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Producción de sentido en las ciencias

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  • Alves, Roberta Caroline Ves; Moraes, Joo Batista Ernesto de; Almeida, Carlos Cndido de. Semitica do Discurso Cientfico: um estudo sobre novas perspectivas para a Anlise Documental de Contedo. // Scire. 20:2 (jul.-dic. 2014) 55-59. ISSN 1135-3716.

    Semitica do discurso cientfico: um estudo sobre novas perspectivas para a anlise

    documental de contedo Semitica del discurso cientfico: un estudio sobre nuevas perspectivas para el anlisis documental del contenido

    Semiotic of scientific discourse: a study on new perspectives for documentary content analysis

    Roberta Caroline Ves ALVES (1), Joo Batista Ernesto de MORAES (2), Carlos Cndido de ALMEIDA (3)

    (1) Faculdade de Filosofia e Cincias-Unesp, Av. Higyno Muzzi Filho, 737, Marlia So Paulo Brasil CEP:17525-900, [email protected] (2) [email protected] (3) [email protected]

    Resumen Se realiza un estudio exploratorio a partir de la revi-sin de la literatura sobre la produccin de sentido en el discurso cientfico desde la perspectiva de la se-mitica greimasiana, que ofrece un marco metodol-gico general para el anlisis de los diferentes tipos de textos y discursos. Se muestra como la semitica de Greimas y el anlisis del recorrido generativo de sentido permiten la identificacin de la tematicidad (aboutness ) de los documentos cientficos durante el anlisis documental del contenido. Palabras clave: Semitica greimasiana. Discurso cientfico. Recorrido generativo de sentido. Anlisis documental de contenido.

    Abstract Greimas Semiotic offers procedures for the analysis of different types of texts and discourses. For this reason, this study aimed to analyze the production of sense from scientific discourse, explained by Greimas Semi-otics and Generative Sense Course, seeking to de-velop a new perspective on the identification of aboutness in Documentary Content Analysis and Infor-mation Science. The method used was exploratory and bibliographic review. Results show that the analysis of scientific discourse contributes to the identification of aboutness in Documentary Content Analysis, using Greimas Semiotics and Generative Sense Course. Keywords: Greimas Semiotics. Scientific discourse. Generative sense course. Documentary content anal-ysis. Aboutness.

    1. Introduo

    A Anlise Documental de Contedo identifica e representa o contedo para recuperao de do-cumentos. Nesse sentido, o aboutness de textos narrativos ficcionais pode ser identificado por meio da anlise da estrutura textual elucidada pelo Percurso Gerativo de Sentido, teoria da rea de Anlise do Discurso e proveniente da Semitica Francesa de Greimas (1917-1992).

    Dentre as diversas linhas semiticas, a Semiti-ca Greimasiana parece a que mais elementos fornece aos estudos textuais, bem como a iden-tificao de conceitos. Diferentemente da abor-dagem de Charles Peirce, com orientao lgi-ca, e da abordagem clssica de Ferdinand de Saussure, cujo objetivo foi lanar as bases es-truturais da Semiologia francesa.

    Nesse mbito, a Semitica Greimasiana desen-volveu tambm estudos que explicam a produ-o de sentido de diferentes tipos de discursos independentes de sua manifestao, como o cientfico. Ainda, considera textos verbais e no-verbais, alm do contexto social do discurso.

    Greimas contribuiu, sobretudo, para propor uma lgica no exame das aes dos agentes no interior de uma narrativa, buscando identificar, seguindo a linha estruturalista, as condies subjacentes do sistema que formam o discurso. Por isso, o objetivo deste estudo consistiu em analisar o discurso cientfico por meio da Semi-tica Greimasiana e Percurso Gerativo de Senti-do, visando tambm ao desenvolvimento de uma nova perspectiva de identificao do aboutness de documentos com discursos cient-ficos em Anlise Documental de Contedo.

    Para isso, a pesquisa foi desenvolvida pelo mtodo de estudo exploratrio e reviso biblio-grfica para o embasamento terico. Como resultado, verificou-se que a teoria da Semitica Greimasiana contribui para compreenso do sentido de textos cientficos, consequentemen-te, para a identificao do aboutness em Anlise Documental de Contedo.

  • Alves, Roberta Caroline Ves; Moraes, Joo Batista Ernesto de; Almeida, Carlos Cndido de. Semitica do Discurso Cientfico: um estudo sobre novas perspectivas para a Anlise Documental de Contedo. // Scire. 20:2 (jul.-dic. 2014) 55-59. ISSN 1135-3716.

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    2. Anlise Documental de Contedo e Aboutness

    A Anlise Documental de Contedo desenvolve os procedimentos para a representao de do-cumentos de forma distinta da original, para fins de recuperao (Gardin et al., 1981). Esses procedimentos iniciam com a etapa de anlise do documento, com a identificao de conceitos para posterior traduo e representao (Gui-mares, Moraes e Guarido, 2007).

    Nesse contexto, o aboutness considerado para esta pesquisa como equivalente aos con-ceitos identificados. Segundo Beghtol (1986), os documentos contm aboutness, (assunto intrn-seco ao documento, relativamente permanente), e meaning (que mutvel devido ao contexto, local, momento histrico, interesse etc.).

    Para identificao do aboutness importante observar a relao explcita entre as entidades e suas representaes, garantindo que no ocor-ram equvocos ou desvios na representao (Moraes, 2011). Tambm importante que uma expresso faa sentido e seja um contedo relevante, obtendo seu sentido a partir da rela-o entre os termos do texto (Moraes, 2011).

    Por isso, para identificar o contedo do texto, segundo a relao entre seus termos, so utili-zadas as regras de criao desse texto, que explicam a produo de sentido. No caso do texto de fico, o sentido compreendido com a anlise do Percurso Gerativo de Sentido, impor-tante para a identificao do aboutness em An-lise Documental de Contedo. Esse Percurso contm trs nveis, cada um com sintaxe e se-mntica. Segundo Barros (2008), o nvel pro-fundo e abstrato consiste na relao de oposi-o entre termos em quadrado semitico. O nvel narrativo contm o enunciado elementar de relao entre sujeito e objeto, o programa narrativo (enunciado de fazer que rege um enunciado de estado), alm de percurso e es-quema narrativo, e as modalizaes do ser e do fazer. Este, tambm relacionado s fases de manipulao, competncia, performance e san-o (Alves, 2008; Antonio; Moraes, 2010; Fiorin, 2008, 1999; Tatit, 2003). O nvel discursivo apresenta as projees da enunciao, a tema-tizao e figurativizao, alm de isotopias (Bar-ros, 2008; Greimas, 1973).

    Segundo Moraes, Damazo e Lara (2008), o tema de nvel profundo e principal do texto lite-rrio est concentrado nas fases de manipula-o e sano. Assim, possvel construir o quadrado semitico com termos opostos, que no esto explcitos e que correspondem ao aboutness (Alves, 2008; Moraes, 2011).

    Greimas considera a estrutura geral de signifi-cao inerente aos textos verbais e no-verbais diversos e passveis de descrio semitica, desenvolvendo tambm sua abordagem sintxi-ca do texto integral (Antonio e Moraes 2010). Por isso, entre outros aspectos, estabelece as bases apara o Percurso Gerativo de Sentido, que elucida os elementos de sintaxe e semnti-ca dos textos, de acordo com patamares que levam compreenso de elementos simples e complexos para a identificao do tema do tex-to, tambm para fins de Anlise Documental de Contedo (Antonio e Moraes 2010).

    Nesse sentido, foram analisadas as contribui-es da Semitica Greimasiana para a identifi-cao do aboutness do texto cientfico.

    3. Semitica do Discurso Cientfico Greimas, na construo de seu modelo, foi in-fluenciado pela obra de Propp sobre a morfolo-gia do conto popular russo, o que est na base do modelo actancial que transcende toda anli-se semitica. Nesse sentido, sua Semitica, mais que uma cincia, uma teoria da significa-o, procura analisar de maneira macroestrutu-ral diversas tipologias discursivas.

    A Semitica do discurso cientfico, segundo Greimas e Landowski (1979, p. 12), [...] tem em vista unicamente a explicitao das formas dis-cursivas e de sua tipologia, sendo que o estudo da tipologia no prev uma regulamentao dos discursos, em dever-ser, mas sim a anlise do que , o ser, e a maneira como os discursos-objeto instauram suas normas. Para isso, os autores reuniram estudos sobre discursos que representam as pesquisas em Cincias Huma-nas e Sociais, identificando trs grandes tipos de discursos em pesquisa (Greimas e Landows-ki, 1979, p. 15).:

    1. Discursos em busca de certezas cientficas; 2. Interrogaes sobre o prprio sentido da pesquisa; 3. Discursos de interpretao.

    De modo sucinto, segundo os autores, para anlise desses discursos considerado, entre outros fatores, o discurso cognitivo reconhecido em uma pesquisa como uma narrativa, que corresponde ideia de uma simples transfor-mao de estado. Assim, apresenta um primeiro estado de no-saber e a passagem para o esta-do final, um saber, com a conjuno ao objeto de valor (Greimas, 1976). Nesse sentido, o su-jeito dotado de competncia cognitiva. Esses procedimentos de narrativizao do discurso cognitivo tomados como objeto so importantes dimenses de anlise, pois (Greimas e Lan-dowski, 1979, p. 21),

  • Alves, Roberta Caroline Ves; Moraes, Joo Batista Ernesto de; Almeida, Carlos Cndido de. Semitica do Discurso Cientfico: um estudo sobre novas perspectivas para a Anlise Documental de Contedo. // Scire. 20:2 (jul.-dic. 2014) 55-59. ISSN 1135-3716.

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    [...] a organizao do discurso cognitivo em forma de programas narrativos, que vai fornecer-nos o meio de imaginar seus principais nveis de articu-lao.

    Dessa forma, ainda segundo os autores, em nvel profundo devem existir duas formas de organizao do contedo, uma relacionada ao estgio anterior narrativa (busca do saber) e outra de transformao, sendo que no plano de contedo a transformao modal ocorre do no-saber para o saber (Greimas e Landowski, 1979). Por isso, pode ser entendido que as fa-ses do nvel narrativo que compreendem o no-saber e o saber correspondem, respectivamen-te, a manipulao e a sano do nvel narrativo do Percurso Gerativo de Sentido. Sendo que, de modo geral, o estado inicial de no-saber sobre algo necessariamente implica na busca do sa-ber (manipulao); a competncia cognitiva o conhecimento que colabora para a busca do saber; a performance est no desenvolvimento da mudana de estado; e a sano apresenta o estado final do saber alcanado.

    Por isso, a anlise da produo de sentido do discurso cientfico, embasada na Semitica Greimasiana tambm necessita de aspectos tericos do Percurso Gerativo de Sentido.

    Alm disso, vale destacar que a relao entre as dimenses cognitiva e pragmtica norteia essa anlise. Os programas narrativos constitu-em a dimenso pragmtica e correspondem (Greimas e Courts, 2008, p. 379)

    [...] s descries, que ali so feitas, dos compor-tamentos somticos significantes, organizados em programas e recebidos pelo enunciatrio como acontecimentos, independentemente de sua eventual utilizao no nvel do saber: os objetos pragmticos so reconhecveis como valores des-critivos [...], em oposio aos valores modais.

    A dimenso pragmtica mostra a relao de dependncia entre os actantes. Tambm, essa dimenso referente interno dimenso cogni-tiva do discurso, que desenvolvida [...] parale-lamente ao aumento do saber (como atividade cognitiva) atribudo aos sujeitos instalados no discurso. (Greimas e Courts, 2008, p. 64). Mas, a relao contrria no ocorre, ou seja, a dimenso cognitiva hierarquicamente superior pragmtica, estabelecendo o sentido do que enunciado pelo pesquisador.

    A partir do entendimento da produo de senti-do do discurso cientfico foi desenvolvida a an-lise voltada Cincia da Informao, identifi-cando o tema principal de nvel profundo (aboutness) conforme a Anlise Documental de Contedo, Semitica Greimasiana e Percurso Gerativo de Sentido.

    Para demonstrar a anlise e identificao do aboutness do texto cientfico foi utilizado um captulo do livro de Jouve (2002), O que a leitura?. Verificou-se o discurso cognitivo com base na dimenso pragmtica, que apresenta os programas narrativos, principalmente, sobre as fases de manipulao e sano.

    Segundo Greimas (1976, 1979), o discurso cientfico apresenta uma aventura cognitiva que obedece forma da busca do objeto de valor, este consiste em um certo saber que se procura adquirir. Portanto (ibidem, p. 41),

    Sendo o objeto-saber o objetivo do discurso, evidente que o estado inicial de que parte a busca um estado de no-saber: a narrativa cientfica define-se, ento, como a transformao de um /no-saber/ em um /saber/.

    A dimenso pragmtica, segundo Barros (2008), contm seus programas narrativos (PN), que seguem o modelo: PN = F [S1 > (S2 Ov)] (F funo/fazer; > transformao; S1 sujeito do fazer; S2 sujeito do estado; conjuno; v dis-juno; Ov objeto de valor). Como exemplo da fase de manipulao tem-se a dvida: O que a leitura? (Jouve, 2002, p. 17). O programa narrativo desta fase pode ser descrito como:

    PN1= F [S1 dvida > (S2 leitura v Ov o que )]

    A dvida ou problema apresentado estabelece um estado inicial de disjuno com o conceito de leitura (o que ). A partir disso, o autor apresenta um estado de no-saber o que a leitura, posteriormente, passa para o outro estado de saber algo sobre leitura, descrevendo a seu modo este conceito.

    Alguns exemplos do estado final do saber em dimenso pragmtica do texto de Jouve (2002) esto nos quadros abaixo, consequentemente, contm a sano e seus programas narrativos:

    Um processo neurofisiolgico. A leitura antes de mais nada um ato concreto, observvel, que recorre a faculdades definidas do ser humano. Com efeito, nenhuma leitura possvel sem um funcionamento do aparelho visual e de diferentes funes do crebro. Ler anteriormente a qualquer anlise do contedo, uma operao de percepo, de identificao e de memorizao de signos. (Jouve, 2002, p. 17).

    PN2 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov processo neurofisiolgico)] PN3 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov ato concreto, observvel, que recorre a faculdades definidas do ser humano)] PN4 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov possvel com o funcionamento do aparelho visual e de diferentes funes do crebro)] PN5 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov operao de percepo, de identificao e de memorizao de signos)]

  • Alves, Roberta Caroline Ves; Moraes, Joo Batista Ernesto de; Almeida, Carlos Cndido de. Semitica do Discurso Cientfico: um estudo sobre novas perspectivas para a Anlise Documental de Contedo. // Scire. 20:2 (jul.-dic. 2014) 55-59. ISSN 1135-3716.

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    Quadro I. Leitura: processo neurofisiolgico

    Um processo cognitivo. [...] a leitura solicita competncia. O texto coloca em jogo um saber mnimo que o leitor deve possuir se quiser rosseguir a leitura. (Jouve, 2002, p. 18).

    PN6 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov processo cognitivo)] PN7 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov solicita competncia)] PN8 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov um saber mnimo que o leitor deve possuir)]

    Quadro II. Leitura: processo cognitivo

    Um processo argumentativo (Jouve, 2002, p. 21). Qualquer que seja o tipo de texto, o leitor, de forma mais ou menos ntida, sempre interpelado. Trata-se para ele de assumir ou no para si prprio a argumentao desenvolvida. (Jouve, 2002, p. 22)

    PN10 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov processo argumentativo)] PN11 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov o leitor, de forma mais ou menos ntida, sempre interpelado)] PN12 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov assumir ou no para si prprio a argumentao desenvolvida)]

    Quadro III. Leitura: processo argumentativo

    Um processo simblico. O sentido que se tira da leitura (reagindo em face a histria, dos argumentos propostos, do jogo entre os pontos de vista) vai se instalar imediatamente no contexto cultural onde cada leitor evolui. Toda leitura interage com a cultura e os esquemas dominantes de um meio e de uma poca. A leitura afirma sua dimenso simblica agindo nos modelos do imaginrio coletivo quer os recuse quer os aceite. (Jouve, 2002, p. 22).

    PN13 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov processo simblico)] PN14 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov sentido que vai se instalar imediatamente no contexto cultural onde cada leitor evolui)] PN15 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov interage com a cultura e os esquemas dominantes de um meio e de uma poca)] PN16 = F [S1 saber > (S2 leitura Ov afirma sua dimenso simblica agindo nos modelos do imaginrio coletivo quer os recuse quer os aceite)]

    Quadro IV. Leitura: processo simblico

    O discurso pragmtico analisado, por meio dos programas narrativos, revela que houve uma conjuno com o conhecimento ou ideia de leitura desenvolvida pelo autor. Este no de-mostra como foi sua produo do saber, mas o resultado desse conhecimento, por isso, as relaes dos elementos do discurso foram esta-

    belecidas por pressuposio. O conhecimento descrito se assemelha descrio de conceitos expressos em termos no texto.

    A dimenso do discurso cognitivo apresenta o reconhecimento da transformao de estado desse saber. O autor descreveu no texto, a partir de uma questo, um estado inicial de no-saber o que a leitura e ao descrev-la, passa para o estado final de saber algo sobre a leitura. Portanto, o tema principal de nvel profundo pode ser composto principalmente pelo termo leitura, o que demonstra ser o aboutness do texto. O nvel profundo apresenta o tema princi-pal ou aboutness No saber sobre leitura ver-sus Saber sobre leitura, o que representa o tema em dimenso cognitiva e pragmtica.

    A anlise realizada do texto cientfico demonstra que possvel identificar o aboutness, conside-rando as dimenses pragmtica e cognitiva, que so complementares. Consequentemente, tor-nou possvel a identificao do aboutness em nvel profundo, tal como ocorre em Anlise Do-cumental de Contedo com o texto narrativo de fico. Mas, considerando para isso o termo explcito como tema principal. Por isso, esta anlise elucidou a metodologia de identificao do aboutness em discurso cientfico por meio das regras de construo do saber da Semitica Greimasiana e Percurso Gerativo de Sentido em Cincia da Informao.

    4. Consideraes finais

    A Semitica Greimasiana explica a anlise do discurso cientfico e a produo de seu sentido por meio do entendimento das relaes das dimenses pragmtica e cognitiva, entre outros fatores. Assim, demonstra que um discurso cientfico descreve o estado inicial de um saber (ideia ou conhecimento sobre algo), sua trans-formao e seu estado final.

    A anlise realizada do texto cientfico de Jouve (2002) permitiu verificar que possvel a identi-ficao do tema principal de nvel profundo ou aboutness, tal como ocorre em textos narrativos de fico em Anlise Documental de Contedo, considerando tambm o Percurso Gerativo de Sentido. Mas, com a particularidade de que o termo principal (leitura) apresentado de for-ma explcita devido ao tipo de discurso.

    Tambm, permitiu elucidar alguns elementos do discurso cientfico importantes para a compre-enso e identificao de seu sentido e aboutness, mostrando o desenvolvimento do saber sobre os conceitos descritos nos textos. Por isso, contribui para a Anlise Documental de Contedo no entendimento sobre o desen-

  • Alves, Roberta Caroline Ves; Moraes, Joo Batista Ernesto de; Almeida, Carlos Cndido de. Semitica do Discurso Cientfico: um estudo sobre novas perspectivas para a Anlise Documental de Contedo. // Scire. 20:2 (jul.-dic. 2014) 55-59. ISSN 1135-3716.

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    volvimento desse saber em textos cientficos e sua relao com o aboutness.

    Espera-se tambm que esta anlise possa opor-tunizar novas pesquisas que demonstrem a anlise do aboutness tambm sobre textos mais complexos, ou seja, com temas mltiplos, con-ceitos complexos, com diferentes mtodos e organizaes de estruturas textuais.

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    Enviado: 2014-04-28. Segunda versin: 2014-06-10. Aceptado: 2013-08-19.