou limpar poluentes sem destru-Io. Para algumas

    substncias, no existe "capacidade de suporte". Nenhum processo natural

    pode quebr-Ias ou torn-Ias incuas. E o caso, por exemplo, dos metais

    pesados. Sustentabilidade criar polticas que mantenham o desenvolvimento

    dentro dos limites da "capacidade de suporte", isto , no aumentar nossas

    demandas indefinidamente.

    8.5. Igualdade Intra e Entre Geraes

    A igualdade se refere justia, ou seja, oportunidade e acesso a

    uma ampla gama de reas da vida. Descreve uma relao entre pessoas e no

    um padro mnimo. Para assegurar a igualdade, precisamos lidar com questes

    de desvantagens econmicas, sociais e fsiccts. A igUl:lldade intra geraes

    deve ser tratada como um objetivo tal como a eficincia econmica ou a

    integridade ambienta!. Alcanar a justia social requer, sem dvida, solues

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    inovadoras e muito mais ateno do que vem recebendo.

    E importante que a justia social seja um dos princpios sob os

    quais basearemos nossas decises. Para assegurar a igualdade entre

    ger1aes, a gerao atual deve assegurar que a sade, a diversidadE~ e a

    produtividade do meio ambiente, sejam mantidas ou melhoradas em benefcio

    das geraes futuras.

    8.6. Compromisso com a Melhoria Contnua

    Alcanar um objetivo de longo prazo requer o compromisso de

    progresso contnuo nesta direo. E relativamente fcil gerar um surto inicial

    de entusiasmo e atividade, mas necessrio um compromisso com o

    progresso contnuo, para manter o esforo ao longo do tempo.

    Comprometer-se a fazer progresso contnuo em direo

    sustentabilidade requer que o impacto potencial de todas as atividades,

    mesmo as aparentemente triviais, seja avaliado e que as mudanas sejam

    implementadas num ritmo adequado. Quanto maior a velocidade da mudana,

    mais difcil e onerosa se torna a transio. Por exemplo, mais fcil melhorar

    aos poucos a eficincia no uso da gua, durante anos, do que alcanar uma

    melhora de 20"0 em, apenas, um ano.

    8.7. Responsabilidade

    Os governos locais so responsveis perante s comunidades' que

    dirigem. Devem manter as pessoas informadas de forma compreensvel, no

    apenas sobre as decises que esto sendo tomadas, mas tambm sobre as

    implicaes destas decises na consecuo da sustentabilidade. Tambm

    devem oferecer oportunidades para que a comunidade possa opinar sobre as

    polticas e princpios que guiam o processo decisrio. Outros princpios podem

    ser levados em considerao:

    Ningum deve ficar em situao pior do que a atual. Quando

    necessrio deve haver compensao financeira, alternativas para meio de

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    sobrevivncia, etc.;

    Os acordos nacionais e internacionais devem ser respeitados;

    Devem se manter as opes sempre em aberto em busca de novas

    alternativas;

    Monitorar a implementao das decises;

    A consulta pblica deve contar com representao eqitativa;

    O cronograma deve ser ctaro e razovel, com um limite de tempo

    estabelecido;

    Apresentar viabilidade econmica;

    No causar impactos irreversveis

    IIIE'YDLVIIENTO ECO~QQ\t.\\t\\ sumNl~'&

    FINS FUNDAMENTAIS (felicidade,re izao,iluminao)

    9.MINIMIZAAO E CONTROLE DE RESIDUOS

    9.1 Conceitos de Minimizao de Resduos

    Os resduos lquidos, slidos e gasosos podem ser gerados durante

    a fabricao de diversos produtos. Os principais problemas ambientais

    causados pelos resduos so as perdas de materiais e energia no processo

    produtivo. Alm do mais eles necessitam de significante investimento e boas

    prticas de controle.

    O tratamento de resduos industriais tem sido visto como processo

    final, oferecendo pequena oportunidade de recuperar o material residual. Em

    situaes mais agravantes tcnicas de lIfim-detuboll, onde no se elimina o

    resduo, mas simplesmente o transfere de um lugar para outro, freqentem

    ente numa forma mais diluda vem sendo utilizada por diversas indstrias.

    Portanto, tem-se apenas a transferncia dos resduos no meio ambiente (ar,

    gua, terra), sem a sua real eliminao. A menos que sejam impostas

    restries a essa prtica, os resduos e seus custos de tratamento iro

    aumentar continuamente ao longo do tempo.

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    A minimizao de resduos deve ser vista como um conceito que

    auxilia as empresas a adequarem-se s exigncias ambientais e na reduo de

    seus custos operacionais. Uma estratgia de minimizao de resduos o

    componente mais importante no sistema de gerenciamento ambiental.

    9.2 Definies e Sinnimos

    Nos processos industriais os resduos representam perdas de

    matrias-primas, intermedirios, subprodutos ou produtos principais, os quais

    requerem tempo, mo-de-obra e dinheiro para serem processados. A Agencia

    Americana de Meio Ambiente (EPA), formalmente define resduo como

    qualquer substncia que constitui resto de material ou efluente, ou outra

    substncia no desejada originada no processo de produo e qualquer

    substncia ou mercadoria que requer disposio por estar quebrada, usada,

    estragada, contaminada ou danificado. A definio acima engloba:

    Resduos lquidos ou slidos do processo;

    Materiais contaminados;

    Produtos sem especificao;

    Fluidos de vazamentos acidentais e materiais de limpeza

    associados;

    Resduos de mquinas;

    Emisses atmosfricas e;

    Descarga de gases.

    Por sua vez, a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT)

    define resduo slido como:

    ''Resduos no estado slido e semi-slido, que resultam das

    atividades de origem industrial- domstica, hospitalar, comercialagrcola, de

    servios e de varrio. Ficam includos nesta definio os lodos provenientes

    de estaes de sistemas de tratamento de (gua, aqueles gerados em

    equipamentos e instalaes de controle de poluio, bem como determinados

    lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede

    pblica de esgotos ou corpos d'gua, ou eXIjam, para isso, solues tcnica e

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    economicamente invivel e'H1 seu lanamento na rede em face da melhor

    tecnologia disponvel'~

    A periculosidade de um resduo, segundo a ABNT, definida como:

    "Caracterstica apresentada por um resduo~ que~ em funo de

    suas propriedades fsicas~ qumicas ou infecto-contagiosas~ pode

    apresentar'~'

    Risco sade pb/ica~ provocando ou acentuando~ de forma

    significativa~ um aumento de morta/idade ou incidncia de doenas~ e/ou;

    Riscos ao meio ambiente, quando o resduo manuseado ou

    destinado de forma inadequada. /I

    Os resduos so classificados quanto periculosidade conforme

    mostra a tabela 1.

    Tabela 9.1. Classificao quanto periculosidade (NBR 10004)

    Resdu

    os Classe I

    Apresentam risco sade pblica

    ou aoPerigos

    os

    meio ambiente, caracterizando-se

    por ter

    uma ou mais das seguintespropriedades:

    inflamabilidade, corrosividade,

    reatividade,toxicidade e

    patogenicidade.Resduos

    Classe II - odem er

    propried

    ades omoNo-

    inertes

    combus

    tibilidade,

    b

    iodegradab i li dade usolubilidade, porm no se

    enquadram comoresduo

    I ou III.Resduos

    Classe III -

    No tem nenhum dos seus

    constituintes

    Inertessolubilizados em concentraes

    superioresaos padres ~otabilidade

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    de guas.

    A minimizao de resduos envolve qualquer tcnica, processo ou

    atividade que permite evitar, eliminar ou reduzir o resduo na sua fonte, reusar

    ou reciclar os resduos para vrios propsitos. Alguns sinnimos de

    minimizao encontrados na literatura CEPA) so Reduo de resduos;

    Tecnologia limpa, Engenharia limpa, Processo limpo; Preveno e reduo da

    poluio; Tecnologias ambientais e Tecnologia de no gerao de resduos.

    Para novos processos melhor usar as etapas de pr'ojeto, pesquisa

    e desenvolvimento, para evitar a gerao de resduos na fonte. Uma avaliao

    prvia do projeto e processo permite uma rpida identificao dos problemas

    de gerao de resduos e propostas alternativas de mmlmlzaao.

    A gerao, o transporte e a disposio de resduos, em todbs as

    formas, normalmente devem ser os elementos chaves para a avaliao e

    controle ambiental do processo. Neste estudo, o termo resduo ser associado

    como todas as emisses de materiais no ar, gua e terra, assim como, o

    consumo de energia que podem ser includas nos programas de minimizao

    de resduos. Uma das tcnicas usadas na minimizao de resduos praticadas

    na Comunidade Europia com grande intensidade a reciclagem dos

    materiais. A reciclagelT\ de materiais engloba processos de tratamento de

    resduos slidos urbanos e industriais.

    O presente material tem como objetivo apresentar de maaeira

    geral os princpios, as boas prticas, os programas de minimizto de resduos

    e de forma mais especfica as tcnicas de tratamjnto.

    9.3. Objetivos do Programa de Minimizao de Resduos

    Os principais objetivos almejados do programa de mmlmlzao

    englobam a reduo da quantidade de material e energia desperdiados, a

    reduo de resduos na unidade produtiva e, a reduo do lanamento dos

    resduos no meio ambiente.

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    A) A reduo da quantidade de material e energia desperdiados,

    engloba:

    A reduo de custos financeiros;

    o atendimento s legislaes ambientais;

    A reduo de impacto ambiental e;

    A reduo de periculosidade.

    B) A reduo de resduos dentro da unidade de produo e no

    apenas no final do processo engloba:

    A otimizao do processo;

    A substituio dos materiais utilizados;

    O redimensionamento do processo e do produto e;

    A reciclagem de materiais e energia.

    C) Finalmente, a reduo do despejo de resduos no meio

    ambiente inclui a gua, o solo e o ar.

    9.4 Benefcios da Minimizao de Resduos

    A minimizao de resduos pode gerar benefcios de duas

    maneiras:

    Cumprindo as exigncias legais;

    Pode gerar oportunidades para a empresa melhorar seu

    desempenho econmico e ambiental atravs das seguintes aes:

    Reduzir a dependncia com fornecedores de matria-prima;

    Promover uma imagem pblica positiva em relao ao meio

    ambiente;

    Melhorar a sade e segurana dos empregados;

    Aumentar a eficincia da operao e reduzir custos de produo.

    Os projetos de minimizao de resduos devem ser avaliados da

    mesma maneira que uma oportunidade de negcio. A implantao de um

    projeto de minimizao de resduos poder originar benefcios econmicos,

    ambientais e reduo de riscos, conforme citado anteriormente. De maneira

    geral, podemos classificar os benefcios da minimizao de resduos em

    econmicos, ambientais e de reduo de riscos, conforme mostrado abaixo:

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    Reduo de custos no manejo, pr-tratamento e transporte de

    resduos descartados fora da empresa;

    Reduo de espao de armazenamento de resduos, criando

    portanto maior espao para operaes produtivas;

    Reduo de custos administrativos associados disposio dos

    resduos;

    Reduo de custos de produo, incluindo reduo de matria-

    prima, energia e exigncias de utilidades e;

    Melhoria da eficincia operacional.

    Minimizao do impacto ambiental associado a gerao de

    resduos;

    Atendimento s exigncias legais municipais, estaduais e federais;

    Conservao de recursos naturais e;

    Melhoria da imagem da empresa perante os acionistas, os

    empregados e a comunidade.

    9.5 Reduo de Riscos

    Reduo de riscos na manipulao de materiais perigosos;

    Reduo de riscos a sade e segurana dos empregados;

    Reduo de riscos ao meio ambiente e;

    Reduo de riscos a no obteno de licenas e autorizaes dos

    rgos fiscalizadores locais.

    9.6 Comprometimento e Poltica da Empresa

    De maneira similar, a implantao de programas de gesto de

    qualidade, essencial para o sucesso do programa de minimizao de

    resduos, o comprometimento da alta administrao na liderarlJa do projeto

    para assegurar:

    10. ANLISE PARTICIPA TIVA COM O EDPO

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    Apresentamos a seguir um instrumento de anlise participativa,

    que poder ser aplicado associado a uma das formas de coleta de idias ou

    realizado atravs do trabalho em pequenos grupos alt,~rnado co~ sesses

    plenrias.

    O EDPO por princpio um instrumento de anlise que como tal

    poder ser associado a um seminrio de Planejamento, de avaliao e reflexo,

    de capacitao ou mesmo de consultoria.

    O que significa EDPO?

    o mtodo EDPO uma abreviatura de quatro focos de anlise:

    A

    Exitos: Objetivos alcanados, aspectos fortes, benefcios,

    satisfao, etc.

    Deficincias: Dificuldades, fracassos, aspectos fracos,

    descontentamento, etc.

    Potenciais: Capacidades sem explorar, idias de rnelhoram nto, etc.

    Obstculos: Contexto adverso, oposio, resistncias con~a

    mudana, etc.

    o que podemos obter com a anlise atravs do EDPO?

    o EDPO alm de ser um instrumento que incentiva a recolha db

    idias sobre um determinado tema, nos permite orden-Ias segundo 2 eixos:

    Tempo

    Valorizao

    Tempo

    Retrospectiva (o que passou).

    Projeo - viso de futuro (o que podemos esperar do futuro)

    Valorizao Positivo. Negativo.

    EDPO- Este instrumento pode ser visto como uma janela,

    compo~to por quatro campos de anlise ordenados segundo os dois eixos ~e

    referncia.

  • 8/8/2019 PRINCIPIOS DA SUSTENTABILIDADE

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    ~o

    XITOS

    N E C3 A.

    -.-

    I "\/

    C>

    o EDPO foi estruturado para ser analisado nesta seqncia:

    ...

    Exitos,

    Deficincias Potenciais

    Obstculos

    ATENO- Iniciar pelos aspectos positivos uma boa estrat9ia

    para motivar as pessoas.

    ,

    CARACTERISTICAS DO EDPO

    O EDPO um instrumento muito verstil, que poder ser aplic~do

    isoladamente ou acoplado a outros instrumentos de trabalho com grupos.

    ,

    E desenhado para ser realizado em um trabalho participativo com

    grupos.

    Possui um simplicidade lgica, fcil de ser entendido.

    E intercultural, de fcil adaptao.

    Provoca a participao, pois (o que vivenciamos).

    I trabalha com o contexto do dia a dia

    So necessrios poucos materiais e de fcil manuseio.

    Possui uma grande rea de aplicao: preparao dE~ uma I

    planejamento, monitoria e avaliao de um projeto, capacitao,

    consultoria, etc., sendo muito varivel segundo as necessidad~s da situao.

    A WAZU, L.A.M. 1990. A gesto dos riscos de acidentes ambientais.

    Revista Engenharia Ambiental, So Paulo, 3, n. 9, jan/1990, p. 20-22.

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    COMISSO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO.

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    CURSO DE DIREITO AMBIENT AL BRASILEIRO - Celso Antonio

    Pacheco Fiorillo 4Q EDIO - Editora: Saraiva: Brasil, 2003.

    CURSO DE GESTO AMBIENTAL-Arlindo Philippi Jr, Gilda Collet

    Bruna, Marcelo de Andrade Romro -. Editora: Manole. Brasil, 2004.

    DANO AMBIENTAL -Jos Rubens Morato Leite Editora: Revista dos

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    FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo Dicionrio

    Portuguesa, Rio de Janeiro. Nova Fronteira S.A. 1996.

    FILHO. Cosmo Severiano. Planejamento estratgico orientado a

    ~eso de recursos naturais renovveis(mimeografado ),agosto 2001.

    GESTO AMBIENTAL- Rui Otvio Bernardes e AndradE~ -Enfoque

    Estratgico Aplicado ao Desenvolvimento Sustentvel. Editora:

    Makron Books. Brasil, 2002.

    GESTAO AMBIENT AL- Sandra Mara Pereira de Queiroz, Luis Felipe

    Sanches de Sousa Dias Reis. Em Pequenas e Mdias Empresas.

    Editora: Qualitymark. Brasil, 2002. l

    GRISI, Breno Machado. Glossrio de ecologia e Cincias Ambie tais.

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    INSTITUTO DE CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS. I

    Ecodesenvolvimento: cadernos do NERU. Cuiab: EDUTMT, n. 6,

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    IMPACTO AMBIENTAL - ASPECTOS DA LEGISLAAO BRASILEIRA-

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    MACHADO, Paulo Afonso Leme. Estudos de Direito Ambiental. So

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    MANUAL DE AUDITORIA AMBIENTAL - Emilio Lebre La Rovere t

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    MANUAL DE DIREITO AMBIENT AL - Luis Paulo Sirvinskas 2Q EDIO

    - Editora: Saraiva: Brasil, 2003.

    MANUAL DE FISCALIZAO AMBIENTAL DO INsTrJuTo

    AMBIENTAL DO PARANA-IAP.

    MANUAL DO CURSO BSICO DE CONTROLE E FISCALIZAO I do

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    Bsica/IBAMA, Braslia, 1989.

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    Boletim Informativo.

    O DESAFIO AMBIENTAL - Carlos Walter Porto-Gonalves - Editora:

    Record. Brasil, 2004.

    PLANEJAMENTO AMBIENTAL PARA A CIDA E SUSTENTAVELMaria De

    Assuncao Ribeiro Franco.Editora: Annablume. Brasil, 2003.

    PRINCIPIOS DO PROCESSO AMBIENT AL -Celso Antonio Pacheco

    Fiorillo

    Editora: Saraiva: Brasil, 2003.

    QUALIDADE AMBIENTAL ISO 14000 (REVISTA E AMPLIADA) Cyro

    Eyer Do Valle- Editora: Senac. Brasil, 2003.

    EPOCAESTAGI

    OATITUDES

    ANTES

    DOS ANOS 70

    RECON

    HECIMENTO

    Saneamento

    bsico

    Pouco

    conhecimento relativo a

    impactos ambientais e

    resduos perigosos.Existncia

    limitada de requisitos e

    padres ambientais.

    ANOS 70

    CONTR

    OLE

    (Remed

    iao)

    Controle

    da Poluio industrial

    (gua, ar, rudo) Gesto

    reativa Filosofia de

    controle pontual (endl-of-pipe).

  • 8/8/2019 PRINCIPIOS DA SUSTENTABILIDADE

    21/21

    ANOS 80

    PLANEJ

    AMENTO(Preven

    o)

    Estudos de

    Impactos Ambientais

    Gerenciamento de

    resduos slidos. Controle

    da poluio do Solo.

    Minimizao de resduos

    ANOS 90

    SISTEM

    A DE CONCEITOS

    (sustent

    abilidade)

    Atuao

    responsvel

    Gerenciamento

    Integrado (meio

    ambiente + Segurana

    + Sade)

    Auditoria

    Ambiental

    Avaliaodo Ciclo de Vida do

    Produto Sistema de

    Gerenciamento

    Ambiental